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O PAPEL DAS TICS (TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO)
NO PROCESSO DE EDUCAÇÃO PELA PESQUISA
Paulo Sergio de Moraes 1
RESUMO
O artigo em questão trouxe como objetivo analisar a importancia das TICS
(Tecnologias de Comunicação e Informação) no processo de educação pela
pesquisa, tendo em vista que na atualidade a educação a distância possibilita a
inserção do aluno como sujeito de seu processo de aprendizagem, com a
vantagem de que ele também descobre formas de tornar-se sujeito ativo da
pesquisa e do compartilhar de conteúdos. No entendimento deste estudo
bibliografico, descritivo com pesquisa qualitativa, compete às instituições que
promover o ensino a distância e buscar desenvolver seus programas de acordo
com os quatro pilares da educação, definidos pela Unesco. Aprender a
conviver diz respeito ao desenvolvimento da capacidade de aceitar a
diversidade, conviver com as diferenças, estabelecer relações cordiais com a
diversidade cultural respeitando-a e contribuindo para a harmonia mundial.
Palavras-chave: Pesquisa. TICS. Desenvolvimento. Aprendizagem.
1. INTRODUÇÃO
Nesse processo de aprendizagem, assim como no ensino regular o
orientador ou o tutor da aprendizagem atua como "mediador", isto é, aquele
que estabelece uma rede de comunicação e aprendizagem multidirecional,
através de diferentes meios e recursos da tecnologia da comunicação, não
podendo assim, se desvincular do sistema educacional e deixar de cumprir
funções pedagógicas no que se refere à construção da ambiência de
aprendizagem. Esta mediação tem a tarefa adicional de vencer a distância
física entre educador e o educando. O qual, deverá ser auto-disciplinado e
auto-motivado, para que possa superar os desafios e as dificuldades que
surgirem durante o processo de ensino-aprendizagem. Hoje, se tem uma
educação diferenciada como: presencial, semi-presencial e educação à
1Graduação Letras Língua Portuguesa/Inglesa e Literaturas. CETSOP/Assis CHATEAUBRIAND - PR: Especialização em Interdisciplinaridade na Formação do Profissional. Mestrado em Ciências da Educação/UNINTER- Paraguai.
distância. A presencial são os cursos regulares onde professores e alunos se
encontram sempre numa instituição de ensino.
Temos sido testemunhas de uma gradual evolução das tecnologias da
informação durante décadas. A evolução tecnológica tem sido rápida e
surpreendente, gerando novas formas de pensar e de se relacionar com os
objetos do conhecimento. Nesse mundo digitalizado e globalizado, através das
telecomunicações e da informática, a técnica torna-se uma das dimensões
fundamentais da transformação do mundo humano pelo próprio homem.
Com a utilização das redes digitais produz-se a manifestação de um
grande movimento tecnológico em que dados, imagens, sons e mensagens são
digitalizados. Cria-se então, cada vez mais se expandindo, um “ciberespaço”
propiciando um número cada vez maior de interações entre as pessoas que
podem Ter acesso e trocar informações de todo o tipo, constituindo
comunidades virtuais com os mais distintos objetivos. Junto a isso, a tecnologia
das redes modifica também os conceitos de tempo e espaço, na medida em
que possibilita que várias pessoas, situadas em diferentes lugares, possam
trabalhar junta, trocar informações, aprender e ensinar. O que poderíamos
chamar de “educação virtual” não representa somente a possibilidade de levar
a aprendizagem até onde às pessoas se encontram. Este potencial de
inovação proporcionado pelas redes digitais aponta para a renovação de
práticas pedagógicas que permitem o intercâmbio e o acesso a parceiros
externos, a especialistas e a inúmeras fontes de informação.
Percebe-se que na atualidade, com a modernização das indústrias,
impulsionada pelas tecnologias, houve necessidade de mudanças na formação
dos saberes do docente. Uma vez que a universidade é o cenário ideal para a
preparação do mestre visionário atual, a formação do docente só pode ser
viabilizada se for a um sentido formador de suas próprias capacidades, de uma
capacitação continua, uma vez que as tecnologias são dinâmicas.
Nesse contexto, o estudo tem por objetivo analisar a importancia das
TICS (Tecnologias de Comunicação e Informação) no processo de educação
pela pesquisa, uma vez que a universidade é o cenário ideal para esta
formação para a sociedade da comunicação, pois impulsionado pelas novas
tecnologias exigem cada vez mais métodos que integre este docente para
exercer com dignidade seu papel na sociedade. Embora os investimentos do
governo na criação de vários programas para a formação destes docentes nos
diversos segmentos da sociedade ainda não sejam suficientes, é necessária a
formação urgente através da criação de métodos diários que preparem estes
professores para aprender a buscar métodos alternativos com autonomia e
alteridade, que provoquem uma ação dinâmica de sua maneira de agir
levando-os a refletir sobre seus próprios conceitos.
2. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A Educação a distância (EaD) é a modalidade de ensino que permite
que o aprendiz não esteja fisicamente presente em um ambiente formal de
ensino-aprendizagem, assim como, permite também que faça seu auto estudo
em tempo distinto. Diz respeito também à separação temporal ou espacial
entre o professor e o aprendiz. A EaD deve ser vista como possibilidade de
inserção social, propagação do conhecimento individual e coletivo, e como tal
pode ajudar na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. É nesta
direção que a Universidade vê a possibilidade de formar cidadãos conscientes
de seu papel sócio político, ainda que vivam em regiões onde a oportunidade
de ensino de qualidade seja remota ou que a vida contemporânea reduza a
disponibilidade para investir nos estudos. A interação (conexão) entre professor
e aluno se dá por meio de tecnologias, principalmente as telemáticas, como a
Internet, em especial as hipermídias, mas também podem ser utilizados o
correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax, o celular, o
iPod, o notebook, entre outras tecnologias semelhantes. Na expressão ensino
a distância a ênfase é dada ao papel do professor organizador e orientador da
aprendizagem. O termo educação é preferido por ser mais abrangente, embora
nenhuma das expressões, segundo o professor, seja plenamente completa
(Pedroso 2004, pg. 42).
2.1.2 Breve Histórico
Esta modalidade de ensino, em sua forma geral, é conhecida desde o
século XIX. Entretanto, somente nas últimas décadas passou a fazer parte da
vida pedagógica brasileira e mundial. Ela surgiu da necessidade do preparo
profissional e cultural de milhões de pessoas que, por vários motivos, não
podiam freqüentar um estabelecimento de ensino presencial, e avançou com
as tecnologias disponíveis em cada momento histórico, as quais influenciam o
ambiente educativo e a sociedade.
2.1.3. Grécia e Roma
Nos primórdios na Grécia antiga, e depois em Roma, existia uma rede
de comunicação que permitia o desenvolvimento significativo da
correspondência. Hoje temos a educação presencial, semi-presencial (parte
presencial/parte virtual ou a distância) e educação a distância (ou virtual). A
presencial é a dos cursos regulares, em qualquer nível, onde professores e
alunos se encontram sempre num local físico, chamado sala de aula. É o
ensino convencional. A semi-presencial acontece em parte na sala de aula e
outra parte a distância, através de tecnologias. A educação a distância pode ter
ou não momentos presenciais, mas acontece fundamentalmente com
professores e alunos separados fisicamente no espaço e ou no tempo, mas
podendo estar juntos através de tecnologias de comunicação.
2.1.4 Os Séculos XVII e XVIII
A partir da Revolução Científica iniciada no século XVII, as cartas
comunicando informações científicas inauguraram uma nova era na arte de
ensinar. Segundo Lobo Neto (1995), um primeiro marco da educação a
distância foi o anúncio publicado na Gazeta de Boston, no dia 20 de março de
1728, pelo professor de taquigrafia Cauleb Phillips: "Toda pessoa da região,
desejosa de aprender esta arte, pode receber em sua casa várias lições
semanalmente e ser perfeitamente instruída, como as pessoas que vivem em
Boston".
2.1.5 O Século XIX
Em 1833, um anúncio publicado na Suécia já se referia ao ensino por
correspondência, e na Inglaterra, em 1840, Isaac Pitman sintetizou os
princípios da taquigrafia em cartões postais que trocava com seus alunos. No
entanto, o desenvolvimento de uma ação institucionalizada de educação a
distância teve início a partir da metade do século XIX.
2.1.6 Da primeira guerra aos nossos dias
No final da Primeira Guerra Mundial, surgiram novas iniciativas de
ensino a distância em virtude de um considerável aumento da demanda social
por educação, confirmando, de certo modo, as palavras de William Harper,
escritas em 1886:
"Chegará o dia em que o volume da instrução recebida por
correspondência será maior do que o transmitido nas aulas de nossas
academias e escolas; em que o número dos estudantes por correspondência
ultrapassará o dos presenciais."
O aperfeiçoamento dos serviços de correio, a agilização dos meios de
transporte e, sobretudo, o desenvolvimento tecnológico aplicado ao campo da
comunicação e da informação influíram decisivamente nos destinos da
educação a distância. Em 1922, a antiga União Soviética organizou um sistema
de ensino por correspondência que em dois anos passou a atender 350 mil
usuários. A França criou em 1939 um serviço de ensino por via postal para a
clientela de estudantes deslocados pelo êxodo. A partir daí, começou a
utilização de um novo meio de comunicação, o rádio, que penetrou também no
ensino formal. O rádio alcançou muito sucesso em experiências nacionais e
internacionais, tendo sido bastante explorado na América Latina nos programas
de educação a distância do Brasil, Colômbia, México, Venezuela, entre outros.
2.1.7 Gerações
O desenvolvimento da EaD pode ser descrito basicamente em três
gerações, conforme os avanços e recursos tecnológicos e de comunicação de
cada época.
Primeira geração: Ensino por correspondência, caracterizada pelo
material impresso iniciado no século XIX. Nesta modalidade, por exemplo, o
pioneiro no Brasil é o Instituto Monitor, que, em 1939, ofereceu o primeiro curso
por correspondência, de Radiotécnico. Em seguida, temos o Instituto Universal
Brasileiro atuando há mais de dezenas de anos nesta modalidade educativa,
no país...
Segunda geração: Teleducação/Telecursos, com o recurso aos
programas radiofônicos e televisivos, aulas expositivas, fitas de vídeo e
material impresso. A comunicação síncrona predominou neste período. Nesta
fase, por exemplo, destacaram-se a Telescola, em Portugal, e o Projeto
Minerva, no Brasil;
Terceira geração: Ambientes interativos, com a eliminação do tempo
fixo para o acesso à educação, a comunicação é assíncrona em tempos
diferentes e as informações são armazernadas e acessadas em tempos
diferentes sem perder a interatividade. As inovações da World Wide Web
possibilitaram avanços na educação a distância nesta geração do século XXI.
Hoje os meios disponíveis são: teleconferência, chat, fóruns de discussão,
correio eletrônico, weblogs, espaços wiki, plataformas de ambientes virtuais
que possibilitam interação multidirecional entre alunos e tutores (Pedroso 2004,
pg. 64).
2.1.8 Aspecto Ideológico
A EaD caracteriza-se pelo estabelecimento de uma comunicação de
múltiplas vias, suas possibilidades ampliaram-se em meio às mudanças
tecnológicas como uma modalidade alternativa para superar limites de tempo e
espaço. Seus referenciais são fundamentados nos quatro pilares da Educação
do Século XXI publicados pela UNESCO, que são aprender a conhecer,
aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a se. Deste modo, a
Educação deixa de ser concebida como mera transferência de informações e
passa a ser norteada pela contextualização de conhecimentos úteis ao aluno.
Na educação a distância, o aluno é desafiado a pesquisar e entender o
conteúdo, de forma a participar da disciplina.
2.1.9 Sistemática
Nesta modalidade de ensino estudantes e professores não necessitam
estar presentes num local específico durante o período de formação. Desde os
primórdios do ensino a distância, utiliza-se a correspondência postal para
enviar material ao estudante, seja na forma escrita, em vídeos, cassetes áudio
ou CD-ROMs, bem como a correcção e comentários aos exercícios enviados,
depois de feitos pelo estudante. Depois do advento da Internet, o e-mail e
todos os recursos disponíveis na World Wide Web tornaram-se largamente
utilizados, ampliando o campo de abrangência da EaD. Em alguns casos, é
pedido ao estudante que esteja presente em determinados locais para realizar
a sua avaliação. A presencialidade é muitas vezes necessária no processo de
educação. Para configurar essa mudança real e irrevogável devemos ter muita
clareza de que a Educação a distância é uma modalidade e não um método
pois método significa processo de técnica, e também não enquadra na
categoria de metodologia. Ela pode ser aplicada em diversas concepções e
metodologias de educação; dizer que ela é um método é limitá-la (Bastos 1997,
pg. 4-29).
2.2 O professor como mediador na EAD no ensino pela pesquisa
Nesse processo de aprendizagem, assim como no ensino regular o
orientador ou o tutor da aprendizagem atua como "mediador", isto é, aquele
que estabelece uma rede de comunicação e aprendizagem multidirecional,
através de diferentes meios e recursos da tecnologia da comunicação, não
podendo assim, se desvincular do sistema educacional e deixar de cumprir
funções pedagógicas no que se refere à construção da ambiência de
aprendizagem. Esta mediação tem a tarefa adicional de vencer a distância
física entre educador e o educando. O qual, deverá ser auto-disciplinado e
auto-motivado, para que possa superar os desafios e as dificuldades que
surgirem durante o processo de ensino-aprendizagem. Hoje, se tem uma
educação diferenciada como: presencial, semi-presencial e educação à
distância. A presencial são os cursos regulares onde professores e alunos se
encontram sempre numa instituição de ensino.
A semi-presencial, acontece em parte na sala de aula e outra parte a
distância, utilizando tecnologia da informação. As pessoas se deparam a cada
dia com novos recursos trazidos por esta tecnologia, que evolui rapidamente
atingindo os ramos das instituições de ensino. Falar de educação hoje, tem
uma abrangência muito maior, e fica impossível não falar na educação sem nos
remetermos à educação a distância, com todos os avanços tecnológicos
proporcionando maior interatividade entre as pessoas. Utilizando os meios
tecnológicos a EaD veio para derrubar tabus e começar uma nova era em
termo de educação. Esse tipo de aprendizagem não é mais uma alternativa,
para quem não disponibiliza da educação formal, mas se tornou uma
modalidade de ensino de qualidade que possibilita a aprendizagem de um
número maior de pessoas.
Antes o EaD não tinha credibilidade era um assunto polêmico e trazia
muitas divergências, mas hoje esse tipo de ensino vem conquistando o seu
espaço. Porém, não é a modalidade de ensino que determina o aprendizado,
seja ela presencial ou à distância, aprendizagem se tornou hoje sinônimo de
esforço e dedicação de cada um (GÓMEZ, 2004).
2.2.1 Perspectivas Atuais
Atualmente, a educação a distância possibilita a inserção do aluno
como sujeito de seu processo de aprendizagem, com a vantagem de que ele
também descobre formas de tornar-se sujeito ativo da pesquisa e do
compartilhar de conteúdos. Cabe às instituições que promovem o ensino a
distância buscar desenvolver seus programas de acordo com os quatro pilares
da educação, definidos pela Unesco. Aprender a conviver diz respeito ao
desenvolvimento da capacidade de aceitar a diversidade, conviver com as
diferenças, estabelecer relações cordiais com a diversidade cultural
respeitando-a e contribuindo para a harmonia mundial.
2.2.3. EAD na América Latina e Brasil
Em nossa querida e jovem America Latina, programas existentes
incluem o Programa Universidade Aberta, inserido na Universidade Autônoma
do México (criada em 1972), a Universidade Estatal a Distância da Costa Rica
(de 1977), a Universidade Nacional Aberta da Venezuela (também de 1977),
Universidade Estatal Aberta e a Distância da Colômbia (criada em 1983) e no
Brasil, desde a fundação do Instituto Rádio Técnico Monitor, em 1939, o hoje
Instituto Monitor, depois do Instituto Universal Brasileiro, em 1941, e o Instituto
Padre Reus em 1974, várias experiências de educação a distância foram
iniciadas e levadas a termo com relativo sucesso.
As experiências brasileiras, governamentais e privadas, foram muitas e
representaram, nas últimas décadas, a mobilização de grandes contingentes
de recursos. Os resultados do passado não foram suficientes para gerar um
processo de aceitação governamental e social da modalidade de educação a
distância no país. Porém, a realidade brasileira já mudou e nosso governo criou
leis e estabeleceu normas para a modalidade de educação a distância em
nosso país.
2.2.4. Educação Virtual
Dentre as transformações que atingem as sociedades
contemporâneas, três grandes fatores merecem ser destacados pelas
repercussões que trazem para a educação:
Aceleração do ritmo de surgimento e renovação dos saberes,
gerando permanente necessidade de atualização dos indivíduos e do grupo de
trabalho;
Necessidade de novos perfis de competência, como saber
buscar/processar/transferir informações e produzir conhecimentos nos
contextos produtivos de trabalho;
O surgimento de comunidades virtuais com implicações significativas
nos modos de pensar, trabalhar e se relacionar, devido ao crescimento
acelerado de redes interconectadas de informação e de usuários da
comunicação informatizada transformou as formas convencionais de educação,
baseada na sala de aula presencial, insuficientes para as necessidades que se
fazem presentes, principalmente no que se refere às capacitações e
atualizações profissionais. Tem sido indispensável propiciar novas formas mais
flexíveis e acessíveis para a aprendizagem. O uso das redes digitais
conectadas – Internet, Intranet e Extranet – abrem as portas para esta nova
perspectiva da educação.
Quem vive nas pequenas ou grandes cidades, consegue facilmente
identificar quando se está diante de uma escola, isso porque a escola é uma
das instituições sociais mais importantes ainda hoje. É admirável e ao mesmo
tempo assustador imaginar que todas as pessoas passam em torno de quinze
anos de suas vidas frequentando esse espaço. E é interessante perceber que a
história da escola e da educação acompanha todos os estágios da evolução
humana, desde a forma de educação primitiva, mais informal, até o modelo de
educação ministrado na escola atual e o que está por vir. Talvez por isso, ela é
tida como o espaço de concretização e assimilação do conhecimento.
Analisando-a do ponto de vista do contexto histórico, surgiram muitos
questionamentos a respeito da atuação dessa instituição.
O ambiente escolar sempre existiu? Qual a nossa verdadeira função
como educadores? Quem tem direito à educação? Quem é o sujeito da
educação? Somo formados para servir a quem? Devemos desenvolver o que?
Será que no nosso período de formação somos levados a refletir sobre o papel
da escola e o mundo que nos cerca? Como podemos atuar de forma ativa e
transformadora? Será que é só na escola que se dá o processo educativo?
Qual a relação entre ambiente escolar e estruturação do pensamento? A
educação nas comunidades primitivas era um ensino informal e visava um
ensino das coisas práticas da vida coletiva, focada na sobrevivência e
perpetuação de padrões culturais, ou seja, não havia uma educação confiada a
uma instituição específica, porque ela acontecia espontaneamente mediada
pela convivência em grupo. É o aprender fazendo, inter-relacionando vida e
trabalho nesse processo. Com a conquista grega é que vem toda uma
revolução na tradição do ensino, passando a ser vista de uma maneira mais
racional. Hoje, mais do que nunca, além de perpetuar e valorizar os aspectos
culturais da sociedade devemos fazê-lo com muita atenção e paridade, haja
vista os avanços da civilização e a importância das Tics como parte do
processo educativo frente ao a este século.
Na Idade Média, o conhecimento ficou praticamente nos mosteiros. È
aí que a educação ambienta-se na escola e os religiosos se encarregam da
transmissão do saber. Os nobres só se preocupavam em aumentar suas
riquezas, e acreditavam até que o escrever era próprio para as mulheres,
portanto desprezavam a cultura e a instrução. Com o desenvolvimento do
comércio é que surge a necessidade de aprender a ler, escrever e contar.
A burguesia estimula uma escola com ensinos práticos para a vida e
para os interesses da classe emergente. Portanto, o aparecimento da
instituição escolar estar diretamente ligado ao aparecimento e desenvolvimento
do capitalismo. Percebemos isso claramente ao notar que no período da
Revolução Industrial (a partir de 1750), época áurea do sistema capitalista,
houve a necessidade de mão-de-obra para operar as máquinas e que para tal
manejo teriam que ter no mínimo uma instrução básica. A burguesia percebeu
que a educação serviria para disciplinar esses milhares de trabalhadores.
Adam Smith, um dos grandes teóricos do Capitalismo, inclusive defendia que a
educação era necessária e deveria ser dada em pequenas doses às massas.
Portanto, a burguesia viu na educação uma poderosa arma de controle para
disciplinar os trabalhadores. Vemos aí que a Escola surge com funções
ideológicas: inculcar na grande massa os valores e normas da classe
dominante, mostrando a função de cada um conforme sua classe de origem.
Tal posição não é vista claramente pela massa, porque a Escola sempre é vista
como uma instituição neutra que trata a todos de forma igual. Nunca se reflete
sobre seu atual papel, o que de certa forma esconde a realidade da maioria.
Pelo que foi dito acima, conclui-se claramente o poder que a escola tem de
disseminar o pensamento ideológico de quem comanda a sociedade.
Ou seja, o aparelho escolar está a serviço da classe que controla a
sociedade. Tal manifesto surgiu porque não havia ainda um sistema escolar
adequado ao país, dando uma forma mais racional à educação, cientificando-a.
Nos anos 60, surgem movimentos contra a escola, propondo a
desescolarização, e uma crítica ferrenha à escola, surgindo uma nova
concepção. A escola passa a ser vista sob a perspectiva de reprodutora das
desigualdades da sociedade. Dermeval Saviani, um dos grandes teóricos da
educação, classifica as teorias educacionais em teorias críticas e não-críticas.
As teorias não-críticas entendem a educação como uma ferramenta de
equalização social, de superação da desigualdade social, vista de forma
autônoma em sua atuação, e ao tentar entendê-la partem dela mesma. Como
exemplos de teorias não-críticas temos a pedagogia tradicional (preconiza o
professor como centro do processo de ensino e ao aluno cabe aprender o que
lhe é transmitido, sem ter o direito de questionar, preconiza o “aprender”), a
pedagogia nova (defende a escola como um meio de equalização social,
enfatiza o “aprender a aprender”). Daí vem o escolanovismo. Propunha uma
ampla modificação na aparência das escolas, com salas de aula de aspecto
mais agradável e mais alegre.
A partir daí surge a pedagogia tecnicista, já que a pedagogia nova não
conseguiu seu intento. A última das teorias não–críticas é a pedagogia
tecnicista que enfatiza o “aprender a fazer” e tem como objetivo tornar o
processo de ensino mais operacional, formando homens competentes e
produtivos. Assim, preparando-se um ambiente adequado aos movimentos das
crianças, ocorrerá a manifestação psíquica natural e, portanto, um aprendizado
saudável.
Para Paulo Freire, grande expoente da educação brasileira, a escola é
o espaço onde se dá o diálogo entre os homens, mediatizados pelo mundo ao
redor, surgindo daí a necessidade de transformação do mundo. “Não devemos
chamar o povo à escola para receber instrução, postulados, receitas, ameaças,
repreensões e punições, mas para participar coletivamente da construção de
um saber, que vai além do saber de pura experiência feito, que leve em conta
as suas necessidades e o torne instrumento de luta, possibilitando-lhe
transformar-se em sujeito de sua própria história (...) Freire, 1980. Freire
considera a escola como um espaço político para a organização popular. Numa
perspectiva realmente progressista, democrática e não–arbitrária, não se muda
a “cara” da escola por portaria. Não se decreta que, de hoje em diante, a
escola será competente, séria e alegre. Não se democratiza a escola
autoritariamente. A administração precisa testemunhar ao corpo docente que o
respeita que não teme revelar seus limites a ele, corpo docente. A
administração precisa deixar claro que pode errar. Só não pode é mentir.
(Freire, 1980). No século XXI, a escola enfrenta um dilema. Com o grande
avanço tecnológico, a era do computador, surge o desafio: seguir uma
formação intelectual ou uma formação profissional?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo tratou de analisar a importancia das TICS (Tecnologias de
Comunicação e Informação) no processo de educação pela pesquisa.
Compreendeu que a velocidade com que a informação percorre distâncias na
atualidade é impressionante. Uma guerra, como a que temos presenciado hoje,
pode ser acompanhada pela televisão e podemos simplesmente trocar de
canal sem nos importarmos muito com o que está acontecendo. Hoje, na
internet, não há mais diferença geográfica e de tempo. Há o aqui e agora. O
tempo é on-line. A internet, que teve sua origem no resultado de pesquisa
militar norte-americana na década de 60, expandiu-se e hoje é uma imensa
rede de redes de computadores ligados entre si e que trocam informações a
uma velocidade surpreendente. A comunicação, portanto, seria um novo
paradigma que se impõe, penetra e modela os campos sociais da sociedade
contemporânea. A simples utilização dos meios de comunicação de massa que
surgem não responde às questões do fenômeno da comunicação. A utilização
simples e pura da técnica não pode ser o papel da escola. É necessário que a
técnica se transforme em fundamento. O mundo que hoje surge constitui ao
mesmo tempo um desafio ao mundo da educação e uma oportunidade. É um
desafio porque o universo de conhecimentos está sendo revolucionado tão
profundamente que ninguém vai sequer perguntar à educação se ela quer se
atualizar. A mudança é uma questão de sobrevivência.
Neste estudo, dentre as transformações que atingem as sociedades
contemporâneas, alguns fatores merecem ser destacados pelas repercussões
que trazem para a educação:
Aceleração do ritmo de surgimento e renovação dos saberes, gerando
permanente necessidade de atualização dos indivíduos e do grupo de
trabalho;
Necessidade de novos perfis de competência, como saber
buscar/processar/transferir informações e produzir conhecimentos nos
contextos produtivos de trabalho;
O surgimento de comunidades virtuais com implicações significativas
nos modos de pensar, trabalhar e se relacionar, devido ao crescimento
acelerado de redes interconectadas de informação e de usuários da
comunicação informatizada transformou as formas convencionais de educação,
baseada na sala de aula presencial, insuficientes para as necessidades que se
fazem presentes, principalmente no que se refere às capacitações e
atualizações profissionais. Tem sido indispensável propiciar novas formas mais
flexíveis e acessíveis para a aprendizagem. O uso das redes digitais
conectadas – Internet, Intranet e Extranet – abrem as portas para esta nova
perspectiva da educação.
Portanto, a EAD favorece a troca e a eliminação de barreiras entre os
diferentes campos de saber, estabelecendo relações entre os campos de
pesquisa e de conhecimento. Sem dúvida a educação enfrenta, nos dias de
hoje, novos desafios: exigência de adoção de metodologias de
aprendizagem/ensino que possibilitem o desenvolvimento de novas
competências. Embora não sendo a única maneira de renovar estas
metodologias, as redes digitais possibilitam a criação de condições bastante
propícias para uma pedagogia ativa. Através das redes digitais, a troca entre os
educadores e os educandos e educandos entre si é facilitada e ampliada. O
processo educativo pela EAD torna-se um espaço de interação real onde se
pode compartilhar ideias, informações e soluções de problemas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia – saberes necessários à prática educativa. São Paulo. Paz e Terra, 15a ed. 1996.
GÓMEZ, Margarita Victoria: Educação em rede: uma visão emancipadora. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire. 2004.
SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. 36ª ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2003.
__________ Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações. 8ª ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2003.
SILVA, Ezequiel Theodoro da (2000): O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia da leitura. São Paulo: Cortez.