Peak Oil (PO): O pico da produção mundial de petróleo

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Peak Oil (PO): O pico da produção mundial de petróleo Pedro de Almeida Departamento de Informática, Universidade da Beira Interior (UBI) 6200 Covilhã, Portugal [email protected]

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Peak Oil (PO): O pico da produção mundial de petróleo. Pedro de Almeida Departamento de Informática, Universidade da Beira Interior (UBI) 6200 Covilhã, Portugal [email protected]. Peak Oil. O Petróleo: O petróleo é um hidrocarboneto de origem orgânica. - PowerPoint PPT Presentation

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Peak Oil (PO):

O pico da produção mundial de petróleo

Pedro de Almeida

Departamento de Informática,

Universidade da Beira Interior (UBI)6200 Covilhã, Portugal

[email protected]

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Peak Oil

O Petróleo:

O petróleo é um hidrocarboneto de origem orgânica.(Aquilo a que se chama um fossil fuel…)

O período temporal necessário para a formação do petróleo queactualmente consumimos foi de centenas de milhões de anos.

Tudo indica que exista petróleo em formação actualmente, mas a sua formação é muito lenta pelos padrões humanos.

(E já estamos tambem a consumir os percursores do petróleo...)

Dessa forma, ao consumirmos petróleo, aproximamo-nos mais oumenos rapidamente do seu esgotamento…

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Peak Oil

O consumo de petróleo:

A extracção comercial de petróleo começou por volta de 1850

O consumo de petróleo tem crescido desde essa altura, com um “disparo”

especial a partir da WWII, até meados dos anos 70…

Gráfico (“Victor”, p.9)…

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Peak Oil

O consumo de petróleo: O consumo de petróleo tem crescido desde essa altura e situa-se

actualmente em cerca de 85 Mb/d. ( 1 barril = 159 litros )

Gráfico – Victor, p10 (consumos desde os anos 70)…

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Peak Oil

Importância energética do petróleo:(Segundo os dados mais recentes da IEA.)

Peso actual do petróleo em termos do total da energia comercial:

37%

Peso actual do petróleo em termos de transportes:

95%

(Em algumas classes de transportes, aproxima-se dos 100%...)

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Peak Oil

Usos do petróleo: Distribuição da utilização do petróleo por utilização final

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Peak OilEvolução histórica do preço do petróleo:

Gráfico (Victor, p.4)…

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Peak OilEvolução da busca e extracção de petróleo: As descobertas de petróleo tiveram um máximo na década de 1960 e estão

actualmente em severa diminuição…

Gráfico (da ASPO ou Mawdsley, p.14)…

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Peak OilEvolução da folga de produção de petróleo: A capacidade mundial de produção tem de ser excedentária em

relação à procura (para absorver eventuais problemas de produção e crescimentos de consumo).

Gráfico (Mawdsley, p.31)…

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Peak Oil

O crescente problema da “depletion” (1): A exploração dos campos de petróleo conduz à sua “depleção” ou seja, ao

seu progressivo esgotamento.

Isto resulta na progressiva redução da produção dos campos e, por fim, no

seu abandono…

Actualmente, este é um problema determinante, e crescente.

A principal razão para que este problema seja actualmente mais grave do que antes é a escala da produção mundial actual:

Substituir todos os anos 10% de 85 Mb/d é mais difícilque substituir 10% de 50 Mb/d…

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Peak Oil

O crescente problema da “depletion” (2):

Actualmente é mais difícil de “combater”, por já não se encontraremcampos “gigantes”, nem novos campos importantes de petróleo

“fácil” (crude convencional, em terra ou em “near offshore”).

É mais rápida devido à crescente proporção de offshore: - Explorações offshore tem picos de produção muito rápidos.

- Depois do pico decaem a ritmos de mais de 10% ao ano.

- Os poços ficam caros de manter, e tem de ser fechados cedo.

Devido a este problema é preciso estar permanentemente a abrir

novos campos e novos poços só para que a produção não caia…

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O crescente problema da “depletion” (3): Exemplo: Produção do Mar do Norte, zona do UK.

Gráfico… procurar no ThinkFN, por volta de 2006/12/15.

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O crescente problema da “depletion” (4): Exemplo: Produção do Mar do Norte, zona do UK.

Gráfico… procurar no ThinkFN, por volta de 2006/12/15.

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Peak Oil

As ultimas fronteiras:

Deep sea (Angola + West Africa, Brasil, GOM, etc.)

Ártico (Deep sea + gelo, tempestades)

Locais inóspitos e distantes do consumo (Kazakistão, Azerbaijão, …)

(Transporte por terra mais caro do que por mar…)

Algumas áreas por explorar tem estado “protegidas” politicamente.

Governos cada vez menos amigáveis (Venezuela, Russia, Bolivia, …)

As IOC (International Oil Companies) cada vez acedem a menos áreas potencialmente interessantes…

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Peak Oil

Coisas parecidas com petróleo:

Betume do Orinoco (Venezuela)É uma pasta por vezes chamada “extra heavy oil”, extraída por perfuração.As quantidades são grandes (até 240 Gb aproveitáveis).O seu aproveitamento é caro, e fica na Venezuela…

Tar sands / oil sands (Canadá)Areias asfálticas, extraídas em mineração a céu aberto.

As quantidades são grandes (estimam-se em 175 Gb aproveitáveis).

Exigem muita energia e muita água para extrair e processar.

Oil Shale (principalmente USA, mas não só)É uma rocha sedimentar embebida em matéria orgânica: Kerogen.

As quantidades são gigantescas (1200 Gb “aproveitáveis”, só nos USA).

Ainda não existem processos viáveis de extracção/transformação.

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Peak Oil

Processos de previsão do PO (1):

Processo tradicional, desenvolvido pelo percursor da previsão do PO:

Marion King Hubbert (1903-1989) (Geofísico, muito reconhecido…)

Parte de uma estimativa das URR (Ultimate Recoverable Reserves) e da

aplicação da “curva de Hubbert”:

Gráfico (artigo do Hubbert de 1971,

http://www.hubbertpeak.com/hubbert/ )

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Peak Oil

Processos de previsão do PO (1):

Este processo tem sido a base da maioria das previsões para uma data para o

PO. Exemplos de aplicação:

- Hubbert (1956): Previsão de pico de produção para os USA (na altura

o maior produtor mundial) em 1969/1970.

- Hubbert (1971): Previsão de PO mundial em 2000

- Campbell e Laherrere (1998): Previsão de PO mundial até 2010

- ASPO (Jan 2007): Previsão de PO mundial em 2010

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Peak Oil

Processos de previsão do PO (2):

O processo mais directo de previsão da data do PO (e do nível e da forma da curva produção nessa altura) consiste na análise directa

das novas explorações e subtracção das reduções de produção

das explorações em operação.

Implica desenvolver uma listagem exaustiva dos novos projectos.

Vários autores tem seguido esta abordagem:

- Chris Skrebowski – prevê o pico para depois de 2010

- Rembrandt Koppelaar – prevê o pico para entre 2012 e 2017

- CERA – prevê o pico para depois de 2035 (mas tem pouca credibilidade)

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Peak Oil

Processos de previsão do PO (3):

Um terceiro processo de previsão consiste na análise da evolução da produção país a país.

- Combina analisar o passado de cada pais, a depletion dos seus campos

principais, e as novas explorações previstas…

- Em grande medida este processo é semelhante ao anterior mas

permite mais detalhe na análise da depletion e do progresso das novas explorações.

Nós (Pedro de Almeida e Pedro Dinho) seguimos esta abordagem:

A nossa análise (para todos os líquidos fósseis) aponta para um “planalto”

de produção entre 2008 e 2012, situado pouco acima dos níveis actuais

(com pico possivelmente em 2010) e para uma diminuição lenta posterior.

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Peak OilDatas para o PO:

A previsão de datas especificas para o pico mundial de produção é difícil por

vários motivos:

1. Diferentes produtos: Quais é que se consideram (ou não)?

2. Falta de informação sobre as realidades de muitos produtores.

3. Incapacidade de prever a evolução da produção de alguns campos.

4. Incerteza sobre reservas ainda por descobrir ou por avaliar totalmente.

5. Modelos de previsão da produção ainda em discussão.

6a. Dependências entre a exploração e produção e o preço.

6b. Dependências entre a exploração e produção e o consumo.

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Peak OilDatas para o PO:

Algumas previsões (para todos os líquidos fosseis):

Bakhtiari……………………………… 2006-2007

Simmons…………………………….. 2007-2009

Deffeyes……………………………… < 2009

Campbell + ASPO……...…………… 2010

Koppelaar……………………………. > 2010

Skrebowski…………………………... > 2010

IEA……………………………………. > 2030

CERA………………………………… > 2035

Lynch………………………………… Ausência de pico previsivel

Nossa previsão (apresentada em Maio de 2005)…… 2008-2012

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Peak OilDatas para o PO: O problema não está na data exacta do pico: Já entramos no ”planalto” superior

da curva… E o problema é a relação procura/oferta…

Gráfico (undulating plateau)…

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Peak OilAjuste do consumo à produção: O consumo mundial está limitado pela capacidade de extrair, não pelo desejo de

consumir, como até aqui…

O ajuste faz-se através da subida dos preços, que “comprime” a procura…

Passou-se de um buyers market a um sellers market…

Gráfico…

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Peak Oil

Mitigação (1):

Combustíveis fósseis:

- Betumes, tar sands, oil shale.

- Gas + Gas to liquids – Problema do Peak Gas

- Carvão + Coal to liquids

História: Prova que é possível, prova que é pouco competitivo.

O problema do CO2 agrava-se consideravelmente…

Problemas graves de escala e de “ramp up” (relat. Hirsch)

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Peak OilMitigação (2):

Outras energias (não fósseis):

- Bio-combustíveis (promessa segura, mas tem limites importantes)

- Electricidade:

- Hídrica (é a forma ideal de a produzir: ciclo da água, sol)

- Eólica (é já uma realidade presente, tem problemas, mas…)

- Outras renováveis (a maioria exige progressos técnicos futuros)

- Nuclear (futura falta de urânio, exige progressos técnicos futuros)

- Fusão (mito tecnológico, e problema nos “combustíveis”…)

- Hidrogénio (outro mito, e não seria fonte, mas apenas veículo…)

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Mitigação (3):

Principais soluções

- Economia energética

- Alternativas fósseis (só transitórias)

- Bio-combustíveis

- Electricidade (veículos eléctricos)

- Redução populacional…

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Peak OilPreços - Previsão:

A previsão dos preços é muito difícil no curto e no médio prazo:

Depende de factores geo-estratégicos (decisões de governantes, guerras,

terrorismos) de como andam as economias (crescimento, recessões nacionais

ou mundiais) e até das oscilações normais dos mercados financeiros.

Entre outros factores, por vezes os mercados ligados às energias sofrem

manipulações deliberadas, totalmente imprevisíveis para quem está de fora,

mas que podem ter efeitos muito intensos.

Mas, a longo prazo, a subida dos preços é garantida.

Muitos tem previsto que esta subida de longo prazo seja feita com

grande volatilidade.

E pelo menos até ao momento, tem tido razão…

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Preços – Curva dos futuros (1):

Em Março de 2005 a curva dos preços dos futuros (CL) era esta:

Gráfico… (do meu artigo da ASPO).

Nessa altura eu e um colega apresentamos um artigo na conferência ASPO

2005, defendendo que os investidores e restantes participantes nos mercados

ainda não se tinham apercebido devidamente do PO, e que isso era uma

ineficiência dos mercados aproveitável…

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Peak OilPreços – Curva dos futuros (2):

Nos últimos meses a curva dos preços dos futuros já é diferente:

Gráfico… (com DUAS curvas, para comparação…).

Como se vê, já há um muito maior reconhecimento da realidade

de um PO a relativamente curto prazo, por parte do conjunto dos

participantes no mercado dos futuros de crude…

Mas esse reconhecimento ainda continua em evolução!

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Fev. 2007

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Investimento em petróleo: As principais bolsas que podem ser usadas no “ocidente” para negociar

produtos relacionados com petróleo são:

NYMEX e IPE.

Os principais mecanismos financeiros de investimento são:Futuros, Opções, ETFs.

(Para a NYMEX existem os CL, os QM e as opções sobre os CL.)

(Como ETF existe o USO.)

Os prazos disponíveis dependem do produto escolhido.

Há tambem os derivados: Gasolina, Heating Oil, etc.

E há a possibilidade de investir em acções de companhias ligadas

ao petróleo ou a energias alternativas…

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Peak Oil

Conclusões:

Subida de preços da energia (estamos agora no inicio…)

Modificações importantes das nossas sociedades:- Menos viagens aéreas, maior utilização de TGVs e de telecomunicações

- Mais mass transit, automóveis eléctricos e mais pequenos

- Maior eficiência energética, menos suburbia/commuting

- Etc..

Uma grande depressão económica mundial será quase inevitável…

Grandes dificuldades para aguentar a actual população mundial.

Mas o futuro ainda não está escrito, depende do que fizermos!