O PACTO ÁUREO DE ELIAS COM MOISÉS
Transcript of O PACTO ÁUREO DE ELIAS COM MOISÉS
O PACTO ÁUREO
DE ELIAS COM MOISÉS
NO “NOVO CONCERTO”
Livro – Volume 3
Amado Clementino de Queiroz
Publicação On-line
Independente
2017
O Pacto Áureo de Elias com Moisés no ―Novo Concerto‖
Amado Clementino de Queiroz
O Pacto Áureo de Elias com Moisés no ―Novo Concerto‖
Nota do autor: As explicações contidas nesta obra foram baseadas no Antigo e no Novo
Testamentos e na Doutrina Espírita.
Direitos autorais reservados, sem fins lucrativos, a Amado Clementino de Queiroz.
Autorizada a impressão deste livro, que se encontra em formato PDF, somente para leitura,
bem como autorizada sua divulgação por meio de sistemas eletrônicos da Internet, tais como
e-mails, sites, blogs e redes sociais, e na mídia em geral, sendo obrigatório mencionar o nome
do autor e a fonte. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra em
qualquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação, etc., bem como
sua estocagem em sistemas de bancos de dados sem prévia e expressa autorização do autor,
sendo vedada, ainda, a sua utilização com a obtenção de vantagens financeiras, por ser esta
obra o resultado de um trabalho voluntário e espiritual, sem fins lucrativos.
A violação dos Direitos Autorais é crime, nos termos do art. 184, §§ 1º, 2º e 3º do Código
Penal Brasileiro e da Lei de Direitos Autorais, n.º 9.610/1998.
Obra registrada no Escritório de Direitos Autorais – RJ - EDA – Registro n.º 747.585
Livro não comerciável
Compilado e interpretado por Amado Clementino de Queiroz
Formatação da Capa: Amado Clementino de Queiroz
Data de lançamento deste livro digital em PDF, no site Blog Espírita ―A Voz da Verdade‖
(http://blogespiritaavozdaverdade.com.br): 18 de novembro de 2017
Revisão: Randhal Wendel Fernando de Souza Santos ([email protected])
Dados internacionais de catalogação na publicação (CIP)
(Randhal Wendel Fernando de Souza Santos)
Q384p Queiroz, Amado Clementino de, 1959
O Pacto Áureo de Elias com Moisés no ―Novo Concerto‖ / Amado Clementino de
Queiroz. – Uberlândia. Publicação On-line Independente, 2017.
90 P.
1. Religião. 2. Espiritismo. I. Título.
CDD: 200.202
CDU: 2-38
Esclarecimentos preliminares
Caríssimos irmãos em Cristo Jesus! Que a paz do Divino Mestre esteja com todos!
Venho novamente por meio deste meu livro relembrar muitas verdades espirituais que
Jesus revelou aos seus discípulos no dia de sua Transfiguração no Monte Tabor. Também não
poderia deixar de citar as revelações que o Apóstolo Paulo deixou escritas em dois capítulos
de sua carta aos Hebreus: são Revelações Superiores que visam ao restabelecimento moral e
espiritual por meio do ―Novo Concerto‖, ou seja, a implantação de novas Leis procedentes da
parte de Deus e do Cristo que beneficiarão a Humanidade deste terceiro milênio.
O assunto proposto neste livro é extenso, mas o seu conteúdo exprime a mais pura
verdade de Deus e do Cristo para com os Homens.
Este terceiro livro, assim como os outros que ainda escreverei, são de fundamental
importância para a compreensão do conteúdo dos ―Livros Sagrados‖ que virão da parte do
Cristo, sob a incumbência do Espírito de João Batista, pois será ele quem ditará tais Obras ao
Médium nestas primeiras décadas do século XXI.
Não se assustem com as revelações contidas em meus escritos e nos textos extraídos
das obras que compilei. Procurei oferecer explicações claras e exemplificar minha fala da
melhor forma possível com o intuito de facilitar o entendimento moral e espiritual do leitor.
Tenho a certeza de que a forma com que expus os textos e a clareza de minhas explicações
permitirão à maioria dos homens compreender o meu recado, independente do grau de
instrução e da religião de cada um.
Quanto à compilação e às explicações dos textos selecionados para a composição desta
obra, não foi minha intenção provar nada, apenas compartilhar parte da Verdade que estava
um pouco distante da compreensão de certos homens do nosso tempo.
Considero o que escrevi uma preparação espiritual antecipada para o grande advento
do ―Novo Concerto‖ que a Humanidade conhecerá ainda neste século.
Por isso, sugiro que leiam e estudem com atenção meus livros anteriores, respeitando a
ordem numérica em que foram escritos: A Volta de Allan Kardec e a Vinda de seu “Sucessor”
e Analogia entre o Profeta Elias, o Precursor João Batista, e o Espírito de Verdade.
Recomendo, ainda, a leitura do meu próximo livro, O Sermão Profético de Jesus ante o
Terceiro Milênio.
Estou preparado para as futuras críticas, calúnias e incredulidades que surgirão,
principalmente por parte daqueles irmãos que ignorarão este conteúdo por achar impossível a
sua realização.
Ao escrever esta obra, não foi o meu intuito convencer as pessoas ou obrigá-las a
aceitarem os meus argumentos, pois todos têm o livre-arbítrio para escolher entre o caminho
certo e o errado, entre ―a porta larga e a estreita‖.
Muitas pessoas me acharão pretencioso e presunçoso quanto ao meu ponto de vista
sobre as reencarnações pregressas dos grandes Espíritos reformadores que passaram aqui na
Terra, como o Legislador Moisés, o Profeta Elias, o Precursor João Batista, Paulo de Tarso,
Santo Agostinho, Martinho Lutero, dentre outros.
Porém, pensem antes de me julgarem sem provas, porque, da mesma forma com que
julgardes aos outros, também vós sereis julgados.
Caríssimos irmãos, agradecemos a todas as pessoas que contribuíram com suas obras
para que se efetivasse a conclusão desta terceira tese, que, para mim, é de um valor
incalculável.
Esperemos que em breve o Cristo faça cumprir suas promessas em relação ao Pacto
Áureo de Elias com Moisés no ―Novo Concerto‖.
Agradeço a todos a atenção e a compreensão.
Abraço fraternal,
Amado Clementino de Queiroz.
Uberlândia, 25 de fevereiro de 2016.
Sumário
Esclarecimentos preliminares .......................................................................................................... 4
Introdução ........................................................................................................................................ 7
Revelações de Cristo sobre Moisés e Elias contidas no texto bíblico ............................................. 7
Capítulo I. O Pacto Áureo de Elias com Moisés no Monte Tabor .................................................. 9
1.1 As cinco revelações transcendentais provindas do Cristo ..................................................... 9
1.2 Questões sobre o Pacto Áureo de Elias com Moisés no ―Novo Concerto‖ ......................... 10
Capítulo II. Justiça Divina ............................................................................................................. 17
Capítulo III. Vidas sucessivas de Moisés ...................................................................................... 21
3.1 Momentos de reflexão ......................................................................................................... 21
3.2 Adventos do Profeta Elias e do Messias .............................................................................. 22
3.3 As quatro reencarnações sucessivas de Moisés ................................................................... 24
3.4 Recordando a vida pregressa de Moisés .............................................................................. 25
3.5 Saulo de Tarso ..................................................................................................................... 30
3.6 Santo Agostinho .................................................................................................................. 35
3.7 Martinho Lutero ................................................................................................................... 39
3.8 O Médium ............................................................................................................................ 46
3.8.1 A última reencarnação de Moisés ..................................................................................... 46
3.8.2 Pronunciamento de Divaldo Pereira Franco ..................................................................... 47
3.8.3 Confirmações de duas existências pregressas do Médium ............................................... 48
Capítulo IV. Epístola de Paulo aos Hebreus sob a ótica do Espiritismo ....................................... 52
4.1 Acerca da autenticidade da Epístola de Paulo aos Hebreus ................................................ 52
4.2 ―Novo Concerto‖ na visão do Apóstolo Paulo .................................................................... 54
Capítulo V. Interpretação do capítulo 3 da carta de Paulo aos Hebreus ....................................... 56
Capítulo VI. Interpretação do capítulo 8 da carta de Paulo aos Hebreus ...................................... 60
Capítulo VII. O que o Cristo disse a Saulo que o levou a se converter ao Cristianismo? ............. 67
7.1 A conversão de Saulo segundo a mensagem contida no livro Jesus Voltando ................... 68
7.1.1 Análises de alguns tópicos da mensagem ―Jesus e Saulo de Tarso‖ ................................ 77
Considerações finais ...................................................................................................................... 82
Referências Bibliográficas ............................................................................................................. 83
Contatos do Autor .......................................................................................................................... 90
7
Introdução
Caros leitores, transcrevo a seguir alguns textos do Evangelho de Jesus que são de
suma importância para compreender parâmetros essenciais das missões de Elias e de Moisés e
que ainda são incompreendidos por muitos estudiosos da Bíblia Sagrada.
Revelações de Cristo sobre Moisés e Elias contidas no texto bíblico
E seis dias depois Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago, e a João, e os levou a sós, em
particular, a um alto monte; e transfigurou-se diante deles;
E suas vestes tornaram-se resplandecentes, extremamente brancas como a neve, tais
como nenhum lavadeiro sobre a Terra os poderia branquear.
E apareceu-lhes Elias com Moisés, e falavam com Jesus.
E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: — Mestre, bom é que nós estejamos aqui, e
façamos três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias.
Pois, não sabia o que dizia, porque estavam assombrados.
E desceu uma nuvem que os cobriu com a sua sombra, e saiu da nuvem uma voz que dizia: —
Este é o meu Filho amado; a ele ouvi.
E, tendo olhado em volta, ninguém mais viram, senão só Jesus com eles.
E, descendo eles do Monte [Tabor], ordenou-lhes que a ninguém contassem o que tinham
visto, até que o Filho do Homem ressuscitasse dos mortos.
E eles retiveram o caso entre si, perguntando uns aos outros que seria aquilo, ressuscitar
dos mortos.
E interrogaram-no dizendo: — Por que dizem os escribas que é necessário que Elias venha
primeiro?
E, respondendo ele, disse-lhes: — Em verdade Elias virá primeiro, e todas as coisas
restaurará; e, como está escrito do Filho do Homem, que ele deva padecer muito e ser aviltado
[humilhado].
Digo-vos, porém, que Elias já veio, e fizeram-lhe tudo o que quiseram, como está escrito.1
(Grifo nosso)
* * *
(Após a transfiguração). Seus discípulos então o interrogaram desta forma: Por que dizem
os escribas ser preciso que antes volte Elias? — Jesus lhes respondeu: “É verdade que Elias há
de vir e restabelecer [virá e restaurará] todas as coisas: — mas, eu vos declaro que Elias já
veio e eles não o conheceram e o trataram como lhes aprouve. É assim que farão sofrer o Filho do
Homem.” — Então, seus discípulos compreenderam que fora de João Batista que ele falara.
(Mateus, cap. 17:10 a 13; Marcos, cap. 9:11 a 13)2 (Grifo nosso)
* * *
1 BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Marcos, capítulo 9, versículos 2 a 13.
2 KARDEC, Allan. Ninguém poderá ver o Reino de Deus se não nascer de novo. In: O Evangelho Segundo o
Espiritismo. 109ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Cap. n.º 4, item 3, p. 84.
8
Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os
conduziu em particular a um alto Monte [Tabor].
E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e suas roupas se
tornaram brancas como a luz.
E eis que lhe apareceram Moisés e Elias, falando com ele.
E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui. Se quiseres,
façamos aqui três tabernáculos [cabanas], um para ti, um para Moisés e um para Elias.
E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma
voz que dizia: — Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo: escutai-O.
E os discípulos, ouvindo isto, caíram sobre seus rostos, e tiveram grande medo.
E aproximando-se Jesus, tocou-lhes, e disse: Levantai-vos; e não tenhais medo.
E erguendo eles os olhos, ninguém viram senão unicamente a Jesus.
E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão, até
que o Filho do Homem seja ressuscitado dos mortos.
E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: — Por que dizem então os escribas que é
mister [necessário] que Elias venha primeiro?
E Jesus, respondendo, disse-lhes: — Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas
as coisas.
Mas digo-vos que Elias já veio, e eles não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que
quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do Homem.
Então entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista.3
3 BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Mateus, capítulo 17, versículos 1 a 13.
9
Capítulo I. O Pacto Áureo de Elias com Moisés no Monte Tabor
Caríssimos leitores, ilustrarei inicialmente as Revelações Superiores que ocorreram no
alto do Monte Tabor no instante da Transfiguração de Jesus, as quais o Mestre revelou aos
apóstolos Pedro, Tiago e João Evangelista após descer do Monte.
Em relação a esse grande evento da Transfiguração espiritual do Cristo no alto do
Monte, Ele foi muito sábio quanto à escolha de seus discípulos em testemunho à Verdade;
tanto que, mesmo depois de transcorridos vinte séculos, essa relíquia da Transfiguração
continua viva em nossas memórias espirituais por meio da luz do Evangelho; digo isso porque
muitos de nós que estamos reencarnados hoje certamente vivemos naquela época.
1.1 As cinco revelações transcendentais provindas do Cristo
1. A transfiguração de Jesus;
2. A materialização de dois Espíritos superiores — Moisés e Elias;
3. A voz do Espírito de Deus;
4. A reencarnação de Elias no corpo de João Batista;
5. Os adventos de Elias no futuro.
Essas cinco Revelações Superiores marcaram a história da Humanidade no decorrer
dos vinte séculos anteriores até os dias de hoje; é óbvio que não podemos nos esquecer da
ressurreição do Cristo no terceiro dia, que também foi um dos maiores eventos de todos os
tempos sobre a prova da imortalidade da alma.
Antes de aprofundarmos no assunto proposto, deixo ao leitor alguns pontos
importantes para reflexão:
1- Por que o evento da Transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo foi importante
para a Humanidade?
Porque revelou à luz do dia a imortalidade da alma e a comunicabilidade com os
Espíritos entre o Céu e a Terra, ou seja, entre o Mundo espiritual e a Terra.
10
2- O que tem a ver o Pacto Áureo de Elias com Moisés com relação à Transfiguração
do Cristo no Monte Tabor?
Naquele instante sublime da Transfiguração, quando Elias e Moisés se materializaram
e falaram com Jesus, provavelmente o Mestre estava antevendo, relembrando, reafirmando ou
delegando missões a eles, conforme referendado na carta de Paulo aos Hebreus quando ele
fala sobre o ―Novo Concerto‖.4 Elias e Moisés se unirão nesse ―Novo Concerto‖ do terceiro
milênio, para que todas as coisas se restabeleçam na Terra em conformidade com os
ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Para tanto, o Cristo enviou primeiro o Espírito de
Elias ou João Batista com a missão de preparar o caminho para o ―Segundo Concerto‖ ou
―Novo Concerto‖, que será realizado por intermédio do Médium, que já se encontra
reencarnado no Brasil.5 O fato é que Elias veio primeiro e estabeleceu a base do Consolador
Prometido ou Espiritismo no século XIX pelas mãos do insigne Codificador Allan Kardec, o
qual voltou em outro corpo, na personalidade dadivosa de Francisco Cândido Xavier, com a
missão de completar a Obra no século XX. A esse respeito, explico de forma detalhada em
meu primeiro livro, A Volta de Allan Kardec e a Vinda de seu “Sucessor”.
1.2 Questões sobre o Pacto Áureo de Elias com Moisés no ―Novo Concerto‖
1. Quando o Pacto Áureo de Elias com Moisés anunciado pelo Cristo no alto do
Monte Tabor se consumará aqui na Terra?
Somente nas primeiras décadas deste século XXI, quando Elias (João Batista) será o
Mentor espiritual do Médium, o qual já se encontra reencarnado no Brasil desde os anos
cinquenta do século XX. O advento de Elias, João Batista e o Espírito de Verdade é tratado
com detalhes em meu segundo livro, Analogia entre o Profeta Elias, o Precursor João
Batista, e o Espírito de Verdade.
2. Se Moisés realizará de fato a sua missão do ―Novo Concerto‖ por meio de sua
mediunidade neste século XXI, por que o Cristo não disse aos seus três discípulos,
4 Cf. BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Epístola aos Hebreus, capítulo 8, versículos 6 a 13.
5 Cf. KARDEC, Allan. Ressureição e Reencarnação. In: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 109ª ed. Rio de
Janeiro: FEB, 1994. Cap. n.º 4, itens 4 a 17, p. 84/90.
11
logo após a sua Transfiguração espiritual, que Elias e Moisés viriam juntos no fim
dos tempos?
É bom ressaltar que João Batista (Elias) nunca deixará de ser o Precursor de Jesus; ele
sempre virá primeiro preparar o caminho para o Mestre em diversas situações ou
circunstâncias. É por isso que teremos o Novo advento de Elias neste século XXI. Quanto a
Moisés, o Cristo não revelou por palavras que ele viria no futuro, mas revelou a presença
pessoal do Espírito de Moisés, permitindo que ele se materializasse e conversasse com Jesus
na presença de três testemunhas: Pedro, Tiago e João Evangelista. O que será que Elias e
Moisés conversaram com Jesus? Por enquanto, ninguém sabe. Por isso, deixo essa questão
para reflexão, e acredito que um dia conheceremos toda a verdade desse diálogo histórico. A
chave do enigma desse ―Novo Concerto‖ de Moisés encontra-se em alguns trechos da carta de
Paulo aos Hebreus, capítulos 3 e 8, assunto que explicarei com detalhes mais adiante.
3. Qual o atual nome do Espírito de Moisés, já que ele se encontra reencarnado aqui
na Terra?
Não posso revelar o seu nome por enquanto, somente posso dizer que ele está
reencarnado aqui no Brasil, mas só o reconhecereis pelas suas obras, mais do que pelo seu
próprio nome, porque o nome quase não importa, e sim as Obras que serão recebidas por meio
de sua mediunidade, os ―Livros Sagrados‖, destinados à renovação moral e espiritual da
Humanidade deste terceiro milênio, sob a égide de Nosso Deus, de Nosso Senhor Jesus Cristo
e de João Batista (Elias). No Evangelho Segundo o Espiritismo é claro a esse respeito: ―Os
verdadeiros missionários de Deus ignoram-se a si mesmos, em sua maior parte; desempenham
a missão a que foram chamados pela força do gênio que possuem, secundado pelo poder
oculto que os inspira e dirige a seu mau grado, mas sem desígnio premeditado. [...] — Erasto.
Paris, 1862.‖6
4. Muitos Espíritas acreditam que Elias e Moisés são o mesmo Espírito devido às
informações descritas em certos livros da Doutrina Espírita e de alguns
pesquisadores. O que se tem a dizer sobre esta questão?
6 KARDEC, Allan. Caracteres do verdadeiro profeta. In: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 109ª ed. Rio de
Janeiro: FEB, 1994. Cap. n.º 21, item 9, p. 323/324.
12
Moisés e Elias são grandes amigos de vidas pregressas, e trabalham em conjunto com
o Cristo há séculos na Edificação do Evangelho na Terra. E se digo essas coisas é porque os
conheço. Mas Moisés e Elias não são o mesmo Espírito; se fosse, o Cristo teria dito a seus
Apóstolos, assim como Ele disse que João Batista era Elias.
5. Não seria inviável que a Humanidade soubesse antecipadamente do conhecimento
das Missões de Elias e de Moisés? E esse saber não causaria obstáculos e
perseguições às suas Missões neste século XXI por serem essas duas
personalidades as mais respeitadas por todas as religiões e civilizações do Mundo
terrestre?
A revelação desse Pacto Áureo de Elias com Moisés estão nos desígnios de Deus e das
promessas do Cristo há dois mil anos por oferecerem aos Homens as seguintes dádivas:
1. Para o consolo aos aflitos, aos sofredores e aos pobres, Deus enviará o Amor;
2. Para dissipar a mentira e destruir o orgulho, o egoísmo e o materialismo, Deus
enviará a Verdade;
3. Por causa dos poderes corrompidos dos homens que governam certas nações da
Terra, escravizando os mais fracos em decorrência do abuso do poder, Deus
enviará a Justiça.
A Humanidade tem sede de Amor (representado por Jesus), de Verdade
(representada por João Batista), e de Justiça (representada por Moisés), por isso afirmo que
são viáveis essas revelações sobre Elias e Moisés. Os obstáculos e perseguições que surgirão
contra o Médium e João Batista por causa das revelações antecipadas de suas missões e da
exposição pública dos ―Livros Sagrados‖ (conjuntos de Leis Estatutárias de Deus) não
poderão causar danos à Obra, pois ambos terão o respaldo de Deus e do Cristo na condução
do leme a eles confiados.
6. Não seria muita pretensão dizer que Moisés está reencarnado no Brasil na pessoa
do Médium e que Elias será o seu Guia nesse ―Novo Concerto‖, principalmente
por meio do Espiritismo?
13
É chegada a hora de revelar mais uma etapa da Verdade aos homens, por isso antecipo
tais coisas, confirmando os Vaticínios do Cristo de dois mil anos atrás. O Espírito de Elias e o
Médium ajudarão a preparar a Humanidade deste terceiro milênio para a Nova Era, ou seja, a
Era do Espírito. Ocultar a Verdade seria o mesmo que ofuscar a luz do Amor e da Justiça,
pois é chegado o tempo em que todas as coisas na Terra terão que ser embasadas no
Evangelho do Cristo, sob a Luz do Consolador Prometido (Espiritismo). Ignorar o Espiritismo
será o mesmo que ignorar o Cristo e seus Ensinamentos. Quanto aos motivos de o Espírito de
Moisés ter reencarnado no Brasil, sua vinda teve as deliberações de Deus e de Nosso Senhor
Jesus Cristo, pois o Brasil já havia sido predestinado pelo Cristo antes mesmo de seu
descobrimento a ser de fato ―Coração do Mundo, Pátria do Evangelho‖.7
7. Por que Moisés não reencarnou em outra nação da Terra — na Ásia, na Europa ou
na América do Norte? E por que o Cristo escolheu justamente o Brasil, que está
situado na América do Sul?
A missão desse trabalhador de Deus e do Cristo terá mais receptividade no Brasil do
que em qualquer outra parte do Mundo, porque o Povo brasileiro está mais preparado
espiritual e moralmente para compreender e receber toda a Obra espiritual superior, como os
―Livros Sagrados‖ e as Obras Complementares.
8. Elias e Moisés darão conta de suas missões aqui na Terra?
Sim, pois terão a assistência de Deus, do Cristo e do Anjo Ismael, o Protetor Espiritual
do Brasil, e se unirão num só ―Concerto‖ com os homens de boa vontade que estão
reencarnados aqui no Brasil e no Mundo todo, então todas as coisas se restabelecerão na Terra
por meio desta Tríplice aliança: Amor, Verdade e Justiça.
Algumas evidências sobre a materialização do Espírito de Moisés no Monte Tabor
Há outro questionamento que poderá surgir sobre a materialização de Moisés no ápice
do Monte Tabor e sobre o estudo que faremos mais adiante referente aos capítulos 3 e 8 da
carta de Paulo aos Hebreus: Se Moisés realmente estava reencarnado naquela época no corpo
7 Cf. CAMPOS, Humberto de (Espírito). Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho. Psicografado por
Francisco Cândido Xavier. Rio de Janeiro: FEB, 1938.
14
de Saulo de Tarso e se ele era Moisés de fato, como o Espírito de Moisés pôde se materializar
na presença do Cristo no Monte Tabor se Saulo ainda não havia desencarnado?
O Espírito, encarnado ou desencarnado, pode tomar a forma perispirítica do corpo
espiritual ou semimaterial de uma de suas existências anteriores, podendo tornar tangível o
seu perispírito, ou seja, pode se materializar aqui na Terra, dependendo, claro, do grau de
evolução do Espírito; quanto mais elevado ele é, mais fácil se torna a sua tangibilidade. Saulo
ou Paulo de Tarso, que era a reencarnação de Moisés (conforme explico com mais detalhes
nos capítulos 5 a 7 deste livro), era um Espírito evoluído; se não fosse, o Mestre não o teria
convocado no caminho de Damasco para divulgar o seu Evangelho aos gentios daquele
tempo. Portanto, ele poderia se desdobrar espiritualmente com facilidade, estando em estado
de êxtase ou sono, e ir até o Cristo sob o fluxo de seu amor e de sua vontade, como foi o caso
da sua tangibilidade na forma de Moisés, diante de todos os presentes, por meio da
bicorporeidade, fenômeno explicado no Livro dos Médiuns.* De acordo com o Glossário
Espírita constante do site ―Centro Espírita Allan Kardec‖, em alguns casos, ―pode o Espírito
de um vivo dissociar-se de seu corpo material e mostrar-se com todas as características que
apresenta em vida. É seu corpo espiritual ou perispírito que se desloca e materializa-se.‖8
(*) Referente a Saulo de Tarso, sendo o mesmo Espírito de Moisés, porém, vivendo
em outra constituição física diversa do corpo do Legislador Hebreu, foi permitido que seu
espírito pudesse tomar a forma perispiritual de uma de suas existências anteriores, a de
Moisés, e materializar diante do Cristo no dia da Transfiguração no Monte Tabor. (Para
melhor entendimento desse assunto, recomendo a leitura do subtítulo 3.8.3, do capítulo 3
deste livro, p. 48-51).
Fenômeno de bicorporeidade
Sobre o fenômeno de bicorporeidade, [Eurípedes Barsanulfo], ―Santo Antônio de
Pádua e Santo Afonso de Liguori‖, dentre outros médiuns, tinham esse tipo de mediunidade.
Vejamos a seguinte explicação de Allan Kardec sobre a bicorporeidade:
[...] Isolado do corpo, o Espírito de um vivo pode, como o de um morto,
mostrar-se com todas as aparências da realidade. Demais, pelas mesmas
8 BICORPOREIDADE. In: Glossário Espírita. Centro Espírita Allan Kardec – Rio de Janeiro. Disponível em:
<http://www.ceallankardec.org.br/glossario.htm> Acesso em: 25 fev. 2016.
15
causas que hemos exposto, pode adquirir momentânea tangibilidade. Este
fenômeno, conhecido pelo nome de bicorporeidade, foi que deu azo às
histórias de homens duplos, isto é, de indivíduos cuja presença simultânea
em dois lugares diferentes se chegou a comprovar. Aqui vão dois exemplos,
tirados, não das lendas populares, mas da história eclesiástica.
Santo Afonso de Liguori foi canonizado antes do tempo prescrito, por se
haver mostrado simultaneamente em dois sítios diversos, o que passou por
milagre.
Santo Antônio de Pádua estava pregando na Itália, quando seu pai, em
Lisboa, ia ser supliciado, sob a acusação de haver cometido um assassínio.
No momento da execução, Santo Antônio aparece e demonstra a inocência
do acusado. Comprovou-se que, naquele instante, Santo Antônio pregava na
Itália, na cidade de Pádua. [...]9
A materialização do Espírito do Profeta Elias, o mesmo Espírito de João Batista, que
já havia desencarnado há algum tempo, foi facilitada por não haver mais o seu corpo material;
já o Espírito de Moisés estava reencarnado no corpo de Saulo de Tarso, o qual teria que
adormecer, e, por intermédio de seu corpo espiritual ou perispírito, poderia se materializar na
presença do Cristo. O que provavelmente ocorreu com Saulo (Moisés) foi o fenômeno natural
da bicorporeidade.
Outra hipótese provável sobre a materialização de Moisés no Monte Tabor é que,
sendo Jesus um Espírito puro, sabia manipular todos os fluidos da natureza e condensá-los, e
os três discípulos presentes no Monte (Pedro, Tiago e João Evangelista) podia fornecer
ectoplasma suficiente para que ocorresse o fenômeno da materialização de Moisés e de Elias.
Além disso, com a sua sabedoria no domínio total das Leis da Natureza, Jesus poderia ter
usado ainda outros recursos espirituais, além do fenômeno de bicorporeidade, caso houvesse
necessidade; se o Espírito de Saulo (Moisés) não pudesse comparecer naquela hora da
Transfiguração por estar acordado, o Mestre poderia fazer com que outro Espírito superior
tomasse a aparência de Moisés para a criação daquele quadro sublime.
No ano de 1990, ao ler um trecho de uma obra (não me recordo se Obras Póstumas ou
a Revista Espírita, de Allan Kardec), lembro-me vagamente de um comentário de Kardec
sobre a apreensão de seus livros — cerca de 300 volumes que ele havia enviado ao livreiro
Maurício Lachâtre, os quais foram queimados em praça pública em Barcelona, Espanha, em
09/10/1861, conforme especificado no ―Auto-de-fé em Barcelona. Apreensão dos livros.‖10
Kardec relatou que havia ficado muito triste devido a esse evento sinistro decretado por
membros hierárquicos da Igreja Católica. Então, um Espírito superior lhe apareceu com o
9 KARDEC, Allan. Da bicorporeidade e da transfiguração. In: O Livro dos Médiuns. 50ª ed. Rio de Janeiro:
FEB, 1984. Cap. n.º 7, item 119, p. 149/151. 10
Cf. KARDEC, Allan. Obras Póstumas. 27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995, p. 300/302.
16
corpo perispiritual de Jan Huss (João Huss), ou seja, a mesma forma física de quando Jan
Huss estava reencarnado.
O eminente Espírito que (tomou a forma física ou corpo perispiritual de Jan Huss),
além de conversar alguns minutos com o Codificador, deixou claro, de que, ele era a imagem
idêntica do Espírito que animava o corpo de Allan Kardec. Isto é, a aparição desse Espírito e
da forma como se apresentou, tornou-se evidente de que Allan Kardec era a reencarnação de
Jan Huss, o reformador Tcheco da Boêmia, o mesmo que havia sido queimado vivo em
Constança no dia 6 de julho de 1415.11
O intuito dessa Entidade superior foi consolar Allan Kardec, pois, mesmo tendo sido o
corpo de João Huss queimado na fogueira, o seu Espírito não havia sido queimado; o Espírito
de Kardec era a prova imortal incontestável desse fatídico acontecimento do seu passado.
Contrariando a Igreja Católica do século XIX, o Espírito de Jan Huss havia voltado em outro
corpo, o de Allan Kardec. Essa revelação que Kardec recebeu sobre o seu passado é a prova
incontestável da reencarnação e da imortalidade da alma, pois se queimou o corpo de Jan
Huss, mas não se queimou sua Alma.
Por outro lado, um Espírito também pode, excepcionalmente, tomar a aparência
espiritual ou física de outro Espírito que tenha tido outra vida e se materializar aqui na Terra,
dependendo da necessidade do momento, como foi o caso desse Espírito que tomou a forma
física de Jan Huss.
11
Cf. (i) BALDOVINO, Enrique Eliseo. Jan Huss: 600 anos de desencarnação. Reformador. Disponível em:
<http://www.souleitorespirita.com.br/reformador/destaque/jan-huss-600-anos-de-desencarnacao/> Acesso em:
25 fev. 2016; (ii) CARNEIRO, Altamirando. Doutrina dos Espíritos; Codificação de Allan Kardec; Religião de
fé, razão e luz. Correio de Três Lagoas. Disponível em:
<http://www.correiodetreslagoas.com.br/noticia.php?id=4454> Acesso em: 25 fev. 2016.
17
Capítulo II. Justiça Divina
Muitas pessoas de outras religiões, principalmente aquelas que não aceitam a
reencarnação como Lei Divina, acharão que sou louco em razão das afirmações que faço
sobre a reencarnação e sobre vidas sucessivas. Que pensem que sou louco; não me importarei
com críticas, calúnias, injúrias e impropérios, porque trago em minha alma as marcas do
Cristo!
Leitores amigos, antes de adentrarmos no assunto sobre as vidas sucessivas de Moisés,
estudaremos um pouco sobre a Lei da Reencarnação.
Muitas pessoas resistem a acreditar na reencarnação, o que dificulta entender o que
direi sobre as vidas sucessivas. Essas pessoas creem somente na unicidade da existência,
alegando que Deus cria a alma no mesmo instante em que o corpo carnal.
No entanto, segundo uma das Obras da Codificação de Allan Kardec:
Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada
um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar
progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, para
aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna
felicidade. Passando pelas provas que Deus lhes impõe é que os Espíritos
adquirem aquele conhecimento. Uns aceitam submissos essas provas e
chegam mais depressa à meta que lhes foi assinalada. Outros só a suportam
murmurando e, pela falta em que desse modo incorrem, permanecem
afastados da perfeição e da prometida felicidade. [...]12
A evolução moral, espiritual e intelectual em todos os parâmetros, tanto na Terra como
na Pátria espiritual, depende do esforço de cada um de nós no aproveitamento de nossas
múltiplas reencarnações que Deus nos impõe por meio de missões pequenas ou grandes, de
provações ou de expiações no Orbe terrestre.
Portanto, é errôneo dizer que Deus cria a alma no mesmo tempo em que o corpo, pois,
se assim fosse, faltaria a justiça de Deus para com os seus filhos; a aceitação da reencarnação
permite responder a estas indagações com facilidade:
Por que algumas pessoas nascem inteligentes e outras, com a idiotia?
Por que algumas nascem ricas e outras, pobres?
12
KARDEC, Allan. Progressão dos Espíritos. In: O Livro dos Espíritos. 62ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1985.
Parte Segunda, cap. n.º 1, questão 115, p. 95/96.
18
Por que algumas nascem com deformidades físicas e outras, com seus corpos
perfeitos?
Por que algumas nascem bonitas e outras, feias?
Por que algumas nascem boas e outras, más?
Por que algumas sofrem e outras são felizes?
Cada ser individual é responsável pelos seus próprios atos; por isso afirmo que a
reencarnação é a justiça Divina em ação rumo à perfeição.
A unicidade da existência, conforme muitas pessoas acreditam, seria a injustiça
Divina, ao passo que a reencarnação é a justiça Divina. Na reencarnação, unem-se e se
fortalecem os laços de famílias, tanto no Plano terrestre como no Mundo espiritual, enquanto
na ―unicidade da existência esses laços são destruídos‖.
Onde está a justiça de Deus nas causas atuais e nas anteriores das aflições? Muitas
vezes, os nossos sofrimentos têm sua origem na vida atual, devido aos nossos desregramentos
morais e físicos praticados na adolescência, na idade adulta e na velhice. Mas quando não se
acha a causa dos nossos sofrimentos na vida atual, deve-se procurar a causa em outras vidas
reencarnatórias.
Quantas vezes somos inconsequentes, provocando maus tratos contra o nosso corpo
físico durante a vida toda, engendrando todos os tipos de vícios nesse corpo que Deus nos deu
para a nossa evolução moral, espiritual e intelectual?! Se chegarmos à velhice física em
desequilíbrio espiritual e moral e fisicamente em frangalhos, não adiantará reclamar de Deus
ou das pessoas de nosso convívio pelos resultados dos nossos atos inconsequentes praticados
contra nós mesmos.
Muitas pessoas não querem admitir, por orgulho ou por outros motivos, que são elas as
próprias culpadas pelas dores que recebem no final de suas vidas. Muitas vezes, tentam até
mesmo culpar Deus pelos seus sofrimentos, simplesmente porque não souberam preservar a
saúde física de seus corpos com recursos saudáveis da vida terrestre.
Não podemos esperar coisas boas nas nossas futuras reencarnações se fizemos o mal
contra nós mesmos na vida atual, pois quando a dívida é contraída na mesma existência, o
tempo é muito curto para sua reparação, sendo necessário voltar em outra vida para reparar a
falta cometida. Na maioria das vezes, nossas dores físicas ou morais da vida atual têm sua
origem na vida pregressa; por isso, não podemos culpar nosso Deus todo misericordioso pelas
provações ou expiações do presente.
19
É muito simples entender a reencarnação. Basta olharmos para dentro do nosso eu
interno — a nossa consciência — para descobrirmos quem nós fomos no passado, e não
precisaremos de regressões da memória para saber a verdade sobre nossas vidas pregressas.
Se hoje somos humildes, caridosos para com as pessoas de nosso convívio e para com a nossa
sociedade, é porque aperfeiçoamos moralmente as nossas almas em vidas anteriores, seja na
Terra ou no Mundo espiritual de onde viemos antes de reencarnarmos. Mas se somos
vaidosos, orgulhosos, egoístas, avaros e maus, ainda falta muito para chegarmos à perfeição,
que é a meta de Deus para cada um. Nesse caso, precisaremos da provação e da expiação para
evoluir aqui na Terra e vivermos bem no Mundo espiritual ou na Pátria espiritual quando
desencarnarmos.
Se já fomos maus em outras vidas, cometendo crimes contra o nosso próximo ou
contra nós mesmos por meio do suicídio, violando a Lei de Deus, não podemos esperar outra
coisa para a nossa Alma ou o nosso Espírito além de sofrimentos morais no Plano espiritual e
expiações em outras vidas sucessivas para reparação de nossas faltas, por termos abusado do
livre-arbítrio. Podemos escolher praticar o bem ou o mal: se praticarmos o bem, colheremos o
bem; se praticarmos o mal, colheremos o mal. Só reconheceremos se a árvore é boa ou má
pelo seu fruto. Logo, tudo que fizermos, seja o bem ou o mal, voltará para nós por meio da
Lei de Ação e Reação ou Lei de Causa e Efeito.
O sofrimento não é uma injustiça de Deus, mas uma justiça do Pai para com os seus
filhos. Jamais Deus ou o pai terrestre daria uma pedra ao filho que lhe pedisse pão! Deus ama
a todos os seus filhos indistintamente, não importa se são brancos, negros, pardos, vermelhos
ou amarelos; se são maus ou bons; bonitos ou feios; ricos ou pobres; inteligentes ou idiotas e
ignorantes; religiosos ou ateus.
Sendo Deus o amor, a construção do Reino dEle tem que começar dentro de cada um
de nós — a chamada reforma íntima, através do ―conhecimento de si mesmo‖.13
Portanto, onde está a causa do sofrimento se não pratiquei o mal nesta vida? Muitas
vezes, ela decorre de nossas vidas pregressas, pois, repito, numa só existência não daria para
pagar a nossa dívida contraída para com a Providência Divina. Para maior conhecimento
sobre o assunto, aconselho o estudo das Obras Básicas do Espiritismo, codificadas por Allan
Kardec: O Livro dos Espíritos; O Livro dos Médiuns; O Evangelho Segundo o Espiritismo; O
Céu e o Inferno; e A Gênese.
13
Cf. KARDEC, Allan. Conhecimento de si mesmo. In: O Livro dos Espíritos. 62ª ed. Rio de Janeiro: FEB,
1985. Parte Terceira, cap. n.º 12, questão 919, p. 423/426.
20
Não vou me delongar muito falando sobre a reencarnação e suas consequências,
porque sairia do objetivo deste livro. O propósito deste capítulo foi para que possamos
entender melhor sobre as vidas sucessivas de Moisés, conforme explicarei no próximo
capítulo.
Os capítulos 4 e 5 do Evangelho Segundo o Espiritismo explicam com detalhes sobre a
reencarnação e sobre causas atuais e anteriores das aflições.
21
Capítulo III. Vidas sucessivas de Moisés
Caros leitores, não tenho a pretensão de ser a Verdade das coisas, mas o instrumento
da Verdade de Deus aos Homens, mesmo que muitos não acreditem em minhas palavras sobre
as personalidades do Espírito de Moisés em suas diversas existências sucessivas. Por isso,
faço a seguir algumas considerações importantíssimas para que o leitor possa refletir e
compreender melhor o assunto tratado neste livro.
3.1 Momentos de reflexão
Meu objetivo não é polemizar ou contradizer as coisas que já estão embasadas nos Dez
Mandamentos recebidos por Moisés no Monte Sinai e na Lei Mosaica criada por ele mais de
mil e duzentos anos antes de Cristo.
Respeito a memória dos hebreus ou povo judeu pelo amor e veneração que todos
tiveram e têm por Moisés até os dias de hoje. Também respeito todas as outras religiões do
Planeta que admiram Moisés, independente de castas e etnias filosóficas. A maioria das
religiões é espiritualista, acredita na vida eterna ou na imortalidade da alma, mas,
infelizmente, milhões de pessoas ignoram a reencarnação por não considerá-la como Justiça
Divina.
Essas pessoas que não aceitam a reencarnação como sendo uma das Leis de Deus ou
Lei de Justiça vivenciada aqui na Terra oporão obstáculos sobre o que direi em relação às
vidas sucessivas de Moisés, achando que o estou rebaixando de hierarquia por ter sido ele o
Legislador Hebreu e enviado de Deus.
Não relatarei, por meio destes meus simplórios escritos, toda a verdade aos Homens
sobre as personalidades de Moisés após a sua desencarnação, mas apenas uma parte dessa
verdade, ou seja, suas existências sucessivas que mais se destacaram. Meu compromisso
maior ao revelar essas coisas é fazer com que certos pensamentos errôneos que os povos
cristalizaram ao longo dos séculos pregressos na figura eterna de Moisés sejam dissipados de
suas almas aferradas ao personalismo exagerado.
Vejamos o que disse Jesus com relação à Verdade: ―E conhecereis a verdade, e a
verdade vos libertará.‖14
14
BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, João, capítulo 8, versículo 32.
22
Até quando ignoraremos as Revelações da Verdade do Mundo Maior para conosco?!
Até quando fecharemos os nossos olhos e taparemos os nossos ouvidos com relação à
Verdade que vem da parte de Deus e do Cristo?!
Quantos de nós conhecemos as Revelações Superiores dos grandes Profetas contidos
no Antigo Testamento e não as praticamos, principalmente quando se trata dos Dez
Mandamentos — Códigos de Leis Divinas?!
Quantas pessoas reencarnadas aqui na Terra ainda estão apegadas à Lei de Moisés, do
―olho por olho‖ e do ―dente por dente‖, vivenciando essas Leis desumanas em nome de um
―deus‖ materialista e sanguinário?!
Quantos irmãos foram mortos em nome de Allah (designação de Deus no Islamismo)
em guerras civis em diversos países do ocidente e do oriente, praticando verdadeiros crimes
de guerra sem o menor escrúpulo? Muitos desses criminosos ainda expõem os corpos de suas
vítimas por meio de vídeos e fotos para que todos possam ver suas barbaridades com a
finalidade única de intimidar o Mundo com suas forças temerárias!
Quantos líderes religiosos, ao longo dos séculos e ―em nome de Deus‖ ou ―em nome
do Cristo‖, dizimaram milhares de vidas humanas, em diversas partes do mundo, nas
chamadas Guerras Santas, que eram praticadas pelas grandes religiões monoteístas, como o
Islamismo e o Catolicismo, contra tudo e todos que ―ameaçavam‖ seus dogmas e seus lugares
ditos sagrados?!15
Tais questionamentos servem para refletirmos sobre o quanto fomos injustos ao longo
desses séculos pregressos para com o nosso próximo, para com Deus e para com o Nosso
Senhor Jesus Cristo, o nosso Governador espiritual. Digo isso porque muitos de nós
estávamos provavelmente reencarnados nessas épocas distantes, quando fomos perseguidores
do Cristo e de sua Doutrina por meio de práticas como as Cruzadas e a Inquisição, mas,
graças a Deus, nossas almas são agora mais pacíficas do que naqueles tempos, por termos
conseguido compreender que a Doutrina revolucionária do Cristo é puro amor e perdão sem
limites.
3.2 Adventos do Profeta Elias e do Messias
Quantos milhões de pessoas ainda esperam a volta de Elias em sua carruagem de
fogo?! Quantos homens em todo o Planeta ainda aguardam a chegada do Messias em seu
15
GUERRA Santa. In: Significados. Disponível em: <https://www.significados.com.br/guerra-santa/> Acesso
em: 25 fev. 2016.
23
trono de ouro e pedras preciosas e com seu exército poderoso para libertar à força o povo
escolhido de Deus do jugo de seus inimigos?!
O Messias já veio, há dois mil anos. Nasceu na simplicidade de uma manjedoura. O
Cristo foi a encarnação do Messias anunciado pelos antigos Profetas. Veio pela primeira
vez aqui na Terra no seio dos fariseus orgulhosos e obcecados pelas Leis de Moisés, mas, por
ser filho de carpinteiro, os homens não O reconheceram como um enviado de Deus, e O
crucificaram injustamente.
Semelhantemente, o Precursor João Batista foi a reencarnação do Profeta Elias,
mas também a maioria do povo daquela época não o reconheceu como um grande Profeta que
havia voltado à Terra para preparar o caminho do Messias. Ou seja, os romanos e os israelitas,
apegados à lei Mosaica do ―olho por olho‖ e do ―dente por dente‖, e não à Lei de Deus, que
determina ―Não matarás‖, acabaram por matar impiedosamente, no meio da turba imprudente
e orgulhosa, os dois enviados de Deus: o Messias (Cristo) e Elias (João Batista).
Imaginemos agora: Se Jesus e Elias tivessem reencarnado em missão aqui na Terra
neste terceiro milênio, será que nós os receberíamos de braços abertos, ou tiraríamos suas
vidas novamente?! Se o Cristo tivesse reencarnado, tenho a certeza de que a maioria dos
homens, por desconhecer a Verdade, oporia todos os tipos de obstáculos à sua missão Divina.
Da mesma forma, muitas pessoas provavelmente oporiam todos os tipos de obstáculos à
realização da tarefa do Profeta Elias (João Batista) como Precursor do Cristo.
Por isso, nem o Messias (Cristo) nem Elias (João Batista) reencarnaram após terem
sido assassinados há dois mil anos pelos verdugos cruéis, mas estão presentes em Espírito,
velando por nós e nos auxiliando na grande Transformação Moral deste milênio.
Elias veio pela segunda vez no século XIX, em Espírito, em nome do Cristo, e, por
intermédio do Codificador, Allan Kardec, estabeleceu nesse período a base do Consolador
Prometido (Espiritismo) aqui na Terra. Como a missão do Codificador não pôde ser concluída
no século XIX, O Espírito de Verdade (Elias) designou, sob a proteção do Cristo, que Allan
Kardec reencarnasse de novo aqui na Terra. Assim, Kardec reencarnou aqui no Brasil, no
século XX, na figura de um simples Médium, a de Francisco Cândido Xavier (Chico Xavier),
com a finalidade de complementar a obra do Espiritismo, ou seja, ―a obra, ainda não
acabada‖,16
iniciada no século XIX, na França. Por meio de seu mediunato, Chico Xavier
deixou, como herança espiritual para este terceiro milênio, mais de 450 livros psicografados,
16
KARDEC, Allan. Meu Sucessor. In: Obras Póstumas. 27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995, p. 304/306.
24
conforme explico em meu primeiro livro, A Volta de Allan Kardec e a Vinda de seu
“Sucessor”.
Com o intuito de enfatizar ainda mais a Verdade, afirmo com segurança que João
Batista (Elias), sendo a mesma Alma, virá pela terceira vez aqui na Terra neste século XXI, e,
por meio do Pacto Áureo de Elias com Moisés (Médium) no ―Novo Concerto‖, restabelecerá
todas as coisas aqui na Terra, de acordo com os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Caros leitores, depois dessas explicações sobre o advento de Elias e do Messias,
passaremos ao assunto proposto sobre as Vidas sucessivas de Moisés. Explicarei com
convicção e de uma forma bem sintetizada desde a existência pregressa de Moisés até a sua
última existência sucessiva na personalidade do Médium.
3.3 As quatro reencarnações sucessivas de Moisés
As quatro reencarnações sucessivas de Moisés são: Saulo de Tarso, Santo Agostinho,
Martinho Lutero e o Médium. O Espírito de Moisés provavelmente viveu outras vidas além
dessas personalidades, mas as reencarnações aqui citadas são aquelas das quais tenho plena
convicção, embora saiba que muitas pessoas não as aceitarão como evidentes.
Saulo de Tarso, Santo Agostinho, Martinho Lutero e o Médium são, pois, um só
Espírito: o de Moisés, o qual reencarnou em corpos diferentes, com missões diferentes, mas
com objetivos iguais: a consolidação do Cristianismo na Terra.
Moisés não foi, evidentemente, uma alma perfeita, mas sempre foi um Espírito muito
superior e de muitas qualidades. Ele foi uma Alma em evolução constante, como todos nós;
contudo, continua trabalhando em comunhão com Deus, com o Cristo e com Elias em prol do
restabelecimento da Verdade aqui na Terra. Por isso, o Cristo enviou o Médium como
―Mediador‖ de João Batista (Elias) na realização de um ―Novo Concerto‖ que se iniciará nas
primeiras décadas deste terceiro milênio.
25
3.4 Recordando a vida pregressa de Moisés
Figura 1 – As Tábuas dos Dez Mandamentos Figura 2 – Mapa da Rota Tradicional do Êxodo
Fonte: WIKIPÉDIA17
Fonte: ROMEUROCHA.COM.BR18
De acordo com a sessão ―Perguntas Interessantes‖ do site ―O Fascínio do Antigo
Egito‖, o eminente egiptólogo (Francês), Pierre Montet (1885-1966), conduziu escavações na
Líbia e no Egito (1939-1946), situa o Êxodo (período em que Moisés libertou o povo de Israel
do jugo do Faraó do Egito) durante o reinado de Mernephtah (1224 a 1214 a.C.).19
Isso
significa que Moisés viveu na época da referida dinastia egípcia. O livro O Faraó
Mernephtah, ditado pelo Espírito de Conde John Wilmot Rochester à médium russa Wera
Krijanowsky, narra a vida de Moisés e confirma o período em que viveu o eminente
Legislador Hebreu.20
Alguns relatos constantes da Bíblia sobre a origem de Moisés e sua missão não
condizem totalmente com a verdade, pois, ao contrário do que consta no Pentateuco, tais fatos
ocorreram no auge dos reinados faraônicos de Ramsés II e de Mernephtah. A trilogia
17
DEZ MANDAMENTOS. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2017.
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Dez_Mandamentos&oldid=47801860> Acesso em:
25 fev. 2016. 18
ROCHA JÚNIOR, R. T.. O Êxodo – Parte 1 – A Travessia. Romeu Rocha. Disponível em:
<http://romeurocha.com.br/wp-content/uploads/2016/06/Imagem6.jpg> Acesso em: 25 fev. 2016. 19
NETTO, Ismael Sá. Perguntas Interessantes. In: O Fascínio do Antigo Egito. Disponível em:
<http://www.fascinioegito.sh06.com/faqs.htm> Acesso em: 25 fev. 2016. 20
Cf. O FARAÓ MERNEPHTAH. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2016.
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=O_Fara%C3%B3_Mernephtah&oldid=44380788>
Acesso em: 3 jan. 2016.
26
psicografada pelo médium Roger Bottini Paranhos: AKHENATON — A Revolução Espiritual
do Antigo Egito (Volume 1), e, principalmente os livros: Moisés — O Libertador de Israel
(Volume 2), e Moisés — Em busca da Terra Prometida (Volume 3) retratam de forma mais
concisa, mais sincera e mais verdadeira, sem alegorias e sem bajulações, a libertação do povo
hebreu da escravidão do Egito, fenômenos ocorridos por intermédio da mediunidade de
Moisés, bem como a travessia pelo Mar Vermelho ou Mar dos Juncos, sua vivência com o
povo hebreu no deserto, as Tábuas das Leis de Deus, a Lei Mosaica, enfim, a verdadeira
história de Moisés.21
Comparando as reencarnações posteriores do Legislador que conheço, a
primeira fase da vida de Saulo de Tarso antes de sua conversão foi a que mais teve
semelhança com a personalidade de Moisés.
A seguir um relato bem resumido sobre a origem de Moisés.
De acordo com o volume dois da trilogia citada (Moisés — O Libertador de Israel), a
mãe de Moisés era egípcia e se chamava Thermutis, irmã do Faraó Ramsés II. O pai de
Moisés era hebreu e se chamava Amram. Para evitar um grande escândalo na corte egípcia
após o nascimento de Moisés, por ser ele filho de um hebreu, o funcionário hierárquico do
Faraó Ramsés II, de nome Chenefrés, se tornou esposo de sua mãe Thermutis com o
consentimento de Ramsés II, e por ciúmes, Chenefrés matou o pai de Moisés numa
emboscada. No entanto, o Faraó Ramsés II tinha vários filhos; um deles era o general do
exército e corregente, Mernephtah, o qual, após a morte de seu pai, tornou-se Faraó do Egito
por dez anos. Mernephtah dificultou a missão de Moisés de libertar o povo hebreu da
escravidão no Egito, mas ele e seu exército acabaram morrendo afogados durante a travessia
do ―Mar Vermelho‖ ou ―Mar dos Juncos‖ enquanto perseguiam Moisés e o povo hebreu.
Moisés, ainda que fosse o enviado de Deus na Terra, não era nenhum ―santo homem‖,
como muitos pensam. Foi um grande enviado de Deus e do Messias (Jesus) aos Homens, mas
não era um Espírito perfeito, isto é, isento de imperfeições. Sei que muitos religiosos
apegados à letra não concordarão com as coisas que aqui escrevo, mas meu objetivo não é
ocultar a verdade; sei quem foi esse eminente Legislador Hebreu, e sei que, mesmo com os
seus defeitos peculiares, ele foi um médium extraordinário e poderoso, e, se não conhecesse
sua alma, eu jamais diria tais coisas a seu respeito.
21
Cf. (i) AKHENATON — A Revolução Espiritual do Antigo Egito (Trilogia - volume 1). Psicografado por
Roger Bottini Paranhos. HERMES (Espírito); Radamés (Espírito). 4ª ed. Limeira: Conhecimento, 2006; (ii) Moisés — O Libertador de Israel (Trilogia – volume 2). Psicografado por Roger Bottini Paranhos. HERMES
(Espírito); Natanael (Espírito). Limeira: Conhecimento, 2004; (iii) Moisés — Em busca da Terra Prometida
(Trilogia – volume 3). Psicografado por Roger Bottini Paranhos. HERMES (Espírito); Natanael (Espírito).
Limeira: Conhecimento, 2005.
27
Mas um fato mudou a vida de Moisés para sempre quando ele ainda era jovem: ao ver
um de seus irmãos de raça em trabalho excessivo e ainda recebendo maus tratos por parte do
funcionário do Faraó, Moisés ficou indignado, e, em defesa daquele escravo hebreu, cometeu
o seu primeiro delito contra um egípcio,22 o que causou sua fuga para as terras de Midiã, a
fim de não ser morto pelo Faraó Ramsés II.
Não podemos nos esquecer, ainda, de que Moisés ao exercer sua missão como
médium, quando retornou das terras de Midiã, antes do Êxodo do povo hebreu rumo ao
deserto, na tentativa de libertar os hebreus do jugo do Faraó Mernephtah por meio de
epidemias e de outros fenômenos da natureza, injustamente, centenas de egípcios foram
mortos. Além disso, durante os anos em que ele permaneceu no deserto com os hebreus,
outras mortes também foram cometidas contra alguns membros de sua própria raça, sob suas
ordens, por causa da desobediência contra a Lei de Deus e contra a Lei Mosaica. Mesmo
sendo um enviado de Deus e o recebedor do Decálogo, Moisés não tinha o direito de tirar a
vida de ninguém. Ele criou a Lei Civil ou Lei disciplinar, cuja finalidade era edificar o Deus
único no coração de seu povo em respeito aos Dez Mandamentos, disciplinar os israelitas
rebeldes, combater o adultério e todos os tipos de crimes, e, principalmente, combater o
politeísmo, pois o povo hebreu trazia entre seus costumes religiosos a prática da idolatria aos
deuses do Egito.
A aplicação da Lei de Moisés naquele tempo longínquo foi necessária, mas poderia ter
sido um pouco mais branda com os seus irmãos de raça. Na verdade, Moisés infringiu a Lei
de Deus ao usar várias vezes o nome dEle em vão quando ameaçava os seus irmãos hebreus
com a ira de Deus ou quando autorizava a matança de pessoas de outras raças, como está
escrito em Números: ―Deus manda Moisés matar todos os homens de Midiã.‖23
Deus jamais
foi mau ou vingativo, mas justo e amoroso para com seus filhos; Ele jamais autorizaria que
Moisés mandasse matar sequer um de seus filhos, porque Ele é amor, misericórdia e
sabedoria; Deus é um ser incriado, é a perfeição absoluta e criador de todas as coisas do
Universo.
Idolatrar Moisés é ocultar algumas de suas imperfeições morais; seria tapar o sol com
a peneira. É certo que ele foi um enviado de Deus na Terra, com a missão de estabelecer as
Leis de Deus e a crença em um único Deus, mas não era um Espírito perfeito. Moisés
reencarnou na condição de líder hebraico e de um grande médium; ele tinha suas qualidades,
mas também seus defeitos, e, se ele fosse perfeito, não teria subtraído uma vida sequer no seio
22
Cf. BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Êxodo, capítulo 2, versículos 11 a 15. 23
Cf. BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Números, capítulo 31, versículos 1 a 8.
28
de seu próprio povo, nem antes nem durante o período em que permaneceu com os israelitas
no deserto.
Moisés infringiu um dos Dez Mandamentos que ele mesmo havia recebido no Monte
Sinai: ―Não matarás.‖24 Mesmo que o povo fosse rebelde e transgredisse as Leis, a pena de
morte infligida aos hebreus não se justificava. Por ser um homem enérgico, médium poderoso
e um líder inteligente, ele poderia ter usado de outros recursos para conter um povo
indisciplinado como eram os israelitas.
Conforme mencionado no Capítulo 2 deste livro, a reparação e a corrigenda de nossas
faltas praticadas em uma encarnação muitas vezes podem ocorrer somente em reencarnações
posteriores, por meio de provas ou expiações. Pode ser necessário pagar uma dívida contraída
em uma existência em várias parcelas, pois, em alguns casos, somente uma vida não é
suficiente para resgatar toda a dívida. Esse foi o caso de Moisés, que, além de conhecer a Lei
de Deus, transgrediu a própria Lei. Então, ele teria que voltar na Terra várias vezes com a
missão de ajudar o Progresso Espiritual da Humanidade e, com isso, reparar suas faltas
cometidas no passado distante. E uma das principais reencarnações desse missionário de Deus
e do Cristo, que transformou para sempre sua vida espiritual, foi a que ele viveu como Saulo
de Tarso ou Apóstolo Paulo.
Uma pesquisa minuciosa em vários sites espíritas e espiritualistas da Internet e em
alguns livros espíritas revela que, para certos autores, o Faraó ―Menés‖ (Narmer), Moisés e
Maomé são o mesmo Espírito; outros dizem que Moisés, Elias e João Batista são o mesmo
Espírito. Quem tem razão? De minha parte, creio firmemente que Elias e João Batista são o
mesmo espírito, mas Elias (João Batista) não é a reencarnação de Moisés, como muitos
pensam. Estou certo de que, entre as vidas sucessivas de Moisés, estão as figuras de Saulo de
Tarso, Santo Agostinho, Martinho Lutero e o Médium.
O caro leitor poderá, após a leitura de meus escritos, tirar suas conclusões a respeito da
afirmação que faço de que Saulo (Paulo) foi a reencarnação de Moisés. Se houve
reencarnações entre as vidas de Moisés e Saulo Tarso, não posso afirmar; mas reafirmo com
toda a segurança que a reencarnação de Saulo de Tarso é a personalidade que mais se
assemelha a Moisés.
A mediunidade não é privilégio de ninguém. Quando cometemos crimes ou fazemos
alguém sofrer, ao invés de reencarnarmos cegos, surdos ou sem as mãos ou as pernas, por
exemplo, para que não viéssemos a cometer novos crimes contra nosso próximo ou contra nós
24
BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Êxodo, capítulo 20, versículo 13.
29
mesmos por meio do suicídio; Deus, por sua misericórdia, pode usar de outros atenuantes,
permitindo que trabalhemos com a mediunidade para, através dela, praticar a verdadeira
caridade em favor do nosso próximo. Não importa o tipo de mediunidade exercida, mas que
façamos o bem. Por meio da mediunidade, podemos resgatar nossos débitos do passado sem
que seja necessário passarmos pela expiação!
As pessoas que creem na ressurreição em vez da reencarnação acharão inadmissível a
hipótese de Moisés ter reencarnado várias vezes aqui na Terra em missões diferenciadas e
mais humildes, especialmente por terem sido suas reencarnações sucessivas desprovidas, em
parte, dos poderes espirituais da mediunidade exercida por ele quando foi Moisés.
Afirmo, ainda, que, na sua reencarnação atual, isto é, na personalidade do Médium,
muitas coisas serão diferentes, porque haverá a necessidade de mais forças espirituais por
meio de sua mediunidade. Por isso, ele terá a união com o Espírito de Elias neste século XXI,
por ser a sua missão muito mais difícil do que as anteriores.
Diferença entre ressurreição e reencarnação
1. Ressurreição: Volta do Espírito depois da morte física no mesmo corpo em que
habitava antes de sua morte. A ressurreição, na acepção da palavra, é contrária à
Ciência de Deus e à Ciência dos homens, enquanto a reencarnação é aceitável
pelas duas Ciências.
2. Reencarnação: Volta do Espírito em um corpo recém-formado, diverso do
primeiro.
Algumas das reencarnações sucessivas de Moisés:
1. Saulo de Tarso
2. Santo Agostinho
3. Martinho Lutero
4. O Médium
30
3.5 Saulo de Tarso
Figura 3 – Capa do livro Paulo e Estevão
Fonte: Biblioteca Virtual – Autores Espíritas Clássicos25
Saulo nasceu na cidade de Tarso, capital da Silícia, no primeiro século da Era Cristã.26
Como já mencionado, uma das vidas sucessivas de Moisés que mais se assemelha a ele é a de
Saulo de Tarso. Portanto, Moisés e Elias são duas personalidades distintas; basta observar a
missão de Elias e a de João Batista para perceber a diferenciação da missão de Moisés e a de
Paulo. Deus não confia grandes missões a um único Espírito, mas àqueles que Ele sabe que
darão conta de suas missões.
A vida de Saulo de Tarso antes e depois de sua conversão ao Cristianismo
A história de Saulo de Tarso que narrarei a seguir iniciou-se na cidade de Jerusalém,
durante a Era Cristã.
Saulo foi um grande enviado de Deus e do Cristo aqui no Orbe terrestre. Ele veio com
a missão de difundir os ensinamentos do Cristianismo a todos os povos do Planeta. Saulo,
como era conhecido antes de se chamar Paulo, foi doutor da Lei, considerado um rabino de
25
CARVALHO, Antônio César Perri de. 70 anos do livro ―Paulo e Estevão‖. In: Biblioteca Virtual –
Autores Espíritas Clássicos. Disponível em:
<http://www.autoresespiritasclassicos.com/Chico%20Xavier/Livros%20que%20iluminam/Paulo%20e%20esteva
o/PAULO%20E%20ESTEV%C3%83O%20(Chico%20Xavier%20-%20Emmanuel).htm> Acesso em: 25 fev.
2016. 26
BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Atos dos Apóstolos, capítulo 21, versículo 39.
31
renome entre os judeus. Homem inteligente, enérgico, versátil e muito culto, teve um
currículo peculiar: obteve a formação intelectual ―pelos melhores mestres das cidades de
Atenas e Alexandria que residiam na cidade de Tarso; além disso, ele era poliglota, sabia falar
fluentemente o hebraico, o grego, o aramaico...‖.27
Quando era mais jovem, Saulo aprendeu o
ofício de tecelão, que ele colocou em prática mais tarde, depois de sua conversão ao
Cristianismo, com a finalidade de custear o seu próprio sustento.
Saulo de Tarso, além de ser um homem muito culto e inteligente, foi um defensor
incansável da Lei de Moisés ou Lei Mosaica, e não defensor dos Dez Mandamentos da Lei de
Deus.
Como narra a história do Cristianismo, Saulo, antes de se converter aos ensinamentos
do Cristo, era a esperança do povo de Israel, porque defendia fervorosamente a Lei de Moisés:
―olho por olho‖ e ―dente por dente‖, sentia-se orgulhoso por isso. No entanto, o fatídico
acontecimento que ocorreria com Estevão, seu adversário de crença, teve o seu ponto
culminante quando Saulo assistiu a uma pregação de Estevão sobre a vida de Moisés e de
Jesus.28
Falava Estevão sobre Moisés com eloquência, e todos o admiravam, mas, quando
passou a falar sobre os ensinamentos de Jesus com inspiração, sabedoria e lógica
imprescindível, o doutor da Lei, vendo isso como uma afronta às Leis de Moisés, solicitou a
interseção das autoridades de Israel para que Estevão fosse preso imediatamente. Então, o
Mártir do Cristianismo foi preso e obrigado a abjurar a doutrina de Jesus ante o Tribunal do
Sinédrio. Como Estevão se recusou a fazê-lo, foi condenado à pena de morte. Antes de ser
morto, porém, sofreu todos os tipos de ultrajes e suplícios até o seu julgamento final. Por
defender uma Lei que não era de Deus, Saulo, o doutor da Lei, cometeu o seu primeiro
delito contra Estevão, que foi morto sem piedade a pedradas na frente das autoridades do
Sinédrio e de testemunhas israelitas.
Depois desse evento sinistro com Estevão, muitos Cristãos foram perseguidos pelos
juízes israelitas do Sinédrio ali mesmo em Jerusalém, devido a essa atitude desavisada de
Saulo; outros foram presos e morreram à mingua nas prisões infectas dos calabouços. Essa
defesa exacerbada da Lei de Moisés e consequente perseguição aos Cristãos fez com que
muitas famílias se mudassem sem rumo de Jerusalém para outras paragens.
27
Cf. Canal kardec2007. Seminário Paulo e Estevão – Parte 01. Disponível em:
<https://youtu.be/4r4hSB057MY> Acesso em: 25 fev. 2016. 28
Cf.: EMMANUEL (Espírito). Paulo e Estevão. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. 27ª ed. Rio de
Janeiro: FEB, 1994. Primeira parte, cap. n.º 5, ―A pregação de Estevão‖, p. 85/101, e cap. n.º 6, ―Ante o
Sinédrio‖, p. 102/118.
32
Após a morte de sua noiva, Abigail, causada por uma enfermidade pulmonar, Saulo,
sem as esperanças do amor de sua amada, decidiu vingar-se de Ananias na cidade de
Damasco, por ter sido ele o responsável pela conversão de Abigail aos ensinamentos de Jesus.
Por isso afirmo que Saulo foi a reencarnação do próprio Moisés, pois trazia em seu
Espírito as imperfeições e as qualidades do Legislador Hebreu. Por outro lado, Saulo em
muito se assemelhava à personalidade de Moisés enquanto líder determinado, enérgico,
impulsivo, destemido, defensor da Lei de Moisés, que ele mesmo havia criado durante o
período de sua estadia por quarenta anos no deserto.
Saulo trazia as boas qualidades e as imperfeições armazenadas em seu Espírito ou
Alma, e não no corpo, pois o corpo é apenas um simples envoltório do Espírito encarnado.
Se Saulo, em sua encarnação anterior como Legislador Hebreu, cometera vários
delitos por causa de abusos de sua Lei, a história se repetia naqueles primeiros anos como
doutor da Lei contra os Cristãos indefesos. Mas havia esperança para Saulo: bastava que ele
se despisse das vestimentas de doutor da Lei e de Rabino de sua raça.
Como já relatado, Saulo, desejando vingança contra o discípulo Ananias por ter sido o
causador da conversão de sua noiva ao Cristianismo, preparou-se para ir até a cidade de
Damasco para prendê-lo:
[...] De posse das cartas de habilitação para agir convenientemente, em
cooperação com as Sinagogas de Damasco, aceitou a companhia de três
varões respeitáveis [Jacob, Demétrio e Jonas], que se ofereceram a
acompanhá-lo na qualidade de servidores muito amigos.
Ao fim de três dias, a pequena caravana se deslocou de Jerusalém para a
extensa planície da Síria.29
No ano 36 da Era Cristã, o destino mudaria a vida de Saulo no caminho de Damasco.
Chegando às proximidades da cidade, ele nem imaginava que teria uma grande surpresa:
[...] Devia ser meio-dia. [...] Em dado instante, todavia, quando mal
despertava das angustiosas cogitações, sente-se envolvido por luzes
diferentes da tonalidade solar. [Não suportando a luz, pediu socorro a
Jacob e a Demétrio.]
Mas a confusão dos sentidos lhe tira a noção de equilíbrio e tomba do animal, ao desamparo, sobre a areia ardente. A visão, no entanto,
parece dilatar-se ao infinito. Outra luz lhe banha os olhos
deslumbrados [...] vê surgir à figura de um homem de majestática
beleza, dando-lhe a impressão de que descia do céu ao seu encontro.
29
EMMANUEL (Espírito). No caminho de Damasco. In: Paulo e Estevão. Psicografado por Francisco Cândido
Xavier. 27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Primeira parte, cap. n.º 10, p. 194/195.
33
Sua túnica era feita de pontos luminosos, os cabelos tocavam nos
ombros, à nazarena, os olhos magnéticos, imanados de simpatia e de
amor, iluminado a fisionomia grave e terna, onde pairava uma divina
tristeza.
O doutor de Tarso [Saulo] contemplava-o com espanto profundo, e foi
quando, numa inflexão de voz inesquecível, o desconhecido se fez
ouvir:
— Saulo!... Saulo!... por que me persegues?
[...] Enquanto os companheiros cercavam o jovem genuflexo, sem
nada ouvirem nem verem, não obstante haverem percebido, a
princípio, uma grande luz no alto, Saulo interrogava em voz trêmula e
receosa:
— Quem sois vós, Senhor?
Aureolado de uma luz balsâmica e num tom de inconcebível doçura, o
Senhor respondeu:
— Eu sou Jesus!...
[...] Foi quando notou que Jesus se aproximava e, contemplando-o
carinhosamente, o Mestre tocou-lhe os ombros com ternura, dizendo
com inflexão paternal:
— Não recalcitres contra os aguilhões!... [...] Banhado em pranto,
como nunca lhe acontecera na vida, fez, ali mesmo, sob o olhar
assombrado dos companheiros e ao calor escaldante do meio-dia, a
sua primeira profissão de fé.
— Senhor, que quereis que eu faça?
— Levanta-te, Saulo! Entra na cidade [Damasco] e lá te será dito o
que te convém fazer!...30
Cego por causa da grandeza da luz do Cristo, Saulo se levantou, e, com a ajuda de seus
amigos de viagem, seguiu até Damasco; depois de três dias cego, obteve a cura de Jesus por
intermédio de Ananias, iniciando-se, a partir de então, a sua primeira pregação na Sinagoga de
Damasco, na presença de israelitas, expondo sua conversão aos ensinamentos do Cristo.
Para saber a história completa da conversão de Saulo, recomendo ao caro leitor que
estude atentamente o Capítulo 10, ―No caminho de Damasco‖, primeira parte, do livro Paulo
e Estevão e do capítulo 9, versículos 1 a 18, de Atos dos Apóstolos.31
O meu ponto de vista sobre a conversão de Saulo Tarso
Mesmo Saulo de Tarso sendo chamado diretamente pelo Cristo às portas de Damasco;
Mesmo tendo permanecido cego por três dias;
30
EMMANUEL (Espírito). No caminho de Damasco. In: Paulo e Estevão. Psicografado por Francisco Cândido
Xavier. 27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Primeira parte, cap. n.º 10, p.197/200. 31
Cf. (i) EMMANUEL (Espírito). Paulo e Estevão. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. 27ª ed. Rio de
Janeiro: FEB, 1994; (ii) BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Atos dos Apóstolos, capítulo 9,
versículos 1 a 18.
34
Mesmo tendo sido recebido com desprezo e repulsa por seus irmãos de raça em
Damasco;
Mesmo tendo trabalhado como tecelão por três anos no ―Oásis de Dan‖32
quando se
despiu da vestimenta de doutor da Lei;
Mesmo tendo trabalhado arduamente até o fim de sua vida em prol do Evangelho e por
amor a Jesus;
Mesmo tendo escrito dezenas de cartas, levando esperanças e consolos aos irmãos de
fé;
Mesmo tendo sido apedrejado e espancado várias vezes com bastonadas e estando à
beira da morte;
Mesmo tendo ficado com várias cicatrizes no corpo todo por ter defendido o Cristo e
seus ensinamentos;
Mesmo tendo sido encarcerado em prisões infectas e tendo sofrido duras provações
físicas e morais;
Mesmo tendo passado fome e sede nas estradas e cidades por onde viajava pregando o
Evangelho;
Mesmo quase tendo sido crucificado em Jerusalém pelos fanáticos Israelitas;
Mesmo tendo sido preso e levado com outros criminosos em um navio para Roma e
tendo sido picado por uma víbora venenosa na Ilha de Malta;
Mesmo tendo sido decapitado de madrugada em Roma por soldados a mando de Nero;
Mesmo depois dos seus grandes labores aqui na Terra, quando sua alma foi ao
encontro de Jesus, Abigail e Estevão no Plano espiritual; ainda assim podemos concluir que as
dívidas de Paulo contraídas com Deus, com o Cristo e com os Cristãos não foram totalmente
pagas durante a sua existência física!
Contudo, depois dos muitíssimos sofrimentos a que Paulo de Tarso foi submetido
desde sua conversão à causa do Cristo e do Cristianismo até seus últimos dias, seu Espírito
teria que reencarnar várias vezes em missões na Terra. Não importa onde, quando e como
seriam suas próximas reencarnações, elas não seriam fáceis. Quantas vidas foram dissipadas
por causa de sua prepotência e abuso de autoridade! Por isso, ele teria que voltar várias vezes
à Terra em missões árduas, com o intuito de preparar a si próprio e à Humanidade ao longo
dos séculos, a fim de que, neste século XXI, ele pudesse vir como ―Mediador‖ do Profeta
32
EMMANUEL (Espírito). Paulo e Estevão. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. 27ª ed. Rio de
Janeiro: FEB, 1994, p. 246.
35
Elias (João Batista), para, juntos, restabelecerem todas as coisas aqui na Terra, de acordo com
o que está exarado no Evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo.33
3.6 Santo Agostinho
Figuras 4 e 5 – Agostinho de Hipona
Fonte: Wikipédia34
Fonte: Fraternidade Solo de Maria35
Agostinho de Hipona (em latim: Aurelius Augustinus Hipponensis) conhecido
universalmente, como Santo Agostinho, nasceu em 13 de novembro de 354 [d.C.], em
Tagaste, Numídia (moderna Souk, Ahras, Argélia) e faleceu em 28 de agosto de 430 em
Hipona, Numíbia (moderna Annaba, Argélia). Foi um dos mais importantes teólogos e
filósofos dos primeiros anos do Cristianismo, cujas obras foram muito influentes no
desenvolvimento do Cristianismo e da filosofia ocidental. Ele era o bispo de Hipona, uma
cidade da província romana da África. [...]36
33
BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Mateus, capítulo 17, versículos 10 a 13, e Marcos,
capítulo 9, versículos 11 a 13. 34
AGOSTINHO DE HIPONA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2016.
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Agostinho_de_Hipona&oldid=47575125>. Acesso
em: 25 fev. 2016. 35
PRECE a Santo Agostinho. In: Fraternidade Solo de Maria. Disponível em: <http://solodemaria.com.br/wp-
content/uploads/2013/12/msg-2712.jpg> Acesso em: 25 fev. 2016. 36
(i) AGOSTINHO DE HIPONA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2016.
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Agostinho_de_Hipona&oldid=47575125> Acesso
em: 25 fev. 2016; (ii) SESÉ, Bernard. Agostinho, o Convertido. 5ª ed. São Paulo: Paulinas, 2005.
36
Antes de ser considerado Bispo da Igreja Católica, Santo Agostinho errou muito, tanto
que sua mãe, (Santa) Mônica, uma mulher muito fervorosa à fé Católica e que nunca desistiu
de seu filho, deu-lhe muitos conselhos e orou muito por ele, e, enquanto Agostinho não se
tornou Cristão, ela não se conformou. Um dos livros de Santo Agostinho, As Confissões,
retrata muito bem sua vida desregrada antes de se converter ao Cristianismo.
A conversão de Agostinho ocorreu após a sua transferência residencial para Roma,
onde teve uma visão espiritual em forma de uma luz em um jardim. Novamente, Jesus o
chamava para a missão de uma forma inusitada. Após essa visão, ele se tornou padre e,
depois, Bispo da Igreja Católica. A partir daí, sua missão como pregador do Evangelho de
Jesus iniciou-se graças às leituras das epístolas do Apóstolo Paulo, as quais preencheram o
seu coração e o seu pensamento, tão necessitados de novas luzes.
Há algumas semelhanças entre a vida de Saulo de Tarso e a de Aurélio Agostinho
antes de suas conversões em relação aos acontecimentos que antecederam suas
transformações aos ensinamentos de Jesus. Os dois erraram antes de suas conversões ao
Cristianismo por ignorarem o Evangelho de Cristo: Saulo, por defender a Lei de Moisés; e
Agostinho, por levar uma vida desregrada moralmente e avesso à Doutrina de Jesus. Mas,
após se entregar verdadeiramente ao Cristo, Agostinho realizou uma verdadeira reforma
interna por meio do autoconhecimento, defendendo e pregando o Evangelho do Cristo em
prol da humanidade até os seus últimos dias. Por essa razão, Santo Agostinho é muito
respeitado não apenas pela Igreja Católica, mas por outras religiões, principalmente pelo
Espiritismo, como veremos nos depoimentos extraídos do Evangelho Segundo o Espiritismo.
Por isso afirmo que há algumas semelhanças entre a vida de Paulo e a de Agostinho,
principalmente no que diz respeito ao seu caráter como homem destemido, corajoso, bondoso
e enérgico, capaz de dizer a verdade sem medo de represálias por parte de seus algozes.
Santo Agostinho participou de Concílios e de grandes debates e lutou contra os tiranos
do paganismo sem tirar uma única vida. Quando ―faleceu no dia 28 de agosto de 430, era tão
pobre que nada tinha a legar a ninguém‖. Deixou vários livros, dentre eles Confissões, A
cidade de Deus e A Trindade, além de dezenas de cartas e escritos. Suas obras foram
traduzidas em vários idiomas. Se houve o fortalecimento do Cristianismo naquela época
distante foi graças às suas lutas e aos seus bons exemplos de Cristão reformado.
Vejamos o depoimento do Espírito de Erasto, acompanhado de uma nota de Allan
Kardec, e uma mensagem do Espírito de Santo Agostinho transmitida por mediunidade no
século XIX:
37
Depoimento do Espírito de Erasto37
Santo Agostinho é um dos maiores vulgarizadores do Espiritismo. Manifesta-se quase por
toda parte. A razão disso encontramo-la na vida desse grande filósofo cristão. Pertence ele à
vigorosa falange dos Pais da Igreja, aos quais deve a cristandade seus mais sólidos esteios. Como
vários outros, foi arrancado ao paganismo, ou melhor, à impiedade mais profunda, pelo fulgor da
verdade. Quando, entregue aos maiores excessos [como Saulo de Tarso], sentiu em sua alma
aquela singular vibração que o fez voltar a si e compreender que a felicidade estava alhures, que
não nos prazeres enervantes e fugitivos; quando, afinal, no seu caminho de Damasco [Jesus lhe
apareceu], também lhe foi dado ouvir a santa voz a clamar-lhe: “Saulo, Saulo, por que me
persegues?”, exclamou: “Meu Deus! Meu Deus! perdoai-me, creio, sou cristão!” E desde então
tornou-se um dos mais fortes sustentáculos do Evangelho. Podem ler-se, nas notáveis
confissões38 que esse eminente Espírito deixou, as características e, ao mesmo tempo, proféticas
palavras que proferiu, depois da morte de Santa Mônica [mãe de Santo Agostinho]: Estou convencido de que minha mãe me virá visitar e dar conselhos, revelando-me o que nos espera na vida futura [aqui o termo minha mãe, refere-se ao Consolador Prometido, o Espiritismo]. Que
ensinamento nessas palavras e que retumbante previsão da doutrina porvindoura! Essa a razão por
que hoje, vendo chegada a hora de divulgar-se a verdade que ele outrora pressentira, se
constituiu seu ardoroso disseminador e, por assim dizer, se multiplica para responder a todos os
que o chamam. — Erasto, discípulo de Paulo. Paris, 1863. (Grifo nosso)
NOTA. — Dar-se-á venha Santo Agostinho demolir o que edificou? Certamente que não.
Como tantos outros, ele vê com os olhos do espírito o que não via como homem. Liberta, sua alma
entrevê claridades novas, compreende o que antes não compreendia. Novas ideias lhe revelaram o
sentido verdadeiro de algumas sentenças. Na Terra, apreciava as coisas de acordo com os
conhecimentos que possuía; desde que, porém, uma nova luz lhe brilhou, pôde apreciá-las mais
judiciosamente. Assim é que teve de abandonar a crença que alimentara nos Espíritos íncubos e
súcubos e o anátema que lançara contra a teoria dos antípodas. Agora que o Cristianismo se lhe
mostra em toda a pureza, pode ele, sobre alguns pontos, pensar de modo diverso do que pensava
quando vivo, sem deixar de ser um apóstolo cristão. Pode, sem renegar a sua fé, constituir-se
disseminador do Espiritismo, porque vê cumprir-se o que fora predito. Proclamando-o, na
atualidade, outra coisa não faz senão conduzir-nos a uma interpretação mais acertada e lógica
dos textos. O mesmo ocorre com outros Espíritos que se encontram em posição análoga.
* * *
Progressão dos mundos39
O progresso é Lei da Natureza. A essa lei todos os seres da Criação, animados e
inanimados, foram submetidos pela bondade de Deus, que quer que tudo se engrandeça e
prospere. A própria destruição, que aos homens parece o termo final de todas as coisas, é apenas
um meio de se chegar, pela transformação, a um estado mais perfeito, visto que tudo morre para
renascer e nada sofre o aniquilamento.
37
KARDEC, Allan. Instruções dos Espíritos. In: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 109ª ed. Rio de Janeiro:
FEB, 1994. Cap. n.º 1, item 11, p. 61/62. 38
Cf. AGOSTINHO, Santo. Confissões. 3ª ed. São Paulo: Paulus, 2004. 39
KARDEC, Allan. Progressão dos Mundos. In: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 109ª ed. Rio de Janeiro:
FEB, 1994. Cap. nº. 3, item 19, p. 81.
38
Ao mesmo tempo em que todos os seres vivos progridem moralmente, progridem
materialmente os mundos em que eles habitam. Quem pudesse acompanhar um mundo em suas
diferentes fases, desde o instante em que se aglomeraram os primeiros átomos destinados a
constituí-lo, vê-lo-ia a percorrer uma escala incessantemente progressiva, mas de degraus
imperceptíveis para cada geração, e a oferecer aos seus habitantes uma morada cada vez mais
agradável, à medida que eles próprios avançam na senda do progresso. Marcham assim,
paralelamente, o progresso do homem, o dos animais, seus auxiliares, o dos vegetais e o da
habitação, porquanto nada em a Natureza permanece estacionário. Quão grandiosa é essa ideia e
digna da majestade do Criador! Quanto, ao contrário, é mesquinha e indigna do seu poder a que
concentra a sua solicitude e a sua providência no imperceptível grão de areia, que é a Terra, e
restringe a humanidade aos poucos homens que a habitam!
Segundo aquela lei [Mosaica], este mundo esteve material e moralmente num estado
inferior ao em que hoje se acha e se alçará sob esse duplo aspecto a um grau mais elevado. Ele há
chegado a um dos seus períodos de transformação, em que, de orbe expiatório, mudar-se-á em
planeta de regeneração, onde os homens serão ditosos, porque nele imperará a Lei de Deus. — Santo Agostinho. Paris, 1862. (Grifo nosso)
Outras mensagens assinadas por Santo Agostinho e pelo Apóstolo Paulo estão
inseridas em várias Obras do Pentateuco Kardequiano: O Livro dos Espíritos, O Livro dos
Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, dentre outras.
Após tais depoimentos, pergunto: Restam dúvidas sobre a missão do Espírito do
Apóstolo Paulo, que reencarnou em outro corpo, o de Santo Agostinho?! Restam dúvidas
sobre o que está escrito na enciclopédia eletrônica Wikipédia: ―Muitos protestantes,
especialmente os calvinistas, consideram Agostinho de Hipona como um dos pais teológicos
da Reforma Protestante, por causa de sua doutrina sobre a salvação e graça divina‖?40
Assim, Paulo de Tarso foi enviado à Terra de novo no século IV na personalidade de
Santo Agostinho, mediante as ordens de Deus e de Nosso Senhor Jesus, com a missão de
divulgar de novo o Cristianismo aos Homens. Santo Agostinho foi um grande reformista
dentro da Igreja Católica e antecessor da Reforma Protestante de Martinho Lutero,
personalidade estudada no próximo tópico.
Para saber mais a respeito da vida de Santo Agostinho, recomendo ao leitor o livro
Agostinho, o Convertido, escrito por Bernard Sesé e publicado pela Editora Paulinas.41
40
AGOSTINHO DE HIPONA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2016.
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Agostinho_de_Hipona&oldid=47575125> Acesso
em: 25 fev. 2016. 41
Cf. SESÉ, Bernard. Agostinho, o Convertido. 5ª ed. São Paulo: Paulinas, 2005.
39
3.7 Martinho Lutero
Figura 6 – Martinho Lutero Figura 7 – Capa de As marcas do Cristo
Fonte: WIKIPÉDIA42
Fonte: Livraria da Travessa43
Martinho Lutero [Martin Luther] nasceu na cidade de Eisleben em 10 de novembro de
1483 e faleceu em 18 de fevereiro de 1546 na mesma cidade.44
No ano de 1505, iniciou o
curso de direito por vontade própria, e a vontade de seus pais era vê-lo se tornar bacharelado
em Direito, mas desistiu do curso. Estudou Teologia no Mosteiro de Santo Agostinho, que,
coincidência ou não, tinha o nome de sua existência anterior.
A conversão de Lutero ao Cristianismo
Vejamos a seguir a narração de Hermínio C. Miranda:
Dia quente de verão, Lutero passeava pelas vizinhanças de Erfurt, a meio
caminho na direção de uma pequena vila, chamada Sotterheim, quando um
acontecimento desusado ocorreu. Dizem os autores mais cautelosos e menos
imaginosos que um raio caiu sobre ele. Seria mesmo um raio, num dia claro
e brilhante? E um raio caído assim tão perto não o teria fulminado? Funck-
Brentano, seu biógrafo mais moderno e que parece mais atento à
fenomenologia inabitual na vida de Lutero, descreve o episódio como uma
42
MARTINHO LUTERO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation. Disponível
em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Martinho_Lutero&oldid=47834789> Acesso em: 25 fev. 2016. 43
AS MARCAS do Cristo Vol. 1. In: Livraria da Travessa. Disponível em: < http://www.travessa.com.br/as-
marcas-do-cristo-vol-1/artigo/a15bc365-160f-4285-9e7c-da4c83f277da> Acesso em: 25 fev. 2016. 44
MARTINHO LUTERO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2017.
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Martinho_Lutero&oldid=47834789> Acesso em: 25
fev. 2016.
40
visão de tamanho impacto que o sacudiu ao chão aturdido, tal como a Saulo
no caminho de Damasco. Informa mesmo que Martin teve a visão do Cristo,
tal como Saulo, e que Lutero, apavorado ante nova ameaça de morte
violenta, socorre-se de Santa Ana, padroeira dos mineiros, e prometeu-lhe
que se faria monge.45
(Grifo nosso)
A partir desse Evento espiritual ocorrido ―a caminho de Erfurt‖, Lutero abandonou a
Faculdade de Direito e tornou-se Monge Agostiniano, Professor e Doutor em Teologia do
Mosteiro de Santo Agostinho.
Vejamos o comentário de outro autor que afirmou que o raio não caiu sobre a cabeça
de Lutero, mas bem próximo a ele:
No dia 2 de julho de 1.505, voltando de uma visita aos seus pais, um raio
caiu bem próximo de Martinho, e o medo o levou a fazer uma promessa de
virar monge, “Sant'Ana, salva-me e tornar-me-ei monge!” Como nada
ocorreu a Martinho, ele ingressou no convento dos eremitas agostinianos de
Erfurt.46
Que ―raio‖ foi esse que veio do céu e não matou Lutero, mas o fez ter medo, e cuja
influência foi tão grande que fez Martinho abandonar seus estudos de Direito?!
Depois desse episódio dramático, Lutero chegou a prometer a Santa Ana, sua devota,
que se tornaria Monge Católico caso não morresse, havendo, então, uma transformação
interna em sua vida. Mesmo seu pai o tendo deserdado por ele ter abandonado o curso de
Direito, Lutero continuou com a convicção de se tornar monge católico, e acabou ingressando
no convento dos agostinianos.
Esse episódio comovente do ―raio‖ fez com que ele se tornasse um verdadeiro cristão
ativo, tanto que ele se converteu aos ensinamentos de Jesus e se tornou estudioso assíduo das
Epístolas de Paulo, fontes de suas inspirações na missão de Reformador.
Dizem alguns que o ―raio‖ caiu sobre Lutero, enquanto outros acreditam que tenha
caído bem próximo dele. No entanto, se realmente um raio houvesse caído sobre Lutero, teria
sido fatal, e, ainda que tivesse caído apenas próximo, e não sobre ele, se ele estivesse sem
proteção isolante contra a radiação eletromagnética, provavelmente teria morrido ou ficado
com grandes sequelas físicas em todo o seu corpo, como queimaduras graves ou outros danos
maiores.
45
MIRANDA, Hermínio C.. A caminho de Erfurt: a convocação. In: As Marcas do Cristo – Vol. II: Lutero, o
Reformador. 3ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995, p. 50/52. 46
DIMENSÕES do Evangelismo – Terceira Parte. Hammer of God Int’l Church and Ministries. Disponível
em: <http://hammergm.blogspot.com.br/2013/07/dimensoes-do-evangelismo-terceira-parte.html> Acesso em: 25
fev. 2016.
41
Portanto, tenho absoluta certeza de que Lutero teve, na verdade, uma visão do Espírito
do próprio Cristo, por meio de uma luz muito intensa, semelhante à claridade de um
relâmpago, vindo do céu em sua direção, embora não o tenha deixado cego por três dias como
acontecera com Saulo de Tarso quando o Cristo lhe apareceu na estrada de Damasco. Sendo
Lutero a reencarnação de Saulo de Tarso, a história da conversão se repetia em sua alma
naquele ano de 1505, em plena Idade Medieval. Novamente, o Cristo chamava o Espírito de
Saulo, agora no corpo de Lutero, para outra missão, a de Reformador do seu Evangelho, que
estava sendo maculado pelo poder Papal!
Comparando os acontecimentos que levaram à conversão de Saulo e de Lutero:
1. Saulo de Tarso não se despiu de suas vestes de doutor da Lei e de Rabino de sua
raça após ter tido uma visão do Cristo no caminho de Damasco?! E não foi depois
desse episódio que ocorreu sua conversão ao Cristianismo?!
2. Esse ―raio‖ (luz intensa) que diz ter ―caído bem próximo‖ a Lutero quando ele
passeava pelas vizinhanças de Erfurt não foi o causador de sua conversão ao
Cristianismo?! Acredito firmemente que Lutero tenha tido uma visão do Cristo, em
todo o seu esplendor, que o fez mudar bruscamente sua vida de promissor bacharel
em Direito em um simples monge Católico, contrariando o desejo de seus pais!
Faço uma pausa para narrar um fato verídico que ocorreu em Uberlândia, Minas
Gerais, por volta do ano de 1998, em uma tarde chuvosa de verão, com muitos relâmpagos e
trovoadas. Subitamente, vimos um grande clarão, seguido de um forte estrondo, vindo da casa
dos fundos. Nem imaginávamos no momento o que causara tal barulho; apenas minutos
depois viemos saber que se tratava da queda de um raio, que se projetou com muita força
sobre uma antena de televisão com haste de ferro instalada na laje do banheiro de nossa casa
dos fundos. O barulho e o impacto foram tão intensos que chegou a trincar a laje do banheiro,
que era de concreto armado. Provavelmente, o motivo da atração magnética desse raio, além
da haste de ferro, foi o televisor, que estava ligado. A descarga elétrica do raio queimou todo
o fio da antena e o televisor derreteu por dentro, além da fiação interna e externa da nossa
casa ficaram em estados lastimáveis. Tivemos que trocar toda a instalação elétrica, desde a
saída do padrão até a casa dos fundos. Graças a Deus, não houve vítimas, mas ficamos muito
assustados e com medo. Além disso, muitos aparelhos eletrônicos que estavam ligados em
42
tomadas nas residências dos vizinhos foram danificados por causa da emissão de radiação
eletromagnética do raio.
A companhia de energia elétrica de nossa cidade confirmou que caiu um raio em cima
da laje da nossa casa dos fundos. Felizmente, ninguém ficou com traumas ou sequelas físicas;
houve apenas a ocorrência de danos materiais. Tampouco tivemos nossas vidas transformadas
moral e espiritualmente, como ocorreu com Martinho Lutero, que foi transformado em um
novo homem.
Então, o que aconteceu com Lutero que o levou a se tornar Cristão de verdade não foi
um ―raio‖, mas uma visão presencial do Espírito do Cristo!
O fato é que Lutero reencarnou com a missão de fazer reviver os ensinamentos de
Jesus, evento grandioso que, obviamente, ele não conseguiria realizar sozinho; no entanto,
houve a participação de vários vultos notáveis da Reforma Protestante do século XVI, que
tiveram como missões ―exumar a letra dos Evangelhos‖47
, restrito à jurisdição Papal e àqueles
que faziam parte do esquema de corrupção dos ensinamentos do Cristo, os únicos membros da
Igreja Católica que tinham acesso aos textos bíblicos do Antigo e do Novo Testamentos.
Ao se tornar monge Agostiniano, Lutero passou a ter acesso à leitura da Bíblia, e, não
concordando com o comércio das Indulgências (remissão total ou parcial das penas relativas
aos pecados, perdão, absolvição plena das penas temporais, segundo o dicionário Michaelis),
publicou, em 1517, as chamadas 95 teses (―Disputação do Doutor Martinho Lutero sobre o
Poder e Eficácia das Indulgências‖), em um contexto de conflito aberto contra Johann Tetzel,
que praticava a venda de Indulgências sob as ordens do Papa Leão X a preços exorbitantes e
sem o menor escrúpulo de consciência religiosa. A obra O Livro Negro do Cristianismo: Dois
Mil Anos de Crimes em Nome de Deus48, retrata com detalhes os abusos romanos cometidos
do período da crucificação do Cristo até a idade medieval, quando o comércio das
Indulgências começou a ser praticado pelo Papa Leão X.
Como Lutero não abjurou nem se retratou com o Papa Leão X após publicar as 95
teses, foi considerado herege e foi excomungado e condenado à morte, não tendo sido, no
entanto, executado porque se escondeu no castelo de Wartburgo, em Turíngia, na Alemanha.49
47
Cf. EMMANUEL (Espírito). O Consolador. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. 13ª ed. Rio de
Janeiro: FEB, 1986, pergunta 295, p. 173. 48
Cf. FO, J.; MALUCELLI, L.; TOMAT, S.. O livro negro do cristianismo: dois mil anos de crimes em nome
de Deus. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007. 49
CASTELO DE WARTBURG. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2016.
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Castelo_de_Wartburg&oldid=46036085> Acesso
em: 25 fev. 2016.
43
Segundo Emmanuel: ―Debalde a Dieta de Worms, em 1521, condenara Lutero como
herege, levando-o a refugiar-se em Wartburgo, porque suas ideias libertárias acenderam uma
nova luz, propagando-se com a rapidez de um incêndio.‖50
Lutero ficou exilado no castelo de Wartburgo por aproximado de três anos, e, durante
esse período, traduziu o Novo Testamento do latim para o alemão. Por causa de sua coragem
e por ter sido um homem destemido em nome da verdade, os alemães, assim como o restante
da humanidade, puderam ter acesso à Bíblia Sagrada, até então restrito ao Papa e aos
membros da cúpula papal.
Providências do Cristo aos desmandos do poder da Igreja de Roma na idade medieval
Devido a esses abusos nefastos praticados pela Igreja de Roma por muitos séculos
sucessivos com o Cristianismo primitivo, o Nosso Senhor Jesus achou por bem enviar o
Espírito de Paulo de Tarso novamente à Terra, na figura de Lutero (1483-1546), além de
outros missionários antecessores da reforma, como John Wycliffe (1328-1384) e Jan
Huss/João Huss (1369-1415), para fazer reviver o Cristianismo, que estava sendo maculado
pelo poder romano desde a crucificação do Cristo.
Não podemos deixar de citar Francisco de Assis (reencarnação do Apóstolo João
Evangelista), outro grande enviado do Cristo no século XII da cidade de Assis, Itália. Ele veio
com a missão de realizar uma grande reforma moral na estrutura interna da Igreja Católica.
No entanto, mesmo vivenciando os preceitos do Cristo com humildade e com amor na alma e
no coração e vivendo em extrema pobreza face à pompa da Igreja de Roma conduzida pelo
Papa Inocêncio III, ele não conseguiu com os seus bons exemplos mudar o rumo da história,
em relação ao ―Tribunal da Inquisição que acabou se consolidando em 1231 com o Papa
Gregório IX‖.51
Esses e outros grandes missionários prepararam o caminho para os reformadores do
século XVI, como Martinho Lutero, Philipp Melanchton, Erasmo de Roterdã e João Calvino.
Se esses Espíritos missionários do Cristo não tivessem conduzidos suas missões com afinco
no século XVI, o Espiritismo, que é o Consolador Prometido, provavelmente não teria sido
codificado por Allan Kardec na França do século XIX por falta de subsídios do Evangelho de
50
EMMANUEL (Espírito). As lutas da reforma. In: A Caminho da Luz. Psicografado por Francisco Cândido
Xavier. 15ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1987. Cap. n.º 21, p. 179. 51
EMMANUEL (Espírito). Os abusos do poder religioso. In: A Caminho da Luz. Psicografado por Francisco
Cândido Xavier. 15ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1987. Cap. n.º 18, p. 160.
44
Nosso Senhor Jesus, porque as Escrituras Sagradas certamente estariam restritas ao
monopólio da Igreja romana. A tradução da Bíblia do latim para o alemão por Lutero, bem
como por outros tradutores de renome, foi de fundamental importância para o futuro espiritual
e moral da Humanidade.
A importância das noventa e cinco teses de Lutero
Se o Papa Leão X houvesse atendido às reivindicações contidas nas 95 teses de Lutero
em vez de reprimi-lo e condená-lo como herege, ele seria lembrado como o Reformador
Católico, e não como o Reformador Protestante, pois não era intenção de Lutero e dos
partidários da reforma criar uma religião paralela ao Catolicismo. Infelizmente, ainda há
muitos fiéis da Igreja Católica e de outras religiões que o condenam pelo que ele fez em nome
da Verdade do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo; mas como poderia ele, sendo um
missionário do Cristo, calar-se ante tantas heresias praticadas pela Igreja Católica daquela
época?!
Vale ressaltar que o comercialismo religioso não acabou; ele continua sendo praticado
disfarçadamente através do dízimo, tendo se tornado natural as religiões ditas cristãs se
aproveitarem dessa brecha que se encontra na Bíblia para extorquir dinheiro de seus fiéis. É
lamentável que os fiéis, humildes e sofredores, achem normal cobranças de dízimos
exorbitantes em trocas de curas, preces e prosperidade material. Enquanto não houver uma
Lei Civil severa que coíba essas práticas errôneas e abusos praticados em nome de uma falsa
religiosidade e puna esses dirigentes corruptos do Evangelho, não apenas no Brasil, mas no
mundo todo, esses líderes ficarão cada vez mais milionários à custa da ingenuidade de seus
fiéis seguidores!
Portanto, não condenem o Médium que dirá a verdade por meio do Espiritismo neste
século XXI, pois ele terá o respaldo de Deus e do Cristo, o Governador espiritual de bilhões
de Espíritos desencarnados e reencarnados.
Em nome da Verdade do Cristo
Os falsos políticos e falsos líderes religiosos, que enganam o povo, corrompendo o
patrimônio público da Sociedade e explorando os fiéis de suas Igrejas, estão com os seus dias
45
contados aqui na Terra, pois não haverá mais lugar para esses falsos políticos, cristãos e
religiosos após a implantação das novas Leis Estatutárias de Deus neste século XXI.
Advertência de Jesus aos mercadores do Templo
Eles vieram em seguida a Jerusalém, e Jesus, entrando no templo, começou
por expulsar dali os que vendiam e compravam; derribou as mesas dos
cambistas e os bancos dos que vendiam pombos; e não permitiu que alguém
transportasse qualquer utensílio pelo templo. Ao mesmo tempo os instruía,
dizendo: ―Não está escrito: ‗Minha casa será chamada casa de oração por
todas as nações?‘ Entretanto, fizestes dela um covil de ladrões!‖ — Os
príncipes dos sacerdotes, ouvindo isso, procuravam meio de o perderem,
pois o temiam, visto que todo o povo era tomado de admiração pela sua
doutrina. (Marcos, capítulo, 11:15 a 18 – Mateus, capítulo 21:12 e 13) .52
Sobre os adventos de reformadores religiosos na Terra
[...] O Plano invisível determina, assim, a vinda ao mundo de numerosos
missionários com o objetivo de levar a efeito a renascença da religião, de
maneira a regenerar os seus relaxados centros de força. Assim, no século
XVI, aparecem as figuras veneráveis de Lutero, Calvino, Erasmo,
Melanchton e outros vultos notáveis da Reforma, na Europa Central e Países
Baixos. — Emmanuel. 53
A Reforma e os movimentos que se lhe seguiram vieram ao mundo com a
missão especial de exumar a letra dos Evangelhos […] a fim de que, depois
da sua tarefa, pudesse o Consolador prometido, pela voz do Espiritismo
cristão, ensinar aos homens o espírito divino de todas as lições de Jesus. —
Emmanuel.54
A […] ideia da reforma não estava só na cabeça de Lutero, mas na de
milhares de cabeças, de onde deveriam sair homens capazes de a sustentar.
— Allan Kardec. (Revista Espírita de agosto de 1866, p. 321).55
52
KARDEC, Allan. Vendilhões Expulsos do Templo. In: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 109ª ed. Rio de
Janeiro: FEB, 1994. Cap. n.º 26, item 5 e 6, p. 365. 53
EMMANUEL (Espírito). Renascença Religiosa. In: A Caminho da Luz. Psicografado por Francisco Cândido
Xavier. 15ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1987. Cap. n.º 20, p. 175. 54
EMMANUEL (Espírito). O Consolador. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. 13ª ed. Rio de Janeiro:
FEB, 1986, pergunta 295, p. 173. 55
EADE, Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita, Religião à luz do Espiritismo. Tomo I — Cristianismo e
Espiritismo. Módulo II – O Cristianismo: A Reforma Protestante. In: O Caminho – Escritura do Espiritismo
Cristão. Disponível em: <http://bibliadocaminho.com/ocaminho/Tematica/EE/Estudos/EadeP1T1.2.25.htm>
Acesso em: 25 fev. 2016.
46
3.8 O Médium
Caro leitor, a última reencarnação do Espírito de Moisés, depois de Paulo de Tarso,
Santo Agostinho e Martinho Lutero, é o Médium já mencionado, que se encontra reencarnado
no Brasil.
Portanto, por ser evidente de que o Médium é a reencarnação do Apóstolo Paulo, ele
teve um encontro espiritual com o Cristo na noite de 21 de janeiro de 1988, o ambiente
espiritual ou local desse episódio fora semelhante ao que ocorrera com Saulo de Tarso na
estrada de Damasco, no ano 36 da Era Cristã. No entanto, para se obter mais detalhes dessa
Revelação superior, favor ler a autobiografia do Médium que será escrita neste ano de 2016.
3.8.1 A última reencarnação de Moisés
Não pensem que esse Médium, por ter reencarnado várias vezes aqui na Terra,
isentou-se de todos os seus defeitos. No entanto, ele adquiriu, ao logo desses séculos
pregressos, mais experiência e mais compreensão e entendimento, e, por isso, está mais
preparado, mais maduro e com um diferencial muito grande, porque terá agora os
ensinamentos do Espiritismo para ajudá-lo a concluir com afinco a sua missão com maior
segurança espiritual.
Todos terão a prova do que estou falando quando conhecerem o Pacto Áureo de Elias
com Moisés, isto é, o Pacto Áureo de João Batista (Espírito) com o Médium visando
unicamente a restabelecer todas as coisas aqui na Terra em conformidade com o
Evangelho de Jesus e do Espiritismo, o que se consumará somente depois da passagem da
47
―Grande Transição Planetária‖, (me refiro às provações coletivas) de que ainda
vivenciaremos no futuro.
3.8.2 Pronunciamento de Divaldo Pereira Franco
Confirmando a reencarnação atual do Apóstolo Paulo, vejamos um trecho do
pronunciamento de Divaldo Pereira Franco feito na sessão de encerramento do Congresso
Internacional do Espiritismo/89 em 5 de outubro de 1989:
―(...) Ao se apagarem as luzes do Congresso Internacional de Espiritismo/89,
o Brasil Espírita, através da Federação Espírita Brasileira, dobra-se nas
águas salvianas do Mundo e diz: ‗Nós cumprimos com o nosso dever.‘
Agora é o momento em que aqueles que aqui estivemos, desencarnados e
encarnados, cumpramos com o dever que nos cabe. Paulo [apóstolo] não
cessou a obra na Pátria espiritual. A Federação Espírita Brasileira não
terminará a tarefa ao se apagarem as luzes terrenas deste ágape de amor e de
sabedoria, iniciando novo ciclo que é prenúncio de uma Nova Era. (Neste
momento, a voz do orador mudou de entonação.)‖56
(Grifo nosso)
Caro leitor, quando o nosso querido orador Divaldo Pereira Franco mencionou o nome
de Paulo nesse evento importantíssimo para o destino da humanidade em relação à Nova Era
que se avizinha, ele se referia ao Apóstolo dos Gentios, pois, mesmo Paulo estando
reencarnado aqui na Terra, o seu Espírito não cessaria a sua obra na Pátria espiritual. Sua voz
inclusive mudou de entonação, pois um Espírito Superior fez uso de sua mediunidade de
psicofonia para enfatizar: ―Paulo não cessou a obra na Pátria espiritual.‖
Muita gente entendeu na época que Divaldo era a reencarnação do Apóstolo Paulo. Eu
mesmo já ouvi vários espíritas dizerem isso. No entanto, posso afirmar com segurança que
Divaldo não é a reencarnação do Apóstolo Paulo, embora ele seja um grande paladino da
verdade na divulgação do Evangelho de Jesus e do Espiritismo por meio de sua mediunidade.
Divaldo talvez tenha sido um dos discípulos de Paulo, e está finalizando a sua missão como
médium, iniciada no século XX, enquanto o Espírito de Paulo, que está reencarnado desde o
século XX, iniciará sua missão neste século XXI na figura do Médium!
56
MENSAGEM de Bezerra de Menezes. O Reformador. Rio de Janeiro, ano 107, n.º 1.928, nov. 1989, p. 28.
Disponível em: <http://www.sistemas.febnet.org.br/acervo/revistas/1989/WebSearch/page.php?pagina=321>
Acesso em: 25 fev. 2016.
48
3.8.3 Confirmações de duas existências pregressas do Médium
Ricardo Lemos de Sousa Neto, amigo íntimo do Médium, repassou-me, por meio de
entrevista, dois depoimentos inéditos que confirmam duas existências anteriores do Médium.
A primeira Revelação ocorreu no início de 1990, por meio de sua mediunidade de
clarividência, e a segunda, no ano de 1991, por desdobramento espiritual ocorrido durante o
sono físico. Essas duas revelações inéditas foram permitidas por Deus porque teriam um fim
útil no futuro, por isso as transcrevo neste terceiro livro em testemunho à Humanidade deste
terceiro milênio.
Meu amigo Ricardo sempre foi um bom pai e um homem trabalhador, honesto, de
princípios morais e bastante humilde. Nunca o vi se exaltar ou se achar um privilegiado em
razão de sua mediunidade. Acredito que, por ter essas qualidades em sua alma, Deus lhe
concedeu essas dádivas dos céus por merecimento.
Na época em que teve a primeira Revelação, Ricardo trabalhava com o Médium no
mesmo setor de uma determinada empresa. Foi nesse ano de 1990 que ele conheceu a
Doutrina Espírita, por intermédio de seu amigo Médium, o qual lhe oferecera para ler o livro
―Nosso Lar‖, ditado pelo Espírito André Luiz a Chico Xavier57
. Após terminar a leitura do
livro, Ricardo se sentiu deslumbrado com tantas revelações do Mundo espiritual,
aprofundando-se cada vez mais na Doutrina Espírita.
Ricardo relata que, certo dia, o Médium estava sentado em sua cadeira trabalhando,
quando, ao olhar casualmente para seu rosto, o qual se encontrava de perfil, este tomou outra
fisionomia, adquirindo a forma perispiritual ou corpo espiritual de uma de suas reencarnações
do passado: o rosto do Médium, que antes estava de barba raspada e com os cabelos curtos,
transfigurou-se em um rosto totalmente diferente, com bigode e barba espessos e cabelos
grandes, semelhante ao da imagem de Paulo impressa na capa do livro Paulo e Estevão,
ditado por Emmanuel a Chico Xavier58
. (Ver a capa desse livro, figura 3, cap. 3, subtítulo
3.5). Naquele momento, Ricardo estranhou o que estava acontecendo, ficando sem entender
direito do que se tratava; como já mencionado, ele era principiante espírita e não entedia
muito bem certos fenômenos naturais que ocorriam por meio de sua mediunidade.
Em meados do mesmo ano, Ricardo veio a compreender a Revelação recebida quando
leu o livro Paulo e Estevão e tomou conhecimento da imagem do rosto de Paulo impressa na
57
Cf. LUIZ, André (Espírito). Nosso Lar. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Rio de Janeiro: FEB,
1944. 58
Cf. EMMANUEL (Espírito). Paulo e Estevão. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. 27ª ed. Rio de
Janeiro: FEB, 1994.
49
capa; até então, ele desconhecia o conteúdo do livro e sua capa. Ao se deparar com referida
imagem, notou que era semelhante ao rosto no qual o Médium havia se transfigurado. Foi
então que chegou à conclusão de que estava diante do Espírito do Apóstolo Paulo reencarnado
em outro corpo físico.
A segunda Revelação ocorreu por meio de desdobramento espiritual no ano de 1991,
enquanto Ricardo dormia seu sono físico. Durante a madrugada, ele se deslocou em espírito
para a casa do Médium; nesse momento, o ambiente espiritual da Revelação apresentava-se
como se fosse dia. Ao passar pelo portão de entrada, ele caminhou no quintal de terra em
direção à casa dos fundos, onde o Médium residia. De repente, Ricardo parou ao lado direito
do pé de abacate do quintal, como se estivesse sendo segurado por uma força. Nesse
momento, ele avistou o Médium a alguns metros de distância, parado de pé em frente sua
casa, com o corpo de perfil, olhando fixamente para o céu na direção Sul, vestindo calça
esporte e camisa de manga curta e com os dois braços estendidos para o céu, em direção ao
Sul, segurando um rodo de madeira na mão esquerda enquanto a direita estava espalmada para
o alto.
Enquanto Ricardo observava o Médium atentamente, o rosto deste começou a mudar
progressivamente, ocorrendo a transfiguração fisionômica de seu corpo perispiritual em outro
corpo espiritual: o corpo em que vivera seu Espírito em uma de suas reencarnações
pregressas. Na verdade, seu corpo carnal (corpo físico do Médium) não sofreu nenhuma
transformação, apenas seu períspirito ou corpo espiritual, já que seu corpo carnal encontrava-
se deitado em sua cama, em repouso, enquanto seu Espírito estava livre no espaço, ligado ao
seu corpo apenas pelo ―cordão fluídico‖ ou ―cordão de prata‖.
Ao mesmo tempo, Ricardo sentiu uma mudança de vibração ao seu redor; uma áurea
branda envolveu a ele e ao Médium, como se suas almas tivessem voltado a um passado
distante. Subitamente, o Espírito do Médium transformou-se em outra forma física: a de
Moisés. Ricardo compreendeu então que se encontrava diante do Legislador Hebreu, o qual
vivera há aproximadamente três mil e duzentos anos.
Como Ricardo pode ter certeza de que o Médium é a reencarnação de Moisés? Por
causa das transformações fisionômicas e fisiológicas perispirituais do Espírito do Médium na
forma perispiritual de quando vivera como Legislador Hebreu, isto é, ele se transformou na
forma perispiritual do Espírito de Moisés:
50
1. O rodo de madeira que o Médium portava na mão esquerda transformou-se em um
cajado de cor esbranquiçada semelhante ao que Moisés usara em vida;
2. Os cabelos curtos, castanho-claros, do Médium transformaram-se em longos (até os
ombros) e grisalhos;
3. A fisionomia do rosto do Médium, sem bigode e barba, transformou-se em um rosto
envelhecido, com bigode e barba grandes e totalmente grisalhos;
4. A calça esporte e a camisa de manga curta do Médium transformaram-se em uma
túnica (vestimenta longa) de cor palha, a qual cobria todo o seu corpo, dos ombros até
embaixo, perto dos pés.
Depois dessa transformação do corpo espiritual do Médium em corpo espiritual de
Moisés, ele continuou com os braços abertos, estendidos para o alto, com o cajado na mão
esquerda e com a mão direita espalmada para cima, olhando fixamente para o céu. De repente,
uma chama de luz brilhante, de cor dourado-clara, saiu de seus olhos, na velocidade de um
relâmpago, e se potencializou em direção ao céu.
Depois dessa revelação de Moisés e da visualização da chama de luz, o Espírito do
meu amigo Ricardo imediatamente retornou ao seu corpo físico. Ao acordar, ele agradeceu a
Deus pela Revelação Superior recebida.
Analisando criteriosamente a autenticidade dos dois eventos espirituais relatados,
Ricardo e eu concluímos que ambos são verdadeiros, e que o Médium, além de ter sido Santo
Agostinho e Martinho Lutero, foi também a reencarnação de Moisés e do Apóstolo Paulo.
Outro ponto importante que refletimos juntos foi que, durante o desdobramento
espiritual, Moisés tivesse simplesmente se apresentado a Ricardo, não haveria como saber que
se tratava do mesmo Espírito do Médium; no entanto, o Médium transfigurou-se em Moisés,
ou seja, ficou evidente que, além de ter vivido em outras vidas, o Médium realmente é Moisés
reencarnado.
No entanto, só é possível compreender tudo o que escrevi até agora, especialmente
sobre as vidas sucessivas de Moisés, se entendermos e aceitarmos a reencarnação como Lei
Divina, necessária ao progresso intelectual e aperfeiçoamento moral do Espírito imortal; caso
contrário, minhas palavras serão incompreendidas. De qualquer modo, ressalto que não tenho
a intenção de provar nada; os incrédulos é que deverão provar que minhas afirmações não são
verdadeiras.
51
Tampouco tenho a pretensão, ao relatar essas revelações do meu amigo Ricardo, de
exaltar o Espírito do Médium, o qual, apesar de ter sido Moisés, traz ainda muitas
imperfeições em sua alma, tanto que voltou, na feição do Médium, para reparar as faltas
cometidas contra as Leis de Deus ao longo de suas reencarnações sucessivas. Se fosse um
―santo‖, como muitos acreditam, ele estaria neste momento ―no Céu, ao lado de Deus‖, e não
reencarnado aqui na Terra, passando por provações constantes. O Médium tem plena
consciência de que, não obstante o sofrimento enfrentado até agora, ainda sofrerá muito mais
quando aparecer diante dos homens em testemunho às Leis de Deus a ele novamente
confiadas no terceiro advento de Elias com Moisés no ―Novo Concerto‖, ou seja, o Pacto
Áureo de Elias com Moisés no ―Novo Concerto‖.
52
Capítulo IV. Epístola de Paulo aos Hebreus sob a ótica do Espiritismo
―Muitos autores afirmam que a carta de Paulo aos Hebreus não é, na verdade, de sua
autoria, por ter sido escrita no ano 66 da Era Cristã, quando o Apóstolo já estava morto. Além
disso, segundo esses autores, ela foi escrita em um grego genuíno, outro motivo para alegarem
não ser Paulo o autor de referida Epístola.‖ (Este parágrafo foi baseado nas palavras do
Doutor Haroldo Dutra Dias, disponível no link em nota de rodapé de n.º 59). No entanto,
veremos a seguir alguns dados que confirmam que foi Paulo quem de fato a escreveu.
4.1 Acerca da autenticidade da Epístola de Paulo aos Hebreus
De acordo com uma palestra ministrada em 2007 na sede da FEB – Federação Espírita
Brasileira, em Brasília, pelo Doutor Haroldo Dutra Dias (Juiz de direito, escritor, orador,
tradutor e conferencista espírita), Emmanuel retifica todas as datas do Cristianismo nascente
no livro Paulo e Estevão, contrariando os autores que questionam a autoria da referida
Epístola. Segundo Emmanuel, Paulo estudou nas escolas de Tarso, sua cidade natal, com os
melhores mestres de Atenas e de Alexandria que residiam na cidade; portanto, ele sabia falar
e escrever fluentemente o grego. Algumas datas retificadas por Emmanuel apontadas pelo
Doutor Haroldo são:
1. Crucificação de Jesus: Sexta-feira do mês de abril do ano de 33.
2. Transferência de Pedro e sua família, Tiago e João para Jerusalém: Ano 34.
3. Conversão de Estevão: Ano 35.
4. Conversão de Paulo: Ano 36.
5. Período em que Paulo ficou no deserto da Síria até o seu martírio em Roma:
Virada do ano 66 para 67.59
No livro Paulo e Estevão, psicografado por Chico Xavier, Emmanuel narra que:
[...] Com permissão de Júlio, a figura mais representativa dos anciães
romanos tomara assento junto de Paulo, naquele jubiloso fim de viagem. O
59
Canal kardec2007. Seminário Paulo e Estevão – Partes 01 e 02. Disponível em:
<https://youtu.be/4r4hSB057MY> e <https://youtu.be/jePOfD7LltY> Acesso em: 25 fev. 2016.
53
velho Apolodoro, depois de certificar-se da simpatia do chefe da coorte pela
doutrina de Jesus, tornou-se mais vivo e minucioso no seu noticiário verbal,
atendendo às perguntas afetuosas do Apóstolo dos gentios.
— Vindes a Roma em boa época — acentuava o velhinho em tom resignado
—; temos a impressão de que nossos sofrimentos por Jesus vão ser
multiplicados. Estamos em 61, mas há três anos que os discípulos do
Evangelho começaram a morrer nas arenas do circo pelo nome augusto do
Salvador.
— Sim disse Paulo de Tarso solicitamente. — Eu ainda não havia sido preso
em Jerusalém, quando ouvi referências às perseguições indiretas, movidas
aos adeptos do Cristianismo pelas autoridades romanas.
— Não são poucos — acrescentou o ancião — os que têm dado seu sangue
nos espetáculos homicidas. Nossos companheiros têm caído às centenas, aos
apupos do povo inconsciente, estraçalhados pelas feras ou nos postes do
martírio...60
(Grifo nosso)
[...] O apelo carinhoso e sincero era proferido em tom comovedor. Paulo
abraçou o simpatizante [―um velhinho judeu‖] da nova doutrina, fundamente
sensibilizado, e acrescentou:
— Este aposento humilde é também vosso. Vinde conhecer o pensamento do
Cristo, sempre que vos aprouver. Podereis copiar todas as anotações que
possuo.
— E não ensinais na sinagoga?
— Por enquanto, preso como estou, não poderei fazê-lo, mas hei de escrever
uma carta aos nossos irmãos de boa-vontade.
[...] Daí por diante, aproveitando as últimas horas de cada dia, os
companheiros de Paulo viram que ele escrevia um documento a que
dedicava profunda atenção. Às vezes, era visto a escrever com lágrimas,
como se desejasse fazer da mensagem um depósito de santas inspirações.
Em dois meses entregava o trabalho a Aristarco para copiá-lo, dizendo:
— Esta é a epístola aos hebreus. Fiz questão de grafá-la, valendo-me dos
próprios recursos, pois que a dedico aos meus irmãos de raça e procurei
escrevê-la com o coração. [...]61
(Grifo nosso)
De acordo com as minhas pesquisas, Paulo escreveu essa carta aos Hebreus por volta
do ano 61 d.C.. Basta lermos com atenção as páginas 506 a 517 do livro Paulo e Estevão e
fazermos as contas: essa carta foi escrita pouco depois de sua estadia em Roma, em prisão
domiciliar. Na página 516, consta que havia quase dois anos que Paulo estava em Roma
aguardando a resposta de Cesar ao recurso que havia feito contra sua prisão; ou seja, depois
que ele escreveu a carta aos Hebreus, já se haviam passado aproximadamente dois anos:
―[...] Havia quase dois anos que o seu recurso a Cesar jazia esquecido nas mesas dos
juízes displicentes, [...]‖.62
60
EMMANUEL (Espírito). O prisioneiro do Cristo. In: Paulo e Estevão. Psicografado por Francisco Cândido
Xavier. 27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Segunda parte, cap. n.º 9, p. 506/507. 61
EMMANUEL (Espírito). O prisioneiro do Cristo. In: Paulo e Estevão. Psicografado por Francisco Cândido
Xavier. 27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Segunda parte, cap. n.º 9, p. 514/515. 62
EMMANUEL (Espírito). O prisioneiro do Cristo. In: Paulo e Estevão. Psicografado por Francisco Cândido
Xavier. 27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Segunda parte, cap. n.º 9, p. 516.
54
Foi depois desse período de quase dois anos de espera do julgamento que Paulo foi
chamado a depor diante dos juízes, e somente com o apoio de Acácio Domício e de Pompeia
Sabina, Paulo conseguiu a tão sonhada absolvição por volta do ano 63.
Na página 517 do mesmo livro, Emmanuel narra os eventos ocorridos após a
absolvição de Paulo:
―[...] Durante um mês, no princípio do ano 63, [Paulo] visitou as comunidades cristãs
de todos os bairros da capital do Império.‖ [...]
63
4.2 ―Novo Concerto‖ na visão do Apóstolo Paulo
Os estudos e explicações detalhadas sobre as vidas sucessivas de Moisés visam tornar
mais compreensivas as elucidações que serão feitas em relação à importância das revelações
de Paulo sobre o ―Novo Concerto‖.
Quando Paulo relatou sobre a vida de Moisés com tamanha convicção nos capítulos 3
e 8 da epístola aos Hebreus, especificando com detalhes como seria seu ―Novo Concerto‖ no
futuro, o Cristo estava presente naquele momento, no seu pensamento e no seu coração.
Assim, ao escrever referida carta sob a inspiração do Cristo, Paulo declarou à Humanidade, de
forma indireta, que era Moisés reencarnado e que voltaria ao mundo terrestre para realizar
um ―Novo Concerto‖, o qual se trata de um conjunto de novas Leis Estatutárias de Deus,
exaradas nos ―Livros Sagrados‖ e que regerão progressivamente a Humanidade do terceiro
milênio ou Mundo de Regeneração após a grande transição planetária do século XXI.
No entanto, aqueles que não aceitam de modo algum que um mesmo Espírito que
viveu em uma existência anterior pode voltar numa próxima existência em outro corpo, como
foi o caso do Espírito de Moisés, não compreenderá minha fala. Da mesma forma, muitas
pessoas terão dificuldade para entender o que já escrevi até agora e o que ainda explicarei
sobre alguns trechos da Epístola de Paulo aos Hebreus por não aceitarem a reencarnação
como uma das Leis de Deus. Além disso, muitos religiosos, inclusive espíritas, me acharão
pretencioso por dizer que Paulo foi a reencarnação de Moisés e que ainda virá realizar um
―Novo Concerto‖ sob a luz do Espiritismo.
Mas afirmo aos meus contraditores e aos incrédulos, que foram o Cristo e seus
Prepostos que permitiram que eu escrevesse essas coisas e as tornassem públicas, porque a
Verdade, o Amor e a Justiça prevalecerão neste Terceiro Milênio. Tudo isso se consumará
63
EMMANUEL (Espírito). O prisioneiro do Cristo. In: Paulo e Estevão. Psicografado por Francisco Cândido
Xavier. 27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Segunda parte, cap. n.º 9, p. 517.
55
com ou contra a vontade dos Homens; por meio desse ―Novo Concerto‖, todas as coisas
serão restabelecidas aqui na Terra neste século XXI.
Os incrédulos e os orgulhosos terão de ingerir essas revelações do Cristo sob a luz da
razão e da verdade, e não será o Espiritismo, que é o Consolador Prometido, que terá que
provar que está com a razão e com a verdade, mas sim aqueles que não acreditam em nossa
Doutrina que terão que provar o contrário! Desde o século XIX, nem as Ciências, nem as
Filosofias, nem as outras Religiões conseguiram provar que o Espiritismo está errado nas suas
concepções da Verdade, porque o Espiritismo não é obra do homem, mas Obra dos Espíritos
Superiores!
Não tenho a intenção, com meus livros, de provar que estou certo. Os contraditores é
que terão que provar que minhas concepções estão erradas, pois, por intermédio do Espírito
de João Batista (Elias) e do Médium, cumprir-se-ão todas as vontades de Deus e de Nosso
Senhor Jesus Cristo aqui na Terra. Não revelei o nome do Médium de forma direta porque seu
nome não tem muita importância, o que importa são as Obras que ele receberá através de sua
mediunidade para a nova Humanidade desde terceiro milênio.
Nos próximos capítulos, veremos explicações detalhadas dos capítulos 3 e 8 da
epístola de Paulo aos Hebreus, nos quais se encontra uma das maiores revelações para o
futuro da Humanidade: o advento de Paulo (Moisés) neste século XXI.
56
Capítulo V. Interpretação do capítulo 3 da carta de Paulo aos Hebreus
Transcrevo a seguir os versículos 1 a 9 do capítulo 3 da carta de Paulo aos Hebreus:
1- Pelo que, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo,
apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão.
2- Sendo fiel ao que o constituiu, como também o foi Moisés em toda a sua casa.
3- Porque ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra
do que a casa tem aquele que a edificou.
4- Porque toda a casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus.
5- E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das
coisas que se haviam de anunciar;
6- Mas Cristo, como Filho sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão
somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até o fim.
7- Portanto, como diz o Espírito Santo, se ouvirdes hoje sua voz.
8- Não endureçais os vossos corações, como na provação, no dia da tentação no deserto,
9- Onde vossos pais me tentaram, me provaram, e viram por quarenta anos as minhas
obras.
1- Pelo que, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo,
apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão.
Paulo, em prisão domiciliar em Roma, sob a vigia discreta dos soldados de Nero, ao
redigir essa carta aos seus irmãos de raça, deixou evidente neste primeiro versículo o que
significava Jesus Cristo para ele: Apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão (revelação).
Ou seja, a partir daquele momento, ele revelaria as verdades que o Cristo lhe dissera em
particular alguns anos antes no sol escaldante da estrada de Damasco.
É bom esclarecer que nem Lucas, que escreveu o livro de Atos dos Apóstolos, nem
Emmanuel, que ditou o livro Paulo e Estevão, disseram tudo sobre a longa conversa que o
Cristo tivera com Saulo de Tarso no dia da sua conversão ao Cristianismo. É claro que
Emmanuel teve acesso aos arquivos espirituais desse diálogo entre o Cristo e Paulo antes de
escrever seu Livro, e, se ele realmente tivesse contado todo o diálogo, estaria contando em
síntese a trajetória da vida de Paulo na Terra, e todos os leitores saberiam o final da história de
seu livro antes mesmo de terminar a leitura. Com relação aos escritos de Lucas, Paulo não
confessou a ele todo o diálogo que tivera com o Mestre na estrada de Damasco, caso
contrário, Lucas o teria relatado em Atos dos Apóstolos.
Tampouco Paulo deixou escrito em suas cartas tudo o que Jesus havia conversado com
ele. É óbvio que seu diálogo com o Cristo na estrada de Damasco não se resumiu às palavras
57
que se encontram registradas no capítulo 9, versículos 1 a 6, de Atos dos Apóstolos. De
qualquer modo, seriam essas poucas palavras do Mestre suficientes para que Saulo se
convertesse repentinamente de discípulo de Moisés em discípulo do Cristo?
A transformação de Saulo em discípulo de Jesus, no meu ponto de vista, não ocorreu
tão somente por causa do impacto que ele teve ao ver a luz provinda do Cristo e que o cegou
por três dias, ou da visão espiritual que ele teve do próprio Messias em todo o seu esplendor.
Tenho plena convicção de que o Cristo teve uma longa conversa com Saulo, que não se
resumiu a estas poucas palavras:
— Saulo!... Saulo!... por que me persegues?
— Quem sois vós, Senhor?
— Eu sou Jesus!...
— Não recalcitres contra os aguilhões!...
— Senhor, que quereis que eu faça?
— Levanta-te, Saulo! Entra na cidade [Damasco] e lá te será dito o que te
convém fazer!...64
Recomendo ao leitor que leia com atenção o diálogo completo de Jesus com Saulo de
Tarso no dia de sua conversão ao Cristianismo contido na mensagem ―Jesus e Saulo de
Tarso‖, transcrita na íntegra no Capítulo 7 deste livro.
Paulo fez duas confissões importantíssimas em sua carta aos Hebreus nos últimos anos
de sua existência terrena: afirmou categoricamente que foi ele quem realizou o primeiro
―Concerto‖ na personalidade de Moisés: ―Mas agora alcançou ele ministério tanto mais
excelente, quanto é mediador dum melhor concerto, que está confirmado em melhores
promessas. Porque, se aquele ‗primeiro‘ [Concerto realizado quando fora Moisés] fora
irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o ‗segundo‘ [Concerto ou Novo
Concerto].‖65
E também escreveu sobre o seu futuro advento: ―[...] estabelecerei um novo
concerto. Não segundo o concerto que fiz com seus pais no dia em que os tomei [peguei] pela
mão, para os tirar [os hebreus] da terra do Egito; [...]‖66
2- Sendo fiel ao que o constituiu, como também o foi Moisés em toda a sua casa.
64
EMMANUEL (Espírito). No caminho de Damasco. In: Paulo e Estevão. Psicografado por Francisco Cândido
Xavier. 27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Primeira parte, cap. n.º 10, p. 197/200. 65
BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Epístola aos Hebreus, capítulo 8, versículos 6 e 7. 66
BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Epístola aos Hebreus, capítulo 8, versículos 8 e 9.
58
No versículo 6, Paulo explica que casa somos nós, ou seja, Moisés foi fiel para com o
povo de Israel ao transmitir os Dez Mandamentos recebidos de Deus e do Espírito do
Messias, o Governador Planetário.
3- Porque ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra
do que a casa tem aquele que a edificou.
Paulo quis dizer que o Cristo teve a maior glória do que Moisés com relação à pureza
de seus ensinamentos, e que a maior honra ficou para Deus que nos edificou, ou seja, Aquele
que nos criou.
4- Porque toda a casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus.
A primeira questão contida no Livro dos Espíritos explica bem este versículo: ―Deus é
a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.‖67
5- E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das
coisas que se haviam de anunciar;
Moisés foi fiel em toda a sua casa, ou seja, ele anunciou à Humanidade os Dez
Mandamentos; como servo, testemunhou aos homens o Deus único e criou a Lei Mosaica ou
Lei civil para disciplinar aqueles israelitas rebeldes que não queriam respeitar as Leis de
Deus.
A respeito das Leis de Deus que Moisés recebeu no Monte Sinai, o Cristo disse: ―Não
penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir.‖68
Ele
então sintetizou os Dez Mandamentos em dois: ―Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu
coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Amarás o teu próximo como a ti
mesmo. Destes dois Mandamentos depende toda a Lei e os Profetas.‖69
A Lei Mosaica, criada para disciplinar o povo israelita, fora necessária por causa da
dureza do coração daquela civilização ainda arraigada aos costumes bárbaros e ao politeísmo.
Então, pergunto: Por que a Lei Civil ainda é usada na Terra? Não é justamente para conter os
nossos ímpetos de violências contra o nosso próximo e contra a Natureza que Deus criou?!
67
KARDEC, Allan. Que é Deus? In: O Livro dos Espíritos. 62ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1985. Parte Primeira,
cap. n.º 1, primeira questão, p. 48/50. 68
BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Mateus, capítulo 5, versículo 17. 69
BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Mateus, capítulo 22, versículos 36 a 40.
59
Quando o homem colocar em prática essas duas Divinas Leis ensinadas pelo Cristo, não
precisaremos mais da Lei Civil na sua totalidade aqui na Terra, isto é, não precisaremos mais
de Leis de punições tão severas e injustas, que são contrárias às Leis Divinas.
6- Mas Cristo, como Filho sobre sua própria casa; a qual casa, somos nós, se tão somente
conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até o fim.
Este versículo está bem explicado por Paulo: devemos nos resguardar de danos
morais, solidificando a fé em nosso íntimo e a honra de esperar o que desejamos até a
conclusão da Obra de Deus aqui na Terra.
7- Portanto, como diz o Espírito Santo, se ouvirdes hoje sua voz.
―Ninguém deverá ignorar que Espírito Santo designa a legião dos Espíritos
santificados na luz e no amor, que cooperam com o Cristo desde os primeiros tempos da
humanidade.‖ — Emmanuel.70
8- Não endureçais os vossos corações, como na provação, no dia da tentação no deserto,
Se algumas das Leis de Moisés, durante a libertação da escravidão do Egito até a
permanência dos hebreus por quarenta anos no deserto, eram muito rígidas, era para conter a
dureza dos corações do povo desditoso, acostumado ao jugo egípcio e à vivência do
politeísmo.
9- Onde vossos pais me tentaram, me provaram, e viram por quarenta anos as minhas
obras.
Paulo revela, aqui, sua existência pregressa como Moisés. Quando disse: ―vossos pais
me tentaram‖, ele não se referia aos hebreus de seu tempo, mas aos hebreus da época que ele
fora Moisés, que viram por quarenta anos as suas obras no deserto.
Contestar essa revelação clara de Paulo em que ele confessa ter sido a reencarnação de
Moisés seria o mesmo que contestar a sua missão de Legislador Hebreu realizada
anteriormente ou ignorar as próprias palavras do Cristo ditas a ele no dia de sua conversão no
deserto da Síria.
70
EMMANUEL (Espírito). Paulo e Estevão. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. 27ª ed. Rio de
Janeiro: FEB, 1994. Cap. n.º 4, p. 319.
60
Capítulo VI. Interpretação do capítulo 8 da carta de Paulo aos Hebreus
Neste capítulo, analisaremos os versículos 4 a 13 do capítulo 8 da carta de Paulo aos
Hebreus, os quais transcrevo a seguir:
4- Ora, se ele estivesse na Terra, nem tão pouco sacerdote seria, havendo ainda
sacerdotes que oferecem dons segundo a lei,
5- Os quais servem de exemplar e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente
foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo
conforme o modelo que no “monte” (Monte Sinai) se te mostrou.
6- Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador dum
melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas.
7- Porque, se aquele primeiro fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o
segundo.
8- Porque, repreendendo-os, lhe diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, em que com a casa
de Israel e com a casa de Judá estabelecerei um novo concerto.
9- Não segundo o concerto que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para
os tirar da terra do Egito; como não permaneceram naquele meu concerto, eu para
eles não atentei, diz o Senhor.
10- Porque este é o concerto que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o
Senhor: Porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei; e
eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo;
11- E não mais ensinará cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: —
Conhece o Senhor! porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior.
12- Porque serei misericordioso para com suas iniquidades, e de seus pecados e de suas
prevaricações não me lembrarei mais.
13- Dizendo Novo Concerto, envelheceu o primeiro. Ora, o que foi tornado velho, e se
envelhece, perto está de acabar.
4- Ora, se ele estivesse na Terra, nem tão pouco sacerdote seria, havendo ainda
sacerdotes que oferecem dons segundo a lei,
Paulo se refere ao Cristo como sendo ―o Caminho, a Verdade e a Vida‖, pois que
ninguém irá ao nosso Pai se não passar primeiro por Ele, porque a moral do Cristo está acima
de todos os Profetas e Sacerdotes que viveram antes e depois de seu advento Messiânico aqui
na Terra.
5- Os quais servem de exemplar e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente
foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo
conforme o modelo que no monte [Sinai] se te mostrou.
61
Moisés foi um grande Profeta ou Médium que Deus enviou à Terra. Por meio dos Dez
Mandamentos, ele estabeleceu a base eterna da Lei de Deus no Orbe terrestre. Ainda que
muitos Hebreus preferissem os tabernáculos da idolatria e do materialismo, Moisés fez tudo
conforme o modelo que no monte lhe fora mostrado, entregando ao seu povo as Tábuas da
Lei.
No entanto, já se passaram mais de três milênios da vinda de Moisés na Terra, e até
hoje os Dez Mandamentos não são praticados pelos Homens na sua totalidade, especialmente
os dois sintetizados pelo Cristo em seu Evangelho: ―Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu
coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e o grande
mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.‖71
6- Mas agora alcançou ele ministério [cargo, incumbência] tanto mais excelente, quanto é
mediador dum melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas.
Quando escreveu ―agora‖, Paulo não se referia ao presente, mas ao seu futuro, pois
já antevia o seu advento aqui na Terra com dois mil anos de antecedência. Segundo a
Verdade, ele será o ―mediador‖ ou ―intermediário‖ entre o Mundo espiritual e a Terra neste
século XXI.
Paulo já anunciava que estaria presente no início do terceiro milênio para exercer um
ministério mais excelente do que o que vivenciara como Moisés, pois teria o Espiritismo
como fonte de luz para iluminar os caminhos dos homens neste ministério de amor, sem as
barreiras do personalismo. Assim, por meio dos ―Livros Sagrados‖, que serão confiados por
Deus e pelo Cristo ao Médium, a Humanidade alcançará progressivamente a verdadeira
felicidade com a prática dessas Leis Estatutárias na alma e no coração.
Esse trabalho como ―mediador‖ será desempenhado sob a proteção do Espírito de João
Batista, que orientará o ―Mediador‖ ou Médium quanto ao que fazer com o seu ―Rebanho‖ na
realização ―dum melhor concerto‖ ou Pacto ―que está confirmado em melhores
promessas‖. Porque esse ―Novo Concerto‖ que virá da parte de Deus e do Cristo será
constituído de Leis Divinas que terão por objetivo reger o nosso Orbe depois da grande
Transição Planetária, ou seja, depois da seleção final da maioria dos Espíritos rebeldes
reencarnados aqui na Terra e dos desencarnados que residem no Plano espiritual inferior.
Todas essas resoluções Superiores se consumarão por meio do cumprimento das profecias
71
BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Mateus, capítulo 22, versículos 37 a 40.
62
Apocalípticas recebidas por João Evangelista e do Sermão Profético de Jesus constante do
capítulo 24 do livro de Mateus.
Aqueles que não quiseram aceitar os ensinamentos do Cristo por amor terão de aceitá-
los pela dor. Após o cumprimento dessas Profecias, a Humanidade começará a viver uma
Nova Era de paz, amor, fraternidade, justiça, consolo, esperança e verdade por meio da luz do
Espiritismo, o Consolador Prometido, ―que está confirmado [pelo Cristo] em melhores
promessas‖.
7- Porque, se aquele primeiro fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o
segundo.
Antes de prosseguir, recomendo ao caro leitor que estude o versículo 6 para entender
melhor os versículos seguintes em relação ao ―novo concerto‖. Os versículos 6 a 13 contêm
grandes verdades de Deus e de Jesus para o Cristão prudente que constrói sua casa na rocha.
Quando menciona ―aquele primeiro‖, Paulo se refere ao ―primeiro Concerto‖ que
realizou como Moisés, quando veio à Terra para estabelecer o Deus único no seio de seu
próprio povo.
Continuando, ele se refere ao ―segundo Concerto‖, que será realizado nas primeiras
décadas deste século XXI, quando haverá o pacto áureo de Elias com Moisés no ―Novo
Concerto‖, sob a égide de Nosso Senhor Jesus Cristo.
8- Porque, repreendendo-os, lhe diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, em que com a casa
de Israel e com a casa de Judá estabelecerei um novo concerto.
Tenho plena convicção de que Paulo recebia inspiração do Cristo quando escrevia a
carta aos Hebreus, porque, se não fosse, como poderia ele saber de tantas verdades sobre esse
―novo concerto‖ com aproximadamente dois mil anos de antecedência?! Por isso ele
menciona as seguintes palavras: ―[...] Eis que virão dias, diz o Senhor, em que com a (casa de
Israel) e com a (casa de Judá) estabelecerei um novo concerto.‖
Nesse versículo, Paulo começa a desvendar o futuro desse novo concerto. Quando
menciona as casas de Israel e de Judá, ele estava se referindo à Humanidade toda, o Velho
e o Novo Mundo, e não somente a uma nação ou a um povo. E quando afirma que
estabeleceria, isto é, implantaria um novo concerto, Paulo deixa claro que reencarnaria no
futuro e, sob a égide de Nosso Senhor Jesus, implantaria aqui na Terra um ―Novo
63
Concerto‖ por meio de novas Leis de Deus que regerão a Humanidade deste terceiro
milênio.
9- Não segundo o concerto que fiz com seus pais no dia em que os tomei [peguei] pela
mão, para os tirar [os hebreus] da terra do Egito; como não permaneceram naquele
meu concerto, eu para eles não atentei, diz o Senhor.
Este versículo prova que Paulo sabia que era Moisés reencarnado.
Ele também deixa claro que o ―Novo Concerto‖ que realizaria sob a égide do Cristo
seria diferente daquele Concerto feito ―com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para
os tirar da terra do Egito‖.
Ao final, Paulo explica que insistiu em vão para que o povo de Israel respeitasse as
Leis de Deus contidas nos Dez Mandamentos, e, mesmo assim, o Senhor não considerou a
rebeldia daqueles que descumpriram suas ordens benditas.
10- Porque este é o concerto que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o
Senhor: Porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei; e
eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo;
Paulo estava divinamente inspirado pelo Cristo. Aqui, ele trata do grande ―Concerto‖
que fará sob a égide de Nosso Senhor Jesus Cristo em favor dos homens depois da Transição
Planetária que terminará com a entrada do ―Novo Ciclo Evolutivo‖ de Regeneração da
Humanidade a partir deste século XXI, quando se cumprirão as profecias do Apocalipse de
João e do Sermão profético de Jesus, pois tais profecias fazem parte dessa grande Transição
Planetária.
Depois da passagem transitória do Mundo de Provas e Expiações, por meio do ―Novo
Concerto‖ de Elias com Moisés: ―[...] diz o Senhor: Porei as minhas leis no seu entendimento,
e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo‖. Quando
os Homens se respeitarem e se amarem e praticarem as Leis de amor inseridas nos ―Livros
Sagrados‖ (códigos das Leis de Deus que farão parte do ―Novo Concerto‖), então todos
viverão felizes na Terra regenerada deste terceiro milênio.
11- E não mais ensinará cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: —
Conhece o Senhor! porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior.
64
Quando escreveu esta carta aos Hebreus, por inspiração direta do Cristo e com
lágrimas nos olhos, Paulo se referia, com dois mil anos de antecedência, ao futuro da
Humanidade.
Para explicar o versículo 11, transcrevo uma mensagem contida no livro Pão Nosso,
ditado por Emmanuel a Chico Xavier, cujo conteúdo retrata bem o sentido das palavras de
Paulo e é a síntese do que já escrevi até aqui baseando-me nas verdades contidas na Doutrina
Espírita:
No futuro
“E não mais ensinará cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo:
— Conhece o Senhor! porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao
maior.” — Paulo. (Hebreus, 8:11.)
Quando o homem gravar na própria alma,
Os parágrafos luminosos da Divina Lei,
O companheiro não repreenderá o companheiro,
O irmão não denunciará outro irmão.
O cárcere cerrará suas portas,
Os tribunais quedarão em silêncio.
Canhões serão convertidos em arados,
Homens de armas volverão à sementeira do solo.
O ódio será expulso do mundo,
As baionetas repousarão,
As máquinas não vomitarão chamas para o incêndio e para a morte,
Mas cuidarão pacificamente do progresso planetário.
A justiça será ultrapassada pelo amor.
Os filhos da fé não somente serão justos,
Mas bons, profundamente bons.
A prece constituir-se-á de alegria e louvor
E as casas de oração estarão consagradas ao trabalho sublime da fraternidade
suprema.
A pregação da Lei
Viverá nos atos e pensamentos de todos,
Porque o Cordeiro de Deus
Terá transformado o coração de cada homem
Em tabernáculo de luz eterna,
Em que o seu Reino Divino
Resplandecerá para sempre.72
12- Porque serei misericordioso para com suas iniquidades, e de seus pecados e de suas
prevaricações não me lembrarei mais.
72
EMMANUEL (Espírito). No futuro. In: Pão Nosso. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. 29ª ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2012. Cap. n.º 41, p. 97/98.
65
A partir do momento em que todos nós começarmos a praticar de verdade a Lei de
Deus do fundo de nossas almas, o Senhor será misericordioso para conosco em relação aos
nossos erros cometidos nesta vida ou em outras reencarnações.
Paulo não disse que o Nosso Senhor anularia as nossas faltas ou que perdoaria todos
os nossos pecados, mas que seria misericordioso, tendo compaixão em relação às iniquidades,
aos pecados e às prevaricações cometidos contra o nosso próximo nesta vida ou em vidas
anteriores. Somente após repararmos nossos débitos, por meio de provações físicas e morais
com resignação e coragem, o Nosso Senhor não se lembraria de nossas imperfeições, porque
estaríamos quites para com a providência Divina. Praticar a Lei de Deus é amá-lo sobre todas
as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos. A reparação de nossas faltas por meio da
reencarnação coaduna-se com a Lei Divina.
13- Dizendo Novo Concerto, envelheceu o primeiro. Ora, o que foi tornado velho, e se
envelhece, perto está de acabar.
O ―Novo Concerto‖ refere-se ao conjunto de novas Leis Estatutárias de Deus, isto é,
Leis específicas para reger o novo Mundo de Regeneração.
Paulo explica ainda que ―envelheceu o primeiro‖ Concerto dos velhos conceitos da Lei
Mosaica, que tornava Deus em um Pai punitivo, severo, vingativo, desumano e rancoroso para
com os seus filhos, quando na verdade Deus é amor, perfeição, perdão, justiça, verdade,
esperança, misericórdia, onipotência e onisciência. ―Deus é a inteligência suprema, causa
primária de todas as coisas.‖73
Nosso Planeta ainda é um mundo de provas e expiações, mas passará por grandes
reformas geológicas, morais e espirituais neste século XXI para depois se tornar Mundo de
Regeneração.
Para enriquecer este versículo, vejamos o trecho a seguir, extraído do livro A Caminho
da Luz, ditado pelo Espírito Emmanuel:
[...] Jesus é o seu único Diretor no plano das realidades imortais, e agora que
o mundo se entrega a todas as expectativas angustiosas, os espaços mais
próximos da Terra se movimentam a favor do restabelecimento da verdade e
da paz, a caminho de uma nova era.
Espíritos abnegados e esclarecidos falam-nos de uma nova reunião da
comunidade das potências angélicas do sistema solar, da qual é Jesus um dos
seus membros divinos. Reunir-se-á, de novo, a sociedade celeste, pela
73
KARDEC, Allan. Que é Deus? In: O Livro dos Espíritos. 62ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1985. Parte Primeira,
cap. n.º 1, primeira questão, p. 48/50.
66
terceira vez, na atmosfera terrestre, desde que o Cristo recebeu a sagrada
missão de abraçar e redimir a nossa humanidade, decidindo novamente sobre
os destinos do nosso mundo.
Que resultará desse conclave dos Anjos do Infinito? Deus o sabe. [...]74
Para finalizar, transcrevo a seguir outra mensagem retirada do mesmo livro para
reflexão:
O Evangelho e o futuro75
[...] Mas é chegado o tempo de um reajustamento de todos os valores humanos. Se as
dolorosas expiações coletivas preludiam a época dos últimos “ais” do Apocalipse, a
espiritualidade tem de penetrar as realizações do homem físico, conduzindo-as para o bem
de toda a Humanidade.
O Espiritismo, na sua missão de Consolador, [...] só ele pode, na sua feição de
Cristianismo redivivo, salvar as religiões que se apagam entre os choques da força e da
ambição, do egoísmo e do domínio, apontando ao homem os seus verdadeiros caminhos. No
manancial de esclarecimentos, poder-se-á beber a linfa cristalina das verdades consoladoras
do Céu, preparando-se as almas para a nova era. São chegados os tempos em que as forças do
mal serão compelidas a abandonar as suas derradeiras posições de domínio nos ambientes
terrestres, e os seus últimos triunfos são bem o penhor de uma reação temerária e infeliz,
apressando a realização dos vaticínios [predições] sombrios que pesam sobre o seu império
perecível.
Ditadores, exércitos, hegemonias econômicas, massas versáteis e inconscientes,
guerras inglórias, organizações seculares, passarão com a vertigem de um pesadelo.
[...] Uma tempestade de amarguras varrerá toda a Terra. Os filhos da Jerusalém de
todos os séculos devem chorar, contemplando essas chuvas de lágrimas e de sangue que
rebentarão das nuvens pesadas de suas consciências enegrecidas.
Condenada pelas sentenças irrevogáveis de seus erros sociais e políticos, a
superioridade europeia desaparecerá para sempre, como o Império Romano, entregando à
América o fruto das suas experiências, com vistas à civilização do porvir.
Vive-se agora, na Terra, um crepúsculo, ao qual sucederá profunda noite; [...]
Todavia, os operários humildes do Cristo ouçamos a sua voz no âmago de nossa alma:
“Bem-aventurados os pobres, porque o reino de Deus lhes pertence! Bem-aventurados os que
têm fome de justiça, porque serão saciados! Bem-aventurados os aflitos, porque chegará o
dia da consolação! Bem-aventurados os pacíficos, porque irão a Deus!”
Sim, porque depois da treva surgirá uma nova aurora. Luzes consoladoras envolverão
todo o orbe regenerado no batismo do sofrimento. O homem espiritual estará unido ao
homem físico para a sua marcha gloriosa no Ilimitado e o Espiritismo terá retirado dos seus
escombros materiais a alma divina das religiões, que os homens perverteram, ligando-as no
abraço acolhedor do Cristianismo restaurado. [...]
74
EMMANUEL (Espírito). Jesus. In: A Caminho da Luz. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. 15ª ed.
Rio de Janeiro: FEB, 1987. Cap. n.º 24, p. 209/210. 75
EMMANUEL (Espírito). O Evangelho e o futuro. In: A Caminho da Luz. Psicografado por Francisco
Cândido Xavier. 15ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1987. Cap. n.º 25, p. 211/216.
67
Capítulo VII. O que o Cristo disse a Saulo que o levou a se converter ao
Cristianismo?
Meu intuito ao interpretar e comentar os capítulos 3 e 8 da Epístola de Paulo aos
Hebreus não é convencer ninguém, mas esclarecer que Paulo foi muito inspirado por Deus e
pelo Cristo ao escrever essa carta aos seus irmãos israelitas. Esses capítulos são proféticos;
através deles, Paulo apresenta, com dois mil anos de antecedência, Revelações Superiores de
grande relevância para a transformação moral da Humanidade deste século XXI:
1. Paulo revelou, por meio de seus escritos, o seu passado quando fora a
reencarnação de Moisés;
2. Ele falou de forma concisa e indireta sobre a sua vinda ao futuro com a realização
de um ―Novo Concerto‖;
3. Também deixou bem claro em sua carta que ele será um mediador nesse ―Novo
Concerto‖; nesse sentido, de acordo com as revelações que recebi via mediúnica,
Paulo realizará sua missão neste século XXI por meio de sua mediunidade. O
―mediador‖ mencionado por Paulo refere-se à personalidade do Médium.
O Pacto Áureo de Elias com Moisés no ―Novo Concerto‖ sintetiza a união do
Espírito de João Batista com o ―Mediador‖. É importante esclarecer que o Apóstolo Paulo
não anunciou data para o seu novo advento aqui na Terra nos capítulos 3 e 8 de sua Epístola
aos Hebreus. Portanto, eu me responsabilizo ao afirmar que ele está reencarnado aqui no
Brasil desde o século XX, reforçando a tese de que, em combinação com o ―Espírito do
Precursor João Batista‖ e por meio da mediunidade do Médium, realizará, de forma
progressiva, o ―Novo Concerto‖.
Basta estudarmos com atenção o que escrevi e aguardar o momento certo, praticando o
bem, até que estas palavras de Nosso Senhor Jesus sejam consumadas aqui na Terra na sua
totalidade: ―É verdade que Elias [João Batista] há de vir e restabelecer todas as coisas: [...]‖76
76
BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Mateus, capítulo 17, versículos 10 a 13, e Marcos,
capítulo 9, versículos 11 a 13.
68
7.1 A conversão de Saulo segundo a mensagem contida no livro Jesus
Voltando
O relato de Paulo nos capítulos 3 e 8 de sua carta aos Hebreus baseou-se no que ele
ouviu e vivenciou no ato de sua conversão ao Cristianismo. Quando o Apóstolo dos Gentios
escreveu sua carta, exprimindo as lembranças das palavras do Cristo, ele também recebia a
inspiração do Nosso Senhor Jesus, principalmente nas partes em que o texto trata dos
acontecimentos futuros.
Para confirmar o que escrevi sobre Saulo, como, por exemplo, que ele foi a
reencarnação de Moisés, transcrevo a seguir a mensagem ―Jesus e Saulo de Tarso‖, ditada
pelo Espírito de Shaolin a João Nunes Maia no livro Jesus Voltando. Muitos espíritas veem o
médium que psicografou essa mensagem com preconceito, mas ―eu sei‖ que esse médium é
idôneo, que a mensagem é verdadeira, seu conteúdo é autêntico, razão pela qual a menciono
neste livro.
Essa mensagem merece profundo estudo e respeito, porque a conversão de Saulo não
se concretizou em razão de algumas poucas palavras ditas pelo Cristo quando com ele se
encontrou no caminho de Damasco, no ano 36 da Era Cristã, como narrado em Atos dos
Apóstolos, ou por Emmanuel no livro Paulo e Estevão, ou ainda, por tantos outros autores
que tratam desse assunto. O extenso diálogo entre Jesus e Saulo, constante da mensagem a
seguir, permite concluir que o Mestre conversou um bom tempo com Saulo, e não por alguns
minutos apenas, como pensam muitos estudiosos do Evangelho.
Jesus e Saulo de Tarso77
Tarso era uma grande cidade da Silícia, onde havia famosas escolas, e onde a cultura se
espraiara por muitas pessoas. Ela foi dominada pelos romanos, que dela se apossaram, para
desfrutar de seus direitos de guerra.
A família de Saulo estava radicada nesta cidade, com muitas propriedades, e se mostrava
fiel às linhas sacerdotal e política de Jerusalém, por estarem em paz essas duas raças, judeus e
silicianos. Saulo fez curso de alta graduação em Jerusalém, e ali criou raízes profundas no
tocante à seita dos judeus. Apaixonou-se pelas escrituras e tornou-se doutor da lei.
O seu mestre foi o mais famoso da região, tanto no saber sobre as leis sacerdotais, como
sobre a filosofia e mesmo a ciência. Além de mestre consumado, era respeitado pela sua
ponderação em tudo o que falava e fazia. A sua opinião era acatada, devido o seu alto conceito em
todas as classes. Ele se chamava Gamaliel.
77
SHAOLIN (Espírito). Jesus e Saulo de Tarso. In: Jesus Voltando. Psicografado por João Nunes Maia. Belo
Horizonte: Editora Espírita Cristã Fonte Viva, 1985, p. 152/164.
69
Saulo, que se transformara no comandante da perseguição aos que participavam da seita
do Carpinteiro de Nazaré, já de posse da carta do príncipe dos sacerdotes para agir em Damasco,
por ser o rei da Síria pertencente à comunidade judaica, sentiu no coração vontade de
aconselhar-se com Gamaliel, sobre o grave assunto da eliminação dos cristãos em toda parte. E
admirou-se da posição de seu velho mestre que, depois de ouvido, respondeu simplesmente:
— Se esta seita vem de Deus, ninguém conseguirá detê-la, mas se vem dos homens, o
tempo se encarregará de destruí-la, sem a nossa participação. Façamos coisas melhores do que
servir de instrumentos de justiça, que somente pertence ao Criador.
Saulo ouviu seu mestre com respeito, mas partiu para Damasco enfurecido com os
cristãos.
Damasco era a capital da Síria e, pelo que se nota, uma das mais velhas cidades do mundo,
cujos restos, segundo as pesquisas, falam mais alto que os argumentos. Ali morava o velho
Ananias, cristão honesto e observador das leis espirituais. Pregava a Boa Nova do Reino a todas
as criaturas sequiosas de luz, no entendimento da Verdade. Ananias era médium, e sempre que
estava em aflição, o Senhor falava com ele, indicando o caminho mais acertado.
Saulo era espírito impulsivo nas suas reações. Perseguindo os cristãos, achava que estava
prestando um grande serviço de utilidade aos judeus e ao mundo. Entendia que era mais uma seita
perniciosa. A sua mente estava condicionada ao endurecimento dos corações dos sacerdotes
judeus, enraizados em princípios antigos da velha lei, sem compreender a própria lei coordenada
por Moisés, que estabelecia o não matarás. Mas ele, cego pelos sentimentos, avançava, movido
pelo instinto de destruição, animado pelo ódio, e na intenção de defender a verdade estabelecida
pelos velhos doutores da lei antiga.
Saulo de Tarso, instrumento escolhido, não sabia o caminho que tomara; de posse da
ilusão, querendo defender as coisas de Deus, sem condição de compreender esse mesmo Deus de
Justiça e de Amor, Onisciente na Sua majestade infinita, no Seu estado de unicidade da vida.
Saulo ajuntou alguns homens fanáticos, pela sua índole de prepotência, e partiu do Norte
para o Sul da Palestina, em direção a Damasco, cego pelo ódio, em busca dos homens simples que
seguiam a doutrina de luz de um singelo carpinteiro, que, na escala das luzes espirituais, é o
Pastor de toda a humanidade, em nome do Criador.
Os cavalos romperam o deserto. O sol ardia em todas as direções, como sói acontecer nos
lugares onde escasseia a vegetação. Mas, com a fúria de que era tomado, ele pouco sentia o
ambiente de inquietação. Estava hipnotizado pelas sombras, com intenção de interromper a maior
luz que se conhecera na Terra: a luz do Amor, transformada em palavras, em vida, em ambiente
da mais pura fraternidade.
Não seria, porém a cabeça de um homem envenenado pelos costumes carcomidos de uma
raça, que iria acabar com os conceitos de pureza, de caridade e de amor, que o Senhor de todos
os filósofos da Terra semeou no solo dos corações, convocando outros seareiros para
continuarem a Sua obra divina, na divina postura do bem comum. Entretanto, como Deus todo
poderoso é o grande transformador das inconveniências, para a luz de todos os entendimentos, as
forças da Luz Maior estavam esperando Saulo, para transformá-lo em agente das forças que ele
mesmo perseguia.
O sol brandia em ondas por todo o deserto. A luz do astro-rei vibrava nas invisíveis e
super-vibrações do éter, buscando alguém para converter. Deus sabe o que faz, espera e sabe
esperar, como Pai de Amor e de Bondade. Os cristãos, como ovelhas desgarradas do pastor,
estavam começando a se dividir, para a unidade das ideias do Divino Mestre, fazendo-O
conhecido por toda a Terra. E era isso que o farisaísmo não desejava, buscando na cidade de
Tarso, na Silícia, o instrumento para interromper a expansão da luz de Deus, pelos canais de luz
do Cristo.
70
Jerusalém estava na expectativa. Os príncipes dos sacerdotes, montados no corcel da
prepotência, desejavam esmagar tudo que nascesse em forma de doutrina, que contrariasse seus
princípios de opressão aos pobres de todas as ordens, aos encarcerados de todos os tipos, aos
nus de todas as modalidades. E a filosofia do carpinteiro era diferente, por ser a misericórdia,
por substituir o amor interesseiro pelo amor puro, na sua pureza lirial de nada exigir, de tudo dar
pela vida e pelo coração.
Os cavalos avançavam no deserto. As patas afundavam na areia em busca de segurança. O
suor escorria como se fosse gotas de água do mar. Tudo era silêncio; Saulo somente pensava em
como destruir os que acompanhavam o carpinteiro, e sentia nas suas deduções humanas, que tudo
seria fácil. Assim como fizera com Estêvão, também podia fazer com os outros que eram de
menor importância. E, de vez em quando, chicoteava o corcel, na ânsia de chegar mais depressa e
destruir aquele que foi motivo do seu sofrimento pelo coração, no caso de Abigail — Ananias fora
o pivô de sua conversação.
O sol estava a pino. As sombras dos cavaleiros não passavam da área do seu volume. O
peito de Saulo, doutor da lei, era como que uma fogueira, onde o vulcão do ódio explodira. A sede
de matar crescera. Tinha toda a liberdade para fazer o que desejasse fazer, porque além de
doutor da lei, era cidadão romano e tinha carta dos príncipes dos sacerdotes. Estava com tudo em
suas mãos e pensava com certa ironia:
“Quem são esses pobres e miseráveis acompanhantes deste Jesus? Farei com que
desapareçam em poucos dias, e eu, Saulo de Tarso, serei recompensado por todos os ilustres
sacerdotes, por salvar a pátria abençoada dos profetas.”
Naquele instante, Saulo suspendeu a vista buscando o Sol, a fim de marcar as horas, mas viu uma luz mais brilhante que o próprio Sol, sair dele com o fulgor de uma estrela de primeira grandeza, e que em frações de segundos, estava diante dele. E ele, não suportando aquela luz, caiu do animal que o conduzia. A luz entorpeceu todos os seus sentidos. Voltando a sua razão, notou que uma voz lhe falava em língua hebraica:
— Saulo, Saulo! Por que me persegues? Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. (Atos: 9:4 e 5).
Ele, debruçado na escaldante areia do deserto, ofegante e alterado em seus sentidos,
mas com lucidez invejável, esforçou-se para escutar as palavras que o fascinavam pelo modo como
eram ditas, e naquele transe divino e humano, registrou a suavidade da palavra de quem lhe falava
nestes termos:
— Não deves nunca te esquecer da palavra sábia de Gamaliel, da sua advertência, onde a
ponderação mostra como proceder. Lembra-te que a violência tumultua o coração do violento,
deixando sua consciência em desespero. É de justiça e de dever das criaturas, observar as leis de
Deus em todas as suas diretrizes, de modo a compreender a harmonia de tudo que Ele, o Senhor,
fez.
A tua prepotência destrói as tuas oportunidades de ser útil, e a vaidade te aumenta os
sofrimentos. Queres hastear uma bandeira de ilusões em área que não te compete trabalhar.
Deixa, Saulo, os mortos de entendimento sufocarem as aspirações que o progresso começa a
despertar em seus corações. Quanto a ti, abre os olhos e vê a vida na plenitude do Amor. Eu te
chamo para a vida, e deve escutar-me na graciosidade da alegria, da tolerância, do perdão e da
fraternidade... Ser-te-ão dados todos os meios de libertação. Andas preso às modalidades
terrenas, aos preceitos de homens que ainda dormem em relação à Verdade, que invocam Moisés
nos seus festejos, nas suas orações, nos seus mandatos de sacerdotes; que erigem estátuas de
pedra em seu louvor, mas nunca procuram compreender a missão de legislador hebreu e nunca
quiseram observar com profundidade os mandamentos que foram ditados por ele, porque tais
mandamentos são incômodos aos seus modos de proceder.
71
Estavas andando com cegos, e te pareces um deles, ages como eles, e desta forma
haverás de sofrer as consequências dos teus atos, para que a vida te possa mostrar outros
caminhos excelentes.
Não percas tempo, no tempo que passa, esquecendo o Bem, porque uma fração deste tempo, na altura que já conquistaste, representa milênios de angústias nas sombras que a invigilância te legará. Vieste à Terra não para seres comandado pelas ideias humanas, mas pela força divina. Em teu coração existem valores imortais, granjeados em outras épocas, e a tua consciência guarda tesouros incalculáveis, dependendo do rumo que tomares no encontro que ora se realiza.
Eu sou a luz do mundo; eu sou o guia da humanidade; eu sou o pastor e as criaturas, as
ovelhas; nenhuma delas se perderá, porque saberei conduzi-las para a paz, na paz de Deus. Uso de
todos os meios que me são dados para acordar aqueles que deverão abrir os olhos para a luz do
entendimento. Estás ansioso pela claridade; entretanto, trilhas por caminhos errados, e cada vez
mais te empenhas com as trevas. As escrituras são portadoras de conceitos elevados,
dependendo de quem as interprete sem ideias pré-concebidas. Estás influenciado pelo poder, pelo
ganho, pela admiração dos outros. Queres ser alguém diante dos judeus, mostrando-te igualmente
um bom romano.
Estou te seguindo desde o princípio, deixando que a massa fermente na urdidura da tua
inteligência. Nunca queiras, meu filho, colocar as ideias humanas, de interesse transitório, no
lugar dos valores espirituais, que mostram a universalidade das leis que regem e mantêm as
criaturas iguais perante a Divindade. Todos somos filhos de Deus e irmãos uns dos outros, com os
mesmos direitos e deveres. Deves te lembrar, novamente, de que se as coisas vêm de Deus, e que
os homens não poderão modificá-las. Não podes apagar o Sol que, mantendo-se aceso, sustenta a
vida, e é da vontade do Senhor que ele brilhe no céu. As tuas mãos são frágeis para interromper a
vontade d’Aquele que é luz eterna, amor permanente e vida que gera vidas. É bom que me escutes,
pois, somente escutando quem tem autoridade de falar e sabe guiar-te para o verdadeiro caminho
da salvação, deixarás de perseguir homens que estão a serviço do Bem, em ministério de Amor.
A tua cegueira te fará sofrer, e por isso mostrar-te-ei o que deves passar por mim, para
que prepares o coração, despertando o entendimento. Os que chamas de ignorantes e simples
homens da pesca, que me seguem e que dão a vida por mim, são estrelas acesas que vieram do céu
e brilham na Terra. Deves procurá-los, para que possas aprender os melhores conceitos de amor,
de honestidade e de fraternidade pura. Eles renunciaram à própria vida em favor dos que sofrem
e choram, pelas maldades dos homens; eles entregaram tudo que possuíam, para libertarem os
corações do apego e se tornarem livres das agressões da consciência.
O que procuras, Saulo, nunca encontrarás fora de ti. A felicidade é senda de dentro do
coração, e a chave do começo é a prece, do modo que ensinei aos meus discípulos; depois, vem a
decisão do bem, sem especular os que sofrem nos caminhos, adquirindo experiências. O que te
posso falar, deves ouvir com toda a tua capacidade de raciocínio. Não deves perder uma só das
minhas palavras, pois elas são vida, vindas do nosso Pai Celestial. Desejo te dar a minha paz, mas
desejo que a mereças pelo suor e pelo esforço. Se queres saber, o roteiro da paz é o Calvário, que
deves subir com a própria cruz nos ombros.
Saulo de Tarso, a princípio, viu a luz que o cegara, mas, caído na areia, tinha a impressão
de que escutava o Mestre falando de dentro da Terra, como se o planeta falasse aos seus ouvidos
atordoados. Não se sentira assando pelo calor da areia fervente, sob as tempestades
ondulatórias da luz do sol, por estar totalmente entregue ao comando da voz de Jesus Cristo.
Seus companheiros caíram também, viram a luz na sua intensidade, mas não escutavam o que
Saulo ouvia com nitidez. Alguns dos cavalos igualmente caíram, pela vibração da luz que provinha
de outra dimensão e que, no impacto com as trevas fez estremecer até o mar de areia, em
ondulações intermináveis, na alongada distância do deserto.
72
Saulo, continuando deitado, sem força para levantar-se, esquecia o seu corpo másculo;
somente seus ouvidos subiam na dimensão da fala do Cristo, e não desejavam perder uma só das
palavras do Mestre, e essas, ora brandas, ora enérgicas, continuavam, respondendo-lhe ao
pensamento:
— Quem és tu, Senhor?
Ao que o Senhor respondeu:
— Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Quais são as tuas forças, que podem impedir as
forças de Deus? Seguir-me-ás pelos mesmos caminhos que eu posso passar? A tua ignorância te
deprime, sufocando o que tens de bom; a tua oportunidade de crescer é agora; aproveita e
acompanha-me, porque sei te mostrar os caminhos que deves trilhar. Esquece o teu passado e
constrói o presente, mesmo que seja sangrando os pés nos caminhos da perseguição, na fome e na
dor, nas prisões e nas talas dos que ignoram a Verdade. A tua vida, de agora em diante, será de
sofrimentos, até o último dia da tua existência, onde provavelmente separar-te-ão a cabeça do
corpo, para que os teus adversários fiquem livres das tuas ideias, que converterão e que
prepararão quem irá te ouvir, para um mundo novo, sob a minha proteção.
Renova teus ideais. A tua conduta deve ser mudada, pelo convite da Luz que te chama
para Deus. És o vaso escolhido para a glória do Senhor, e me seguindo, muitas gerações seguir-te-ão, agradecendo-te pelo que fizer para a paz de todas elas.
A minha voz é tua conhecida há muito tempo e por isso irás ouvir o que te falo; a tua vida será outra de agora em diante, e os sofrimentos marcar-te-ão os passos, como sendo o apóstolo da coragem em mim. Deverás conhecer a ti mesmo por meu intermédio, porque quando cresço no
coração dos que me acompanham, eles se libertam de todos os males que porventura temem. Eu
sou a Vida e quem me segue nunca morrerá; eu sou a Luz, e quem me segue não andará em trevas;
eu sou a Paz e quem me segue desconhece guerras fratricidas e será sempre vitorioso, pelo Amor
que a tudo domina e a tudo serve, que tudo faz para o bem-estar de todos.
Certamente escutaste grandes lições, vestido com a linhagem dos doutores da lei, de pé e
assentado no conforto que te competia, como escolhido e chamado pelo colégio dos rabinos. No
entanto, a mais profunda das lições eu estou te dando no desconforto do corpo, para que possas
desligar-te do mesmo e estar diante de mim em espírito e verdade. Mais uma vez te digo: guarda
o que ouves no mais profundo da alma, por serem valores eternos, sementes de Deus semeadas em
teu mundo interno, que os frutos mais tarde matar-te-ão a fome, quando precisares de comer. A
tua missão é grandiosa. Terás que andar muito. A tua boca não se pode fechar, porque a Boa Nova
deverá fluir por ela, mesmo quando estiver sangrando, sob o impacto das taladas e das pedradas
daqueles que desconhecem a Verdade. Não te deves esmorecer com os obstáculos, porque
também criaste obstáculos para os que já me seguem; o que plantamos, colhemos. Deves confiar
em Deus sobre todas as coisas, em mim e no próximo e, depois, nas tuas próprias forças,
diuturnamente, porque se muito recebes, muito terás de dar. Se saíres daqui convertido, terás de
provar essa conversão na própria vivência, porque os que nos ouvem somente acreditam em nós,
quando falamos e damos o exemplo daquilo que pregamos; teoria e prática são duas forças que
devem andar juntas.
Saulo! Deixa que o homem novo nasça dentro do homem velho; constrói outro corpo para
que a tua mente encontre outro campo de trabalho, na renovação dos teus costumes, dos teus
pensamentos e da tua palavra. Sem confiar, como poderás prosseguir naquilo que ouves de mim?
Espero que as minhas palavras não fiquem em vão e sejam, em teu coração, rumo para os teus pés
e sugestões para a tua vida. É bom que te lembres de que eu sou a Vida, o Caminho e a Verdade.
Quem me segue nunca perde a rota em direção a Deus. Eu sou aquele de que muito falaram os
profetas; que os bons sacerdotes anunciaram; de que as escrituras disseram. Eu sou o filho de
Deus em quem Ele confiou; eu sou a Misericórdia e vim abrandar a Justiça, representar o Amor
de Deus, como Pai Amoroso; eu sou a expressão maior da Fraternidade, por isso eu sou o Perdão.
73
Sei que os homens não são maus; eles apenas ignoram a Verdade e, por vezes, se colocam como
perseguidores do meu rebanho.
Darei aos que me seguem o poder de suportar as ofensas, sem ofender; o poder de amar,
amando os que os odeiam; o poder de trabalhar todos os momentos, em favor dos que sofrem, dos
idosos e das crianças, das viúvas, dos encarcerados, e mesmo dos que sofrem da doença da
preguiça. Eu nunca me esqueci de ensinar aos meus discípulos, como de ensinar aos homens, a se
libertarem de todos os entraves que possam ter, para que eles libertem a si mesmos, pelo
trabalho que pode crescer em todas as direções, onde nascem todas as virtudes que geram a
felicidade da alma. Somente tu, filho, deve acender a tua própria luz, pelo próprio esforço, sem
esqueceres que tudo isso vem de Deus, passando por mim.
Saulo sentia, naquele momento, uma transformação interna, e ele mesmo desconhecia os
processos pelos quais eram movidas as energias divina e humana.
Um vento brando soprava os grãos de areia aquecidos pela temperatura elevada do
deserto. Os cavalos estavam inquietos. Os companheiros de Saulo já se encontravam de pé,
procurando ajuntar os animais, mas sem coragem de chamar o doutor da lei, que ainda se
encontrava sobre o leito arenoso da Síria. Jesus, olhando para Saulo sobre o lençol de areia,
falou-lhe brandamente na acústica da alma:
— Levanta-te e firma-te sobre os teus pés, porque por isto te apareci, para te constituir
ministro e testemunha, tanto das coisas que viste, como daquelas que ainda verás.
Mando que te levantes, pelo bem de tua própria vida. Os meus discípulos são filhos da
ação e não perdem tempo em dúvidas, por saberem o que fazer com as suas próprias vidas. De
agora em diante serás outro homem. Deves tirar essas vestes de doutor da lei, de nobreza; deves
despir-te do orgulho de raça e de casta, livrar-te do egoísmo que te cegou ante as leis de Deus e
comungar a simplicidade. Sê filho do amor mais puro, do modo que eu ensinei aos meus discípulos;
não te embriagues com o vinho da prepotência; aprende a ser tolerante, sem conivência com o mal;
aprende a perdoar, sem exigir perdão e a amar sem pedir amor; aprende a trabalhar para o teu
próprio sustento, sem criticar aqueles que vivem explorando os outros. Não deves te descuidar de
exigir de ti mesmo, de educar teus próprios impulsos de inferioridade, tendo a oração como força
a sustentar teus ideais nobres.
Devo te constituir ministro, procurando disseminar a mensagem de que fui portador, e
deves trabalhar com todos os teus esforços, para que ela seja clara como o sol mais puro,
brilhante como as estrelas, que seja água viva para os espíritos, e vestes para as almas. Faze da
humanidade a tua família, mesmo que o coração dê sinal de desobediência neste sentido. Esquece
tuas necessidades do amor egoísta e ama a todos com a mesma intensidade. Muitos te amam no
plano do espírito, e te seguem com profundo carinho, sem que percebas.
Aquele que perseguiste até a morte do corpo será teu guia em todas as tuas lutas de redenção, te dará a mão por amor, para que tenhas fé e não percas a coragem de passar pelo fio da espada, marcando a vida, como vida fecunda no exemplo de Amor. E o desrespeito das leis que
forjaste, liquidar-te-ão nesta mesma existência, chegando aqui, como filho que ouviu o pai,
preparado para dar sustentação àqueles que ficaram.
Eu te aparecerei muitas outras vezes, quantas forem necessárias, para que não esmoreças nas trilhas que ora te indico, como sendo a Verdade para o teu coração. Deitaste como carrasco
nesta areia do deserto, e irás levantar como homem que deseja renovar-se e sofrer pelo que
fizeste sofrer. Quantas famílias desertaram, por temor à tua fúria, e que ainda sofrem
separadas dos seus, pela tua ignorância de defender leis criadas pelos homens, que esqueceram o
Amor e a Caridade?
Desejo te falar com as forças que podes suportar, para que não caias em novas tentações.
Decide-te a cumprir o teu dever, no que tange ao dever de um homem reto, na retidão que a
fraternidade te mostra, pelos caminhos do bem. Não julgues a ninguém, pela fraca razão que
74
possuis. Quando intentas disciplinar alguém, quando apedrejas um companheiro ou dá ordens para
tal, não reparas que as pedradas seriam bem mais justas em ti mesmo; quando apontas um simples
cisco no olho do teu irmão e te esqueces de tirar a trave de tua visão, quando andas em belos
cavalos, que a boa nutrição fez fortes, e chicoteia os prisioneiros descalços e atados em caudas
de animais inquietos, esqueces a tua disciplina.
Eu te mostrarei o quanto haverás de sofrer pelo meu nome, e somente desta forma
aprenderás a respeitar os direitos do próximo, convertendo os teus impulsos inferiores em
valores espirituais, para sustentar a tua fé. Nunca percas a paciência de ensinar. A tua língua
deve perder o poder de ferir; a tua vida deve ser um livro sagrado, de exemplos enriquecidos no
Amor, na alegria pura e na tranquilidade, diante de todas as tempestades; os teus caminhos serão
cheios de espinhos, e esses espinhos passarão para a tua própria carne. E, o certo é que não
reclames, nem jogues a culpa nos outros pelos teus sofrimentos. Os teus pés irão provar o que os
pés dos outros passaram, pela tua incompreensão...
Se desejas crescer, haverás de subir, e toda subida requer esforço próprio, onde o suor é
fato natural e o sangue é necessário para o alívio das agressões. O mundo precisa de testemunhos
e todos os meus discípulos deverão sofrer; essa é, pois, condição indispensável ao padrão
evolutivo das criaturas, e essa necessidade avança nos milênios. É fato que existe o paraíso; não
obstante, ele ainda está distante. Somente aparecerá quando as minhas palavras forem vividas
por todas as criaturas da Terra, e mesmo dos Céus, confundindo os ideais de Amor e de
Sabedoria, quando a maldade desaparecer de todos os corações, quando o amor for o clima de
todos os povos, quando a fraternidade for o alimento de todos os homens. Eis porque devemos
trabalhar para essa modificação.
O maior objetivo da nossa doutrina é a transformação, fazendo nascer o homem novo
dentro do homem velho. Esta repetição é necessária, para que não te esqueças deste esforço que
deves fazer, para que eu fique dentro de ti para sempre, e aí possas me ouvir constantemente.
Levanta-te e firma-te em teus pés, para que me ouças, frente a frente, e possas avaliar
melhor o que te falo! Levanta-te e anda na direção que eu te indicar. Se desejas ser feliz,
procura meios de os outros se esforçarem também para adquirir felicidade, porque o egoísmo te
impedirá de conquistar a tua própria paz. Desperta do sono, porque a morte te responderá, se
tampares os ouvidos ao que te falo. Eu sou a Vida, torno a dizer, e quem andar comigo nunca
morrerá.
Paulo recuperou o seu ânimo. Sacudiu a cabeça ainda pesada ao impacto da areia, e
começou a se levantar, mas temia olhar para cima. Não quis abrir os olhos, temendo a luz que vira
antes.
A descida do Cristo no deserto de Damasco foi um quadro de espetacular beleza
espiritual. O céu azul, o clarão do sol na areia límpida, e a majestade do Nazareno em pleno ar,
iluminado como nunca, formavam uma tela jamais vista pelos humanos. Formava assim, uma
grandeza divina, a ordenar a Saulo o que ele deveria fazer, transmitindo as lições imortais para o
mundo inteiro. Uma legião de anjos cercava o Senhor, em funções difíceis, que as criaturas da
Terra não poderão entender, e a voz soava da boca do Senhor, como um canal de Deus, para os
ouvidos de Saulo de Tarso:
— Não queiras livrar-te do meu povo e dos gentios, para os quais eu te enviei, para abrir-
lhes os olhos e convertê-los das trevas para a luz, e da potestade de Satanás para Deus, a fim de
que recebam eles, remissão de pecados e herança, entre os que são santificados pela fé em mim.
E a voz meiga e serena continuou como educador celestial, na profundidade dos seus
ensinamentos:
— Saulo, meu filho, eu te envio em todas as direções, mas ser-te-ão dados todos os
recursos, para falares em meu nome, acordando os que dormem e dando luz aos que se
encontravam em trevas. Deves dar o toque de luz nas criaturas que sentirem sede de Justiça e
75
maturidade para o Amor, mas somente poderás ser instrumento da reforma do homem, se te
reformares; somente poderás ensinar às criaturas o amor, se amares como eu amei e amo a todos.
É de regra divina que apontes os caminhos do perdão; no entanto perdoa primeiro aos que
te ofenderem e, por vezes te caluniarem. Se desejas que todos entendam o desprendimento dos
bens terrenos, em favor dos que sofrem a falta de teto e a fome, a enfermidade e a perseguição,
faças o mesmo, porque somente o exemplo vivo em teus passos confirmará o que pregares aos
outros.
A tua consciência é um mundo em que vigoram todas as leis de Deus, como se estivessem escritas em um livro, em que as páginas se sucedem ao infinito, pelo crescimento da tua personalidade. A vida se move em mistérios que o véu empana a visão dos homens, e vai se
desfazendo com o perpassar do tempo. Eu estou te mostrando a senda da perfeição, onde deves
receber o teu próprio esforço, para que ele se converta em luzes, nas bênçãos de Deus.
Eu sou aquele que acompanha todo o seu rebanho desde o princípio, e ficarei junto a ele até a consumação dos séculos; eu desejo que a paz, a minha paz, aquela que nunca esquece o
trabalho ativo e nobre, te acompanhe; eu desejo que te renoves em todas as tuas atitudes, e que
o sol de Deus comece a nascer em teu coração, iluminando a tua consciência, hoje e na eternidade
afora. Se leste nos velhos pergaminhos que o homem deve viver pelo suor do rosto, eu te afirmo
que as tuas mãos devem laborar para alimentar o próprio corpo, induzindo os outros a fazerem o
mesmo. O trabalho honesto vem de Deus e é equilíbrio da alma em todos os planos da vida.
Não deves pedir; deves dar, fornecendo o exemplo de independência, sem vaidade e sem
egoísmo. O amor é gerador de todas as qualidades do Bem, quando a intenção for amar a Deus
sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
O que falei ao mundo, as instruções que dei aos meus discípulos são suficientes para
educar a humanidade e tornar a Terra um paraíso, onde todos possam se entender e viver em
plena felicidade. Mas eu ainda voltarei quantas vezes forem necessárias, reforçando o que fiz e
dei testemunho. Tenho variados meios de voltar à Terra e de fazer sentir aos homens que estou
presente em suas vidas. E isso eu farei com alegria.
Saulo, quando abrires os olhos, verás que estás cego, mas a cegueira será somente das
coisas materiais, para que possas pensar e viver um pouco de tempo dentro de ti mesmo,
meditando sobre o que deves fazer da tua própria vida. Eu te guiarei por todos os caminhos,
desde que aceites os compromissos e te lembres deles para o que vieste fazer. Saíste para
Damasco, com a intenção de matar, mas o destino mudou as tuas intenções, e deves dar vida,
começando mesmo em Damasco, onde és conhecido.
Ali, a tua prepotência, a tua vaidade e o teu egoísmo devem acabar. Deves despir-te da
nobreza terrena, e tomar a túnica da humildade, pela direção do Amor verdadeiro, arrebanhando
almas para o nosso redil. Os homens sofrem ignorância; entretanto, a Bondade Divina me enviou
como sendo o Caminho da humanidade, e os meus discípulos são os meus agentes, para que as
criaturas possam conhecer a Verdade e a Vida. Quem não passar por mim perderá a direção de
Deus.
Busquei-te envolvido no ódio e na vingança, para te mostrar a fraternidade e viver nela,
repartindo os valores do coração com os famintos deste manjar espiritual. És o escolhido e o
chamado para o Reino de Deus. Decide-te e segue-me, que a liberdade formará o céu na tua
consciência, onde encontrarás Deus, eu e os anjos, a te mostrarmos a eternidade. Os homens
foram feitos iguais, com liberdade, com poderes para interferir em seus destinos até certo
ponto, e tudo o que fazem é transformado por Deus em lições de grandeza espiritual. O bem com
o Senhor é lei divina na divina jornada de todos os seres.
Eu te envio aos reis para dares testemunho de mim; eu te envio aos sacerdotes, para
mostrares a eles os verdadeiros ensinamentos dos profetas; eu te envio aos doutos, porque junto
a eles poderás falar-lhes com sabedoria, por seres um deles. Porém nunca te esqueças da
76
humildade, do carinho, da benevolência, da alegria e do perdão, porque por esses processos
ganharás a todos para o nosso rebanho. Quem ama, Saulo, vence todas as batalhas a que se
propõe. Educa a ti mesmo, para que tenhas forças de ajudar os outros a investirem esforços na
renovação dos seus instintos, acendendo luzes na escuridão interna.
Saulo, de sentimentos duros, homem que nunca chorara diante dos maiores conflitos, se
desfazia em pranto, pela agitação interna. O suor escorria como se estivesse tomando chuva.
Estava transfigurado. Firmara os pés na areia, e as suas delicadas sandálias estavam alagadas. O
próprio corpo rejeitava as vibrações inferiores que a maldade acumulara na consciência, pelos
tempos de ignorância. O Cristo, verdadeiramente, era o Salvador, por mostrar-lhe caminhos
excelentes, onde a paz interna seria erguida até o coração.
Com dificuldade, Saulo permanecia de pé. Os seus companheiros quiseram ajudá-lo, mas
ele rejeitou, entendendo as palavras de Jesus, que desde os primeiros passos para ser um homem
novo, dentro do homem velho, deveria ser independente até onde pudesse alcançar. Esforçou-se
para abrir os olhos, e sentiu um tremor no corpo todo: verdadeiramente estava cego.
Teve o ímpeto de gritar por Jesus, mas abafou o impulso e tornou a chorar. Cerrou as
pálpebras e saiu cambaleando, sem rumo, na certeza de que os Céus lhe indicavam o caminho.
Nisto, sentiu uma felicidade indisível no coração e mesmo cego, viu Jesus em sua frente, vestido
de luz, a encantar seus sentidos. Se pudesse dizer, naquele momento expressão mesmo sendo
doutor da lei, para descrever o Cristo de Deus, o anunciado Messias dos grandes profetas da
terra santa. Somente aquela visão já compensava o que passara. Sentiu uma coragem indizível a
animar seu ser, em busca de outros caminhos. Notava, pela visão interna que Jesus pisava na areia
como ele, e deixava marcas de luz nela como que dizendo: “Segue os meus passos.”
O Mestre, diminuindo Seu andar, ficou ao seu lado. Abraçou-o como o pai faz com o filho
doente, e lhe falou mansamente aos ouvidos com uma voz que reanimava todo o seu ser:
— Meu filho amado!... Estarei contigo para sempre, mas não posso tirar a cruz que começaste a carregar no deserto da Terra até o deserto de ti mesmo. O teu Calvário vai ser
longo e não podes desfalecer, porque o mestre ensina, porém, não pode assimilar as lições para o
discípulo. A mãe oferta o seio para a criança, mas ela deve sugar o leite para o seu sustento. Deus
nos dá o ar para respirarmos quando estamos na Terra, entretanto, nós temos de respirar se
quisermos sustentar a vida do corpo. O esforço próprio é imprescindível, é a conquista que Deus
deseja, é a nossa parte, e temos de fazê-la sob o sol escaldante da vida, em duros testemunhos,
de maneira a mostrarmos aos outros a nossa firmeza no bem, a nossa honestidade para com
aqueles que nos guiam.
Alimenta a coragem em todas as tuas andanças, porque a tua vida na Terra, de agora em
diante, vai ser sofrer, para viver bem na eternidade. Vai a Damasco, que bem sabes onde fica. Lá
encontrarás o meu servo Ananias, que te imporá as mãos, devolvendo-te a visão, mas, usa dela
para o bem comum da humanidade, porque até agora ela só viu o mal que não deveria ver. Mas,
depois deste fato no deserto, a tua vista deverá se modificar: enxergarás todos os homens como
irmãos, com os mesmos direitos e deveres ante a Paternidade Universal.
Não deves seguir ideias de homens que ignoram a verdade. Busca, Saulo, nos momentos de
silêncio, e mesmo nas tribulações, a Deus, pelos canais da oração. Aprende a orar, que estarei
sempre conversando contigo. Chora quando o choro te ambientar com o Amor, e torna a chorar
quando esse sentimento tiver a capacidade de despertar os outros para o Bem.
Meu filho! Estás com a roupa suja, e deves lavá-la na água do tempo, com o sabão do
esforço próprio, porque só entramos no Reino de Deus pelos canais da consciência, no asseio
mostrado pelas luzes das estrelas.
Segue e confiai! Até breve!
Saulo viu Jesus ascendendo aos espaços, entremeio aos anjos que cantavam, e ele, não
suportando essa visão celestial, caiu de novo, de joelhos pelo impulso das emoções que fazem
77
fugir o raciocínio. O doutor da lei chorou de saudades do Divino Mestre, e chorou novamente, na
ansiedade de começar a procura do Cristo em seu coração!... (Grifo nosso)
7.1.1 Análises de alguns tópicos da mensagem ―Jesus e Saulo de Tarso‖
1. Naquele instante, Saulo suspendeu a vista buscando o Sol, a fim de marcar as horas,
mas viu uma luz mais brilhante que o próprio Sol, sair dele com o fulgor de uma estrela
de primeira grandeza, e que em frações de segundos, estava diante dele. E ele, não
suportando aquela luz, caiu do animal que o conduzia. A luz entorpeceu todos os seus
sentidos. Voltando a sua razão, notou que uma voz lhe falava em língua hebraica:
— Saulo, Saulo! Por que me persegues? Duro é para ti recalcitrar contra os
aguilhões. (Atos: 9:4 e 5).
Saulo de Tarso, frente a frente com o iluminado Espírito de Nosso Senhor Jesus
Cristo, notou que uma voz lhe falava em hebraico, ou seja, ele ouviu a voz do Mestre no
mesmo idioma falado pelos judeus ou israelitas de seu tempo e da época de Moisés. O Cristo
poderia ter lhe falado em aramaico ou em grego que ele entenderia perfeitamente, mas
preferiu falar numa língua tão conhecida dele porque queria dar um recado muito especial
ao seu futuro e mui amado Ministro. Saulo nem imaginava que, quando perseguia os Cristãos,
estava perseguindo o próprio Cristo, o grande Messias anunciado por ele próprio no Antigo
Testamento quando o seu Espírito vivera a personalidade de Moisés:
15 – O Senhor teu Deus te levantará um profeta [Jesus] do meio de ti, de teus
irmãos [israelitas], como eu; a ele ouvireis;
16 – Conforme a tudo o que pediste ao Senhor teu Deus em Horebe, no dia
da assembleia, dizendo: Não ouvirei mais a voz do Senhor teu Deus, nem
mais verei este grande fogo, para que não morra.
17 Então o Senhor me disse: Falaram bem naquilo que disseram.
18 Eis lhes suscitarei [farei nascer] um profeta [Jesus] do meio de seus
irmãos [israelitas], como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele [o
Messias, Jesus] lhes falará tudo o que eu lhe ordenar.78
2. Não percas tempo, no tempo que passa, esquecendo o Bem, porque uma fração deste
tempo, na altura que já conquistaste, representa milênios de angústias nas sombras
que a invigilância te legará. Vieste à Terra não para seres comandado pelas ideias
humanas, mas pela força divina. Em teu coração existem valores imortais,
granjeados em outras épocas, e a tua consciência guarda tesouros incalculáveis,
dependendo do rumo que tomares no encontro que ora se realiza.
O modo como o Cristo conversou com Saulo nesse trecho confirma que o futuro
Apóstolo dos Gentios era um Espírito bastante conhecido dEle, pois Ele sabia que Saulo era a
78
BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Deuteronômio, capítulo 18, versículos 15 a 18.
78
reencarnação de Moisés e que havia retornado à Terra com a missão de universalizar a Sua
Doutrina. Por isso, mesmo sabendo que Saulo havia perseguido centenas de Cristãos em
defesa da Lei Mosaica, o Nosso Senhor tinha uma grande admiração e confiança no seu vaso
escolhido, que a partir daquele momento se converteria em um grande Ministro do Evangelho,
à custa de muito sofrimento até os seus últimos dias de vida aqui na Terra. Quando o Mestre
diz a Saulo: ―Em teu coração existem valores imortais, granjeados em outras épocas, e a tua
consciência guarda tesouros incalculáveis [...]‖, significa que, no coração espiritual de Saulo,
havia experiências conquistadas com muito trabalho e esforço em outras reencarnações, e que
sua alma guardava tesouros incalculáveis, principalmente quando seu Espírito vivera na
personalidade de Moisés.
3. És o vaso escolhido para a glória do Senhor, e me seguindo, muitas gerações seguir-
te-ão, agradecendo-te pelo que fizer para a paz de todas elas.
O Mestre afirma que Saulo era o vaso escolhido para a glória Divina, mas se sua alma
não tivesse uma bagagem de conhecimento de outras reencarnações sobre as Leis de Deus,
inclusive de quando fora Moisés, o Cristo não o teria chamado pessoalmente às portas de
Damasco.
4. A minha voz é tua conhecida há muito tempo e por isso irás ouvir o que te falo; a tua
vida será outra de agora em diante, e os sofrimentos marcar-te-ão os passos, como
sendo o apóstolo da coragem em mim.
Observe a intimidade do Cristo para com Saulo naquele sol escaldante nas areias do
deserto da Síria: ―A minha voz é tua conhecida há muito tempo‖, ou seja, ―a minha voz é tua
conhecida‖ desde a época em que foste à reencarnação de Moisés, quando tiveste contato
comigo diversas vezes por meio de tua mediunidade, antes e durante o êxodo dos teus irmãos
israelitas do Egito, até ao recebimento das Leis de nosso Deus no Monte Sinai, e da
permanência por quarenta anos no deserto.
De acordo com os ensinamentos dos Espíritos superiores, dados por meio do
Espiritismo, Moisés teve o auxílio de Deus em toda a sua missão como Legislador Hebreu.
Mas não podemos nos esquecer de que o Cristo é o Cocriador do planeta Terra. É Ele quem
governa o nosso Orbe terrestre nos dois planos, o Material e o Espiritual, compostos por
bilhões de Espíritos reencarnados e desencarnados. Por isso Ele disse a Saulo que a sua voz
era conhecida dEle: isso prova que o Cristo, sendo o Messias, auxiliara Moisés por intermédio
79
de sua mediunidade, desde o êxodo do povo Hebreu do Egito para o deserto até o Monte
Sinai, onde ele recebeu os Dez Mandamentos, e de lá à Terra Prometida.
Uma das vozes que se dirigiu a Moisés naquela época foi a do Espírito do Messias
(Jesus) e não a voz de Deus, como os judeus e a maioria dos religiosos do mundo acredita,
tanto que o Cristo disse a Saulo que: ―A minha voz é tua conhecida há muito tempo e por isso
irás ouvir o que te falo [...].‖ Deus é o Criador do Universo sideral e o Cristo é mais um de
seus filhos que chegou à perfeição, como todos nós chegaremos um dia, pois está escrito na
Lei Natural de Deus.
Quando o Cristo disse: ―Eu e o Pai somos um‖79
, Ele se referia à sua condição de
Messias Divino, em sintonia perfeita com Deus o tempo todo, integrando-se à vontade
onisciente e onipotente do Pai, entre o Mundo espiritual e a Terra, por meio do Amor, da
Verdade e da Justiça, em prol de toda a humanidade encarnada e desencarnada. Entretanto,
Deus e o Cristo são duas individualidades distintas. Deus é um Ser incriado e o criador
absoluto de todas as coisas do Universo. Jesus é a criatura, foi criado por Deus na forma de
Espírito simples e ignorante, mas, ao longo de milênios, evoluiu a tal ponto que chegou a um
grau máximo de perfeição em todos os seus aspectos. Por isso, o Nosso Deus concedeu a Ele,
por mérito, o poder de Cocriador do nosso planeta Terra e o cargo de Governador planetário
no âmbito material e espiritual. Muitas pessoas interpretam erroneamente essas palavras do
Mestre, afirmando que Jesus é Deus. No entanto, Deus é o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo,
da mesma forma que Ele é o Pai de todos nós; logo, sendo Jesus filho de Deus, Ele é
considerado o nosso irmão Divino.
Para maiores esclarecimentos sobre esse assunto, recomendo o estudo do Livro dos
Espíritos e da Gênese, codificados por Allan Kardec, e da obra A Caminho da Luz, ditada pelo
Espírito Emmanuel a Chico Xavier.80
5. Aquele que perseguiste até a morte do corpo será teu guia em todas as tuas lutas de
redenção, te dará a mão por amor, para que tenhas fé e não percas a coragem de
passar pelo fio da espada, marcando a vida, como vida fecunda no exemplo de Amor.
Aqui, o Mestre se referia a Estevão,81
o qual havia perdoado Saulo por amor e seria
seu Guia espiritual até os seus últimos dias no corpo físico.
79
BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, João, capítulo 10, versículo 30. 80
Cf.: (i) KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro: FEB, 1985; (ii) KARDEC, Allan. A Gênese.
Rio de Janeiro: FEB, 1973; (iii) EMMANUEL (Espírito). A Caminho da Luz. Psicografado por Francisco
Cândido Xavier. Rio de Janeiro: FEB, 1987.
80
6. Eu te aparecerei muitas outras vezes, quantas forem necessárias, para que não
esmoreças nas trilhas que ora te indico, como sendo a Verdade para o teu coração.
O Nosso Senhor cumpriu sua promessa e apareceu várias vezes na vida missionária do
Apóstolo desde sua conversão ao Cristianismo até o fim de sua existência terrena. No entanto,
quando disse que apareceria quantas vezes fossem necessárias, Ele não se referia somente
àquela existência de Paulo, mas às suas próximas reencarnações. Assim, sua promessa se
consumou nas reencarnações sucessivas do Apóstolo dos Gentios por meio das personalidades
mencionadas no capítulo 3 deste livro: Santo Agostinho, na África do século IV; Martinho
Lutero, na Alemanha do século XVI; e o Médium, no Brasil do século XX.
7. A tua consciência é um mundo em que vigoram todas as leis de Deus, como se
estivessem escritas em um livro, em que as páginas se sucedem ao infinito, pelo
crescimento da tua personalidade.
O Cristo deixou bem claro, nessa conversa íntima com Saulo, que todas as leis de
Deus estão gravadas na sua Alma desde quando recebera os Dez Mandamentos Divinos.
8. Eu sou aquele que acompanha todo o seu rebanho desde o princípio, e ficarei junto a ele até a consumação dos séculos; [...]
O Cristo revelou a Saulo que era o Senhor, o Messias, o enviado do Pai que
acompanhava o povo Hebreu, confiado a Moisés desde o princípio da escravidão do Egito e
libertado do jugo do Faraó por seu intermédio. A palavra ―rebanho‖ se referia também aos
Judeus do tempo de Saulo, pois aquela civilização era a reencarnação do povo Hebreu que
voltara para testemunhar a vinda do Messias. Mas, por causa de seu orgulho presunçoso para
com o Cristo e do fanatismo em relação às Leis de Moisés em lugar da prática dos Dez
Mandamentos, eles permitiram que o Messias, anunciado pelos antigos Profetas, fosse
crucificado no seio da turba inconsequente.
O Mestre disse ainda que ficaria junto ao seu rebanho desditoso até o fim dos tempos,
no término do velho Mundo de provas e expiações. Ou seja: Ele ficaria junto ao seu rebanho
até o fim da Grande Transição Planetária que se encerrará no século XXI com a entrada do
―Novo Ciclo Evolutivo‖ denominado Mundo de Regeneração.
81
Cf. EMMANUEL (Espírito). Paulo e Estevão. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. 27ª ed. Rio de
Janeiro: FEB, 1994.
81
9. — Meu filho amado!... Estarei contigo para sempre, mas não posso tirar a cruz que
começaste a carregar no deserto da Terra até o deserto de ti mesmo.
Enfim, o desfecho final dessas máximas do Cristo para com Saulo, que, no ápice de
seu amor e de seu perdão sem limites, abraçou Saulo e revelou o seu passado de forma
exuberante. Naquele instante, Jesus estava abraçando o Espírito de Moisés, que estava
reencarnado em outro corpo. Suas palavras comprovam que Jesus já o conhecia há séculos.
Quando ele disse: ―não posso tirar a cruz que começaste a carregar no deserto da Terra‖, fica
claro que ele falava da missão árdua que Saulo começara a carregar quando fora a
reencarnação de Moisés.
82
Considerações finais
Caríssimos irmãos em Cristo Jesus!
Que o Nosso Senhor continue iluminando os nossos caminhos diante da Nova Era da
Regeneração que se avizinha aqui na Terra!
Que meus simplórios escritos possam começar a despertar o interesse pela Doutrina
Espírita, que tanto tem iluminado a Humanidade desde o século XIX!
Para compreender melhor a grandeza desse ―Novo Concerto‖ que o apóstolo Paulo
anunciou em sua Epístola aos Hebreus, sob a inspiração do Cristo, será necessário
primeiramente conhecer e estudar as Obras Básicas do insigne codificador, Allan Kardec: O
Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o
Inferno e A Gênese, bem como suas obras complementares: O que é o Espiritismo, ―Revista
Espírita‖, Obras Póstumas, dentre outras.
Espero ter esclarecido muitas coisas por meio de minha obra.
Agradeço a todos aqueles que contribuíram, de forma direta e indireta, reencarnados e
desencarnados, para que eu pudesse compor este trabalho simples, mas de suma importância
espiritual e moral para todos nós.
Fiquem com Deus e com o Cristo, e que Eles nos abençoem agora e sempre!
Assim seja.
83
Referências Bibliográficas
1 BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Marcos, capítulo 9, versículos 2 a 13.
2 KARDEC, Allan. Ninguém poderá ver o Reino de Deus se não nascer de novo. In: O
Evangelho Segundo o Espiritismo. 109ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Cap. n.º 4, item 3, p.
84.
3 BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Mateus, capítulo 17, versículos 1 a 13.
4 Cf. BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Epístola aos Hebreus, capítulo 8,
versículos 6 a 13.
5 Cf. KARDEC, Allan. Ressureição e Reencarnação. In: O Evangelho Segundo o
Espiritismo. 109ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Cap. n.º 4, itens 4 a 17, p. 84/90.
6 KARDEC, Allan. Caracteres do verdadeiro profeta. In: O Evangelho Segundo o
Espiritismo. 109ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Cap. n.º 21, item 9, p. 323/324.
7 Cf. CAMPOS, Humberto de (Espírito). Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho.
Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Rio de Janeiro: FEB, 1938.
8 BICORPOREIDADE. In: Glossário Espírita. Centro Espírita Allan Kardec – Rio de
Janeiro. Disponível em: <http://www.ceallankardec.org.br/glossario.htm> Acesso em: 25 fev.
2016.
9 KARDEC, Allan. Da bicorporeidade e da transfiguração. In: O Livro dos Médiuns. 50ª ed.
Rio de Janeiro: FEB, 1984. Cap. n.º 7, item 119, p. 149/151.
10 Cf. KARDEC, Allan. Obras Póstumas. 27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995, p. 300/302.
11 Cf. (i) BALDOVINO, Enrique Eliseo. Jan Huss: 600 anos de desencarnação. Reformador.
Disponível em: <http://www.souleitorespirita.com.br/reformador/destaque/jan-huss-600-anos-
de-desencarnacao/> Acesso em: 25 fev. 2016; (ii) CARNEIRO, Altamirando. Doutrina dos
Espíritos; Codificação de Allan Kardec; Religião de fé, razão e luz. Correio de Três Lagoas.
Disponível em: <http://www.correiodetreslagoas.com.br/noticia.php?id=4454> Acesso em:
25 fev. 2016.
12 KARDEC, Allan. Progressão dos Espíritos. In: O Livro dos Espíritos. 62ª ed. Rio de
Janeiro: FEB, 1985. Parte Segunda, cap. n.º 1, questão 115, p. 95/96.
13 Cf. KARDEC, Allan. Conhecimento de si mesmo. In: O Livro dos Espíritos. 62ª ed. Rio
de Janeiro: FEB, 1985. Parte Terceira, cap. n.º 12, questão 919, p. 423/426.
84
14 BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, João, capítulo 8, versículo 32.
15 GUERRA Santa. In: Significados. Disponível em:
<https://www.significados.com.br/guerra-santa/> Acesso em: 25 fev. 2016.
16 KARDEC, Allan. Meu Sucessor. In: Obras Póstumas. 27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995,
p. 304/306.
17 DEZ MANDAMENTOS. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia
Foundation, 2017. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Dez_Mandamentos&oldid=47801860> Acesso
em: 25 fev. 2016.
18 ROCHA JÚNIOR, R. T.. O Êxodo – Parte 1 – A Travessia. Romeu Rocha. Disponível em:
<http://romeurocha.com.br/wp-content/uploads/2016/06/Imagem6.jpg> Acesso em: 25 fev.
2016.
19 NETTO, Ismael Sá. Perguntas Interessantes. In: O Fascínio do Antigo Egito. Disponível
em: <http://www.fascinioegito.sh06.com/faqs.htm> Acesso em: 25 fev. 2016.
20 Cf. O FARAÓ MERNEPHTAH. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia
Foundation, 2016. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=O_Fara%C3%B3_Mernephtah&oldid=44380788
> Acesso em: 3 jan. 2016.
21 Cf. (i) AKHENATON — A Revolução Espiritual do Antigo Egito (Trilogia - volume 1).
Psicografado por Roger Bottini Paranhos. HERMES (Espírito); Radamés (Espírito). 4ª ed.
Limeira: Conhecimento, 2006; (ii) Moisés — O Libertador de Israel (Trilogia – volume 2).
Psicografado por Roger Bottini Paranhos. HERMES (Espírito); Natanael (Espírito). Limeira:
Conhecimento, 2004; (iii) Moisés — Em busca da Terra Prometida (Trilogia – volume 3).
Psicografado por Roger Bottini Paranhos. HERMES (Espírito); Natanael (Espírito). Limeira:
Conhecimento, 2005.
22
Cf. BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Êxodo, capítulo 2, versículos 11 a
15.
23 Cf. BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Números, capítulo 31, versículos 1
a 8.
24 BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Êxodo, capítulo 20, versículo 13.
25 CARVALHO, Antônio César Perri de. 70 anos do livro ―Paulo e Estevão‖. In: Biblioteca
Virtual – Autores Espíritas Clássicos. Disponível em:
<http://www.autoresespiritasclassicos.com/Chico%20Xavier/Livros%20que%20iluminam/Pa
ulo%20e%20estevao/PAULO%20E%20ESTEV%C3%83O%20(Chico%20Xavier%20-
%20Emmanuel).htm> Acesso em: 25 fev. 2016.
85
26 BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Atos dos Apóstolos, capítulo 21,
versículo 39.
27 Cf. Canal kardec2007. Seminário Paulo e Estevão – Parte 01. Disponível em:
<https://youtu.be/4r4hSB057MY> Acesso em: 25 fev. 2016.
28 Cf.: EMMANUEL (Espírito). Paulo e Estevão. Psicografado por Francisco Cândido
Xavier. 27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Primeira parte, cap. n.º 5, ―A pregação de
Estevão‖, p. 85/101, e cap. n.º 6, ―Ante o Sinédrio‖, p. 102/118.
29 EMMANUEL (Espírito). No caminho de Damasco. In: Paulo e Estevão. Psicografado por
Francisco Cândido Xavier. 27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Primeira parte, cap. n.º 10, p.
194/195.
30 EMMANUEL (Espírito). No caminho de Damasco. In: Paulo e Estevão. Psicografado por
Francisco Cândido Xavier. 27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Primeira parte, cap. n.º 10, p.
197/200.
31 Cf. (i) EMMANUEL (Espírito). Paulo e Estevão. Psicografado por Francisco Cândido
Xavier. 27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994; (ii) BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e
Corrigida, Atos dos Apóstolos, capítulo 9, versículos 1 a 18.
32 EMMANUEL (Espírito). Paulo e Estevão. Psicografado por Francisco Cândido Xavier.
27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994, p. 246.
33 BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Mateus, capítulo 17, versículos 10 a 13,
e Marcos, capítulo 9, versículos 11 a 13.
34 AGOSTINHO DE HIPONA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia
Foundation, 2016. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Agostinho_de_Hipona&oldid=47575125>
Acesso em: 25 fev. 2016.
35 PRECE a Santo Agostinho. In: Fraternidade Solo de Maria. Disponível em:
<http://solodemaria.com.br/wp-content/uploads/2013/12/msg-2712.jpg> Acesso em: 25 fev.
2016.
36 (i) AGOSTINHO DE HIPONA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia
Foundation, 2016. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Agostinho_de_Hipona&oldid=47575125>
Acesso em: 25 fev. 2016; (ii) SESÉ, Bernard. Agostinho, o Convertido. 5ª ed. São Paulo:
Paulinas, 2005.
37 KARDEC, Allan. Instruções dos Espíritos. In: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 109ª
ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Cap. n.º 1, item 11, p. 61/62.
38 Cf. AGOSTINHO, Santo. Confissões. 3ª ed. São Paulo: Paulus, 2004.
86
39 KARDEC, Allan. Progressão dos Mundos. In: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 109ª
ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Cap. n.º 3, item 19, p. 81.
40 AGOSTINHO DE HIPONA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia
Foundation, 2016. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Agostinho_de_Hipona&oldid=47575125>
Acesso em: 25 fev. 2016.
41 Cf. SESÉ, Bernard. Agostinho, o Convertido. 5ª ed. São Paulo: Paulinas, 2005.
42 MARTINHO LUTERO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia
Foundation, 2017. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Martinho_Lutero&oldid=47834789> Acesso em:
25 fev. 2016.
43 AS MARCAS do Cristo Vol. 1. In: Livraria da Travessa. Disponível em:
<http://www.travessa.com.br/as-marcas-do-cristo-vol-1/artigo/a15bc365-160f-4285-9e7c-
da4c83f277da> Acesso em: 25 fev. 2016.
44 MARTINHO LUTERO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia
Foundation, 2017. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Martinho_Lutero&oldid=47834789> Acesso em:
25 fev. 2016.
45 MIRANDA, Hermínio C.. A caminho de Erfurt: a convocação. In: As Marcas do Cristo –
Vol. II: Lutero, o Reformador. 3ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995, p. 50/52.
46 DIMENSÕES do Evangelismo – Terceira Parte. Hammer of God Int’l Church and
Ministries. Disponível em: <http://hammergm.blogspot.com.br/2013/07/dimensoes-do-
evangelismo-terceira-parte.html> Acesso em: 25 fev. 2016.
47 Cf. EMMANUEL (Espírito). O Consolador. Psicografado por Francisco Cândido Xavier.
13ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1986, pergunta 295, p. 173.
48 Cf. FO, J.; MALUCELLI, L.; TOMAT, S.. O livro negro do cristianismo: dois mil anos
de crimes em nome de Deus. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007.
49 CASTELO DE WARTBURG. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia
Foundation, 2016. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Castelo_de_Wartburg&oldid=46036085> Acesso
em: 25 fev. 2016.
50 EMMANUEL (Espírito). As lutas da reforma. In: A Caminho da Luz. Psicografado por
Francisco Cândido Xavier. 15ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1987. Cap. n.º 21, p. 179.
87
51 EMMANUEL (Espírito). Os abusos do poder religioso. In: A Caminho da Luz.
Psicografado por Francisco Cândido Xavier. 15ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1987. Cap. n.º 18,
p. 160.
52
KARDEC, Allan. Vendilhões Expulsos do Templo. In: O Evangelho Segundo o
Espiritismo. 109ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Cap. n.º 26, item 5 e 6, p. 365.
53 EMMANUEL (Espírito). Renascença Religiosa. In: A Caminho da Luz. Psicografado por
Francisco Cândido Xavier. 15ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1987. Cap. n.º 20, p.175.
54 EMMANUEL (Espírito). O Consolador. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. 13ª
ed. Rio de Janeiro: FEB, 1986, pergunta 295, p. 173.
55 EADE, Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita, Religião à luz do Espiritismo. Tomo I —
Cristianismo e Espiritismo. Módulo II – O Cristianismo: A Reforma Protestante. In: O
Caminho – Escritura do Espiritismo Cristão. Disponível em:
<http://bibliadocaminho.com/ocaminho/Tematica/EE/Estudos/EadeP1T1.2.25.htm> Acesso
em: 25 fev. 2016.
56 MENSAGEM de Bezerra de Menezes. O Reformador. Rio de Janeiro, ano 107, n.º 1.928,
nov. 1989, p. 28. Disponível em:
<http://www.sistemas.febnet.org.br/acervo/revistas/1989/WebSearch/page.php?pagina=321>
Acesso em: 25 fev. 2016.
57
Cf. LUIZ, André (Espírito). Nosso Lar. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Rio
de Janeiro: FEB, 1944.
58 Cf. EMMANUEL (Espírito). Paulo e Estevão. Psicografado por Francisco Cândido Xavier.
27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994.
59 Canal kardec2007. Seminário Paulo e Estevão – Partes 01 e 02. Disponível em:
<https://youtu.be/4r4hSB057MY> e <https://youtu.be/jePOfD7LltY> Acesso em: 25 fev.
2016.
60 EMMANUEL (Espírito). O prisioneiro do Cristo. In: Paulo e Estevão. Psicografado por
Francisco Cândido Xavier. 27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Segunda parte, cap. n.º 9, p.
506/507.
61
EMMANUEL (Espírito). O prisioneiro do Cristo. In: Paulo e Estevão. Psicografado por
Francisco Cândido Xavier. 27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Segunda parte, cap. n.º 9, p.
514/515.
62 EMMANUEL (Espírito). O prisioneiro do Cristo. In: Paulo e Estevão. Psicografado por
Francisco Cândido Xavier. 27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Segunda parte, cap. n.º 9, p.
516.
88
63 EMMANUEL (Espírito). O prisioneiro do Cristo. In: Paulo e Estevão. Psicografado por
Francisco Cândido Xavier. 27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Segunda parte, cap. n.º 9, p.
517.
64 EMMANUEL (Espírito). No caminho de Damasco. In: Paulo e Estevão. Psicografado por
Francisco Cândido Xavier. 27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Primeira parte, cap. n.º 10, p.
197/200.
65 BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Epístola aos Hebreus, capítulo 8,
versículos 6 e 7.
66 BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Epístola aos Hebreus, capítulo 8,
versículos 8 e 9.
67 KARDEC, Allan. Que é Deus? In: O Livro dos Espíritos. 62ª ed. Rio de Janeiro: FEB,
1985. Parte Primeira, cap. n.º 1, primeira questão, p. 48/50.
68 BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Mateus, capítulo 5, versículo 17.
69 BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Mateus, capítulo 22, versículos 36 a 40.
70 EMMANUEL (Espírito). Paulo e Estevão. Psicografado por Francisco Cândido Xavier.
27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Cap. n.º 4, p. 319.
71 BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Mateus, capítulo 22, versículos 37 a 40.
72 EMMANUEL (Espírito). No futuro. In: Pão Nosso. Psicografado por Francisco Cândido
Xavier. 29ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2012. Cap. n.º 41, p. 97/98.
73 KARDEC, Allan. Que é Deus? In: O Livro dos Espíritos. 62ª ed. Rio de Janeiro: FEB,
1985. Parte Primeira, cap. n.º 1, primeira questão, p. 48/50.
74 EMMANUEL (Espírito). Jesus. In: A Caminho da Luz. Psicografado por Francisco
Cândido Xavier. 15ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1987. Cap. n.º 24, p. 209/210.
75 EMMANUEL (Espírito). O Evangelho e o futuro. In: A Caminho da Luz. Psicografado
por Francisco Cândido Xavier. 15ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1987. Cap. n.º 25, p. 211/216.
76 BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Mateus, capítulo 17, versículos 10 a 13,
e Marcos, capítulo 9, versículos 11 a 13.
77 SHAOLIN (Espírito). Jesus e Saulo de Tarso. In: Jesus Voltando. Psicografado por João
Nunes Maia. Belo Horizonte: Editora Espírita Cristã Fonte Viva, 1985, p. 152/164.
89
78 BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, Deuteronômio, capítulo 18, versículos
15 a 18.
79 BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Corrigida, João, capítulo 10, versículo 30.
80 Cf.: (i) KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro: FEB, 1985; (ii)
KARDEC, Allan. A Gênese. Rio de Janeiro: FEB, 1973; (iii) EMMANUEL (Espírito). A
Caminho da Luz. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Rio de Janeiro: FEB, 1987.
81 Cf. EMMANUEL (Espírito). Paulo e Estevão. Psicografado por Francisco Cândido Xavier.
27ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994.
90
Contatos do Autor
Blog Espírita ―A Voz da Verdade‖ (com link para download de livros digitais no formato
PDF de minha autoria): http://www.blogespiritaavozdaverdade.com.br
E-mails para solicitação de cópias de livros digitais no formato PDF de minha autoria:
Facebook: http://www.facebook.com/amadocq
Twitter: https://twitter.com/Amadocq
Canal no Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCcoXcAjLfETxKthY5eeodrA