O Rebelde Nov

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O Rebelde Rua da República, 528 - Porto Alegre - Fone:51 3286.7485 / 3084.3286 AGO/SET 2014 n o . 2 www.namaste.com.br Versão Online: tinyurl.com/Namaste-Rebelde

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Jornal O Rebelde do Namstê Edição Novembro Dezembro 2014

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O RebeldeRua da República, 528 - Porto Alegre - Fone:51 3286.7485 / 3084.3286

AGO/SET 2014 no. 2

www.namaste.com.br

Versão Online: tinyurl.com/Namaste-Rebelde

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O SENTIDO DA VIDAPOR PREM MILAN

sentido da vida é estar num caminho e não em um ponto �nal. Quando eu entro em contato com a questão de qual o sentido da vida, me jogo pra trás no tempo e lembro que quando eu era criança o sentido era brincar, era jogar

futebol com meus amigos. Naquela época a gente fazia o trabuco, um revólver de pólvora que era algo impres-sionante. Nós inventamos o revólver, estourávamos canos até achar um que fosse forte su�ciente pra poder usar. A aventura era ir pro mato encontrar ninho de passarinho, subir em árvore, aprontar uma grande sacanagem.

Era muita adrenalina, então o sentido naquele tempo era gastar toda energia que a gente tinha que não encontrava um lugar mais criativo pra colocar. Eu gastava toda uma energia de criação e de adrenalina e também de frustração por ser pouco amado, pouco querido. Porque os pais não dão muita bola pros �lhos. Mesmo hoje você pode achar que seus pais lhe amaram muito, mas eles quase nunca brincaram conti-go, mais lhe encheram o saco que qualquer outra coisa. Então o sentido que eu tinha pra vida era não parar pra fugir da dor. Depois começou a adolescência, aí o sentido era arrumar uma namorada, ter um amor, era transar. Eu investi um monte de energia no amor, em transar, em querer transar. Eu lembro quando eu tinha 17 anos, estava em Porto Alegre, fazia o terceiro ano, o cientí�co

na época, e cursinho pré-vestibular e todo resto do tempo eu usava pra caçar. Eu andava ruas e ruas e quilômetros e quilômetros pra encontrar uma menina, nunca rolava nada, era muito raro rolar alguma coisa, mas o investimento de horas na vontade de transar era imenso, a criatividade, as coisas que eu desenvolvi em função de conseguir transar... Era incrível. Um gringo grosso, sem vocabulário, sem nada, tinha que desen-volver tanta coisa pra poder me aproximar das mulhe-res, e levava muito tempo. O foco de energia era esse, isso era importante. A todo momento se renovava as esperanças. Quando eu comecei a transar bastante já

não era mais essa a sede. Vi que alcançava aquilo e dava um vazio. Aí eu comecei a buscar um amor, uma pessoa, um relacionamento. Concomitante com isso comecei a ir pra política. Eu dava vazão pras duas coisas. A política era porque eu queria transformar o mundo, o meu sentido na vida. Mas era um transformar o mundo muito impulsionado pela energia das minhas frustrações, e eu não conseguia entrar em contato comigo mesmo, não conseguia viver um amor mais profundo, sentir as coisas mais profundamente. O meu sentido da vida era mais uma fuga do que qualquer outra coisa. Aí veio o amor, que também não resolveu. Mas nesse processo de crescimento eu fui encontrando. Veio um outro nível de sexualidade, meu encontro com a espiri-tualidade, com o Osho, com a bioenergética. Isso fez

uma revolução enorme na minha vida. Mas eu continu-ava buscando coisas. Uma busca desenfreada. Eu queria um amor tântrico. Aí aconteceu uma história tântrica comigo. Foi maravilhoso, fantástico, mexeu profundamente com a minha cabeça. Me jogou pra uma outra dimensão da vida, que é meio inexplicável, que só vivendo que dá pra sentir. Depois veio a terapia, o Namastê, a Comunidade. Tudo isso foi crescendo. Mas ao mesmo tempo era dúbio. As coisas sempre vinham juntas. Um sentido que eu boto na vida, que acho legal, sempre tinha um sentido. Meu sentido nunca foi ganhar dinheiro, ter uma casa, apartamento. Eu sou feliz porque eu nunca fui uma pessoa egoísta. Essa troca com pessoas sempre foi me preenchendo. Ao mesmo tempo que eu tinha essa busca minha, eu queria algo mais na vida que o meu conforto pessoal. O sentido da vida está fora do egoísmo, o sentido é estar com pessoas. Todo egoísta é miserável, são cemitérios, tudo que chega ali morre. Os egoístas fogem das pessoas. Se querem um amor, botam no formol, no freezer, destroem tudo. Eu acho que a vida é a mosca na sopa do Raul. O senti-do da vida é estar sempre incomodado, criando, buscando, indo. Hoje com 59 anos, olho pra trás e o sentido da minha vida é estar em movimento, é estar fora de padrões. Onde se recria a cada momento, nunca existe um ponto de chegada ou um ponto de partida. É um andar. Num momento você anda para um lado, no outro para o outro. Isso é uma riqueza. Teve épocas que pra mim o sentido da vida era estar num grande amor, hoje o sentido é mais que isso. Tenho tantas coisas, tanto sentir que vai além. A medida que você vai se preenchendo de coisas o seu sentido da vida muda. Mas para uma pessoa que nunca consegue nada, o sentido da vida é a fome. Eu acho que para a grande maioria da humanidade o sentido é sentir falta, não se preencher. Quando você tiver um grande amor, vai fazer de tudo pra destruir, porque você está preparado pra sentir falta. O seu sentido da vida é falta, está focado na falta, você não cria as coisas porque quer reclamar que falta. Falta amor, sexo, alegria, tesão. A falta é o seu sentido da vida. E você tem que quebrar com isso porque o sentido começa na abundância. À medida que você tem, você tem novos sentido pra

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vida. E eu posso falar porque tive abundância na vida, tive muitos amores e muito sexo. Muito mais que você consegue imaginar. Isso me deu uma perspectiva de sempre querer mais da vida. Quando se tem pouco, sempre se quer menos. E isso é uma coisa que eu aprendi com a vida. Esse é o sentido dela. Eu cada vez quero mais, quero mais coisas. Quero mais crescimen-to, revolucionar mais, mexer mais com as pessoas. Não tem nenhum momento que eu olhe e pense que já �z minha parte. Não! Eu olho pro lado e tem tanta coisa pra fazer! E eu faço um monte de coisas. O sentido da vida é estar vivo. Não se iluda que você está vivo. Você está meia boca. Mas a vida, quando palpitar em você... você vai criar muito mais, vai ser aventurar muito mais. Se você está vivo nunca vai querer descansar. A própria frase “descanse em paz” é o que mais tem no cemitério, se você está com essa frase na cabeça esperando a hora do descanso, coitadinho de você. A vida é muito mais e é esse o sentido. O senti-do da vida é a mosca na sopa.

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sentido da vida é estar num caminho e não em um ponto �nal. Quando eu entro em contato com a questão de qual o sentido da vida, me jogo pra trás no tempo e lembro que quando eu era criança o sentido era brincar, era jogar

futebol com meus amigos. Naquela época a gente fazia o trabuco, um revólver de pólvora que era algo impres-sionante. Nós inventamos o revólver, estourávamos canos até achar um que fosse forte su�ciente pra poder usar. A aventura era ir pro mato encontrar ninho de passarinho, subir em árvore, aprontar uma grande sacanagem.

Era muita adrenalina, então o sentido naquele tempo era gastar toda energia que a gente tinha que não encontrava um lugar mais criativo pra colocar. Eu gastava toda uma energia de criação e de adrenalina e também de frustração por ser pouco amado, pouco querido. Porque os pais não dão muita bola pros �lhos. Mesmo hoje você pode achar que seus pais lhe amaram muito, mas eles quase nunca brincaram conti-go, mais lhe encheram o saco que qualquer outra coisa. Então o sentido que eu tinha pra vida era não parar pra fugir da dor. Depois começou a adolescência, aí o sentido era arrumar uma namorada, ter um amor, era transar. Eu investi um monte de energia no amor, em transar, em querer transar. Eu lembro quando eu tinha 17 anos, estava em Porto Alegre, fazia o terceiro ano, o cientí�co

na época, e cursinho pré-vestibular e todo resto do tempo eu usava pra caçar. Eu andava ruas e ruas e quilômetros e quilômetros pra encontrar uma menina, nunca rolava nada, era muito raro rolar alguma coisa, mas o investimento de horas na vontade de transar era imenso, a criatividade, as coisas que eu desenvolvi em função de conseguir transar... Era incrível. Um gringo grosso, sem vocabulário, sem nada, tinha que desen-volver tanta coisa pra poder me aproximar das mulhe-res, e levava muito tempo. O foco de energia era esse, isso era importante. A todo momento se renovava as esperanças. Quando eu comecei a transar bastante já

não era mais essa a sede. Vi que alcançava aquilo e dava um vazio. Aí eu comecei a buscar um amor, uma pessoa, um relacionamento. Concomitante com isso comecei a ir pra política. Eu dava vazão pras duas coisas. A política era porque eu queria transformar o mundo, o meu sentido na vida. Mas era um transformar o mundo muito impulsionado pela energia das minhas frustrações, e eu não conseguia entrar em contato comigo mesmo, não conseguia viver um amor mais profundo, sentir as coisas mais profundamente. O meu sentido da vida era mais uma fuga do que qualquer outra coisa. Aí veio o amor, que também não resolveu. Mas nesse processo de crescimento eu fui encontrando. Veio um outro nível de sexualidade, meu encontro com a espiri-tualidade, com o Osho, com a bioenergética. Isso fez

uma revolução enorme na minha vida. Mas eu continu-ava buscando coisas. Uma busca desenfreada. Eu queria um amor tântrico. Aí aconteceu uma história tântrica comigo. Foi maravilhoso, fantástico, mexeu profundamente com a minha cabeça. Me jogou pra uma outra dimensão da vida, que é meio inexplicável, que só vivendo que dá pra sentir. Depois veio a terapia, o Namastê, a Comunidade. Tudo isso foi crescendo. Mas ao mesmo tempo era dúbio. As coisas sempre vinham juntas. Um sentido que eu boto na vida, que acho legal, sempre tinha um sentido. Meu sentido nunca foi ganhar dinheiro, ter uma casa, apartamento. Eu sou feliz porque eu nunca fui uma pessoa egoísta. Essa troca com pessoas sempre foi me preenchendo. Ao mesmo tempo que eu tinha essa busca minha, eu queria algo mais na vida que o meu conforto pessoal. O sentido da vida está fora do egoísmo, o sentido é estar com pessoas. Todo egoísta é miserável, são cemitérios, tudo que chega ali morre. Os egoístas fogem das pessoas. Se querem um amor, botam no formol, no freezer, destroem tudo. Eu acho que a vida é a mosca na sopa do Raul. O senti-do da vida é estar sempre incomodado, criando, buscando, indo. Hoje com 59 anos, olho pra trás e o sentido da minha vida é estar em movimento, é estar fora de padrões. Onde se recria a cada momento, nunca existe um ponto de chegada ou um ponto de partida. É um andar. Num momento você anda para um lado, no outro para o outro. Isso é uma riqueza. Teve épocas que pra mim o sentido da vida era estar num grande amor, hoje o sentido é mais que isso. Tenho tantas coisas, tanto sentir que vai além. A medida que você vai se preenchendo de coisas o seu sentido da vida muda. Mas para uma pessoa que nunca consegue nada, o sentido da vida é a fome. Eu acho que para a grande maioria da humanidade o sentido é sentir falta, não se preencher. Quando você tiver um grande amor, vai fazer de tudo pra destruir, porque você está preparado pra sentir falta. O seu sentido da vida é falta, está focado na falta, você não cria as coisas porque quer reclamar que falta. Falta amor, sexo, alegria, tesão. A falta é o seu sentido da vida. E você tem que quebrar com isso porque o sentido começa na abundância. À medida que você tem, você tem novos sentido pra

vida. E eu posso falar porque tive abundância na vida, tive muitos amores e muito sexo. Muito mais que você consegue imaginar. Isso me deu uma perspectiva de sempre querer mais da vida. Quando se tem pouco, sempre se quer menos. E isso é uma coisa que eu aprendi com a vida. Esse é o sentido dela. Eu cada vez quero mais, quero mais coisas. Quero mais crescimen-to, revolucionar mais, mexer mais com as pessoas. Não tem nenhum momento que eu olhe e pense que já �z minha parte. Não! Eu olho pro lado e tem tanta coisa pra fazer! E eu faço um monte de coisas. O sentido da vida é estar vivo. Não se iluda que você está vivo. Você está meia boca. Mas a vida, quando palpitar em você... você vai criar muito mais, vai ser aventurar muito mais. Se você está vivo nunca vai querer descansar. A própria frase “descanse em paz” é o que mais tem no cemitério, se você está com essa frase na cabeça esperando a hora do descanso, coitadinho de você. A vida é muito mais e é esse o sentido. O senti-do da vida é a mosca na sopa.

A Vida Secreta das Abelhas(Direção: Gina Prince-Bythewood. Elenco: Dakota Fanning, Queen Latifah, Paul Bettany)

Um �lme simples e direto que mostra uma forma muito bela de amor e entrega. É a história de uma menina que parte numa busca para reconstruir a história de sua mãe, que morreu quando era bebê. Neste caminho, numa sociedade dominada pelo racismo, ela acaba encontrando amizade e um amor em umas irmãs que tem um jeito bem diferente de viver. É um �lme tocante e que traz de volta um pouco do verdadeira sentido da vida.

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olta e meia me pego querendo controlar tudo. O tempo, o trabalho, a diversão. Tudo. Nós usamos o relógio e o calendário para tudo. Temos sempre que usar bem o tempo que temos. Produzir mais. A ordem

é sempre produzir, não perder tempo, fazer tudo direitinho, como manda o protocolo.

Mas quem de�ne o que é um tempo bem aproveitado, bem usado? Para que vivemos, para que �m? Precisa ter um �m? Um objetivo? Uma meta? Para mim um tempo bem usado é quando estou na companhia dos meus amigos, para outra pessoa pode ser outra coisa. Mas nós fomos criados para bater metas e achamos que viver é perda de tempo.

Antes da Revolução Industrial não havia reló-gio, não havia essa noção de tempo perdido. O trabalho era ditado pelo ritmo humano e não o contrário. Não falo para voltarmos para a era pré--industrial, mas podíamos aprender algo com isso. E de certo forma nosso modo de viver é bem atra-sado, já que continuamos com uma lógica criada há 200 anos atrás. Horas, minutos, metas a cumprir.

Mas por que essa nossa mania de controlar tudo? Quando nos apaixonamos passamos algum tempo só deixando acontecer, vivendo aquele momento e só ele basta. Mas aí vem o medo e que-remos controlar tudo, saber onde a pessoa está, com quem está. Queremos que ela nos prometa amor eterno. Nada pode mudar, sair do controle. Pessoas passam anos estudando para concursos públicos só pela segurança do emprego eterno, do salário eterno. Elas nem gostam desse emprego, mas ele garante que nada saia do controle. Nos matamos um pouquinho cada dia em troca dessa segurança. Em troca da certeza de que tudo vai continuar igual. Por pior que esteja.

Mas e se a gente soltar esse controle? E se a gente se jogar no que não conhecemos? Quando não controlamos, nossas inseguranças vem à tona, nossos conceitos pré-estabelecidos são quebra-dos. Temos que aceitar que somos pequenos diante de tudo que pode acontecer. E nós não acreditamos na existência, não acreditamos que tudo acontece tem algum motivo, algum aprendi-zado. Queremos o mais fácil, o que tem menos sofrimento. Queremos menos atrito, menos

TEMPO PERDIDOPOR GYAN VANMALLI

di�culdades. Menos vida. Acho que no fundo temos muito medo de

�carmos sozinhos. No fundo achamos que se seguirmos o que acreditamos, o que nos faz vibrar, vamos acabar sozinhos. No fundo todo nosso medo da vida está no fato de que não acre-ditamos que merecemos mais, que merecemos amor e alegria. Está no fato de que só nos senti-mos dignos de respeito quando alguém nos ama. Não acreditamos que nosso amor próprio é o que mais preenche.

Acho que o sentido da vida está em descobrir essa con�ança na própria vida. Essa con�ança que permite nos jogar no que não conhecemos. É no desconhecido que reside toda beleza da vida, tudo que faz nossos corações vibrarem e nossos olhares brilharem. É o �uxo da vida que nos mantém vivos, vibrantes. Toda vez que tentamos moldar, encaixar, colocar nossa lógica, nossa métrica, nosso pensamento quadrado, morremos um pouco.

V

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VIVER COM OU SEM EMOÇÃO?POR ANAND JEEVAL

Qual o sentido de viver? É uma pergunta importante, mas ao mesmo tempo estranha de se fazer: se eu não sei o que estou fazendo da minha vida todo dia

nesse planeta, que raio de vida está sendo essa? O pior é que em alguns dias eu me dou conta que não sei muito bem - melhor, não sei mesmo - porque estou insatisfeito, ou em um dia chato em que as horas se arrastam ou que não tenho saco pra fazer absolutamente nada. Hoje em dia eu não titubeio e vou logo fazer uma meditação do Osho ou uma bioenergética pra sacudir as antenas, mas durante vários anos �quei muito deprimido e me afogando em alguns copos de bar. Na verdade vejo essa cena semanalmente nos bares da Cidade Baixa em Porto Alegre (RS), o que se repete em outras capitais também: pessoas deprimi-das se dopando para não enlouquecer dessa angústia de uma vida sem sentido. Você pode até dizer que o sentido da tua vida é ganhar dinheiro, adquirir móveis e imóveis, constituir família ou não, e então morrer em paz cercado de parentes e amigos. Mas, já se perguntou se viver se resume a só isso? Biologicamente, a vida é praticamente um milagre que

resultou do acúmulo de milhões de anos de fenôme-nos que deram certo; espiritualmente, é um milagre de fato. E daí o sentido de viver seria meramente cumprir um script social, político, religioso e econômico e depois adeus? Sinceramente, acredito que todo ser humano tem uma “pulga” interna, que de tempos em tempos coça o cidadão e lembra ele que a vida tem

muito mais que convenções e conveniências.Quando criança eu vivia um universo de aventuras na natureza, magias, batalhas contra monstros e feras, viagens interplanetárias, navegava em mares que nunca vi até hoje; fazia shows de rock and roll e era da turma dos Trapalhões também. Meu coração pulava sem parar e era só pura emoção; como agora, contando isso pra vocês: me sentia emocionado e vivo, sem planos para o futuro ou preso ao passado. Tudo poderia ser criado, vivido de maneiras diferentes; uma árvore era um planeta! Mas as coisas foram mudando e sem me dar conta já estava na engrenagem do sistema, mais um parafuso rígido e sem sentido pra suportar a engenhoca.E por caminhos que deram certo, senti que sem emoção a vida só passa, dia após dia, na folhinha do calendário. O tempo vai sendo ocupado com uma pilha de deveres, compromissos, pendências, funções em que tanto faz se está bom ou ruim, o importante é fazer coisas para que não seja rotulado de preguiçoso ou vagabundo - lembro de meu pai constantemente discursando sobre isso. E nesses caminhos me dei conta que estava fazendo de tudo para sentir qualquer coisa, por alguém ou não, que desse sentido para minha vida; foi quando comecei a reaprender a sentir e me emocionar comigo e a fazer minhas novas aventu-ras da vida adulta, que me levam pelo peito. Hoje sinto meu coração pular de novo quando estou tocando o bom e velho rock and roll com meus parcei-ros ou transando apaixonado, fazendo declarações e

O

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UFALSOS VALORES

OSHO

ma coisa muito fundamental tem de ser lembrada: o homem é muito hábil em criar falsos valores. Os verdadeiros valores exigem a sua totalidade, requerem todo o seu ser; os falsos valores são muito fáceis

de adquirir. Eles se parecem com os valores verda-deiros, mas não requerem a sua totalidade - apenas uma formalidade super�cial.

Por exemplo, em lugar do amor, da con�ança, nós criamos o valor falso da “lealdade”. A pessoa leal está apenas super�cialmente preocupada com o amor. Ela representa todos os gestos do amor, mas não quer dizer nada com eles; o seu coração �ca de fora desses gestos formais.

Um escravo é leal - mas você acha que alguém que seja um escravo, que teve a sua condição humana diminuída, de quem todo o orgulho e dignidade foram tirados, pode amar a pessoa que o prejudicou assim tão profundamente? Ele a odeia e, se aparecer alguma oportunidade, irá matá-la! Mas na superfície ele vai permanecer leal - e precisa. Ela não faz isso por prazer, mas por medo. Não é por amor, é por causa de uma mente condicionada que diz que se deve ser leal ao seu senhor. É a lealdade do cão ao seu dono.

O amor precisa de uma resposta mais comple-

ta. Ele se deve não a uma obrigação, mas às bati-das do seu coração, ao seu sentimento de satisfa-ção, ao seu desejo de compartilhá-lo. A lealdade é uma coisa horrível. Mas por milhares de anos ela tem sido um valor muito respeitável porque a sociedade tem escravizado as pessoas de diversas maneiras. Espera-se que a esposa seja leal ao marido - a ponto de, na Índia, milhões de mulheres terem morrido com a morte do marido, atirando--se vivas à pira funerária e morrendo queimadas. Isso era tão respeitável que toda mulher que não �zesse o mesmo levava uma vida muito condena-da. Ela se tornava quase um pária; era tratada apenas como uma serva na própria família. A conclusão era de que, por não morrer com o marido, ela não havia sido leal a ele. Na verdade,

vamos considerar o contrário - nem um único homem pulou na pira funerária da esposa! Ninguém levantou a questão: “Será que isso signi-�ca que nenhum marido nunca foi leal à esposa?” Mas se trata de uma sociedade de padrões duplos. um padrão para o senhor, o proprietário, o possui-dor e outro padrão para o escravo.

O amor é uma experiência perigosa, porque você está possuído por algo que é maior do que você. E não é controlável; não se pode produzi-lo com uma ordem. Depois que ele se foi, não há como trazê-lo de volta. Tudo o que se pode fazer é �ngir, ser um hipócrita.

A lealdade é uma questão totalmente diferen-te. Ela é fabricada pela sua própria mente, não é algo além de você. É um aprendizado dentro de uma determinada cultura, assim como qualquer outro aprendizado. Você começa atuando e, pouco a pouco, começa a acreditar na sua atuação. A lealdade exige que você seja sempre, na vida ou na morte, devotado à pessoa, quer o seu coração

deseje isso quer não. É uma versão psicológica do escravismo.

O amor dá liberdade. A lealdade produz escra-vidão. Na superfície, ambos se parecem; no fundo, são radicalmente opostos, diametralmente opos-tos. A lealdade é interpretação; você foi treinado nela. O amor é espontâneo; toda a beleza do amor está na sua espontaneidade. Ele vem como uma brisa perfumada, preenche o seu coração e, de repente, onde havia um deserto existe um jardim cheio de �ores. Voce não sabe de onde ele vem, mas sabe que não há como produzi-lo. Ele vem por si próprio e permanece quanto tempo a vida quiser. E assim como ele veio um dia, como um estranho, como um convidado, de repente um dia ele vai embora. não há como prendê-lo, não é possível segurá-lo.

A sociedade não pode depender de experiên-cias tão imprevisíveis, tão duvidosas. Ela quer garantias, seguranças; daí ter eliminado o amor da vida completamente e ter colocado o casamento no seu lugar. O casamento conhece a lealdade, lealdade ao marido e, por ser formal, ela está nas suas mãos... mas ela não é nada comparada ao amor, não é nem mesmo uma gota de orvalho perto do oceano que é o amor.

Mas a sociedade está muito contente com a lealdade porque ela é con�ável. O marido pode

con�ar em você, con�ar que amanhã você também será tão leal quanto é hoje. No amor não se pode con�ar - e o fenômeno mais estranho é que o amor é o máximo em matéria de con�ança - e não se pode con�ar nele. Num momento ele é total, mas no momento seguinte ele permanece aberto. Ele pode crescer dentro de você; ele pode evaporar de você. O marido quer uma esposa que seja uma escrava pelo resto da vida dela. Ele não pode depender do amor; ele tem de criar alguma coisa parecida com o amor, mas fabricada pela mente humana.

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OSHO - Intimidade: como con�ar em si mesmo e nos outros

ma coisa muito fundamental tem de ser lembrada: o homem é muito hábil em criar falsos valores. Os verdadeiros valores exigem a sua totalidade, requerem todo o seu ser; os falsos valores são muito fáceis

de adquirir. Eles se parecem com os valores verda-deiros, mas não requerem a sua totalidade - apenas uma formalidade super�cial.

Por exemplo, em lugar do amor, da con�ança, nós criamos o valor falso da “lealdade”. A pessoa leal está apenas super�cialmente preocupada com o amor. Ela representa todos os gestos do amor, mas não quer dizer nada com eles; o seu coração �ca de fora desses gestos formais.

Um escravo é leal - mas você acha que alguém que seja um escravo, que teve a sua condição humana diminuída, de quem todo o orgulho e dignidade foram tirados, pode amar a pessoa que o prejudicou assim tão profundamente? Ele a odeia e, se aparecer alguma oportunidade, irá matá-la! Mas na superfície ele vai permanecer leal - e precisa. Ela não faz isso por prazer, mas por medo. Não é por amor, é por causa de uma mente condicionada que diz que se deve ser leal ao seu senhor. É a lealdade do cão ao seu dono.

O amor precisa de uma resposta mais comple-

ta. Ele se deve não a uma obrigação, mas às bati-das do seu coração, ao seu sentimento de satisfa-ção, ao seu desejo de compartilhá-lo. A lealdade é uma coisa horrível. Mas por milhares de anos ela tem sido um valor muito respeitável porque a sociedade tem escravizado as pessoas de diversas maneiras. Espera-se que a esposa seja leal ao marido - a ponto de, na Índia, milhões de mulheres terem morrido com a morte do marido, atirando--se vivas à pira funerária e morrendo queimadas. Isso era tão respeitável que toda mulher que não �zesse o mesmo levava uma vida muito condena-da. Ela se tornava quase um pária; era tratada apenas como uma serva na própria família. A conclusão era de que, por não morrer com o marido, ela não havia sido leal a ele. Na verdade,

vamos considerar o contrário - nem um único homem pulou na pira funerária da esposa! Ninguém levantou a questão: “Será que isso signi-�ca que nenhum marido nunca foi leal à esposa?” Mas se trata de uma sociedade de padrões duplos. um padrão para o senhor, o proprietário, o possui-dor e outro padrão para o escravo.

O amor é uma experiência perigosa, porque você está possuído por algo que é maior do que você. E não é controlável; não se pode produzi-lo com uma ordem. Depois que ele se foi, não há como trazê-lo de volta. Tudo o que se pode fazer é �ngir, ser um hipócrita.

A lealdade é uma questão totalmente diferen-te. Ela é fabricada pela sua própria mente, não é algo além de você. É um aprendizado dentro de uma determinada cultura, assim como qualquer outro aprendizado. Você começa atuando e, pouco a pouco, começa a acreditar na sua atuação. A lealdade exige que você seja sempre, na vida ou na morte, devotado à pessoa, quer o seu coração

OSHO

O Pai e Mãe é um workshop de imersão com duração de 18 dias. Neste período você embarca numa jornada de resgate da tua infância. Você vai lembrar situações que te in�uenciaram em muito na tua capacidade de sentir, de se expressar, de ter poder, de se relacionar, de compreender, de viver.Conecte-se com a espontaneidade da criança, quebre padrões de comportamento e volte a sonhar!

sentido da vida é brincar, ter alegria, rir. Aque-las coisas que acontecem e nos deixam com um sorriso inocente na boca de novo. O senti-do da vida é isso. E eu quero falar de uma coisa que trouxe muito isso na nossa adolescência: a

alegria de estar junto com pessoas. Quando a gente era adolescente a gente queria sair com a galera, queria uma aventura, um risco. A gente tomava porre porque não tinha opção. A gurizada toma porre porque quer fazer algo diferente, quer se experimen-tar, se provar, e o mundo não

oferece essa oportunidade. Nós não tivemos essa opor-tunidade de contatar com as pessoas e nos arriscar. A gincana vem preencher uma grande lacuna. Nela você cria uma música e apresenta pra uma galera. É como se estivesse competindo nos festivais de 67, 68, na época que surgiu Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil. Você pode voltar praquele tempo e ser também um protagonista. Você vai fazer teatro. Vai conhecer um monte de gente. Vai des�lar na rua com a sua equipe. Vai brincar, vai se divertir, vai rir da sua cora-gem, da sua alegria. E o que mais vai te contagiar é que você quebrou um conceito quadrado da sua cabeça, careta. O grande barato da gincana é isso. E depois você vai passar 5 dias num sítio maravilhoso com uma galera que é de tirar o chapéu, homens e mulheres com outra cabeça. É muito legal. E lá você vai ter várias com-petições, desde brincadeiras até um clássico de futebol. Você nunca pisou no Maracanã, mas a arena do Cantagalo vai te contagiar, te explodir quando você ver aquela galera torcendo por você. Vai jogar um ping pong maravilhoso com as pessoas torcendo apaixona-das. É algo indescritível. Aquilo vai estar dentro de você, te preenchendo. Você tem outra opção: praia do rosa, engarrafamento, gente bêbada, chata, um se fazendo mais que o outro. Ou você vem pro Canta-galo se preencher! Aqui você vai chorar, rir, vai se contagiar. Vai experi-mentar vários lados do seu ser que você esqueceu, é como se acordasse várias partes suas. Algo incrível, indes-critível. Mas isso é só para pessoas que querem se arriscar. Não é para pessoas quadradas que querem ir pra missa do galo, fazer uma janta em família. É outra tribo. Não tem drogas, a gente tem energia pra caralho que vem da nossa fonte interna de vibração, de

amor. É outra conversa. Experimenta. Você tem possibilidades. No dia 1 de dezembro tem a abertura da Gincana. Vem se contagiar. Vem ver que coisa linda, é outro papo. Se liga! Isso é vida, é alegria, é êxtase. E não é pela primeira vez, é pela décima terceira vez! E sempre nos contagia. E esse ano tem um prêmio maravilhoso, fantástico que você pode partilhar com seus amigos. Se você olhar com seus olhos céticos, intelectuais, caretas, você vai achar feio, sem graça, coisa de debilmental. Mas se você olhar com seu coração de criança, vai pulsar, é a diferença. Ou então você vai pra praia ler a Folha de São Paulo. Na real você é um brocha, seu corpo já morreu, seu tesão já se foi. Aqui é muita vida. Você vai criar coisas que nem imagina. Tem uma tarefa que se chama "qual é a música?" onde você tem que adivinhar o pedacinho da música... Você esta ali com seus amigos pensando, cantando junto, delirando, e aí a alegria quando encon-tra. É muito legal. Você nem mais vai se conhecer de tão bonito que é estar vibrando com seus amigos, isso é vida. Sai desse túmulo, vem viver, vem pra essa gincana que é fantástica, incrível. A gincana tem momentos que você não vai esquecer. Vai quebrar sua cabeça. Se você quer o novo, é isso. Ou você acredita que o novo é o Sartori? As pessoas são capazes que cada idiotice... Vem pra ginca-na, é muito bonito. E talvez quem sabe você encontre uma grande paixão também. Aqui tem gente muito especial, elas estão com o coração, abertas. Mas você

tem que ter café no bule pra estar aqui. Se você tem café no bule, venha! Vem que sempre cabe mais um! O sentido da vida também é preencher as lacunas do passado que �caram vazias.

deseje isso quer não. É uma versão psicológica do escravismo.

O amor dá liberdade. A lealdade produz escra-vidão. Na superfície, ambos se parecem; no fundo, são radicalmente opostos, diametralmente opos-tos. A lealdade é interpretação; você foi treinado nela. O amor é espontâneo; toda a beleza do amor está na sua espontaneidade. Ele vem como uma brisa perfumada, preenche o seu coração e, de repente, onde havia um deserto existe um jardim cheio de �ores. Voce não sabe de onde ele vem, mas sabe que não há como produzi-lo. Ele vem por si próprio e permanece quanto tempo a vida quiser. E assim como ele veio um dia, como um estranho, como um convidado, de repente um dia ele vai embora. não há como prendê-lo, não é possível segurá-lo.

A sociedade não pode depender de experiên-cias tão imprevisíveis, tão duvidosas. Ela quer garantias, seguranças; daí ter eliminado o amor da vida completamente e ter colocado o casamento no seu lugar. O casamento conhece a lealdade, lealdade ao marido e, por ser formal, ela está nas suas mãos... mas ela não é nada comparada ao amor, não é nem mesmo uma gota de orvalho perto do oceano que é o amor.

Mas a sociedade está muito contente com a lealdade porque ela é con�ável. O marido pode

con�ar em você, con�ar que amanhã você também será tão leal quanto é hoje. No amor não se pode con�ar - e o fenômeno mais estranho é que o amor é o máximo em matéria de con�ança - e não se pode con�ar nele. Num momento ele é total, mas no momento seguinte ele permanece aberto. Ele pode crescer dentro de você; ele pode evaporar de você. O marido quer uma esposa que seja uma escrava pelo resto da vida dela. Ele não pode depender do amor; ele tem de criar alguma coisa parecida com o amor, mas fabricada pela mente humana.

Pai e MãePROCESSO PRIMAL

9 a 27 de janeiro de 2015

Page 8: O Rebelde Nov

POR PREM NADISH

QE AGORA JOSÉ?

ue pergunta! Por que eu vivo, por que existe vida. Talvez �ca mais direto pergun-tar qual e o sentido da minha vida? Esta pergunta me leva de volta para minha vida antes de vir para o Brasil para morar na

Comunidade Osho Rachana. Estava morando na Holanda. Tinha um bom trabalho, alguns amigos, me ocupei com música, andar de moto, construin-

do instrumentos musicais. Tinha namoros, casa, carro, dinheiro. Legal.

Só faltava alguma coisa: Senti-do. Para mim, esta vida estava na minha volta, em todo mundo. Os meus amigos tinham esta vida e a maioria das pessoas que eu conhecia também. Com variações. Uma

gostava de assistir muito �lme em vez de fazer música. Outra gostava de velejar em vez de andar de moto. Todos indo a mesma trilha: Casar, traba-lho, aposentadoria e morte. Morava na uma cidade e olhava para os prédios grandes com 20 andares, cheios de apartamentos com três quar-tos, cozinha e banheiro. Todas com a mesma vida dentro. Uma maquina de vidas. É muito parecido com a vida de um gado. Todos porquinhos dentro do galpão. Cada um dentro da sua caixinha, comendo, cagando, dormindo, esperando a morte.

Senti que não queria isso. Primeiro por que não queria fazer o que todo mundo já estava fazendo. Segundo por que não estava a�m de �car fazendo a mesma coisa para o resto da minha vida. Depois de alguns anos de busca e outras vivências cheguei na Comunidade Osho Rachana no Brasil. Pelo menos foi uma coisa completamente nova e uma maneira de vida que poucos tem coragem de viver. Melhorou muito minha situação. Minha vida é muito menos previsível e passei a vivendo coisas novas. Agora, este é o sentido da vida? Viver muitas

coisas? Pra mim isso é muito importante. Mas tem mais: Buscar.

Quando eu estava estudan-do, eu e os meus amigos conver-samos muito sobre a sentido da vida, Deus, universo, amor etc. Coisas maio-res. Estes conver-sas morreram com o tempo. Pra mim não, a pergunta esta vivo até agora. Onde vivo agora, está cheio de gente que se perguntam estas questões e que estão buscando algo maior. Viver conscientemente. Cuidado do emocional, cuidado da natureza, espi-ritualidade. São coisas que valorizo muito e que fazem a minha vida ter mais sentido. Falei que na minha vida faltava sentido. Mais também faltava sentir. Esta vida aqui agora me deixa sentir, e isso faz sentido. Principalmente quando estou sendo desa�ado acontece isso. Aprendendo uma coisa nova me estimula ser presente. A�nal para mim o sentido da vida é isso. Viver ele com tudo que tenho. Muitas vezes não consigo. Tenho medo da vida também. Mas cada vez me levanto e conti-nuo. Sei que tenho que �car em movimento para �car vivo.

Além disso tem amor. A sensação de amar e ser amado basta para não mais se perguntar por

que. Quando amo, a vida tem senti-do. Amor em um sentido amplo. Amar uma pessoa é uma coisa, mas tem muito mais. Amor no trabalho. Sou músico e sinto amor quando toco o meu violoncelo. Amo traba-lhando com madeira. Amo me diver-tindo com amigos, construindo coisas juntos. Não precisa ter um objetivo, ao contrário: Muitas vezes o objetivo atrapalha o sentido. Soltando o resultado eu consigo �car no momento. Com atenção em o que estou fazendo aqui agora. Assim vivo muito e tenho muitas coisas para viver. Vale a pena viver muito!

Page 9: O Rebelde Nov

ara mim o sentido da vida é você estar constantemente se descobrindo, é você ter coragem de encarar seus medos, que-brar limites, mudar de ideias, opiniões. É viver experiências que jamais imaginou

que um dia viveria.Pode ser que em um determinado momento

de sua vida o objetivo seja batalhar por um traba-lho que te dê uma boa condição �nanceira, que te permita viajar, comprar as coisas que você gosta. Mais adiante, você pode querer mais, simplesmen-te ganhar bem não basta, você vai querer ir além disso e sentir tesão de acordar e ir trabalhar, você vai querer se realizar, amar o que faz, a�nal que sentido faz passar a vida fazendo algo que você não gosta, mesmo que isso pague bem?

E o mesmo vai acontecer em todas as áreas da sua vida: daqui a pouco você vai se sentir o máximo quando der um passo de independência e sair da casa de seus pais, ir morar sozinho, montar seu apê, ter o seu canto. Mais tarde você pode sentir a vontade de ir além, de que isso é pouco e que você quer compartilhar a casa com amigos, morar com outras pessoas. E daqui um

pouco, além de morar junto você vai querer mais. Vai começar a se importar com a vida das pessoas, saber o que acontece com elas, compartilhar expe-riências, ajudar e ser ajudado.

Os padrões da sociedade por si só já são capa-zes de te ocupar uma vida inteira: você vai estudar para ter um bom emprego, para casar, comprar um apartamento, um bom carro, se acomodar nisso e passar adiante esses valores para seus �lhos.

Mas que graça tem uma vida rotineira, cômoda e segura? Uma vida onde os dias, sema-nas, meses se repetem com exceção de uma viagenzinha aqui, um cineminha acolá para que-

brar um pouco o tédio?Que graça tem ser uma ovelhinha e apenas

seguir o que os seus pais ou a sociedade acham que é o certo? Que graça tem ser um médico, advogado ou engenheiro reconhecido se você não for feliz fazendo isso?

Por isso, acho que o sentido da vida está nessa busca inquieta de se conhecer, de descobrir quem você realmente é, o que gosta de fazer, de melhorar o modo como se relaciona com as pessoas, de se sentir apaixonado pela vida e conectado com seu coração nas coisas que se envolve.

brincadeiras sexuais vão sendo substituídas pelo medo dos adultos, com a imposição de restrições, punições, abusos e humilhações, sejam de origem religiosa ou não.

Diante desses fatos, novos questionamentos vêm a tona: porque temos vivido uma relação anti-natural com o sexo? Porque ainda repetimos atitudes que nos afastam do prazer? E lembre-se: sexo é alegria, prazer, brincadeira, risos, amizade, amor.

P

amoscaqueperturbaoteusono.wordpress.com

a moscaque perturba o teu sono

POR BODHI SAMMADUMA BUSCA INQUIETA

Page 10: O Rebelde Nov

POR ANAND JEEVAN

QPARAR, RESPIRAR, SER...

Você já deve ter se pergunta-do em vários momentos. Eu me pergunto sobre isso cons-tantemente. Não é uma resposta fácil. Por que você

acha que estamos aqui neste mundo?Para ganhar dinheiro, ter uma família. Ok, mas isso não me completa, me faz ainda ter duvidas. É pra isso mesmo que eu to aqui? Por que eu acordo todos os dias de manhã? Qual a minha função neste mundo? Pode parecer viajandão demais. Eu achava viajandão demais, até por este motivo eu nem pensava sobre isso. Achava que eu estava me questionando à toa, reclamando de barriga cheia. Até que percebi que não era um pensamento tão à toa. Comecei a conversar com pessoas a respeito e vi que outros também tinham as mesmas dúvidas, faziam as mesmas perguntas! Eu não era o único!E hoje é um momento especial, pois convidamos quase 60 pessoas para multiplicar esta discussão e mostrar para mais pessoas que é bom se pergun-tar “qual o sentido da sua vida”.Importante começar falando que é o sentido da SUA vida. Pode ser diferente para cada um de nós! Apesar de termos sido moldados pela sistema de educação. Desde quando entramos na escola já sabemos o roteiro da vida. Estamos marcados para estudar na pré-escola, no ensino básico, ensino médio, tirar carteira de motorista, estudar pro vestibular, fazer vestibular, entrar na faculdade, fazer estágio, se formar, encontrar um emprego, alguns buscam programas de trainee, fazer MBA, pós, mestrado, se casar, comprar carro, comprar casa, viajar pra Europa, ter �lhos, formar os �lhos, e repetir o ciclo.

Somos fabricados desde a escola até as linhas de produção das empresas para fazer o mesmo que os nossos pais, nossos avós e assim em diante.

Quando estamos nesta máquina, nesta engrena-gem, é muito difícil de parar... RESPIRAR... e se questionar sobre o que estamos fazendo aqui. Por que é difícil se questionar? Porque quando a gente se questiona, a resposta pode doer. Podemos nos dar conta que já vivemos 30 ou 40 anos sem um sentido, sem algo maior que nos motive a estar

neste mundo.Quando parei pra re�etir sobre isso lembrei inevi-tavelmente de quando eu era criança e queria ser jogador de futebol, mais precisamente goleiro, ou cantor de rock. Eu era fã do Ta�arel e de alguns cantores. As minhas experiências de vida até aquele momento associavam as brincadeiras de criança com pro�ssões quando eu fosse adulto. Quer coisa melhor para um menino do que jogar bola com os amigos? Eu também gostava muito de música, de ouvir música, �cava viajando nas letras, cantando no chuveiro. Era tão gostoso. A vida da criança é de festa, brincadeira, leveza e liberdade! A associação imediata que eu fazia era de querer tornar aquilo a minha pro�ssão no futuro! Aquilo preenchia o meu ser. Eu queria ser um pro�ssional daquelas brincadeiras!Mas ao longo da minha vida fui somando outras

experiências, tendo outras inspirações, outros ídolos, mais referências... só que como falamos no início, fomos moldados para ser outra coisa. Nosso desejo de ser vai se apagando ao longo da vida. Aquela chama de ser da nossa essência diminui, mas nunca desaparece. Aprendemos ao longo da vida a TER e esquecemos do SER. A soma das nossas experiências agrega ao nosso SER, mas as ações e direcionamentos que damos a nossa vida nos leva na maioria das vezes ao TER. Eu quero ter um cargo de gerente, quero ter uma equipe com muitos funcionários, quero ter um carro do ano, quero ter uma casa na praia, quero ter uma cobertura no Moinhos de Vento, quero ter muitos amigos no Facebook. Eu não quero ser o melhor amigo, não me importa a qualidade, e sim o número. Eu não quero ser um excelente gestor, eu quero ter um cargo de gestão a qualquer custo. Minha vida depende disso. Volto para o meu caso. A soma das minhas experi-ências ao longo da vida sempre me levou ao TER, ter uma casa, um carro, um emprego, a vida perfei-ta. Ter um MBA, graduação, ter as melhores notas. Só que chegou o momento em que me perguntei qual era o sentido da minha vida?E quando eu virei a chave para olhar para o SER, quem eu sou, e quem eu quero SER. Eu quero ser este cara, quero ser alguém que desenvolve pesso-as, que ajuda a construir um mundo melhor, eu quero ser protagonista de mudanças importantes, eu quero ser um bom pai, eu quero ser um amigo �el e real, um namorado/marido presente, quero ser um líder inspirador, eu quero ser um homem de valores claros.Quando eu passei a olhar a minha vida por esta perspectiva e para isso eu tive que me desenvolver até lá. Aí que entra o aprendizado. CRESCER, não o CRESTER.

E não é ruim ter um objetivo de TER. Todos temos desejos de TER coisas, é óbvio, isso é bom também. Mas é importante entender que antes de você TER, você precisa SER. O que me move, para eu ser um bom líder, um bom pai, um bom pro�ssional, a energia que me moveu para isso tudo foi o autoconhecimento, foi buscar me conhecer, entender o que me motivava, o que me bloqueava, o que não me permitia ser quem eu gostaria de ser. A partir deste movimento de me descobrir eu pude tomar as decisões mais voltadas ao meu coração.E porque a gente deixa de olhar pro nosso ser? Por que deixamos de acreditar no nosso coração? Somos criados para não con�ar nos nossos instin-tos. Você está lá brincando com o amiguinho e dizem que é coisa de viado, a menina brincando com o menino, diz que só pode brincar com menina. Isso distancia as pessoas. O menino quer ser cantor e dizem que é coisa de maconheiro. Pintar não vai te dar dinheiro. Essa repressão nos afasta do que faz o nosso coração vibrar. Nos afastando do que faz nosso coração vibrar nos afastamos da nossa essência, da nossa FELICIDA-DE. O sentido da vida é a gente amar quem se é. A gente estar conectado com nosso propósito, com nossa essência. A gente amar o que a gente quer ser. A gente con�ar em nós mesmos, nos nossos sentimentos. Amar é uma entrega, é uma doação. Acreditar de olhos fechados, dar um salto sem rede de prote-ção. Amar é se entregar total para algo, ou para alguém ou para alguma causa, ou para nós mesmos, se entregar para nossos instintos.

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Você já deve ter se pergunta-do em vários momentos. Eu me pergunto sobre isso cons-tantemente. Não é uma resposta fácil. Por que você

acha que estamos aqui neste mundo?Para ganhar dinheiro, ter uma família. Ok, mas isso não me completa, me faz ainda ter duvidas. É pra isso mesmo que eu to aqui? Por que eu acordo todos os dias de manhã? Qual a minha função neste mundo? Pode parecer viajandão demais. Eu achava viajandão demais, até por este motivo eu nem pensava sobre isso. Achava que eu estava me questionando à toa, reclamando de barriga cheia. Até que percebi que não era um pensamento tão à toa. Comecei a conversar com pessoas a respeito e vi que outros também tinham as mesmas dúvidas, faziam as mesmas perguntas! Eu não era o único!E hoje é um momento especial, pois convidamos quase 60 pessoas para multiplicar esta discussão e mostrar para mais pessoas que é bom se pergun-tar “qual o sentido da sua vida”.Importante começar falando que é o sentido da SUA vida. Pode ser diferente para cada um de nós! Apesar de termos sido moldados pela sistema de educação. Desde quando entramos na escola já sabemos o roteiro da vida. Estamos marcados para estudar na pré-escola, no ensino básico, ensino médio, tirar carteira de motorista, estudar pro vestibular, fazer vestibular, entrar na faculdade, fazer estágio, se formar, encontrar um emprego, alguns buscam programas de trainee, fazer MBA, pós, mestrado, se casar, comprar carro, comprar casa, viajar pra Europa, ter �lhos, formar os �lhos, e repetir o ciclo.

Somos fabricados desde a escola até as linhas de produção das empresas para fazer o mesmo que os nossos pais, nossos avós e assim em diante.

Quando estamos nesta máquina, nesta engrena-gem, é muito difícil de parar... RESPIRAR... e se questionar sobre o que estamos fazendo aqui. Por que é difícil se questionar? Porque quando a gente se questiona, a resposta pode doer. Podemos nos dar conta que já vivemos 30 ou 40 anos sem um sentido, sem algo maior que nos motive a estar

neste mundo.Quando parei pra re�etir sobre isso lembrei inevi-tavelmente de quando eu era criança e queria ser jogador de futebol, mais precisamente goleiro, ou cantor de rock. Eu era fã do Ta�arel e de alguns cantores. As minhas experiências de vida até aquele momento associavam as brincadeiras de criança com pro�ssões quando eu fosse adulto. Quer coisa melhor para um menino do que jogar bola com os amigos? Eu também gostava muito de música, de ouvir música, �cava viajando nas letras, cantando no chuveiro. Era tão gostoso. A vida da criança é de festa, brincadeira, leveza e liberdade! A associação imediata que eu fazia era de querer tornar aquilo a minha pro�ssão no futuro! Aquilo preenchia o meu ser. Eu queria ser um pro�ssional daquelas brincadeiras!Mas ao longo da minha vida fui somando outras

experiências, tendo outras inspirações, outros ídolos, mais referências... só que como falamos no início, fomos moldados para ser outra coisa. Nosso desejo de ser vai se apagando ao longo da vida. Aquela chama de ser da nossa essência diminui, mas nunca desaparece. Aprendemos ao longo da vida a TER e esquecemos do SER. A soma das nossas experiências agrega ao nosso SER, mas as ações e direcionamentos que damos a nossa vida nos leva na maioria das vezes ao TER. Eu quero ter um cargo de gerente, quero ter uma equipe com muitos funcionários, quero ter um carro do ano, quero ter uma casa na praia, quero ter uma cobertura no Moinhos de Vento, quero ter muitos amigos no Facebook. Eu não quero ser o melhor amigo, não me importa a qualidade, e sim o número. Eu não quero ser um excelente gestor, eu quero ter um cargo de gestão a qualquer custo. Minha vida depende disso. Volto para o meu caso. A soma das minhas experi-ências ao longo da vida sempre me levou ao TER, ter uma casa, um carro, um emprego, a vida perfei-ta. Ter um MBA, graduação, ter as melhores notas. Só que chegou o momento em que me perguntei qual era o sentido da minha vida?E quando eu virei a chave para olhar para o SER, quem eu sou, e quem eu quero SER. Eu quero ser este cara, quero ser alguém que desenvolve pesso-as, que ajuda a construir um mundo melhor, eu quero ser protagonista de mudanças importantes, eu quero ser um bom pai, eu quero ser um amigo �el e real, um namorado/marido presente, quero ser um líder inspirador, eu quero ser um homem de valores claros.Quando eu passei a olhar a minha vida por esta perspectiva e para isso eu tive que me desenvolver até lá. Aí que entra o aprendizado. CRESCER, não o CRESTER.

E não é ruim ter um objetivo de TER. Todos temos desejos de TER coisas, é óbvio, isso é bom também. Mas é importante entender que antes de você TER, você precisa SER. O que me move, para eu ser um bom líder, um bom pai, um bom pro�ssional, a energia que me moveu para isso tudo foi o autoconhecimento, foi buscar me conhecer, entender o que me motivava, o que me bloqueava, o que não me permitia ser quem eu gostaria de ser. A partir deste movimento de me descobrir eu pude tomar as decisões mais voltadas ao meu coração.E porque a gente deixa de olhar pro nosso ser? Por que deixamos de acreditar no nosso coração? Somos criados para não con�ar nos nossos instin-tos. Você está lá brincando com o amiguinho e dizem que é coisa de viado, a menina brincando com o menino, diz que só pode brincar com menina. Isso distancia as pessoas. O menino quer ser cantor e dizem que é coisa de maconheiro. Pintar não vai te dar dinheiro. Essa repressão nos afasta do que faz o nosso coração vibrar. Nos afastando do que faz nosso coração vibrar nos afastamos da nossa essência, da nossa FELICIDA-DE. O sentido da vida é a gente amar quem se é. A gente estar conectado com nosso propósito, com nossa essência. A gente amar o que a gente quer ser. A gente con�ar em nós mesmos, nos nossos sentimentos. Amar é uma entrega, é uma doação. Acreditar de olhos fechados, dar um salto sem rede de prote-ção. Amar é se entregar total para algo, ou para alguém ou para alguma causa, ou para nós mesmos, se entregar para nossos instintos.

Page 12: O Rebelde Nov

olta e meia me pego querendo controlar tudo. O tempo, o trabalho, a diversão. Tudo. Nós usamos o relógio e o calendário para tudo. Temos sempre que usar bem o tempo que temos. Produzir mais. A ordem

é sempre produzir, não perder tempo, fazer tudo direitinho, como manda o protocolo.

Mas quem de�ne o que é um tempo bem aproveitado, bem usado? Para que vivemos, para que �m? Precisa ter um �m? Um objetivo? Uma meta? Para mim um tempo bem usado é quando estou na companhia dos meus amigos, para outra pessoa pode ser outra coisa. Mas nós fomos criados para bater metas e achamos que viver é perda de tempo.

Antes da Revolução Industrial não havia reló-gio, não havia essa noção de tempo perdido. O trabalho era ditado pelo ritmo humano e não o contrário. Não falo para voltarmos para a era pré--industrial, mas podíamos aprender algo com isso. E de certo forma nosso modo de viver é bem atra-sado, já que continuamos com uma lógica criada há 200 anos atrás. Horas, minutos, metas a cumprir.

Mas por que essa nossa mania de controlar tudo? Quando nos apaixonamos passamos algum tempo só deixando acontecer, vivendo aquele momento e só ele basta. Mas aí vem o medo e que-remos controlar tudo, saber onde a pessoa está, com quem está. Queremos que ela nos prometa amor eterno. Nada pode mudar, sair do controle. Pessoas passam anos estudando para concursos públicos só pela segurança do emprego eterno, do salário eterno. Elas nem gostam desse emprego, mas ele garante que nada saia do controle. Nos matamos um pouquinho cada dia em troca dessa segurança. Em troca da certeza de que tudo vai continuar igual. Por pior que esteja.

Mas e se a gente soltar esse controle? E se a gente se jogar no que não conhecemos? Quando não controlamos, nossas inseguranças vem à tona, nossos conceitos pré-estabelecidos são quebra-dos. Temos que aceitar que somos pequenos diante de tudo que pode acontecer. E nós não acreditamos na existência, não acreditamos que tudo acontece tem algum motivo, algum aprendi-zado. Queremos o mais fácil, o que tem menos sofrimento. Queremos menos atrito, menos

di�culdades. Menos vida. Acho que no fundo temos muito medo de

�carmos sozinhos. No fundo achamos que se seguirmos o que acreditamos, o que nos faz vibrar, vamos acabar sozinhos. No fundo todo nosso medo da vida está no fato de que não acre-ditamos que merecemos mais, que merecemos amor e alegria. Está no fato de que só nos senti-mos dignos de respeito quando alguém nos ama. Não acreditamos que nosso amor próprio é o que mais preenche.

Acho que o sentido da vida está em descobrir essa con�ança na própria vida. Essa con�ança que permite nos jogar no que não conhecemos. É no desconhecido que reside toda beleza da vida, tudo que faz nossos corações vibrarem e nossos olhares brilharem. É o �uxo da vida que nos mantém vivos, vibrantes. Toda vez que tentamos moldar, encaixar, colocar nossa lógica, nossa métrica, nosso pensamento quadrado, morremos um pouco.

sentido da vida é brincar, ter alegria, rir. Aque-las coisas que acontecem e nos deixam com um sorriso inocente na boca de novo. O senti-do da vida é isso. E eu quero falar de uma coisa que trouxe muito isso na nossa adolescência: a

alegria de estar junto com pessoas. Quando a gente era adolescente a gente queria sair com a galera, queria uma aventura, um risco. A gente tomava porre porque não tinha opção. A gurizada toma porre porque quer fazer algo diferente, quer se experimen-tar, se provar, e o mundo não

oferece essa oportunidade. Nós não tivemos essa opor-tunidade de contatar com as pessoas e nos arriscar. A gincana vem preencher uma grande lacuna. Nela você cria uma música e apresenta pra uma galera. É como se estivesse competindo nos festivais de 67, 68, na época que surgiu Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil. Você pode voltar praquele tempo e ser também um protagonista. Você vai fazer teatro. Vai conhecer um monte de gente. Vai des�lar na rua com a sua equipe. Vai brincar, vai se divertir, vai rir da sua cora-gem, da sua alegria. E o que mais vai te contagiar é que você quebrou um conceito quadrado da sua cabeça, careta. O grande barato da gincana é isso. E depois você vai passar 5 dias num sítio maravilhoso com uma galera que é de tirar o chapéu, homens e mulheres com outra cabeça. É muito legal. E lá você vai ter várias com-petições, desde brincadeiras até um clássico de futebol. Você nunca pisou no Maracanã, mas a arena do Cantagalo vai te contagiar, te explodir quando você ver aquela galera torcendo por você. Vai jogar um ping pong maravilhoso com as pessoas torcendo apaixona-das. É algo indescritível. Aquilo vai estar dentro de você, te preenchendo. Você tem outra opção: praia do rosa, engarrafamento, gente bêbada, chata, um se fazendo mais que o outro. Ou você vem pro Canta-galo se preencher! Aqui você vai chorar, rir, vai se contagiar. Vai experi-mentar vários lados do seu ser que você esqueceu, é como se acordasse várias partes suas. Algo incrível, indes-critível. Mas isso é só para pessoas que querem se arriscar. Não é para pessoas quadradas que querem ir pra missa do galo, fazer uma janta em família. É outra tribo. Não tem drogas, a gente tem energia pra caralho que vem da nossa fonte interna de vibração, de

VEM JUNTO NESSA BRINCADEIRAPOR PREM MILAN

amor. É outra conversa. Experimenta. Você tem possibilidades. No dia 1 de dezembro tem a abertura da Gincana. Vem se contagiar. Vem ver que coisa linda, é outro papo. Se liga! Isso é vida, é alegria, é êxtase. E não é pela primeira vez, é pela décima terceira vez! E sempre nos contagia. E esse ano tem um prêmio maravilhoso, fantástico que você pode partilhar com seus amigos. Se você olhar com seus olhos céticos, intelectuais, caretas, você vai achar feio, sem graça, coisa de debilmental. Mas se você olhar com seu coração de criança, vai pulsar, é a diferença. Ou então você vai pra praia ler a Folha de São Paulo. Na real você é um brocha, seu corpo já morreu, seu tesão já se foi. Aqui é muita vida. Você vai criar coisas que nem imagina. Tem uma tarefa que se chama "qual é a música?" onde você tem que adivinhar o pedacinho da música... Você esta ali com seus amigos pensando, cantando junto, delirando, e aí a alegria quando encon-tra. É muito legal. Você nem mais vai se conhecer de tão bonito que é estar vibrando com seus amigos, isso é vida. Sai desse túmulo, vem viver, vem pra essa gincana que é fantástica, incrível. A gincana tem momentos que você não vai esquecer. Vai quebrar sua cabeça. Se você quer o novo, é isso. Ou você acredita que o novo é o Sartori? As pessoas são capazes que cada idiotice... Vem pra ginca-na, é muito bonito. E talvez quem sabe você encontre uma grande paixão também. Aqui tem gente muito especial, elas estão com o coração, abertas. Mas você

tem que ter café no bule pra estar aqui. Se você tem café no bule, venha! Vem que sempre cabe mais um! O sentido da vida também é preencher as lacunas do passado que �caram vazias.

O

ABERTURA:8 de Dez 2014 - 21h

no Namastê

GINCANA:de 30 de Dez 2014a 04 de Jan 2015

na Comunidade Osho Rachana

informações: www.namaste.com.br