O Papel Do Psicólogo

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Psicologia e Epidemiologia: Contribuições do Psicólogo à população idosa. Uma pergunta a ser feita em relação à Psicologia é: qual o papel da epidemiologia para o psicólogo? O contrário também pode ser questionado. É sabido que a epidemiologia é um estudo descritivo exploratório que descreve um fenômeno ou situação mediante estudo realizado em determinado espaço de tempo. Assim, levando-se em conta o trabalho desenvolvido pela epidemiologia, pode-se dizer que este pode contribui para o trabalho do psicólogo, visto que as análises da situação de saúde da população brasileira identificam avanços importan- tes traduzidos na redução significativa de alguns problemas, uma vez que mostram taxas e reaparecimento de doenças da população que podem estar vulneráveis a doenças que deveriam estar superadas. Também ajudam a traçar o quadro da situação de saúde da população brasileira, os problemas de saúde que afligem ou podem vir a afligir os brasileiros e o intrincado conjunto de determinantes envolvidos. Desse modo, as previsões estatísticas têm um papel importante e útil na criação de estratégias e programas de saúde para a população. Ter uma projeção da saúde de uma geração futura também ajuda as pessoas do presente a tomarem atitudes preventivas a fim de evitar as doenças projetadas. Os programas e campanhas criados pelo governo sobre a obesidade são um exemplo disso. Isso envolve o profissional da psicologia, porque este está

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Psicologia e Epidemiologia: Contribuições do Psicólogo à população idosa.

Uma pergunta a ser feita em relação à Psicologia é: qual o papel da

epidemiologia para o psicólogo? O contrário também pode ser questionado.

É sabido que a epidemiologia é um estudo descritivo exploratório que descreve

um fenômeno ou situação mediante estudo realizado em determinado espaço de tempo.

Assim, levando-se em conta o trabalho desenvolvido pela epidemiologia, pode-se dizer

que este pode contribui para o trabalho do psicólogo, visto que as análises da situação

de saúde da população brasileira identificam avanços importantes traduzidos na redução

significativa de alguns problemas, uma vez que mostram taxas e reaparecimento de

doenças da população que podem estar vulneráveis a doenças que deveriam estar

superadas. Também ajudam a traçar o quadro da situação de saúde da população

brasileira, os problemas de saúde que afligem ou podem vir a afligir os brasileiros e o

intrincado conjunto de determinantes envolvidos. Desse modo, as previsões estatísticas

têm um papel importante e útil na criação de estratégias e programas de saúde para a

população. Ter uma projeção da saúde de uma geração futura também ajuda as pessoas

do presente a tomarem atitudes preventivas a fim de evitar as doenças projetadas. Os

programas e campanhas criados pelo governo sobre a obesidade são um exemplo disso.

Isso envolve o profissional da psicologia, porque este está inserido neste contexto

colaborando par que estas medidas possam ser desenvolvidas.

Além do mais, tal qual é proposto pela clínica ampliada, o profissional de

Psicologia não pode atuar de forma individualizada. No que tange á questão da saúde, o

trabalho deve ser interdisciplinar. Dessa forma, a eficiência de vários profissionais, nas

suas diversas áreas e trocando informações com os demais podem, efetivamente, fazer

um trabalho mais completo em relação á saúde dos brasileiros. Obviamente que este

quadro dependerá também, em grande parte, da implementação de uma série de

políticas e outras ações públicas potencialmente efetivas e que venham a exercer

impacto sobre tais determinantes. Dependerá ainda da consolidação da rede de atenção

básica à saúde que tenha capacidade resolutiva e seja de qualidade, e ainda do

desenvolvimento científico que dê suporte às ações planejadas e estimule o surgimento

de inovações que tragam soluções para problemas atualmente existentes e para os quais

faltam conhecimentos ou tecnologias adequadas.

Outra questão a se pensar, refletir e promover debates e cobranças é a das

políticas públicas, para que as iniciativas que estão dando certo sejam dadas

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continuidade, como, por exemplo, o trabalho realizado pelos CAPS. Pensar que está

parte da população, muitas vezes marginalizada deva ser assistida é um dos primeiros

passos para se pensar a saúde mental no Brasil. Em todas estas questões, críticas e

reflexões estão imbricados tanto o papel da epidemiologia quanto do psicólogo.

Idoso e a Psicologia:

O aumento progressivo da população idosa trouxe desafios que convertem o

envelhecimento em tema urgente e dominante neste século XXI. As demandas vindas

do envelhecimento populacional transformaram-se em exigências para as áreas da

saúde, em especial a psicologia. Interagir saberes e desenvolver competências para

trabalhar de modo interdisciplinar são requisitos mínimos para que os trabalhos

produzidos pelas diversas profissões, possam oportunizar respostas eficazes para uma

vida digna para os idosos.

Diante de tamanha responsabilidade indagamos o papel do psicólogo em relação

à promoção de saúde na velhice, tendo a subjetividade como um mediador. Um dos

papéis relaciona-se diretamente na formação de psicólogos, com o incentivo nos campos

do envelhecimento e da velhice, haja vista que não é uma área explorada pela

psicologia. Entre os caminhos possíveis, a produção de conhecimentos e o ensino de

qualidade, em uma perspectiva de que a 3ª idade trata-se do desenvolvimento que dura

toda a vida. Há ainda a produção de literatura de divulgação e a educação permanente

orientada a idosos e a não idosos, as quais podem ajudar a diminuir os preconceitos em

relação aos idosos e à velhice. E por ultimo, e talvez o mais importante, é a preparação

de profissionais para atuação nos sistemas público e privado de saúde, oferecendo

suporte, orientação, reabilitação e alívio, investindo em possibilidades de auto-cuidado e

auto-desenvolvimento (NERI).

Nesse campo, impõe-se uma mudança de perspectiva. Os idosos não são

indivíduos a ser tutelados pelos profissionais, pelo governo ou por outras instituições.

São indivíduos donos de sua história e da história de seu tempo. Têm discernimento,

capacidade de escolha e experiência, condições que devem ser respeitadas. Envelhecer

implica perdas, mas também em ganhos (GARRIDO E MENEZES). Mediante atuações

embasadas em solidez teórica e discernimento na análise das condições de contexto, os

psicólogos podem apoiar os idosos, na sua justa busca por continuidade no

desenvolvimento e por bem-estar. Podem ajudar a sociedade a construir as condições

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necessárias ao desenvolvimento e ao envelhecimento bem sucedidos de todos os seus

membros

O papel da escuta psicológica, o acolhimento das questões relativas às

experiências de vida é necessário nos processos de subjetivação. O acolhimento da

estranheza diante deste novo – o envelhecimento – precisa de um lugar para ser

pensado. Lembrando que é possível reavaliar e orientar a própria vida. Como psicólogos

que trabalham para rede pública, a intervenção deve ocorrer em um modelo de gestão e

assistência fragmentada, numa rede onde o diálogo entre os setores favoreçam a equipe

multidisciplinar e o projeto terapêutico dos pacientes.

Referências

AGICH,G. J. Dependência e autonomia na velhice.São Paulo: Loyola, 2008

NERI, A. L. Qualidade de vida na velhice e subjetividade, p.13-60. In NERI, A. L.

(org). Qualidade de vida na velhice. Enfoque multidisciplinar. Campinas: Papirus. 2007.

Garrido R, Menezes PR. O Brasil está envelhecendo: boas a más notícias por umaperspectiva epidemiológica. Rev Bras Psiquiatr 2002; 24(Supl I):3-6.

http://www.blogdasaude.com.br/saude-social/2012/04/16/como-estara-a-saude-em-

2030/

http://portal.fiocruz.br/pt-br/content/sa%C3%BAde-no-brasil-em-2030-diretrizes-para-

prospec%C3%A7%C3%A3o-estrat%C3%A9gica-do-sistema-de-sa%C3%BAde