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PÂMELA CRISTINA GUSLEN RUFINO DOS SANTOS
A CONTRIBUIÇÃO DO ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL
LONDRINA 2010
PÂMELA CRISTINA GUSLEN RUFINO DOS SANTOS
A CONTRIBUIÇÃO DO ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina. Orientador: Profª. Ms. Andréia Maria
Cavaminami Lugle
LONDRINA 2010
PÂMELA CRISTINA GUSLEN RUFINO DOS SANTOS
A CONTRIBUIÇÃO DO ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina.
COMISSÃO EXAMINADORA
____________________________________ Profª. Ms. Andréia Maria Cavaminami Lugle
Universidade Estadual de Londrina
____________________________________ Profª. Drª. Sandra Regina Ferreira de Oliveira Universidade Estadual de Londrina
____________________________________ Prof. Carlos Toscano
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, _____de ___________de _____.
A minha família, pelo amor e apoio
incondicionais.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela benção constante e por permitir que este trabalho se
concluísse.
A Prof. Ms. Andréia Maria Cavaminami Lugle, pela orientação,
incentivo, disposição em me direcionar nas pesquisas, por dividir comigo seus
conhecimentos , tornando possível a conclusão desse trabalho; tornando-se assim,
um modelo de profissional para mim.
As amigas do curso, por todos os momentos de estudo juntas, pelas
discussões e reflexões, bem como aos amigos que auxiliaram com dicas de
formatação e com os gráficos.
Aos professores do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual
de Londrina, por toda a contribuição em minha formação acadêmica que foram
essenciais na realização desse trabalho.
De maneira mais pessoal à minha família, pela compreensão e apoio
nos momentos difíceis, em especial meu pai pela colaboração sem medida. Meu
noivo, pela compreensão e paciência com meu deveres; a todos vocês, agradeço
pelo incentivo.
SANTOS, Pâmela Cristina Guslen Rufino dos. A contribuição do estágio curricular obrigatório na formação inicial de profissionais da educação infantil. 2010. 42 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2010.
RESUMO
A presente pesquisa teve como objetivo investigar e refletir como as práticas de estágio curricular obrigatório do curso de Pedagogia contribuem para a formação de professores que irão atuar na Educação Infantil. Para o desenvolvimento deste trabalho foram utilizadas referências bibliográficas abordando principalmente autores como: Nathanael (2006), Pimenta (1995) e (2004), Gomes (2009), entre outros, que discutem sobre o estágio nas licenciaturas, estágio na formação docente, sobre a formação do educador infantil, leis e regulamentos que normatizam as práticas de estágio no curso de Pedagogia. Após a pesquisa bibliográfica foram elaborados e aplicados questionários aos estudantes do terceiro ano do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina de 2009. Os questionários envolveram estudantes que já possuíam experiência na Educação Infantil e estudantes que não possuíam experiência. As duas categorias foram analisadas de formas distintas. Após a análise dos dados verificou-se que para ambas as categorias o estágio configura-se como momento de reflexão e de aprendizado. De forma geral, o estágio curricular obrigatório do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina, para este grupo de estudantes do ano de 2009 contribuiu para a sua formação acadêmica, de maneira que possam atuar na Educação Infantil com mais segurança. Além disso, a pesquisa gerou diversas reflexões sobre as práticas de estágio, no que diz respeito a necessidade de se repensar o tempo para a realização do mesmo, o espaço que os estudantes tem para realizar discussões, bem como a necessidade de sempre procurar aliar teoria e prática. Palavras-chave: Estágio curricular obrigatório. Curso de Pedagogia. Educação Infantil. Formação inicial.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Gráfico sobre a contribuição do estágio para formação docente
dos estudantes com experiência na Educação Infantil .......................... 23
Figura 2 – Gráfico sobre o espaço para discussões e troca de experiências
segundo os estudantes com experiência na Educação Infantil ............. 25
Figura 3 – Gráfico sobre a contribuição do estágio para formação docente
dos estudantes sem experiência na Educação Infantil .......................... 31
Figura 4 – Gráfico sobre o espaço para discussões e troca de experiências
segundo os estudantes sem experiência na Educação Infantil ............. 33
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 8
2 O ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO DA EDUCAÇÃO INFANTIL ........... 11
2.1 UM RESUMO DA HISTÓRIA DO ESTÁGIO NAS LICENCIATURAS ..................................... 11
2.2 O ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO ............................................................... 14
2.3 O ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO DO CURSO DE PEDAGOGIA DA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA ........................................................................ 16
2.4 O PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO INFANTIL ................................................................ 19
3 O ESTÁGIO NA PERSPECTIVA DOS ALUNOS DO CURSO DE
PEDAGOGIA ............................................................................................................ 22
3.1 AMOSTRAGEM DO QUESTIONÁRIO ........................................................................... 22
3.2 APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO AOS ALUNOS DO 3ª ANO DE PEDAGOGIA ..................... 23
3.2.1 Análise dos Questionários Respondidos pelos Estudantes que Atuam
ou já Atuaram na Educação Infantil ........................................................................... 23
3.2.2 Contribuições do Estágio na Educação Infantil para a Minha Formação ......... 29
3.2.3 Análise dos Questionários Respondidos pelos Estudantes que não
Possuíam Experiência na Educação Infantil ............................................................. 30
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 36
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42
ANEXOS ....................................................................................................................43
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1 INTRODUÇÃO
Historicamente a pré-escola, hoje com a nomenclatura Educação
Infantil se manteve por muito tempo com o grande objetivo de simplesmente cuidar
da higiene e bem estar das crianças, desta forma os responsáveis por estas
crianças eram pessoas sem formação superior.
Após a LDB 9.394/96, os profissionais que atuam em instituições de
Educação Infantil são caracterizados como docentes, sendo que sua formação
mínima admitida será a oferecida em nível de ensino médio (BRASIL, 2006).
O curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina, no
currículo do ano de 2007, tem a formação docente com habilitação para Educação
Infantil, contendo em sua carga horária práticas de estágio curricular obrigatório a
partir do terceiro ano de curso.
O estágio curricular obrigatório é um momento que os alunos vão a
campo, nas instituições de Educação Infantil para aprimorar sua aprendizagem.
Diante disso, surgiu a necessidade de procurar compreender: “Como as práticas de
estágio curricular obrigatório do curso de Pedagogia contribuem para a formação de
profissionais que atuarão na Educação Infantil?”
O objetivo geral do presente trabalho é investigar a contribuição do
estágio curricular obrigatório da Educação Infantil na formação inicial de estudantes
do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina. Esse estágio se
efetiva a partir do terceiro ano de curso, tendo assim o estudante a oportunidade de
vivenciar a realidade escolar. Como estudante do curso de Pedagogia e atuante na
área de educação de crianças de 0 a 5 anos, surgiu-me a preocupação de saber
como se dará a formação dos professores para atuar na Educação Infantil, pois essa
etapa é muito importante para o desenvolvimento das crianças, não podendo ser
realizada de qualquer forma.
É necessário verificar se o curso de Pedagogia fornece base teórica
suficiente para uma boa formação de educadores e se os alunos aproveitam a
oportunidade para colocarem em prática as aprendizagens até então discutidas,
problematizando o contexto escolar e permitindo a relação entre a teoria e a prática.
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No estágio, através da observação e da intervenção, o estudante
tem contato com crianças, professores, pedagogos, pais, enfim, com toda a
realidade de um Centro de Educação Infantil, além de compartilhar experiências com
os colegas de estágio, adquirindo assim conhecimento sobre a identidade e função
do educador infantil.
Diante disso, esse projeto de pesquisa faz-se importante na área de
Educação para como o estágio curricular obrigatório contribui com a formação dos
educadores infantis, sendo possível verificar o que é necessário ser modificado em
relação ao estágio nos cursos de Pedagogia, para que haja sempre a relação entre
teoria e prática, ação-reflexão-ação; tão valorizadas na formação dos pedagogos.
O presente trabalho teve como metodologia inicial a pesquisa
bibliográfica, sendo que a primeira fonte de dados foi em livros, periódicos, teses,
documentos, artigos, etc. Essa pesquisa fez-se necessária para conhecermos o que
já foi produzido sobre Educação Infantil e estágio, que seja relevante para esse
trabalho, bem como conhecer a posição de diferentes autores, tais como Nathanael
(2006), Pimenta (1995), sobre o assunto em questão.
Posteriormente, desenvolvemos um trabalho de campo e como
instrumento para a coleta de dados foram formulados questionários, com a intenção
de verificar quais as contribuições das práticas de estágio, opiniões para aprimorar
essa experiência através do contato com as opiniões de estudantes do terceiro ano
do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina de 2009.
No referencial teórico descrevemos um breve relato da história sobre
a implantação dos estágios na licenciatura, prosseguindo com a descrição do
estágio no curso de Pedagogia, relatando e analisando o que dizem os autores
sobre o estágio na formação de pedagogos. Mais adiante, relatamos o Projeto de
Estágio da Universidade Estadual de Londrina, descrevendo os objetivos do estágio
curricular obrigatório e como ele é desenvolvido. Na sequência, como o recorte de
pesquisa é a contribuição do estágio na formação especificamente do educador
infantil, fazemos um breve resgate do processo de valorização dessa profissão e das
especificidades que ela demanda.
No próximo capítulo, abordamos como o estágio é visto na
perspectiva dos estudantes do curso de Pedagogia, explicando e relatando como se
deu a coleta de dados, a elaboração e aplicação dos questionários. Posteriormente,
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fazemos a análise dos questionários respondidos por estudantes que atuam ou já
atuaram na Educação Infantil e também dos respondidos por estudantes sem
experiência alguma na área.
Finalizamos com uma reflexão sobre a contribuição do estágio na
formação inicial dos professores de Educação Infantil, oriunda do processo de
pesquisa e das conclusões obtidas com a análise dos dados, considerando que
todas as informações são relevantes para pensarmos mais sobre as práticas de
estágio que acontecem no curso de Pedagogia e como as vivências dos estagiários
contribuem com sua formação em relação à docência na Educação Infantil.
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2 O ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Os cursos de licenciaturas do ensino superior pressupõem a prática
do estágio curricular obrigatório. Este estágio tem por objetivo permitir ao estudante
a vivência de sua aprendizagem escolar, inserindo-o na realidade profissional de sua
formação específica, por meio de observações e intervenções no campo de trabalho.
Desta forma, delineamos na seção seguinte um resumo da história
do estágio no Brasil, o estágio na formação docente do curso de Pedagogia, em
especial do curso da Universidade Estadual de Londrina, para compreendermos sua
trajetória e os objetivos para a formação inicial de professores.
Iniciando nossos estudos abordaremos uma síntese de como surgiu
o estágio no Brasil.
2.1 UM RESUMO DA HISTÓRIA DO ESTÁGIO NAS LICENCIATURAS
Em meados dos anos de 1940 e 1950, o estágio no Brasil era
praticado como forma de treinamento para a mão-de-obra industrial e comercial e
não como ação pedagógica, como comenta Nathanael (2006, p.133) “trabalhadores
recebiam no Senai e no Senac um verniz de estudos, por meio de uma série
metódica ocupacional, formada por operações, tarefas e tecnologia”, não eram os
estudantes que seriam treinados para o trabalho, mas os trabalhadores já em
atividade que tinham momentos de formação e treinamento.
Durante esse período o estágio já estava sendo pensado do ponto
de vista pedagógico, podendo ser os estágios curriculares “complementos de
atividades comuns” (NATHANAEL, 2006, p. 133). Inicialmente foram as escolas
profissionais, técnicas e os cursos superiores que se interessaram por essa prática
de estágio, pensando que os fundamentos teóricos do trabalho poderiam ser
testados na prática. Como eram poucos alunos por turma, os estágios aconteciam,
de acordo com que indica Nathanael (2006, p. 133), “por meio de aulas sediadas em
escritórios-modelos, oficinas diversas, escolas primárias de aplicação (no caso dos
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cursos normais) e fazendas experimentais”, ou seja, eram espaços de simulação da
realidade de trabalho.
Após a segunda metade do século XX, quando as oportunidades de
escolarização foram se democratizando e houve o aumento na demanda de
matrículas nas escolas, as relações de trabalho passaram a se modificar com
rapidez. Então, por volta dos anos de 1950, as práticas de estágio dentro dos muros
escolares foram se tornando inúteis, sendo necessário haver um contato direto com
o mercado de trabalho.
Assim, por volta dos anos de 1960 teve início a “era dos estágios
extra-escolares” (NATHANAEL, 2006, p. 134), o autor comenta ainda que, em 1962
o MEC baixou uma portaria Ministerial proclamando o treinamento profissional como
uma exigência para os cursos de:
Direito, Medicina, Medicina Veterinária, Odontologia, Serviço Social, Educação Física, Engenharias, Agronomia, Arquitetura e Urbanismo, Geologia, Químicas, Enfermagem, Ciências Sociais, Filosofia, Jornalismo, Letras, Desenho, Física, Matemática, História Natural, Matérias Pedagógicas e Biblioteconomia (NATHANAEL, 2006, p.135, grifo nosso).
No ano de 1970 o governo federal tornou obrigatória a prática de
estágio para os estudantes dos cursos superiores citados acima, então, o
treinamento profissional considerado agora como estágio tornou-se condição para a
obtenção de diploma nos cursos superiores (NATHANAEL, 2006).
Sendo o estágio já obrigatório nos cursos superiores, sua
disciplinação por meio de legislação específica iniciou-se a partir de 1975, com o
Decreto de n° 75.778, que veio para “disciplinar os estágios no âmbito do serviço
Público Federal” (NATHANAEL, 2006, p. 137). O presente Decreto, em seu artigo 3º
coloca que o estágio “se destina à complementação educacional e de prática
profissional e será planejado e desenvolvido em harmonia com os programas
escolares” (BRASIL, 1975, p. 1), sendo que, neste caso, o estágio poderia ser uma
atividade remunerada. Podemos perceber no artigo 3º que o estágio seria revestido
em forma de bolsa para os estudantes.
A instituição do estágio é marcada na história da educação brasileira
em 1977 com a Lei n°6.494 de 7 de dezembro, que “dispõe sobre os estágios de
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estudantes de estabelecimento de ensino superior e ensino profissionalizante do 2º
Grau e Supletivo e dá outras providências” (BRASIL, 1977, p. 1), as disposições
principais dessa Lei são assim resumidas:
a. Autoriza pessoas jurídicas de direito privado, órgãos de
administração pública e mesmo as instituições de ensino a aceitarem como estagiários alunos regularmente matriculados;
b. Os cursos geradores de estágio são de nível superior, profissionalizante de segundo grau ou de educação especial, e neles o aluno deve estar regularmente matriculado;
c. Os estágios devem propiciar a complementação do ensino e da aprendizagem e serem planejados, executados, acompanhados e avaliados em consonância com currículos, programas e calendários escolares pela própria escola;
d. Os estágios, além de profissionalizantes, podem assumir a forma de atividade de extensão, mediante a participação do estagiário num projeto de interesse social;
e. A realização do estágio resulta de contrato celebrado entre o estudante e a parte concedente, com obrigatória interveniência da escola;
f. O estágio não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, e o estagiário poderá receber bolsa-auxílio, devendo o estudante, em qualquer hipótese, estar segurado contra acidentes pessoais;
g. A jornada de estágio (carga horária) deverá ser compatibilizada com o horário escolar e será aquela que a escola determinar;
h. A jornada nas férias poderá ser especial e deve ser acordada entre o estagiário e a parte concedente do estágio, sempre com a interveniência da escola (NATHANAEL, 2006, p. 137-138).
É importante notar que esta Lei já colocava a intenção do estágio
complementar o ensino e a aprendizagem do estudante, ainda garantia a proteção
do estagiário, assegurando seguro contra acidentes pessoais, e apesar de poder
receber bolsa-auxílio (no caso de estágio remunerado), a Lei coloca que não seria
criado nenhum vínculo empregatício entre o estudante e a parte concedente. Para
realizar estágio, o estudante deveria estar regularmente matriculado em cursos de
nível superior, cursos de segundo grau profissionalizantes ou ainda em cursos de
educação especial.
Ficando em vigor durante um longo tempo, esta Lei foi anulada em
2008, quando foi sancionada a Lei nº 11.788, que “dispõe sobre o estágio de
estudantes” (BRASIL, 2008, p. 1). Esta Lei, em seu artigo 1° define o estágio como
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Ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos (BRASIL, 2008, p. 1)
Como na Lei anterior, nesta vigora a determinação de que o estágio
não cria nenhum vínculo empregatício. O artigo 3º indica que “o estágio, como ato
educativo escolar supervisionado, deverá ter acompanhamento efetivo pelo
professor orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente”
(BRASIL, 2008, p. 3), ou seja, o estágio deve realmente ser supervisionado por um
professor responsável, não devendo ser realizado isoladamente pelo aluno
estagiário.
Ainda na Lei 11.788, notamos a exigência de termo de compromisso
entre o estagiário, a instituição concedente do estágio e a instituição de ensino;
exigência também de seguro contra acidentes pessoais para os estagiários.
Retomando o artigo 1º da Lei 11.788, percebemos que ela retrata
que o estágio faz parte do itinerário de formação do educando, fazendo parte do
projeto pedagógico do curso referente. Indica ainda que a prática do estágio “visa ao
aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização
curricular” (BRASIL, 2008, p. 1).
Desta forma, o estágio já é realmente entendido como ação
pedagógica, devendo estar inserido no projeto educativo dos cursos. Assim, se o
estágio passa a ser considerado como ação pedagógica, precisamos analisar como
o estágio é entendido atualmente no curso de Pedagogia e com quais objetivos ele é
realizado.
2.2 O ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO
Atualmente, o estágio é reconhecido como disciplina importantíssima
na formação acadêmica, pois possibilita ampla aprendizagem através das
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observações e das ações do estagiário nas intervenções, enfim, através de todo o
contexto onde o estudante pratica seu estágio, por esses motivos, no Curso de
Pedagogia, o estágio é entendido como etapa essencial na formação de
educadores.
Para Schmied-Kowarzik (apud PIMENTA, 1995) a Pedagogia é uma
ciência prática – seu objeto de estudo é a prática educativa que ocorre na
sociedade, uma prática em transformação onde seu papel é contribuir para a análise
teórica e a orientação dessa práxis, essa relação entre teoria e prática é a mais
fundamental do curso de Pedagogia.
Pimenta (1995) complementa que para se exercer a atividade
docente necessita-se de preparo, preparo esse que não se esgota nos cursos de
formação inicial, mas para o qual o curso pode ter uma contribuição específica
enquanto conhecimento sistemático da realidade do ensino-aprendizagem.
O estágio, de um modo geral é um complemento para a habilitação
profissional, não substituindo a aprendizagem escolar, mas possibilitando ao
estudante vivenciar na prática essa aprendizagem. Nathanael (2006) retrata a
importância de o estágio ser visto como um modo de inserir o aluno nas realidades
extra-escolares do trabalho, assim, o estágio permite que o aluno coloque em prática
seus conhecimentos e busque resposta para indagações individuais e coletivas.
Desta forma, o estágio configura-se em um espaço e momento em
que docente e discente do curso de Pedagogia dialogam sobre as realidades
encontradas no cotidiano escolar.
E ainda, sendo mediado pela pesquisa, torna-se um:
Espaço onde os alunos participam de um processo de produção de conhecimentos que articula a teoria e a prática necessária para a formação acadêmica e para o desenvolvimento do seu próprio trabalho como profissional comprometido com a ação escolar (AURAS, 1997, p. 151).
Desta forma, o estágio curricular integra o processo de formação do
pedagogo de modo a considerar o campo de atuação como objeto de análise, de
investigação e de interpretação crítica, a partir da relação com as disciplinas do
curso, sendo um campo de conhecimento e espaço de formação cujo eixo é a
pesquisa (PIMENTA, 2004).
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Sabemos que muitos estudantes do curso de Pedagogia não tiveram
a possibilidade de conhecer e vivenciar a realidade escolar como trabalhadores, e o
estágio é uma das possibilidades oferecidas pelo curso para que o estudante
conheça um pouco desse campo profissional ao qual está se preparando para atuar,
bem como possibilita ao estudante refletir e relacionar teoria e prática.
De acordo com Pimenta (2004), ao estágio dos cursos de formação
de docentes, no caso do curso de Pedagogia, compete possibilitar que os alunos
percebam e compreendam a complexidade das práticas educacionais e como essas
ações se processam, devendo ser uma “atividade teórica de conhecimento,
fundamentação, diálogo e intervenção da realidade” (PIMENTA, 2004, p. 45).
Analisando o Projeto Pedagógico do Curso de Graduação em
Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina, implantado no ano de 2007,
evidencia-se o objetivo de possibilitar ao estudante uma formação que tenha ótima
fundamentação teórica, de modo que, baseado nessa fundamentação, seja capaz
de intervir na realidade, fazendo um diálogo entre teoria e prática, podendo
compreender a realidade educacional e tendo a possibilidade de trabalhar de
maneira coerente com ela. Uma das ferramentas que a Universidade utiliza para que
isso aconteça é o Estágio Curricular Obrigatório, do qual trataremos a seguir.
2.3 O ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNIVERSIDADE
ESTADUAL DE LONDRINA
O Projeto Pedagógico do Curso de Graduação em Pedagogia em
vigor na Universidade Estadual de Londrina tem como base de sua reformulação a
RESOLUÇÃO CEPE/CA n° 187/2006 que foi implantado a partir do ano de 2007
(UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA, 2006).
De acordo com esta resolução, na terceira série do curso, o
estudante deve cumprir 136 horas de estágio supervisionado na Educação Infantil e
136 horas de estágio supervisionado em Gestão Pedagógica. Na quarta série realiza
o estágio supervisionado nas séries iniciais com a mesma carga horária.
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Este estágio curricular obrigatório visa oferecer ao estudante o
começo da experiência na área para trabalhar com questões pedagógicas,
propiciando articulação dos conhecimentos que se adquire no curso com a
realidade; através do estágio o estudante obtém contato com o campo de atuação
da Pedagogia, assimilando experiências e aprendendo a sistematizar as atividades
de natureza pedagógica.
A Deliberação 05/2009, da Câmara de Graduação da Universidade
Estadual de Londrina regulamenta o Estágio Curricular Obrigatório, bem como o
não-obrigatório do Curso de Pedagogia. Em seu capítulo I trata especificamente do
Estágio Curricular Obrigatório e no seu art. 1º define que o:
Estágio Curricular Obrigatório do Curso de Pedagogia constitui-se de atividades elaboradas com objetivo de propiciar a aproximação da realidade profissional, por meio da participação em situações reais de trabalho, envolvendo supervisores, estudantes e campos de estágio (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA, 2009, p. 1).
Nessa perspectiva o estágio não é uma atividade isolada, desvinculada do currículo
do curso, mas sim uma atividade planejada com objetivos específicos para a
formação do educador, objetivos estes que estão definidos no mesmo capítulo da
deliberação em seu artigo 3°:
O objetivo do Estágio Curricular no Curso de Pedagogia é oportunizar ao estudante o início da experiência profissional no trato com as questões educativas, de ensino e aprendizagem, manifestas nas suas diferentes áreas de atuação (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA, 2009, p. 1).
O estágio acontece através de diferentes etapas, sendo que
primeiramente o estagiário deve fazer uma “caracterização dos espaços escolares e
não escolares que desenvolvem atividades pedagógicas, considerando suas
múltiplas dimensões e tendo como eixo os processos de ensino e aprendizagem”
(UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA, 2009, p. 1). No estágio curricular
obrigatório realizado em Centros de Educação Infantil, no 3º ano do curso de
Pedagogia, essa primeira etapa se dá por meio das observações participantes, em
que o estudante tem a oportunidade de observar todo o espaço escolar, a atuação
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das educadoras, a caracterização desse grupo de crianças, vivenciar dentre outras
questões, toda a realidade de um Centro de Educação Infantil.
A segunda fase da atuação é o período de “planejamento e
desenvolvimento de projetos de ação e no auxílio às atividades pedagógicas no
âmbito da Docência e da Gestão Pedagógica” (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE
LONDRINA, 2009, p. 1).
Esse auxílio às atividades pedagógicas acontece principalmente
durante as intervenções, em que os estagiários elaboram um planejamento e/ou
projeto de intervenção e o desenvolve junto às crianças. Nesse momento, o
estudante tem a oportunidade de vivenciar como é a atuação de um educador, de
compreender a importância do conhecimento pedagógico e das fases de
desenvolvimento das crianças.
Em todos os momentos do estágio, faz-se necessário que o
estudante consiga perceber a importância e a presença de todas as áreas de
conhecimento, com as quais teve contato até o momento no Curso de Pedagogia no
espaço educacional, realizando uma relação entre a teoria apreendida e a prática
vivenciada. É o que pressupõe o terceiro item do art 3º a “articulação entre as
diferentes áreas de conhecimento num processo permanente de ação-reflexão-
ação” (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA, 2009, p. 1).
As atividades propostas pelo Curso de Pedagogia no Estágio
Curricular Obrigatório viabilizam esta articulação constante entre ação-reflexão-
ação, uma vez que o estagiário realiza inicialmente, uma caracterização da realidade
escolar por meio de observação participante. Entende-se essa observação como
participante porque todos devem se envolver nesse contexto auxiliando nas
atividades rotineiras da escola (turma) e dialogando com o professor regente para
compreender determinadas situações ou rotinas. Todas estas vivências são
registradas em um diário de campo, instrumento que facilita a reflexão da prática,
tanto individual quanto coletiva, sendo possível através dele, das anotações e
comentários feitos, confrontar opiniões, informações e análises (FALKEMBACH,
1987).
Após esse momento de observação participante, há a elaboração do
projeto de intervenção, que se caracteriza em planos de aula, que são
desenvolvidos juntamente com a supervisora de estágio, e com indicações da
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professora regente da turma. Após a realização da intervenção, os estagiários
elaboram o trabalho final, compreendido como uma análise reflexiva da prática de
estágio, sistematizando individualmente todo o processo. Após o término do estágio
e da entrega do trabalho final, os estagiários e seus respectivos supervisores
participam do Seminário de Estágio, que tem por finalidade oportunizar a
socialização e disseminação dos resultados obtidos com as atividades de estágio.
Diante dessas propostas para a realização do estágio curricular
obrigatório, surgiu a curiosidade em saber como essas atividades estão contribuindo
para a formação inicial de profissionais para atuar, em especial, na Educação
Infantil. Questionamo-nos se os estudantes estão percebendo e vivenciando o
estágio como um momento de pesquisa, de reflexão e aprendizado.
Porém, antes de avaliarmos se há essa contribuição ou não,
precisamos fazer um breve resgate compreendendo os pressupostos teóricos e
metodológicos na formação de educadores infantis, que abordaremos a seguir.
2.4 O PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO INFANTIL
O projeto pedagógico do curso de Pedagogia propõe o perfil do
pedagogo voltado para ações docentes e outras atividades ligadas ao trabalho
pedagógico (KISHIMOTO, 2001). Dentre essas ações docentes, está presente o
trabalho na Educação infantil, onde o profissional deve conhecer as especificidades
de sua profissão, bem como as especificidades das crianças, surgindo assim, a
necessidade de uma boa formação inicial, que una teoria e prática e não dicotomize
o educar e o cuidar.
Os processos de formação do educador infantil devem ser
percebidos como prática social de reflexão contínua e coerente com a prática que se
pretende implantar nos espaços de Educação Infantil (KRAMER apud MORENO,
2002). Essa modalidade de ensino exige conhecimento sobre as especificidades da
criança, sobre as características próprias da infância e como cita Moreno (2002),
uma das maiores preocupações em relação à educação da criança está na
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formação do educador infantil, que deve ser instigado a estar sempre se atualizando
e produzindo conhecimento.
Segundo a Deliberação 02/2005 (PARANÁ, 2005) deve ser em nível
superior a formação de profissionais para atuar na Educação Infantil, sendo ainda
admitido no mínimo, a formação em nível médio na modalidade Normal. O
profissional deve possuir formação pedagógica adequada para atuar com crianças
de zero a seis anos. Para trabalhar na coordenação pedagógica ou na direção de
instituições de Educação Infantil é necessária a formação em Pedagogia ou pós-
graduação em Educação. É colocada a importância do conhecimento das políticas
educacionais, para que o professor esteja devidamente habilitado para o trabalho
específico na Educação Infantil, bem como a importância da formação continuada e
o referencial científico, possibilitando a ação-reflexão-ação.
No Brasil durante o período colonial, predominava a assistência
social a infância na forma de asilos infantis, sendo de natureza filantrópica e
religiosa; a intenção era cuidar das crianças, dando assistência médica e higiênica
(KISHIMOTO, 1999). No final do século XIX começa a surgir uma variedade de
instituições para atender às crianças, principalmente filhos de mães trabalhadoras,
como creches, pré-escolas, centros de recreação, casas de infância, dentre outros,
geralmente todos com profissionais de baixa escolaridade; ainda predominava o
assistencialismo e o cuidar.
O processo de valorização da Educação Infantil, bem como de seus
profissionais, inicia-se com a Constituição de 1988, tal Constituição insere a
Educação Infantil no ensino básico, e ainda coloca-a como direito da criança e dever
do Estado. Assim começa a integralização das creches e pré-escolas em Centros de
Educação Infantil.
Atualmente no Brasil, a Educação Infantil é entendida como
“primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral
da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e
social, complementando a ação da família e da comunidade” (BRASIL, 2006).
Assim, o professor da Educação Infantil torna-se responsável pela
educação e cuidados de crianças pequenas em Centros de Educação Infantil
(GOMES, 2009), entendidas aqui, como crianças até os cinco anos de idade.
21
Para que ocorra um trabalho pedagógico eficaz, que respeite as
várias especificidades e necessidades das crianças, o profissional da Educação
Infantil deve:
Ser um profissional capaz de promover múltiplas interações envolve o acolhimento e a idéia de pertença grupal, a dimensão afetiva, o respeito às necessidades e interesses da criança, aos seus padrões culturais, captando-os para os propósitos do trabalho desenvolvido, a ampliação permanente de seu universo sociocultural, novo dimensionamento para o educar, para o ensinar e o aprender, a permanente reflexão sobre os propósitos que guiam suas práticas, as concepções que dão suporte às ações e, não menos importante, o estímulo à construção de um processo de identidade profissional que possa conduzi-la a olhar o próprio percurso formativo em uma perspectiva de desenvolvimento profissional (GOMES, 2009 p. 54).
Todas essas questões levam à necessidade do profissional de
educação infantil se apropriar de conhecimento profundo de si próprio e da criança,
é necessário que ele consiga dominar conhecimentos culturais e científicos, e ainda,
que goste das crianças e compreenda sua forma criativa e lúdica de compreender e
conhecer o mundo a sua volta (DIAS, 1997).
Outra característica importante no trabalho com a Educação Infantil
é a afetividade, o professor deve ser capaz de perceber as necessidades de seus
alunos, de ser afetivo e conquistar a confiança das crianças. Ainda, ao educador
infantil impor-se o desafio de aliar a prática do educar ao cuidar, que devem estar
aliadas na Educação Infantil, pois essas práticas infelizmente ainda são
dicotomizadas por muitos educadores.
Todas essas especificidades da profissão do Educador Infantil são
consideradas no curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina, e
através do estágio curricular obrigatório os estudantes têm a oportunidade de
conhecer e vivenciar a realidade de um Centro de Educação Infantil, bem como a
atuação desses educadores. Dessa forma, procuramos saber como as práticas de
estágio são vistas pelos estudantes do curso de Pedagogia, considerando as
diferentes opiniões e pontos de vista, os resultados abordaremos no próximo
capítulo.
22
3 O ESTÁGIO NA PERSPECTIVA DOS ALUNOS DO CURSO DE PEDAGOGIA
O estágio curricular obrigatório do curso de Pedagogia da
Universidade Estadual de Londrina, referente ao currículo do ano de 2007, se efetiva
a partir do terceiro ano de curso. Por meio deste, o estudante através da observação
e da intervenção, obtêm contato com crianças, professores, pedagogos, pais, enfim,
com toda a realidade de um Centro de Educação Infantil, dividindo experiências com
os colegas de estágio e adquirindo conhecimento da identidade e da função do
educador infantil.
Com o objetivo de investigar como as práticas de estágio do curso
de Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina contribuem para a formação
inicial de professores para atuar na Educação Infantil e tratando-se de estudantes
que já possuem experiência na área, bem como de estudantes sem experiência
alguma, a metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica referente ao tema e
aplicação de um questionário elaborado de acordo com os objetivos específicos
dessa pesquisa.
Escolhemos estudantes do terceiro ano do curso de Pedagogia para
responderem tais questões, pelo fato de ser nessa série que acontece a prática de
Estágio Curricular Obrigatório na Educação Infantil.
3.1 AMOSTRAGEM DO QUESTIONÁRIO
Primeiramente distribuímos 15 questionários entre alunas do 3º ano
que haviam encerrado o estágio na Educação Infantil para utilizar como
amostragem, verificando se as questões elaboradas estavam claras, para não gerar
dúvidas entre os alunos na hora de responder.
Recebemos 05 questionários respondidos, com a observação de
uma aluna quanto às questões 02 e 03 que estavam semelhantes, e outra aluna não
respondeu à questão 03. Analisamos e concordamos com a observação, e desta
forma reformulamos o instrumento.
23
3.2 APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO AOS ALUNOS DO 3ª ANO DE PEDAGOGIA
Aplicamos o questionário no dia da apresentação do Seminário Final
de Estágio, pois nesse dia todos os estagiários devem estar presentes para
apresentação dos resultados obtidos nesta experiência.
Distribuímos questionários nas 4 turmas de 3ª série, em média para
45 alunos em cada turma, totalizando 180 questionários. Recebemos 63
questionários respondidos, 69 em branco e 48 não foram devolvidos.
Dos 63 questionários respondidos, temos duas categorias: 41 são de
estudantes que já tiveram experiência como regente ou auxiliar de sala da Educação
Infantil e 22 que não tiveram experiência alguma na Educação Infantil antes da
realização do estágio, de acordo com as respostas da primeira questão do
questionário. Analisaremos as duas categorias de forma distinta, a fim de verificar
como o estágio contribuiu ou não para ambas as situações.
3.2.1 Análise dos Questionários Respondidos pelos Estudantes que Atuam ou já
Atuaram na Educação Infantil
Na segunda questão do questionário verificamos qual foi a
contribuição do estágio para a formação inicial docente. Como respostas obtivemos:
Figura 1. Gráfico sobre Contribuição do estágio para formação docente dos estudantes com experiência na Educação Infantil
24
Analisando as respostas podemos constatar que a maioria dos
estudantes considerou que há contribuição do estágio para sua formação.
Dos estudantes que consideraram a experiência do estágio como
ótima e muito boa, algumas considerações chamaram a atenção:
• Aprendi o que não se deve fazer. • Aliei teoria conhecida na Universidade com a prática vivenciada. • Pude refletir sobre minha prática. • Confrontei teoria e prática. • Tive contato com metodologias de trabalho diferentes. • Pude repensar sobre minha atuação. • Pude perceber o quanto a ação do educador pode ajudar ou
prejudicar na formação dos alunos. • Pude mudar a rotina de forma a contribuir com o aprendizado dos
alunos. • Tive conhecimento de um campo de trabalho diferente. • Vi como funciona a Educação Infantil em outro local. • Pude propor atividades diferentes para as crianças. • Aprendi muito com a regente da sala.
Estas considerações apontam na mesma direção que Pimenta
(2004, p. 129), ao dizer que: “[...] o Estágio se configura para quem já exerce o
magistério, como espaço de reflexão de suas práticas, a partir das teorias, de
formação contínua, de ressignificação de seus saberes docentes e de produção de
conhecimentos.”
O que ressaltamos é que mesmo com as experiências anteriores em
sala de aula, a grande maioria teve oportunidade de rever sua prática e refletir de
que forma essa atuação está contribuindo na formação dos alunos, tiveram a
oportunidade também de conhecer metodologias e formas de trabalho diferentes.
Porém, os alunos que relataram que a contribuição foi boa
argumentaram que “não houve práticas gratificantes; a teoria ficou muito longe da
prática; o tempo foi curto para a realização do estágio”. Aqui, a minoria considerou o
tempo escasso, mas é uma questão a ser analisada, levando em consideração que
são 136 horas destinadas à realização do estágio.
Desses ainda que apontam a contribuição como boa, um estudante
afirma que “nenhuma prática foi gratificante”, acreditamos que seja um fator pessoal,
relativo à experiência profissional deste estudante.
25
Uma vez que cabe ressaltar que não obtivemos resposta negativa,
isso nos remete a pensar que mesmo com tempo curto de duração de estágio, como
alguns estudantes relataram e alguns contratempos dos alunos para a realização do
mesmo, dentre outros motivos, o estágio configurou-se como momento de
contribuição para sua formação profissional, através das diferentes vivências
puderam realizar diferentes reflexões.
A realização do estágio necessita de uma troca de experiências e
vivências para que as possíveis indagações possam ser discutidas e assim criar
estratégias diferenciadas, essa troca geralmente é direcionada pelo supervisor de
estágio, que acompanha os alunos em todo o processo de realização do mesmo,
pois:
[...] a função do professor orientador de estágio será, à luz da teoria, refletir com seus alunos sobre as experiências que já trazem e projetar um novo conhecimento que ressignifique suas práticas, considerando as condições objetivas, a história e as relações de trabalho vividas por esses professores-alunos (PIMENTA, 2004, p. 127)
Desta forma perguntamos aos estudantes se este momento de
diálogo, aproximação teórica, foi realizado com o supervisor de estágio:
Figura 2. Gráfico sobre o espaço para discussões e troca de experiências segundo os estudantes com experiência na Educação Infantil.
26
Como podemos perceber, menos da metade considerou que sempre
tiveram espaço para discussões e trocas de experiências, dentre as justificativas
podemos citar:
• Antes de elaborar as aulas realizamos discussões. • Houve troca de experiências com a turma e com a supervisora de
estágio. • Houve troca de experiência até com as educadoras do Centro de
Educação Infantil. • A supervisora de estágio procurou sanar todas as dúvidas e
dificuldades das alunas. • Refletiram sobre todo o conteúdo. • A supervisora de estágio proporcionou crescimento e
aprendizagem para as estagiárias. • Durante as reuniões. • Durante as aulas na Universidade
Como vemos, esses estudantes consideraram que de diferentes
formas puderam trocar experiências e opiniões. Porém, mesmo tendo a
oportunidade de dialogar com os supervisores de estágio, uma grande parte de
estudantes, mais de 30% afirmou que aconteceu troca de experiências somente às
vezes, comentando que:
• Houve falta de abertura por parte de alguns professores. • Houve troca apenas nas reuniões. • Teve espaço, mas não em todo o estágio. • O tempo foi escasso, ficaram muitas dúvidas. • Houve troca de experiência com as colegas de estágio.
De acordo com os estudantes que consideraram o espaço para troca
de experiências e discussões momentos raros, e outros ainda que consideraram não
haver esse espaço, os motivos que indicaram são que “pouquíssimas vezes houve
reuniões, as poucas trocas foram em conversas paralelas”, ou ainda que “não
conseguiram reunir todo o grupo, houve troca apenas no Seminário final”- relato dos
estudantes.
O estágio deve ser um espaço que propicie diálogos, de acordo com
seus fundamentos teóricos e práticos, possibilitando ao estudante desvendar
caminhos (PIMENTA, 2004). É importante o aluno possuir uma boa fundamentação
27
teórica e metodológica para a realização do estágio, alcançando o que é proposto
pelo curso de Pedagogia – aliar teoria e prática.
Considerando as Diretrizes do Curso de Pedagogia da Universidade,
pode-se ver que:
A indissociabilidade entre teoria e prática na formação do Pedagogo é princípio básico do curso, sendo privilegiada em todo o processo para que a apreensão do fenômeno educativo ocorra de forma gradual, dialógica e integrada (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA, 2006, p.2).
Para que o processo seja de forma dialógica e integrada, nos surgiu
a preocupação em saber se os estagiários tiveram elementos teóricos e
metodológicos suficientes para construírem uma reflexão sobre sua prática de
estágio. Obtivemos 100% de respostas positivas, todos os estudantes consideraram
que tiveram elementos suficientes para construir uma reflexão.
Isso, segundo os estudantes, aconteceu de diversas maneiras,
“através de autores indicados pela supervisora de estágio”, “durante o curso de
Pedagogia”, “através das discussões”, “com a vivência particular”, o que demonstra
que a proposta colocada pelas Diretrizes do curso de Pedagogia da Universidade,
nesse caso, foi alcançada com sucesso.
Importante se faz também, ao educador de crianças pequenas,
compreender o cotidiano de um Centro de Educação Infantil, com suas várias
características, pois dentre os objetivos específicos do curso está possibilitar o
estudante a “compreender a Escola intimamente relacionada com seu entorno
social, pólo aglutinador, articulador, mantenedor e recriador de valores e práticas
sociais características dos diversos grupos que a constitui” (UNIVERSIDADE
ESTADUAL DE LONDRINA, 2006, p. 8).
Por isso, perguntamos aos estudantes se conseguiram compreender
o cotidiano das escolas onde realizaram o estágio, todos afirmaram que
conseguiram, e ainda, perguntamos quais contribuições eles consideravam que essa
compreensão trouxe para a formação profissional deles inicial deles.
Em relação à prática alguns observaram:
• Compreendi a prática docente. • Refleti sobre a teoria e a prática.
28
• Aprendi a problematizar a prática educativa. • Compreendi o cotidiano e suas interações. • Refleti sobre minha prática enquanto regente. • Com os erros refleti sobre minha ação. • Me senti pesquisadora da prática educativa. • Através da prática tive conflitos com a teoria.
Aqui, notamos que esse grupo de estudantes, mesmo não sendo o
cotidiano de um Centro de Educação Infantil novidade para eles, a partir da vivência
em um espaço diferente, tiveram oportunidades de repensar sua própria prática
como profissionais, revendo suas ações com embasamento teórico, tendo
momentos de pesquisa, de problematização.
Outros comentaram ainda:
• Compreendi a importância do planejamento. • Compreendi a importância da organização. • Compreendi a importância das relações humanas. • Compreendi a dinâmica da escola. • Compreendi o valor das faixas etárias. • Compreendi a importância da Educação Infantil para o
desenvolvimento do ser humano. • Percebi o desenvolvimento das crianças. • Percebi que se deve respeitar as diferenças das crianças. • Percebi a diferença da instituição em que trabalho. • Percebi que o professor de Educação Infantil precisa ter
ânimo, afeto e criatividade. • Percebi a importância da formação continuada. • Aprendi novas brincadeiras e músicas. • Aprendi que é necessário rever o conceito de criança e
educação. • Conheci outras áreas de atuação. • Contribuiu para o que eu já conhecia.
Percebemos assim, que de diversas maneiras a compreensão do
cotidiano e das interações trouxeram novas aprendizagens e contribuições para a
formação desses estudantes. Perceber a dinâmica da escola e a diferença das
instituições é importante para o educador entender que a escola se configura
através da realidade social que a rodeia, e que por isso, o cotidiano e as práticas
que se desenvolvem são diferentes de uma instituição para a outra. Ainda, alguns
puderam observar especificidades da profissão docente quando se trata da
Educação Infantil.
Podemos então avaliar, que para essa categoria de estudantes,
caracterizada por já possuírem experiência na Educação Infantil, de modo geral,
29
estagiar em instituições diferentes trouxe sim contribuições para sua formação
profissional, puderam realizar diferentes reflexões, problematizar a prática, trocar
experiências e socializar dúvidas e informações.
3.2.2 Contribuições do Estágio na Educação Infantil para a Minha Formação
Realizei o estágio supervisionado de Educação Infantil em um
Centro de Educação Infantil localizado no Centro de Londrina. Juntamente com
minha turma de estágio e com a professora supervisora. Analisamos o Projeto
Político Pedagógico, realizamos observações, podendo conhecer todas as turmas,
desde o berçário até o Pré II. Em seguida eu e minha parceira escolhemos uma
turma específica para realizar mais observações, na qual posteriormente
realizaríamos nossa intervenção. Durante esse período foi possível acompanharmos
o trabalho das professoras, a rotina da sala de aula e planejar uma intervenção
adequada à necessidade da turma.
Tive muitas aprendizagens na realização do estágio, já tinha
experiência nessa área, então, a rotina de um Centro de Educação Infantil não foi
novidade para mim, mas tive várias oportunidades de refletir, de pesquisar, de
ampliar meus conhecimentos. Percebi na vivência que a teoria e a prática são
realmente indissociáveis.
Para se ter uma ação pedagógica efetiva, precisa-se ter
conhecimento da área e embasamento teórico, senão sua prática torna-se
mecânica, como muito pude observar acontecendo no Centro de Educação Infantil.
Com o planejamento da intervenção foi que tive a sensação de como é difícil para
uma professora planejar suas aulas de maneira que promova o desenvolvimento
amplo das crianças, seguindo as normas vigentes, de modo que o direito da criança
ao brincar seja respeitado, conciliando tempo, recursos materiais, espaço, etc.
O estágio contribuiu muito na minha formação profissional, obtive
várias trocas de experiências com as outras estagiárias, com a supervisora de
estágio, e com as professoras do Centro de Educação Infantil; durante todo o
estágio tivemos momentos para discussões e reflexões, pude articular várias das
experiências com disciplinas que tive no curso de Pedagogia, e através do
30
embasamento teórico adquirido no curso até o momento, mais as indicações da
supervisora de estágio, pude fazer uma reflexão sobre minha prática de estágio.
Com todo desenrolar do estágio fui compreendendo a rotina daquele
espaço, e percebendo também que um Centro de Educação Infantil não é igual ao
outro, os métodos mudam, a maneira das pessoas interagirem e se relacionarem
também, as características dos alunos também variam e o profissional de Educação
Infantil deve estar atento a essas variações e toda a realidade do espaço escolar;
pude perceber que é possível trabalhar baseado na teoria, e que assim é o correto.
3.2.3 Análise dos Questionários Respondidos pelos Estudantes que não Possuíam
Experiência na Educação Infantil
Além dos estudantes que já possuíam experiência na Educação
Infantil, o estágio foi realizado por estudantes sem experiência alguma. É necessário
verificarmos se as contribuições do estágio mudam de uma categoria para outra,
pois o estágio deve configurar-se num momento que propicie contribuições de
diversas maneiras para os estudantes em sua formação profissional.
Considerando que no período de aplicação do questionário vinte e
dois estudantes afirmaram não possuir experiência alguma na Educação Infantil,
seguimos com a análise dos questionários desse grupo de estudantes.
Pimenta (2004, p. 102) comenta que o estágio supervisionado “pode
ser um espaço de convergência das experiências pedagógicas vivenciadas no
decorrer do curso” para aqueles alunos que não possuem experiência no magistério.
Sendo assim, torna-se um espaço de aprendizagem e conhecimento da profissão
docente.
Por isso, perguntamos aos estudantes qual foi o índice de
contribuição do estágio para sua formação docente, as respostas se diversificaram:
31
Figura 3. Gráfico sobre a contribuição do estágio para formação docente dos estudantes sem experiência na Educação Infantil.
Como podemos claramente perceber, dos estudantes que não
possuíam experiência alguma na Educação Infantil, mais de 40% considerou que a
contribuição do estágio para sua formação foi ótima, justificando:
• Vivenciar a rotina de uma sala de aula foi fundamental para a minha formação docente.
• Vi que quero atuar na Educação Infantil. • Pude pôr em prática os conhecimentos adquiridos. • Refleti sobre minha prática. • Vivenciei como é a atuação profissional nessa área. • Foi importante para saber o que não se deve fazer no
trabalho pedagógico. • O estágio trouxe a prática. • As observações me fizeram pensar em estratégias para
melhorar a Educação Infantil.
Percebemos expressões diferentes em que os alunos relataram
sobre a contribuição do estágio em sua formação. Uns consideraram que foi
importante conhecer a rotina de uma sala de aula, como é a atuação do pedagogo
num espaço de Educação Infantil e outros consideraram importante o momento da
prática, talvez mesmo porque nunca atuaram e tinham curiosidade em saber como
se caracterizava o fazer docente na Educação Infantil.
Alguns afirmaram que a contribuição do estágio foi muito boa,
desses as justificativas foram:
32
• A experiência foi bem estruturada. • Pude rever as teorias do curso. • Vivenciei a prática profissional. • Aprendi como é o trabalho com as crianças. • Aprendi a respeitar as diferenças. • Aprendi a ser um profissional comprometido com o campo de
trabalho e com as crianças. • Tive contato com uma nova realidade. • Relacionei a teoria e a prática. • Aprendi o que se deve ou não fazer.
Notamos nos relatos que o estágio lhes proporcionou várias
aprendizagens, podendo também aliarem teoria e prática.
Entre os alunos que responderam ser a contribuição muito boa e
ótima, as justificativas não diferem muito. Em ambos relatam que as experiências
foram boas, pois vivenciaram e aprenderam a respeitar as diferenças, o
comprometimento que deve existir na profissão docente.
Dos que afirmaram que a contribuição foi boa, como aprendizagem
alguns afirmaram que: “percebi o que se deve ou não fazer”, “obtive mais
segurança”, “relacionei teoria e prática”, “pude entender a prática”, e alguns
observaram que em sua opinião, o local onde realizaram o estágio “não precisava de
estagiárias”, que “o trabalho foi realizado de forma isolada”, ou ainda que “faltou
embasamento teórico”.
Apenas um estudante considerou que a contribuição do estágio para
sua formação docente foi ruim, e afirmou: “Tudo o que aconteceu de ruim aproveitei
da melhor forma para que não aconteça mais.” Mas infelizmente não citou exemplos
do que aconteceu de ruim.
Porém, percebemos em sua justificativa o amadurecimento deste
estudante, uma vez que aproveitou as “coisas ruins” da melhor forma possível, ou
seja, não fará o que aconteceu em sua trajetória docente.
Pimenta (2004), ao falar do estágio como espaço de reflexão,
observa que o mesmo possibilita aos alunos que não exercem a profissão docente
aprender com aqueles que já possuem essa experiência, mais ainda, aponta que “a
discussão dessas experiências, de suas possibilidades, do porque de darem certo
ou não, configura o passo adiante a simples experiência.” (PIMENTA, 2004, p. 103).
33
Se os estudantes ouvirem dos professores diferentes experiências,
se vivenciarem no Centro de Educação Infantil situações diversas, mas não tiverem
espaço para socializar, debater essas experiências, perdem a oportunidade de
aprender mais, de comparar diferentes realidades, de tirar suas dúvidas, de dialogar
sobre as impressões do fazer docente.
Por essa razão, nos preocupamos em saber se durante a realização
do estágio, os alunos tiveram espaço para realizarem debates e troca de
experiências:
Figura 4. Gráfico sobre o espaço para discussões e troca de experiências, segundo os estudantes sem experiência na Educação Infantil.
A maioria afirma que sempre tiveram esse espaço, e indicam que
sempre houve reuniões onde foi possível realizar discussões e trocas de
experiências com a professora supervisora e as colegas de estágio antes de ir a
campo, durante e depois a realização do estágio.
Alguns consideraram que essa troca aconteceu às vezes, através de
algumas reuniões e conversas paralelas com as colegas de estágio, mas talvez
tenham sentido falta de uma maior interação para dialogarem.
Daqueles que consideraram que raramente houve espaço para troca
de experiência houve a observação de que o tempo para realização do estágio foi
curto, alguns observaram que tiveram apenas duas reuniões para colocar as
dificuldades, mas afirmaram que não tiveram perspectiva de solução. Essa prática
interfere e muito na formação inicial dos estudantes, pois esperamos muitas vezes
34
esses momentos para discutir e esclarecer dúvidas que ás vezes compreendemos
de forma equivocada.
O número de alunos que relataram que não houve espaço em
momento algum para reflexão e diálogo pode ser considerado elevado. Uma vez
que, de acordo com a Proposta Pedagógica do Curso de Pedagogia a disciplina do
Estágio Curricular Obrigatório na Educação Infantil possui 136 horas divididas em
várias etapas, entre elas a de reuniões para discussões e reflexões.
Ao indicar o estágio como reflexão da práxis, Pimenta (2004)
observa a necessidade de existir uma mediação dos professores supervisores e das
teorias nesse processo de reflexão dos alunos estagiários. Para isso, além da
mediação dos professores, os alunos necessitam de elementos teóricos e
metodológicos para construir uma reflexão válida sobre sua prática de estágio.
Ao perguntarmos aos estudantes se tiveram esses elementos,
apenas duas pessoas afirmaram que não deu tempo de aprofundarem seus estudos,
apesar de a professora supervisora ter indicado leituras. O restante dos estudantes
comentou que tiveram respaldo teórico, que obtiveram elementos através das
disciplinas do curso e ainda, em discussões na sala de aula.
Houve a preocupação também em saber se essa categoria de
estudantes conseguiu compreender o cotidiano de um Centro de Educação Infantil,
pois como aponta Pimenta “compreender a escola em seu cotidiano é condição para
qualquer projeto de intervenção, pois o ato de ensinar requer um trabalho específico
e reflexão mais ampla sobre a ação pedagógica que ali se desenvolve” (PIMENTA,
2004, p. 104).
Como nunca tiveram experiência na Educação Infantil, no estágio
esses estudantes tiveram a oportunidade de conhecer esse campo educacional e o
ideal seria que compreendessem o cotidiano do mesmo para conseguirem assimilar
a ação pedagógica presente nesse espaço. Todos os estudantes consideraram que
conseguiram compreender a rotina do Centro de Educação Infantil onde estagiaram.
Perguntamos que contribuição essa compreensão trouxe para sua
formação. Em relação ao espaço alguns afirmaram que:
• Percebeu a realidade e a complexidade do espaço em partes. • Percebeu que o espaço de Educação Infantil deve ser democrático.
35
Outros relacionaram essa compreensão mais à prática:
• Percebi que a prática e a teoria são indissociáveis. • Percebi que a ação dos educadores reflete diretamente no
comportamento dos alunos. • Vi só coisas ruins que não quero realizar na prática. • Entendi a prática. • Percebi que para trabalhar com crianças precisa criatividade e
saber improvisar. • Compreendi que cada instituição tem uma maneira de trabalhar. • Aprendi que a rotina deve respeitar as necessidades e
especificidades das crianças. • Compreendi questões sobre a rotina e planejamento. • Percebi o quanto é importante o planejamento e como deve ser
flexível. • Compreendi que o professor precisa ter metodologia, paciência,
dedicação. • Obtive mais aprendizado, mais segurança. • Percebi que não é fácil lidar com crianças, elas não tem
disciplina.
De diferentes maneiras, uns apontam compreensões boas e outros
algumas ruins, de qualquer modo, o importante é que compreenderam o espaço, o
cotidiano, as ações pedagógicas presentes e necessárias num Centro de Educação
Infantil.
A partir da análise dos questionários desse grupo, podemos avaliar
que o estágio foi muito válido para todos. Contribuiu de maneira significativa para a
formação desses estudantes, pois puderam conhecer um espaço de Educação
Infantil, a especificidade do fazer docente no trabalho com crianças pequenas. Nos
momentos de discussões e troca de experiências puderam adquirir mais
informações e conhecimentos, resolver conflitos e sanar dúvidas. E muitos
perceberam a importância do planejamento, mas que às vezes o improviso é
necessário, e que em todo o trabalho docente o profissional precisa de
embasamento teórico, embasamento este, que direciona a prática docente.
36
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os profissionais que atuarão na docência da Educação Infantil, de
acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, devem no
mínimo, ter formação em nível de ensino médio. A formação em nível superior
compete ao curso de graduação em Pedagogia, e há que se considerar que o
profissional de Educação Infantil possui suas especificidades, pois a faixa etária dos
alunos com que se trabalha assim o exige.
O currículo do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de
Londrina, em vigor a partir do ano de 2007, que faz parte da minha graduação, tem
em sua carga horária 136 horas destinadas ao Estágio Curricular Supervisionado na
Educação Infantil, tendo como objetivos, proporcionar ao estudante vivenciar a
realidade de Centros de Educação Infantil, bem como proporcionar situações de
problematização, onde possam elaborar, executar e avaliar propostas de
intervenção.
Sendo estudante do curso de Pedagogia da Universidade Estadual
de Londrina, percebendo a importância da Educação Infantil no desenvolvimento da
criança e atuante na área de educação de crianças de 0 a 5 anos, percebi a
necessidade do curso de formação inicial fornecer uma base relevante de
conhecimentos e embasamento teórico para os alunos que pensarem em atuar na
Educação Infantil, a necessidade do curso levar os futuros pedagogos, (mesmo os
que não pretendem atuar na educação de crianças pequenas) a pensarem de forma
reflexiva as práticas educacionais.
Pensando nisso, elaboramos como proposta dessa pesquisa
verificar quais são as contribuições do estágio curricular obrigatório na formação
inicial de professores que poderão atuar na Educação Infantil. Então, para alcançar
esse objetivo, procuramos investigar quais significados estão sendo atribuídos às
práticas de estágio supervisionado pelos estudantes na formação de educadores
infantis, verificar também se os estudantes consideraram ou não a relação entre a
teoria e a prática, analisar através de questionários qual a contribuição do estágio
curricular obrigatório na Educação Infantil na opinião dos estudantes.
Para realizar essas verificações foi necessário primeiramente
retomar a história do estágio de um modo geral, para compreendermos suas origens
37
e suas mudanças, principalmente no que tange às regulamentações de realização
do estágio. Essa retomada sobre a história do estágio possibilitou-nos conhecer o
caminho trilhado por essa categoria até os dias atuais.
Num segundo momento procuramos investigar quais significados
são atribuídos ao estágio no curso de Graduação em Pedagogia. Verificamos que
inicialmente a implantação do estágio não se atrelava necessariamente a uma
proposta educativa, mas pautava-se muito no “aprender fazer”. Compreendemos
que a intenção inicial do estágio não foi educativo e sim de treinamento para a mão
de obra profissional, como retrata Nathanael (2006). Em contato com os documentos
da Universidade Estadual de Londrina, em especial o Projeto Político Pedagógico do
curso de Pedagogia, pudemos verificar que o objetivo do estágio hoje no curso, é
propiciar ao estudante a aproximação da realidade profissional, através de
atividades elaboradas com participação nos espaços reais de trabalho, numa prática
que envolve os estudantes, os supervisores e os respectivos campos de estágio.
Compreendendo então a trajetória do processo de regulamentação
do estágio nas licenciaturas e de que modo o estágio curricular integra o processo
de formação do pedagogo, nos limitamos a pensar a prática de estágio
supervisionado na Universidade Estadual de Londrina, tendo como referencial o
Projeto Político Pedagógico do Curso implantado a partir de 2007, as Deliberações e
Resoluções que regulamentam as práticas de estágio na Universidade; através
destes, pudemos compreender as propostas do estágio curricular obrigatório na
Educação Infantil e em que etapas ele é dividido. O curso possui uma proposta
voltada para uma prática que propicie ação-reflexão-ação. E, a nosso ver, é uma
proposta condizente à formação inicial dos professores da Educação Infantil.
As contribuições de Nathanael (2006) foram importantes para
realizarmos a pesquisa sobre a história do estágio nas licenciaturas, Pimenta (2004)
foi essencial para refletirmos a prática de estágio na formação de docentes,
Kishimoto (1999) contribuiu para analisarmos a história da educação infantil, Gomes
(2009) nos direcionou para pensarmos sobre as especificidades do educador de
crianças pequenas.
Para verificar se a prática de estágio contribuiu ou não na formação
inicial dos alunos que atuarão na Educação Infantil, nos propusemos a aplicar
questionários entre os alunos que realizaram o estágio para analisarmos a
38
contribuição deste na opinião dos estudantes, observando seus comentários e suas
justificativas.
Para analisar os dados e tentar chegar a uma resposta para o nosso
problema de pesquisa, nos respaldamos em autores que tratam sobre o estágio,
utilizamos também, o Projeto Político Pedagógico do Curso de Pedagogia da
Universidade Estadual de Londrina.
De maneira geral, as respostas dos alunos, independente de já
terem trabalhado na Educação Infantil ou não, nos apontam que o estágio curricular
obrigatório contribuiu na formação deles, especificamente para atuarem na
Educação Infantil. Mas é interessante notarmos que a porcentagem maior de alunos
que consideraram a contribuição do estágio como ótima, foi do grupo que já possuía
experiência na Educação Infantil. Apontamos como hipótese dessa questão o fato
desses alunos saírem de seu foco de trabalho e poderem aprimorar suas práticas
através de outras experiências.
Um número elevado de estudantes, aproximadamente 40%,
considerou o tempo de realização do estágio escasso, e afirmam que isso foi causa
da falta de troca de experiência e espaço para discussões. Seria interessante
pensarmos se as 136 horas destinadas oficialmente, estão sendo suficientes para
realizar as propostas do estágio. Ficamos felizes por esse apontamento aparecer
entre os relatos dos estudantes, pois sabemos que sempre reclamam para realizar
as atividades do estágio. Porém, de acordo com esse grupo (até pode ser que foi
cansativo, dentre tantas outras tarefas do curso, a realização do estágio) as
aprendizagens podem ter sido mais significativas do que o cansaço propriamente.
Os estudantes que não tinham experiência na Educação Infantil
relataram que foi interessante principalmente conhecer um espaço de Educação
Infantil e o cotidiano do mesmo, para os estudantes que já possuíam experiência na
Educação Infantil o estágio configurou-se num momento em que puderam rever
suas práticas. Foi satisfatório perceber que a maioria dos estudantes considerou que
tiveram espaço para discutir, trocar experiências e idéias, pois o estágio deve ser um
momento que propicie diálogos, como indica Pimenta (2004), senão torna-se uma
prática mecânica, sem reflexões.
Nas Diretrizes do curso consta a importância da indissociabilidade
entre teoria e prática. Os alunos comentaram nos questionários sobre essa questão,
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e as opiniões são diversas, alguns consideraram que conseguiram realizar essa
relação teoria e prática, outros apontam que ao tentar aliar as duas tiveram conflitos,
outros ainda acrescentaram que não houve essa relação teoria e prática na
realização do estágio.
Com as pesquisas bibliográficas pudemos conhecer um pouco do
que já foi escrito sobre a história do estágio nas licenciaturas, e constatamos que
faltam produções sobre a origem do estágio, e sobre a história do estágio no curso
de Pedagogia especificamente. Como sugestão para pesquisadores, seria
interessante retomar o percurso de regulamentação do estágio no curso de
Pedagogia de uma maneira mais ampla, fazendo um histórico completo sobre a
prática de estágio na formação de pedagogos.
Pimenta (2004) comenta a importância dos professores supervisores
na mediação das reflexões dos estagiários, poderia ser assunto para uma próxima
pesquisa a atuação do professor supervisor na prática de estágio, a importância de
suas mediações e como ele as pratica, quais são seus problemas e suas sugestões,
para que a prática do estágio curricular obrigatório seja cada vez mais uma forma de
contribuição na formação dos futuros pedagogos.
Todo o processo dessa pesquisa contribuiu de forma significativa em
minha formação acadêmica inicial, obtive mais conhecimentos sobre a história do
estágio nas licenciaturas, sobre os objetivos do estágio no curso de Pedagogia da
Universidade Estadual de Londrina.
Perceber a importância do estágio curricular obrigatório na formação
dos futuros pedagogos me fez ser mais crítica em relação a minha própria prática de
estágio, percebi como as opiniões e reflexões dos estudantes devem ser levadas em
consideração para se pensar as práticas pedagógicas do curso, para se pensar que
profissionais estão se formando para atuar na Educação Infantil.
Mais ainda, percebo a necessidade de os estudantes se
conscientizarem da oportunidade que têm em ampliar sua formação com as práticas
de estágio, devem aproveitar os momentos de discussões e troca de experiências
para aprender mais e para tirar dúvidas. Utilizar os momentos de vivência no espaço
escolar para compreenderem as interações lá existentes, como a prática
educacional se processa, aliando elementos teóricos e práticos.
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Todo o trabalho na Educação Infantil tem suas especificidades, pois
se trata de crianças pequenas, o educador infantil deve ser um profissional capaz de
trabalhar com embasamento teórico, tendo seu trabalho respaldado num
planejamento, deve ser capaz de repensar sua própria prática, não caindo no senso
comum de que o trabalho na Educação Infantil caracteriza-se apenas pelo cuidar.
Por isso, a importância de o estágio ser um momento onde através
da vivência do cotidiano escolar, das relações sociais que se dão dentro da escola,
das práticas que lá acontecem, o estudante consiga compreender toda a
especificidade do trabalho docente, da importância do pedagogo nos Centros de
Educação Infantil, e através dos momentos de troca de experiência, de discussões,
possa sanar suas dúvidas, compartilhar idéias e receios.
Esperamos que essa pesquisa contribua no âmbito educacional no
que diz respeito às práticas de estágio que acontecem nas Universidades, que o
profissional de Educação Infantil seja cada vez mais pensado como um profissional
que precisa de embasamento teórico e metodológico em seu trabalho e de
momentos de reflexão.
As práticas de estágio curricular obrigatório podem e devem ser
espaço de formação para os futuros educadores, não podendo ser deixado a
segundo plano a importância da mediação do professor supervisor nessas práticas,
bem como perceber a necessidade dos alunos discutirem e avaliarem suas
experiências, de modo que formem-se profissionais capazes de agirem
reflexivamente, tendo a relação teoria-prática como base de seu trabalho na
Educação Infantil.
Finalizando nossas reflexões queremos incentivar os estudantes do
curso de Pedagogia a realizarem seus estágios com comprometimento, pois
constatamos que esse momento é rico em aprendizagens.
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REFERÊNCIAS
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ANEXOS
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Sou aluna do 3º ano do Curso de Pedagogia e estou elaborando meu TCC. A temática abordada é a Contribuição do Estágio Supervisionado para a Formação Docente da Educação Infantil. Como coleta de dados utilizamos o questionário, o qual solicitamos sua contribuição ao responder as questões abaixo.
Questionário
1) Você já teve experiência como regente de sala ou como auxiliar na Educação Infantil?
( ) Sim ( ) Não
2) O estágio, para a sua formação docente, a contribuição foi:
( ) Ótima ( ) Muito Boa ( ) Boa ( ) Ruim ( ) Não houve contribuição
Justifique sua resposta: _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3) Houve, durante o estágio, espaço para discussão, debate e troca de experiências?
( ) Sempre ( ) Ás vezes ( ) Raramente ( ) Não houve espaço
Justifique sua resposta: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4) Você teve elementos teóricos/metodológicos para construir uma reflexão sobre sua prática de estágio?
( ) Sim ( ) Não
Justifique sua resposta: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5) Neste período, conseguiu compreender o cotidiano da escola? Que contribuições esta compreensão trouxe para sua formação profissional?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Agradecemos sua participação.