Metateoria. La Explicacion en La Ciencia Social - James Coleman
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PARA O DESENVOLVIMENTO DUMA METATEORIA EM GRUPANÁLISE
I – A. Em 1915, Freud publicou aquilo que denominou, “trabalhos
metapsicológicos”, e que são, respectivamente:
1. “Os Instintos e suas vicissitudes”
2. “A repressão”
3. “O inconsciente”
4. “Um suplemento metapsicológico à teoria dos sonhos”
5. “Luto e Melancolia”
B. Segundo afirma Ernest Jones na “Vida e obra de Sigmund Freud” ele
pensava também publicar sete outros trabalhos, que nunca fez ou em
alternativa, a cuja destruição procedeu. Destes são conhecidos cinco
títulos:
1. O consciente
2. A ansiedade
3. A histeria de conversão
4. A neurose obsessiva
5. As neuroses de transferência, em geral
C. Nestes trabalhos, Freud sublinha a importância dos fenómenos inconscientes
no comportamento do individuo e na explicação duma abordagem e
dinâmica psicanalítica
D. Assim, construiu-se e desenvolveu-se uma psicologia do inconsciente, que
permitiria explicar o comportamento do indivíduo, alicerçado naqueles
fatores
E. Cortesão considera que a análise daqueles fenómenos é, igualmente,
fundamental em grupanálise
II– Na 1ª edição da sua obra “ Psicoterapia de Grupo. O enfoque psicanalítico”
Foulkes que sempre fora influenciado pelas abordagens sociológicas de Norbert
Elias, Max Horkheimer, Theodoro Adorno e, sobretudo, K. Goldstein, que foi seu
mestre, procurou desenvolver uma metateoria da grupanálise, inspirado em
conceitos específicos das ciências sociais, filosofia e nos pontos de vista da t. de
comunicação, nomeadamente, na análise dos seus níveis de relacionamento
(autocosmos, microsfera e macrosfera), formulados por Erikson, a partir de
conceitos análogos de Wernicke, estabelecidos no princípio do séc.XX.
III- Em 1968, M. R. Leal publicou no GAIPAC, um artigo em que criou e
desenvolveu o conceito de matriz relacional interna, que definia como uma
entidade, que o individuo desenvolvia nos diferentes grupos, em que se inseria
desde a díada mãe-criança, passando pelos grupos de família edipiana, de
natureza família restrita pela alargada, (incluindo os colaterais) até aos grupos
de aprendizagem, profissionais e de lazer.
Esta matriz relacional interna (que Foulkes preferia designar por matriz pessoal
do grupo),vai ser modificada na rede de interações, que Foulkes designou por
matriz grupanalítica e que vamos definir a seguir
IV – O conceito de matriz grupanalítica foi definido por Foulkes na esteira de
idênticas conceções de Ruesh e Bateson, que considerava a comunicação
como a matriz social da psiquiatria. Assim para estes autores a doença
mental estaria ligada a perturbações da comunicação
V-Partindo desta concepção, Foulkes definiu matriz grupanalítica, como uma rede de
relação e comunicação , a qual permitiria a evolução do processo grupanalítico e a
consequente modificação da matriz grupanalítica e da matriz pessoal do grupo.
M.R. Leal considera que esta evolução está ligada ao desenvolvimento de
fenómenos do espelho, o que levava ao desenvolvimento dos correspondentes
neurónios do espelhamento, de modo análogo a que Fonagy e Gergeley
mostraram verificar-se nas crianças.
VI – Ao introduzir o conceito de padrão grupanalítico, sempre dificilmente aceite
por Foulkes, Cortesão definiu-o como o conjunto de atitudes que o
grupanalista sustenta e mantem na matriz grupanalítica, com uma função
interpretativa, que fomenta e desenvolve o processo grupanalítico
É caraterizado pela sua natureza, que reside no grupanalista como pessoa e
transmissor, função através das suas intervenções e interpretações e propósito
(que consiste na perlaboração a neurose de transferência grupal e na
reconstrução e na procura duma na diferenciação dos selves
VII – Tal facto e o desenvolvimento destas conceções levou Cortesão a modificar
o próprio conceito de matrizgrupanalítica,que passou a definir como uma
“rede específica de comunicação, relação e perlaboração” , a qual pela
integração do padrão grupanalítico, permite a evolução do processo
grupanalítico, adentro das dimensões teóricas e técnicas, que o informam
VIII – Estes três últimos conceitos (matriz relacional interna matriz grupanalítica,
padrão grupanalítico) são as bases em que podem assentar uma metateoria
• Resumo:
• Baseando-se nos conceitos da metapsicologia freudiana e na proposta duma metateoria
grupanalítica, feita por Foulkes na 1ªedição da obra de Foulkes e Anthony, “Psicoterapia de
grupo – a abordagem psicanalítica”, mas relativizada numa 2ª edição da mesma obra e não
prosseguida posteriormente por aquele autor, sublinha-se a necessidade e a importância de se
desenvolver este conceito em Grupanálise e propõe-se que ele assente nos conceitos de Matriz
(Foulkes, reformulado por Cortesão), Padrão (Cortesão) e Matriz Relacional Interna (M. R.
Leal).
• Palavras-chaves: Matriz, Matriz Relacional Interna, Metateoria, Padrão
• Abstract:
• As Freud constructed a metapsychological theory in psychoanalysis and Foulkes proposed a metatheory for group-analysis in the 1st edition of his book, published with Anthony, “Group psychotherapy - the psychoanalytic approach” (though he revised this point of view in a less ambitious conception in its 2nd edition and did not follow it afterwards), the author underlines the need and the importance to be develop this conception in group-analysis. He propose its construction though the use of the conceptions of matrix (Foulkes, revised by Cortesão), pattern (Cortesão) and internal relational matrix (M. R. Leal).
• Key-Words: Matrix, Internal Relational Matrix, Meta-theory, Pattern
• Résumé
• Partant des conceptions de Freud sur métapsychologie en psychanalyse et de celles de Foulkes où cet auteur propose une métathéorie group analytique (dans le 1ére édition de son œuvre, publiée avec E. J. Anthony “La psychothérapie de groupe – l’approche psychanalytique”, revue dans la 2ém édition de cette œuvre et non poursuivie postérieurement, l’auteur souligne l’importance de développer cette conception, qu’il propose de construire à partir des notions de matrice (Foulkes, revue par Cortesão), pattern (Cortesão) et matrice relationnelle interne (M. R. Leal).
• Mots-Clés: Matrix, Matrix Relationnel Interne, Métathéorie, Padron
• Bibliografia
• Cortesão, E. L. (1989). Grupanálise – Teoria e Técnica. (Ed.) Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa: Portugal.
• Ferreira, A.G. (1992). Matriz Grupanalítica in Revista Portuguesa de Grupanálise, Nº3, pp: 45-56.
• Ferreira, A. G. (2004). O problema e a procura duma metateoria em Grupanálise. (Ed.) Fim de Século, Revista Portuguesa de
Grupanálise, (Nova Série) Nº pp: 17-30.
• Foulkes, S. H. & Anthony, E. J. (1957/1964). Group psychotherapy –The psychoanalytic approach. (Ed.) Pinguin Books,
London: UK
• Freud, S. (1915). Papers on metapsychology. (Ed.) Hogarth Press (Standart Edition), Vol. XIV, London: UK.
• Jones, E. (1955). The life and work of Sigmund Freud. (Ed.) Basic books, New York: USA
• Leal, M. R. (1968). Transference neurosis and Group analytic treatment. (Ed.) Pergamon Press GAIPAC, Vol 1 (2), pp:101-109.
• Leal, M.R. (2010). Passos na Construção do Eu. (Ed.) Fim do Século, Lisboa: Portugal