Nota histórica

Em Portugal, o Tribunal do Santo Oficio foi criado no reinado de D. João III, em 1536, e foi extinto em 1821, por ser contrário aos princípios do Libera-lismo. O seu poder es-tendeu-se a todo o país e a quase todos os territórios pertencentes à coroa portuguesa, através dos Tribunais de Lisboa, Coimbra, Évora e Goa.

A justificação para a sua criação foi a defesa da fé católica e dos bons costumes.Assim, podia ser preso e julgado quem fosse acusado de práticas de Judaísmo, Islamismo, feitiçaria, bruxaria ou bigamia.Para além da pena de morte eram aplicadas penas como a prisão, o degredo e, sobretudo, o confisco de bens.

Em 1540 realizou-se, na Ribeira, em Lisboa, o primeiro auto – de – fé. Aí foram apresentados os condenados à morte, ou na

linguagem inquisitorial, relaxados em crime.

De 1540 a 1767, data do último auto –de – fé, o número de penitenciados foi de 23 mil, dos quais mais de 1 400 condenados à morte.

Não escaparam à Inquisição alguns nomes importantes da cultura portuguesa como Fernão de Pina, Garcia da Horta, Damião de Góis, padre António Vieira, António José da Silva, Bartolomeu de Gusmão, Bocage, entre outros.

Auto de Fé

Os arquivos da Inquisição na Torre do Tombo

Após a extinção do Tribunal do Santo Ofício, os seus arquivos foram sendo incorporados na Torre do Tombo.

A sua documentação é muito vasta. Só os processos inquisitoriais constituem um conjunto de mais de 36 mil processos, cujo estudo permite um conhecimento das estruturas sociais, económicas, políticas, culturais e religiosas de mais de três séculos da nossa História.A documentação do Conselho Geral do Santo Ofício permite conhecer os seus aspectos administrativos e modo de funcionamento.

Assim: - os livros de receita e despesa, permitem conhecer os vencimentos desde o do inquisidor ao do mais simples funcionário; os preços dos géneros alimentícios, do papel, da tinta de impressão, dos editais, dos autos; as despesas de transporte de presos; as despesas de viagens e outros;

Processo de António José da Silva (O Judeu)

-a correspon-dência permite conhecer mo-mentos da vida quotidiana, dos conflitos sociais e outros;

- as denúncias permitem veri-ficar como na maior parte dos

casos, a inimizade ou a inveja eram a verdadeira causa de denúncia à Inquisição;

- os documentos relativos à Censura permitem conhecer as obras que eram importadas do estrangeiro; as obras editadas, as recusadas; os nomes das tipografias e dos impressores;

- os termos das visitas às naus estrangeiras permitem conhecer boa parte do movimento marítimo, quem entrava ou quem saía do Reino.

Testa os conhecimentos que adquiriste, procurando na Sopa de Letras as respostas às questões que se seguem:- Nome também dado ao Tribunal do Santo Ofício.

- Os primeiros realizaram-se na Ribeira em 1540.- Duas cidades onde se localizaram Tribunais do Sto. Ofício- Nome dado pela Inquisição aos condenados à morte.- Duas das penas aplicadas pelo Tribunal do Santo Ofício.- Um dos crimes que levavam à condenação pela Inquisição.- Uma das religiões perseguidas pela Inquisição.- Um dos nomes importantes da nossa cultura, vítima da Inquisição.

A I N Q U I S I Ç Ã O E

U O V G I N A M I D T I

T R I O U P A L O E A F

O R A A V R E E G G D E

D J U D A I S M O R S I

E O R S R S F O D E A T

F N U F A A O V E D F I

É D N E H O R E V O S Ç

F X A N T O N I O A O A

V I E I R A O F R C I R

A O M A Z A M O A B B I

A R E L A X A D O S F A

O Tribunal do Santo Ofício

Processo de Damião de Góis

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