O Polo Petroquimico de Camaçari
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U UNIVERSITAT DE BARCELONA
B
UNIVERSIDADE SALVADOR UNIFACS PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM GEOGRAFIA
DOUTORADO EM PLANEJAMENTO TERRITORIAL E ESENVOLVIMENTO REGIONAL
ADARY OLIVEIRA
O PLO PETROQUMICO DE CAMAARI (BAHIA,BRASIL): INDUSTRIALIZAO, CRESCIMENTO ECONMICO E
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Salvador 2004
ADARY OLIVEIRA
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O PLO PETROQUMICO DE CAMAARI (BAHIA,BRASIL): INDUSTRIALIZAO, CRESCIMENTO ECONMICO E
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Tese apresentada ao Curso de Ps- Graduao em Geografia, Departamento de Geografia Fsica e Anlise Geogrfica Regional da Faculdade de Geografia e Histria da Universidade de Barcelona, em convnio com a Universidade Salvador UNIFACS, como requisito parcial para obteno do Ttulo de Doutor em Geografia.
Orientador: Prof. Dr. Jos Luiz Luzn Benedicto
Salvador 2004
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AGRADECIMENTOS
Costuma-se dizer que nunca tarde para aprender. O desejo de conhecer mais e de adicionar qualidade minha formao acadmica contribuiu para reforar a motivao que me moveu a realizar, com mais de 60 anos de idade, um curso de Doutorado. Sem dvida, isso representa renncia de outras dedicaes, principalmente atividades profissionais, e de maior assistncia famlia, com especial citao de minha mulher Maria Bernadeth, minhas filhas Larissa, Tnia e Aline, genros Peter, Eduardo e Gilberto e netos Peter Junior, Maria Raquel, Bernardo, Ricardo, Giovana e do sexto que est em gestao. Ao renunciar essa assistncia, terminei impondo-lhes sacrifcio. Da registrar aqui os meus agradecimentos ao apoio que recebi da minha famlia.
Ao Reitor Manoel Barros Sobrinho, da UNIFACS, pelo apoio e incentivo e aos professores Rosa Castejon (Portos martimos e desenvolvimento regional), Jaume Font i Garolera (Desenvolvimento local e regional: o papel das infra-estruturas de transporte), Jos Lus Luzn Benedicto (Polticas de desenvolvimento regional), Sylvio Bandeira de Melo e Silva (Anlise espacial) e Fernando Pedro (Economia regional), pelas excelentes aulas que ministraram e pela contribuio madura e objetiva, que deram para a minha formao acadmica.
Por fim ao professor Jos Luis Luzn Benedicto, pela pacincia que teve de compreender minhas perguntas, de responder educadamente as minhas indagaes de toda ordem e pela orientao segura, retilnea e, sobretudo, cheia de ensinamentos, o meu muchas gracias maior. Sem a sua benevolente sabedoria, jamais seria capaz de formular e de estruturar este trabalho. Gostaria de t-lo feito melhor, acho que cheguei bem perto do que desejava. Tenho certeza, no entanto, que no chegaria a esse ponto sem a colaborao do professor Luzn.
Durante o tempo que pesquisava e redigia, muitas perguntas me foram feitas pelos colegas de turma. Essas perguntas sempre redundavam em algum tipo de incentivo e despertava ateno para pontos importantes da investigao. No poderia deixar de registrar, tambm, meus agradecimentos a todos eles.
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Escolhido governador, o presidente Mdici autorizou-me a ver o seu discurso em mos do general Otvio Costa, que o redigira. Mdici visitaria a Bahia em 22 de maio (1970) e me levaria, como levou, em sua comitiva. Otvio Costa, que redigiu um belo discurso, inseriu, a meu pedido, um trecho fixando o plo petroqumico do Nordeste na Bahia.
Antonio Carlos Magalhes, 1988
A estrada era longa e cheia de percalos. Cada passo exigiu algum sacrifcio. Cada vitria teve um preo, por vezes alto, mas que devia ser pago para se alcanar o objetivo de assegurar aos baianos uma perspectiva de desenvolvimento.
Lus Viana Filho, 1984
A idia do COPEC correspondia a uma estratgia regional de desconcentrao concentrada, por um lado; por outro, utilizao da maior oportunidade de indstria bsica no Nordeste, efetivamente no setor qumico.
Rmulo Almeida, 1988
A concentrao de indstrias, em uma tabela insumo- produto, uma oportunidade para induzir o crescimento de outras indstrias. Assim, se supe que a instalao de uma indstria que se considera situada no centro de uma concentrao atrai a instalao de indstrias ligadas a ela atravs das ligaes de insumo-produto.
Jos Ramn Lasun
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RESUMO
A realizao de investimentos que assegurem a expanso da capacidade produtiva e, como conseqncia, promovam o crescimento da renda nacional, um dos principais problemas enfrentados pelos pases emergentes ou subdesenvolvidos, como o Brasil. A escolha de uma poltica de substituio de importaes que orientasse o governo na identificao das prioridades nacionais gerou, nos anos setenta, uma srie de programas setoriais, entre os quais o Siderrgico Nacional, de Metais no Ferrosos, de Celulose e Papel, de Bens de Capital e o da Petroqumica. Nesse perodo, a industrializao ganhou fora com o aproveitamento da demanda existente no mercado interno para produtos industriais importados, que passaram a ser substitudos por produtos fabricados no Pas. A reserva de mercado, obtida atravs do estabelecimento de elevadas alquotas de importao, os financiamentos subsidiados direcionados para as empresas de controle e comando nacional, fez gerar, nos anos oitenta, um substancial supervit comercial. Decorridos mais de 35 anos da criao da Petroquisa, brao do governo responsvel pela implantao do Plo Petroqumico de Camaari e mais de de sculo da inaugurao da Copene, empresa responsvel pela produo de petroqumicos bsicos e de utilidades desse complexo industrial, prope-se a realizao de uma investigao acadmica, uma tese doutoral, para avaliar a real importncia desse Plo na promoo do desenvolvimento regional. O presente trabalho traz a descrio da indstria petroqumica, definida como a indstria da qumica do petrleo. Descreve a origem e implantao da petroqumica brasileira, relatando as principais iniciativas da indstria em So Paulo e citando os principais fatos que determinaram a implantao do plo petroqumico no Nordeste. Descreve tambm, a histria do Plo Petroqumico de Camaari, contada a partir da deciso de instalar o complexo na Bahia, com sua organizao, empresas constitudas, produtos fabricados, capacidade instalada, volume de investimentos, evoluo da propriedade e a recente reestruturao empresarial, com as privatizaes, fuses e incorporaes. Ao se referir influncia do Plo Petroqumico de Camaari no processo de urbanizao e desenvolvimento regional da Regio Metropolitana de Salvador, faz uma introduo terica sobre as questes de urbanizao e desenvolvimento, abordando as concentraes regionais (plos) e as aglomeraes geogrficas (centros). A reorganizao setorial da Regio Metropolitana de Salvador, como conseqncia da implantao do Plo Petroqumico de Camaari, constitui-se na parte central do trabalho com anlise de seus diferentes aspectos: colaboradores, bancos, governo, ONGs, scios, comunidade, consumidores e fornecedores. Segue-se anlise do que aconteceu com cada um desses segmentos, na Regio Metropolitana de Salvador, de 1975 a 2000, iniciando-se com a implantao do Plo e chegando-se ao momento em que atingiu a sua maturao. Por fim, fala de problemas e esperanas. O Plo Petroqumico de Camaari tem seus problemas, mas est longe de perder a esperana de que represente um instrumento eficaz na promoo do desenvolvimento econmico e social e do progresso da regio.
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6 RESUMEN
La realizacin de inversiones que aseguren la expansin de la capacidad productiva y,
como consecuencia, promuevan el aumento del ingreso nacional, es uno de los principales problemas que se enfrentan los pases emergentes o subdesarrollados, como Brasil. La escoja de una poltica de sustitucin de las importaciones que orientase el gobierno hacia la identificacin de las prioridades nacionales result en los aos setenta, en una serie de programas sectoriales, entre los cuales el Siderrgico Nacional, el de Metales no Ferrosos, de Celulosa y Papel, de Bienes de Capital y el de la Petroqumica. En esa poca, la industrializacin se fortaleci con el aprovechamiento de la demanda existente en el mercado interno para productos industriales importados, que pasaran a ser substituidos por productos fabricados en el pas. La reserva de mercado, obtenida a travs del establecimiento de elevadas alcuotas de importacin, las financiaciones subsidiadas, dirigidas a las empresas de control y comando nacional, gener en los aos ochenta, un substancial supervit comercial. Transcurridos 35 aos desde la creacin de Petroquisa, brazo del gobierno responsable de la implantacin del Polo Petroqumico de Camaari y ms de de siglo desde la inauguracin de Copene, empresa responsable de la produccin de petroqumicos bsicos y de tiles de ese complejo industrial, se plantea la realizacin de una investigacin acadmica, una tesis doctoral, para evaluar la real importancia de ese Polo en la promocin del desarrollo regional. El presente trabajo describe la industria petroqumica, definida como la industria de la qumica del petrleo. Describe la origen e de la implantacin de la petroqumica brasilea, relatando las principales iniciativas de la industria en el estado de So Paulo y citando los hechos principales que determinaron la implantacin del polo petroqumico en la regin Nordeste. Describe tambin, historia del Polo Petroqumico de Camaari, contada a partir de la decisin de instalar el Complejo en Bahia, con su organizacin, sus empresas constituidas, productos fabricados, capacidad instalada, volumen de inversiones, evolucin de la propiedad y la reciente reestructuracin empresarial, con sus privatizaciones, fusiones e incorporaciones. Al se referir a la influencia del Polo Petroqumico de Camaari en el proceso de urbanizacin y desarrollo regional de la Regin Metropolitana de Salvador, hace una introduccin terica sobre las cuestiones de la urbanizacin y del desarrollo, enfocando las concentraciones regionales (los polos) y las aglomeraciones geogrficas (los centros). La reorganizacin sectorial de la Regin Metropolitana de Salvador como resultado de la implantacin del Polo Petroqumico de Camaari, forma el eje central del trabajo con analice de sus diversos aspectos: colaboradores, bancos, gobierno, ONGs, socios, comunidad, consumidores y proveedores. Se hizo un anlisis sobre lo que ocurri con cada uno de esos segmentos, en la Regin Metropolitana de Salvador, de 1975 a 2000, desde la implantacin del Polo hasta el momento en que alcanz su madurez. Por fin, plantea problemas y esperanzas. El Polo Petroqumico de Camaari tiene sus problemas, pero no pierde la esperanza de representar un instrumento eficaz en la promocin del desarrollo econmico y social, y del progreso de la regin.
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7 LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Indstria Petroqumica: Esquema Simplificado 38
Figura 2 Vinculao da Petroqumica com os demais Setores Industriais 39
Figura 3 Presena da Indstria Qumica na Vida Cotidiana 40
Figura 4 Grfico 1 - Maiores Indstrias Qumicas Mundiais (2001) 42
Figura 5 Grfico 2 - Composio do Faturamento Lquido da Indstria Qumica Brasileira em 2001 43
Figura 6 Grfico 3 - Evoluo da Composio do Faturamento Lquido da Indstria Qumica (US$ Bilhes) 43
Figura 7: Grfico 4 - Participao de Produtos Qumicos no Consumo de Insumos de Determinados 46
Figura 8 Mapa Regional do Brasil 55
Figura 9 Mapa do Estado da Bahia 57
Figura 10 RMS Regio Metropolitana de Salvador 58
Figura 11 Composio do Capital Social das Empresas Qumicas/Petroqumicas Includas no PND 65
Figura 12 Localizao do Plo Petroqumico de Camaari e da Copene 67
Figura 13 Localizao do Plo Petroqumico de Camaari 68
Figura 14 Localizao do Complexo Bsico, Cetrel, Camaari e Dias Dvila 69
Figura 15 Mapa do Plo Petroqumico de Camaari 72
Figura 16 Grfico 5: Composio Acionria da Braskem (Capital Votante) 78
Figura 17 Grfico 6: Estrutura Societria Atual da Indstria Petroqumica Brasileira (%) 81 Figura 18: Localizao da Central de Tratamento de Efluentes Cetrel e o Cinturo Verde, no Plo Petroqumico de Camaari 82
Figura 19: Sistema de Disposio Ocenica da CETREL 87
Figura 20: Fluxograma do Processo de Tratamento de Efluentes da CETREL 89
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8 Figura 21: Grfico 7: Repartio do Custo Total da Mo-de-Obra 1994 2000 94
Figura 22: Mapa Regional do Brasil 124
Figura 23: Mapa do Nordeste do Brasil 127
Figura 24: Mapa Rio So Francisco 131
Figura 25: Distritos Industriais do Estado da Bahia. 133
Figura 26: Grfico 8 - Regio Nordeste: Produto Interno Bruto (a Preo de Mercado Corrente)1994/97 (Preos Constantes de 1997) 135
Figura 27: Diviso Poltica Administrativa. Regio Metropolitana de Salvador Bahia Brasil 141
Figura 28: Grfico 9: Crescimento Demogrfico da Populao Total por Municpio Regio Econmica Metropolitana de Salvador Bahia Brasil 1980 2000 156
Figura 29: Grfico 10: Crescimento Demogrfico da Populao Urbana por Municpio Regio 160
Figura 30: Crescimento Demogrfico da Populao Rural por Municpio Regio Econmica Metropolitana de Salvador Bahia Brasil 1980 -2000 164
Figura 31: Regies Econmicas do Estado da Bahia 165
Figura 32: Regio Metropolitana da Salvador. 166
Figura 33: Organograma dos efeitos dos investimentos no aumento das rendas salariais, consumo de bens e servios e gerao de empregos indiretos. 168
Figura 34 Grfico 11: Evoluo do nmero de servidores do estado da Bahia 1975 2001 172 Figura 35 Grfico 12 ndices de PIB, Populao e Nmero de Servidores Estaduais. 179
Figura 36 Organograma 183
Figura 37 Organograma 186
Figura 38 Organograma 188
Figura 39 Brasil: Coeficiente de Concentrao Relativa do Dficit Habitacional 1995 201
Figura 40 Grfico 13 Empresas de Construo Civil, Ativas, na Regio Metropolitana de Salvador. 205
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9 Figura 41 Grfico 14 Empresas do Comrcio Varejista Ativas na Regio Metropolitana de Salvador 211
Figura 42 Grfico 15 Empresas de Prestao de Servios Ativas na Regio Metropolitana de Salvador 215
Figura 43 Grfico 16 Evoluo do Nmero de Servidores da Secretaria de Educao SEC e da Populao Estado da Bahia de 1975 a 2001 219
Figura 44 Grfico 17 Nmero de Candidatos Inscritos no Vestibular da UFBA 1975 2001 224
Figura 45 Grfico 18 Empresas de Ensino Ativas na Regio Metropolitana de Salvador 1975 2002 226
Figura 46 Grfico 19 - Evoluo do Quantitativo de Clnicas Mdicas e Hospitais da RMS e Bahia. 229
Figura 47 Grfico 20 Evoluo do Quantitativo de Servidores da Secretria de Sade do Estado da Bahia SESAB, populao residente da Bahia, clnicas mdicas e hospitais. 230
Figura 48 Grfico 21 Evoluo do Nmero de Servidores da SSP e ndices da evoluo da Populao e do Nmero de Servidores de 1975 a 2001 233
Figura 49 Grfico 22 Empresas de Transportes Ativas da Regio Metropolitana de Salvador 236
Figura 50 : Grfico 23 Empresas de Comunicao Ativa na Regio Metropolitana de Salvador 1975 2002 240
Figura 51 Grfico 24 Participao no Consumo de Energia Eltrica, Bahia 1980/2001 251
Figura 52 Grfico 25 Distribuio das empresas de intermediao financeira na RMS 257
Figura 53 Regio Metropolitana de Salvador Distribuio Espacial das Empresas de Intermediao Financeira Ativas em 2002 259
Figura 54 Grfico 26 Quantitativo de Empresas de Intermediao Financeira na Regio Metropolitana de Salvador. 260
Figura 55 Grfico 27 Distribuio de Cargas. 263
Figura 56 Grfico 28 Arrecadao de ICMS do Nordeste. 264
Figura 57 Grfico 29 Incidncia de Impostos Sobre Bens de Capital. 266
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10 Figura 58 Grfico 30 Incidncia de Impostos Sobre Bens de Capital Alquotas Efetivas na Importao. 267
Figura 59 Grfico 31 Margem Lquida da Indstria Qumica (Resultado Lquido / Receita Lquida %). 277
Figura 60 Grfico 32 Investimentos Industriais Previstos para Bahia 2003-2007 Participao dos Investimentos por Complexo de Atividades. 281
Figura 61 Grfico 33 Evoluo da Balana Comercial Brasileira 1950 2002 US$ bilhes FOB. 285
Figura 62 Localizao do CIA e do Ploplast na Regio Metropolitana de Salvador. 287
Figura 63 Grfico 35 Empresas do Comrcio Atacadista Ativas da Regio Metropolitana de Salvador 1975 2000. 295
Figura 64 Grfico 36 Margem Lquida da Indstria Qumica (Resultado Lquido / Receita Lquida %). 314
Figura 65 Grfico 37 - Investimentos na Indstria Qumica Mdia 1999 a 2001 (% Faturamento). 315
Figura 66 Grfico 38 Cobertura do Consumo Aparente Nacional de Produtos Qumicos 317
Figura 67 Grfico 39 - Balana Comercial de Produtos Qumicos
317
Figura 68 Grfico 40 Principais Causas do Dficit
318
Figura 69 Grfico 41 Dficit Estimado Situao atual e projetada.
320
Figura 70 Grfico 42 Incidncia de Impostos sobre Bens de Capital Efetivas no Mercado Domstico
Alquotas 340
Figura 71 Grfico 43 Incidncia de Impostos sobre Bens de Capital Efetivas na Importao
Alquotas 340
Figura 72 Grfico 44 Evoluo do PIB da Bahia e do Brasil de 1975 a 2002 348
Figura 73 Localizao da Ford no Plo Petroqumico de Camaari 354
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11 LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Destinao dos Produtos Qumicos 45
Tabela 2 Custo de Produo de Fbricas de Produto da Qumica Orgnica ( /lb.) 47
Tabela 3 Resultado Geral do PND (Em US$ Bilhes) 63
Tabela 4 Resultado Total do Setor Qumico / Petroqumico (Em US$ Milhes) 64
Tabela 5 Produtos da Primeira Gerao Fabricados pela Copene e Capacidades em t/ano 69 Tabela 6 Central de Utilidades til 70
Tabela 7 Cetrel SA Companhia de Proteo Ambiental 70
Tabela 8 Complexo Bsico Empresas e Produtos 75
Tabela 9 Cetrel SA Companhia de Proteo Ambiental 84
Tabela 10 Plo Petroqumico de Camaari 85
Tabela 11 Sistema de Tratamento e Disposio de Efluentes Lquidos 89
Tabela 12 Custos da Mo-de-Obra na Produo na Indstria Qumica (US$ / H) 95
Tabela 13 ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) 1970/96 123
Tabela 14 Participao das Regies no PIB do Brasil 1939 / 95 (Em %) 124
Tabela 15 Densidade demogrfica da Regio Nordeste e rea - 1980/2000 128
Tabela 16 Regio Nordeste: Populao Residente (Habitante) 2000 130
Tabela 17 Taxa Mdia Anual de Crescimento do PIB Real do Brasil e da Regio Nordeste, segundo os Setores Econmicos 1960/98 (Em %) 134
Tabela 18 : Regio Nordeste: Composio do PIB por Estado 1960/98 (Mdia por Ano) (Em %) 136
Tabela 19 Participao do PIB Setorial no PIB Global da Regio Nordeste1960/98 (Em %) 136
Tabela 20 Benefcios Tributrios Regionalizados 1 138
Tabela 21 Densidade Demogrfica 1 153
Tabela 22 Regio Metropolitana de Salvador. 154
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Tabela 23 Regio Metropolitana de Salvador 157
Tabela 24 Regio Metropolitana 159
Tabela 25 Regio Metropolitana de Salvador 162
Tabela 26 Regio Metropolitana de Salvador 163
Tabela 28 Regies Econmicas do Estado da Bahia 165
Tabela 29 Evoluo do Nmero de Servidores do Estado da Bahia de 1975 a 2001 173
Tabela 30 Estrutura do Produto Interno Bruto PIB Bahia 1975 1979 175
Tabela 31 Estrutura do Produto Interno Bruto (PIB) Bahia 1975 1999 176
Tabela 32 Composio Setorial da Economia Baiana Bahia: 1960, 1970, 1980, 1990, 2001 177
Tabela 33 Participao do PIB Setorial no PIB Global da Regio Nordeste 1960/98 177
Tabela 34 Populao Residente da Bahia, RMS e Municpios da RMS de 1970 a 2000 190
Tabela 35 ndices de Crescimento Populacional 1970 = 100 191
Tabela 36 Regies Metropolitanas Demanda Demogrfica 1995/2000 192
Tabela 37 Dficit Habitacional Segundo Regies Metropolitanas: Composio e Percentual do Total de Domiclios 1995 193
Tabela 38 Brasil Distribuio dos Diversos Componentes do Dficit Habitacional Segundo Nveis de Renda Domiciliar 1995 195
Tabela 39 Brasil: Dficit Habitacional Total e Relativo segundo Nveis de Renda Domiciliar 1995 196
Tabela 40 - Bahia: Dficit Habitacional Absoluto e Relativo segundo Nveis de Renda Domiciliar 1995 198
Tabela 41- Brasil e Unidades da Federao: Dficit Habitacional e Percentual de Domiclios com Renda at Trs Salrios Mnimos 1995 202
Tabela 42 Dficit Habitacional Relativo e Absoluto Brasil e Regies 203
Tabela 43 Nascimentos e Mortes das Empresas no Brasil 2000 208
Tabela 44 - Evoluo do nmero de servidores da Secretaria de Educao do estado da Bahia de 1975 a 2001 217
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13 Tabela 45 Estabelecimentos de Ensino da Regio Metropolitana de Salvador 2001 220
Tabela 46 Estabelecimentos de Ensino em Salvador, RMS e Estado da Bahia 2001 221
Tabela 47 Estabelecimentos de Ensino da Rede Particular em Salvador, RMS e Estado da Bahia 2001 221
Tabela 48 Quantitativo de Clnicas Mdicas e Hospitais registrados na RMS e Bahia. 228
Tabela 49 Evoluo do Nmero de Servidores da Secretaria de Segurana Pblica SSP do Estado da Bahia 1975 2001 232
Tabela 50 Taxa Mdia de Crescimento do Segmento de Transporte Por Perodo, Bahia: 1975 2000 237
Tabela 51 Taxa Mdia de Crescimento do Segmento de Comunicao Por Perodo, Bahia: 1975 2000 241
Tabela 52 Consumo de gua por classe em Salvador 1983 2001 247
Tabela 53 Consumo de Eletricidade por Classes, Bahia, 1980/2001. 249
Tabela 54 Consumo de Energia Eltrica Taxas Mdias de Crescimento Bahia, 1980/2000 250
Tabela 55 Consumo de Energia Eltrica Taxas Acumuladas de Crescimento Bahia, 1980/2000 252
Tabela 56 Populao Residente da Bahia, RMS e Municpios da RMS de 1980 a 2000. 253
Tabela 57 ndices de Crescimento Populacional 1980 = 100 254
Tabela 58 Arrecadao de Impostos no Brasil 261
Tabela 59 Arrecadao de ICMS dos Estados do Nordeste em 2002 264
Tabela 60 Investimentos Industriais Previstos para Bahia 2003-2007 Por Complexo de Atividades 280
Tabela 61 Investimentos Industriais Previstos para Bahia 2003-2007 Por Eixo de Desenvolvimento 280
Tabela 62 Indstria de Transformao do Centro Industrial de Aratu CIA 288
Tabela 63 Indstria de Transformao do Ploplast de Camaari 289
Tabela 64 Taxa Mdia de Crescimento do Comrcio Por Perodo, Bahia: 1975 2000 291
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Tabela 65 Taxa Mdia de Crescimento dos Servios Segundo Categorias de Atividade 301
Tabela 66 Taxa Acumulada de Crescimento dos Servios Segundo Categorias de Atividade
301
Tabela 67 Intenes de Investimento da Indstria Segundo Regies no Perodo1996/2000,
303
Tabela 68 Intenes de Investimento da Indstria Segundo Estados no Perodo1996/2000, Populaes Estaduais em 2000 e Investimento Percapita 304
Tabela 69 Intenes de Investimento da Indstria Segundo Setores no Perodo 1996/2000 Anunciadas em 1996 306
Tabela 70 Intenes de Investimento da Indstria no Perodo 1996/2000 (em %) 307
Tabela 71 Caractersticas dos Tipos de Causa 319
Tabela 72 Exemplo de Iniciativas de Fomento Inovao Tecnolgica 328
Tabela 73 Exportaes Baianas Principais Segmentos 1999/2000 337
Tabela 74 Resumo das Propostas 344
Tabela 75 Perfil dos Cenrios 345
Tabela 76 Projees para a Indstria Qumica 346
Tabela 77 Fbricas de automveis decidas entre 1994 e 1997 357
Tabela 78 Evoluo do PIB Bahia / Brasil 1996 2000 358
Tabela 80 Projetos automotivos em estudo ou em operao (R$ mil) 361
Tabela 81 Empresas fabricantes de calados e componentes no estado da Bahia dez. 2003 365
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Teoria do Crescimento e Teoria do Desenvolvimento 99
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16 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Abiquim Associao Brasileira da Indstria Qumica e de Produtos Derivados
Acrinor Acrilonitrila do Nordeste SA
BAH Booz Allen Hamilton
BIRD Banco Mundial
BNB Banco do Nordeste do Brasil
BNDES Banco Nacional do Desenvolvimento Econmico e Social
Carbonor Carbonatos do Nordeste SA
CEF Caixa Econmica Federal
Ceman Central de Manuteno do Plo Petroqumico de Camaari
Cemap Central de Matrias-Primas do Plo Petroqumico de Camaari
Cepram Conselho Estadual de Meio Ambiente
Cenap Centro de Aperfeioamento e Pesquisas de Petrleo
Cempes Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Amrico Miguez de Mello
Cetrel Central de Tratamentos de Efluentes
CHESF Companhia Hidreltrica do So Francisco
CIA Centro Industrial de Aratu
Ciquine Companhia Qumica do Nordeste
CIS Centro Industrial do Suba
Cobafi Companhia Baiana de Fibras
CDL Cmara dos Diretores Lojistas
Cofic Comit de Fomento Industrial de Camaari
Coopetro Cooperativa dos Trabalhadores da Indstria de Petrleo
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Copenor Companhia Petroqumica do Nordeste
Copec Complexo Petroqumico de Camaari
CPB Central de Polmeros da Bahia
CRA Centro de Recursos Ambientais
Cremeb Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia
CTMO Custo Total da Mo-de-Obra
EDN Estireno do Nordeste SA
Emca Empresa Carioca de Produtos Qumicos SA
Fafen Fabrica de Fertilizantes Nitrogenados
Febraban Federao Brasileira dos Bancos
Finor Fundo de Investimentos do Nordeste
Fundifran Fundao de Desenvolvimento Integrado do So Francisco
Gamb Grupo Ambientalista da Bahia
Garra Grupo de Apoio e de Resistncia Rural e Ambiental
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
IDH ndice de Desenvolvimento Humano
Imic Instituto Miguel Calmon de Estudos Sociais e Econmico
IPC ndice de Preos ao Consumidor
IPEA Instituto de Pesquisas em Econmicas Aplicadas
JUCEB Junta Comercial do Estado da Bahia
Metanor SA Metanol do Nordeste
Norquisa Nordeste Qumica S/A,
ONG Organizaes No Governamentais
Petrobrs Petrleo Brasileiro S/A
Petroquisa Petrobrs Qumica S/A
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18 PIE Programa de Incentivo Educao
PNAD Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar
Relam Refinaria Landulfo Alves
RMS Regio Metropolitana de Salvador
Rima Relatrio de Impacto Ambiental
Sasop Servio de Assessoria e Organizaes Populares Rurais
Seara Sistema Estadual de Administrao dos Recursos Ambientais
SESAB Secretaria de Sade do Estado da Bahia
SFH Sistema Financeiro de Habitao
Semarh Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hdricos
Sinduscon Sindicato da Indstria de Construo do Estado da Bahia
Sudam Superintendncia de Desenvolvimento da Amaznia
Sudene Superintendncia de Desenvolvimento do Nordeste
UFBA Universidade Federal da Bahia (UFBA
Unifacs Universidade Salvador
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19 SUMRIO
1 INTRODUO 24
2 MARCO TERICO: OBJETIVOS DO TRABALHO, HIPTESE E METODOLOGIA 31
2.1 OBJETIVOS DO TRABALHO 31
2.2 HIPTESE 31
2.3 METODOLOGIA 32
3 CARACTERIZAO DA INDSTRIA PETROQUMICA 33
3.1A INDSTRIA QUMICA E A ORIGEM DA INDSTRIA 33 PETROQUMICA 3.2 A RVORE PETROQUMICA 34
3.3 PRINCIPAIS CARACTERSTICAS DA INDSTRIA PETROQUMICA 46
3.4 CONCEITO DE PLO PETROQUMICO E SUA ORGANIZAO 48
4 A INDSTRIA PETROQUMICA BRASILEIRA: ORIGEM E IMPLANTAO 50
5 O PLO PETROQUMICO DE CAMAARI, HISTRIA, ORGANIZAO, EMPRESAS, PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA 56
5.1 A LOCALIZAO 56
5.2 ANTECEDENTES E DECISO DE INSTALAR O PLO DE CAMAARI 58
5.3 FINANCIAMENTO INDUSTRIAL 62
5.4 EVOLUO DA PROPRIEDADE 62
5.5 A SOBREVIVNCIA DE CAMAARI 65
5.6 ORGANIZAO DO COMPLEXO INDUSTRIAL 66
5.7 EMPRESAS, PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA 73
5.8 REESTRUTURAO EMPRESARIAL DA PETROQUMICA BRASILEIRA 76
-
20
5.8.1. A PROTEO AMBIENTAL DO POLO PETROQUMICO DE
CAMAARI 82
5.9. OS RECURSOS HUMANOS 90
5.9.1 O Papel da Petrobrs 90 5.9.2 A Contribuio do Cofic 91 5.9.3 O Custo da Mo-de-Obra 92
6. A INFLUNCIA DO PLO PETROQUMICO DE CAMAARI NO PROCESSO DE URBANIZAO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL DA REGIO METROPOLITANA DE SALVADOR
6.1 URBANIZAO E DESENVOLVIMENTO: UM ROTEIRO PARA SUA ANLISE
6.2 CONCENTRAES SETORIAIS (PLOS)
6.3 AGLOMERAES GEOGRFICAS (CENTROS)
6.4 CONCENTRAES SETORIAIS E AGLOMERAES
GEOGRFICAS (PLOS E CENTROS)
6.5 URBANIZAO E DESENVOLVIMENTO: INFLUNCIA DO PLO PETROQUMICO DE CAMAARI
6.6 DESENVOLVIMENTO REGIONAL BRASILEIRO
6.7 DESIGUALDADES REGIONAIS
6.8 COMPOSIO REGIONAL DO PIB
6.9 ASPECTOS SOCIAIS DA REGIO NORDESTE
6.10 ASPECTOS ECONMICOS DA REGIO NORDESTE
6.11 REGIO METROPOLITANA DE SALVADOR
6.11.1 Localizao, Limites e Municpios Integrantes 6.11.2 Processo de Ocupao e Desenvolvimento Econmico 6.11.3 Dinmica Demogrfica Regional 6.11.3.1 A Regio no Estado 6.11.3.2 Distribuio da Populao, rea e Densidade Demogrfica
96
98
102
106
110
115
119
121
123
126
130 138
139 142 150 150 151
-
21 6.11.3.3 Evoluo das Populaes Municipais: Volume, Ritmo de
Crescimento e Participao Relativa 6.11.3.4 Evoluo da Populao Urbana: Ritmo de Crescimento e
Urbanizao 6.11.3.5 Evoluo da Populao Rural
153
158 162
7 REORGANIZAO SETORIAL DA REGIO METROPOLITANA DE SALVADOR COMO CONSEQNCIA DO PLO PETROQUMICO DE CAMAARI 7.1 COLABORADORES RENDAS SALARIAIS
7.1.1Habitaes
7.1.2Capacidade de Consumo
7.1.2.1 Comrcio
7.1.2.2 Servios
7.1.3 Servios Pblicos
7.1.3.1 Ensino
7.1.3.2 Sade
7.1.3.3 Segurana
7.1.3.4 Transportes
7.1.3.5 Comunicaes
7.1.3.6 gua
7.1.3.7 Energia
7.1 BANCOS JUROS E TAXAS
7.2 GOVERNO IMPOSTOS E TAXAS
7.3 ONGS VITALIDADE
7.4 SCIOS DIVIDENDOS
7.5 COMUNIDADE DOAES
7.6 CONSUMIDORES BENS
7.7 FORNECEDORES - RECEITA
165
184
187
206
206
212
216
216
227
230
234
238
246
248
254
261
268
275
281
284
290
8 PROBLEMAS E ESPERANAS
8.1 INTENES DE INVESTIMENTOS NO BRASIL
8.2 NOVOS INVESTIMENTOS EM PETROQUMICA
302
302
310
-
22
8.3 DESAFIOS E AMEAAS 313
8.4 QUESTES CRTICAS 321 8.4.1 Matrias-Primas e Insumos 322 8.4.2 Inovao Tecnolgica 236 8.4.3 Comrcio Exterior 331 8.4.4Outras Questes Crticas 337
8.5 ESPERANA NO FUTURO
8.6 INFLUNCIA DO PLO PETROQUMICO DE CAMAARI NA EXPANSO INDUSTRIAL DA REGIO METROPOLITANA DE SALVADOR
8.6.1 O Projeto da Monsanto
8.6.2 O Projeto Amazon
8.6.3 O Plo Caladista da Bahia
343
347 350
352
363
9 CONSIDERAES FINAIS: VERIFICAO DA HIPTESE
9.1 A IMPLANTAO DO PLO PETROQUMICO DA CAMAARI CONTRIBUIU PARA A MUDANA DA ESTRUTURA INDUSTRIAL DO ESTADO DA BAHIA, FAZENDO COM QUE A INDSTRIA DE TRANSFORMAO PASSASSE A SER O PRINCIPAL AGENTE DE GERAO DE RIQUEZA REGIONAL.
9.2 DEVE-SE AO PLO PETROQUMICO DE CAMAARI O AUMENTO DO NMERO DE EMPREGOS GERADOS NO SETOR DE SERVIOS, PBLICO E PRIVADO, DA REGIO METROPOLITANA DE SALVADOR RMS.
9.3 DURANTE O PERODO QUE SUCEDEU AO INCIO DE FUNCIONAMENTO DO PLO PETROQUMICO DE CAMAARI VERIFICOU-SE UMA MELHORIA SUBSTANCIAL DA QUALIDADE PROFISSIONAL DOS RECURSOS HUMANOS DE TODOS O NVEIS E AUMENTO DA OFERTA DE CURSOS UNIVERSITRIOS VOLTADOS PARA A ADMINISTRAO NEGOCIAL E EMPRESARIAIS.
9.4 A PARTICIPAO DA BAHIA NA RENDA NACIONAL E NO COMRCIO INTERNACIONAL TEVE CRESCIMENTO CONSIDERADO ACIMA DO NORMAL APS A INSTALAO DO PLO PETROQUMICO EM CAMAARI.
368
368
370
374
377
-
23
9.5 OUTRAS CONSIDERAES IMPORTANTES
9.5.1 ndice de Desenvolvimento Humano
9.5.2 Consumo de energa elctrica
9.5.3 Crescimento populacional
9.5.4 Intermediao financeira
9.5.5 Sindicatos e organizaes ambientalistas
9.5.6 Novos investimentos
9.5.7 Principal ameaa
378
379
379
380
381
381
382
383
REFERNCIAS 384
-
24 1 INTRODUO
A realizao de investimentos que assegurem a expanso da capacidade produtiva e,
como conseqncia, promovam o crescimento da renda nacional, um dos principais
problemas enfrentados pelos pases emergentes ou subdesenvolvidos como o Brasil.
A escolha de uma poltica de substituio de importaes1 que orientasse o governo na
identificao das prioridades nacionais gerou, nos anos setenta, uma srie de programas
setoriais, entre os quais o Siderrgico Nacional2, de Metais no Ferrosos3, de Celulose e
Papel4, de Bens de Capital5 e o da Petroqumica. Nesse perodo, a industrializao ganhou
fora com o aproveitamento da demanda existente no mercado interno para produtos
industriais importados, que passaram a ser substitudos por produtos fabricados no Pas. A
reserva de mercado, obtida atravs do estabelecimento de elevadas alquotas de importao,
os financiamentos subsidiados direcionados para as empresas de controle e comando nacional,
fez gerar, nos anos oitenta, um supervit comercial de cerca de US$ 12 bilhes6 por ano, e
garantiu o fortalecimento de vrios grupos empresariais que atenderam convocao do
governo.
A indstria petroqumica brasileira foi concebida dentro desse cenrio e identificada
como uma excelente oportunidade de negcio, j que o polietileno usado na fabricao de
sacos plsticos, a caprolactama destinada ao fabrico do fio de nilon, o polipropileno que dava
origem aos sacos de rfia e o polister dos fios e tecidos, para citar poucos exemplos, eram
importados, enquanto que a nafta, produzida pelas refinarias, de baixo valor agregado, era
adicionada gasolina.
1 PREBISH, Ral. Transformao e desenvolvimento: a grande tarefa da Amrica Latina. Rio de Janeiro: Fundao Getlio Vargas (FGV): Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), 1973. p. 105-07. 2 Siderrgica de Tubaro, Aominas e Ferrovia do Ao. 3 Caraba Metais (cobre), Alcoa (alumnio), Paraibuna de Metais (zinco). 4 Cocelpa, PISA, Riocel, Aracruz, Cenibra, Ripasa, Klabin 5 Aos Vilares, Metalmig 6 Em 1989 o supervit da balana comercial atingiu US$ 19 bilhes, marca que s foi superada em 2003.
-
25 Embora as primeiras unidades petroqumicas j tivessem sido instaladas no Estado
de So Paulo e o embrio de um complexo industrial integrado estivesse ali sendo instalado,
optou-se pela construo de um novo complexo industrial mais completo e de dimenso maior
na regio Nordeste do Brasil, no Estado da Bahia, mais especificamente no municpio de
Camaari. Prevaleceu a doutrina encetada pelo governo militar de promover a
desconcentrao da atividade econmica necessria ao alcance do objetivo maior, qual seja, o
de desenvolver o Brasil com menores diferenas regionais.
Decorridos mais de 35 anos da criao da Petroquisa7, brao do governo responsvel
pela implantao do Plo Petroqumico de Camaari e mais de de sculo da inaugurao da
Copene8, empresa responsvel pela produo de petroqumicos bsicos e de utilidades desse
complexo industrial, prope-se a realizao de uma investigao acadmica, uma tese
doutoral, para avaliar a real importncia desse Plo na promoo do desenvolvimento
regional.
O Captulo 3 deste trabalho traz a descrio da indstria petroqumica, definida como
a indstria da qumica do petrleo.
A busca de uma explicao para os fenmenos qumicos esteve presente em toda a
histria da humanidade. medida que esses fenmenos iam sendo decifrados, o homem
sempre encontrava uma maneira de obter proveito, transformando a natureza para seu
benefcio pessoal. O fogo foi uma das primeiras reaes qumicas descobertas pelo homem. A
reao de combusto passou a ser usada como fonte de calor no aquecimento ambiental, na
iluminao de ambientes e na produo de alimentos.
A indstria qumica dava seus primeiros passos com a fuso de metais e a fabricao
das primeiras ligas metlicas, usadas na produo de ferramentas agrcolas; a fiao e
7 A Petroquisa - Petrobrs Qumica SA foi criada pelo Decreto 61.981 de 28 de dezembro de 1967, comeando a funcionar no ano seguinte, em 1968. 8 A Copene Petroqumica do Nordeste SA, inicialmente constituda como subsidiria da Petroquisa, foi inaugurada em junho de 1978, dando incio ao funcionamento do Plo Petroqumico de Camaari.
-
26 fabricao dos primeiros tecidos, com as cores dos pigmentos naturais, usados na
fabricao de roupas; o preparo do couro, curtido com substncias qumicas extradas da
natureza; os alimentos produzidos a partir da fermentao e os primeiros medicamentos
extrados de plantas; os sabes obtidos a partir da lixvia para a limpeza de objetos pessoais e
asseio corporal; a fabricao da plvora, como primeiro explosivo blico; enfim, a
humanidade, em toda a sua histria, encontrou na qumica e na transformao qumica um
meio de satisfazer suas necessidades bsicas e todas elas so precursoras da indstria qumica,
como conhecida nos dias atuais.
A moderna indstria qumica mundial, em uma viso sinttica, teve seu
desenvolvimento baseado em duas fontes bem distintas:
a) Indstria qumica alem, desenvolvida por qumicos a partir da qumica derivada do carvo, em unidades de pequeno e mdio portes, em geral descontnuas, predominando por quase um sculo, a partir da segunda metade do sculo XIX;
b) Indstria qumica norte-americana, desenvolvida por engenheiros
qumicos a partir da qumica derivada do petrleo, em unidades de grande porte, em geral de produo contnua, predominando a partir da segunda metade do sculo XX9.
A petroqumica, entendida assim como a qumica do petrleo, promoveu um
desenvolvimento sem precedentes na indstria em todo o mundo. Os plsticos, os fios
sintticos, os elastmeros, os detergentes sintticos os pigmentos, tintas e vernizes fazem
parte do dia a dia do homem contemporneo. A aplicao de tecnologias cada vez mais
avanadas, a obteno de ndices de produtividade cada dia maiores e a enormidade dos
complexos industriais integrados, carregam consigo a promoo do desenvolvimento com a
gerao de riqueza das naes modernas. O Brasil, ao ingressar na era da petroqumica, finca
um p no terreno prprio dos pases desenvolvidos. A instalao de uma indstria
petroqumica moderna no Nordeste brasileiro cria condies para espalhar por essa nova
fronteira de desenvolvimento a gerao de riqueza e de bem-estar de sua populao.
9 WONGTSCHOWSKI, Pedro. Indstria qumica, riscos e oportunidades. So Paulo: Edgard Blcher Ltda., 2002.
-
27 O Captulo 4 trata da origem e implantao da petroqumica brasileira, relatando as
principais iniciativas da indstria em So Paulo e citando os principais fatos que
determinaram a implantao do plo petroqumico no Nordeste. O relato permite
compreender como o segundo plo petroqumico brasileiro foi parar na Bahia, e a
determinao dos militares que governavam o pas em adotar uma soluo mais racional, mais
estratgica e mais benfica ao pas, abandonando os argumentos dos economistas e a fora da
mo invisvel que orienta os investimentos da iniciativa privada.
A histria do Plo Petroqumico de Camaari, contada a partir da deciso de instalar o
complexo na Bahia, com sua organizao, empresas constitudas, produtos fabricados,
capacidade instalada, volume de investimentos, evoluo da propriedade e a recente
reestruturao empresarial, com as privatizaes, fuses e incorporaes, encontra-se no
Captulo 5.
O Plo trouxe consigo a realizao de investimentos em infra-estrutura e em
treinamento de mo-de-obra industrial. Esse conjunto passou a configurar um ambiente
industrial de notvel influncia nos destinos econmicos da regio, fortalecendo a posio do
governo, atraindo novas indstrias, melhorando a cultura local e abrindo caminho para a
construo do desenvolvimento.
Para a Bahia e para o Nordeste receber investimentos to vultosos, superiores a US$
10 bilhes, em curto espao de tempo e em um setor conhecido pelo seu dinamismo e poder
germinativo, foi uma experincia sem par. Existem resultados positivos e negativos, melhor
com eles do que sem eles. Se todos os problemas sociais da regio no foram ainda
resolvidos, por serem muitos, sem dvida, o Plo Petroqumico de Camaari contribuiu para
que novos horizontes fossem delineados e de maneira firme fosse reerguida a crena de que
possvel a uma regio pobre alcanar o desenvolvimento econmico e social.
-
28 O Captulo 6 refere-se influncia do Plo Petroqumico de Camaari no processo
de urbanizao e desenvolvimento regional da Regio Metropolitana de Salvador. Neste
captulo faz-se uma introduo terica sobre as questes de urbanizao e desenvolvimento,
abordando as concentraes regionais (plos) e as aglomeraes geogrficas (centros).
Aborda as questes relacionadas com o desenvolvimento regional brasileiro enfocando
as desigualdades regionais, analisando s composio regional do PIB e os aspectos sociais e
econmicos da regio Nordeste, e dentro desta regio a Regio Metropolitana de Salvador, a
que mais sentiu os reflexos da implantao do Plo.
A Regio Metropolitana de Salvador descrita atravs de suas caractersticas
geogrficas de localizao, limites, municpios integrantes, acidentes geogrficos e pelo
processo de ocupao e de desenvolvimento econmico. A anlise da dinmica demogrfica
regional, feita por observao do perodo em que o Plo foi implantado e com as principais
unidades de processamento industrial entrando em funcionamento, destacou a distribuio da
populao, rea e densidade demogrfica.
Atravs de mapas verificou-se a evoluo das populaes municipais em relao ao
volume, ritmo de crescimento e participao relativa e a evoluo da populao urbana, sendo
observados o ritmo de crescimento e de urbanizao. Dentro do mesmo critrio foi analisada a
evoluo da populao rural.
A reorganizao setorial da Regio Metropolitana de Salvador, como conseqncia da
implantao do Plo Petroqumico de Camaari, constitui-se na parte central do trabalho e o
objeto do Captulo 7. Foi introduzido um desenho composto de um crculo central e oito setas
radiais centrfugas. O centro representando o Plo e as setas representando os diversos setores
afetados pelo seu funcionamento: colaboradores, bancos, governo, ONGs, scios,
comunidade, consumidores e fornecedores. Segue-se a anlise do que aconteceu com cada um
-
29 desses segmentos, na Regio Metropolitana de Salvador de 1975 a 2000 , iniciando-se
com a implantao do Plo e chegando-se ao momento em que atingiu a sua maturao.
Os colaboradores com suas rendas salariais influenciaram a construo de novas
habitaes, a capacidade de consumo de bens e servios e a demanda por servios pblicos:
ensino, sade, segurana, transportes, comunicaes, gua e energia.
Os bancos lucraram com mais juros e taxas de servio, os governos arrecadaram mais
impostos e taxas, as ONGs ganharam vitalidade com s novas doaes, os scios receberam
dividendos, a comunidade fortaleceu suas instituies e interagiu positivamente com a
presena de parceiro influente, os consumidores deixaram de importar bens e passaram a ser
abastecidos por empresas locais e os fornecedores, de bens e servios, multiplicaram-se e
ampliaram seus negcios.
O Captulo 8 comenta os problemas e esperanas. O Plo Petroqumico de Camaari
tem seus problemas, mas est longe de perder a esperana de que represente um instrumento
eficaz na promoo do desenvolvimento econmico e social e do progresso da regio.
Neste captulo so analisadas as intenes de investimentos e os investimentos
definidos firmemente para o setor qumico e petroqumico. Os desafios e ameaas, e as
questes crticas da indstria qumica como um todo, onde est inserida a indstria
petroqumica, citando os problemas com o suprimento de matrias-prima, inovao
tecnolgica e comrcio exterior, so aqui estudados sob luz de observaes feitas pela
Associao Brasileira da Indstria Qumica e Produtos Derivados Abiquim.
Por fim, a expanso e desdobramento do complexo petroqumico so observados com
a implantao do projeto da Monsanto, do complexo automotivo e do plo caladista. Estes
projetos por si s justificariam a implantao do Plo Petroqumico de Camaari. A fora de
atrao que o ambiente industrial exerce na captao de novos investimentos sentida a cada
dia. Os projetos da Ford, da Monsanto e da Azalia, como principais em cada um dos
-
30 conjuntos citados, esto provocando nova onda de crescimento industrial, desta vez, com
investimentos mais intensivos em mo-de-oba e com gerao de maior volume de tributos.
A verificao das hipteses foi feita no Captulo 9, que conclui o trabalho. Em seguida
vem a referncia bibliogrfica utilizada.
A historia da industrializao da Bahia recheada de fatos e situaes singulares.
Alguns aconteceram por decises fundamentadas em critrios tcnicos e econmicos. Outros
por determinao de pessoas que acreditaram em sonhos e os viram virar realidade. O sonho
de Oscar Cordeiro, que por nove anos pesquisou petrleo no Recncavo, encontrando-o e
provando que existia petrleo no Brasil, foi, sem dvida um grande marco. Seu sonho fez
surgir a primeira refinaria de petrleo do Brasil, construda para processar leo baiano, a
nica em funcionamento no Nordeste brasileiro. A descoberta do gs natural de petrleo em
Aratu e a deciso governamental de implantar o segundo plo petroqumico em Camaari
foram igualmente determinantes em todo processo de industrializao. O desdobramento do
Plo, com a indstria de transformao petroqumica, a indstria automobilstica e a indstria
de qumica fina, daro seqncia ao processo e far com que muitos sonhos se tornem
realidade. Esta tese tem cunho acadmico, mas tem valor, tambm, como registro histrico.
-
31 2 MARCO TERICO: OBJETIVOS DO TRABALHO, HIPTESE E METODOLOGIA
2.1 OBJETIVOS DO TRABALHO
Esta tese estuda o caso do Plo Petroqumico de Camaari, implantado na regio
Nordeste do Brasil, na Amrica do Sul, na poca em que era considerada uma das regies
mais subdesenvolvidas do continente. O Brasil vivia sob forte regime militar e as decises
tomadas pelo governo federal muitas vezes, como no caso, no obedecia a critrios
econmicos ou empresariais, prevalecendo a diretriz de que o Pas deveria desenvolver-se
como um todo, buscando nesta rara oportunidade a chance de promover a desconcentrao da
atividade econmica de forma racional, bem planejada e, sobretudo, com vistas construo
de uma nao mais justa e menos desigual.
Os principais objetivos da tese poderiam ser assim enumerados:
1. Identificar as mudanas regionais ocorridas aps a implantao do Plo Petroqumico de Camaari, considerando aspectos sociais, econmicos e polticos;
2. Demonstrar que a sobrevivncia do Plo e de seu desempenho como agente gerador
de riqueza e promotor do desenvolvimento regional depende, a nvel regional, de sua integrao com outros setores e da ampliao da capacidade instalada da indstria de transformao petroqumica.
2.2 HIPTESE
A hiptese que servir de base e de ponto de partida para a tese est relacionada com o
desenvolvimento econmico e social da regio onde est implantado o Plo Petroqumico de
Camaari, e est consubstanciada nos enunciados das alneas seguintes:
-
32 a) A implantao do Plo Petroqumico da Camaari contribuiu para a mudana da
estrutura industrial do Estado da Bahia, fazendo com que a Indstria de Transformao passasse a ser o principal agente de gerao de riqueza regional;
b) Deve-se ao Plo Petroqumico de Camaari o aumento do nmero de empregos
gerados no setor de servios, pblico e privado, da Regio Metropolitana de Salvador RMS;
c) Durante o perodo que sucedeu ao incio de funcionamento do Plo Petroqumico
de Camaari, verificou-se uma melhoria substancial da qualidade profissional dos recursos humanos de todos o nveis e aumento da oferta de cursos universitrios voltados para a administrao negocial e empresarial;
d) A participao da Bahia na renda nacional e no comrcio internacional teve
crescimento considerado acima do normal aps a instalao do Plo Petroqumico em Camaari.
METODOLOGIA
O plano para alcanar os objetivos e responder s questes contidas na hiptese
formulada, seguir a orientao do professor diretor da tese e contemplar a realizao dos
seguintes passos:
a) Leitura do material coletado e reviso bibliogrfica das publicaes existentes sobre o tema. Muitas dessas publicaes podem ser encontradas nas bibliotecas das empresas, bibliotecas pblicas, bibliotecas de associaes setoriais, institutos de pesquisa, bancos de desenvolvimento e universidades;
b) Desenvolver fase exploratria com entrevistas realizadas com empresrios, executivos, cientistas e professores que participaram do processo de criao e implantao da petroqumica brasileira ou que direta e indiretamente estiveram envolvidos com o seu planejamento;
c) Fazer levantamento de dados secundrios junto a sindicatos, reparties pblicas, associaes empresariais, rgos pblicos de planejamento, bibliotecas e arquivos de particulares, procurando obter informaes econmicas, sociais, fiscais, financeiras e organizacionais;
d) Anlise das informaes levantadas com formulao de testes, reformulao e aplicao de instrumentos de coleta de dados, tratamento e leitura de dados, dentro da perspectiva de atingir o objetivo proposto e fundamentar as hipteses formuladas;
e) Discusso de relatrio preliminar com especialistas conhecedores do assunto;
f) Redao do relatrio final.
-
33 3 CARACTERIZAO DA INDSTRIA PETROQUMICA
3.1 A INDSTRIA QUMICA E A ORIGEM DA INDSTRIA PETROQUMICA
De um modesto comeo nos anos 1920 com a manufatura de isopropanol a partir de
propileno contido em gs de refinaria, a petroqumica no s tornou possvel a eliminao
total do carvo como fonte de matria-prima da indstria qumica, mas tambm substituiu
tradicionais mtodos de obteno de produtos da qumica orgnica tais como fermentao,
extrao de compostos a partir de produtos naturais e transformao de gorduras vegetais e
leos10.
At o final da dcada de 1930 a petroqumica tinha limitado sua abrangncia na sntese
de solventes oxigenados, a maioria de obteno tradicional via fermentao. A partir da
Segunda Guerra Mundial surgiram os primeiros polmeros sintticos substitutos de materiais
naturais e inorgnicos tais como metais, couro, madeira, vidro, borracha, ceras, gomas, fibras,
colas, leos secos, etc.
A extrao de hidrocarbonetos aromticos a partir da nafta das refinarias de petrleo,
principalmente tolueno e benzeno, eliminou totalmente o carvo como elemento de base da
indstria qumica orgnica, completando assim o elenco de produtos.
A qumica tem sido definida como a cincia que estuda os fenmenos qumicos.
Fenmeno tudo que acontece na natureza e fenmeno qumico uma transformao sofrida
pela matria em que uma substncia deixa de existir para dar lugar outra. Assim, numa
reao qumica, quando um cido reage com uma base, h formao de sal e gua. Embora os
elementos qumicos sejam os mesmos, as substncias resultantes da reao so
completamente diferentes das substncias reagentes.
10 HANN, Albert V. G. The petrochemical industry: markets and economics. New York: Graw-Hill Book Company, 1970.
-
34 Ao estudar as substncias, a qumica as divide em duas categorias: produtos da
qumica orgnica e produtos da qumica inorgnica. Na qumica orgnica esto agrupadas as
substncias que possuem o tomo de carbono como elemento qumico principal. O petrleo
estudado pela qumica orgnica e a petroqumica vem a ser a qumica do petrleo e produtos
derivados, estando contida, portanto, no conjunto das substncias da qumica orgnica.
A indstria qumica possui vrios segmentos que do origem s rvores de produtos.
Os principais deles tm origem em trs substncias minerais que se constituem em base
primria de suas matrias-primas, como indicado a seguir:
a) O sal de cozinha ou cloreto de sdio, usado na fabricao da barrilha, da soda custica e do cloro, dando origem a inmeros compostos de sdio e substncias cloradas;
b) O enxofre, na sua forma elementar, usado na fabricao de cido sulfrico. o
cido mais importante da qumica industrial servindo de matria-prima para a produo de centenas de compostos. Por muito tempo o grau de desenvolvimento de um pas era medido pela quantidade de cido sulfrico que produzia e consumia;
c) O petrleo, que fracionado em substncias mais simples nas refinarias, geram,
entre outros produtos, a nafta e o gasleo, juntamente com o gs natural se constituem nas matrias-primas da indstria petroqumica.
3.2 A RVORE PETROQUMICA
A descrio da indstria petroqumica que vem a seguir, ajuda a compreender a
importncia que tem para a promoo do desenvolvimento regional e a forma como est
organizada fsica e empresarialmente. A complexidade da estrutura molecular das substncias
que a compem e a forma de seu encadeamento influenciam sua organizao empresarial e
administrativa. A cadeia petroqumica traduz uma idia de estabilidade11.
11 CARDOSO, Hlio Meirelles. A indstria brasileira do plstico. In: SEMINRIO DA INDSTRIA DE PLSTICOS NO NORDESTE, Anais ... Salvador, 1997. p. 1.
-
35 A estrutura da indstria petroqumica se assemelha de uma rvore, na sua parte
area, possuindo tronco, galhos e ramos diversos. O tronco da indstria petroqumica
constitudo pelos produtos petroqumicos bsicos, conhecidos como petroqumicos de
primeira gerao. Os galhos seriam os produtos petroqumicos intermedirios e finais,
tambm denominados de petroqumicos de segunda gerao. Os ramos, dentro desse
paralelismo, os produtos petroqumicos de terceira gerao ou indstria de transformao
petroqumica.
Os produtos petroqumicos de primeira gerao, eteno, propeno, butadieno, butenos,
benzeno, tolueno, xilenos e outros menos importantes, so fabricados nas Centrais
Petroqumicas, os chamados crackers, que processam as matrias-primas petroqumicas nafta,
gasleo e gs natural, sendo que as duas primeiras resultam do refino do petrleo.
Os produtos petroqumicos de segunda gerao, a exemplo dos intermedirios
estireno, caprolactama, tereftalato de di-metila, acrilonitrila, alcoilbenzenos, uria e dos finais
policloreto de vinila, polietilenos, polipropileno, poliestireno, etc., so fabricados a partir dos
produtos petroqumicos de primeira gerao.
Os produtos petroqumicos de terceira gerao so resultantes do processamento dos
produtos petroqumicos de segunda gerao, vinculando a indstria petroqumica com vrios
outros setores da economia. Os principais so a indstria de processamento de plsticos, a
indstria de elastmeros, principalmente pneumticos e artefatos de borracha, a indstria
txtil, a indstria de sabes e detergentes, a indstria de tintas e vernizes e outros.
A rvore petroqumica apresentada no esquema simplificado da Figura 1, seguinte,
com quatro estgios principais:
a) Refinao de petrleo e gs natural, dando origem s matrias-primas;
b) Primeira gerao petroqumica, correspondente aos petroqumicos bsicos;
c) Segunda gerao petroqumica, que engloba os produtos intermedirios e finais;
-
36
d) Terceira gerao petroqumica, correspondente indstria de processamento ou de transformao petroqumica.
Dos dezenove produtos finais relacionados, dez, ou seja, mais da metade, so usados
como insumos para a indstria de plstico. Dos segmentos que constituem a indstria de
transformao petroqumica o de artefatos de plsticos o mais representativo.
A vinculao da petroqumica com outros setores industriais mostrada na Figura 2. A
indstria de resinas de plsticos, elastmeros, fibras sintticas, tensoativos e solventes tm
como usurios de seus produtos, respectivamente, os setores de artefatos de plstico, borracha
e pneumticos, tecidos, sabes e detergentes, tintas e vernizes.
A indstria qumica considerada como um provedor por excelncia com forte
encadeamento para frente (forward linkage)12. Dentro da indstria de transformao
petroqumica, a indstria de plstico considerada a mais importante, no apenas pelo efeito
de encadeamento, mas tambm por possuir mquinas multipropsito, instalaes industriais
de porte varivel, podendo pertencer pequenas, mdias e grandes empresas, por consumir
maior volume de produtos finais e por apresentar tendncia de expanso.
A importncia da indstria qumica e petroqumica para a economia de um pas
sobressai quando se destaca a capilaridade penetrante em atividades do dia-a-dia da
sociedade. A sua presena observada como matria-prima para outras indstrias e insumos
para produtos utilizados por consumidores, inclusive artigos de higiene pessoal e limpeza. A
diversificao e abrangncia de suas longas e complexas cadeias, a ampla gama de produtos
em segmentos de negcios os mais diversos, as naturezas diferentes de uma enorme gama de
aplicaes, exigem um suporte tcnico e industrial bem estruturado e de porte significativo.
A base produtiva de um pas depende de uma indstria qumica slida e competitiva,
indispensvel para viabilizao de outros setores da economia. A agricultura, a pecuria, a
12ARAJO Jr., Jos Tavares; HAGUENAUER, Lia. Textos para discusso: complexos industriais da economia brasileira e dos mercados intersetoriais. Rio de Janeiro: IEI; UFRJ, [s.d.]
-
37 alimentao, a construo civil, a indstria automobilstica e outros setores estratgicos tm
na indstria qumica um slido suporte.
Sob o ponto de vista scio-econmico a relevncia da indstria qumica fica patente
quando se observa que, em pases desenvolvidos, esta uma indstria bem estruturada,
financeiramente sadia, competitiva e geradora de riqueza e renda. Sob a tica do
desenvolvimento social, a indstria qumica tem um papel de destaque, em face de sua
capacidade de impactar, de forma bastante positiva, a qualidade de vida e a vida mdia da
populao.
-
38
REFINAO DE PETRLEO E GS NATURAL
1a GERAO PETROQUMICA 2a GERAO PETROQUMICA 3a GERAO
MATRIAS-PRIMAS PETROQUMICOS BSICOS PRODUTOS INTERMEDIRIOS PRODUTOS FINAIS IND. TRANSFORMAO
GS NATURAL
COMPONENTES: METANO ETANO PROPANO BUTANOS CONDENSADO
PETRLEO
DERIVADOS:
ETANO PROPANO BUTANOS NAFTA GASLEO
METANOL
AMNIA
BUTADIENO
PROPENO
ETENO
BENZENO
ETILBENZENO
ACRILONITRILA
XIDO DE PROPENO
BUTANOL /
DICLORO ETANO
XIDO DE ETENO
ESTIRENO
FORMALDEDO
URIA
LAS
POLIESTERES POLIIS
PROPILENO
GLICOL
MVC
ACETATO DE
VINILA
ETILENO GLICOL
RESINAS URIA /
POLIURETANO
LABS
FIBRAS ACRLICAS
RESINAS ABS
RESINA
POLIPROPILENO
PVC
POLIACETATO DE VINILA
POLIETILENO DE BAIXA
POLIETILENO DE ALTA
BORRACHA SBR
LAMINADOS, PAINIS, ADESIVOS
FERTILIZANTE PNEUS, MANGEUIRAS
DETERGENTES SINTTICOS
SUBSTITUTO DA L NATURAL
COMPONENTES DE AUTOMVEIS E ELETRODOMSTICOS
CASCOS DE LANCHAS, CARROCERIAS DE AUTOMVEIS
SACOS DE RFIA, EMBALAGENS, MOBLIA
TUBOS E CONEXES, EMBALAGENS, SUBSTITUTO DO COURO
TINTAS, ADESIVOS
SACOS PLSTICOS, UTENSLIOS DOMSTICOS
TAMBORES PLSTICOS, ENGRADADOS, BRINQUEDOS
LCOOL ETLICO
XILENOS
TOLUENO
CUMENO
CICLOHAXANO
PARAXILENO
ORTOXILENO
FENOL
CIDO ADPICO
CAPROLACTAMA
ANIDRIDO MALICO
ANIDRIDO
DIMETIL TEREFTALATO
CIDO
TEREFTLICO
TOLUENO
POLIESTIRENO
RESINAS FENLICAS
NYLON 6
PLASTIFICANTES
FIBRAS POLIESTER
POLIURETANAS
BRINQUEDOS, EMBALAGENS (ISOPOR)
LAMINADOS, ISOLAMENTOS,
FIBRAS TSTEIS, CORDONIS DE PNEUS, CALOTA DE AUTOMVEIS
FIBRAS TSTEIS
OBTENO DE RESINAS MALEVEIS
FIBRAS TSTEIS MISTAS COM
Figura 1: Indstria Petroqumica: Esquema Simplificado Fonte: Instituto de Economia da Unicamp
-
39
leo cru
SETOR PETRLEO Refinao de petrleo e
tratamento de gs natural
Gs natural
Matria-prima combustvel Mercado
SUB-SETOR PETROQUMICO Bsico
Amnia
SUB-SETOR PETROQUMICO Intermedirio
Intermedirios
Fertilizantes
SEGMENTOS PRODUTOS FINAIS
RESINAS E PLSTICOS
ELASTME- ROS
FIBRAS SINTTICAS
TENSO- ATIVOS
SOLVENTES E OUTROS
SETORES
ARTEFATOS DE PLSTI-
CO
BORRACHA E PNEU-
MTICOS
TECIDOS E CONFEC-
ES
SABES E DETER- GENTES
TINTAS E
VERNIZES
Figura 2 Vinculao da Petroqumica com os demais Setores Industriais
-
40
Produtos
Farmacuticos
Higiene pessoal, Perfumaria e Cosmticos
Sabes e Detergentes
Produtos Qumicos de Uso Industrial Defensivos Agrcolas
Adubos e Fertilizantes
Tintas, Esmaltes e Vernizes
Outros
Produtos Inorgnicos Cloro e lcalis Intermedirios para fertilizantes Gases industriais
Produtos Orgnicos Petroqumicos bsicos Intermedirios para plsticos, resinas, termofixos,
fibras sintticas, detergentes, plastificantes Corantes e pigmentos Solventes industriais Plastificantes
Resinas e Elastmeros
Produtos e preparados qumicos diversos (aditivos, colas, catalisadores e outros)
Figura 3 Presena da Indstria Qumica na Vida Cotidiana Fonte: Abiquim BAH
-
41 Entre os diversos aspectos em que se pode observar a influncia da indstria
qumica e petroqumica na vida cotidiana apontados na Figura 3, merece referncia especial o
seguinte:
== Aumento da produtividade agrcola, com o conseqente crescimento da oferta de alimentos, atravs da produo de fertilizantes, defensivos agrcolas e produtos de uso veterinrio;
== Fabricao em larga escala de medicamentos e de artigos de higiene
pessoal e limpeza;
Expanso das redes de saneamento bsico, tratamento e suprimento de gua potvel;
Ampliao da oferta de fios e fibras sintticas para abastecimento da
indstria do vesturio.
A indstria qumica mundial expandiu-se rapidamente e passou a ser sinnimo de
desenvolvimento econmico. Durante muito tempo o consumo de cido sulfrico era um
indicador do grau de desenvolvimento econmico de um pas. Hoje, o faturamento da
indstria qumica de um pas acompanha seu PIB no ranking dos pases mais ricos.
O grfico a seguir mostra, em 2001, as maiores indstrias qumicas mundiais pelo seu
faturamento e pela relao faturamento / consumo aparente nacional. Na parte baixa do
grfico pode-se observar a correlao entre o rank PIB e o rank Qumico.
O Brasil, com o 9 PIB mundial, tambm aparece como 9 no ranking da indstria
qumica mundial. A indstria qumica, portanto, desde o tempo em que emprestava o seu
consumo de cido sulfrico para aferio do desenvolvimento industrial, continua sendo
elemento de grande importncia no progresso das naes.
Dos 10 pases indicados no Grfico 1, o Brasil o que apresenta a menor relao
faturamento / consumo aparente nacional, de 84%, revelando, talvez, a prtica de preos
-
42
US$
Bilh
es
relativos menores quando comparado com os Estados Unidos fixados em 100%. A
Alemanha est no outro extremo com 120%.
Maiores Indstrias Qumicas Mundiais (2001)
500 1
450
400
350
300
250
200
100%
106%
120%
85%
114%
90%
100%
113%
84%
1
1 95%
1
1
150 0
100 0
50
0 0 EUA Japo Alemanha China Frana Itlia Coria Reino Unido Brasil ndia
Rank Qumica 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Rank PIB 1 2 3 6 5 7 14 4 9 13
Faturamento Faturamento / Consumo Aparente Nacional %
Figura 4: Grfico 1 - Maiores Indstrias Qumica Mundiais (2001) Fonte: American Chemistry Council: IMF International Financial Statistics.
A abrangncia e importncia da indstria qumica, e sua penetrao nos diversos
segmentos da atividade econmica, esto ilustradas, de forma grfica, com estimativas de
composio do faturamento lquido da indstria qumica brasileira em 2001.
Os produtos qumicos de uso industrial, incluindo a os produtos qumicos
inorgnicos, os produtos qumicos orgnicos e as resinas e elastmeros representam cerca de
51% do faturamento lquido estimado em US$ 38,3 bilhes.
Os produtos farmacuticos contribuem com 15%, os de higiene pessoal com 8%,
adubos e fertilizantes com 7%, sabes e detergentes com 5%, defensivos agrcolas com 6%,
tintas, esmaltes e vernizes com 4% e outros com 4%.
-
43
Composio do Faturamento Lquido da Indstria Qumica em 2001
Tintas, esmaltes e vernizes
Defensivos agrcolas
Sabes e detergentes
Adubos e fertilizantes
Higiene pessoal,
perfumaria e cosmticos
Produtos farmacuticos
Outros
Produtos qumicos de uso industrial
Produtos qumicos
inorgnicos
Produtos qumicos orgnicos
Resinas e elastmeros
US$ 19,8 bilhes
Cloro e lcalis 2% Intermedirios para fertilizantes 4%
Gases industriais 3%
Outros inorgnicos 3%
Petroqumicos bsicos 6%
Intermedirios para resinas e fibras 4%
Outros produtos qumicos orgnicos 9% Resinas termoplsticas 8%
Resinas termofixas 1%
Elastmeros 1%
Produtos e preparados qumicos diversos 10%
Total = US$ 38,3 bilhes
Figura 5: Grfico 2- Composio do Faturamento Lquido da Indstria Qumica Brasileira em 2001 Fonte: Abiquim
Nos Grficos 2 e 3 e Tabela 1, elaborados pela Abiquim, pode-se observar a evoluo
da composio do faturamento lquido da indstria qumica brasileira, de 1990 a 2002, a
destinao dos produtos qumicos e a participao de produtos qumicos no consumo de
insumos de determinados setores.
Evoluo da Composio do Faturamento Lquido da Indstria Qumica (US$ Bilhes)
Outros Tintas, esmaltes e vernizes Defensivos agrcolas Sabes e Detergentes Adubos e Fertilizantes
Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosmticos Produtos Farmacuticos
Produtos Qumicos de Uso Industrial
Figura 6: Grfico 3- Evoluo da Composio do Faturamento Lquido da Indstria Qumica (US$ Bilhes)
-
44 Dando-se um corte vertical a cada ano, pode-se observar que a distribuio relativa
do faturamento permanece constante, seguindo a mesma seqncia apresentada no grfico
anterior. Causa surpresa observar que o faturamento de perfumaria e cosmticos apresenta-se
superior ao faturamento de adubos e fertilizantes. A aplicao de adubos e fertilizantes em
larga escala, por ter preos unitrios menores, no consegue superar o faturamento dos
perfumes e cosmticos, de preos por unidade mais elevados. Os produtos qumicos de uso
industrial representam cerca de metade do faturamento ao longo dos anos pesquisados pela
Abiquim.
O consumo de produtos qumico distribudo com 57% para a indstria, 22% para
consumo familiar, 12% para agropecuria e 9% para servios / comrcio, como indicado a
seguir:
-
45 Destinao dos Produtos Qumicos (1)
Consumo de
Produtos Qumicos
Indstria
Mveis
Papel e celulose
Automveis 57% Artigos de plstico
Artefatos de Borracha
Embalagens
Consumo Famlia
Medicamentos
Higiene pessoal e limpeza 22% Cosmticos e perfumaria
Alimentcio
Agropecuria
Defensivos agrcolas
Adubos e fertilizantes
12% Produtos veterinrios
Embalagens
Servios /
Construo Civil
Comrcio Comunicao 9% Mobilirio
Transportes
Tabela 1: Destinao dos Produtos Qumicos Destina Fonte: Sistema de Contas Nacionais (IBGE 2000) Guide to the Business of Chemistry Analysis BSH / Abiquim. (1) Em valor
O consumo de 22% de produtos qumicos atravs do uso de medicamentos, higiene
pessoal e limpeza, cosmticos e perfumaria, e em alimentos, d uma idia clara da influncia
que exerce a indstria qumica na vida quotidiana das pessoas.
Analisando o consumo de produtos qumicos por suas aplicaes em setores, observa-
se a predominncia das aplicaes em artigos de plstico com 69%, seguidos dos artefatos de
borracha com 55%, dos materiais para vesturio com 30%, dos produtos txteis com 27% e da
agricultura com 26%.
-
46
80%
69%
60%
50%
55%
30%
20%
10%
0%
Artigos de Plstico Artefatos de Borracha
30% 27% 26%
Vesturio Txtil Agricultura
Figura 7: Grfico 4 - Participao de Produtos Qumicos no Consumo de Insumos de Determinados Setores (em valor) Fonte: Sistema de Contas Nacionais (IBGE 2000) ABIQUIM / BAH
3.3 PRINCIPAIS CARACTERSTICAS DA INDSTRIA PETROQUMICA
A Indstria Petroqumica, como toda a indstria de produtos qumicos orgnicos,
intensiva em capital, requer plantas de grande porte, so densas em tecnologia e so sensveis
aos efeitos de escala.
A Tabela 2 apresenta dados de duas plantas tpicas de manufatura de produto da
qumica orgnica, uma planta pequena e uma grande13. A planta pequena foi considerada com
uma capacidade de 100.000.000 lb./ano (45.359,24 t/ano) e um custo de investimento
estimado em US$ 40 milhes, enquanto a planta grande foi tida com uma capacidade de
600.000.000 lb./ano (272.155,42 t/ano) e um custo de investimento estimado em US$ 110
milhes.
13 SPITZ, Peter H. Petrochemicals: the rise of the industry. New York: John Wiley & Sons, 1988.
-
47 Custos Planta
Pequena
Planta
Grande
Custos Variveis
Matrias-Primas 5,2 5,2
Utilidades 1,0 0,7
Outros (catalisadores, agentes de processo, etc.) 0,5 0,5
Total dos Custos Variveis ( /lb.) 6,7 6,4 Custos Fixos
Mo-de-Obra 0,6 0,2
Manuteno 1,6 0,8
Depreciao 4,0 2,0
Administrao 2,0 1,0
Total dos Custos Fixos ( /lb.) 8,2 4,0
Total dos Custos de Produo ( /lb.) 14,9 10,4
Tabela 2: Custo de Produo de Fbricas de Produto da Qumica Orgnica ( /lb.) Fonte: SPITZ, Peter H. Petrochemicals: the rise of the industry. New York: John Wiley & Sons, 1988.
O aumento da capacidade de 500% proporciona um aumento do custo de investimento
de apenas 175% e uma reduo dos custos de fabricao de 43,27%, o que confirma as
observaes acima sobre investimento e efeitos de escala. No exemplo citado, o fator de
escala calculado pela equao de LANG de 0,56, sendo este fator igual ao valor de f obtido
na seguinte equao: (Investimento A / Investimento B) = (Capacidade A / Capacidade B)f.
Por questes econmicas ligadas necessidade de reduo do custo de produo, a
indstria petroqumica apresenta a caracterstica de ser uma indstria integrada. Quanto maior
o grau de integrao, isto , de concentrao, ela mais competitiva. Essa integrao no se
verifica apenas no processamento industrial, mas tambm no suprimento de utilidades,
manuteno industrial e at mesmo na organizao empresarial.
-
48 Algumas empresas do setor txtil, por exemplo, chegam a produzir petroqumicos
bsicos, produtos intermedirios, produtos finais, o fio txtil, o tecido, a confeco e a fazer
comercializao dos produtos do vesturio. Elas comandam toda a cadeia, inclusive com
lanamento da moda, fabricando produtos que atendem demanda de nylon, polister ou
acrlico. O planejamento do lanamento de um produto novo chega a ser feito com
antecedncia de dois anos.
A indstria petroqumica, alm da caracterstica de economia de escala j analisada,
apresenta uma outra caracterstica igualmente importante: a economia de aglomerao.
Quanto maior o tamanho das unidades produtivas menor o investimento mdio unitrio, e
quanto maior a proximidade fsica das plantas menor seu custo operacional.
3.4 CONCEITO DE PLO PETROQUMICO E SUA ORGANIZAO
O conceito de Plo Petroqumico, de origem japonesa e introduzido no Brasil
inicialmente em Camaari (BA) e depois em Triunfo (RS), compreende a reunio de todas as
unidades produtivas numa mesma micro-localizao: petroqumicos, utilidades, manuteno e
tratamento de efluentes.
Os objetivos econmicos da indstria qumica podem ser definidos por diferentes
maneiras. A escolha de selecionar a forma de organizao ao longo de linhas do ramo da
rvore enfatiza a influncia da integrao vertical na evoluo do setor qumico.
Tradicionalmente, entretanto, os objetivos da indstria qumica tm sido definidos de acordo
com a funo qumica14.
As empresas que adotam uma estratgia de integrao horizontal so motivadas pelo
aproveitamento das estruturas de marketing e semelhanas dos processos produtivos. A
14 HANN, Albert V. G. The petrochemical industry: markets and economics. New York: Mc. Graw-Hill Book Company, 1970.
-
49 despeito desse tipo de motivao, na indstria petroqumica a predominncia recai na
escolha pela integrao vertical.
-
50 4 A INDSTRIA PETROQUMICA BRASILEIRA, ORIGEM E IMPLANTAO
As primeiras unidades brasileiras da indstria petroqumica foram implantadas por
empresas estrangeiras. Elas consumiam matrias-primas fornecidas pelas refinarias de
petrleo e eram unidades isoladas sem nenhum relacionamento entre si. Na poca, discutia-se
sobre a abrangncia do monoplio estatal do petrleo, se este englobava ou no a indstria
petroqumica. A dvida retardava a tomada de decises sobre investimentos no setor, e por
muito tempo inibiu os investidores.
No mbito do governo, as primeiras iniciativas foram a criao da Comisso de
Desenvolvimento Industrial15, do Grupo Executivo da Indstria Qumica Geiquim16 e da
Comisso Especial de Petroqumica17, dentro do Conselho Nacional de Petrleo (CNP). A
Comisso de Desenvolvimento Industrial foi, posteriormente, transformada em Conselho de
Desenvolvimento Industrial18.
Em 1965, um relatrio da Comisso Especial de Petroqumica19 delineava as diretrizes
polticas que seriam seguidas pelo governo ao concluir que A indstria petroqumica possui
caractersticas prprias que a enquadram inquestionavelmente como indstria qumica. O
desenvolvimento da indstria petroqumica no est, portanto, condicionada ao da indstria de
refino de petrleo. O referido relatrio vaticinava que para criar um ambiente conjuntural
favorvel ao desenvolvimento da indstria petroqumica, que fossem aplicadas diretrizes
emanadas do CNP, que dizia:
a) A implantao da indstria petroqumica deve caber, tanto quanto possvel, iniciativa privada;
15 BRASIL. Decreto n 53.898, de 29 de abril de 1964. 16 BRASIL. Decreto n 53.975, de 19 de junho de 1964. 17 Criada em 13 de outubro de 1964. 18 BRASIL. Decreto n 65.016 de 18 de agosto de 1969. 19 CONSELHO NACIONAL DO PETRLEO. Relatrio da Comisso Especial de Petroqumica. Rio de Janeiro, 1965.
-
51 b) A indstria petroqumica setor industrial no sujeito ao monoplio de produo da Unio;
c) A Petrobrs poder exercer atividade industrial e comercial no setor da petroqumica.
A instalao da primeira petroqumica brasileira ocorreu em 1952, quando o CNP
decidiu pela construo de uma fbrica de fertilizantes (FAFER) em Cubato, So Paulo,
objetivando a produo de amnia a partir dos gases residuais da refinaria ali instalada. Esta
fbrica comeou a funcionar em 195820. Ainda nesse ano, a Petrobrs iniciava o fornecimento
de eteno e propeno, alm de dar incio ao projeto de uma fbrica de borracha sinttica
(FABOR) em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, junto Refinaria Duque de Caxias
(REDUC21). Paralelamente ao da Petrobrs, surgiu outra iniciativa sob controle do
Estado: o governo do Estado de Pernambuco e o Instituto do Acar e do lcool decidiram
implantar uma fbrica de polibutadieno a partir do lcool (COPERBO)22.
O primeiro plo petroqumico a instalar-se no Pas foi o de So Paulo, em 1972. Ele
nasceu de uma iniciativa do grupo nacional privado Capuava (famlia Soares Sampaio), que j
era proprietrio da Refinaria Unio, em Capuava. Alm da unidade de primeira gerao
(central de matrias-primas), o investimento previa algumas unidades de segunda gerao
(monmero de cloreto de vinila, cloreto de polivinila, polietileno, tetrmero de propeno e
cumeno). Dado o grande volume de capital necessrio para tal empreendimento, o grupo
Capuava procurou associar-se a uma empresa multinacional de grande porte. Associou-se
primeiramente Gulf Oil Corporation, norte- americana, e com a desistncia desta, associou-
se Phillips Petroleum, tambm norte-americana, que j participava do projeto Ultrafrtil, em
associao com o grupo Ultra. Comps-se tambm com dois grupos nacionais, o grupo
financeiro Moreira Sales e o grupo Ultra. Com a desistncia da Phillips Petroleum, em 1968,
20 PETROBRS. A indstria petroqumica no Brasil. Cadernos Petrobrs 7, Rio de Janeiro, 1984. 21 ibid. 22 ibid.
-
52 o projeto teve andamento com a entrada da recm-criada Petroquisa23. O grupo Moreira
Salles e o grupo Capuava associaram-se norte-americana Hanna Mining para formar a
Unipar, holding que passou a deter as participaes do grupo Capuava na Petroqumica Unio
(PQU).
A primeira iniciativa ligada produo de combustveis de origem mineral no Estado
da Bahia data de 1889, quando foi instalada a fbrica John Grant & Co., em Mara, com a
razo social de Cia. Internacional de Marah, para fabricar querosene, velas de parafina e
sabo, utilizando como matria-prima a turfa de Mara, conhecida com a designao de
marauto. O complexo industrial contava com uma fbrica de cido sulfrico, a terceira
instalada no Brasil, e funcionou de 1989 a 189324.
A primeira unidade industrial petroqumica comeou a ser instalada na Bahia em
setembro de 1962 por iniciativa da Petrobrs25. O Conjunto Petroqumico da Bahia (COPEB)
comeou a produzir amnia no dia 17 de julho de 1971, e uria no dia 14 de outubro do
mesmo ano, em Camaari, no mesmo local onde foi implantado o Complexo Bsico do Plo
Petroqumico de Camaari. O COPEB hoje se chama FAFEN Fbrica de Fertilizantes
Nitrogenados, e pertence Petrobrs26.
Tambm em 1962, a Petrobrs instalou a primeira unidade de processamento de gs
natural do Pas, no municpio de Pojuca, conhecida como planta de gasolina natural de Catu.
Esta unidade entrou em funcionamento em 1964, extraindo condensados (butano e
propano para produo de gs liquefeito de petrleo) e gasolina natural27.
23 WONGTSCHOWSKI, Pedro. Indstria qumica, riscos e oportunidades. So Paulo: Edgard Blcher Ltda, 2002. 24 CARRARA Jr., Ernesto; MEIRELLES, Hlio. A indstria qumica e o desenvolvimento do Brasil: 1500- 1889. So Paulo: Metallivros, 1996. 25 O autor estudava engenharia qumica na UFBA e visitou o canteiro de obras em 1963, uma iniciativa do professor de geologia Walmor Barreto. 26 MELO, Gilberto. Fafen: uma fbrica de vida. Salvador: Umpontodois studios e produes, 2003. 27 AGNCIA NACIONAL DE PETRLEO.A indstria brasileira de gs natural: regulao atual e desafios futuros. Rio de Janeiro, 2001.
-
53 A Companhia Eletroqumica da Bahia, idealizada por Roque Perrone, foi fundada
em 1963 para produzir 5 t/dia de soda custica e cloro. O objetivo era fornecer soda custica
para a fbrica de lubrificantes da Petrobrs. Estava localizada em Lobato, subrbio de
Salvador, e passou, logo no incio de seu funcionamento, ao controle do Grupo Unio. Sua
razo social mudou para Companhia Qumica do Recncavo CQR e sua capacidade de
produo foi aumentada para 20 t/dia e em seguida para 40 t/dia, quando passou para o
controle da Petroquisa em 1976. Em maro de 1979 foi transferida para Camaari, hoje possui
uma capacidade de 120 t/dia e uma das unidades fabris da Braskem28.
Outra iniciativa que merece registro foi a do empresrio Max Paskin29, fabricante de
chapas acrlicas no Rio de Janeiro, que, atrado pelos incentivos fiscais do Nordeste, fundou,
em 08 de julho de 1966, a Paskin S/A Indstria Qumicas para produzir, em Candeias,
metacrilato de metila, acetona cianidrina, cido ciandrico e cianeto de sdio. As fbricas
entraram em funcionamento em 1974, e hoje pertencem ao Grupo Unigel e tm a designao
de Proquigel30.
A criao da Petroquisa, empresa subsidiria da Petrobrs, no final do ano de 1967,
definiu a participao do governo no setor e encorajou os empresrios privados brasileiros a,
tendo o governo como scio e parceiro, associar-se com os grupos estrangeiros. Assim, foram
atrados empresrios do setor de celulose e papel31, banqueiros32 e empreiteiros33, dentre
outros.
28 Informao prestada pelo engenheiro Paulo Mariano que por quase 20 anos fora seu Superintnedente.
29 O autor, estudante do ltimo ano de engenharia qumica da UFBA, esteve com Max Paskin no final de 1966, no Hotel da Bahia, sendo entrevistado para ser admitido como estagirio da empresa. Paskin negociava a aquisio de tecnologia russa por dificuldades de obter tecnologia do Ocidente. Posteriormente, adquiriu tecnologia japonesa. 30 PASKIM S/A. Resumo tcnico: folder institucional da empresa. [s.l.], [s.d.] 31 Grupo
Suzano. 32 Grupo Econmico, Grupo Mariani e Grupo
Ita. 33 Camargo Correia, Engrel e
Odebrecht.
-
54 A recomendao, feita por tcnicos da Petrobrs e do Banco Nacional do
Desenvolvimento Econmico34 BNDE, de que a indstria petroqumica deveria expandir-se
em bloco e em toda a linha, em virtude de suas relaes intra e intersetoriais, fez com que a
Petroquisa adotasse o modelo de construo de conjuntos completos. Estes conjuntos foram
denominados de plos petroqumicos.
Os fatos que acabaram por consolidar o segundo plo petroqumico em Camaari, na
Bahia, desenrolaram-se na seguinte seqncia35:
== Em 1967 a Companhia de Desenvolvimento do Recncavo Conder, do governo do Estado da Bahia, encomenda CLAN Consultoria e Planejamento um estudo das possibilidades de instalao de indstrias petroqumicas na Bahia e, em particular, das oportunidades da Petrobrs naquele Estado;
== Em 1968 a Petrobrs informou ao Geiquim a disponibilidade de 60 mil t/ano de propeno, tendo o Geiquim aprovado os seguintes projetos: acrilonitrila para a Fisiba36, octanol para a Ciquine37, xidos de propeno e poliis para a Dow e polipropileno para a Polibrasil;
== Em 1969 fica pronto o estudo da CLAN, coordenado por Rmulo Almeida, do qual participam funcionrios da Petrobrs, Petroquisa, BNDE e Geiquim, destacando a atuao de Paulo Vieira Belotti (BNDE) e Otto Vicente Perrone (Petrobrs); o estudo recomendava fortemente a instalao do segundo plo naquele Estado;
== Em 1970, a Resoluo 2/70 do CDI dispunha:
o Secretaria Geral do CDI, que tomasse as medidas que se fizessem necessrias implantao do plo petroqumico no Estado da Bahia; o Sudene, o reconhecimento de prioridade A aos projetos aprovados pelo Geiquim; o Petrobrs, que exercesse, pela Petroquisa, a liderana na implantao dos projetos; o Da criao de um grupo de trabalho, a fim de definir as medidas indispensveis implantao do Plo petroqumico do Nordeste;
== Em 1971, a resoluo presidencial de 16 de setembro de 1971 estabelecia a localizao do segundo plo petroqumico brasileiro em Camaari, no Estado da Bahia;
34 O BNDE teve sua razo social alterada em 1982 para BNDES Banco Nacional do Desenvolvimento Econmico e Social. 35 WONGTSCHOWSKI, op.cit. 36 FISIBA Fibras sintticas da Bahia, instalada em Camaari. 37 CIQUINE Companhia Qumica do Nordeste instalada em Camaari
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== Em 1972, a Petroquisa cria a Companhia Petroqumica do Nordeste Copene, para liderar a implantao da central de matrias-primas e, ao mesmo tempo, estimular a implantao das unidades de segunda gerao.
Os plos petroqumicos de So Paulo, regio Sudeste, localizado em Cubato; da
Bahia, regio Nordeste, localizado em Camaari; e do Rio Grande do Sul, regio Sul,
localizado em Triunfo, so constitudos de indstrias de primeira e segunda gerao. Seus
clientes pertencem industria de terceira gerao petroqumica, e os principais deles esto
localizados na regies Sul e Sudeste do Brasil, principalmente em So Paulo, conseqncia do
crescimento industrial e da disponibilidade de matrias-primas38.
Camaari
Cubato
Triunfo Figura 8: Mapa Regional do Brasil Fonte: IBGE e Autor
38 CARDOSO, Hlio Meirelles. A indstria brasileira do plstico. SEMINRIO DA INDSTRIA DE PLSTICOS NO NORDESTE, Anais ... Salvador, 1997. p.6.
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56 5 O PLO PETROQUMICO DE CAMAARI, HISTRIA, ORGANIZAO, EMPRESAS, PRODUTOS E CAPACIDADE INSTALADA
A histria do Plo Petroqumico de Camaari constitui-se no captulo mais importante
da histria da petroqumica brasileira pelo seu ineditismo e pelo desafio que representou para
a industrializao do Pas. A localizao, em regio pobre e sem estrutura industrial, trazia
consigo a esperana de incio de uma nova era. Pela primeira vez, o governo escolhia a regio
Nordeste para instalar um complexo industrial de envergadura depois de ter incentivado a
instalao de tantos outros no Sudeste, a exemplo da indstria automobilstica, siderrgica, de
bens de capital e metalrgica, condenando a regio a se manter como fornecedora de produtos
primrios agrcolas. A histria do Plo Petr