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PARQUES TECNOLÓGICOS COMO AMBIENTES INOVADORES
Implicações para o sistema local de inovação do ABC.
Antonio Carlos Marques Valente1
Anapatrícia Morales Vilha2
RESUMO
Com as economias globalizadas, a inovação ganha um papel fundamental para o
desenvolvimento econômico e social dos países. É a partir desta perspectiva que os parques
tecnológicos são inseridos com o objetivo de articular os atores que compõem um sistema
local de inovação de modo a fortalecer as competências inovativas de uma determinada
região. É dentro deste contexto que a região do ABC paulista se coloca porque é uma região
industrial que passou por transformações em seu tecido produtivo na década de 1990 com
reflexos significativos para a economia local. Outro ponto é a discussão, a partir da mesma
década, da estruturação de um polo tecnológico regional com o intuito de reposicionar a
região de modo que ela se alinhasse aos novos paradigmas produtivo, tecnológico e
econômico que acabou não avançando neste sentido. Por outro lado, há iniciativas locais para
a estruturação de parques tecnológicos na região, mais especificamente nas cidades de Santo
André e São Bernardo do Campo. Portanto, o presente trabalho tem por objetivo analisar estas
iniciativas e, ao mesmo tempo, mensurar o sistema local de inovação e seu grau de
articulação, via entrevistas de campo de caráter qualitativo, semiestruturado e exploratório,
além de investigar as implicações que a estruturação de parques tecnológicos pode oferecer ao
sistema local de inovação da região do ponto de vista dos atores mais representativos do
sistema local de inovação, bem como discutir desafios e potencialidades para alavancar
competências tecnológicas e inovativas locais a partir da implantação destes
empreendimentos. Como principais resultados da pesquisa, o sistema local de inovação
apresenta-se fragmentado e desarticulado, pois as empresas pouco interagem com as
instituições de ensino e mesmo entre si, visando melhorias e inovações tecnológicas. As
empresas são favoráveis à implantação de parques tecnológicos na região, porém apresentam
um comportamento reativo em relação à esta questão, entendendo que estas iniciativas devam
ser deflagradas pelo poder público, desconhecendo os esboços destas iniciativas porque estão
1 Mestre em Ciências Humanas e Sociais pela Universidade Federal do ABC (UFABC). R. Antonio Bastos, 268
apto. 32 - Santo André – SP – CEP: 09040-220. Fone: (11) 3969-7323. Email: [email protected]
2 Doutora em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Av. dos
Estados, 5001 – Santo André – SP – CEP: 09210-580. Fone: (11) 4437- 8576 . Email:
circunscritas à esfera pública e política. Outro ponto identificado é a carência de espaço físico
disponível e de recursos financeiros próprios para a implantação destes empreendimentos; a
ausência de um projeto estruturado; definição de competências tecnológicas; empresas
âncoras e um corpo gestor já definido demonstram que os projetos ainda são embrionários.
Em contrapartida, a região possui um tecido industrial diversificado, algumas instituições
ensino superior no campo das engenharias e esforços para a constituição e fortalecimento de
arranjos produtivos locais, além de uma regionalidade construída ao longo das últimas duas
décadas que não podem ser negligenciadas, fazendo com que estas inciativas possam ser
consolidadas de modo que seja um elemento capaz de contribuir com o fortalecimento e
articulação do sistema local de inovação da região.
Palavras-chave: sistemas de inovação, parques tecnológicos.
ABSTRACT
With globalized economies, innovation assumes a fundamental role to economic and social
development of the countries. It is from this perspective that technology parks are inserted
with the purpose of coordinating the actors that composes a local innovation system in order
to strengthen the innovative competences of a particular region. It is within this context that
the ABC Paulista arises because it is an industrial area that has suffered changes in its
productive sector in the 1990s with significant consequences for the local economy. Another
point is the discussion, from the same decade, the structuring of a regional science park in
order to replace the region into a new production, technological and economic paradigms but
without positive results in this direction. On the other hand, there are local initiatives for
structuring science parks in the region, more specifically in the cities of Santo André and São
Bernardo do Campo. Therefore, this study aims to examine these initiatives and at the same
time, measure the local innovation system and its articulation applying qualitative interviews,
semi-structured and exploratory interviews and investigate the implications of structuring
science parks can offer to the local innovation system in the point of view of the stakeholders
of the local innovation system region and discuss challenges and opportunities to leverage
local technological and innovative competences from the implementation of these enterprises.
The main results of the research, the local innovation system is fragmented and disarticulated
because the interaction among companies and educational institutions is inexpressive and
even among themselves, seeking improvements and technological innovations. The
companies agree with the implementation science parks in the region, however with a reactive
attitude towards this issue, understanding that these initiatives should be triggered by the
government, ignoring the efforts of these initiatives because they are tied to public and
political sphere. Another point identified is the lack of available physical space and own
financial resources for the implementation of these projects; the absence of a structured
design; definition of technological skills; anchor companies and a managing team already set
demonstrate that the projects are still embryonic. In contrast, the region has a diversified
industrial base, some higher education institutions in the field of engineering and efforts to
build and strengthen local productive arrangements, plus a regionality built over the past two
decades can’t be neglected, causing that these initiatives can be consolidated so that it is an
element that can contribute to the strengthening and coordination of the local innovation
system in the region.
Keywords: innovation systems, science parks.
INTRODUÇÃO
Humbert (2005) argumenta que a tecnologia e a indústria atuam em escalas cada vez mais
globais, dependendo fortemente da dinâmica dos processos de aprendizado e das formas de
interação dos atores científicos, tecnológicos e inovativos. Dessa forma, tanto a inovação
quanto os processos de produção são construídos a partir da interação de sistemas sociais e de
aprendizado. Nessa mesma direção, Fuck e Vilha (2011) mostram que o processo de inovação
endereça a necessidade de interação da empresa com múltiplos atores, de modo a acessar
novos conhecimentos e estabelecer novas relações de cooperação para prover tecnologias e
inovações.
Johnson e Lundvall (2005) alertam que para países em desenvolvimento, uma maior atenção
deve ser dada aos sistemas locais de inovação, dada a pouca articulação dos atores que
compõem o sistema nacional de inovação desses países. Partindo dos mesmos pressupostos
enunciados no princípio de sistemas de inovação, os sistemas locais de inovação referem-se
ao conjunto de atores e instituições locais que contribuem para o desenvolvimento e a difusão
de inovações de uma determinada região (Sendin e Appoloni, 2006).
A região do Grande ABC paulista3 tem promovido iniciativas e esforços na direção da
implantação de parques tecnológicos, como a criação da Associação Parque Tecnológico de
São Bernardo do Campo e os esforços da cidade de Santo André para qualificar o projeto do
seu parque tecnológico. Nessa perspectiva, um dado que chama atenção reside sobre o fato de
que a região do ABC apresenta projetos distintos de implantação de parques tecnológicos, a
exemplo das iniciativas distintas preconizadas pelas prefeituras de São Bernardo do Campo e
de Santo André.
A questão que essa pesquisa procurou investigar e responder é:
3 Região metropolitana do estado de São Paulo, compreendendo sete municípios: Santo André, São Bernardo
do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
Qual a configuração das iniciativas, dos atores envolvidos, dos desafios, entraves e
potencialidades para a implantação de parques tecnológicos na região do ABC?
A hipótese desta pesquisa é a de que as limitações da capacidade tecnológica e inovativa da
região se devem à debilidade das interações entre os principais atores do seu sistema local de
inovação, podendo ser fortalecidas pela implantação de parques tecnológicos.
Objetivo Geral da Pesquisa
Investigar as iniciativas, os projetos de implantação dos parques tecnológicos e suas
potenciais implicações ao sistema local de inovação da região do ABC.
Objetivos Específicos:
Analisar a trajetória econômica, industrial e tecnológica da região do ABC sob uma
perspectiva histórica.
Identificar as iniciativas, os atores envolvidos, os principais entraves e desafios para a
implantação parques tecnológicos na região do ABC.
Discutir as tendências e potencialidades da implantação de parques tecnológicos na
região do ABC.
Justificativa
A região do ABC construiu uma estrutura urbana que a coloca em destaque no cenário
brasileiro e, apesar das alterações na estrutura industrial ocorrida na região nos anos
1990, o ABC desenvolveu uma competência industrial que não pode ser
desconsiderada, possuindo ainda um tecido industrial diversificado e um setor de
serviços em franca expansão.
Ademais, a região detêm algumas instituições tradicionais de ensino superior; os
setores automobilístico e petroquímico bastante representativos e suas cadeias
produtivas de igual importância.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1. Inovação: conceitos, tipologias e o tratamento dispensado pela abordagem
evolucionária da economia.
A competitividade dos mercados desperta para a necessidade das empresas estarem atentas ao
ambiente externo e perseguirem vantagens baseadas em inovações de difícil imitação pelos
competidores. Para Schumpeter (1982, p. 76), inovar significa "combinar materiais e forças;
produzir outras coisas ou as mesmas coisas com métodos diferentes; significa combinar de
maneira diferente esses materiais e forças".
Schumpeter (1982, p. 48 e 49) apresenta cinco formas de inovação: 1) desenvolvimento de
um novo produto; 2) introdução de um novo método de produção; 3) abertura de um novo
mercado; 4) descoberta ou conquista de uma nova fonte de matérias primas ou produtos
semiacabados e 5) criação de uma nova indústria ou monopólio.
De acordo com a OCDE (2006, p. 21), a inovação tecnológica é um processo contínuo, tendo
em vista que as empresas introduzem mudanças constantes em seus produtos e processos,
buscando novos conhecimentos e tecnologia para tal. Desta forma, trata-se de um mecanismo
dinâmico e, como tal, mais complexo de se mensurar comparativamente a uma atividade de
característica mais estática.
Kline e Rosenberg (1986, p. 286, 287) propuseram o modelo interativo de inovação (chamado
pelos autores como ‘elo de cadeia de inovação’) que leva em conta a existência de um
processo interativo para prover a inovação. Essa concepção interativa do processo inovativo
no modelo de Kline e Rosenberg prevê interações e retroalimentações (feedbacks) em âmbito
intra-empresarial e interempresarial, bem como entre os diversos estágios do desenvolvimento
da inovação. Ademais, o modelo sinaliza claras interações entre as esferas científica e
tecnológica, levantando questões que alavancam a geração de conhecimentos em ambas as
esferas.
1.2 Sistemas de inovação
Essa percepção interativa do processo inovativo inspira o conceito de sistema de inovação
(SI), que pode ser definido como um conjunto de instituições ou atores institucionais que, em
conjunto, desempenha o papel de influenciar e estimular o desenvolvimento tecnológico e a
dinâmica inovativa de um país ou região (Nelson, 2006, p. 430).
A abordagem dos sistemas de inovação, pelo ponto de vista do destaque aos possíveis
arranjos institucionais nos processos inovativos vai ao encontro do conceito apresentado por
Sábato e Botana (1968, p. 15) denominado de modelo ‘Triângulo de Sábato’. Os autores
argumentavam que para construir uma vigorosa infraestrutura científica e tecnológica era
imperativo incorporar a ciência e tecnologia no processo de desenvolvimento de um país e
para tal, a infraestrutura de C&T deveria estar acoplada à estrutura produtiva da sociedade.
Figura 1. Triângulo de Sábato
SÁBATO e BOTANA (1968)
Etzkowitz (2009, p. 10) faz uma ampliação do triângulo de Sábato usando a terminologia da
‘hélice tripla’ para analisar a relação entre o governo, as universidades e as empresas e seus
papéis no que diz respeito à inovação. Segundo o autor, a inovação ganha mais robustez à
medida que as relações e interações entre estes atores, incluindo também as incubadoras de
base tecnológica, os parques tecnológicos e as empresas de capital de risco se fortalecem.
GOVERNO
ESTRUTURA
PRODUTIVA INFRAESTRUTURA CIENTÍFICA -
TECNOLÓGICA
Figura 2 - O Modelo Tripla Hélice das relações Universidade-Indústria-Governo
Fonte: ETZKOWITZ (2009)
1.3 Sistemas locais de inovação e desenvolvimento regional
Lastres et al (1999, p. 52, 53) comentam que a questão da inovação tem ganhado força no
debate sobre o desenvolvimento econômico regional, ou seja, o caráter localizado da
inovação, face ao contexto da competição global, sublinha as relações entre o local e o global
e o papel que cada uma destas dimensões desempenhará no âmbito político e econômico.
De acordo com Rauen (2006, p. 16, 17), os sistemas locais de inovação possuem “dois
elementos fundamentais e distintos, porém complementares que são as organizações e as
instituições” porque, se por um lado – usando o argumento schumpeteriano - as empresas
estão no cerne das inovações, por outro, as instituições têm a função de criar mecanismos para
que as empresas inovem, estabeleçam redes de cooperação, parcerias tecnológicas e interajam
com os múltiplos atores do sistema local de inovação.
1.4 Parques Tecnológicos (PqTs): conceitos e reflexões
No Brasil, a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores
(ANPROTEC)4 define parques tecnológicos sob dois aspectos:
(a) complexo industrial de base científico-tecnológica, de caráter formal,
concentrado e cooperativo, que agrega empresas cuja produção se baseia em
4 ANPROTEC - Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores. Disponível em
http://www.anprotec.org.br/ArquivosDin/portfolio_versao_resumida_pdf_53.pdf. Acesso em 10/02/2013.
Academia
Indústria
Governo
Rede trilateral e
organizações híbridas
pesquisa tecnológica desenvolvida em centros de P&D [Pesquisa e
Desenvolvimento] vinculados ao Parque; (b) empreendimento promotor da cultura
da inovação, da competitividade, do aumento da capacitação empresarial
fundamentado na transferência de conhecimento e tecnologia, com o objetivo de
incrementar a produção de riqueza (ANPROTEC, 2008, p. 80).
De acordo com Silva (2009, p. 48) há fatores que devem ser levados em consideração para
projetos de PqTs:
Apoio das autoridades com o objetivo de incentivar o projeto e prover melhorias na
infraestrutura local;
Presença de instituições de C&T;
Sistema de incentivos de toda monta;
Espaços para aglomeração de empresas de base tecnológica;
Infraestrutura básica de transportes, telecomunicações, energia etc.;
Qualidade ambiental e boa imagem urbanística;
Presença de empresas que tenham capacidade de criar parcerias e aplicar os
conhecimentos gerados;
Foco de mercado tanto para o mercado interno quanto para o externo.
Steiner et al (2008, p. 10, 11) sinalizam elementos críticos que contribuem para o êxito dos
parques tecnológicos. Neste caso, o nível de comprometimento dos governos municipal,
estadual e federal, das universidades e institutos de pesquisa e do setor empresarial são
fundamentais.
Em contrapartida, para Andrade Junior (2005), há dificuldades inerentes que precisam ser
mitigadas: a distância do parque em relação à universidade, o número de instituições de
ensino fazendo pesquisa conjuntamente com as empresas internalizadas no parque e os
recursos financeiros envolvidos, ou seja, qual o percentual de P&D que é financiado pelas
indústrias para as pesquisas acadêmicas, o grau de formalidade entre as empresas e as IES
dentre outras. Adicionalmente, o apoio inadequado do poder público para alavancagem do
parque; excessiva dependência política; pouca vinculação com as instituições de ensino e
pesquisa locais; presença tímida de ‘capital semente’ e de risco que estejam vinculados ao
projeto.
De acordo com o relatório intitulado Estudo de Projetos de Alta Complexidade – Indicadores
de Parques Tecnológicos5 (CDT/UnB, 2013), no quesito fontes de financiamento, o apoio
governamental mostra-se primordial em todas as fases do empreendimento, detendo a maior
representatividade do montante financeiro dos projetos, devido às incertezas que eles
carregam. Já na fase de implantação, os recursos estaduais e municipais passam a ter maior
participação em contraposição aos federais. Quando os parques já estão consolidados, a
iniciativa privada é responsável por mais da metade dos recursos. Estas informações sinalizam
que a iniciativa privada ainda busca aportar seus recursos em empreendimentos mais
consolidados e com baixo risco de incertezas, mostrando que o empreendedor brasileiro ainda
mantém um relativo distanciamento ao risco, deixando as fases de maior incerteza dos
projetos de parques para o setor público.
1.5 Região do ABC paulista: panorama da sua trajetória industrial, tecnológica e
inovativa
A região do ABC paulista é constituída por sete municípios (Santo André, São Bernardo do
Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra)
compreendendo uma área de 841km2 e uma população total de 2.551.328 habitantes (IBGE,
2010). Do ponto de vista econômico, possui um PIB de R$ 81.693 bilhões incluindo os
impostos arrecadados. Estes dados mostram que a participação da região representa 6,5% do
PIB do Estado de São Paulo e 2,1% do PIB brasileiro (ANUÁRIO DE SANTO ANDRÉ,
2012, p. 24). Das sete cidades, cinco estão entre as cem maiores cidades brasileiras em relação
ao PIB brasileiro, mostrando que a região possui uma economia bastante representativa no
cenário nacional (IBGE, 2013).
O Grande ABC pode ser considerado uma região no sentido forte do termo, na
medida em que sintetiza três dimensões diferentes de articulação em seu recorte
espacial: é simultaneamente, uma região econômica, polarizada e político-
administrativa. Do ponto de vista econômico, o ABC possui importante peso
industrial – com destaque, em primeiro lugar, para o complexo automotivo e, em
segundo, para o ramo petroquímico e químico ao mesmo tempo em que se expande
consideravelmente o setor terciário [...] (DANIEL e SOMEKH, 1999, p. 2)
5 Este relatório foi elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação em parceria com o
Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília com o objetivo de atualizar as
informações sobre a situação atual das iniciativas de parques tecnológicos no Brasil. Foram obtidas 80 respostas
de gestores de parques tecnológicos. Extraído do sítio http://www.mct.gov.br/upd_blob/0228/228606.pdf.
Acesso em 02/11/2013.
Para Klink (2001, p. 138), o fato das grandes empresas locais serem multinacionais, com
decisões estratégicas majoritariamente externas, sem uma política explícita de transferência de
tecnologia para as empresas locais nacionais (micro e pequenas) resultou num tecido
industrial fragmentado, hierarquizado e com pouca articulação com os setores mais dinâmicos
da indústria, influenciando significativamente o desempenho negativo da região na década
seguinte.
1.6 Os instrumentos de ação regional do ABC.
Abrucio e Soares (2001, p. 152-156) explicam que na década de 1990 a região do ABC se vê
na necessidade de criar mecanismos de articulação regional decorrentes do impacto da crise
econômica que assolou a região. Diante deste pressuposto, há o surgimento de múltiplas
iniciativas de aproximação entre os atores regionais com o objetivo de solucionar problemas
comuns e direcionados ao desenvolvimento econômico regional.
Entre os mecanismos e instrumentos criados, destacam-se a criação do Consórcio
Intermunicipal das Bacias do Alto Tamanduateí e Billings, em 1990, representando os sete
municípios da região como um fórum de articulação intermunicipal com ações de caráter
suprapartidário passando pelas temáticas ambiental, gerenciamento e destinação dos resíduos
sólidos e o desenvolvimento local. (KLINK e LÉPORE, 2006, p. 76).
Em 1995 criou-se o Fórum da Cidadania do Grande ABC congregando associações de
empresas, sindicatos, grupos ambientais, representações da mídia local, organizações não
governamentais dentre outros. Já em 1997, foi criada a Câmara Regional do Grande ABC e o
Subcomitê da Bacia Hidrográfica Billings-Tamanduateí e, por último, a Agência de
Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, em 1998, como um desdobramento das
atividades da Câmara Regional (MATTEO e TAPIA, 2003, p. 24; VIANA, 2005, p. 201;
RAMALHO e RODRIGUES, 2013, p. 221).
A Câmara Regional do Grande ABC foi criada em 1997 como um espaço de articulação
política. Foi uma experiência bem sucedida em função da atuação do Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC, sendo um ensaio de negociação entre o setor público, privado e os
sindicatos (VIANA, 2005, p. 206-208).
Em 1998, a Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia apresentou aos prefeitos a proposta
de um projeto integrado de criação de polo tecnológico no ABC, mas a proposta não se
efetivou. Segundo Reis (2008, p. 98):
Infelizmente, os acordos firmados com o governo estadual, que previam a instalação
de um polo tecnológico do GABC não saíram do papel. Há uma possibilidade de
melhor articulação das instituições regionais com a política de pesquisa e extensão
da Universidade Federal do ABC a fim de se constituir centros de setoriais de apoio
e difusão tecnológica conectados com o processo de expansão da produção e,
consequentemente, com o desenvolvimento da economia regional.
Outro ator institucional foi o Consórcio Intermunicipal Grande ABC. Para Laczynski (2009,
p. 5), os consórcios são caracterizados por “elementos de cooperação intermunicipal baseados
na iniciativa local, com interesses comuns e com propostas de resolução de problemas
comuns [...]”.
No caso específico do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, participam os prefeitos das
cidades que compõem o Grande ABC com a função de criar mecanismos de coordenação
intermunicipal para discutir assuntos ligados às problemáticas ambiental, econômica e
administrativa (LÉPORE et al, 2007, p. 122).
Por último, a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC foi criada em 1998
para atuar em conjunto com o Consórcio Intermunicipal com o objetivo de promover e
estimular o desenvolvimento econômico e sustentável da região. As três áreas de atuação da
Agência estão centradas no apoio e estímulo às micros e pequenas empresas; promoção da
imagem regional; e formação de um sistema de informação (Site AGÊNCIA, 2002 apud
VIANA, 2005, p. 211).
Mais recentemente, tendo como ponto de apoio estas discussões sobre os rumos que a região
precisa delinear dentro do novo panorama econômico global de produção, a região do ABC
elaborou a Carta do ABC6 endereçada ao ministério do planejamento, orçamento e gestão
explicitando algumas prioridades regionais nas quais destacamos a constituição do Polo
Tecnológico do Grande ABC de modo a ampliar a infraestrutura de apoio ao desenvolvimento
tecnológico e à geração de inovações tecnológicas nos principais setores econômicos da
região, incluindo a participação das universidades e instituições federais da região.
6 Documento extraído do website do Consórcio Intermunicipal Grande ABC. Disponível em:
http://www.consorcioabc.sp.gov.br/documentos/CARTADEPRIORIDADESDOABCPARAAMINISTRAMIRI
AMBELCHIOR27052011.pdf. Acesso em25/11/2013.
2. Procedimentos Metodológicos
Revisão bibliográfica e documental;
Pesquisa de campo qualitativa de caráter exploratório, a partir da realização de
entrevistas presenciais com os atores mais representativos do sistema local de
inovação da região do ABC;
De forma combinada, a pesquisa buscou examinar a experiência dos municípios de
São Bernardo do Campo e Santo André, que têm esboçado iniciativas e esforços na
direção de parques tecnológicos, por meio da realização de entrevistas presenciais, com o
objetivo de entender as especificidades das iniciativas que estão sendo realizadas.
As entrevistas ocorreram nos meses de maio a dezembro de 2013, foram gravadas com a
autorização dos entrevistados e tiveram duração média de 60 minutos.
Eixo 1: Perfil dos atores científicos, tecnológicos e inovativos do sistema local de
inovação da região do ABC.
Eixo 2: Caracterização da dinâmica interativa existente entre os principais atores
presentes no sistema local de inovação da região do ABC.
Eixo 3: Atores envolvidos, principais entraves e desafios para o desenvolvimento e
implantação de parques tecnológicos na região do ABC.
3. Resultados da pesquisa
Foram selecionados os principais atores do sistema local de inovação da região do Grande
ABC com o objetivo de compreender como estes atores participam das discussões a respeito
dos projetos de implantação de parques tecnológicos na região e, ao mesmo tempo,
caracterizar a dinâmica interativa destes atores que compõem o sistema local de inovação da
região.
Quadro 1: Atores do sistema local de inovação da região do ABC entrevistados na pesquisa de campo
Instituições e Entidades de Classe
Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande
ABC.
CIESP – Regional São Bernardo do Campo e Regional
Santo André.
Consórcio Intermunicipal Grande ABC.
Incubadora de Base Tecnológica de Santo André
(Inctec)
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (SEBRAE).
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Sindicato dos Químicos do ABC.
Instituições de Ensino
Fundação Educacional Inaciana Padre Sabóia de
Medeiros (FEI).
Universidade Municipal de São Caetano do Sul
(USCS).
Universidade Federal do ABC (UFABC).
Fonte: Elaboração própria (2013).
3.1 Caracterização da dinâmica interativa existente entre os principais atores do
sistema local de inovação da região do ABC.
De maneira geral, os atores entrevistados destacaram a necessidade de estimular o sistema
local e inovação, por meio de parcerias entre empresas, universidades e poder público local, já
que a região não esboça interlocução entre os atores. Nessa direção, quatro perspectivas de
análise aparecem: i) o sistema local de inovação é desarticulado, fragmentado e enfraquece os
processos inovativos. Por consequência, se coloca como uma limitação na consolidação de
parques tecnológicos na região; ii) há uma clareza por parte dos atores investigados de que
estas interações precisam ser estimuladas, cabendo às instituições e entidades locais
deflagrarem estas iniciativas, especialmente o poder público local; iii) os empresários locais,
em certa medida, buscam complementaridades nos arranjos produtivos, de modo a ampliar
sua competitividade, mas ainda há muito por fazer; iv) a região do ABC explicita a
necessidade de sistematizar uma base de dados das competências tecnológicas locais e um
perfil minucioso das empresas da região, de modo a compatibilizar a oferta e demanda
tecnológica existente.
3.2 Identificação dos principais entraves e desafios para o desenvolvimento e
implantação de parques tecnológicos na região do ABC
Os atores FEI, UFABC, Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC, CIESP Regionais
SBC e Santo André, Inctec, Sindicatos dos Metalúrgicos e Químicos estão participando
efetivamente das discussões sobre os projetos de implantação de parques tecnológicos nas
cidades de Santo André e São Bernardo do Campo sendo que alguns destes já são membros
da Associação Parque Tecnológico de São Bernardo do Campo. Os demais atores
selecionados ainda não participavam oficialmente das discussões até a conclusão desta
pesquisa. Porém, suas opiniões foram importantes para a pesquisa já que possuem forte
representatividade no contexto da região.
Para os entrevistados, os principais entraves para a implantação de parques tecnológicos na
região do ABC se residem no fato de que o sistema local de inovação é desarticulado; há
pouca interação U/E; ausência de recursos financeiros e de legislação adequada; concorrência
com outros parques na captação de recursos tanto no âmbito estadual quanto federal;
assimetria e heterogeneidade das empresas locais; ausência de um diagnóstico entre oferta e
demanda tecnológica; ausência de um projeto consolidado; dependência do setor público;
pouca participação das multinacionais nesta questão; dificuldade de captação de empresas
âncoras; desconhecimento dos mecanismos para a interação U/E; disponibilidade de área
física; dificuldade em adequar o projeto regional nos moldes do SPTec; ausência de uma
liderança institucional forte; políticas industriais e de inovação ainda não fazem parte das
estratégias dos municípios; fragilidade das representações empresariais; deficiência na
aglutinação das pequenas e médias empresas.
Como desafios, os entrevistados destacaram a necessidade de se elaborar um modelo de
gestão, articulando as competências com as demandas tecnológicas; preparar as IES e as
indústrias para atuarem conjuntamente e dentro do parque; convencer as empresas dos
benefícios de um parque tecnológico e atraí-las para o empreendimento; fazer com que o
parque seja um indutor da interação U/E; criar transbordamentos para futuras indústrias;
articular o sistema local de inovação; prospectar novas áreas tecnológicas que transbordem
para os setores produtivos mais tradicionais da região; delinear um projeto de parque com
missão e objetivos claramente definidos e coerente com as demandas e potencialidades
regionais; transformar o poder público local em um articulador do sistema local de inovação;
evitar a sobreposição de recursos e concorrência entre os parques da região; convergência
para criação de um parque regional; reduzir a desconfiança dos empresários; e acelerar a
oferta de infraestrutura básica para atração das empresas.
4. A Experiência dos municípios de São Bernardo do Campo e Santo André nas
iniciativas de implantação de parques tecnológicos.
O objetivo deste capítulo é apresentar a experiência dos municípios de São Bernardo do
Campo e de Santo André que têm esboçado iniciativas e esforços na direção de parques
tecnológicos por meio de entrevistas concedidas no mês de julho de 2013 pelo Secretário de
Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo do Campo, bem como
entrevista concedida no mês de novembro de 2013 pelo Secretário Adjunto de
Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de Santo André com o objetivo de
entender as especificidades das iniciativas realizadas, os atores envolvidos no projeto e os
principais entraves e desafios para a implantação dos parques tecnológicos em questão. Neste
sentido, foram elaborados dois eixos investigativos que estão explicitados nos quadros 2 e 3:
4.1. A experiência do município de São Bernardo do Campo
Quadro 2: Eixos de investigação para o município de São Bernardo do Campo
Eixo 1 - Estrutura e desenho do projeto de
implantação do parque tecnológico dos municípios
investigados
Eixo 2 - Entraves e as limitações na implantação do
parque tecnológico dos municípios investigados
O projeto teve início em 2009;
Não há um local definido;
Juridicamente se constituiu uma Associação para a
gestão do futuro parque;
As novas áreas tecnológicas serão gás e petróleo,
defesa e ferramentaria;
O projeto tem a preocupação de novas competências
tecnológicas, inovativas e industriais para a região;
Parceria com o Parque Tecnológico de Mjärdevi, na
Suécia.
Os principais atores presentes no parque serão a
UFABC, FEI, IMT e o CISB.
Necessidade e dificuldade de captação recursos
financeiros;
Espaço físico disponível;
Sistema local pouco articulado;
Distanciamento das IES e do setor produtivo;
Dificuldade de convencimento do empresariado local
da importância de um parque tecnológico para o
município.
Fonte: Pesquisa de campo (2013)
A experiência deste município se revelou mais estruturada haja vista que criou juridicamente
uma Associação para a sua gestão, consolidou parcerias, está delineando uma pesquisa para
identificar as demandas e ofertas tecnológicas existentes no município em conjunto com a
USCS e estabeleceu uma parceria com o IMT para um futuro laboratório de crash test que o
município pretende pleitear. Por outro lado, carece de uma área pública já definida para a
implantação do futuro parque.
4.2 A experiência do município de Santo André
Quadro 3: Eixos de investigação para o município de Santo André
Eixo 1 - Estrutura e desenho do projeto de
implantação do parque tecnológico dos municípios
investigados
Eixo 2 - Entraves e limitações na implantação do
parque tecnológico dos municípios investigados
O projeto foi retomado em 2013;
Juridicamente ainda não há uma entidade gestora
institucionalizada;
Há dois locais definidos por lei municipal para a
implantação do parque;
Aprovação da Lei de Inovação do município;
Possui credenciamento provisório junto ao SPTec;
Convênios estabelecidos com a UFABC, CUFSA e
FUABC;
Está pleiteando recursos junto à FINEP;
Ainda não há uma definição clara para as
competências tecnológicas para o futuro parque
tecnológico.
Baixa interação U/E;
Disponibilidade de conhecimento tecnológico crítico;
Limitação de espaço físico
Recursos financeiros escassos;
Dificuldade de convencimento do empresariado local
da importância de um parque tecnológico para o
município;
Distanciamento das IES do setor produtivo local;
Articular o sistema local de inovação da região;
Fortalecer a interação U/E;
Atrair empresas âncoras;
Desconfiança do empresariado local;
Oferecer uma estrutura capaz de atrair empresas para
o interior do futuro parque.
Fonte: Pesquisa de campo (2013).
A experiência de Santo André está menos consolidada, pois foi retomada na nova gestão do
município. Entretanto, com a retomada das discussões e do projeto, a cidade designou duas
áreas públicas para a implantação do parque, aprovou a lei de inovação municipal e
credenciou seu projeto junto ao SpTec.
CONCLUSÕES
De acordo com os atores mais representativos do sistema local de inovação, verificou-se que o
projeto de criação de um polo e/ou parque tecnológico regional seria a iniciativa mais
adequada para a região do ABC sob o ponto de vista do fortalecimento e engajamento dos
atores e das instituições regionais construídas já que há uma pulverização geográfica em mais
de uma cidade dos atores científicos, tecnológicos e inovativos de modo que uma ação
regional seria mais adequada.
Em contrapartida, as entrevistas revelaram que questões políticas adversas; a ausência de uma
liderança regional forte; questões ligadas ao espaço físico do parque e a ausência de uma
articulação consistente do sistema local de inovação foram considerados entraves que
permitiram deflagrar projetos individuais de implantação de parques tecnológicos. Em certa
medida, o novo curso de implantação de parques fragiliza a perspectiva da atuação no
contexto regional construída ao longo dos anos nessa direção.
De forma ampliada, as entrevistas revelaram que o setor produtivo da região se mostra
favorável à implantação dos parques tecnológicos, contudo, a iniciativa deve ser deflagrada
pela esfera pública, indicando um posicionamento de ressalva para mobilização das mesmas
na direção dos projetos de parques. Aqui, cabem duas reflexões a respeito: i) o setor produtivo
local, em alguma medida, segue o perfil das empresas em âmbito nacional, caracterizando-as
como avessas ao risco; e ii) a natureza tecnológica como base do projeto de implantação de
parques tecnológicos mostra, igualmente, que o setor produtivo local também se posiciona de
forma reativa à inovação – especialmente quando pensada de forma sistêmica, mesmo
reconhecendo que ela é necessária para competir e crescer.
As entrevistas realizadas para investigar a experiência do município de São Bernardo do
Campo nas iniciativas de implantação de parque tecnológico sinalizam o empenho do poder
público para que o seu projeto alavanque. Para tal, formalizou-se uma Associação gestora do
projeto, sedimentou parcerias com o CISB (Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro),
com o IMT para um futuro laboratório de crash test que o município pretende pleitear e com a
USCS para mapear competências industriais e tecnológicas do município. Por outro lado, a
captação de recursos públicos torna-se crítica, tendo em vista que o município não apresenta
condições de assumir o empreendimento integralmente com recursos próprios. Ao mesmo
tempo, não há espaço físico definido, dificultando o planejamento da infraestrutura e demais
requisitos básicos para a captação de recursos. Outra limitação da iniciativa de implantação do
projeto decorre dos fracos vínculos entre os atores do sistema local de inovação, não
esboçando ações contundentes para reorientar esse padrão.
No caso do município de Santo André, as entrevistas indicaram que o município designou
duas áreas públicas claramente definidas para aportar o projeto; estabeleceu convênios e
protocolos de intenção de parceria e apoio; e aprovou a lei municipal de inovação,
capacitando-o inicialmente para pleitear recursos financeiros junto ao SPTec. Há esforços do
poder público do município para que o projeto avance, contudo, há limitações contundentes
no que tange ao comportamento reativo por parte dos empresários quanto à indefinição do
projeto propriamente dito, impedindo a atração de empresas âncoras e maior interação dos
diferentes atores do sistema de inovação.
Os entraves na implantação de parques tecnológicos na região do ABC destacados pela
maioria dos entrevistados foram os relacionados às limitações na obtenção de espaço físico;
dificuldades para a captação de recursos financeiros; desarticulação do sistema local de
inovação; baixa interação das empresas locais com as universidades; distância das empresas
multinacionais das questões tecnológicas e inovativas de cunho local e regional; e ausência de
um levantamento qualificado de oferta e demanda tecnológica da região que auxiliaria
substancialmente na construção de projetos mais aderentes às especificidades locais.
Por fim, a partir dos resultados obtidos da pesquisa de campo realizada, foi possível
identificar que o estágio das discussões sobre a implantação de parques tecnológicos dos
municípios de São Bernardo do Campo e Santo André pode ser caracterizar como em estágio
inicial ou embrionário, porque não há, até o presente momento, um desenho claro da
infraestrutura básica, viabilidade financeira, áreas de atuação definidas, espaço físico e
políticas locais mais consistentes de apoio à CT&I.
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