PEC Bruna de Souza e Monique Becker
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BRUNA CAROLINA DE SOUZA
MONIQUE BECKER
ENTRE O BATOM E O MICROFONE
Documentário sobre a trajetória das mulheres no jornalismo blumenauense entre as
décadas de 1960 e 2010
BLUMENAU
2011
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BRUNA CAROLINA DE SOUZA
MONIQUE BECKER
ENTRE O BATOM E O MICROFONE
Documentário sobre a trajetória das mulheres no jornalismo blumenauense entre as
décadas de 1960 e 2010
Teoria e Método de Pesquisa em Comunicação
Professora: Rosemeri Laurindo
Curso: Jornalismo VII
IBES SOCIESC
BLUMENAU
2011
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SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO..................................................................................................06
1.2 OBJETIVOS...........................................................................................................07
1.2.1 Objetivo Geral..................................................................................................... 07
1.2.2 Objetivos Específicos...........................................................................................07
1.3 JUSTIFICATIVA...................................................................................................07
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .........................................................................08
2.1 O PAPEL DA MULHER NA SOCIEDADE.........................................................08
2.2 JORNALISMO, CRITÉRIOS DE NOTICIABILIDADE......................................11
2.3 O DOCUMENTÁRIO JORNALÍSTICO............................................................. 12
2.4 LINGUAGEM TELEVISIVA ...............................................................................15
2.5 A TELEVISÃO NO BRASIL.................................................................................15
2.6 A TELEVISÃO CHEGA A SANTA CATARINA................................................18
2.7 TV COLIGADAS – PROGRAMAS FEMININOS................................................19
2.8 FATOS MARCANTES DE CADA DÉCADA......................................................20
2.8.1 Década 1960.........................................................................................................21
2.8.2 Década 1970.........................................................................................................21
2.8.3 Década 1980.........................................................................................................22
2.8.4 Década 1990.........................................................................................................23
2.8.5 Década 2000.........................................................................................................24
2.9 A VOZ FEMININA NO VALE DO ITAJAÍ.........................................................24
3 RELATO DA PRÉ-PRODUÇÃO ..........................................................................29
3.1 PRÉ PRODUÇÃO..................................................................................................29
3.2 PRODUCAO E REALIZAÇÃO.............................................................................30
3.3 PÓS PRODUÇÃO E FINALIZAÇÃO...................................................................31
4 CONCLUSÃO..........................................................................................................32
REFERÊNCIAS..........................................................................................................33
5 APENDICES.............................................................................................................35
5.1 PRÉ ROTEIRO.......................................................................................................35
5.2 CRONOGRAMA....................................................................................................38
5.3 ORÇAMENTO.......................................................................................................42
5.4 AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM............................................................43
ANEXOS......................................................................................................................44
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1 APRESENTAÇÃO DO PRODUTO FINAL
Contar a história de um povo é resgatar o passado e relatar a realidade, é reunir dados
e ouvir pessoas.
Neste vídeodocumentário, realizado durante a sétima fase do curso de Comunicação
Social – Jornalismo do Instituto Blumenauense de Ensino Superior (IBES), as pesquisadoras
têm o objetivo de relatar a importância das mulheres na imprensa jornalística blumenauense
entre as décadas de 1960 e 2010, por meio de entrevistas com algumas delas que se
destacaram na televisão em sua época.
Ao todo são 63 nomes de mulheres, repórteres e âncoras, que as acadêmicas buscaram
durante a pesquisa, entre elas, dez farão parte do documentário, por terem se destacado e/ou
vivido um momento marcante para a história da televisão em nossa cidade. Outras três
relataram sua trajetória, momentos marcantes, dificuldades e detalhes do trabalho na televisão
por meio de depoimento escrito.
O documentário irá mostrar como elas influenciaram na valorização da figura
feminina neste meio, primeiramente dominado pelos homens. Temas como o surgimento da
televisão em Santa Catarina e quem fez parte dela também serão abordados.
Atualmente não há nenhum documentário sobre o tema e este trabalho será uma
novidade de grande valia para a cidade, principalmente por mostrar o lado da mulher em uma
história, sempre contada de forma mais abrangente.
O tema está presente na realidade do Vale do Itajaí, mas poderá ser utilizado em outras
cidades e regiões que tenham interesse na pesquisa. O desafio principal será reunir os
depoimentos e editá-los de forma que gere interesse da comunidade e classe jornalística.
A metodologia utilizada para a pesquisa será o método biográfico onde o objetivo de
estudo é o indivíduo, na sua singularidade. O levantamento de histórias de vidas pode fazer-se
com base em biografias, autobiografias, mas igualmente em diários e outras fontes de
informação similares. É enorme a riqueza e complexidade das informações recolhidas.
Becker (1999 apud GOBBI 2006, p.87) compartilha deste ponto de vista ao afirmar “A
história de vida não pode ser considerada uma biografia convencional, mesmo que
compartilhe com esta sua forma narrativa. Também não é ficção. Trata-se, na verdade de
maneira de renovar o presente, mostrando experiências válidas”.
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1.2 OBJETIVOS
1.2.1 OBJETIVO GERAL
Identificar, a partir da criação de um documentário jornalístico, quem eram as
mulheres que fizeram parte da televisão blumenauense entre as décadas de 1960 e 2010,
revelando a sua importância, seus desafios, seus medos, sua rotina e contar como a televisão
foi implantada na cidade e qual era o papel dessas mulheres na programação das TV‟s locais.
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Identificar quem foram as mulheres pioneiras na televisão;
b) Relatar a implantação da televisão na cidade;
c) Relatar as experiências vividas por elas no meio televisivo;
d) Valorizar a mulher no mercado de trabalho;
e) Divulgar o documentário para as faculdades locais, escolas, comunidade e mídia regional;
1.3 JUSTIFICATIVA
O documentário será a união de entrevistas com comunicadoras e jornalistas que
fizeram parte da televisão blumenauense entre as décadas de 1960 e 2010. As acadêmicas
analisaram fotos e documentos que irão contar a trajetória dessas mulheres e mostrar a
realidade da televisão no início da sua implantação na cidade.
O principal objetivo é identificar e acrescentar informações que possam contribuir
com a sociedade, por se tratar de um tema ainda não explorado no meio acadêmico. O projeto
é de significativa importância para a história local, acadêmicos e imprensa catarinense.
O documentário poderá ser utilizado como fonte de pesquisa em escolas da cidade,
como uma forma de esclarecimento sobre a história das mulheres na imprensa televisiva de
Blumenau. Além de ser um documento histórico para a Televisão em Blumenau, SC.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 O PAPEL DA MULHER NA SOCIEDADE
Ao estudarmos a história, é possível entender muitos aspectos da sociedade em que
vivemos, ou sobre a qual estamos pesquisando, como valores, ideologias, visões políticas. E
também as transformações que acontecem na mesma.
Esse estudo do passado também permite entender ações do homem que podem gerar
mudanças importantes na natureza, no modo de vida de toda a humanidade ou de uma
comunidade.
Assim, concluímos que a relação das mulheres com a sociedade, especificamente no
Sul do Brasil, na cidade catarinense de Blumenau, Santa Catarina, foi fundamental e as
primeiras a fixarem-se na nova terra eram alemãs.
Minna Friedenreich, 24 anos, casada com o “veterinário e médico-homeopata”,
segundo registros sobre Wilhelm Friedenreich,e mãe de duas filhas, Clara, de 2 anos
e Alma, de 3 meses, e Johanna Kuhlmann, 44 anos, com seu marido e as duas filhas,
uma de 17 anos, Christine, outra de 10, Marie, foram as primeiras mulheres a se
fixar definitivamente na Colônia Blumenau. (RENAUX, 1995)
O crescimento econômico-industrial da região do Vale do Itajaí costuma ser creditado
aos homens, os então, empresários da época. Porém, as mulheres também fizeram parte disso,
auxiliando, entre outras coisas, com a acumulação recursos. “Deve-se ainda levar em conta a
participação das mulheres na reprodução da cultura germânica.” (PEDRO, 2010 In PRIORE,
2010).
De acordo com a autora Maria Luiza Renaux, na obra “O Papel da Mulher no Vale do
Itajaí”, Cecília Weege Linschke foi a jovem que teve papel pioneiro entre as mulheres do
Vale do Itajaí ao fundar uma empresa.
“Cecília criou importante malharia em Blumenau, Majú Textil Limitada, voltada
para a confecção de vestuário íntimo feminino... Para chegar a este ponto, convém
voltar aos primeiros tempos das mulheres imigrantes no Vale, cuja trilha Cecília
seguiu até a distinção do meio. Dentro deste, ela representou uma inovação ainda
circunstancial, é verdade, carregada dos valores do passado, mas, de alguma
maneira, inaugurando uma posição de importância sócio-econômica nova para a
mulher catarinense” (RENAUX, 1995)
9
O trabalho de colonização iniciado em 1850 no Vale do Rio Itajaí encontrou forte
apoio por parte delas. Os homens que já estavam aqui, morando e trabalhando, coordenadores
da Colônia, costumavam alertar os futuros emigrantes sobre a necessidade de ter uma esposa,
pois “o emigrante que trabalha na terra necessita do auxílio de uma mulher e boa dona de casa
(...) uma esposa aqui é tão necessária quanto o pão de cada dia”. (PEDRO, 2010 In PRIORE,
2010).
As mulheres eram muito importantes aqui, nessa época, pois elas ofereciam aos
colonos um conforto difícil de ser mantido sem elas, e que era bastante prezado pelos homens
que aqui viviam e trabalhavam.
As esposas vinham para cá, muitas vezes, a contragosto para acompanhar seus
maridos. Há relatos de reclamações delas, por exemplo, uma senhora identificada como Frau1
Schelle, dizia que “percebendo que a região era mais inóspita do que imaginava, chorou
sentada sobre o baú de viagens e classificou o marido como „uma besta‟ por vir para este
lugar onde „só se via céu e mato‟. (PEDRO, 2010 In PRIORE, 2010).
Claro que não foram só elas que viram só “céu e mato”, pois a propaganda que se fazia
na Alemanha era bastante diferente da realidade encontrada aqui.
Antigos colonos diziam que havia praticamente dez homens para cada mulher. “É
difícil comprovar essa afirmação, certamente exagerada e reforçada por aqueles que, por
diversas razões, tinham dificuldades para encontrar uma esposa.” (PEDRO, 2010 In PRIORE
2010). Esse era um dos motivos, se não o principal, para que as mulheres fossem
supervalorizadas, o que fazia com que “extrapolassem os limites definidos para seu sexo”.
Por volta de 1910, o jornal blumenauense, o Blumenauer Zeitung2, apresentava
requisitos para ser uma boa mulher. O jornal apresentava uma matéria onde deixava uma
dúvida na cabeça das pessoas: o trabalho da mulher na roça afetaria seu desempenho na hora
de cuidar da casa, dos filhos e do marido? “Se a mulher se mantivesse trabalhando na „roça‟, a
família teria „sensíveis prejuízos em dinheiro‟ devido à perda de forças de seu corpo (...)”.
(PEDRO, 2010 In PRIORE, 2010)
1 Pronome de tratamento, em alemão: Senhora.
2 Periódico editado na cidade de Blumenau. Teve o primeiro exemplar editado em 1 de janeiro de 1881. O último
periódico circulou em 2 de dezembro de 1938, tendo sido portanto editado durante 57 anos. Seu fundador foi
Hermann Baumgarten
10
A essa época, esses trabalhos femininos, que incluíam o serviço doméstico, dos filhos
e do marido quando esse chegava do trabalho, eram definidos como os “verdadeiros”
trabalhos femininos.
No final do século XX a acumulação de bens permitiu a formação de chamados
“núcleos urbanos”. As funções da mulher, nesse novo modelo de casa, passaram a ser as de
limpar a casa, cuidar e educar as crianças e cozinhar. Podia ainda contar com o auxílio de uma
empregada e nas horas vagas, depois desses afazeres, podia dedicar-se ao bordado e costura e
à “leitura sentimental”. “Essa nova mulher excluía-se cada vez mais dos interesses
econômicos que garantiam a riqueza da família”. (PEDRO, 2010 In PRIORE 2010)
Com a evolução na forma de construção das casas, a riqueza que ia sendo acumulada
pelas famílias, a restrição da mulher às tarefas da casa começou a não ser obedecida
inteiramente por elas.
“As fábricas de Blumenau, por exemplo, contaram com expressiva participação do
trabalho das mulheres. Eram, portanto, referências apenas para aquelas famílias cuja
acumulação ensejava a adoção de novos comportamentos. No entanto seria ingênuo
imaginar que se dedicar somente aos afazeres de esposa, mãe e dona de casa não
estivesse nos sonhos das moças de origem alemã que se empregavam nas indústrias,
trabalhavam na roça ou se colocavam como empregadas domésticas nas casas das
famílias mais ricas.” (PEDRO, 2010 In PRIORE, 2010)
A Proclamação da República também mexeu com os “modelos femininos” e muitas
imagens idealizadas de comportamento das mulheres, que não foram seguidas por muitas
mulheres, devido ao ainda baixo acúmulo de riquezas, o que não permitia que a senhora
ficasse só no papel de esposa, mãe e dona de casa.
As mulheres sempre tiveram um papel muito restrito na sociedade, tanto
blumenauense quanto de todo o mundo. Primeiramente com relação ao trabalho fora de casa,
com qualquer outra coisa que não fossem os cuidados com marido e com filhos.
“Sua condição as excluía de qualquer exercício de função nas câmaras municipais,
na administração eclesiástica, proibindo-as de ocupar cargos de administração que
lhes garantisse reconhecimento social.” (PRIORE, 2003)
Com a chegada da televisão no Brasil, na 1ª metade do século XX, as mulheres
puderam ficar mais “antenadas” com as tendências de moda, maquiagem e principalmente o
comportamento de atrizes e atores de Hollywood, que se tornavam referência. Essa era a
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época, talvez o final, do conservadorismo, em que as mulheres casavam cedo e tinham seus
filhos e formavam uma família, o chamado “Americam Dream” (Sonho Americano), nos
Estados Unidos.
A partir do momento em que as mulheres puderam ter acesso mais facilitado, de certa
forma, à informação, elas começaram a procurar seus direitos, como o de estudar, ir para as
Universidades, e começar a trabalhar em cargos anteriormente ocupados apenas por homens.
Durante os anos, as mulheres vêm garantindo seu espaço principalmente no mercado
de trabalho, onde elas conseguem vencer o preconceito mostrando que o que as difere dos
homens, muitas vezes, é só o sexo.
“A mulher, que representa a maior parcela da população, viu aumentar seu poder
aquisitivo, o nível de escolaridade e conseguiu reduzir a defasagem salarial que ainda existe
em relação aos homens.” (PROBST, 2011)
2.2 JORNALISMO, CRITÉRIOS DE NOTICIABILIDADE
Um assunto para tornar-se um fato jornalístico deve encaixar-se dentro dos
valores/notícia que são uma composição de elementos ou critérios.
“a noticiabilidade como o conjunto de elementos através dos quais, o órgão
informativo controla o grau e tipo de acontecimentos, de entre os quais se pode
selecionar as notícias, a partir dos valores/notícia”. (WOLF. 1994),
Estes valores/notícia respondem às dúvidas sobre quais acontecimentos, são
importantes, interessantes e significativos para o receptor e devem ser transformados em
notícia. Wolf afirma (1994, p. 175):
“Na seleção dos acontecimentos a transformar em notícias, os critérios de relevância
funcionam conjuntamente (em pacotes): são as diferentes relações e combinações
que se estabelecem entre diferentes valores/notícias, que (recomendam a seleção de
um fato”.
Traquina (2007) classifica os critérios de noticiabilidade em:
Morte, pois segundo esse autor “onde há morte, há jornalistas”;
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Notoriedade é comum ver a cobertura de ocasiões políticas, devido ao grau de
importância dos envolvidos;
Proximidade, quanto mais próximo a região geográfica o acontecimento maior a
chance de ser divulgado na imprensa local.
Relevância, a importância que o fato terá sobre a sociedade daquela região, estado ou
país.
Novidade, no mundo jornalístico se prioriza aquilo que é único, o ineditismo, o fato
novo.
Tempo, esse valor se enquadra no conceito de atualidade, mas também é um gancho
para se tratar de um determinado assunto que ocorreu na mesma data, porém a meses, anos,
décadas atrás.
Notabilidade, Segundo Traquina (2005, p. 82), o que prende o jornalismo as repostas
do lead (quem, o que, quando, onde, como e porquê).
Inesperado, seria um ocorrido que faz com que o jornalista se surpreenda. Algo
inusitado; Conflito, discussões físicas ou verbais podem e tem grandes possibilidades de
virarem notícia, por fugirem ao normal;
Infração, a quebra das regras, por isso a figuração de crimes todos os dias nos
telejornais, a rotina das matérias sobre assassinatos, furtos. Dentro desse valor notícia o fato
só ganha maior repercussão com a inclusão de outros valores dentro do mesmo, se o número
de mortos for grande, o grau de violência.
Escândalo, neste associa-se a questão da infração quando correspondente a
instituições. Leva o jornalismo ao patamar de “vigilante dos órgãos públicos”, “fiscalizador
social”.
No referente trabalho o critério de noticiabilidade utilizado foi aquele classificado
como Proximidade por Traquina (2007) “Quanto mais próximo a região geográfica o
acontecimento maior a chance de ser divulgado na imprensa local”.
2.3 O DOCUMENTÁRIO JORNALÍSTICO
De acordo com Carvalho (2006) “O documentário é o formato de produção
audiovisual que lida com a verdade, mostra fatos reais ou não imaginários, o que
normalmente chamamos de „não-ficção‟”
A autora afirma que o documentário pode reconstituir ou analisar assuntos
contemporâneos de nosso mundo histórico vistos por uma perspectiva crítica. O documentário
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pode apresentar diferentes histórias ou argumentos, evocações ou descrições abrindo um
espaço de reflexão sobre os principais acontecimentos do Brasil e do mundo, investigando as
relações sociais e a realidade de diferentes países e culturas.
A maioria dos temas que consideramos comuns na produção de documentários para
o cinema ou para a televisão são as histórias das guerras; biografias (principalmente
de personalidades da cultura e da política); reflexões sobre novos comportamentos,
sobre a violência ou a sexualidade; ou ainda, a exploração do mundo animal; dos
avanços científicos e das crises ambientais. (CARVALHO, 2006)
Nichols (2005 apud CARVALHO, 2006) expõe que documentário não é uma
“reprodução”, mas sim uma “representação” de algum aspecto do mundo histórico e social do
qual compartilhamos. Esta representação torna-se um argumento para o modo como o vídeo
ou filme será composto.
Aparentemente, existe uma discussão contra a produção jornalística de documentário
baseado na falta de criatividade, que abusam de um discurso frio e temáticas recorrentes. “São
produções padronizadas, que seguem a formatação consagrada da reportagem em que se
expõe um assunto ou fato alternando sonoras e imagens ilustrativas bem amarradas por uma
voz narradora” (CARVALHO, 2006)
Mas é claro que isso não é exatamente uma regra. O jornalismo, em questão de
documentários, pode sim fugir dos padrões, trazer a criatividade para dentro do trabalho,
utilizando com perspicácia o som e as imagens, para deixar de associar a ideia de expressão
pessoal com a perda de informação, ética e credibilidade.
Sabemos, que o principal objetivo de todo documentário jornalístico é buscar o
máximo de informações sobre um determinado tema através de entrevistas, uma
narração informativa em off, captação de imagens ilustrativas, montagens de
material de arquivo, e de uma edição formadora do discurso ou da abordagem sobre
um assunto em profundidade, cercando todos os seus ângulos. (CARVALHO, 2006)
Documentário é um gênero cinematográfico que tem como principal característica o
compromisso com a exploração da realidade. De acordo com Bill Nichols, historiador e
teórico do documentário, Bill Nichols, em seu artigo “A Voz do Documentário”, existem
quatro principais estilos na história do documentário.
O estilo “Griersoniano”, de John Grierson 3conhecido também como “Voz de Deus”
foi a primeira forma definida de documentário. Utilizava-se basicamente de narração (Off), de
3 Cineasta escocês, considerado um dos principais nomes dos primórdios do documentário
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uma forma quase sempre arrogante. Essa narração, por vezes, chamava mais atenção que as
imagens, mesmo sendo poética e evocativa. Esse estilo deixou de ser usado depois da
Segunda Guerra Mundial, porem continuou em uso em programa de auditório como talk
shows.
Este estilo deu lugar ao “Cinema Direto”, que aproveitou avanços tecnológicos como
gravadores de filmadoras portáteis, para garantir a captação de cenas do cotidiano, para que as
pessoas tirassem suas próprias conclusões ao assistirem, sem o auxílio de qualquer
comentário ou narração.
Outro estilo, surgido nos anos 1970, incorpora ao documentário o discurso direto, em
forma de entrevistas. “Numa infinidade de filmes políticos e feministas, os participantes se
colocavam diante da câmera para dar seu testemunho. Às vezes profundamente reveladores às
vezes fragmentados e incompletos, esses filmes forneceram o modelo para o documentário
contemporâneo.” (NICHOLS, 2004)
O quarto estilo comentado por Nichols é o “auto-reflexivo”, em que se misturam
“passagens observacionais” com entrevistas e narração do diretor ou documentarista. É onde
Nichols afirma que o documentário sempre foi modo de representar as coisas que vemos,
nunca uma “janela aberta para a realidade”.
Podemos destacar como próprios à narrativa documentária: presença de locução (voz
over), presença de entrevistas ou depoimentos, utilização de imagens de arquivo, rara
utilização de atores profissionais, intensidade particular da dimensão da tomada” (FONSECA,
2010 apud RAMOS, 2008)
Já sobre a reportagem na televisão:
A reportagem, na opinião de Jaime Barroso García, é a narração informativa dos
antecedentes, das circunstâncias e consequências previsíveis de um acontecimento.
A sua forma de apresentação está próxima do documentário cinematográfico, se bem
que o seu objetivo é apresentar o acontecimento com várias perspectivas e com
vários depoimentos das pessoas envolvidas. (GONÇALVES)
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2.4 LINGUAGEM TELEVISIVA
O jornalismo televisivo possui uma linguagem diferenciada dos demais meios como o
impresso e radiofônico, isso se deve à utilização das imagens. Para um trabalho de qualidade é
preciso casar o texto com uma boa imagem, assim a matéria terá mais qualidade.
“Em telejornalismo o texto é escrito para ser falado (pelo locutor) e ouvido
(pelo telespectador). Pela própria característica dos veículos eletrônicos de
comunicação – a instantaneidade -, o receptor deve “pegar a informação de
uma vez”. Se isso não acontece, o objetivo de quem está escrevendo –
transmitir a informação – fracassa”. (PATERNOSTRO, 1999, p.66)
Na televisão aquilo que o repórter fala, deve ser aquilo que o receptor vê. Por isso
Sebastião Squirra (1995), no livro “Aprender Telejornalismo”, utiliza suas palavras para dar
uma valiosa dica e assim garantir uma boa reportagem:
“... é importante manter com a equipe estreito “cordão umbilical”, para que as
informações em áudio complementem as visuais e não simplesmente as
repitam”, ela deve complementar aquilo que o repórter está querendo dizer e
não apenas ilustrar”. (SQUIRRA, 1995, p. 79)
O texto e a imagem andam juntos e precisam sempre de atenção especial, de nada
adianta ter um bom texto sem que haja material audiovisual suficiente para cobrir o que se
deseja passar com as palavras, a junção destes dois elementos é fundamental.
Por mais que o jornalista seja exímio conhecedor da língua portuguesa, deve estar
sempre atento à quem está passando a informação, saber quem é o seu público. Com o uso de
palavras desconhecidas pelo telespectador aquilo que ele quer transmitir pode se perder.
“Nesse pacto informal que o jornalista celebra com o seu público, a seleção das
palavras é condição básica para se obter o êxito no processo de transmissão de uma
notícia. E o êxito ajusta-se proporcionalmente ao grau de sintonia que se mantém com
o repertório lexical da audiência que se busca atingir”. (REZENDE, 2000, p.75)
2.5 A TELEVISÃO NO BRASIL
Com base em Travancas (1993) pode-se afirmar que em 1950 surgiu a primeira
estação de televisão brasileira, em São Paulo, a pioneira TV Tupi, junto com ela, surgiram
vários programas de televisão e jornais que conquistaram os telespectadores.
Nassar (1984, p.13) afirma que:
16
“É preciso voltar a 1950, com a inauguração do Canal 3, depois Canal 4, a primeira
emissora comercial inaugurada no Brasil, a pioneira também na América do Sul: TV
Difusora, depois TV Tupi de São Paulo. O fato merece maiores detalhes, inclusive
quanta a programação inicial”.
Ainda segundo Nassar, em 1950 existiam apenas 200 receptores e que este número
dobrou já em 1951. Xavier e Sacchi (2000, p. 30) contam que em:
“18 de setembro de 1950 foi a data oficial da estréia da TV brasileira. Sendo
raríssimo os proprietários de aparelhos domésticos, Assis Chateaubriand, dono da
TV Tupi, instalou televisores na Praça da Republica, no Jockey Club e outros pontos
estratégicos da cidade de São Paulo para o povo assistir a façanha. É difícil
reproduzir fielmente o que aconteceu naquele dia no estúdio montado na “Cidade do
Rádio”, prédio da Radio Tupi no Sumaré...”.
Nos anos 60, foi criada a TV Excelsior que trouxe uma novidade para o
telejornalismo, “com cortes rápidos, novos estilos de redação e vários apresentadores”,
Travancas (1993, p.20). A TV Globo foi criada em 1965 e logo lançou o Jornal Nacional que
já em 1969 foi transmitido para 12 estados brasileiros simultaneamente, neste mesmo ano a
TV Coligadas fazia a sua primeira transmissão em Blumenau, Santa Catarina. Conforme
Reimão (2000, p. 68)
„A TV, começara de maneira improvisada, em poucos meses contara com grandes
anunciantes que, através de agencias de publicidade, começaram a atuar mais
seriamente nesse novo veiculo. Os anunciantes/patrocinadores terão um papel
bastante amplo nos primeiros anos da TV no pais, pois muitas estratégias e ate
mesmo contratos de atores eram definidos por eles. E também poucos meses após a
implantação da TV Tupi que se inicia a fabricação de aparelhos de TV no Brasil – os
televisores Invictus”.
Conforme estes autores, a televisão foi um fenômeno de vendas a partir da década de
60, chegando ao ápice de vendas durante a década de 80.
Abaixo quadro demonstrativo relacionando número de aparelhos eletrônicos no país:
IBGE TELEVISÃO RÁDIO FOGÃO GELADEIRA
CENSO 1970 4.250.404 10.386.763 16.279.908 4.594.920
CENSO 1980 14.142.924 19.203.907 24.937.145 12.697.296
CENSO 1991 27.650.179 28.729.547 33.000.000* 23.910.035
*estimativa
Quadro 1 – Aparelhos Eletrônicos nas Residências Brasileiras: Evolução IBGE (1970 –
1990) Fonte: Xavier e Sacchi (2000, p.165)
17
Pode-se observar no quadro 1 que o aumento do número de aparelhos de televisão foi
maior no Brasil no período de 1970 a 1991, ou seja, os demais itens não cresceram tanto.
O PNAD4, na data de 8 de setembro de 2010 disponibiliza os seguintes dados a
respeito da pesquisa nacional por amostra de domicílios.
Geladeira Rádio Televisão DVD
93,4% 87,9% 95,7% 72%
Quadro 2 – Aparelhos Eletrônicos nas Residências Brasileiras (2009) Fonte: IBGE. Disponível em:<http://www.ibge.gov.br/home/> Acesso em: 05 de junho. 2011 às 14h.
Com base em Reimão (2000) pode-se afirmar que para a população a TV é um
aparelho considerado essencial no domicilio dos brasileiros. Depois que foi lançada, a
televisão não abandonou mais os lares dos brasileiros.
Segundo Acosta-Orjuela (1999, p.13) as últimas décadas evidenciam o fenômeno
televisão:
“Depois da TV não se fabricaria outro aparelho capaz de se entranhar de maneira tão
profunda na vida cotidiana das pessoas, sem distinção de sexo, idade, raça, credo ou
classe. Em apenas 50 anos o número de receptores no mundo chegou a 900 milhões.
Hoje, no Brasil, 8 de cada 10 lares contam com uma TV ; na cidade, no campo, em
casebres ou em palacetes. Aqui, o numero de pessoas que assistem habitualmente à
TV corresponde ao dobro do público dos jornais e revistas somados. Isto significa
que, para a imensa maioria dos brasileiros, a TV é a única fonte de informação”.
Conforme Acosta-Orjuela (1999), pode-se assegurar que todos os brasileiros já
tiveram, ou tem acesso à televisão, direta ou indiretamente.
4 Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios- investiga anualmente, de forma permanente, características
gerais da população, de educação, trabalho, rendimento e habitação e outras, com periodicidade variável, de
acordo com as necessidades de informação para o País, como as características sobre migração, fecundidade,
nupcialidade, saúde, segurança alimentar, entre outros temas.
18
2.6 A TELEVISÃO CHEGA A SANTA CATARINA
TV Coligadas - Canal 3- A pioneira em Santa Catarina.
Blumenau foi contemplada com a primeira emissora de televisão do Estado em 1º de
setembro de 1969, a chamada TV Coligadas.
A emissora da integração catarinense entrou no ar em fase experimental às 16 horas
do dia 1º de setembro de 1969. A primeira reportagem cobriu a chegada de Vera
Fischer a Blumenau após ter conquistado o título de Miss Brasil. No dia 2 de
setembro, aniversário da cidade, a emissora entrou oficialmente no ar. Às 19 horas
começou o primeiro programa, o telejornal Hering. (SIEMANN,2004).
A implantação da emissora foi uma iniciativa de 229 acionista, entre eles Wilson
Melro, Caetano Deeke de Figueiredo e Flávio Rosa, além de industriais, comerciantes e
profissionais liberais da cidade.
Um ano depois, a TV Coligadas possuía equipamentos para duas estações completas
e já atingia dois terços do território através de uma rede de 42 repetidoras. Alguns
meses depois da inauguração, a Rede Globo passou a preencher a maior parte da
programação. O Jornal Nacional já chegava via EMBRATEL com transmissão
direta e em tempo real (CRUZ, 1994).
Em Blumenau, Santa Catarina, também eram produzidos diversos programas e a
cidade começava a apresentar os primeiros astros locais da emissora. A TV Coligadas tinha
em sua programação programas jornalísticos, como o “Telejornal Malhas Hering”
apresentado por Carlos Braga Muller5, e seus parceiros José Reinoldo Rosembrock
6e Jesser
Jossi7, responsável pelas notícias de esporte. Além de outros jornalísticos como o “Repórter
Garcia”, “Santa Catarina Dois Minutos” e o “Municípios em Revista”.
O programa “Show Da Integração” reunia colégios de diferentes cidades que se
desafiavam. A atração contava com provas de perguntas e gincanas e fez tanto sucesso que
ganhou edições interestaduais com o estado do Paraná.
Na linha de entretenimento, além dele, havia o saudoso “Salve a Banda”, atração de
Edemir de Souza que ainda percorre o imaginário popular, era apresentado aos
5 Jornalista, integra a Academia de Letras Blumenauense e da Sociedade Escritores de Blumenau. Em 1969,
quando a TV Coligadas de Santa Catarina foi inaugurada, foi o primeiro apresentador de noticiário: o Telejornal
Malhas Hering.
6 Jornalista pioneiro da TV Coligadas, foi locutor da Rádio Clube de Blumenau.
7 Conhecido como Tesoura Junior, foi locutor da Rádio Nereu Ramos.
19
sábados e sua formula era a mais simples, mas de grande sucesso, apresentação de
bandas folclóricas dos mais diferentes rincões da região. Tamanho sucesso motivou
diversos trabalhos como a escolha da rainha do programa e a gravação de um LP no
inicio dos anos 70, com seis bandas, “Bandinha Avante”, “Moacyr e Seu Conjunto”,
“Os Bandeirantes”, “Conjunto Típico Cavalinho Branco” Conjunto de Ritmos
Society” e “Bandinha Verde Vale”. (DAY; BONOMINI, 2009)
Outra atração de sucesso foi o “Domingo No Parque” apresentado por Valdemar
Garcia. O programa contava com a participação de crianças que respondiam perguntas,
mostravam seus talentos e recebiam diversos prêmios. “Mulheres Em Vanguarda”,
apresentado por Maria Helena Dias, Dagmar Pohlmann, Vanja Siemann e Valmira Sieman,
era destinado às mulheres e tratava de temas como moda, cultura, lazer, além de receber
artistas de renome nacional.
Diferente do radio, a TV começava ali a mudar os hábitos dos blumenauenses, que
começavam a inserir em sua vida a TV como algo do cotidiano. Nomes começaram
a surgir, eventos foram transmitidos, ora alegres, ora tristes, por quase 10 anos a TV
Coligadas fez parte da vida de muitos não só em Blumenau, mas em todo o vale.
(BONOMINI, 2009)
2.7 TV COLIGADAS – PROGRAMAS FEMININOS
Segundo informações do blog do pesquisador e cientista social Adalberto Day, ao
começar com a televisão em Santa Catarina, a TV Coligadas queria, e precisava também, um
programa de variedades, para preencher as tardes. Foi criado então o programa “Mulheres em
Vanguarda”. A atração diária com três horas e meia de duração tinha a apresentação apenas
de mulheres. A estreia de Mulheres em Vanguarda aconteceu no dia 11 de novembro de 1969,
marcando a história da TV Coligadas, já que foi o primeiro e único programa exclusivamente
feminino da nova emissora.
A direção e produção eram feitas também por uma mulher, Acidália Bittencourt. Acidália
veio de Curitiba, Paraná, especialmente para auxiliar as novatas no programa e tornou-se
âncora do programa na sua estréia devido a sua experiência.
O programa era comando por Acidália, Valmira Siemann, Lane Wirth, Dagmar Pohlman ,
que ostentava o título de Miss Timbó e Vanja Siemann, irmã de Valmira e a mais jovem do
grupo, com 15 anos na época.
“O time ficou um certo tempo no ar e depois foi se modificando. A Acidália
retornou a Curitiba, depois de ter dado largada e ver que nós já estávamos nos
sentindo mais seguras para “caminharmos com as próprias pernas”, Aconteceu
também algo muito triste com a nossa equipe. A Dagmar Pohlmann, que foi uma das
mulheres mais belas que já conheci, sofreu um acidente de carro e
faleceu”(SIEMANN, 2004)
20
Com a saída de Acidália e a morte de Dagmar, vieram as blumenauenses Eliane Beck
Elizabeth Bieging, na época conhecida como Bete Bieging. O Programa Mulheres em
Vanguarda tinha muitas entrevistas e quadros com informações e dicas úteis para as
telespectadoras. O quadro de entrevistas tinha a supervisão de Marili Deeke, blumenauense
que após morar muitos anos no Rio de Janeiro e trabalhar como aeromoça, integrou a equipe
da TV Globo e conheceu muitos artistas. Veio para a TV Coligadas para o cargo de relações
públicas e fazia a ponte entre a TV e vários “globais”.
O Mulheres em Vanguarda recebeu figuras ilustres como Tarcísio Meira, Glória
Menezes, Irene Ravachi, Darcy Gonçalves, Chacrinha, Jô Soares, Suzana Viera e outros
artistas.
“Eram tempos de ebulição da Jovem Guarda e tivemos o prazer de receber a dupla
Roberto e Erasmo Carlos, Fábio Júnior, Fafá de Belém, Rita Lee, Nei Matogrosso e
tantos outros. Dávamos bastante espaço,ainda, para grupos locais, que se
apresentavam ao vivo no nosso estúdio.” (SIEMANN, 2004)
Entre 1975 e 1979 a Rede Globo fortalecia e começava a restringir o horário e a
ocupar mais espaço com os programas nacionais. Com isso o programa passou a ter apenas
meia hora de duração e era focado apenas em entrevistas. As apresentadoras foram seguindo
novos caminhos e Valmira Siemann tornou-se a âncora do programa. Com as mudanças, o
nome da atração também mudou e passou a se chamar Nova Dimensão e mais tarde Sala de
Visitas segundo depoimento de Valmira dado as pesquisadoras no mês de maio de 2011.
Os temas abordados variavam entre culinária, moda, beleza, etiqueta e poesia. A
poesia era de Lindolf Bell 8que participava semanalmente com seus poemas, falava de artes,
literatura e apresentava os artistas da região , entre eles a escritora Eulália Hardtke e a artista
plástica Ligya Helena Roussenq Neves.
Em 1980 o contrato entre a TV Coligadas e a Rede Globo expirou e o programa saiu do
ar.
2.8 FATOS MARCANTES DE CADA DÉCADA
8 Poeta, nasceu em Timbó em 1938. Formado pela Escola de Arte Dramática de São Paulo é um dos mais
importantes nomes da poesia catarinense. Morreu em 10 de dezembro de 1998 em Blumenau, Santa Catarina.
21
Entre as décadas de 1960 e 2010 inúmeros profissionais, entre repórteres e âncoras,
trabalharam intensamente para levar até o telespectador informações relevantes de Blumenau,
Santa Catarina do Brasil e de todo o mundo. Cada década é marcada por acontecimentos
importantes da televisão em nosso estado e por notícias que mudaram a vida da população de
todo o país. Saiba quais foram os momentos inesquecíveis destes 50 anos.
2.8.1 Década 1960
A década de 60 dividiu-se em duas partes, a primeira, de 1960 a 1965 mantinha ainda
inocência e até certo lirismo nos movimentos políticos e sociais. É evidente o idealismo e o
entusiasmo no espírito de luta do povo.
Na segunda parte, de 1966 a 1968, inicia a relação dos jovens com as drogas, a
revolução sexual, os jovens se revoltam contra a ameaça de rigidez do governo. É nessa parte
dos anos 60 que surgem o feminismo, os hippies e os movimentos em favor dos negros e
homossexuais.
No Brasil é inaugurada a nova capital do Brasil, Brasília, pelo presidente Juscelino
Kubitschek. Jânio Quadros o sucede, renunciando ao cargo sete meses depois, sendo
substituído pelo seu vice, João Goulart. Este foi deposto em 1964 pelo Golpe Militar, que
instituiu a Ditadura Militar, que duraria 21 anos.
O Brasil se torna bicampeão mundial de futebol na Copa do Mundo de 1962, no Chile
e em 1969 é implantada em Santa Catarina a TV Coligadas.
2.8.2 Década 1970
O “milagre econômico”, que marcou o início dos anos 70, foi uma fase que favoreceu
bastante a economia brasileira. Ela teve um crescimento bastante grande por conta de
investimentos estrangeiros e empréstimos que aconteceram na época e favoreceram a criação
de empregos.
Porém os brasileiros sofreram nesta época com o auge da ditadura militar. O General
Emílio Garrastazu Médici era o presidente do Brasil na época (1969 – 1974) e chegou a
comandar uma política determinada a exterminar os grupos de esquerda. Ainda nos anos 70,
foi criada a OBAN (Operação Bandeirantes) uma organização paramilitar com o objetivo de
prender e torturar os ativistas de esquerda.
Em três edições da Copa do Mundo, nos anos 70 o Brasil conquistou o título apenas
uma vez, em 1970.
22
Na música, a vez é da Discoteca e também a década em que surge o movimento Punk.
2.8.3 DÉCADA 1980
Essa foi a chamada “década perdida”. Foi quando a inflação no Brasil se intensificou,
resultado da alta dos juros internacionais e da má administração da dívida externa, chegando a
1764% ao ano em 1989. O país teve duas trocas de moeda na época: de Cruzeiro (em vigência
desde 1970) para Cruzado, em 1986 e para Cruzado Novo em 1989.
É a década da informação, quando a Apple e a IBM lançam seus primeiro
computadores, Macintosh e IBM PC, respectivamente, e os mesmos começam a ser
fabricados e distribuídos como “computadores pessoais”. Assim como videocassetes,
walkmans também passam a ser fabricados.
Em 1982 foi registrado o primeiro caso de AIDS e o Brasil logo começou a lutar
contra o vírus, com o governo criando programas especiais e mobilizando cientistas e
membros da sociedade civil.
Também nesta década foi realizada a primeira inseminação artificial, o “bebê de
proveta”, no Brasil, visto que esta técnica aconteceu pela primeira vez no mundo no final dos
anos 70.
Na música surge o heavy metal, com bandas como Iron Maide e Metallica, e também
várias bandas de hard rock, rock e pop consolidam seu sucesso, como Bom Jovi, The Smiths e
Michael Jackson.
Em 1985 chega ao fim a Ditadura Militar no Brasil, sendo aprovada a eleição direta
para presidente. E em 1989 acontece a unificação das Alemanhas Oriental e Ocidental,
marcada pela queda do muro de Berlim.
Em 1980 a TV Tupi sai do ar, devido a problemas administrativos e financeiros. Em
1981 surge a TVS, como era conhecido o SBT logo no seu início. Em 1983 surge a Rede
Manchete de Televisão.
“Num Brasil ainda sob o regime militar, nós repórteres, recebíamos uma lista de
palavras proibidas de serem usadas nos textos off ou nas aberturas e passagens. Graças a Deus
esqueci quais eram” conta a jornalista Andrea Scussel.
23
2.8.4 DÉCADA 1990
Foi a última década do século XX. Logo no início, o colapso da União Soviética e o
fim da Guerra Fria, que havia iniciado em 1947.
Os países do Primeiro Mundo, que eram o Estados Unidos e seus aliados durante a
Guerra, comemoraram o crescimento de sua economia.
A democracia foi o regime político adotado por quase todos os países durante os anos
90, como foi o caso dos países do Pacto de Varsóvia (União Soviética, Alemanha Oriental,
Bulgária, Hungria, Polônia, Checoslováquia, Romênia e Albânia) e outros países em
desenvolvimento, como Taiwan, Chile, África do Sul, e Indonésia.
Porém a década também foi marcada pelo aumento da AIDS na África, assim como
alguns conflitos trágicos como a Guerra do Golfo, o aumento do terrorismo e também crises
econômicas nos países em desenvolvimento.
No Brasil, o que mais marcou o início da década de 1990 foi a confiscação de
poupanças da população, pelo presidente Fernando Collor. Isso e outras denúncias de
corrupção em seu governo fez com que jovens da época fossem protestar nas ruas, criando o
movimento conhecido como “Caras Pintadas”. Fernando Collor recebeu um processo de
impugnação de mandato (Impeachment) e renunciou em outubro de 1992. Quem assumiu a
presidência do Brasil foi seu vice, Itamar Franco.
Em 1994 o Plano Real foi implantado, pelo então Ministro da Fazenda Fernando
Henrique Cardoso, que se elegeria presidente do Brasil por duas vezes nesta mesma década.
A informática se populariza ainda mais nesse período, com a popularização dos
computadores e da internet, devido à queda no custo dos aparelhos.
Um fato marcante na ciência é o primeiro clone de um mamífero feito no mundo: a
ovelha Dolly.
Com o fim da ditadura e da censura no Brasil, as telenovelas começam a abordar
temas mais polêmicos como homossexualidade e reforma agrária. Também é criada a TV
Globo Internacional, no fim da década, sendo o primeiro canal de televisão brasileiro a
transmitir para o exterior.
24
2.8.5 DÉCADA 2000
A primeira década do século XXI, também primeira década do terceiro milênio, foi
marcada, logo no início, pelos atentados ao World Trade Center, conhecido como Torres
Gêmeas, o que desencadeou uma guerra contra o terrorismo, cujos personagens principais
foram os Estados Unidos e o Oriente Médio, principalmente Afeganistão e Iraque.
Os países da União Européia começam a utilizar o Euro como moeda comum do bloco,
com exceção do Reino Unido, Dinamarca e Suécia, que continuaram utilizando suas moedas
próprias.
A economia mundial passou por um período de estabilidade e crescimento que durou até
2007, quando iniciou-se uma crise que colocou em risco a economia de muitos países,
chamada de “Crise do Crédito Hipotecário de Alto Risco”.
A Internet continua se popularizando com força total, consolidando-se como veiculo de
comunicação, com o surgimento das redes sociais facilitando a comunicação, e
armazenamento de informações, com o preço de aparelhos e acesso a internet cada vez mais
facilitado.
Na televisão, aparecem os reality shows, como Big Brother Brasil, Casa dos Artistas e A
Fazenda, assim como surgimento e popularização de seriados internacionais, como Lost e
C.S.I.
A Rede Record experimenta um crescimento na sua audiência, causando,
conseqüentemente, pequena queda de audiência em sua “rival”, a Rede Globo. Mas nada que
a tire do reinado na televisão brasileira. Em 2009 o Jornal Nacional completa 40 anos.
2.9 A VOZ FEMININA NO VALE DO ITAJAÍ
Desde 1969, com a implantação da TV Coligadas até os dias de hoje, foram muitas as
mulheres que passaram pela televisão como repórteres e âncoras. Cada uma delas fez a sua
história e viveu uma fase especial.
Nos relatos feitos durante as entrevistas foi possível perceber a importância da televisão
na vida de cada uma delas. Foram dez entrevistadas: Ana Paula Ruschel, Francielle Cardoso,
Maria Helena Saris, Maria Odete Olsen, Marili Martendal, Mirian Mesquita, Mirian Roza,
25
Roberta Dietrich, Valmira Siemann e Viviane Wagenknecht que nos contaram suas
trajetórias, dificuldades, momentos marcantes, a rotina nas redações e a paixão pela televisão.
Algumas permanecem na televisão, outras vivem uma nova fase no jornalismo, mas todas,
sem exceção, contam com carinho e emoção dos momentos que viveram na imprensa
televisiva blumenauense. Angélica Satler, Andrea Scussel e Adriana Krauss não participaram
das gravações, mas enviaram às pesquisadoras um relato escrito com informações
importantes. Andrea, hoje assessora de comunicação e editora de mídias sociais da
Construtora Procave em Balneário Camboriú, conta que as enchentes que assolaram
Blumenau em 1983 foi o momento mais emocionante como jornalista.
“Fui batizada com duas grandes enchentes, lembro que trabalhei por dias a fio
usando umas botas de borracha tamanho 40, e eu calço 34. Sem banho, sem
maquiagem, comida escassa. Emplaquei o Jornal Nacional, da Globo. Presenciei
cenas e vivi momentos que me fizeram crescer como pessoa e como profissional.
Foram fatos marcantes que me ensinaram sobre solidariedade. Perdi medos,
dispensei padrões e acabei criando um estilo de escrever e apresentar um pouco
diferente do que se via no jornalismo local”.
Andrea relatou também a força dos blumenauenses, que criaram uma grande festa para
reerguer a cidade, a Oktoberfest.
“Acompanhei o nascimento da Oktoberfest. Os bastidores, as dificuldades e a
ousadia de uma grande festa após uma grande tragédia. Cobri a sangria do primeiro
barril de chope, no pavilhão A da antiga Proeb. Emocionei-me, chorei. Nesta
primeira edição trabalhei todas as noites, com o entusiasmo de quem ajudava a
reconstruir a cidade. A minha função era mostrar uma Blumenau refeita”
Muitas das entrevistadas falaram de seus filhos, da jornalista como mãe, das
dificuldades em conciliar as funções de mulher, mãe e profissional. Andre Scussel também
viveu essa experiência “Criei meus filhos, Israel hoje com 30 anos, publicitário, e Lucas com
26, turismólogo, trabalhando como repórter. Fazia plantão, trabalhava a noite e passei
algumas datas importantes dentro do carro da TV”.
Angélica Satler tem apenas 29 anos, formada em Jornalismo pela Universidade de Passo
Fundo no Rio Grande do Sul, veio para Blumenau em 2007. Seu último trabalho como
repórter em Blumenau, foi na RICTV Record, emissora em que trabalhou durante 2 anos. Foi
na emissora, que Angélica viveu uma das experiências mais importantes de sua carreira. A
tragédia provocada pelas fortes chuvas em novembro de 2008, foi o momento em que teve
certeza de que estava na profissão certa. “Era adrenalina 24 horas por dia e eu adorava
aquilo”. Outro momento marcante para a jornalista foi a viagem que fez para o Haiti a convite
feito pelo Comandante do 23º Batalhão de Infantaria, o Coronel Ruffo.
26
“A viagem para mim foi tão chocante que nem meu trabalho rendeu como deveria
ter rendido. Mas valeu a pena. Eu trabalhava de olhos fechados. Fazia de conta (para
mim mesma) que aquilo tudo era normal. Que o mundo inteiro vivia daquele jeito.
Porque se eu não fizesse isso, acho que eu cairia no choro no meio das gravações.
Lá, tudo me admirava: as dificuldades que eles passam e ao mesmo tempo a vontade
de viver, ou sobreviver, se assim soar melhor”.
Adriana Krauss, também teve um momento marcante na carreira, em 2009, após a
tragédia que deixou 124 em Blumenau, foi lançado o livro "Jornal Nacional - Modo de Fazer"
e a jornalista blumenauense é citada na obra.
“A cobertura da tragédia de 2008 marcou minha vida e minha trajetória profissional.
Por isso, ter visto minha foto no livro do Jornal Nacional foi motivo de muita
alegria. Senti que todo meu esforço e envolvimento foram reconhecidos”.
Mas Adriana lembra que no início da carreira na TV Galega, canal 7, os imprevistos com
os equipamentos e a correria para colocar o jornal no ar, trouxe aprendizado.
“Comecei como repórter e em dez meses já acumulava as funções de pauteira,
editora, produtora. Pouco mais de um ano depois, ganhei a oportunidade de ser
editora-chefe e apresentadora do telejornal que ia ao ar do meio-dia às 13h. Uma
hora de duração, ao vivo. Um jornal com reportagens grandes, várias entrevistas ao
vivo e incontáveis acontecimentos inesperados, como pane no TP (teleprompter).
Uma excelente oportunidade para aprender a improvisar, ter jogo de cintura ao
vivo”.
Durante o período escolhido para o documentário, 1969 e 2010, passaram pela televisão
blumenauense mulheres importantes, algumas permaneceram por muitos anos, outras, apenas
alguns meses, mas todas fazem parte da história da imprensa televisiva de nossa cidade.
Abaixo, saiba quem foram essas mulheres:
1960 – Valmira Siemann, Vanja Siemann, Lane Wirth, Dagmar Pohlman;
1970 – Maria Odete Olsen, Eunice Rebelo;
1980 - Andrea Scussel, Maria Helena Saris, Marili Martendal, Mirian Mesquista, Mirian
Roza, Andréia Scussel, Lenita Espíndola, Elizabeth Bieging, Eliane Beck, Irene Huscher,
27
1990 - Ana Paula Ruschel, Krisley Oeksler, Roberta Districh, Gisela Belz, Deise Somariva,
Magali Moser, Cristina Baumgarten, Ediani Outeiro, Viviane Andres, Tatiana Nascimento,
Shideh Granfar, Giovana Pavei, Nilma Raquel, Heloisa Vieira, Gisele Heingin;
2000 - Cinthia Canziani Medeiros, Angélica Satler, Cristiane Soethe, Adriana Krauss, Aline
Soares,Ana Círico, Bianca Ingletto, Francielle Cardoso, Mariana Paula, Roberta Kóki, Silvia
Novalsky, Viviane Wagenknecht, Luciana Leão, Sabine Weiler, Rúbia Guedes, Schayla Jurk,
Jamille Cardoso, Janaína Hoffmann, Emili Archer, Marta Gomes, Roberta Kauling, Francielle
Furtado;
2010 –Beatriz Alves, Denise Felix, Danúbia de Souza, Gisele Escopel, Liliane Machado,
Marina Petri, Tatiana dos Santos, Mari Junkes, Luciana Cunha, Tissiana Pereira, Sheila
Santos, Giovana Silva;
Entre elas, destacamos dez que, em conjunto com o orientador Rodrigo Rogério Ramos e
a professora responsável pela disciplina de Projeto Experimental de Comunicação, Rosemeri
Laurindo, consideramos mais relevantes em cada época analisada para este projeto.
Segundo depoimentos às pesquisadoras, as jornalistas citadas relataram suas trajetórias de
vida profissional, a seguir;
Valmira Siemann - Foi a primeira apresentadora da TV Coligadas e permanece no vídeo até
os dias de hoje. Vivenciou a evolução da televisão em Blumenau e atualmente apresenta o
Programa da Valmira na TV Galega (canal 7).
Maria Odete Olsen- Trabalho na TV Coligadas e durante 17 anos foi funcionária da RBS TV,
foi âncora do Jornal de Almoço, participou de diversas edições do JA na Praça e também
atuou como chefe de reportagem da emissora. Foi demitida após quase duas décadas, um
choque para uma mulher de 42 anos, como relatou durante entrevista no dia 21 de maio. Após
a demissão foi trabalhar na TV Manchete e atualmente apresenta o Programa “Educação e
Cidadania” na Record News.
Marili Martendal - Cobriu a enchente de 1983, vivenciou a dificuldade enfrentada pelos
blumenauenses e trabalhou durante 40 dias consecutivos para levar até o telespectador todas
as informações sobre a situação da cidade em uma época em que a única forma de
comunicação era o teléx e o telefone fixo. A atualmente é assessora de imprensa da Fundação
Cultural de Blumenau.
Mirian Roza - Começou na RBS TV em 1987 e permaneceu durante 17 anos. Durante este
período trabalhou como repórter e âncora, criou o quadro “Mamãe e Bebê” e mais tarde
28
passou a apresentador o quadro de variedades. Atualmente apresenta o quadro “Bem na
Moda” na RICTV Record.
Andrea Scussel - Foi repórter do Jornal de Santa Catarina e da TV Barriga Verde, sucursal de
Blumenau. Trabalhou como apresentadora de vídeos institucionais, fez reportagens e
locuções. Atuou como âncora em cinco campanhas para prefeito em Blumenau e Joinville e
em 2000 dirigiu e apresentou o seu próprio programa de TV, o Esporte Café. Atualmente
trabalha como assessora de imprensa e mestre de cerimônia em convenções nacionais e
internacionais.
Maria Helena Saris - Foi durante 10 anos repórter da RBS TV, cobriu a grave da indústria
têxtil de 1988 e a enchente de 2011. Fez diversas entradas nacionais ao vivo e atualmente
trabalha como coordenadora de jornalismo da TV AL em Florianópolis.
Mirian Mesquita- Iniciou no jornalismo na TV Rondônia em 1989. Em 1991 trabalhou na TV
Vale do Itajaí (emissora Band) onde atuou como repórter, apresentadora e chefe de
jornalismo. Em 1994 foi para a TV Barriga Verde e em seguida entrou para a equipe da TV
Coligadas de SC, atuando como repórter, apresentadora e editora de esportes do “Bom Dia
SC. Em 1999 ingressou na TV Galega e atualmente é sócia da Produtora Pacto Vídeo.
Roberta Dietrich - Tem 15 anos de experiência em televisão, a profissional já trabalhou nas
principais Emissoras do Estado de Santa Catarina, como repórter apresentadora e editora.
Enquanto esteve na RBS TV, viajou para a Alemanha pela emissora para participar de um
especial sobre a Oktoberfest de Munique. Também atuou como professora universitária e
assessora de comunicação. Em 2004 começou um trabalho de produção independente e criou
um programa sobre decoração e arquitetura para um canal a cabo.
Ana Paula Ruschel- É formada em Jornalismo pela Univali Itajaí, em 1997. Durante a vida
profissional, atuou no SBT, Record, RBS TV de Santa Catarina, além de ter produzido e
apresentado programa em países como Alemanha, Chile, Argentina e Uruguai. Atualmente
responde pela direção de atendimento da Oficina das palavras.
Viviane Wagenknecht- Iniciou no jornalismo aos 16 anos como repórter do Jornal de
Blumenau na TV Galega, após quatro anos ingressou como repórter da Rede SC, que após
dois anos passou a transmitir a programação da Rede Record, em Blumenau chamada Ric
Record. Passou pela RBS TV em 2010 e atualmente trabalha como apresentadora em TV‟s
Corporativas e repórter da Ric Record Blumenau.
Angélica Satler – Formada pela Universidade de Passo Fundo no Rio Grande do Sul, iniciou a
sua carreira trabalhando em um jornal impresso da região e em rádios AM e FM. No ano de
2007, a gaúcha decidiu mudar de estado e foi para a cidade de Brusque, Santa Catarina, onde
29
trabalhou em uma produtora por cerca de nove meses. Em outubro de 2007, Angélica veio
para Blumenau e trabalhou na TV Galega e logo depois surgiu o convite para integrar a
equipe de jornalistas da RICTV de Blumenau.
Francielle Sieves Cardoso- Tem 24 anos, é blumenauense e casada. No primeiro semestre da
faculdade, foi selecionada no Programa Rádio Talento da Rádio Atlântida FM. Atuou como
comunicadora por quatro meses. Depois adquiriu mais experiência como repórter na Rádio
CBN AM, Jornal Folha de Blumenau e assessoria de imprensa da FURB. Em março de 2008
entrou para a TV Galega onde iniciou na pauta como estagiária, em poucos meses passou a
fazer reportagens e pouco mais de um ano e meio depois assumiu a coordenação de
Jornalismo e a bancada do Jornal de Blumenau da emissora. Formada em 2008/1 no IBES-
Sociesc com a primeira turma de Jornalismo da cidade.
3 RELATO DA PRODUÇÃO
A integração das pessoas na sociedade com a história daquilo que a cidade passou no
decorrer dos anos é um tema importante de ser tratado. Oferecer a oportunidade de conhecer a
trajetória da comunicação local, focando na mulher, será a resposta de muitas dúvidas e
curiosidades daqueles que se interessam por Blumenau e pela imprensa. Em uma época que as
mulheres mostram cada vez mais a sua força, será um resgate a tudo aquilo que elas viveram
na televisão blumenauense.
3.1. PRÉ PRODUÇAO
O tema escolhido foi definido após diversas conversas com o orientador Rodrigo
Rogério Ramos. A ideia de fazer um documentário com mulheres era cultivada pela dupla
desde a sexta fase, mas o foco do que realmente seria apresentado amadureceu no processo
inicial de orientação. Conversamos muito sobre quem deveria estar no documentário, quais
eram os fatos marcantes que poderiam ser relatados e as principais referências para
fundamentar o tema.
30
Para o desenvolvimento deste produto foram necessários equipamentos de vídeo,
áudio, ilha de edição e finalização. Para isso, tivemos a parceria da produtora AW Vídeo 9,
que cedeu às acadêmicas as câmeras, microfones e ilha de edição.
O projeto demandou tempo, dedicação e pesquisa, além de gastos com transporte,
cópias de documentos, livros e materiais como DVDs, pilhas e uma câmera que nos auxiliou
na captação das imagens.
3.2 PRODUCAO E REALIZAÇÃO
O trabalho iniciou a partir de um Pré Roteiro, as entrevistadas foram definidas e as
perguntas que seriam feitas pelas pesquisadoras. Cada uma das mulheres escolhidas para o
documentário vivenciou um momento importante na televisão, por isso, além das perguntas
gerais que havíamos listado, temas individuais relevantes de cada entrevistada foram
abordados. As acadêmicas dividiram as referências e cada uma ficou responsável por
determinadas tarefas como o contato com as entrevistadas, a definição das locações, edição e
finalização.
A dedicação de cada uma das pesquisadoras exercendo suas funções pré determinadas,
foi essencial para o desenvolvimento do trabalho. A dupla esteve junta durante as entrevistas e
no processo de edição.
Todas as entrevistas assinaram o termo de autorização de uso de imagens, garantindo
que este trabalho possa ser veiculado em emissoras locais e outros meios em um futuro
próximo.
Atividades:
Entre os dias 17 e 31 de março as acadêmicas junto com o orientador Rodrigo Rogério Ramos
definiram o tema e as referências para iniciar o memorial. Também foram definidos os nomes
das entrevistas que fazem parte do documentário;
De 12 de abril até o dia 04 de maio as pesquisadoras fizeram contato com as entrevistadas,
verificaram a locação, dias, horários e agenda da produtora AW Vídeo para a realização das
gravações;
9 Produtora de vídeo localizada em Blumenau, Santa Catarina. Site da empresa: www.awvideo.com.br
31
No dia 5 de maio tiveram início as gravações. A última entrevista foi gravada no dia 25 de
maio. Nesse período o memorial sofreu alterações, correções e novas referências foram
adicionadas;
3 de junho- Após várias leituras do produto e Memorial, o trabalho foi revidado e concluído
no dia 6 de junho de 2011.
3.3 PÓS PRODUÇÃO E FINALIZAÇÃO
O processo de pós produção do referente trabalho iniciou no dia 21 de maio, quando o
processo de entrevistas foi concluído. Com todo o material em mãos, as pesquisadoras
começaram a decupagem e edição do material.
A edição do documentário foi feita no programa Final Cut Pro 7 pela pesquisadora
Bruna de Souza com o acompanhamento da acadêmica Monique Becker.
32
4 CONCLUSÃO
Após a coleta de entrevistas, foi possível perceber os medos, dificuldades, momentos
marcantes e evolução da televisão em Blumenau pela visão das mulheres.
As entrevistadas relataram sua trajetória e as pesquisadoras concluem que a mulher
jornalista foi valorizada e igualmente respeita nas redações. O peso da família, filhos e
responsabilidades que envolvem o universo feminino influenciam na decisão de continuar ou
não na televisão, por isso a maioria delas acredita que a mulher mais experiente opta por
afastar-se da mídia televisiva quando constitui uma família. Consequentemente os homens
mais maduros tornam-se maioria nas telas.
As profissionais ao contarem momentos inesquecíveis, lembraram de fatos marcantes
também para a Blumenau e Santa Catarina, como o acidente com dois ônibus argentinos
descrito pela jornalista Ana Paula Ruschel. Outro fato importante para a cidade relatado por
Marili Martendal foi a enchente de 1983 que deixou Blumenau coberta pela água durante
cerca de 30 dias. A evolução dos equipamentos e agilidade que as redações contam nos dias
de hoje foi comentada por Viviane Wagenknecht, que em dez anos de experiência vivenciou
essa evolução.
A demissão sofrida por Maria Odete Olsen, após 17 anos como funcionária da RBS
TV e sua força para reinventar-se no mercado, como ela mesma relatou, mostra a força da
mulher e a validade dela na televisão.
A emoção da jornalista Francielle Cardoso, formada pelo IBES-Sociesc, ao falar da
televisão como um grande sonho reforçou a sensibilidade e delicadeza da mulher.
A paixão pela mídia televisiva foi percebida por meio dos relatos e ao finalizar a
entrevista com uma palavra, todas definiram seu sentimento como mulher pelo jornalismo e
pela televisão.
Sendo assim, as pesquisadoras concluem que a pesquisa atinge os objetivos propostos
que foram: identificar quem eram as mulheres que fizeram parte da televisão blumenauense
entre as décadas de 1960 e 2010, revelando a sua importância, seus desafios, seus medos, sua
rotina e contar como a televisão foi implantada na cidade e qual era o papel dessas mulheres
na programação das TV‟s locais.
Espera-se que o presente trabalho contribua como forma de pesquisa para acadêmicos
e profissionais, além de ser um importante documento histórico da imprensa televisiva
blumenauense pela visão das mulheres que fizeram parte dela.
33
REFERÊNCIAS
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Campinas: Editora Alínea, 1999.
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1984.
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34
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2000.
RENAUX, Maria Luiza. O Papel da Mulher no Vale do Itajaí 1850-1950’. 2. ed.São Paulo
: Contexto, 1997. 8
REZENDE, Guilherme Jorge de. Telejornalismo no Brasil: Um perfil editorial. Blumenau:
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REZENDE, Guilherme Jorge de. Telejornalismo no Brasil: Um Perfil Editorial. São
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XAVIER, Ricardo. SACCHI, Rogério. Almanaque da TV. 50 anos de Memória e
Informação. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.
35
5 APENDICES
5.1 PRÉ ROTEIRO
Documentário:
“A mulher e o jornalismo televisivo”
A mulher na imprensa televisiva blumenauense
Formato
Depoimentos
Sem animação
Estilo Talking Head
Duração: 15 minutos
Imagens cedidas pela RBS TV e Arquivo Histórico
Entrevistadas
Valmira Siemann
Marili Martendal
Ana Paula Ruschel
Mirian Mesquita
Mirian Roza
Francielle Cardoso
Roberta Dietrich
Maria Odete Olsen
Maria Helena Saris
Viviane Wagenknecht
Possíveis perguntas
Trajetória no jornalismo televisivo;
Momentos marcantes da carreira;
Dificuldades encontradas na profissão;
Como foi o apoio da família na escolha pela profissão;
36
Principais mudanças que vê no jornalismo televisivo de quando trabalho para os dias
de hoje;
Acredita que a mulher tem algo que a torne diferente do mundo no jornalismo, o que?;
A mulher tem prazo de validade na televisão?;
Uma palavra que defina a sua história na televisão como mulher e jornalista;
Local das entrevistas
Estúdio AW Vídeo
TV Galega
Florianópolis
Pacto Vídeo
Fundação Cultural de Blumenau
Cinegrafistas
Alexandre Kumm
Celso Castellen Junior
Edição
Bruna Carolina de Souza
Leandro Beduschi
Produção
Monique Becker
Entrevistas
Bruna Carolina de Souza
Monique Becker
Agradecimentos
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AW Vídeo Digital
RBS TV
38
5.2 CRONOGRAMA
Contato com entrevistados
Entre os dias 20 de abril e 8 de maio
Entrevistas em estúdio
Ana Paula Ruschel
Contato: XXXXXX
Dia: 10 de maio (3ª)
Horário: 17h15
Francielle Cardoso
Contato: XXXXXX
Dia: 11 de maio (4ª)
Horário: 18h15
Mirian Roza
Contato: XXXXXX
Dia: 11 de maio (4ª)
Horário: 19h15
Viviane Wagenknecht
Contato: XXXXXX
Dia: 25 de maio
39
Horário: 17h
Entrevistas a campo
Valmira Siemann
Contato: XXXXXX
Dia: 5 de maio
Horário: 21h
Local: TV Galega
Marili Martendal
Contato: XXXXXX
Dia: 10 de maio (3ª)
Horário: 7h30
Local: Fundação Cultural de Blumenau
Mirian Mesquita
Contato: XXXXXX
Dia: 10 de maio (3ª)
Horário: 19h
Local: Pacto Vídeo
Rua das Missões –225( em frente Ric
Record)
Entrevistas em Florianópolis
Maria Helena Saris
40
Contato: XXXXXX Dia: 21 de maio
Horário: 10h
Local: Confirmar (centro da cidade)
Maria Odete Olsen
Contato: XXXXXX
Dia: 21 de maio (sábado)
Horário: 13h
Local: Confirmar
Entrevista enviada em DVD
Roberta Dietich
Envio DVD
Entrevista em texto
Angélica Satler - Enviada
Andrea Scussel - Enviada
Adriana Krauss - Enviada
Edição e Arte Final
Entre os dias 23 de maio e 10 de junho
Entrega do documentário para o
Orientador Rodrigo Ramos
Data: 11 de junho
41
Entrega PEC 14 de junho
42
5.3 ORÇAMENTO
Encontros com as entrevistadas e visitas às
emissoras de televisão.
Gasto com transporte coletivo e veículo
próprio - R$ 100,00;
Produção e finalização do documentário Pilhas, DVDs, Xerox, Telefone- R$ 150,00
Alimentação R$ 50,00
43
5.4 AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM
TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGENS
........................................ autorizo o(a) acadêmico(a) ........................... a utilizar minhas imagens e voz
para uma reportagem produzida dentro da disciplina Projetos Experimentais em Comunicação,
habilitação Jornalismo (PEC-JORN), ministrada pela Profa. Rosemeri Laurindo, do sétimo semestre
do Curso de Jornalismo do Instituto Blumenauense de Ensino Superior – IBES/SOCIESC., e orientado
pelo prof. Rodrigo Rogério Ramos.
A reportagem pretende revelar identidades regionais. A referida reportagem objetiva destacar
personagens, histórias e temáticas regionais sendo sua divulgação principalmente no meio acadêmico,
assim como festivais e mostras universitárias, atendendo fins didáticos e sem fins lucrativos.
Estou ciente de que o referido trabalho tem acompanhamento de jornalistas profissionais, docentes do
curso acima citado e, portanto, as cenas e depoimentos ora autorizados não implicarão em
constrangimento de qualquer espécie para as pessoas envolvidas, sendo trabalhadas conforme
preceitua o Código de Ética do Jornalismo.
Blumenau,...... de ..... de 2011.
................................................................
44
ANEXOS
Texto enviado via e-mail no dia 12 de maio;
Trajetória profissional- Andrea Scussel
Iniciei na comunicação em 1983 como repórter do JSC – Blumenau. Três meses depois fui
convidada pela RBS TV para ser repórter e comecei minha trajetória na televisão.
Fui batizada com duas grandes enchentes, lembro que trabalhei por dias a fio usando umas
botas de borracha tamanho 40, e eu calço 34. Sem banho, sem maquiagem, comida escassa.
Na época o prefeito era o Dalto dos Reis e eu o entrevistei durante toda a catástrofe. Tinha
acesso à prefeitura, tinha credibilidade e estabeleci laços profissionais significativos, de
confiança. Emplaquei o Jornal Nacional, da Globo. Presenciei cenas e vivi momentos que me
fizeram crescer como pessoa e como profissional. Foram fatos marcantes que me ensinaram
sobre solidariedade. Perdi medos, dispensei padrões e acabei criando um estilo de escrever e
apresentar um pouco diferente do que se via no jornalismo local.
Acompanhei o nascimento da Oktoberfest. Os bastidores, as dificuldades e a ousadia de uma
grande festa após uma grande tragédia. Cobri a sangria do primeiro barril de chope, no
pavilhão A da antiga Proeb. Emocionei-me, chorei. Nesta primeira edição trabalhei todas as
noites, com o entusiasmo de quem ajudava a reconstruir a cidade. A minha função era mostrar
uma Blumenau refeita.
A época do movimento Diretas já foi outro marco. Num Brasil ainda sob o regime militar, nós
repórteres, recebíamos uma lista de palavras proibidas de serem usadas nos textos off ou nas
aberturas e passagens. Graças a Deus esqueci quais eram.
Arrojada e bastante segura do que fazia, comecei a “vivenciar” minhas matérias. Lembro que
o centro da cidade parou quando desci a torre da igreja Matriz num rapel de 50 metros junto
com um soldado para cobrir um treinamento do corpo de bombeiros. O fio do meu microfone
tinha 10 metros, e foi desta altura que fiz a passagem e a entrevista. Isso não era comum na
TV local.
Ainda na RBS TV fiz plantão policial, economia, variedades. Fazíamos tudo. Eu cobria todo o
Vale, Médio e Alto Vale, e o litoral. Nesta fase assinava meu nome de casada Andrea
Degásperi.
45
Da RBS fui para TV Barriga Verde, sucursal de Blumenau, na época retransmitia a Rede
Manchete. Algumas matérias minhas foram para o nacional. Uma delas foi sobre a indústria
têxtil. Passei 12 horas dentro do parque fabril da Hering para mostrar todo o processo de
fabricação de uma camiseta. Do algodão bruto ao produto final na prateleira. Neste dia me
apaixonei por fábricas e pelo “como se faz”. Aqui voltei a assinar Andrea Scussel.
Criei meus filhos, Israel hoje com 30 anos, publicitário, e Lucas com 26, turismólogo,
trabalhando como repórter. Fazia plantão, trabalhava a noite e passei algumas datas
importantes dentro do carro da TV.
Sempre amei e amo meu trabalho. As conquistas? Pra mim a maior delas foi construir e
manter um nome que é sinônimo de credibilidade. Quanto às dificuldades, acredito que
tenham sido desafios somente.
Desliguei-me da Barriga Verde e optei por ser autônoma. Fiz trabalhos para várias empresas,
vídeos institucionais, reportagens, locuções, mestre de cerimônia o que ainda faço. Atuei
como âncora em cinco campanhas para prefeito em Blumenau e Joinville. Nunca me filiei a
partidos, nunca subi em palanques e nem adesivei o carro. Por conseqüência, nunca recebi
uma proposta indecorosa de trabalho, promessas de cargos ou de ganhos por fora. Atuei na
política como profissional de comunicação e isso sempre foi respeitado pelos candidatos que
me contratavam. Apresentei também um programa do governo do Estado, o Santa Catarina
em Ação.
Trabalhei para a Renault do Brasil como apresentadora das assembléias do consórcio que
eram transmitidas para todo o país. Foi com esta apresentação que a FURB TV fez sua
primeira transmissão ao vivo.
Para a Volvo e Nissan prestei serviço como mestre de cerimônia em convenções nacionais e
internacionais. Um trabalho mais técnico que me proporcionou estar entre nomes respeitáveis
do mundo empresarial. Considero um privilégio. Minha visão, de modo geral, foi ampliada e
meus pensamentos se expandiram em um nível global.
Em 2000 criei, dirigi e apresentei meu próprio programa de TV, o Esporte Café. Esta foi uma
grande realização profissional. Conheci pessoas, vivenciei um universo muito rico. O esporte
me abriu os olhos, a mente e muitas portas.
Em vídeo, vários trabalhos institucionais. Entre eles o Porto de Itajaí.
46
Trago na bagagem trabalhos de assessoria de imprensa para o navegador Vilfredo Schürman e
para o Índia Mangalan.
Hoje, sou assessora de comunicação da Procave (construtora) em Balneário Camboriú. Faço a
assessoria de imprensa, administro e gero conteúdo para as mídias sociais da empresa (
www.procaveblog.com.br), redijo o informativo interno entre outras atividades. Meu trabalho
mais recente em vídeo foi a apresentação dos apartamentos Showroom decorados que está
disponível no meu Blog http://ascussel.wordpress.com
Andrea Scussel
Maio 2011
47
Texto enviado via e-mail no dia 22 de maio;
Trajetória profissional- Angélica Satler
Minha “relação” com a TV ainda é jovem! Quando entrei na faculdade de Jornalismo, eu
queria desenvolver as técnicas da televisão porque via aquelas repórteres maravilhosas e
queria estar naqueles lugares também, fazer o que elas estavam fazendo. Mas no percurso
profissional, minhas paixões mudaram diversas vezes. Passei pelo jornal impresso, pelo
jornalismo de rádio AM, pela locução de rádio FM e até me arrisquei em assessoria de
imprensa. Em junho de 2006, meio ano depois de eu ter me formado, decidi largar tudo e
seguir em busca do meu sonho: fazer TV. Deixei apartamento e emprego em Passo Fundo (na
época, eu trabalhava na Atlântida) e voltei para a casa dos meus pais, em Tapera, no Rio
Grande do Sul. Saber que era TV o que eu queria me dava o alívio de estar com 50% do
caminho andado. O resto seria suor. E eu sabia disso. Durante seis meses pesquisei vagas de
emprego em todos os cantos que eu poderia imaginar. Foi quando surgiu a oportunidade de
trabalhar em uma produtora de vídeo em Brusque. Eu aceitei, mesmo sem ter certeza que
aquele seria o caminho certo a seguir. Mas era o que eu tinha em mãos. Topei o desafio. Eu
fazia produção, reportagem e apresentação do programa que se chamava “Empresas e
Mercados”. Mostrávamos as potencialidades e o diferencial de empresas locais. Por mais que
aquilo fosse uma loucura, cada dia que passava eu me apaixonava mais pelo jornalismo de
TV. O programa não vingou. Faltaram patrocinadores. E foi necessário tirá-lo do ar. Precisei
dar jeito na minha vida profissional e, com o currículo embaixo do braço, fui bater de porta
em porta em emissoras de Itajaí, Balneário Camboriu e Blumenau. Em outubro de 2007, a TV
Galega me chamou para trabalhar. Foi ali que eu começava a dar meus primeiros passos no
jornalismo diário de TV. Além de repórter, eu editava minhas matérias, montava o jornal e
apresentava. Lembro que era uma correria danada! Apesar das dificuldades, eu amava aquela
adrenalina toda. Sabia que às 19h15 eu tinha que estar com o jornal no ar. Hoje eu vejo o
quanto as pessoas que trabalham na TV Galega são guerreiras por conseguirem colocar no ar
um telejornal de 45 minutos com assuntos só de Blumenau.
Oito meses depois, fui convidada pelo então repórter da Ric Blumenau, Henrique Zanotto, a
fazer uma entrevista na emissora. Eu fui e o Alexandre Gonçalves (Gerente de Jornalismo da
Ric) me contratou. O desafio era grande e eu descobri que o jornalismo da TV Galega não
tinha me preparado o suficiente para o jornalismo diário de um canal aberto. Não pela
experiência, e sim pelo padrão. Ao invés de matérias de quatro minutos, eu precisava fechar
48
VTs de um minuto e meio. Aquilo era demais para a minha cabeça! Eu sofri no início. Achava
que nunca passaria pelos três meses de experiência. Mas, depois de 90 dias o Gonça (como
chamamos carinhosamente o nosso “chefe”) me chamou na sala dele e disse “você está
contratada”. Foi como se, naquele momento, eu tirasse uma tonelada das minhas costas!
E na Ric Record eu fui ficando! E foi ali que tive os momentos mais marcantes da minha
pequena carreira...
A começar pela tragédia de 2008 que arrasou o Vale do Itajaí. Ver pela televisão, sentada no
sofá de casa histórias impressionantes, isso eu já tinha feito. Mas nunca imaginei que um dia
seria eu quem estaria do outro lado da tela reportando para centenas ou milhares de pessoas,
momentos tão tristes como aqueles. Lembro de ter trabalhado 17 horas a fio por dia e nem
reclamava do cansaço. E lembro também dos colegas, como o Henrique Zanotto, em situações
perigosas, tristes e chocantes sem se importar com sujeira, lama, chuva, falta de conforto.
Naqueles dias, o que menos importava era o cansaço, a fome, o frio, o calor ou estas situações
que costumamos reclamar. Naqueles dias, o que realmente me interessava era ter as
informações atualizadas a cada minuto, conseguir informar de maneira clara e objetiva o que
se passava na cidade e ser o mais realista possível, sem fazer daquilo um jornalismo
sensacionalista. Era triste, e ao mesmo tempo interessante, ficar na sacada da prefeitura
contabilizando os estragos junto a toda a equipe das secretarias municipais, do Exército, da
Defesa Civil. Eu gostava de chamar aquilo de QG. Porque era mesmo o que parecia ser! Sem
sombra de dúvida foi uma das experiências mais marcantes e importantes para a minha
carreira como jornalista. E tão importante quanto, foi ver pessoas deixando seus familiares em
casa para dar o “sangue” pelo jornalismo. Colegas de trabalho que também tiveram suas casas
destruídas, que a família também ficou isolada, que precisaram caminhar quilômetros sobre a
lama (porque carro nenhum passava) para conseguir ver os filhos e a mulher dois ou três dias
depois do acontecido. Isso tudo me faz refletir até onde vamos pelo jornalismo. Que paixão é
esta que nos move pela notícia.
Depois de 2008, eu tive mais um momento marcante: a viagem para o Haiti. Foi um convite
feito pelo Comandante do 23º Batalhão de Infantaria, o coronel Ruffo, que me levou até lá.
Entre o aviso da vaga e a minha ida, foram três dias. Eu tentei me preparar psicologicamente
pra o que veria lá sabendo que o terremoto ocorrido um ano antes tinha destruído o país. Mas
se preparar para um situação dessa é inútil. Primeiro porque o que você enxerga ao colocar os
pés lá é muito pior do que você imaginou que seria. Segundo, porque é um povo sofrido, com
49
muita gente sem ter roupa pra vestir, casa pra morar, comida pra comer. Água potável é
raríssimo. E ver aquelas crianças pedindo algo para comer, sem poder dar, é algo que até hoje
não sai da minha cabeça. A viagem para mim foi tão chocante que nem meu trabalho rendeu
como deveria ter rendido. Mas valeu a pena. Eu trabalhava de olhos fechados. Fazia de conta
(para mim mesma) que aquilo tudo era normal. Que o mundo inteiro vivia daquele jeito.
Porque se eu não fizesse isso, acho que eu cairia no choro no meio das gravações. Lá, tudo me
admirava: as dificuldades que eles passam e ao mesmo tempo a vontade de viver, ou
sobreviver, se assim soar melhor. Bom, pior que tudo isso foi sair de lá. Coração apertado e a
sensação de não ter feito nada, absolutamente nada por eles. E o que faria? Eu não sei. Mas
cheguei a pensar, naquela hora, que estávamos “usando” aquele povo para vender notícia. E
depois me acalmei e entendi o verdadeiro sentido do jornalismo: poder estar em lugares como
esse e mostrar para o mundo inteiro o que muita gente não pode ou não quer ver.
Sobre as maiores dificuldades do jornalismo de TV? O famoso “dead-line”. Eita dificuldade
conseguir fechar as matérias a tempo de colocá-las no ar quando a correria é demais. De vez
em quando, a gente acha que o tempo é suficiente, mas aí cai na real: “precisamos entrevistar
duas, três pessoas (uma delas mora no Garcia. A outra, na Vila Itoupava!). E onde vamos
gravar a passagem e o teaser?! E imagens? Temos o suficiente? Vamos fazer uma
enquete?!”... E por aí vai! E tem ainda as surpresas do dia-a-dia: quando você chega no lugar
marcado e a história relatada em pauta não é bem aquilo que pensava que fosse. E aí é preciso
colocar o velho ditado em ação: “tirar leite de pedra”. O bom de tudo é que, geralmente, se
consegue!
Definir a carreira na televisão é a parte mais difícil Acho que tem mil palavras (assim como
mil imagens!) para descrevê-la. Mas eu diria que é um eterno “DESAFIO”!
Angélica Satler
Maio 2011
50
Texto enviado via e-mail no dia 23 de maio;
Trajetória profissional- Adriana Krauss
Comecei a trabalhar em televisão em 1997, quando tinha 19 anos. Meu primeiro emprego
nessa área foi na TVBV, a emissora da rede Bandeirantes em Santa Catarina. Eu era repórter
da sucursal de Blumenau, que cobria notícias de todo o Vale e Alto Vale do Itajaí, Litoral e
cidades do Norte do estado, como Joinville e Jaraguá do Sul. Fazia reportagens dos mais
variados assuntos, de política a esporte, passando por saúde, economia, polícia, tragédias,
enfim, tudo. Fiquei cerca de 1 ano e 10 meses na empresa e saí para trabalhar como freelancer
da RBS TV.
Havia uma previsão de que seria um período longo, por conta da licença maternidade de uma
das jornalistas. E foi. Trabalhei 10 meses como repórter da geral na RBS TV Blumenau, que
cobre quase a mesma região da TVBV, a exceção é a região norte. Imaginei que uma vaga
fixa fosse abrir nesse prazo, mas não aconteceu. Preocupada em não ficar parada e assinar a
Carteira de Trabalho passei a prestar mais atenção ao mercado. Quando faltava um mês para
acabar o contrato passei a conversar com os colegas da imprensa e cada vez que os
encontrava em uma pauta tentava tocar no assunto, de forma sútil, informando que em breve
eu estaria livre.
Foi quando recebi o convite para trabalhar na TV Galega, uma emissora de TV por assinatura
cujo sinal só é transmitido para Blumenau. Comecei como repórter e em dez meses já
acumulava as funções de pauteira, editora, produtora. Pouco mais de um ano depois, ganhei a
oportunidade de ser editora-chefe e apresentadora do telejornal que ia ao ar do meio-dia às
13h. Uma hora de duração, ao vivo. Um jornal com reportagens grandes, várias entrevistas ao
vivo e incontáveis acontecimentos inesperados, como pane no TP (teleprompter). Uma
excelente oportunidade para aprender a improvisar, ter jogo de cintura ao vivo.
Trabalhava na emissora um ano e quatro meses. Estava de férias em São Paulo fazendo um
curso de aperfeiçoamento em telejornalismo, quando recebi uma ligação do coordenador da
RBS TV de Blumenau, Eurico Meira. Ele me convidou para voltar e assumir a apresentação
do Bom Dia Santa Catarina (BDSC) regional, que na época ainda estava no ar, e para ser
repórter do Jornal do Almoço (JA). Discutimos a proposta, pedi um tempo para pensar e
aceitei o convite. Apresentei o BDSC local durante seis meses quando recebi a notícia de que
o telejornal passaria a ser ancorado somente pela cabeça de rede, Florianópolis. Assumi,
51
então, a apresentação do JA ao lado da jornalista Ana Paula Ruschel. Éramos repórteres e
apresentadoras. Fazíamos de tudo. Eu pautava minhas próprias matérias e a de meus colegas,
chegava cedo à redação, fazia a ronda ligando para as principais fontes, saía para fazer as
reportagens, geralmente duas por manhã, e voltava para editar. Cumprir o deadline era um
baita desafio. Quando você está na rua, no meio do trânsito, naquela correria, o tempo voa.
Olhar para o relógio de vez em quando é uma obrigação para organizar o andamento da
gravação e chegar a tempo, naquele caso, 11h. Na maioria das vezes eu mesma editava o
material. Da edição para o camarim era outra correria.
No segundo semestre de 2004, recebi o convite do diretor da emissora, Claiton Selistre, para
trabalhar em Florianópolis. Disse sim e comecei a me organizar. Em setembro do mesmo ano
vim pra capital. Estou aqui até hoje. Além de repórter do Jornal do Almoço, sou
apresentadora substituta do Bom Dia, repórter de apoio do núcleo da Rede Globo e integrante
de projetos especiais da emissora. Ao todo são quase nove anos de RBS TV.
Sou uma pessoa muito bem resolvida com relação a status. Sei da relevância dele, mas não
trato minha profissão com glamour. Trabalho muito, acordo cedo, cumpro horário, tenho
conquistas e frustrações, tudo muito corriqueiro. Tenho completa convicção de que a tevê
ainda deixa muitas pessoas encantadas, mas sempre tive os pés no chão, pois a humildade é
fundamental para você se colocar no lugar do outro, seja um colega de trabalho ou um
entrevistado. Mas claro que tenho muito orgulho do que faço e de tudo que conquistei e
aprendi até aqui, nesses 14 anos de carreira. A cobertura da tragédia de 2008 marcou minha
vida e minha trajetória profissional. Por isso, ter visto minha foto no livro do Jornal Nacional
foi motivo de muita alegria. Senti que todo meu esforço e envolvimento foram reconhecidos.
Logo no início da carreira, sentia que os colegas de profissão (principalmente os
"dinossauros" do jornalismo) me olhavam meio desconfiados, como se estivessem pensando:
será que essa menina tem capacidade? Eu tinha somente 19 anos quando comecei, era
inexperiente, ficava mais calada, com medo de cometer alguma gafe, observava tudo.
Imagine só, conviver com profissionais super experientes, ter que fazer reportagens dos mais
variados assuntos. Tudo isso me assustava, eu ficava insegura. Em vez de me derrubarem,
esses sentimentos serviram de estímulo para eu melhorar. Passei a ler muito mais do que eu
lia. Diferentes jornais de SC e de circulação nacional, revistas como Veja, Época, Isto É,
livros, muito livros. Romances, contos, livros de poesia, biografias, obras históricas...
Também comprei várias obras que tratavam de telejornalismo, da entrevista para tevê, as
52
melhores formas de abordar um entrevistado, passei a fazer ainda mais cursos. Essa decisão
de mergulhar no conhecimento fez toda a diferença na minha evolução. Além disso, comecei
a assistir aos telejornais com muito mais atenção e de forma mais crítica. Chegava a gravar as
reportagens de grandes jornalistas, reescrever os textos e fazer a análise do material. Ficava de
olho no estilo do autor, na construção das frases, no tempo de cada off. Isso também me
ajudou muito.
Outra dificuldade é o dead line. Jornalistas de TV são os que mais sofrem com o horário de
fechamento dos telejornais. O Jornal do Almoço, por exemplo, começa a ser produzido às 8h
da manhã. O dead line é às 11h. São somente três horas para gravar reportagens na rua, ir a
todas as locações, encontrar os entrevistados necessários, enfim, apurar quais são os fatos do
dia e fazer matérias sobre eles. Tudo isso em meio ao trânsito caótico das nossas cidades,
muita chuva, sol, frio, as mais variadas condições. Para chegar à redação às 11h com o texto
pronto é preciso ter equilíbrio e estômago. Os offs são escritos no carro mesmo. Enquanto o
motorista segue para a emissora, lá está o repórter em seu momento de criação. Em coberturas
de tragédias, como a de novembro de 2008 em SC, quando a quantidade de fatos relevantes
aumentava a cada hora, a velocidade de trabalho do repórter tem que ser ainda maior. Editores
ligam a toda hora querendo saber onde você está, como você está construindo o material para
que o texto não repita informação de outra reportagem... É preciso muito jogo de cintura e
saber trabalhar sob pressão, muita pressão.
Tenho sorte de ter tido uma criação baseada na ética, na humildade, justiça, na meritocracia.
Meus pais sempre foram exemplares nas suas condutas e eu aprendi muito com isso. O
jornalista tem que ter opinião, claro, mas precisa ser ético e respeitar as pessoas envolvidas
em uma reportagem, até mesmo um político corrupto acusado de improbidade administrativa,
por exemplo.
No início também tive dificuldade por conta do meu visual. Meus cabelos eram tingidos de
loiro bem claro, era moda e eu havia aderido. Em poucos meses trabalhando em tevê fui
orientada a mudar, porque isso afetava minha imagem. Não tive dúvidas e mudei. Passei a
tomar como padrão os profissionais da Rede Globo. Raramente, raramente mesmo, você via
uma loira oxigenada no telejornalismo. Deixei de pintar os cabelos e desde então eles são
naturais. Não foi só o cabelo que mudei. Adotei uma postura ainda mais séria com relação ao
que eu vestia. Roupas discretas, alinhadas, sempre impecável.
Adriana Krauss
Maio 2011
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Slogan TV Coligadas
Folder de Lançamento da TV Coligadas - 1969
Programa “Mulheres em Vanguarda” 1969
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Unidade Móvel – TV Coligadas
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Francielle Cardoso durante a entrevista
As pesquisadoras com a entrevistada Francielle Cardoso
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Mirian Rosa antes da entrevista
As pesquisadoras com a entrevistada Mirian Roza
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Valmira Siemann em entrevista no estúdio do “Programa da Valmira” na TV Galega
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Mirian Mesquita em conversa antes da entrevista
As pesquisadoras com a entrevistada Miriam Mesquita
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Ana Paula Ruschel em conversa antes da entrevista
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Marili Martendal durante a sua entrevista no auditório Edith Gaertner
As pesquisadoras com a entrevistada Marili Martendal
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As pesquisadoras com a entrevistada Maria Helena Saris
Maria Helena Saris durante entrevista
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As pesquisadoras com a entrevistada Maria Odete Olsen
Maria Odete Olsen durante entrevista
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As pesquisadoras com a entrevistada Viviane Wagenknecht
Viviane Wagenknecht durante entrevista