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1111111 BARRAGENS EM CCR - ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS: PONTOS DE INTERESSE, CONFLITO E DISCUSSÕES ANTONIO FERNANDO KREMPEL COPEL - Companhia Paranaense de Energia S/A FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLO Consultor Andriolo Ito Engenharia S/C Ltda o trabalho pretendedebater os pontos de conflitos nas EspecificaçõesTécnicaspara a execução de obras em Concreto Compactado com Rolo-CCR. Faz uma análise e estabelece um debate sobre as tendências e práticas usuais. As Especificações Técnicas de certa maneira refletem o grau de conhecimento técnico do grupo que envolve o projeto de uma obra, como também, estabelece disciplinas e requisitos que contemplam o grau de certeza que se espera ter da execução da obra ou de parte dela, e da espectativa que se possa ter quanto a Qualidade, refletida pelo Controle de Qualidade ede suas Variações. Assim é que por exemplo, algumas especificações de obras de concreto de barragens, há mais de 30 anos requeriam, para o tratamento das juntas de construção entre camadas a conformação de ranhuras "chavetando" as juntas. Algumas, outrasespecificações, em outros países, aínda não permitem o transporte de concretos por esteiras, ou a remistura nos caminhões betoneiras ( entenda-se apenas remistura, enão a redosagem com adição de água além da estabelecida no "traço" ). Em outros locais, também, não raramente os concretos massa têm suas resistências especificadas para a idade de 28 dias, mesmo quando a estrutura está planejada para ser solicitada à mais de 1 ano. Outras vezes considera-se que "concreto impermeável" é o que possui alto consumo de aglomerante, esquecendo-se da fissuração decorrente do aspecto térmico intrinseco.

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BARRAGENS EM CCR - ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS:PONTOS DE INTERESSE, CONFLITO E DISCUSSÕES

ANTONIO FERNANDO KREMPELCOPEL - Companhia Paranaense de Energia S/A

FRANCISCO RODRIGUES ANDRIOLOConsultor

Andriolo Ito Engenharia S/C Ltda

o trabalho pretende debater os pontos de conflitos nas Especificações Técnicas para a execução deobras em Concreto Compactado com Rolo-CCR. Faz uma análise e estabelece um debate sobre astendências e práticas usuais.

As Especificações Técnicas de certa maneirarefletem o grau de conhecimento técnico dogrupo que envolve o projeto de uma obra, comotambém, estabelece disciplinas e requisitos quecontemplam o grau de certeza que se espera terda execução da obra ou de parte dela, e daespectativa que se possa ter quanto aQualidade, refletida pelo Controle de Qualidadee de suas Variações.

Assim é que por exemplo, algumasespecificações de obras de concreto debarragens, há mais de 30 anos requeriam, parao tratamento das juntas de construção entrecamadas a conformação de ranhuras"chavetando" as juntas.

Algumas, outras especificações, em outrospaíses, aínda não permitem o transporte deconcretos por esteiras, ou a remistura noscaminhões betoneiras ( entenda-se apenasremistura, e não a redosagem com adição deágua além da estabelecida no "traço" ).

Em outros locais, também, não raramente osconcretos massa têm suas resistênciasespecificadas para a idade de 28 dias, mesmoquando a estrutura está planejada para sersolicitada à mais de 1 ano.

Outras vezes considera-se que "concretoimpermeável" é o que possui alto consumo deaglomerante, esquecendo-se da fissuraçãodecorrente do aspecto térmico intrinseco.

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Neste trabalho os autores procuram debateralguns pontos de interesse e, às vezes, deconflito, quanto às Especificações para obrasem CCR.

Como o CCR tem uma consistência seca, paraser adensado com rolos vibratórios, a dosagemdo CCR difere daquela dos concretosconvencionais (CVC) e a escolha dos materiaisdeve ser feita de modo a atender àscaracterísticas estabelecidas para a mistura aser dosada.

É importante tomar precauções para evitar asegregação e obter a máxima compacidade.

Nota- É importante que no estabelecimento dasespecificações para os materiais do CCR (Concreto Compactado com Rolo) e CVC(Concretos Convencionais), estas possam sercompatibilizados, para não haver duplicidade decontrole e ônus adicionais

Tipo- A escolha do tipo de cimento deve serfeita com base em:• geração de calor, desenvolvimento de

resistência, sanidade, compatibilidade comos agregados ( principalmente quanto àsReações Álcalis-Agregado);

• disponibilidade de material pozolânicopróximo à obra;

• inclusão ou não de finos ativos.

Estocagem- Algumas especificações indicam acapacidade mínima de estocagem. Entretanto, éimportante lembrar que essa capacidademínima deve refletir todas as dificuldades nosuprimento e na demanda. Assim é que umaobra no interior da Amazônia deverá ter umestoque mínimo, proporcionalmente maior que ode uma obra de mesmas dimensões, localizadapróxima aos centros produtores de cimento.

A exigência quanto a estocagem do cimentodeve considerar:• distância do fornecedor à obra;• ciclo do sistema de transporte;• temperatura de fomecimento;• uniformidade-tempo para a liberação,

considerando a possibilidade ou não decontar com os ensaios no Fornecedor, ou osensaios de pré-qualificação.

Material Pozolânico- O emprego de MateriaisPozolânicos no CCR deve ser avaliado combase nos ensaios e vantagens técnico-econômicas.

A especificação de grandes quantidades deMaterial Pozolânico para o CCR, deveconsiderar a quantidade de hidróxidos liberadosdurante a hidratação do cimento e a respectivaAtividade Pozolânica que se estabelece entre ocimento a ser usado e o material.

Isso diz respeito aos ganhos de resistências ede inibição de reações expansivas.

A utilização de um material nobre, apenas como"filler" deve ser avaliada economicamente.

Outro ponto a considerar na escolha do MaterialPozolânico é o da garantia de suprimento e deestocagem mínima

A escolha e controle granulométrico dosagregados para o CCR é de extremaimportância devido à repercussão das variaçõesna uniformidade do CCR.

Origem- A definição da fonte e das dimensõesdos agregados levam o Construtor a definir seusequipamentos e infra-estrutura para a produçãodos agregados e, decorrente, disso os seuscustos. Dessa forma é de extrema importânciaque essa escolha seja feita com cuidado edetalhadamente.

É comum se observar em especificações,citações do seguinte tipo: "as insvestigaçõesdas fontes dos agregados estão em andamentoe serão definidas no transcorrer da construçãoda obra". Isso pode levar a transtornos técnicose econômicos.

Há outras especificações que deixam a escolhae definição da jazida para o Construtor, sendoque a qualidade do produto deve atender aosrequisitos especificados. Isso não tira aautonomia da Fiscalização no aspecto técnico, efacilita o aspecto Gerêncial do Contrato.

Tamanho Máximo- O CCR tem sido produzidocom agregados de Dmax entre 25 mm e 150 mm,entretanto as tendências atuais mostram umapreferência para o intervalo 50mm< Dmax < 63mm.

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Dmax superior a 63mm provoca segregaçõessistemáticas, sem vantagens econômicas (comoas que se observa nos CVC, quando doaumento do Tamanho Máximo do agregado).Dmax inferior a 50mm, aumenta a demanda deagregado miúdo ( areia) o que pode onerar amistura.

Curva Granulométrica e Teor de Finos- Acurva granulométrica composta, normalmenteadotada para a mistura do CCR, é do tipoP = [d I Dmax t (100 +1- 5) % sendo:p = porcentagem de material menor que "d";d = dimensão da abertura da peneira;Dmax = Tamanho máximo nominal;x = expoente, normalmente 1/3.

A curva granulométrica composta pode serobtida da combinação de várias gamasgranulométricas individuais. Para Dmax ao redorde 50mm é comum adotar-se 3 frações ( umagregado miúdo e duas frações graúdas 50-25,e 25-5mm). Isso entretanto deve sercompatibilizado com as demandas deagregados para os concretos convencionais.

A curva granulométrica acima citada leva a umteor de materiais menores que 0,15mm ao redorde 14%, e menores que 0,075mm ao redor de11%, ao se considerar um Dmax =50mm. Dessamaneira ao se adotar uma mistura com cerca de2000 Kgl m3 de agregados no CCR, haveráuma necessidade de cerca de 220 Kg/m3 de"finos" ( material inferior a 0,075mm), que podeser obtido pela a inclusão de grande quantidadede material pozolânico ou do próprio materialdecorrente do beneficiamento do agregado,desde que a plasticidade desses finos não sejaprejudicial ao CCR.

Forma- A importância da forma dos agregadosse faz sentir no proporcionamento da mistura. Aexigência de forma cúbica é uma preferência.

Tanto a Granulometria como a Forma, têmrelevante importância na uniformidade de CCR.Ou seja, uma granulometria ou forma emdesacordo com a curva ou o limite especificado,porém com pequena dispersão é menosprejudicial que a obediência às especificações,mas com grande dispersão.

O Construtor deverá estar atento àdisponibilidade de equipamentos adequados, ecompatíveis com as características da rochadisponível para produzir agregados.

Densidade- A densidade ( normalmente citadaquando se deseja referir-se ao Peso Específico)dos agregados é de importancia relevante ao se

adotar um Peso Específico elevado para aestabilidade da barragem.

Como nas dosagens de CCR os agregadoscompõem cerca de SO% a S5% da massa, é de

considerar que ao se requerer y> 2,4tf/m3 para

o CCR, os agregados devam ter y> 2,6 tf/m3.

A não disponibilidade de agregados com y> 2,6tf/m3 mostra a necessidade de se consideraroutro valor na análise de estabilidade eprovidências decorrentes no Projeto. Entretantonão é uma condicionante eliminatória, mas queapenas deve ser considerada.

Sanidade- O conhecimento da sanidade dosagregados deve ser feito com antecedência aoinício da obra, de tal sorte a possibilitar atomada de providências. Assim é que averificação do comportamento quanto aosálcalis do cimento, expansividade edesagregação quanto à presença de argilo-minerais, que são ensaios de longa duraçãomerecem cuidados especiais.

Resistência Mecânica e ao Desgaste- emProjetos de barragem a exigência de elevadaresistência mecânica para o agregado não écondicionante primordial, visto que asresistências requeridas são baixas ( inferiores a15 MPa). A resistência ao desgaste porabrasão também não se mostra relevante, paraos casos normais de barragens, exceto quandoo CCR vá ser utilizado para suportar apassagem d'água.

Absorção e Umidade- São parâmetros deextrema importância para a uniformidade doCCR. O conhecimento e domínio do "teor deágua" existente nos agregados possibilita maiordomínio sobre a "umidade" ou teor de água dotraço de CCR. No ajuste do teor de água dosCVC, esse conhecimento é importante paracompatibilização com o grau de trabalhabilidadedesejado. No CCR, como o conceito deconsistência é, aínda, deficiente, o domínio daagua de mistura toma-se muito mais importante.

Até a década passada (SO) não se fez uso deaditivos para o proporcionamento de CCR.Entretanto a partir do uso do próprio CCR, comdosagem diferenciada, como elemento deestanqueidade no paramento de montante debarragens [1][2], bem como o emprego deaditivo incorporador de ar para o CCR debarragens construidas em zona de clima frio [3],é importante que sejam avaliados os benefícios

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de cada um dos tipos de aditivos e a adoção deespecificação correspondente.

São adotados os mesmos requisitosempregados para o CVC.

De maneira geral as especificações técnicasdevem conceituar o "produto" e não o"processo", ou seja, não se faz convenienteque se indique nas especificações umdeterminado tipo de equipamento, mas sim, queo "produto" que o equipamento venha a produzircumpra com requisitos de interesse.

Este é um ponto bastante debatido. Aconveniência de se colocar em umaespecificação a capacidade do equipamento aser utilizado.

Essa situação é tradicional nas especificaçõesno Brasil, e não raras vezes, os equipamentosnão refletem as necessidades dos cronogramase planejamentos.

Por outro lado, o Planejamento, o Cronogramade Construção e Histogramas de demandas demateriais, "devem ser aprovados pelaFiscalização ". Disso resulta uma aprovaçãoquanto a própria consistência e capacitação doConstrutor e de seus equipamentos, emexecutar os trabalhos do Contrato.

Dessa maneira os equipamentos devem atenderao Cronograma Contratual, ou de Licitação,com as reservas demonstradas na memóriatécnica do Construtor. Deve ser enfatizada aresponsabilidade do Construtor quanto a suacapacidade de executar o serviço e não"tutelar" sua capacidade.

Vale, neste ítem, a mesma conceituaçãoexpressa em 3.2. Chama-se a atenção para oscomentários citados no ítem 2.3.

3.4- Pré-qualificação, Calibração, e "Postaem Marcha"

A prática de se especificar a realização deAterros Experimentais, para o CCR, tem sidobenéfica na adequação e verificação dodesempenho dos equipamentos. Isso deve serfeito com uma antecipação mínima de 90 diasem relação ao início da execução do CCR.

A pré-qualificação deve considerar:• facilidade de correções e ajustes;• reprodutibilidade de valores;• dispersões;• facilidade de ações;• automatismo de registros e gravações.

o sistema deve ser adequado para produzir osagregados de tal modo a atender ao Dmaxrequerido e à curva granulométricaestabelecida, com as condições técnicas citadase nas quantidades que cumpram com oCronograma.

A capacidade de estocagem deve sercompatível com a capacidade de produção e dademanda estabelecida no Cronograma. Nessasituação o conhecimento sobre o desempenhode cada componente do sistema e a condiçãode reposição de peças, condição do mercado, éimportante para o Planejamento do Costrutor.

Qual a necessidade de se requerermisturadores contínuos para o CCR ? E nãoraras vezes, com a indicação da marca.

É mais importante que a uniformidade do CCRproduzido pelos misturadores ( seja de qualquertipo que se empregue) esteja garantida.

Os misturadores contínuos normalmenterequerem menor tempo para misturar ummesmo volume que os misturadores tipo tronco-cônico basculantes.

Os misturadores tipo planetário normalmente seadequam para concretos com Dmax < 38mm. Osmisturadores forçados com duplo eixo árvore,permitem produzir CCR e CVC, com pequenociclo de mistura ( cerca de 45 segundos para 3m3). São utilizados pelos japoneses eespanhois.Os misturadores tronco-cônicosbasculantes normalmente utilizados para CVCmassa (ciclo de misturas ao redor de 150 a 180segundos a cada 3 m3), já foram utilizadospara produzir CCR, como em Itaipu, Tucurui,Willow Creek.

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Os dosadores podem ser volumétricos ougravimétricos, contínuos ou por lotes(betonadas)

A opção do tipo do dosador e misturador deveser feita com base na capacidade de produção ena uniformidade a ser alcançada pela mistura. Auniformidade pode ser medida pelo Coeficientede Variação da Resistência e do Teor deCimento, como exemplifica a Figura 3.1 e 3.2[4]

CENTRAIS DE CONCRETOCOEFICIENTES DE VARIACAO DA RESISTENCIA AOS 28 DIAS

FIGURA 3.1- COEFICIENTES DE VARIAÇÃODA RESISTÊNCIA DO CCR PRODUZIDO EMVÁRIOS TIPOS DE CENTRAIS [4].

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FIGURA 3.2- COEFICIENTES DE VARIAÇÃODO TEOR DE CIMENTODO CCR PRODUZIDOEM VÁRIOS TIPOS DE CENTRAIS [4J.

Tempo- O tempo de transporte do CCR deveser o mínimo praticamente possível. A misturadeve chegar ao local de colocação semsegregação e sem perder as suascaracterísticas ( consistência, compacidade) ecom a mínima alteração na temperatura.

Tem sido indicado um tempo máximo de cercade 30 minopara o transporte do CCR.

Esse intervalo é satisfatório e deve ser mantido,ficando a tolerância de adoção de períodosmaiores a critério do senso e conhecimento daFiscalização. Alerta-se para o domínio sobre oteor de água do CCR, que é muito maissensível que o dos CVC, principalmente quandose trabalha em regiões de clima quente.

Equipamento- Qualquer equipamento que nãocause segregação e alteração dascaracterísticas, poderia ser aceito para otransporte do CCR.

De maneira geral a preferência, internacional,para o transporte do CCR recai sobre CorreiasTransportadoras e/ou Caminhões Basculantes,dependendo dos custos em cada região ou país.Outros equipamentos, entretanto, como "bottomdumpers", "scrapers", plano inclinado, podemser usados.

A opção é de responsabilidade do Construtor eos sistemas "devem ser aprovados pelaFiscalização" face ao seu desempenho.

Altura da Camada- A maioria das obrasde CCRutilizou camadas ao redor de 20cm-30cm, comoilustra a Figura 3.3

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FIGURA 3.3- ESTATíSTICA DA ALTURA DECAMADAS DE CCR, NAS VÁRIAS OBRASMUNDIAIS

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A altura da camada, no ponto de vista dosautores, deve ser uma opção de construção,ficando condicionada a cumprir com o requisitoda mínima densidade, após a compactação.

Neste ponto chama-se a atenção para avalidade do Aterro Experimental para averificação da altura da camada* densidade -teor de água-dosagem.Como se cita no ítem2.3, ao se exigir CCR com r> 2,4tf/m3, deve-severificar a disponibilidade de agregadoscompatíveis com essa densidade.

Equipamento- De mesma maneira que oconceituado no ítem 3.7, qualquer equipamentoque não cause segregação e alteração dascaracterísticas, poderia ser aceito para oespalhamento do CCR.

De maneira geral a preferência, internacional,para o espalhamento do CCR recai sobre ostratores de lâmina frontal tipo "bulldozer". Adimensão e capacidade do equipamento deespalhamento deve ser compatibilizada com ovolume descarregado pelo sistema detransporte.

Assim é que ao se transportar o CCR comcaminhões basculantes de 10m3 a 12m3 o"desmonte" dessa basculada normalment~ éfeito por "bulldozer" com potência ao redor de120HP - 140HP (equivalente ao Cat-D6), aopasso que ao se transportar e lançar o CCRcom correia transportadora, a energia do tratorpode ser menor ( ao redor de 80 HP). Não se vênecessidade de equipamentos maiores.

A opção é de responsabilidade do Construtor eos sistemas "devem ser aprovados pelaFiscalização" face ao seu desempenho.

São válidas as mesmas considerações, para acompactação, citadas no ítem 3.8 , quanto aoequipamento. Rolos vibratórios lisos com pesoestático entre 6t e 1St, têm sido adotados,variando-se o número de passadas para atendera densidade requerida.

Tempo- O tempo decorrido entre a Produção ea Compactação do CCR deve ser o mínimopraticamente possível.

Tem sido indicado um tempo máximo de cercade 1 hora para a compactação do CCR. Alimitação do tempo entre produção e acompactação do CCR, deve estar condicionadoao Tempo de Pega do CCR e à perda de

umidade, como se faz para o CVC. Entretantonão há, aínda, uma metodologia confiável eestabelecida para a determinaçào dessapropriedade.

Disso resulta que esse intervalo é satisfatório edeve ser mantido, ficando a tolerância deadoção de períodos maiores a critério do sensoe conhecimento da Fiscalização.

Velocidade de Translação- Pouca atenção temsido dada a esse detalhe. Entretanto adensidade de uma mesma camada, de mesmoCCR, pode variar significativamente ao sevariar a velocidade de translação do rolo.

É importante que a velocidade de translação dorolo na compactação fique ao redor de 1 a 2Km/hora. Algumas vêzes há a conveniência dese adotar um limitador de velocidade. Observaro aspecto de "policiamento" adotado nasespecificações técnicas.

O controle de compactação, com adeterminação da densidade, pode ser feito porvárias metodologias [4][5], sendo que a depreferência é a que adota o DensímetroNuclear. A rapidêz e facilidade operacionaldesse equipamento permite a realização deensaios rápidos - determinando a densidade e oteor de umidade- durante a compactação.

Número de Ensaios- A facilidade do ensaiopossibilita sugerir a execução de ensaios a cada200 m3 de CCR, ou 4 vêzes ao dia, ou pelomenos 2 I camada, até que se tenha umUniverso de valores estatisticamente analisável.

Tendo em vista a facilidade e velocidade deconstrução alcançada pelo CCR é prudente queao se iniciar a construção de uma obra, se tenhao domínio de todas as Propriedades deinteresse do CCR.

O conceito normalmente adotado é o de se termisturas com máxima densidade e baixo teorde aglomerante, atendendo um determinadograu de consistência. A composiçãogranulométrica é a que se citou no ítem 2.

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Deve ser enfatizada a execução de estudosiniciais, com adequada antecedência ao iníciodas obras de tal sorte a capacitar tecnicamente-economicamente o Projeto e a Fiscalização.Neste ponto, uma dificuldade normalmenteencontrada é da disponibilidade de agregados(principalmente quando se prevê agregadosbritados) para os ensaios preliminares. Essadificuldade deve ser contornada.

De mesma maneira que os estudos iniciais,deve ser enfatizada a execução de AterrosExperimentais, com pelo menos 90 dias deantecedência ao início das obras de, tal sorte acapacitar as equipes envolvidas.

4.4- Parâmetros Úteis para o ControleDurante a Produção

Consistência- A consistência do CCR tem sidodeterminada através do VeBe modificado. É umensaio qualitativo, onde a interpretação econhecimento do operador tem um valor deapreciação contundente. É uma metodologiaque , aínda, no ponto de vista dos autores,requer desenvolvimento técnico e afirmaçãoconceitual.

Valores entre 15s e 20s têm sido adotados nasespecificações. Até o momento não háquestionamento sobre os valores.

Peso Específico- O Peso Específico,comumente considerado como Densidade, temsido avaliado pelo Método Volumétrico e peloDensímetro Nuclear, durante a compactação dacamada, como citado anteriormente.

Grau de Compactação- O Grau deCompactação, exigido nas EspecificaçõesTécnicas é um índice de Uniformidade doproduto controlado durante sua execução.

É um parâmetro que mostra o quanto acompactação proporciona um produto mais oumenos próximo da Densidade Teórica, que é amáxima que pode ser obtida.

Ou seja, quanto mais próximo de 100%,evidencia-se que a compactação está maispróxima da ideal, possibilitando ter um concretocom um mínimo de vazios, e com isso atingindomaiores valores de resistência e de outraspropriedades.

Normalmente nas Especificaçõs Técnicas seadotam valores entre 95% e 97%.

O não atendimento deste ítem não trazcomprometimento ao resultado do CCR, desdeque a Densidade e outras propriedadesrequeridas sejm atendidas, entretantoevidencia-se que pode-se obter , aínda, umconcreto melhor.

Teor de Cimento- O teor de cimento damistura de CCR produzida, pode ser feito portitulometria, e por calorimetria, através decalibrações prévias-padrões.Esse parâmetronão tem sido requerido nas especificaçõestécnicas, o que se assim fosse buscaria ummaior uniformidade.

Valores de Coeficiente de Variação ao redor de6% a 10% tem sido obtido.

Reconstituição Granulométrica- Areconstituição da Granulometria da Mistura, apartir de amostras do CCR fresco, tem aintenção de avaliar a uniformidade da curvagranulométrica adotada.

O contacto da fundação de uma barragem,normalmente tem sido feito após a limpeza, e acolocação de uma camada de concreto "dental"ou de regularização. É um procedimento seguroe de custo relativamente pequeno no cômputogeral da obra.

A tipologia desse concreto é a mesma doconcreto da face [1].

A tipologia, tolerância e exigências para asfôrmas das barragens de CCR, são as mesmasque se requerem para as obras de CVC. Não hájustificativas para alterações.

Deve ser alertado, entretanto, que oPlanejamento do Construtor , "a ser aprovadopela Fiscalização", deve considerar avelocidade de construção do CCR.

Fundação- A superfície de rocha a receber oconcreto deve ter as característicasgeomecânicas requeridas pelo Projeto, estarlimpa e tratada, isenta de água, lama, rochassoltas, entulho e detrito, de mesma maneira quese requer para o CVC.

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Juntas de Construção entre Camadas- Otratamento da junta de construção, deve serfeito de modo a atender os requisitos de Atrito eCoesão, requeridos pelo Projeto.

Nesse ponto o conhecimento técnico do pessoalenvolvido é de extrema importância, e pode serauxiliado pela execução de Aterro Experimental,como citado anteriormente.

O espaçamento das juntas de contração deveser definido pelo Projeto em base nos estudostérmicos de tensões e estabilidade ( no caso debarragens arco-gravidade).

A injeção das juntas de contração, pode sernecessária para as barargens em arco, e devemser definidos no Projeto.

Os sistemas de conformação e, no caso dasbarragens em arco-gravidade, de injeção,devem ser desenvolvidos pelo Construtor e"devem ser aprovados pela Fiscalização".

A Temperatura de Lançamento do CCR deveser estabelecida em base nos estudos detensões térmicas, pelo Projeto.

Proteção-• Tempo Quente, Insolação e Vento- O CCR

é muito susceptível à alterações decorrentesda insolação, do tempo quente e do vento, oque provoca a secagem do CCR. Nessassituações o emprego de uma névoa úmidaprotege adequadamente o CCR.

• Chuva- O CCR não deve ser espalhado emperíodos de chuva com intensidade superiora 6mm/h ou O,6mm/ 6min. Chama-se, aqui,a atenção para uma questão dePlanejamento quanto ao tempo de retomada,devido ao esgotamento das frentes delançamento, que às vêzes é muito superiorao próprio período da chuva. Antes daretomada de lançamento, a superfície dajunta de construção deve ser preparada paraatender os requisitos de Atrito e Coesão.

Cura- A cura do CCR deve ser efetuada damesma maneira que se requer para o CVC.Alerta-se que nas primeiras idades ( ao redordos 3 primeiros dias) não se deve permitir jatosd'água dirigidos contra o CCR.

A velocidade de construção que pode seratingida pelo CCR, exige um Controle deQualidade com uma dinâmica adequada a essavelocidade.

Para isso os Estudos Iniciais, o AterroExperimental, o Treinamento das Equipes e aReciclagem das Informações são atividades eações importantes.

As especificações técnicas devem exigir oestabelecimento de um Plano de Controleglobal para a obra, como sugerem asReferências [4] e [6]. Esses planos englobamCCR e CVC e devem ser adaptados à dimensãoda obra.

O controle dos materiais e dos concretos deuma obra devem ser feitos com o objetivo deverificar o cumprimento com determinadaspropriedades requeridas, e também com ointuito de buscar uma uniformidade, que decerta maneira pode reduzir custos.

A Uniformidade dos parâmetros de controlepode ser avaliada por vários dados estatísticos,sendo que o mais usual é o Coeficiente deVariação. Pode-se também, empregar oconceito de Média Móvel, nas primeirasamostragens.

Dessa maneira é importante que se considere aanálise desses parâmetros.

O Relato das informações obtidas no Controleda Obra é de extrema importância, e deve serexigido. Entretanto pode-se indagar:• Relatar "O que" ?• Para "Quem" ?• "Quando"?

As respostas a essas indagações devem serfeitas antes do início da obra e permitirãoestabelecer a rotina , a responsabilidade eimportância do Controle.

A Auscultação requerida para uma Barragemnão deve ser alterada, em função dametodologia de construção, mas sim deve e

11SEMINARIO NACIONAL DE CONCRETO COMPACTADO COM ROLO

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pode ter seus instrumentos adaptados paraminimizar as inteferências na sequência deexecução.

As especificações técnicas devem,conceitualmente, estabelecer responsabilidadese não o de se ter um conceito de "políciamento".

Não se discutiu neste trabalho aResponsabilidade de exercer o Controle deQualidade, entretanto isso deve ser debatido eadotado com antecedência à elaboração dalicitação da obra.

De mesma maneira, as Penalidades quepossam ser aplicadas pelo não cumprimento ouatendimento a determinados ítens deve ser,também, debatido e adoptado como sugere-seacima.

Esses dois tópicos anteriores, após suasdefinições e adoções não devem ser "tutelados",para não haver divisão de responsabilidades eos consequentes danos.

Um outro aspecto, é que decorre da Legislaçãodo País, podendo levar a se exigirequipamentos mínimos para uma qualificaçãopreliminar.

A exigência de Planejamento com Memória deDimensionamento, com a devidaresponsabilidade, pode levar a uma melhoria.

[1]- W. Pacelli A; F.R. Andriolo- "Barragensem CCR - Sistemas de Imperrneabilização :Discussões, Sugestões e Uso"- 11 SeminárioNacional de Concreto Compactado com Rolo-Curitiba-Pr. Março/1996

[2]- Shen Chonggang- "New TechnicalProgress of RCC Dam Construction inChina"- G. Report on -Intemational Symposiumon Roller Compacted Concrete Dams-Santander- Spain- October-1995;

[3]-Robitaille, F.; Beaulieu, J.- "LakeRobertson dam: Construction techniquesand RCC Properties"- Intemational Symposiumon Roller Compacted Concrete Dams-Santander- Spain- October-1995;

[4]- Tavares,M.; Schmidt, M.T.; Resende, F.D.;Fontoura, PAF. Andriolo, F.R.- "Capanda-Angola- Hydroelectric Development- QualityControl of Materiais and Conventional and

Roller Compacted Concrete"- IntemationalSymposium on Roller Compacted ConcreteDams- Santander- Spain- October-1995;

[5]- Hansen, K.D.; Reinhardt, W.G.- "RollerCompacted Concrete Dams"- McGraw-Hill,Inc-1991;

[6]- Krempel, A.. F.; Crevilaro, C.C; Holanda, F.G.- "Jordão River Derivation Dam. QualityControl Plan for Materiais and Concrete(RCC and Conventional)"- IntemationalSymposium on Roller Compacted ConcreteDams- Santander- Spain- October-1995;