OS FATORES DETERMINANTES DA ADOÇÃO DA...
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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO - PPGA
ALEXANDRE RODRIGUES DA SILVA
OS FATORES DETERMINANTES DA ADOÇÃO DA INOVAÇÃO VERDE PARA O
DESEMPENHO ORGANIZACIONAL NO AGRONEGÓCIO
São Paulo
2019
ALEXANDRE RODRIGUES DA SILVA
OS FATORES DETERMINANTES DA ADOÇÃO DA INOVAÇÃO VERDE PARA O
DESEMPENHO ORGANIZACIONAL NO AGRONEGÓCIO
THE DETERMINING FACTORS THE ADOPTION OF GREEN INNOVATION FOR
ORGANIZATIONAL PERFORMANCE IN AGRIBUSINESS
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Administração – PPGA da
Universidade Nove de Julho – UNINOVE,
como requisito parcial para a obtenção do
grau de Doutor em Administração.
ORIENTADORA: PROFa. DRa. CLAUDIA
BRITO SILVA CIRANI
COORIENTADOR: PROF. DR.
FERNANDO ANTONIO RIBEIRO
SERRA
São Paulo
2019
Silva, Alexandre Rodrigues da.
Os Fatores Determinantes da Adoção da Inovação Verde para o
Desempenho Organizacional no Agronegócio. / Alexandre Rodrigues da
Silva. 2019.
239 f.
Tese (doutorado) – Universidade Nove de Julho – UNINOVE, São
Paulo, 2019.
Orientador (a): Profa. Dra. Claudia Brito Silva Cirani.
Coorientador (a): Prof. Dr. Fernando Antonio Ribeiro Serra.
1. Adoção da Inovação. 2. Sustentabilidade. 3. Fatores Determinantes
4. Recursos Naturais.
I. Cirani, Claudia Brito Silva.
II. Serra, Fernando Antonio Ribeiro.
III. Título
OS FATORES DETERMINANTES DA ADOÇÃO DA INOVAÇÃO VERDE PARA O
DESEMPENHO ORGANIZACIONAL NO AGRONEGÓCIO
Por
Alexandre Rodrigues da Silva
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Administração – PPGA da
Universidade Nove de Julho – UNINOVE
como requisito parcial para a obtenção do
grau de Doutor em Administração, sendo a
banca examinadora formada por:
_______________________________________________________________
Presidente: Prof. Dra. Claudia Brito Silva Cirani – Orientadora, UNINOVE
_______________________________________________________________
Membro Interno: Prof. Dr. Fernando Antonio Ribeiro Serra – Coorientador, UNINOVE
_______________________________________________________________
Membro Interno: Prof. Dra. Heidy Rodrigues Ramos, UNINOVE
_______________________________________________________________
Membro Interno: Prof. Dr. Leonardo Vils, UNINOVE
_______________________________________________________________
Membro Externo: Prof. Dr. Otávio Bandeira de Lamônica Freire, USP
_______________________________________________________________
Membro Externo: Prof. Dr. Eduardo de Camargo Oliva, Universidade Municipal de São
Caetano do Sul
São Paulo, 14 de fevereiro de 2019.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 – Estrutura da Pesquisa..........................................................................................22
FIGURA 2 – Evolução de Publicações Adoção da Inovação em Periódicos...........................28
FIGURA 3 – Rede de Cocitação...............................................................................................43
FIGURA 4 – Rede de Pareamento Bibliográfico......................................................................51
FIGURA 5 – Base Intelectual e Mainstream da Pesquisa........................................................53
FIGURA 6 – Estrutura de Pesquisa do Estudo.........................................................................86
FIGURA 7 – Estrutura de Ligações entre os Fatores..............................................................103
FIGURA 8 – Modelo Situacional para a Adoção da Inovação Verde na Cadeia Produtiva da
Mandioca.................................................................................................................................133
FIGURA 9 – Fatores Determinantes no Desempenho Organizacional..................................144
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Matriz de Distinção e Interdependência.............................................................23
TABELA 2 – Journals (por ordem decrescente de total de artigos da amostra) ......................29
TABELA 3 – Total de Artigos por Citação (por ordem decrescente de quantidade de citações)
...................................................................................................................................................35
TABELA 4 – Análise Fatorial para a Cocitação.......................................................................39
TABELA 5 – Análise Fatorial para o Pareamento Bibliográfico.............................................45
TABELA 6 – Grau de Centralidade do Pareamento Bibliográfico...........................................49
TABELA 7 – Referências de Estudos sobre Fatores Determinantes em Inovação Verde........82
TABELA 8 – Matriz Metodológica do Estudo II.....................................................................93
TABELA 9 – Empresas e Atores-chaves com seus respectivos cargos....................................97
TABELA 10 – Percepção Ex-post dos Gestores das Empresas Processadoras de Mandioca
.................................................................................................................................................132
TABELA 11 – Fatores Determinantes para a Adoção da Inovação Verde.............................134
TABELA 12 – Matriz Contributiva........................................................................................158
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABAM – Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca
CEPEA/ESALQ - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada/Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio
DQO – Demanda Química de Oxigênio
DCS – Desempenho Corporativo Sustentável
DESA – Department of Economic and Social Affairs
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
GEE – Gases do Efeito Estufa
GEF/UNCCD – Global Environment Facility/United Nations Convention to Combat
Desertification
IBV – Institutional-Based View
IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
NRBV – Natural Resources Vision Based
OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
OECD - Organization for Economic Co-operation and Development
ONU – Organização das Nações Unidas
PIB – Produto Interno Bruto
RBT – Resources Based Theory
WCED – World Commission on Environment and Development
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me amparar nos momentos difíceis, me dar força interior para
superar as dificuldades, mostrar os caminhos nas horas incertas e me suprir em todas as
minhas necessidades.
À minha esposa, Monica Castro V. R. da Silva, pelos inúmeros estímulos, orientações,
paciência e exemplo de força, coragem e amor verdadeiro.
Ao meu pai, por acreditar em mim, e à minha mãe, que partiu antes mesmo de
presenciar meu ingresso no mestrado acadêmico, pelo apoio e amor incondicional.
À minha orientadora, Profª. Drª. Cláudia Brito Silva Cirani, pela sabedoria e paciência
no decorrer do caminho.
Ao meu coorientador, Prof. Dr. Fernando Antonio Ribeiro Serra, pela demonstração
de amizade e orientação no momento mais conturbado da minha vida.
Aos meus colegas de doutorado, Luiz Guerrazzi e Isabel Scafuto, pelo empenho,
dedicação e a capacidade de transmitir os seus conhecimentos para este trabalho científico.
A todos os professores do corpo docente da UNINOVE que, com ensinamentos, foram
referenciais para mim.
Aos meus colegas de mestrado e doutorado do PPGA que não me deixaram desistir.
Sinto que nós percorremos este caminho juntos, nos complementando e nos fortalecendo.
Obrigado pela rica troca e cumplicidade.
Enfim, o meu “Obrigado, Senhor” ao melhor presente que Ele reservou para mim: o
meu filho Fellipe que, mesmo sem entender, soube compreender o que o “papai” estava
fazendo em nome da ciência.
“Tenho a impressão de ter sido uma criança
brincando à beira-mar, divertindo-me em
descobrir uma pedrinha mais lisa ou uma concha
mais bonita que as outras, enquanto o imenso
oceano da verdade continuava misterioso diante
de meus olhos”.
(Isaac Newton)
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO DA TESE ................................................................................................. 12
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ........................................................................................ 14
1.1.1 Questão de pesquisa ................................................................................................. 17
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 17
1.2.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 17
1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 17
1.3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 17
1.4 ESTRUTURA DA PESQUISA ...................................................................................... 21
1.5 MATRIZ DE DISTINÇÃO E INTERDEPENDÊNCIA ................................................ 23
2 ESTUDO I – O MAINSTREAM DA PESQUISA DE ADOÇÃO DA INOVAÇÃO ...... 24
2.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 26
2.2 MÉTODO E PROCEDIMENTOS DE PESQUISA ....................................................... 27
2.2.1 Procedimento de Coleta de Dados e Amostra .......................................................... 27
2.2.2 Procedimentos de Análise ........................................................................................ 32
2.3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ......................................................... 34
2.3.1 Análise das Citações................................................................................................. 34
2.3.2 Análise de Cocitação ................................................................................................ 39
2.3.3 Ligações da Cocitação .............................................................................................. 42
2.3.4 Pareamento Bibliográfico (Bibliografic Coupling – BC) ........................................ 44
2.3.5 Ligações do Pareamento Bibliográfico (Bibliografic Coupling – BC) .................... 48
2.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 54
3 ESTUDO II – FATORES DETERMINANTES PARA ADOÇÃO DA INOVAÇÃO
VERDE: ESTUDO COM BIODIGESTORES EM EMPRESAS DO AGRONEGÓCIO
.................................................................................................................................................. 56
3.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 58
3.2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................................... 59
3.2.1 Clarificando o Conceito de Inovação Verde ............................................................ 59
3.2.2 Consequências da Inovação Verde ........................................................................... 63
3.2.3 Argumentos teóricos relacionados à Inovação Verde .............................................. 66
3.2.4 Contexto da Sustentabilidade no Agronegócio ........................................................ 68
3.2.5 A Adoção da Inovação ............................................................................................. 70
3.2.6 A Adoção da Inovação Verde Organizacional e a Bioenergia ................................. 72
3.2.7 As Características do Adotante Verde Organizacional ............................................ 75
3.2.8 Os Fatores Determinantes da Adoção da Inovação Organizacional ........................ 75
3.2.9 Os Fatores Determinantes da Adoção da Inovação Verde ....................................... 78
3.2.9.1 Fatores Tecnológicos ......................................................................................... 86
3.2.9.2 Fatores Organizacionais .................................................................................... 88
3.2.9.3 Fatores Ambientais ............................................................................................ 90
3.3 MÉTODO E PROCEDIMENTOS DE PESQUISA ....................................................... 93
3.3.1 O Contexto Empírico e Desenho da Pesquisa .......................................................... 93
3.3.2 Procedimento de Coleta de Dados ........................................................................... 96
3.3.3 Procedimentos de Análise ........................................................................................ 99
3.4 RESULTADOS ............................................................................................................ 100
3.4.1 As Influências dos Fatores no Desempenho Organizacional ................................. 104
3.4.1.1 Custo da Adoção .............................................................................................. 104
3.4.1.2 Complexidade .................................................................................................. 107
3.4.1.3 Compatibilidade .............................................................................................. 108
3.4.1.4 Vantagem Relativa .......................................................................................... 109
3.4.1.5 Qualidade dos Recursos Humanos .................................................................. 112
3.4.1.6 Suporte Organizacional ................................................................................... 112
3.4.1.7 Incerteza Ambiental ......................................................................................... 113
3.4.1.8 Suporte Governamental ................................................................................... 115
3.4.1.9 Pressão Regulamentar ..................................................................................... 116
3.4.1.10 Pressão do Cliente ......................................................................................... 119
3.4.1.11 Pressão do Fornecedor do Biodigestor .......................................................... 121
3.4.1.12 Primeiro Adotante.......................................................................................... 126
3.4.2 A Influência do Fator Determinante no Desempenho Organizacional .................. 128
3.4.3 A Adoção do Biodigestor pelos Gestores das Empresas Processadoras de Mandioca
......................................................................................................................................... 130
3.4.4 A Comparação com os Gestores de Suínos e Aves ................................................ 134
3.5 DISCUSSÃO ................................................................................................................ 135
3.5.1 Fatores que Influenciam a Adoção da Inovação Verde.......................................... 135
3.5.2 Fatores Determinantes da Inovação Verde ............................................................. 145
3.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 147
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS DA TESE .......................................................................... 153
5 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 160
APÊNDICE I - ARTIGOS QUE COMPÕEM OS FATORES DAS ANÁLISES –
FATORIAIS PARA A COCITAÇÃO E O PAREAMENTO BIBLIOGRÁFICO ........ 187
APÊNDICE II – ESTUDOS: FATORES DETERMINANTES EM INOVAÇÃO VERDE
................................................................................................................................................ 212
APÊNDICE III - ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA .................... 217
APÊNDICE IV – CONSTRUTO – AUTORES – MARCO TEÓRICO .......................... 226
ANEXO I – PASSO A PASSO – BIBLIOMETRIA .......................................................... 230
10
RESUMO
Nesta pesquisa, foram desenvolvidos dois estudos para responder a seguinte questão de
pesquisa: quais são os fatores determinantes da adoção da inovação verde para o desempenho
organizacional no agronegócio? O objetivo geral deste trabalho foi identificar os fatores
determinantes da adoção da inovação verde para o desempenho organizacional no
agronegócio. No estudo I, apresentamos um estudo bibliométrico de citação, cocitação e
pareamento, no qual buscamos compreender a estrutura intelectual e o mainstream da
pesquisa de adoção da inovação, fornecendo uma base teórica para a continuidade do estudo.
Os resultados do estudo I apontaram uma relação entre desempenho e adoção da inovação, na
qual os fatores determinantes levam à adoção, proporcionando maiores ganhos e melhor
produtividade. Com o estudo II, procuramos contribuir com a análise da adoção da inovação
verde (biodigestor), respondendo diretamente à questão de pesquisa. Este é um estudo
qualitativo (entrevista semiestruturada) na cadeia produtiva do agronegócio (mandioca, suíno
– um caso – e ave – um caso –), para identificar os fatores determinantes da adoção da
inovação verde no desempenho organizacional. No estudo II, obtivemos resultados positivos
na adoção da inovação verde (biodigestor), por meio dos fatores determinantes, para o
desempenho organizacional no agronegócio. Estes estudos contribuíram para a clarificação
das teorias e pesquisas empíricas existentes sobre adoção da inovação verde em um contexto
específico, bem como para demonstrar os fatores determinantes que levam as empresas a
adotarem determinada inovação. Assim, os estudos possibilitaram a formação de uma agenda
para os gestores, no que diz respeito aos aspectos positivos da adoção da inovação no
agronegócio. Em conclusão, destacamos que o fator determinante principal identificado foi o
benefício econômico apresentado pelo biodigestor que, além de ser um método de tratamento
de resíduos, propicia benefícios ambientais, desde que seja dimensionado de forma correta e
eficiente.
Palavras-chave: Adoção de Inovação, Agronegócio, Desempenho Organizacional, Fatores
Determinantes, Inovação Verde.
11
ABSTRACT
In this research, we developed two studies in order to answer the following research question:
what are the determinants of the adoption of green innovation for organizational performance
in agribusiness? The main objective of this work was to identify the determinants of green
innovation adoption for organizational performance in agribusiness. Study I presented a
bibliometric study of citation, cocitation and pairing in which we sought to understand the
intellectual and mainstream structure of innovation research, providing a theoretical basis for
continuing the study. The results of study I pointed out a relationship between performance
and adoption of innovation where the determining factors lead to adoption, providing greater
gains and better productivity. Study II contributed to the analysis of the adoption of green
innovation (biodigestor), responding the research question. It is a qualitative study (semi-
structured interview) in the agribusiness production chain (manioc, swine - a case - and
poultry - a case) to identify the determinants of green innovation in organizational
performance. Study II demonstrated positive results in green innovation adoption
(biodigestor), through the determining factors, for organizational performance in agribusiness.
Our studies have contributed to clarify existing theories and empirical research on green
innovation adoption in a specific context. It also demonstrates the determinants that lead
companies to adopt a particular innovation by providing an agenda for managers regarding the
positive aspects of innovation adoption in agribusiness. In conclusion, we pointed out that the
main determining factor was the economic benefit provided by the biodigester, which is a
waste treatment method that delivers environmental benefits, as long as it is correctly and
efficiently scaled.
Keywords: Innovation Adoption, Agribusiness, Organizational Performance, Determining
Factors, Green Innovation.
12
1 INTRODUÇÃO DA TESE
As empresas enfrentam uma crescente pressão, por parte dos stakeholders, para serem
mais verdes e, dessa maneira, reduzirem seu impacto negativo sobre o meio ambiente
(Azevedo, Cudney, Grilo, Carvalho, & Cruz-Machado, 2012). As empresas lidam com essas
pressões concomitantemente com a necessidade de se manterem competitivas, o que gera a
busca pela vantagem competitiva sustentável (Porter & Linde, 1995a, 1995b).
Hart (1995) argumenta que os modelos de vantagem competitiva sustentável precisam
ser expandidos, para explicarem como as restrições e desafios para a preservação dos os
ambientes naturais impactam os modelos de negócio. Da mesma maneira, os recursos e
capacidades enraizados na interação da empresa com seu ambiente natural podem levar à
vantagem competitiva. Sendo assim, uma das questões-chave da adoção de tecnologia limpa
está na compreensão de quais recursos e capacidades são suscetíveis de serem associados à
comercialização desta tecnologia (Hart, 1995). Hart (1995, 1997, 2005) e Schmidheiny e
Zorraquin (1992) sugerem que o desenvolvimento de estratégias de tecnologia limpa requer
um foco na inovação e um posicionamento futuro, como a métrica para o sucesso.
A adoção de inovações com foco na sustentabilidade ambiental (doravante
indistintamente denominada de inovações verdes) tem sido considerada uma iniciativa
fundamental para a redução dos impactos ambientais provenientes de operações. Visa-se, com
tal adoção, a possibilidade de melhorar o desempenho da empresa, seja pelo aumento da
receita ou pela redução dos custos (Monast & Adair, 2013).
A inovação verde é considerada, nesta tese, como sinônimo de inovação ecológica
(ecoinovação), ambiental e sustentável (Tariq, Badir, Tariq, & Bhutta, 2017). Chen et al.
(2006) indicam que a inovação verde também pode estar presente em produtos, processos,
serviços e formas organizacionais, assim como para a inovação em geral. A inovação de
produtos verdes é descrita como uma inovação que leva ao design, fabricação e
comercialização de produtos sem efeito significante sobre o meio ambiente, ao longo de seu
ciclo de vida. Este tipo de inovação busca superar as alternativas concorrentes comumente
usadas, criando mais valor ao produto, em comparação com produtos concorrentes (Wagner,
2009). De maneira análoga, a inovação do processo verde pode ser descrita como avanço em
tecnologias e processos, que resulta na fabricação de produtos com nenhum ou com menor
impacto ambiental (Chen, 2011).
13
Chiou, Chan, Lettice e Chung (2011) observaram que a inovação de produtos e
processos verdes possui vários atributos, desenvolvendo-se da mesma forma que outros tipos
de inovações em geral. Por exemplo, uma inovação específica de produto quase certamente
exigirá uma inovação de processo correspondente, e vice-versa. Ideias inovadoras para
produtos geralmente levam a mudanças no processo de produção e novos processos de
produção abrem caminho para a introdução de novos produtos (Nielsen, 2006).
A inovação verde tem sido considerada a partir de atributos similares aos da inovação
em geral, mas em contexto específico (Tariq et al., 2017). Seu objetivo deveria ir além de
satisfazer as necessidades do mercado, almejando trazer benefícios ambientais e humanitários
(Rennings, 2000).
A inovação de produto não verde pode ser descrita como o lançamento de novos
produtos para atender às necessidades dos usuários externos (Damanpour, 2010),
principalmente orientada ao cliente, com o objetivo de comercialização (Schilling, 2017). No
entanto, o contexto para a inovação em produtos verdes vai além das considerações de
necessidades utilitárias e forças de mercado, visando a produção sustentável. Já a inovação em
processos verdes, tem sido definida como o conjunto de técnicas para produzir e
comercializar bens ou serviços, que tem um impacto menor, ou melhor, nos seres humanos e
no meio ambiente (Chen, 2011). A inovação do processo verde considera e inclui o consumo
de energia e a sustentabilidade ecológica, além de melhorar a eficiência da produção.
Para Tariq et al. (2017), a literatura avaliou o impacto no desempenho da inovação
verde a partir de diferentes perspectivas, com possibilidades de consequências positivas. Essas
perspectivas podem ser categorizadas em cinco grupos principais: 1) Desempenho Econômico
e Financeiro; 2) Desempenho do Mercado; 3) Vantagem Competitiva; 4) Desempenho
Ambiental e 5) Desempenho Social. No entanto, apesar de tantos benefícios apontados na
inovação verde, fica o questionamento quanto à evidência desses benefícios, pois as empresas
não adotam facilmente essas inovações.
O contexto em que acontece a inovação verde é importante. Em especial, é essencial
compreender a relação entre o contexto institucional e os fatores determinantes usuais para
inovação, assim como seus critérios, como elencados por Tariq et al. (2017). Por exemplo, a
adoção da inovação pode ser, primariamente, influenciada pelo ambiente institucional, pelos
regulamentos e impostos (Monast & Adair, 2013; Jackson, Boswell & Davis, 2011; Porter &
14
Linde, 1995a, 1995b), ou somente acontecer se houver benefício financeiro e de mercado,
como nas organizações não verdes (Schilling, 2017).
No entanto, a quantidade de trabalhos que procuram avaliar a adoção de inovação
verde, segundo o levantamento ad-hoc realizado nesta tese (ver Tabela 9 – página 84), não é
extensa. Esse fato motivou o estudo I, no qual procuramos compreender a adoção de inovação
de forma geral, e um estudo empírico no agronegócio, para melhor compreensão do
fenômeno. Dessa forma, esta tese v atender ao chamado de Zailani et al. (2011), que afirma
que ainda há muito a ser aprendido sobre os fatores que determinam a adoção de inovações
verdes. Com este estudo também visamos contribuir para a lacuna científica apontada por
Hart e Dowell (2011) sobre tecnologia limpa e prevenção da poluição.
Para incorporarem o desenvolvimento sustentável, muitas empresas estão
atentas para o aumento de sua competitividade, por meio de melhorias no desempenho
ambiental e mitigação do impacto ambiental de suas atividades de produção e serviços
sustentáveis, como, por exemplo, a gestão ambiental (Rothenberg & Zyglidopoulos, 2007;
Liu, Liu, Shishime, Yu, Bi, & Fujitsuka, 2010; Zailani, Amran, & Jumadi, 2011). A inovação
verde é aquela destinada à obtenção de melhorias radicais ou incrementais de produtos ou
processos que contribuam para o desenvolvimento sustentável (Zailani et al., 2011). Assim,
sua implementação pode ser considerada um meio importante de resolver os problemas
ambientais das empresas, sendo particularmente importante aprender mais sobre os fatores
que determinam a implementação desse tipo de inovação (Lin & Ho, 2011).
1.1 Problema de Pesquisa
A adoção de uma inovação verde tem a possibilidade de trazer benefícios à empresa,
tais como a otimização e remoção de passos desnecessários na produção, diminuição dos
tempos de ciclo da produção (Hart, 1995), desenvolvimento de capacidades de organização
valiosas e maior integração das partes interessadas - stakehoders (Sharma & Vredenburg,
1998). No entanto, a decisão de uma organização de adotar uma inovação, implementá-la e
difundi-la depende de uma série de fatores determinantes (Greenhalgh, Robert, MacFarlane,
Bate & Kyriakidou, 2004). Os ganhos de desempenho podem ser obstruídos pela incerteza das
organizações em à adoção e uso destas inovações (Talukder, Harris & Mapunda, 2008). Esta
15
incerteza inclui fatores comerciais, não tecnológicos, que impedem a adoção de inovações
(Knight, Pfeiffer, & Scott, 2015).
Os estudos mais recentes sobre inovação verde concentram-se nos fatores
determinantes da invenção e da adoção deste tipo de inovação (Berrone et al., 2013; Bönte &
Dienes, 2013; Chiou et al., 2011; Dangelico & Pontrandolfo, 2013; Huang & Li, 2015), o que
pode levar a dois modos distintivos na adoção da inovação verde: pragmático ou
comprometido. O primeiro centra-se nos benefícios econômicos da adoção, enquanto o
segundo modo volta-se ao interesse no valor socioambiental (Darnhofer, Schneeberger, &
Freyer, 2005). Os gestores hesitam em adotar inovações verdes quando existem encargos
financeiros (Musshoff & Hirschauer 2008), mas as preocupações morais, sociais e ambientais,
como orientação ideológica, influenciam positivamente a taxa de adoção da inovação verde
(Mzoughi, 2011).
A adoção da inovação verde exige uma abordagem diferente, uma vez que muitas
destas inovações não são economicamente competitivas nem compatíveis com os sistemas
tecnológicos (Rennings, 2000). Alguns estudiosos voltaram sua atenção aos fatores
socioeconômicos que motivam a adoção de inovações verdes para a sustentabilidade
(Fairweather, 1999; Ilbery, Kirwan & Maye, 2016; Noppers, Keizer, Bolderdijk & Steg,
2014). Por exemplo, Ilbery et al. (2016) sugeriram três fatores determinantes da adoção da
inovação verde, nomeadamente: fator físico, estrutural e sociocultural. Os efeitos de muitas
empresas dentro de uma mesma região focal não podem ser ignorados no processo de adoção
da inovação verde. Por sua vez, a difusão desta inovação pode ser igual (todos passam a
adotar a mesma inovação) ou desigual (nem todos adotam a mesma inovação). Este fato
decorre da externalidade derivada da influência dos colegas e da infraestrutura local, as quais
reduzem as incertezas nas inovações verdes (Schmidtner, Lippert, Engler, Häring, Aurbacher
& Dabbert, 2012; Wollni & Andersson, 2014).
Visando a exploração deste problema, neste trabalho, voltamos nossa pesquisa à
agroindústria, pela sua importância e impacto potencial, especificamente na cadeia da
produção de mandioca. De acordo com Felipe, Alves e Camargo (2010), vários setores da
economia foram beneficiados, nas últimas décadas, pelas recentes mudanças econômicas no
cenário mundial e nacional. Isto afetou também as cadeias agroindustriais, ocasionando
mudanças na estrutura da cadeia de mandioca, suínos e aves nacional. A cultura de mandioca
vem conquistando lugar de destaque em vários países do mundo, devido à facilidade de
16
adaptação às mais diversas condições de clima e de solo e pelo fato, também, de suprir a
necessidade alimentar da população mais carente.
Na América do Sul, a produção de mandioca se destacou no ano de 1970, com média
de 35% - mantendo esse índice até 2010. Porém, na sequência, a sua participação no mercado
agronômico foi reduzida e, atualmente, representa 15% sobre o total mundial. Com recorde de
30 milhões de toneladas em 1970, o Brasil estabilizou sua produção na média de 25 milhões
nos anos seguintes. Esta redução da produção brasileira deveu-se a três fatores principais: a)
pelo menor consumo animal, quando comparado à década de 1970, atualmente substituída
pelas rações balanceadas; b) pela redução no consumo humano de farinha, dando lugar e
preferência às massas de trigo; e c) pelo forte avanço nos plantios da Nigéria, República do
Congo e Tailândia. Estes fatores, aliados à falta de mão de obra, certamente estão causando a
redução ou até mesmo a estagnação da produção em alguns estados brasileiros (FAO, 2013;
Felipe et al., 2010; SEAB/DERAL, 2012; Souza, Staduto, Rocha, & Rinaldi, 2005).
Todavia, a falta de pesquisa agronômica, gestão adequada de matéria-prima e acesso
ao mercado internacional são fatores de perda de competitividade da produção de mandioca.
As iniciativas para mudar este quadro acontecem de forma isolada, via ações estaduais ou até
regionais, havendo pouca disseminação dos avanços na cadeia produtiva. Ações conjuntas dos
agentes da cadeia conduziriam a mandiocultura brasileira a elevados níveis de
competitividade em mercados de concorrência crescente (Felipe et al., 2010; SEAB/DERAL,
2012).
A compreensão dos fatores determinantes da adoção da inovação verde é importante
para que os pesquisadores compreendam mais porfundamente as questões que precisam ser
abordadas, bem como para que os profissionais implementem melhores práticas verdes
envolvidas na adoção da inovação, aumentem a produção e ganhem competitividade. Como
uma das principais contribuições, este estudo pode ampliar o escopo da pesquisa em inovação
verde, fornecendo algumas explicações sobre os fatores que determinam a sua adoção. Além
disso, a implementação da inovação verde não depende somente da empresa adotante, mas
também do governo, dos fabricantes e consumidores, portanto, verificar possíveis fatores que
determinam a adoção verde organizacional pode fornecer aos órgãos governamentais
fundamentos auxiliarão na elaboração de melhores políticas ambientais para o setor. Outros
benefícios do estudo incluem ajudar os fabricantes, consumidores e prestadores de serviços a
entenderem os fatores e as barreiras para a adoção de inovação verde, bem como, para os
17
gestores, fornecer maior aprendizado sobre as normas de gestão ambiental e os recursos
necessários para a implementação e difusão verde.
1.1.1 Questão de pesquisa
Baseando-se no referencial exposto, a questão de pesquisa deste estudo é: quais são os
fatores determinantes da adoção da inovação verde para o desempenho organizacional no
agronegócio?
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
O objetivo geral deste trabalho é identificar os fatores determinantes da adoção da
inovação verde para o desempenho organizacional no agronegócio.
1.2.2 Objetivos Específicos
Os objetivos específicos, que guiaram o alcance do objetivo geral desta pesquisa são:
a) Compreender a estrutura intelectual e o mainstream da pesquisa de
adoção da inovação, fornecendo uma base teórica para a continuidade dos estudos;
b) Investigar a adoção da inovação verde (biodigestor) em um contexto
específico (mandioca, suínos e aves), respondendo diretamente à questão de
pesquisa, preenchendo a lacuna teórica de pesquisa (Hart & Dowell, 2011) e
fornecendo diretrizes aos gestores para aumentar sua competitividade.
1.3 Justificativa
O desenvolvimento sustentável requer planejamento e o reconhecimento de que os
recursos são finitos (Botkin & Keller, 2011). Não deve ser confundido com desenvolvimento
econômico, pois este, em princípio, depende do consumo crescente de energia e de recursos
naturais (Bursztyn & Bursztyn, 2013). O desenvolvimento em bases de consumo crescente
18
não é insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais, dos quais a humanidade
depende (Miller Jr., 2013; Romeiro, 2003, 2012). A sustentabilidade consiste em encontrar
meios de produção, distribuição e consumo dos recursos existentes de forma mais coesiva,
economicamente eficaz e ecologicamente viável (Botkin & Keller, 2011; Bursztyn &
Bursztyn, 2013). Sendo assim, um dos principais desafios da porposta sustentável é a
conscientização de que a sustentabilidade é um processo a ser percorrido e não um alvo
definitivo a ser alcançado (Bursztyn & Bursztyn, 2013).
Para que o desenvolvimento sustentável possa crescer, torna-se necessária a criação de
propostas viáveis de geração de riqueza sem dependendência dos recursos naturais (Romeiro,
2003, 2012). O desenvolvimento sustentável, atualmente, é visto como uma premissa para as
empresas que visam o desenvolvimento econômico (competitividade e um contínuo
crescimento produtivo). Para essas empresas, um dos caminhos para o alcance da
competitividade é a diferenciação de seus produtos, processos e serviços, ou seja, que sejam
capazes de inovar. Mas, ao mesmo tempo, para estarem consoantes com as demandas sociais,
as empresas precisam demonstrar preocupação e interesse em preservar o meio ambiente,
causando menos impactos degradantes e nocivos ao bem-estar social. Assim, às empresas, é
interessante demonstrar que projetos de inovações verdes são capazes de promover o
desenvolvimento econômico, gerando qualidade de vida sem agredir o meio ambiente (Botkin
& Keller, 2011).
Para preencher a lacuna de pesquisa (os fatores que determinam a adoção de inovação
verde), neste trabalho, estudamos a adoção de inovações verdes em empresas processadoras
de mandioca, suínos (um caso) e aves (um caso). Este estudo concentra-se na cadeia produtiva
da mandioca, porém, complementamos a pesquisa com uma empresa de suínos e outra de
aves, as quais também adotaram a mesma tecnologia (biodigestor) da mandiocultura. Essas
empresas, frequentemente, causavam impactos ambientais negativos (material residual
orgânico lançado nos solos e rios, por exemplo). Embora exista um corpo crescente de
literatura relacionada a questões ambientais em uma variedade de disciplinas acadêmicas, a
extensão de trabalhos sobre a inovação verde, cadeia produtiva e fatores determinantes de
adoção ainda é caresse de mais estudos (ver, por exemplo, Berrone, Fosfuri, Gelabert &
Gomez-Mejia, 2013; Bönte & Dienes, 2013; Chiou, Chan, Lettice & Chung, 2011; Dangelico
& Pontrandolfo, 2013; Huang & Li, 2015). Além disso, enquanto o agronegócio, no Brasil,
continuar a crescer economicamente, haverá um enorme mercado consumidor, que sofre de
19
vários problemas ambientais sérios, como poluição do ar, desperdício de energia e poluição da
água (Bley, 2013; Bley Jr., Libânio, Galinkin & Oliveira, 2009).
O presente estudo tem como objetivo analisar os fatores que determinam a adoção de
inovação verde (biodigestor) no setor da mandiocultura. Pelas descobertas ao longo do
trabalho, triangulamos uma literatura que indicou os os setores de suínos e aves como culturas
interessantes e relacionadas (pelo uso do biodigestor como tecnologia limpa e presernvação
do meio) para o estudo. A compreensão dos fatores determinantes é essencial para que os
profissionais implementem melhores práticas verdes e para que os pesquisadores entendam
em profundidade as questões que precisam ser abordadas. Muitos pesquisadores propuseram
várias explicações sobre quais fatores influenciam a adoção de inovações verdes pelas
empresas (por exemplo, Alvarez-Gil, Berrone, Husillos & Lado, 2007; Aragón-Correa,
Matías-Reche & Senise-Barrio, 2004; Gadenne, Kennedy & McKeiver, 2008; Henriques &
Sadorsky, 1996; López-Gamero, Claver-Cortés & Molina-Azorín, 2011; Williamson, Lynch-
Wood & Ramsay, 2006). A pressão das partes interessadas, a regulação ambiental, o tamanho
da empresa, as características dos gerentes e os recursos humanos são variáveis ambientais e
organizacionais relevantes que aparecem com frequência em pesquisas correlatas (Etzion,
2007; Gonzalez-Benito & Gonzalez-Benito, 2006). Embora fatores organizacionais e
ambientais tenham sido levados em conta em vários estudos sobre questões verdes, esses
fatores ainda não foram considerados nos estudos de gestão ambiental no setor da
mandiocultura. Ainda há muito a ser aprendido sobre como os fatores organizacionais e
ambientais influenciam a adoção de inovações verdes para o setor da mandiocultura.
Empresas de diferentes setores podem reagir de maneira diferente às questões
ambientais (Etzion, 2007). O setor da mandiocultura, a partir das decisões de seus gestores,
pode reagir a problemas ambientais causados pelo processamento e produção de maneira
diferentemente das indústrias de metalurgia (que também lidam com resíduos). Portanto, o
presente estudo tenta fornecer ideias para identificação dos fatores organizacionais e
ambientais que determinam a adoção de inovações verdes no setor da mandiocultura. A
aplicação de critérios ambientais nas operações corporativas exige explorar novas
combinações de recursos e implantar recursos existentes de novas maneiras (Hart, 1995).
Dessa maneira, a adoção de inovações verdes envolve a implementação de processos, técnicas
e sistemas novos ou modificados para reduzir os danos ambientais e pode ser considerada um
processo de inovação (Henriques, & Sadorsky, 2007a, 2007b; Rothenberg & Zyglidopoulos,
20
2007). O presente estudo analisa a adoção de inovações verdes para empresas processadoras
de mandioca, com uma análise em uma empresa de suínos e outra de aves, à título de captar
possíveis diferenças no perfil de processamento das indústrias na perspectiva da inovação
técnica.
Além de fatores organizacionais e ambientais, a literatura sobre inovação técnica
sugere que a natureza da tecnologia é uma característica relevante que afeta a adoção de novas
tecnologias (Chau & Tam, 1997; Frambach & Schillewaert, 2002; Tornatzky, Fleischer &
Chakrabarti, 1990). Características de uma nova tecnologia, como compatibilidade,
complexidade e vantagem relativa, podem afetar sua adoção (Jeyaraj, Rottman & Lacity,
2006; Rogers, 1962; Tornatzky & Klein, 1982). Frambach & Schillewaert (2002) colocam as
características percebidas da inovação no centro de seu modelo de adoção de inovação
organizacional. Boiral (2002) argumenta que características do conhecimento ambiental são
relevantes na gestão ambiental. Mas as características tecnológicas devem ser levadas em
conta ao se analisar a adoção de inovações verdes. No entanto, pesquisas anteriores sobre
questões ambientais não analisaram empiricamente as influências de fatores tecnológicos na
adoção de práticas verdes (por exemplo, Alvarez-Gil et al., 2007; Aragón-Correa et al., 2004;
Gadenne et al., 2008; Henriques & Sadorsky, 1996; López-Gamero et al., 2009, Williamson,
Wallace & Rajabifard, 2006). A fim de preencher a lacuna de pesquisa, este artigo tem como
objetivo estudar os fatores determinantes – tecnológicos, organizacionais e ambientais – na
adoção de inovações verdes para empresas processadoras de mandioca, suínos (um caso) e
aves (um caso).
Outro fator importante da adoção de inovação verde diz respeito à busca mundial por
fontes energéticas mais limpas e renováveis, visando, sobretudo, a mitigação dos impactos
ocasionados pelas mudanças climáticas, o desmatamento, e a escassez de recursos naturais.
Neste novo modelo de produção energética, o Brasil encontra-se em posição de destaque, seja
pela alta participação das fontes renováveis na matriz energética brasileira ou pelo grande
potencial que o país ainda apresenta para ampliar sua participação, principalmente por meio
da biomassa e da hidroeletricidade (Bley, 2013; Bley et al., 2009). Compreender a adoção da
inovação verde no âmbito das especificidades nacionais e regionais, nas quais as empresas
estão inseridas, é importante, uma vez que as singularidades no Brasil são diferentes em
relação às empresas em outros países e mercados (Bley, 2013; Bley et al., 2009),
principalmente os de economias maduras e desenvolvidas em que predominam estudos sobre
21
o tema. Há muitos ganhos em se estudar a adoção da inovação verde de forma mais
aprofundada no Brasil, pois o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro
acumulou crescimento de 14,5% em 2017, segundo estimativas do CEPEA (Centro de
Estudos Avançados em Economia Aplicada), da ESALQ/USP, feitas em parceria com a CNA
(Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
A relação da organização com o meio ambiente acontece em contextos complexos. Ao
investigar os fatores determinantes da adoção da inovação verde no desempenho das
organizações, este trabalho contribui para o campo de estudo, ao contribuir com o
preenchimento da lacuna de pesquisas sobre tecnologia limpa e prevenção da poluição
apontada por Hart e Dowell (2011). Além disso, esta investigação serve como orientação para
gestores e empreendedores rurais, cooperativas e gestores públicos na compreensão da adoção
de inovações verdes. Este estudo objetiva elucidar a adoção da inovação verde por meio dos
fatores determinantes – tecnológicos, organizacionais e ambientais, contribuindo para o
conhecimento sobre o desempenho organizacional das empresas que adotam esta inovação, o
que diminuirá, em certo sentido, o grau de incerteza sobre a adoção, ou não, de uma inovação
verde.
1.4 Estrutura da Pesquisa
Esta pesquisa foi dividida em dois estudos interligados. O estudo I, conforme Figura 1,
está segmentado em: introdução, método e procedimentos de pesquisa, com a metodologia
empregada para alcançar o objetivo proposto, resultados, a partir da bibliometria realizada,
discussão com análise dos dados apresentados e, por último, considerações finais do estudo I.
O estudo II está dividido em: introdução, revisão de literatura, método e
procedimentos de pesquisa, com a metodologia empregada para alcançar o objetivo proposto,
resultados, a partir das entrevistas realizadas, discussão com a análise dos dados apresentados
e, por último, as considerações finais do estudo II.
Esta tese está finalizada com as considerações finais, nas quais se demonstra a
interligação entre os dois estudos, e apresentam-se as referências bibliográficas, os apêndices
e os anexos.
22
Figura 1: Estrutura da Pesquisa
Fonte: dados da pesquisa (2019).
ESTUDO II
INTRODUÇÃO
ESTUDO I
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
- Introdução
- Método e Procedimentos de
Pesquisa
- Resultados
- Análise e Discussão
- Considerações Finais
- Introdução
- Revisão de Literatura
- Método e Procedimentos de
Pesquisa
- Resultados
- Discussão
- Considerações Finais
- Considerações Finais da Tese
- Implicações Teóricas e
Gerenciais
- Limitações da Pesquisa
- Sugestões para Pesquisas
Futuras
- Referências Bibliográficas
- Apêndices e Anexos
- Problema de Pesquisa
- Questão de Pesquisa
- Objetivos
- Justificativa
- Estrutura da Pesquisa
- Matriz de Amarração
23
1.5 Matriz de Distinção e Interdependência
Nesta tese, propomos a estrutura de dois estudos interligados. Portanto, na Tabela 1
representa-se a distinção e a interdependência existente entre a questão de pesquisa, o objetivo
geral, os títulos dos estudos, as perguntas de pesquisa secundárias, os objetivos específicos, as
hipóteses e/ou proposições, bem como as pesquisas sequenciais ou simultâneas, os métodos
únicos ou mistos nas etapas de campo e os procedimentos de coleta e análise de dados.
Tabela 1: Matriz de Distinção e Interdependência
QUESTÃO DA PESQUISA
Quais são os fatores determinantes da adoção da inovação verde para o desempenho organizacional no agronegócio?
OBJETIVO GERAL
Identificar os fatores determinantes da adoção da inovação verde para o desempenho organizacional no agronegócio.
JUSTIFICATIVA DE DISTINÇÃO JUSTIFICATIVA DE INTERDEPENDÊNCIA
Títulos dos
Estudos
Perguntas de
Pesquisa
Secundárias
Objetivos
Específicos
Hipóteses
e/ou
Proposiçõe
s
Pesquisas
Sequenciai
s ou
Simultânea
Método Único
ou Misto nas
Etapas de
Campo
Procedime
ntos de
Coleta de
Dados
Procediment
os de Análise
de Dados
O
Mainstream
da Pesquisa
de Adoção da
Inovação
Como se
configura o
mainstream
da pesquisa de
adoção da
inovação?
Compreender a
estrutura intelectual e
o mainstream da
pesquisa de adoção
de inovação,
fornecendo uma base
teórica para a
continuidade dos
estudos
NA
Artigos
sobre o
tema
Estudo
Bibliométrico
Artigos da
base WoS e
Scopus a
partir de
palavras-
chave
Bibliometria
de citação,
fatorial,
cocitação e
pareamento
Fatores
Determinante
s para
Adoção da
Inovação
Verde:
Estudo com
Biodigestores
em Empresas
do
Agronegócio
Quais são os
fatores
determinantes
da adoção da
inovação
verde para o
desempenho
organizacional
no
agronegócio?
Investigar a adoção
da inovação verde
(biodigestor) em um
contexto específico
(mandioca, suínos e
aves), respondendo
diretamente à
questão de pesquisa,
preenchendo a lacuna
teórica de pesquisa
(Hart & Dowell,
2011) e fornecendo
diretrizes aos
gestores para
aumentar sua
competitividade.
Fatores
Determinan
tes –
Tecnológic
os,
Organizaci
onais e
Ambientais
Empresas
Processado
ras de
Mandioca,
Suínos (um
caso) e
Aves (um
caso)
Pesquisa
Qualitativa e
Exploratória
Entrevista
semiestrutu
rada
Os dados
foram
separados
por empresa.
As
entrevistas
foram
transcritas
para análise
com ajuda do
software
MAXQDA
Fonte: dados da pesquisa (2019).
24
2 ESTUDO I – O MAINSTREAM DA PESQUISA DE ADOÇÃO DA INOVAÇÃO
RESUMO
Empresas podem se tornar competitivas ao associarem a sua marca com benefícios
socioambientais das inovações verdes: redução de custos de matéria-prima, ganhos de
eficiência na produção, redução nas despesas ambientais, segurança do trabalho e melhoria da
imagem corporativa. Neste estudo, objetivamos compreender a estrutura intelectual e o
mainstream da pesquisa de adoção da inovação, por meio de um estudo bibliométrico, nas
duas principais bases científicas - da ISI Web of Knowledge, com 121 artigos coletados e
Scopus, com 426 artigos coletados. O período de tempo pesquisado foi entre os anos de 1974
e maio de 2018, o qual forneceu uma base teórica para a continuidade dos estudos. Como
resultado, obtivemos um caminho a ser seguido por pesquisas futuras, na busca por
informações mais detalhadas, tanto sobre a difusão da inovação – seu processo – como nos
próprios fatores determinantes da adoção, inclusive com o apontamento do principal fator
determinante. Nos resultados, encontramos orientações práticas ou uma agenda para os
gestores de organizações que pretendam adotar uma inovação, como, por exemplo, a relação
entre características de inovação, características de gestores e adoção de inovações – e como a
influência de uma sobre a outra pode trazer os melhores resultados, sejam econômicos, sejam
ambientais.
Palavras-chave: Adoção da Inovação, Benefícios, Competitiva, Características, Mainstream.
25
ABSTRACT
Companies may become competitive when they associate their brand with social and
environmental benefits of green innovations: reducing costs of raw materials, efficiency in
production, reduction in environmental costs, safety and improved corporate image. This
study aimed to understand the intellectual framework and the mainstream adoption of
innovation through a bibliometric study on the two principal scientific bases - the ISI Web of
Knowledge, with a sample of 121 articles, and Scopus, with 426 articles collected between
(period from 1974 and 2018/ May). This total sample provided a theoretical basis for the
continuity of the studies. In this study we found a path to be followed by future research in the
search for more detailed information on both the diffusion of innovation - its process - as in
determinants of adoption - and perhaps highlighting the main determining factor. This fact
demonstrated a contribution for previous studies. The results provided a practical guidelines
or a schedule for managers of organizations wishing to adopt an innovation, such as the
relationship between innovation characteristics, characteristics of managers and innovation
adoptions - and how the influence of one over the other could bring the best results, economic
or environmental.
Keywords: Adoption of Innovation, Benefits, Competitive, Characteristics, Mainstream.
26
2.1 INTRODUÇÃO
A inovação tem sido considerada como uma fonte primária de vantagem competitiva
(Tushman & O’Reilly, 2002; Winter, 2006). Para que os benefícios da inovação sejam
auferidos, é preciso que se difunda e seja adotada (Rogers, 1962). No entanto, adoção da
inovação é especialmente complexa e consume tempo e recursos (Wirtz, Mory, & Ulrich,
2012).
Embora existam muitos estudos sobre a adoção de inovação, o trabalho fundamental
de Rogers (1962), um sociólogo de estudos rurais, é o que tem sido mais citado. Pela
importância do tema torna-se relevante a compreensão a pesquisa atual da adoção de inovação
e como se desenvolveu a partir deste estudo seminal. Assim, este trabalho tem como objetivo
compreender a estrutura intelectual e o mainstream da pesquisa de adoção da inovação. Para
tal, realizamos um estudo bibliométrico em duas das principais bases científicas - da ISI Web
of Knowledge, com 121 artigos coletados, e Scopus, com 426 artigos, coletados entre os anos
de 1974 e maio de 2018, obtendo uma base teórica para a continuidade dos estudos.
O conhecimento que tem sido produzido e acumulado a partir dos artigos acadêmicos
leva a uma avaliação e compreensão da estrutura intelectual que os suporta (Zupic & Cater,
2015). Por meio deles, é possível verificar tendências e estudos futuros – lacunas que ainda
podem ser estudas, bem como as características principais da base de conhecimento do objeto
que está sendo estudado (Ferreira, Pinto & Serra, 2013). O estudo bibliométrico é um dos
meios pelos quais é possível traçar essa linha de conhecimento e tendências ao longo do
tempo (Callon, Courtial, & Penan, 1993; Ding, Chowdhury, Foo & Qian, 2000). Neste
trabalho, realizamos um estudo bibliométrico de citação, cocitação e pareamento. O estudo de
citação e cocitação, a partir das referências dos artigos de um tema a ser estudado, é capaz de
retratar o conteúdo e a evolução da pesquisa do tema estudado. Já o estudo de pareamento
mede a frequência com que dois documentos da amostra (artigos ou livros, por exemplo)
possuem, no mínimo, uma referência em comum (Ferreira et al., 2013). O pareamento leva
em consideração a sobreposição de suas bibliografias, representando as tendências da
pesquisa na área estudada (Vogel & Güttel, 2012; Zupic & Čater, 2015).
Os estudos bibliométricos de citação identificam menções no texto de informação
extraída de outros documentos, com o objetivo de colocar o trabalho no contexto da temática,
conferir credibilidade, confrontar dados, fatos e argumentos e registrar opiniões similares ou
27
conclusões opostas. Os estudos de cocitação são baseados em pares de artigos altamente
citados e os de pareamento identificam quando dois artigos citam um ou mais artigos em
comum. Esses três tipos de estudos bibliométricos, geralmente, são ferramentas no auxílio da
compreensão de abordagens teóricas e sua evolução, como por exemplo: Inovação (Shafique,
2013), Recursos Humanos (Fernandez-Alles & Ramos-Rodriguez, 2009), Gestão do
Conhecimento (Ponzi, 2002) e Estratégia (Ramos-Rodriguez & Ruiz-Navarro, 2004).
Este estudo, após esta introdução, está dividido em: método e procedimentos de
pesquisa, com a metodologia empregada para alcançar o objetivo proposto, resultados, a partir
da bibliometria realizada e, por último, discussão e considerações finais, com a análise dos
dados apresentados.
2.2 MÉTODO E PROCEDIMENTOS DE PESQUISA
Este capítulo apresenta o método e os procedimentos de pesquisa para o estudo
bibliométrico, por meio das técnicas de citação, cocitação e pareamento, suportadas pela
análise fatorial e análise de redes. O trabalho de pesquisa de um determinado campo de
conhecimento pode ser medido quantitativamente pela busca em bases de periódicos
(Diodato, 1994; Raut, Sahu & Ganguly, 2008). A reorganização dos dados disponíveis
possibilita uma análise de conteúdo com menos decisões de escolha subjetivas (Vogel &
Güttel, 2012).
2.2.1 Procedimento de Coleta de Dados e Amostra
Os artigos selecionados para este trabalho foram coletados nas duas principais bases
científicas: ISI Web of Knowledge, com 121 artigos coletados e Scopus, com 426 artigos
coletados, entre os anos de 1974 – quando o termo “adoção da inovação” começou a surgir –
e maio de 2018 – ano de estudo desta Tese – conforme Figura 2. Deve-se levar em conta que
a data corte foi feita em meados de 2018, por causa do início das análises. Portanto, os artigos
levantados em 2018 são proporcionais aos meses pesquisados.
28
Figura 2: Evolução de Publicações Adoção da Inovação em Periódicos
Fonte: dados coletados do ISI – Web of Knowledge e Scopus (2018).
Para o primeiro filtro do estudo, foram considerados todos os periódicos de todas as
áreas disponíveis no Journal Citation Reports (JCR) e do Scimago Journal & Country Rank
(SJR), com os seus respectivos Fatores de Impacto (FI), relacionados com adoção da
inovação. O Fator de Impacto, abreviado como FI, é uma medida que reflete o número médio
de citações de artigos científicos publicados em determinado periódico. É empregado
frequentemente para avaliar a importância de um dado periódico em sua área, sendo que
aqueles com um maior FI são considerados mais importantes do que aqueles com um menor
FI. Para a seleção deste estudo, foram utilizadas as palavras-chave innov* e adpopt* no
campo topic. O uso das palavras-chave em inglês justifica-se pela busca em artigos
internacionais. O campo topic delimita a busca entre título, resumo e palavras-chave dos
artigos. O (*) é usado para que qualquer variação da palavra seja considerada.
A amostra foi composta por 547 artigos em 275 periódicos, apresentados na Tabela 2.
Devido ao tamanho da amostra (547 artigos em 275 periódicos), no presente estudo,
limitamos a Tabela 3 apenas aos periódicos que apresentaram dois ou mais artigos, isto é, 41
artigos.
0
10
20
30
40
50
60
29
Tabela 2 – Journals (por ordem decrescente de total de artigos da amostra)
Fator de Impacto
2015
Journal
Total de
Artigos da
Amostra
% da
Amostra
JCR SJR
Information & Management 14 2,56% 3.317
European Journal of Innovation Management 13 2,38% 1.880
Journal of Business Research 13 2,38% 3.354
Journal of Engineering and Technology
Management - JET-M 13 2,38% 2.419
Technological Forecasting and Social Change 12 2,19% 2.625
IEEE Transactions on Engineering
Management 11 2,01% 1.188
Journal of Cleaner Production 11 2,01% 5.715
International Journal of Bank Marketing 8 1,46% 2.500
Technovation 8 1,46% 3.265
Journal of Product Innovation Management 7 1,28% 3.759
Agricultural Economics 6 1,10% 1.795
Energy Policy 6 1,10% 4.400
Industrial Marketing Management 6 1,10% 3.340
International Journal of Innovation and
Learning 6 1,10% 0.680
International Journal of Innovation
Management 6 1,10% 1.550
Ecological Economics 5 0,91% 3.120
International Journal of Innovation and
Technology Management 5 0,91% 0.218
Journal of Management & Organization 5 0,91% 0.590
Journal of The Academy of Marketing Science 5 0,91% 5.888
Management Science 5 0,91% 2.822
Asia Pacific Management Review 4 0,73% 0.376
Business Strategy and the Environment 4 0,73% 3.076
Industrial Management and Data Systems 4 0,73% 2.205
Information Systems Research 4 0,73% 2.763
International Journal of Hospitality
Management 4 0,73% 1.280
International Journal of Services, Technology
and Management 4 0,73% 0.143
International Journal of Technology
Management 4 0,73% 0.867
Internet Research 4 0,73% 2.931
Fonte: dados da pesquisa (2019).
30
Tabela 2 – Journals (por ordem decrescente de total de artigos da amostra) – continuação
Fator de Impacto
2015
Journal
Total de
Artigos da
Amostra
% da
Amostra
JCR SJR
Journal of Business and Industrial Marketing 4 0,73% 2.017
Journal of Consumer Marketing 4 0,73% 1.540
Journal of Technology Management and
Innovation 4 0,73% 0.259
MIS Quarterly: Management Information
Systems 4 0,73% 7.268
Technology in Society 4 0,73% 0.524
American Journal of Agricultural Economics 3 0,55% 2.140
Decision Support Systems 3 0,55% 3.222
Information Resources Management Journal
(IRMJ) 3 0,55% 0.156
Innovation: Management, Policy and Practice 3 0,55% 0.690
International Journal of Industrial Organization 3 0,55% 0.795
International Journal of Retail and Distribution
Management 3 0,55% 0.472
Journal of Business Logistics 3 0,55% 2.352
Journal of Construction Engineering and
Management 3 0,55% 1.001
Journal of Consumer Psychology 3 0,55% 3.385
Journal of Management Information Systems 3 0,55% 3.036
Journal of Marketing 3 0,55% 5.947
Journal of Promotion Management 3 0,55% 0.266
Journal of Retailing and Consumer Services 3 0,55% 0.928
Journal of Strategic Information Systems 3 0,55% 3.486
Management Decision 3 0,55% 1.396
Research Policy 3 0,55% 4.495
Strategic Management Journal 3 0,55% 4.461
Supply Chain Management 3 0,55% 4.072
Technology Analysis and Strategic
Management 3 0,55% 1.240
Transportation Research Part A-Policy and
Practice 3
0,55% 2.609
Administration & Society 2 0,37% 1.010
Applied Economics 2 0,37% 0.518
Asian Journal of Technology Innovation 2 0,37% 0.429
British Journal of Management 2 0,37% 2.982
Fonte: dados da pesquisa (2019).
31
Tabela 2 – Journals (por ordem decrescente de total de artigos da amostra) – continuação
Fator de Impacto
2015
Journal
Total de
Artigos da
Amostra
% da
Amostra
JCR SJR
Creativity and Innovation Management 2 0,37% 4.000
Data Base for Advances in Information
Systems 2 0,37% .0251
Decision Sciences 2 0,37% 2.590
Economics of Innovation and New Technology 2 0,37% 0.620
European Review of Agricultural Economics 2 0,37% 2.780
Health Care Management Review 2 0,37% 1.921
International Journal of Business Information
Systems 2 0,37% 0.266
International Journal of e-Business Research 2 0,37% 0.215
International Journal of Electronic Commerce 2 0,37% 1.853
International Journal of Electronic Marketing
and Retailing 2 0,37% 0.480
International Journal of Enterprise Information
Systems 2 0,37% 0.660
International Journal of Enterprise Network
Management 2 0,37% 0.190
International Journal of Operations and
Production Management 2 0,37% 3.339
International Journal of Research in Marketing 2 0,37% 1.775
International Journal of Tourism Research 2 0,37% 1.857
Journal of Business Communication 2 0,37% 0.208
Journal of Decision Systems 2 0,37% .0299
Journal of Economic Dynamics & Control 2 0,37% 1.000
Journal of Electronic Commerce in
Organizations 2 0,37% 0.148
Journal of Electronic Commerce Research 2 0,37% 0.835
Journal of Enterprise Information Management 2 0,37% 0.575
Journal of Evolutionary Economics 2 0,37% 0.862
Journal of Healthcare Management 2 0,37% 0.864
Journal of High Technology Management
Research 2 0,37% 0.405
Journal of Information Technology 2 0,37% 3.532
Journal of International Consumer Marketing 2 0,37% 0.420
Journal of International Food and Agribusiness
Marketing 2 0,37% 0.233
Journal of Internet Banking and Commerce 2 0,37% 2.700
Journal of Marketing Research 2 0,37% 3.700
Journal of Product and Brand Management 2 0,37% 0.659
Fonte: dados da pesquisa (2019).
32
Tabela 2 – Journals (por ordem decrescente de total de artigos da amostra) – continuação
Fator de Impacto
2015
Journal
Total de
Artigos da
Amostra
% da
Amostra
JCR SJR
Journal of Public Administration Research and
Theory 2 0,37% 5.730
Journal of Purchasing and Supply Management 2 0,37% 3.240
Journal of Retailing 2 0,37% 3.772
Journal of Science and Technology Policy
Management 2
0,37% 0.163
Journal of Services Marketing 2 0,37% 1.811
Management International Review 2 0,37% 1.516
Omega 2 0,37% 4.029
Public Management Review 2 0,37% 1.622
Revista Brasileira de Gestao de Negocios 2 0,37% 0.181
Southern Economic Journal 2 0,37% 0.499
Systems Research and Behavioral Science 2 0,37% 0.492
Total Quality Management and Business
Excellence 2 0,37% 0.652
World Development 2 0,37% 2.848
Young Consumers 2 0,37% 0.255
Fonte: dados da pesquisa (2019).
2.2.2 Procedimentos de Análise
Inicialmente, para a análise da citação, foi utilizado o software Bibexcel (Pilkington &
Meredith, 2009), que identificou os trabalhos mais representativos no campo, ou seja, os mais
citados. A análise de citações, apresentada na Tabela 3, mais a frente, reflete a frequência com
que os trabalhos individuais são referenciados em outros trabalhos (Vogel & Güttel, 2012).
Neste estudo, foram consideradas as referências com 16 ou mais citações, sendo que abaixo
desse número foram encontrados poucos autores citados.
Para a análise de cocitação foi usada uma matriz de coocorrência gerada no software
Bibexcel, com o uso complementar da análise fatorial e da rede de cocitação. A análise de
cocitação mede a similaridade a partir da frequência em que dois trabalhos são referenciados
em conjunto por outros trabalhos (Small, 1973; McCain, 1990). Este índice pode se alterar ao
longo do tempo e contribui para verificar as alterações de paradigmas e abordagens teóricas
de um tema (Zupic & Čater, 2015). A análise fatorial dá consistência e robustez aos trabalhos
33
bibliométricos (McCain, 1990). Continuando as análises, foi utilizamos a análise fatorial com
rotação Varimax (Acedo, Barroso & Galan, 2006; Lin & Cheng, 2010), propiciando melhores
interpretações (Fabrigar, Wegener, MacCallum & Strahan, 1999). As cargas fatoriais
consideradas foram próximas ou superiores a 0,4. No que concerne ao padrão de correlação
entre as variáveis, a matriz de correlações deve exibir a maior parte dos coeficientes com
valor acima de 0,30. O teste de Kaiser-Meyer-Olklin (KMO) varia entre 0 e 1. São
considerados adequados valores acima de 0,5 (Shafique, 2013; Guerrazzi, Brandão, Campos
Junior & Lourenço, 2015).
Para nomear os fatores gerados, realizamos uma análise exploratória: foram lidos, a
partir da compreensão do conjunto do conteúdo, resumo, introdução, tema, contexto etc.. No
Apêncide I, constam os resumos de cada artigo. Com o software Ucinet – outro instrumento
bastante utilizado em estudos bibliométricos –, os fatores foram utilizados e sobrepostos na
representação de redes (Ramos-Rodríguez & Ruíz-Navarro, 2004; Lin & Cheng, 2010). A
rede apresenta a proximidade entre artigos e as suas ligações, representando o relacionamento
e a dimensão da quantidade de citações em conjunto. A partir desse ponto, a análise fatorial
foi rodada com o uso do software SPSS e a rede de cocitação com o uso do software Ucinet, a
fim de gerar um diagrama, permitindo visualizar a formação de redes entre estes artigos.
Para o pareamento bibliográfico, por meio do software Bibexcel, foi gerada uma
matriz de coocorrências das referências de cada par de artigos da amostra, preservando-se os
artigos que possuíam, no mínimo, 16 pareamentos (laços > 15) – força do pareamento –, com
no mínimo um documento (nó ≥ 1) – força do relacionamento. O pareamento bibliográfico
existe quando dois artigos citam um ou mais artigos em comum. Ou seja, o mesmo artigo (nó
≥ 1) é citado 16 vezes ou mais (laços > 15). Quanto maior a quantidade de pareamentos,
maior a quantidade de vezes em que o mesmo artigo é citado por outros autores. A amostra,
com 41 artigos, com o ajuste da fatorial, ficou reduzida para 39 artigos no modelo final. Com
a matriz composta pelos 39 artigos, o software Ucinet gerou um diagrama, permitindo
visualizar a formação de redes entre estes artigos. Da mesma forma que ocorreu na análise de
cocitação, usando os mesmos parâmetros (matriz no BibExcel, análise fatorial e geração de
rede), também foi realizada uma análise exploratória, ou seja, todos os artigos que compõem a
amostra foram lidos e identificados nos respectivos fatores.
A relação entre os resultados de cocitação e de pareamento foi representada por uma
matriz de coocorrência entre as referências que compõem a cocitação e os artigos do
34
pareamento. A partir desta matriz, identificamos a influência do conteúdo intelectual
(cocitação) na pesquisa atual (pareamento), permitindo representar, graficamente, as relações
existentes (o passo a passo da bibliometria encontra-se no Anexo I deste trabalho).
2.3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Nesta seção, são apresentados os resultados da pesquisa. São apresentados a análise
das citações, com os 41 artigos, a análise das cocitações, com os dois fatores encontrados por
meio da análise fatorial, as ligações da rede de cocitação (representada graficamente), o
pareamento bibliográfico, com os quatro fatores encontrados por meio da análise fatorial e as
ligações da rede de pareamento (representada graficamente), bem como suas respectivas
análises embasadas na literatura.
2.3.1 Análise das Citações
Os 41 trabalhos com 16 ou mais citações – objeto de análise – são apresentados na
Tabela 3. O resumo de cada um destes trabalhos está apresentado no Apêndice I.
35
Tabela 3 – Total de Artigos por Citação (por ordem decrescente de quantidade de citações)
Referências Citações
Rogers, E. M. (1962). Diffusion of Innovations. New York: The Free Press. 398
Tornatzky, L. G. & Klein, K. J. 1982. Innovation Characteristics and Innovation
Adoption-implementation: A Meta-analysis of Findings. IEEE Transactions on
Engineering Management, 29 (1), 28-45. doi: 10.1109/Tem.1982.6447463 88
Davis, F. (1989). Perceived Usefulness, Perceived Ease of Use, and User
Acceptance of Information Technology. MIS Quarterly, 13 (3), 319-340.
doi:10.2307/249008 78
Damanpour, F. (1991). Organizational Innovation: A Meta-Analysis of Effects of
Determinants and Moderators. Academy of Management, 34 (3), 555-590. doi:
10.2307/256406 72
Venkatesh, V., Morris, M., Davis, G. & Davis, F. (2003). User Acceptance of
Information Technology: Toward a Unified View. MIS Quarterly, 27 (3), 425-478.
doi:10.2307/30036540 52
Kimberly, J. R. & Evanisko, M. J. (1981). Organizational Innovation: The
Influence of Individual, Organizational, and Contextual Factors on Hospital
Adoption of Technological and Administrative Innovations. Academy
Management, 24 (4), 689-713. doi: 10.2307/256170 51
Zaltman, G., Duncan, R. & Holbeck, J. (1973). Innovation and Organizations.
New York: John Wiley. 49
Moore, G. C. & Benbasat, I. (1991). Development of an Instrument to Measure the
Perceptions of Adopting an Information Technology Innovation. Information
Systems Research, 12 (3), 192-222. doi: 10.1287/Isre.2.3.192 47
Davis, F., Richard, D., Bagozzi, P. & Warshaw, P. R. (1989). User Acceptance of
Computer Technology: A Comparison of Two Theoretical Models. Management
Science, 35 (8), 982-1003. doi: 10.1287/Mnsc.35.8.982 46
Fishbein, M. & Ajzen, I. (1975). Belief, Attitude, Intention, and Behavior: An
Introduction to Theory and Research. Reading, MA: Addison-Wesley. 44
Tornatzky, L. G., Fleischer, M. & Chakrabarti, A. K. (1990). The Processes of
Technological Innovation. Lexington, Mass.: Lexington Books. 41
Venkatesh, V. & Davis, F. D. (2000). A Theoretical Extension of the Technology
Acceptance Model: Four Longitudinal Field Studies. Management Science, 46 (2),
186-204. doi: 10.1287/Mnsc.46.2.186.11926 40
Dewar, R. D. & Dutton, J. E. (1986). The Adoption of Radical and Incremental
Innovations: An Empirical Analysis. Management Science, 32 (11), 1422-1433.
doi: 10.1287/Mnsc.32.11.1422 38
Frambach, R. T. & Schillewaert, N. (2002). Organizational Innovation Adoption:
A Multi-level Framework of Determinants and Opportunities for Future Research.
Journal of Business Research, 55 (2), 163-176. doi: 10.1016/S0148-
2963(00)00152-1 37
Fonte: dados da pesquisa (2019).
36
Tabela 3 – Total de Artigos por Citação (por ordem decrescente de quantidade de citações) –
continuação
Referências Citações
Cohen, W. M. & Levinthal, D. A. (1990). Absorptive Capacity: A New
Perspective on Learning and Innovation. Administrative Science Quarterly, 35 (1),
128-152. doi: 10.2307/2393553 36
Rogers, E. M. & Shoemaker, F. F. (1971). Communication of Innovation: A Cross-
cultural Approach. New York: The Free Press. 36
DiMaggio, P. J. & Powell, W. W. (1983). The Iron Cage Revisited: Institutional
Isomorphism and Collective Rationality in Organizational Fields. American
Sociological Review, 48 (2), 147-160. doi: 10.2307/2095101 33
Ajzen, I. (1991). The Theory of Planned Behavior. Organizational Behavior and
Human Decision Processes, 50 (2), 179-211. doi: org/10.1016/0749-
5978(91)90020-T 32
Bass, F. M. (1969). A New Product Growth for Model Consumer Durables.
Management Science, 15 (5), 215-227. doi: 10.1287/Mnsc.15.5.215 32
Schumpeter, J. A. (1934). The Theory of Economic Development: An Inquiry into
Profits, Capital, Credit, Interest, and the Business Cycle. New Brunswick:
Transaction Publishers. 31
Cooper, R. B. & Zmud, R. W. (1990). Information Technology Implementation
Research: A Technological Diffusion Approach. Management Science, 36 (2),
123-139. doi: 10.1287/Mnsc.36.2.123 31
Downs, G. W. Jr. & Mohr, L. B. (1976). Conceptual Issues in the Study of
Innovation. Administrative Science Quarterly, 21 (4), 700-714. doi:
10.2307/2391725 30
Meyer, A. D. & Goes, J. B. (1988). Organizational Assimilation of Innovations: A
Multilevel Contextual Analysis. Academy of Management, 31 (4), 897-923. doi:
10.2307/256344 29
Thong, J. Y. L. (1999). An Integrated Model of Information Systems Adoption in
Small Businesses. Journal of Management Information Systems, 15 (4), 187-214. 29
Gatignon, H. & Robertson, T. S. (1985). A Propositional Inventory for New
Diffusion Research. Journal of Consumer Research, 11 (4), 849–867. doi:
org/10.1086/209021 29
Ajzen, I. & Fishbein, M. (1980). Understanding Attitudes and Predicting Social
Behavior. Upper Saddle River, NJ: Prentice-Hall. 28
Taylor, S. & Todd, P. A. (1995). Understanding Information Technology Usage: A
Test of Competing Models. Information Systems Research, 6 (2), 144-176. doi:
org/10.1287/isre.6.2.144 26
Swanson, E. B. (1994). Information Systems Innovation Among Organizations.
Management Science, 40 (9), 1069-1092. doi: 10.1287/Mnsc.40.9.1069 25
Attewell, P. (1992). Technology Diffusion and Organizational Learning: The Case
of Business Computing. Organization Science, 3 (1), 1-19. doi: 10.1287/Orsc.3.1.1 23
Kwon, T. H. & Zmud, R. W. (1987). Unifying the Fragmented Models of
Information Systems Implementation. In: Critical Issues in Information Systems
Research, 227-251. New York: John Wiley & Sons, Inc. 23
Fonte: dados da pesquisa (2019).
37
Tabela 3 – Total de Artigos por Citação (por ordem decrescente de quantidade de citações) –
continuação
Referências Citações
Agarwal, R. & Prasad, J. (1997). The Role of Innovation Characteristics and
Perceived Voluntariness in the Acceptance of Information Technologies. Decision
Sciences, 28 (3), 557–582. doi: 10.1111/j.1540-5915. 1997.tb01322.x 23
Daft, R. L. (1978). A Dual-Core Model of Organizational Innovation. Academy of
Management, 21 (2), 193-210. doi: 10.2307/255754 22
Mathieson, K. (1991). Predicting User Intentions: Comparing the Technology
Acceptance Model with the Theory of Planned Behavior. Information Systems
Research, 2 (3), 173-191. doi: org/10.1287/isre.2.3.173 22
Abrahamson, E. (1991). Managerial Fads and Fashions: The Diffusion and
Rejection of Innovations. The Academy of Management Review, 16 (3), 586-612.
doi: 10.2307/258919 22
Karahanna, E., Straub, D. & Chervany, N. (1999). Information Technology
Adoption Across Time: A Cross-Sectional Comparison of Pre-Adoption and Post-
Adoption Beliefs. MIS Quarterly, 23 (2), 183-213. doi: 10.2307/249751 21
Midgley, D. F. & Dowling, G. R. (1978). Innovativeness: The Concept and Its
Measurement. Journal of Consumer Research, 4 (4), 229–242. doi:
org/10.1086/208701 21
Premkumar, G., Ramamurthy, K. & Nilakanta, S. (1994). Implementation of
Electronic Data Interchange: An Innovation Diffusion Perspective. Journal of
Management Information Systems, 11 (2), 157–187. doi:
org/10.1080/07421222.1994.11518044 21
Nord, W. R. & Tucker, S. (1987). Implementing Routine and Radical Innovations.
Lexington: Lexington Books. 20
Barney, J. (1991). Firm Resources and Sustained Competitive Advantage. Journal
of Management, 17 (1), 99-120. doi: org/10.1177/014920639101700108 16
Garcia, R. & Calantone, R. (2002). A Critical Look at Technological Innovation
Typology and Innovativeness Terminology: A Literature Review. The Journal of
Product Innovation Management, 19 (2), 110-132. doi: 10.1111/1540-
5885.1920110 16
Hofstede, G. (1980). Culture’s Consequences: International Differences in Work-
Related Values. Beverly Hills: Sage Publications Inc. 16
Fonte: dados da pesquisa (2019).
O livro de Rogers (1962) é o mais citado (398 citações). Nesse livro, Everett M.
Rogers explica como inovações se espalham por meio de canais de comunicação ao longo do
tempo. Tais inovações são inicialmente percebidas como incertas e até arriscadas. Para
superar essa incerteza, a maioria das pessoas procura outras pessoas que já adotaram a nova
ideia. Assim, o processo de difusão consiste em alguns indivíduos que adotam primeiro uma
38
inovação e depois espalham a notícia desta adoção entre o círculo de conhecidos - um
processo que normalmente leva meses ou anos (Rogers, 1962).
Alguns trabalhos analisados nesta pesquisa tratam de diversos temas, em geral,
debatendo a difusão de inovações e sua importância para o desempenho organizacional
(Abrahamson, 1991; Attewell, 1992; Bass, 1969; Cohen & Levinthal, 1990; Cooper & Zmud,
1990; Daft, 1978; Damanpour, 1991; Dewar & Dutton, 1986; Downs & Mohr, 1976;
Frambach & Schillewaert, 2002; Garcia & Calantone, 2002; Kimberly & Evanisko, 1981;
Kwon & Zmud, 1987; Meyer & Goes, 1988; Nord & Tucker, 1987; Rogers & Shoemaker,
1971; Swanson, 1994; Tornatzky & Klein, 1982; Tornatzky, Fleischer & Chakrabarti, 1990;
Zaltman, Duncan & Holbeck, 1973). De predominância qualitativa (ver Miles & Huberman,
1994), alguns destes trabalhos concentram-se em revisões sistemáticas da literatura, nas quais
os autores realizam metanálises, com o objetivo de concentrar em, um só trabalho, resultados
de vários outros e definir o atual status do conhecimento sobre um determinado problema de
pesquisa, tornando desnecessária a consulta sistemática a trabalhos mais antigos (ver Glass,
1976; Hunter, Schmidt & Jackson, 1982). A presença de autores como Barney (1991),
DiMaggio e Powell (1983) e Schumpeter (1934) indicam a relação existente entre adoção da
inovação e recursos e vantagem competitiva das organizações, postura isomórfica e o conceito
de inovação, respectivamente.
Os demais trabalhos apresentados na Tabela 3 discutem a relação entre a aceitação ou
rejeição da inovação, a influência dos atributos da inovação na aceitação ou rejeição e o
processo de adoção (Agarwal & Prasad, 1997; Ajzen & Fishbein, 1980; Ajzen, 1991; Davis,
1989; Davis, Richard, Bagozzi & Warshaw, 1989; Fishbein & Ajzen, 1975; Gatignon &
Robertson, 1985; Hofstede, 1980; Karahanna, Straub & Chervany, 1999; Mathieson, 1991;
Midgley & Dowling, 1978; Moore & Benbasat, 1991; Premkumar, Ramamurthy & Nilakanta,
1994; Taylor & Todd, 1995; Thong, 1999; Venkatesh & Davis, 2000; Venkatesh, Morris,
Davis & Davis, 2003). Dentre estes trabalhos, alguns apresentam frameworks ou modelos de
análise para realizar comparações entre diferentes situações e abordagens, definir o domínio
ou os limites de uma situação, descrever o contexto ou argumentar a validade de uma
descoberta e suportar o desenvolvimento de procedimentos, técnicas ou métodos e
ferramentas (ver Anderson, Sweeney, Williams, Camm, & Martin, 2011; Eppen, Gould &
Schmidt, 1987; Harding & Long, 1998); Odeh & Kamm, 2003; Shehabuddeen, Probert, Phaal
& Platts, 2000; Zilbovicius, 1997).
39
2.3.2 Análise de Cocitação
Por meio da análise fatorial, dois fatores foram identificados, conforme Tabela 4.
Tabela 4 – Análise Fatorial para a Cocitação
Fator
Referência 1 2
Dewar & Dutton (1986) ,920 ,160 Meyer & Goes (1988) ,918 ,233 Downs & Mohr (1976) ,908 ,240 Daft (1978) ,902 -,039 Nord & Tucker (1987) ,900 ,005 Zaltman et al. (1973) ,886 ,294 Kimberly & Evanisko (1981) ,882 ,245 Cohen & Levinthal (1990) ,865 ,238 Abrahamson (1991) ,861 ,382 Schumpeter (1934) ,847 ,414 Damanpour (1991) ,827 ,340 Tornatzky & Klein (1982) ,797 ,499 Dimaggio & Powell (1983) ,773 ,439 Garcia & Calantone (2002) ,761 ,512 Barney (1991) ,752 ,519 Rogers & Schoemaker (1971) ,743 ,537 Swanson (1994) ,722 ,466 Kwon & Zmud (1987) ,713 ,559 Frambach & Schillewaert (2002) ,710 ,627 Attewell (1992) ,709 ,466 Tornatzky et al. (1990) ,686 ,646 Bass (1969) ,685 ,522 Cooper & Zmud (1990) ,633 ,626 Mathieson (1991) ,105 ,941 Taylor & Todd (1995) ,080 ,933 Venkatesh & Davis (2000) ,133 ,908 Karahanna et al. (1999) ,293 ,904 Venkatesh et al. (2003) ,208 ,903 Davis et al. (1989) ,220 ,902 Ajzen (1991) ,273 ,902 Ajzen & Fishbein (1980) ,295 ,899 Fishbein & Ajzen (1975) ,331 ,887 Agarwal & Prasad (1997) ,436 ,858 Davis (1989) ,394 ,827 Moore & Benbasat (1991) ,527 ,797 Midgley & Dowling (1978) ,565 ,696 Gatignon & Robertson (1985) ,622 ,678 Thong (1999) ,613 ,659 Hofstede (1980) ,584 ,650 Premkumar et al. (1994) ,587 ,638 Rogers (1962) ,322 ,550
Fonte: dados da pesquisa (2019).
40
A análise fatorial é uma técnica da estatística destinada a representar um processo
aleatório multivariado, por meio da criação de novas variáveis, derivadas das variáveis
originais e, geralmente, em menor número, que representa as comunalidades do processo
restando às variáveis espúrias não descritas pelo modelo fatorial. Comunalidade é a proporção
de variabilidade de cada variável que é explicada pelos fatores. O valor da comunalidade é o
mesmo, independentemente houver uso de cargas fatoriais de fatores não rotacionados ou
cargas fatoriais de fatores rotacionados para a análise. A denominação da análise multivariada
corresponde a um grande número de métodos e técnicas que utilizam simultaneamente todas
as variáveis na interpretação teórica do conjunto de dados obtidos.
Com a análise fatorial, o pesquisador pode primeiro identificar as dimensões separadas
da estrutura e então determinar o grau em que cada variável é explicada por cada dimensão.
Uma vez que essas dimensões e a explicação de cada variável estejam determinadas, os dois
principais usos da análise fatorial – resumo e redução de dados – podem ser conseguidos. Ao
resumir os dados, a análise fatorial obtém dimensões latentes que, quando interpretadas e
compreendidas, descrevem os dados em um número muito menor de conceitos do que as
variáveis individuais originais. A redução de dados pode ser conseguida calculando-se os
escores para cada dimensão latente e substituindo-se as variáveis originais pelos mesmos.
O resumo apresentado no Apêndice I foi realizado com base na leitura dos trabalhos e
possibilitou diferenciar os dois fatores que identificam os estudos mais citados sobre cada
fator. São eles: o fator 1 (FC1), denominado “Difusão da Inovação” e o fator 2 (FC2),
denominado “Adoção da Inovação”. Cabe ressaltar que a intenção não foi esgotar o estudo,
mas sim trazer uma maior compreensão sobre os subcampos que auxiliam a pesquisa (Vogel
& Güttel, 2013), fundamentando o tema de estudo. Vale lembrar ainda que o resumo de cada
trabalho está na mesma ordem dos títulos da Tabela 4 – Análise Fatorial para a Cocitação, no
final da tese.
O fator 1 (FC1) – Difusão da Inovação, composto por 23 trabalhos, traz a teoria da
Difusão da Inovação de Rogers (1962), analisada sobre vários aspectos. Todos os autores
tentam responder à pergunta principal: como as inovações se difundem? (ver, por exemplo,
Rogers & Schoemaker, 1971). Para responder a esta e outras questões, Tornatzky et al.
(1990), Cooper e Zmud (1990) e Frambach e Schillewaert (2002) colocam o papel do gestor
como fator preponderante na adoção e implementação da inovação e sua difusão. Este papel,
no processo de difusão, desdobra-se em uma série de decisões para avaliar, adotar e
41
implementar novas tecnologias, bem como uma correta avaliação dos atributos da inovação
(ver, por exemplo, Meyer & Goes, 1988; Zaltman et al., 1973). Principalmente, quando se
trata do tipo de inovação a ser adotada – radical (um tipo de criação que altera toda a base do
processo ou produto), disruptiva (criação totalmente nova), incremental (causa mudanças
graduais no processo ou produto) – (ver Daft, 1978; Damanpour, 1991; Dewar & Dutton,
1986; Kimberly & Evanisko, 1981).
Ao longo da literatura, na tentativa de entender quando e como inovações
tecnicamente ineficientes se difundem ou quando e como inovações tecnicamente eficientes
são rejeitadas, vários autores discutem as implicações entre adoção e rejeição de uma
inovação (ver Abrahamson, 1991; Nord & Tucker, 1987). Esta relação está ligada diretamente
aos atributos da inovação apresentadas por Rogers (1962) (ver, por exemplo, Tornatzky &
Klein, 1982). Estes atributos podem diferenciar inovação de inovatividade. Segundo o Manual
de Oslo, inovação é, a introdução de algo novo em qualquer atividade humana. Inovatividade,
termo defendido por Hult, Hurley & Knight (2004), é a cultura de empresas que têm a busca
de novas ideias de desenvolvimento de novos produtos e serviços inerentes em sua gestão,
bem como a aplicação de cada uma delas contribui no processo de difusão (ver Downs &
Mohr, 1976; Garcia & Calantone, 2002).
Rogers (1962) define difusão como o processo no qual uma inovação é comunicada
por meio de certos canais ao longo do tempo entre os membros de um sistema social.
Conforme expresso nesta definição, a inovação, os canais de comunicação, o tempo e o
sistema social são os quatro componentes-chave da difusão de inovações. Neste ponto, os
trabalhos de Schumpeter (1934) e Barney (1991) concluem o raciocínio de Rogers (1962),
quando o primeiro esclarece a definição de inovação e o segundo explana sobre o conceito de
fontes ou recursos para a vantagem competitiva sustentável (neste caso, os recursos seriam os
canais de comunicação, o tempo e o sistema social) para a difusão da inovação.
O fator 2 (FC2) – Adoção da Inovação, composto por 18 trabalhos, faz uma ampla
varredura no processo de difusão e trata o termo aceitação como fator-chave na adoção da
inovação (ver Davis, 1989). Rogers (1962) afirma que a adoção é uma decisão de uso pleno
de uma inovação como o melhor curso de ação disponível – aceitação – e a rejeição é uma
decisão de não adotar uma inovação. Esta dualidade entre aceitação e rejeição é tratada de
forma detalhada nos trabalhos do fator 2. Esses trabalhos incluem modelos inter-relacionados
que abordam os processos de formação e mudança de crenças, atitudes e intenções (ver, por
42
exemplo, Fishbein & Ajzen, 1975), modelos comparativos com a intenção de adotar (ver, por
exemplo, Mathieson, 1991; Taylor & Todd, 1995) e proposta de novos modelos: nos quais a
difusão se aplica ao fluxo de informações, ideias e produtos (Gatignon & Robertson, 1985),
nos quais as características do tomador de decisão, as características organizacionais e as
características ambientais são principais determinantes da adoção da invação (Thong, 1999).
Por meio das características, os processos de influência social (norma subjetiva,
voluntariedade e imagem) e os processos instrumentais cognitivos (relevância no trabalho,
qualidade de resultados, demonstrabilidade do resultado e facilidade de uso percebida)
influenciam significativamente a aceitação da adoção (Venkatesh & Davis, 2000; Venkatesh
et al., 2003).
Para finalizar a análise dos fatores encontrados, a Teoria do Comportamento Planejado
e a Teoria da Ação Racional são usadas para explicar quais são as influências exercidas para a
aceitação da adoção. Assim, as intenções de realizar comportamentos de diferentes tipos
podem ser previstas com alta precisão de atitudes em relação ao comportamento, normas
subjetivas e controle comportamental percebido. Essas intenções, juntamente com as
percepções do controle comportamental, são responsáveis por considerável variação no
comportamento real (Ajzen, 1991; Ajzen & Fishbein, 1980). Alguns autores preconizam
fatores determinantes que influenciam a aceitação no processo da adoção: as percepções
individuais (Agarwal & Prasad, 1997; Moore & Benbasat, 1991), a natureza da inovatividade
(Midgley & Dowling, 1978), cultura corporativa (Hofstede, 1980) e atributos da inovação
(Premkumar et al., 1994).
2.3.3 Ligações da Cocitação
A rede de cocitação apresenta as ligações dos artigos. Cada fator foi representado por
uma figura geométrica. A Figura 3 apresenta a rede de cocitação, em conjunto com os fatores,
conforme a legenda.
43
Legenda:
Fator 1 (FC1) – Difusão da Inovação
Fator 2 (FC2) – Adoção da Inovação
Figura 3: Rede de Cocitação
Fonte: dados coletados do ISI – Web of Knowledge e Scopus (2018).
44
Quanto maior a dimensão da figura geométrica da rede, mais citado é o autor, sendo
que o trabalho mais citado foi o de Rogers (1962). Seu índice de centralidade indica que esse
trabalho seminal exerce um papel central ao se ligar a grande maioria dos nós. Ele influencia
os dois fatores, com preponderância maior para o fator 1 – FC1 (difusão da inovação).
Quanto mais próximos os outros autores estão de Rogers (1962), maior é a
comunicação com muitos autores em uma rede. Os vínculos (laços), mais fortes ou mais
fracos, apresentam um fluxo para Rogers (1962). Mesmo os nós (autores) mais afastados
citam Rogers (1962) de forma direta ou por meio de outros autores (intermediação).
Os autores que têm relacionamentos mais distantes – por exemplo, Mathieson (1991)
ou Taylor e Todd (1995) possuem ligações fracas, ou seja, estão envolvidos em menor grau.
Já os mais próximos, por exemplo, Meyer e Goes (1988) e Downs e Mohr (1976), têm
envolvimento maior (ligações fortes).
2.3.4 Pareamento Bibliográfico (Bibliografic Coupling – BC)
Por meio da análise fatorial, realizada para o pareamento bibliográfico, foram
identificados 39 trabalhos. O resumo de cada trabalho – com títulos apresentados na mesma
ordem da Tabela 5 – Análise Fatorial para o Pareamento Bibliográfico, no final da tese,
encontra-se no Apêndice I, após o resumo dos trabalhos da análise de cocitação. Os quatro
fatores encontrados (Tabela 6) foram nomeados utilizando-se o mesmo método da cocitação:
a realização da leitura de cada artigo e identificação do fator. Os fatores nomeados são: Fator
1 (FP1) - Atributos da Inovação; Fator 2 (FP2) - Fatores Determinantes da Adoção; Fator 3
(FP3) - Inovatividade; Fator 4 (FP4) – Curva da Difusão.
45
Tabela 5 – Análise Fatorial para o Pareamento Bibliográfico
Referência Fator
1 2 3 4
Zolait (2014) ,902 ,180 ,065 ,070
Ilie et al. (2005) ,846 ,129 ,016 ,035
Hardgrave et al. (2003) ,778 ,094 -,040 -,022
Fallan (2015) ,775 ,362 ,173 ,126
Bhatnagar & Gopalaswamy (2017) ,709 ,378 ,206 ,091
Flight et al. (2011) ,701 ,406 ,246 ,129
He et al. (2006) ,679 ,652 ,074 ,081
Jiang (2009) ,675 ,403 -,060 -,006
Pham & Ho (2015) ,656 ,589 ,091 ,034
Kishore & McLean (2007) ,625 ,553 -,075 -,006
Rao & Troshani (2007) ,617 ,436 -,084 -,042
Premkumar et al. (2008) ,577 ,006 -,153 -,130
Gupta & Arora (2017) ,538 -,124 -,134 -,114
Glavee-Geo et al. (2017) ,535 -,113 -,128 -,106
Makanyeza (2017) ,528 -,118 -,130 -,110
Lafreniere et al. (2012) ,526 ,507 -,095 -,041
Sepasgozar et al. (2016) ,428 ,421 ,301 ,158
Tabak & Barr (1998) -,108 ,831 ,080 ,065
Lohtia & Murakoshi (1999) -,108 ,831 ,080 ,065
Hameed & Counsell (2014) ,123 ,780 -,054 -,001
Sharma & Rai (2003) ,126 ,744 ,109 ,068
Hameed & Counsell (2012) -,161 ,699 -,116 -,094
Lee & Xia (2006) ,018 ,695 -,098 -,050
Franquesa & Brandyberry (2011) ,333 ,631 -,153 -,067
Gallivan (2001) ,309 ,576 -,096 -,146
Unsworth et al. (2012) ,336 ,570 ,284 -,016
Gounaris & Koritos (2012) ,404 ,553 -,078 -,128
Adams et al. (2011) ,339 ,486 ,078 -,095
Azam (2015) ,247 ,456 -,134 -,156
Hameed et al. (2012) ,307 ,401 -,064 -,107
Nystrom et al. (2002) -,053 -,076 ,839 -,068
Damanpour & Schneider (2008) -,047 ,074 ,825 -,007
Damanpour & Wischnevsky (2006) -,034 -,032 ,805 -,058
Damanpour & Gopalakrishnan (1998) -,062 -,087 ,696 -,057
Damanpour & Schneider (2006) -,033 -,041 ,662 -,061
Jensen (2004) -,030 -,048 -,060 ,897
Hoppe (2002) -,030 -,048 -,060 ,897
Jensen (2003) -,038 -,058 -,062 ,717
Jensen (2001) -,039 -,059 -,062 ,661
Fonte: dados da pesquisa (2019).
46
O fator 1 (FP1) do pareamento é composto por 17 artigos, nos quais os autores
discutem e analisam os atributos da adoção apresentados por Rogers (1962) em seu livro
Difusão da Inovação (vantagem relativa, compatibilidade, complexidade, testabilidade e
observabilidade). Embora o questionamento seja o mesmo – quais atributos favorecem a
adoção (ver, principalmente, Bhatnagar & Gopalaswamy, 2017; He et al., 2006; Makanyeza,
2017; Pham & Ho, 2015) –, determinados autores procuram evidenciar em que grau cada
atributo induz à adoção, com escalas de medição, inclusive (ver, por exemplo, Fallan, 2015;
Flight, D’Souza & Allaway, 2011; Ilie, Slyke, Green & Lou, 2005). Outros autores, a maioria,
relacionam os atributos com as teorias do comportamento e da ação racional (Glavee-Geo,
Shaikh & Karjaluoto, 2017; Gupta & Arora, 2017; Hardgrave, Davis & Riemenschneider,
2003; Jiang, 2009; Premkumar, Ramamurthy & Liu, 2008; Rao & Troshani, 2007). Alguns
autores deste fator evidenciaram outros atributos que podem favorecer ou não à adoção (ver
Kishore & McLean, 2007; Lafreniere, Hunter & Deshpande, 2012). Apenas Sepasgozar,
Loosemore & Davis (2016) e Zolait (2014) realizaram uma ampla revisão da literatura acerca
de trabalhos sobre os atributos da inovação e suas influências nas adoções.
No fator 2 (FP2), são discutidos os fatores determinantes da adoção. Autores como
Sharma e Rai (2003), Tabak e Barr (1998), Gallivan (2001) e Gounaris & Koritos (2012)
relacionam a adoção aos fatores individuais – características dos líderes ou gestores. Outros
autores analisam os fatores determinantes às características organizacionais – tamanho, tipo,
escopo, estrutura e ambiente (ver, por exemplo, Franquesa & Brandyberry, 2011; Lee & Xia,
2006; Unsworth, Sawang, Murray, Norman & Sorbello, 2012). Utilizando o recurso da meta-
análise, Hameed & Counsell (2014) identificaram os principais fatores da adoção da inovação
ou tecnologia que influenciam a adoção na organização. Com a mesma metodologia, em um
trabalho anterior, Hameed & Counsell (2012) verificaram a significância da pressão
competitiva, apoio do governo, pressão externa (fatores da teoria institucional), atitude do
CEO, inovatividade do CEO e conhecimento de TI do CEO na adoção de inovação nas
organizações. Azam (2015), também, analisa a relação entre a teoria institucional e a
influência na adoção da organização. Partindo do pressuposto de que as inovações são
complexas e multidimensionais, Adams, Tranfield e Denyer (2011) abordam a questão da
classificação da inovação e quais seriam os fatores preponderantes na adoção desta. Já para
Lohtia e Murakoshi (1999), as vantagens percebidas, a testabilidade e a observabilidade de
uma inovação que envolve reengenharia, redesenho e a informatização da cadeia de
suprimentos têm um impacto significativo em sua adoção. Por último, Hameed, Counsell e
47
Swift (2012) desenvolveram um modelo conceitual completo para o processo de adoção de
inovação nas organizações. O modelo utiliza a teoria de Difusão de Inovação (DOI), Teoria
da Ação Racional (TRA), Modelo de Aceitação de Tecnologia (TAM), Teoria do
Comportamento Planejado (TPB) e um framework que contém os fatores da adoção de
inovação, organização, ambiente, diretor executivo (CEO) e aceitação do usuário.
No fator 3 (FP3), encontramos discussões sobre a inovatividade (grau em que um
indivíduo ou organização realiza a adoção) é antecedente na adoção de novas ideias, em
comparação com os outros membros de um sistema. Os trabalhos verificados neste fator
discutem o papel do clima organizacional, que afeta os impactos do contexto organizacional
na inovatividade (Nystrom, Ramamurthy, & Wilson, 2002). Estes artigos discutem a relação
entre características de inovação, características de gestores e adoção de inovações, ou seja, a
inovatividade em organizações públicas (Damanpour & Schneider, 2008), a distinção entre
organizações geradoras de inovação e adotantes da inovação, que contribuiriam para
esclarecer a relação entre inovação e tamanho, o papel da radicalidade da inovação e a seleção
de medidas apropriadas de inovação (Damanpour & Wischnevsky, 2006).
Damanpour e Gopalakrishnan (1998) analisam as organizações que funcionam em um
ambiente estável, que têm estruturas mecanicistas e se presumem não inovativas, enquanto
aquelas em um ambiente instável têm estruturas orgânicas e se presumem serem inovativas.
Por outro lado, Damanpour e Schneider (2006) apresentam a inovatividade sobre os efeitos
das características ambientais, organizacionais e dos gestores de topo sobre a iniciação,
decisão de adoção e implementação da inovação.
No último fator – curva da difusão (fator 4 – FP4), a variável tempo permite aos
pesquisadores classificarem as categorias de adotantes e traçarem curvas de difusão, ou seja, a
adoção de uma inovação segue uma curva normal em forma de “sino”, quando plotada ao
longo do tempo com base na frequência. Se o número acumulado de adotantes for plotado, o
resultado será uma curva em forma de “s”. Jensen, em seus trabalhos, discute se grandes
empresas, geralmente, adotam mais cedo a inovação (Jensen, 2004) e as vantagens e
desvantagens do pioneiro (inovador), analisando um problema em que toda a sequência de
movimentos é repetida (isto é, as empresas podem adotar a inovação ou não em mais de um
período), fornecendo resultados sobre as implicações intertemporais de ser um pioneiro
(Jensen, 2003).
48
Para Jensen (2001), a curva de difusão tem maior probabilidade de ser em forma de
“s” (Jensen, 2001) quanto mais competitiva for a indústria e o custo marginal de adoção, o
custo unitário de produção pré-inovação ou menor for a demanda. Hoppe (2002) propõe, em
sua análise, que o momento e a natureza da adoção de novas tecnologias são questões
fundamentais que interferem, incisivamente, na curva da difusão.
2.3.5 Ligações do Pareamento Bibliográfico (Bibliografic Coupling – BC)
A rede de pareamento bibliográfico apresenta os nós, que são os artigos pertencentes à
amostra estudada, e as linhas, que representam as referências compartilhadas. Da mesma
forma que na cocitação, cada fator foi representado por uma figura geométrica, conforme
legenda (Figura 4).
A partir da análise da rede em questão, foi possível verificar a existência de vários
autores com alto e baixo graus de centralidade. A centralidade é uma medida de importância
de um vértice em um grafo. Existem diferentes tipos de medidas de centralidade de um vértice
num grafo que determinam a importância relativa e que permitem, por exemplo, estimar-se o
quanto uma pessoa é influente dentro de uma rede social. Quanto mais alto o grau, mais
influente é esse autor dentro da rede. Após a análise, o software Ucinet gerou uma lista de
autores com alto grau e menor grau de centralidade, como pode ser visualizado na Tabela 6.
49
Tabela 6 – Grau de Centralidade do Pareamento Bibliográfico
Referência Grau de Centralidade
Hameed et al. (2012) 297.000
Azam (2015) 296.000
Gallivan (2001) 251.000
Gounaris & Koritos (2012) 202.000
Adams et al. (2011) 184.000
Unsworth et al. (2012) 149.000
Hameed & Counsell (2014) 132.000
Rao & Troshani (2007) 97.000
Pham & Ho (2015) 95.000
Damanpour & Schneider (2006) 91.000
Jiang (2009) 89.000
Hameed & Counsell (2012) 74.000
Damanpour & Wischnevsky (2006) 73.000
Damanpour & Schneider (2008) 68.000
Bhatnagar & Gopalaswamy (2017) 63.000
Sharma & Rai (2003) 62.000
He et al. (2006) 60.000
Flight et al. (2011) 55.000
Lee & Xia (2006) 50.000
Nystrom et al. (2002) 49.000
Lafreniere et al. (2012) 46.000
Fallan (2015) 44.000
Sepasgozar et al. (2016) 43.000
Jensen (2001) 40.000
Kishore & McLean (2007) 39.000
Jensen (2003) 38.000
Glavee-Geo et al. (2017) 36.000
Damanpour & Gopalakrishnan (1998) 35.000
Makanyeza (2017) 34.000
Zolait (2014) 32.000
Premkumar et al. (2008) 32.000
Gupta & Arora (2017) 31.000
Hardgrave et al (2003) 31.000
Franquesa & Brandyberry (2011) 23.000
Hoppe (2002) 23.000
Ilie et al. (2005) 21.000
Lohtia & Murakoshi (1999) 21.000
Tabak & Barr (1998) 21.000
Jensen (2004) 21.000
Fonte: dados da pesquisa (2019).
50
É importante notar que os autores componentes do fator 4 (FP4) – curva da difusão –
formam um grupo “fechado” que “conversam” entre eles (são somente dois autores) e estão
totalmente afastados da rede principal do pareamento (como se fossem duas redes distintas).
Pode-se entender que o fator curva da difusão é um tema específico que não possui relação
com os demais fatores.
Na Tabela 6 – Graus de Centralidade, nota-se que os dois primeiros autores, Hameed
et al. (2012) e Azam (2015), com o maior grau de centralidade, pertencem ao fator 2 – fatores
determinantes da adoção. No fator 1 – atributos da inovação, os dois primeiros artigos que
possuem os maiores graus de centralidade são de autoria de Rao e Troshani (2007) e Pham e
Ho (2015). Quando se observa a rede, estes quatro nós possuem vínculos, sejam diretos ou
intermediados, com outros nós (autores).
Também é importante salientar que os trabalhos de Hammed (fator 2 – FP2) possuem
um vínculo muito forte entre si, formando uma triangulação entre os trabalhos. Este tipo de
vínculo demonstra que o tema deste fator é importante nos estudos, pois a rede parece indicar
que os fatores determinantes da adoção têm estreita relação com os atributos da inovação.
Observando-se a rede de pareamento, fica claro que os fatores 1 (FP1) e 2 (FP2) são os
fatores centrais da discussão. O fator 3 (FP3) – Inovatividade – é trazido para a discussão pela
relação com os trabalhos de Damanpour (1991), formando uma nova e forte triangulação que,
por sua vez, está intermediada pelos trabalhos de Unsworth et al. (2012) – fator 2 (FP2) – no
qual a relação deste último é direta com o trabalho de Flight et al. (2011) – fator 1 (FP1).
51
Legenda:
Fator 1 (FP1) – Atributos da Inovação
Fator 2 (FP2) – Fatores Determinantes da Adoção
Fator 3 (FP3) - Inovatividade
Fator 4 (FP4) - Curva da Difusão
Figura 4: Rede de Pareamento Bibliográfico
Fonte: dados coletados do ISI – Web of Knowledge e Scopus (2018).
52
Com o presente estudo, pesquisamos a estrutura intelectual e o mainstream da
pesquisa de adoção da inovação, na tentativa de compreender e fornecer uma base teórica para
a continuidade dos estudos. A amostra estudada foi composta por 547 artigos, publicados
entre 1974 e 2018.
O método utilizado foi uma análise bibliométrica de citação, cocitação e pareamento,
em conjunto com análise fatorial e análise de redes, estabelecendo-se um novo paradigma na
pesquisa sobre a estrutura social. Procuramos estudar como os comportamentos ou as opiniões
dos indivíduos (autores) dependem das estruturas nas quais eles se inserem, por exemplo:
porque algumas organizações adotam uma inovação e como adotam.Para isso, a análise deve
ser realizada por meio do conjunto de relações que os autores estabelecem em suas interações
uns com os outros. A estrutura da rede é, então, formada pela opinião dos autores de cada
trabalho, dentro de cada fator.
Com esta estrutura formada, foi possível mapear a herança intelectual do campo, a
partir das referências das publicações no tema (Vogel & Güttel, 2013), o que reflete o
mainstream da pesquisa em adoção da inovação. O objetivo do pareamento deste estudo foi
compreender o que tem sido estudado e as tendências de estudo sobre o tema.
A Figura 5 apresenta esquematicamente a influência principal dos fatores que servem
de base intelectual de autores que iniciaram os estudos sobre adoção da inovação referentes às
discussões em curso. Os trabalhos que compõem a base intelectual abordam, basicamente, o
processo de difusão (fator 1 – FC1) em que alguns indivíduos adotam primeiro uma inovação
e depois espalham a notícia desta adoção (fator 2 – FC2) entre o círculo de conhecidos. O
fator 1 (FC1) tem relação direta com o fator 2 (FC2), cujos trabalhos, geralmente de
metanálises, têm o objetivo de concentrar em um só trabalho resultados de vários outros e
definir o atual status do conhecimento sobre adoção da inovação. De certa forma, dentre os
trabalhos encontrados nos dois fatores, alguns apresentam frameworks ou modelos de análise
da difusão da inovação – como as inovações se difundem. Outros estudos realizam
comparações entre diferentes adoções para definir o modus operandi de uma situação,
descrevem o contexto e argumentam a validade de uma descoberta, seja no processo de
difusão, seja na própria adoção.
53
Figura 5: Base Intelectual e Mainstream da Pesquisa
Fonte: dados coletados do ISI – Web of Knowledge e Scopus (2018).
Nas discussões em curso, os fatores mais discutidos são os atributos da inovação (fator
1 – FP1 – com 17 trabalhos), fatores determinantes da adoção (fator 2 – FP2 – com 13
trabalhos), Inovatividade (fator 3 – FP3 – com 5 trabalhos) e curva da difusão (fator 4 – FP4 –
com quatro trabalhos, sendo três de um mesmo autor). A relação direta entre o fator 1 (FP1) e
o fator 2 (FP2) parece indicar que os atributos são os fatores determinantes da adoção
(objetivo e discussão de muitos trabalhos nas pesquisas atuais). Outros trabalhos objetivam e
discutem o papel da Inovatividade – fator 3 (FP3) – na adoção (em que grau as características:
primeiro adotante, retardatário etc., determinam a adoção da inovação). Quanto à curva da
difusão (fator 4 – FP4) que classifica as categorias de adotantes e traça curvas de difusão,
pelos trabalhos existentes, parece indicar que o tempo interfere pouco na adoção da invovação
por parte das empresas.
54
2.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma contribuição deste estudo é a identificação de trabalhos, temas e autores que
influenciaram os estudos sobre adoção da inovação, desde o seu início até as pesquisas atuais
e, consequentemente, as tendências doravante, contrapondo a adoção da inovação e os
principais fatores determinantes discutidos desde o surgimento de Difusão da Inovação de
Rogers (1962). O presente estudo revelou um caminho a ser seguido por pesquisas futuras na
busca por informações mais detalhadas, tanto sobre a difusão da inovação – seu processo –
como sobre os próprios fatores determinantes da adoção. Ainda, o presente estudo procurou
evidenciar o principal fator determinante da adoção da inovação.
Nos resultados, encontramos orientações práticas ou uma agenda para os gestores de
organizações que pretendam adotar uma inovação, como, por exemplo, a relação entre
características de inovação, características de gestores e adoção de inovações. Também
indica-se como a influência de uma sobre a outra pode trazer os melhores resultados, seja
econômico, seja ambiental. Outro exemplo versa sobre o grau com que os fatores determinam
ou não uma adoção. Estes exemplos unidos ao principal fator determinante da adoção revelam
um caminho a ser seguido pelos gestores na busca por melhorias no desempenho
organizacional da empresa que adotou uma inovação. Entender em que proporção cada um
destes fatores afeta a adoção da inovação e sua própria difusão precisa ser o foco principal
para garantir a sobrevivência das empresas em um futuro atento às questões ambientais. Esta
nova agenda, mais completa, também demonstra ser uma contribuição do trabalho.
Quando o tema é a inovação verde, empresas e estudiosos de gestão estão sendo
desafiados a desenvolver, cada vez mais, inovações de tecnologia limpa que realmente
resolvam os problemas sociais e ambientais, ao invés de simplesmente reduzir os impactos
negativos associados às suas operações atuais (Hart & Dowell, 2011). Adicionalmente, os
gestores estão sob intensa pressão para agir com responsabilidade social e fornecer produtos
ou serviços que respeitem o meio ambiente. No entanto, nem sempre é clara a forma como a
empresa irá se beneficiar destas atividades ou como o gestor será recompensado se atingir o
intento (McWilliams & Siegel, 2011).
A principal limitação deste estudo é não abranger fatores como a importância do
trabalho em si, e sim a popularidade do trabalho na comunidade acadêmica. Com base nesta
análise, foi possível observar que os artigos com maior grau de inovação ou demoram em
55
torno de cinco a 10 anos para serem altamente citados ou são ignorados em comparação a
artigos com nenhum grau de inovação.Isto ocorre porquem no momento de realizar a
avaliação, as agências e comitês tratam de citações num intervalo de análise de dois a três
anos (Ioannidis, 2014; Nassi-Caló, 2017; Stephan, Veugelers & Wang, 2017).
Outra limitação deste estudo, que é característica de estudos bibliométricos, seria a
escolha de palavras-chave para a busca. Mesmo usando as palavras “Innov*” e “adopt*” –
que possibilita a busca por qualquer tipo de adoção, esta ainda é uma limitação, pois as
palavras foram pesquisadas em apenas duas bases – a Scopus e a ISI Web of Science. Mesmo
que a ISI seja considerada a principal base de artigos acadêmicos, existem outras bases que
poderiam ser pesquisadas.
Em pesquisas futuras, sugere-se usar palavras-chave que possibilitem uma busca mais
ampla sobre a adoção da inovação. Pesquisar em outras bases de dados pode, também, revelar
novos resultados. Determinar buscas em setores específicos da adoção, como por exemplo,
comércio, serviços e turismo, pode trazer novos indícios sobre a difusão da inovação e os
fatores determinantes.
A importância do Estudo I foi centrada não só no conceito de adoção da inovação, mas
também em entender os fatores determinantes da adoção. Analisar se estes mesmos fatores
são determinantes na adoção da inovação verde é o objetivo subsequente. O próximo estudo
focará nos fatores determinantes da adoção (encontrados no Estudo I) da inovação verde no
desempenho organizacional. Acreditamos que conhecer, principalmente, os fatores
determinantes que levaram o gestor a adotar uma inovação verde e se esta adoção contribui
para o desempenho financeiro e ambiental da organização.
56
3 ESTUDO II – FATORES DETERMINANTES PARA ADOÇÃO DA INOVAÇÃO
VERDE: ESTUDO COM BIODIGESTORES EM EMPRESAS DO AGRONEGÓCIO
RESUMO
O contexto em que acontece a inovação verde é importante. Em especial, é essencial
compreender a relação entre o contexto institucional e os fatores determinantes usuais para
inovação e seus critérios. A adoção da inovação verde pode ser primariamente influenciada
pelo ambiente institucional, pelos regulamentos e impostos ou somente acontecer se houver
benefício financeiro e de mercado, como nas organizações não verdes. De forma a contribuir
com estes questionamentos, neste trabalho, procuramos responder à seguinte pergunta de
pesquisa: quais são os fatores determinantes da adoção da inovação verde para o desempenho
organizacional no agronegócio? Assim, com este trabalho objetivamos, por meio de
entrevistas semiestruturadas, investigar quais são os fatores determinantes da adoção da
inovação verde para o desempenho organizacional no agronegócio. Os resultados alcançados
possibilitaram argumentar que a adoção da inovação, considerando os casos estudados, vai
depender de duas situações extremas: resultado econômico e financeiro e punições ambientais
que podem ser recebidas pela empresa. Os resultados apresentados nesta tese também
contribuem para expandir a literatura de RBT e NRBV (Natural Resource-Based View), em
relação aos recursos e capacidades necessários às empresas na adoção da inovação verde.
Também contribuem para a literatura de IBV sobre como o ambiente institucional, neste caso
as pressões isomórficas, influencia as decisões dos gestores em relação à adoção da inovação
verde e alocação de recursos. As contribuições deste documento incluem o fornecimento de
diretrizes aos gestores para aumentar sua competitividade no mercado atuante, fornecendo
sugestões do governo na formulação de políticas ambientais para o setor, contribuindo para
uma visão sobre a adoção de inovações verdes. A relevância foi evidenciada pela ampliação
do escopo da pesquisa, tanto na gestão ambiental quanto nas questões organizacionais e
teorias científicas.
Palavras-chave: Diretrizes, Fatores Determinantes, Inovação Verde, Punições Ambientais,
Resultado Econômico e Financeiro.
57
ABSTRACT
Green innovation context is important, particularly to understand the relationship between the
institutional context and the usual determinants for innovation and its criteria. The adoption of
green innovation can be primarily influenced by the institutional environment, by regulations
and taxes or only if there is a financial and market benefit, as much as in non-green
organizations. In order to contribute to these questions, in this paper we sought to answer the
following research question: what are the determining factors of green innovation adoption
for organizational performance in agribusiness? Thus this work aimed, through semi-
structured interviews, to investigate the factors that determine the adoption of green
innovation for organizational performance in agribusiness. The results enabled us to argue
that the adoption of innovation, considering the cases studied, would depend on two extreme
situations: economic and financial results and environmental penalties that can be received.
The results presented in this study also contributed to the expansion of RBT and NRBV
literature in relation to the resources and capabilities required by companies in the adoption of
green innovation. Also, the results contributed to IBV literature on institutional environment,
in this case isomorphic pressures and influence managers' decisions regarding the adoption of
green innovation and resource allocation. The main contributions of this paper include
providing a guideline to managers to increase their competitiveness in the active market and
providing suggestions for the government on formulating environmental policies for the
sector, contributing to a vision on the green innovations adoption. Relevance was evidenced
by the broadening of the scope of research, both in environmental management in
organizational issues and scientific theories.
Keywords: Guidelines, Determining Factors, Green Innovation, Environmental Punishments,
Economic and Financial Result.
58
3.1 INTRODUÇÃO
A adoção da inovação, geralmente, inicia-se com o reconhecimento de que existe uma
necessidade e com o movimento para a busca de soluções. Assim, a efetiva adoção passa pela
decisão inicial de tentar a adoção de uma solução e, finalmente, chega à decisão de realizar
ações para avançar com a implementação da solução (Damanpour & Schneider 2006;
Gallivan, 2001; Mendel, Meredith, Schoenbaum, Sherbourne & Wells, 2008). Greenhalgh,
Robert, MacFarlane, Bate e Kyriakidou (2004) caracterizam o processo da adoção em pré-
adoção (por exemplo, consciência da inovação), peri-adoção (por exemplo, acesso contínuo a
informações de inovação) e adoção estabelecida (por exemplo, compromisso dos adotantes
com a decisão da adoção). Alternativamente, Frambach e Schillewaert (2002) discutiram duas
etapas associadas à adoção: a decisão da organização de prosseguir com a adoção e a
aceitação e início da equipe de seus processos individuais de aceitação da inovação (a adoção
passará às atividades iniciais de implementação ou reverterá). Finalmente, assim como a
decisão de adotar é um processo, relativo ao modo como a adoção prossegue, é mais
caracterizada em termos de nível, taxa ou grau da adoção (Mendel et al., 2008). Quanto
melhor a compreensão do processo da adoção, mais os desafios latentes da adoção podem ser
abordados, levando à implementação inicial (Wisdom, Chor, Hoagwood & Horwitz, 2013).
Neste capítulo, utilizar-se-á a estrutura apresentada por Lin e Ho (2011), que aponta
que os fatores determinantes são agrupados em fatores tecnológicos, organizacionais e
ambientais – explicitado mais à frente no capítulo “Fatores Determinantes da Adoção da
Inovação Verde”. Esta estrutura no trabalho de Lin e Ho (2011) foi utilizada para analisar os
fatores determinantes no setor de logística. Também, aqui se consideram os artigos e trabalhos
de adoção de inovação, investigados no Estudo I, como base para a argumentação dos
resultados e discussões. Os trabalhos abordados no primeiro estudo consistem no principal
alicerce deste trabalho, que explora a adoção de inovação em contexto institucional
específico, para a melhor compreensão do fenômeno.
Desta forma, espera-se que o objetivo de investigar, por meio de entrevistas, quais são
os fatores determinantes da adoção da inovação verde seja alcançado. Buscamos também
captar a percepção dos gestores sobre o comportamento verde de gestão, que deve
acompanhar a adoção de uma inovação verde. Pretendemos, ainda, evidenciar qual foi o fator
determinante primordial para a adoção da inovação verde no contexto do empredo de
59
biodigestor na cultura da mandioca, apresentando-se, também, um caso de criação de suínos e
um caso de aves.
As contribuições deste documento incluem o fornecimento de diretrizes aos gestores
para aumentarem sua competitividade no mercado atuante, fornecendo sugestões do governo
na formulação de políticas ambientais para o setor e contribuindo para uma visão sobre a
adoção de inovações verdes. Como fator relevante, espera-se ampliar o escopo da pesquisa,
tanto na gestão ambiental quanto nas questões organizacionais e científicas.
O trabalho está dividido como segue. Introdução, com uma apresentação geral do que
se pretende abordar, revisão da literatura, na qual será apresentado o tema principal do
trabalho, método e procedimentos de pesquisa, com a metodologia empregada para alcançar o
objetivo proposto. Seguem-se os resultados, com dados da pesquisa exploratória realizada,
discussão, com a análise dos dados apresentados e, por último, considerações finais.
3.2 REVISÃO DA LITERATURA
A adoção da inovação geralmente começa com o reconhecimento de que existe uma
necessidade e se move para a busca de soluções, depois para a decisão inicial de tentar a
adoção de uma solução e, finalmente, a decisão real de tentar avançar com a implementação
da solução (Damanpour & Schneider 2006; Gallivan, 2001; Mendel, Meredith, Schoenbaum,
Sherbourne & Wells, 2008). Greenhalgh et al. (2004) caracterizam o processo da adoção em:
pré-adoção (por exemplo, consciência da inovação), peri-adoção (por exemplo, acesso
contínuo a informações de inovação) e adoção estabelecida (por exemplo, compromisso dos
adotantes com a decisão da adoção). Alternativamente, Frambach e Schillewaert (2002)
discutiram duas etapas associadas à adoção: a decisão da organização de prosseguir a adoção
e a aceitação e início da equipe de seus processos individuais de aceitação da inovação (a
adoção passará às atividades iniciais de implementação ou reverterá para a adoção).
Finalmente, assim como a decisão de adotar é um processo, como a adoção prossegue, é
melhor caracterizada em termos de nível, taxa ou grau da adoção (Mendel et al., 2008).
Quanto melhor o processo da adoção pode ser entendido, os desafios da adoção mais
prováveis podem ser abordados, levando à implementação inicial (Wisdom, Chor, Hoagwood
& Horwitz, 2013).
3.2.1 Clarificando o Conceito de Inovação Verde
60
Torna-se necessário um esclarecimento do conceito de inovação verde para entender
qual literatura deve ser incluída neste trabalho. Outras definições (ou seja, inovação ecológica
ou eco-inovação, inovação ambiental e inovação sustentável) são usadas por estudiosos.
Portanto, para clarificar a definição que será utilizada, serão abordadas as diferenças e
semelhanças entre estes conceitos. Foi revisada uma série de conceitos citados.
De acordo com Church, Hecox, Dresner’s e Edwards (2008), o termo desenvolvimento
sustentável foi utilizado pela primeira vez em 1980 pela União Internacional para a
Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais no relatório da Estratégia de Conservação
Mundial. O relatório define o desenvolvimento sustentável como a integração da conservação
e do desenvolvimento para garantir que as modificações no planeta efetivamente garantam a
sobrevivência e o bem-estar de todas as pessoas. Como afirmado em várias publicações (por
exemplo, Dixon & Fallon, 1989; Mebratu, 1998), o conceito de desenvolvimento sustentável
foi essencialmente cunhado pelo relatório Brundtland, encomendado pelas Nações Unidas
(ONU), no qual é definido como atendendo às necessidades do presente sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades. O conceito de
desenvolvimento sustentável implica limites - não limites absolutos, mas limitações impostas
pelo estado atual da tecnologia e da organização social sobre os recursos ambientais e pela
capacidade da biosfera de absorver os efeitos das atividades humanas (WCED, 1987).
Existe uma série de definições para o conceito de eco-inovação. Um dos primeiros,
Fussler e James (1996) definem eco-inovações como novos produtos e processos que
oferecem valor ao cliente e negócios, mas diminuem significativamente os impactos
ambientais. Da mesma forma, Kemp e Pearson (2008) definem a eco-inovação como
produção, assimilação ou exploração de um produto, processo de produção, serviço ou
gerenciamento ou método de negócios que é novo para a organização (desenvolvendo ou
adotando) e que resulta, ao longo de seu ciclo de vida, em uma redução do risco ambiental,
poluição e outros impactos negativos do uso de recursos (incluindo o uso de energia) em
comparação com alternativas relevantes.
O painel INNOVA da Europa conclui que a eco-inovação significa a criação de bens,
processos, sistemas, serviços e procedimentos novos e competitivos que satisfaçam as
necessidades humanas e proporcionem qualidade de vida a todas as pessoas com um uso
mínimo de ciclo natural dos recursos (material incluindo portadores de energia e área de
superfície) por unidade de saída e uma liberação mínima de substâncias tóxicas (Reid &
61
Miedzinski, 2008). Com base na perspectiva da dinâmica industrial, Andersen (2008) define a
eco-inovação como inovações capazes de atrair rendas verdes (receitas advindas de inovações
verdes adotadas pelas empresas) no mercado. O conceito está intimamente relacionado com a
competitividade (Andersen, 2008). O foco da pesquisa sobre inovação ecológica deve ser o
grau em que as questões ambientais estão se tornando integradas no processo econômico.
Por conseguinte, a eco-inovação é definida como a criação ou implementação de
produtos (produtos e serviços) novos, ou significativamente melhorados, processos, métodos
de marketing, estruturas organizacionais e arranjos institucionais que - com ou sem intenção -
conduzam a melhorias ambientais em comparação com alternativas relevantes (OCDE, 2009).
Com base nesta definição, Arundel e Kemp (2009) concluem que a eco-inovação é um
novo conceito de grande importância para os empresários e os decisores políticos. Trata-se de
inovações com menor impacto ambiental do que as alternativas relevantes. As inovações
podem ser tecnológicas ou não tecnológicas (organizacionais, institucionais ou baseadas em
marketing). As eco-inovações podem ser influenciadas por considerações econômicas ou
ambientais (por exemplo, objetivos para reduzir os custos de recursos, controle de poluição,
gerenciamento de resíduos ou para vender no mercado mundial de eco-produtos.
Em comparação com as definições de eco-inovação, Oltra e Saint Jean (2009) definem
a inovação ambiental como inovações que consistem em processos, práticas, sistemas e
produtos novos ou modificados que beneficiem o meio ambiente e contribuam para a
sustentabilidade ambiental.
Para definir o conceito de inovação verde, Driessen e Hillebrand (2002) afirmam que a
inovação não precisa ser desenvolvida com o objetivo de reduzir todo o fardo ambiental. No
entanto, a inovação verde deve produzir benefícios ambientais significantes. Chen, Lai e Wen
(2006) definem a inovação verde como inovação de hardware ou software relacionada a
produtos ou processos verdes, incluindo a inovação em tecnologias envolvidas em economia
de energia, prevenção de poluição, reciclagem de resíduos, projetos de produtos verdes ou
gestão ambiental corporativa.
Para resumir, Schiederig, Tietze e Herstatt (2012) clarificam que as definições acima
mencionadas dos conceitos de inovação sustentável, ecológica (eco-inovação), ambiental e
verde têm pequenas diferenças na sua precisão descritiva. No que diz respeito ao conteúdo,
62
eles parecem examinar o mesmo tópico e podem ser usados em grande parte entre um
conceito e outro. No entanto, Schiederig et al. (2012) identificam seis aspectos importantes
nas diferentes definições: (1) Objeto de inovação: produto, processo, serviço, método; (2)
Orientação do mercado: satisfazer as necessidades / ser competitivo no mercado; (3) Aspecto
ambiental: reduzir o impacto negativo (ótimo = impacto zero); (4) Fase: o ciclo de vida
completo deve ser considerado (para redução de fluxo de material); (5) Impulso: a intenção de
redução pode ser econômica ou ecológica; e (6) Nível: definir um novo padrão de inovação
verde para a empresa.
Os dois primeiros aspectos (objeto de inovação e orientação do mercado) têm um
caráter geral e se aplicam a quase todas as definições de inovação, afirmando que o objeto de
inovação pode ser um produto, processo, serviço ou método (por exemplo, modelo de
negócios) e que uma inovação deve satisfazer a necessidade de um usuário ou resolver um
problema, e, portanto, ser competitivo no mercado (Schiederig, Tietze & Herstatt, 2012).
Quanto ao aspecto ambiental (aspecto 3), todas as definições citadas concordam que a
inovação deve ter um impacto negativo reduzido – ou seja, externalidades negativas mais
baixas (Schiederig et al., 2012). O melhor seria uma inovação sem impacto negativo no meio
ambiente. Este aspecto requer a comparação com alternativas existentes intra ou
interorganizacionais e, portanto, só pode ser especificado de forma relativa e temporária
(Schiederig et al., 2012).
O quarto aspecto (fase) aparece em apenas duas das definições, por Kemp e Pearson
(2008) e Reid e Miedzinski (2008). Esses autores chamam explicitamente para uma análise
completa do ciclo de vida e uma análise completa de todos os fatores de entrada e saída. O
objetivo é reduzir o consumo de recursos (Kemp & Pearson, 2008; Reid & Miedzinski, 2008).
Neste ponto particular, pode haver alguma diferenciação entre os conceitos, uma vez que os
estudiosos que utilizam o conceito de eco-inovação tendem a exigir uma análise de impacto
precisa, enquanto que os estudiosos que utilizam o termo inovação verde permanecem em um
nível superficial (Schiederig et al., 2012).
Em quinto lugar, as definições enfatizam que a intenção para a redução pode ser
econômica ou ecológica, afirmando que, por exemplo, a redução do uso de material no
desenvolvimento de um novo produto pode ter causas diferentes (Schiederig et al., 2012). O
último aspecto aborda os problemas relacionados à definição de inovação e favorável ao meio
63
ambiente, uma vez que ambos são relativos e sem valor absoluto – por exemplo, qualquer
inovação pode ser nova para o mundo, indústria ou empresa. Os conceitos são interpretados
como a definição de um novo padrão de inovação verde no nível da empresa (Schiederig et
al., 2012).
Para Schiederig et al. (2012), os dois últimos aspectos (impulso e nível) são os
principais motivos de uma discussão científica, pois impedem que os pesquisadores separem
claramente as inovações verdes e não-verdes e determinem o grau de verde (ou seja, o grau
em que as questões ambientais estão se tornando integradas no processo econômico). Devido
aos inúmeros tipos de inovação, esses aspectos difusos permitem que quase todas as empresas
sejam incluídas na definição de um inovador verde (Andersen, 2008). Comparando a
definição do relatório de Brundtland para a sustentabilidade com as outras três noções, a
diferença mais importante nesta definição é a consideração da dimensão ecológica e social. O
desenvolvimento de inovações sustentáveis, portanto, implementa aspectos econômicos,
verdes e sociais (Schiederig et al., 2012).
Considerando as explanações acimas e com base nas definições existentes e nas
conclusões de Schiederig et al. (2012) – que elas são frequentemente usadas de forma
sinônima –, a expressão “inovação verde” será utilizada nesta pesquisa abordando os seis
aspectos que resumem as principais definições encontradas.
3.2.2 Consequências da Inovação Verde
Segundo Thompson (1992), a inovação é um processo que traduz a ideia em um
produto ou serviço para atender à nova demanda do mercado. Além disso, a inovação verde é
o desenvolvimento de estratégias de produto, processo e gestão para afetar o ambiente interno
e externo (Damanpour, 1992). A inovação verde reduz os impactos ambientais da empresa e
permite que atinjam metas ecológicas e benefícios ambientais (Bernroider, 2002).
A inovação verde pode ser dividida em produto verde, processo verde e inovações de
gerenciamento verde (Chen et al., 2012; Chen & Hsu, 2009). As inovações do produto
incluem modificação nas características do usuário existentes e nas embalagens de bens e
serviços em resposta a preocupações ambientais (Bozkurt & Kalkan, 2014). A inovação de
processos inclui mudanças nos métodos, processos e equipamentos para produzir produtos
ecologicamente corretos que atendam às metas ecológicas (Antonioli et al., 2013). A inovação
64
em gestão verde inclui um novo método de gestão nas práticas comerciais no local de trabalho
e nas relações externas da empresa.
Cada tipo de inovação verde pode aumentar o desempenho financeiro das empresas
(Hassan et al., 2013) e motivá-las a adotarem inovações. Entretanto, cada tipo de inovação
apresenta diferentes desafios que podem diminuem as chances de sua adoção. Esse grau de
adoção da inovação verde entre as empresas depende dos benefícios, do rendimento da
inovação para a organização e da capacidade da organização de adotar a inovação (Chau &
Tam, 1997; Forbes et al., 2013).
Os benefícios potenciais que as empresas podem obter com a adoção de inovações
verdes são a redução no consumo de energia e recursos naturais, redução na emissão de gases
do efeito estufa, aumento no desempenho ambiental e financeiro e a capacidade de resposta às
expectativas socioambientais, uma vez que pode ocorrer a redução do impacto negativo ao
meio ambiente (Etzion, 2007; Hart , 1995).
Os argumentos predominantes que apoiam a visão de que a inovação verde tem um
efeito positivo no desempenho financeiro da empresa incluem aumento de vendas e redução
de custo. Uma empresa que adote a inovação verde pode reduzir o custo, devido a atividades
de valor agregado, como a reciclagem de materiais que reduz o desperdício de recursos e um
melhor uso de insumos, ações que contribuem para a lucratividade (Fraj-Andrés, Martinez-
Salinas, & Matute-Vallejo, 2009). Isso pode explicar por que os pesquisadores consideram
estudar as empresas que adotam a inovação verde para ter maior eficiência (Schoenherr &
Talluri, 2013; Sánchez-Medina, Díaz-Pichardo, Bautista-Cruz & Toledo-López, 2013),
especificamente, eficiência operacional (Jabbour, Jugend, de Sousa Jabbour, Gunasekaran, &
Latan, 2015) e maiores retornos sobre ativos e patrimônio (Przychodzen & Przychodzen,
2015).
Os governos implementam regulamentos para cobrar a redução de emissões perigosas
e, portanto, a inovação verde pode ajudar na redução do custo, devido a essa redução. A
inovação verde melhora a imagem da empresa nas percepções dos consumidores e,
consequentemente, leva ao aumento das vendas. Todos esses fatores suportam o argumento de
que a inovação verde de produtos e processos pode ter um efeito positivo no desempenho
financeiro da empresa (Tien, Chung & Tsai, 2005).
65
Alguns pesquisadores argumentam que há um impacto negativo da inovação de
produtos e processos verdes no desempenho financeiro de uma empresa. Aqueles que apoiam
o argumento propõem que o envolvimento em iniciativas verdes incorre em mais custos, que
aumentam a desvantagem econômica da empresa, em comparação com outras empresas não
verdes (Tariq et al., 2017). A integração dos conceitos de sustentabilidade ambiental e
ecológica no novo design de produtos e processos não leva a um melhor desempenho
financeiro em curto prazo (Dangelico & Pontrandolfo, 2013), pois esses esforços extras são
dispendiosos e demorados. O desempenho financeiro da empresa, a partir da inovação de
produtos e processos verdes, seja positivo ou negativo, varia de acordo com o setor industrial
(Ngniatedema, Li & Illia, 2014) ou depende de recursos da empresa (Christmann, 2000).
Esses resultados conflitantes podem derivar, em parte, de diferenças nas metodologias
de pesquisa e nas medidas de inovação e desempenho financeiro (Tariq et al., 2017).
Conforme mencionado, ao longo do tempo, foram empregadas diferentes definições de
inovação verde, cada uma com foco diferente e medidores que são válidos para determinadas
indústrias. Problema semelhante existe na medição do desempenho financeiro da empresa
(por exemplo, ROI, vendas, lucro). Alguns pesquisadores usaram medidas subjetivas (por
exemplo, comparando um desempenho financeiro “forte” da empresa com seus concorrentes),
enquanto outros usaram mais medidas objetivas, por exemplo, números de vendas da empresa
(Tariq et al., 2017).
Os estudos neste domínio empregaram diferentes metodologias, que vão desde bancos
de dados temporais até estudos de caso e pesquisa. Cada uma dessas metodologias, embora
tenha vantagens específicas, oferece várias limitações e distorções. A relação entre produtos
verdes, inovação verde e o desempenho financeiro da empresa, não mostra, explicitamente, se
o desempenho financeiro melhorou como resultado da implementação da inovação verde ou
se a empresa já era financeiramente “forte” antes da implementação da inovação verde (Tariq
et al., 2017).
A inovação verde tende a melhorar a imagem geral de uma empresa, uma vez que
atende aos apelos socioambientais na redução do impacto ambiental negativo. Como
consequência, a inovação verde pode levar a um melhor desempenho no mercado (Tariq et al.,
2017). Para Majumdar e Marcus (2001), a reputação positiva, associada à inovação verde,
aumenta o valor de mercado da empresa. Um melhor desempenho ambiental pode facilitar
novas oportunidades de mercado, melhorar a imagem geral ou o prestígio, aumentar a
66
fidelização dos clientes e apoiar os esforços de vendas (Ambec & Lanoie, 2008; Triebswetter
& Wackerbauer, 2008). Por outro lado, o sucesso da inovação em produtos verdes depende da
redução do impacto ambiental, bem como do sucesso no mercado (Triguero, Moreno-
Mondéjar, & Davia, 2013).
A inovação em produtos e processos verdes pode contribuir para a vantagem
competitiva das empresas (Chiou et al., 2011; Forsman, 2013; Shrivastava, 1995). Isso pode
ocorrer por meio da diferenciação de produtos e imagem de marca – tanto da empresa como
do produto –, bem como pelas reduções de custos que podem ocorrer com tecnologias
amigáveis ao meio ambiente. As empresas que produzem produtos verdes podem distinguir-se
dos concorrentes, posicionando-se como amigável ao meio ambiente (Ambec & Lenoie,
2008). Assim, as empresas adotam a inovação verde como fonte de vantagem competitiva e
não como fonte de custo adicional (Tariq et al., 2017).
O desempenho ambiental do nível da empresa caracteriza-se pela diminuição das
substâncias perigosas e outros materiais perigosos para o ambiente natural (Klassen &
McLaughlin, 1996). A inovação verde assegura o uso eficiente de materiais junto com a
redução de poluentes (Ambec & Lanoie, 2008; Li, 2014), na melhoria do desempenho
ambiental (Bhushan, 1992). No entanto, Bönte e Dienes (2013) e Chen (2001) argumentam
que alguns pesquisadores não encontraram associação direta entre produto verde e inovação
de processo e desempenho ambiental.
A inovação verde pode ter um efeito significativamente positivo sobre o emprego
(Rennings, Ziegler & Zwick, 2004) e a produtividade do trabalho (Woo, Chung, Chun, Han &
Lee, 2013) e correlaciona-se com a maior compensação para os executivos da empresa. As
indústrias que adotam o processo verde podem contratar mais funcionários, devido ao
aumento da lucratividade e competitividade. Dessa forma, a produtividade do trabalho pode
aumentar em função da satisfação de melhores condições de trabalho. Assim, entender o
efeito das habilidades verdes sobre o fator determinante do empregado em diferentes
contextos pode ser bastante promissor para um maior desenvolvimento teórico e implicações
gerenciais (Berrone & Gomez-Mejia, 2009).
3.2.3 Argumentos teóricos relacionados à Inovação Verde
67
Três principais teorias que dominaram a pesquisa sobre inovação verde são a Teoria
Baseada em Recursos (RBT), a Teoria Institucional e a Teoria dos Stakeholders – ou Teoria
das Partes Interessadas (Tariq et al., 2017). A RBT é a teoria mais reconhecida e
frequentemente usada na pesquisa de gerenciamento de inovação verde (Tariq et al., 2017). A
RBT é utilizada em estudos para explicar as variações no desempenho de empresas
envolvidas em esforços de inovação verde (Tariq et al., 2017). A RBT considera que as
empresas com recursos e capacidades melhores, únicos e não imitáveis, provavelmente,
funcionarão melhor e manterão uma vantagem competitiva sustentável (Amores-Salvadó,
Martín-de Castro & Navas-López, 2014), sendo que a diferença de recursos está relacionada à
diferença de desempenho.
No entanto, a RBT foi criticada na literatura por ignorar as mudanças e restrições
impostas pelo ambiente natural. De acordo com Hart (1995), dada a crescente magnitude dos
problemas verdes (escassez de recursos naturais, perda da biodiversidade, mudanças
climáticas e crescimento da demanda de energia, por exemplo) esta omissão tornou a teoria
existente inadequada como base para identificar importantes fontes emergentes de vantagem
competitiva. Hart (2005) propôs uma nova visão, mais adequada, que é a visão baseada em
recursos naturais da empresa (NRBV). A NRBV é uma teoria que prega a aquisição
devantagem competitiva sustentável e está fundamentada na associação da empresa ao meio
ambiente natural.
A NRBV destaca a conexão entre as políticas ecológicas, as capacidades verdes da
organização e a competitividade (Hart, 2005). No entanto, a NRBV não explora em
profundidade se as empresas alcançam e sustentam vantagem competitiva usando recursos e
capacidades únicos e não-imitáveis, porque a maior parte do foco da literatura é restrita ao
compromisso de recursos. Assim, a evidência sobre o efeito de capacidades dinâmicas, sendo
a NRBV uma delas, na inovação verde é relativamente escassa. Portanto, é desejável produzir
mais evidências para promover o campo de inovação verde usando a abordagem de
capacidades dinâmicas (Tariq et al., 2017).
A Teoria Institucional é outra base teórica que está se tornando proeminente na análise
da dinâmica da inovação verde (Shu, Zhou, Xiao, & Gao, 2014), podendo ajudar a fornecer
informações valiosas sobre a influência de vários fatores determinantes na adoção da
inovação verde (Abernethy & Stoelwinder, 1995).
68
A Teoria Institucional postula a sobrevivência da empresa com base na sua capacidade
de se conformar com as normas sociais e obter legitimidade das partes interessadas (Irvine,
2011). A Teoria Institucional enfatiza a interação entre organizações e instituições, em que as
instituições podem ter partes interessadas formais ou informais, sendo que as organizações
precisam considerar essas partes na sua tomada de decisão estratégica, ou seja, na intenção e
implementação de uma inovação verde ou não (Shu et al., 2014). Uma das principais razões
pelas quais uma organização adota inovação verde é a pressão das instituições.
Consequentemente, a Teoria Institucional é aplicada para entender os efeitos da pressão
exercida por várias instituições sobre as decisões voltadas às ecologias organizacionais
(Schoenherr & Talluri, 2013).
Outra teoria que é amplamente utilizada pelos pesquisadores da inovação verde é a
Teoria dos Stakeholders. Nesta teoria, sugere-se que a identificação de importantes
intervenientes primários e secundários é importante para uma organização e é particularmente
crítica no caso da inovação verde (Tariq et al., 2017). Freeman, Pierce e Dodd (2000)
destacaram a importância das partes interessadas no processo de tomada de decisão de
organizações que optam por se tornar verde, sendo que a aplicação da teoria das partes
interessadas facilita uma compreensão mais ampla desse processo. Como Hamilton (1995)
destacou, os acionistas perdem renda financeira se a organização é responsável por
destruições ecológicas ou se seu histórico ambiental atrair o destaque negativo da mídia.
Empresas com pouca imagem ambiental podem achar mais difíceis atrair e manter
empregados qualificados com um forte senso de responsabilidade ambiental (Reinhardt,
1998). Portanto, a necessidade de realizar análises de partes interessadas, que diz respeito à
forma como os gerentes realmente lidam com as partes interessadas ou com o domínio
instrumental foi destacada em grande parte da literatura de inovação verde. O domínio
instrumental diz respeito ao que acontece se os gerentes tratarem a empresa de certo modo
(Berrone et al., 2013; Buysse & Verbeke, 2003; Shu et al., 2014).
3.2.4 Contexto da Sustentabilidade no Agronegócio
O agronegócio foi afetado pelas alterações climáticas, mesmos após a Convenção-
Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, estabelecida a partir da Eco-92 e da
Agenda-21. Por tratar-se de um setor significativo em termos de emissões de gases de efeito
estufa (GEE), o agronegócio enfrentou e enfrenta pressões para a redução destas emissões
69
(Kolk, Levy & Pinkse, 2008). O 5º Relatório de Avaliação do Clima do Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) revela que o uso da terra, proveniente do
agronegócio, é responsável por cerca de um quarto das emissões de GEE mundial (Smith,
Bustamante, Ahammad, Clark, Dong, Elsiddig, Haberl, Harper, House, Jafari, Masera, Mbow,
Ravindranath, Rice, Robledo Abad, Romanovskaya, Sperling, Tubiello, 2014). A agricultura
sozinha contribui com 11% das emissões do acordo com o United Nations Environment
Programme (UNEP, 2013).
A disponibilidade de recursos naturais e os avanços tecnológicos, a demanda interna
expressiva e o crescimento do consumo do mercado internacional são indicadores do
potencial de ampliação da produção brasileira. Esse cenário é extremamente positivo, pois o
Brasil precisa continuar estimulando o desenvolvimento, com a produção crescente da
agricultura, para gerar divisas com a exportação e para alimentar a população. Por outro lado,
a questão ambiental e a redução das emissões de GEE são necessidades fundamentais no
desenvolvimento do país, o que concretiza diversos novos imperativos para os produtores e
para a ação governamental. Nesse sentido, será preciso enfrentar um duplo desafio: estimular
o crescimento e reduzir as emissões. Para tanto, a agricultura brasileira dispõe de tecnologias
mitigadoras que podem ser incorporadas pelos agricultores no seu processo de produção. A
utilização de novas práticas de manejo agrícola tem contribuído para a superação de
problemas ocasionados por extremos climáticos, como na defesa contra geadas que incidem
sobre o setor cafeeiro ou a adoção de cultivos mais tolerantes à seca em culturas não irrigadas.
O desenvolvimento de novas tecnologias agrícolas, além de promover a redução na emissão
de gases do efeito estufa, promove o aumento da produtividade das culturas (Assad, Martins,
& Pinto, 2017).
O agronegócio é um setor de extrema importância na economia brasileira, pois
participa da geração de renda e emprego e denota ao país um papel privilegiado no comércio
mundial. O Brasil é o terceiro maior exportador mundial de produtos agrícolas, à frente do
Canadá, Austrália e China, e lidera o ranking de exportação de produtos, entre os quais estão
açúcar, carne de frango, carne bovina, café, suco de laranja, tabaco e álcool. Isso deve-se a
fatores como recursos naturais abundantes, câmbio favorável, aumento da demanda asiática
por agropecuários, produtividade crescente das lavouras, incorporação de novas tecnologias,
linhas de financiamento do governo federal, capacidade de inovação e liderança das pesquisas
científicas em agricultura tropical (FBDS, 2017).
70
No cenário brasileiro, o agronegócio é considerado um dos motores da economia
nacional, representando importantes avanços quantitativos e qualitativos. Atualmente, o setor
é responsável por 21,58% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil (CEPEA, 2017).
Esse cenário ascendente do setor no contexto da economia brasileira é resultado do
processo de modernização da agricultura, iniciado em meados da década de 1960, com a
chamada Revolução Verde. À época, foram introduzidos diversos avanços científicos e
tecnológicos à agricultura, ocasionando ganhos sucessivos de produtividade e consequentes
impactos sociais e ambientais. Considerando que o Brasil apresenta um desenvolvimento
econômico fortemente alimentado por atividades agrícolas, é crescente o debate acerca dos
aspectos econômicos do agronegócio brasileiro e a preocupação com a sustentabilidade dessa
atividade. Assim, as questões pertinentes nesses debates vão além dos aspectos econômicos
para abordar a dimensão socioambiental desta atividade. Isso significa que os desafios
indicam, por um lado, o crescimento populacional, que necessita de níveis cada vez mais
elevados na produção de alimentos e, de outro, uma produção cada vez com menos utilização
de agroquímicos. Esse caminhar indica aumento dos níveis produtivos, com a otimização dos
recursos disponíveis, a ampliação da produtividade do trabalhador, tendo presente sua
qualificação, a implantação de novas tecnologias, possibilitando o desenvolvimento
equilibrado e sustentado do agronegócio. (Kischner, Vione, Fernandes & Thesing, 2018).
Para Kischner et al. (2018), a sustentabilidade é uma questão pertinente para os
diferentes setores e para a sociedade de maneira geral. Percebe-se uma postura da população
cada vez mais consciente com a necessidade de melhoria nas condições econômicas, sociais e
ambientais dos diferentes segmentos produtivos. O ambiente do agronegócio, de forma mais
evidente, conquista um espaço estratégico na dimensão ambiental e social. Porém, os aspectos
econômicos estão cada vez mais presentes nos estudos acadêmicos e empresariais, para além
de apresentar retornos financeiros, aos agentes envolvidos. Isso significa que o tema também
necessita de desenvolvimento quanto às práticas sociais benéficas à população. A
sustentabilidade no ambiente do agronegócio significa a presença das políticas públicas no
desenvolvimento de um espaço que incentive as empresas a aderirem às práticas mais
sustentáveis de produção. Portanto, esse processo instiga as diversas correntes e matizes de
pensamento que buscam a sustentabilidade ambiental, social, econômica e política.
3.2.5 A Adoção da Inovação
71
Tem havido crescente interesse em usar modelos para entender processos e resultados
e assimilação na adoção da inovação (Prescott & Conger 1995; Saga & Zmud 1994;
Orlikowski, 1993; Fichman & Kemerer 1997). A adoção refere-se à decisão de qualquer
organização de usar uma inovação (Rogers, 1962). Rogers (1962) define o processo da adoção
como aquele por meio do qual uma unidade de decisão individual, ou outra, passa do primeiro
conhecimento de uma inovação, formando uma atitude em relação à inovação (a decisão de
adotar ou rejeitar), para a implementação da nova ideia e para a confirmação desta decisão.
No que se refere à adoção de inovação organizacional, podem distinguir-se duas
etapas principais: iniciação e implementação. A decisão da adoção ocorre entre a iniciação e a
etapa de implementação. A decisão de um indivíduo dentro de uma organização de adotar
uma inovação específica raramente é independente de outras decisões (Rogers, 1962). O
processo pode ser contingente (dependente de uma decisão feita por outra pessoa na
organização), coletivo (o indivíduo tem um “voto”, mas, em última análise, deve concordar
com a decisão de um grupo), ou autoritário (o indivíduo é informado se deve ou não adotar).
As decisões autorizativas, por exemplo, tornando obrigatória a adoção por indivíduos, podem
aumentar a chance da adoção inicial dos sujeitos, mas também podem reduzir a chance de que
a inovação seja implementada e roteada com sucesso (Wisdom et al., 2013). A adoção é um
processo e não um evento, sendo diferentes as preocupações dominantes em diferentes
estágios (Rogers, 1962).
Na fase de iniciação, a organização conhece a inovação, forma uma atitude em relação
a ela e avalia o novo produto ou processo. Essa fase envolve conscientização, consideração e
intenção (Rogers, 1962). Na fase de implementação, a organização decide comprar e utilizar a
inovação. No entanto, sua decisão da adoção organizacional é apenas o início da
implementação. A aceitação ou assimilação dentro da organização agora se torna importante.
Do ponto de vista de um fornecedor, o processo de inovação só pode ser considerado um
sucesso quando a inovação é aceita e integrada na organização e os adotantes-alvo
demonstram compromisso de continuar usando o produto durante um período de tempo
(Bhattacherjee, 1998). Essa abordagem é consistente com Rogers (1962), que define a adoção
como a decisão de fazer pleno uso de uma inovação como o melhor curso de ação disponível.
Embora o modelo de Rogers (1962) tenha sido o primeiro modelo de processo da
adoção e implementação organizacional, tem havido muitos outros modelos de estágio
apresentados ao longo dos anos (Gallivan, 2001). O modelo de seis estágios proposto por
72
Kwon e Zmud (1987) e Cooper e Zmud (1990) tem sido elogiado como um exemplo de
definições para uma construção adequada de modelo (Chor, Wisdom, Olin, Hoagwood, &
Horwitz, 2014). As etapas deste modelo da adoção e implementação organizacional são
definidas da seguinte forma (Cooper & Zmud, 1990): Iniciação - uma correspondência é
encontrada entre uma inovação e sua aplicação na organização; Adoção - é tomada uma
decisão para investir recursos para acomodar o esforço de implementação; Adaptação - a
inovação é desenvolvida, instalada e mantida. Os procedimentos são desenvolvidos e
revisados. Os membros são treinados tanto nos novos procedimentos quanto na inovação;
Aceitação - os membros da organização são induzidos a comprometer-se com o uso da
inovação; Rotinização - o uso da aplicação de tecnologia é incentivado como uma atividade
normal; e Infusão - o aumento da efetividade organizacional é obtido usando a inovação de
forma mais abrangente e integrada para suportar aspectos de alto nível do trabalho (Cooper &
Zmud, 1990).
3.2.6 A Adoção da Inovação Verde Organizacional e a Bioenergia
Muitas vezes, são fatores comerciais, não tecnológicos, que impedem a adoção de
inovações. Na política energética, é dada muita atenção à análise e incentivo à procura de
energias renováveis. Entretanto, as novas tecnologias podem também necessitar de novos
mercados de abastecimento, serviços para construir, operar e manter a tecnologia inovadora
(Knight et al., 2015).
No setor de bioenergia, a partir de material residual orgânico, a incerteza sobre o preço
e a disponibilidade de “matéria-prima de biomassa residual”, ou seja, subprodutos orgânicos
da produção agrícola são, muitas vezes, fatores críticos que desencorajam investimentos e/ou
adoções em inovações de projetos individuais da bioenergia (Scott, Ho, & Dey, 2013).
As adoções de inovações baseadas em tecnologias de bioenergia a partir de material
residual orgânico têm o potencial de melhorar a sustentabilidade ambiental global de
economias e sociedades. Essas tecnologias geram, simultaneamente, energia com menores
impactos ambientais em comparação com energia proveniente de combustíveis fósseis
(Iakovou, Karagiannidis, Vlachos, Toka & Malamakis, 2010; Kothari, Tyagi & Pathak, 2010).
O conceito de hierarquia de resíduos para o gerenciamento de recursos indica que a
reutilização e reciclagem de material é melhor do que converter materiais em energia
73
(recuperação) e que a recuperação é preferível à disposição (Grosso, Motta & Rigamonti,
2010; Schmidt, Holm, Merrild & Christensen, 2007). Portanto, a indústria de bioenergia, a
partir do material residual orgânico, se concentra em materiais residuais que não podem ser
reciclados economicamente – resíduos biogênicos (Knight et al., 2015).
Exemplos de resíduos biogênicos são o desperdício de alimentos da cadeia de
abastecimento de alimentos, palha e cascas de processos agrícolas, lamas de esgoto e a fração
residual remanescente após o processamento dos resíduos urbanos. Diferentes tipos de
matéria-prima são mais ou menos adequados para diferentes tecnologias de conversão. Cada
matéria-prima tem diferentes desafios tecnológicos e legislativos para os desenvolvedores de
projetos superarem. A energia, nesse contexto, significa calor ou energia, ou ambos,
produzidos em uma planta combinada de calor e energia (Gold & Seuring, 2011).
Embora as adoções de inovações em “tecnologias avançadas de conversão de
biomassa”, como a pirólise e a gaseificação dos resíduos de material orgânico (Arena, 2012;
Asadullah, 2014), sejam mais tecnologicamente complexas, as vantagens incluem eficiência
de conversão melhorada, subprodutos de maior valor e a produção de vetores de energia
estáveis (Knight et al., 2015). Os produtos incluem o gás de síntese da gaseificação, o biogás
(gás rico em metano) da digestão anaeróbica e vários produtos de bio-óleo de pirólise e
refinação, que podem ser movidos ou armazenados (Arena, 2012; Asadullah, 2014).
Em suma, o que se pretende evidenciar é que, em se tratando de adoção da inovação
em tecnologia de bioenergia a partir de material residual orgânico, há muita incerteza sobre o
fornecimento de resíduos e matérias-primas, em termos de seu valor e do volume do mercado.
O equilíbrio e a taxa de mudança de oferta e demanda é, portanto, difícil de estimar,
especialmente quando os conceitos de biorrefinaria começam a entrar no mercado. Em médio
prazo, os vários fatores aqui discutidos significam que o volume de suprimentos poderia
reduzir, que faria subirem os preços (Knight et al., 2015).
Os contratos de curto prazo são mais atraentes para os vendedores, e não os contratos
de longo prazo procurados pelos desenvolvedores. Por isso, os financiadores são dissuadidos
por este risco e novas plantas de resíduos em energia nunca serão construídas (Gold &
Seuring, 2011).
74
No entanto a produção de energia não é o objetivo central da organização, como no
caso de uma cadeia de fornecimento de produtos oriundos de empresas processadoras de
mandioca, descrita por Silva e Cirani (2016). Este tipo de cadeia mapeia as várias
combinações de fatores ambientais, de marketing e econômicos, que motivam a participação
dos atores da cadeia de suprimentos. Enfatizam, principalmente, o alcance da criação de valor
nas inovações da cadeia verde de suprimentos, em vez de mera redução de custos (Knight et
al., 2015).
Uma inovação verde é adotada quando os principais gestores decidem prosseguir com
a nova ideia e alocar recursos para ela. Iniciação e implementação, por outro lado, exigem
cooperação e compromisso dos demais membros da organização (Damanpour & Schneider,
2006). Por exemplo, o início bem-sucedido requer mais coordenação entre as unidades para
facilitar a fertilização cruzada de ideias entre membros organizacionais com diversas origens
e treinamento (Aiken & Hage, 1971; Nystrom et al., 2002). A implementação bem-sucedida
requer o compromisso contínuo dos principais gestores com a inovação verde, o envolvimento
e o apoio dos gestores do meio e o fator determinante dos membros ou clientes da
organização para usar a inovação (Dougherty & Hardy, 1996; Klein & Sorra, 1996).
As organizações adotam a inovação, em parte, para se adaptarem às novas condições
ambientais. Assim, o intercâmbio de informações com o meio ambiente e as atividades
profissionais extraorganizacionais podem ajudar os gestores e os demais membros da
organização a melhorarem seu conhecimento de eventos e tendências ambientais para iniciar
mudanças e propor novas ideias para adoção (Damanpour & Schneider, 2006).
As partes interessadas apresentam grandes demandas por inovações que produzam
impactos ambientais e benefícios sociais positivos. Os gestores da cadeia verde de
suprimentos reúnem iniciativas de várias formas, incluindo a adoção da inovação (Meehan &
Bryde, 2011) e a promoção desta a adoção a outras empresas. Dessa maneira, pelo simples
fato de as empresas adotarem a inovação, a imitação ou a conformidade com outras empresas
inseridas no mesmo mercado passa de uma para outra (Rolfstam, 2012).
Em geral, as fases de iniciação e implementação do processo da adoção são mais
complexas e mais desafiadoras para os principais gestores do que tomar a decisão da adoção.
Essas fases envolvem muito planejamento, com análises das despesas financeiras e cenários
econômicos (Damanpour & Schneider, 2006).
75
3.2.7 As Características do Adotante Verde Organizacional
Uma inovação verde é adotada quando os principais gestores decidem prosseguir com
a nova ideia e alocar recursos para ela. Iniciação e implementação, por outro lado, exigem
cooperação e compromisso dos demais membros da organização (Damanpour & Schneider,
2006). Por exemplo, o início bem-sucedido requer mais coordenação entre as unidades para
facilitar a fertilização cruzada de ideias entre membros organizacionais com diversas origens
e treinamento (Aiken & Hage, 1971; Nystrom et al., 2002). A implementação bem-sucedida
requer o compromisso contínuo dos principais gestores com a inovação verde, o envolvimento
e o apoio dos gestores do meio e o fator determinante dos membros ou clientes da
organização para usar a inovação (Dougherty & Hardy, 1996; Klein & Sorra, 1996).
As organizações adotam a inovação em parte para se adaptarem às novas condições
ambientais. Assim, o intercâmbio de informações com o meio ambiente e as atividades
profissionais extra-organizacionais podem ajudar os gestores e os demais membros da
organização a melhorar seu conhecimento de eventos e tendências ambientais para iniciar
mudanças e propor novas ideias para adoção (Damanpour & Schneider, 2006).
As partes interessadas realizam grandes demandas por inovações que produzam
impactos ambientais e benefícios sociais positivos. Os gestores da cadeia verde de
suprimentos reúnem iniciativas de várias formas, incluindo a adoção da inovação (Meehan &
Bryde, 2011) e a promoção desta a adoção a outras empresas – pelo simples fato de adotarem,
a imitação ou estar em conformidade com outras empresas inseridas no mesmo mercado,
passa de uma para outra (Rolfstam, 2012).
Em geral, as fases de iniciação e implementação do processo da adoção são mais
complexas e mais desafiadoras para os principais gestores do que tomar a decisão da adoção.
Elas envolvem muito planejamento com análises das despesas financeiras e cenários
econômicos (Damanpour & Schneider, 2006).
3.2.8 Os Fatores Determinantes da Adoção da Inovação Organizacional
As percepções de uma inovação por membros da unidade de decisão (DMU) de uma
organização afetam sua avaliação e propensão para adotar um novo produto (Ostlund, 1974;
Tornatzky & Klein, 1982; Rogers, 1962). Os benefícios percebidos, incluindo incentivos
econômicos, de adotar a inovação devem exceder as alternativas, que envolvem a decisão das
76
organizações em considerarem a adoção (Frambach & Schillewaert, 2002). De fato, o
benefício líquido percebido que a inovação oferece tem um efeito importante na adoção
organizacional (Robinson, 1990; Mansfield, 1993). Outras características de inovação que
influenciam a decisão de adoção incluem compatibilidade percebida, complexidade,
observabilidade e capacidade de avaliação (Rogers, 1962), bem como a incerteza percebida
(Nooteboom, 1989).
As características organizacionais também influenciam a decisão de adoção
(Robertson & Wind, 1980, 1983; Cohn & Turyn, 1984; Damanpour, 1991). Três tipos de
características, ao nível organizacional, podem ser identificados: tamanho da organização
(Kennedy, 1993); estrutura organizacional (Zaltman, Duncan, & Holbek, 1973) e inovação
organizacional (Morrison, 1996). Há correlação do tamanho da organização com outras
variáveis, como estrutura, estratégia e cultura, por exemplo, a estrutura da organização pode
facilitar ou inibir a adoção de inovação (Frambach & Schillewaert, 2002). As organizações
mais formalizadas e centralizadas (muitas vezes empresas maiores) têm menos probabilidades
de iniciar decisões de adoção de inovação, mas estão mais bem equipadas para implementar
uma inovação. O contrário é válido para organizações altamente complexas ou especializadas
(Zaltman et al., 1973).
O grau em que uma organização é receptiva a novos produtos ou ideias influenciará
sua propensão para adotar novos produtos (Morrison, 1996). Isto também está relacionado à
postura estratégica de uma empresa (Wisdom et al., 2013). As organizações que perseguem
uma estratégia de marketing agressiva e orientada para a inovação são mais propensas a
alimentarem suas atividades com uma orientação aberta à inovação (Han, Kim, & Srivastava,
1998; Hurley & Hult, 1998; Srinivasan, Lilien, & Rangaswami, 2002).
A decisão de uma organização de adotar uma inovação e seus esforços para
implementá-la e sustentá-la (ou seja, os fatores determinantes) dependem de uma série de
influências externas (Greenhalgh et al., 2004). A atividade de marketing de fornecedores pode
influenciar significativamente a probabilidade de que uma inovação seja adotada por
organizações (Frambach, Barkema, Nooteboom, & Wedel, 1998). A interação, em termos de
frequência e riqueza, entre membros de uma rede social também pode aumentar a velocidade
e a taxa de adoção de inovação (Zaltman et al., 1973; Lind & Zmud, 1991). A participação de
membros de uma organização em redes informais facilita a disseminação de informações
sobre uma inovação, o que pode influenciar positivamente a probabilidade de adoção (desde
77
que a informação seja positiva). O grau em que as organizações compartilham informações
com outras pessoas é referido como seu grau de interconexão. Quanto maior o grau de
partilha de informação (informal), mais provavelmente as organizações estão expostas a
novas ideias e produtos (Rogers, 1962).
Uma influência importante na decisão de uma organização de adoção da inovação a
possibilidade de organizações similares adotarem ou planejarem adotá-la (Burns & Wholey
1993; Fennell & Warnecke, 1988; Robertson & Wind, 1980, 1983; Westphal, Gulati &
Shortell, 1997). As organizações podem adotar uma inovação baseadas no número de outras
organizações inter-relacionadas em seu ambiente de mercado que já adotaram a inovação
(Frambach & Schillewaert, 2002). Além das influências sociais, o ambiente de negócios afeta
o comportamento de adoção de diferentes maneiras (Wisdom et al., 2013). Em primeiro lugar,
um potencial adotante pode obter um benefício intrínseco pelo fato de que os parceiros
comerciais da rede já adotaram a inovação (ou seja, uma forma de externalidade da rede).
Além disso, pressões competitivas podem promover a adoção (Frambach & Schillewaert,
2002).
As redes interorganizacionais promovem a adoção de uma inovação somente depois
que isso geralmente é percebido como “a norma”. Até então, as redes também podem servir
para dissuadir as organizações de adotarem inovações que não possuem vantagens percebidas
(Abrahamson, 1991; Fitzgerald, Ferlie, Wood & Hawkins, 2002; Westphal et al., 1997). As
formas organizacionais integrativas que vinculam as organizações de provedores, por meio de
estruturas comuns de gerenciamento, governança, valores e objetivos compartilhados
explícitos, podem ajudar a disseminar inovações entre organizações membros (Meyer,
Johnson, & Ethington, 1997).
Em mercados altamente competitivos, a adoção de inovação pode ser necessária para
manter a posição de mercado (Robertson & Gatignon, 1986). A não adoção de uma inovação
que é adotada por outros em tal ambiente pode resultar em desvantagem competitiva. Esse
fator depende da importância estratégica da inovação e suas implicações potenciais para a
efetividade e eficiência das atividades da empresa (Robertson & Gatignon, 1986).
Na literatura, foram encontradas diferentes relações entre competitividade da indústria
ou concentração e adoção (Frambach & Schillewaert, 2002). Na literatura de organização
industrial, um impacto positivo foi encontrado tanto para os altos níveis de concentração da
78
indústria como para os baixos níveis (Kamien & Schwartz, 1982; Baldwin & Scott, 1987). Na
literatura de marketing, Gatignon e Robertson (1989) evidenciaram que níveis mais altos de
competição estimulam a adoção de inovação.
Mas o fator que parece predominante é quando a tecnologia oferece o potencial de
melhorar substancialmente o desempenho organizacional (tanto financeiro quanto ambiental).
No entanto, os ganhos de desempenho são, muitas vezes, obstruídos pela incerteza das
organizações ao aceitarem e usarem os sistemas disponíveis (Talukder et al., 2008). Devido à
persistência e importância deste problema, explicar a aceitação da tecnologia a favor do meio
ambiente no qual a organização está inserida tem sido uma questão de estudo de longo prazo
em organizações e pesquisas (Davis, 1989).
De acordo com Frambach et al. (1998), as condições ambientais obrigam, cada vez
mais, as organizações a inovarem e a trazerem novos produtos para o mercado. Uma vez que
apenas uma fração dos novos produtos é bem-sucedida, é necessário um entendimento
completo dos motivos subjacentes às decisões de adoção de inovação por potenciais
adotantes. Da mesma forma, Bhattacherjee e Sanford (2006) afirmam que entender a
aceitação da tecnologia associada ao desenvolvimento sustentável é importante porque há
benefícios esperados do uso desta tecnologia no meio ambiente. Esses benefícios são o ganho
de eficiência, a eficácia ou a produtividade e não podem ser realizados se as organizações não
aceitam determinada tecnologia. Assim, a compreensão dos motivos que influenciam a
aceitação de tecnologias que favorecem o meio ambiente tem sido uma preocupação dos
estudiosos e decisores organizacionais (Sherif, Zmud, & Browne, 2006; Venkatesh & Davis,
2000).
As inovações tecnológicas ambientais estão, rapidamente, substituindo as antigas,
fornecendo ferramentas poderosas, eficiência e velocidade para conservação do meio
ambiente (Wisdom et al., 2013). Sua adoção pode ser bem-sucedida, no entanto, somente
quando todos, organização, funcionários e, principalmente, os gestores aceitam e,
efetivamente, adotam tal tecnologia. Consequentemente, uma organização deve compreender
o processo de aceitação e os motivos que são essenciais para um processo eficaz (Lee, Kim,
Rhee & Trimi, 2006).
3.2.9 Os Fatores Determinantes da Adoção da Inovação Verde
79
A sustentabilidade implica um contexto – passado-presente-futuro e os cidadãos e as
empresas, muitas vezes, preferem benefícios econômicos imediatos a benefícios sustentáveis
em prazo futuro. O consumo de bens e serviços envolve escolhas individuais que, muitas
vezes, envolvem interesses de curto prazo, em vez de metas sustentáveis em longo prazo
(Magee, Scerri, James, Thom, Padgham, Hickmott, Deng & Cahill, 2013). A inovação
tecnológica na distribuição de energia, por exemplo, não garante padrões de consumo
sustentáveis (Lopes, Antunes, & Martins, 2012). Em casos extremos, pode até levar a
fenômenos como o efeito rebote, isto é, um aumento do consumo de energia como
consequência da melhoria na eficiência técnica dos aparelhos ou dos serviços prestados
(Sorrell & Dimitropoulos, 2008; Wang, Lu, & Wang, 2014). O modelo de crescimento com
um horizonte de curto prazo e o interesse individual estão muito distantes da adoção da
inovação verde com uma orientação de longo prazo e colaboração criativa – questões
importantes para a adoção da inovação verde. Além disso, as atitudes e percepções de adoção
da inovação e sustentabilidade tendem a variar durante os diferentes estágios da adoção da
inovação (Magee et al., 2013).
As organizações com maiores recursos financeiro investem mais na inovação, em
parte porque podem se dar ao luxo de assumir mais riscos e absorver mais facilmente o custo
do fracasso (Aiken & Hage, 1971; Nystrom et al., 2002). Embora se espere que o desempenho
financeiro afete de forma positiva todas as fases da inovação, provavelmente, influenciará
mais fortemente a decisão da adoção (Damanpour & Schneider, 2006).
Os fatores determinantes das organizações para a adoção da inovação, no caso das
tecnologias avançadas de conversão de biomassa, é a geração de energia e calor a partir de
resíduos. Quando consideramos suas consequências para as prioridades da cadeia verde de
suprimentos, geralmente, os projetos oriundos destas tecnologias são tipicamente de pequena
escala e distribuídos (Knight et al., 2015).
É necessário integrar as inovações verdes na cadeia produtiva (Zailani, Amran, &
Jumadi, 2011), pois um dos grandes desafios enfrentados pela indústria foi a criação de uma
sociedade sustentável em longo prazo, com o menor impacto ambiental negativo possível (Lin
& Ho, 2008). De fato, uma nova abordagem, que foi denominada como abordagem de
“inovação verde” surgiu no início dos anos 2000, em resposta às pressões ambientais cada vez
maiores (Mena, Christopher, Johnson & Jia, 2007). Esta nova abordagem ultrapassou a ênfase
80
padrão para eficiente e efetiva, levando em consideração as medidas de proteção para o meio
ambiente (Zailani et al., 2011).
Grande parte da teoria que explica sobre a inovação e os fatores associados à inovação
bem-sucedida pode esclarecer a ação dos negócios inovadores em resposta a questões
ecológicas (Foster & Green, 2000). Conforme Noci e Verganti (1999), os custos associados à
gestão ambiental e ao consumo de recursos naturais e à disposição de resíduos estavam em
tendências crescentes na década de 2000. Isso forçou muitas empresas a optarem por alcançar
um sistema de gerenciamento ambiental certificado e desenvolver inovações tecnológicas que
visassemm melhorar constantemente o desempenho ambiental de seus processos e produtos
(Zailani et al., 2011). No entanto, a implementação da inovação verde requer altas habilidades
para acumular mais tecnologias relacionadas. Conforme demonstrado por Ho, Lin e Chiang
(2009), o sucesso da inovação verde depende da capacidade de adquirir novas tecnologias por
meio de treinamento e educação para tornar os profissionais mais conhecedores. Sendo assim,
existem três fatores que influenciam a implementação da inovação verde: habilidades
gerenciais, incentivo organizacional à inovação e apoio aos recursos de inovação (Ho et al.,
2009).
Lin e Ho (2008) evidenciaram que as práticas ambientais, o incentivo organizacional,
a qualidade dos recursos humanos, a incerteza ambiental e o apoio governamental apresentam
influências significativas na disposição de adotar inovações verdes para provedores de
serviços na cadeia verde. Chen et al. (2006) definem a inovação verde como inovação de
hardware ou software, que está relacionada a produtos ou processos ecológicos. Estão
incluídas inovações em tecnologia como economia de energia, prevenção de poluição,
reciclagem de resíduos, projetos de produtos ecológicos ou gestão verde.
Misturas complexas das prioridades de tecnologias avançadas de conversão de
biomassa (custo, meio ambiente, social, marketing etc.) levam a um conjunto de requisitos
igualmente complexos na interface da cadeia de suprimentos com fornecedores de matérias-
primas e com segurança de fornecimento. Cada cadeia tem como fator determinante central o
baixo custo, mas também os benefícios comunitários, ecológicos e de reputação (Knight et al.,
2015). O desenvolvimento de mercados sustentáveis com base no exemplo da bioenergia, a
partir do material residual orgânico mencionado, é vital para a sustentabilidade, apesar das
altas incertezas de oferta. Dessa forma, o correto gerenciamento na cadeia verde de
81
suprimentos pode levar à evolução dos mercados, apesar dos muitos desafios que isto
apresenta (Knight et al., 2015).
Uma revisão das pesquisas sobre adoção da inovação verde, utilizando os termos
Factors, Determinants, Green (ou Sustain ou Eco), Innovation e Adoption revela que, até o
momento, diversos estudos foram realizados sobre os fatores determinantes da adoção da
inovação verde. Um resumo de 26 estudos sobre este tema é fornecido no Apêndice II. As
referências completas desses estudos são apresentadas na Tabela 7.
82
Tabela 7 – Referências de Estudos sobre Fatores Determinantes em Inovação Verde
Artigo Referências
1 Dhraief, M. Z., Bedhiaf-Romdhani, S., Dhehibi, B., Oueslati-Zlaouia, M., Jebali, O. & Youssef, S. B.
(2018). Factors Affecting the Adoption of Innovative Technologies by Livestock Farmers in Arid Area
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2 Petridis, N. E., Digkas, G. & Anastasakis, L. (2017). Determinants of ICT Innovation and Imitation in
the Agrifood Sector. In: 8th International Conference on Information and Communication
Technologies in Agriculture, Food and Environment (HAICTA 2017), Chania, Greece, 21-24
September, 2017.
3 Khan, S. A. (2017). Consumer Innovation Adoption Stages and Determinants. Working Paper n. 3,
March 2017, Department of Management, Ca´Foscari University of Venice.
4 Chiu, C-Y., Chen, S. & Chen, C-L. (2017). An Integrated Perspective of TOE Framework and
Innovation Diffusion in Broadband Mobile Applications Adoption by Enterprises. International
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5 Kousar, S., Sabri, P. S. Ul., Zafar, M. & Akhtar, A. (2017). Technological Factors and Adoption of
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6 Bossle, M. B., De Barcellos, M. D. & Vieira, L. M. (2016). Why Food Companies go Green? The
Determinant Factors to Adopt Eco-innovations. British Food Journal, 118 (6), 1-20.
7 Ibrahima, I. B. & Jaafarb, H. S. B. (2016). Factors of Environment Management Practices Adoptions.
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8 Radu, L-D. (2016). Determinants of Green ICT Adoption in Organizations: A Theoretical Perspective.
Sustainability, 8 (731), 1-16. doi:10.3390
9 Mwangi, M. & Kariuki, S. (2015). Factors Determining Adoption of New Agricultural Technology by
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10 Zailani, S., Govindan, K., Iranmanesh, M., Shaharudin, M. R. & Sia Chong, Y. (2015). Green
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11 Ho, Y.-H., Lin, C.-Y., Tsai, J.-S. (2014). An Empirical Study on Organizational Infusion of Green
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12 Zailani, S., Iranmanesh, M., Nikbin, D. & Jumadi, H. B. (2014). Determinants and Environmental
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13 Zhanga, Y., Thompson, R. G., Bao, X. & Jiang, Y. (2014). Analyzing the Promoting Factors for
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14 Galliano, D. & Nadel, S. (2013). The Determinants of Eco-Innovation Adoption According to Firm’s
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15 Jumadi, H. B. & Zailani, S. (2011). Determinants of Green Technology Innovation Adoption Among
Transportation Companies in Malaysia. Research Gate, 1-6. Acesso: 28/01/2019. Disponível:
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16 Lin, C. Y. & Ho, Y. H. (2011). Determinants of Green Practice Adoption for Logistics Companies in
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17 Weng, M-H. & Lin, C-Y. (2011). Determinants of Green Innovation Adoption for Small and Medium-
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18 Horbach, J., Rammer, C. & Rennings, K. (2011). Determinants of Eco-innovations by Type of
Environmental Impact the Role of Regulatory Push/Pull, Technology Push and Market Pull. Acesso:
28/01/2019. Disponível: ftp://ftp.zew.de/pub/zew-docs/dp/dp11027.pdf.
Fonte: Dados da Pesquisa (2019).
83
Tabela 7 – Referências de Estudos sobre Fatores Determinantes em Inovação Verde -
continuação Artigo Referências
19 Zailani, S., Amran, A. & Jumadi, H. B. (2011). Green Innovation Adoption among Logistics Service
Providers in Malaysia: An Exploratory Study on the Managers´ Perceptions. International Business
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20 Horbach, J., Oltra, V., & Belin, J. (2011). Determinants and Specificities of Eco-innovations – An
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21 Jansson, J. Marell, A. & Nordlund, A. (2010). Green Consumer Behavior: Determinants of Curtailment
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22 Ho, Y-H; Lin, C-Y; Chiang, S-H. (2009). Organizational Determinants of Green Innovation
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23 Scott, S. D., Plotnikoff, R. C., Karunamuni, N., Bize, R. & Rodgers, W. (2008). Factors Influencing
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(HHK). Implementation Science,3 (41), 1-8. doi:10.1186/1748-5908-3-41
24 Lin, C. Y. & Ho, Y. H. (2008). An Empirical Study on Logistics Service Providers’ Intention to Adopt
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25 Horbach, J. (2006). Determinants of Environmental Innovation - New Evidence from German Panel
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26 Carrillo-Huerta, M. M. (1978). Determinants of the Adoption of Agricultural Innovations. The
American Economist, 50-55.
Fonte: Dados da Pesquisa (2019).
Os resultados empíricos confirmam uma relação positiva entre a inovação verde e o
desempenho da empresa (ver, por exemplo, Zailani, Govindan, Iranmanesh, Shaharudin, &
Sia Chong, 2015). A inovação verde está intimamente associada à gestão ambiental
corporativa e à conquista do objetivo ecológico. Portanto, acredita-se amplamente que a
inovação verde estimula o desempenho ambiental (ver, por exemplo, Horbach, 2006;
Ibrahima & Jaafarb, 2016; Zhanga, Thompson, Bao & Jiang, 2014). A inovação de produto e
o processo verde não apenas reduzem o impacto ambiental negativo, mas também aumentam
o desempenho econômico e social de uma empresa, por meio da redução de resíduos e custos
(ver, por exemplo, Galliano & Nadel, 2013; Khan, 2017; Radu, 2016). As empresas
implementam a inovação do processo verde no processo de fabricação para reduzir o tempo
de produção e os custos (ver, por exemplo, Horbach, Oltra, & Belin, 2011.). Além disso, uma
boa inovação de produto melhora a posição de mercado, afirma a marca, ultrapassa a
concorrência, cria avanços e atrai novos clientes (ver, por exemplo, Bossle, De Barcellos &
Vieira, 2016). Portanto, três tipos de desempenho, ou seja, ambientais, sociais e econômicos
são considerados os benefícios e resultados da adoção da inovação verde.
Uma parte desta pesquisa empírica focalizou o papel das empresas de pequeno e
médio porte na degradação ambiental e investigou os fatores determinantes para a adoção de
84
inovação verde entre empresas de pequeno e médio porte (ver, por exemplo, Kousar, Sabri,
Zafar & Akhtar, 2017). As razões por trás da falta de adoção da inovação verde são
relativamente pesquisadas (ver, por exemplo, Dhraief, Bedhiaf-Romdhani, Dhehibi, Oueslati-
Zlaouia, Jebali & Youssef, 2018) e alguns pesquisadores estabeleceram relações entre adoção
de inovação e desenvolvimento financeiro das PME (Weng & Lin, 2011). Ao perceberem que
as empresas, tanto em economias desenvolvidas quanto em desenvolvimento, têm impactos
ambientais significativos, os pesquisadores estão ansiosos para ter uma sólida compreensão
dos fatores que influenciam as estratégias pró-ambientais entre as empresas (ver, por
exemplo, Horbach, Rammer & Rennings, 2011; Jumadi & Zailani, 2011; Zailani, Iranmanesh,
Nikbin, & Jumadi, 2014).
Durante as últimas décadas, a literatura empírica investigou vários fatores que
influenciam as práticas favoráveis ao meio ambiente da empresa. Entre eles, fatores
individuais, organizacionais e contextuais têm um impacto maior na adoção de inovações
verdes, enquanto os fatores administrativos são menos influentes nesse tipo de adoção (ver,
por exemplo, Lin & Ho, 2011). Da mesma forma, alguns fatores internos, como
conhecimento, crescimento da empresa, habilidades do gestor, capital humano e custo, e
fatores externos, como pressão do stakeholder, regulação ambiental e networking, aparecem
frequentemente na literatura como fatores influentes na adoção da inovação verde (ver, por
exemplo, Chiu, Chen, & Chen, 2017; Ho, Lin, & Chiang, 2009). No entanto, alguns estudos
sugerem que o ambiente da organização e a cooperação com órgãos reguladores são fatores
mais relevantes na adoção da inovação verde, especialmente no setor de tecnologia da
informação (Weng & Lin, 2011).
Embora uma variedade de determinantes da adoção da inovação tenha sido proposta
nos estudos anteriores, esses fatores podem ser agrupados em contexto tecnológico,
organizacional e ambiental (Ho, Lin, & Tsai, 2014). De acordo com a teoria de difusão de
inovação (Rogers, 1962; Tornatzky et al., 1990), um modelo para qualquer difusão de
inovação precisa considerar diferentes fatores que podem influenciar a inclinação de usar a
inovação em seus contextos tecnológicos, organizacionais e ambientais específicos de uma
organização (Ho et al., 2009). A estrutura tecnológica, organizacional e ambiental – TOE –
(Tornatzky et al., 1990) é amplamente utilizada no estudo da adoção de inovações, a partir de
perspectivas contextuais. Lin e Ho (2011) também utilizaram a estrutura do TOE na análise da
decisão de adoção da inovação verde para empresas de logística chinesas.
85
A estrutura TOE, conforme apresentado originalmente e posteriormente adaptado em
estudos de adoção da inovação, fornece uma estrutura analítica útil que pode ser usada para
estudar a adoção e assimilação de diferentes tipos de inovação (Ho et al., 2014). A estrutura
do TOE tem uma base teórica sólida, suporte empírico consistente e o potencial de aplicação
aos domínios de inovação, embora os fatores específicos identificados nos três contextos
possam variar em diferentes estudos (Zhu, Kraemer & Xu, 2006).
Essa estrutura é consistente com a teoria do DOI, na qual Rogers (1962) enfatizou as
características individuais e as características internas e externas da organização, como
impulsionadoras da inovação organizacional (Zhu et al., 2006). Estas características são
idênticas ao contexto de tecnologia e organização da estrutura do TOE, mas esta também
inclui um novo e importante componente, o contexto do ambiente. O contexto do ambiente
apresenta restrições e oportunidades para a inovação tecnológica, sendo que a estrutura TOE
torna a teoria de difusão de inovação de Rogers mais capaz de explicar a adoção da inovação
(Ho et al., 2014).
Segundo Lin e Ho (2011), a estrutura do TOE identifica três aspectos do contexto de
uma empresa que influenciam a adoção da inovação. A dimensão tecnológica inclui questões
tecnológicas associadas às empresas como, por exemplo, custos, complexidade,
compatibilidade e vantagem relativa. A dimensão organizacional refere-se a medidas
descritivas como o tamanho da empresa, a qualidade dos recursos humanos, o comportamento
estratégico da alta administração e a disponibilidade de recursos. A dimensão ambiental é a
arena na qual uma empresa conduz seus negócios, incluindo concorrentes, acesso a recursos,
ambiente industrial e regulamentações governamentais (Tornatzky et al., 1990).
Portanto, com base na estrutura do TOE (Tornatzky et al., 1990), este trabalho tenta
investigar os fatores tecnológicos, organizacionais e ambientais na adoção da inovação verde
(biodigestor) para o desempenho organizacional em empresas processadoras de mandioca,
uma empresa de suínos e uma de ave. A Figura 6 ilustra a estrutura de pesquisa do estudo. Os
fatores tecnológicos incluem o custo de adoção, complexidade, compatibilidade e vantagem
relativa das inovações verdes. Os fatores organizacionais incluem a qualidade dos recursos
humanos e o suporte organizacional e os fatores ambientais incluem incerteza ambiental,
suporte governamental, pressão regulamentar, pressão do cliente, pressão do fornecedor do
biodigestor e o primeiro adotante.
86
Figura 6: Estrutura de Pesquisa do Estudo
Fonte: adaptado de Lin & Ho (2011).
3.2.9.1 Fatores Tecnológicos
Características de uma inovação, como custos da adoção, compatibilidade,
complexidade e vantagem relativa podem afetar a difusão da inovação (Jeyaraj et al., 2006;
Rogers, 1962; Tornatzky & Klein, 1982). Frambach e Schillewaert (2002) colocam as
características percebidas da inovação no centro de seu modelo de difusão de inovação
organizacional. Boiral (2002) argumenta que características do conhecimento ambiental são
relevantes na gestão ambiental. Portanto, as características tecnológicas devem ser levadas em
conta ao se analisar a adoção de inovações verdes. As características tecnológicas percebidas
de uma inovação podem ser consideradas como crenças cognitivas refletidas em uma atitude
em relação à inovação. Várias características tecnológicas de uma inovação podem afetar sua
difusão, incluindo custo da adoção, complexidade, compatibilidade, vantagem relativa,
confiabilidade, observabilidade, facilidade de uso, utilidade percebida, intensidade da
informação, incerteza e assim por diante (Frambach & Schillewaert, 2002; Jeyaraj et al.,
2006; Taylor & McAdam, 2004; Tornatzky & Klein, 1982; Zhu et al., 2006). O presente
estudo considera apenas os custos de adoção, complexidade, compatibilidade e vantagem
relativa, porque essas características têm sido consistentemente mais importantes para
influenciar o comportamento de adoção da inovação do que as outras (Rogers, 1962; Sia, Teo,
Tan, & Wei, 2004; Tornatzky & Klein, 1982).
Os custos de adoção incluem os recursos financeiros e humanos necessários para
implementar e usar inovações verdes. Os custos têm sido postulados há muito tempo como
Adoção de Inovação Verde
Fatores Tecnológicos Fatores Organizacionais Fatores Ambientais
Compatibilidade Pressão Regulamentar
Vantagem Relativa Pressão do Cliente
Incerteza Ambiental
Suporte Governamental
Pressão do Fornecedor
Primeiro Adotante
Custo da Adoção
Complexidade
Qualidade dos Recursos Humanos
Suporte Organizacional
87
uma barreira para a adoção de inovações (Rogers, 1962; Iacovou, Benbasat & Dexter, 1995;
Torantzky & Klein, 1982). No entanto, alguns pesquisadores argumentam que altos custos de
adoção podem motivar os adotantes da inovação a tratarem a inovação mais seriamente e
implementá-la mais ativamente, a fim de tornar a inovação mais econômica (Cooper & Zmud,
1990; Rogers, 1962). Infelizmente, ainda há falta de evidências empíricas para esse
argumento, porque estudos anteriores sobre adoção da inovação ainda não levaram em conta
os custos de adoção (Bhatnagar & Gopalaswamy, 2017; Glavee-Geo et al., 2017; Gupta &
Arora, 2017; Makanyeza, 2017; Tariq et al. 2017). Nesta tese, se considera que o custo de
adoção fará com que uma empresa trate a inovação verde mais seriamente e reforce a sua
adoção dentro da empresa.
Complexidade é o grau em que uma inovação é percebida como relativamente difícil
de entender e usar. Isso aumentará a dificuldade na transferência de conhecimento e na
difusão da inovação (Rogers, 1962) e, em geral, é hipoteticamente relacionada à difusão da
inovação (Tornatzky & Klein, 1982). Inovações verdes incorporam conhecimento tácito e
explícito. O conhecimento tácito pode ser inerente à identificação de fontes de poluição,
reagindo rapidamente a derramamentos acidentais e propondo soluções preventivas (Boiral,
2002). Isso leva à ambiguidade das práticas, que é um grande obstáculo à transferência das
melhores práticas dentro de uma empresa (Szulanski, 1996). Uma empresa está apta a
implementar inovação quando o conhecimento é compartilhado facilmente dentro da
organização. O compartilhamento eficiente de conhecimento pode levar a melhores
capacidades inovadoras em termos de aprendizado de ordem superior e, consequentemente,
pode melhorar o desempenho organizacional, incluindo a eficácia da gestão ambiental
(Etzion, 2007). Uma inovação verde com alta complexidade contém muito conhecimento
tácito, que requer esforços laboriosos para aprender e difundir. A dificuldade em aprender e
compartilhar conhecimento tácito torna relativamente difícil infundir uma inovação verde (Ho
et al., 2014).
Compatibilidade é o grau em que uma inovação é percebida como sendo consistente
com os valores, experiências e necessidades existentes das empresas (Rogers, 1962), sendo
relevante para a difusão da inovação verde. Como várias inovações verdes são adições às
tecnologias e processos atuais das empresas, a difusão de inovações verdes não é um evento
único, mas pode ser descrita como um processo de acumulação e integração de conhecimento.
Inovações verdes que são mais compatíveis com as tecnologias e processos atuais de uma
88
empresa serão mais facilmente difundidas dentro da organização (Ho et al., 2014). Dupuy
(1997), em um estudo da indústria química orgânica de Ontário, encontrou apoio para a noção
de que inovações que são adições à tecnologia existente, como equipamentos de redução, são
mais prováveis de adotar inovações do que tecnologias mais difíceis de serem incorporaradas
no processo de produção. O ajuste entre experiências anteriores e ações ambientais pode gerar
uma maior eficácia ambiental (Etzion, 2007). Para diminuir possíveis objeções contra a
adoção de inovações verdes, uma empresa terá mais probabilidade de implementar uma
inovação verde que seja mais compatível com o atual conhecimento operacional da empresa
(Ho et al., 2014).
Vantagem relativa é a percepção de que uma inovação é mais vantajosa que sua ideia
substituta e os seus benefícios percebidos podem ser medidos em termos econômicos e
sociais, como conveniência e satisfação. É mais provável que as empresas implementem uma
tecnologia capaz de proporcionar melhor desempenho e maiores ganhos econômicos do que
as outras tecnologias (Rogers, 1962). A vantagem relativa está positivamente relacionada à
difusão da inovação (Rogers, 1962; Tornatzky & Klein, 1982). Potenciais benefícios
organizacionais das inovações verdes incluem redução de consumo de energia e recursos
naturais, redução de desperdício e emissão de poluentes, melhor desempenho ambiental e
financeiro e maior responsividade à expectativa socioambiental (Etzion, 2007; Hart, 1995).
Em um estudo da indústria de papel e celulose espanhola, Del Rio (2005) sugere que as
vantagens econômicas e financeiras são características tecnológicas importantes que
influenciam a adoção de tecnologias limpas. Os benefícios líquidos percebidos que a inovação
verde oferece servirão como fatores determinantes para as empresas implementarem a
inovação verde.
3.2.9.2 Fatores Organizacionais
O contexto organizacional implica nos processos e atributos que restringem ou
facilitam a inovação. Diversos estudos discutiram as influências de uma variedade de
características organizacionais, como qualidade dos recursos humanos, liderança da alta
gerência, apoio organizacional, cultura organizacional e tamanho organizacional na difusão da
inovação (Damanpour & Schneider, 2006; Taylor & McAdam, 2004) e estratégia ambiental
(Etzion, 2007; Gonzalez-Benito & Gonzalez-Benito, 2006). Recursos organizacionais
suficientes e capacidades organizacionais qualificadas são duas características organizacionais
relevantes que promovem a inovação (Damanpour, 1991; Jeyaraj et al., 2006) e o desempenho
89
ambiental (Hart, 1995; Russo & Fouts, 1997). A disponibilidade de recursos, suporte de
gestão, capacidades de aprendizagem organizacional e recursos humanos influenciarão a
adoção de inovações verdes (Alvarez-Gil et al., 2007; Lee, 2008). Os seguidores apenas
apresentam a qualidade dos recursos humanos, o suporte organizacional e o tamanho da
empresa, pois são variáveis relacionadas a recursos organizacionais amplamente analisadas na
literatura (Ho et al., 2014).
A qualidade dos recursos humanos é um fator essencial, que influencia a difusão da
inovação (Fichman & Kemerer, 1997; Tornatzky et al., 1990). Recursos humanos qualificados
são úteis para difundir inovações, por causa de suas capacidades de aprendizado competentes.
A implementação de inovações verdes é um processo complexo que exige coordenação
interdisciplinar e mudanças significativas no processo de operação existente (Russo & Fouts,
1997). É um processo intensivo em recursos humanos e depende do desenvolvimento e
treinamento de habilidades tácitas por meio do envolvimento dos funcionários (Hart, 1995;
Del Brio & Junquera, 2003). Uma empresa com maior capacidade inovadora terá maior
probabilidade de implementar, com sucesso, uma estratégia ambiental avançada (Christmann,
2000; Judge & Elenkov, 2005). A falta de capacidade de absorção do receptor é uma das
principais barreiras à transferência de conhecimento técnico dentro de uma empresa
(Szulanski, 1996) e, para superar as barreiras de conhecimento para a adoção de inovações
verdes, os funcionários precisam de treinamento extensivo e especializado. Os funcionários
com capacidades de aprendizado competentes estarão aptos a aumentar sua capacidade de
absorção por meio de programas de treinamento, que podem promover a adoção de inovações
verdes (Ho et al., 2014).
O suporte organizacional é um conjunto de medidas que uma empresa utiliza para
ajudar os funcionários a usar as inovações verdes. Incentivar a difusão da inovação e garantir
a disponibilidade de recursos financeiros e técnicos para a inovação têm efeitos positivos na
implementação da inovação (Damanpour & Schneider, 2006; Jeyaraj et al., 2006; Lee, Lee &
Kwon, 2005). Para o desenvolvimento da gestão ambiental, o apoio organizacional é
essencial, pois os funcionários serão motivados a implementar o comportamento ecológico e
os recursos necessários para a adoção de inovações verdes estarão mais facilmente
disponíveis. Além disso, a alta gerência desempenha um papel essencial no suporte
organizacional (Christmann, 2000; Judge & Elenkov, 2005). Muitas inovações verdes exigem
a colaboração e coordenação de diferentes departamentos e divisões durante o processo de
90
difusão. Assim, para garantir uma difusão bem-sucedida, as iniciativas verdes são,
geralmente, endossadas e incentivadas pela alta administração (Gonzalez-Benito & Gonzalez-
Benito, 2006). A tarefa central da alta gerência é obter recursos e montá-los em capacidades
organizacionais para que a empresa seja capaz de implementar inovações verdes para obter
vantagem competitiva ambiental (Judge & Elenkov, 2005).
3.2.9.3 Fatores Ambientais
Os fatores ambientais, neste estudo, referem-se à conceituação padrão do ambiente
externo na literatura de comportamento organizacional. O ambiente externo, no qual uma
empresa conduz seus negócios, é um fator importante que afeta a adoção de inovações e a
estratégia ambiental (Frambach & Schillewaert, 2002; Damanpour & Schneider, 2006; Jeyaraj
et al., 2006). Certas variáveis ambientais, como incerteza ambiental, munificência ambiental,
apoio governamental, tipo de indústria, competição e relações de rede, são frequentemente
discutidas na literatura sobre difusão de inovação (Tornatzky et al., 1990; Zhu et al., 2006) e
gestão ambiental (Etzion, 2007; Gonzalez-Benito & Gonzalez-Benito, 2006). A incerteza
ambiental e a disponibilidade de recursos externos são consistentemente consideradas como
dois fatores ambientais primários que influenciam a difusão da inovação e a estratégia
ambiental (Aragon-Correa & Sharma, 2003; Jeyaraj et al., 2006; Rothenberg &
Zyglidopoulos, 2007; Tornatsky et al., 1990). O governo desempenha um papel importante no
apoio a recursos para adoção de inovação (Lee, 2008; Li & Atuahene-Gima, 2002; Scupola,
2003). Da mesma forma, a pressão das partes interessadas é outro fator ambiental relevante
que influencia os comportamentos ambientais organizacionais, e está amplamente
representada em pesquisas sobre questões ambientais (Buysse & Verbeke, 2003; Sharma &
Henriques, 2005). O presente estudo analisa possíveis influências da incerteza ambiental,
suporte governamental, pressão das partes interessadas (pressão regulamentar, pressão do
cliente e pressão do fornecedor do biodigestor) e do primeiro adotante na adoção da inovação
verde.
A incerteza ambiental refere-se a mudanças frequentes e imprevisíveis nas
preferências dos clientes, no desenvolvimento tecnológico e no comportamento competitivo
percebido pelos gerentes e tem sido vista como a característica ambiental mais relevante que
afeta a tomada de decisão de uma empresa (Li & Atuahene-Gima, 2002). Gerentes que
enfrentam ambientes de negócios incertos tendem a ser mais proativos e usam estratégias
mais inovadoras do que os gerentes em ambientes menos turbulentos. Sob alta incerteza
91
ambiental, as empresas tentarão coletar e processar informações com frequência e rapidez
para lidar com mudanças ambientais (Gupta & Govindrajan, 1991) e também tendem a
dedicar mais esforços à inovação e aumentar a taxa de inovação para manter uma vantagem
competitiva (Damanpour, 1991; Kimberly & Evanisko, 1981; Zhu & Weyant, 2003). A
implementação de inovações verdes pode ser considerada como um processo de inovação
técnica que pode melhorar o desempenho ambiental de uma empresa. Assim, as empresas são
mais propensas a investir em recursos para implementar inovações verdes para gerar a
capacidade de melhorar o desempenho ambiental em ambientes incertos (Aragon-Correa &
Sharma, 2003; Rothenberg & Zyglidopoulos, 2007). Espera-se que a adoção de inovações
verdes esteja positivamente associada à percepção de incerteza ambiental.
O suporte governamental é um fator ambiental relevante, que influencia a inovação
técnica. Os governos podem promover a inovação técnica por meio de várias políticas
encorajadoras, como incentivo financeiro, recursos técnicos, projetos-piloto e incentivos
fiscais (Tornatzky et al., 1990; Scupola, 2003). A implementação de inovações verdes
depende, em certa medida, da disponibilidade de recursos externos. A grande quantidade de
recursos no ambiente de negócios aumenta o grau de engajamento da empresa na gestão
ambiental (Aragon-Correa & Sharma, 2003; Rothenberg & Zyglidopoulos, 2007). O governo
pode aumentar a munificência, fornecendo subsídios governamentais ou incentivos fiscais
para tecnologias alternativas de energia, financiamento bancário a taxas mais baixas para
tecnologias amigas do ambiente e menores prêmios de seguro para menores riscos ambientais
(Aragon-Correa & Sharma, 2003). Lee (2008), em um estudo de pequenas e médias empresas
coreanas, também sugere que o apoio governamental em iniciativas verdes tem uma
influência positiva na disposição da empresa em participar da cadeia de suprimento verde.
Espera-se uma associação positiva entre adoção da inovação verde e suporte governamental.
As partes interessadas (stakeholders) são indivíduos ou grupos que afetam as
atividades de uma empresa e também são afetados por essas atividades. A pressão das partes
interessadas é considerada como o fator de influência mais importante que na estratégia
ambiental de uma empresa (Buysse & Verbeke, 2003; Gonzalez-Benito & Gonzalez-Benito,
2006; Sharma & Henriques, 2005). De acordo com a teoria dos stakeholders, as organizações
realizam atividades para satisfazer seus principais parceiros. Entre vários grupos de partes
interessadas, os clientes e os reguladores são vistos como os stakeholders mais importantes de
uma empresa (Christmann, 2004; Etzion, 2007). Pesquisas revelam as relações positivas entre
92
as atividades ambientais das empresas e a pressão regulatória e do cliente (por exemplo,
Christmann, 2004; Lee, 2008; Wong & Fryxell, 2004).
Inseridas em um ambiente dinâmico e em constantes transformações, as organizações
contemporâneas precisam manter-se atualizadas, de forma a responderem estrategicamente às
pressões institucionais recebidas do governo, clientes, órgãos públicos, sociedade, e de seu
próprio segmento para a institucionalização de práticas sustentáveis e o alcance de novos
mercados na arena global (Machado-da-Silva, Fonseca & Crubellate, 2010; Scott, 2014).
O impacto das instituições nas organizações tem conferido à Teoria Institucional o
ponto de partida para numerosos estudos que sugerem moldes para as decisões
organizacionais, a partir de significados sociais e valores socialmente construídos. O objetivo
central é assegurar legitimidade ou conformidade às normas e aos padrões institucionais
estabelecidos. As normas e padrões institucionais fazem com que as organizações passem a
condicionar, ou mesmo determinar, as suas escolhas estratégicas em virtude das pressões
sofridas no ambiente institucional (Oliver, 1991; Scott, 2014).
Dimaggio e Powell (1983) refinam o conceito de Isomorfismo organizacional e
identificam três mecanismos, por meio dos quais mudanças institucionais isomórficas
aconteceriam: coercitivas (influências políticas e de problemas de legitimidade), miméticas
(em um ambiente de incertezas, as organizações podem se modelar, espelhando-se em outras)
e normativas (esforço coletivo de membros de uma determinada ocupação para definir
condições e métodos de trabalho com fins de controlar a elaboração de procedimentos e de
estabelecer um padrão para obter a legitimação).
Próximos aos inovadores, estão os adotantes iniciais ou primeiros adeptos. Têm como
característica o perfil de serem líderes de opinião. Sua aprovação de inovação tem como
objetivo transpor o abismo para que o novo produto ou inovação chegue aos demais perfis.
Assim que atingido esse resultado, não haverá a lacuna entre os formadores de opinião da
grande maioria das pessoas.
A adoção de uma inovação verde geralmente envolve o comprometimento de recursos
para a implementação desta inovação, melhorando a produtividade e o desempenho ambiental
(Grover, Purvis & Segars, 2007; Rogers, 1962). Neste ponto, os benefícios da inovação
podem ser percebidos pelos primeiros adotantes. Agindo cedo em relação aos pares, o
93
primeiro adotante estabelece melhorias pioneiras de custo e serviço, o que lhe permite obter
maiores ganhos de desempenho. Na prática, isso significa que esses primeiros adotantes
usufruem dessas inovações iniciais, enquanto obtêm benefícios substanciais (Rogers, 1962;
Zhu, Sarkis & Lai, 2012).
3.3 MÉTODO E PROCEDIMENTOS DE PESQUISA
3.3.1 O Contexto Empírico e Desenho da Pesquisa
Com o objetivo de garantir a validade e confiabilidade deste estudo, na Tabela 8,
apresentam-se os procedimentos da pesquisa que serão explicados ao longo da seção de
método.
Tabela 8: Matriz Metodológica do Estudo II.
Tópicos da Metodologia Estratégia dos Métodos
Natureza da Pesquisa Qualitativa
Abordagem Metodológica Descritiva \ Exploratória
Paradigma Fenomenológico
Método Pesquisa de Campo
Unidade de Análise
Amostra das empresas processadoras de mandioca,
suínos e aves
Procedimentos de Coleta de Dados
Realização de Entrevistas Semiestruturadas e Pesquisas
de Dados Secundários (notícias, dados dos sites etc.)
Instrumento de Coleta de Dados Roteiro de entrevista e formulários
Análise dos Dados
Análise de Conteúdo com o suporte do Software
MAXQDA
Fonte: dados da pesquisa (2019).
O universo da pesquisa utilizada compreendeu empresas associadas à ABAM
(Associação Brasileira dos Produtores de Amido e Mandioca) e ao SIMP (Sindicato das
Indústrias Produtoras de Mandioca do Paraná). A ABAM é uma entidade sem fins lucrativos
criada no Estado do Paraná, em 1991, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento e
economia regionais, promovendo a cooperação das empresas brasileiras desse segmento. Ao
longo de sua história, a ABAM trabalhou para promover estudos e parcerias tecnológicas,
visando estimular o desenvolvimento do setor. As empresas associadas estão situadas nos
estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, conforme dados do site da associação
(ABAM, 2017). Adicionalmente, a amostra contém ainda uma empresa processadora de
94
suínos, outra de aves, duas empresas fornecedoras do biodigestor e o representante do ORA
(Órgão Regulador Ambiental), importante órgão para a triangulação das entrevistas.
Todas as empresas apresentavam, como sistema de manejo de material orgânico
residual (manipueira – resíduo líquido da industrialização da mandioca –, bagaço da casca,
fibras etc., lavagem dos caminhões com fezes de suínos e de aves), lagoas anaeróbias que
resultavam em grandes emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE), dentre eles o metano, para
a atmosfera. Com a adoção do biodigestor, que encapsula o material orgânico residual, este
deixa de ser lançado na lagoa e passa a ser enviado ao biodigestor – no qual ocorre a queima
transformando-o em biogás, (o gás metano é totalmente aproveitado para a geração de energia
térmica). Com o processo, diminui-se, consideravelmente, o uso da lenha (combustível fóssil
inicialmente utilizado para a geração de energia térmica), as emissões de GEE, a poluição do
solo, das águas e da atmosfera (Silva & Cirani, 2016; Silva, Cirani & Serra, 2016).
A seleção da amostra qualitativa deste estudo ocorreu por meio de uma parceria
firmada com a empresa Planotec Assessoria Agronômica e Planejamento, responsável pela
construção e instalação da tecnologia aplicada de biodigestores. A partir do contato pessoal
com o pesquisador, foram apresentados os benefícios que o projeto poderia gerar quanto à
viabilidade financeira, eficiência energética e redução de impactos ambientais. Também, ao
longo das entrevistas, foram obtidos os contatos dos representantes da empresa de suínos, de
aves, da outra empresa fornecedora do biodigestor e do ORA (Órgão Regulador Ambiental).
Nos estudos de Silva e Cirani (2016) e Silva et al., (2016), a partir das empresas
processadoras de mandioca, foram classificados três conjuntos de organizações. Primeiro,
pelo porte da empresa – seis de porte médio, três de porte grande e uma de porte pequeno.
Segundo, pelo tipo da empresa – seis são independentes, duas são cooperativas e duas fazem
parte de grupo corporativo. O terceiro, pelo mercado – sete são exportadoras e três atendem
apenas ao mercado interno. Este é o perfil de empresa que buscamos nesta pesquisa.
Quanto aos gestores, segundo Silva e Cirani (2016) e Silva et al., (2016), três gestores
são proprietários das empresas. Os gestores profissionais estão localizados nas empresas de
maior porte e/ou das que fazem parte de grupos corporativos. Existe um predomínio de
empresas de controle familiar, sendo sete gestores contra três não familiares. Estes gestores
reconheceram, em suas empresas, a redução nos custos de materiais, consumo de energia e,
principalmente, a redução de resíduos orgânicos – uma vez que estão em conformidade com
95
os regulamentos ambientais, evitando multas. Apesar dos benefícios ambientais reconhecidos,
estas declarações parecem indicar um forte fator determinante econômico e da pressão
institucional pela legislação ambiental, refletida pela aplicação de multas e até a ameaça sobre
a operação. Outro aspecto, também importante, foi relatado pelos gestores sobre a conquista
da legitimidade e melhora da imagem corporativa. Os colaboradores reconheceram os
benefícios ambientais, na qualidade de vida no trabalho e na comunidade circunvizinha às
empresas. Antes, a vizinhança reclamava de odores putrefatos atraindo roedores e insetos,
causando sérios problemas ambientais, como a destruição dos recursos naturais renováveis,
especialmente a água. Essas reclamações são indícios de pressões institucionais.
Um último ponto importante que avaliamos nesta pesquisa foi a adoção da inovação
verde por outras empresas, após a primeira ter adotado a inovação. Seria essa uma postura
isomórfica mimética?
Este tipo de postura pode significar a adaptação ao ambiente institucional, a partir de
um comportamento isomórfico, intermediário ou idiossincrático das empresas em relação aos
seus recursos organizacionais (neste caso, os gestores e os mercados). Apesar de não ter sido
o foco desta pesquisa, infere-se que os mercados, pelos seus critérios, poderiam impor pressão
isomórfica coercitiva sobre as empresas. Mas, como o foco do estudo foi investigar os fatores
determinantes da adoção da inovação verde para o desempenho organizacional no
agronegócio, assim, possivelmente as pressões isomórficas são miméticas.
Para melhor compreender e proporcionar mais familiaridade com o fenômeno, neste
estudo utilizamos a pesquisa de natureza qualitativa com abordagem explicativa. Assim,
identificam-se os fatores que definem ou que colaboram para a ocorrência do fenômeno
(Hambrick, 2007; Martins & Theóphilo, 2009), a partir de relatos de pessoas que tiveram
experiências práticas. Como método, utilizou-se a pesquisa de campo, pois foram realizadas
entrevistas com os atores-chave (Fonseca, 2002). Foi usado o paradigma fenomenológico por
ser uma estratégia qualitativa, na qual o pesquisador identifica a essência das experiências
humanas sobre um fenômeno, como descrito pelos participantes do estudo (Creswell, 2010).
Quanto ao desenho da pesquisa, e para minimizar a variação externa do fenômeno
estudado (Eisenhardt, 1989), são consideradas algumas dimensões como relevantes na escolha
da amostra para a triangulação dos dados – empresas pertencentes ao mesmo mercado e com a
mesma cultura de produção (mandioca, por exemplo). Dessa forma, a amostra permite
96
detectar características do mercado e aspectos culturais que possam ter influenciado as
respostas.
3.3.2 Procedimento de Coleta de Dados
Inicialmente, antes das entrevistas com os gestores das empresas processadoras de
mandioca, suínos, aves e fornecedores do biodigestor, foram coletados dados de outras fontes
secundárias sobre estas empresas (sites das empresas, informativos, reportagens, dados das
empresas junto à ABAM e ao SIMP). Desta forma, obtivemos mais familiaridade com a
cultura e o mercado e possibilitou-se a triangulação – alternativa para se empreender múltiplas
práticas metodológicas, perspectivas e observadores em uma mesma pesquisa. A triangulação
garante rigor, riqueza e complexidade ao trabalho, além de um desenvolvimento de um estudo
mais detalhado sobre a adoção de inovação e suas implicações. Há que se atentar que, apesar
da fonte principal de dados ter origem nas entrevistas semiestruturadas realizadas nesta tese
(Spradley, 1979; Saunders, Lewis & Thornhill, 2009), as informações contidas em fontes
secundárias contribuíram na formulação das questões da entrevista semiestruturada. As fontes
secundárias e as entrevistas ainda possibilitaram a triangulação de dados, permitiram conhecer
as intenções e experiências de atores-chave diretamente envolvidos com o mercado, a gestão e
as decisões em relação à adoção da inovação (biodigestor). As entrevistas, desta tese, foram
realizadas seguindo alguns cuidados para a sua condução, como a utilização de expressões
curtas, eco, reformulação, perguntas adicionais, silêncio e incompreensão involuntária
(Ghiglione & Matalon, 1997).
Além dos entrevistados das empresas processadoras de mandioca, uma de suínos e
outra de aves, mais dois fornecedores do biodigestor foram entrevistados, para triangular e
para entender o poder das acreditações sobre o mercado de atuação destas empresas e as
características institucionais. A seguir, podem-se visualizar, na Tabela 9, as empresas, os
entrevistados e seus respectivos cargos. Todas as empresas e seus entrevistados foram
substituídos por legendas para preservação das identidades.
97
Tabela 9 – Empresas e Atores-chaves com seus respectivos cargos
Empresas Atores-chaves
(Entrevistados) Cargos Porte Tipo de Empresa Tipo de Gestão Tipo de Mercado Entrevista - Verbatim
Data Duração Páginas
Fornecedor do Biodigestor 1 FB1 Engenheiro Agrônomo Pequeno Independente Familiar Nacional 29/08/2018 00:42:56 12
Mandioca 1 M1 Gerente de Amidonaria Grande Cooperativa Não Familiar Nacional e Internacional 10/09/2018 00:24:26 10
Mandioca 2 M2 Engenheiro Ambiental Grande Cooperativa Não Familiar Nacional e Internacional 14/09/2018 00:34:21 16
Mandioca 3 M3 Supervisor de Produção e
Manutenção Grande Cooperativa Não Familiar Nacional e Internacional 19/09/2018 00:41:19 19
Mandioca 4 M4 Proprietário Médio Independente Familiar Nacional e Internacional 22/09/2018 00:56:21 21
Mandioca 5 M5 Proprietário Médio Independente Familiar Nacional 25/09/2018 00:43:17 23
Mandioca 6 M6 Supervisor do Controle de
Qualidade Médio Independente Familiar Nacional 26/09/2018 00:47:38 25
Mandioca 7 M7 Gerente Industrial Grande Independente Não Familiar Nacional e Internacional 27/09/2018 00:37:37 21
Mandioca 8 M8 Supervisor de Manutenção Médio Independente Familiar Nacional 29/09/2018 00:12:57 07
Mandioca 9 M9 Gerente de Produção Grande Parte de um Grupo Não Familiar Nacional e Internacional 01/10/2018 00:24:50 09
Mandioca 10 M10 Gerente Industrial Grande Parte de um Grupo Não Familiar Nacional e Internacional 01/10/2018 00:21:51 09
Mandioca 11 M11 Gerente Administrativo Grande Parte de um Grupo Não Familiar Nacional e Internacional 02/10/2018 00:18:46 07
Mandioca 12 M12 Gestor Comercial e
Proprietário Médio Independente Familiar Nacional e Internacional 02/10/2018 00:25:29 12
Suíno 1 S1 Gerente de Nogócios da
Área de Suínos Grande Cooperativa Não Familiar Nacional e Internacional 08/10/2018 00:49:08 16
Ave 1 A1 Supervisor Ambiental da
Área de Aves Grande Cooperativa Não Familiar Nacional e Internacional 09/10/2018 00:43:28 19
Fornecedor do Biodigestor 2 FB2 Engenheiro Agrícola Grande Independente Não Familiar Nacional e Internacional 29/10/2018 00:53:03 17
Mandioca 13 M13 Proprietária Grande Independente Familiar Nacional e Internacional 30/10/2018 00:26:57 07
Órgão Regulador Ambiental -
ORA ORA1 Chefe Responsável Pequeno
Órgão
Governamental Não Familiar Nacional 14/11/2018 00:57:05 8
TOTAL 11:01:29 219
Fonte: dados da pesquisa (2019).
98
As entrevistas foram agendadas por meio de uma relação de telefones e contatos dos
gestores das empresas processadoras de mandioca, cedida pela empresa Planotec (responsável
pela implementação do biodigestor), sendo todas localizadas no noroeste do Paraná. Cabe
ressaltar que nem todos os gestores da relação adotaram a inovação – um fator positivo, pois a
pesquisa desta tese comparou os adotantes dos não adotantes da inovação verde, por meio dos
fornecedores de biodigestor e do órgão regulador ambiental. Foram realizados mais de 80
telefonemas, nos quais era solicitada uma entrevista com a pessoa envolvida diretamente com
a implementação do biodigestor. No caso dos não adotantes, a entrevista foi realizada com o
próprio gestor da empresa fornecedora do biodigestor (proprietário ou gerente) e com o chefe
responsável do órgão regulador ambiental. Transcorreram inúmeras trocas de e-mails até que
fossem agendadas as 18 entrevistas realizadas por telefone. As entrevistas realizadas foram
transcritas literalmente – verbatim – (Fielding & Thomas, 2001).
As entrevistas duraram cerca de 30 a 60 minutos cada, e foram todas gravadas e
transcritas literalmente – verbatim – (Fielding & Thomas, 2001), abrindo possibilidades de
interpretações para a pesquisa. Além das notas que foram tomadas durante as entrevistas, uma
reavaliação era realizada dentro de um período de 24 horas, para completar detalhes e acessar
algo que, porventura, não tivesse sido verificado na gravação, seja pelas notas, seja pelos
dados secundários. Este processo permite que o pesquisador avalie seus vieses e sentimentos
pessoais e compreenda sua influência na pesquisa (Emerson, Fretz, & Shaw 2011; Kvale,
2007). Na transcrição, foram tomados alguns cuidados, como identificar o entrevistado e o
entrevistador por meio de códigos e também transcrever as palavras da forma que foram
faladas – ou seja, de forma literal – (Kvale, 2007). As expressões de desagrado, prazer etc.,
percebidas pelo entrevistador e usadas pelos entrevistados, foram inseridas (Ramilo & Freitas,
2001). Ao todo, foram 219 páginas com 8.609 linhas de transcrição e mais 21 páginas de
anotações feitas durante as entrevistas, somando-se 240 páginas.
Foram elaborados três roteiros de entrevista semiestruturada – um para os gestores,
outro para os fornecedores do biodigestor e um outro para o órgão regulamentar, contendo as
questões iniciais e a fonte para o questionamento, apresentados no Apêndice III. As questões
foram elaboradas com o cuidado de estabelecer uma validade prévia (Bianchi & Ikeda, 2008),
para estabelecer uma relação entre a pesquisa e a teoria. Assim, buscou-se associar os
construtos com os autores e o marco teórico (Apêndice IV).
99
A partir das respostas dos entrevistados, novas questões foram colocadas. As mesmas
eram repetidas para os novos entrevistados ou complementadas por questionamentos das
entrevistas anteriores. Foram utilizados os principais tipos de questões: as descritivas, as
estruturais e as de contraste (Spradley, 1979). As questões descritivas – muito usadas nas
entrevistas –, permitem identificar a linguagem do entrevistado, como por exemplo: “qual o
cargo do entrevistado?”. Já as questões estruturais são as que permitem descobrir como o
entrevistado organiza seu conhecimento, por exemplo: “o fato de implementar o biodigestor
ocasionou alguma mudança na empresa?”. E as questões de contraste permitem distinguir o
significado que o entrevistado emprega para diferenciar os objetos e eventos no seu mundo,
por exemplo: “considera alguma empresa que atua no mercado como sendo sua concorrente?
Quais? Por quê?”.
3.3.3 Procedimentos de Análise
Os dados foram analisados inicialmente a partir de resumos individuais de cada caso –
pesquisa indutiva de casos – (Miles & Huberman, 1994), sintetizando e comparando as
transcrições das entrevistas com as notas que foram coletadas. A seguir, realizamos uma
revisão crítica com base em questionamentos, para que fosse garantida tanto a validade
interna no desenvolvimento da pesquisa, na validade do processo e do método (Cho & Trent,
2006) quanto a validade externa nos resultados da pesquisa (Hair, Black, Babin, Anderson &
Tatham, 2010). Dois objetivos do cuidado com as validades merecem destaque: primeiro, na
validade interna, estabelecer relações causais – uma condição pode levar à outra – e, segundo,
na validade externa, verificar se as descobertas do estudo podem ser generalizadas ou
replicadas (Yin, 2002; Eisenhardt, 1989).
A literatura existente foi considerada conforme as ideias foram aparecendo
(Eisenhardt, 1989), verificando-se os construtos similares que emergiram dos dados usados e
criando-se tabelas e figuras para facilitar a comparação (Miles & Huberman, 1994). Após este
passo, a proposta, neste ponto da pesquisa, foi desenvolver um modelo situacional de adoção
da inovação verde no agronegócio da mandiocultura.
Foram feitas múltiplas leituras para o desenvolvimento de uma estrutura de dados e
também foi realizada uma codificação interativa com auxílio do software MAXQDA. Foram
consideradas as categorias de primeira ordem, as categorias emergentes de segunda ordem e
as dimensões agregadas, que ajudaram a identificar os fatores determinantes relacionados,
100
principalmente, na perspectiva dos entrevistados das empresas processadoras de mandioca. O
MAXQDA não foi desenvolvido para o uso em Grouded Theory como o Atlas-TI e N-Vivo,
sendo, por este motivo, mais adequado a um modelo situacional qualitativo.
3.4 RESULTADOS
A apresentação dos resultados é revelada por extratos das entrevistas. As reticências
expressam pequenas pausas entre uma frase e outra. Vale relembrar que as empresas e os
entrevistados são identificados por códigos (conforme atores-chaves da Tabela 9). As
declarações são feitas, quando for o caso, no masculino, deixando não identificado o gênero
do entrevistado. A Figura 7 apresenta as relações entre os construtos, a partir das entrevistas
realizadas e considerando, principalmente, a cogeração da mandioca, mas triangulando com
aves e suínos.
O mapa da Figura 7 apresentado com as ligações indica que aconteceram muitas
menções ao custo da adoção em relação ao custo (despesa com lenha durante a implantação e
fase inicial da operação) e investimento relacionado com o tempo de retorno. As linhas mais
espessas indicam que, durante a codificação, foi dada mais relevância a esses trechos pelo
pesquisador, em função da ênfase dada pelo entrevistado na resposta. O mesmo ocorre na
relação do suporte governamental e a falta de incentivo, na relação da compatibilidade e a
carga orgânica e da vantagem relativa e o benefício econômico – advindo da redução de custo
com lenha.
É importante destacar que existe também uma linha espessa e outra espessa e tracejada
– sobrepostas – relacionando, fortemente, a legitimidade, reputação e imagem da empresa
indiretamente. A aquisição das outras vantagens relativas explica, segundo o relato dos
gestores, o ganho obtido, indiretamente, nestas três últimas vantagens. Com a adoção do
biodigestor, a eliminação do mau cheiro, do lançamento de material residual no solo, do corte
de lenha, da fumaça, das cinzas etc. melhoraram a legitimidade, reputação e imagem da
empresa perante os clientes, concorrentes e à comunidade circunvizinha.
A relevância maior das conexões também foi identificada na ligação da complexidade
e sua dificuldade, na relação entre suporte organizacional e seus termos relacionados –
projetos e segurança –, na qualidade dos recursos humanos e sua relação com o
conhecimento, na pressão regulamentar e sua relação com normas e leis, exercendo um
101
indicativo de isomorfismo coercitivo. Neste último caso, os gestores relataram que o órgão
regulador ambiental realiza fiscalizações mensais e monitoramento do efluente lançado nas
lagoas. Caso o efluente, após analisado, estivesse fora das normas, a empresa era multada,
podendo ser fechada em caso reincidente.
Na relação entre a pressão do cliente e as práticas ambientais, ocorre a mesma ligação
direta – mas nesse caso, indica, indiretamente, um isomorfismo mimético. Ou seja, da mesma
forma, os gestores ressaltaram a cobrança insistente, durante as auditorias – visita de clientes
na cadeia produtiva –, sobre as práticas verdes e comportamento verde na fabricação do
produto final. No processo de fabricação houve exigência de certificados ambientais, selo
verde ou prêmios que indicassem o cuidado na fabricação do produto sem prejudicar o meio
ambiente.
Existe, também, uma relação direta da incerteza ambiental com o comportamento
competitivo, indicando uma preocupação com o concorrente, nas próprias palavras dos
gestores.
No caso da pressão do fornecedor do biodigestor, houve relações com demonstração,
divulgação, projeto de implantação, estudo de viabilidade, ideia e créditos de carbono. Nno
início, o biodigestor foi adotado como uma forma de compensar as emissões de carbono por
empresas estrangeiras e essas relações indicam um isomorfismo mimético. Ou seja,
identificamos pressões das empresas estrangeiras vindo ao país e oferecendo a construção e
implantação do biodigestor em troca de um percentual nos créditos obtidos. Houve processo
parecido também com o fornecedor local (FB1) que, com apoio do primeiro adotante, fez a
demonstração da viabilidade e retorno financeiro do biodigestor aos demais. Assim, percebeu-
se um comportamento mimético das empresas.
No caso do primeiro adotante, a relação direta deste fator destaca-se na produtividade
e no desempenho econômico demonstrado pelo pioneiro para os demais adotantes, indicando,
também, um isomorfismo mimético.
Na rede apresentada na Figura 7, as ligações tracejadas indicam relações não diretas
com cada fator e seus termos relacionados. Quanto mais espessa a linha tracejada, mais
menções indiretas foram observadas durante as entrevistas. Apesar de indiretas e com menor
quantidade de menções, até porque o foco da pesquisa esteve sobre o fator determinante, as
102
ligações mais espessas indicam outras relações importantes, considerando o grau de
importância e menção de cada fator e seus respectivos termos relacionados. Observa-se
também que todos os fatores estudados e seus respectivos termos possuem ligações com os
outros, indicando que todos, em maior ou menor grau, estão relacionados.
103
Figura 7: Estrutura de Ligações entre os Fatores
Fonte: Dados da Pesquisa (2019).
104
3.4.1 As Influências dos Fatores no Desempenho Organizacional
Os resultados foram obtidos a partir das entrevistas, e com o suporte de outras
informações disponíveis nos sites das empresas, notícias, site do órgão regulador ambiental
etc. Foram analisadas duas dimensões: as influências de cada um dos fatores com o
desempenho organizacional e qual, dentre todos, é o fator determinante na adoção da
inovação verde (biodigestor).
3.4.1.1 Custo da Adoção
Os principais termos relacionados com este fator, colhidos durante as entrevistas,
foram custo, investimento e tempo de retorno. O custo do investimento está diretamente
relacionado com o tempo e a quantidade de retorno, na opinião dos entrevistados FB1 e FB2
(os fornecedores do biodigestor).
O entrevistado FB2 foi mais claro ao relatar que:
“Quando você vai apresentar um projeto desses em uma indústria, o cara quer é uma coisa: que
mostre o quanto que ele vai ter de retorno... por mais que você fale que o tratamento vai ser
eficiente, o cara vai querer ver números... E aí por isso que o biodigestor (quando há a
possibilidade de se fazer um biodigestor)... é fácil de demonstrar o quanto de retorno ele vai
dar... Uma vez montado e operando, o único gasto que vai existir depois é o de manutenção...”
(FB2).
O entrevistado FB1, da rede de fornecedores, relata que, após várias tentativas de
venda do biodigestor e de demonstrar o ganho e o tempo de retorno, mesmo assim, o gestor
não ficou convencido, e ele ofereceu a implantação do biodigestor a preço de custo:
“Porque eu fiz várias visitas e enchi o saco deles e, na verdade, eu fiz o cálculo pelas Nações
Unidas e eles iam ter uma economia de 30%... só que 30% já pagava em 6, 7 meses, né...
aquele valor... Na verdade, pagava até um pouco antes... mas aí a gente foi e eu falei: ‘_Oh...
vou fazer a preço de custo, vocês compram o material, eu vou instalar a preço de custo e
vamos encarar.’ Aí, chegamos lá e encaramos o negócio. A Mandioca 1 gastava R$ 5.000,00
de lenha por dia... dois dias depois que eu instalei o biogás, eles estavam economizando R$
4.000,00 de lenha por dia... o projeto custou R$ 160.000,00... se pagou em 40 dias....” (FB1).
O gestor da Mandioca 1 foi mais além e acrescentou:
105
“... a questão é que além de abaixar o meu custo de produção, do meu produto, gastei
menos biomassa... a gente está economizando bem mais do que pensava...” (M1).
O gestor da Mandioca 2 aponta uma redução maior ainda no custo e no tempo de
retorno:
“Ah... no nosso caso ele pagou toda a estrutura em dois meses... entende? Nós
pagamos em dois meses... como a gente fez um investimento simples, né... na época
gastamos uns R$ 200.000,00... e isso foi pago em dois meses... Na época, se optou
pela lenha porque o custo de investimento... ele era muito mais baixo... entende?... o
retorno se apresentou mais interessante...” (M2).
O gestor da Mandioca 3 observou uma relação direta entre a redução do custo com
lenha e o ganho obtido:
“... eu fechei o mês passado... eu tinha R$ 400.000,00... eu tive isso de ganho... eu
deixei de queimar lenha... porque eu ia gastar R$ 400.000,00 a mais com lenha que eu
deixei de consumir... é ganho real... em alguns meses a economia chega a 80%... a
redução de custo está relacionada à produção de gás que você vai ter... todo mundo
trabalha pelo custo-benefício...” (M3).
Alguns gestores apontam o biodigestor como uma forma de reduzir custos, pontuando
que a produção de biogás, em alguns casos, não se dá logo de início, o que, por vezes, pode
prolongar o tempo de retorno do investimento:
“Aqui a gente sempre trabalha para diminuir custo... Adquirir ele foi uma maneira de
diminuir custo... o retorno foi mais de um ano porque no começo não é 100% de gás...
então no começo era metade lenha, metade do gás... Não foi no primeiro dia que
economizou 100%...” (M6).
Os gestores da Mandioca 7, 8, 9 10, 11, 12 e 13, como tantos outros, fizeram um
estudo de viabilidade que comprovou, por meio de cálculos, a redução de custos e o tempo de
retorno. Para exemplificar:
“Olha... se eu considerar, 630 toneladas/mês de lenha... seu eu colocar isso vezes R$
145,00... o preço da tonelada de lenha... isso dá R$ 91.350,00... então... tipo assim...
em dois... três meses... ele pagou esse investimento...” (M7).
106
“... quando a gente calculou o tempo em que ele se pagaria, seis meses, e o investimento nele,
R$ 300.000,00 e quanto nós reduziríamos o gasto com lenha, quase 100%... chegamos à
conclusão que era totalmente viável...” (M11).
No caso das empresas processadoras de mandioca, o tempo de retorno é extremamente
curto, considerando o valor do investimento. O custo total de um biodigestor, em média e
dependendo do tamanho, varia de R$200.000,00 a R$ 300.000,00, segundo o fornecedor do
biodigestor (FB1 e FB2). Se considerarmos, na opinião dos entrevistados, o tempo de retorno,
o custo se paga em poucos meses e o investimento é totalmente viável. Situação diferente
ocorre no caso da empresa de suínos. Quando questionado sobre o tempo de retorno, o gestor
da Suíno 1 respondeu:
“Ele é demorado... a gente não trabalha aqui com a introdução de um biodigestor em menos de
10 anos... 10 anos com biodigestor na área de produção de suínos... o tempo de retorno é bem
maior... ele tem que ser feito até por uma necessidade ambiental... Da sobrevivência da
atividade... se o produtor é só suinocultor... Eu te digo que o biodigestor passa a ser uma
despesa... o único benefício é ele poder ter a atividade...” (S1).
O mesmo gestor complementa:
“Porque ele não pode lançar esse dejeto no meio ambiente... então... Tem que fazer parte dos
custos da atividade... quando as empresas de suínos instalam o biodigestor, elas são mais
movidas pela necessidade de manter o meio ambiente limpo do que esperar um retorno
econômico disso...” (S1).
No caso das aves, o tempo de retorno é menor – comparado com os suínos – devido à
carga orgânica baixa que vai para os biodigestores, conforme relata o gestor da empresa de
aves:
“O que vai para o biodigestor é o esgoto sanitário... principalmente o esgoto que vem da
lavação de caminhões... O caminhão que trouxe o frango do campo... Ele descarregou todas as
gaiolas... Só que ficou aquele monte de fezes de frango... o custo do nosso biodigestor foi de
R$ 450.000,00... com ele eu economizo R$ 30.000,00 por mês... nesse caso, devido à carga
orgânica baixa, o meu retorno é de quase dois anos... eu não posso lançar no biodigestor os
pedaços do frango que são retirados... apenas as fezes da lavagem dos caminhões... e o esgoto
sanitário...” (A1).
No caso dos suínos e das aves é importante ressaltar que, conforme informaram os
gestores S1 e A1, os materiais orgânicos residuais sólidos (peles, ossos, restos de carnes) e
107
líquidos (sangue e urina) não podem ser lançados no efluente, em razão do alto nível de
contaminação por meio de patógenos – organismos que são capazes de causar doença em um
hospedeiro.
Destaca-se ainda a diferença da utilização da geração de calor. No caso das empresas
de mandioca, o biodigestor, por meio do gás metano, gera calor para secar a mandioca que foi
ralada. No caso dos suínos, segundo o gestor S1, o calor gerado, geralmente, é usado para
aquecer o berçário de porquinhos (no caso de granjas). No caso das aves, segundo o gestor
A1, o calor é, geralmente, utilizado para aquecer a descaldagem (no caso de frigoríficos),
local são imersos os frangos após serem sangrados.
3.4.1.2 Complexidade
Os termos pertinentes à complexidade estão relacionados com dificuldade, resistência,
burocracia e treinamento, no que diz respeito à implantação e operação do biodigestor.
Todos os gestores afirmam, em unanimidade, que é muito fácil operar o biodigestor.
Os mesmos gestores, entretanto, também ressaltam que foi importante o treinamento básico
fornecido pelas empresas fornecedoras do biodigestor. Alguns depoimentos:
“O Biodigestor é fácil de operar... nós tivemos treinamento com o pessoal que construiu o
biodigestor... o manuseio mais correto possível... com treinamento e tudo para garantir os
trabalhadores o máximo de segurança...” (M13).
“O biodigestor é tranquilo... é o funcionário que liga, desliga... mas foi feito o treinamento
através do pessoal que forneceu equipamento...” (M12).
“É fácil... o pessoal tem que entender o que eles tem que fazer para regular o pH... daí eles
aprendem... nós demos toda a assistência técnica e o pessoal aprendeu rapidinho e hoje tá
operando... bem bacana...” (M10).
“Aqui é assim... do funcionamento... da forma que é... não tem segredo, não... o pessoal aqui
trabalha bem... conseguiu se adaptar bem com ele...” (M8).
“Na verdade, não tem muito que o que fazer... o que a gente faz é acompanhar... todo dia nós
acompanhamos o pH de saída do biodigestor... só... e nada mais...” (M7).
Já o fornecedor do biodigestor (FB2) pontua:
108
“Você tem que pensar na eficiência do tratamento... um biodigestor bem montado, bem
operado, você pode ter eficiências de até... na ordem de 90% de tratamento... ou superior...”
(FB2).
A dificuldade, resistência e burocracia, neste ponto, na opinião dos gestores, centra-se na
formação de outros gases, além do metano que danificam o biodigestor, a manta – gel
membrana – que recobre a lagoa, acidificação – aumento de acidez no efluente – e da
dificuldade de conversão do biogás em energia elétrica:
“Então, o suíno tenho problema que tem o gás sulfídrico... A mandioca não tem esse
problema... Então, tem que ter um filtro melhor, com melhor capacidade de filtrar esse gás...”
(M1).
“... ainda existem pessoas que tem um certo... desconforto... medo disso... aquilo... tanto da
parte de motor... antigamente você... estragava muito... você... porque o gás é corrosivo, né?...
Então você teria que filtrar ele... não sabia como é que fazia... e tal... a parte operacional era
difícil... então... assim...” (M2).
“É... porque começou a... começou a rasgar... furar... a gel membrana tava com indício de
começar a apodrecer...” (M3).
“Então, duas ou três vezes, a gente teve problemas de acidificação do biodigestor... aí foi um
Deus nos acuda... levava, aí, três meses até recuperar nossos biodigestores...” (M7).
“Porque quando eu utilizo o biogás para produzir energia elétrica eu tenho que fazer um
investimento muito maior nos motores... O motor... O gerador... Para tudo isso... Isso tem que
estar... A concessionária coloca um monte de... Várias regras para ele colocar essa energia na
produção... é muita burocracia...” (S1).
Pelos depoimentos colhidos, pode-se notar que não há complexidade na operação do
biodigestor. Ele é fácil de operar e a manutenção é barata, sendo que qualquer funcionário da
empresa pode operá-lo após um treinamento básico.
3.4.1.3 Compatibilidade
Estrutura da empresa, produção, cadeia produtiva e carga orgânica foram os termos
relacionados na entrevista realizada, quando se perguntou se o biodigestor era compatível com
a empresa. Neste item, os entrevistados responderam apenas que foi fácil integrar o
biodigestor na cadeia produtiva sem ocasionar nenhuma mudança na empresa ou na produção.
É importante relatar que o biodigestor é construído com base no tamanho da empresa
109
(estrutura) e da sua produção, ou seja, empresas maiores têm produções maiores, logo,
biodigestores maiores. As empresas menores, devido à pequena produção, têm biodigestores
menores ou nem os têm, pois, a legislação não obriga o produtor a ter um biodigestor, apesar
de obrigá-lo a fazer um tratamento adequado do efluente:
“É... A vantagem do biodigestor, em mandioca, é que a carga orgânica do efluente é bastante
alta em relação aos demais, sabe? Comparando com os suínos, a proporção é bastante, com
agricultura... unidade de leite... Então, a grande vantagem da mandioca é a carga orgânica do
efluente que é bem superior aos demais, sabe? Tem uma fábrica hoje, que eu tenho 950 metros
cúbicos de gás metano...” (M1).
“Na realidade... aqui o biogás é o gás metano... tanto na mandioca como no milho é o mesmo
com a diferença que na mandioca você tem uma produção... bem maior que no caso do milho...
então... a mandioca ele tem um poder enorme em termo de produção de gás... já o milho... é
bem menos...” (M3).
“Então... assim... quanto mais moagem, mais produção tem... Mais alimento você tá jogando
nessa primeira lagoa e mais gás vai gerar...” (M12).
“Aí você vai dizer: Todo seu sistema vai ter biodigestor? Não... Nem todo mundo tem uma
escala de dejeto de produção suficiente para utilizar um biodigestor... Os Pequenos produtores
não têm dejeto suficiente que gera gás para eles utilizarem os biodigestores... a legislação... Ela
permite que o produtor mantenha lagoas aeróbicas, anaeróbicas... Fazem uma pré
fermentação... Por um período de quatro meses... Seis meses... No qual um dejeto passa a ter
características que pode ser usado na fertirrigação...” (S1).
3.4.1.4 Vantagem Relativa
Os principais termos relacionados, colhidos durante a entrevista, foram benefícios
econômicos, benefícios ambientais, imagem da empresa, reputação da empresa, legitimidade
da empresa, novos mercados, melhor desempenho, maior ganho e redução de custos. Quanto
ao acesso a novos mercados, todos foram unânimes em afirmar que a adoção do biodigestor
não tem relação alguma com acesso a novos mercados, uma vez que todos possuem uma
clientela fixa. Os termos relacionados, junto aos entrevistados, proporcionaram muitos
comentários e depoimentos. Vamos apresentar alguns deles, que representam as opiniões dos
demais:
“A biomassa era muito escassa e cara na época. Se tu pegar uma lagoa, tu ver a quantidade de
gás metano que ela produz e é gás metano que vai queimar... Porque a gente não pegar, fechar
110
a lagoa e não usar? Foi aí que nós começamos a usar os biodigestores... o benefício econômico
foi muito interessante... A vantagem do biodigestor, em mandioca, é que a carga orgânica do
efluente é bastante alta em relação aos demais, sabe?... quanto maior a carga org|ânica, maior o
retorno econômico...” (M1).
O gestor da Mandioca 1 complementa:
“...mas tem a questão da sustentabilidade também, isso pegou bem melhor... Por exemplo,
assim ó, um gás que estava indo para atmosfera causando o efeito estufa e agora que você
colocou uma lona, pegou a tubulação e tá queimando ele, ele também gera... Pegou muito bem
a questão do meio ambiente, menos cheiro e tudo mais aí... Isso gerou prêmios para a
empresa... a questão da sustentabilidade...” (M1).
O gestor da Mandioca 2 relaciona o biodigestor a um eficiente tratamento do efluente
e fala sobre a imagem da empresa após o biodigestor:
“Além do benefício econômico, que foi mais vantajoso para a gente, ele passa a ser um
equipamento para melhor tratamento do seu resíduo... como benefício ambiental... não é só a
questão do biogás...é uma questão de tratamento... muitas pessoas que, de certa forma, tem
uma certa dificuldade em tratar seus efluentes, pelos projetos, pelo sistema que tem... coloca-se
um biodigestor para ajudar da decomposição da matéria orgânica...... então hoje a gente tem
uma eficiência de tratamento muito melhor do que tinha antes... sem o biodigestor... sem
contar que o efluente tratado é utilizado para fertirrigação...” (M2).
“Para nós o custo do biodigestor e o retorno que ele te dá foi, de longe, o melhor... para o meio
ambiente acho que ficou bom... porque... ó... só pra você ter uma ideia... antes... quando era
lenha... a gente tirava uma média de duas, três carriolas de cinza por dia... porque não tinha
onde jogar, então a gente jogava em qualquer lugar aí... ah... tinha a chaminé lá, né, o dia todo
uma fumaça preta... o dia inteiro subindo... E... Hoje cê não vê nada... Tudo limpinho...” (M5).
O gestor da Mandioca 6 destaca:
“Então... quando a gente até colocou isso aqui... o biodigestor era uma coisa que... muita gente
veio aqui visitar... porque justamente o benefício que trazia, justamente esse que eu comentei...
o forte odor que saia da lagoa por causa do material orgânico em putrefação... nossa... era um
tratamento eficiente porque não tinha mais aquele cheiro forte... e aí a questão que era uma
coisa muito mais limpa, né... aí... então... a imagem da empresa virou uma referência porque a
gente foi um dos primeiros que colocou aqui na região...” (M6).
Já o gestor da Mandioca 8, resume o depoimento de todos os gestores entrevistados:
111
“O melhor benefício é o econômico... redução de 100% no uso da lenha... que é cara... É...
você tem dois benefícios ambientais... você reduz a queima de madeira... e também não emite
o gás metano para a atmosfera... com o efluente tratado, utilizo ele para fertirrigação... outro
benefício econômico... não gasto mais com fertilizantes... e a nossa imagem melhorou... muitos
clientes elogiaram nossa iniciativa... e a própria comunidade por causa do mau cheiro que saia
da lagoa... agora não sai mais porque a lagoa está coberta e o gás vai direto para a tubulação
queimar na caldeira...” (M8).
O chefe responsável do ORA1 argumenta:
“...eu diria que à medida que forem aparecendo resultados econômicos positivos em relação a
isso, as indústrias poderão, ou mesmo as atividades, a utilizar disso... então, no estado não
houve uma mudança em relação as energias produzidas por fonte fotovoltaica ou biomassa
com a isenção de ICMS... os efluentes das indústrias geram emissões gasosas atmosféricas, os
particulados, odor e também o efluente final... e com isso nós vamos trabalhando ao longo do
tempo para que houvesse melhorias nesse sistema... aquelas empresas que implantaram seus
biodigestores foi em função de interesse próprios deles... depois foram licenciados pelo ORA...
o ORA não obriga ninguém... na verdade, a empresa apresenta o seu sistema de tratamento e
esse sistema de tratamento tem que estar adequado aos parâmetros estabelecidos de
lançamento...” (ORA1).
Quanto à imagem da empresa, reputação e legitimidade, os gestores ressaltam:
“A gente observa, claro, que muda a imagem perante a comunidade... porque se interessa no
assunto... vê que a gente tá adotando algumas práticas ambientais... e, nesse sentido, os órgãos
ambientais também... é... enxergam com bons olhos...” (M2).
“Melhora sim... A gente... Eu sinto assim que tem concorrente que admira a gente... pela
iniciativa e até acaba respeitando um pouco mais a nossa unidade né?” (M12).
“Mexe... Porque um dos processos de você minimizar carga de contaminação de uma
produção... Uma produção de suínos através do dejeto é você ter sistemas mais eficientes que
não gerem contaminação... Tá? Então... O fato de você ter processos na sua produção junto à
comunidade que você tem biodigestores e não simplesmente tem uma lagoa lá... Onde você usa
o dejeto... Isso traz... Isso melhora e é significativo... Sustentável, né? A palavra sustentável
entra muito bem nisso... Eu tenho biodigestores e, além disso, eu uso o meu dejeto para fazer
irrigação da produção agrícola... Então... Esse apelo socioambiental... Ele é muito grande...”
(S1).
112
“Como eu posso dizer... Eu acredito que tudo que é... A gente vai renovando... Vai
melhorando... Isso melhora a imagem empresa... E a gente trabalha para quê tudo o quê vai
trazer recursos bons, nós vamos investir...” (M13).
3.4.1.5 Qualidade dos Recursos Humanos
Os termos pertinentes à qualidade dos recursos humanos estão relacionados com
solução de problemas, novas ideias, novas tecnologias, conhecimento e melhorias. Durante os
depoimentos, observou-se um grande conhecimento, por parte dos entrevistados, no quesito
biodigestão e biodigestores, bem como em melhorias, novas ideias e tecnologias que podem
ser implantadas na solução de diversos problemas:
“Aí a gente ficou conhecendo tudo sobre a questão de biodigestores... A gente tinha feito
biodigestores nos nossos protótipos, mas a gente passou a conhecer mais um pouco dos
biodigestores de projetos industriais.” (FB1).
“Aí nós pensamos: Porque a gente não pega esse gás e transforma em energia térmica? Aí a
gente começou a desenhar este projeto... Entendeu? A gente não pensava mais em créditos de
carbono... Só em energia térmica...” (M1).
“Isso aí... a gente pode perceber, porque depois nós fizemos algumas melhorias... E... e
principalmente algum detalhe... assim... de vazão... porque você não sabe... é... dimensionar...
você vê um efluente ali... você acha que vai ter uma produção de gás e depois quando você vê,
pode dar... no nosso caso foi... a surpresa maior...porque o rendimento foi maior... Então...
como foi maior... eu tive que fazer algumas mudanças para não deixar de... como existia... não
deixar de consumir ele.. o biogás...” (M3).
“Hum... hum... sim... no nosso biodigestor... é... claro, você vai adquirindo experiência... então
você acaba mudando também o seu pensamento conforme você vai vivenciando... vai
experimentando as coisas... é... a gente, por exemplo, a gente fez a compra diretamente da gel
membrana, eles executaram a obra... é... tiveram algumas questões... tipo... de ancoragem,
dimensionamento... mas resolvemos...” (M4).
3.4.1.6 Suporte Organizacional
Segurança, comportamento verde, projetos e recursos foram os termos relacionados na
entrevista realizada, quando se perguntou se a alta administração incentivava os funcionários,
oferecia recompensas ou recursos para entenderem sobre práticas ambientais e
113
comportamento verde. Para os gestores entrevistados, a questão da segurança, aliada ao
comportamento verde, são itens importantes a serem considerados:
“O grande trunfo nosso aqui... aí sim, eu posso dizer que nós fomos os primeiros... até em
função de algumas exigências que a Mandioca 3 tem... é... como conceito isso... que é a parte
de segurança e a parte legal... ambiental, né? A Mandioca 3 tem uma área ambiental que
trata...trata só disso...” (M3).
Eu acho que é um pouco de parte daquilo que eu penso de... como filosofia de vida... sabe? Em
casa eu faço... procuro... é... separar o lixo que pode ser reciclado... e tudo mais... aqui, na
nossa cidade... tem uma organização que cuida disso também... então eu sempre procuro fazer
essas coisas... separação... e tudo mais... e aqui também...” (M4).
“Bom... a gente na época, a gente tinha mais a questão de segurança... que a gente também já
tinha o sistema já implantado... básico... de segurança... como a gente comentou... de... controle
de pressão... de válvula... de proteção... do próprio... da própria lagoa do biodigestor... toda
cercada... colocou ali... gramado... todo... para controle de altura dessa água, né?” (M6).
“Sim... Olha nós fazemos a Dipat aqui mesmo... O nosso pessoal... Toda segunda-feira eles
fazem treinamento tanto da parte da produção... Em geral... Envolvendo tudo que está aqui
dentro da nossa fábrica... Sempre com a consciência de preservar o meio ambiente... e
segurança na produção... Principalmente a parte de perdas... Resíduos...” (M13).
Com relação à parte de projetos e recursos, todos os gestores fizeram os biodigestores
com recursos próprios. Na época, a Itaipu tinha um projeto de biodigestor para a geração de
energia elétrica. A própria Itaipu implantava o biodigestor, os motos geradores e a ligação
com companhia elétrica, que tinha o prazo de cinco anos. Após este prazo, o projeto findava-
se e os gestores partiam para a geração de energia térmica, só que com recursos próprios
(segundo depoimentos dos fornecedores de biodigestores FB1 e FB2).
3.4.1.7 Incerteza Ambiental
Os principais termos relacionados, colhidos durante a entrevista, foram mercado,
concorrente, comportamento competitivo e sazonalidade. Quando questionados sobre a
decisão de adotar o biodigestor como uma forma de se manter atuante no mercado e sobre
quanto os concorrentes influenciaram na decisão da adoção, alguns aspectos relevantes forma
obtidos nas respostas:
114
“Não, ainda não... A gente tem um projeto... O problema nosso é que nós temos sazonalidade,
na nossa região, não temos 11 meses direto... tem empresas que tem... Isso facilita bastante,
sabe? Eles têm plantio próprio, fornecedores... A Mandioca 1 hoje não tem fornecimento de 11
meses... Se você tem fornecimento de 11 meses tu consegue produzir energia elétrica e energia
térmica e até sobra... Quando não tem, a gente trabalha com produtos para amido modificado...
Não trabalha só com fécula... É um produto mais especializado que a gente trabalha, sabe?
Então, quando eu não tenho mandioca, eu diluo a fécula...” (M1).
“Então assim... é... foi um... gerou... gerou... um... uma novidade no mercado da mandioca e
fez com que todo mundo colocasse... o pessoal observou as vantagens disso... concorrência?
ah... na verdade assim... é... é... como é que se diz... até o próprio M1... ele deve ter contado...
não sei se ele contou... essa história para você... que ele falava que depois que nós instalamos o
biodigestor nosso parecia que tinha uma santa milagreira, lá... porque cada semana aparecia
uma lá querendo visitar... conhecer, entender o processo... enfim... a Mandioca 1 não tem
porque temer a concorrência... isso não é segredo de estado...” (M2).
“Mas o mercado... o mercado tá... não é assim também não... o mercado... ele trabalha... tem
vários... tem algumas empresas que... lógico que tem as selo verde, mas muitas trabalham com
o preço... se você tem empresas, você tem negociação... se você não tem... não tem
negociação... e tem alguns casos que você tem os seus clientes físicos... eles veem muito a
questão de... a qualidade do teu produto... para estabilidade... que você consegue entregar...
consegue manter... consegue ter um produto para atender na hora que ele precisa... muitas
empresas trabalham nesse ramo... e olha também a parte... isso é todas as empresas... não é só a
Lar... mas trabalham com o custo-benefício, né? Se você tem um produto de qualidade, com
valor mais baixo, você ganha o cliente...” (M3).
“É oscilação de oferta de matéria prima... é... tem anos que você vai... tem excedente... tem
falta de matéria prima... então... isso oscila muito... e é assim... sempre foi assim e, no caso da
mandioca, sempre será...” (M4).
“Eu consigo competir no mercado... aqueles que não adotaram vão ter um custo mais alto no
produto final... Se eu continuasse com a lenha talvez eu fosse perder uma venda para alguém
que consegue vender mais barato do que eu... ia ter mais lucro do que eu... é a concorrência...”
(M5).
“Infelizmente, o cara não pega esse dinheiro que tá economizando e põe no bolso... ele repassa
isso para o preço do produto... todo mundo teve que correr atrás do biodigestor para se manter
no mercado... se houve concorrência?... claro...” (M7).
“... adotar o biodigestor foi uma forma de nos mantermos atuantes no mercado... você reduz o
custo... você pode manter o seu produto... ser competitivo...” (M8).
115
“Manter-me atuante no mercado? Não... no caso de suínos... é mais outra questão... Acho que é
mais a questão de você respeitar as normas ambientais, o que o biodigestor te proporciona...
nenhuma empresa me paga a mais por quilo de suíno por eu ter ou não um biodigestor...” (S1).
“Eu consigo me manter atuante no mercado... você vai ter o desembolso de um lado, né... para
o investimento, né... mas, ao mesmo tempo, ele auto se paga... então, no final das contas, a
economia vai se refletir no preço do meu produto lá na frente...” (A1).
Na opinião de um dos fornecedores do biodigestor, a questão de se manter atuante no
mercado está pautada pelo benefício ambiental – como expressa o gestor da Suínos 1:
“Estar ambientalmente correto é uma forma de se manter no mercado... para a concorrência...
quando você coloca uma propaganda de que você é ambientalmente correto... isso chama a
atenção...” (FB2).
3.4.1.8 Suporte Governamental
Os termos pertinentes ao suporte governamental estão relacionados com apoio,
incentivo, órgãos de fomento, falta de apoio e falta de incentivo. Os depoimentos dos gestores
versaram sobre a falta de apoio financeiro e incentivo fiscal, da parte do governo, na adoção
de uma tecnologia limpa. Quando perguntados se eles receberam algum apoio financeiro ou
incentivo fiscal para a adoção de uma inovação verde, algumas respostas representaram todos
os outros gestores:
“Não recebemos e desconheço da existência disso... um exemplo... a empresa que faz a
reciclagem... ela tem todo o trabalho para produzir um plástico reciclável e paga o mesmo
imposto do cara que pega o petróleo para fazer plástico... que incentivo que o cara tem? O cara
que faz isso daí teria que ter uma tributação diferenciada... alguma coisa assim...” (M2).
“Não... é muito pelo contrário... inclusive... na época... é... que a gente tava com essa ideia... a
gente foi buscar recurso... alguma taxa atrativa... aí é que o recurso não casa com a prática...
você tem muitos defensores desta questão: ah... precisa inovar... precisa investir naquilo que é
ambientalmente correto... ecofriendly... e tudo mais... mas, na prática não acontece dessa
forma... você vai atrás de uma linha de crédito específica... uma taxa melhor... é muita
burocracia... A gente conversou com o BRDE... era muito burocrático... o sistema... o
procedimento... como tudo funcionava... exigia-se muitos projetos... e a gente não acabou
buscando esse recurso através deles e acabando fazendo tudo por conta própria...” (M4).
“Não... infelizmente não... o que acontece muito é você fazer o reuso para ter o menor custo
possível... e aí você reduz o teu custo do teu produto para se manter competitivo no mercado...
116
mas ajuda do governo... não teve nenhuma... pelo menos na cadeia produtiva da mandioca...”
(M9).
Apenas dois gestores citaram órgãos de fomento que ofereciam linhas de crédito para
a construção de biodigestores ou investimento em tecnologia limpa. Um, inclusive, conseguiu
lembrar qual era o órgão:
“A gente, para comprar o equipamento, fez um empréstimo... financiamos uma boa parte...,
mas não lembro qual era o órgão de fomento...” (M12).
“Sim... sim... esse trabalho que a gente fez foi, basicamente, os custos para a implantação dos
biodigestores tudo foi... a fundo perdido... pelo FINEP... isso enquanto nós estávamos na
geração de energia elétrica... quando partimos para a geração de energia térmica... aí foi
investimento nosso... enquanto era fornecimento de energia... nós tínhamos apoio do FINEP...
o prazo era de cinco anos de fornecimento de energia... quando acabou o prazo, decidimos
partir para a energia térmica com investimento nosso...” (A1).
Um dos fornecedores do biodigestor confirma a existência de linhas de crédito
específicas para a construção de biodigestores, mas não soube dizer qual órgão as oferecia:
“Teve... lá atrás... umas linhas de crédito específicas para isso... para a construção de
biodigestores... não sei como está hoje... pelo menos, para determinados setores existia... na
suinocultura existia essa linha de crédito...” (FB2).
O próprio órgão regulador ambiental afirmou que houve empresas que recebiam
incentivos do governo, mas não soube detalhar:
“É... não sei por quanto tempo...” (ORA1).
3.4.1.9 Pressão Regulamentar
Os termos pertinentes à pressão regulamentar estão normas e leis, fiscalização, multa,
denúncia, problemas ambientais, reclamação, auto monitoramento, odores e isomorfismo
coercitivo. Quando perguntados sobre se o governo definia regulamentos ambientais para
inovações verdes, se havia pressão por parte do governo para adotar o biodigestor e se havia
fiscalização, as principais respostas foram:
“Sim... não... foi bem tranquilo... a questão do licenciamento... tudo... com o ORA... que é o
Órgão Regulador Ambiental... inclusive o Chefe Responsável vinha aqui, observava... as
lagoas... tudo mais... então... a gente procura preservar e ir... plantando mais árvores ao nosso
117
redor porque tem também... a parte legal que tem que ter, mas além disso a gente também tem
essa preocupação... sempre tá plantando mais árvore... que não vá atrapalhar a circulação... a
propriedade, né?” (M4).
“Isso acontece até hoje ainda... às vezes ele passa aí... até olha, né, para ver se não tem coisa
indo para o rio... para ver se está tudo certinho... lixo... essas coisas... de vez em quando eles
olham...” (M5).
“Então..., mas como o tratamento era muito eficiente... o monitoramento era mensal e a água
não tinha nada que... era pura... livre de resíduos... não tinha nada que... mesmo antes de fazer
o biodigestor... mesmo antes, a gente nunca teve problema nenhum... o rapaz que era do
ORA... ele fiscalizava aqui... ele até comentava que o melhor tratamento de efluentes, que eu
tenho, é de vocês... mas nunca aconteceu... nenhuma sanção... não teve nada...” (M6).
“Não... só do ORA, né... esse sim... tá direto aí... se você estiver fora do padrão... tem multa
sim... o ORA é muito rígido..., mas nunca fomos multados... a gente sempre teve certinho... as
multas são caras... se bobearem, eles vêm aí e fecham a fábrica, né... diferente de quando você
tem um processo que tá parametrizado pelo órgão do governo... se você tá fora do parâmetro e
aí você faz um investimento para se adequar no parâmetro... como nós fizemos... para você
entender melhor... O metano... ele não é controlado pelo governo... você não tem um limite de
metano para lançar... e você não vê isso acontecendo... você olha para a lagoa, você não vê isso
acontecendo... o metano subindo ali... é diferente de uma chaminé com uma fumaça preta...
você tá vendo aquela coisa ali... que você tem que tomar uma atitude para resolver, né? Na
verdade a gente tem um termo de... um acordo que as empresas têm com o Órgão
Regulamentar de auto monitoramento... então nós temos que fazer o auto monitoramento e
uma vez por mês eu tenho que mandar esse efluente para um laboratório terceirizado e aí o
meu resultado tem que bater com o resultado do terceirizado... e aí a gente apresenta para o
Órgão Regulamentar... e aí, de vez em quando eles vêm aí fazer uma fiscalização...” (M7).
“Com relação à área ambiental... eles vêm periodicamente... às vezes de 30 em 30 dias... às
vezes um pouco mais..., mas sempre com relação ao despejo para o recurso hídrico... eles
fazem análise da água que sai do efluente... e análise do solo onde está sendo despejado... e
qual é a carga que está sendo infiltrada...” (M9).
“A fiscalização que tem é a viabilidade do projeto ambiental... que é verificado pelo ORA...”
(M11).
“É... na realidade, o que acontece... todas as fecularias... elas têm que fazer o tratamento do
efluente residual que sai da indústria ali... então... assim... esse efluente... tem empresas que
fazem irrigação... no pasto... ... às vezes nem tem biodigestor... o cara faz o tratamento através
de lagoas... então ele tem a primeira lagoa... a lagoa primária... depois passa por mais três
lagoas... é feito um tratamento... tem empresas que adicionam bactérias, né... vai ajudar na
118
decomposição alí... quando chega na última lagoa vai pro rio... a água limpinha... da forma que
a legislação pede... a primeira lagoa é onde gera o gás... é uma lagoa... anaeróbia... como nós
temos excedente de biogás, partimos para a geração de energia elétrica... só que é bem
burocrático e para você fazer a ligação com a concessionária é mais burocrático ainda... bem
complicado porque depende de liberação do ORA... O órgão governamental..., mas hoje, além
de energia térmica, nós geramos energia elétrica que vai para a concessionária e volta para nós
como créditos na nossa conta de energia da indústria...” (M12).
Os respondentes não citados nos trechos acima disseram que nunca tiveram problemas
ambientais nem sofriam pressão por parte do governo, uma vez que atendiam a legislação
vigente – o tratamento do efluente –, apesar das fiscalizações pelo órgão regulador ambiental.
O fornecedor de biodigestores (FB2), durante a entrevista, relatou um caso de
autuação pelo órgão ambiental onde as lagoas anaeróbias estavam em área de APP (Área de
Preservação Permanente):
“... era um projeto de expansão e produção... e ao mesmo tempo nós tivemos um outro trabalho
lá... eles foram notificados pelo órgão ambiental... no caso... ORA... houve na época uma multa
e foi dado um prazo a ser cumprido para realocação das lagoas... eles tinham parte das lagoas
dentro da área de preservação permanente... na época, nós apresentamos o projeto, entramos
com uma defesa administrativa junto ao órgão, conseguimos, através dessa representação, uma
redução no valor da multa...então... com a fábrica em operação... nós mexemos em todo o
sistema... realocamos as lagoas... para fora da área de APP... e aí bastou cumprir os prazos que
nós apresentamos para o órgão... foi um processo um tanto quanto longo... em questões
ambientais... a regulamentação está se tornando cada vez mais rígida... Mas outra coisa
importante também é mencionar que não existe uma regulamentação para a quantidade de
liberação de gás metano na atmosfera... a regulamentação existe para a liberação do efluente
líquido... não existe ainda uma norma regulamentar para a liberação do gás... a medição da
quantidade de gás que é liberado é feita com base no volume do efluente...” (FB2).
Em contraponto, o depoimento a seguir é do chefe responsável pelo ORA. Ele fala
sobre a regulamentação ambiental e as autuações realizadas:
“Veja... as multas... as nossas multas eu não diria que elas são altas, não... porque as multas
estão associadas... nós temos um manual de fiscalização... ela é baseada no decreto que
regulamenta a lei de crimes ambientais... então o ORA identifica as empresas como pequenas,
médias, grandes e excepcionais... são esses quatro critérios... e também tem o critério se a
multa é leve, mínima, média, grave ou gravíssima... no caso, quando é gravíssima a multa é
mais elevada... pode variar, por exemplo, de R$ 1.000,00 a R$ 50.000,00... mas elas variam
dependendo do tipo de empresa... e elas podem chegar a mais... a R$ 50.000.000,00... mas nós
119
nunca tivemos multas que passassem de R$ 100.000,00, por exemplo... e para ter esse valor
precisa ser uma situação muito grave e estar relacionada ao tamanho da empresa e do físico, o
suinocultor... por exemplo... um suinocultor despeja dejetos no rio... é muito grave... porém, o
suinocultor, mesmo ele tendo um número grande de animais... qual seria a dosemetria que se
aplica para isso? Você não pode aplicar uma multa que ele não tenha condições de pagar... nós
levamos em consideração essa questão de que quem cometeu o delito ambiental... e
obviamente, naqueles casos onde o ORA não é atendido nem uma, nem duas, nem três vezes...
o ORA sugere a interdição... a gente sugere a interdição da atividade...” (ORA1).
Na sequência, o entrevistado explica como é feita a denúncia e autuação:
“Por exemplo, assim ó... denúncia de odores... é uma denúncia que não há como comprovar a
origem porque não existia metodologia, hoje já tem, para a medição desses odores... mas foi
feito um estudo associando questão de odores, o vento e pontos potencialmente geradores de
odores... a gente identificou empresas que tinham um potencial alto... e aí nós passamos a agir
individualmente... em cada uma dessas empresas... exigindo maior manutenção na operação de
suas atividades... essa questão do odor ainda é uma situação complicada... o que a gente pode
fazer é inferir de onde que veio o odor em função da direção do vento e do ponto... mas...
afirmar é impossível... ainda mais quando esse evento passa por duas ou três atividades
geradoras de odor... então... qual é o evento que gerou aquele odor reclamado pela população?
A gente pode até imaginar e dizer, mas em termos de comprovação... não tem validade...”
(ORA1).
Conclui, ORA1, explicando como é realizado o automonitoramento pelas indústrias da
região:
“Isso vai como uma condição para a licença ambiental... ela depende do tamanho da indústria,
do tamanho do efluente, do tipo de resíduo... a empresa é obrigada a apresentar um relatório
informando a qualidade do efluente através das medições realizadas pela própria indústria...
caso ela tenha tido algum parâmetro em desconformidade com o que foi estabelecido na
licença, a empresa tem que apresentar o que ela vai fazer para remediar... mas tudo isso
depende de análises de técnicos e nem isso sempre acontece com todas as indústrias do
estado... porque é muito coisa e o número de pessoal que nós temos é restrito...” (ORA1).
3.4.1.10 Pressão do Cliente
Auditoria, selo verde, práticas ambientais, prêmios e isomorfismo mimético foram os
termos relacionados na entrevista realizada, quando se perguntou se os clientes “obrigam a
empresa a melhorar” o desempenho ambiental, se essa melhora é importante para o cliente e
se este influenciou na decisão da adoção do biodigestor, uma vez que esse tipo de cliente,
120
geralmente, procura produtos com o chamado selo verde ou “empresas amigas do meio
ambiente”.
Esse item, no geral, também foi pouco comentado pelos gestores, levando a respostas
do tipo “Não... nunca sofremos pressão dos nossos clientes” ou “Temos uma clientela fixa”.
Mas merecem destaque algumas respostas de alguns entrevistados:
“Mas o mercado... não é assim também não... tem algumas empresas que... lógico que tem as
selo verde, mas muitas trabalham com o preço... se você tem empresas, você tem negociação...
se você não tem... não tem negociação... e tem alguns casos que você tem os seus clientes
físicos... eles veem muito a questão de... a qualidade do teu produto... para estabilidade... que
você consegue entregar... consegue manter... consegue ter um produto para atender na hora que
ele precisa... muitas empresas trabalham nesse ramo... e olha também a parte... isso é todas as
empresas... não é só a Mandioca 3... mas trabalham com o custo-benefício, né? Se você tem
um produto de qualidade, com valor mais baixo, você ganha o cliente...” (M3).
“A gente tem essa consciência e esse tipo de cliente que faz essa busca por empresas que
tenham essa preocupação e a gente sabe dessa preocupação, mas ela nunca foi levada mais
adiante no sentido de ter notado e percebido através de uma campanha de marketing, algum
posicionamento da marca com relação a isso para estar atendendo esse cliente em especifico...
o nosso cliente é mais o tradicional mesmo...” (M4).
“Tem empresa que olha isso aí... cliente nosso... tanto é que as vezes eles perguntam se a lenha
é nativa, quer saber a origem do amido, quer saber se a lenha é de reflorestamento, se é
certificada...... eles perguntam isso aí... a gente diz que não usa mais... cliente empresa grande
né... empresa pequena não olha não...” (M5).
“Nas auditorias, os clientes fazem essas perguntas... na auditoria a gente vai até o produtor
rural... e toda a cadeia de fornecedor deles... eles fazem essas auditorias para a gente saber se tá
seguindo as normas ambientais, de boas práticas de fabricação, né... cada vez mais a gente tem
sido cobrado... nesse item... Não importa oferecer só um bom produto, mas também tem que
ser um produto que... onde a empresa que produz, ela respeita o meio ambiente...” (M6).
“A palavra sustentável entra muito bem nisso... eu tenho biodigestores e além disso eu uso o
meu dejeto para fazer irrigação da produção agrícola... esse apelo socioambiental... ele é muito
grande... a gente não tem selo verde para isso, mas nós trabalhamos os nossos principais
clientes com toda a parte demonstrando o nosso investimento na relação ambiental... há uma
pressão de clientes muito mais voltada para o bem-estar animal... para a questão de uso de
antibióticos... o meu cliente vai querer que eu cumpra as normas ambientais... porque se eu não
cumprir as normas ambientais, eu não deveria estar operando... então eu cumpro a norma
121
ambiental... o biodigestor aí é uma ferramenta... que eu posso optar ou não... aí depende do
meu tamanho e que benefícios ele vai me trazer se eu tenho condição de usá-lo...” (S1).
“Vamos dizer assim... falando em clientes de uma forma geral... o Brasil... é um país
que ainda não olha para estas questões... a maioria das pessoas ainda não tem muita
consciência de comprar de tal empresa porque são amigas do meio ambiente... olhando para
fora... por exemplo, hoje, o MD (maior rede de fast food de hambúrgueres do mundo) é um
cliente da Ave 1... um dos grandes clientes da Ave 1... ele é um cliente que ele exige que a
gente tenha a certificação de responsabilidade socioambiental...então nós temos a certificação
de responsabilidade socioambiental do Mc Donald´s... se a gente não entender os indicadores
de desempenho... chamados KPIs, não tivermos programas ambientais, não tivermos objetivos
e metas, tudo aquilo que a ISO 14001... que exige através de uma NBR... nós não... eles não
fazem a compra do nosso produto... então assim... isso tudo... é claro... olhando por esse lado,
né... vamos dizer assim... os clientes externos estão muito mais preocupados com isso... então,
de fato, é uma diferencial... eles vêm, fazem essas auditorias, o cliente é de excelente
qualidade... eles gostam muito de ver isso, cara... infelizmente o cliente brasileiro ainda não se
atenta muito a essa questão...” (A1).
A opinião de um dos fornecedores do biodigestor aponta para o lado socioambiental
também:
“E aí esse produto que você coloca no mercado você tem que dizer que no mínimo você está
ambientalmente correto... hoje você pega um consumidor... ele vai na gôndola do
supermercado... pega o produto e quer saber a origem... se aquele produto tem algum atestado
ambiental... selo verde... não vou dizer todos os clientes... mas existe um segmento... e tá
começando a fazer certa diferença...” (FB2).
“Sim... a gente tem, periodicamente, a auditoria das empresas onde a gente fornece o produto...
e eles vêm fazer auditoria... e nessas auditorias a gente tem ouvido bastante a questão do meio
ambiente... eles trabalham bastante em cima disso... então... conforme a visita eles verificam
bastante esse ponto forte do biogás que nós temos...” (M17).
3.4.1.11 Pressão do Fornecedor do Biodigestor
Os principais termos relacionados, colhidos durante a entrevista, foram projeto de
implantação, estudo de viabilidade, demonstração, divulgação, ideia, créditos de carbono e
isomorfismo mimético. Os entrevistados foram questionados sobre por que a empresa adotou
o biodigestor, como este foi adotado, se outra empresa adotou antes, de onde veio a ideia,
como a empresa ficou sabendo do biodigestor e se o fornecedor do biodigestor influenciou na
adoção. Nos relatos a seguir, estão demonstradas algumas opiniões que representam a maioria
122
dos entrevistados e um ponto em comum: a influência do fornecedor na adoção do
biodigestor:
A ideia e o porquê de ser adotado, no caso desta entrevista, veio do fornecedor do
biodigestor (FC1), que ofereceu à Mandioca 1:
“...aí, ninguém queria ser o primeiro. Visitei algumas empresas... quatro, cinco vezes...
ninguém queria fazer. Eram projetos que a gente tinha orçamento de 1 milhão, 2 milhões de
reais... aí eu falei: ‘_Não dá...’. Eu vi os caras instalando a lona larga lá, e em outros lugares...
aí eu falei: ‘_Vamos encarar esse negócio aí.’ Aí, até que em julho... junho de 2011, o
pessoal... a Mandioca 1 falou: ‘_Vamos fazer um projeto aqui... faz o seguinte... faz o
biodigestor com o material mais barato que você tem... invés de fazer duas lagoas, faz uma só e
vamos ver o que que dá.... dois dias depois a Mandioca 1 estava economizando 80% de lenha...
depois chegaram a 100%...” (FB1).
O fornecedor do biodigestor (FB1) relatou como as outras empresas ficaram sabendo
do biodigestor, como foi adotado posteriormente:
“...daí o gestor M1 que, na época, era vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores
de Amido e Mandioca que é a ABAM... Aí, eu falei... eu conversei com eles, ‘_Mas, oh...como
eu vou fazer a preço de custo, eu gostaria que vocês divulgassem nosso projeto.’ Aí, o M1 me
convidou para eu dar uma palestra na ABAM. Quando eu saí de lá, eu tinha uns 30 cartões. Eu
tinha 30 biodigestores para fazer. Só que... inclusive as pessoas que... eu tentei várias vezes
entrar em contato... que nunca me receberam... me estenderam o tapete vermelho..., mas
depois, todas as indústrias foram visitando a Mandioca 1 e foram vendo que tinha economia,
né?” (FB1).
O fornecedor do biodigestor (FB1) explana, no seu relato, que ninguém na região tinha
adotado antes, uma vez que ele afirma ser o único a oferecer o biodigestor e conta como se
deu o processo de influência na adoção:
“Num primeiro momento, não tinha nenhum concorrente meu... só que eu não aguentei... Aí,
eu... bom, parei, selecionei os melhores clientes e daí... atendi muito bem os meus clientes...
né? Quando o cliente tinha problema ambiental, eu ia, fazia a parte da licença ambiental que eu
já sabia fazer... porque eu fui criado nisso... na parte da licença ambiental... resolvi alguns
problemas... porque a fecularia estava lacrada pelo Ministério Público... a gente abriu... e...
tipo... questão de dias, né? Aí, a gente foi sendo conhecido na região. Hoje, a maioria das
empresas... porque, praticamente, é tão viável, que todas as fecularias e farinheiras já fizeram.
A gente fez, eu acredito, uns 50%... ou 60%... talvez, né... eu não conheço todas... as que
tem..., mas eu acredito que foi uns 60%... entre farinheira e fecularia...” (FB1).
123
Para estabelecer o contraponto, apresenta-se agora o relato dos gestores:
“A gente acreditou nesta tecnologia, tá... é uma tecnologia, a princípio, de literatura, mas
sempre a gente pensava em créditos de carbono. E quando a gente pensava em créditos de
carbono, eu considerava no plural... aí nós pensamos: Porque a gente não pega esse gás e
transforma em energia térmica? Aí a gente começou a desenhar este projeto... Entendeu? A
gente não pensava mais em créditos de carbono... Só em energia térmica...aí conversando com
o rapaz, com o FB1, ele tinha uns projetos lá na Itaipu e ele era o meu colega, ele é agrônomo...
Aí a gente começou a discutir umas coisas... Aí que nós começamos a pensar nesses projetos
vimos por lá um negócio... aí que começou um negócio do projeto e deu certo... Aí nós
começamos a usar os biodigestores...” (M1).
O gestor da Mandioca 1 explica como ocorreu seu processo de adoção e como as
outras empresas ficaram sabendo do biodigestor:
“Na verdade, a Mandioca 1... Eu trabalho na Mandioca 1... A Mandioca 1 tem duas unidades...
então a gente começou pela unidade, que é mais moderna, e era mais fácil de fazer, tá? Aí, nós
conseguimos um retorno do investimento de 46 dias... Não chegou nem há 2 meses... como eu
sou da ABAM, a gente convidou o FB1 para participar lá numa reunião... Aí que o pessoal
começou a ver o que eles estavam perdendo em cada indústria... eles foram lá na fábrica
visitar... Esse pessoal... para ver o que que dava, né... eles viram o biodigestor instalado... eles
viram como era simples a coisa, então aí eles partiram para coisa, né? O investimento não era
alto...” (M1).
O gestor da Mandioca 2 relata:
“Na época a gente teve esse contato com o FB1... e juntamente com ele, a gente conseguiu...
começamos a trabalhar nessa linha... de gerar calor, né... aí ele... a gente começou... juntamente
com ele a... revisar alguns cálculos, algumas coisas aí... enfim... e conseguimos... chegamos
num resultado e apresentamos para a empresa... e dissemos: a gente saiu dessa linha de...
energia... de protocolo de carbono... é isso e aquilo... então... nos deram esse voto de
confiança... aí instalamos em 2011, na primeira indústria nossa aqui de mandioca... e o que a
gente esperava foi... duas vezes melhor do que a gente tinha calculado... a gente na época...
calculava uma economia na faixa de uns 30, 35% da madeira que a gente utilizada na
caldeira... e... nós chegamos aí na... no final do primeiro ano a... com uma média de 75% na
economia de madeira...” (M2).
“Nós fomos verificar... fizemos uma visita lá na Mandioca 1 e entendemos que nós já... já tinha
perdido muito tempo... é.... sem essa implantação... então... nós resolvemos montar aqui...
124
lógico que o investimento, no começo, ele assusta um pouquinho... porque você não tem
aquela certeza que vai... vai funcionar, mas como nós fizemos o teste em função de uma
orientação desse pessoal da Mandioca 1... e vimos que realmente o teste que ele nos orientou a
fazer era verídico... Nós... é... montamos aqui... Quem montou para nós foi o FB1 que já tinha
montado em outras indústrias...” (M3).
“Um lugar que a gente visitava para saber se... porque como é um investimento elevado...
também porque a nossa lagoa é muito grande... a gente observou que em outras fecularias... eu
e meu pai, na época... a gente visitou a Mandioca 1... e a gente fez um contato mais próximo
com a fecularia da Mandioca 1 e depois nós tomamos a decisão de fazer o investimento aqui
também... a gente tem uma relação muito boa com o M1 e o pessoal da Mandioca 1... e a gente
visitou e tomou a decisão de fazer o biodigestor... até... quem a gente pegou para instalar... é o
FB1... foi um investimento que já se pagou... muito rápido... em poucos meses...” (M4).
“Então... esse biodigestor... ele... eu fiquei sabendo dele na reunião da ABAM. A ABAM é a
Associação da Indústria de Mandioca... de Amido e Mandioca... aí... nessa reunião apareceu
um rapaz lá... o nome dele é FB1... ele tinha feito da Mandioca 1... a Mandioca 1 até parece
que financiou ele lá... comprou todos os materiais... era novo... ninguém tinha ainda... daí ele
fez lá e deu certo... ficou bom lá... para a Mandioca 1... a gente veio na reunião da ABAM e lá
ele mostrou, fez as fotos... mostrou... aí... daí... eu não fui um dos primeiro que colocou, não...
daí teve um pessoal que colocou... e aí a gente viu que era bom... Mas a primeira a colocar foi
a Mandioca 1... daí um fui pedi também, mas quando eu pedi já tinha uns 10 esperando... Aí a
fila já tava grande, né... aí todo mundo viu que era bom... aí ele começou a instalar... ele
instalou o nosso também...” (M5).
“O consumo nosso de lenha era bastante alto... 50 toneladas por dia... e aí foi... o FB1...
quando foi nos apresentado... ele trouxe aqui a ideia... porque acho que ele já tinha...
trabalhava, né... começou a trabalhar lá com os suínos, né... e algumas fecularias que tinha
começado a fazer... ele mostrou a viabilidade do que a gente tinha ali... que era uma lagoa já
bem antiga... tinha muito material ali na lagoa e aí ele falou assim: ‘_Olha... é o ideal para a
gente fazer, né?’... e aí fez a implantação... com um sistema... um sistema... na época eu até
lembro que tinha outros bem mais caros, né... eram projetos... são... e esse nosso foi um preço
mais baixo... aí... assim... logo no começo... a gente já percebeu uma diminuição muito grande
no consumo de lenha...” (M6).
O gestor da Mandioca 8 contatou o outro fornecedor de biodigestor, o FB2, mas ficou
sabendo da utilização de biodigestores na cultura da mandioca por meio de notícias que
recebeu dos biodigestores do FB1:
“Então foi assim... a gente precisava fazer umas alterações no nosso processo aqui, fazer umas
adequações também de mata ciliar, tinha algumas lagoas que estavam dentro da área de mata...
125
e aí a gente teria que fazer uma readequação das lagoas, né?... Nós procuramos, então, um
engenheiro... o FB2... engenheiro agrônomo... eu já tinha lido alguma coisa de biodigestores,
de um trabalho até que foi desenvolvido aqui... biodigestores para fecularia... aí... quando a
gente foi conversar com o FB2, ele sugeriu, então, da gente fazer essa adequação das lagoas e
já pensar em um sistema de biodigestor com lona... que é um negócio muito barato... você põe
a lona por cima da lagoa e tá resolvido... não tem nada daquele sistema europeu... igual a todos
os biodigestores aqui da região... esse sistema é muito barato e o retorno é muito rápido...”
(M7).
“A gente ficou sabendo entrando em contato com outras indústrias do ramo... quem instalou
para nós aqui foi... FB1... o pessoal daqui chegou a visitar outras fecularias para ver como era e
se dava certo..., o nosso se pagou em menos de um ano... um retorno rápido...” (M8).
“Quem nos apresentou o biodigestor foi o FB1... foi ele que implantou o nosso... ficamos
sabendo atráves da ABAM e fomos visitar a Mandioca 1 para saber qual seria o retorno
esperado e se realmemte dava certo... a implantação foi rápida e fácil... o retorno se deu bem
antes do que esperávamos... foi ótimo...” (M9).
“Através do FB1... ele nos mostrou o projeto, fomos ver como operava na Mandioca 1,
falamos com o M1 e ficamos satisfeitos com os resultados... quando a gente calculou o tempo
em que ele se pagaria... o investimento nele... e quanto nós reduziríamos o gasto com lenha...
chegamos à conclusão que era totalmente viável...” (M10).
“O biodigestor, na verdade, nem foi uma ideia nossa... na apresentação em uma reunião da
ABAM... uma das pessoas lá apresentou esse projeto e uma outra empresa já tinha feito... e o
que era interessante ele nos passou... investimento inicial baixo, redução drástica no consumo
de lenha e retorno rápido... os estudos que fizemos foi em relação às empresas que já tinham
instalado... avaliamos os outros e vimos que foram rentáveis e viáveis... aí a gente foi lá e fez o
projeto e a instalação propriamente dita com o FB1...” (M11).
O relato do gestor da Mandioca 12 se destaca dos demais porque, além do biogás
utilizado na forma de energia térmica, a empresa produz, também, energia elétrica advinda do
biogás:
“Olha... conversa de biodigestor já tem a um bom tempo... né... de muito tempo atrás...
porém... essa forma simples e eficiente a gente nunca viu... à princípio... quem começou a...
quem ofereceu para nós foi o FB1... na realidade através de outras empresas também... que já
tavam colocando... fazendo com ele... a Mandioca 1 foi a primeira, depois veio para nós... nós
conversamos com eles e alinhamos como eles estavam fazendo e fizemos também... além da
redução da lenha, hoje a gente economiza na faixa de uns 20% de energia elétrica que a gente
gasta... como estava sobrando biogás... então... nós começamos a ir atrás e achamos uma
empresa, fizemos uma parceria e colocamos um gerador para trabalhar... a gente comprou o
126
equipamento... compramos o projeto... fizemos as liberações necessárias e o projeto necessário
para interligar com a concessionária... está sendo ótimo...” (M12).
O depoimento do gestor A1 esclarece melhor como tudo começou:
“A questão na verdade dessa tecnologia de biodigestão foi um trabalho em parceria com a
Itaipu... quando se iniciaram os projetos do programa de geração de energia distribuída com
saneamento ambiental... o objetivo da Itaipu era estudar a capacidade de produção de biogás a
partir de diferentes tipos de biomassa... então ela trabalhou com a biomassa de suínos... aves...
aí, posteriormente, surgiram a partir da fécula de mandioca... o FB1 fez aquele modelo de
lagoa coberta mesmo... o mais simples... pegamos uma lagoa anaeróbia, dragamos ela,
limpamos, instalamos a drenagem... impermeabilização de fundo... drenagem de gases... com
intuito de avaliar esse potencial de produção de biogás... no nosso caso... foi com a biomassa
de aves... é foi muito bom o retorno...” (A1).
“Olha... foi assim... O FB1... ele tava fazendo em algumas empresas e ele veio fazer uma
avaliação e falou o quê ficaria bom... e conforme o resultado que foi avaliado na época, com o
biodigestor, isso ia reduzir do nosso custo fixo que seria a lenha né... o FB1 foi apresentar lá na
ABAM... A Mandioca 1 foi a primeira adotar aí nós conversamos com o pessoal da Mandioca
1... eles deram uma boa indicação... aí nós iniciamos o processo de implantação...” (M13).
A única empresa que não fez o projeto com o FB1 ou ficou sabendo do biodigestor por
meio de notícias do FB1 foi a Suínos 1, por estar localizada em outro estado. O gestor da S1
não detalhou como tudo começou ou de quem foi a ideia, pois ele não acompanhou o processo
de implantação na época.
3.4.1.12 Primeiro Adotante
Neste item, a entrevista se concentrou na influência do primeiro a adotar, a Mandioca
1, e se, realmente, o primeiro a adotar é importante no processo de adoção das demais
empresas. Pelos relatos descritos no item anterior (pressão do fornecedor), percebe-se a
influência do primeiro adotante (todos foram visitar para ver como era). Os principais termos
relacionados foram produtividade, desempenho ambiental, desempenho econômico e
isomorfismo mimético. Para confirmar essa evidência, fizemos a pergunta: o primeiro a
adotar é importante? Por quê? Os relatos a seguir resumem a mesma opinião dos demais
gestores:
127
“A isso com certeza... houve... e os feculeiros só acreditam vendo... aí então o empresário
investiu, mas só investiu a partir momento que ele viu o retorno... vendo o outro, serve como
uma experiência...” (M9).
“Eu acho que isso influencia sim... porque quando há uma... por exemplo... de um lado tem as
indústrias de cavaco e lenha e do outro você tem uma lagoa... vamos dizer... o ouro tem que ser
lapidado... quando as pessoas começaram a ter essa informação de que a própria Mandioca 1...
o próprio M1 diz: Olha, lá a gente fez a instalação do biodigestor, tá gerando gás, tá
queimando, deu uma redução de tantos por cento de cavaco... consequentemente as pessoas
vão adotar também...” (M11).
“Influencia sim... Porquê como o primeiro a adotar foi M1 que, na época era vice-presidente da
ABAM... o pessoal tá muito em contato... vai trocando informação e visualizando o benefício
do negócio né? Isso acaba influenciando sim... Tem muitos que tem medo de arriscar, logo de
cara, e fica aguardando alguém fazer para depois, fazer...” (M12).
“Se eu tenho uma expectativa aberta de pagar um biodigestor no negócio que ele me pague em
três meses ou um ano... é um risco calculado..., mas eu assumo e mostro e provo isso aí para
todo mundo... todo mundo vai atrás...” (S1).
“Eles queriam ver primeiro o mártir, né... quem seria... e no caso foi a Mandioca 1, né... e aí
todo mundo foi visitar... parecia romaria... tinha lista de espera para adotar o biodigestor... a
questão da fecularia é um negócio bastante simples... fizeram um negócio que se economizava
muita lenha... né? Se você ver que o negócio tem um potencial... a mesma coisa na tua casa...
você gera um combustível para o seu carro... e você joga esse combustível fora e tá pagando
caro pelo outro... tá errado... então é essa a questão... o pessoal viu que, considerando o
raciocino, o gasto era muito baixo... poderia jogar para dentro da caldeira que não ia ter
problema nenhum... economizando mais de 70% em madeira e em alguns momentos... 100%...
Por que que eu vou perder meu tempo jogando o meu combustível fora? É... hoje em dia não se
pode perder nada... então o pessoal viu que era uma grande oportunidade... Todo mundo
investiu, né...” (A1).
“Sim... é importante... ela influencia sim... as outras vão querer ver se projeto vai dar certo...
nesse caso específico precisou uma grande adotar... os outros irem lá e ver os ganhos
específicos... Ver se realmente gerava uma economia e quais eram os ganhos... aí sim... adotar
também...” (FB2).
“Ah... Sim ...com certeza... ah... hoje... todo mundo vai atrás de resultados né... e de repente se
não tem resultado... não tem uma indicação... não tem como você estar investindo...” (M13).
“Veja... houve uma febre de biodigestores na atividade de suinocultura em que havia aquela
promessa dos créditos de carbono... só que não houve acompanhamento disso... a maioria
128
desses biodigestores foram desativados... eu penso que um bom projeto que esteja trazendo
benefícios não só ambientais... porque ninguém... nós vivemos em um mundo econômico...
para mover um sistema ambiental, ele, o empreendedor procura ter associado aí um sistema
que tenha benefício além do custo... então... quando tem essas boas experiências em que tem o
tratamento do efluente final da indústria, por exemplo, esse efluente final tem um tratamento
adequado, há redução de emissões, de odores porque está em um sistema fechado e, além
disso, ele pode usar esse biogás em suas atividades, para aquecimento do leitão... isso tudo
pode ser lucrativo... eu acredito que isso pode ser replicado sim...” (ORA1).
3.4.2 A Influência do Fator Determinante no Desempenho Organizacional
Ao término da entrevista, após a discussão dos principais fatores envolvidos na adoção
da inovação verde, insistiu-se em uma última pergunta: qual foi o fator determinante na
adoção da inovação verde? Foi um fator ambiental ou econômico? Por quê? As respostas
apresentadas a seguir definem o fator que determinou a adoção do biodigestor:
“É... na verdade... todos vieram por questões econômicas porque a economia é muito grande,
se paga muito rápido...” (FB1).
“O econômico... hoje, para ter uma ideia, hoje a gente está economizando 18 hectares, por
indústria, de eucaliptos... se eu não tivesse o biodigestor, eu estaria cortando, por ano, 18
hectares...” (M1).
“O econômico... não tenha dúvida, né? Porque é... é... vamos dizer... se a coisa não se paga,
não tem filosofia que vai fazê-la existir, né?” (M2).
“Aqui na indústria... a indústria trabalhou bastante a questão econômica... o custo-benefício...”
(M3).
“É um conjunto..., mas... o principal, mesmo, é o de ordem econômica... a redução no meu
custo com lenha foi drástica...” (M4).
“Foi o econômico... o econômico não se discute... A economia que você faz... O que nós mais
olhamos foi o econômico... é... não adianta eu falar que não foi porque foi... é do custo
benefício...” (M5).
“É o econômico... nos fizemos um estudo antes para saber se valia à pena... o custo... o
retorno...” (M6).
“O econômico... porque ele é mais fácil de ser visto... a redução no custo da lenha é
imediata...” (M7).
129
“Econômico... o custo com lenha que caiu para zero...” (M8).
“Econômico... sem dúvida nenhuma... redução no custo com lenha e utilização do efluente
final para fertirrigação...” (M9).
“Eliminar o consumo de lenha... porque ninguém tava aguentando comprar lenha... geração de
gás e redução do consumo de lenha... porque ele gerando gás e eliminando a lenha, ela vai
economizar...foi o fator econômico sim... é... imagina você fazer um negócio que não vai te dar
retorno nenhum econômico?” (M10).
“A gente vem num páreo muito sistêmico, entendeu? O biodigestor for interessante pela
redução de custo... e por agregar valores para a subatividade da indústria... O biodigestor... ele
surge para você reduzir custo, certo?” (M11).
“Econômico em primeiro lugar para indústria porquê de cara a gente já visualizava redução de
consumo de lenha... não imaginávamos que iria zerar, mas... zerou... então...esse aí que foi o
principal fator... e aí depois vem a parte de sustentabilidade... vem a parte de respeito ao meio
ambiente... e tudo isso aí...” (M12).
“Ah... eu não tenho dúvida... para a nossa realidade... adoção do biodigestor ela é de
responsabilidade ambiental... ambiental... então a questão aí para mim é, realmente, a adoção
ela é ambiental... não que ela seja 100% necessária... mas ela auxilia no processo ambiental...
no mínimo o gás gerado ele é queimado e usado de outra forma...” (S1).
“Ambiental porque... com certeza... as duas coisas pesam juntas, mas se eu tiver que escolher
em uma escala hierárquica... claro... ambiental em primeiro lugar, segundo econômico... acho
que se encaixa muito bem nesse conceito de sustentabilidade... (A1).
“O grande fator sempre é o econômico... isso não se discute... com certeza... o empresário quer
ver números... todos os grandes projetos... principalmente onde existe uma grande carga
orgânica que você pode aproveitar...” (FB2).
“Econômico... a redução do custo... quando fizemos o estudo de viabilidade econômica
verificamos uma forte redução dos custos... Se não houvesse retorno não valeria a pena investir
no biodigestor... como eu disse no início... reduzirmos o nosso custo com lenha em 100%...
Isso foi muito bom... nós gastamos 230.000 no biodigestor... e o nosso gasto com lenha girava
em torno de 200 a 300 mil por mês... O retorno foi realmente muito rápido...” (M13).
“Olha... eu acredito que o que tenha sido predominante foi a questão econômica... apesar de
haver a questão do tratamento do efluente, há a questão do reaproveitamento de energia... a
empresa quer saber o retorno dela...” (ORA1).
130
Para 16 entrevistados, com exceção do gestor da Suíno 1 e do gestor da Ave 1, o fator
determinante para a adoção do biodigestor foi o econômico. No caso desses dois gestores, o
fator ambiental foi preponderante, pois ambos têm alto grau de responsabilidades ambientais,
uma vez que, em sua cadeia produtiva, o material orgânico residual principal (restos de pele e
carne, ossos, penas, sangue e urina) não pode ser lançado no efluente. Justamente estes
matérias têm maior carga orgânica, portanto são responsáveis pela maior produção de biogás.
O tempo de retorno elevado – 10 anos para a Suínos 1 e dois anos e meio para a Ave 1 – é
ocasionado pela baixa geração de energia térmica, mas suficiente para o fim desejado:
geração de calor no berçário dos porcos e aquecimento da água usada para descaldagem dos
frangos, respectivamente.
3.4.3 A Adoção do Biodigestor pelos Gestores das Empresas Processadoras de Mandioca
A Tabela 10 apresentada a seguir reflete a percepção ex-post dos gestores adotantes do
biodigestor nas empresas processadoras de mandioca, a partir das entrevistas realizadas. A
percepção dos gestores, após a implantação do biodigestor, é que esta foi importante para
reduzir o impacto ambiental, mas também trouxe benefícios para o desempenho
organizacional e a melhora da imagem corporativa. Os gestores reconhecem que a utilização
do biodigestor destrói organismos patogênicos e parasitas que seriam lançados nos solos e nos
rios, além de transformar gases que seriam prejudiciais em fonte de energia.
O impacto para o desempenho é reconhecido pela redução de custos de materiais, bem
como na redução do consumo de energia e na redução de resíduos. Em especial, a redução de
resíduos orgânicos traz o benefício de estar em conformidade com os regulamentos
ambientais, além de evitarem multas. Os gestores também colocam impacto positivo nas
vendas e no fluxo de caixa da empresa. Estas declarações parecem indicar, apesar dos
benefícios ambientais reconhecidos, o fator determinante econômico e a pressão institucional
pela legislação ambiental, refletida pela aplicação de multas e até a ameaça sobre a operação.
Este é um aspecto que será explorado nas entrevistas subsequentemente apresentadas.
Outro impacto reconhecido ocorre na imagem corporativa tanto pela legitimidade
interna como pela externa, visto que os gestores declararam que os trabalhadores reconhecem
os benefícios para o meio-ambiente, para as empresas e para a qualidade de vida. A
legitimidade no mercado parece ser importante, não só pela imagem em relação à redução do
impacto ambiental, mas pelo fato de uma parte significativa das empresas servirem a
131
mercados externos, como outras pertencerem a cooperativas e grupos corporativos. Este é
também um aspecto a ser explorado nas entrevistas posteriores.
As empresas estudadas causavam não só a poluição do solo (uma vez que o material
orgânico residual era descartado no próprio terreno) como também a poluição hídrica (o
material orgânico em decomposição escorria para os rios, riachos e lagos próximos). Há que
se mencionar novamente o forte odor putrefato que se espalhava pelas regiões vizinhas às
empresas, atingindo as comunidades próximas, atraindo roedores e insetos, causando sérios
problemas ambientais, como a destruição dos recursos naturais renováveis, especialmente a
água.
O fato mais importante é que as reclamações por parte das comunidades
circunvizinhas às empresas processadoras de mandioca cessaram, tanto pelos odores
putrefatos quanto pelo desaparecimento de insetos e roedores quando o material orgânico
residual, presentes quando eram lançados os materiais residuais no terreno ao céu aberto.
Independentemente do eventual fator determinante econômico ou pela pressão
institucional, a constatação dos benefícios da implementação do biodigestor levou à busca por
novas práticas de preservação. Em especial, empresas passaram a buscar o reuso de água, que
é um insumo de uso abundante na produção da mandioca (por exemplo, itens mencionados os
gestores M3, M4, M6 e M10). O reuso de embalagens retornáveis ou biodegradáveis também
foi apontado pelos gestores (M3, M4, M6 e M10). Também aumentaram as ações de
conscientização dos trabalhadores em relação às práticas internas e da necessidade de
preservação ambiental.
As respostas dos gestores em relação aos fatores determinantes confirmaram,
inicialmente, o fator determinante econômico para a adoção da inovação verde. As respostas
destacam a redução de custos, a melhora dos resultados financeiros, bem como o aumento da
eficiência. Alguns gestores declararam a avaliação financeira do retorno e payback em menos
de um ano (M1, M2, M3, M4, M5, M8 e M10). Apesar do uso do biodigestor, algumas
empresas ainda mantêm reserva de lenha para eventualidades (M1, M2, M5, M7, M8 e M9).
132
Tabela 10 – Percepção Ex-post dos Gestores das Empresas Processadoras de Mandioca
PERCEPÇÃO EX-POST EMPRESAS PROCESSADORAS DE MANDIOCA
M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8 M9 M10 M11 M12 M13
IMPACTO
Impacto positivo da adoção de inovação verde para o ambiente X X X X X X X
Impacto positivo da adoção de inovação verde para o desempenho X X X X X
Melhora da imagem corporativa X X
AÇÕES
Envolvimento de todos os funcionários X X X X X X X X
Outras práticas e sistemas para a gestão verde X X X X X X X
FATOR DETERMINANTE PARA ADOÇÃO
Melhora da imagem corporativa X X X X X X X X
Redução de custos e aumento de lucros X X X X X X X X X X X X X
Aumento da eficiência X X X X X X X X
Acesso a novos mercados X X X X X X
Aumento da quota de mercado X X X X X X
Fonte: Dados da Pesquisa (2019).
133
Na Figura 8, estão resumidos os achados em relação à adoção de biodigestores nas
empresas processadoras de mandioca. Os resultados foram classificados em Ex-Ante, neste
caso, relacionado à adoção da inovação verde, e do biodigestor na produção de mandioca, no
lado esquerdo da Figura 8. Do lado direito, são apresentadas as percepções e comportamentos
depois da adoção da inovação verde (Ex-Post).
Figura 8 – Modelo Situacional para a Adoção da Inovação Verde na Cadeia Produtiva da
Mandioca
Fonte: Dados da Pesquisa (2019).
Os resultados indicam que os determinantes para adoção da inovação verde,
independentemente das pressões institucionais, como a reclamação dos vizinhos e a
possibilidade de multas pelo descarte de material poluente, por exemplo, não levaram
aparentemente à adoção da inovação verde de forma voluntária. A adoção do biodigestor foi
determinada pelo resultado econômico e financeiro da adoção. Ou seja, apesar das pressões
institucionais e de legitimidade, o impacto econômico e financeiro da adoção da inovação é o
fator que predomina.
No caso da mandioca, pela carga orgânica, os paybacks da solução acontecem
em prazo reduzido. Ainda assim, adotar é dependente do conhecimento da solução,
investimento e benefícios. Sendo assim, a consideração da adoção da inovação verde parece
134
ter sido influenciada pela ação comercial do fornecedor do biodigestor, ao apresentar as
possíveis vantagens de sua implementação. As informações obtidas parecem indicar que o
fator determinante econômico e financeiro emerge desta interação com o fornecedor. Percebe-
se também que a influência do agente de inovação, neste caso o fornecedor do biodigestor, é
fundamental para ter acesso a um primeiro adotante relevante, que neste caso, possibilitou o
acesso simultâneo a muitos gestores de mandioca. A partir da adoção e divulgação dos
benefícios, gradativamente, os gestores avaliam os benefícios específicos, neste caso,
econômicos e financeiros, para suas unidades e passam a adotar a inovação.
Apesar do fator determinante não ser ambiental, a partir da adoção, os demais
benefícios (como imagem, legitimidade, reputação, entre outros) são reconhecidos pelos
adotantes, apesar de não terem influenciado a adoção prioritariamente.
3.4.4 A Comparação com os Gestores de Suínos e Aves
A Tabela 11 resume os fatores determinantes para a adoção da inovação verde, neste
caso, o biodigestor, comparando a mandiocultura e a suinocultura/avicultura.
Tabela 11 – Fatores Determinantes para a Adoção da Inovação Verde
Atividade Mandiocultura Suinocultura e Avicultura
Determinante para Adoção da Inovação
(Biodigestor) Resultado Econômico e Financeiro
Punições e Riscos
para a Atividade
Carga Orgânica + -
Potencial de Redução de Custos e
Ganho de Eficiência + -
Percepção e Impacto Potencial de Dano
Ambiental - +
Pressão para Adoção Mimética Coercitiva
Papéis Fundamentais Fornecedor e Primeiro adotante Licenciamento e Fiscalização
Fonte: Dados da Pesquisa (2019).
Em comparação com a produção de mandioca, apesar de payback com prazo muito
elevado, o material orgânico residual sólido (peles, ossos, restos de carnes) e líquido (sangue e
urina) gerado pela atividade de suinocultura e avicultura, ao ser lançado no meio ambiente,
pode causar problemas perceptíveis e com impactos potenciais muito graves para as empresas.
Estes impactos podem levar até mesmo ao fechamento das empresas, como aconteceu com
uma indústria frigorífica, caso relatado pelo ORA1, devido aos fortes odores e diversas
fiscalizações e multas aplicadas. Na suinocultura e avicultura, os resíduos não podem ser
135
lançados no efluente em razão do alto nível de contaminação por meio de patógenos –
organismos que são capazes de causar doença em um hospedeiro. Na cadeia produtiva da
mandioca, apesar do odor e da possibilidade de combustão pela carga orgânica, o impacto
potencial é menos perceptível e com consequências ambientais menores.
Os resultados apresentados possibilitam argumentar que a adoção da inovação,
considerando os casos estudados, vai depender de duas situações extremas: resultado
econômico e financeiro; e punições ambientais que podem ser recebidas pelas empresas.
3.5 DISCUSSÃO
Neste estudo foram estudados os fatores que determinaram a adoção da inovação
verde. O estudo foi conduzido com foco na mandiocultura e comparado, para efeitos de
triangulação, com a suinocultura e avicultura.
Este é um estudo qualitativo e foram entrevistados gestores das empresas que adotam
biodigestores, sendo 13 gestores de empresas processadoras de mandioca, um gestor de
empresa suinocultura e um de avicultura. Também foram entrevistados dois fornecedores do
biodigestor para a cadeia produtiva da mandioca e um gestor do órgão ambiental estadual. Foi
realizada uma triangulação, a partir de informações secundárias disponíveis e dos dados dos
trabalhos de Silva e Cirani (2016), Silva, Cirani e Serra (2016), que também investigaram o
uso de biodigestor na cadeia produtiva da mandioca.
Com este trabalho, procuramos contribuir para a compreensão dos fatores que
determinaram a adoção das inovações verdes, pelo desenvolvimento do modelo situacional
para a adoção da inovação verde na cadeia produtiva da mandioca (Figura 8), e pela
comparação com a suinocultura/avicultura, possibilitando a avaliação em contextos distintos
para a decisão de adoção da inovação. Vale ressaltar que este trabalho foi realizado em uma
economia emergente, na qual os contextos são bastante distintos dos que predominam em
economias maduras.
3.5.1 Fatores que Influenciam a Adoção da Inovação Verde
A avaliação dos fatores foi desenvolvida de acordo com a literatura de difusão da
inovação (Rogers, 1962; Tornatzky & Fleischer, 1990) e o modelo de adoção proposto por
Lin e Ho (2011). O custo de adoção foi avaliado de acordo com os recursos financeiros
136
necessários para considerar a adoção da inovação verde e começar a utilizá-la (custo – lenha,
investimento e tempo de retorno). A complexidade foi avaliada pela facilidade de
aprendizagem e uso da inovação. A compatibilidade foi avaliada com base nos graus de
adequação percebida entre a carga orgânica, produção e cadeia produtiva existentes na
estrutura da empresa. A vantagem relativa foi avaliada, a partir do benefício ambiental e
econômico, acesso a novos mercados, melhor desempenho, maiores ganhos, redução de
custos e melhoraria da imagem, reputação e legitimidade da empresa.
As ligações entre os fatores exibidos na Figura 7 forneceram as evidências iniciais
para analisar a associaciação dos fatores tecnológicos e a adoção da inovação verde. Os custos
incluem os recursos financeiros e humanos necessários na adoção de inovação verde. De
modo geral, os custos têm sido considerados como uma barreira para a adoção de inovações
(Rogers, 1962; Iacovou et al., 1995; Torantzky & Klein, 1982). Como observado na
apresentação dos resultados, os custos da adoção tiveram influência importante no caso da
produção de mandioca: os decisores pela adoção precisam saber o quanto será investido, o
tempo de retorno do investimento e o quanto será retornado. A importância de um bom estudo
de viabilidade parece ser necessária para demonstrar estes itens (Silva & Cirani, 2016; Silva,
Cirani & Serra, 2016).
O projeto de implantação pode ser detalhado para apresentar qualquer adversidade
possível durante sua execução – a previsão de custos adicionais deve ser incorporada para que
o tempo de retorno e o quanto será retornado possam ser demonstrados, prevendo-se o melhor
ou o pior cenário. Neste estudo, observou-se que a construção do biodigestor, que envolve
terraplanagem, assentamento, tubulação de PVC, revestimento e cobertura com manta de
vinil, é extremamente fácil. O material utilizado é de custo reduzido, o que permite um
investimento também de custo reduzido. Uma vez recoberta a lagoa com a manta, a produção
de gás metano também é rápida, o que agiliza o retorno do investimento em poucos meses –
quando a carga orgânica acumulada reduz em 100% a lenha que era utilizada. Todos estes
aspectos associados contribuíram para que o custo da adoção não tenha sida uma barreira, mas
sim uma influência totalmente positiva na adoção da inovação verde.
Complexidade é o grau em que uma inovação é percebida como relativamente difícil
de entender e usar (Rogers, 1962; Tornatzky & Klein, 1982). O estudo demonstrou que a
adoção de inovação verde, neste caso, é muito fácil de entender e usar. A complexidade
centrou-se mais na questão burocrática quanto se tentou converter o biogás à bioenergia
137
elétrica (a operação dos equipamentos para conversão de biogás em bioenergia requer
treinamento).
Os resultados demonstraram que o biodigestor não é complexo, tanto na sua
construção como na sua operação. Os caldeiristas – que levavam a lenha para a caldeira – são
os que operam o biodigestor. O controle do biogás é realizado por um painel que regula e
indica a quantidade de gases formados na lagoa recoberta. A única preocupação sobre a
operação é com a segurança dos operadores, uma vez que quantidades enormes de gás são
produzidas. Dessa forma, o risco de explosão é eminente, caso não se observem os cuidados
necessários apontados no treinamento básico, disponibilizados pelo fornecedor do biodigestor.
Compatibilidade é o grau em que uma inovação é percebida como sendo consistente
com os valores, experiências e necessidades existentes das empresas. Assim, vale dizer que
inovações verdes que são mais compatíveis com as tecnologias e processos atuais de uma
empresa serão mais facilmente difundidas dentro da organização (Rogers, 1962).
A carga orgânica foi o termo mais relatado pelos gestores no fator compatibilidade.
Para um adequado funcionamento do biodigestor, torna-se necessário que a carga orgânica do
efluente (oriunda da cadeia produtiva e da produção) seja compatível com a capacidade do
biodigestor. Caso a carga orgânica seja baixa, o tempo para a formação de gás é maior .
Quanto mais demorada a formação – devido à carga – mais demorado torna-se o tempo de
retorno do valor investido, ocasionando elevação de custos na compra da lenha. O presente
estudo destacou que a adoção do biogiestor foi totalmente compatível com a estrutura e com
as necessidades da empresa, tanto na produção como na cadeia produtiva.
Vantagem relativa é a percepção de que uma inovação é mais vantajosa que sua ideia
substituta. Os benefícios líquidos percebidos que a adoção da inovação verde oferece servirão
como fatores determinantes para as empresas implementarem a inovação verde (Rogers, 1962;
Tornatzky & Klein, 1982). Potenciais benefícios organizacionais das inovações verdes
incluem redução de consumo de energia e recursos naturais, redução de desperdício e emissão
de poluentes, melhor desempenho ambiental e financeiro e maior responsividade à expectativa
socioambiental (Etzion, 2007; Hart, 1995).
Como visto nos resultados apresentados, identificou-se, como fator determinante da
adoção da inovação verde, o benefício econômico, no caso da mandiocultura, proporcionado
pela adoção do biodigestor, apesar do apelo socioambiental que o mesmo proporciona. A
138
conquista de novos mercados, maiores ganhos e redução de custos foram indicados como as
maiores vantagens relativas, seguidas pela legitimidade, reputação e imagem da empresa. O
que se observa, pelos relatos apresentados nos resultados, são os principais benefícios:
redução na queima de lenha, não emissão de gás metano na atmosfera ocasionado mau cheiro,
utilização do efluente tratado na fertirrigação. Estes benefícios propiciam uma melhora na
imagem, elogios por parte dos clientes, da comunidade e dos próprios concorrentes, que
legitmam e melhoram a reputação da empresa.
A qualidade dos recursos humanos foi avaliada de acordo com as capacidades de
aquisição de conhecimento, solução de problemas, propostas de novas ideias e tecnologias
que levassem a melhorias. O suporte organizacional foi avaliado de acordo com os graus de
suporte de recursos da empresa e as atitudes dos líderes em relação às questões ambientais. A
qualidade dos recursos humanos é um fator essencial que influencia a difusão da inovação.
Recursos humanos qualificados são úteis para difundir inovações, por causa de suas
capacidades de aprendizado competentes (Damanpour & Schneider, 2006; Taylor &
McAdam, 2004).
O presente estudo indicou que um grande conhecimento aliado a novas ideias e novas
tecnologias promoveram melhorias consideráveis e solução de problemas na adoção de
inovação verde. No caso do biodigestor, conforme os colaboradores foram adquirindo
experiência, melhorias foram implementadas. A vivência na operação do biodigestor permitiu
que novos pensamentos, ideias e soluções para os problemas surgissem. Um dos principais
problemas ambientais que foram solucionados com a adoção do biodigestor foi a questão da
relação entre dimensionamento do biodigestor e vazão do efluente. Se, por exemplo, a vazão
do efluente é maior do que o dimensionamento do biodigestor é capaz de suportar, grandes
quantidades de gás serão produzidas, as quais não serão queimadas na demanda suficiente,
ocasionando rasgos na manta de vinil e liberando o gás para a atmosfera.
O suporte organizacional é a medida que uma empresa ajuda os funcionários a usarem
as inovações verdes. Incentivar a difusão da inovação e garantir a disponibilidade de recursos
financeiros e técnicos para a inovação têm efeitos positivos na implementação da inovação
(Damanpour & Schneider, 2006; Jeyaraj et al., 2006; Lee, Lee & Kwon, 2005).
O estudo identificou que segurança, recursos, projetos e comportamento verde são
incentivados pela alta administração na adoção da inovação verde. A alta administração tem
139
facilidade em repassar o seu comportamento verde por meio de exemplos. Alguns gestores
relataram que têm como filosofia de vida as questões de segurança, reciclagem e preservação
do meio ambiente. Essas intenções propiciam os recursos necessários para o aprendizado dos
colaboradores, por meio de cursos, palestras, criação de departamentos de segurança e do
meio ambiente. Plantio de árvores e preservação do meio ambiente são os requisitos principais
destes gestores.
O ambiente externo, no qual uma empresa conduz seus negócios, é um fator
importante que afeta a adoção de inovações e a estratégia ambiental (Frambach &
Schillewaert, 2002; Damanpour & Schneider, 2006; Jeyaraj et al., 2006). Os fatores
ambientais, neste estudo, referem-se à conceituação padrão do ambiente externo na literatura
de comportamento organizacional. A incerteza ambiental é considerada como fator ambiental
primário que influencia a difusão da inovação e a estratégia ambiental (Aragon-Correa &
Sharma, 2003; Jeyaraj et al., 2006; Rothenberg & Zyglidopoulos, 2007; Tornatsky et al.,
1990).
Esta pesquisa também evidenciou que, em um ambiente de incertezas, as empresas
enfrentam um comportamento competitivo no mercado em que estão inseridas, em parte pela
sazonalidade da mandioca, em parte para se manterem competitivas com preços menores no
produto final (advindo da adoção do biodigestor, que promoveu a redução drástica no
consumo de lenha). Os gestores relataram que a adoção do biodigestor proporcionou preços
competitivos, ocasionados pela redução no custo com lenha. Uma vez que se elimina o custo,
a economia é repassada para o preço. Para esses gestores, quem não tem biodigestor, não
consegue competir com preços menores no produto final. Também evidenciaram que estar
ambientalmente correto é uma forma de se manter atuante no mercado, uma vez que existem
clientes que procuram produtos cujas empresas são amigas do meio ambiente. Produzir de
forma ambientalmente correta e respeitar o meio ambiente evitando degradações são alguns
dos pontos que reforçam estes fatores.
O governo desempenha um papel importante no apoio a recursos para adoção de
inovação (Lee, 2008; Li & Atuahene-Gima, 2002; Scupola, 2003). O suporte governamental é
um fator ambiental relevante e que influencia a inovação técnica. Os governos podem
promover a inovação técnica, por meio de várias políticas encorajadoras, como incentivo
financeiro, recursos técnicos, projetos-piloto e incentivos fiscais (Tornatzky et al., 1990;
Scupola, 2003).
140
Neste ponto, o estudo destacou a falta de incentivo fiscal e apoio financeiro, por parte
do governo, aos adotantes da inovação verde. Dos 18 entrevistados, apenas dois conseguiram
obter, depois de um longo processo burocrático, apoio financeiro por meio de órgãos de
fomento. Apesar da grande maioria dos entrevistados concordarem que o apoio deveria ser
mais divulgado pelos órgãos de fomento, o fornecedor do biodigestor (FB1) comentou que,
talvez, tivesse a existência de uma linha de crédito específica para biodigestor na suinocultura,
mas não tinha certeza. Já o FB2 afirma que existia um apoio financeiro, mas não sabe se ainda
existe e qual era o órgão de fomento.
A pressão das partes interessadas é outro fator ambiental relevante que influencia os
comportamentos ambientais organizacionais, e está amplamente envolvida em pesquisas sobre
questões ambientais (Buysse & Verbeke, 2003; Sharma & Henriques, 2005). Dimaggio e
Powell (1983) refinam o conceito de Isomorfismo organizacional e identificam três
mecanismos, por meio dos quais mudanças institucionais isomórficas aconteceriam:
coercitivos, miméticos e normativos.
Inseridas em um ambiente dinâmico e em constantes transformações, as organizações
contemporâneas precisam manter-se atualizadas, de forma a responderem estrategicamente às
pressões institucionais recebidas do governo, clientes, órgãos públicos, sociedade e de seu
próprio segmento para a institucionalização de práticas sustentáveis e o alcance de novos
mercados na arena global (Machado-da-Silva, Fonseca, & Crubellate, 2010; Scott, 2014).
Neste ponto, esta tese destaca três pressões importantes sofridas pelos gestores: a
pressão regulatória, a pressão do cliente e a pressão do fornecedor do biodigestor. A pressão
regulatória foi evidenciada pelos diversos relatos, confirmados pelo próprio órgão
regulamentar ambiental, de gestores quanto às constantes fiscalizações, denúncias e
reclamações pelos odores do material orgânico descartado de forma inadequada (nos rios e no
solo). Outros pontos de pressão para a doção verde são a obrigação do automonitoramento dos
efluentes – que deveriam relatar os parâmetros permitidos pelo órgão regulamentar com base
nas normas e leis –, as multas que eram recebidas e, em algus casos, o fechamento da
atividade industrial, relatada pelo chefe responsável do órgão regulamentar ambiental. Todos
esses termos, evidenciados nos relatos, indicam um comportamento coercitivo – isomorfismo
coercitivo – por parte do governo que exerce pressões para que a atividade industrial não
cause problemas ambientais. Nesta questão, apesar do órgão regulamentar ambiental não
obrigar a adoção do biodigestor, mas o tratamento adequado do efluente, o instrumento foi um
141
facilitador na prevenção do dano ao meio ambiente. Há que se considerar que o odor, com o
biogestor, fica encapsulado, evitando o escape de gases para a atmosfera e que o material
orgânico residual não precisa mais lançado no meio ambiente, mas pode utilizado na sua
totalidade para a geração de energia térmica, elétrica (um caso) e fertirrigação.
A pressão do cliente, como a pressão regulamentar, também corrobora a literatura
apresentada e exerce comportamento isomorfórmico, desta vez, mimético. Um ponto forte
indicado pelos gestores nos relatos, foi a tentativa das empresas de se manterem atuantes no
mercado, não só com preços competivivos, mas, muito mais pelo comportamento verde
demonstrado aos clientes durante as auditorias, prêmios, selo verde e práticas ambientais.
Neste ponto vale destacar que o selo verde da pressão do cliente está estritamente relacionado
com o comportamento verde do suporte organizacional (ver Figura 7), demonstrando uma
congruência entre a aliteratura e a realidade existente nesta amostra. Ou seja, é necessário que
o comportamento verde seja incentivado pela alta administração na obtenção de práticas
ambientais adequadas à cadeia produtiva da empresa.
A pressão do fornecedor do biodigestor (FB1, especificamente), evidenciada pelos
relatos dos gestores, indicam um comportamento mimético – a adoção do biodigestor pelas
empresas para se manterem no mercado competitivo à preços reduzidos no produto final. A
insistência, pormeio da divulgação e visitas à exaustão por parte dos fornecedores ações
relatadas pelo próprio FB1, gerou frutos. Assim, após a divulgação do produto na ABAM, os
gestores estenderam o “tapete vermelho”, com mais de 30 cartões de gestores e biodigestores
encomendados. Esse fato corrobora a influência da pressão isomorfórmica mimética na
adoção da inovação verde. Neste ponto, vale destacar também que o estudo de viabilidade –
demonstrar que o biodigestor é um benefício econômico – apresentado pela pressão do
fornecedor do biodigestor está estritamente relacionado à solução de problemas da qualidade
dos recursos humanos e ao maior ganho da vantagem relativa (ver Figura 7).
A adoção de uma inovação verde, geralmente, envolve o comprometimento de
recursos para a implementação desta inovação, melhorando a produtividade e o desempenho
ambiental (Grover, Purvis & Segars, 2007; Rogers, 1962). Neste ponto, os benefícios da
inovação podem ser percebidos pelos primeiros adotantes. Agindo cedo em relação aos pares,
o primeiro adotante estabelece melhorias pioneiras de custo e serviço, o que lhe permite obter
maiores ganhos de desempenho. Na prática, isso significa que esses primeiros adotantes
142
usufruem dessas inovações iniciais, enquanto obtêm benefícios substanciais (Rogers, 1962;
Zhu et al., 2012).
Neste ponto deste estudo, destaca-se que a influência do primeiro adotante se deu mais
pela produtividade e o benefício econômico evidenciado pelos pares – no caso da
mandiocultura, do que o benefício ambiental. Durante as visitas ou “romarias”, como alguns
relataram, os pares queriam saber de quanto seria o investimento, o tempo de retorno e quanto
seria retornado. Todos estes termos do primeiro adotante indicam, mais uma vez, o
isomorfismo mimético – manterem-se atuantes no mercado, competindo com preços menores.
A redução no consumo de lenha, ou seja, a redução de custos, contribuiu para o repasse dessa
redução no preço do produto final, permitindo que todos os pares do biodigestor pudessem
usufruir da mesma produtividade e benefício econômico do primeiro adotante. Vale a pena
destacar que benefício econômico do primeiro adotante está estritamente relacionado com
redução de custos da vantagem relativa (ver Figura 7).
Quando se consideram os fatores determinantes das organizações para a adoção da
inovação, este estudo demonstrou que a produção de energia – térmica ou elétrica – associada
ao tratamento eficiente do efluente tornam-se o melhor negócio. Principalmente, se for
considerados redução de custos e retorno financeiro – ambos no menor tempo possível. A
aquisição de matérias-primas – antes lenha e agora biogás – é fundamental para a estratégia de
negócios destas empresas.
Como criar uma sociedade sustentável em longo prazo com o menor impacto
ambiental negativo possível? A resposta está na adoção eficiente da inovação verde da cadeia
produtiva. É fato que, nesta amostra, o fator determinante da adoção da inovação verde para o
desempenho organizacional no agronegócio foi o benefício econômico evidenciado pela
redução de custo (consumo de lenha) na mandiocultura. Segundo o relato do fornecedor do
biodigestor (FB2), este processador é o único tratamento de efluente que permite um retorno
econômico.
Embora a adoção do biodigestor proporcione melhorias ambientais (eliminação de
cinzas, fumaça, odores, descarte de material orgânico, dentre outros), o que mais atraiu os
demais adotantes foi o fator econômico que determinou a adoção da inovação verde: baixo
investimento, tempo de retorno muito rápido e redução drástica (termo usado pelos próprios
gestores durante as entrevistas) no consumo de lenha. A adoção dos biodigestores é um
143
caminho alternativo para o crescimento econômico, que pode gerar biogás, energia elétrica,
combustíveis alternativos, entre outros. Com seu uso, os impactos ambientais provocados
pelos materiais orgânicos residuais no meio ambiente são reduzidos, melhorando a qualidade
de vida da população.
A grande maioria dos gestores entrevistados deixou claro que o atrativo maior, o fator
determinante em projetos sustentáveis, é a lucratividade. Mas também, como se pôde
constatar na pesquisa realizada, os gestores estão atentos no que diz respeito à preservação
ambiental da região onde o projeto está inserido. Os benefícios ambientais, em determinados
aspectos, mostram-se muito mais “lucrativos” do ponto de vista social e ambiental, por
melhorarem a imagem da empresa (quando ela demonstra um compromisso social em não
degradar o meio ambiente) e evitarem pesadas multas ambientais (o que contribui para um
melhor fluxo de caixa da empresa).
Cabe destacar que esse fenômeno ocorreu na mandiocultura. No caso de suínos (um
caso) e aves (um caso), o fator determinante é realmente ambiental. Outro ponto importante a
se destacar são as pressões institucionais evidenciadas: o isomorfismo coercitivo, promovido
pelo órgão regulamentar ambiental, e o isomorfismo mimético, promovido pela pressão do
cliente, pressão do fornecedor do biodigestor e do primeiro adotante.
Com base na literatura revisada (Estudo I) e nos achados das entrevistas (Estudo II), a
Figura 9 apresenta um framework que indica as possíveis influências dos fatores
determinantes para a inovação verde e as percepções e comportamentos dos gestores em
relação à adoção.
144
Figura 9 – Fatores Determinantes no Desempenho Organizacional
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
O framework relaciona os fatores determinantes na adoção da inovação verde com as
percepções e comportamentos dos gestores e das empresas nesta adoção. Os fatores
tecnológicos (custos da adoção, a compatibilidade da inovação e as vantagens relativas)
proporcionam benefícios econômicos (baixo investimento, retorno rápido etc.) e ambientais
(prevenção da poluição). Quando a empresa preserva o meio ambiente, pode adquirir
legitimidade, reputação e melhoria na imagem da empresa perante as partes interessadas
(comunidade, clientes, concorrentes). Todos esses benefícios (baixo custo, preço competitivo
no mercado etc.) podem, por sua vez, levar a empresa a adquirir novos mercados, expandindo
sua marca.
Os fatores organizacionais (qualidade dos recursos humanos e suporte organizacional)
propiciam novas ideias, melhorias e solução de problemas, seja com a inovação adotada ou
mesmo para a empresa que adquiriu a inovação. Neste ponto, é importante que a empresa
ofereça todo o suporte para que os funcionários estejam aptos a lidarem com a inovação
como, por exemplo, cursos de capacitação, e práticas ambientais. Apenas com a preparação
dos empregados pode ocorrer melhoria do desempenho ambiental da empresa, a segurança na
operação da inovação e o incentivo de novos projetos complementares à inovação adotada.
145
Os fatores ambientais, como incerteza ambiental e suporte governamental, tornam as
empresas mais competitivas no mercado atuante, direcionando-as a oferecerem preços mais
baixos para os produtos ofertados e evidências de que são empresas amigas do meio ambiente.
Essas evidências estão ligadas à divulgação de que adotam não só uma inovação verde, mas
também práticas verdes na produção e manipulação de seus produtos. Quando estas empresas
recebem incentivos do governo na adoção de uma inovação verde, torna-se ainda mais
vantajoso serem competitivas. A pressão regulatória do cliente e do fornecedor origina
isomorfismo coercitivo e mimético no comportamento das empresas. O governo também
dispara o isomorfismo coercitivo, por meio dos órgãos reguladores do meio ambiente, realiza
fiscalizações, “obrigando” as empresas a adotarem um comportamento verde, ou seja, a não
poluírem o meio ambiente. Da parte do cliente e do fornecedor do biodigestor, o isomorfismo
é mimético, ou seja, as empresas tentam imitar as outras para se manterem competitivas no
mercado. Este fato ocorre, principalmente, quando o primeiro adotante evidencia paras as
demais empresas os maiores ganhos e melhor produtividade advindas da adoção da inovação
verde.
3.5.2 Fatores Determinantes da Inovação Verde
Os resultados desta tese indicam que os fatores determinantes para adoção da inovação
verde, na produção de mandioca, independentemente das pressões institucionais, como a
reclamação dos vizinhos e a possibilidade de multas pelo descarte de material poluente, não
levaram aparentemente à adoção da inovação verde de forma voluntária. A consideração da
adoção da inovação verde parece ter sido influenciada pela ação comercial do fornecedor do
biodigestor ao apresentar as possíveis vantagens de sua implementação. Os resultados também
parecem indicar que os fatores determinantes econômicos e financeiros emergem desta
interação com o fornecedor.
De certa forma, os resultados colocam um requisito complementar na relação entre a
escolha eficiente versus as pressões externas (Abranhamson, 1991). Isto talvez aconteça pela
incerteza gerada pelo desconhecimento (García-Maroto et al., 2015), que é atenuada
inicialmente pela interação com o fornecedor. O interesse pelo impacto imediato no
desempenho econômico e financeiro, que ressalta o potencial de benefícios percebidos e que
poderão ser avaliados após a implementação da inovação verde, pode ser potcializado pelas
informações prestadas na interação (Robinson, 1990; Mansfield, 1993; Frambach &
Schilewaert, 2002). A relação com o fornecedor, ou o acesso ao conhecimento e informação
146
sobre a inovação verde, parece ser um antecedente importante. Também parece ter impactado
a possibilidade de melhor compreensão das possibilidades de melhoria do desempenho
financeiro mencionado, como do desempenho ambiental (Talukder et al., 2008), criando uma
semente para o desempenho sustentável (Bhattacherjce & Sanford, 2006).
A adoção da inovação verde na cadeia produtiva da mandioca, no entanto, não
aconteceu pela argumentação do fornecedor. Foi necessária a adoção por uma das empresas
para que outras viessem a optar pelo biodigestor, indicando um comportamento de
isomorfismo mimético (DiMaggio & Powell, 1983), preponderante às demais pressões
institucionais e competitivas (Delmas & Toffel, 2008). Esse resultado vai ao encontro da
busca por legitimidade e reputação preconizada por alguns trabalhos (McWilliams & Siegel,
2011). A influência da adoção por organizações similares parece ser importante e confirma o
que foi apontado por trabalhos anteriores em contextos distintos (Robertson & Wind, 1980,
1983; Fennel & Warnecke, 1988; Burns & Wholey, 1993; Westphal et al., 1997). No entanto,
também vale avaliar se a incerteza em relação à inovação é inibida pelo investimento inicial
necessário (Kaiser et al., 2008), em relação aos potenciais benefícios.
Vale investigar melhor o perfil da empresa que iniciou a adoção da inovação verde,
pois esta deve ter características que possibilitaram a influência sobre as demais da indústria.
Por exemplo, organizações maiores (Wisdom et al., 2013) ou com maior desempenho
financeiro (Aiken & Hage, 1971; Nystron et al., 2002; Damanpour & Schneider, 2006) teriam
maior propensão a adotar a inovação verde. Neste caso, também existe a possibilidade das
empresas que fazem parte de cooperativas e grupos, pela influência das redes
interorganizacionais (Abrahamson, 1991; Westphal et al., 1997; Fitzgerald et al., 2002), serem
potenciais adotantes. Aparentemente, a adoção não acontece por nível de competição
exacerbado no contexto estudado, como ocorre em outras situações investigadas
anteriormente (Gatignon & Robertson, 1989). Os gestores podem ter influenciado a decisão
(Damampour & Schneider, 2006) e vale avaliar também as características de cada empresa,
que podem ser moderadoras do processo de adoção da inovação verde.
A consciência em relação à importância da sustentabilidade ambiental prévia não
parece existir ou ser importante como gatilho de ações da adoção da inovação verde. O
aumento da consciência para a sustentabilidade parece despertar após a implementação e
verificação dos benefícios do uso da inovação verde. Neste caso, parece que os benefícios
econômicos e financeiros determinam as novas iniciativas em produtos e processos, como
147
aconteceu com os novos subprodutos, reuso de água e na modificação das embalagens. A
imagem corporativa e a legitimidade parece ser consequência do todo, mas podem ser
importantes para a atuação nos mercados internacionais.
De qualquer modo, este ganho de consciência parece dar início a um ciclo virtuoso na
empresa, pois estimula requisitos e ações positivas investigadas em pesquisas anteriores.
Nesse ciclo virtuoso estão os seguintes passos: a) as ações oriundas de maior consciência
ambiental em treinamento, que melhora a qualidade dos recursos humanos (Lin & Ho, 2008);
b) incentivo ao uso de sistemas de gerenciamento ambiental (Zailani et al., 2011); e c)
benefício auferido com o uso da energia verde (Santos, 2012; Byrka et al., 2016) pelo
recuperação, no lugar da disposição (Schmidt et al, 2007; Grosso et al., 2010) de materiais
residuais perigosos que não poderiam ser reciclados economicamente (Knight et al., 2015).
No entanto, nesta pesquisa, ao se triangular a empresa de mandiocultura com as
empresas de suicultura e avicultura, aparece outro extremo, no qual, em função dos potenciais
dados ambientais, e pela pressão coercitiva, pode haver até o fechamento das empresas. Dessa
forma, o fator determinante deixa de ser econômico e financeiro (Tabela 11).
Em suma, existem diversas possibilidades de contribuição com a investigação no
contexto estudado, que estabelece condições de contorno específicas. Uma contribuição
relevante está relacionada ao contexto cultural desta pesquisa. Este é um trabalho dedicado à
agroindústria, segmento importante em uma economia emergente, que apresenta também
maior dificuldade de conscientização para redução dos impactos ambientais (Senyolo, Long,
Blok & Omta, 2017). Outro fator relevante, que merece ser avaliado pelas entrevistas
subsequentes, é a existência de incentivos governamentais (Ho et al., 2009) para a adoção da
inovação verde, neste caso, o biodigestor.
3.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho teve como objetivo principal investigar, por meio de entrevistas,
quais são os fatores determinantes da adoção da inovação verde para o desempenho
organizacional no agronegócio. Este mesmo estudo foi mais além e evidenciou qual seria o
único fator determinante, dentre todos apresentados, para a adoção de inovação verde.
Para melhor compreensão do assunto, foi necessário fazer uma revisão da literatura
acerca dos temas concernentes à inovação verde, sustentabilidade no agronegócio, adoção da
148
inovação e fatores determinantes da adoção da inovação. Buscaram-se os conceitos da Teoria
Baseada em Recursos (RBT), Teoria Institucional e Teoria dos Stakeholders, que permitiram
aprofundamento da pesquisa e apresentaram a relevância da temática e suas peculiaridades
para o desenvolvimento deste projeto.
Para consecução do objetivo, foram feitas entrevistas semiestruturadas. Os resultados
obtidos nas entrevistas permitiram a caracterização das unidades de geração de energia
térmica e elétrica a base de biogás, da cadeia produtiva da mandioca, dos suínos e das aves,
seus principais subprodutos, dos investimentos e custos do biodigestor e dos fatores
determinantes envolvidos na adoção da inovação.
De tudo, se concluiu que o fator determinante para a adoção da inovação verde na
produção da mandioca foi o benefício econômico – redução de custos de 100% no consumo
de lenha – apresentado pelo biodigestor. Além disso, este mostrou ser um método de
tratamento de resíduos, propiciando benefícios ambientais, desde que seja dimensionado de
forma correta e eficiente.
Para ajudar as organizações na adoção de inovações verdes com sucesso, é necessário
fazer uma análise sobre os fatores que influenciam a adoção dessas inovações nas
organizações. Uma compreensão dos fatores determinantes é essencial para os profissionais
adotarem inovações verdes.
Este estudo conduziu uma pesquisa sobre os fatores que afetaram a adoção de
inovações verdes para empresas processadoras de mandioca, suínos e aves do agronegócio. Os
fatores determinantes são classificados em fatores tecnológicos, organizacionais e ambientais.
Os resultados da pesquisa revelaram que, com excessão da complexidade e do suporte
governamental, todos os demais fatores exerceram influências significativamente positivas na
adoção da inovação verde. De todos os fatores analisados, o fator determinante foi o benefício
econômico.
Desta forma, o objetivo de investigar quais são os fatores determinantes da adoção da
inovação verde, e dentre todos apresentados qual é o único fator determinante para o
desempenho organizacional no agronegócio, foi alcançado. Por meio de entrevistas,
identificamos não só qual foi o fator determinante, mas também, que os gestores estão atentos
ao comportamento verde de gestão que deve acompanhar a adoção de uma inovação verde
como é o biodigestor.
149
Isso posto, a questão de pesquisa do estudo: “quais são os fatores determinantes da
adoção da inovação verde para o desempenho organizacional no agronegócio?” foi
respondida. Além disso, conseguimos evidenciar qual foi o fator determinante primordial para
a adoção da inovação verde nesse contexto – biodigestor na cultura da mandioca,
apresentando, também, um caso de suínos e um caso de aves.
As contribuições deste documento incluem o fornecimento de diretrizes aos gestores
para aumentarem sua competitividade no mercado atuante, fornecendo sugestões do governo
na formulação de políticas ambientais para o setor e contribuindo para uma visão sobre a
adoção de inovações verdes. A relevância foi evidenciada pela ampliação do escopo da
pesquisa, tanto na gestão ambiental quanto nas questões organizacionais e científicas.
Dentre as diretrizes para os gestores que pretendem adotar uma inovação verde,
destacam-se:
• Conhecimento: gestores instruídos promovem a adoção de tecnologias inovadoras,
bem como orientam técnicas melhores aos colaboradores no processo de adoção.
Neste ponto, o governo pode estimular programas de disseminação de tecnologias
inovadoras por meio de cursos ou palestras. O fortalecimento do vínculo entre
atividade de pesquisa e atividade de extensão, por meio de uma abordagem
participativa em que todas as partes interessadas são incluídas (pesquisadores, agentes
de extensão, sociedades civis, instituições públicas e privadas, etc.), pode melhorar a
adoção de tecnologia inovadora.
• Custo: tecnologias inovadoras que contribuem para o meio ambiente devem ser mais
acessíveis no que diz respeito ao investimento da inovação. Neste contexto, o governo
pode melhorar o acesso dos gestores a programas de fomento, para incentivar a adoção
de tecnologias inovadoras. O governo pode fornecer recursos financeiros e materiais
suficientes, recursos humanos e treinamento adequado em tecnologias modernas.
• Associações: a participação dos gestores em associações promove a adoção da
tecnologia inovadora, contribuindo para o conhecimento e disseminação de tal adoção.
Além disso, as associações podem proporcionar uma oportunidade para a integração
de gestores, melhorando seus meios de subsistência por meio de uma tecnologia fácil
de usar e de custo reduzido. O governo pode modificar o status dessas organizações
150
para ter mais flexibilidade e dar mais vantagens aos gestores que se tornarem membros
dessas organizações.
• Benefícios Econômicos: gestores de empresas que estão envolvidas no setor agrícola
precisam inovar para aumentar sua produtividade e suprir os mercados com novos
produtos, incorporando preços baixos e bens de alta qualidade ao mesmo tempo, de
modo a satisfazer os desafios dos consumidores.
• Pressão Institucional – Isomorfismo: o temor ao risco de retorno em qualquer coisa
que seja nova e inovadora é uma característica típica de gestores de empresas que
tendem a imitar ao invés de inovar. Gestores de empresas do setor agrícola, cujo
mercado é menos propenso em evitar incertezas, são mais prováveis de tomar
iniciativas e inovar do que imitar. Por outro lado, os gestores estão dispostos a desistir
de suas expectativas no presente por uma questão de melhores ganhos futuros em sua
adoção de uma tecnologia inovadora.
• Primeiro Adotante: como as necessidades de informação variam entre os estágios,
diferentes mensagens e canais de comunicação podem ser usados em diferentes
estágios para melhorar a percepção (potencial) dos gestores. Por exemplo, em caso de
adoção futura distante, os gerentes devem usar estratégias de comunicação que
envolvam indivíduos em uma simulação de resultados. Por essa simulação, espera-se
que se reduzam as incertezas de desempenho e haja encorajamento de sentimentos
positivos, enquanto no caso de adoção futura, os gerentes devem usar estratégias que
os envolvam em uma simulação de processo que reduza custo. Em particular, anúncios
e mensagens de mídia de massa que aumentam a conscientização do produto podem
ajudar gestores no estágio do conhecimento a passar para o próximo nível. Assim
também, a opinião de pares pode ajudar gestores, na fase de persuasão, a formarem
uma impressão positiva e passarem para a próxima fase. Enquanto isso, a assistência
técnica por agentes de mudança ou representantes de vendas pode ajudar os gestores a
reduzir a complexidade operacional na fase de implementação para passar para a etapa
final.
• Pressão do Cliente: a avaliação do consumidor e a adoção de uma nova tecnologia
resultam em respostas emocionais que devem ser consideradas durante o
desenvolvimento de estratégias de lançamento de produtos. A este respeito, projetar
uma proposição de valor convincente por combinar tecnologia limpa, prevenção da
poluição, práticas ambientais, comportamento verde e gestão ambiental é uma
estratégia adequada para incentivar as vendas. O suporte pós-venda e o
151
compartilhamento de conhecimento com os clientes garantirão a relação bem-sucedida
dos clientes posteriormente.
• Compatibilidade e Suporte Organizacional: para a empresa, os gestores devem se
certificar de que a inovação verde adotada deve ser compatível com o sistema
existente. Apenas depois disso, os gestores devem se envolver com a mudança, ajudar
os funcionários a absorver as informações e construir a estrutura de assimilação de
conhecimento dentro da empresa. O apoio contínuo da empresa, juntamente com a
disposição e a capacidade do fornecedor, também deve ser levado em conta para
garantir o uso bem-sucedido e eficaz da tecnologia inovadora adotada. O nível de
gestão das empresas deve ter a mentalidade de mudar a atitude de aceitação em
tecnologias inovadoras verdes, a fim de ajudar o desenvolvimento sustentável das
empresas. Da mesma forma, as empresas devem considerar as vantagens relativas
advindas da adoção da inovação e investir mais recursos para acompanhar as rápidas
mudanças das tendências tecnológicas e garantir a competitividade em longo prazo.
Este trabalho tem limitações que devem ser destacadas: as maiores críticas aos estudos
qualitativos são a falta de procedimentos rigorosos para guiar a correlação dos achados e a
falta de regras precisas sobre as técnicas empregadas. Cada observação é única, depende do
objeto, do investigador e do participante. Outra limitação apontada é que, tanto os
investigadores como investigados são agentes, o que implica o risco de perder a objetivação,
estando em jogo a subjetividade do investigador. Além disso, pode haver redução da
compreensão do outro e da realidade a uma compreensão introspectiva de si mesmo
(familiaridade/estranhamento). Pode ocorrer também a representatividade da fala individual
em relação a um coletivo maior (checar o que é dito com o que é feito, celebrado e/ou está
cristalizado).
No que se refere à escolha das palavras-chave, para a pesquisa do material de estudo,
há variedade de definições do tema adoção da inovação, e principalmente há diferenciação
entre adoção da inovação sustentável (sustain*) – ou adoção da ecoinovação (eco*) – e
adoção da inovação verde (green*), mesmo assim, há o risco de se omitir artigos relacionados
ao tema.
Outra limitação deste estudo foi a possibilidade da ocorrência de viés do respondente,
afetando os resultados. Além disso, como este trabalho enfoca a adoção organizacional de
152
inovações verdes nas empresas processadoras de mandioca, suínos (um caso) e aves (um
caso), os resultados da pesquisa podem ser limitados em sua generalização. Diferentes países
e setores industriais podem levar a conclusões diferentes do presente estudo. Entende-se assim
que, da mesma forma que em outros trabalhos, os frutos desta pesquisa não são um modelo
acabado, pois o dinamismo com que as teorias evoluem acaba por excluir tal possibilidade.
A amostra foi mais um dos fatores limitantes da pesquisa. Há que se considerar que
com amostras maiores podem-se realizar análises quantitativas complementares ao estudo
qualitativo. Combinar técnicas quantitativas e qualitativas torna uma pesquisa mais forte e
reduz os problemas de adoção exclusiva de um dos grupos.
Diante do exposto, para trabalhos futuros, sugere-se a ampliação da amostra para que o
método de pesquisa possa ser qualitativo e quantitativo.
Outra proposta interessante seria comparar este setor (mandiocultura) com outro setor
dentro do agronegócio, suínos e aves, por exemplo, com amostras maiores destas duas
culturas, que também adotem a tecnologia de biodigestores. Ou ainda, comparar os adotantes
dos não adotantes da inovação verde (biodigestor).
153
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS DA TESE
Esta pesquisa contribuiu com a literatura da RBT, na qual a área-chave para a
investigação esteve relacionada com o NRBV (Natural Resource-Based View): quais recursos
são necessários para permitir que as empresas envolvidas no contexto do agronegócio –
precisamente, na cultura de mandioca, suínos (um caso) e aves (um caso) – identifiquem,
desenvolvam e lucrem com a inovação verde (Hart & Dowell, 2011). Além disso, a presente
tese contribuiu, também, com a literatura da IBV (Institutional-Based View), em especial com
a literatura de isomorfismo, visto que as empresas estudadas estão submetidas a fortes
pressões institucionais, aqui discutidas conceitualmente e com potencial para estudos futuros.
Como demonstrado, as empresas desenvolvem interesses como resultado de pressões
competitivas e institucionais e o desenvolvimento prévio de uma estratégia ambiental proativa
amplifica o efeito destas pressões. Neste caso, os fatores que afetam o sucesso da empresa
estão, mais uma vez, relacionados com a adoção de uma inovação (Rogers, 1962).
Neste estudo, foram identificadas as pressões institucionais sofridas pelas empresas,
que mostram comportamentos distintos em relação às pressões coercitivas e miméticas,
indicando a adaptação de estratégias (Wilson & McKiernan, 2011) e a adoção da inovação
(Rogers, 1962).
Os resultados apresentados nesta tese também contribuem para expandir a literatura de
RBT e NRBV, em relação aos recursos e capacidades necessários às empresas na adoção da
inovação verde. Contribuem também para a literatura de IBV, de acordo com a suposição de
Peng (2002) de que o ambiente institucional, neste caso as pressões isomórficas, influencia as
decisões dos gestores em relação à adoção da inovação verde e alocação de recursos.
A tese foi dividida em dois trabalhos interdependentes. No estudo I, foi preparado um
estudo bibliométrico de citação, cocitação e pareamento bibliográfico, que possibilitou
compreender a pesquisa em adoção da inovação, a partir da verificação das bases intelectuais
que suportam os trabalhos na atualidade. Ao se tentar sintetizar em um parágrafo todo o
estudo I (ver Figura 5), pode-se colocar que há um processo de difusão no qual alguns
indivíduos adotam primeiro uma inovação e depois espalham a notícia desta adoção entre o
círculo de conhecidos. Nesse processo, os fatores determinantes possuem uma ligação com os
atributos da inovação. Nesse contexto, as empresas, na sua busca por legitimação, reputação e,
principalmente, vantagem econômica (redução de custos, maiores ganhos, melhor
154
produtividade), tendem a se tornar homogêneas na adoção da inovação, focando em
benefícios econômicos e sofrendo pressões isomórficas coercitivas – órgão regulamentar
ambiental – e miméticas – pressão do fornecedor do biodigestor, pressão do cliente e do
primeiro adotante.
Aqui vale uma observação sobre a semântica distinta entre legitimação e reputação.
Embora, por definição, possam parecer similares, parece existir uma diferença (Suchman,
1995). Na busca por reputação, as empresas buscam a inovação verde (McKee, Mills, &
Wheatherbee, 2005), enquanto a legitimação pode ser alcançada por todos, pois é um
indicador de aceitação social (Elliott, 2013). No entanto, a reputação é uma possível fonte de
vantagem competitiva (Barnett, Jermier, & Lafferty, 2006), que não vai ser alcançada por
todos (Elliott, 2013).
O estudo II evidenciou, principalmente, a adoção da inovação, permitindo verificar
quais são os fatores determinantes a influenciam. Verificamos ainda o principal fator
determinante – benefício econômico – e suas relações nas decisões dos gestores, conforme
está sintetizado na Figura 7. Além disso, os resultados indicaram que a adoção de uma
inovação verde, geralmente, envolve o comprometimento de recursos para a implementação
desta inovação, melhorando a produtividade e o desempenho (Grover, Purvis & Segars, 2007;
Rogers, 1962). Para promover a difusão da inovação verde, as empresas podem tentar
melhorar suas capacidades de aprendizagem organizacional e disponibilizar recursos
organizacionais para seus funcionários. Além de ser um regulador, o governo deve fornecer
recursos financeiros, técnicos e educacionais suficientes para a difusão de inovações verdes.
O estudo II indicou ainda que, para ajudar as organizações a adotarem uma inovação
verde com sucesso, é necessário fazer uma análise sobre os fatores que influenciam a difusão
da inovação nas organizações. Uma compreensão dos fatores determinantes é essencial para
os profissionais implementarem melhor a inovação verde. Para o desenvolvimento da gestão
ambiental, o apoio organizacional é essencial, pois os funcionários serão motivados a
implementar o comportamento verde e os recursos necessários para a adoção de inovações
verdes estarão mais facilmente disponíveis. Cabe ressaltar que as grandes empresas tendem a
adotar inovações verdes mais facilmente do que as pequenas, porque possuem recursos
suficientes e infraestruturas sólidas. As pequenas empresas, por outro lado, podem sofrer com
a falta de recursos financeiros e profissionais, o que resulta em dificuldades na adoção de
inovações verdes.
155
Em suma, as implicações teóricas deste trabalho para a inovação, como dito
anteriormente, centram-se na prevenção da poluição, por meio de uma tecnologia limpa (o
biodigestor), em que existe um grande potencial em identificar os fatores que afetam a relação
entre inovação e desempenho organizacional. Descobrir quais recursos e capacidades são
capazes de difundir a inovação, bem como propiciar o desempenho organizacional (ambiental
e financeiro), foram as áreas-chave de investigação, a partir do estado da arte encontrado –
pouca pesquisa sobre tecnologia limpa na prevenção da poluição (Hart & Dowell, 2011). Este
trabalho contribuiu para acrescentar conhecimento científico e práticas de gestão na lacuna
teórica apresentada por Hart e Dowell (2011). Clarificou, ainda, com contribuições científicas,
as teorias RBT (recursos e capacidades), IBV (ambiente institucional) e a Teoria ,dos
Stakeholders (influências das partes interessadas), no que se refere à inovação verde,
tecnologia limpa, prevenção da poluição e agronegócio.
Outra contribuição revela-se pelo Modelo Situacional para a Adoção da Inovação
Verde na Cadeia Produtiva da Mandioca, apresentado (Figura 8).
A inovação contribui para um entendimento maior do tema inovação e sua relação
com o desempenho organizacional. Para o desenvolvimento de estratégias de tecnologia
limpa, há que se focar na inovação, seja para descobrir os recursos e as capacidades
necessários para a adoção da inovação verde (tecnologia limpa), seja em evidenciar quais
recursos e capacidades se combinam a ponto de afetar o desempenho organizacional. Ao
incorporar uma tecnologia limpa, as empresas objetivam, também, aumentar a sua
competitividade. Isto posto, este trabalho contribuiu no âmbito científico ao analisar a adoção
da inovação verde (recursos) no desempenho organizacional e quais são os fatores
(capacidades) que afetam esta adoção.
As contribuições desta tese incluem o fornecimento de diretrizes aos gestores do
agronegócio para aumentar sua competitividade verde, fornecendo sugestões ao governo na
formulação de políticas ambientais, contribuindo para uma visão sobre a difusão e adoção de
inovações verdes no agronegócio e ampliando o escopo da pesquisa, tanto na gestão ambiental
quanto nas questões de inovações verdes.
Quanto às limitações da tese, todos os dois estudos apresentam limitações, as quais
vão ser tratadas na ordem em que eles se apresentam na tese. No estudo I, por se tratar de um
estudo bibliométrico, existem limitações ligadas ao método: como qualquer estudo de revisão,
156
não cobre toda a pesquisa sobre adoção da inovação. Como sugestão de estudos futuros,
sugere-se incluir outras bases no levantamento, por conter uma quantidade significativa de
periódicos ligados ao assunto e que não fazem parte das bases estudadas. Outra limitação foi o
uso da palavra-chave de pesquisa, reduzida pela verificação de palavras-chave innov* e
adpopt*. Sugere-se usar palavras-chave complementares nos artigos selecionados (green*,
ecolog*, sustain* e ecoinnov*), para os vários sinônimos de inovação verde. Outras possíveis
limitações foram reduzidas pelo fato de termos usadot dois métodos de análise
complementares (análise fatorial e redes) e feito um estudo conjunto de cocitação e
pareamento.
O estudo II apresenta limitações inerentes a um estudo qualitativo e parte delas foram
atenuadas pelo rigor metodológico e pela quantidade de entrevistas, considerando que houve
saturação de respostas com poucas entrevistas realizadas (na terceira entrevista com
entrevistados). Outra possível limitação em relação à subjetividade na codificação foi
atenuada pela verificação complementar por um professor.
Todas as transcrições verbatim, realizadas pelo autor, foram verificadas. Para evitar
problemas e vieses de análise, foi utilizado o software MAXQDA, que, não tendo sido
desenvolvido para o uso em Grouded Theory, como o Atlas-TI e N-Vivo, foi por este motivo
mais adequado à elaboração de um modelo situacional qualitativo, que se propõe a indicar
caminhos também para pesquisas quantitativas futuras. Em especial, este estudo teve a
limitação de considerar os adotantes da inovação e poderia seguir com estudos que olhassem o
lado dos não adotantes, tanto com estudos qualitativos quanto quantitativos.
Os estudos remetem para a realização de outras pesquisas futuras, para melhor
compreensão do fenômeno. Estas sugestões de direcionamento estão apresentadas a seguir:
• Qual é a influência e como acontece o eventual desenvolvimento de competências a
partir das pressões institucionais diversas sobre as empresas das cadeias produtivas do
agronegócio?
• Como acontece a evolução das empresas das cadeias produtivas do agronegócio no
progresso de busca por legitimação e ganho de reputação, em função da hierarquia de
pressões? Como e quanto tempo leva esta adaptação?
• Em que condições does it pay to be green, na visão de Ambec e Lenoie (2008), as
empresas se tornam verdes?
157
• Quais são as barreiras que impedem uma adoção da inovação verde?
• Qual é e como acontece o impacto regulatório sobre as empresas adotantes e não
adotantes de uma inovação verde? Existem diferenças?
• Qual é e como acontece a adoção da inovação verde em outras culturas do
agronegócio (citrocultura, bovinocultura, ovinocultura, etc.)?
Embora muitas outras frentes de pesquisa possam acontecer, a agenda proposta a partir
dos resultados desta tese parece ser prioritária, para ajudar na compreensão da influência dos
fatores determinantes e de como as empresas podem auferir vantagem competitiva sustentável
e ampliar a sua relevância para as partes interessadas (stakeholders).
Este estudo é baseado nas perspectivas e percepções dos entrevistados, além do que
estava disponibilizado em documentos e nos sites das empresas em um momento particular,
refletindo o contexto e as interações que estavam em curso. Apesar de ser, fundamentalmente,
um estudo qualitativo, e que se focou nos fatores determinantes da adoção da inovação verde,
acredita-se que os leitores desta tese possam fazer suas extrapolações vinculadas ao contexto
apresentado (Patton, 2002). Assim, espera-se que os leitores possam inferir, a partir dos
resultados obtidos e avaliar como a análise pode ser aplicável para outras situações
relacionadas com fatores determinantes ou adaptações ao ambiente institucional.
Segue a matriz contributiva para a particularização dos resultados, contribuições,
limitações e pesquisas futuras de cada estudo e como eles juntos respondem à questão de
pesquisa e conferem ineditismo à tese, justificando, assim, a integração dos achados dos
estudos (Tabela 12).
158
Tabela 12 – Matriz Contributiva. QUESTÃO DA PESQUISA
Quais são os fatores determinantes da adoção da inovação verde para o desempenho organizacional no agronegócio?
OBJETIVO GERAL
Identificar os fatores determinantes da adoção da inovação verde para o desempenho organizacional no agronegócio.
CONCLUSÃO PARTICULARIZADA
Síntese dos Resultados Contribuições para o Avanço do
Conhecimento Limitações Proposta de Estudos Futuros
ESTUDO 1: O processo de
difusão onde alguns indivíduos
adotam primeiro uma inovação e depois espalham a notícia desta
adoção entre o círculo de
conhecidos e onde os fatores determinantes possuem um
relação com os atributos da
inovação, as empresas, na sua busca por legitimação, reputação
e, principalmente, vantagem
econômica (redução de custos, maiores ganhos, melhor
produtividade), tendem a se
tornar homogêneas na adoção da inovação, focando em benefícios
econômicos e sofrendo pressões
isomórficas coercitivas – órgão regulamentar ambiental – e
miméticas – pressão do
fornecedor do biodigestor, pressão do cliente e primeiro
adotante.
ESTUDO 2: Demonstrou como
os fatores determinantes
influenciam, bem como o
principal fator determinante – benefício econômico – e suas
relações nas decisões dos
gestores. A adoção de uma inovação verde geralmente
envolve o comprometimento de
recursos para a implementação desta inovação, melhorando a
produtividade e o desempenho.
ESTUDO 1: Permitiu a
identificação de trabalhos, temas
e autores que influenciaram os estudos sobre adoção da
inovação, desde o seu início até
às pesquisas atuais e, consequentemente, as tendências
doravante. Outra contribuição é
que os resultados servem também para trazer orientações práticas
ou uma agenda para os gestores
de organizações que pretendam adotar uma inovação.
ESTUDO 2: As implicações
teóricas deste trabalho para a inovação, como dito
anteriormente, centram-se na
prevenção da poluição por meio de uma tecnologia limpa (o
biodigestor) onde existe um
grande potencial em identificar os fatores que afetam a relação
entre inovação e desempenho
organizacional. Descobrir quais recursos e capacidades são
capazes de difundir a inovação,
berm como propiciar o desempenho organizacional
(ambiental e financeiro) foram as
áreas-chaves de investigação a partir do estado da arte
encontrado.
ESTUDO 1: A principal
limitação deste estudo –
característica de estudos bibliométricos – é a escolha de
palavras-chaves para a busca.
Mesmo usando as palavras “Innov*” e “adopt*” – que
possibilita qualquer tipo de
adoção –, ainda é uma limitação, pois foram pesquisadas em
apenas duas bases – a Scopus e a
ISI Web of Science. Mesmo a ISI sendo considerada a principal
base de artigos acadêmicos,
existem outras bases que poderiam ser pesquisadas.
ESTUDO 2: Uma limitação
deste estudo foi que os resultados podem sofrer com o viés do
respondente. Além disso, como
este trabalho enfoca a adoção organizacional de inovações
verdes nas empresas
processadoras de mandioca, suínos (um caso) e aves (um
caso), os resultados da pesquisa
podem ser limitados em sua generalização. Diferentes países
e setores industriais podem levar
a conclusões diferentes do presente estudo. Entende-se
assim que, da mesma forma que
em outros trabalhos, os frutos desta pesquisa não são um
modelo acabado, pois o
dinamismo com que as teorias evoluem acabam por excluir tal
possibilidade.
ESTUDO 1: Incluir outras bases
no levantamento, por conter uma quantidade significativa de
periódicos ligados ao assunto e
que não fazem parte das bases estudadas. usar palavras-chave
complementares nos artigos
selecionados (green*, ecolog*, sustain* e ecoinnov*) para os
vários sinômicos de inovação
verde. ESTUDO 2: O estudo remete para a realização de
outras pesquisas futuras para
melhor compreensão do fenômeno: Quais são as barreiras
que impedem uma adoção da
inovação verde? Qual é e como acontece o impacto regulatório
sobre as empresas adotantes e
não adotantes de uma inovação verde? Existem diferenças? Qual
é e como acontece a adoção da
inovação verde em outras culturas do agronegócio
(citrocultura, bovinocultura,
ovinocultura, etc.)? Em que condições “does it pay to be
green”, na visão de Ambec e
Lenoie (2008), as empresas se tornam verdes?
CONCLUSÃO INTEGRADORA
As empresas desenvolvem interesses como resultado de pressões competitivas e institucionais e que o desenvolvimento prévio de uma estratégia ambiental proativa amplifica o efeito destas pressões. Neste caso, os fatores que afetam o sucesso da empresa estão, mais uma vez,
relacionados com a adoção de uma inovação. Neste estudo, foram identificadas as pressões institucionais sofridas pelas empresas, que
mostram comportamentos distintos em relação às pressões coercitivas e miméticas, indicando a adaptação de estratégias e a adoção da
inovação. Os resultados apresentados nesta tese também contribuem para expandir a literatura de RBT e NRBV em relação aos recursos e
capacidades necessários às empresas na adoção da inovação verde, bem como contribuem para a literatura de IBV de que o ambiente institucional, neste caso as pressões isomórficas, influenciam as decisões dos gestores em relação à adoção da inovação verde e alocação de
recursos. Para o desenvolvimento de estratégias de tecnologia limpa, há que se focar na inovação - o que contribui para um entendimento
maior do tema inovação e sua relação com o desempenho organizacional - , seja em descobrir os recursos e as capacidades necessárias para a adoção da inovação verde (tecnologia limpa), seja em evidenciar quais recursos e capacidades se combinam a ponto de afetar o desempenho
organizacional.
INEDITISMO DA TESE
Este trabalho contribuiu para acrescentar conhecimento científico e práticas de gestão na lacuna teórica apresentada por Hart e Dowell
(2011). Clarificou ainda, com contribuições científicas, as teorias RBT (recursos e capacidades), IBV (ambiente institucional) e a Teoria dos
Stakeholders (influências das partes interessadas) no que se refere a inovação verde, tecnologia limpa, prevenção da poluição e agronegócio.
Apresentou um modelo situacional dos fatores determinantes para o desempenho organizacional no agronegócio (mandioca, suínos – um caso – e aves – um caso).
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
159
Por último, de tudo o que foi apresentado e discutido, torna-se importante destacar que
para que uma inovação verde tenha sustentabilidade tem que se olhar, obrigatoriamente, para
os aspectos ambientais, econômicos e sociais. Desde o manejo até a interação desses sistemas.
A inovação verde é essencial, mas ela tem que ser testada e ser observada para que se
possa resolver, o quanto antes, os problemas que possam surgir com esta inovação.
Às vezes, um imposto sobre a geração de energia elétrica faz com que as pessoas se
sintam desmotivadas. Há que se criar uma política de estado para que este tipo de energia seja
incentivado porque são investimentos que envolvem custos, além da questão da necessidade
da sustentabilidade. Neste ponto, a inovação verde, para a questão ambiental, é essencial.
O biodigestor para produção de energia elétrica envolve todo um processo burocrático
e difícil de ser realizado. Adotar uma inovação verde só pela questão ambiental, só se a
empresa estiver em uma situação muito crítica, a ponto de fechar ou o manejo envolva carga
orgânica com alta contaminação de patógenos.
Adotar uma inovação verde, por si só, não resolve. É necessário acompanhar se esta
inovação trará sustentabilidade ou se esta inovação será tão difícil de operar que as empresas
nem darão a devida atenção para ela.
A inovação verde tem que trazer melhorias para o meio ambiente, mas, para quem vai
adotar aquela inovação, que possa reduzir custos porque quando chegar no custo, a questão
ambiental não pode ficar para trás.
160
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APÊNDICE I - ARTIGOS QUE COMPÕEM OS FATORES DAS ANÁLISES – FATORIAIS
PARA A COCITAÇÃO E O PAREAMENTO BIBLIOGRÁFICO
Resumo dos Tabalhos – Análise Fatorial da Cocitação
Referência Resumo Dewar &
Dutton (1986) Neste artigo, os autores propõem e testam empiricamente a necessidade de modelos diferentes
para prever a adoção de inovações técnicas de processo que contenham um alto grau de novos
conhecimentos (inovações radicais) e um baixo grau de novos conhecimentos (inovações
incrementais). Os resultados de uma amostra de 40 fabricantes de calçados sugerem que a
profundidade de conhecimento extensiva (medida pelo número de especialistas técnicos) é
importante para a adoção de ambos os tipos de inovação. As empresas maiores provavelmente
terão mais especialistas técnicos e adotarão inovações radicais. O estudo não encontrou
associações entre a adoção do tipo de inovação e a tomada de decisões descentralizada,
atitudes gerenciais em relação à mudança e exposição a informações externas. Por implicação,
os gerentes que tentam encorajar a adoção de inovação técnica de processo não precisam se
preocupar tanto em modificar a centralização da tomada de decisões, atitudes gerenciais e
exposição a informações externas quanto os gerentes tentando encorajar outros tipos de
adoção de inovação, por exemplo, inovações em serviços sociais. fatores foram encontrados
para ser importante. Em vez disso, o investimento em capital humano na forma de
especialistas técnicos parece ser um grande facilitador da adoção de inovação técnica de
processo.
Meyer & Goes
(1988) Neste estudo, analisa-se a assimilação de inovações nas organizações, um processo que se
desdobra em uma série de decisões para avaliar, adotar e implementar novas tecnologias. A
assimilação foi conceituada como um processo de nove etapas e medida pelo rastreamento de
300 adoções potenciais por meiode organizações durante um período de seis anos. Um
modelo foi sugerindo, implicando que a assimilação organizacional de inovações tecnológicas
é determinada por três classes de antecedentes: atributos contextuais, atributos de inovação e
atributos decorrentes da interação de contextos e inovações.
Downs &
Mohr (1976) Nete artigo, os autores discutem uma série de questões conceituais complexas e atualmente
não resolvidas que surgem na pesquisa sobre inovação em organizações complexas. Em um
esforço para vincular as questões, eles são abordados por meio de uma exploração dos fatores
responsáveis pela instabilidade nos resultados empíricos. Quatro fontes separadas de
instabilidade são definidas e suas implicações teóricas e metodológicas são tratadas com
alguma extensão. A análise da adoção relativa das inovações e a inovatividade das
organizações são encontradas por simetria teórica de imagem especular. As quatro fontes de
instabilidade parecem ter as mesmas implicações para o desenvolvimento de uma teoria da
adoção. Sete prescrições para pesquisa em inovação são sugeridas. Embora este estudo sugira
como alguém pode chegar a uma teoria geral da inovação, na verdade não constrói nenhuma
teoria específica.
Daft (1978) Neste artigo, o autor examina o papel dos administradores e funcionários técnicos no processo
que leva à adoção da inovação. Uma divisão acentuada do trabalho é encontrada. As
evidências indicam que dois processos de inovação distintos - bottom-up e top-down - podem
existir nas organizações. Os resultados são usados para propor um modelo dual-core de
inovação organizacional.
Nord &
Tucker (1987) Neste livro, relata=se a pesquisa sobre a implementação de contas pelas organizações: seis
bancos comerciais e seis associações de poupança e empréstimo. Algumas das
implementações da adoção foram bem-sucedidas e outras não. Nord e Tucker examinam as
razões e as condições contextuais para o sucesso e o fracasso e relacionam suas descobertas
com a área de gestão da inovação. Os autores descobrem que os requisitos para o sucesso
foram: (a) flexibilidade, (b) concentração de poder, (c) acesso à competência técnica e (d)
atenção aos pontos de vista daqueles que são diretamente responsáveis pela implementação.
Os autores concluem que a implementação envolve uma série de subtarefas, começando na
fase de projeto e se estendendo até a implementação real.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
188
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação
Referência Resumo Zaltman et al.
(1973) No livro, os autores exploram as características da inovação ao longo de toda uma série de
dimensões. Uma tabela, que mostra a relação entre atributos e as etapas da decisão da
inovação, é construída pelos autores. A tabela apresentada sugere uma reflexão sobre a
questão: quão importantes são esses atributos de inovação e para quais tipos de problemas.
Todas as etapas do processo de decisão são analisadas, em detalhes, pelos autores do ponto
de vista gerencial, tornando a obra um guia para os gestores interessados em adotar uma
inovação. A resistência à inovação e como ela se relaciona com as etapas da adoção são
discutidas pelos autores, mas as táticas para superar tal problemas não são aprofundadas. O
livro revisa toda a literatura sobre a adoção da inovação comparando com a teoria de outros
autores.
Kimberly &
Evanisko
(1981)
Este artigo aborda os efeitos combinados das variáveis individuais, organizacionais e
contextuais na adoção organizacional de dois tipos de inovação - um tipo diretamente
relacionado à tecnologia central da organização e outros relacionados a preocupações
administrativas - com o objetivo de avançar em direção a um tratamento mais abrangente da
inovação organizacional do que antes foi encontrado na literatura. Os autores desenvolvem
uma série de hipóteses bivariadas para variáveis que haviam sido encontradas em pesquisas
anteriores relacionadas significativamente à adoção de inovações e depois examinam essas
relações postuladas em uma estrutura multivariada com dois tipos diferentes de inovação
como variáveis dependentes. Essa estratégia foi planejada para incluir fatores individuais,
organizacionais e contextuais e desenvolver uma análise mais abrangente sobre a adoção de
inovações.
Cohen &
Levinthal
(1990) Neste artigo, os autores argumentam que a capacidade de uma empresa reconhecer o valor de
novas informações externas, assimilá-las e aplicá-las a fins comerciais é essencial para suas
capacidades absortivas inovadoras. Afirmam ainda que o desenvolvimento da capacidade de
absorção e, por sua vez, o desempenho inovador, são dependentes da história ou do caminho
e argumentam como a falta de investimento em uma área de especialização antecipada pode
impedir o desenvolvimento futuro de uma capacidade técnica naquela área. A discussão
enfoca as implicações da capacidade absortiva para a análise de outras atividades inovadoras
relacionadas, incluindo pesquisa básica, adoção e difusão de inovações e decisões de
participação em empreendimentos cooperativos de P & D.
Abrahamson
(1991) Na tentativa de entender quando e como inovações tecnicamente ineficientes se difundem ou
quando e como inovações tecnicamente eficientes são rejeitadas, neste artigo são
apresentados dois objetivos: (1) desenvolver uma tipologia que concentre a atenção em três
perspectivas menos dominantes que podem ser usadas para orientar a pesquisa sobre essas
questões e (2) sugerir como os cientistas organizacionais podem desenvolver teorias mais
abrangentes de difusão e rejeição da inovação. Essas resoluções são importantes porque
indicam que processos que estimulam a adoção de inovações eficientes podem coexistir com
processos que estimulam a adoção de ineficientes. Além disso, essas resoluções informam
pesquisas sobre a difusão e a rejeição de muitos tipos diferentes de inovações em diferentes
contextos.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
189
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação
Referência Resumo Schumpeter
(1934) Schumpeter proclama, nesta clássica análise da sociedade capitalista publicada pela primeira
vez em 1911, que a economia é um mecanismo natural de auto-regulação quando não é
perturbada por "intrusos sociais e outros". Em seu prefácio, ele argumenta que, apesar das
fraquezas, as teorias são baseadas na lógica e fornecem estrutura para a compreensão do fato.
Daqueles que argumentam contra ele, Schumpeter faz uma pergunta fundamental: "É
realmente artificial manter separados os fenômenos incidentais para conduzir uma empresa e
os fenômenos incidentais para criar uma nova?" Em suas respostas, Schumpeter oferece
orientação aos políticos do Mundo.
Damanpour
(1991) Neste artigo, o autor realiza uma metanálise das relações entre inovação organizacional e 13
de seus fatores determinantes potenciais resultando em associações estatisticamente
significativas para especialização, diferenciação funcional, profissionalismo, centralização,
atitude gerencial em relação à mudança, recursos de conhecimento técnico, intensidade
administrativa, recursos de folga e recursos de comunicação externos e internos. Os
resultados sugerem que as relações entre os determinantes e a inovação são estáveis,
colocando em dúvida as afirmações prévias de sua instabilidade. A análise dos moderadores
indicou que o tipo de organização que adota inovações e seu escopo são moderadores mais
efetivos das relações focais do que o tipo de inovação e o estágio de adoção. Várias teorias de
inovação são examinadas em termos dos dados agregados.
Tornatzky &
Klein (1982) Os autores realizam uma revisão e meta-análise de setenta e cinco artigos referentes às
características da inovação e sua relação com a adoção e implementação da inovação. Uma
parte da análise consiste em construir um perfil metodológico dos estudos existentes e
construí-lo com uma abordagem ótima hipotética. Uma segunda parte do estudo emprega
técnicas estatísticas meta-analíticas para avaliar a generalidade e consistência dos resultados
empíricos existentes. Três características de inovação (compatibilidade, vantagem relativa e
complexidade) têm as relações mais consistentes e significativas para a adoção da inovação.
Sugestões para pesquisas futuras na área são feitas.
Dimaggio &
Powell (1983) O que torna as organizações tão similares? Os autores afirmam que o mecanismo da
racionalização e da burocratização se deslocou do mercado competitivo para o Estado e para
as categorias profissionais. Uma vez que um grupo de organizações emerge como um campo,
surge um paradoxo: atores racionais tornam suas organizações cada vez mais similares, à
medida que tentam transformá-las. Os autores descrevem três processos de isomorfismo –
coercitivo, mimético e normativo – que conduzem a esse resultado. Hipóteses são definidas
sobre o impacto da centralização e da dependência de recursos, da ambigüidade de metas e da
incerteza técnica, e da profissionalização e estruturação em mudanças isomórficas. Por fim,
os autores sugerem implicações para a teoria das organizações e para a mudança social.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
190
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação
Referência Resumo Garcia &
Calantone
(2002) Uma revisão da literatura das disciplinas de marketing, engenharia e desenvolvimento de
novos produtos tenta esclarecer e dar continuidade ao uso dos termos inovação e
inovatividade. Esta revisão mostra que é importante considerar tanto uma perspectiva de
marketing e tecnológica quanto uma perspectiva de nível micro e macro ao identificar
inovações. Sugere-se um método para classificar as inovações para que os profissionais e
acadêmicos possam conversar com um entendimento comum de como um tipo de inovação
específico é identificado e como o processo de inovação pode ser exclusivo para esse tipo de
inovação em particular. Uma lista recomendada de medidas baseadas na literatura existente é
fornecida para futuras pesquisas empíricas sobre inovações tecnológicas e inovatividade.
Barney (1991) Compreender as fontes de vantagem competitiva sustentada tornou-se uma importante área
de pesquisa em gestão estratégica. Com base nas suposições de que os recursos estratégicos
são distribuídos heterogeneamente entre as firmas e que essas diferenças são estáveis ao
longo do tempo, neste artigo examina-se a ligação entre os recursos da empresa e a vantagem
competitiva sustentada. Quatro indicadores empíricos do potencial dos recursos da firma
para gerar vantagem competitiva sustentada - valor, consciência, imitabilidade e
substituibilidade - são discutidos. O modelo é aplicado analisando o potencial de vários
recursos da firma para gerar vantagens competitivas sustentadas. O artigo conclui
examinando as implicações desse modelo de recursos firmes de vantagem competitiva
sustentada para outras disciplinas de negócios.
Rogers &
Schoemaker
(1971)
Como as inovações (definidas como ideias, produtos e práticas percebidas como novas por
um indivíduo) se difundem para os membros de um sistema social? Os autores respondem a
esta e outras questões sobre o caráter dos inovadores, a taxa de adoção de ideias e o processo
de tomada de decisão em 103 generalizações sobre a difusão da inovação. Essas proposições
são sintetizadas a partir de mais de 1.500 publicações que tratam da comunicação de
inovações. As novas ideias estudadas vão desde tratores na Turquia, técnicas de
planejamento familiar entre donas de casa hindus, até matemática moderna entre os
professores da Pensilvânia. O livro é uma atualização de uma edição de 1962, que coloca sua
ênfase em perspectivas interculturais e os conceitos e teorias em comunicação e psicologia
social. Uma extensa bibliografia de aproximadamente 1200 relatórios empíricos e cerca de
300 relatórios não-empíricos é anexada.
Swanson
(1994) Neste trabalho, os autores pretendem abrir novos caminhos para o estudo da inovação em SI.
Questões básicas são abordadas: O que é uma inovação em SI e como ela difere de outras
inovações organizacionais? As inovações de SI são diferentes entre si de maneiras
importantes? Por quais mecanismos eles se originam e se difundem entre as organizações
com quais consequências? Quem são os prováveis inovadores - os primeiros adotantes? Por
que as inovações de SI tendem a evoluir ao longo de sua difusão e que padrões são
característicos dessas mudanças? Os autores concluem desenhando as implicações mais
amplas da pesquisa.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
191
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação
Referência Resumo Kwon & Zmud
(1987) Para entender claramente os fatores que afetam a difusão de inovação o modelo de seis
estágios criado pelos autores propõe um modelo de seis estágios de implementação de TI
que permite explorar de maneira abrangente o processo de implementação de TI até o
ponto em que o uso rotineiro da inovação deve ocorrer dentro de uma organização. O
modelo reflete sobre o processo de mudança e descreve a mudança organizacional
associada à introdução de nova tecnologia incorporando a filosofia da literatura sobre
inovação e difusão. Os autores identificaram cinco grandes categorias contextuais de
fatores que têm impacto na tecnologia: comunidade de usuários, organização, tecnologia,
tarefa e ambiente organizacional. Eles também afirmaram que esses fatores estariam
associados a cada estágio de implementação.
Frambach
&Schillewaert
(2002) O objetivo deste artigo é discutir as principais descobertas sobre adoção organizacional e
integrá-las em um framework. A estrutura proposta pelos autores aborda a decisão de
adoção em dois níveis, ou seja, o nível organizacional e o adotante individual dentro de
uma organização. Pesquisas sobre adoção de inovação e aceitação de tecnologia que
surgiram na literatura de marketing e gerenciamento foram integradas. Os autores
concluem identificando várias questões de pesquisa que precisam de mais atenção.
Attewell (1992) A difusão da inovação é reconceituada em termos de aprendizagem organizacional,
desenvolvimento de habilidades e barreiras de conhecimento. Essa abordagem é mostrada
pelos autores através de um estudo empírico da difusão da computação empresarial nos
Estados Unidos, relatando pesquisas e dados etnográficos sobre a disseminação da
computação empresarial, sobre os processos e habilidades de aprendizagem exigidos e
sobre as práticas institucionais em mudança que facilitam difusão.
Tornatzky et al.
(1990) Esta revisão da literatura relacionada com inovação tecnológica e processo de inovação
define conceitos e termos básicos e descreve os principais temas analíticos; desenvolve as
dimensões individuais e organizacionais em que as atividades inovativas ocorrem; a
sequência de eventos, desde a geração de tecnologia até a implementação e disseminação,
é descrita, e opções estratégicas disponíveis para as organizações na gestão da inovação
são discutidas. Uma avaliação do papel do governo em afetar a tecnologia organizacional é
fornecida; apresenta uma lista de conclusões que enfocam os estágios de inovação, as
unidades sociais envolvidas no processo de inovação, percepções de inovação por
produtores e usuários de tecnologia, índices de inovação, incerteza sobre novas
tecnologias, relação entre inovação e tamanho e estrutura organizacional, inovação em
público e organizações do setor privado, características de indivíduos inovadores, a relação
da função de pesquisa e desenvolvimento (P & D) à inovação, implementação de inovação,
transferência de tecnologia, interações de pesquisa universidade / indústria, a inovatividade
de pequenas empresas de alta tecnologia e os efeitos de regulação e outras políticas
governamentais sobre inovação.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
192
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação
Referência Resumo Bass (1969)
A preocupação deste artigo é o desenvolvimento de uma teoria de tempo de compra inicial de
novos produtos de consumo. Um modelo de crescimento para o momento da compra inicial de
novos produtos é desenvolvido e testado empiricamente contra dados de onze bens duráveis.
A suposição básica do modelo é que o momento da compra inicial do consumidor está
relacionado ao número de compradores anteriores. Uma lógica comportamental para o modelo
é oferecida em termos de comportamento inovador e imitativo. O modelo gera boas previsões
do pico de vendas e do momento do pico quando aplicado a dados históricos. Uma previsão
de longo alcance é desenvolvida para as vendas de televisores a cores.
Cooper &
Zmud (1990) Com base nas literaturas de difusão de inovação e tecnológicas, questões de pesquisa relativas
à implementação de um sistema de informações de controle de estoque e produção são
identificadas e examinadas empiricamente. Essas questões enfocam a interação de tarefas
gerenciais com a tecnologia da informação e o efeito resultante na adoção e difusão dessa
tecnologia. Usando uma amostra aleatória de empresas de manufatura nos Estados Unidos, os
autores descobrem que essa interação de fato afeta a adoção, embora não pareça afetar a
difusão. Esses resultados apoiam a noção de que, embora os modelos de decisão racional
possam ser úteis para explicar a adoção da tecnologia da informação, os modelos políticos e
de aprendizagem podem ser mais úteis quando se examina a difusão.
Mathieson
(1991) Este estudo compara dois modelos que preveem a intenção de um indivíduo de usar um SI: o
modelo de aceitação de tecnologia (TAM) e a teoria do comportamento planejado (TPB). A
comparação foi projetada para ser a mais justa possível, não favorecendo um modelo em
detrimento do outro. Tanto a TAM quanto a TPB previram a intenção de usar um IS muito
bem, com a TAM tendo uma vantagem empírica leve. O TAM é mais fácil de aplicar, mas
apenas fornece informações muito gerais sobre as opiniões dos usuários sobre um sistema. O
TPB fornece informações mais específicas que podem orientar melhor o desenvolvimento.
Taylor &
Todd (1995) O Modelo de Aceitação de Tecnologia e duas variações da Teoria do Comportamento
Planejado são comparados para avaliar qual modelo melhor ajuda a entender o uso da
tecnologia da informação. Os modelos foram comparados usando dados de estudantes
coletados de 786 usuários em potencial de um centro de recursos de computadores. Os dados
de comportamento foram baseados no monitoramento de 3.780 visitas ao centro de recursos
durante um período de 12 semanas. A estimativa ponderada de mínimos quadrados revelou
que todos os três modelos tiveram um bom desempenho em termos de ajuste e foram
aproximadamente equivalentes em termos de sua capacidade de explicar o comportamento. A
decomposição das estruturas de crença na Teoria do Comportamento Planejado forneceu um
aumento moderado na explicação da intenção comportamental. No geral, os resultados
indicam que a Teoria do Comportamento Planejado decomposta fornece uma compreensão
mais completa da intenção comportamental, concentrando-se nos fatores que provavelmente
influenciam o uso dos sistemas por meio da aplicação de estratégias de design e
implementação.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
193
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação
Referência Resumo Venkatesh &
Davis (2000) A presente pesquisa desenvolve e testa uma extensão teórica do Modelo de Aceitação de
Tecnologia (TAM) que explica a utilidade percebida e as intenções de uso em termos de
influência social e processos instrumentais cognitivos. O modelo estendido, denominado
TAM2, foi testado usando dados longitudinais coletados em quatro sistemas diferentes em
quatro organizações (N = 156), dois envolvendo uso voluntário e dois envolvendo uso
obrigatório. Os construtos do modelo foram medidos em três pontos no tempo em cada
organização: pré-implementação, um mês após a implementação e três meses após a
implementação. O modelo estendido foi fortemente apoiado para todas as quatro
organizações em todos os três pontos de medição, representando 40% - 60% da variância nas
percepções de utilidade e 34% - 52% da variância nas intenções de uso. Ambos os processos
de influência social (norma subjetiva, voluntariedade e imagem) e os processos instrumentais
cognitivos (relevância no trabalho, qualidade de resultados, demonstrabilidade do resultado e
facilidade de uso percebida) influenciaram significativamente a aceitação do usuário. Estes
resultados avançam a teoria e contribuem para a fundação de futuras pesquisas destinadas a
melhorar nossa compreensão do comportamento de adoção do usuário.
Karahanna et
al. (1999) O presente estudo combina teorias de difusão e atitude de inovação em um quadro teórico
para examinar as diferenças nas crenças e atitudes pré-adoção e pós-adoção. O exame da
tecnologia Windows em uma única organização indica que os usuários e os possíveis
adotantes da tecnologia da informação diferem em seus determinantes de intenção
comportamental, atitude e norma subjetiva. A intenção de adoção em potencial é determinada
apenas por pressões normativas, enquanto a intenção do usuário é determinada apenas pela
atitude. Além disso, os potenciais adotantes baseiam sua atitude em um conjunto mais rico de
características de inovação do que os usuários. Enquanto a atitude de pré-adoção é baseada
em percepções de utilidade, facilidade de uso, demonstrabilidade de resultados, visibilidade e
testabilidade, a atitude pós-adoção é baseada somente em crenças de utilidade e percepções
de aprimoramentos de imagem.
Venkatesh et
al. (2003) A pesquisa sobre aceitação da tecnologia da informação (TI) rendeu muitos modelos
concorrentes, cada um com diferentes conjuntos de determinantes de aceitação. Neste artigo,
os autores (1) revisam a literatura de aceitação do usuário e discutem oito modelos
proeminentes, (2) foram comparados, empiricamente, os oito modelos e suas extensões, (3)
foi formulado um modelo unificado que integra elementos entre os oito modelos e (4)
empiricamente, os autores validaram o modelo unificado. Usando dados de quatro
organizações durante um período de seis meses com três pontos de medição, os oito modelos
explicaram entre 17% e 53% da variação nas intenções do usuário de usar a tecnologia da
informação. Em seguida, foi formulado um modelo unificado, denominado Teoria Unificada
de Aceitação e Uso de Tecnologia (UTAUT), com quatro determinantes centrais de intenção
e uso, e até quatro moderadores de relações-chave. O UTAUT fornece uma ferramenta útil
para os gerentes que precisam avaliar a probabilidade de sucesso para novas introduções
tecnológicas e os ajuda a entender os direcionadores de aceitação para projetar proativamente
intervenções (incluindo treinamento, marketing, etc.) direcionadas a populações de usuários
que possam ser menos inclinadas a adotar e usar novos sistemas.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
194
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação
Referência Resumo Davis et al.
(1989) Esta pesquisa aborda a capacidade de prever a aceitação de computadores pessoais a partir de
uma medida de suas intenções e a capacidade de explicar suas intenções em termos de suas
atitudes, normas subjetivas, utilidade percebida, facilidade de uso percebida e variáveis
relacionadas. Em um estudo longitudinal de 107 usuários, as intenções de usar um sistema
específico, medido após uma introdução de uma hora ao sistema, foram correlacionadas a
0,35 com o uso do sistema 14 semanas depois. A correlação de uso da intenção foi 0,63 no
final deste período de tempo. A utilidade percebida influenciou fortemente as intenções das
pessoas, explicando mais da metade da variação nas intenções no final de 14 semanas. A
facilidade de uso percebida também teve um efeito pequeno, mas significativo, nas intenções,
embora esse efeito tenha diminuído com o tempo. As atitudes mediam apenas parcialmente os
efeitos dessas crenças nas intenções. As normas subjetivas não tiveram efeito sobre as
intenções. Esses resultados sugerem a possibilidade de modelos simples, mas poderosos, dos
determinantes da aceitação do usuário, com valor prático para avaliar sistemas e orientar
intervenções gerenciais voltadas à redução do problema de tecnologia computacional
subutilizada.
Ajzen (1991)
O artigo versa sobre pesquisas de vários aspectos da teoria do comportamento planejado
(Ajzen, 1985, 1987) são revisadas, e algumas questões não resolvidas são discutidas. Em
termos gerais, a teoria é considerada bem apoiada por evidências empíricas. As intenções de
realizar comportamentos de diferentes tipos podem ser previstas com alta precisão de atitudes
em relação ao comportamento, normas subjetivas e controle comportamental percebido; e
essas intenções, juntamente com as percepções do controle comportamental, são responsáveis
por considerável variação no comportamento real. A otimização da expectativa e das medidas
de valor é oferecida como um meio de lidar com as limitações de medição. Finalmente, a
inclusão do comportamento passado na equação de previsão é mostrada para fornecer um
meio de testar a suficiência da teoria, outra questão que permanece por resolver. A evidência
disponível limitada a respeito dessa questão mostra que a teoria está prevendo o
comportamento muito bem em comparação com o teto imposto pela confiabilidade
comportamental.
Ajzen &
Fishbein
(1980) Muitas pesquisas foram conduzidas na teoria da ação racional de Ajzen e Fishbein (1980;
Fishbein & Ajzen, 1975). De acordo com a teoria proposta pelos autores neste trabalho, o
comportamento é determinado pela intenção comportamental de emitir o comportamento.
Existem dois fatores principais que determinam as intenções comportamentais: um fator
pessoal ou "atitudinal" e um fator social ou "normativo". De acordo com uma formulação de
valor esperado, o primeiro componente (a atitude da pessoa em relação a um comportamento
específico) é proposto como uma função das crenças salientes (comportamentais) sobre as
consequências percebidas da realização do comportamento e da avaliação da pessoa
(resultado). O segundo componente, normas subjetivas, consiste nas percepções de um ator
sobre o que importantes indivíduos ou grupos específicos de pensamento acham que ele
deveria fazer. As normas subjetivas são uma função das crenças (normativas) da pessoa em
relação ao que cada um deles pensa que deve fazer e a motivação para obedecer. A
importância relativa dos componentes atitudinais e normativos na determinação da intenção
deve variar de acordo com o comportamento, a situação e as diferenças individuais do ator.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
195
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação
Referência Resumo Fishbein &
Ajzen (1975) Neste livro, Fishbein e Ajzen procuram realizar dois objetivos: (1) fornecer uma revisão
abrangente de uma ampla gama de literatura teórica e empírica dedicada aos fenômenos
atitudinais, e (2) demonstrar que esta literatura pode ser incorporada dentro de um estrutura
explicativa unificada e sistemática. Uma avaliação de seus esforços requer uma avaliação do
grau em que cada um desses objetivos foi alcançado. Fishbein e Ajzen prosseguem
construindo um conjunto de modelos inter-relacionados que abordam os processos de
formação e mudança de crenças, atitudes e intenções. A estrutura resultante tem
conseqüências intelectuais significativas. O sistema fornece pelo menos explicações post hoc
para certas incoerências incômodas em pesquisas anteriores. A estrutura facilita a declaração
explícita de estratégias de pesquisa que são apropriadas para o exame dos elementos
específicos dos quais ela é composta. O trabalho conduz a uma maior integração da literatura
existente. O sistema teórico está bem fundamentado em pesquisas anteriores e uma grande
proporção das proposições que compõem a estrutura são testáveis.
Agarwal &
Prasad (1997)
Neste artigo,os autores enfocam as percepções individuais sobre as características da
tecnologia alvo como variáveis explicativas e preditivas para o comportamento de aceitação e
apresentam um estudo empírico examinando os efeitos dessas percepções em dois resultados
frequentemente utilizados no contexto da inovação representada pela WWW. Os dois
resultados examinados são o uso inicial de uma inovação e a intenção de continuar tal uso no
futuro, isto é, rotinizar o uso da tecnologia. Duas questões de pesquisa motivaram e
orientaram o estudo. Primeiro, as percepções que preveem o uso inicial são as mesmas que
predizem intenções de uso futuro? Os resultados confirmam, conforme a hipótese de
pesquisas anteriores, que as características da inovação explicam o comportamento de
aceitação. Os resultados revelam ainda que as características específicas que são relevantes
para cada resultado de aceitação são diferentes. A segunda pergunta de pesquisa pergunta se a
voluntariedade percebida desempenha um papel na aceitação da tecnologia. Os resultados
mostram que a pressão externa tem um impacto no comportamento de aceitação dos
adotantes. Implicações teóricas e práticas que se seguem são apresentadas.
Davis (1989)
A presente pesquisa desenvolve e valida novas escalas para duas variáveis específicas,
utilidade percebida e facilidade de uso percebida, as quais são hipotetizadas como
determinantes fundamentais da aceitação do usuário. As medidas foram refinadas e
simplificadas, resultando em duas escalas de seis itens com confiabilidade de 0,98 para
utilidade e 0,94 para facilidade de uso. As escalas apresentaram alta validade convergente,
discriminante e fatorial. Em ambos os casos, a utilidade teve uma correlação
significativamente maior com o comportamento de uso do que a facilidade de uso. Análises
de regressão sugerem que a facilidade de uso percebida pode, na verdade, ser um antecedente
causal da utilidade percebida, em oposição a um determinante paralelo e direto do uso do
sistema. Implicações são desenhadas para pesquisas futuras sobre a aceitação do usuário.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
196
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação
Referência Resumo Moore &
Benbasat
(1991) Este artigo relata o desenvolvimento de um instrumento projetado para medir as várias
percepções que um indivíduo pode ter ao adotar uma inovação em tecnologia da informação
(TI). Este instrumento pretende ser uma ferramenta para o estudo da adoção inicial e
eventual difusão de inovações de TI dentro das organizações. Para este estudo, os itens
recém-criados e os existentes foram colocados em um pool comum e submetidos a quatro
rodadas de classificação pelos juízes para estabelecer quais itens deveriam estar nas várias
escalas. O objetivo foi verificar a validade convergente e discriminante das escalas,
examinando como os itens foram classificados em várias categorias de construto. A análise
do acordo entre os juízes sobre o posicionamento dos itens identificou tanto itens ruins
quanto pontos fracos em algumas definições originais dos construtos. Estes foram
posteriormente redefinidos. Escalas para as construções resultantes foram submetidas a três
testes de campo separados. Após o teste final, todas as escalas demonstraram níveis
aceitáveis de confiabilidade. Sua validade foi ainda verificada usando análise fatorial, bem
como a realização de análise discriminante comparando respostas entre adotantes e não-
adotantes da inovação. O resultado é um instrumento de 38 itens, parcimonioso,
compreendendo oito escalas que fornecem uma ferramenta útil para o estudo da adoção
inicial e difusão de inovações.
Midgley &
Dowling (1978) A natureza da inovatividade e sua relação com a adoção são exploradas neste artigo.
Argumenta-se que a inovatividade deve ser conceituada em um nível mais alto de abstração,
e que o reconhecimento explícito deve ser dado aos processos complexos de comunicação
que intervêm entre este construto e o comportamento observável. O objetivo deste artigo é
questionar a validade de ambos os construtos. Os autores argumentam que algumas
metodologias contemporâneas não fornecem medições confiáveis de um traço de
personalidade, "inovatividade" e, na verdade, grande parte da prática atual em relação à
definição e mensuração da capacidade de inovação é tautológica. O foco principal dos
autores está em metodologias que igualam o tempo de adoção à inovação e, ao fazê-lo,
ignoram os processos sociais dinâmicos que caracterizam a difusão de inovações. Os autores
esperam estimular uma discussão mais aprofundada sobre este tópico vital, no sentido em
que assumem o argumento de Rogers (1976) de uma abordagem mais orientada para o
processo de pesquisa neste campo.
Gatignon &
Robertson
(1985)
A literatura sobre a teoria da difusão oferece uma estrutura conceitual razoavelmente bem
desenvolvida para o estudo das comunicações. Conforme desenvolvido em várias
disciplinas, a difusão se aplica ao fluxo de informações, idéias e produtos; sua singularidade
é seu foco na transferência de comunicação interpessoal. Este artigo oferece novas
proposições teóricas para promover a pesquisa de difusão do consumidor e fornecer uma
base para a modelagem de difusão.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
197
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação
Referência Resumo Thong (1999)
Baseado em teorias da literatura de inovação tecnológica, este estudo desenvolve um modelo
integrado de adoção de sistemas de informação (SI) em pequenas empresas. O modelo
especifica variáveis contextuais, como características do tomador de decisão, características
do SI, características organizacionais e características ambientais, como principais
determinantes da adoção de EIs em pequenas empresas. Um inquérito por questionário foi
realizado em 166 pequenas empresas. A análise de dados mostra que as pequenas empresas
com certas características de CEO (capacidade de inovação e nível de conhecimento de SI),
características de inovação (vantagem relativa, compatibilidade e complexidade de SI) e
características organizacionais (tamanho do negócio e nível de conhecimento dos
funcionários) são mais prováveis adotar o IS. Embora as características do CEO e da inovação
sejam determinantes importantes da decisão a adotar, elas não afetam a extensão da adoção do
SI. A extensão da adoção do SI é determinada principalmente pelas características
organizacionais. Finalmente, a característica ambiental da competição não tem efeito direto
sobre a adoção de empresas de pequeno porte.
Hofstede
(1980) Este trabalho é baseado em um estudo monumental das subsidiárias de vendas de uma grande
corporação multinacional que opera em 39 países no mundo. O autor encontrou quatro
dimensões principais para classificar culturas em todo o mundo: (i) distância de poder, (ii)
evitar a incerteza, (iii) individualismo e (iv) masculinidade, na quais propõe algumas teorias
para explicar como as culturas se tornam como são, que combinam clima, desenvolvimento
econômico e processo histórico. O autor analisa os resultados de questionários obtidos nos 39
países diferentes, aplicados a funcionários e usa os resultados para extrair dimensões ao longo
dos quais compara essas diferentes culturas, avalia e discute os agrupamentos resultantes.
Premkumar et
al. (1994) Este estudo, baseado na pesquisa em teoria da inovação e sistemas de informação, examina a
relação entre várias características de inovação (complexidade, duas formas de
compatibilidade, custos, vantagem relativa e comunicabilidade) e vários atributos de difusão
(adaptação, difusão interna, difusão externa, e sucesso da implementação) do EDI nas
organizações. Os dados para o estudo foram coletados de uma pesquisa de campo em grande
escala com 20 empresas nos Estados Unidos que implementaram EDI. Os resultados das
análises de regressão multivariada revelaram que a vantagem relativa, os custos e a
compatibilidade técnica foram os principais preditores de adaptação. Embora a vantagem
relativa e a duração fossem preditores importantes de difusão interna, a compatibilidade
técnica e a duração mostraram-se importantes preditores da difusão externa. Ambas as formas
de compatibilidade (técnica e organizacional) e os custos foram considerados importantes
preditores do sucesso da implementação no EDI.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
198
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação
Referência Resumo Rogers
(1962)
O processo de adoção de novas inovações tem sido estudado por mais de 30 anos, e um dos
modelos de adoção mais populares é descrito por Rogers em seu livro, Difusão de Inovações
(Sherry & Gibson, 2002). Muita pesquisa de uma ampla variedade de disciplinas usou o modelo
como uma estrutura. Dooley (1999) e Stuart (2000) mencionaram várias dessas disciplinas como
ciência política, saúde pública, comunicações, história, economia, tecnologia e educação, e
definiram a teoria de Rogers como uma estrutura teórica amplamente utilizada na área de
difusão de tecnologia e adoção. A teoria da difusão de inovações de Rogers é a mais apropriada
para investigar a adoção de tecnologia (Medlin, 2001; Parisot, 1995). De fato, muitas pesquisas
de difusão envolvem inovações tecnológicas, de modo que Rogers (1962) usava a palavra
“tecnologia” e “inovação” como sinônimos. Para Rogers, “uma tecnologia é um projeto de ação
instrumental que reduz a incerteza nas relações de causa e efeito envolvidas na obtenção de um
resultado desejado” (p. 13). Para Rogers (1962), a adoção é uma decisão de “uso pleno de uma
inovação como o melhor curso de ação disponível” e a rejeição é uma decisão “não adotar uma
inovação” (p. 177). Rogers (1962) define difusão como “o processo no qual uma inovação é
comunicada através de certos canais ao longo do tempo entre os membros de um sistema social”
(p. 5). Conforme expresso nesta definição, a inovação, os canais de comunicação, o tempo e o
sistema social são os quatro componentes-chave da difusão de inovações.
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
199
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico
Referência Resumo
Zolait (2014)
Este artigo revisa a literatura existente e estudos sobre o impacto dos Sistemas de Informação
(SI) na adoção do Internet Banking (IB). Revisamos a teoria da adoção e seus atributos
utilizados em estudos de IB em diferentes contextos e abordagens. Este estudo explicativo foi
conduzido para desenvolver uma compreensão da pesquisa teórica do IB. Os resultados
indicam que há uma grande quantidade de literatura sobre a adoção do IB. A maioria das
pesquisas do IB investigou a adoção do IB usando a abordagem psicológica, na qual alguns
usaram a abordagem social ou uma abordagem combinada de ambos. Nossa pesquisa
recomenda novas abordagens para investigar a adoção do IB e desenvolver novas teorias.
Especificamente, e entre outros, a Prontidão Baseada em Informações do Usuário é uma nova
abordagem que este estudo recomenda para futuras pesquisas de adoção de inovação.
Ilie et al.
(2005) Entender os fatores que influenciam a adoção dos usuários e o uso de tecnologias de
informação emergentes é uma questão crítica para pesquisadores e profissionais. Esta pesquisa
tem como objetivo aprofundar nossa compreensão dos fenômenos subjacentes à adoção e uso
de tecnologia, examinando se existem diferenças de gênero na importância das características
de inovação percebidas nas intenções de uso de tecnologias de comunicação. Especificamente,
investigamos se o gênero modera a influência dos atributos da inovação (vantagem relativa
percebida, compatibilidade, facilidade de uso, visibilidade, demonstração de resultados e massa
crítica) sobre as intenções de usar uma tecnologia de comunicação: mensagens instantâneas. Os
resultados sugerem um forte efeito de moderação do gênero entre as percepções de vantagem
relativa, facilidade de uso, visibilidade, demonstrabilidade do resultado, massa crítica e
intenções de uso. Contribuições e direções futuras para pesquisa são apresentadas.
Hardgrave et
al. (2003) A presente pesquisa baseia-se em teorias de formação de intenção e difusão de inovação para
avançar o conhecimento sobre por que os desenvolvedores aceitam ou resistem a seguir
metodologias. Os resultados de um estudo de campo dentro de uma grande organização
indicam que as intenções dos desenvolvedores são diretamente influenciadas pelos atributos da
inovação (percepções de utilidade, pressão social, compatibilidade e mandato organizacional).
Os resultados sugerem, contrariamente à crença popular, que um mandato organizacional não é
suficiente para garantir o uso da metodologia de forma sustentada.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
200
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação
Referência Resumo
Fallan (2015)
Este artigo procura explorar se o contexto interno - a percepção dos tomadores de decisão
sobre os atributos do conteúdo da informação - pode prever a variação nas taxas de adoção
de diferentes tipos de conteúdo, e se a teoria da adoção da inovação pode representar
fatores importantes dessa tomada de decisão. O processo de gerenciamento corporativo
decide quais tipos de conteúdo de informações ambientais devem ser divulgados /
adotados. Cada categoria de conteúdo é vista como uma inovação que a empresa decide
adotar ou não. Entrevistas com a administração em várias empresas ilustram o processo de
decisão da divulgação e ajudam a prever as taxas de adoção. O nível absoluto de taxas de
adoção é afetado pelo tamanho da empresa e pelo risco ambiental. No entanto, as
categorias de conteúdo que têm taxas de adoção relativamente altas ou baixas são
consistentes entre as subamostras, independentemente dessas características corporativas.
Essa variação consistente nas taxas de adoção parece ser bem previsível pela teoria da
adoção da inovação e seu foco nos cinco atributos da própria informação: compatibilidade,
capacidade de julgamento, complexidade, observabilidade e vantagem relativa. O
arcabouço teórico permite contextos internos e gerais diferentes ou em mutação, e deve ser
aplicável a outras configurações, mesmo que as previsões específicas para taxas de adoção
neste artigo não possam ser aplicadas como tal. Atributos percebidos do conteúdo da
informação em si e da teoria da adoção da inovação são usados pela primeira vez para
explicar a razão da prática de relatórios, e são considerados ferramentas frutíferas para
prever variações consistentes nas taxas de adoção entre diferentes tipos de conteúdo. Essa
abordagem fornece uma nova visão sobre as forças motrizes da oferta de divulgação.
Bhatnagar &
Gopalaswamy
(2017) Este artigo tem como objetivo identificar as dimensões da competência de inovação em
serviços de uma empresa. Este documento também visa estabelecer a relação entre as
dimensões de competência de inovação de serviço de uma empresa e os atributos de
inovação de serviço orientados ao cliente e a adoção pelo cliente. Este estudo investiga o
lado da oferta de inovação de serviços para avaliar os principais impulsionadores ou
capacidades que influenciam o processo de inovação de serviço no nível da empresa. Este
estudo usa o método de triangulação usando o conceito teórico existente complementado
por 18 entrevistas em profundidade de gerentes de nível sênior de empresas de serviços de
três setores - hospitalidade, serviços de telecomunicações móveis e serviços financeiros.
Os resultados da entrevista foram complementados por 12 estudos de caso de inovação de
serviços (quatro de cada setor). A análise de conteúdo das entrevistas em profundidade foi
realizada por meio de três avaliadores, e a confiabilidade entre avaliadores foi testada. Os
estudos de caso foram categorizados em termos da força da dimensão da competência de
inovação observada. Com base na análise de conteúdo das entrevistas e na categorização
das observações do estudo de caso, foram identificadas seis dimensões distintas da
competência de inovação em serviços da empresa. Quatro atributos de cada dimensão
também foram identificados. Com base nos insights de entrevistas e observações de casos,
sete proposições são sugeridas, e uma estrutura conceitual é apresentada para estabelecer a
relação entre as dimensões de competência de inovação de serviço da empresa e as
configurações de inovação de serviço e a adoção pelo cliente. Este documento preenche
uma importante lacuna de conhecimento em relação às dimensões de um componente
crítico de oferta de inovação de serviço, ou seja, competência de inovação.
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
201
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação
Referência Resumo
Flight et al.
(2011)
O objetivo deste trabalho é desenvolver uma escala de medição que englobe uma ampla gama
de atributos do produto. Além disso, um modelo abrangente é desenvolvido e testado,
ilustrando a relação entre os atributos do produto e a adoção. Utilizando 628 respondentes,
uma escala de medição é desenvolvida e um modelo de equações estruturais é testado através
de uma série de pesquisas em múltiplos estágios. O escopo da pesquisa é produtos duráveis
para o consumidor. Este trabalho foi bem-sucedido no desenvolvimento de uma escala de 43
itens que mede 15 atributos únicos de inovação. Essa escala é então usada para testar um
modelo de segunda ordem, ilustrando as relações que as características de inovação têm entre
si e, em última análise, a adoção da inovação. A principal limitação desta pesquisa é a falta de
variedade nos produtos em análise. Para os quatro produtos duráveis de consumo estudados, a
pesquisa encontra resultados significativos. No entanto, essas descobertas teriam maior
impacto se refletissem uma gama mais ampla de produtos e classes de produtos. Até o
momento, houve poucas tentativas de modelar e testar de forma exaustiva o papel que as
características da inovação desempenham durante o processo de adoção. Esta pesquisa testa
empiricamente características de primeira e segunda ordem dentro do contexto de um modelo
de equações estruturais.
He et al.
(2006)
A adoção de inovações de TI está atraindo cada vez mais atenção. Os pesquisadores estão
particularmente interessados em fatores que afetam a adoção de inovações de SI e de TI. A
teoria da difusão da inovação é usada frequentemente para avaliar o efeito dos atributos de
inovação percebidos e a adoção de inovações. No entanto, o poder explicativo dos atributos de
inovação percebidos varia em diferentes inovações. Dada a importância do pagamento
eletrônico on-line para o desenvolvimento do e-commerce e sua importância como inovação
de pagamento, esta pesquisa examina a adoção do pagamento eletrônico on-line por empresas
usando o modelo relacional de Rogers de atributos de inovação percebida e taxa de adoção .
Os resultados indicam que apenas a compatibilidade percebida tem influência significativa na
adoção de e-payment on-line de empresas chinesas. Espera-se que esta pesquisa possa ajudar
outros pesquisadores com procedimentos estatísticos relacionados e etapas analíticas em seu
estudo de adoção de SI / TI usando a teoria de difusão de inovação.
Jiang (2009)
Este estudo fornece uma estrutura que capta os antecedentes da adoção da Internet móvel e a
disposição de pagar por esse serviço. A teoria da ação racional e os componentes de uma
teoria da adoção da inovação foram integrados em um modelo de pesquisa de adoção pelo
consumidor da internet móvel. O modelo hipotético incluiu percepções de atributos da
inovação: qualidade de serviço (internet fixa e serviço de tecnologia móvel), crenças sobre
internet móvel e variáveis de diferenças individuais para explicar a intenção de adotar a
internet móvel. Um questionário online foi usado para coletar dados. Os resultados mostraram
que as crenças e percepções de qualidade desempenham um papel significativo em influenciar
as intenções de adoção da internet móvel.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
202
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação
Referência Resumo
Pham & Ho
(2015) Tendo em consideração os fundamentos teóricos da difusão da inovação e os atributos
específicos dos pagamentos móveis NFC, este estudo propõe uma estrutura de pesquisa para
fornecer uma compreensão profunda dos fatores que facilitam ou impedem a adoção de
pagamentos móveis baseados em NFC entre os consumidores taiwaneses. Os resultados
revelaram que a intenção de adotar pagamentos móveis NFC é afetada pela maioria dos
atributos relacionados ao produto, pessoais e atratividade de alternativas. Este artigo é capaz
de avançar na literatura sobre adoção de inovação e facilitar os profissionais de marketing de
tecnologia em pagamentos móveis NFC. Ele fornece uma diretriz útil para ajudar os
pesquisadores a investigar questões relacionadas a pagamentos móveis NFC. Ele também traz
algumas implicações gerenciais ajudando as partes relevantes no ecossistema de pagamentos
móveis NFC, como operadoras de redes móveis, emissores de cartões, instituições de
processamento de pagamentos, tomadores de decisões bancárias e comerciantes ao elaborar
suas estratégias de negócios e campanhas de marketing para facilitar pagamentos móveis
NFC.
Kishore &
McLean
(2007) Este artigo reconceitualiza o atributo de compatibilidade da inovação que gerou resultados
mistos na literatura de sistemas de informação (IS) e desenvolve uma estrutura de alinhamento
organizacional (OA) para contextos secundários de adoção de TI, fundamentada no modelo de
mudança organizacional de Leavitt e suas extensões e aplicações na área de SI. Enraizado em
teorias de estruturação e "sensemaking", o artigo conceitua OA como uma representação de
estruturas institucionais de significação, dominação e legitimação, e propõe que o OA
percebido entre uma inovação de TI e seus componentes organizacionais complementares
impactará os comportamentos secundários de adoção dos membros da organização em relação
a essa inovação. Esta proposição é avaliada empiricamente através de um estudo de campo de
reutilização de software em um grande banco dos EUA. Os dados da pesquisa coletados dos
profissionais de SI são analisados usando mínimos quadrados parciais (PLS). Uma abordagem
de comparação de modelos é utilizada para comparar a influência dos constructos de
compatibilidade e OA no comportamento de adoção de nível individual de profissionais de SI.
Os resultados fornecem um bom suporte para o modelo de pesquisa. Como hipotetizado, o
construto OA é considerado um preditor significativo do comportamento de adoção.
Entretanto, a compatibilidade é encontrada para não ter uma relação significativa com o
comportamento de adoção, somando-se aos achados mistos sobre este constructo na literatura.
Resultados do estudo e suas limitações, generalização, contribuições e implicações são
discutidos.
Rao &
Troshani
(2007)
Os serviços móveis são anunciados para criar um enorme espectro de oportunidades de
negócios. A aceitação do usuário desses serviços é de suma importância. Consequentemente,
uma visão mais profunda da pesquisa baseada em nos atributos da inovação é necessária para
entender melhor os fatores determinantes subjacentes que levam os usuários à adoção de
serviços móveis. Como os serviços móveis trazem atributos funcionais adicionais, incluindo
aspectos hedônicos e experienciais, o uso de modelos existentes para prever a aceitação de
serviços móveis por indivíduos pode ser inadequado. O objetivo deste artigo é explorar,
analisar e avaliar criticamente o uso de teorias de aceitação existentes à luz dos atributose de
inovação dos serviços móveis em evolução e onipresentes e suas tecnologias subjacentes.
Constructos que afetam o comportamento de adoção do consumidor são discutidos e
proposições relevantes são feitas. Implicações gerenciais são exploradas e futuras direções de
pesquisa também são identificadas.
Fonte: Dados da pesquisa (2019)
203
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação
Referência Resumo
Premkumar et
al. (2008) Embora as mensagens instantâneas (IM) tenham sido muito populares entre os adolescentes e
estudantes universitários para comunicação social e recreativa, seu uso em ambientes
corporativos tem sido limitado. Nós examinamos os atributos que influenciam a intenção de
usar e uso real de mensagens instantâneas. Um modelo de pesquisa foi desenvolvido com base
na difusão da inovação e teorias sócio-psicológicas. O modelo examinou a influência de sete
atributos (variáveis) em três estruturas de crenças (atitudinal, normativa e controle). O modelo
foi validado empiricamente usando uma pesquisa de campo de 349 entrevistados. Os
resultados indicaram que cinco das sete variáveis explicaram cerca de 41% da variância na
intenção de usar IM. As cinco variáveis significativas foram: crenças utilitárias, crenças
hedônicas, normas subjetivas, massa crítica e facilidade de uso. O fator determinante da
afiliação não foi significativo e a crença social teve um impacto negativo na intenção. Como
esperado, a intenção de usar teve uma influência significativa no uso real.
Gupta &
Arora (2017) O objetivo deste artigo é examinar a influência relativa dos atributos da inovação entre "razões
para" e "razões contra" a adoção de serviços bancários móveis (m-banking) entre os
consumidores indianos. Utilizando o arcabouço da teoria do raciocínio comportamental (BRT),
hipotetizaram-se relações entre atributos, valores, construtos de raciocínio, atitudes e
intenções. As hipóteses foram testadas usando uma amostra representativa de dados obtidos de
consumidores bancários indianos (n = 379). Análise fatorial confirmatória e modelagem de
equações estruturais foram utilizadas para analisar os dados. Os resultados indicam que tanto
“razões para” quanto “razões contra” influenciam a adoção do m-banking. Entre as “razões
para” a adoção do m-banking, onipresente é o principal determinante, e entre as “razões
contra” a adoção do m-banking, a barreira tradicional é o principal determinante. Os resultados
também confirmam que o valor da “abertura à mudança” influencia significativamente as
razões para adoção e não tem impacto sobre as razões e a atitude em relação ao m-banking.
Este estudo examina os clientes em apenas um contexto (ou seja, a Índia). Pesquisas futuras
podem examinar amostras em outros países para que os resultados possam ser generalizados.
Além disso, o papel mediador dos fatores demográficos pode ser estudado em estudos futuros
para prever a adoção do m-banking. Os resultados deste estudo enfatizam a importância de
examinar os fatores pró-adoção e anti-adoção enquanto desenvolvem a estratégia de
marketing. Este estudo confirma que a adoção do m-banking pode ser aumentada se os
gerentes tentarem minimizar o efeito das barreiras da adoção do m-banking. Este é o primeiro
estudo a examinar a adoção do m-banking usando o BRT, que investiga as razões e os motivos
contra a adoção do m-banking em um único framework..
Fonte: dados da pesquisa (2019).
204
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação
Referência Resumo
Glavee-Geo
et al. (2017)
Este estudo fornece uma visão abrangente sobre os atributos da inovação decisivos que afetam
a intenção de um indivíduo em adotar serviços bancários móveis (m-banking) no Paquistão.
Uma abordagem de pesquisa foi usada com uma amostra de 189 respostas de todo o Paquistão.
A análise multigrupo foi realizada para detectar diferenças de gênero entre homens e mulheres
no processo de adoção do m-banking. O artigo encontrou apoio para o efeito positivo do
controle comportamental percebido (PBC) e atitudes (ATT) em relação às intenções de adoção
do m-banking. Diferenças significativas entre homens e mulheres foram encontrados para
afetar as normas sociais (SN) sobre a intenção de adoção, mesmo que a amostra combinada de
homens e mulheres foi insignificante. O efeito do SN na adoção mbanking é mais forte para as
mulheres do que para os homens. Curiosamente, nosso artigo fornece resultados contraditórios
sobre o papel do PBC na intenção de adoção. O efeito do PBC na intenção de adoção
mbanking foi significativamente mais forte para homens do que para mulheres. Os resultados
apresentam implicações do comportamento do consumidor e da comunicação de marketing
para o marketing bancário. Embora homens e mulheres não difiram em seu ATT em relação à
adoção de serviços bancários em geral, a nuance sucinta entre homens e mulheres em termos
da influência de SN e PBC com a intenção de adoção exige uma reorientação estratégica de
como homens e mulheres como consumidores Os serviços de m-banking devem ser
adequadamente segmentados, direcionados e comunicados. A formulação de estratégias de
marketing para atingir potenciais consumidores e reforçar a utilidade do m-banking para os
consumidores existentes não deve ser "one size fits all". A comercialização de serviços de m-
banking para segmentos de homens e mulheres deve ser abordada estrategicamente para
aumentar as taxas de adoção em economias emergentes / em desenvolvimento.
Makanyeza
(2017) O objetivo deste estudo foi investigar os atributos da inovação determinantes na intenção dos
consumidores de adotar serviços bancários móveis no Zimbábue. Uma pesquisa com 232
clientes do banco foi realizada em Chinhoyi, Zimbábue, utilizando um questionário estruturado
com perguntas do tipo Likert. Os clientes foram interceptados aleatoriamente quando saíram
de cinco grandes bancos. Modelagem de equações estruturais, teste T de amostras
independentes e ANOVA unidirecional foram usados para testar hipóteses de pesquisa. O
estudo constatou que a utilidade percebida, a autoeficácia percebida, a influência social, a
vantagem relativa e a compatibilidade percebida têm um efeito positivo, enquanto o risco
percebido tem um efeito negativo na intenção comportamental de adotar serviços bancários
móveis no Zimbábue. A facilidade de uso percebida, condições facilitadoras, complexidade
percebida, capacidade de julgamento percebida, conhecimento de consciência e fatores
demográficos (gênero, idade, educação e renda) não influenciaram significativamente a
intenção comportamental de adotar serviços bancários móveis. Descobriu-se que a facilidade
de uso percebida influencia positivamente a utilidade percebida, enquanto a autoeficácia
percebida foi encontrada como tendo um efeito positivo na facilidade de uso percebida. A
intenção comportamental foi encontrada para influenciar positivamente o uso de serviços
bancários móveis no Zimbábue. Os dados foram coletados de clientes de bancos em Chinhoyi,
uma das cidades emergentes no Zimbábue. Pesquisas futuras devem ser expandidas para
incluir outras grandes cidades no Zimbábue e em outros países. Estudos mais semelhantes
devem ser realizados para testar os fatores identificados na literatura em diferentes contextos e
mercados e em outras inovações.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
205
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação
Referência Resumo
Lafreniere et
al. (2012) Este estudo explora os atributos que influenciam a decisão de compra em adoção de inovação
no setor público. Os dados qualitativos, usando entrevistas semi-estruturadas em
profundidade, foram coletados de profissionais de TI em uma instituição pós-secundária que
regularmente tomam decisões de compra. As opções de compra que não atendiam aos
requisitos mínimos estabelecidos pelos atributos não compensatórios (orçamento,
redundância, estratégia organizacional, expectativa de vida, tempo, compatibilidade e
fornecedor respeitável) foram imediatamente eliminadas. As opções restantes foram avaliadas
por atributos de adição ponderados (complexidade, pressão social, suporte de TI, preço e
características de inovação percebidas) para obter um valor geral para cada opção. Esses
achados são consistentes com as estratégias clássicas de decisão na literatura de escolha do
consumidor. A contribuição significativa deste projeto de pesquisa é uma compreensão mais
abrangente dos diferentes fatores e seu nível de impacto nas decisões de compra na adoção da
inovação.
Sepasgozar et
al. (2016) O objetivo deste artigo é fornecer uma análise crítica das pesquisas atuais em torno da adoção
de tecnologias em construção com o objetivo de formular uma nova estrutura conceitual para
levar adiante nossa compreensão dessa importante questão. Revisando a literatura existente,
um total de novecentos artigos foram examinados em publicações internacionalmente
revisadas fora da construção, como sistemas de informação, em construção com foco em
tecnologias de comunicação de informação e em seleção de tecnologia de construção, como
seleção de bombas de concreto. Este estudo enfoca os atributos da inovação tecnológica, que é
o uso de qualquer nova ideia criativa, prática, artefato material, tecnologia ou uma mudança
não trivial e melhoria em um produto ou sistema que produza mudanças significativas e
beneficie as partes interessadas.
Tabak & Barr
(1998) Este estudo explora as categorias cognitivas e os fatores determinantes de categoria que os
gerentes de topo são suscetíveis de usar em decisões estratégicas sobre adoção de inovação
organizacional. Os dados foram coletados de 1096 executivos de hospitais em todo o país. Os
resultados indicaram que (1) os fatores determinantes de "controlável", "alta vantagem
relativa", "compatível", "descomplicada" e "baixo risco" têm alta validade para inovações de
imagem categorizadas como "funcionais" pelos gerentes de topo; e que (2) os membros da
categoria inovação determinam as intenções dos gestores de topo de adotar. Direções de
pesquisas futuras são discutidas.
Lohtia &
Murakoshi
(1999)
O Efficient Consumer Response (ECR) envolve a reengenharia, o redesenho e a
informatização da cadeia de suprimentos e visa trazer mais valor para o consumidor. Embora a
ECR esteja sendo adotada nos Estados Unidos e em vários mercados internacionais, ela
recebeu muito pouca atenção na literatura de marketing. No Japão, as empresas só
recentemente começaram a adotar o ECR. Usando a teoria da adoção da inovação, este estudo
é o primeiro a examinar empiricamente os fatores determinantes da inovação ECR que
influenciarão a adoção no Japão. Um exame empírico realizado em dados coletados de
fabricantes, atacadistas e varejistas japoneses sugere que as vantagens percebidas, a
capacidade de teste e a observabilidade do ECR têm um impacto significativo em sua adoção.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
206
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação
Referência Resumo
Hameed &
Counsell
(2014) Este artigo apresenta os resultados de uma meta-análise de fatores determinantes de inovação
que influenciam a adoção da tecnologia da informação (TI) nas organizações. Estudos
anteriores que examinam os determinantes da adoção da inovação em TI produziram
resultados inconsistentes e contraditórios, e a dedução de um conjunto definitivo de atributos
para a adoção da inovação tornou-se impraticável. O estudo agregou resultados de pesquisas
anteriores sobre adoção de TI usando meta-análise para identificar os principais fatores em
termos de inovação ou tecnologia que influenciam a adoção de TI na organização. Seis
características de inovação mais comumente examinadas por pesquisadores foram analisadas.
Os resultados desta meta-análise confirmam que a vantagem relativa, a compatibilidade, o
custo, a observabilidade e a testabilidade são fortes determinantes da adoção da inovação em
TI. No entanto, o estudo não encontrou associação entre complexidade e adoção de inovação
de TI. O efeito do estágio de inovação, tipo de inovação, tipo de organização e tamanho da
organização, como quatro condições moderadoras, também foi examinado.
Sharma & Rai
(2003) Este estudo examina a relação entre a adoção da inovação em SI e os fatores determinantes de
liderança nos departamentos de sistemas de informação (ISDs); A engenharia de software
auxiliada por computador (CASE) é a inovação específica considerada aqui, com poder
posicional e estabilidade no trabalho do líder da ISD, as principais características de liderança.
Uma amostra dos principais executivos de SI nas organizações dos EUA foi o objeto da
pesquisa. Análise discriminante foi utilizada para analisar os dados coletados. Ao contrário da
crença comum na literatura de difusão de inovação, descobrimos que tanto o poder posicional
quanto a estabilidade no emprego do líder da DSI estão negativamente relacionados à adoção
organizacional da inovação em SI.
Hameed &
Counsell
(2012)
A literatura do Sistema de Informação identificou vários fatores determinantes que impactam
a adoção e implementação de TI. Este estudo apresenta uma meta-análise das descobertas da
literatura passada sobre adoção de TI para verificar a significância da pressão competitiva,
apoio do governo, pressão externa, atitude do CEO, posse do gerente, inovatividade do CEO e
conhecimento de TI do CEO na adoção de TI nas organizações. O estudo descobriu que,
exceto pelo cargo de gerente, todos os atributos tiveram influência considerável na adoção de
TI. Dentre os fatores considerados, a pressão externa ou as demandas dos parceiros comerciais
e potenciais clientes foram as mais influentes no processo de adoção. O estudo também
examinou o efeito de duas condições moderadoras para a relação entre os atributos e a adoção
de TI.
Lee & Xia
(2006) O tamanho organizacional tem sido considerado um importante fator da adoção de inovação
de TI. No entanto, os resultados empíricos sobre a relação entre eles têm sido
perturbadoramente misturados e inconsistentes. Através de uma meta-análise de 54
correlações derivadas de 21 estudos empíricos, tenta-se explicar e resolver esses resultados
mistos, sintetizando através de estudos os efeitos do tamanho organizacional na adoção de
inovação de TI e examinando os efeitos de seis moderadores sobre a relação. Os resultados
sugeriram que, embora existisse uma relação positiva entre eles, a relação foi moderada por
cinco fatores determinantes (variáveis): tipo de inovação de TI, tipo de organização, estágio de
adoção, escopo de tamanho e tipo de medida de tamanho. Isso sugeriu que os resultados
empíricos mistos de estudos anteriores podem ser explicados pela falta de consideração dos
moderadores.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
207
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação
Referência Resumo
Franquesa &
Brandyberry
(2011)
Este estudo explora a relevância de diferentes tipos de folga organizacional em pequenas e
médias empresas (PMEs), bem como a relação entre esses tipos de folga e a adoção de
inovações em tecnologia da informação (TI). Utilizando dados recentes de uma amostra
representativa de 2.307 PMEs norte-americanas, concluímos que as relações de folga-
inovação descritas anteriormente em empresas maiores não são válidas para as PMEs.
Nossos resultados mostram que, dependendo do fator determinante (tipo de inovação e tipo
de folga), a linearidade e a direção do relacionamento mudam. Discutimos as implicações
relativas de outros fatores determinantes relacionados com as condições ambientais,
tecnológicas e organizacionais que promovem a adoção da inovação nas PMEs.
Gallivan (2001) Este artigo explora a aplicabilidade de modelos tradicionais de adoção e difusão de
inovação a processos de inovação de autoridade contingentes que ocorrem dentro de um
contexto organizacional; isto é, quando os empregados nas organizações adotam uma
inovação que foi escolhida por uma figura de autoridade. Este documento identifica lacunas
existentes em modelos tradicionais de adoção de inovação e conclui que é necessário um
novo framework que incorpore os processos e fatores determinantes exclusivos relacionados
à adoção organizacional e à assimilação de inovações. Uma nova estrutura teórica híbrida é
desenvolvida, que combina insights de pesquisa em nível organizacional sobre
implementação de tecnologia com construtos de modelos tradicionais de adoção de
inovação. A teoria resultante é uma teoria híbrida do processo-variância, que captura os
eventos de implementação e os fatores que os influenciam.
Unsworth et al.
(2012) Os autores desenvolvem e testam uma estrutura integrativa de base teórica dos principais
fatores proximais (orientação, pressão e controle) que ajuda a explicar os efeitos de fatores
mais gerais (a estratégia, estrutura e ambiente da organização) sobre as intenções de adotar
uma inovação em um ano depois. Os gerentes seniores de 134 organizações foram
pesquisados e análises fatoriais confirmatórias mostraram que esses fatores centrais
hipotetizados forneceram um bom ajuste aos dados, indicando que nossa estrutura pode
fornecer uma base teórica para a literatura anterior, em grande parte teórica. Além disso, em
um subgrupo de 63 organizações, o controle mediou os efeitos da estratégia organizacional
e da centralização nas intenções de adoção de inovação organizacional um ano depois. Esse
modelo de fatores centrais permite que os pesquisadores entendam por que certas variáveis
são importantes para a adoção da inovação organizacional e promovem a identificação de
áreas de pesquisa férteis em torno de orientação, pressão e controle, e permite que os
gerentes se concentrem nos gatilhos mais proximais para aumentar a adoção da inovação.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
208
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação
Referência Resumo
Gounaris &
Koritos
(2012) O objetivo desta pesquisa é examinar a possibilidade de distinguir entre adotantes e não-
adotantes ao conceituar os fatores determinantes da decisão de adotar inovações de base
tecnológica. Um segundo objetivo da pesquisa é examinar a validade fatorial através da
avaliação do poder explicativo da conceituação investigada. Na busca desses objetivos, a
teoria da racionalidade limitada representa o arcabouço teórico subjacente, e o Internet
Banking (IB) representa o referencial nomológico, no qual duas conceituações alternativas,
uma para adotantes de IB e uma segunda para não-adotantes, são consideradas. “Intenção de
adotar” e “adoção” são as variáveis de critério, respectivamente. Uma descoberta importante
desta investigação é que a decisão de adotar melhora o entendimento dos adotantes em relação
aos benefícios proporcionados por uma inovação. Consequentemente, eles detêm uma
percepção precisa, menos ambígua, de como os atributos específicos da inovação se traduzem
em benefícios. Do ponto de vista do praticante, este estudo mostra que os gerentes podem
estruturar o conteúdo de sua comunicação para facilitar a ascensão dos motoristas sociais, mas
devem evitar confiar em tais elementos para acelerar o ritmo da taxa de adoção. Em vez disso,
no centro das campanhas de comunicação, os profissionais devem colocar declarações breves
e claras demonstrando os argumentos instrumentais em favor da decisão de adoção.
Adams et al.
(2011) Neste artigo, no qual as inovações são conceituadas como complexas e multidimensionais,
relata-se um estudo exploratório, de método misto, abordando a questão da classificação da
inovação. Dados de uma investigação temática rigorosa da literatura e quatro estudos de caso,
são sintetizados em um quadro descritivo incorporando 13 variáveis (fatores da adoção). Após
a operacionalização do framework, realiza-se uma análise de cluster dos retornos de uma
pesquisa pós-adoção de 310 inovações. Três tipos distintos de inovação são identificados:
prontamente adotados, desafiadores e ocultos. Os fatores ruptura, observabilidade, perfil e
risco foram considerados particularmente importantes na distinção de clusters que oferecem
oportunidades para um novo desenvolvimento teórico. O Serviço Nacional de Saúde do Reino
Unido (NHS) constitui o contexto para o estudo. Implicações para teoria e prática são
examinadas.
Azam (2015)
Fundamentado na literatura de difusão da inovação, teoria institucional e teoria baseada em
recursos, este estudo desenvolveu um modelo abrangente de pesquisa integrada com foco nos
objetivos da pesquisa. Seguindo um paradigma de pesquisa positivista, este estudo emprega
uma abordagem de pesquisa de método misto. Um quadro conceitual preliminar é
desenvolvido através de uma extensa revisão de literatura e é refinado pelos resultados de um
estudo de campo aprofundado. Durante o estudo de campo, um total de 11 proprietários de
SME ou tomadores de decisão foram entrevistados. As estimativas mostram a avaliação
cognitiva como um fator determinante para a expectativa, que é moldada principalmente pelas
crenças dos empreendedores (percepção) e também influenciada pela inovação e cultura dos
proprietários. A cultura influencia ainda mais a expectativa. O estudo conclui que a condição
facilitadora, a pressão ambiental e a prontidão do país são fatores determinantes da expectativa
e do uso das TIC. Os resultados também revelam que a integração e o grau de utilização das
TIC afetam significativamente o desempenho das PMEs.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
209
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação
Referência Resumo
Hameed et al.
(2012) Neste artigo, desenvolve-se um modelo conceitual para o processo de adoção de inovação
em TI nas organizações. O modelo utiliza a teoria de Difusão de Inovação (DOI), Teoria
da Ação Racional (TRA), Modelo de Aceitação de Tecnologia (TAM), Teoria do
Comportamento Planejado (TPB) e um framework que contém os fatores da adoção de
inovação, organização, ambiente, diretor executivo (CEO) e aceitação do usuário. O
modelo apresenta a adoção de TI como uma sequência de etapas, progredindo de
iniciação para adoção, decisão e implementação. O estudo apresenta um modelo com
uma perspectiva de processo interativo que considera a análise de nível organizacional
até a aquisição de tecnologia e análise de nível individual para a aceitação do usuário de
TI.
Nystrom et al.
(2002) Esta pesquisa explora o papel do clima organizacional, pois afeta os impactos do contexto
organizacional na inovatividade. Contexto refere-se aqui ao tamanho organizacional,
recursos de folga e idade organizacional. Analisam-se três dimensões climáticas
conhecidas como variáveis moderadoras: orientação para risco, orientação externa e
orientação para realização. Dados descrevem a adoção de tecnologias de imagens
médicas por 70 hospitais. A inovatividade é uma variável multidimensional composta de
radicalidade, vantagem relativa e número de inovações adotadas. Os resultados mostram
que o tamanho organizacional e a folga estão positivamente relacionados com a
capacidade de inovatividade. Análises de regressão hierárquica indicam que as medidas
climáticas de orientação para riscos e orientação externa interagem significativamente
com as dimensões de contexto de tamanho organizacional e idade organizacional. O
modelo desenvolvido e testado neste projeto explica mais de 50% da variância total em
inovatividade.
Damanpour &
Schneider (2008) Estudos sobre a associação entre características de inovação e adoção de inovação no
nível de organização são escassos. Este estudo desenvolve hipóteses diretas e
moderadoras para a relação entre características de inovação, características de gestores e
adoção de inovações, ou seja, a inovatividade em organizações públicas. As hipóteses são
testadas usando dados de pesquisas sobre a adoção de 25 inovações em 725 governos
locais nos Estados Unidos e dados de um painel de especialistas. Os resultados sugerem
que tanto as características da inovação quanto as características do gerente influenciam a
adoção da inovação; no entanto, eles não revelam efeitos moderadores significativos das
características do gestor na relação entre características de inovação e adoção de
inovação. As implicações dos resultados são discutidas para futuras pesquisas sobre
adoção de inovação no setor público.
Damanpour
&Wischnevsky
(2006) A pesquisa sobre inovação nas organizações geralmente examinou as diferenças nas
características das organizações inovativas e não inovativas, um empreendimento que
muitas vezes produziu resultados inconsistentes. Neste trabalho, propõe-se que pesquisas
futuras possam resolver essas inconsistências, incorporando na teoria as diferenças entre
organizações que geram maioritariamente inovações e aquelas que mais adotam
inovações. Os autores referimo-se aos primeiros, que são principalmente produtores ou
fornecedores de inovação, como organizações geradoras de inovação, e aos últimos, que
são preponderantemente usuários de inovações produzidas por organizações geradoras de
inovação, como organizações que adotam a inovação. Com base na noção de que os
processos de geração e adoção da inovação são fenômenos distintos que são facilitados
por diferentes condições organizacionais, discute-se como a distinção entre organizações
geradoras de inovação e adotantes da inovação contribuiriam para esclarecer vários
resultados inconsistentes da pesquisa, como a relação entre inovação e tamanho, o papel
da radicalidade da inovação e a seleção de medidas apropriadas de inovação.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
210
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação
Referência Resumo
Damanpour &
Gopalakrishnan
(1998)
Os estudiosos de inovatividade enfrentam um problema de pesquisa permanente: como
criar modelos que são testáveis, mas que refletem a complexidade dos ambientes de
negócios reais. Alguns autores sugerem que as organizações que funcionam em um
ambiente estável têm estruturas mecanicistas e se presume não inovativas, enquanto
aquelas em um ambiente instável têm estruturas orgânicas e se presume serem
inovativas. A taxa de adoção se relaciona com o grau de inovatividade da organização.
Reflete a magnitude da inovação, ou seja, o número de inovações que a organização
adota em um determinado período. Neste artigo, os autores desenvolvem um modelo
mais complexo para as relações estrutura-inovação. Esse modelo permite comparar e,
posteriormente, ampliar as três teorias de estrutura e inovação que abordam as
dimensões da inovação. Uma série de proposições para prever as características
estruturais que facilitam a adoção de inovações de diferentes tipos em diferentes
estágios, sob quatro condições de mudança ambiental são sugeridas.
Damanpour &
Schneider (2006) Este estudo examina a inovatividade sobre os efeitos das características ambientais,
organizacionais e dos gestores de topo sobre a iniciação, decisão de adoção e
implementação da inovação. Usando uma amostra de aproximadamente 1.200
organizações públicas nos Estados Unidos, o estudo mostra que as características
organizacionais e as atitudes dos gerentes superiores em relação à inovação têm uma
influência mais forte do que as características demográficas ambientais e gerenciais.
Diferenças na significância dos efeitos de vários antecedentes, nas fases de adoção da
inovação são encontradas.
Jensen (2004) Uma nova explicação teórica é fornecida para a observação empírica de que grandes
empresas geralmente adotam mais cedo, embora haja exceções notáveis. A análise se
concentra na adoção de uma inovação de lucratividade incerta por uma grande empresa
com duas fábricas e uma pequena empresa com uma. Os custos marginais de produção
estão aumentando em cada usina e as economias de operação de multiplicação são
possíveis. Estes têm efeitos conflitantes sobre o incentivo para adotar. A grande empresa
se beneficia mais da adoção de um sucesso. No entanto, se um adotante precisar fechar
uma fábrica para aprender sobre a inovação, a perda de economias de multiplicação
reduz o incentivo da grande empresa a adotar. Economias multiplantas ausentes, a
grande empresa é mais propensa a liderar uma difusão porque seu maior retorno de um
sucesso domina. No entanto, a pequena empresa é mais propensa a liderar uma difusão
se houver economias multiplicadoras e a desvantagem do custo de aprendizagem da
grande empresa dominar.
Hoppe (2002) O momento e a natureza da adoção de novas tecnologias são questões fundamentais na
compreensão do desempenho, da competitividade e do crescimento da produtividade. Há
duas regularidades empíricas comumente observadas ou "fatos estilizados" de adoção de
novas tecnologias. Em primeiro lugar, a adoção de novas tecnologias é, em geral, tudo
menos instantânea. Em segundo lugar, uma vez que a adoção inicial ocorre, o caminho
de integração entre firmas tende a ser em forma de S, ou seja, algumas firmas adotam
cedo e outras tardiamente, com um processo de adoção acelerado inicialmente seguido
por um processo de desaceleração. Este artigo analisa a literatura teórica sobre o
momento da adoção de novas tecnologias. Apresenta o estado da arte, uma vez que se
enquadra em duas grandes categorias, dependendo se o modelo específico lida com a
incerteza quanto à chegada e valor de uma nova tecnologia e / ou interação estratégica
no mercado de produtos. A evidência empírica é revisada, e recomendações são dadas
para pesquisas futuras.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
211
Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação
Referência Resumo
Jensen
(2003) Este artigo analisa a adoção da inovação quando a incerteza sobre sua lucratividade não pode ser
resolvida imediatamente. As empresas começam com uma estimativa comum da probabilidade
de alta demanda. Se algum adota, todos observam a demanda realizada. Um aumento na
estimativa inicial pode diminuir o número de equilíbrios dos adotantes iniciais, porque resulta em
estimativas atualizadas mais altas que podem induzir adoção futura por firmas adicionais, o que
reduz o retorno inicial da adoção. Além disso, a liderança inovadora não implica adoção inicial
porque a liderança implica um maior retorno de espera, bem como um maior retorno da adoção.
A liderança, no entanto, ainda fornece um retorno esperado maior. Este artigo estuda a natureza
da liderança inovadora, na forma de uma vantagem pioneira, na adoção estratégica de uma
inovação sujeita a esse tipo de incerteza. Nesta análise, todas as empresas adotam imediatamente
probabilidades de sucesso suficientemente altas. Assim, o objetivo é examinar as implicações de
uma ordem de movimentos determinada exogenamente, não determinar endogenamente a ordem
de adoção. Este artigo, portanto, também contribui para a literatura sobre vantagens e
desvantagens do pioneiro, analisando um problema em que toda a sequência de movimentos é
repetida (isto é, as empresas podem adotar ou não em mais de um período). Isso fornece
resultados interessantes sobre as implicações intertemporais de ser um pioneiro.
Jensen
(2001) A curva de difusão intrafirma de equilíbrio é em forma de S ou côncava, como são
empiricamente observadas. Essa curva de difusão tem maior probabilidade de ser em forma de S
quanto mais competitiva for a indústria, quanto maior o custo marginal de adoção ou o custo
unitário de produção pré-inovação ou menor a demanda. A difusão é mais longa, e assim a
extensão da adoção em qualquer data é menor quanto mais competitiva for a indústria, maior o
custo marginal de adoção ou o custo unitário de produção pré-inovação ou menor a demanda.
Um resultado surpreendente é que um aumento na redução do custo unitário da inovação tem um
efeito ambíguo na difusão. Uma redução maior de custos permite que cada empresa obtenha um
maior fluxo de lucro a cada data a partir da mesma taxa de adoção. No entanto, um efeito mais
sutil é que ele também permite que a empresa ganhe o mesmo fluxo de lucro com uma taxa de
adoção mais lenta, reduzindo os custos de adoção. Ou seja, as empresas também têm um
incentivo para espalhar a difusão por um longo período de tempo para economizar nos custos de
adoção.
Fonte: dados da pesquisa (2019).
212
APÊNDICE II – ESTUDOS: FATORES DETERMINANTES EM INOVAÇÃO VERDE
Estudos sobre Fatores Determinantes em Inovação Verde
Autor(es) Base Teórica Metodologia
Principal Contexto Foco Empírico Resultados
Sugestão Trabalhos
Futuros
1 - Dhraief,
M. Z.,
Bedhiaf-
Romdhani,
S., Dhehibi,
B.,
Oueslati-
Zlaouia, M.,
Jebali, O. &
Youssef, S.
B. (2018).
Adoção Tecnológica /
Fatores Econômicos -
Sociais - Institucionais
(Akudugu et al., 2012)
Quantitativo -
Questionário -
Regressão
Logística
Binária
200 agricultores na área
de Sidi-Bouzid, usando
uma técnica de
amostragem aleatória
estratificada; 100
adotantes e 100 não-
adotantes de tecnologias
inovadoras: blocos de
alimentação, cacto
helicóptero, bebedouro
automático, sistema solar
de refrigeração do leite,
carneiros melhorados e
variedades melhoradas de
cevada
Investiga os determinantes
das decisões dos
agricultores para adotar TI
na área árida da Tunísia
O governo deve intensificar os
programas de treinamento para
agricultores e agentes de
extensão com a colaboração do
gerente de projetos. Os
tomadores de decisão devem
considerar essa pesquisa para
melhor direcionar os
agricultores e uma melhor
adoção e difusão de TI na
Tunísia.
Sem sugestões
2 - Petridis,
N. E.,
Digkas, G.
&
Anastasakis,
L. (2017).
Adoção Tecnológica /
Fatores Sócio-econômicos /
Fatores Ambientais /
Fatores Culturais
Quantitativo -
Análise de
dados
secundários -
1996-2016
30.000 empresas
envolvidas no setor
agroalimentar que
adotaram um site
Um exame holístico dos
fatores determinantes que
afetam a propensão de
empresas em inovar ou
imitar
O parâmetro de inovação está
positivamente associado à renda
rural, emprego feminino,
atividade de exportação e
educação dos agricultores,
enquanto o parâmetro de
imitação é aumentado em
sociedades com grande evitação
de incertezas.
Sem sugestões
3 - Khan, S.
A. (2017).
Difusão da Inovação (DOI)
/ Adoção da Inovação
Organizacional / Estágios
da Adoção /
Características da Inovação
Quantitativo -
2
Questionários -
Análise
Fatorial
Exploratória -
SEM
1º Questionário: 110
respondentes (conhecidos,
colegas e amigos) de um
questionário on line
parcialmente baseados em
residentes europeus e
asiáticos. 2º Questionário:
246 respondentes
(conhecidos, colegas e
amigos) de um
questionário on line
parcialmente baseados em
residentes europeus e
asiáticos
Identifica e verifica a
natureza do processo em
múltiplos estágios da
adoção de inovações de
alto envolvimento e
identifica vários preditores
de cada etapa identificada.
O estágio de persuasão é
positivamente afetado por todos
os benefícios percebidos como
vantagem relativa,
compatibilidade, ecologia e
imagem esperada. Os resultados
sugerem que os indivíduos usam
diferentes critérios de avaliação
durante o processo de adoção
em múltiplos estágios e
diferentes atributos percebidos
afetam os estágios de maneira
diferente
Novos insights para futuras
pesquisas para enriquecer a
literatura de adoção de
inovação do consumidor. Os
resultados do estudo devem
ser verificados em outras
configurações semelhantes
4 - Chiu, C-
Y., Chen, S.
& Chen, C-
L. (2017).
Tecnologia de
comunicação móvel de
banda larga / Aplicativos
móveis / TOE
(Technology-Organization-
Environment) Framework /
Difusão da Inovação (DOI)
/ Estágio de adoção de
tecnologia de inovação /
Fatores Tecnológicos -
Organizacionais -
Ambientais
Quantitativo -
Questionário -
SEM
303 questionários
respondidos pelas
empresas da Associação
Nacional de Pequenas e
Médias Empresas e
Centro Corporativo de
Desenvolvimento de
Sinergia
Discute e analisa três
aspectos da estrutura do
TOE, ou seja, contextos
tecnológicos,
organizacionais e
ambientais com impacto
positivo na adoção de
aplicativos móveis de
banda larga
Para a empresa, a equipe de
gerenciamento deve se certificar
de que o novo aplicativo deve
ser compatível com o sistema
existente, depois se envolver
com a mudança, ajudar os
funcionários a absorver as
informações e construir a
estrutura de assimilação de
conhecimento dentro da
empresa.
As pesquisas futuras podem
consider o ponto de vista e
valor do cliente no futuro.
5 - Kousar,
S., Sabri, P.
S. Ul.,
Zafar, M. &
Akhtar, A.
(2017).
Teoria da Inovação Verde /
Adoção de Inovação Verde
e PMEs / Fatores
Tecnológicos / Intervenção
Governamental
Quantitativo -
Questionário -
Análise de
Regressão
Múltipla
A técnica de amostragem
probabilística aleatória foi
usada para coletar os
dados de gerentes,
executivos seniores e
técnicos de PMEs.
Mede o tamanho do
impacto dos fatores
tecnológicos na adoção de
inovações verdes nas
PMEs e testa o papel
moderador da intervenção
do governo entre os
fatores tecnológicos e a
adoção de inovações
verdes. Proposta de um
modelo
Os resultados sugerem que a
complexidade da tecnologia
afeta negativamente e
significativamente a adoção da
tecnologia verde, enquanto as
vantagens relativas e a
capacidade tridimensional
afetam positiva e
significativamente a adoção da
tecnologia verde. Indicam que a
intervenção do governo modera
significativamente entre
complexidade, vantagens
relativas, confiabilidade e
adoção de tecnologia verde
Estudos futuros podem
utilizar o modelo proposto
em outros setores da
economia e em outros
países. Incorporar a
conscientização tecnológica
dos proprietários de PMEs e
seu histórico familiar para
desenvolver uma
compreensão dos fatores
tecnológicos que afetam a
adoção da inovação verde.
Melhorar o modelo teórico
ao vincular a adoção de
inovação verde a um
ambiente sustentável
6 - Bossle,
M. B., De
Barcellos,
M. D. &
Vieira, L.
M. (2016).
Inovação e Eco-inovação /
Fatores da Adoção de
Inovação
Quantitativo -
Questionário -
SPSS
581 indústrias do setor de
alimentos
Preencher a lacuna
encontrada em diversos
estudos sobre ecoinovação
que investigam os fatores
externos como os fatores
mais influentes para a
adoção da ecoinovação,
enquanto os fatores
internos à empresa devem
ser melhor avaliados
A combinação de fatores
internos e externos à
ecoinovação traz resultados
positivos para a cadeia
alimentar.
Testar os efeitos de todos os
fatores propostos neste
modelo conceitual sobre a
adoção da ecoinovação nos
países de acordo com seu
nível de desenvolvimento ou
divididos por subsetores da
indústria de
alimentos.Incluir alguns
moderadores no modelo, ou
seja, o construto da aversão
ao risco da alta gerência
pode moderar a adoção da
ecoinovação ou a percepção
de tecnologia no setor
Fonte: Dados da Pesquisa: 2019.
213
Estudos sobre Fatores Determinantes em Inovação Verde – continuação
Autor(es) Base Teórica Metodologia
Principal Contexto Foco Empírico Resultados
Sugestão Trabalhos
Futuros
7 - Ibrahima,
I. B. &
Jaafarb, H.
S. B. (2016)
Práticas de Gestão
Ambiental / TOE / Teoria
do Comportamento
Planejado (TPB)
Quantitativo -
Questionário
205 questionários válidos
da Federação dos
Transitários da Malásia
Propor um modelo
integrado que combina a
Teoria do Comportamento
Planejado (TPB) e o
Modelo de Tecnologia-
Organização-Ambiente
(TOE), duas teorias mais
utilizadas em estudos de
meio ambiente e inovação
O fator ambiental foi o fator
mais influente que afetou a
adoção de Práticas de Gestão
Ambiental seguido por fatores
organizacionais e tecnológicos.
Toda a dimensão do TOE e a
teoria do TPB determinam
grandemente a adaptação da
empresa às Práticas de Gestão
Ambiental
Até a conclusão do artigo
(2016), o modelo de
pesquisa inicial ainda não
foi testado. Assim,
desenvolver um instrumento
para pesquisa e teste do
modelo de pesquisa é
crucial para pesquisas
futuras.
8 - Radu, L-
D. (2016).
Tecnologias de informação
e comunicação (TICs)
verdes / Práticas de Gestão
Ambiental
Revisão da
Literatura com
a palavra-
chave "green
ICT nas bases
de dados ACM
Digital
Library, Web
of Science,
Science Direct
and IEEE
Xplore Digital
Library
Dos 435 artigos, 70 foram
selecionados entre os anos
de 2008 e 2015
Identificar, analisar e
classificar os
determinantes gerais e
específicos da adoção de
Tecnologias de
informação e
comunicação (TICs)
verdes nas organizações
com base na literatura
neste campo
Identificação dos determinantes
específicos da adoção de TICs
verdes: transferência de
responsabilidades, dinâmica da
indústria de TIC, suporte à
implementação de EMPs,
processos colaborativos de
negócios verdes, aproveitamento
do potencial da presença no
mercado virtual sem afetar
adversamente a imagem da
empresa e modelagem e
implementação de novos
processos verdes.
Foco na avaliação empírica
dos determinantes
específicos para o caso da
adoção de TICs verdes.
Examinar a inter-relação
entre eles. Explorar essa
relação, porque os
determinantes gerais são a
base para os determinantes
específicos.
9 - Mwangi,
M. &
Kariuki, S.
(2015).
Adoção Tecnológica /
Determinantes da Adoção
de Tecnologia Agrícola /
Fatores Tecnológicos -
Econômicos -
Institucionais (Akudugu et
al., 2012)
Revisão da
literatura
Estudos anteriores feitos
sobre adoção de
tecnologia
Lançar alguma luz sobre
os fatores potenciais que
influenciam a adoção de
tecnologia agrícola nos
países em
desenvolvimento
A partir do estudo, fatores
tecnológicos, econômicos,
institucionais e fatores humanos
específicos foram evidenciados
como determinantes na adoção
de tecnologias agrícolas
Ampliar o leque de
variáveis utilizadas,
incluindo a percepção dos
agricultores em relação à
nova tecnologia
10 - Zailani,
S.,
Govindan,
K.,
Iranmanesh,
M.,
Shaharudin,
M. R. & Sia
Chong, Y.
(2015).
Inovação Verde /
Regulamentação Ambiental
/ Demanda do Mercado /
Iniciativa Interna da
Empresa / Desempenho
Sustentável
Quantitativo -
Questionário -
SEM
153 empresas da indústria
de cadeia de suprimentos
automotiva da Malásia
Investigar os
determinantes da adoção
da inovação verde e seu
efeito no desempenho da
empresa
As regulamentações ambientais,
a demanda do mercado e as
iniciativas internas das empresas
têm um efeito positivo nas
iniciativas de inovação verde
(GII), enquanto as GIIs têm um
efeito positivo nas três
categorias de desempenho
sustentável (ou seja, ambiental,
social e econômico).
Pesquisas futuras devem
testar o modelo de pesquisa
em diferentes indústrias e
países. O estudo também
deve ser realizado em
diferentes regiões do país
para comparação de dados e
obtenção de informações
adicionais.
11 - Ho, Y.-
H., Lin, C.-
Y., Tsai, J.-
S. (2014).
Infusão organizacional de
práticas verdes / Fatores
que influenciam a infusão
organizacional de práticas
verdes / Estrutura TOE
Quantitativo -
Questionário -
Análise de
Regressão
293 gestores de empresas
de logística da China
Explorar os fatores que
afetam a infusão
organizacional de práticas
verdes em empresas de
logística chinesas
Os resultados da pesquisa
revelam que a complexidade,
compatibilidade e vantagem
relativa das práticas ecológicas,
qualidade dos recursos
humanos, apoio organizacional,
apoio governamental e pressão
regulatória exibem influências
significativas na infusão prática
verde para as empresas de
logística na China. As
influências do custo de adoção,
do tamanho da empresa, da
incerteza ambiental e da pressão
do cliente sobre o
comportamento ecológico das
empresas de logística não são
significativas.
Estudos futuros podem usar
o modelo proposto para
outros países e setores
industriais
12 - Zailani,
S.,
Iranmanesh,
M., Nikbin,
D. &
Jumadi, H.
B. (2014).
Determinantes da adoção
de inovação tecnológica
verde / Fatores
Organizacionais e
Ambientais / Adoção de
inovação de tecnologia
verde /
Quantitativo -
Questionário -
SEM
252 empresas empresas
de transporte da Malásia
Investigar os antecedentes
e resultados da adoção de
inovação de tecnologia
verde em empresas de
transporte na Malásia
A qualidade dos recursos
humanos, a pressão do cliente e
a incerteza ambiental
influenciam significativamente a
adoção de inovação verde para
empresas de transporte,
enquanto a influência do apoio
organizacional e governamental
não é significativa. Além disso,
os resultados deste estudo
indicam que existe uma relação
significativa entre a adoção de
inovação de tecnologia verde e o
resultado ambiental
Testar o modelo de pesquisa
deste estudo coletando
dados de pequenas e novas
empresas. Replicar este
estudo com diferentes
metodologias de coleta de
dados e amostras para
triangular os resultados.
Fonte: Dados da Pesquisa: 2019.
214
Estudos sobre Fatores Determinantes em Inovação Verde – continuação
Autor(es) Base Teórica Metodologia
Principal Contexto Foco Empírico Resultados
Sugestão Trabalhos
Futuros
13 - Zhanga,
Y.,
Thompson,
R. G., Bao,
X. & Jiang,
Y. (2014).
Gestão Ambiental
Corporativa (CEM) /
Fatores de Adoção de
Logística Verde
Quantitativo -
Questionário e
Entrevista -
SEM
104 respondentes da
indústria do transporte do
frete de estrada em
Nanjing, China.
Descrever práticas de
logística ecológica na
China e identificar fatores
que terão efeito
significativo na adoção da
logística verde em frotas
de caminhões. Propor um
modelo baseado na Teoria
Institucional Econômica
Os principais fatores
determinantes identificados
incluíram uma estratégia de
gestão ambiental, obrigatória e
normativa e pressão da cadeia de
suprimentos. As atuais
atividades de logística verde das
frotas de caminhões
identificadas estão relacionadas
ao gerenciamento do ambiente
logístico, armazenamento e
embalagem verde, transporte
verde, gestão de frota,
implementação de combustível
alternativo e inovação logística
Considerando as diferenças
entre os fatores internos e
externos e o comportamento
logístico verde, as relações
quantitativas desenvolvidas
deveriam ser estudadas em
maior profundidade em
trabalhos futuros. Pesquisas
adicionais também podem
ser realizadas em outras
cidades da China
14 -
Galliano, D.
& Nadel, S.
(2013).
Os determinantes da
inovação ambiental /
Características internas,
estruturais e estratégicas da
empresa / Fatores
relacionados ao ambiente
externo da empresa /
Modelos de adoção com
base no perfil estratégico
da empresa
Quantitativo -
Questionário -
Análise de
Regressão
2 bases de dados:
Community Innovation
Survey (CIS 8) - (2006–
2008) e Annual Business
Survey (EAE 2007)
Analisar os fatores que
influenciam o
comportamento de
empresas industriais
francesas em adotar a
ecoinovação
Os resultados do modelo geral
confirmam o papel estruturante
das características internas de
uma empresa e as de seu
ambiente externo em sua
atividade eco-inovadora e os
processos em funcionamento no
compromisso de inovar. O papel
de comunicar a imagem da
marca e a importância central da
coevolução de práticas
inovadoras são dois fatores
dominantes na construção desse
compromisso
Sem sugestões
15 - Jumadi,
H. B. &
Zailani, S.
(2011).
Determinantes da adoção
da inovação da tecnologia
verde / Inovação da
tecnologia verde em
empresas de transporte /
TOE (Technology-
Organization-Environment)
Framework / Difusão da
Inovação (DOI)
Revisão da
Literatura
Serviços de transporte da
Malásia
Analisar os fatores que
influenciam a adoção de
inovação em tecnologia
verde nos serviços de
transporte da Malásia
O fator determinante que
influencia a adoção de inovação
tecnológica verde para as
Empresas de Logística de
Transporte da Malásia é
tecnológico, organizacional e
ambiental
Sem sugestões
16 - Lin, C.
Y. & Ho, Y.
H. (2011).
Fatores Determinantes
(TOE) / Influência dos
fatores
Quantitativo -
Questionário
322 empresas de logística
chinesas
Analisar os fatores que
influenciam a adoção de
práticas verdes no setor de
logística chinês
Os resultados da pesquisa
revelam que a vantagem relativa
e a compatibilidade das práticas
ecológicas, o suporte
organizacional, a qualidade dos
recursos humanos, a pressão
regulatória e o apoio
governamental influenciam
significativamente a adoção de
práticas ecológicas para a
logística chinesa
Explorar a adoção de outras
práticas verdes, como
resíduos sólidos / água e
redução de emissões e
métodos de transporte mais
limpos
17 - Weng,
M-H. & Lin,
C-Y. (2011).
Adoção de Práticas Verdes
/ TOE
Quantitativo -
Questionário -
Análise de
Regressão
244 respondentes de
empresas de pequeno e
médio porte em
Guangdong Province,
China
Desenvolver um modelo
que analise os fatores que
influenciam a adoção de
inovações verdes para as
pequenas e médias
empresas (PMEs)
As características tecnológicas
das inovações verdes,
características organizacionais,
apoio governamental, pressão do
cliente e pressão regulatória
influenciam significativamente a
adoção de inovação verde para
as PMEs, enquanto a influência
da incerteza ambiental não é
significativa.
Considerar, nas questões
ambientais das PMEs,
simultaneamente as
características tecnológicas,
organizacionais e
ambientais. Considerar,
também, outros possíveis
fatores tecnológicos,
organizacionais e
ambientais em estudos
futuros
18 -
Horbach, J.,
Rammer, C.
& Rennings,
K. (2011).
Inovação Ambiental /
Determinantes da Inovação
Ambiental
Quantitativo -
Questionário -
1294 empresas
pertencentes à base de
dados da Pesquisa
Comunitária da Inovação
(CIS) da Comissão
Europeia
Testar se diferentes tipos
de eco-inovações (de
acordo com seus impactos
ambientais) são
impulsionados por
diferentes fatores.
Demonstram que as atividades
de inovação com impactos
ambientais altos ou médios
concentram-se na redução do
uso de energia, emissões de
CO2 e reciclagem, enquanto
áreas "antigas", como a redução
de outras emissões atmosféricas
ou de água, não estão no foco
das discussões políticas atuais
Sem sugestões
19 - Zailani,
S., Amran,
A. &
Jumadi, H.
B. (2011).
As indústrias de serviços
de logística / As indústrias
de logística na Malásia /
Meio ambiente e logística /
Inovação verde
Qualitativo -
Questionário
Sim/Não
70 indústrias de serviços
de logística da Malásia
Entender se as empresas
de logística sabem o que é
inovação verde, a
necessidade de serem
amigas do meio ambiente,
especialmente, no que diz
respeito aos impactos
negativos que a empresa
pode provocar
As empresas de logística da
Malásia sabem o que é inovação
verde e sabem da importância
das práticas verdes de gestão
Sem sugestões
Fonte: Dados da Pesquisa: 2019.
215
Estudos sobre Fatores Determinantes em Inovação Verde – continuação
Autor(es) Base Teórica Metodologia
Principal Contexto Foco Empírico Resultados
Sugestão Trabalhos
Futuros
20 -
Horbach, J.,
Oltra, V., &
Belin, J.
(2011).
Características específicas
e determinantes das
ecoinovações
Quantitativo -
Base de Dados
- Análise
Econométrica
Base de dados da quarta
Pesquisa Comunitária à
Inovação (CIS) para a
França e a Alemanha
Contribuir para o gap de
nálises internacionais que
permitam reconhecer fatos
estilizados
“internacionais”, mas
também características
regionais de eco-
inovações
Os resultados confirmam o
papel central da regulação e da
redução de custos como
motivações para a ecoinovação.
Além disso, as atividades eco-
inovadoras parecem exigir mais
fontes externas de conhecimento
e informação do que a inovação
em geral.
Sem sugestões
21 - Jansson,
J. Marell, A.
& Nordlund,
A. (2010).
Determinantes do
comportamento do
consumidor verde /
Comportamentos de
restrição e escolhas
tecnológicas /
Quantitativo -
Questionário -
Análise de
Regressão
1832 proprietários de
veículos de combustível
alternativo (AFV) na
Suécia
Examinar os
determinantes dos
comportamentos de
contingenciamento verde
e a adoção pelo
consumidor de inovações
comercializadas como
verdes (eco-inovações) e
analisar fatores que
explicam esses dois tipos
de comportamentos
verdes.
Os resultados mostram que
valores, crenças, normas e força
do hábito determinam a
disposição para reduzir e a
disposição para a adoção da eco-
inovação. As normas pessoais
têm uma forte influência
positiva na disposição para os
comportamentos e a força do
hábito tem uma influência
negativa. Os outros
determinantes têm influência
variada dependendo do tipo de
comportamento
Estudar se a tendência em
adotar inovações ecológicas
é semelhante à adoção de
inovação tradicional
22 - Ho, Y-
H; Lin, C-Y;
Chiang, S-H.
(2009).
Inovação verde / Indústria
de logística /
Determinantes
organizacionais
Quantitativo -
Questionário -
Análise de
Regressão
312 gestores de empresas
de logística de Taiwan
Examinar as influências
dos fatores
organizacionais na
implementação de
inovações verdes no setor
de logística
Os resultados da pesquisa
revelam que o apoio
organizacional à inovação, a
qualidade do capital humano e a
acumulação de conhecimento
organizacional estão
significativamente associados
positivamente à implementação
de inovações verdes
Sem sugestões
23 - Scott, S.
D.,
Plotnikoff,
R. C.,
Karunamuni,
N., Bize, R.
& Rodgers,
W. (2008).
Toria da Difusão da
inovação / Teoria do
Comportamento Planejado
Quantitativo -
Questionário
115 médicos de família na
província de Alberta,
Canadá
Determinar se os atributos
específicos do Kit do
Coração Saudável, assim
como fatores contextuais e
situacionais estão
associados à intenção e
uso real do kit por
médicos e para determinar
se quaisquer fatores
contextuais e situacionais
estão associados a
barreiras individuais ou
ambientais que impeçam a
aceitação da kit entre os
médicos que não o fazem
ou planejem usar o kit
O uso do kit foi associado à
intenção de usá-lo, bem como a
vantagem relativa e os anos de
experiência. Vantagem relativa e
a observabilidade dos benefícios
do kit também foram
significativamente associados à
intenção dos médicos de usá-lo.
Médicos que trabalham em
consultórios médicos
particulares relataram ter mais
barreiras individuais e
ambientais ao uso do kit
Estudos futuros devem
investigar se esses
resultados são verdadeiros
para a manutenção do
comportamento a longo
prazo. Examinar outros
construtos teóricos que não
foram empregados neste
estudo e examinar mais
detalhadamente a natureza
dos conceitos (ou seja, se os
médicos conceituaram
vantagem relativa em
termos de rentabilidade
econômica, prestígio social
ou facilidade de uso)
24 - Lin, C.
Y. & Ho, Y.
H. (2008).
Determinantes da adoção
da inovação verde /
Quantitativo -
Questionário
162 empresas de logística
em Taiwan
Examinar se seis fatores
determinantes
(Teconológico,
Organizacional e
Ambiental) podem
influencia a intenção de
adotar inovações verdes
para prestadores de
serviços logísticos
Todos os fatores influenciam
positivamente a intenção de
adotar práticas verdes.
Explicitação e acumulação de
práticas verdes, incentivo
organizacional, qualidade dos
recursos humanos, incerteza
ambiental e apoio
governamental exibem
influências significativas na
disposição de adotar práticas
verdes
Um estudo sobre as relações
entre a adoção de inovações
verdes, desempenho
ambiental e desempenho da
cadeia de suprimentos
também pode ser realizado
no futuro. Além disso,
outros possíveis fatores
influentes na adoção de
inovações verdes também
podem ser levados em
consideração em um estudo
adicional
25 -
Horbach, J.
(2006).
Teoria da Inovação
Ambiental / Impulso de
tecnologia (lado da oferta) /
Demanda: ciclo de
negócios / Politica
ambiental
Quantitativo -
Base de Dados
- Análise
Econométrica
Dois bancos de dados de
painéis alemães: o painel
de criação do Instituto
para Pesquisa de Emprego
(IAB) e o Painel de
Inovação de Mannheim
(MIP) do Centro para
Pesquisa Econômica
Européia (ZEW)
Analisar os determinantes
ambientais permitindo a
inclusão de muitas
variáveis explicativas,
como diferentes
instrumentos de política
ou a influência de partes
interessadas e grupos de
pressão
Mostram que a melhoria das
capacidades tecnológicas
(“capital de conhecimento”) por
P & D ou medidas de educação
adicional provocam inovações
ambientais. Empresas
inovadoras gerais e ambientais
no passado são mais propensas a
inovar no presente.
Regulamentação ambiental,
ferramentas de gestão ambiental
e mudanças e melhorias
organizacionais gerais
desencadeiam a inovação
ambiental. A redução de custos
é uma importante força motriz
da inovação ambiental.
Sem sugestões
Fonte: Dados da Pesquisa: 2019.
216
Estudos sobre Fatores Determinantes em Inovação Verde – continuação
Autor(es) Base Teórica Metodologia
Principal Contexto Foco Empírico Resultados
Sugestão Trabalhos
Futuros
26 -
Carrillo-
Huerta, M.
M. (1978).
Mudança Tecnológica e
Modelo de Adoção de
Tang para Inovações
Agropecuárias
Tecnológicas /
Estudo de Caso
- Regressão
Linear
Múltipla
Uma comunidade rural
mexicana de tamanho
reduzido (localizada a
cerca de cinquenta
quilômetros a noroeste da
cidade de Veracruz), onde
a maior parte da
população
economicamente ativa
está envolvida em
atividades agrícolas
Testar, diretamente, o
modelo de adoção de
Tang para inovações
agrícolas através de
métodos estatísticos
As condições econômicas dos
agricultores e do meio ambiente
da região sugerem que a
participação do crédito agrícola
no financiamento de operações
agrícolas é a única variável que
mais influencia a adoção
Sem sugestões
Fonte: Dados da Pesquisa: 2019.
217
APÊNDICE III - ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA
Identificação da Empresa e do Entrevistado
Nome da Empresa:_______________________________________________________
Nome do Entrevistado:____________________________________________________
Cargo do Entrevistado:____________________________________________________
Há quantos anos está neste cargo:___________________________________________
Há quantos anos está nesta empresa:_________________________________________
ROTEIRO DE ENTREVISTA - GESTOR
FATORES TECNOLÓGICOS:
1 Custo da adoção: Na sua opinião,
1.1 Qual foi o custo total do biodigestor? Valeu à pena?
1.2 Quanto tempo foi gasto para implementar o biodigestor? Foi difícil?
1.3 O tempo de retorno (payback) foi rápido?
1.4 Com o biodigestor que custos foram reduzidos?
2 Complexidade: Na sua opinião,
2.1 Aprender a operar o biodigestor requer muito aprendizado? Por quê?
2.2 Operar o biodigestor requer muita experiência?
2.3 Compartilhar o conhecimento sobre o uso do biodigestor é difícil?
3 Compatibilidade: Na sua opinião,
3.1 O biodigestor é compatível com a produção existente da empresa? De que forma?
3.2 O biodigestor é consistente com os valores da empresa?
3.3 Integrar o biodigestor na cadeia produtiva da empresa foi fácil?
3.4 O fato de implementar o biodigestor ocasionou alguma mudança na estrutura da empresa?
4 Vantagem relativa: Na sua opinião,
4.1 Quais os benefícios econômicos e ambientais que o biodigestor proporcionou?
218
4.2 Esses benefícios melhoram a imagem da empresa?
4.3 Esses benefícios trouxeram reputação e legitimidade para empresa?
4.4 Houve acesso a novos mercados após a adoção do biodigestor? De que forma?
4.5 Com a melhoria da imagem da empresa e o acesso a novos mercados, quais foram os
benefícios obtidos pela empresa?
FATORES ORGANIZACIONAIS:
1 Qualidade dos recursos humanos: Na sua opinião,
1.1 Os funcionários são capazes de usar novas tecnologias para resolver problemas
facilmente?
1.2 Os funcionários são capazes de fornecer novas ideias para a empresa?
1.3 Os funcionários são capazes de aprender novas tecnologias com facilidade?
1.4 Os funcionários são capazes de compartilhar conhecimento entre si?
1.5 Quais foram as melhorias apontadas pelos funcionários após a implantação do
biodigestor?
2 Suporte organizacional: Na sua opinião,
2.1 A alta administração incentiva os funcionários a aprenderem sobre preservação do meio
ambiente?
2.2 Sua empresa oferece recompensas pelo comportamento verde dos funcionários?
2.3 A alta administração pode ajudar os funcionários a lidar com questões ambientais?
2.4 Sua empresa fornece recursos para os funcionários aprenderem o conhecimento verde?
FATORES AMBIENTAIS:
1 Incerteza ambiental: Na sua opinião,
1.1 Adotar o biodigestor foi uma decisão para se manter atuante no mercado? Por quê?
1.2 Considera alguma empresa que atua no mercado como sendo sua concorrente? Quais? Por
quê? Elas adotam o biodigestor? Elas adotaram antes da sua empresa?
1.3 Os concorrentes influenciaram na decisão da adoção do biodigestor? De que forma?
2 Suporte governamental: Na sua opinião,
2.1 O governo forneceu algum apoio ou incentivo financeiro para adotar o biodigestor?
219
2.2 O governo ajuda na formação de mão de obra com habilidades de inovações verdes?
2.3 O governo fornece assistência técnica para adotar inovações verdes?
3 Pressão regulamentar: Na sua opinião,
3.1 O governo define regulamentos ambientais para inovações verdes?
3.2 As associações industriais exigem que a empresa se adeque aos regulamentos ambientais?
3.3 Houve pressão, por parte do governo, para adotar o biodigestor? Quais foram? Por quê?
3.4 Houve pressão, por parte da comunidade circunvizinha, para que a empresa se adequasse
às normas ambientais?
4 Pressão do cliente: Na sua opinião,
4.1 Os clientes obrigam a empresa a melhorar o desempenho ambiental?
4.2 Cuidar do meio ambiente é uma consideração importante para os clientes?
4.3 Os clientes influenciaram na decisão da adoção do biodigestor? De que forma?
5 Pressão do fornecedor do biodigestor: Na sua opinião,
5.1 Por que a empresa adotou o biodigestor? Como foi adotado? Alguém Adotou antes?
5.2 De onde veio a ideia?
5.3 Como a empresa ficou sabendo do biodigestor?
5.4 O fornecedor do biodigestor influenciou na adoção?
5.5 O primeiro a adotar é importante?
QUAL É O FATOR DETERMINANTE NA ADOÇÃO DO BIODIGESTOR?
ROTEIRO DE ENTREVISTA – FORNECEDOR DO BIODIGESTOR
FATORES TECNOLÓGICOS:
1 Custo da adoção: Na sua opinião,
1.1 Qual é o custo total do biodigestor? Vale à pena para quem adota? Por quê?
1.2 Quanto tempo se gasta para construir o biodigestor e deixá-lo e pleno funcionamento? É
difícil? Por quê?
1.3 Por que, mesmo com o biodigestor em pleno funcionamento, algumas empresas reservar
parte da lenha ou compram um pouco de lenha para ser queimada na fornalha e gerar energia
térmica?
220
1.4 Que outros danos ambientais uma empresa que não adota o biodigestor pode causar? Qual
o custo por não adotar?
2 Complexidade: Na sua opinião,
2.1 Aprender a operar o biodigestor requer muito aprendizado? Por quê?
2.2 Operar o biodigestor requer muita experiência?
2.3 Compartilhar o conhecimento sobre o uso do biodigestor é difícil?
2.4 Que mudanças você observou, nas empresas adotantes, entre a construção do primeiro
biodigestor e os atuais? Elas se tornaram mais receptivas? Por quê?
2.5 Quais são as diferenças na construção do biodigestor entre empresas de grande, médio e
pequeno porte? Por quê?
2.6 Quais foram as principais mudanças que você observou na sua empresa desde o início da
venda do primeiro biodigestor até hoje? Por quê?
2.7 Quais são as principais preocupações das empresas que adotam um biodigestor, caso haja
algum problema no funcionamento do biodigestor? Que tipos de problemas podem ocorrer
durante o funcionamento do biodigestor? Por quê? Como resolver?
3 Compatibilidade: Na sua opinião,
3.1 O biodigestor é compatível com a produção existente da empresa? De que forma?
3.2 O biodigestor é consistente com os valores da empresa?
3.3 Integrar o biodigestor na cadeia produtiva da empresa é fácil? De que forma?
3.4 O fato de implementar o biodigestor ocasionou alguma mudança na estrutura da
empresa?
3.5 Em que outras culturas do agronegócio o biodigestor foi implantado? Você pode citar
alguns casos de sucesso e de fracasso e por que alguns obtiveram sucesso enquanto outros
fracassaram?
3.6 Foi difícil vender a ideia de adotar o biodigestor na geração de energia térmica? Por quê?
Quais foram as barreiras que você teve que enfrentar para emplacar o biodigestor como
gerador de energia térmica de tecnologia limpa?
4 Vantagem relativa: Na sua opinião,
4.1 Quais os benefícios econômicos e ambientais que o biodigestor proporciona?
4.2 Esses benefícios melhoram a imagem da empresa? De que forma?
4.3 Esses benefícios trazem reputação e legitimidade para empresa? Como?
221
4.4 Quais são os benefícios financeiros para quem fornece o biodigestor? Acesso a novos
mercados? Representatividade perante as empresas adotantes (uma vez que você não só vende
o biodigestor, como constrói, ensina como operar e presta assistência técnica e manutenção)?
FATORES ORGANIZACIONAIS:
1 Qualidade dos recursos humanos: Na sua opinião,
1.1 O conhecimento e o aprendizado de como operacionalizar o biodigestor é fácil de ser
ensinado? Por quê?
1.2 Quais foram as melhorias na operação e na própria construção do biodigestor? Sua equipe
está em constante busca de novas técnicas de melhoria? De que forma?
1.3 Qual a estrutura básica que uma empresa precisa ter para fornecer o biodigestor (desde a
construção até a operação)? Requer funcionários altamente especializados?
2 Suporte organizacional: Na sua opinião,
2.1 A alta administração incentiva os funcionários a aprenderem sobre preservação do meio
ambiente?
2.2 Sua empresa oferece recompensas pelo comportamento verde dos funcionários?
2.3 A alta administração pode ajudar os funcionários a lidar com questões ambientais?
2.4 Sua empresa fornece recursos para os funcionários aprenderem o conhecimento verde?
FATORES AMBIENTAIS:
1 Incerteza ambiental: Na sua opinião,
1.1 Você acredita que adotar o biodigestor é uma decisão, das empresas adotantes, para se
manterem atuantes no mercado? Por quê?
1.2 Considera alguma empresa que atua no mercado como sendo sua concorrente? Quais? Por
quê?
1.3 Os concorrentes e cliente influenciam na decisão da adoção do biodigestor? De que
forma?
2 Suporte governamental: Na sua opinião,
2.1 O governo forneceu algum apoio ou incentivo financeiro para a construção e operação do
biodigestor? De que forma?
2.2 O governo ajuda na formação de mão de obra com habilidades no biodigestor?
2.3 O governo fornece assistência técnica para o biodigestor?
222
3 Pressão regulamentar: Na sua opinião,
3.1 O governo define regulamentos ambientais para inovações verdes?
3.2 As associações industriais exigem que a empresa se adeque aos regulamentos ambientais?
3.3 Por que as empresas passaram a adotar uma tecnologia limpa? A que você atribui essa
busca pelo biodigestor? Houve pressão, por parte do governo, para adotar uma inovação verde
de tecnologia limpa e preservação do meio ambiente? Quais foram as pressões? De que forma
foram aplicadas?
3.4 Houve pressão, por parte da comunidade circunvizinha, para que a empresa se adequasse
às normas ambientais? Por quê?
4 Pressão do cliente: Na sua opinião,
4.1 Os clientes obrigam a empresa a melhorar o desempenho ambiental?
4.2 Cuidar do meio ambiente é uma consideração importante para os clientes?
4.3 Os clientes influenciaram na decisão da adoção do biodigestor? De que forma?
5 Pressão do fornecedor do biodigestor: Na sua opinião,
5.1 Para qual empresa você vendeu o primeiro biodigestor? Como a empresa ficou sabendo do
biodigestor? Quem tomou a decisão? Qual influência foi levada em consideração na tomada
de decisão? Ganho de eficiência? Ganho financeiro?
5.2 O primeiro a adotar é importante?
5.3 De onde veio a ideia de vender biodigestores? Quais são os benefícios que você
argumenta para a adoção do biodigestor?
5.4 Por que a empresa adota o biodigestor? Ela recebia multas? Tinha problemas com a
imagem ou queria se destacar? Recebia pressão dos vizinhos ou da sociedade? Como foi
adotado? Alguém adotou antes?
5.5 Depois do primeiro a adotar, as demais empresas adotaram por quê? Elas pediram dados
da que adotou primeiro? Visitaram o primeiro adotante? Adotaram por que alguma empresa
que adotou antes era importante ou referência no mercado?
5.6 As empresas que não adotam o biodigestor, o que alegam? Elas têm contato com as
empresas que adotaram? Qual a sua percepção?
QUAL É O FATOR DETERMINANTE NA ADOÇÃO DO BIODIGESTOR?
ROTEIRO DE ENTREVISTA – ÓRGÃO REGULADOR AMBIENTAL
223
FATORES TECNOLÓGICOS:
1 Custo da adoção: Na sua opinião,
1.1 Já fizeram autuações? São públicas? Você saberia dizer o valor das multas relacionado aos
principais problemas encontrados nas empresas da região?
1.2 Por que, mesmo com o biodigestor em pleno funcionamento, algumas empresas reservar
parte da lenha ou compram um pouco de lenha para ser queimada na fornalha e gerar energia
térmica?
1.3 Que outros danos ambientais uma empresa que não adota o biodigestor pode causar? Qual
o custo por não adotar? Como têm solucionado? Você poderia citar alguns exemplos?
2 Complexidade: Na sua opinião,
2.1 Como é realizada a fiscalização antes e depois do biodigestor considerando as diversas
empresas existentes na região? De que forma?
2.2 Quais são os principais problemas ambientais relacionados à produção da região
(mandioca, suínos e aves)?
2.3 Que mudanças você observou nas empresas adotantes? Elas se tornaram mais receptivas?
Por quê? E as não adotantes?
2.5 Todas as empresas da região que vocês fiscalizam adotaram o biodigestor?
2.6 As empresas que não adotaram o biodigestor, o que alegam? Qual a sua percepção?
2.7 Como funciona o acordo de auto monitoramento do efluente?
3 Compatibilidade: Na sua opinião,
3.1 Integrar o biodigestor na cadeia produtiva da empresa resolve os problemas ambientais
que eram causados? De que forma?
3.4 O fato de implementar o biodigestor ocasionou alguma mudança na fiscalização?
3.5 Em que outras culturas do agronegócio o biodigestor foi implantado? Você pode citar
alguns casos de sucesso e de fracasso e por que alguns obtiveram sucesso enquanto outros
fracassaram?
4 Vantagem relativa: Na sua opinião,
4.1 Quais os benefícios econômicos e ambientais que o biodigestor proporciona?
4.2 Esses benefícios melhoram a imagem da empresa? De que forma?
4.3 Esses benefícios trazem reputação e legitimidade para empresa? Como?
224
FATORES ORGANIZACIONAIS:
1 Qualidade dos recursos humanos: Na sua opinião,
1.1 Quais são os conhecimentos necessários para atuar como fiscal do meio ambiente? Quais
são os objetos de fiscalização sujeitos a autuações?
1.2 Quais regiões são fiscalizadas pela equipe do órgão ambiental?
1.3 Qual a estrutura básica que o órgão tem para realizar as fiscalizações? Requer
funcionários altamente especializados?
1.4 Quantas pessoas participam da fiscalização?
2 Suporte organizacional: Na sua opinião,
2.1 A alta administração incentiva os funcionários a aprenderem sobre preservação do meio
ambiente?
2.2 A alta administração pode ajudar os funcionários a lidar com questões ambientais?
2.3 Sua empresa fornece recursos para os funcionários aprenderem o conhecimento
ambiental?
FATORES AMBIENTAIS:
1 Incerteza ambiental: Na sua opinião,
1.1 Você acredita que adotar o biodigestor é uma decisão, das empresas adotantes, para se
manterem atuantes no mercado? Por quê?
1.2 Que outros órgãos ambientais da região realizam as fiscalizações e autuações?
2 Suporte governamental: Na sua opinião,
2.1 O governo fornece algum apoio ou incentivo financeiro para a construção e operação do
biodigestor? De que forma?
2.2 O governo ajuda na formação de mão de obra com habilidades no biodigestor?
2.3 O governo fornece assistência técnica para o biodigestor?
3 Pressão regulamentar: Na sua opinião,
3.1 O governo define regulamentos ambientais para inovações verdes?
3.2 De que forma os órgãos ambientais exigem que a empresa se adeque aos regulamentos
ambientais?
225
3.3 Por que as empresas passaram a adotar uma tecnologia limpa? A que você atribui essa
busca pelo biodigestor? Houve pressão, por parte do governo, para adotar uma inovação verde
de tecnologia limpa e preservação do meio ambiente? Quais foram as pressões? De que forma
foram aplicadas?
3.4 Houve pressão, por parte da comunidade circunvizinha, para que a empresa se adequasse
às normas ambientais? Por quê?
3.5 O primeiro a adotar é importante? Por quê?
3.6 Por que a empresa adota o biodigestor? Ela recebia multas? Tinha problemas com a
imagem ou queria se destacar? Recebia pressão dos vizinhos ou da sociedade?
3.7 Depois do primeiro a adotar, as demais empresas adotaram por quê? Elas pediram dados
da que adotou primeiro? Visitaram o primeiro adotante? Adotaram por que alguma empresa
que adotou antes era importante ou referência no mercado?
3.8 As empresas que não adotam o biodigestor, o que alegam? Elas têm contato com as
empresas que adotaram? Qual a sua percepção?
QUAL É O FATOR DETERMINANTE NA ADOÇÃO DO BIODIGESTOR?
226
APÊNDICE IV – CONSTRUTO – AUTORES – MARCO TEÓRICO
Matriz de Amarração – Construto – Autores – Marco Teórico
Construto Autores Definição Teórica do Construto e Marco Teórico
1 Custo da adoção
Bhatnagar &
Gopalaswamy
(2017); Cooper &
Zmud (1990);
Glavee-Geo et
al.(2017); Gupta &
Arora (2017);
Iacovou, Benbasat
& Dexter (1995);
Makanyeza (2017);
Rogers (1962);
Tariq et al. (2017);
Torantzky & Klein
(1982)
Os custos de adoção incluem os recursos financeiros e humanos
necessários para implementar e usar inovações verdes. Os
custos têm sido postulados há muito tempo como uma barreira
para a adoção de inovações. No entanto, alguns pesquisadores
argumentam que altos custos de adoção podem motivar os
adotantes da inovação a tratar a inovação mais seriamente e
implementá-la mais ativamente, a fim de tornar a inovação mais
econômica. Infelizmente, ainda há falta de evidências empíricas
para esse argumento, porque estudos anteriores sobre adoção da
inovação ainda não levaram em conta os custos de adoção.
2 Complexidade
Boiral (2002); Ho,
Lin & Tsai (2014);
Rogers (1962);
Tornatzky & Klein
(1982); Szulanski
(1996)
Complexidade é o grau em que uma inovação é percebida como
relativamente difícil de entender e usar. Isso aumentará a
dificuldade na transferência de conhecimento e na difusão da
inovação e, em geral, é hipoteticamente relacionado à difusão
da inovação. Inovações verdes incorporam conhecimento tácito
e explícito. O conhecimento tácito pode ser inerente à
identificação de fontes de poluição, reagindo rapidamente a
derramamentos acidentais e propondo soluções preventivas.
Isso leva à ambiguidade das práticas. A ambiguidade é um
grande obstáculo à transferência das melhores práticas dentro de
uma empresa. Uma empresa está apta a implementar inovação
quando o conhecimento é compartilhado facilmente dentro da
organização. O compartilhamento eficiente de conhecimento
pode levar a melhores capacidades inovadoras em termos de
aprendizado de ordem superior e, consequentemente, pode
melhorar o desempenho organizacional, incluindo a eficácia da
gestão ambiental. Uma inovação verde com alta complexidade
contém muito conhecimento tácito que requer esforços
laboriosos para aprender e difundir. A dificuldade em aprender
e compartilhar conhecimento tácito torna relativamente difícil
infundir uma inovação verde.
3 Compatibilidade
Dupuy (1997);
Etzion (2007);
Rogers (1962)
Compatibilidade é o grau em que uma inovação é percebida
como sendo consistente com os valores, experiências e
necessidades existentes das empresas. A compatibilidade é
relevante para a difusão da inovação verde. Como várias
inovações verdes são adições às tecnologias e processos atuais
das empresas, a difusão de inovações verdes não é um evento
único, mas pode ser descrita como um processo de acumulação
e integração de conhecimento. Inovações verdes que são mais
compatíveis com as tecnologias e processos atuais de uma
empresa serão mais facilmente difundidas dentro da
organização. Um estudo da indústria química orgânica de
Ontário, encontrou apoio para a noção de que inovações que são
adições à tecnologia existente, como equipamentos de redução,
são mais prováveis de adotar do que tecnologias mais difíceis
de incorporar no processo de produção. O ajuste entre
experiências anteriores e ações ambientais pode gerar uma
maior eficácia ambiental. Para diminuir possíveis objeções
contra a adoção de inovações verdes, uma empresa terá mais
probabilidade de implementar uma inovação verde que seja
mais compatível com o atual conhecimento operacional da
empresa.
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
227
Matriz de Amarração – Construto – Autores – Marco Teórico – continuação
Construto Autores Definição Teórica do Construto e Marco Teórico
4 Vantagem relativa
Del Rio (2005);
Etzion (2007); Hart
(1995); Rogers
(1962); Tornatzky
& Klein (1982)
Vantagem relativa é a percepção de que uma inovação é mais
vantajosa que sua ideia substituta. Os benefícios percebidos
podem ser medidos em termos econômicos e sociais, como
conveniência e satisfação. É mais provável que as empresas
implementem uma tecnologia capaz de proporcionar melhor
desempenho e maiores ganhos econômicos do que as outras
tecnologias. A vantagem relativa está positivamente relacionada
à difusão da inovação. Potenciais benefícios organizacionais das
inovações verdes incluem redução de consumo de energia e
recursos naturais, redução de desperdício e emissão de
poluentes, melhor desempenho ambiental e financeiro e maior
responsividade à expectativa socioambiental. Em um estudo da
indústria de papel e celulose espanhola, sugere-se que as
vantagens econômicas e financeiras são características
tecnológicas importantes que influenciam a adoção de
tecnologias limpas. Os benefícios líquidos percebidos que a
inovação verde oferece servirão como fatores determinantes
para as empresas implementarem a inovação verde.
Pesquisa - Parte 2: Fatores Organizacionais
Construtos Autores Definição Teórica do Construto e Marco Teórico
5 Qualidade dos recursos
humanos
Christmann (2000);
Del Brio &
Junquera (2003);
Fichman &
Kemerer (1997);
Hart (1995); Ho,
Lin & Tsai (2014);
Judge & Elenkov
(2005); Russo &
Fouts (1997);
Szulanski (1996);
Tornatzky et al.
(1990)
A qualidade dos recursos humanos é um fator essencial que
influencia a difusão da inovação. Recursos humanos
qualificados são úteis para difundir inovações por causa de suas
capacidades de aprendizado competentes. A implementação de
inovações verdes é um processo complexo que exige
coordenação interdisciplinar e mudanças significativas no
processo de operação existente. É intensivo em recursos
humanos e depende do desenvolvimento e treinamento de
habilidades tácitas através do envolvimento dos funcionários.
Uma empresa com maior capacidade inovadora terá maior
probabilidade de implementar com sucesso uma estratégia
ambiental avançada. A falta de capacidade de absorção do
receptor é uma das principais barreiras à transferência de
conhecimento técnico dentro de uma empresa. Para superar as
barreiras de conhecimento para a adoção de inovações verdes,
os funcionários precisam de treinamento extensivo e
especializado para aprender os princípios subjacentes à
inovação. Os funcionários com capacidades de aprendizado
competentes estarão aptos a aumentar sua capacidade de
absorção por meio de programas de treinamento que podem
promover a adoção de inovações verdes.
6 Suporte organizacional
Christmann (2000);
Damanpour &
Schneider (2006);
Del Brio &
Junquera (2003);
Etzion (2007);
Frambach &
Schillewaert
(2002); Gonzalez-
Benito &
Gonzalez-Benito
(2006); Jeyaraj et
al. (2006); Judge &
Elenkov (2005);
Lee, Lee & Kwon
(2005); Rogers
(1962); Zhu et al.
(2006)
O suporte organizacional é a medida em que uma empresa ajuda
os funcionários a usar as inovações verdes. Incentivar a difusão
da inovação e garantir a disponibilidade de recursos financeiros
e técnicos para a inovação têm efeitos positivos na
implementação da inovação. Para o desenvolvimento da gestão
ambiental, o apoio organizacional é essencial, pois os
funcionários serão motivados a implementar o comportamento
ecológico e os recursos necessários para a adoção de inovações
verdes estarão mais facilmente disponíveis. Além disso, a alta
gerência desempenha um papel essencial no suporte
organizacional. Muitas inovações verdes exigem a colaboração
e coordenação de diferentes departamentos e divisões durante o
processo de difusão. Para garantir uma difusão bem-sucedida,
as iniciativas verdes são geralmente endossadas e incentivadas
pela alta administração. A tarefa central da alta gerência é obter
recursos e montá-los em capacidades organizacionais para que a
empresa seja capaz de implementar inovações verdes para obter
vantagem competitiva ambiental.
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
228
Matriz de Amarração – Construto – Autores – Marco Teórico – continuação
Pesquisa - Parte 3: Fatores Ambientais
Construtos Autores Definição Teórica do Construto e Marco Teórico
7 Incerteza ambiental
Aragon-
Correa &
Sharma
(2003);
Damanpour
(1991); Gupta
&
Govindrajan
(1991);
Kimberly &
Evanisko
(1981); Li &
Atuahene-
Gima (2002);
Rothenberg &
Zyglidopoulos
(2007); Zhu &
Weyant
(2003)
A incerteza ambiental refere-se a mudanças
frequentes e imprevisíveis nas preferências dos
clientes, no desenvolvimento tecnológico e no
comportamento competitivo percebido pelos
gerentes. Ele tem sido visto como a
característica ambiental mais relevante que afeta
a tomada de decisão de uma empresa. Gerentes
que enfrentam ambientes de negócios incertos
tendem a ser mais proativos e usam estratégias
mais inovadoras do que os gerentes em
ambientes menos turbulentos. Sob alta incerteza
ambiental, as empresas tentarão coletar e
processar informações com frequência e rapidez
para lidar com mudanças ambientais e também
tendem a dedicar mais esforços à inovação e
aumentar a taxa de inovação para manter uma
vantagem competitiva. A implementação de
inovações verdes pode ser considerada como um
processo de inovação técnica que pode melhorar
o desempenho ambiental de uma empresa. As
empresas são mais propensas a investir em
recursos para implementar inovações verdes
para gerar a capacidade de melhorar o
desempenho ambiental em ambientes incertos.
Espera-se que a adoção de inovações verdes
esteja positivamente associada à percepção de
incerteza ambiental.
8 Suporte governamental
Aragon-
Correa &
Sharma
(2003); Lee
(2008);
Rothenberg &
Zyglidopoulos
(2007);
Scupola
(2003);
Tornatzky et
al. (1990)
O apoio governamental é um fator ambiental
relevante que influencia a inovação técnica. Os
governos podem promover a inovação técnica
por meio de várias políticas encorajadoras, como
incentivo financeiro, recursos técnicos, projetos-
piloto e incentivos fiscais. A implementação de
inovações verdes depende, em certa medida, da
disponibilidade de recursos externos. A grande
quantidade de recursos no ambiente de negócios
aumenta o grau de engajamento da empresa na
gestão ambiental. O governo pode aumentar a
munificência fornecendo subsídios
governamentais ou incentivos fiscais para
tecnologias alternativas de energia,
financiamento bancário a taxas mais baixas para
tecnologias amigas do ambiente e menores
prêmios de seguro para menores riscos
ambientais. Em um estudo de pequenas e médias
empresas coreanas, também sugere que o apoio
governamental em iniciativas verdes tem uma
influência positiva na disposição da empresa em
participar da cadeia de suprimento verde.
Espera-se uma associação positiva entre adoção
da inovação verde e apoio governamental.
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
229
Matriz de Amarração – Construto – Autores – Marco Teórico – continuação
9 Pressão regulamentar
10 Pressão do cliente
11 Pressão do fornecedor do
biodigestor
Buysse & Verbeke
(2003); Christmann
(2004); Etzion
(2007); Gonzalez-
Benito &
Gonzalez-Benito
(2006); Lee (2008);
Sharma &
Henriques (2005);
Wong & Fryxell
(2004); Dimaggio
& Powell (1983);
Machado-da-Silva,
Fonseca &
Crubellate, 2010;
Oliver, 1991; Scott,
2014
As partes interessadas (stakeholders) são indivíduos ou grupos
que afetam as atividades de uma empresa e também são
afetados pelas atividades da empresa. A pressão das partes
interessadas é considerada como o fator mais importante que
influencia a estratégia ambiental de uma empresa. De acordo
com a teoria dos stakeholders, as organizações realizam
atividades para satisfazer seus principais stakeholders. Entre
vários grupos de partes interessadas, os clientes e os reguladores
são vistos como os stakeholders mais importantes de uma
empresa. Pesquisas revelam as relações positivas entre as
atividades ambientais das empresas, pressão regulatória, do
cliente e do fornecedor.
Dimaggio e Powell (1983) refinam o conceito de Isomorfismo
organizacional e identificam três mecanismos através dos quais
mudanças institucionais isomórficas aconteceriam: coercitivos
(influências políticas e de problemas de legitimidade),
miméticos (em um ambiente de incertezas, as organizações
podem se modelar espelhando se em outras) e normativos
(esforço coletivo de membros de uma determinada ocupação
para definir condições e métodos de trabalho com fins de
controlar a elaboração de procedimentos e de estabelecer um
padrão para obter a legitimação).
Inseridas em um ambiente dinâmico e em constantes
transformações, as organizações contemporâneas precisam
manter-se atualizadas, de forma a responderem
estrategicamente às pressões institucionais recebidas do
governo, clientes, órgãos públicos, sociedade, e de seu próprio
segmento para a institucionalização de práticas sustentáveis e o
alcance de novos mercados na arena global.
O impacto das instituições nas organizações tem conferido à
Teoria Institucional o ponto de partida para numerosos estudos
que sugerem para as decisões organizacionais moldes a partir de
significados sociais e valores socialmente construídos, cujo
objetivo central é assegurar legitimidade ou conformidade às
normas e aos padrões institucionais estabelecidos. As normas e
padrões institucionais fazem com que as organizações passem a
condicionar, ou mesmo determinar, as suas escolhas
estratégicas em virtude das pressões sofridas no ambiente
institucional.
12 Primeiro Adotante
Grover, Purvis &
Segars (2007);
Rogers (1962);
Zhu, Sarkis & Lai
(2012)
Próximos aos inovadores estão os adotantes iniciais ou
primeiros adeptos. Têm como característica o perfil de serem
líderes de opinião. Sua aprovação de inovação que tem como
objetivo transpor o abismo para que o novo produto ou
inovação chegue aos demais perfis. Assim que atingido esse
resultado não haverá a lacuna entre os formadores de opinião da
grande maioria das pessoas.
A adoção de uma inovação verde geralmente envolve o
comprometimento de recursos para a implementação desta
inovação, melhorando a produtividade e o desempenho
ambiental. Neste ponto, os benefícios da inovação podem ser
percebidos pelos primeiros adotantes. Agindo cedo em relação
aos pares, o primeiro adotante estabelece melhorias pioneiras de
custo e serviço, permitindo-lhe obter maiores ganhos de
desempenho. Na prática, isso significa que esses primeiros
adotantes usufruem dessas inovações iniciais, enquanto obtêm
benefícios substanciais.
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
230
ANEXO I – PASSO A PASSO – BIBLIOMETRIA
Procedimentos para pesquisa bibliométrica Elaborado por Luiz Guerrazzi- out/2014 a partir de versão inicial de Bernardo Serra. (v. jun2015)
Download gratuito do Bibexcel e exercícios iniciais -+
http://homepage.univie.ac.at/juan.gorraiz/bibexcel/index.html
1 – WEB OF SCIENCE (WoS) ou Scopus
• Acessar pela biblioteca digital da Uninove
o Selecionar base de dados / multidisciplinar / WoS / Scopus
• Acesso alternativo: www.isiknowledge.com
• Busca:
o Selecionar em que campo realizar a pesquisa:
• Opções: tópico, autor; grupo de autores, editor, nome da publicação,
DOI, ano de publicação, endereço (ver nota 1).
• “topic”: busca a palavra-chave no título, abstract e KW.
o Inserir palavras para a busca.
• Há opções para truncamento (nota 2).
• Podem ser usados condicionantes booleanos (And, Or, Not), (3).
• “*” na palavra-chave: busca serve para todas as variações da palavra a
partir do asterisco.
o Selecionar limites da pesquisa.
• Opções: ano e base de dados das citações, sugere-se deixar todas
marcadas.
• Campo de estudo
2 – Opções para refinar resultados
• Opções: áreas de pesquisa, tipos de documentos, autores, editores, títulos da fonte,
título da conferência, ano de publicação, idiomas, países/territórios.
3 – Salvar a pesquisa
• Identificar os artigos que serão selecionados. Clicar em “Adicionar à lista marcada”,
depois seguir uma das opções:
a. Marcar individualmente (quadro à frente de cada artigo) ou
231
b. “Todos da página” (quadro no alto, à esquerda da página), ou
c. No comando “adicionar à lista marcada”, máximo de 500 registros por vez, especificar
seleção dos artigos escolhidos;
• Observar campo “lista marcada” para quantidade de registros adicionados.
a. Registros com já estão na lista.
• Clicar em “lista marcada”:
a. Selecionar “Principal Coleção do WoS”;
b. Sugestão para marcar os campos:
i. Resumo;
ii. Referências citadas;
iii. Palavras chave.
• Exportar os registros:
a. Selecionar email;
b. Informar endereço no campo “Até”.
• Legenda do arquivo gerado (padrão SSCI – Social Science Citation Index)
PT J = Inicia um artigo
ER = Encerra o artigo
EF = Encerra arquivo geral
AU = Autores (sobrenome e 1º letra do nome) AF
= Autores (sobrenome e 1º nome)
TI = Titulo
LA = Idioma
DT = Tipo do trabalho
AB = Resumo
DE = Palavras Chave do AUTOR ID =
Palavras Chave do WoS
BP = Página inicial do artigo EP
= Página final do artigo PY =
Ano
VL = Volume
IS = Edição
SO = Periódico
232
C1 = Instituição e País
CD ou CR = Referências
4. Pré-procedimentos – Bibexcel
• Copiar arquivo gerado do email, selecionando de PT J até EF e colar no programa
bloco de notas;
i. Sempre deve iniciar com PT J e terminar com ER. A seleção toda termina com EF.
ii. Não há espação no final entre ER e EF.
• Salvar com nome de até 15 letras (.txt);
• Em pesquisas com mais de 500 artigos os arquivos resultantes devem ser
integrados do seguinte modo, exemplo para pesquisa com 1500 artigos:
i. No arquivo 1 (do artigo 1 ao 500) as letras EF ao fim do arquivo devem ser apagadas;
ii. No arquivo 2 (do 501 ao 1000) o conteúdo deve ser colado ao final do arquivo 1.
Apagar as letras EF do final;
iii. No arquivo 3 (1001 a 1500) colar conteúdo no final do arquivo 1;
5. Bibexcel (para Scopus ver nota 6)
• Abrir Bibexcel;
• Selecionar pasta e clicar no arquivo .txt da pesquisa, em seguida em “View file”;
• Visualizar o conteúdo na caixa “The list”;
• Ir em “Misc” na barra superior de comando:
i. “Convert to dialog...”;
ii. Clicar em “Convert from Web of Science”;
iii. Clicar em “Plain text”, OK, SIM;
iv. Foi gerado um arquivo .doc, como mostrado na caixa “The box”;
• Selecione o arquivo .doc gerado e clique em “View file”;
• Inserir em “Old tag” a legenda referente ao campo a ser selecionado (para
pesquisas em citação e co-citação, CD (mais comum) ou CR, dependendo do campo
constante no .doc);
• Em “Select field to be analysed...”, optar por “Any ; separated field”, a seguir
clicar em “Prep”, depois em OK e Sim.
233
i. Será gerado arquivo .out (relação das referências por artigo, para toda a amostra)
ii. .out para .1st – edit out files > keep only authors first initial
iii. .1st para .low – edit out files > convert upper lower case > good for cited references
strings
• No campo “Frequency distribution” marcar “Sort descending”.
i. Na barra branca selecionar a opção “Whole string”;
ii. Clicar em “Start” e OK;
iii. Será gerado arquivo .cit;
• Selecionar o arquivo .cit e clicar em “View file”.
i. Em “The list” aparecerá conteúdo do arquivo com a frequência de ocorrência da
informação solicitada em ordem decrescente;
ii. Correção do .out – ver nota 4;
1. Outra opção e mais simples é corrigir o .cit diretamente nele, “ajustando” o número de
citações pela análise do próprio arquivo.
2. Selecionar as linhas que com deseja fazer a pesquisa (incluir algumas linhas a mais).
Pintar a seleção e colocar o arquivo todo em ordem alfabética. Procurar as linhas pintadas e
analizar nas
proximidades dela se há alguma ocorrência similar, mas que não foi utilizada pelo Bibexcel.
Não salvar com a opção que transforma
para formato excel (xlsx), formato .cit deve ser mantido.
6. Geração da Matriz de cocitação
• Na caixa “The list”, selecionar, no arquivo .cit (já corrigido), a amostragem que
fará parte da matriz – a quantidade de linhas selecionadas equivalerá às linhas e colunas da
matriz quadrada.
i. Ir para “Analyze” na barra superior;
ii. Depois em “Co-ocurrence”, clicar em “Select units via listbox”;
• Selecionar o arquivo .low mas não clicar em “View file”.
i. Ir para “Analyze” na barra superior;
ii. Depois em “Co-ocurrence”, clicar em “Make pairs via listbox”;
iii. Aparecerá uma caixa de diálogo, clicar em NÃO e, em seguida, em OK. iv. Será criado
um arquivo .coc;
• “View file” do arquivo .coc
234
i. Em “Analyze” na barra superior, clicar em “List units in pairs”;
ii. Na caixa de diálogo, selecione OK;
iii. Será gerado um arquivo .ccc;
• “View file” do arquivo .ccc;
• Selecionar o arquivo .coc mas não clicar em “View file”;
i. Em “Analyze” na barra superior, clicar em “Make a matrix for MDS etc”;
ii. Nas caixas de diálogo, clicar sucessivamente em:
1. OK
2. NÃO
3. SIM
4. SIM
5. NÃO
6. Finalmente em OK
iii. Gerado arquivo .ma2 com a matriz que será utilizada no Excel. Todos os arquivos
gerados pelo Bibexcel são compatíveis com o Excel. Somatória das linhas ou colunas:
frequência individual de cocitação.
• Para cluster no Bibexcel, usar o arquivo .coc:
i. Analyse > co-occurence > cluster pairs ii. OK, SIM,
OK
iii. Deve ser usado o arquivo .per
7. Preparo da matriz
• Abrir o arquivo .ma2 no Excel;
• Inserir coluna antes da coluna “A”;
• Sugere-se editar os rótulos da linha “1”, mantendo apenas autor e ano, apagando
demais informações;
• Selecionar e copiar toda a linha “1”;
• Colar especial na coluna “A”, a partir da linha “1”, marcar a opção “Transpor”;
• Numa pesquisa de cocitação, a matriz indica quantidade de citações por par de
autores;
8. Ucinet / Pajek
235
• Download do Ucinet em http://www.analytictech.com/ucinet/ - versão gratuita
para 90 dias. (Ucinet Quick Start Guide)
• Download do Pajek em http://vlado.fmf.uni-lj.si/pub/networks/pajek/ - versão
gratuita. (Pajek – Reference Manual e Mapping Science Using Bibexcel and Pajek).
• Na página inicial:
i. Clicar em “Matrix spreadsheet editor”;
ii. Abrirá um editor de tabelas onde há todo o conteúdo da tabela contendo a matriz;
iii. Se o número de linhas e colunas for inferior a 30, ajustar pela opção
“Dimensions” o número de linhas e colunas;
iv. Marcar a opção “Symmetric”;
v. Abrir a matriz selecionando “Open”, escolher .xlsx como tipo de arquivo a ser aberto, e
posteriormente escolher o arquivo .xlsx originado do .ma2;
vi. Salvar a tabela, formato Ucinet.
• Novamente na página inicial:
i. Clicar em visualize > netdraw (Visualiza network with NetDraw”);
ii. Abrir o “NetDraw”;
1. Na barra de ferramentas, clicar em “Open Ucinetnetwork database”;
2. Na janela “Open data file”:
a. Selecionar tabela salva pelo Ucinet;
b. OK
3. Se necessário, gerar um arquivo editor de atributos com as variáveis relevantes para a
definição do atributo.
4. Possível editar o netdraw com a função properties.
9. SPSS – Procedimentos
• Mapa MDS (proxscal)
i. Abrir matriz .xls no SPSS;
ii. Ir em “Analisar”, “Escala”, “Proxscal”;
iii. Definir com os parâmetros padrão;
iv. Passar todos os rótulos de linhas para “Proximidades”;
v. Em “Modelo” :
236
1. Marcar: “Matriz completa”, “Similaridades”, “Intervalo”;
2. Clicar em “Continuar”;
vi. Em “Opções”:
1. Marcar “Torgerson”;
2. Clicar em “Continuar”;
3. Clicar em OK para obtenção da matriz de proximidades.
• Análise fatorial
i. Com a matriz aberta no SPSS;
ii. Na barra superior ir em Analisar > Redução de dimensão > Fator; iii. Passar todos
os rótulos para “Variáveis”, com exceção de V1...Vn; iv. Em “Rotação”, selecionar
“Varimax” e clicar em “Continuar”;
v. Em “Extração”, selecionar “Diagrama de sedimentação” e “Continuar”;
vi. Clicar em OK para rodar a análise fatorial;
vii. Verificar o “Scree plot”;
viii. Rodar novamente com a nova quantidade de fatores, com base no scree plot.
ix. Definir quantidade de fatores em Analisar > Redução de dimensão > Fator
> Extração
Notas
1 – Campos de busca
237
2 – Opções de Truncamento
3 – Booleanos
238
4 – Correção do arquivo.out utilizando o arquivo.cit (ver alternativa mais simples no item 5)
Sugere-se analisar arquivo .cit antes de prosseguir.
• Abrir arquivos .cit e .out no Excel; • No .cit: selecionar linhas (número de citações e autores) com que a pesquisa
seguirá;
• Mudar cor das células que foram as referências selecionadas (no arquivo .cit). • Inserir linha antes da linha 1 e colocar autofiltro do excel; • Classificar o arquivo .cit em ordem alfabética por autor (por meio da inserção
de autofiltro ou por “Dados/classificar/A-Z”).
• Analisar se há ocorrências não coloridas que deveriam estar contidas nas
observações coloridas.
• Corrigir o motivo no arquivo .out já previamente ordenado em ordem
alfabética. Principais motivos dessas ocorrências são abreviaturas diferentes para mesmas
observações (autor/artigo/journal).
• Voltar o .out para seu formato original – sem autofiltro e ordenado por artigo. • Voltar para o procedimento 5 (Bibexcel), mantendo o novo .cit no “View file”; • Prosseguir para geração de novo .cit, que será criado com agrupamento
corrigido de citações/autores.
239
5 – Sequência geral Pesquisa WoS -+.txt -+ .doc -+ .out -+ .1st -+ .low -+.cit -+ .coc -+ .ccc -+ .ma2 -+ xlsx
-+ SPSS -+Ucinet/Pajek .coc -+ .per -+ cluster no Bibexcel 6 – Para arquivos do Scopus, usar em MISC: Convert from scopus RIS format. Em algumas
vezes é solicitado para incluis “carriadge return”, basta seguir os passos que o Bibexcel
indica.
7 – Caso a pesquisa seja feita no WoS e Scopus, as bases podem ser unificadas no arquivo
.out, tomando cuidado com a duplicidade de artigos e usando a primeira coluna, número de
ordem do artigo para a eliminação dos duplicados.
Referências
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Statistics and Correlation Matrices Reported in Management Research. Academy of
Management Learning & Education, 13(1), 121–135. doi:10.5465/amle.2013.0001
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379.
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1980–2000. Strategic Management Journal, 25(10), 981–1004. doi:10.1002/smj.397
Ucinet guide - http://faculty.ucr.edu/~hanneman/nettext/