O USO DE TEXTOS MIDIÁTICOS NO APERFEIÇOAMENTO DA … · ... uma vez que o direcionamento dado à...
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O USO DE TEXTOS MIDIÁTICOS NO APERFEIÇOAMENTO DA LEITURA NO
ENSINO DE DISCIPLINAS REGULARES
Autora: Regina Plácida Moreira da Costa Timofeiczyk1
Orientador: Bruno Bohomoletz de Abreu Dallari2
Resumo
Este artigo tem a intenção de mostrar como o uso de textos midiáticos pode
influenciar e estimular – alunos e professores- a ler e escrever, já que a escrita é
inseparável da leitura. A leitura e produção de textos pressupõem a recepção,
compreensão e a análise de textos de outros. Ao investigarmos a teoria que a
orienta, teoria que, por sua vez, precisa votar-se à prática, como reflexão dinâmica
do fazer cotidiano, geradora de nova busca de teoria, procura-se estimular uma nova
conduta diante da leitura e da escrita na escola e para a escola.
Palavras-chave: Educação, leitura, escrita, cultura, mídias.
1. APRESENTAÇÃO
Sou professora de Língua Portuguesa há 26 anos, dos quais 18 anos são no
Estado do Paraná. Já trabalhei no Ceará e no Pará também como professora e
apesar de falarem tanto das diferenças das regiões brasileiras, na educação os
problemas e as dificuldades se assemelham. Ao conversarmos sobre Educação, não
1 Professora de Língua Portuguesa da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná com Especialização na
Educação de Jovens e Adultos- EJA, discente do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), ano 2010, vinculado à Secretaria de Educação do Estado do Paraná. 2 Prof. Dr. do Departamento de Linguística da Universidade Federal do Paraná.
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importa se é no Norte, no Nordeste, no Sul, enfim as políticas educacionais são
falhas em qualquer Estado, uma vez que o direcionamento dado à educação é para
a quantidade e não para a qualidade de ensino no Brasil. Como professora PDE no
Estado do Paraná, na rede pública de ensino, tive a oportunidade de desenvolver
um estudo sobre a dificuldade que os professores enfrentam no cotidiano da sala de
aula, sobretudo para se trabalhar a leitura com os alunos, apesar de tantas
tentativas e direcionamentos diversos, o que se percebe é o desinteresse geral dos
educandos em sala de aula.
2. EXPOSIÇÃO DOS PROBLEMAS
Este projeto surgiu a partir da insatisfação cada vez mais crescente dos
professores de todas as disciplinas, e em particular, dos professores de língua
portuguesa, que é onde recai a culpa pelo fato dos alunos não gostarem de ler e/ou
não saberem interpretar. Foi pensando nesse problema, e como professora PDE no
Estado do Paraná, que comecei a investigar o assunto buscando alternativas e
explicações para a situação que nos encontramos hoje. Percebe-se que a maioria
dos professores, apesar da boa vontade em acertar, sentem-se desmotivados e
perdidos no caminho a seguir para tentar incentivar e motivar os alunos na
construção da aprendizagem, principalmente na leitura que é um quesito essencial
para essa construção. No entanto torna-se a cada dia mais difícil despertar no aluno
esse interesse, pois nas suas vivências pessoais, a leitura e o compromisso com a
aprendizagem estão distantes das suas verdadeiras necessidades diárias. A busca
para a sua formação e suas necessidades estão mais ligadas aos fatores externos
do que propriamente na educação, que muitas vezes não se atribui valor nenhum.
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3. A FORMULAÇÃO DO PROJETO
A leitura, por ser um processo complexo e muito abrangente, faz rigorosas
exigências ao cérebro, à memória, às emoções e ao mesmo tempo, envolve a
experiência de vida dos leitores. É com a leitura que vamos enriquecendo a nossa
memória, o nosso senso crítico e adquirindo conhecimento sobre os mais diversos
assuntos, situando a leitura em um determinado universo do discurso, levando-se
em conta o contexto da produção.
Sobre a atividade de leitura, diz-se que:
A concepção hoje predominante nos estudos de leitura como prática social que, na linguística aplicada, é subsidiada teoricamente pelos estudos do letramento. Nessa perspectiva, os usos da leitura estão ligados à situação; são determinados pelas histórias dos participantes, pelas características da instituição em que se encontram, pelo grau de formalidade ou informalidade da situação, pelo objetivo da atividade de leitura, diferindo segundo o grupo social. Tudo isso realça a diferença e a multiplicidade dos discursos que envolvem e constituem os sujeitos e que determinam esses diferentes modos de ler.
(KLEIMAN 2008, apud MARCUSCHI, 2004, p.231)
Um texto traz em si marcas de outros textos, portanto o leitor passa a ser, no
processo de leitura, tão decisivo para o caráter do discurso quanto quem o produz,
pois nem tudo que o enunciado deixa ou faz entender se acha explícito, uma vez
que parte do seu sentido já está no conhecimento do leitor. Essa associação é
prevista pelo autor e deve ser feita pelo leitor, na mesma medida em que partilham
conhecimentos.
A amplitude dos valores estabelecidos pela leitura deve ser percebida, antes
de qualquer pessoa, pelos próprios professores, caso contrário o discurso deste
formador será abstrato, sem fundamentação prática para o aluno.
É preciso que a leitura seja absorvida por alunos e professores, de forma
natural, ampliando o nível de conhecimento dessas pessoas. O caminho percorrido
e as metas alcançadas por leitores assíduos são elementos individualizados e que,
uma vez experimentados, provavelmente farão parte do cotidiano desses leitores.
É comum encontrar leitores eventuais, porém raro encontrar leitores assíduos,
e isto, percebe-se claramente pelo contínuo descontentamento dos alunos – e dos
professores - diante do hábito de ler. Com isso, verifica-se a necessidade de buscar
estratégias que incentivem esta atividade.
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A leitura é uma experiência cultural, e o domínio de práticas de leitura é mais
do que instrumento de apropriação do ato de decodificação; é um passaporte para a
prática de inúmeras experiências em eventos com a leitura, o que
consequentemente possibilita o acesso e a ampliação de cultura, uma vez que esta
se configura ou se comunica em nossa sociedade pela forte presença da escrita, e
exige competências de letramentos.
A cidadania plena, sem o acesso à leitura, é algo inconcebível, pois somente
o domínio de um conjunto de práticas com o texto possibilita a competência para o
desempenho de diferentes desafios propostos no cotidiano, condição imprescindível
à participação plena do sujeito aos demais saberes sociais e na democratização
cultural.
Inserir-se numa prática de letramento situada significa participar de eventos
mediados pela leitura e pela escrita, com funções e características específicas,
ligadas à instância social em que ocorrem. De acordo com Bortoni-Ricardo (2010,
p.16), “quando os professores têm acesso a uma Pedagogia da Leitura tendem a
fazer bom aproveitamento de suas estratégias e a melhorar seu trabalho
pedagógico.”
Para um professor, é preciso ir muito além das práticas de letramento próprias
do trabalho docente, cujas especificidades decorrem das necessidades que lhes são
próprias.
Segundo Soares (2007, p. 90), o conceito de letramento surgiu para resgatar
a ideia pluralista de aquisição e uso da leitura e a escrita em diferentes domínios
sociais, com diferentes objetivos.
Compreender bem um texto não é uma atividade natural nem uma herança genética; nem
uma ação individual isolada do meio e da sociedade em que se vive. Compreender exige
habilidade, interação e trabalho. Na realidade, sempre que ouvimos alguém ou lemos um
texto, entendemos algo, mas nem sempre essa compreensão é bem-sucedida.
Compreender não é uma ação apenas lingüística ou cognitiva. É muito mais uma forma de
inserção no mundo e um modo de agir sobre o mundo na relação com o outro dentro de
uma cultura e uma sociedade. (MARCUSCHI ,2008, p.230)
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Segundo Fiorin (2008, p.18) para “Bakhtin, a língua, em sua totalidade
concreta, viva, em seu uso real, tem a propriedade de ser dialógica.”
No campo da línguística, Bakhtin rompe com duas dicotomias. Critica
Saussure e os estruturalistas (separação língua/fala, a língua vista como objeto
sincrônico e homogêneo) e chama essa tendência de objetivismo abstrato. O
puramente lingüístico não existe para Bakhtin, este é articulado ao social buscando
as relações que vinculam a linguagem à ideologia. O signo e a situação social em
que se insere estão indissoluvelmente ligados.
Também critica outra tendência, chamada por ele de Subjetivismo idealista,
aquela que, como Humboldt, apresenta como objeto da linguística a enunciação, a
língua como um produto acabado e estável, como uma atividade que se materializa
sob a forma de atos individuais de fala, cujas leis são as da Psicologia Individual.
Sua crítica a esses últimos é por não perceberem a natureza social da
interação, considerando a língua como uma expressão individual, uma enunciação
monológica.
Assim como no campo da Linguística ele rompe com as explicações
dicotômicas do Estruturalismo saussuriano e também com as explicações simplistas
de Humboldt e a teoria da língua como expressão individual, Bakhtin revoluciona ao
focar a interação social, como objeto para uma teoria marxista da linguagem.
A instância de Bakhtin que desvia os estudos linguísticos para além dos
objetos língua e fala, é a do discurso, ponto de articulação dos processos
ideológicos e dos fenômenos linguísticos. O signo é ideológico por excelência, pois é
produto da interação social, caracterizado pela plurivalência. Dialógica, por natureza,
a palavra se transforma em arena de luta de vozes que, situadas em diferentes
posições querem ser ouvidas por outras vozes.
Ao lado da noção central e constitutiva do dialogismo, o discurso se tece
polifonicamente, num jogo de várias vozes cruzadas, complementares, concorrentes
ou contraditórias na prática social. O diálogo não se coloca a nível interpessoal,
entre leitor e obra, mas abarca um sentido amplo, uma mundivisão representada na
obra que se contrapõe com monologismos. Para ele, alguns autores são dialógicos,
como Dostoiewski, outros são monológicos.
O conceito de heterogeneidade discursiva é o sujeito que se desdobra e
assume vários papéis no discurso. Bakhtin reflete sobre a linguagem tendo como
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fundamento o Marxismo. Mostra a natureza ideológica do signo linguístico e ressalta
o caráter social, interativo e dialógico da linguagem.
Elabora o conceito de polifonia enunciativa e, numa perspectiva que toma a
alteridade como constitutiva da linguagem, analisa em textos literários os diferentes
tipos de discurso numa heterogeneidade dos discursos. Bakhtin mostra como o fato
polifônico corresponde à coexistência das falas de sujeitos diferentes, num mesmo
espaço.
Para ele, a palavra é um ato de duas faces, sendo determinada tanto por
quem o emite, quanto por quem o recebe. A palavra é o resultado da relação
recíproca entre falante e ouvinte, emissor e receptor. O dialógico não é apenas uma
conversa entre duas pessoas, pois até quando se escreve se tem presente o outro,
mesmo que virtualmente.
O Eu se constrói constituindo o Eu do Outro e é por ele constituído.
De acordo com Fiorin (2008, p.83), “um mundo polifônico seria um mundo em
que o pluralismo de ideias fosse efetivamente respeitado, porque todas as vozes
seriam equipolentes, nenhuma voz social se imporia como a palavra última e
definitiva.”
Ele ressalta ainda a diferença entre polifonia, dialogismo, heteroglossia e
plurivocidade.
....dialogismo diz respeito ao modo de funcionamento real da linguagem, que faz um
enunciado constituir-se sempre em relação a outro. Heteroglossia e plurivocidade
concernem à realidade heterogênea da linguagem e às línguas sociais diversas que
circulam numa dada sociedade. A polifonia refere-se equipolência das vozes. A
plurivocidade não implica a polifonia, embora a polifonia acarrete necessariamente a
plurivocidade. Confundir essas duas realidades é deixar de apreender a dimensão política
das vozes. (FIORIN, 2008, p. 82)
Também compreende a obra literária vinculada e indissociada da cultura e da
ideologia. Arte e vida não são as mesmas coisas, mas devem tornar-se algo singular
em mim, na unidade da minha responsabilidade.
Para Bakhtin, segundo Fiorin (2008, p.139), “não é o mundo que é um livro
que nos ensina tudo. O romance é o livro que nos permite conhecer o mundo e a
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linguagem, as duas grandes semióticas, a do mundo natural e a da língua natural,
em sua realidade heterogênea, dialógica, plural.”
O problema do ensino vem refletindo, além dos baixos índices, na capacidade
de ler e interpretar dos alunos, queixa principal de todos os professores, um
empobrecimento também na sua maneira de ver o mundo e a si mesmo como
sujeitos ativos e transformadores.
Mas não apenas os alunos precisam ter oportunidades de ler livros e escrever
textos com sentido, mas seus professores precisam viver situações de leitura e
escrita reais, pois também tem o direito de acesso aos mais diferentes tipos de
textos, o direito de gostar de livros, de repensar suas experiências e de transformar
suas práticas de ler e escrever e de ensinar a ler e a escrever, de mudar o tipo de
textos que leem, usam e sugerem nas escolas.
É preciso inserir o professor num processo reflexivo, abrindo possibilidades
para questionamentos pessoais acerca da própria história de leitura e das questões
nacionais, como a falta de condições para a implementação de políticas de incentivo
à leitura, não somente de acesso ao livro, mas também do tempo disponível para o
exercício, ele mesmo, professor, da leitura.
Tendo como interlocutor o professor, esta proposta apresenta alternativa, por
meio do uso dos meios midiáticos, de uma boa leitura, que jamais pode ser
entendida como decodificação, mas como fruto de um cálculo interpretativo e,
portanto, primordial para que se desenvolvam as capacidades básicas no exercício
da sumarização e a competência na captação da macroestrutura de um texto.
Percebe-se que o encantamento com a leitura tem como elemento ideal o
ambiente familiar, onde a criança perceba como algo natural, e não por
obrigatoriedade. Sabe-se, no entanto, que não é exatamente isso que acontece.
O perfil do leitor infantil é o reflexo do meio em que ele está inserido. O
excesso de atividades de pais e, dependendo da classe social, dos filhos – como a
diversidade de opções de lazer, jogos eletrônicos, e de outro lado, a falta de
acompanhamento familiar, e muitas vezes, o descaso com a criança, são alguns dos
fatores que contribuem para o distanciamento entre a criança e a leitura.
Consequentemente esse fato ocorrerá, ocasionalmente, também com seus
professores, formadores “substitutos” dos leitores familiares.
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O interesse pelos livros começa pelos primeiros anos de vida e depois
estimulado pela escolarização. As crianças que, por algum motivo, não se
beneficiaram desse estímulo familiar, certamente sofrerão em relação às demais que
foram estimuladas no convívio familiar com a descoberta da leitura, que poderá vir a
se transformar em prazer ou desprazer dependendo também do adulto, que tem um
papel decisivo nessa iniciação da leitura. Daí a importância do papel do professor.
Se a criança não teve no ambiente familiar contato cultural abrangente ou
nenhum, cabe ao professor proporcionar-lhe isso por intermédio dos livros. No
entanto, ler não é castigo. A leitura tem que ser prazer. O leitor tem que ser livre,
pois você lê para você mesmo, para divertimento, para sua emoção. Uma história
bem contada pode fazer alguém rir, chorar, refletir, enfim, prende o leitor.
Infelizmente, parte dos professores também faz parte dessa realidade
“aculturada”, sem contato com livros na sua infância, e hoje, profissionais que
também não desenvolveram o “gosto” pela leitura, seja pela falta de contato com
livros na infância, seja também pela falta de condições financeiras, além do tempo
indisponível em ler pelo prazer de ler. Observa-se que além das péssimas condições
de vida de boa parte dos educadores, a maioria tem tempo restrito para dedicar-se
ao lazer, e isso inclui a leitura prazerosa de livros.
Há que se pensar, portanto, a educação do educador como um processo que devolve ao
homem a sua própria personalidade, isto é, a sua qualidade de agente da história que como
trabalhador e junto com outros homens modifica intencionalmente as condições exteriores,
modificando-se a si mesmo. Há que se fazer essa educação como um processo de luta
contra a alienação, sem desprezar que esta é alicerçada nas relações sociais de produção,
na organização econômica e política da sociedade capitalista e não na subjetividade dos
indivíduos....esse é um processo que ao mesmo tempo exige a transformação das
circunstâncias e das consciências, apenas possível em educação quando o trabalhador
professor se objetiva no produto de seu trabalho, tendo neste produto a promoção
intencional da humanização do outro e de sua própria humanidade. (MARTINS, 2007,
P.150)
A falta de hábito aliado ao tempo escasso e às condições financeiras de
muitos professores faz com que esses profissionais se limitem a uma aula sem peso
e empolgação pela leitura, sem que o professor transmita isso em sua fala. O próprio
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professor tem que sentir-se motivado para isso, pois sem essa motivação é difícil
motivar outros.
O domínio da língua tem estreita relação com a possibilidade de plena participação social,
pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e
defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento
(PCNSD, 2001, P.23).
A realidade de vida do professor, limitado muitas vezes a trabalhar três
turnos, e em alguns casos, sem acesso fácil à materiais alternativos, ainda torna-se
mais difícil ao entrar em sala de aula e encontrar problemas sociais de toda a
natureza, com alunos totalmente sem limites e sem a menor valorização ao estudo e
ao profissional da educação.
Como trabalhar a leitura de modo a estimular esse aluno a ler, debater e
opinar? Textos discutidos na mídia, retratando o seu cotidiano, pode ser uma
alternativa, já que o aluno poderá sentir-se inserido em um tempo/tema real, uma
vez que o texto está ”na boca do povo”. É preciso, no entanto, um conjunto de
fatores que associados complementam a realização plena dessa atividade.
...qualquer solução que se queira específica para o ensino de língua portuguesa não se fará
com soluções isoladas ou disciplinares, por melhor que sejam as análises e as propostas,
mas apenas concatenada com um profundo rearranjo no sistema escolar e na educação
disciplinar. Isto não implica necessariamente o fim das disciplinas ou de um ensino
organizado em eixos disciplinares, mas sim que o fator nuclear que deve servir de ponto de
orientação é o processo geral e o debate intenso entre os profissionais que atuam na
escola, e, a partir daí, pensar eixos organizadores para uma educação transdisciplinar.
(BRITO, 2007, p.57)
4. A IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
Este projeto foi implementado em algumas escolas tanto por parte dos
professores que participaram do grupo de trabalho em rede, ferramenta utilizada
pelo Governo do Estado do Paraná, para capacitação on-line dos professores da
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rede pública do estado, assim como também por alguns professores da escola na
qual trabalho. Os alunos participantes eram integrantes do ensino médio, tanto de
1º, 2º e 3º ano, assim como também participaram alunos do 9º ano do ensino
fundamental.
As atividades tiveram como ponto de partida a leitura de textos midiáticos e
sua abordagem pelo espaço público. É importante transitar entre textos diferentes,
com abordagens diferentes, para que o aluno saiba agir como leitor contemporâneo,
que sabe usufruir de sua cultura, mas que entra em contato com a cultura produzida
em outros contextos e/ou em outros tempos.
É preciso que o aluno vivencie a intertextualidade decorrente da relação entre
textos diversos e de que todo texto é uma interface de outro texto, aspecto que
assegura renovação e diálogo com o que já existe.
Vale ressaltar que cada disciplina/professor abordou os textos direcionando-
os e relacionando com outros textos específicos de cada disciplina e de acordo com
o assunto/temática que foi abordada.
4.1 ATIVIDADES
Sugestão das atividades que os professores trabalharam em sala de aula com
seus alunos.
Os textos sugeridos abaixo foram trabalhados com os seguintes
encaminhamentos:
O professor dividiu os alunos em grupo. Cada grupo foi formado por, no
máximo, cinco alunos. Cada grupo recebeu textos diferentes, um para cada aluno
participante do grupo.
Duração prevista: 19 aulas
Encaminhamento I – 7 aulas
1º passo: Os grupos realizaram leitura, análise e síntese dos textos. (2 aulas)
2º passo: Os grupos pesquisaram em blogs/sites e consultaram as falas do
espaço público referente aos temas abordados nos textos e desta leitura produziram
um texto comentando sobre as falas do espaço público. (4 aulas)
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3º passo: Os grupos criaram um plano de trabalho com tópicos que foram
entregues para o outro grupo produzir um texto com tal roteiro. (2 aulas)
4º passo: Os grupos realizaram a leitura em voz alta, e depois comentaram o
texto e compararam com o roteiro entregue pelo outro grupo, que analisaram se as
ideias corresponderam às expectativas do grupo. (4 aulas)
Encaminhamento II – 2 aulas
1º passo: Que temáticas são possíveis serem trabalhadas pelo professor em
sala de aula ou pelos pesquisadores na produção do conhecimento
histórico/educacional?
2º passo: Que relações podem-se estabelecer com a época em que foi
produzida?
3º passo: Em que tipo de matéria jornalística pode-se classificar o texto ou
que tipo de meio midiático?
4º passo: Em relação à temática, qual a visão do jornalista e qual/ quais
argumentos ele utiliza?
5º passo: Que posições antagônicas podemos identificar nos textos?
Encaminhamento III – 4 aulas
Os alunos foram encaminhados à sala de informática, onde os grupos
pesquisaram em blogs diversos, de acordo com o interesse dos alunos, os textos e
as falas do espaço público, que depois foram comentados em mesa-redonda,
seminários onde puderam expressar/debater suas opiniões. Todo o trabalho foi
registrado em forma de texto, cujo gênero a ser escrito foi escolhido pelo grupo e
exposto em mural.
Encaminhamento IV – 2 aulas
Debate sobre as atividades realizadas e sugestões para novos
encaminhamentos.
As atividades propostas incidiram sobre um conjunto de textos elencados a
seguir.
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4.2 SUGESTÃO DE TEXTOS
Textos: Grupo I
1. Conto de verão
Disponível em:
<http://www.gazetadopovo.com.br/verao/cronicas/conteudo.phtml?id=1104617>.
Acesso em 25 jul. 2011.
2. Máscara de carnaval
Disponível em:
<http://www.gazetadopovo.com.br/verao/cronicas/conteudo.phtml?id=1102625>.
Acesso em 25 jul. 2011.
3. O passado condena
Disponível em:
<http://www.gazetadopovo.com.br/verao/cronicas/conteudo.phtml?id=1100442>.
Acesso em 25 jul. 2011.
4. Fugidinha com você
Disponível em:
<http://www.gazetadopovo.com.br/verao/cronicas/conteudo.phtml?id=1095729>.
Acesso em 25 jul 2001
5. Pinguim inconformado
Disponível em:
<http://www.gazetadopovo.com.br/verao/cronicas/conteudo.phtml?id=1091123>.
Acesso em 25 jul. 2011.
6. Verão nada doce
Disponível em:
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<http://www.gazetadopovo.com.br/verao/cronicas/conteudo.phtml?id=1088918>. Acesso em 25 jul 2001.
7. Temporada na praia
Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/verao/cronicas/conteudo.phtml?id=1086496>. Acesso em 25 jul. 2011.
8. Próximo!
Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/verao/cronicas/conteudo.phtml?id=1084164>. Acesso em 25 jul. 2011. 9. A primeira cerveja da temporada Dispónível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/verao/cronicas/conteudo.phtml?id=1082193>. Acesso em 25 jul. 2011. 10. Intervalo de jogo Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/verao/cronicas/conteudo.phtml?id=1080596>. Acesso em 25 jul. 2011.
Textos: Grupo II
1. Jardim Disponível em: <http://www.rubemalves.com.br/jardim.htm>. Acesso em 25 jul. 2011.
2. Proseando Disponível em: <http://www.rubemalves.com.br/proseando.htm>. Acesso em 25 jul. 2011.
3. Tênis X Frescobol Disponível em: <http://www.rubemalves.com.br/tenisfrescobol.htm>. Acesso em 25 jul. 2011.
4. O Panelaço Disponível em: <http://www.rubemalves.com.br/opanelaco.htm>. Acesso em 25 jul. 2011.
5. Ler e prazer
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Disponível em: <http://www.rubemalves.com.br/lereprazer.htm>. Acesso em 25 jul. 2011.
6. Sobre ciência e sapiência
Disponível em: <http://www.rubemalves.com.br/sobrecienciaesapiencia.htm>. Acesso em 25 jul. 2011.
7. A música Disponível em: <http://www.rubemalves.com.br/amusica.htm>. Acesso em 25 jul. 2011
8. Dona Clotilde, modesta professora Disponível em: <http://www.rubemalves.com.br/adonaclotilde.htm>. Acesso em 25 jul. 2011.
9. O país dos chapéus Disponível em: <http://www.rubemalves.com.br/opaisdoschapeus.htm>. Acesso em 25 jul. 2011.
Textos: Grupo III
1. Pianos que nada tocam Disponível em: <http://www.rubemalves.com.br/pianosquenadatocam.htm>. Acesso em 25 jul. 2011.
2. A caixa de brinquedos Disponível em: <http://www.rubemalves.com.br/acaixadebrinquedos.htm>. Acesso em 25 jul. 2011.
3. A arte de ouvir Disponível em: < http://www.rubemalves.com.br/aartedeouvir.htm>. Acesso em 25 jul. 20111.
4. A educação dos sentidos Disponível em: <http://www.rubemalves.com.br/aeducacaodossentidos.htm>. Acesso em 25 jul. 2011
5. O tato Disponível em: <http://www.rubemalves.com.br/otato.htm>. Acesso em 25 jul. 2011.
6. Chopin é polonês...
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Disponível em: <http://www.rubemalves.com.br/chopin.htm>. Acesso em 25 jul. 2011.
7. O sexto sentido Disponível em: < http://www.rubemalves.com.br/osextosentido.htm>. Acesso em 25 jul. 2011.
8. “Meu coração fica junto ao coração dela...” Disponível em: <http://www.rubemalves.com.br/meucaoracaoficajuntoaocoracaodela.htm>. Acesso em 2011.
9. Como o seio... Disponível em: < http://www.rubemalves.com.br/comooseio....htm>. Acesso em 25 jul. 2011.
Textos: Grupo VI
1. Ressaca sem fim Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/colunas/fernandocanzian/931983-ressaca-sem-fim.shtml>. Acesso em 25 jul. 2011.
2. Ou a banca ou a democracia
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/clovisrossi/932530-ou-a-banca-ou-a-democracia.shtml>. Acesso em 25 jul. 2011.
3. Governo planeja privatizar novos portos Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/mercado/934744-governo-planeja-privatizar-novos-portos.shtml>. Acesso em 25 jul. 2011.
4. Dilma tenta virar a página Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/elianecantanhede/933437-dilma-tenta-virar-a-pagina.shtml>. Acesso em 25 jul. 2011.
5. Democracias funcionam? Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/930389-democracias-funcionam.shtml>. Acesso em 25 jul. 2011.
6. O fim de Bin Laden Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/911306-o-fim-de-bin-laden.shtml>. Acesso em 25 jul. 2011.
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7. Brasil real X Brasil oficial Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/911306-o-fim-de-bin-laden.shtml>. Acesso em 25 jul. 2011.
8. O discurso do reino Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/joseluizportella/911447-o-discurso-do-reino.shtml>. Acesso em 25 jul. 2011.
9. Patrões preveem 'ruína financeira' se aviso prévio mudar Disponível em: <http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110624/not_imp736345,0.php>. Acesso em 25 jul. 2011.
10. O tempo do processo penal Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?id=1140622>. Acesso em 25 jul. 2011
Textos: Grupo V
1. Debate 08: Jornalistas com déficit de letramento Disponível em: <http://espacolinguisticouems.wordpress.com/category/debate-08-jornalistas-com-deficit-de-letramento-sobre-o-livro-didatico/>. Acesso em 25 jul. 2011.
2. Língua Portuguesa Disponível em: < http://coliriodecebola.blogspot.com/2005/11/lngua-portuguesa_113176738325399951.html>. Acesso em 25 jul. 2011.
3. Língua Portuguesa Disponível em:<http://www.cantadoresdolitoral.com.br/k/kl21.htm. Acesso em 25 jul. 2011.
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7. Sírio Possenti/ De Campinas Disponível em: <http://www.abralin.org/noticia/Sirio3.pdf>. Acesso em 25 jul. 2011.
8. Aceitam tudo Disponível em: <http://cenasecoisasdavida.blogspot.com/2011/06/artigos-aceitam-tudo-sirio-possenti.html>. Acesso em 25 jul. 2011.
9. Analisar e opinar. Sem ler. Bateram duro em um livro com base na leitura de apenas uma das páginas de um dos capítulos Disponível em:<http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,analisar-e-opinar-sem-ler,722479,0.htm. Acesso em 25 jul. 2011.
Textos: Grupo VI
1. Língua e Ignorância Disponível em: <http://www.abralin.org/>. Acesso em 25 jul. 2011.
2. Polêmica ou Ignorância Disponível em: <http://dianaartemis-diana.blogspot.com/2011/05/polemica-ou-ignorancia-por-marcos-bagno.htm>l. Acesso em 25 jul. 2011
3. 77 comentários Disponível em: <http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-discussao-sobre-o-livro-didatico?page=2>. Acesso em 25 jul. 2011.
4. Por que toda essa celeuma referente à inclusão de tópicos de variação linguística em livro didático? Disponível em: <http://www.stellabortoni.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3114:por-que-toda-essa-celeuma-referente-a-inclusao-de-topicos-de-variacao-linguistica-em-livro-didatico&catid=45:blog&Itemid=1>. Acesso em 25 jul. 2011.
5. Falsa polêmica Disponível em:< http://www.abralin.org/noticia/FARACO.pdf>. Acesso em 25 jul. 2011.
6. Uma nação com variadas línguas Disponível em: <http://www.abralin.org/noticia/LEMLE.pdf>. Acesso em 25 jul. 2011.
7. Posicionamento da ALAB sobre a polêmica do livro didático
18
Disponível em: <http://www.abralin.org/noticia/alab.pdf>. Acesso em 25 jul. 2011.
8. Nem tudo é ótimo neste mundo Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?tl=1&id=1140612&tit=Nem-tudo-e-otimo-neste-mundo>. Acesso em 25 jul. 2011.
9. O caso Monteiro Lobato Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/837525-o-caso-monteiro-lobato.shtml>. Acesso em 25 jul. 2011.
Textos: Grupo VII
1. O Twitter e Giggs Disponível em: <http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/o-twitter-e-giggs>. Acesso em 25 jul. 2011.
2. A irresistível marcha pela legalização das drogas Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/933599-a-irresistivel-marcha-pela-legalizacao-das-drogas.shtml>. Acesso em 25 jul. 2011.
3. Interpretação jurídica pode criar brecha para proibir Marcha da Maconha Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/930900-interpretacao-juridica-pode-criar-brecha-para-proibir-marcha-da-maconha.shtml>
4. Drogas de vida Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/929008-drogas-de-vida.shtml>. Acesso em 25 jul. 2011.
5. Os bebês do crack Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI242013-15257,00-OS+BEBES+DO+CRACK.html>. Acesso em 25 jul. 2011.
6. O futebol do nosso cotidiano Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/futebolnarede/917416-o-futebol-no-nosso-cotidiano.shtml>. Acesso em 215 jul. 2011.
7. Eles já gostarem mais do futebol Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/futebolnarede/876482-eles-ja-gostaram-mais-do-futebol.shtml>. Acesso em 25 jul. 2011.
8. A lição digital
19
Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI242285-15228,00-A+LICAO+DIGITAL.html>. Acesso em 25 jul. 2011.
9. Não basta ter acesso a tecnologia Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI242080-15228,00.html>. Acesso em 25 jul. 2011.
10. A guerra virtual Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,EMI243907-15227,00-A+GUERRA+VIRTUAL+COMECOU+TRECHO.html>. Acesso em 25 jul. 2011.
4.3 CONSIDERAÇÕES GERAIS
De acordo com o relato dos professores, a primeira dificuldade enfrentada
para o desenvolvimento foi a reciprocidade dos alunos para realizar a leitura dos
textos, pois eles mais conversavam do que propriamente liam e ainda havia aqueles
que simplesmente se recusavam a ler, a discutir, a participar; embora houvesse a
participação de alguns alunos, aqueles que se recusaram a participar acabavam por
atrapalhar o desenvolvimento da atividade e a participação do colega, chamando-o
de “CDF” e coisas do gênero; o aluno interessado, muitas vezes sofre esse tipo de
assédio, sendo ridicularizado por mostrar interesse, o famoso “bullyng”, o que
acarreta também falta de interesse, pelo medo de não ser aceito; enfrentada essa
primeira dificuldade, esbarraram numa barreira ainda maior, que é a falta de leitura,
de embasamento para formação de opinião, de argumentação, onde percebeu-se
que as discussões e exposições dos grupos sequer caminhavam, pois faltavam-lhes
embasamento, justamente a intertextualidade decorrente da relação entre textos
diversos, aspecto que assegura renovação e diálogo com o que já existe.
Essa relação entre o que já foi dito é totalmente vazia, pois não há a menor
expressividade nas opiniões dos alunos. Mesmo diante de tais dificuldades, tentou-
se levar adiante as atividades propostas, porém a maioria recusava-se a participar
de forma mais enfática, produzindo opiniões, discussões e textos, que acabaram por
se perder já que não agregavam conhecimento nenhum sobre o que havia sido lido,
exposto ou discutido. E então voltava ao ponto inicial. Como mostrar-lhes que a
20
leitura é importante e como fazê-los gostar de ler, querer ler e reconhecer que a sua
formação depende da busca constante de conhecimento que passa pela leitura.
A utilização de textos midiáticos foi utilizada em sala de aula por alguns
professores, de diferentes disciplinas, - professores engajados na luta por uma
educação de qualidade, com metodologias diferenciadas - e embora estes
professores tenham feito todos os encaminhamentos sugeridos e necessários ao
ambiente, que se modifica, conforme a realidade de cada turma, além de utilizar
outras sugestões do grupo, cada uma adequada a uma realidade específica, a
maioria dos alunos se manteve desinteressada e descomprometida com as
atividades, justificando seu interesse, quando houve, apenas na atribuição de notas
que poderiam obter com a atividade. Percebeu-se uma desmotivação quase que
generalizada, deixando os professores atônitos diante de tanto descaso. Mesmo
assim ainda tentaram dar continuidade ao trabalho, resultando numa desmotivação
também para o professor.
5. CONCLUSÃO
Diante dessa realidade, devemos repensar a Escola como um todo,
atribuindo-lhe e resgatando seu valor real, dando-lhe autonomia para resgatar
grande parte de seus alunos que se encontram em ambiente desmotivador, sem
atribuição de significados reais para a família, a escola e a sua própria vida.
A Escola perdeu seu verdadeiro sentido, passando a exercer o papel de
“depósito de alunos”, aonde eles vão para para não ficar na rua, expostos a outras
situações de violência. A escola não está dando conta da sobrecarga de atribuições
que lhe está sendo conferida, pois ao mesmo tempo em que não tem estrutura, falta-
lhe autonomia para estabelecer limites e critérios necessários a Educação
propriamente dita para seus alunos.
A política educacional tem que está voltada para uma educação de qualidade,
cujos princípios norteadores tenham que ser a família, como base edificadora, e
principal responsável por condições básicas de vida para seus filhos, - sem
mencionar aqui a responsabilidade do Estado- com investimentos sérios nos valores
21
e estruturas familiares e escolares, resgatando as responsabilidades de todos e não
apenas transferindo-as como se fosse um jogo de “pingue-pongue”.
8. REFERÊNCIAS
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