Parte III - Julgamentos de Moscou

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    Trotskismo x Leninismo - Lies Da histria Parte III

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    Trotskismo X Leninismo

    Lies da Histria

    Harpal BrarTraduo Pedro Castro

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    Parte III

    Os Julgamentos de Moscou

    Captulo 7Introduo.....................................................................................................................................................................3 Captulo 8

    Terrorismo..................................................................................................................................................................35 Captulo 9Destruio, Diversionismo e Sabotagem.............................................................................................................53Captulo 10Acordos Traioeiros com o Fascismo....................................................................................................................71Captulo 11O Aspecto Militar da Conspirao - Planos para um Golpe de Estado ....................................................... 83Captulo 12Crticas Burguesas dos Julgamentos de Moscou e Contestao dessas Crticas..........................................95

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    Parte III

    Os Julgamentos de Moscou

    "Nunca houve um s movimento profundo e poderoso na histria livre da

    escria imunda"

    Lnin

    "O trotskismo cessou de ser uma tendncia na classe operria ... mudou datendncia poltica que era h sete ou oito anos para uma quadrilha frentica

    e sem princpios de vndalos, diversionistas, espies e assassinos, agindo soba instruo da inteligncia de Estados estrangeiros"

    Stalin (1937)

    Captulo 7

    Introduo

    Pode-se perguntar por que desejamos conhecer algo sobre os julgamentosde Moscou. Eles no so histria passada? Por que perder tempo com eles? A

    resposta, camaradas, que, em sua luta pela derrubada revolucionria dadominao da burguesia reacionria e decadente, os revolucionrios e a classeoperria devem aprender com sua prpria histria, devem armar-se com oconhecimento da cincia da revoluo; devem aprender a combater a ideologiaburguesa e as campanhas burguesas de mentiras e calnias contra no apenas ateoria do socialismo cientfico, o marxismo-leninismo, mas tambm sua prtica. Averdade, em relao aos Julgamentos de Moscou, diria e deliberadamentedistorcida pela burguesia em toda parte e por seus agentes no movimento daclasse operria, os trotskistas, os revisionistas e os social-democratas. Numagrosseira violao da verdade histrica, falseando e distorcendo esta verdade,estas pessoas afirmam que os Julgamentos de Moscou foram um expurgoconduzido pela 'burocracia stalinista' contra os 'verdadeiros bolcheviques', osacusados nos Julgamentos. A burguesia e seus lacaios no movimento proletrio, aorepetirem incessantemente essas categricas mentiras, so assim capazes deinduzir ceticismo nas mentes dos operrios a respeito da prtica do socialismo.Seria de fato ftil lutar pela vitria do socialismo, se tal vitria significasse apenas aeliminao dos revolucionrios verdadeiros. A verdade, entretanto, justamente ooposto. Os Julgamentos de Moscou foram de fato um expurgo - um expurgorevolucionrio - pelo qual o movimento da classe operria revolucionria na UnioSovitica, sob a direo do PCUS(B), dirigido por Stalin, adotou ao contra osdesertores do campo do comunismo que, incapazes de enfrentar os problemas da

    construo do socialismo em um pas atrasado, adotaram a linha da rendio aocapitalismo internacional e nacional, fizeram alianas com os poderes imperialistas

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    fascistas para a derrubada da ditadura do proletariado e pela restaurao docapitalismo na URSS. Em resumo, este foi o expurgo dirigido pelos revolucionriosbolcheviques contra os pusilnimes e degenerados burocratas trotskistas quetinham cometido atos traioeiros contra a classe operria, o Partido doproletariado, o governo sovitico, o Estado sovitico, contra todo o povo sovitico.

    A evidncia a ser apresentada fundamentar amplamente esta afirmao. ,portanto, nosso dever, camaradas, reafirmar os fatos verdadeiros, levar estasverdades ao conhecimento da classe operria e, assim, resgat-la da influncia daburguesia e seus agentes, os trotskistas, os revisionistas e os social-democratas.Esta uma parte importante de nosso trabalho, em nosso esforo para construirum movimento verdadeiramente proletrio, que esmagar a ditadura da burguesiae estabelecer a ditadura do proletariado. parte integral do nosso trabalho paraatrair o proletariado e conquistar milhes para o lado do socialismo e docomunismo. por esta razo que necessrio tratar desses Julgamentos.

    Seria aconselhvel esboar brevemente a essncia do que tento estabelecer,para que essa essncia no se perca na grande massa de evidncia que terei,necessariamente, de apresentar. Nos Julgamentos de Moscou, foram julgados umasrie de trotskistas e direitistas. Eles admitiram ter praticado crimes de traiocontra o Estado sovitico, assim como ter cometido, tentado e planejado terrorindividual contra os principais dirigentes da Unio Sovitica. Eles se declararamculpados de organizar e promover sabotagem na indstria, de desenvolverematividades diversionistas e de vandalismo. Acima de tudo, eles declararam-seculpados de organizar, em colaborao com certas potncias imperialistas eelementos reacionrios na Rssia, a restaurao do capitalismo na URSS. Isto algo que no fcil entender pelas pessoas em geral e pela intelligentsia em

    particular. Como possvel, argumentam, pessoas que eram membrospreeminentes do PCUS(B) quererem, e adotarem passos para isso, a restauraodo capitalismo? No se sugere, camaradas, que uma tarde Trotsky, Zinoviev, Radek,Bukharin e outros acusados nesses julgamentos fossem para a cama comomarxistas-leninistas e na manh seguinte, ao acordarem, subitamente, viram-sepresos da urgncia irresistvel de restaurar o capitalismo na URSS. As coisas noacontecem desta forma. O que colocamos para vocs, camaradas, que era aprpria lgica da posio dos trotskistas e direitistas sobre a questo dapossibilidade de construo do socialismo em um s pas, e por sinal um pasatrasado, a prpria lgica do desenvolvimento da luta, que realmente levou osacusados naqueles julgamentos - os trotskistas e os direitistas - a uma posio emque se tomaram e no podiam seno tornar-se instrumentos e marionetes dofascismo.

    Qualquer que fosse a aparncia da oposio trotskista e direitista na UnioSovitica, quaisquer que fossem as matizes de opinio nela representadas, haviauma coisa que unia todos os seus membros, a saber, eles acreditavam que eraimpossvel construir o socialismo na URSS. Trotsky, muito antes de outrosmembros da oposio, levou adiante esta viso em sua notria teoria da 'revoluopermanente'. Esta teoria de Trotsky baseava-se num errneo entendimento dopapel do campesinato e do desenvolvimento desigual do capitalismo.

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    Da desesperana e do pessimismo, caractersticas chaves desta teoria, dasidias reacionrias contidas nesta teoria, Trotsky nunca se afastou. Ele repetiu estateoria 'absurdamente esquerdista', como j foi demonstrado. Depois que a14a Conferncia do Partido declarou-se enfaticamente a favor da construo dosocialismo na URSS, cticos como Kamenev e Zinoviev migraram para a posio de

    Trotsky. Mais tarde, incapazes de enfrentar os problemas da revoluo e marcadospela resistncia dos kulaks coletivizao, os bukharinistas tambm desertaramdo ponto de vista do Partido Bolchevique e adotaram a posio trotskista daimpossibilidade de construo do socialismo.1

    Para comear, a oposio no era mais do que uma oposio. Era umaoposio porque se encontrou em oposio poltica do Partido, porque noconcordava com a poltica do Partido, poltica que defendia a construo dosocialismo. A oposio, com sua poltica incorreta, era nesta poca apenas umatendncia dentro do movimento da classe operria - uma tendncia antileninista,

    porm uma tendncia todavia. Deixando de corrigir sua prpria poltica errnea, aoposio procurou mudar a poltica correta do Partido. Incapaz de ganhar o apoioda classe operria para sua poltica que, no obstante os desejos subjetivos e asvontades de seus aderentes, significava a restaurao do capitalismo, oposiorestaram apenas dois cursos de ao. Um, poderia descartar sua teoria errnea,admitir sua derrota e, sinceramente, como o resto dos membros do Partido,devotar-se construo do socialismo. Dois, poderia voltar a ajudar a todos quedesejavam a restaurao do capitalismo na Unio Sovitica, isto , osmencheviques, os revolucionrios socialistas, os kulaks, os nacionalistasucranianos e outros e, acima de tudo, burguesia dos diversos pases imperialistas.A oposio escolheu a ltima alternativa.

    Verificando que era impossvel assegurar o apoio do proletariado soviticopara sua prpria poltica, sem cujo apoio uma mudana na poltica e direo doPartido e do governo soviticos era impossvel, a oposio passou posio doterror individual contra os dirigentes do Partido e do governo, para vandalismo esabotagem, com o objetivo de derrubar o governo sovitico. Verificando que suasprprias foras eram insuficientes, os oposicionistas deram as mos aosreacionrios internos - os mencheviques, os kulaks, os nacionalistas eos experts burgueses. E, finalmente, quando as foras internas provaram-seinadequadas, a oposio ficou com apenas uma alternativa, a saber, concluir umaaliana com potncias imperialistas, que foi o que ela decidiu fazer. Entrou emaliana com os fascistas alemes e japoneses, com o propsito de derrubar ogoverno sovitico e restaurar o capitalismo na Unio Sovitica. E ao adotar osmtodos do terror individual, traio, sabotagem e alianas com o fascismo, otrotskismo deixou de ser apenas uma oposio; deixou de ser apenas umatendncia equivocada e antileninista dentro do movimento da classe operria.Tornou-se um bando de traidores e diversionistas. Tornou-se um destacamentoavanado da burguesia. A evidncia a ser apresentada agora estabelecer alm dequalquer dvida a correo destas afirmaes.

    Na srie atual tenho abordado extensamente a evoluo terica do

    trotskismo. Mostrei que esta evoluo comea com a oposio de Trotsky construo do Partido Bolchevique. Sua oposio a Lnin, na questo da

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    construo de um Partido proletrio, apenas um preldio da sua oposio a Lninna questo da teoria. Trotsky se ope anlise de Lnin da natureza da revoluorussa. Trotsky apresenta sua teoria da 'revoluo permanente', que uma negaoda teoria de Lnin da revoluo proletria e sua teoria da ditadura do proletariado.Nesta sua teoria, Trotsky atribui ao campesinato apenas um papel contra-

    revolucionrio. Certamente, dizia Trotsky, uma insurreio espontnea docampesinato poderia ajudar a ascenso ao poder de um governo dos operrios,mas o governo dos operrios no poderia manter-se no poder, tendo de sedefrontar com a oposio do campesinato, a menos que a revoluo russa fosseseguida por revoluo nos pases capitalistas avanados da Europa. Da, Trotskychegou concluso de que o socialismo no podia ser construdo na Rssia, amenos que a revoluo europia viesse em socorro revoluo russa. At aqui, istoj foi exposto. Hoje, minha tarefa tratar do trotskismo em ao (como reveladonos Julgamentos de Moscou) e provar a vocs que o terror individual, a sabotagem,as atividades de diversionismo e vandalismo e as alianas traioeiras com o

    fascismo no so de nenhum modo incompatveis com a posio do trotskismo. Aocontrrio, so uma culminao lgica do desenvolvimento do trotskismo -culminao lgica de sua luta contra-revolucionria contra o leninismorevolucionrio e contra a poltica leninista do Partido Bolchevique, que visava construo do socialismo na URSS. Com sua poltica de oposio construo dosocialismo, o trotskismo terminou, e no poderia seno terminar assim, no campodo fascismo. Esta, ento, a essncia do que se segue, camaradas, e peo que nopercam de vista esta essncia.

    Desenvolvimento subseqente do trotskismo, sua preparao terica paraatos de terror, assassinatos, vandalismo e alianas traioeiras com o

    fascismo

    O ponto de vista de Trotsky quanto impossibilidade de construir osocialismo na URSS foi decisivamente rejeitado pelo Partido Bolchevique. Mesmoento, Trotsky recusou-se a jogar no lixo, que era o lugar adequado, sua teoria da'revoluo permanente'. Em lugar disso, ele se tornou cada vez mais feroz contra oPartido. E quando derrotistas como Kamenev e Zinoviev, aps a 14a Conferncia doPartido, declararam-se contra a possibilidade de construir o socialismo, Trotsky,compartilhando de seus derrotismo e ceticismo, mobilizou-se para formar umaaliana oportunista com eles - os mesmos Zinoviev e Kamenev que Trotsky tinhadescrito em seu Lies de Outubro como da ala direita e cujo afastamento doPartido ele ainda recentemente tinha defendido; os mesmos Zinoviev e Kamenevque, por sua vez, tinham tentado ao extremo assegurar o afastamento de Trotskyda direo do Partido, se no do prprio Partido. De fato, no foi outro seno Stalin(o mesmo Stalin que, de acordo com a lenda trotskista, estava com medo do"brilhantismo" de Trotsky e era por isso implacavelmente hostil a ele, procurandoseu afastamento do Partido a qualquer custo) que se ops s tentativas de Zinovieve Kamenev de expulsar Trotsky da direo do Partido. Eis o que Stalin disse a esterespeito:

    "Sabemos que a poltica de expurgos, o mtodo da sangria (era sangria o que

    Kamenev e Zinoviev estavam exigindo) perigosa e infecciosa. Hoje voc corta fora

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    um membro, amanh outro, depois de amanh um terceiro - e o que restar doPartido?"

    Tudo isto, entretanto, no evitou que os trotskistas e outros elementosburgueses repetissem a lenda j mencionada, a respeito da suposta hostilidade

    implacvel de Stalin para com o "brilhante" Trotsky.

    Trotsky no desistiu do ponto de vista segundo o qual era impossvelconstruir o socialismo em um nico pas. Por isso, de 1924 em diante, na viso deTrotsky o Partido Bolchevique dirigido por Stalin estava se submetendo aoscapitalistas e camponeses ricos, no estava construindo o socialismo. Descrevemosem uma ocasio inicial a teoria de Trotsky da 'revoluo permanente' como umateoria idealista - uma teoria que deixava de levar em conta a realidade, uma teoriaque estava inapelavelmente em desacordo com a realidade. Ao no rejeitar estateoria, no sentido de atender aos requisitos da realidade, da vida real, e insistir em

    que a realidade tinha de mudar a fim de atender aos requisitos desta teoria,Trotsky foi levado a uma posio reacionria sem sada, da qual ele no podialivrar-se sem descartar a teoria reacionria que antes o tinha levado at a, e apartir de cuja posio Trotsky no podia seno descrever cada sucesso naconstruo do socialismo na URSS como uma rendio ao capitalismo e s forasobscuras da contra-revoluo. Quanto mais bem sucedida a construo dosocialismo na Unio Sovitica se tornava, mais enfticas e freqentes se tornavamas profecias de Trotsky de iminente runa, destruio, desemprego, caoseconmico, guerra civil e triunfo da contra-revoluo na URSS. O idealismo reacionrio. Uma teoria idealista uma teoria reacionria. O idealismo em matriade teoria conduz a uma prtica idealista e reacionria. A teoria idealista e

    reacionria de Trotsky da 'revoluo permanente' levou-o diretamente a umapratica reacionria, contra-revolucionria.

    Ao declarar a impossibilidade de construo do socialismo e descrevendo eminimizando os xitos da construo do socialismo na URSS, Trotsky tornou-se,querendo ou no, e compreendo-o ou no, um aliado e instrumento de todasaquelas foras reacionrias que se opunham construo do socialismo na URSS.Ele de fato tornou-se o principal porta-voz ideolgico das foras reacionrias edecadentes de todo o mundo, um porta-voz ideolgico da burguesia imperialista,dos kulaks, dos mencheviques e dos elementos burgueses de todos os tipos. Se sechega concluso a que Trotsky chegou, no se pode seno atacar, como Trotskyfez, os xitos da construo socialista.

    Aps Trotsky ter sido expulso do Partido, em conseqncia de seudivisionismo e atividades faccionistas e sua repetida desobedincia sdeclaraes2 que ele e outros dirigentes da chamada oposio de esquerda tinhamlevado ao Comit Central do Partido, nas quais eles tinham todos prometidocessarem suas atividades faccionistas, ele se tornou o crtico mais feroz da UnioSovitica e do Partido Bolchevique em geral e de Stalin em particular. Uniu-se burguesia imperialista, alis tornou-se seu principal porta-voz ideolgico, em suacampanha de vilipndio contra a Unio Sovitica. precisamente devido a este

    servio reacionrio prestado por Trotsky burguesia que esta e os radicaisburgueses, em alguns casos mesmo reacionrios3, tiveram uma queda por Trotsky

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    e defenderam seu "bolchevismo', contra a 'burocracia stalinista'. Seria til aquiinsistir um pouco mais neste servio ideolgico prestado por Trotsky aoimperialismo e reao. duplamente importante tratar disso, pois, alm deconstituir uma ameaa importante na armadura da propaganda imperialista e nacampanha de mentiras contra a URSS, constitui, ao mesmo tempo, uma preparao

    terica em escala global para o trotskismo em ao, conforme revelado nosjulgamentos de Moscou, isto , uma preparao terica para atos de terror eassassinatos, diversionismo e sabotagem e para alianas traioeiras com ofascismo, cujos atos Trotsky e seus parceiros em crime, dentro e fora da UnioSovitica, estiveram preparando e aprontando. A essncia de todas as diatribes'esquerdistas' de Trotsky em sua Revoluo Trada, e inmeros outros escritos, no seno um disfarce para cobrir sua longa atividade esquerdista voltada paraderrubar a ditadura do proletariado na Unio Sovitica e restaurar o capitalismo.

    Esta a essncia do que J. R. Campbel chamou de "verdadeiro fogo de

    artifcio de frases 'esquerdistas' pomposas" (Soviet Policy and its Critics).No Primeiro Plano Qinqenal, voltado para eliminar os elementos

    capitalistas remanescentes na URSS, Trotsky, como de hbito, no v seno morte,runa e desastre. Ele considerou o Plano Qinqenal uma grande 'aventura' eprofetizou sua 'runa':

    "As polticas aventureiristas de Stalin", disse ele, esto levando o pas suaruna."

    Esta runa, que Trotsky profetizou com tanto gosto, no se materializou. O

    povo sovitico, a despeito das imensas dificuldades, sob a bandeira gloriosa domarxismo-leninismo e direo do Partido Bolchevique, chefiado por Stalin,continua a grande marcha vitoriosa rumo construo do socialismo e aconquistar vitria aps vitria. As vitrias do povo sovitico levaram Trotsky alanar as mais severas denncias contra o Partido Bolchevique e a profetizar ocaos econmico. Ele culpava o Partido Bolchevique por perseguir uma poltica quedeveria levar inevitavelmente a Unio Sovitica ao caos econmico e queconduziria guerra civil. Ele acusava o governo Sovitico de sua prpria doena - obonapartismo - e propugnava por uma reverso da 'poltica perigosa' do governosovitico. Para efetivar a reverso desta 'poltica perigosa', Trotsky primeiropropugnava por uma reforma do governo sovitico e depois passou a advogar aderrubada armada deste governo. Isto pareceria, camaradas, resolver o mistrio depor que Trotsky acabou se juntando queles que queriam restaurar o capitalismona URSS. Toda a evoluo terica do trotskismo no constituiu mais que umaescola preparatria para sua degenerao posterior e transferncia para o campoda restaurao capitalista e aquele do fascismo.

    Guiado pela teoria da 'revoluo permanente', Trotsky nunca deixou passaruma nica oportunidade de descrever cada avano na construo do socialismocomo um passo para trs na direo do capitalismo, acompanhando a suasdescries com profecias de runa etc. Do seu exlio, em 1928, Trotsky escreveu

    para o 6o Congresso do Comintern:

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    "Em lugar de falar-lhes [aos trabalhadores russos] lorotas sobre terem sidorealizados 90% de socialismo, devemos dizer-lhes que nosso nvel econmico, nossascondies sociais e culturais se aproximam hoje muito mais do capitalismo, e alisum capitalismo atrasado e inculto, do que do socialismo. Devemos dizer-lhes queentraremos no caminho da real construo socialista somente quando o proletariado

    dos pases mais avanados tiverem capturado o poder..."(Trotsky, On the DraftProgramme of the Comintern).

    Aqui vocs tm, camaradas, em linguagem clara , a afirmao de Trotsky deque a Unio Sovitica 'no entraria' no caminho do socialismo seno aps a vitriado proletariado "dos pases mais avanados". E o ano em que esta afirmao foifeita foi 1928, no 1905; esta afirmao foi feita no prprio ano em que o povosovitico comemorava inimaginveis avanos na construo do socialismo.

    Em 1930 tinha ficado claro at para os reacionrios mais raivosos que suas

    esperanas de restaurao pacfica do capitalismo, que eles vinham esperando eacreditavam ser o resultado da Nova Poltica Econmica (NEP), murcharam. Aocontrrio, a NEP no apenas no estava conduzindo restaurao do capitalismocomo estava conduzindo ao xito na construo do socialismo. Frente a estarealidade, os reacionrios dentro e fora da Unio Sovitica lanaram uma grandecampanha contra a construo do socialismo na Unio Sovitica. A burguesiaimperialista lanou esta campanha de mentiras e calnias a fim de preparar aopinio pblica a favor de uma interveno armada contra a Unio Sovitica.Trotsky e seus seguidores uniram-se de bom grado burguesia imperialista, emsua campanha contra a construo do socialismo na Unio Sovitica. Que ostrotskistas gritassem mais alto do que nunca as suas frases 'esquerdistas', porm a

    verdade que eles estavam do lado das foras imperialistas, da contra-revoluo eda interveno contra a Unio Sovitica. Esta verdade nunca deve ser obscurecida.

    Na Inglaterra, a classe dirigente britnica e o "Comit Executivo paragerncia de seus negcios", isto , o governo britnico, lanou a campanha contra a

    Unio Sovitica sob os slogans de luta contra o 'trabalho forado' e a 'perseguioda religio' na URSS. Lembremos que esta era uma poca quando o capitalismomundial vivia um perodo de quebra; quando milhes e milhes de operrios empases capitalistas, tinham se tornado desnecessrios, estavam experimentandofome, pobreza, misria e degradao; e quando a Unio Sovitica, por causa de seusistema econmico superior - por causa do socialismo - era o nico pas no mundoonde o desemprego era quase inexistente e onde ocorriam milagres econmicos.Quanto 'perseguio religiosa', nunca houve qualquer perseguio das minoriasreligiosas, nem da religio como tal. O governo sovitico mantinha e garantia asigrejas abertas, pagava aos padres, e qualquer um que desejasse comparecer igreja estava livre para faz-lo. Certamente, a religio foi posta em seu lugarapropriado. O clero no podia exercer a influncia reacionria como estavaacostumado a fazer no perodo tzarista. Se isto era 'perseguio da religio', tantomelhor. Em todo caso, desde quando a burguesia se interessa na luta contra a'perseguio religiosa'? Apenas desde que o proletariado revolucionrio comeou a

    assombr-la. Durante sua prpria juventude revolucionria, a prpria burguesialutou contra a religio, contra a Igreja, porque esta era uma fora feudal

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    reacionria, que paralisava o caminho do avano social no sentido de ascenso aopoder da burguesia emergente. Porm, a burguesia no uma fora revolucionriapor muito tempo; como uma fora revolucionria, ela est no perodo de declnio e,agora, para usar uma frase de Plekhanov, para a burguesia, seguir adiante significacair. Assim, ela se agarra em todas as coisas reacionrias, assim como uma pessoa

    que est se afogando se agarra a uma tbua... por isso que a burguesia tentaincutir nas conscincias dos proletrios o respeito religio. E por isso que ela campe da defesa de Deus e da religio. Contudo, os proletrios com conscincia declasse sabem muito bem que, escondida atrs desta defesa de 'Deus' e da religiorepousa a defesa, pela burguesia, do capitalismo de monoplio - isto , a religio defazer dinheiro e explorar a classe operria e os milhes de trabalhadores.

    Enquanto a classe dirigente britnica estava assim ocupada em mobilizar aopinio pblica e fazer preparativos para uma interveno contra a UnioSovitica, os reacionrios internos no estavam exatamente paralisados. Os

    mencheviques fortaleceram sua organizao. O Escritrio de Todos os Sindicatosdos Mencheviques organizou atos de sabotagem e fez preparativos para umainterveno iminente.

    O Escritrio passou a estabelecer conexes com a organizaomenchevique ilegal no exterior. Tambm estabeleceu conexes com vriosgovernos estrangeiros, para capacitar-se a tirar proveito de qualquer interveno ecaptura do poder.

    Foi nessas circunstncias, ento, camaradas, que Trotsky uniu-se burguesia imperialista na campanha desta contra o sistema sovitico, contra o

    socialismo.

    Em maro de 1930, Trotsky escreveu uma carta aberta aos membros doPartido Comunista da Unio Sovitica, na qual encontramos as frases seguintes:

    "Estas linhas so ditadas por um sentimento da maior ansiedade pela UnioSovitica e o destino da ditadura do proletariado. A poltica da direo atual, o grupominsculo de Stalin, est levando o pas em plena velocidade a crises e colapsosperigosos"(Trotsky, Open Letter to the Members of the CPSU, March, 1930).

    Justamente quando o povo sovitico, sob a liderana da classe trabalhadorae sua vanguarda, o PCUS(B), esto ocupados na construo do socialismo a plenacarga, Trotsky, o pessimista, guiado por sua teoria absurdamente 'esquerdista' da'revoluo permanente', declara que o "minsculo grupo de Stalin"(a maneira deTrotsky de se referir ao Partido Bolchevique) "est levando o pas ... a crises ecolapsos."

    Quanto aos "sentimentos de maior ansiedade pela Unio Sovitica e peladitadura do proletariado"de Trotsky, um guia melhor para estes sentimentos podeser encontrado no nos escritos hipcritas e camuflados de Trotsky, porm nasaes de Trotsky e de seus colegas, conforme reveladas nos julgamentos de

    Moscou, aes que expem a real natureza dos "sentimentos de ansiedade ... pelodestino da ditadura do proletariado", que o revelam como algum portador de

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    sentimentos da maior hostilidade para com a Unio Sovitica e a ditadura doproletariado e como fazendo todo o possvel para causar a derrubada do governosovitico e da ditadura do proletariado, e aes que o revelam como aliado einstrumento do fascismo. De qualquer forma, em que consistem seus "sentimentosda maior ansiedade para com a Unio Sovitica e a ditadura do proletariado"se, ao

    mesmo tempo, Trotsky denunciava ferozmente a poltica de construo dosocialismo? Consistem em no mais que palavreado pomposo e vazio, elaboradopara esconder seus reais sentimentos e sua poltica de restaurao do capitalismona URSS. Este o significado real desses sentimentos de Trotsky, camaradas, poisse o socialismo no podia ser construdo, ento a nica alternativa era arestaurao do capitalismo. Esta era a quinta-essncia dos sentimentos de Trotsky,e explica muito bem o trotskismo em ao, a saber, o trotskismo como organizadorde assassinatos, sabotagem, diversionismo e destruio - o trotskismo como aliadoe marionete do fascismo.

    O 'valente' Trotsky, alarmado pelos problemas da construo socialista esentindo-se confortado na capitulao, declarava que o socialismo no podia serconstrudo, que qualquer tentativa de construir o socialismo deveria levar a 'crisese colapsos perigosos', que o 'grupo minsculo de Stalin'deveria ser impedido a todocusto de dirigir o pas ao longo desse rumo de 'crises e colapsos perigosos". Era estederrotismo da teoria da 'revoluo permanente' que levou Trotsky e outrosacusados nos julgamentos de Moscou sabotagem e a uma aliana com o fascismo.Isto se tomar amplamente claro com as declaraes de alguns dos acusadosnesses julgamentos, que sero apresentadas aqui resumidamente.

    Outra vez, no mesmo ano, em novembro de 1930, Trotsky escreveu:

    "Objetivar a construo de uma sociedade socialista nacionalmentelocalizada significa, a despeito de todos os sucessos temporrios, fazer regredir asforas produtivas, mesmo em comparao com o capitalismo..."

    Por mais fantstico e inacreditvel que possa parecer, camaradas, isto queTrotsky dizia: quanto mais avanada a construo do socialismo em um nico pas,mais primitivas se tornam as foras produtivas. Em outras palavras, em um nicopas socialista, qualquer avano na construo do socialismo sempre emproporo inversa das foras produtivas - quanto menos avanada a construosocialista, mais avanados os meios de produo e vice-versa. A concluso a sacardisto clara, ou seja, se a Unio Sovitica queria melhorar sua tcnica, suas forasprodutivas, ento, na viso de Trotsky, isto s poderia ser feito sobre a base docapitalismo, retardando e suspendendo o avano da construo socialista. Mesmoos economistas burgueses, no falemos dos socialistas, no aceitariam estaproposio absurda de Trotsky. Em qualquer caso, a prtica provou o absurdodesta proposio, mais do que centenas de livros poderiam ter feito. A prticamostrou que poderoso avano na tcnica e nas foras produtivas soviticastiveram lugar precisamente sobre a base da poltica de construo do socialismo.

    Tal, ento, era a essncia das diatribes de Trotsky contra o "grupo minsculo

    de Stalin"; Trotsky estava ressentido porque o "grupo minsculo de Stalin"se

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    recusava a dar ateno aos conselhos de Trotsky, se recusava a sustar o avano dosocialismo e se recusava a restaurar o capitalismo.

    Em 1931, Trotsky veio ainda com mais previses em seu Problems ofDevelopment in the USSR.

    Os anos 1931-1932 foram anos de dificuldade e luta complicada para aUnio Sovitica, do ponto de vista internacional e da luta interna. O fascismo naAlemanha estava no nascedouro. Os imperialistas estavam planejando toda sortede esquemas de interveno na Unio Sovitica. Internamente,os kulaks, percebendo que o socialismo estava sendo construdo, que as chances derestaurao do capitalismo estavam diminuindo, aumentaram sua resistncia coletivizao. Recorreram ao assassinato de funcionrios soviticos e sabotagem,a fim de minar e destruir as fazendas coletivas. Valeria a pena, camaradas, dar-lhesuma descrio do tipo de sabotagem a que recorreram os kulaks em sua resistncia

    coletivizao. A seguinte descrio vem da pena de um contra-revolucionrioucraniano, Isaac Mazeppa:

    "No princpio havia distrbios de massa nos kolkhoz (fazendas coletivas) ouento eram assassinados altos funcionrios comunistas ou seus agentes; porm maistarde adotou-se um sistema de resistncia pacfica que visava frustraosistemtica dos planos bolcheviques para a semeadura e colheita dasafra. Os camponeses e os operrios, vendo a exportao implacvel pelos seusdirigentes bolcheviques de toda a produo de alimentos, comearam a adotarmedidas para salvar-se da fome no inverno e buscar todos os meios possveis de lutacontra o odioso domnio do exterior. Esta foi a principal razo para a estocagem por

    atacado do cereal e para os roubos nos campos - ofensas que se detectadas erampunidas com a morte. Os camponeses so resistentes pacficos em geral; porm, naUcrnia, a resistncia assumiu a forma de uma luta nacional. A oposio dapopulao ucraniana provocou o fracasso dos planos de estocagem de gros de 1931e ainda mais dos de 1932. A catstrofe de 1931-32 foi o golpe mais duro que aUcrnia sovitica enfrentou, desde a fome4 de 1921-1922. As campanhas desemeadura do outono e da primavera ambas fracassaram. Grandes extensesficaram sem plantio. Alm disso, quando as safras estavam sendo colhidas, no anopassado, aconteceu que, em muitas reas, especialmente no Sul, 20, 40 ou mesmo 50por cento foram deixadas nos campos e no foram colhidas por completo ou entoforam arruinadas no debulhamento."(Isaac Mazeppa, em Slavonic Review, janeiro,1934).

    Primeiro, naturalmente, Mazeppa est mentindo quando diz que as massasde camponeses recorreram sabotagem. No foram as massas de camponeses,mas os kulaks e contra-revolucionrios como Mazeppa, que resolveram sabotar eassassinar "altos funcionrios comunistas ou seus agentes". Em segundo lugar,quanto a deixar at 50% da safra nos campos, s o contra-revolucionrio Mazeppasabia como isso se ajustava ao desejo de cada um de salvar-se da "fome noinverno". Ele no nos esclarece em nada neste ponto. Com estas duas reservas,entretanto, deve-se admitir que a citao anterior de Mazeppa fornece um quadro

    preciso da sabotagem e resistncia dos kulaks no pice da coletivizao.

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    A reao de Trotsky a todas estas dificuldades, internas e externas, foiprever, como usualmente, a impossibilidade de construo do socialismo na URSSe uma iminente guerra civil. A coletivizao, ele disse, levaria ao desemprego emlarga escala:

    "Se levarmos em conta, alm disso, que a coletivizao, junto com oselementos da nova tcnica [antes ele nos tinha dito que a construo da sociedadesocialista significa "fazer regredir as foras produtivas, mesmo em comparao como capitalismo"] aumentar consideravelmente a produtividade do trabalho naagricultura, sem o que a coletivizao no seria economicamente justificvel, econseqentemente no se manteria, isto criaria imediatamente na cidade, que estmesmo agora super povoada, dez, vinte ou mais milhes de operrios excedentes, quea indstria no ser capaz de absorver, mesmo com os planos maisotimistas"(Trotsky, Problems of Development of the USSR, 1931).

    Assim, a concluso de Trotsky, em 1931, era: a coletivizao deve serparalisada. Esta concluso era assumida, camaradas, pelo mesmo Trotsky que, em1924, quando a coletivizao de fato tinha posto em perigo a prpria existncia doregime sovitico5, propunha a imediata coletivizao em larga escala e acusavaStalin de estar em conluio com os kulaks por no concordar com isso. Tal ento eraa essncia da economia e poltica trotskista: coletivizao sem preparaoadequada em 1924, uma suspenso da coletivizao, em 1931. Trotsky deuconselho similar na frente industrial, como se pode ver resumidamente:

    O socialismo, repete Trotsky pela milsima vez, no pode ser construdo:

    "A impossibilidade de construir uma economia socialista auto-suficienterevive as contradies bsicas da construo socialista em cada novo estgio emescala cada vez maior e profundidade cada vez maior"(ibid.).

    Em outras palavras, quanto maior o avano na construo socialista, maiora impossibilidade de construo do socialismo. De fato, um absurdo profundo, quesomente Trotsky poderia querer difundir. Quanto maior a industrializao, maior acoletivizao, maior, dizia Trotsky, ser o desenvolvimento das contradies nasociedade sovitica - contradies que levariam guerra civil, "ao colapso doprincipio do planejamento"e inevitvel restaurao do capitalismo. Como provadesta afirmao, Trotsky citava os ento recentes julgamentos dos mencheviques,julgamentos que apenas uns poucos anos mais tarde Trotsky descreveriacomo "armao stalinista". Eis o que Trotsky diz sobre esses julgamentos em apoiode sua afirmao:

    "Dois julgamentos- contra os especialistas em destruio e contra osmencheviques- tm oferecido um quadro notvel da correlao de foras das classese dos partidos na URSS. Foi irrefutavelmente estabelecido pela corte[notem alinguagem, camaradas. Nenhuma aluso ainda de serem esses julgamentos uma'armao stalinista') que durante os anos 1923-28 os especialistas burgueses, emaliana estreita com os centros estrangeiros da burguesia, com sucesso conseguiu

    produzir um retardamento artificial da industrializao, contando com o

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    restabelecimento das relaes capitalistas"(Trotsky, Problems of Development of theUSSR, p. 26).

    Agora, ningum negaria que a construo do socialismo d ensejo intensificao da luta de classes. Como Stalin disse:

    "Devemos destruir e rejeitar a podre teoria de que, a cada avano, fazemos aluta de classes aqui arrefecer ou cair cada vez mais, e que, medida que obtivermossucesso, o inimigo se tornar cada vez mais tratvel.

    No apenas uma teoria podre porm perigosa, pois embala nosso povo, leva-o a uma armadilha e torna possvel classe inimiga recompor-se para a luta contra ogoverno sovitico.

    Ao contrrio, quanto mais ns avanarmos, quanto maior sucesso

    alcanarmos, maior ser a fria dos remanescentes das classes exploradorasenfraquecidas, mais rapidamente elas recorrero a formas mais astuciosas de luta,mais elas buscaro injuriar o Estado sovitico e mais se apegaro aos meios maisdesesperados de luta, como ltimo recurso de gente condenada"(Stalin, Defects inParty Work and Measures for Liquidating Trotskyites and Other DoubleDealers, relatrio ao Comit Central do PCUS, 3/5 de maro de 1937).

    A resistncia e a sabotagem praticadas pelos kulaks etc. j foramassinaladas. Isto tinha de acontecer. medida que os exploradores cada vez maisse davam conta de que suas chances de reconquistar seu 'paraso perdido' estavamse distanciando, eles se limitaram a engajar-se em tentativas visando restaurao

    do capitalismo. Porm, tentar era possvel mas obter xito nessas tentativas eradiferente. O poderoso povo sovitico, sob a direo da classe operria sovitica eseu partido de vanguarda, o PCUS(B), eram perfeitamente capazes de esmagaraquelas tentativas de restaurao do capitalismo em pedacinhos. A histria atestao fato6 de que foi exatamente o que o povo sovitico fez. Os julgamentos dosmencheviques foram, portanto, um exemplo no apenas da tentativa da burguesiade restaurar o capitalismo, como tambm do pulso firme do povo sovitico, queaniquilou tais tentativas.

    Porm, o derrotista Trotsky pensava de outro modo. Ele estava convencidode que o povo sovitico no teria sucesso em esmagar as tentativas de restaurar ocapitalismo, que a guerra civil e a restaurao do capitalismo estavam destinados aseguirem o desenvolvimento das contradies na URSS como a noite segue o dia.Ele previu que "foras hostis" "irromperiam na superfcie", que os"dirigentes dostrustes rapidamente se aproximariam da posio de proprietrios privados ouagentes do capital estrangeiro, ao qual muitos deles seriam compelidos a se voltarempara a sua luta pela existncia. Nas aldeias, onde as formas de fazendas coletivas nomuito capazes de oferecer resistncia mal teriam tido tempo de absorver os pequenosprodutores da mercadorias, o colapso do princpio do planejamentoprecipitadamente liberaria os elementos da acumulao primitiva"(Trotsky, ibid.).

    Aqui est, camaradas, para quem quiser ver: o capitulacionismo de Trotsky,o superindustrializador, o advogado de uma ofensiva contra os kulaks em 1924!

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    A respeito da situao internacional, com o fascismo germnicodespontando ameaadoramente, Trotsky trai seu otimismo habitual. Discutindo apossvel vitria do fascismo na Alemanha, que ainda no tinha ocorrido na poca,Trotsky disse:

    "O esmagamento do proletariado alemo nas mos dos fascistas jrepresentaria ao menos metade do colapso da Repblica Sovitica" (Alemanha,Chave da Situao Internacional).

    Com base numa avaliao extremamente pessimista da situao interna einternacional, superestimando as foras do imperialismo e da reao,subestimando a capacidade do proletariado e das massas do povo sovitico,ignorando as contradies interimperialistas e assustado com os problemas darevoluo e da construo socialista, os trotskistas terminaram por tornar-se "umporta-voz das foras hostis ao proletariado". Eis como Radek, durante seu

    julgamento, explicou este desenvolvimento:"Um grande nmero de trotskistas que tinham retornado ao

    Partido", explicou Radek, "estava trabalhando em posies-chave em varias partesdo pas, em uma poca em que a luta pelo Plano Qinqenal tinha se tornado aguda,tinha tomado a forma muito aguda de choque com os kulaks em algumas partes dopas e com os elementos do campesinato mdio que seguiam a direo dos kulaks,e aqueles colegas mais antigos na luta comearam a encher-me de informaes decarter mais pessimista, informaes que afetaram da maneira mais fatal minhaopinio sobre a situao no pas.

    Isto foi em 1930 e 1931. Eu avaliei a situao da seguinte forma: os ganhos doPlano Qinqenal eram enormes, um passo importante tinha sido dado na direo daindustrializao. Em certa medida, as fazendas coletivas eram j um fato definitivo.

    Porm, ao mesmo tempo, base da informao que eu tinha e da avaliao dasituao feita por economistas trotskistas de quem eu era ntimo - mencionareiSmilga e Preobrazhensky - eu acreditava que a ofensiva econmica estava sendoconduzida em frente ampla demais, que as foras materiais disponveis (nmero detratores etc.) no permitiriam a coletivizao universal, e se esta ofensiva geral noreduzisse o ritmo, isto acabaria, como definido por uma frase atraente, 'como amarcha sobre Varsvia', que a esta taxa rpida a industrializao no produziriaresultados, apenas causaria gastos imensos.

    J naquela poca, em 1931, eu pensava que seria necessrio recuar naofensiva e concentrar recursos em setores definidos da frente econmica.

    Em resumo, eu discordava da principal questo: sobre a questo de continuara luta pelo Plano Qinqenal. Para analisar esses desacordos do ngulo socialcertamente eu acreditava que as tticas que eu considerava corretas seriam asmelhores tticas comunistas - mas se algum pedisse uma anlise social desta coisa,eu teria de dizer: a piada da histria era que eu superestimara o poder de resistncia,

    a capacidade no apenas da massa dos kulaks, mas tambm dos camponeses mdios,de perseguirem uma poltica independente. Eu estava assustado com as dificuldades

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    e assim tornei-me um porta-voz das foras hostis ao proletariado" (Trial of the Anti-Soviet Trotskyite Centre, Moscou, 1937, pp. 83-84).

    Tendo-se frustradas todas as suas previses anteriores de runa, Trotsky fezainda outra previso de iminente runa, caso o governo sovitico no fizesse um

    recuo em sua poltica de construo socialista. Eis o que Trotsky escreveu em1932, em seu Soviet Economy in Danger:

    "Todo o problema que os to louvados saltos de industrializao levaram osdiversos elementos do Plano a uma desastrosa contradio uns com os outros -que aeconomia funciona sem reservas materiais e sem clculo... O problema que asdespropores acrescidas ameacem com surpresas cada vez maiores. O problema que a burocracia descontrolada vinculou seu prestgio acumulao subseqente deerros."

    Acrescentaramos simplesmente que "o problema " que nosso arquiegostaTrotsky tinha "vinculado" seu prestigio sua deplorvel teoria da 'revoluopermanente' e " acumulao subseqente de erros".

    Trotsky continuava a fazer previses ainda mais assustadoras. Ele previadesemprego em grande escala, fechamento de empresas e conseqncias ruinosaspara a economia rural - na esfera da agricultura.

    "O problema que iminente uma crise, com um cortejo de conseqncias,tais como falncias foradas de empresas e desemprego"(Trotsky, Soviet Economy inDanger, 1932). E adiante:

    "A caada vertiginosa de quebra de recordes na coletivizao ... levou narealidade a conseqncias ruinosas. Destruiu os estmulos do pequeno produtormuito antes que pudesse substitu-los por outros e muito mais altos estmuloseconmicos. A presso administrativa que se exaure rapidamente na indstriamostra-se absolutamente impotente na esfera da economia rural" (Ibid.).

    Trotsky, o antigo superindustrializador e advogado de uma ofensiva contraos kulaks em 1924, propunha portanto um recuo "tanto na indstria como naeconomia rural". Eis o que ele dizia:

    "Um recuo temporrio necessrio em ambos, na indstria e na economiarural. A linha mais prxima do recuo no pode ser determinada a priori. Serconhecida somente na experincia da reconstruo do capital.

    Antes de tudo, um recuo inevitvel na esfera da coletivizao. Aqui, mais doque em qualquer outro lugar, a administrao prisioneira de seus prprios erros"(Ibid). E adiante:

    "A poltica de 'liquidao dos kulaks' mecanicamente est agora de fatodescartada. Deveria receber oficialmente uma lpide. E, simultaneamente,

    necessrio estabelecer a poltica de restringir severamente as tendnciasexploradoras dos kulaks ..."(ibid.).

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    Ignorando as distores de Trotsky tais como a de que "a poltica de'liquidao dos kulaks' mecanicamente est agora descartada"(e esta umadistoro em um duplo sentido, porque (i) a poltica de eliminar o kulakno eramecnica, mas uma poltica elaborada cientificamente e (ii) justamente na pocaem que Trotsky dizia que a poltica de liquidar os kulaks tinha sido descartada, na

    realidade a ofensiva estava acontecendo com o mpeto de uma avalanche), devouma vez mais lembrar-lhes, camaradas, que o recuo acima foi proposto porTrotsky em 1932 - o mesmo Trotsky que advogara em 1924 uma ofensiva contraos kulaks, poca em que a ofensiva teria sido, para usar uma frase de Trotsky, emum "tempo aventureirista". Este o absurdo lgico que se segue muitonaturalmente da teoria"absurdamente esquerdista"da 'revoluo permanente'. Porcausa deste absurdo lgico inerente ao trotskismo, os trotskistas sempre e emtodos os lugares esto ocupados elaborando as tarefas futuras do movimento, e aomesmo tempo ignorando profundamente as tarefas correntes. Esto sempreenfrentando os inimigos errados, ou inimigos no existentes. Esto sempre dando

    tiros n'gua. A verdade realmente sempre lhes escapa, pobre gente. Todavia, quemquer que no se junte a eles em dar tiros n'gua ou combater moinhos de ventono um revolucionrio mas um 'burocrata stalinista'.

    Quanto ao "recuo temporrio"anterior proposto por Trotsky, a naturezareal deste "recuo temporrio"foi revelada por Bukharin no seu julgamento.Bukharin no deixou dvida de que este "recuo temporrio"no era outra coisaseno uma proposta para restaurao do capitalismo. Vale a pena notar o queBukharin tinha a dizer sobre o programa do Bloco de Direitistas e Trotskistas. importante no somente porque fornece informaes a respeito da natureza realdeste programa e do "recuo temporrio"proposto pelo Bloco, mas tambm porque

    essencial para um entendimento real da evoluo do Bloco de Direitistas eTrotskistas. O testemunho de Bukharin, como o de Radek j citado, esclarece omistrio de como foi possvel que um grupo de preeminentes ex-bolcheviquestivessem se encontrado nos bancos dos rus acusados de crimes tais como detrabalharem para a restaurao capitalista e colaborarem com o fascismo a fim dealcanar este objetivo. Deixemos Bukharin falar do banco dos rus:

    "Justamente porque me parece que este julgamento de importncia pblicae porque esta questo tem sido tratada com brevidade, achei que seria til estender-me sobre o programa que nunca foi escrito em lugar nenhum, sobre o programaprtico do 'Bloco de Direitistas e Trotskistas' e decifrar uma frmula, a saber, o quesignificaria a restaurao do capitalismo, da maneira como foi visualizada econcebida nos crculos do 'Bloco de Direitistas e Trotskistas

    Os contra-revolucionrios de direita pareciam de incio ser um 'desvio';pareciam, primeira vista, ser pessoas que comeavam com descontentamento emrelao coletivizao, na conexo com a industrializao, com o fato, como elesalegavam, de que a industrializao estava destruindo a produo. Isto, primeiravista, parecia ser a coisa principal. Ento, apareceu a plataforma de Ryutin. Quandotodas as mquinas estatais, quando todos os meios, quando todas as maiores forasforam sendo lanadas na industrializao do pas. na coletivizao, nos

    encontrvamos literalmente, em vinte e quatro horas em outro terreno, nosencontrvamos com os kulaks, com os contra-revolucionrio, nos encontrvamos

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    com os remanescentes capitalistas que ainda existiam na esfera do comrcio. Dasegue-se que o significado bsico do julgamento, do ponto de lista subjetivo, estclaro. Aqui ns temos, atravs de um processo muito interessante, umasuperestimao do empreendimento individual, uma lenta aproximao de suaidealizao, a idealizao do senhor de posses. Tal foi a evoluo. Nosso programa

    era a fazenda camponesa prspera do indivduo, porm de fato o kulak se tornou umfim em si mesmo. Ns ramos irnicos acerca das fazendas coletivas. Ns. osconspiradores contra-revolucionrios, cada vez mais naquela poca passamos aexibir a idia de que as fazendas coletivas eram a msica do futuro. O que eranecessrio era desenvolver os proprietrios ricos. Esta foi a mudana tremenda queteve lugar em nosso ponto de vista e psicologia. Em 1917, nunca teria ocorrido aqualquer de ns, membros do Partido, eu prprio includo, nos apiedarmos dosguardas brancos que tinham sido assassinados; contudo, no perodo da liquidaodos kulaks, em 1929-30, ns nos apiedamos dos kulaks expropriados, por motivosassim chamados humanitrios. A quem teria ocorrido em 1919 atribuir o

    deslocamento de nossa vida econmica aos bolcheviques, e no sabotagem? Aningum. Teria sido considerado traio franca e aberta. Contudo, eu mesmo em1928 inventei a frmula acerca da explorao feudal-militar do campesinato, isto .eu culpava pelos custos da luta de classes no a classe que era hostil ao proletariado,mas os dirigentes do prprio proletariado. Isto j era fazer uma volta de 180 graus.Isto significava que as plataformas ideolgicas e polticas tornaram-se plataformascontra-revolucionrias. Os fazendeiros kulaks e os interesses dos kulaks tornaram-serealmente um item programtico. Algica da luta levou lgica das idias e a umamudana de nossa psicologia, para o contra-revolucionarismo de nossos objetivos"(Julgamento do Bloco Anti-Sovitico de Direitistas e Trotskistas).

    Seria difcil, se no impossvel, camaradas, obter uma melhor explicao doque a dada aqui por Bukharin sobre o desenvolvimento do Bloco de Direitistas eTrotskistas, de como eles se tornaram traidores e sabotadores contra-revolucionrios. Este testemunho do Bukharin constitui uma das explicaes maiscientficas dada sobre o "contra-revolucionarismo"dos objetivos do Bloco deDireitistas e Trotskistas. Explica no somente a evoluo do Bloco de Direitistas eTrotskistas como um bloco, mas tambm a de cada um dos seus membrosindividuais, inclusive do acusado. De sua posio de que o socialismo eraimpossvel construir na Unio Sovitica surgiu a oposio dos trotskistas edireitistas poltica do Partido Bolchevique de construo do socialismo. Daoposio construo do socialismo surgiu a simpatia da oposio pelos kulaks e ase descobrir "literalmente dentro de 24 horas, em outro terreno ... comos kulaks, com os contra-revolucionrios ... com os remanescentes capitalistas."

    Do precedente claramente emerge que, enquanto o governo sovitico e opartido estavam conduzindo o povo em suas lutas vitoriosas pela construo dosocialismo, os trotskistas, zinovievistas e direitistas, a partir do seu programa daimpossibilidade de construo do socialismo, estavam se aproximandorapidamente, pela lgica da luta, de seu programa contra-revolucionrio para arestaurao do capitalismo.

    A poltica do PCUS(B) e do governo sovitico era de conduzir as massassoviticas, em seus milhes, na rdua tarefa de construir o socialismo. Muitas

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    dificuldades naturalmente surgiram. Porm, as massas soviticas, erguendo alto abandeira do marxismo-leninismo e sob a gloriosa direo do Partido Bolchevique,superaram todas as dificuldades, eliminaram um obstculo aps o outro, vencerama resistncia dos kulaks e dos comerciantes ricos e, nunca se rendendo frente sdificuldades e resistncia feroz dos inimigos de classe, avanaram de vitria em

    vitria e construram o socialismo na URSS.

    A construo do socialismo na URSS foi um evento de importncia histricamundial, um acontecimento no menos importante do que a prpria Revoluo deOutubro.

    Pelo xito da construo do socialismo na URSS, o povo sovitico mostrou atodo o mundo como mesmo um pas atrasado, como a Rssia era em 1917, podia,no curso de um par de dcadas, elevar sua tcnica e melhorar a qualidade de vidado seu povo, passando de massa doentia, subnutrida, iletrada e ignorante que era

    antes da Revoluo, para sadia, bem alimentada, letrada, bem informada e deorgulhosos cidados soviticos. Com a construo do socialismo, o povo soviticodeu um golpe de morte na teoria reacionria de Trotsky de que o socialismo nopodia ser construdo em um nico pas atrasado e nas esperanas e desejos dosimperialistas, que estavam h longo tempo afirmando que as dificuldades naconstruo socialista levariam o governo sovitico e o Partido a abandonarem estapoltica em favor daquela nica defendida pelos trotskistas e direitistas e,incidentalmente, pelos imperialistas. Todo o mundo deve um voto de gratido aopovo sovitico, ao governo sovitico, ao PCUS(B) e a seu dirigente J. V. Stalin, porfazerem em pedaos, pela construo do socialismo, a teoria reacionria daimpossibilidade de construo do socialismo em um nico pas atrasado.

    A poltica dos trotskistas e direitistas era a do derrotismo e rendio frentes dificuldades. Em torno do programa trotskista derrotista reuniu-se um grupo dederrotistas notrios, por exemplo, Kamenev e Zinoviev, que, aps a14a Conferncia do Partido, desertaram do campo do leninismo e migraram para odo trotskismo. Todas essas pessoas ento passaram a estabelecer relaes com ogrupo de direitistas

    chefiado por Bukharin, Rykov e Tomsky. A aproximao entre os trotskistas e osdireitistas apenas se tornou uma possibilidade porque Trotsky aceitou o programados direitistas em sua inteireza e, para usar uma expresso de Bukharin, porqueTrotsky tinha-se despido do seu uniforme esquerdista.

    Os trotskistas e direitistas uniram-se na base do programa de Ryutin1. Aessncia do programa de Ryutin era que ele se pautava (i) pela dissoluo dasfazendas coletivas, bem como das estatais, (ii) pelo arrendamento das fabricassoviticas aos capitalistas estrangeiros e (iii) pelo terrorismo contra os dirigentesdo Partido Bolchevique e do governo sovitico, particularmente contra Stalin, paracapturar a liderana e alcanar os dois objetivos acima.

    A essncia do programa de Ryutin era que ele advogava pela restaurao do

    capitalismo na URSS.

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    O programa de Ryutin no era o resultado dos esforos de Ryutin, sozinho. Foiproduzido coletivamente por todos os direitistas e eles o tinham discutido exausto. Na poca de sua circulao, os dirigentes dos direitistas - Bukharin,Rykov, e Tomsky - conseguiram manter-se na clandestinidade. Kamenev eZinoviev, entretanto, foram encontrados de posse deste programa e foram

    expulsos do Partido.

    Em vista dessas informaes, parte das quais veio luz durante osjulgamentos de Moscou ou no curso da investigao que conduziu a eles, est claroagora que, em 1932-33, a situao a respeito da composio das variasorganizaes conspiratrias anti-Partido engajadas na atividade traioeira paraforar a derrubada do governo sovitico e pela restaurao do capitalismo na URSSera como se segue:

    A. Um grupo misto trotskista e zinovievista. exposto no primeiro julgamento de

    Moscou, em agosto de 1936, uma associao de assassinos polticos consistindo de:

    (1) ZINOVIEV e

    (2) KAMENEV.

    Eles eram os dirigentes da antiga oposio de Leningrado.

    Outros zinovievistas eram:

    (3) I. P. BAKAYEV, que foi encarregado da organizao cotidiana dos ataquesterroristas contra os dirigentes do Partido e do governo.

    (4) 1.1. REINGOLD, que era o membro mais ativo da organizao contra-

    revolucionria zinovievista clandestina e que estava o tempo todo em contato direto

    com Zinoviev e Kamenev e tomou parte em todas as conferncias secretas dos

    zinovievistas.

    (5) G. E. EVDOKIMOV

    (6) R. V. PICKEL,que foi um dos homens da maior confiana de Zinoviev e foipor muitos anos encarregado de seu secretariado. Elo foi um membro ativo do centro

    terrorista de Moscou.

    Os trotskistas eram:

    (7) I. N. SMIRNOV, que foi um firme apoiador de Trotsky durante o debate no

    Partido de 1923-7, representante de Trotsky na URSS e o real organizador e dirigente

    das atividades contra-revolucionrias trotskistas clandestinas na URSS. Ele mantinha

    contatos pessoais com Trotsky e as organizaes trotskistas no exterior.

    (8) A. E. DREITZER, que foi responsvel pelo trabalho organizacional diriodeste grupo. Trotsky descrevia Dreitzer como "um oficial do Exrcito Vermelho.

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    Durante e aps minha expulso, ele, juntamente com dez ou doze dos oficiais,organizou uma guarda em torno de minha casa."Juntamente com Trotsky, ele tinhaorganizado a manifestao contra-revolucionria de 7 de novembro de 1927.Quando Trotsky estava no exlio, em Alma-Ata, Dreitzer organizou ascomunicaes entre Trotsky e o centro trotskista de Moscou.

    (9) S. V. MRACHKOVSKY, que era o homem da maior confiana de Trotsky,pessoalmente o mais prximo dele. Em uma poca ele tinha ocupado uma posioimportante no Exrcito.

    (10) E. S. HOLTZMAN, que era um membro ativo da organizao contra-revolucionria trotskista, pessoalmente ligado a Smirnov, sob cujas instruesmantinha contato com o centro trotskista no exterior. Em 1932, ele pessoalmenterecebeu de Trotsky as instrues a respeito da preparao de atos terroristascontra os dirigentes do PCUS.

    (11) V. A. TER-VAGANYAN, que admitiu na corte de justia ter sido um dosorganizadores do centro trotskista-zinovievista e que esse centro estavaorganizado na base das instrues de Trotsky sobre terrorismo.

    (12) V. P. OLBERG, "este peculiar cidado da Repblica de Honduras", eraum agente pago de Trotsky e, simultaneamente, da polcia secreta alem, aGestapo. Ele era membro da organizao trotskista alem desde 1927-28 e foienviado URSS por Trotsky, com a misso de realizar atos terroristas.

    (13) M. LURYE, que foi de Berlim para Moscou em 4 de maro de 1933,

    tendo recebido instrues de Trotsky para promover atos terroristas contra osdirigentes do PCUS e do governo sovitico.

    (14) N. LURYE, que chegou URSS em abril de 1932, vindo de Berlim, emmisso especial da organizao trotskista, com o propsito de cometer atosterroristas.

    (15) K. B. BERMAN-YURIN

    (16) FRITZ DAVID (KRUGLYANSKY), que foi tambm enviado URSS porTrotsky com instrues de fazer um atentado contra a vida do camarada Stalin. Elerecebeu estas instrues em Copenhague, pessoalmente, de Trotsky.

    B. Um centro paralelo de trotskistas. Este centro foi exposto no segundojulgamento de Moscou, em janeiro de 1937. Ele consistia de:

    (1) Y. L. PYATAKOV, o Vice-Comissrio da Indstria Pesada que, emconseqncia de ocupar este posto muito importante, foi capaz de colocar outrosmembros e apoiadores do centro em posies-chave. Ele foi um dos dirigentes doassim chamado centro paralelo.

    (2) K. B. RADEK, que aderiu teoria trotskista da impossibilidade deconstruo do socialismo na URSS e que zombava da teoria de construo do

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    socialismo na URSS, chamando-a de teoria de construo do socialismo em umarua. Ele foi um dos dirigentes do centro.

    (3) G. Y. SOKOLNIKOV, o Comissrio Assistente do Povo para AssuntosEstrangeiros e, durante um tempo, Comissrio de Finanas do Povo, que, em 1925,

    caluniou o Estado sovitico com sua afirmao de que os estabelecimentos decomrcio interno da URSS eram empresas capitalistas estatais.

    (4) L. P. SEREBRYAKOV, que foi outro dos dirigentes do assim-chamadocentro trotskista paralelo e que tinha se oposto a Lnin na discusso sobre ossindicatos. Ele mantinha uma posio liquidacionista em relao ao Partido.

    (5) N. J. MURALOV, que foi um 'soldado' trotskista, um dos mais leais efirmes ajudantes de Trotsky.

    (6) Y.A. LIVSHITZ, que era ex-Comissrio Assistente do Povo Assistentepara as Ferrovias e, simultaneamente, assistente de Pyatakov para assuntoscriminais sobre as Ferrovias.

    (7) Y. N. DROBNIS, que era um velho trotskista profissional queexterminou operrios de acordo com a frmula 'quanto mais vtimas, melhor'.

    (8) M. S. BOGUSLAVSKY, um trotskista.

    (9) I. A. KNYAZEV, que era um espio japons que destruiu dezenas detrens.

    (10) S. A. RATAICHAK, que ocupou o posto-chave de Chefe daAdministrao Central da Indstria Qumica. Com este posto deresponsabilidade, "este superdestruidor desenvolve seus talentos qumicos ... causouexploses, destri os frutos do trabalho do povo, assassina pessoas"(Vyshinsky).

    (11) B. O. NORKIN

    (12) A. A. SHESTOV

    (13) M. S. STROILOV

    (14) Y. D. TUROK

    (15) I. S. HRASCHE, que Vyshinsky descreveu como "um homem nosomente de trs dimenses, mas de ao menos trs cidadanias, que descrevia suaocupao principal com a palavra eloqente, mas nada agradvel, espio".

    (16) G. E. PUSHIN

    (17) V. V. ARNOLD, que foi descrito como "este vagabundo internacional"e

    que era um homem de muitos nomes, um patife empedernido e um agentetrotskista credenciado.

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    Como se pode ver, este grupo mantinha posies muito importantesno governo e na indstria sovitica, muito mais do que o mantido pelo primeirogrupo mencionado.

    C. O Bloco dos Direitistas e Trotskistas. Este Bloco foi exposto no terceiro

    julgamento de Moscou, em maro de 1938. Predominantes no Bloco eram osprincipais dirigentes da ala direitista:

    (1) N. I. BUKHARIN, que, por anos, ocupou as posies mais importantesno Partido, embora fosse conhecido por sua vacilao em poltica e por suaoposio a Lnin e linha do Partido.

    (2) A. I. RYKOV, que era um ex-Primeiro-Ministro da URSS.

    (3) G. G. YAGODA, que foi Chefe da Polcia Poltica, a OGPU, at 1936.

    Os trotskistas do Bloco:

    (4) KRESTINSKY, que era um ex-embaixador em Berlim, um ex-Comiss-rio de Finanas do Povo e um ex-Secretrio do Comit Central do PCUS.

    (5) K. G. RAKOVSKY, que era um ex-Embaixador em Londres e Paris.

    (6) A. P. ROZENGOLTZ, que era Comissrio do Povo para ComrcioExterior da URSS.

    (7) S. A. BESSONOV

    Os aliados nacionalistas dos direitistas e trotskistas eram:

    (8) G. F. GRINKO, que era Comissrio do Povo de Finanas, da URSS e umnacionalista ucraniano.

    (9) A. IKRAMOV, que era um dos dirigentes da organizao nacionalistaburguesa no Uzbequisto e nos anos 1930 secretrio do Escritrio Asitico Centraldo Comit Central do PCUS.

    (10) F. KHODJAYEV, que era tambm um dos dirigentes da organizaonacionalista burguesa no Uzbequisto.

    (11) V. F. SHARANGOVICH, que era um dos dirigentes da organizaonacional fascista da Bielo-Rssia que tinha se atribudo o objetivo de eliminar opoder sovitico e separar a Bielo-Rssia da URSS e coloc-la sob a direo doscapitalistas e latifundirios poloneses. Os nacionalistas tinham se juntado aoPCUS(B) porque acreditavam que o Partido, atravs da NEP, estava caminhando nadireo do capitalismo. Porm, quando o Plano Qinqenal deslanchou e assim aschances de restaurao do capitalismo se tornaram cada vez mais remotas, os

    nacionalistas se tornaram resolutamente hostis ao poder sovitico. Eles setornaram aliados dos direitistas como Bukharin e Rykov, pois ambas as tendncias

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    (os nacionalistas e os direitistas) se opunham construo do socialismo na URSS.Os direitistas prometiam aos nacionalistas o estabelecimento de repblicasnacionais burguesas independentes, aps a captura do poder na Unio Sovitica.

    (12) M.A. CHERNOV, o Comissrio do Povo da Agricultura da URSS, que era

    um ex-menchevique que mantinha conexes com as organizaes mencheviquesnos pases estrangeiros. Ele se uniu ao PCUS, no tempo da NEP.

    (13) L. G. LEVIN, que, como Pletnev e Kazakov (ver abaixo), era um dogrupo de mdicos sob a influncia de Yagoda.

    (14) D. D. PLETNEV

    (15) I. N. KAZAKOV

    (16) I. A. ZELENSKY, que era um antigo chefe da Administrao dasCooperativas de toda a Unio (isto , Presidente da Centrosoyuz).

    Outros de menor importncia poltica, que eram meros instrumentos dogrupo de direo, eram:

    (17) V. I. IVANOV

    (18) P. T. ZUBAREV, que era um dos organizadores e dirigentes daorganizao clandestina contra-revolucionria dos direitistas nos Urais.

    (19) P. P. BULANOV, que era antigo Secretrio do Comissariado do Povopara Assuntos Internos.

    (20) P. P. KRYUCHKOV, que era o antigo Secretrio de M. Gorky.

    (21) V. A. MAXIMOV-DIVOVSKY, que era um antigo Secretrio deKuibyshev, o Vice-Presidente do Conselho dos Comissrios do Povo da URSS, quefoi assassinado pelo Bloco de Direitistas e Trotskistas.

    D. Um grupo de militares incluindo:

    (1) M. N. TUKHACHEVSKY

    (2) I. E. YAKOV

    (3) I. P. UBOREVITCH

    (4) A. G. KORK

    (5) R. P. EIDMANN

    (6) B. M. FELDMAN

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    (7) V. M. PRIMAKOV

    (8) V. K. PUTNA

    Este grupo, embora operasse independentemente at certo ponto apenas

    em certa extenso, mantinha contatos principalmente com os direitistas.

    Em 1933, sob as instrues de Trotsky, esses grupos estabeleceram umcentro de contatos, atravs do qual trocavam informaes regularmente ecoordenavam sua poltica. Os primeiros trs grupos mantinham contato regularcom Trotsky (que estava no exlio) e cumpriam suas instrues. Os grupos notinham dificuldade em manter contato com Trotsky no exterior. Alguns dosmembros dos grupos, por conta de suas funes oficiais, tinham de ir ao exteriorde vez em quando. Enquanto em visitas oficiais ao exterior, aproveitavam aoportunidade para estarem em contato com Trotsky, direta ou indiretamente.

    Como mostra a composio do segundo grupo, alguns de seus membros eramtrotskistas que tinham sido embaixadores da Unio Sovitica em centrosimportantes, como Paris e Berlim. Tambm alguns dos acusados, em suasatribuies oficiais, tinham de encontrar-se em Moscou com os representantesdiplomticos de pases estrangeiros. Todos esses fatores tornavam extremamentefcil para os primeiros trs grupos estarem em constante contato com o Trotskyexilado.

    A restaurao do capitalismo - o programa econmico dos conspiradores

    Todos os grupos estavam unidos em sua hostilidade e oposio construo

    do socialismo na URSS. Estavam unidos em seu derrotismo. Os grupos estavamcompostos de pessoas que eram derrotistas, que se renderam frente sdificuldades. O programa econmico desses grupos envolvia a dissoluo dasfazendas coletivas e estatais e um retorno fazenda capitalista individual, naesfera da agricultura; envolvia a desacelerao da rpida industrializao. Emresumo, o programa econmico dos grupos envolvia a restaurao das relaescapitalistas de produo, a implementao da poltica de 'recuo', isto , darestaurao capitalista, como formulada por Trotsky, em seu Economia Soviticaem Perigo. Essa poltica era, em sua essncia, indistinguvel do programa de Ryutin.Radek explicou o significado do programa econmico desses grupos em seujulgamento. Na esfera da indstria, Radek explicou que este programasignificava "no somente a garantia de concesses de empresas industriais a estadoscapitalistas, mas tambm a transferncia, a venda a proprietrios capitalistasprivados, de importantes empresas econmicas a serem especificadas por eles.Trotsky contemplava a emisso de ttulos no exterior, isto , a admisso do capitalestrangeiro para a explorao destas fbricas que, formalmente, permaneceriam emmos do Estado sovitico.

    Na esfera da poltica agrria, ele (isto , Trotsky) disse muito claramente queas fazendas coletivas teriam de ser desmanteladas e exps a idia de fornecertratores e outras mquinas agrcolas complexas a camponeses individuais, a fim de

    reviver um novo estrato kulak. Por fim, foi dito muito abertamente que se teria de

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    reviver o capital privado nas cidades. Estava claro que isso significava a restauraodo capitalismo". (Trial of Anti-Soviet Trotskyite Centre, 1937, pp. 113-114).

    No mesmo julgamento, Piatakov tambm explicou o verdadeiro significadodo 'recuo' advogado por Trotsky - um "recuo muito amplo na direo do

    capitalismo". Piatakov explicou que a essncia do programa econmico advogadopor Trotsky era indistinguvel do programa econmico dos direitistas - o Programade Ryutin - e que a unidade entre os trotskistas e os direitistas "no era apenasuma medida ttica", mas tambm uma unidade que tinha "algum significado emtermos de princpio". Eis o que Piatakov disse neste contexto:

    "Em poucas palavras, Trotsky explicava que seria um recuo muito srio. Foiisto exatamente que ele disse: voc [isto , Piatakov] ainda est sob a influncia dasvelhas idias de 1925-1926 [quando Trotsky era um superindustrializador] e voc incapaz de ver que, na essncia, nossa ascenso ao poder significar que teremos de

    recuar muito longe na direo do capitalismo. A este propsito, Trotsky disse que, emessncia, nosso programa era o mesmo que o dos direitistas, na medida em que osdireitistas tinham adotado um programa destrutivo diversionista e consideravamque era necessrio recuar para o capitalismo. Trotsky expressou muito gratasatisfao quando eu lhe falei sobre a conversao de Sokolnikov com Tomsky e a queeu tinha tido com Bukharin. Ele disse que no era apenas uma medida ttica, isto ,unidade na luta contra um e o mesmo inimigo, mas que esta unidade tinha algumsignificado em termos de princpio" (Trial of Anti-Soviet Trotskyite Centre, 1937, pp.65-66).

    Bukharin disse algo similar nesse julgamento. Ele explicou que a formulao

    prtica de seu programa significava a restaurao do capitalismo na esferaeconmica e a restaurao da democracia burguesa na esfera poltica. Em outraspalavras, o programa dos direitistas e dos trotskistas no significava mais e nemmenos do que a derrubada da ditadura do proletariado e o fim da construosocialista. Disse Bukharin:

    "Se a plataforma do meu programa fosse formulada praticamente, seria, naesfera econmica, o capitalismo de Estado, o prspero muzhik individual, asuspenso da criao de fazendas coletivas, as concesses ao estrangeiro, asubmisso ao monoplio do comrcio estrangeiro e, como resultado, a restauraodo capitalismo no pas...

    No interior do pas, nosso programa atual - isto eu penso que deve ser ditocom toda a nfase - retroceder liberdade democrtica burguesa, coalizo,porque, do bloco com os mencheviques, os revolucionrios socialistas e assim pordiante, segue-se que haveria liberdade dos partidos, liberdade de coalizo, e segue-semuito logicamente da combinao de foras em luta, porque s os aliados estoescolhendo subverter o governo, no dia aps a vitria possvel eles sero parceiros nopoder. Um retrocesso no apenas quanto aos costumes das liberdades democrticasburguesas, mas tambm, no sentido poltico, em vrios ngulos em que h elementos,indubitavelmente, de cesarismo" (Trial of Anti-Soviet Bloc of Rights and

    Trotskyites, pp. 381-382).

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    Respondendo a uma interveno de Vyshinskv. o promotor, Bukharinexplicou que 'cesarismo' significava fascismo:

    "Visto que nos crculos do Bloco de Direitistas e Trotskistas havia umaorientao ideolgica para os kulaks e ao mesmo tempo uma orientao para uma

    'revoluo palaciana' e um golpe de Estado, para uma conspirao militar e umaguarda pretoriana de contra-revolucionrios, estes no eram outra coisa seno oselementos do fascismo" (Trial of Anti-Soviet Bloc of Rights and Trotskyites; p. 382).

    O grupo dos nacionalistas burgueses antes mencionado, que estavatrabalhando com o mesmo objetivo de restaurar o capitalismo na URSS, assimcomo os direitistas e trotskistas, encontraram uma causa comum com estes. Osnacionalistas tinham se juntado ao Partido na poca da NEP porque "nsconsidervamos que a evoluo da NEP na direo quedesejvamos [isto , restaurao do capitalismo] no estava excluda. Por outro

    lado, no vimos na Europa as foras em aliana com as quais poderamos avanarmais resolutamente"(Grinko, Trial of Anti-Soviet Bloc of Rights andTrotskyites, 1938, p. 69).

    Porm, quando se tornou mais claro que no apenas a NEP no estavaevoluindo "na direo desejada"pelos nacionalistas burgueses como estava indo aocontrrio, para o xito na construo do socialismo, os nacionalistas cessarammeramente de prosseguir com o "trabalho de reconhecimento poltico"que tinhamat ento empreendido. Diz Grinko: "Gradualmente sondamos foras polticasestrangeiras que poderiam ajudar-nos". E, nesta poca, "a organizao nacionalistaucraniana tinha tomado inteiramente a posio da direita sobre as questes

    polticas, ou seja, a posio de combater a industrializao e a coletivizao".

    Tendo j estabelecido contatos com "certos Estados hostis ao podersovitico", o grupo nacionalista de Grinko passou em 1935-1936 a estabelecerrelaes com os direitistas e trotskistas. O que uniu os direitistas e trotskistas deum lado e os nacionalista do outro foi que todos eles tinham tomado uma posioidntica "sobre as questes polticas gerais, isto , a posio de combater aindustrializao e a coletivizao"; todos eles tinham tomado a posio de lutarcontra a poltica do Partido de construo do socialismo, a posio de minar ogoverno sovitico e trabalhar para a restaurao do capitalismo. ftil perguntarse todos eles subjetivamente desejavam a restaurao do capitalismo. Osnacionalistas por certo subjetivamente desejavam tal restaurao, mas quantoaos direitistas e os trotskistas, o verdadeiro objetivo era que, tendo feito daimpossibilidade de construo do socialismo na URSS seu ponto de partida, eleseram, muito naturalmente e pela "lgica da luta", levados a ocupar uma posiocontra-revolucionria que era objetivamente indistinguvel daquela assumida pelogrupo nacionalista de Grinko. "A lgica da luta", dizia Bukharin, "conduziu lgicadas idias e a uma mudana de nossa psicologia, ao contra-revolucionarismo denossos objetivos". Bukharin estava absolutamente certo. A posio trotskista edireitista teria de atrair todos os elementos nacionais e internacionais que fossemhostis ao poder sovitico"e uni-los em uma frente nica contra-revolucionria,

    contra o poder sovitico e contra o socialismo, que foi incitada pelo seu dio aosocialismo. Os trotskistas e direitistas representavam as sees 'socialistas' desta

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    frente nica contra-revolucionria anticomunista contra o socialismo, contra oEstado da classe operria. Tendo comeado com uma posio que objetivamenteera contra-revolucionria, os trotskistas e os direitistas terminavam com umaposio que era subjetivamente contra-revolucionria tambm.

    Um fator adicional, que era comum aos trotskistas, direitistas enacionalistas era que eles tinham confiado na interveno e na ajuda militar depoderes imperialistas. Tinham todos trabalhado para minar a capacidade de defesasovitica enquanto, ao mesmo tempo, faziam tudo para provocar a agressoimperialista contra a Unio Sovitica. Dizia Grinko:

    "Isto significava minar o poder de defesa da Unio Sovitica, minar asatividades no Exrcito e na indstria de defesa, abrindo o flanco no campo da guerrae provocando esta guerra; significava estender conexes com amplos elementosagressivos anti-soviticos; significava consentir com o desmembramento da URSS e

    compensar os agressores s expensas dos territrios fronteirios da URSS" (Trial ofthe Bloc of Rights and Trotskyites, p.76j.

    Ao grupo de Grinko, como de fato aos outros grupos nacionalistas na URSS,fora prometido pelos trotskistas e direitistas que, aps eles assumirem o poder(isto , aps a restaurao capitalista na URSS), aos vrios grupos nacionalistasseria permitido estabelecer repblicas burguesas nacionais independentes. Esteera o preo que os trotskistas e os direitistas tinham concordado em pagar peloapoio dos nacionalistas. O grupo de Grinko operou na Ucrnia e trabalhou parauma repblica burguesa independente da Ucrnia. Grupos nacionalistas similaresoperaram no Uzbequisto e em Bokhara. Khodjayev, um dos acusados no terceiro

    julgamento e um membro da 'Aliana Nacional' (uma organizao nacionalistaburguesa) deu a seguinte verso do movimento nacionalista em Bokhara e dasatividades da Aliana Nacional'. Ele afirmou que a Aliana Nacional' "atribuiu-se oobjetivo de transformar a Repblica Popular da Bokhara em uma repblicademocrtica burguesa, com um estado colcho entre a Inglaterra e a RssiaSovitica" (ibid., p. 212).

    Outro membro da mesma organizao de Khodjayev era Ikramov. Esteexplicou em seu julgamento que Bukharin lhe tinha expressado a viso de que asRepblicas da sia Central "deveriam inevitavelmente passar atravs do estgio dedesenvolvimento capitalista normal"e que, sem passar por este estgio, nopoderiam construir o socialismo. Como esta era tambm a viso dos nacionalistasburgueses, estes no hesitaram em apoiar e cooperar com os direitistas,especialmente desde que lhe fora feita a promessa da formao de uma repblicademocrtica burguesa independente de Bokhara, aps a derrubada do podersovitico.

    A vitria do fascismo na Alemanha, em 1933, teve como resultado confirmarmais o derrotismo e pessimismo dos trotskistas e direitistas, que agoraacreditavam que na hiptese da guerra com a Alemanha a Unio Sovitica nosobreviveria, que sua derrota era inevitvel. Eles, portanto, consideravam

    necessrio estabelecer os termos com a Alemanha fascista, fazer concesses aosfascistas no exterior e aos elementos capitalistas no interior da Unio Sovitica.

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    Visto que o Partido e o governo Sovitico no consentiriam em fazer estasconcesses, era necessrio, de acordo com os trotskistas e os direitistas, mudar adireo do Partido e do governo, para evitar o desastre e a derrota da UnioSovitica em uma guerra com a Alemanha nazista. Seguem-se uns poucos exemplosda estimativa da fora relativa do fascismo e do imperialismo, por um lado, e da

    Unio Sovitica, por outro, que foi feita pelos trotskistas e direitistas:

    "Est claro que, em qualquer caso, com o declnio maior do movimentoproletrio mundial e a extenso maior da dominao fascista, no possvel mantero poder sovitico por muito tempo por meio apenas das forasinternas"(Trotsky, The Soviet Union and the Fourth International, 1933).

    E: "Se a guerra permanecesse s uma guerra, a derrota da Unio Soviticaseria inevitvel. Em um sentido tcnico, econmico e militar, o imperialismo estincomparavelmente mais forte. Se no for paralisado por uma revoluo no Ocidente,

    o imperialismo varrer o regime gerado pela Revoluo de Outubro"(Trotsky, TheRevolution Betrayed, p. 216).

    Antes de apresentar a estimativa de Bukharin do fascismo, como reveladopor Ivanov, um dos acusados no terceiro julgamento de Moscou, seria aconselhvelque se provasse ser inteiramente sem base e falsa essa estimativa pessimista ederrotista de Trotsky. No apenas a Unio Sovitica no foi derrotada pelaAlemanha nazista, como na realidade a Unio Sovitica fez uma contribuioinestimvel derrota da Alemanha nazista. Sem a contribuio sovitica, aAlemanha nazista no teria sido derrotada.

    Para retornar, entretanto, avaliao de Bukharin do fascismo, eis o queIvanov teve a dizer sobre isto:

    "Vocs sabem, ele (Bukharin) disse que o capitalismo entrou agora em umanova fase de desenvolvimento, e neste novo estgio o capitalismo est exibindoelementos bastante elevados de organizao e planejamento. O capitalismo, disse ele,est revelando nova e fresca fora, expressando-se em progresso da tcnica, querealmente eqivale a uma revoluo tcnica e um rejuvenescimento do capitalismo,por assim dizer. E assim, correspondentemente, devemos rever nossa viso dascontradies, das classes, da luta de classes e assim por diante. Revisesfundamentais devem ser introduzidas em Marx. O tratamento de Marx da questodas revolues proletrias j no era mais adequado. A doutrina de Lnin e de Stalin,de que a poca do imperialismo uma poca das revolues proletrias, era, disseele, uma utopia mais nociva. Esta, de fato, era a posio a partir da qual ns partimose que nos levou ao fascismo ... Bukharin disse que no tinha pensado sobre estaquesto bastante profundamente. O fascismo, disse ele, correspondia s ltimastendncias no desenvolvimento do capitalismo. Chegamos diretamente ao fascismo"(Trial of Bloc of Rights and Trotskyites, pp. 118-119).

    Em vista dessa estimativa derrotista e pessimista da situao interna einternacional e sua oposio construo do socialismo, ter sido surpreendente

    que os trotskistas e direitistas tenham desejado recorrer a medidas de restauraocapitalista na URSS e a concesses Alemanha fascista, para evitar 'o desastre' e

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    'salvar' a Unio Sovitica? Porm, os trotskistas e direitistas no poderiam pr emprtica sua poltica de 'evitar o desastre', isto , de restaurao capitalista econcesses Alemanha, sem uma mudana na direo do Partido e do governo.Como eles poderiam assegurar uma mudana da direo? Um caminho teria sidoapelar classe operria e sua vanguarda, o PCUS(B), para convenc-las de que o

    Partido, sob a direo de Stalin, estava levando o pas ao 'desastre' e que a oposiotinha um plano para impedir o desastre e esta mudana da direo era, portanto,necessria.

    Porm, os trotskistas e direitistas no tinham a menor possibilidade demobilizar a classe operria com o seu programa. Por que no? Porque seuprograma era contra-revolucionrio e defendia a restaurao do capitalismo naURSS. Os trotskistas e direitistas no podiam ir abertamente classe operria comtal programa e esperar obter apoio. Nisso reside a nica-explicao de por que oprograma dos trotskistas e direitistas nunca foi revelado para a classe operria,

    mas permaneceu propriedade de um pequeno grupo de elementos com tendnciascapitalistas, os trotskistas e os direitistas. O camarada Stalin estava absolutamentecerto quando disse:

    "Atualmente os trotskistas esto com medo de mostrar sua real face classeoperria, esto com medo de revelar para ela seus reais objetivos e metas,cuidadosamente escondem sua face poltica da classe operria, temendo que se aclasse operria perceber suas reais intenes os amaldioar como inimigos dela e osexpulsar"(Discurso na Plenria do Comit Central do PCUS, realizada em marode 1937).

    Isto verdadeiro no apenas dos trotskistas de 1937 mas tambm dos dehoje.

    No estando em posio de divulgar seu programa com a classe operria,muito menos de obter apoio da classe operria a seu programa, aos trotskistas edireitistas restavam apenas as seguintes alternativas, se queriam assegurar umamudana na direo do PCUS(B) e no governo sovitico:

    (a) Uso do terror individual contra os mais preeminentes e representativosdirigentes - remover os dirigentes pelo assassinato;

    (b) Remoo dos dirigentes do Partido e do governo por um golpe de Estadomilitar, talvez planejado para coincidir com a agresso estrangeira contra a UnioSovitica, ou, se a agresso estrangeira custasse a vir, poderia ter lugar em tempode paz;

    (c) Uso do terrorismo e sabotagem para minar a indstria sovitica,particularmente a indstria de defesa;

    (d) Recurso a potncias imperialistas estrangeiras e a agresso estrangeiracontra a URSS, a fim de derrubar o governo sovitico.

  • 8/7/2019 Parte III - Julgamentos de Moscou

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    Trotskismo x Leninismo - Lies Da histria Parte III

    Comunidade Josef Stlin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Pgina 31

    Estes eram os fascinantes mtodos que os trotskistas e direitistas contra-revolucionrios, divorciados da classe operria e dos milhes e milhes detrabalhadores, utilizavam - mtodos aos quais devemos agora nos voltar.

    Mtodos utilizados pelo trotskismo

    Na 15a Conferncia do Partido, o camarada Stalin disse que os trotskistas sedistinguiam por sua "falta de escrpulos quanto aos meios e falta de princpios napoltica". Foi essa falta de escrpulos quanto aos meios e falta de princpios napoltica dos trotskistas e direitistas que os julgamentos de Moscou revelaram.

    Os julgamentos revelaram a face poltica real do trotskismo - o trotskismoem ao. Eles lanaram em relevo o quadro verdadeiro dos trotskistas, comogrupos de diversionistas e assassinos operando sob instrues de servios secretosestrangeiros e dos staffs gerais dos agressores. Os julgamentos mostraram o

    trotskismo no papel de vanguarda das foras fascistas anti-soviticas. Mostraramque a converso do trotskismo em uma agncia fascista foi apenas a culminao deseu desenvolvimento histrico e que esta converso simplesmente coroou a lutaque o trotskismo vinha empreendendo contra a classe operria e o Partido, contraLnin e o leninismo, por dcadas. "Como um rolo de filme invertido", os julgamentosmostraram "todos os principais estgios do caminho histrico percorrido pelostrotskistas e o trotskismo, que passaram mais de trinta