O NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM ADOLESCENTES ESCOLARES DO ... · Figura 1 Percentual de escolares...
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MAYRA ROBERTA ISHIKAWA DE MELLO
O NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM ADOLESCENTES ESCOLARES DO ENSINO PÚBLICO DA CIDADE DE FRANCA – SP
Dissertação apresentada à Universidade de Franca, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Promoção de Saúde Orientadora: Profª. Drª. Maria Georgina Marques Tonello
FRANCA
2011
2
DEDICO este trabalho aos meus pais Lucas e Mara, a minha irmã Mayara, ao Vô Nico e Vó Sara e minha grande amiga Paty Pellegrino.
AGRADECIMENTOS
A Deus que continuamente me ilumina e protege.
Aos meus pais Lucas e Mara que sempre prezaram por uma educação de
qualidade me incentivando em cada passo da vida, me enchendo palavras amigas e
motivadoras nos momentos mais difíceis, a eterna compreensão e inesgotável amor.
A minha irmã Mayara que sempre esteve ao meu lado nos momentos bons e
ruins, alegrando meus mais os dias desde seu nascimento.
A cada um de meus familiares, tios e tias, primos e primas que sempre festejam
quando volto para casa. Sempre alegres, companheiros e exemplos dígnos a serem seguidos.
Aos meus grandes amigos e amigas: Lúcia, Fabiana, Camila, Luana, Andressa,
Odille, Elaine, Lisa, Bê, Fer, Mafufo, Jaque, Ju, Mísia, Vanessa, Aline, Dani, Rodrigo, Alan,
Fabiano, Douglas por terem recebido tantos nãos e mesmo assim também não desistiam de
me animarem, obrigada pela imensa força nessa minha caminha.
À Paty Pellegrino, pelo companheirismo, pelo ombro amigo e pela extrema
paciência na reta final deste trabalho.
À Dona Eliana, Camila, Rosana e Fátima equipe gestora da escola núcleo da
pesquisa que me receberam tão bem e possibilitaram este estudo.
Aos adolescentes que participaram desta pesquisa com grande entusiasmo.
A todos os meus alunos queridos que tanto me alegram.
Às Profªs. Cida Cano e Cléria Bittar pelas excelentes contribuições para o
desenvolvimento desta pesquisa.
À secretaria do Estado de São Paulo em especial à CENP pelo auxílio
financeiro.
À Dona Ivani de Lourdes Marchesi de Oliveira Dirigente Regional de Ensino
que permitiu o desenvolvimento dessa pesquisa na rede estadual de ensino.
Ao professor cordenador orientador pedagógio Júnior que sempre me apoiou e
ajudou durante a composição deste estudo.
Ao Léo que além de ser um grande amigo sempre me “quebra galhos”.
Aos meus colegas de trabalho que sempre me incentivaram.
5
À Jô, minha eterna professora de educação física que sempre me inspira em
cada nova etapa da minha caminhada profissional.
Ao Serginho que sempre esteve disposto a me ajudar com as estatísticas desse
trabalho.
À Adriana e Thérsius secretários da pós-graduação que sempre me atenderam
com educação, respeito, amistosamente estando sempre prontos para me ajudarem.
Em especial, à minha Orientadora Gina que esteve ao meu lado nos momentos
mais difíceis desta trajetória.
Por fim, a todos que de alguma forma puderam contribuir para a concretização
deste trabalho.
RESUMO
MELLO, Mayra Roberta Ishikawa de. O nível de atividade física em adolescentes escolares do ensino público da cidade de Franca-SP. 2011. 102 f. Dissertação (Mestrado em Promoção de Saúde) – Universidade de Franca, Franca.
O sedentarismo tem aumentado atualmente abrangendo todas as faixas etárias. Os altos índices de inatividade física podem afetar e comprometer a saúde e a qualidade de vida não apenas dos adultos, mas também dos adolescentes. Sob essa perspectiva, o presente estudo teve como objetivo principal verificar os níveis de atividade física dos adolescentes e estabelecer correlações com a faixa etária, o IMC e o sexo. Participaram desse estudo 117 adolescentes, sendo 68 do sexo feminino e 49 do sexo masculino, de 14 a 18 anos de idade estudantes de uma escola pública na cidade de Franca-SP. Para verificar os Níveis de Atividade Física foi aplicado o questionário IPAQ em sua versão curta. Os resultados encontrados apontaram a prevalência de inatividade física em 21,4% dos adolescentes, sendo as adolescentes do sexo feminino (13,24%) significantemente menos ativas que os adolescentes do sexo masculino (8,16%). As variáveis IMC e idade não apresentaram significância estatística ao serem correlacionadas ao Nível de Atividade Física. Observamos também que o comportamento sedentário apresentado pelos escolares é maior durante um dia da semana. A partir dos resultados encontrados afirmamos a necessidade de desenvolver estratégias e programas de promoção de atividade física no âmbito escolar para que o público adolescente possa adotar um estilo de vida ativo e saudável. Palavras-chave: Atividade física; sedentarismo; adolescentes; escolares.
7
ABSTRACT
MELLO, Mayra Roberta Ishikawa de. The level of physical activity among adolescents from public schools in Franca, SP. 2011. 102 p. Dissertation (Masters in Health Promotion) – Universidade de Franca, Franca. Nowadays, a sedentary lifestyle has increased covering all age groups. The high rates of physical inactivity may affect and compromise the health and the quality of life not only of adults but also adolescents. From this perspective, the current study aimed to evaluate the physical activity levels of adolescents and to establish correlations between the physical activity levels, age group, BMI and sex. Participated in this study 117 teenagers, being 68 females and 49 males from 14 to 18 years old, living in the city of Franca, São Paulo State. To check the physical activity levels, an IPAQ questionnaire was applied in its short version. The results indicated the prevalence of physical inactivity in 21.4% of adolescents, being the female adolescents (13.24%) significantly less active than the male adolescents (8.16%). The BMI variables and age group showed no significance with respect to the physical activity levels. We also observed that sedentary behavior showed by the participants tends to decrease on weekends. Because of high rates of physical inactivity among adolescents are a world-wide concern, this study presents important data to establish correlations with the literature and more effective strategies regarding to the promotion of physical activity in this population. From the results showed it’s possible for us to affirm the need to develop strategies and programs to promote physical activity in schools so that teens can adopt an active and healthy lifestyle. Keywords: Physical activity; sedentary lifestyle; adolescents; school.
LISTA DE ABREVIATURAS
OMS Organização Mundial da Saúde
IMC Índice de Massa Corporal
AF Atividade Física
IPAQ International Physical Activity Questionnarie
CAH Departamento de Saúde e desenvolvimento da criança e do adolescente
(OMS)
NAF Nível de Atividade Física
PeNSE Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar
ACDs Atividades Curriculares Desportivas
C.S. Comportamento Sedentário
LISTA DE QUADRO
Quadro 1 Classificação do nível de atividade física segundo o IPAQ. 47
10
LISTA DE TABELA
Tabela 1: Percentual de escolares frequentando o 9º do ensino fundamental, com 300 minutos ou mais de atividade física acumulada, nos últimos sete dias, por sexo segundo os minicípios das capitais e Distrito Federal - 2009
24
Tabela2 Caracterização dos adolescentes em relação aos Níveis de Atividade Física proposto pela Classificação do IPAQ.
50
Tabela 3 Ocupação dos adolescentes do sexo masculino e a classificação do
IPAQ
69
Tabela 4 Ocupação das adolescentes do sexo feminino à classificação do
IPAQ.
69
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Percentual de escolares frequentando o 9º ano do ensino fundamental, por duração semanal de atividade física, segundo os municípios das capitais e distrito Federal – 2009. 23
Figura 2 Distribuição de frequências das classificações dos níveis de atividade física (IPAQ) separados por sexo. O teste de Qui quadrado acusou associação significativa entre sexo e nível de atividade física (p = 0,0081). 53
Figura 3 Distribuição de frequências das classificações dos níveis de atividade física (IPAQ) nas diferentes idades. O teste de Qui quadrado não acusou associação significativa entre idade e nível de atividade física (p = 0,0593). 54
Figura 4 Distribuição de frequências das classificações dos níveis de atividade física nos adolescentes de 14 anos por sexo. O teste de Qui quadrado não acusou associação significativa entre os adolescentes de 14 anos e o nível de atividade física (p = 0,1552). 55
Figura 5 Distribuição de frequências das classificações dos níveis de atividade física nos adolescentes de 15 anos por sexo. O teste de Qui quadrado não acusou associação significativa entre os adolescentes de 15 anos e o nível de atividade física (p = 0,1608). 55
Figura 6 Distribuição de frequências das classificações dos níveis de atividade física nos adolescentes de 16 anos por sexo. O teste de chi quadrado não acusou associação significativa entre os adolescentes de 16 anos e o nível de atividade física (p = 0,1833). 56
Figura 7 Distribuição de frequências das classificações dos níveis de atividade física nos adolescentes de 16 anos por sexo. O teste de chi quadrado não acusou associação significativa entre os adolescentes de 16 anos e o nível de atividade física (p = 0,0698).ntes de 14 anos e o nível de atividade física (p = 0,1552). 56
Figura 8 Tempo gasto em diferentes níveis de atividade física durante a semana que antecedeu a aplicação do questionário aos indivíduos do grupo masculino e feminino. O teste de Mann Whitney não acusou diferença significativa entre os grupos masculino e feminino nos níveis de atividade física leve e moderada (p= 0,4385 e p= 0,2413 respectivamente). No nível de atividade física vigorosa o referido teste acusou diferença extremamente significativa (p < 0,0001). 57
Figura 9 Tempo gasto em diferentes intensidades de atividade física durante a semana que antecedeu a aplicação do questionário aos indivíduos do grupo masculino e feminino de 14 anos. O teste de Mann Whitney não acusou diferença significativa entre os adolescentes de 14 anos de ambos os sexos nas intensidades de atividade física leve e moderada (p= 0,1356 e p= 0,4054 respectivamente). No nível de atividade física vigorosa, o referido teste acusou diferença significativa (p = 0,0148). 58
12
Figura 10 Tempo gasto em diferentes intensidades de atividade física durante a semana que antecedeu a aplicação do questionário aos indivíduos do grupo masculino e feminino de 15 anos. O teste de Mann Whitney não acusou diferença significativa entre os adolescentes de 15 anos de ambos os sexos nas intensidades de atividade física leve e moderada (p= 0,2493 e p= 0,1235 respectivamente). No nível de atividade física vigorosa, o referido teste acusou diferença significativa (p = 0,0336). 59
Figura 11 Tempo gasto em diferentes intensidades de atividade física durante a semana que antecedeu a aplicação do questionário aos indivíduos do grupo masculino e feminino de 16 anos. O teste de Mann Whitney não acusou diferença significativa entre os adolescentes de 16 anos de ambos os sexos nas três intensidades de atividade física: leve, moderada e vigorosa (p= 0,0556; p= 0,4756 e p= 0,0783 respectivamente). 60
Figura 12 Tempo gasto em diferentes intensidades de atividade física durante a semana que antecedeu a aplicação do questionário aos indivíduos do grupo masculino e feminino de 17 e 18 anos. O teste de Mann Whitney não acusou diferença significativa entre os adolescentes de 17 e 18 anos de ambos os sexos nas intensidades de atividade física leve e moderada (p= 0,2761 e p= 0,1886 respectivamente). No nível de atividade física vigorosa o referido teste acusou diferença significativa (p = 0,0289). 61
Figura 13 Tempo gasto em comportamento sedentário (C.S.) em um dia no final de semana e em um dia na semana. O teste t apresentou diferença significativa entre os dois grupos (p> 0,0001) 62
Figura 14 Tempo gasto em comportamento sedentário (C.S.) em um dia no final de semana e em um dia na semana nos grupos masculino e feminino. O teste de Mann Whitney não acusou diferença significativa entre os grupos masculino e feminino (final de semana: p= 0,4383; semana: p = 0,0587) 63
Figura 15 Tempo gasto em comportamento sedentário (C.S.) em um dia na semana e em um dia no final de semana nos adolescentes de 14 anos. O teste de Mann Whitney não acusou diferença significativa entre os adolescentes de 14 anos (semana: p = 0,3413; final de semana: p= 0,3888). 64
Figura 16 Tempo gasto em comportamento sedentário (C.S.) em um dia na semana e em um dia no final de semana nos adolescentes de 15 anos. O teste de Mann Whitney não acusou diferença significativa entre os adolescentes de 15 anos (semana: p = 0,1490; final de semana: p= 0,3888). 65
Figura 17 Tempo gasto em comportamento sedentário (C.S.) em um dia na semana em um dia no final de semana (fds) e nos adolescentes de 16 anos. O teste de Mann Whitney não acusou diferença significativa entre os adolescentes de 16 anos (semana: p = 0,0857; final de semana: p= 0,4117). 65
Figura 18 Tempo gasto em comportamento sedentário (C.S.) em um dia na semana e em um dia no final de semana nos adolescentes de 17 e 18 anos. O teste de Mann Whitney não acusou diferença significativa entre os adolescentes de 17 e 18 anos (semana: p = 0,1721; final de semana: p= 0,4886). 66
Figura 19 Distribuição de frequências das classificações dos níveis de atividade física (IPAQ) separados pela classificação do IMC. O teste de Qui quadrado não acusou associação significativa entre a classificação do IMC e nível de atividade física (p = 0,4542). 67
Figura 20 Distribuição de frequências das classificações dos NAF separados pela classificação do IMC nas adolescentes do sexo feminino. O teste de qui quadrado não acusou associação significativa entre a classificação do 68
13
IMC e nível de atividade física nas adolescentes do sexo feminino (p = 0,1922).
Figura 21 Distribuição de frequências das classificações dos NAF separados pela classificação do IMC nos adolescentes do sexo masculino. O teste de qui quadrado não acusou associação significativa entre a classificação do IMC e o nível de atividade física nos adolescentes do sexo masculino (p= 0,4654). 68
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 16
1 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 19
1.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 19
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 19
2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 20
3 REVISAO DE LITERATURA ........................................................................................... 21
3.1 INATIVIDADE FÍSICA: UM COMPORTAMENTO DE RISCO .................................. 21
3.2 FATORES ASSOCIADOS AO BAIXO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA .................... 24
3.2.1 Diferença sexual e o nível de atividade física ................................................................. 24
3.2.1.1 O comportamento sedentário associado ao nível de atividade física............................34
3.2.3 O fator socioeconômico e o nível de atividade física ...................................................... 36
3.2.4 O fator IMC associado ao nível de atividade física ......................................................... 39
3.2.5 O fator idade associados ao nível de atividade física ...................................................... 40
3.3 O PAPEL DA ESCOLA NO COMBATE AOS BAIXOS NÍVEIS DE ATIVIDADES
FÍSICAS APRESENTADO PELOS ADOLESCENTES ........................................................ 42
4 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................................... 46
4.1 PARTICIPANTES ............................................................................................................. 46
4.2 LOCAL .............................................................................................................................. 46
4.3 PROCEDIMENTOS ......................................................................................................... 46
4.4 INSTRUMENTO ............................................................................................................ 466
4.4.1 International Physical Activity Questionnaire – IPAQ ............................................. 48
4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA .............................................................................................. 46
5 RESULTADOS .................................................................................................................... 51
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO RELACIONADA AO NÍVEL DE
ATIVIDADE FÍSICA .............................................................................................................. 51
5.2 A CLASSIFICAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA, A DIRERENÇA SEXUAL
E A IDADE .............................................................................................................................. 54
5.3 A INTENSIDADE DA ATIVIDADE FÍSICA, A DIFERENÇA SEXUAL E A IDADE 58
15
5.4 O COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO, IDADE E DIFERENÇA SEXUAL............... 63
5.5 NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA, IDADE, IMC E DIFERENÇA SEXUAL ................ 67
5.6 A OCUPAÇÃO DOS ADOLESCENTES E O NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA..........70
6 DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 73
CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 79
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 80
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 81
ANEXOS .............................................................................................................................................. 88
ANEXO A ............................................................................................................................................ 89
ANEXO B ............................................................................................................................................. 92
ANEXO C ............................................................................................................................................ 95
ANEXO D ............................................................................................................................................ 96
ANEXO E ............................................................................................................................................. 97
ANEXO F ............................................................................................................................................. 98
APÊNDICE ........................................................................................................................................ 100
APÊNDICE A .................................................................................................................................... 101
16
INTRODUÇÃO
A mudança nos hábitos de vida, ocasionada principalmente por avanços
tecnológicos que tornaram a vida de grande parte da população mundial mais cômoda, tem
acarretado uma série de problemas de saúde em razão da ausência ou diminuição da
regularidade de atividades físicas (AF) e, consequentemente, do aumento do sedentarismo.
Relacionados a essa questão, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou dados que
constatam os altos índices de morbidade e mortalidade causada por doenças crônico-
degenerativas não transmissíveis, sendo que cerca de 3,4 milhões de mortes são atribuídas,
indiretamente, à inatividade física. Esse indicador estimulou o desenvolvimento de políticas
públicas internacionais e nacionais, fomentando a intersetoriedade, com a finalidade de incitar
práticas saudáveis no cotidiano de toda população mundial (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2002).
As doenças que estão estritamente relacionadas ao hábito de vida sedentária
resumem-se, principalmente, aos problemas cardíacos, à obesidade e também às doenças do
sistema endócrino, como a diabetes do tipo 2, por exemplo (WHO, 2010). Dentre os grupos
etários que apresentam risco de desenvolver essas doenças associadas ao baixo Nível de
Atividade Física (NAF), incluem-se também os adolescentes. Nos dias atuais os jovens são
alvos importantes das políticas públicas que pretendem estimular a adoção de hábitos
saudáveis no seu dia a dia, justamente pelo fato de os adolescentes se caractrizarem como um
dos grupos mais vulneráveis na sociedade e, também, por estudos comprovarem que os
hábitos adquiridos durante a adolescência se estenderão e os influenciarão na vida adulta
(CAH, [s.d]). A OMS calcula que mais da metade da população mundial tem menos de 25
anos, aproximadamente 1,2 bilhões de jovens. No Brasil, as idades entre 10 e 24 anos
representam um terço da população, o que significa mais de 51 milhões de indivíduos (CAH,
[s.d]; BRASIL, 2002).
Nesse sentido, os Programas Nacionais de promoção de saúde e prevenção de
doenças são desenvolvidos com o propósito de alterar hábitos nocivos à vida dos adolescentes
e, além disso, estimular a melhoria da qualidade de vida no geral. Uma emergente
preocupação com a comunidade juvenil está expressa nas pesquisas de Ceschini et al. (2009),
17
Moraes et al. (2009) e Da Silva et al.(2007), que nos revelam que os adolescentes brasileiros
estão cada vez menos ativos comprometendo assim, a sua saúde e qualidade de vida atual e
futura.
Para serem considerados ativos, os adolescentes devem envolver-se em AF
com intensidade variada entre, moderada e vigorosa por pelo menos 60 minutos por dia,
acumulando, 300 minutos por semana, sendo que estas atividades podem ser praticadas de
forma estruturada ou não estruturada (STRONG et al., 2005). A prática de AF não se restringe
apenas à prática de esportes. Define-se AF como qualquer movimento corporal produzido
pelos músculos que exige dispêndio de energia (WHO, 2010). A sua prática habitual é um
componente essencial para se estabelecer uma situação ideal de saúde e elemento primordial
na promoção de saúde da população (DA SILVA et al., 2007; GUEDES et al., 2005).
Embora a importância da regularidade da prática de AF na saúde dos
indivíduos tenha sido bastante documentada na literatura, Moraes et al. (2009) ressalta que
ainda existem “poucos estudos de base populacional ou escolar sobre o tema em adolescentes
no Brasil”. Seabra et al. (2008), por sua vez, explicita que “ainda não há uma descrição
esclarecedora dos múltiplos fatores que determinam a forte variabilidade nos hábitos de
atividade física ou inatividade física das populações infanto-juvenis”. Pesquisas como a de
Ceschini et al. (2009), também indicam a necessidade de mais estudos regionalizados, para
que possibilitem comparações nacionais e mundiais, a fim de embasar planos de ação no
combate ao sedentarismo da população jovem.
Um importante ambiente de convivência juvenil é a escola. Sob esse aspecto,
ela possui um papel fundamental na vida dos adolescentes, papel esse que ultrapassa o âmbito
pedagógico. A responsabilidade social e política pertinente a esta instituição faz dos seus
frequentadores importantes agentes de transformações sociais, ou seja, a escola é um local
propício para criação e implementação de programas que auxiliem no combate à inatividade
física (CESCHINI et al., 2009). Devido à sua abrangência, a escola se torna grande parceira
na divulgação de informação, aquisição de hábitos saudáveis e na construção de ambientes
favoráveis junto à comunidade a qual está inserida.
O setor educacional proporciona a consolidação das ações da promoção da
saúde, ações estas voltadas para o fortalecimento da capacidade do indivíduo em decidir por
situações mais favoráveis a ele e à sua comunidade. Além disso, o contexto escolar possibilita
a solidificação de uma política intersetorial, capaz de gerar uma nova cultura de saúde.
(BRASIL, 2002, p. 533). A escola, então, tem um papel imprescindível, uma vez que se
constitui em um espaço propício para abordar questões que envolvem os alunos, não apenas
18
nesse espaço, mas também junto à sua família e à sua comunidade, e, também, por poder
contribuir para o diagnóstico da qualidade de vida dos escolares e de suas famílias em
parceria com órgãos públicos ou privados (TAVARES; ROCHA, 2006, p. 160).
Diante dessas considerações, avaliar a frequência e a intensidade das AF
desenvolvidas pelos adolescentes e refletir sobre os fatores que podem estar associados na sua
não adesão foram os principais propósitos desse estudo.
19
1 OBJETIVOS
1.1 OBJETIVO GERAL
Verificar o nível de atividade física em adolescentes de 14 a 18 anos, ambos os
sexos, estudantes de uma escola pública na cidade de Franca- SP.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Relacionar o nível de atividade física à diferença sexual, ao IMC (índice de
massa corporal) e às idades dos adolescentes.
20
2 JUSTIFICATIVA
O baixo NAF entre os adolescentes tem despertado a preocupação de diversos
setores da sociedade nacional e mundial. Muitas doenças estão relacionadas ao sedentarismo e
aos maus hábitos de vida. Infelizmente, os adolescentes não estão fora das estatísticas
negativas da Organização Mundial de Saúde (OMS). Estima-se que, aproximadamente, dois
terços das mortes prematuras e dois terços da carga total de doenças em adultos estão ligadas
às condições ou comportamentos que começam na juventude, dentre eles a inatividade física
(WHO, 2010).
Diversos estudos têm sido realizados acerca da prática regular de AF. Porém, é
constante a afirmativa da necessidade de ampliar os estudos que aprofundem a compreensão
da relação entre adolescentes e a prática regular de AF. Na literatura brasileira, autores como
Silva e Malina (2000), Guedes et al. (2001), Tassitano et al. (2007), Moraes et al. (2009),
Seabra et al. (2008), Ceschini et al. (2009), concordam que mais estudos regionalizados
baseados na prática regular de AF e os fatores a ela associados enriqueceriam a comparação
entre a literatura nacional e internacional fortalecendo estratégias e políticas públicas que
assegurassem melhor proteção e atendimento as reais necessidades deste grupo etário.
Diante disso, uma pesquisa regionalizada que proponha avaliar e analisar os
NAF dos adolescentes é sempre importante para contribuir com a literatura, no planejamento
de estratégias que garantam as especificidades do público adolescente e na melhoria da
qualidade de vida desta população.
21
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 INATIVIDADE FÍSICA: UM COMPORTAMENTO DE RISCO
O processo de urbanização, industrialização e o desenvolvimento tecnológico
alteraram os padrões de vida do ser humano contribuindo para o aumento da exposição dos
indivíduos aos fatores de risco. Entende-se por fator de risco elementos intrínsecos ou
extrínsecos, que interferem negativamente na vida dos indivíduos, tornando-os mais
vulneráveis. Elementos intrínsecos são os fatores de riscos gerais, comportamentais e
biológicos que intervém de maneira impresumível na vida dos sujeitos; já os elementos
extrínsecos, estão presentes na comunidade em que o indivíduo está inserido, são as condições
sócio-econômicas, ambientais, culturais e de urbanização (ROMANZINI et al., 2008).
A inatividade física é compreendida como um comportamento de risco para o
desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. Aproximadamente 3,4 milhões de
mortes em todo mundo são atribuídas indiretamente aos comportamentos sedentários
apresentado pela população. Os maiores índices desse comportamento sedentário, entre os
percentuais de 60% a 85%, estão presentes nas populações dos países desenvolvidos ou em
desenvolvimento (WHO, 2011b).
No Brasil, dados do Ministério da Saúde (2002) apontaram que os grupos
menos ativos prevalecem entre as mulheres, os idosos, os indivíduos de menor poder
aquisitivo e os incapacitados. Há também uma tendência de que a prática de AF diminua
como passar da idade, tendo início durante a adolescência e declínio acentuado na idade
adulta. Segundo Guedes et al. (2001) este declínio está principalmente relacionado às práticas
de AF pelas mulheres.
Há uma grande preocupação em torno dessa prematura queda dos NAF entre os
adolescentes, por diversos estudos revelarem altos índices de inatividade física nessa
população, comprometendo sua saúde e qualidade de vida. Estudos longitudinais, a nível
mundial, comprovaram que hábitos adquiridos durante a infância e adolescência tendem a
estender-se na vida adulta, sejam eles nocivos ou saudáveis (CAH, [s.d]).
22
Para serem considerados ativos fisicamente, os adolescentes devem envolver-
se em AF com intensidades variadas entre moderadas e vigorosas, estruturadas ou não-
estruturada, por pelo menos 60 minutos por dia, acumulando, assim, 300 minutos por semana
(STRONG et al., 2005; WHO, 2010). Define-se AF como qualquer movimento corporal
produzido pelos músculos que exige dispêndio de energia maior que o dispêndio energético
em repouso (WHO, 2010).
Os benefícios proporcionados pela prática regular de AF são evidentes
fisicamente, psicologicamente e socialmente. Acredita-se nesta prática como uma das formas
de restaurar a saúde dos efeitos nocivos que a rotina estressante do trabalho/estudo nos traz,
tornando-a um componente essencial para estabelecer uma situação ideal de saúde e,
conseguintemente, da qualidade de vida (SILVA et. al., 2010). Os benefícios físicos
proporcionados pela AF são relacionados por Alves e Lima (2008):
Os efeitos benéficos da atividade física são evidenciados nos mais variados órgãos e sistemas: cardiovascular (aumento do consumo de oxigênio, manutenção de boa frequência cardíaca e volume de ejeção), respiratório (aumento dos parâmetros ventilatórios funcionais), muscular (aumento de massa, força e resistência), esquelético (aumento do conteúdo de cálcio e mineralização óssea), cartilaginoso (aumento da espessura da cartilagem, com maior proteção articular) e endócrino (aumento da sensibilidade insulínica, melhora do perfil lipídico) (ALVES; LIMA, 2008, p. 387).
Dentre as contribuições psicológicas oferecidas pela prática regular de AF está
principalmente o controle da ansiedade e da depressão. Os benefícios sociais estão atrelados
ao desenvolvimento da expressão social dos jovens fomentando a autoconfiança, a interação e
a integração social (WHO, 2011a).
A importância de estimular a prática de AF desde a adolescência para melhoria
da qualidade de vida de toda população está bem descrita na literatura. Entretanto, nota-se a
necessidade de mais estudos regionalizados sobre a população infanto-juvenil brasileira a fim
de proporcionar comparações entre as pesquisas nacionais e internacionais, conhecer melhor
os hábitos da prática regular de AF apresentado pelos adolescentes, além de poder nortear
estratégias de programas e políticas públicas que procurem contemplar as reais necessidades
desse grupo etário no combate ao sedentarismo (SILVA; MALINA, 2000; GUEDES et al.
2001; OEHLSCHLAEGER et al., 2004; TASSITANO et al., 2007; MORAES et al., 2009).
As pesquisas existentes até meados de 1990 tiveram suas comparações
prejudicadas por não haver um instrumento padronizado e um parâmetro referente ao tempo
ou gasto energético para avaliar os NAF, daí a necessidade de desenvolver uma ferramenta
23
avaliativa unificada que assegurasse essa comparação entre diferentes populações (HALLAL
et al., 2010). Estudos procuraram desenvolver e validar questionários ou recordatórios para
avaliar os NAF objetivando principalmente, alcançar grandes grupos populacionais, um
instrumento de precisão, de fácil aplicação e de baixo custo (PARDINI et al., 2001).
O International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) foi desenvolvido a
partir dessa necessidade de padronização de um instrumento que avaliasse os níveis da prática
de AF em diversas populações, que pudesse ser culturalmente adaptável sem perder suas
especificidades. Proposto pelo Grupo Internacional para Consenso em Medidas da Atividade
Física, a construção do IPAQ contou com representantes de 25 países, inclusive o Brasil
(GUEDES et al., 2005).
São duas as versões deste questionário, uma longa e outra curta. A versão
longa fornece informações detalhadas e compreensíveis dos hábitos de AF diária em quatro
diferentes domínios; no trabalho doméstico, no período de lazer, no trabalho e como meio de
transporte. Já a versão curta abrange itens relacionados à prática de AF com intensidades que
variam entre leves, moderadas e vigorosas e duas questões referentes comportamento
sedentário (HALLAL et al., 2010).
A reprodutibilidade e a validação do IPAQ versão curta em adolescentes no
Brasil, ocorreu em Londrina-PR por Guedes et al. (2005). Os pesquisadores verificaram que
essa versão definiu-se como um instrumento adequado para aplicação em adolescentes com
idade superior a 14 anos. Já a versão longa desse questionário não é adequada para faixa etária
dos adolescentes, segundo Hallal et al. (2010), pois os adolescentes acabam por se
desconcentrarem ou desanimam devido sua extensão.
A classificação do NAF, obtida através do IPAQ, respeita as recomendações da
OMS, segundo as quais para serem considerados ativos, os adolescentes devem envolver-se
em AF com intensidades variadas entre moderadas e vigorosas por pelo menos 60 minutos
diários, acumulando assim, 300 minutos por semana (IPAQ, 2005; STRONG et al., 2005;
WHO, 2011b).
Após vários países validarem o IPAQ e o adaptarem culturalmente, alguns
estudos de base populacional adolescente preferiram se embasar apenas nas recomendações
de 300 minutos semanais, criando seus próprios questionários ou roteiro de pesquisa. Mesmo
diante de diferentes metodologias, o alto índice de inatividade física entre os adolescentes é
sempre apontado nas pesquisas. Os estudos sempre procuram estabelecer correlações entre os
NAF apresentados pela população infanto-juvenil e possíveis fatores que interferem na prática
regular da AF.
24
3.2 FATORES ASSOCIADOS AO BAIXO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA
3.2.1 Diferença sexual e o nível de atividade física
Dentre os fatores associados aos altos índices de inatividade física apresentados
pela população adolescente, a diferença sexual é um fator com significância entre as pesquisas
realizadas em âmbito nacional e internacional. Embora os estudos utilizem metodologias
diversificadas, é frequente a afirmativa de serem os adolescentes do sexo masculino os mais
ativos em relação às adolescentes do sexo feminino (SILVA; MALINA, 2000; GUEDES et
al., 2001; FRUTUOSO; BISMARCK-NASR; GAMBARDELLA, 2003; MOLNAR et al.,
2004; OEHLSCHLAEGER et al., 2004; KELISHADI et al., 2005, GÓMEZ et al., 2005;
FLORINDO et al., 2006; FARIAS JUNIOR; MENDES; BARBOSA, 2007; DA SILVA et al.,
2008;CESCHINI et al., 2009; FEDERICO et al., 2009; HONG et al., 2009; JURAKIĆ et al.,
2009; IBGE, 2009; FREITAS et al., 2010; OLIVEIRA et al., 2011; OTTEVAERE et al.,
2011).
Os resultados do primeiro estudo de base nacional sobre a prática de AF em
adolescentes brasileiros, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), apontaram mais
da metade dos escolares avaliados do sexo masculino como ativos 56,2% e entre as escolares
do sexo feminino a proporção de ativas foi de 31,3% (IBGE, 2009).
Desenvolvida sob convênio entre o Ministério da Saúde e o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), a PeNSE foi realizada em 2009 nas 26 capitais
brasileiras e no Distrito Federal com objetivo de investigar os fatores de risco e proteção à
saúde dos adolescentes. Dela participaram 63.411 adolescentes com 15 anos de idade,
estudantes do 9º ano do ensino fundamental de escolas públicas e privadas (IBGE, 2009).
Os dados sobre a prática regular de AF entre os adolescentes foram coletados
através de um questionário que abordava às práticas realizadas com ou sem
professor/instrutor, nos momentos de lazer, como forma de transporte ou durante as aulas de
educação física nos sete dias que antecederam a pesquisa. Foram considerados ativos os
adolescentes que apresentaram AF semanal igual ou superior a 300 minutos, àqueles que
relataram não desenvolver AF acima de um minuto semanal foram classificados como
25
inativos. O gráfico abaixo ilustra os percentuais dos adolescentes de todas as capitais
brasilerias e do Distrito Federal quanto ao tempo despendido em AF em uma semana.
Figura 1: Percentual de escolares frequentando o 9º ano do ensino fundamental, por duração semanal de atividade física, segundo os municípios das capitais e distrito Federal – 2009.
Em uma análise geral deste gráfico podemos notar que a capital com maior e
menor proporção de adolescentes ativos foram respectivamente Florianópolis 51,5% e São
Luís com 34,2%, já a maior e menor proporção de adolescentes classificados como inativos
encontrou-se em Natal (9,0%) e Curitiba (1,4%), respectivamente. É importante ressaltar que
em apenas duas capitais brasileiras mais de 50% dos adolescentes foram considerados ativos e
ambas as cidades localizam-se na região Sul do país, Curitiba (51%) e Florianópolis (51,5%).
Ao dividirmos as capitais brasileiras por regiões, notamos que a Região
Nordeste foi a que apresentou os menores índices de adolescentes ativos e a Região Sul a que
apresentou os maiores índices de adolescentes ativos.
Na Região Norte do país, Palmas foi a cidade onde os adolescentes se
apresentaram mais ativos (47,8%), em contrapartida, Belém foi onde os adolescentes se
apresentaram menos ativos (38,0%). Na Região Nordeste, a maior proporção de escolares
ativos estabeleceu-se em 41,2% em Natal e a menor em 34,2% na cidade de São Luís. Na
Região Sudeste, Belo Horizonte apresentou 47,9% dos adolescentes ativos enquanto em São
Paulo essa porcentagem foi de 46,1%. Na Região Centro-Oeste, encotramos a variação entre
47,1% os estudantes de Campo Grande e 39,0% em Cuiabá. Na Região Sul, todas as capitais
apresentaram mais de 46% de seus adolescentes ativos sendo em Florianópolis 51,5% e em
Porto Alegre 46,8%. No Distrito Federal a proporção de adolescentes ativos foi de 44,4%.
26
Dos pencentuais de escolares ativos, ao analisarmos os NAF por sexo,
obeservamos que os adolescentes do sexo masculino são mais ativos que as adolescentes do
sexo feminino em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal, a tabela a seguir nos
mostra esses percentuais.
Tabela 1: Percentual de escolares frequentando o 9º do ensino fundamental, com 300 minutos ou mais de atividade física acumulada, nos últimos sete dias, por sexo segundo os minicípios das capitais e Distrito Federal - 2009
Municípios das capitais e
o Distrito Federal Feminino Masculino
Reg
ião
Nor
te
Porto Velho 28,8 54,2 Rio Branco 35,3 53,3
Manaus 31,6 54,2 Boa Vista 31,9 56,9
Belém 27,7 49,5 Macapá 31,8 52,5 Palmas 37,5 60,0
Reg
ião
Nor
dest
e
São Luís 25,1 45,4 Teresina 23,7 50,3 Fortaleza 24,0 51,3
Natal 30,4 53,9 João Pessoa 28,7 54,3
Recife 28,8 53,6 Maceió 23,9 51,2 Aracaju 24,0 55,4 Salvador 26,3 52,6
Reg
ião
Sud
este
Belo Horizonte 38,7 57,9 Vitória 36,0 60,2
Rio de Janeiro 29,7 57,1 São Paulo 35,0 57,2
Reg
ião
Sul
Curitiba 37,2 66,1 Florianópolis 37,2 66,3 Porto Alegre 33,5 61,0
Reg
ião
Cen
tro
-Oes
te Campo Grande 32,7 62,9
Cuiabá 28,3 51,2 Goiânia 28,4 55,2
Distrito Federal 31,7 59,8 Total 31,3 56,2
Fonte: IBGE, 2009.
A tabela 1 nos proporciona uma análise dos NAF apresentados pelos
adolescentes de ambos os sexos. Notamos que a capital com maior e menor proporção de
adolescentes ativos foi encontrada respectivamente em Florianópolis (66,3%) e São Luís
27
(45,4%) para os escolares do sexo masculino e em Belo Horizonte (38,7%) e Teresina
(23,7%) para as escolares do sexo feminino.
É importante ressaltar que em apenas duas capitais os adolescentes do sexo
masculino apresentaram percentual inferior a 50% de escolares ativos, São Luís (45,4%) e
Belém (49,5%). O mesmo não acontece entre as adolescentes do sexo feminino onde
nenhuma capital apresentou proporção de escolares ativas acima de 40%, o que comprova que
em todas as capitais nacionais e no Distrito Federal os adolescentes do sexo masculino são
mais ativos que as adolescentes do sexo feminino.
Ao explorarmos os resultados da PeNSE (2009) por Região, considerando a
diferença sexual e os NAF, observamos que na Região Norte do país, Palmas foi a capital
onde os escolares do sexo masculino e feminino se apresentaram mais ativos, 60,0% e 37,5%
respectivamente, enquanto em Belém, a proporção foi a menor 49,5% e 27,7%.
Na Região Nordeste, a variação do percentil ficou entre 54,3% em João Pessoa
e 45,4% em São Luís entre os escolares do sexo masculino e entre as escolares do sexo
feminino essa variação estabeleceu-se entre 30,4% em Natal e 23,7% em Teresina.
Ainda nessa mesma vertente, na Região Sudeste, Vitória apresentou 60,2% dos
seus adolescentes do sexo masculino como ativos enquanto no Rio de Janeiro esse número foi
de 57,1%, entre as adolescentes do sexo feminino, a variância dos percentuais foi de 38,7%,
em Belo Horizonte e 29,7%, no Rio de Janeiro.
Na Região Sul, Florianópolis foi a capital onde 66,3% dos adolescentes do
sexo masculino foram classificados como ativos e Porto Alegre apresentou um percentual de
61,0%. Entre as adolescentes do sexo feminino, duas capitais Curitiba e Florianópolis
apresentaram a mesma porcentagem, 37,2% de adolescentes ativas, já em Porto Alegre, esse
percentual foi de 33,5%.
Na Região Centro-Oeste a variação entre os adolescentes ativos se estabeleceu
em 62,9% em Campo Grande e em 51,2% em Cuiabá para os escolares do sexo masculino e
em 37,7% em Campo Grande e 28,3% em Cuiabá para as escolares do sexo feminino. No
Distrito Federal, 59,8% dos escolares do sexo masculino, e 31,7% das escolares do sexo
feminino foram classificados como ativos.
Esses resultados nos possibilitaram reconhecer que a Região Nordeste do
Brasil foi a que apresentou as menores proporções de adolescentes ativos de ambos os sexos,
dados que corroboram com outros estudos realizados por Farias Junior, Mendes e Barbosa
(2007) e Freitas et al., (2010) realizados na mesma região.
28
A prevalência de inatividade física entre os adolescentes de 14 a 18 anos em
João Pessoa – PB foi avaliada através de um diário onde os adolescentes relatavam as AF
desenvolvidas durante três dias, sendo dois dias durante a semana e um dia do final de
semana, respeitado as recomedações de 300 minutos de AF semanal. Participaram deste
estudo 2.768 escolares do ensino médio da rede pública e privada de ensino. Os resultados
apontaram que 55,9% dos adolescentes são inativos sendo 64,2% referente às adolescentes do
sexo feminino e 45,5% aos adolescentes do sexo masculino (FARIAS JUNIOR; MENDES;
BARBOSA, 2007).
Na pesquisa de Freitas et al. (2010) realizada com 307 escolares com idades
entre 12 e 17 anos matriculados na rede privada de ensino da cidade de Fortaleza – CE, 67,4%
dos adolescentes avaliados foram classificados como inativos. Deste percentual, 71%
representam as escolares do sexo feminino e, 32,6% os escolares sexo masculino. Torna-se
importante ressaltar que esse estudo utilizou como método um registro de formulário com
tópicos estruturados que teve como parâmetro para avaliar os NAF, a prática de AF realizadas
nos momentos de lazer por pelo menos 30 minutos em três dias da semana.
Oliveira et al. (2011) avaliaram os NAF de 100 estudantes com idades de 15 a
19 anos residentes na cidade de Jequié – BA através do Questionário COMPAC (Estilos de
Vida Comportamento de Risco dos Jovens Catarinenses) criado pelo Núcleo de Pesquisa em
AF e Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina (NUPAF/UFSC) que também utiliza
como base de corte 300 minutos semanais de AF. Embora esse questionário tenha sido
desenvolvido para os adolescentes catarinenses, os pesquisadores afirmaram utiliza-lo pelo
fato da população alvo do estudo apresentar características semelhantes. Dos adolescentes
participantes, 62,5% estudantes do sexo masculino foram classificados como ativos e 46,7%
das estudantes do sexo feminino foram enquadradas na mesma classificação.
Silva e Malina (2000) avaliaram os NAF de 325 adolescentes de 14 e 15 anos
matriculados nas 8ª séries do ensino público de Niterói – RJ. Para a coleta de dados foi
empregado um questionário validado para crianças (PAQ-C) que contém nove questões sobre
a prática desportiva e de jogos durante o período de aula ou nos momentos de lazer. Os
resultados apontaram altos índices de sedentarismo entre os adolescentes, cerca de 85% dos
escolares do sexo masculino e 94% das escolares do sexo feminino foram considerados
sedentários por apresentarem práticas de AF inferior a 300 minutos por semana. Segundo os
autores, uma limitação desse estudo estava em o questionário não discriminar a intensidade, a
frequência e a duração das AF.
29
O estudo desenvolvido em 29 cidades do estado de São Paulo por Matsudo et
al. (2002), com 2001 indivíduos com idades de 15 a 77 anos, avaliaram os NAF por meio do
IPAQ versão curta. Ao analisarmos a faixa etária compreendida dos 15 aos 29 anos (a mais
jovem proposta pelo estudo) verificamos que a proporção de homens que cumprem as
recomendações de prática regular de AF foram maiores que a de mulheres 61,4% e 50,5%
respectivamente. É importante destacar que dessas porcentagens 14,4% dos homens foram
considerados muito ativos e 47,0% ativos, entre as mulheres esse índice foi de 6,0% de muito
ativas e 44,5% de ativas.
A pesquisa realizada por Frutoso, Bismarck-Nasr e Gambardella (2003) na
cidade de São Paulo contou com a participação de 155 crianças e adolescentes de sete a 14
anos frequentadores de uma instituição filantrópica nomeada “Centro de Juventude do
Município de São Paulo” que atende a população infato-juvenil de baixo nível sócio-
econômico. Os resultados dessa pesquisa constataram que durante a semana 93,5% dos
meninos e 49,0% das meninas participam regularmente de AF intensas, já durante o final de
semana, esse percentual decaiu para 55,2% entre os meninos e 1,7% entre as meninas. Os
autores afirmam que esse fato pode estar diretamente relacionado aos constates estímulos à
prática de AF que são desenvolvidas durante a semana no Centro da Juventude.
Ainda na mesma cidade, Ceschini et al. (2009) verificaram os NAF de 3.845
estudantes do ensino médio da rede pública com idades entre 14 e 19 anos utilizando como
metodologia o IPAQ em sua versão curta. A prevalência de inatividade física foi estabelecida
em 62,5%, sendo as alunas do sexo feminino responsáveis por 74,1% desse índice e os alunos
do sexo masculino por 49,7%.
Na cidade de Pelotas – RS, Oehlschlager et al. (2004) desenvolveu um trabalho
com 960 adolescentes de 15 a 18 anos. Ao avaliar os NAF desses adolescentes os autores
coletaram dados por meio de um quetionário autoadministrado com questões que englobavam
o tempo e a frequência da prática de AF dentro ou fora da escola. Foram considerados
sedentários os adolescentes que informaram não participar de nenhuma AF ou participarem de
um tempo inferior a 20 minutos por sessão com frequência semanal inferior a três vezes. Dos
adolescentes avaliados, 39% foram considerados sedentários e desses, 22,2% correspondem
aos adolescentes do sexo masculino e 54,5% correspondem às adolescentes do sexo feminino.
Guedes et al. (2001) avaliaram 281 adolescentes com idades entre 15 e 18 anos
participantes de um projeto de pesquisa “Atividade Física, Composição da Dieta e Fatores de
Risco Predisponentes às Doenças Cardiovasculares em Adolescentes” realizado na cidade de
Londrina – PR . Para a coleta de dados, os autores utilizaram um instrumento de auto-
30
recordação das atividades realizadas acima de 15 minutos em quatro dias da semana. Os
resultados obtidos demonstraram que 54% dos adolescentes do sexo masculino e 35% das
adolescentes do sexo feminino foram considerados ativos ou moderadamente ativos.
O estudo de Da silva et al. (2008) faz parte de uma pesquisa epidemiológica e
contou com a participação de estudantes do ensino médio de escolas públicas catarinenses de
15 a 19 anos de idade, de ambos os sexos. A coleta de dados realizou-se por meio do
COMPAC (Estilos de Vida e Comportamento de Risco dos Jovens Catarinenses). As questões
sobre a prática de AF incluíram a prática desportiva, atividades domésticas, ocupacionais e a
forma de deslocamento para escola e trabalho. Em relação a prática de AF 21% dos escolares
do sexo masculino e 37% das escolares do sexo feminino foram classificados como pouco
ativos.
No entanto, outras duas pesquisas realizadas no estado do Paraná por Moraes et
al. (2009) em Maringá e por Romanzini et al. (2008) em Londrina, não encontraram
diferenças significativas entre o NAF e a diferença sexual dos adolescentes.
No estudo de Moraes et al. (2009) participaram 991 adolescentes de ambos os
sexos estudantes de escolas públicas com idades entre 14 e 18 anos foi utilizado como
intrumento de coleta de dados para averiguar os NAF o IPAQ em sua versão curta. Os
resultados apontaram que mais da metade dos avaliados 56,9% não praticam AF por mais de
300 minutos por semana dessa porcentagem, 55,7% correspondem aos escolares do sexo
masculino e 57,9% às escolares do sexo feminino diferença numérica que não se demonstrou
estatisticamente significativa.
Na pesquisa de Romanzini et al. (2008) participaram 644 adolescentes de 15 a
18 anos estudantes do ensino médio da rede pública, também utilizaram com instrumento o
IPAQ versão curta, porém, computaram apenas os minutos das AF relacionados às
intensidades moderadas e vigorosas, considerando inativos aqueles que não cumpriram 300
minutos semanais de AF. Dos participantes, 39,2% foram considerados inativos e segundo os
autores, “a falta de associação entre a inatividade física e o sexo poderia ser considerada um
resultado surpreendente, visto que a literatura tem evidenciado que as moças são menos ativas
que os rapazes.” (p. 2578)
Na literatura internacional os dados não se diferem dos achados nacionais
sendo também os adolescentes do sexo masculino os mais ativos em relação aos seus pares do
sexo feminino.
Em um estudo realizado com 2.000 adolescentes iranianos com idades entre 11
e 18 anos participantes de um projeto longitudinal chamado Heart Health Promotion from
31
Childhood (HHPC), constatou através de um questionário estruturado e validado para essa
população que há prevalência de sedentarismo em 66,6% dos adolescentes. A inatividade
física esteve presente principalmente entre as adolescentes do sexo feminino cerca de 79,3%,
enquanto nos adolescentes do sexo masculino essa prpoprção foi de 53,9%. Foram
classificados como sedentários aqueles adolescentes que não praticavam AF em três dias da
semana com sessões iguais ou superiores a 20 minutos (KELISHADI et al., 2005).
Na pesquisa de Molnar et al. (2004) participaram 1.378 adolescentes de 11 a 16
anos de idade integrantes de um projeto entitulado Human Development in Chicago
Neighborhoods (PHDCN). Esse projeto é desenvolvido com adolescentes americanos e
hispânicos residentes em diversos bairros de baixo poder aquisitivo na cidade de Chicago.
Para avaliar os NAF, os autores utilizaram um questionário no qual os adolescentes relatavam
o quanto praticavam AF como jogos, esporte e até serviços manuais. O questionário também
inestigava quanto ao espaço disponível para lazer, as condições para usá-los e se haviam
pessoas para acompanhá-los nos momentos recreativos.
Os resultados apontaram prevalência de inatividade física em 61% dos
adolescentes avaliados sendo que os adolescentes do sexo masculino despendiam de maior
tempo de AF, aproximadamente 7,7 horas por semana, mas em geral, os NAF variaram de
acordo com a localização do bairro. O motivo apontado pela população infanto-juvenil para o
alto índice de inatividade física foi a falta de segurança no bairro de residência, a violência, a
prostituição, o tráfico de drogas, a falta de policiamento os impediam da prática de AF nos
espaços destinados ao lazer. Uma descoberta interessante apontada nessa pesquisa foi de os
bairros que possuíam menores índices de desordem social os NAF entre os adolescentes
aumentavam em aproximadamente 29 minutos por semana e quando também a segurança no
bairro era intensificada, os NAF subiam em até 49 minutos por semana (MOLNAR et al.,
2004).
Os dados provenientes de uma pesquisa realizada em oito cidades européias
(Atenas, na Grécia, Dortmund, na Alemanha, Ghent, na Bélgica, Lille, na França, Roma, na
Itália, Estocolmo, na Suécia, Viena, na Áustria e Zaragoza na Espanha) participantes do grupo
de estudo HELENA (Healthy Lifestyle in Europe by Nutrition in Adolescence), demostraram
que os adolescentes do sexo masculino, de 11 a 15 anos também são mais ativos que seus
pares do sexo feminino, principalmente quando a AF está relacionada à intensidade vigorosa
(OTTEVAERE et al., 2011).
Hong et al. (2009) avaliaram os NAF de 2.444 adolescentes chineses, com
média de 13,8 anos de idade. A coleta de dados para avaliar o NAF foi realizada através de
32
um recordatório das AF realizadas nos momentos de lazer. Os resultados constataram a
prevalência de inatividade física em 21,35% dos adolescentes, assim, 61,3% dos adolescentes
do sexo masculino foram considerados ativos e 38,7% das adolescentes do sexo feminino
foram consideradas ativas.
Um estudo de base populacional realizado com 15.216 adolescentes italianos
com idades entre seis e 17 anos avaliou o NAF através de um questionário sobre a frequência
e intensidade das AF realizadas pelos adolescentes nos últimos 12 meses que antecederam a
pesquisa. Os dados foram obtidos através do Italian National Health Interview Survey
pesquisa que foi realizado nos anos de 2004 e 2005. Cerca de 64% dos adolescentes
afirmaram participar de atividades com intensidade moderadas e vigorosas pelo menos uma
vez por semana. Os resultados apontaram os adolescentes do sexo masculino como os mais
ativos 69,7%, enquanto as adolescentes do sexo feminino a porcentagem foi de 58,1%. É
importante destacar que a adesão positiva na prática de AF pelos adolescentes esteve
diretamente relacionada à prática de AF pelos pais (FEDERICO et al., 2009).
Os adolescentes mexicanos se apresentaram semelhantes aos italianos. A
pesquisa realizada por Siegel et al. (2011) avaliou o NAF em 1.085 adolescentes com idades
entre 9 e 18 anos matriculados em diversas escolas situadas na cidade do México. A coleta de
dados quanto à prática regular de AF foi realizada por meio do PAQ (Physical Activity
Questionnaire) primariamente desenvolvido para ser aplicado em adolescentes canadenses. A
estimativa da prevalência de inatividade física é calculada através da frequência na
participação de atividades desportivas nos momentos de lazer, nas aulas de educação física,
após o horário escolar, à noite e aos finais de semana nos sete dias que antecederam a
pesquisa. A AF foi mais prevalente entre os adolescentes do sexo masculino e esteve
correlacionando de maneira positiva à prática regular de AF realizada pelos pais desses
adolescentes.
Em um estudo realizado com 1.032 croatas acima dos 15 anos de idade os NAF
foram avaliados através do IPAQ em sua versão longa que estima as AF realizadas no
trabalho, como forma de transporte, nos afazeres domésticos e nos momentos de lazer. Os
resultados obtidos não foram diferentes e os homens se apresentaram mais ativos em relação
às mulheres, porém os autores ressaltaram que as AF intensas desenvolvidas pelos homens
estão diretamente relacionadas ao tipo de trabalho desempenhado por eles, enquanto nas
mulheres a AF se relaciona aos trabalhos domésticos e de jardinagem, padrões que merecem
especial atenção (JURAKIĆ et al., 2009).
33
Kimm et al. (2002), atentaram para a questão dos baixos NAF apresentados
pelas adolescentes americanas e levantaram questionamentos relacionados à etnia dessas
adolescentes. Participaram dessa pesquisa 1.213 adolescentes negras e 1.166 adolescentes
brancas com idades entre nove e 17 anos que participam do National Heart, Lung, and Blood
Institute Growth and Health Study. Os autores utilizaram como instrumento de coleta de
dados o HAQ (Habitual Activity Questionnaire) que avalia o tempo despendido em atividades
físicas nos momentos de lazer. As adolescentes negras foram apontadas como as menos ativas
comparadas às adolescentes brancas, sendo os baixos NAF associados principalmente à
gravidez na adolescência para as adolescentes negras, ao tabagismo para as adolescentes
brancas.
É importante reafirmarmos que vários são os fatores que influenciam na adesão
ou não da prática regular de AF na infância e na adolescência. A idade, a diferença sexual, a
etnia, os aspectos sociais, culturais, a influência dos pais e principalmente as diferenças
individuias vão interferir diretamente na prática de AF (SIEGEL et al., 2011).
Moraes et al. (2009) relacionaram os elevados índices de sedentarismo
apresentado pelas adolescentes do sexo feminino a um contexto sócio-cultural onde acreditam
que os adolescentes do sexo masculino tenham um maior apoio social e familiar para
realização de AF.
Ainda dentro desse contexto, Seabra et al. (2008) complementam:
Enquanto os meninos eram desde as idades mais baixas orientados para atividades de âmbito laboral, as meninas eram direcionadas para a família e para a atividade de expressão. (...) A concepção de corpo que está normalmente associada ao desporto não se enquadra muito bem nos modelos femininos atuais da corporalidade. Efetivamente o corpo ideal feminino caracteriza-se pela graciosidade, elegância, beleza e relativa fragilidade, o que parece não se ajustar às imagens do corpo desportivo. Pelo contrario, um corpo musculado, forte, resistente e “agressivo”, característico do sexo masculino, parece estar associado aos ideais de sucesso da grande maioria das modalidades desportivas. Esses fatores levam que as meninas coloquem algumas reservas acerca da possibilidade da prática desportiva intensa afetar sua feminilidade (p. 727-28).
Por fim, Lazzoli et al. (1998) ressaltam de um modo geral, que há uma série de
comportamentos sedentários apresentados pela população infanto-juvenil que estão
estritamente relacionados ao meio em que ela está inserida e aos avanços tecnológicos que
dispõem:
A disponibilidade de tecnologia, o aumento da insegurança e a progressiva redução dos espaços livres nos centros urbanos (onde vive a maior parte das crianças brasileiras) reduzem as oportunidades de lazer e de uma vida fisicamente ativa, favorecendo atividades sedentárias, tais como: assistir a televisão, jogar video-games
e utilizar computadores (LAZZOLI et. al., 1998, p. 107).
34
3.2.1.1 O comportamento sedentário associado ao nível de atividade física
Segundo Siegel et al. (2011) assistir TV é destacado como uma influência
negativa sobre a prática regular de AF e um fator que contribui com os índices de obesidade,
pois, o tempo que se passa em frente a TV também está associado a ingestão de bebidas e
alimentos calórios. Para o Ministério da Saúde (2002)
“A prevalência de obesidade em adultos de meia idade te alcançado proporções alarmantes, o que se relaciona, em parte, ao estilo de vida moderno em que a maior parte do tempo livre é gasto em atividades sedentárias como assistir à televisão, usar computadores, realizar viagens e passeios de carro.” (p. 256)
Geralmente, as pesquisas com adolescentes atribuem o comportamento
sedentário ao tempo em que os adolescentes passam em atividades que não exijam grandes
demandas energéticas como, por exemplo, o tempo em frente à TV, aos computadores, aos
vídeo-games, ou mesmo o tempo gasto sentado enquanto estudam. Entretanto, comparações
entre estudos se tornam limitada em função dos hábitos sedentários analisados e do tempo que
os pesquisadores adotam para classificar esse comportamento. As recomendações da OMS
para crianças e adolescentes é não ultrapassar mais de duas horas diárias em frente à TV
(WHO, 2011b).
Os resultados da PeNSE (2009) mostraram que 79,5% dos escolares de todo
Brasil que frequentam o 9ºano do ensino fundamental assistem TV por duas ou mais horas
diariamente. A proporção de escolares do sexo feminino que apresentaram hábitos sedentários
foi de 79,5% e entre os escolares do sexo masculino foi de 79,4%. O maior índice de hábitos
sedentários foi encontrado em Cuiabá (83,0%) e o menor em Boa Vista (74,0%). Ao
analisarmos esses percentuais por sexo, as capitais que apresentaram maior proporção de
adolescentes do sexo feminino com comportamento sedentário foram Cuiabá e Maceió ambas
com 83,3% e a menor proporção foi encontrada em Boa Vista 70,8%. Entre os adolescentes
do sexo masculino a maior e menor porcentagem de comportamento sedentário foi encontrada
em Belém (83,2%) e São Luís (75,0%) respectivamente.
O comportamento sedentário apresentado por 3.845 adolescentes de São Paulo
foi avaliado por meio do Questionário de Avaliação das Condições de Saúde, Nutrição e AF,
idealizado pelo Ministério da Saúde brasileiro, que questiona em um de seus tópicos quanto
tempo diariamente os sujeitos passam em frente a TV. Dos adolescentes participantes dessa
35
pesquisa, 35,8% afirmaram passar em média uma hora por dia em frente a TV, 35,1% entre
uma e duas horas e 29,1% mais de duas horas por dia (CESCHINI et al., 2009).
Da Silva et al. (2008) avaliaram quanto tempo os adolescentes catarinenses
passam assitindo TV, no computador e no video-game por meio de duas questões objetivas:
(a) Em geral, quantas oras por dia você assiste TV? (b) Quantas horas por dia você usa o
computador e/ou vide-game? Aproximadamente 70% dos participantes relataram passar duas
horas ou mais nesses comportamentos sedentários. Os estudantes do sexo masculino foram os
que apresentaram o maior percentual de comportamento sedentário 67,9% sendo que dessa
porcentagem 43,52% apresentaram-se como pouco ativos e 24,38% como ativos. Entre as
escolares do sexo feminino 27,13% apresentaram comportamento sedentário sendo que não
houve significância estatística entre as adolescentes classificadas como pouco ativas (13,85%)
e entre as ativas (13,28%).
Olivera et al. (2011) utilizaram como base as recomendações da OMS para
avaliarem o comportamento sedentário de 100 adolescentes baianos. Os resultados obtidos
mostraram que a incidência do comportamento sedentário entre os escolares foi de 85% para
os escolares do sexo masculino e de 91,7% para as escolares do sexo feminino. Ao analisarem
por faixa etária, os autores constataram que na faixa dos 15 e 16 anos 90,2% dos adolescentes
passam mais de duas horas por dia em frente à TV ou computadores/games e na faixa etária
que compreende dos 17 aos 19 anos há uma redução nessa porcentagem 87,2%.
A pesquisa de Frutoso, Bismarck-Nasr, Gambardella (2003) revelaram que
50,5% das horas semanais de 39,0% dos 155 escolares paulistanos avaliados foram
dispendidas assistindo TV, divertindo-se com jogos eletrônicos e/ou computadores, segundo
os pesquisadores, esse tempo corresponde em média a 13,0% do tempo livre desses
adolescentes.
Silva e Malina (2000) calcularam apenas o tempo em que os 325 adolescentes
cariocas passam assistindo TV. Embora as adolescentes do sexo feminino tenham sido
consideradas mais sedentárias em relação aos seus pares do sexo masculino, os autores
afirmaram que há uma tendência maior de os adolescentes do sexo masculino passarem mais
tempo em frente a TV.
No estudo de Moraes et al. (2009), 57,3% dos 991 adolescentes residentes em
Londrina afirmaram gastar mais de quatro horas diárias em atividades sedentárias. Segundo os
autores, devido os avanços tecnológicos e as comodidades proporcionadas pela vida moderna
a tendência é que os adolescentes aumentem o tempo despendido em atividades sedentárias
principalmente pela maior facilidade de aquisição dessas tecnologias atualmente.
36
3.2.3 O fator socioeconômico e o nível de atividade física
O baixo nível socioeconômico também é considerado um fator de risco para o
desenvolvimento de diversas doenças crônico-degenerativas (JANSSEN et al., 2006). No
Brasil, as barreiras citadas por boa parte da população para não haver uma prática regular de
AF nos momentos de lazer está relacionada ao tempo e dinheiro, afinal, grande parcela dos
brasileiros é de baixo poder aquisitivo e para ampliar a renda mensal possuem jornada dupla
de trabalho (REICHERT; BARROS; HALL, 2007).
Segundo Ceschini et al. (2009) o fator socioeconômico interfere diretamente na
prática regular de AF, mas se tornará interdependente da população analisada e da
metodologia empregada, assim, para classificar o nível socioeconômico dos adolescentes, os
pesquisadores utilizaram diferentes metodologias em seus estudos,
Nas pesquisas nacionais, Guedes et al. (2001), Oehlschlager et al. (2004)
recorreram às diretrizes propostas pelo questionário ABIMEPI desenvolvido pela Associação
Brasileira de Institutos de Pesquisa de Mercado que baseia-se no nível de escolaridade do
chefe de família, condições de moradia, posse de utensílios domésticos, automóveis e número
de empregados domésticos. Ceschini, et al. (2009), Moraes et al. (2009) e Oliveira et al.
(2011) preferiram optar pela classificação proposta pela Associação Brasileira de Empresas e
Pesquisa (ABEP) que também levam em consideração a escolaridade do chefe de família e
bens de consumo. Freitas et al. (2010) basearam-se apenas na renda mensal familiar.
Moraes et al. (2009) apontaram 63,8% dos adolescentes de baixo poder
aquisitivo como inativos fisicamente enquanto os adolescentes de maior poder aquisitivo esse
percentual ficou estabelecido em 41,4%. Os autores também verificaram que os estudantes de
escolas públicas da cidade de Maringá são menos ativos (61,3%) dos que seus pares de
escolas particulares (47,8%) que apresentaram maior proteção para esse fator de risco.
No estudo de Freitas et al. (2010) 48,7% dos adolescentes integrantes da classe
econômica menos favorecida afirmaram não praticarem atividades físicas regularmente. Uma
explicação citada pelos autores para esse fenômeno na cidade de Fortaleza pode ser a falta de
espaços públicos destinados à promoção de atividades físicas e/ou pela dificuldade de
deslocamento desse público aos grandes centros urbanos que possuem ambientes adequados
para realização de diversas atividades.
37
Colaborando aos estudos já citados, Oehlschlaeger et al. (2004) observaram
que os adolescentes de Pelotas pertencentes ao nível socioeconômico mais privilegiado
apresentaram 28,9% de prevalência de sedentarismo enquanto os adolescentes pertencentes ao
nível menos privilegiado a prevalência foi de 49,6%. Segundo os autores, “o estado de
pobreza representa um complicador na luta contra o sedentarismo” (p. 161).
Em contrapartida, nos estudos de Oliveira et al. (2011) constataram que 80%
dos adolescentes mais favorecidos são considerados inativos enquanto 43,7% dos
adolescentes menos favorecidos apresentaram inatividade física, o que permitiu os
pesquisadores afirmar que quanto maior o poder aquisitivo, menor a prática de AF. Segundo
os autores esse dado pode ter sido encontrado pelo fato da população menos favorecida ter
menos acesso às tecnologias que aumentam o comportamento sedentário e também pelo fato
dos adolescentes pertencentes à categoria dos mais favorecidos se deslocarem no dia-a-dia
com veículos sem gasto de energia.
Corroborando a esses dados, Ceschini et al. (2009) também verificaram que os
adolescentes pertencentes à classe econômica mais privilegiada são menos ativos (75%) ao
serem correlacionados aos pertencentes à classe econômica menos privilegiada (54,2%).
Guedes et al. (2001) constataram que os rapazes de classe econômica menos
favorecida apresentam maiores índices de inatividade física que aqueles pertencentes a classe
mais favorecida, porém, esses resultados se invertem ao analisarem as adolescentes do sexo
feminino nessas mesmas condições, que se mostraram mais ativas. Para os autores os
adolescentes de classe socioeconômica mais baixa são levados ao mercado de trabalho
precocemente reduzindo a disponibilidade de tempo para atividades direcionadas ao lazer
ativo como, por exemplo, a prática desportiva. Entre as adolescentes do sexo feminino, os
autores afirmam que os maiores NAF podem ter sido encotrado entre as adolescentes
pertencentes à classe social menos privilegiada por elas assumirem tarefas domésticas que
envolvem trabalhos manuais com diversas intensidades.
Os resultados da pesquisa de Matsudo et al. (2002) realizada em 29 cidades do
estado de São Paulo com indivíduos de 14 a 77 anos de idade apontaram que os indivíduos
que não cumpriram as recomendações de AF semanal apresentou maior incidência nas duas
classes socioeconômica extremas: os de maior poder aquisitivo (55,3%) e os de menor poder
aquisitivo (60%) essa diferença percentual não se mostrou estatísitcamente significativa, o
que permitu os autores afirmarem que o nível socioeconômico dessa população analisada não
obtiveram correlção com os NAF.
38
Em cidades européias, o staus socioeconômico foi avaliado por meio de dados
referentes à quantidade de automóveis da família, se o adolescente possui quarto próprio,
computador e internet. Os resultados apontaram que os adolescentes de maior poder aquisitivo
demonstraram estar mais envolvidos em AF estruturadas como, por exemplo, a prática
desportiva em clubes, academias, enquanto os adolescentes menos favorecidos dedicaram-se
às práticas de AF não-estruturadas como, por exemplo, caminhadas e jogos em espaços
públicos (OTTEVAERE et al., 2011).
Os dados da pesquisa de Federico et al. (2009) foram consensuais aos de
Ottevaere et al. (2011). Para ponderar o nível socioeconômico dos adolescentes italianos
foram utilizados como indicadores o nível educacional e a ocupação dos pais e os recursos
materiais da família. Além de participarem de mais atividades estruturadas na prática regular
de AF, os autores constataram que os adolescentes são financiados pelos pais na compra dos
equipamentos indispensáveis para as práticas desportivas, pagando as mensalidades de clubes,
arcando com as despesas de viagens para disputarem campeonatos, dentre outras necessidades
que são exigidas na pática desportiva.
Em adolescentes canadenses, a avaliação quanto ao nível socioeconômico
ocorreu de duas formas sendo a primeira uma análise quanto à riqueza material da família e a
segunda referente à percepção dos adolescentes quanto ao seu nível socioeconômico.
Pertencer à classe econômica mais favorecida tornou-se um fator de proteção à inatividade
física. Segundo os autores, os bairros de residência dos adolescentes de baixo poder aquisitivo
oferecem menos oportunidades para realização de AF por possuírem poucos parques e muitas
ruas inseguras (JANSSEN et al., 2011).
Embora o estudo de Kimm et al. (2002) tenha avaliado o status
socioeconômico das adolescentes americanas por meio da escolaridade dos pais adicionado à
renda familiar anual, os autores não encontraram associação significativa entre os baixos NAF
em adolescentes de menor poder aquisitivo.
Federico et al. (2009) ressaltaram que independente das condições
socioeconômicas dos indivíduos, a participação do poder público e privado na criação de
ambientes com instalações que ofereçam a promoção de AF para toda população, é
indispensável para desenvolver hábitos saudáveis quanto à prática regular de AF, e melhorar,
consequentemente, a saúde e a qualidade de vida da comunidade.
39
3.2.4 O fator IMC associado ao nível de atividade física
A classificação da distribuição de massa avaliada através do IMC é
considerada o método mais útil para rastrear a obesidade e excesso de peso nos indivíduos por
ser barato, não invasivo, universalmente aplicável e com boa aceitação pela população
(DÂMASO, 2003).
Os índices antoprométricos são obtidos a partir da combinação de duas
informações, massa (kg) e altura (m) calculados através da equação:
IMC= peso (kg)
Altura2
De acordo com o valor numérico obtido a partir do cálculo dessa equação o
indivíduo será classificado em uma das quatro categorias do IMC: Baixo Peso, Eutrófico,
Sobrepeso e Obeso.
Em 2007 a Organização Mundial da Saúde desenvolveu um referencial de
crescimento para crianças e adolescentes em idade escolar baseados em um estudo
multicêntrico na tentativa de haver uma padronização mundial quanto às classificações do
IMC. Duas tabelas fundamentadas nos percentis de massa corporal foram instituídas visando
garantir as especificidades da população infanto-juvenil devido às intensas e constantes
transformações que a mesma sofre. As tabelas foram divididas por idade e sexo, uma para o
sexo feminino (ANEXO A) e outra para o sexo masculino (ANEXO B).
Entretanto, diversos estudos avaliam IMC por meio dos pontos de corte
propostos pela International Obesity Task Force - IOTF (COLE, et al., 2000) para
diagnosticarem o sobrepeso e a obesidade entre crianças e adolescentes, pontos que também
procuram respeitar as características particulares desse público (ANEXO C) (FRUTOSO,
BISMARCK-NASR; GAMBARDELLA, 2003; ROMANZINI et al., 2008; DA SILVA et al.
2008, FREITAS, et al., 2010).
Romanzini, et al. (2008) constataram que há probabilidade dos adolescentes do
sexo masculino possuirem excesso de peso, porém eles se demonstraram ativos.
No estudo de Freitas et al. (2010) 32% dos adolescentes cearenses foram
classificados com excesso de peso desses, 19% apresentaram ser inativos fisicamente o que
permitiu os autores afirmarem que encontraram correlação positiva entre o IMC e o NAF no
seu público alvo.
40
Os adolescentes catarinenses do sexo masculino classificados como pouco
ativos apresentaram 73% de chances a mais de possuirem excesso de peso corporal que os
eutróficos, Nas adolescentes do sexo feminino os pesquisadores não encontraram associação
entre o IMC e os NAF (DA SILVA et al., 2008).
Nos estudos de Moraes et al. (2009) o IMC se mostrou estatisticamente
significativo no qual os adolescentes obesos apresentaram menores NAF ao serem
correlacionados aos adolescentes eutróficos (72,2%) e (32,7%) respectivamente. Os autores
afirmaram que os adolescentes obesos tem maior probabilidade de serem inativos, pois 70,8%
dos adolescentes participantes de sua pesquisa classificados como obesos se mostraram
inativos.
O estudo de Molnar et al. (2004) também encontrou significâcia estatísica entre
o IMC e os NAF no qual os adolescentes acima do peso apresentaram menores NAF ao serem
comparados aos adolescentes eutróficos. Os autores seguiram as orientações do Centers for
Disease Control and Prevention que é um site governamental que oferece a quem interessar,
dados e informações importantes sobre temas relacionados à saúde em cidades dos Estados
Unidos da América.
Ao analisarem o excesso de peso corporal em adolescentes catarinenses, Da
Silva et al. (2008) não encontraram diferenças estatisticamente significativas embora os
valores dos percentuais de gordura corporal entre os adolescentes do sexo masculino tenham
sido um pouco diferentes entre os poucos ativos (15,5%) e os ativos (12,2%)
Nos adolescentes mexicanos o IMC não se mostrou uma variável com
significância estatística nos NAF e foi considerado pelos pesquisadores como um indicador de
obesidade (SIEGEL, et al. 2011). O mesmo não aconteceu com os adolescentes cariocas, com
os adolescentes europeus, pois, os estudos não encontraram diferença estatisticamente
significativa entre os NAF e a classificação do IMC (SILVA; MALINA, 2000;
OEHLSCHLAGER et al. 2004; OTTEVAERE et al., 2011; SIEGEL, et al. 2011).
3.2.5 O fator idade associados ao nível de atividade física
Segundo os relatórios do CAH [s.d] os NAF tendem a diminuir conforme a
idade aumenta, sendo essa queda iniciada na adolescência. A essa tendência, Seabra et al.
41
(2008) e o Ministério da Saúde do Brasil (2002) concordam que há um consenso de que a
prática de AF esteja negativamente associada à idade.
No estudo de Da Silva et al. (2008) no estado de Santa Catarina o fator idade
demonstrou ser uma variável que está presente entre as adolescentes do sexo feminino. Aos
15 anos de idade 32,91% relataram ser pouco ativas e aos 19 anos 43,0% fizeram a mesma
afirmação. Entre os adolescentes do sexo masculino a idade não se associou ao NAF (DA
SILVA, et al., 2008).
A pesquisa de Ceschini et al. (2009) verificaram que os adolescentes
paulistanos com idades de 14 a 16 anos apresentam menores níveis de inatividade física
(61,4%) ao serem comparados aos adolescentes com idades de 17 a 19 anos (71,6%).
Oliveira et al. (2011) também concluíram que há uma queda nos NAF dos
adolescentes baianos que passa de 55,7% de escolares ativos nas idades 15 e 16 anos para
48,7% nos escolares com idades acima dos 17 anos.
Em contrapartida, os dados de Freitas et al. (2010) não se mostraram
consensuais com a literatura onde a idade associou-se de maneira positiva aos NAF, ou seja,
quanto maior a idade maiores também foram as práticas de AF.
Entretanto, a idade não apresentou associação significativa entre aos baixos
NAF nos estudo de Moraes et al. (2009) em Londrina e de Molnar et al. (2004) nos Estados
Unidos.
Na literatura internacional os resultados de Kimm et al. (2002) apontaram que
existe uma queda contínua nos NAF no decorrer dos anos das adolescentes americanas. No
entanto, os autores afirmaram que o declínio mais acentuado acontece na faixa etária dos 17-
18 anos no qual as adolescentes dessas idades informaram não estarem envolvidas em
nenhum tipo de AF nos momentos de lazer.
É importante ressaltar que as pesquisas desenvolvidas com adolescentes,
geralmente, avaliam uma ou duas idades distintas ou então agrupamentos de idades, o que
dificulta estabelecer correlações entre estudos. Ainda sim, estudos longitudinais permitiriam
melhor visualização desse declínio nos NAF. Estudo como os de Matsudo et al. (2002),
Bauman et al. (2004) e Jurakić et al. (2009) que abordam extensa faixa etária possuem
melhores dados para averiguarem o declínio nos NAF com o passar dos anos.
Não estabelecendo consenso com a literatura, o estudo desenvolvido na
Croácia por Jurakić et al. (2009) que agruparam os indivíduos com idades de 15 a 24 anos
perceberam que esse grupo é o menos ativo em relação ao grupo com idades de 55 e 64 anos,
sendo que o tempo despendido nas AF não está associado aos momentos de lazer.
42
O mesmo não ocorre ao analisarmos os resultados da pesquisa de Matsudo et
al. (2002) observamos que o NAF tende a diminuir com a idade tanto nos homens quanto nas
mulheres. No grupo etário masculino de 15 a 29 anos, 14,4% dos participantes foram
considerados muito ativos e na faixa etária dos 50 aos 69 anos essa porcentagem caiu para
10,8%. Na faixa etária feminina dos 15 aos 29 anos 6,0% foram classificadas como muito
ativas e ao alcançarem a faixa dos 50 aos 69 essa proporção diminui para 1,5%. No entanto,
ao analisarmos o aumento da proporção de indivíduos inativos fisicamente apresentada nos
mesmos dois grupos etários temos para o grupo masculino (15-29 anos) 38,7% e 50,0% (50-
69 anos), para o grupo feminino essa relação se inverte sendo que na faixa etária (15-29 anos)
49,5% e temos uma pequena redução nas idades (50-69 anos) 45,7%.
Na pesquisa de Bauman et al. (2004) realizada em 20 países ao redor do mundo
com 52.746 indivíduos com idades de 18 a 65 anos comprovaram que os NAF diminuem com
a idade sendo os homens mais ativos em 17 desses países. A Argentina, Portugal e Arábia
Saudita foram os únicos países onde a diferença sexual não se mostrou significativa quanto à
idade. Os pesquisadores destacaram os quatro países com os maiores índices de AF entre a
população: Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Estados Unidos, países que possuem
instalações bem desenvolvidas para prática de AF nos momentos de lazer e um longo
processo histórico em seus países na educação para promoção de AF.
A exemplo desses países diversos autores afirmam a necessidade de políticas
públicas que também estejam voltadas para a criação de ambientes favoráveis e que sejam
locais acessíveis a toda população, a fim de implementar programas de incentivo à prática
regular de AF e hábitos saudáveis.
3.3 O PAPEL DA ESCOLA NO COMBATE AOS BAIXOS NÍVEIS DE ATIVIDADES
FÍSICAS APRESENTADO PELOS ADOLESCENTES
A escola possui um papel fundamental na vida dos adolescentes que ultrapassa
o pedagógico, como instituição social, “escolas devem ser ambientes de convívio onde a
interpretação pessoal, criativa e autônoma, direcione para a educação, ação, participação e
auto-ajuda através da consciência crítica e ampliação de liberdade” (OPAS, 2003 p.32). A
responsabilidade social e política inerente a esta instituição torna seus frequentadores agentes
das transformações sociais.
43
Devido o seu alcance, a escola se torna importante parceira na divulgação de
informação, promoção de hábitos saudáveis e construção de ambientes favoráveis ante a
comunidade em que está inserida.
O setor educacional (...) é um aliado importante para a concretização de ações de promoção da saúde voltadas para o fortalecimento das capacidades dos indivíduos, para a tomada de decisões favoráveis à sua saúde e à comunidade, para a criação de ambientes saudáveis e para a consolidação de uma política intersetorial voltada para a qualidade de vida, pautada no respeito ao indivíduo e tendo como foco a construção de uma nova cultura da saúde (BRASIL, 2002, p. 533).
Segundo Gomes (2009), desenvolver a saúde no âmbito escolar é
imprescindível pelos seguintes fatores: o seu alcance populacional onde a grande maioria das
crianças e adolescentes, que estão em fase de formação física, mental e social passam pela
escola, por pesquisas afirmarem que os hábitos saudáveis ou nocivos tendem a se iniciar na
infância e adolescência, e principalmente, porque os profissionais que estarão envolvidos
nesse processo de ensino-aprendizagem tem a experiência com o educar.
Para Tavares e Rocha, (2006) a escola é um cenário propício para lidar com as
questões que envolvem os alunos, seu ambiente familiar e a comunidade em que os mesmos
fazem parte, “a equipe escolar pode contribuir para um diagnóstico da qualidade de vida dos
escolares e suas famílias, oferecer informações e buscar estratégias de enfrentamento dos
problemas já existentes” (p. 160).
Confirmando a importâcia da escola, Moysés et al. (2004) complementam:
“(...) escolas tem sido consideradas espaços sociais adequados para a promoção de saúde de crianças e adolescentes uma vez que podem, com eficácia, promover sua saúde, autoestima, comportamentos, além de habilidades para a vida cotidiana tais como capacidade para tomada de decisão, comunicação, compreensão de emoções, pensamento crítico e manejo de estresse. (...) um espaço onde a saúde de todos os membros da sua comunidade, sejam professores, funcionários e familiares, além dos próprios estudantes, podem ser promovida.” (p. 635).
No passado, os programas de saúde inseridos na escola eram de
responsabilidade exclusiva do setor da saúde e estavam associados à “transmissão didática das
informações” sendo as intervenções realizadas por agentes externos à comunidade escolar.
Nesse processo, a escola era apenas uma agente passiva das intervenções (OPAS, 2003, p. 9).
Atualmente, sabemos que somente a informação não basta para garantir uma
vida saudável aos escolares. Tornam-se necessárias intervenções educacionais que
44
considerem fatores que influenciam no comportamento humano e que afetam de alguma
forma a vida cotidiana, como por exemplo, análises sociais, questões políticas e econômicas.
As escolas promotoras de saúde foram iniciativas idealizadas pela Organização
Pan-Americana de Saúde (OPAS) em 1995 com o objetivo de promover a saúde no ambiente
escolar e foi fundamenta em três princípios básicos: “1- Educação para a saúde com enfoque
integral; 2- Criação e manutenção de ambientes saudáveis; 3- Prestação de serviços em saúde,
alimentação saudável e vida ativa” (OPAS, 2003, p. 37).
Essa proposta de educação para a saúde visa fortalecer as capacidades e
desenvolver habilidades para a vida das crianças e adolescentes tornando-os protagonistas no
processo de melhoria das suas condições de saúde, que consigam implementar os
conhecimentos adquiridos sabendo interceder por sua proteção adotando um estilo de vida
saudável. Espera-se também, que os escolares tenham a competência de estender essa
proteção e promoção do estilo de vida saudável aos seus familiares e a comunidade em que
está inserido, é o que denominamos “empowerment” (empoderamento) (OPAS, 2003;
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
A prática regular de AF é uma das estratégias das escolas promotoras de saúde
para aquisição de uma vida mais ativa pelos educandos, alguns exemplos são citados para a
implementação da educação para saúde no âmbito escolar durante as aulas de educação física:
propostas de melhoria do ambiente físico, aumento do tempo dispendido na prática esportiva
e nos horários de recreação.
Nesse contexto, a Educação Física é uma disciplina privilegiada nesse processo
de aquisição de hábitos saudáveis por trabalhar diretamente com o corpo em movimento e
suas produções culturais. É indispensável a presença do educador como legitimador e
consolidador de programas de promoção da saúde tendo a AF como elemento norteador
(BRAULIO et al., 2009).
As Atividades Curriculares Desportivas (ACD) chamadas “turmas de
treinamento”, são aulas onde o aluno, no horário contrário ao seu período de aula, retorna à
escola para a prática desportiva. As ACDs fazem parte do currículo escolar de escolas
públicas e atende os alunos matriculados em suas dependências. A fim de incentivar à prática
desportiva nas escolas, campeonatos a nível municipal, regional, estadual e nacional são
oferecidos àquela equipes que se classificam em primeiro lugar em cada uma das fases. Os
esportes oferecidos são: futsal, voleibol, basquete, handebol, atletismo e xadrez todos eles
para ambos os sexos. Essas aulas também podem ser consideradas uma excelente
oportunidade para o desenvolvimento de hábitos saudáveis nos educandos. Devemos lembrar
45
também, “que a escola, para muitas crianças, se constitui na única oportunidade de acesso às
práticas de AF” (MARQUES; GAYA, 1999, p. 100).
Diante dessas iniciativas, a escola torna-se imprescindível na luta contra o
sedentarismo, pois há em suas dependências um grande número de crianças e adolescentes
que estão desenvolvendo suas competências e habilidades, a fim de se tornarem cidadãos
críticos e ativos na comunidade em que estão inseridos (SÃO PAULO, 2008).
Moysés et al. (2004) afirmam que a escola deve ser um espaço social
construído coletivamente voltado para o bem-estar físico, mental e social dos educandos que
por sua vez devem desenvolver capacidades além das intelectuais.
Entretanto, mesmo sendo um espaço adequado para contribuir na promoção de
saúde dos alunos, a escola sozinha não pode resolver todos os problemas referentes ao estilo
de vida dos seus frequentadores, faz-se necessária a mobilização de outros espaços, órgãos
sociais e políticos na luta contra o sedentarismo (MARQUES; GAYA, 1999).
46
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 PARTICIPANTES
Participaram desse estudo 117 adolescentes, de ambos os sexos, com idade
entre 14 e 18 anos, todos devidamente matriculados no 9º ano do ensino fundamental ou
no ensino médio em uma Escola Estadual localizada na cidade de Franca-SP.
4.2 LOCAL
A cidade de Franca está situada na região Nordeste do estado de São Paulo
– Brasil, aproximadamente 400 km de distância da capital. A cidade possui 318.785
habitantes, segundo o censo 2.010 realizado pelo IBGE (FRANCA, 2010).
A escola núcleo desta pesquisa possui 530 adolescentes matriculados a
partir do 9º ano do ensino fundamental (ano base 2011) e localiza-se no bairro
Aeroporto III, um bairro de baixo poder aquisitivo na zona sul da cidade.
Segundo informações cedidas pela escola, 69,98% dos pais dos alunos
possui o ensino fundamental incompleto, 28% possuem o ensino médio, 1,18% possuem
ensino superior incompleto e 0,29% possuem o ensino superior completo. Quanto à
renda familiar, 57,22% vivem com renda mensal de no máximo de R$ 1.000,00 e
36,74% vivem com renda mensal até R$ 1.500,00, os outros 6,01% não declararam a
renda familiar mensal.
4.3 PROCEDIMENTOS
Realizou-se um estudo de corte transversal nos meses de novembro de
2010, março e abril de 2011. Os dados foram coletados por meio do Questionário
47
Internacional de Atividade Física – IPAQ, em sua versão curta, que foi auto-
administrado pelos sujeitos da pesquisa. O projeto de pesquisa teve aprovação do
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Franca, nos termos da Resolução
196/96 sob o número de protocolo 0064/10 do CNS (CONSELHO NACIONAL DE
SAÚDE).
O comprovante de aprovação oferecido pelo comitê de ética foi entregue à
direção da escola, que autorizou a pesquisadora a passar de sala em sala durante o
período normal de aula para informar aos alunos sobre a pesquisa que seria
desenvolvida. Após toda explicação do estudo, os alunos interessados em participar
receberam o termo de Consentimento Livre e Esclarecido para conscientização e
autorização dos pais ou responsáveis, bem como as orientações necessárias para seu
preenchimento correto, data de devolução e aplicação dos questionários.
Na data prevista, os adolescentes que entregaram as autorizações
preenchidas corretamente, foram levados em grupos de 15 estudantes a uma sala
separada (cedida pela escola), onde foram pesados, medidos e, em seguida, receberam
informações necessárias para responderem o questionário.
Os alunos levaram em média 20 minutos para responderem o questionário
e ao terminarem, retornavam para suas respectivas salas de aula. A pesquisa aconteceu
nos três períodos de funcionamento da escola, de manhã (das 7h às 11h30), à tarde (das
13h00 às 17h30) e à noite (das 19h às 22h30).
Os critérios de inclusão na participação da pesquisa foram: a faixa etária
(14 a 18 anos) e a devida autorização dos pais ou responsáveis, através do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido para os menores de 18 anos. A escolha da faixa
etária deu-se em função do questionário utilizado na coleta de dados ser recomendado
para indivíduos com idade igual ou superior a 14 anos.
4.4 INSTRUMENTO
Para a coleta de dados referentes ao peso, uma balança portátil da marca
Geratherm foi utilizada pelos sujeitos sem calçados e sem portar objetos pesados. A
estatura foi medida com antropômetro fixado na parede, de acordo com a padronização
de Gordon et al. (1988).
48
De posse desses dados, a classificação da distribuição de massa corporal
foi avaliada através do cálculo matemático IMC=peso (kg)/altura2 (m). Sua classificação
final foi baseada nos pontos de corte recomendados pela OMS (2007) utilizando as
idades inteiras e o sexo dos avaliados (ANEXO A; ANEXO B).
4.4.1 International Physical Activity Questionnaire – IPAQ
Para a coleta de dados referentes aos NAF, utilizamos o Questionário
Internacional de Atividade Física – IPAQ (ANEXO D) acrescido de uma questão sobre a
ocupação do participante da pesquisa.
O IPAQ foi desenvolvido a partir da necessidade de padronização de um
instrumento que avaliasse os níveis da prática de AF de diversas populações e que
pudesse ser culturalmente adaptável, sem perder suas especificidades. Proposto pelo
“Grupo Internacional para Consenso em Medidas da Atividade Física, o questionário
constituiu-se sob a chancela da Organização Mundial da Saúde, com representantes de
25 países, inclusive o Brasil” (GUEDES et al., 2005, p. 151).
Esse intrumento se reporta às AF realizadas durante a última semana que
antecede à sua aplicação. Os dados são coletados atráves da quantidade de dias nos quais
os sujeitos praticam AF em três intensidades diferentes, sendo elas leves, moderadas e
vigorosas e o de tempo que realizam cada uma dessas atividades (IPAQ, 2005;
GUEDES, et al., 2005). Para a análise dos dados, todas as horas são transformadas em
minutos e através da combinação do número de dias nas diferentes intensidades de AF o
indivíduo será classificado ao final como “muito ativo”, “ativo”, “irregularmente ativo”
ou “sedentário” (IPAQ, 2005).
O quadro 1 demonstra as classificações do Nível de Atividade Física
segundo o questionário utilizado.
49
Quadro 1: Classificação do nível de atividade física segundo o IPAQ Classificação do Nível de Atividade Física
1. MUITO ATIVO: aquele que cumpriu as recomendações de: a) VIGOROSA: 5 dias/semana e 30 minutos por sessão e/ou b) VIGOROSA: 3 dias/semana e 20 minutos por sessão + MODERADA e/ou LEVE: 5 dias/semana e 30 minutos por sessão.
2. ATIVO: aquele que cumpriu as recomendações de: a) VIGOROSA: 3 dias/semana e 20 minutos por sessão; e/ou b) MODERADA ou LEVE: 5 dias/semana e 30 minutos por sessão; e/ou c) Qualquer atividade somada: 5 dias/sem e 150 minutos/semana (leve + moderada + vigorosa).
3. IRREGULARMENTE ATIVO: aquele que realiza atividade física, porém insuficiente para ser classificado como ativo, pois não cumpre as recomendações quanto à frequência ou duração. Para realizar essa classificação soma-se a frequência e a duração dos diferentes tipos de atividades (leve + moderada + vigorosa). a) Freqüência: 5 dias /semana ou b) Duração: 150 minutos / semana
4. SEDENTÁRIO: aquele que não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana. Fonte: CELAFISCS, 2010.
4.5 ANÁLISES ESTATÍSTICAS
Para a análise estatística, foram constituídos inicialmente dois grupos de
indivíduos, em função do sexo, e cada grupo foi subdividido em grupos etários de 14, 15, 16,
e 17/18 anos. As idades 17 e 18 anos foram agrupadas em virtude destes dois grupos
apresentarem poucos adolescentes inviabilizando o tratamento estatístico. Normalmente, os
adolescentes de 18 anos de idade já completaram a 3ª série do ensino médio, o que ocasionou
a menor proporção de escolares dessa idade.
Para constatar as variáveis quantitativas IMC, tempo em minutos em atividades
físicas e tempo em minutos em que os adolescentes passaram sentados durante um dia de
semana e um dia durante o final de semana, foram utilizadas as estatísticas t de student para
dados não pareados, sempre que as populações projetadas se mostravam normalizadas. Em
caso contrário, foi utilizada a estatística não paramétrica de Man-Whitney. Nos casos em que
as variáveis se mostravam desiguais, o teste t foi realizado com correção para tal
desigualdade.
Quando mais de dois grupos foram comparados, a estatística utilizada foi a
análise de variância não paramétrica de Kruskal Wallis já que em todos os casos os dados
amostrais projetavam populações não normalizadas.
50
Como medida de associação entre as variáveis qualitativas do Nível de
Atividade Física (IPAQ) e perfil antropométrico (IMC) entre si e de cada uma delas com a
idade e o sexo foi utilizada a estatística não paramétrica X 2 (qui-quadarado). Em todas as
comparações o nível de significância pré-estabelecido foi α = 0,05.
O presente plano de tratamento estatístico segue orientações de Sieggel e
Castellan (2006) e foi desenvolvido através do Software Graph Pad Prism 5.0.
51
5 RESULTADOS
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO RELACIONADA AO NÍVEL DE
ATIVIDADE FÍSICA
Este estudo teve como principal objetivo verificar o NAF dos adolescentes e
estabelecer possíveis correlações entre o NAF e as idades, às categorias de distribuição de
massa corporal, avaliadas através do IMC e a diferença sexual em escolares com idades de 14
a 18 anos.
Na Tabela 2 podemos observar a caracterização da população estudada
relacionada à classificação dos NAF proposto pelo protocolo de análise do IPAQ quanto ao
sexo, a idade e o IMC.
52
Tabela 2: Caracterização dos adolescentes em relação aos Níveis de Atividade Física proposto pela Classificação do IPAQ.
Participaram deste estudo 117 adolescentes sendo 49 do sexo masculino
(41,89%) e 68 do sexo feminino (58,11%). De acordo com a classificação do IPAQ, dos 49
adolescentes do sexo masculino analisados, 30 foram classificados como muito ativos
(25,65%), 15 como ativos (12,83%) e quatro como irregularmente ativos (3,41%). Das 68
adolescentes do sexo feminino 22 foram classificadas como muito ativas (18,80%), 37 como
ativas (31,62%) e nove como irregularmente ativas (7,69%).
MUITO ATIVO ATIVO
IRREGULARMENTE ATIVO
SEXO n % n % n % N %
Masculino 49 41,89 30 25,65 15 12,83 4 3,41
Feminino 68 58,11 22 18,80 37 31,62 9 7,69
IDADE
Mas
culin
o 14 18 36,76 11 22,44 6 12,2 1 2,04
15 14 28,57 7 14,28 6 12,2 1 2,04
16 8 16,32 4 8,1 3 6,12 1 2,04
17 e 18 9 18,36 8 16,32 0 0 1 2,04
Fem
inin
o
14 22 32,35 7 10,29 14 20,06 1 1,47
15 14 20,58 3 4,41 7 10,3 4 5,88
16 16 23,52 5 7,35 11 16,2 0 0
17 e 18 16 23,52 7 10,29 5 7,35 4 5,88
IMC
Mas
culin
o
Baixo Peso
7 14,28 4 8,16 3 6,12 0 0
Eutrófico 36 73,46 20 40,81 12 24,48 4 8,16
Sobrepeso 2 4,08 2 4,08 0 0 0 0
Obeso 2 4,08 2, 4,08 0 0 0 0
Fem
inin
o Baixo
Peso 7 10,29 3 4,41 4 5,88 1 1,47
Eutrófico 51 75,00 17 25,00 30 44,11 4 5,88
Sobrepeso 2 2,94 1 1,47 1 1,47 0 0
Obeso 8 11,76 2 2,94 3 4,41 3 4,41
53
Ao analisarmos o NAF dos adolescentes do sexo masculino e suas respectivas
as idades notamos que os alunos de 14 anos classificados como muito ativo significaram
22,44%, os de 15 anos 14,28%, os de 16 anos 8,1% e por fim os de 17/18 anos 16,32%. Os
escolares classificados como ativos 12,24%, são adolescentes de 14 anos, 12,24%,
corresponde aos alunos de 15 anos, 6,12% são os alunos de 16 anos e nenhum escolar de 17 e
18 anosforam considerados ativos. Na classificação irregularmente ativo, cada uma das idades
apresentou 2,04% de adolescentes do sexo masculino como inativos. A prevalência total de
inatividade física foi estabelecida em 3,41% para os adolescentes do sexo masculino.
Quanto as adolescentes do sexo feminino notamos que as escolares que foram
classificadas como muito ativas 10,29% representam as adolescentes de 14 anos, 4,41% as de
15 anos, 7,35% as de 16 anos e 10,29% as de 17/18 anos. Das adolescentes classificadas
como ativas 20,06% corresponde às alunas de 14 anos, 10,03% às alunas de 15 anos,16,17%
às de 16 anos e 7,35% às adolescentes de 17/18 anos. A prevalência de inatividade física entre
as adolescentes do sexo feminino foi de 13,24%, dessa porcentagem, 1,47% corresponde às
alunas de 14 anos, 5,88% às adolescentes de 15 anos e por fim, os mesmos 5,88% às
adolescentes de 17/18 anos. Nenhuma das adolescentes de 16 anos foi classificada como
irregularmente ativa.
Ainda na Tabela 2, podemos observar os NAF e as categorias da distribuição
de massa avaliada por meio do IMC separadas por sexo. Dos adolescentes do sexo masculino
classificados como baixo peso (14,28%), foram considerados muito ativos 8,16%, ativo
6,12% e nenhum irregularmente ativo. Daqueles escolares classificados como eutróficos
(73,46%), foram considerados muito ativo 40,81%, ativo 24,48% e irregularmente ativo
8,16%. Aqueles que foram classificados com sobrepeso (4,08%), todos se demonstraram
muito ativos, a mesma proporção de adolescentes foi considerada obesa (4,08%) todos
classificados como muito ativos.
Entre as adolescentes do sexo feminino, 10,29% foram classificadas como
baixo peso e dessas, 8,16% foram classificadas como muito ativas, 5,88% como ativas e 1,47
como irregularmente ativas. Daquelas classificadas como eutróficas (75%), foram
classificadas como muito ativas 25%, como ativas 44,11% e irregularmente ativas 5,88%. A
proporção de escolares com sobrepeso foi de 2,94% sendo que 1,47% foi classificada como
muito ativa e 1,47% como ativas, nenhuma foi considerada irregularmente ativa. As
adolescentes classificadas como obesas (11,76%), foram consideradas muito ativas 2,94%,
4,41% foram ativas e por fim, 4,41% foram classificadas como irregularmente ativas.
54
5.2 A CLASSIFICAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA, A DIRERENÇA SEXUAL
E A IDADE
Em uma primeira análise foram feitas comparações entre a diferença sexual e
os NAF apresentados pelos adolescentes participantes do estudo, independente da idade (FIG.
2).
masculino feminino0
5
10
15
20
25
30
35
40
Muito ativo Ativo Irregulamente Ativo
Classificação dos Níveis de Atividade Física comparados por sexo
perc
entu
al d
e ad
oles
cent
es
Figura 2: Distribuição de frequências das classificações dos níveis de atividade física (IPAQ) comparadas por sexo. O teste de qui quadrado acusou associação significativa entre sexo e nível de atividade física (p = 0,0081).
Observamos na Figura 2 que a maior proporção de alunos do sexo masculino
foi classificada como muito ativos em relação às alunas do sexo feminino, porém, quando
comparados os dois sexos, na classificação ativo a proporção de adolescentes do sexo
feminino foi maior, fato que se inverte novamente quando verificamos a classificação
irregularmente ativo, onde, uma maior proporção das alunas do sexo feminino enquadra-se
nessa definição de acordo com os protocolos propostos pelo instrumento utilizado. Assim, os
adolescentes do sexo masculino são significantemente mais ativos que seus pares do sexo
feminino (p = 0,0081).
55
A distribuição de frequências das classificações dos NAF entre as diferentes
idades não encontrou associação significativa entre as duas variáveis (FIG. 3).
14 anos 15 anos 16 anos 17/18 anos0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Muito Ativo Ativo Irregularmente Ativo
Classificação dos Níveis de Atividade Física nas diferentes idadespe
rcen
tual
de
adol
esce
ntes
Figura 3: Distribuição de frequências das classificações dos níveis de atividade física (IPAQ) nas diferentes idades. O teste de qui quadrado não acusou associação significativa entre idade e nível de atividade física (p = 0,0593).
A Figura 3 permite compreendermos que a idade não é um fator que interfere
diretamente nos NAF para a população estudada. Embora os adolescentes de 14 anos sejam,
em menor proporção, irregularmente ativos em relação aos adolescentes dos grupos 15 e
17/18 anos, a situação inverte-se ao serem comparados aos adolescentes de 16 anos. Assim,
não observamos significância estatística.
As próximas Figuras (FIG. 4, FIG. 5, FIG. 6 e FIG. 7) são referentes à análise
da classificação dos NAF separada por idade e sexo dos adolescentes.
56
MASC.14 FEM 140
5
10
15
20
25
Muito Ativo Ativo Irregulamente Ativo
Classificação dos Níveis de Atividade Física nosadolescentes de 14 anos
perc
entu
al d
e ad
oles
cent
es
Figura 4: Distribuição de frequências das classificações dos níveis de atividade física nos adolescentes de 14 anos por sexo. O teste de qui quadrado não acusou associação significativa entre os adolescentes de 14 anos e o nível de atividade física (p = 0,1552).
MASC 15 FEM 150
5
10
15
20
25
Muito Ativo Ativo Irregularmente Ativo
Classificação dos Níveis de Atividade Física nosadolescentes de 15 anos
perc
entu
al d
e ad
oles
cent
es
Figura 5: Distribuição de frequências das classificações dos níveis de atividade física nos adolescentes de 15 anos por sexo. O teste de qui quadrado não acusou associação significativa entre os adolescentes de 15 anos e o nível de atividade física (p = 0,1608).
57
MAS 16 FEM 160
5
10
15
20
25
Muito AtivoAtivo Irregularmente Ativo
Classificação dos Níveis de Atividade Física nosadolescentes de 16 anos
perc
entu
al d
e ad
oles
cent
es
Figura 6: Distribuição de frequências das classificações dos níveis de atividade física nos adolescentes de 16 anos por sexo. O teste de qui quadrado não acusou associação significativa entre os adolescentes de 16 anos e o nível de atividade física (p = 0,1833).
MASC 17/18 FEM 17/180
5
10
15
20
25
Muito Ativo Ativo Irregularmente Ativo
Classificação dos Níveis de Atividade Física nosadolescentes de 17/18 anos
perc
entu
al d
e ad
oles
cent
es
Figura 7: Distribuição de frequências das classificações dos níveis de atividade física nos adolescentes de 16 anos por sexo. O teste de qui quadrado não acusou associação significativa entre os adolescentes de 16 anos e o nível de atividade física (p = 0,0698).
58
Ao analisarmos as figuras (FIG. 4, FIG. 5, FIG. 6 e FIG. 7) podemos notar
que não houve associação significativa entre as variáveis avaliadas, ou seja, em nenhuma das
idades observamos o declínio dos NAF entre os adolescentes de ambos os sexos.
5.3 A INTENSIDADE DA ATIVIDADE FÍSICA, A DIFERENÇA SEXUAL E A IDADE
As intensidades das AF classificadas em leve, moderada e vigorosa, também
foram comparadas às idades e ao sexo dos adolescentes. Em uma primeira análise, os grupos,
masculino e feminino, foram comparados em relação ao tempo gasto em AF nas diferentes
intensidades independente da idade (FIG. 8). A legenda abaixo faz referência às Figuras de 7
a 17.
Leve
Mas
c.
Leve
Fem
.
Mod
erad
o M
asc.
Mod
erad
a Fem
.
Vigor
osa
Mas
c.
Vigor
osa
Fem.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
Tempo gasto nas diferentes intensidades de atividade físicapelos adolescentes separado por sexo
Tem
po e
m m
inut
os
Figura 8: Tempo gasto nos diferentes NAF durante a semana que antecedeu a aplicação do questionário aos indivíduos do grupo masculino e feminino. O teste de Mann Whitney não acusou diferença significativa entre os grupos masculino e feminino nos níveis de atividade física leve (p= 0,4385) e moderada (p= 0,2413). No nível de atividade física vigorosa o referido teste acusou diferença extremamente significativa (p < 0,0001).
Legenda
59
A Figura 8 permite visualizarmos que a prática de AF no grupo dos escolares
do sexo masculino e no grupo das escolares do sexo feminino, nas intensidades leve e
moderada, não apresentaram significância estatística. Os adolescentes do sexo masculino e
feminino despenderam em média, respectivamente, 622 min/sem e 616 min/sem em
atividades com intensidade leve. Os escolares do sexo masculino e feminino gastaram em
média 904 min/sem e 616 min/sem respectivamente em atividades com intensidade moderada.
No entanto, ao tratarmos da AF na intensidade vigorosa as adolescentes do sexo feminino se
mostraram significativamente menos participativas em média 344 min/sem, a média dos
adolescentes do sexo masculino foi de 613 min/sem.
Ao relacionarmos as diferentes intensidades da prática de AF separadas por
sexo e idade, os resultados mostraram a AF de intensidade vigorosa associada de maneira
negativa às adolescentes do sexo feminino, exceto nas adolescentes de 16 anos nas quais essa
diferença não se mostrou estatisticamente significativa (FIG. 9, FIG. 10, FIG. 11, FIG. 12).
Leve
Mas
c.
Leve
Fem
.
Mod
erad
o M
asc.
Mod
erad
a Fem
.
Vigor
osa
Mas
c.
Vigor
osa
Fem
.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
Tempo gasto nas diferentes intensidades de atividade física pelosadolescentes de 14 anos separado por sexo
T
Tem
po e
m m
inut
os
Figura 9: Tempo gasto em diferentes intensidades de atividade física durante a semana que antecedeu a aplicação do questionário aos indivíduos do grupo masculino e feminino de 14 anos. O teste de Mann Whitney não acusou diferença significativa entre os adolescentes de 14 anos de ambos os sexos nas intensidades de atividade física leve (p= 0,1356 ) e moderada (p= 0,4054). No nível de atividade física vigorosa, o referido teste acusou diferença significativa (p = 0,0148).
60
A figura 9 nos demonstra que as adolescentes do sexo feminino de 14 anos
praticam menos AF de intesidade vigorosa que seus pares do sexo masculino o tempo gasto
nessas AF foi em média 533 min/sem e 264 min/sem respectivamente. Em média, o tempo
gasto em AF leve pelos adolescentes do sexo masculino e feminino de 14 anos foram,
respectivamente, 702 min/sem e 849 min/sem. Nas AF de intensidade moderada, o tempo é de
935 min/sem. e de 730 min/sem. para os escolares do sexo masculino e feminino.
A figura a seguir (FIG. 10) é referente aos adolescentes de 15 anos.
Leve
Mas
c.
Leve
Fem
.
Mod
erad
o M
asc.
Mod
erad
a Fem
.
Vigor
osa
Mas
c.
Vigor
osa
Fem.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
Tempo gasto nas diferentes intensidades de atividade física pelosadolescentes de 15 anos separado por sexo
Tem
po e
m m
inut
os
Figura 10: Tempo gasto em diferentes intensidades de atividade física durante a semana que antecedeu a aplicação do questionário aos indivíduos do grupo masculino e feminino de 15 anos. O teste de Mann Whitney não acusou diferença significativa entre os adolescentes de 15 anos de ambos os sexos nas intensidades de atividade física leve (p= 0,2493) e moderada (p= 0,1235). No nível de atividade física vigorosa, o referido teste acusou diferença significativa (p = 0,0336).
Na figura 10 notamos que o tempo despendido em AF leves pelos adolescentes
de 15 anos é em média de 546 min/sem e 649 min/sem para os adolescentes do sexo
masculino e feminino respectivamente. Nas AF moderadas, 597 min/sem para os alunos do
61
sexo masculino e 455 min/sem nas alunas do sexo feminino. Nas AF de intensidade vigorosa
a diferença se mostrou significativa, sendo 471 min/sem para os adolescentes do sexo
masculino e 128 min/sem para as do sexo feminino.
A mesma anáilise também foi feita com os escolares de 16 anos (FIG. 11).
Leve
Mas
c.
Leve
Fem
.
Mod
erad
o M
asc.
Mod
erad
a Fem
.
Vigor
osa
Mas
c.
Vigor
osa
Fem.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
Tempo gasto nas diferentes intensidades de atividade física pelosadolescentes de 16 anos separado por sexo
Tem
po e
m m
inut
os
Figura 11: Tempo gasto em diferentes intensidades de atividade física durante a semana que antecedeu a aplicação do questionário aos indivíduos do grupo masculino e feminino de 16 anos. O teste de Mann Whitney não acusou diferença significativa entre os adolescentes de 16 anos de ambos os sexos nas três intensidades de atividade física: leve (p=0,0556), moderada (p=0,4756) e vigorosa (p=0,0783).
A figura 11 aponta a única idade que não apresentou diferença significativa
entre os adolescentes de ambos os sexos. Em média, os adolescentes do sexo masculino e
feminino praticam AF, respectivamente, leves aproximadamente por 766 min/sem e 467
min/sem, moderadas 1016 min/sem e 845 e vigorosas por 920 min/sem e 388 min/sem.
A figura a seguir (FIG.12) representa os adolescentes de 17 e 18 anos.
62
Leve
Mas
c.
Leve
Fem
.
Mod
erad
o M
asc.
Mod
erad
a Fem
.
Vigor
osa
Mas
c.
Vigor
osa
Fem.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
Tempo gasto nas diferentes intensidades de atividade física pelosadolescentes de 17 e 18 anos separado por sexo
Tem
po e
m m
inut
os
Figura 12: Tempo gasto em diferentes intensidades de atividade física durante a semana que antecedeu a aplicação do questionário aos indivíduos do grupo masculino e feminino de 17 e 18 anos. O teste de Mann Whitney não acusou diferença significativa entre os adolescentes de 17 e 18 anos de ambos os sexos nas intensidades de atividade física leve (p= 0,2761) e moderada (p= 0,1886). No nível de atividade física vigorosa o referido teste acusou diferença significativa (p = 0,0289).
A figura 12 reafirma a tendência dos adolescentes do sexo masculino serem
mais ativos nas atividades vigorosas em relação as do sexo feminino, em média o tempo gasto
nessas atividades são respectivamente 722 min/sem e 605 min/sem. Nas atividades leves, 453
min/sem e 428 min/sem e moderadas 1218 min/sem e 388 min/sem, respectivamente, para os
adolescentes do sexo masculino e feminino.
Por fim, as figuras 9, 10 e 12 comprovam que os adolescentes do sexo
masculino são mais ativos que as adolescentes do sexo feminino, essa afirmação esteve
diretamente relacionada à prática de AF na intensidade vigorosa. Entretanto, o mesmo não
ocorreu com os escolares de 16 anos onde não observamos diferença estatisticamente
significativa entre os adolescentes de ambos os sexos na diferentes intensidades de AF
(FIG.10).
63
5.4 O COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO, IDADE E DIFERENÇA SEXUAL
O comportamento sedentário (C.S.) abordado neste estudo corresponde ao
tempo em que os adolescentes passam sentados durante um dia da semana e em um dia do
final de semana, independente do local (em casa, no trabalho ou escola) e independente da
tarefa realizada sentado (descansando, fazendo lições, lendo, visitando um amigo, sentado ou
deitado assistindo TV, jogando video-game ou no computador). A figura a seguir (FIG. 13),
representa esse C.S. entre os adolescentes sem os separarmos por sexo ou idade.
C.S
. Sem
ana
C.S
. fds
0
200
400
600
800
1000
1200
Comportamento sedentário dos adolescentes em um dia dasemana e em um dia do final de semana
Tem
po e
m m
inut
os
Figura 13: Tempo gasto em comportamento sedentário (C.S.) em um dia no final de semana e em um dia na semana entre os adolescentes de ambos os sexos. O teste t apresentou diferença extremamente significativa entre o C.S. em um dia de semana e um dia do final de semana (p> 0,0001).
Na figura 13 podemos observar que os adolescentes apresentaram menor C.S.
em um dia do final de semana. Em média os adolescentes passam 325 minutos sentados
64
durante um dia no final de semana, enquanto em um dia de semana passam aproximadamente
451 minutos sentados.
Ao fazermos a mesma análise do comportamento sedentário, porém
comparando os grupos, masculino e feminino, não encontramos diferença estatisticamente
significativa (FIG. 14)
C.S
. Sem
ana
Mas
c.
C.S
. Sem
ana
Fem.
C.S
. fds
Mas
c.
C.S
. fds
Fem
.
0
200
400
600
800
1000
1200
Comportamento sedentário dos adolescentesseparado por sexo
Tem
po e
m m
inut
os
Figura 14: Tempo gasto em comportamento sedentário (C.S.) em um dia no final de semana e em um dia na semana nos grupos masculino e feminino. O teste de Mann Whitney não acusou diferença significativa entre os grupos masculino e feminino (final de semana: p= 0,4383; semana: p = 0,0587)
Ao compararmos o C.S. em um dia de semana e em um dia no final de semana
e o sexo dos adolescentes nos quatro grupos de idades também não encontramos associação
estatisticamente significativa (FIG. 15, FIG. 16, FIG. 17, FIG. 18).
Entretanto, ao compararmos um dia da semana e um dia do final de semana do
C.S. dentro do grupo de idades sem separar por sexo, encontramos diferença estatisticamente
significativa nos adolescentes de 16 anos (FIG. 17), sendo para o grupo masculino (p=0,0328)
e para o grupo feminino (p=0,0048) e nas adolescentes do sexo feminino no grupo 17/18
(p=0,0266) (FIG. 18). Nos outros grupos não encontramos diferenças estatisticamente
65
significativas entre os dias analisados (FIG. 15, FIG. 16, FIG. 18 para o sexo masculino).
C.S
. Sem
ana
Mas
c.
C.S
. Sem
ana
Fem.
C.S
. fds
Mas
c.
C.S
. fds
Fem
.
0
200
400
600
800
1000
1200
Comportamento sedentário dos adolescentes de 14 anos separadopor sexo
Tem
po e
m m
inut
os
Figura 15: Tempo gasto em comportamento sedentário (C.S.) em um dia na semana e em um dia no final de semana nos adolescentes de 14 anos. O teste de Mann Whitney não acusou diferença significativa entre os adolescentes de 14 anos (semana: p = 0,3413; final de semana: p= 0,3888).
66
C.S
. Sem
ana
Mas
c.
C.S
. Sem
ana
Fem.
C.S
. fds
Mas
c.
C.S
. fds
Fem
.
0
200
400
600
800
1000
1200
Comportamento sedentário dos adolescentes de 15 anos separadopor sexo
Tem
po e
m m
inut
os
Figura 16: Tempo gasto em comportamento sedentário (C.S.) em um dia na semana e em um dia no final de semana nos adolescentes de 15 anos. O teste de Mann Whitney não acusou diferença significativa entre os adolescentes de 15 anos (semana: p = 0,1490; final de semana: p= 0,3888).
C.S
. Sem
ana
Mas
c.
C.S
. Sem
ana
Fem.
C.S
. fds
Mas
c.
C.S
. fds
Fem
.
0
200
400
600
800
1000
1200
Comportamento sedentário dos adolescentes de 16 anos separadopor sexo
Tem
po e
m m
inut
os
Figura 17: Tempo gasto em comportamento sedentário (C.S.) em um dia na semana em um dia no final de semana (fds) e nos adolescentes de 16 anos. O teste de Mann Whitney não acusou diferença significativa entre os adolescentes de 16 anos (semana: p = 0,0857; final de semana: p= 0,4117).
67
C.S
. Sem
ana
Mas
c.
C.S
. Sem
ana
Fem.
C.S
. fds
Mas
c.
C.S
. fds
Fem
.
0
200
400
600
800
1000
1200
Comportamento sedentário dos adolescentes de 17 e 18 anosseparado por sexo
Tem
po e
m m
inut
os
Figura 18: Tempo gasto em comportamento sedentário (C.S.) em um dia na semana e em um dia no final de semana nos adolescentes de 17 e 18 anos. O teste de Mann Whitney não acusou diferença significativa entre os adolescentes de 17 e 18 anos (semana: p = 0,1721; final de semana: p= 0,4886).
5.5 NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA, O IMC E A DIFERENÇA SEXUAL
Realizamos também, uma análise das classificações da distribuição de massa
avaliada através do IMC e os NAF sem separamos por sexo e idade (FIG.19).
68
Baixo peso Eutrófico Sobrepeso Obeso
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Muito Ativo Ativo Irregulamente Ativo
Classificação dos Níveis de Atividade Física quanto ao IMC dosadolescentes
perc
entu
al d
e ad
oles
cent
es
Figura 19: Distribuição de frequências das classificações dos níveis de atividade física (IPAQ) separados pela classificação do IMC. O teste de qui quadrado não acusou associação significativa entre a classificação do IMC e nível de atividade física (p = 0,4542).
Verificamos na Figura 19 maior proporção de alunos que se enquadram na
classificação do IMC como eutróficos. No entanto, notamos que a classificação da massa
corporal também não é um fator que influência diretamente na prática regular de AF
apresentada pela população adolescente participante desta pesquisa.
Ao separarmos os adolescentes por sexo e correlacionarmos a classificação dos
NAF e o IMC observamos que em ambos os sexos a classificação do IMC não acusou
significância estatística (FIG. 20 e GIG. 21).
69
Baixo peso Eutrófico Sobrepeso Obeso0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Muito ativo Ativo Irregulamente Ativo
Classificação dos Níveis de Atividade Física nosadolescentes do sexo masculino
perc
entu
al d
e ad
oles
cent
es
Figura 20: Distribuição de frequências das classificações dos NAF separados pela classificação do IMC nos adolescentes do sexo masculino. O teste de qui quadrado não acusou associação significativa entre a classificação do IMC e o nível de atividade física nos adolescentes do sexo masculino (p = 0,4654).
Baixo peso Eutrófico Sobrepeso Obeso0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Muito ativo Ativo Irregulamente Ativo
Classificação dos Níveis de Atividade Física nosadolescentes do sexo feminino
perc
entu
al d
e ad
oles
cent
es
Figura 21: Distribuição de frequências das classificações dos NAF separados pela classificação do IMC nas adolescentes do sexo feminino. O teste de qui quadrado não acusou associação significativa entre a classificação do IMC e nível de atividade física nas adolescentes do sexo feminino (p = 0,1922).
70
As Figuras 20 e 21 ressaltam que a diferença sexual, ao associar-se às
classificações do IMC e ao NAF, não encontrou significância estatística em ambos os sexos.
5.6 A OCUPAÇÃO DOS ADOLESCENTES E O NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA
Os adolescentes avaliados também responderam a uma questão quanto à
profissão. A cidade de Franca é um pólo calçadista que possui diversas profissões que foram
citadas pelos adolescentes que estão relacionadas a esse setor. Para melhor esclarecimento,
será feita uma breve definição dessas ocupações e as funções exercidas em cada uma delas.
Pespontador: São as pessoas responsáveis por costurar o sapato por meio de
máquinas ou manualmente. Essa é uma função exercida sentada durante toda a jornada de
trabalho.
Colador: São as pessoas encarregadas de colar o sapato. Essa função é dividida
em duas fases: a primeira os coladores passam leve camada de cola para que os pespostadores
possam passar a costura e na segunda fase, os coladores fazem as correções necessárias no
calçado. É uma ocupação exercida grande parte do tempo em pé, porém, parados.
Serviços gerais: Também denominado “coringa”, esses trabalhadores exercem
tanto a função de pespontador como a de colador, o que determinará sua função do dia é a
necessidade da empresa.
Auxiliar de Produção: É conhecido como “revisor”, é a pessoa responsável
pelo controle de qualidade da produção. Sua função é revisar o calçado em seu estado final e
se apresentar falhas, devolver à produção.
A tabela 3 e 4 relaciona a classificação dos NAF nos adolescentes que são
apenas estudantes e daqueles adolescentes que são estudantes e que também já estão inseridos
no mercado de trabalho.
71
Tabela 3: Ocupação dos adolescentes do sexo masculino e a classificação do IPAQ Classificação do IPAQ
Muito Ativo Ativo Irregularmente Ativo Total
Ocupação n (%) n (%) n (%) n (%)
Estudante 13 26,32 10 20,40 2 4,08 25 51,02
Setor Calçadista* 7 14,28 4 8,1 2 4,08 13 26,53
Serviços pesados** 10 20,40 1 2,04 0 0 11 22,44
* Setor Calçadista: Pespontador, colador, serviços gerais e auxiliar de produção. ** Classificamos como serviços pesados: servente de pedreiro, lavador de carros, mecânico, eletrecista, entregador, empacotador e repositor de supermercado.
Observamos na tabela 3 que 51,02% dos adolescentes do sexo masculino são
estudantes. Desses alunos, 26,32% foram considerados muito ativos, 20,4% ativos e 4,08%
irregularmente ativos. Segundo a classificação do IPAQ, dos 26,53% dos adolescentes que
trabalham no setor calçadista 14,28% foram classificados como muito ativos, 8,1% como
ativos e irregularmente ativos 4,08%. Podemos notar que ao desempenharem funções que
exigem maiores esforços físicos, há uma maior proporção de adolescentes classificados como
muito ativo (20,40%) e sendo apenas 2,04% considerados ativos e nenhum classificado com
irregularmente ativo.
Na tabela 4, relacionamos a ocupação das adolescentes do sexo feminino à
classificação do IPAQ.
Tabela 6: ocupação das adolescentes do sexo feminino à classificação do IPAQ. Classificação do IPAQ
Muito Ativo Ativo Irregularmente Ativo Total
Ocupação n (%) n (%) n (%) n (%)
Estudante 12 17,64 16 23,42 5 7,35 33 48,52
Setor Calçadista* 4 5,88 13 19,11 3 4,41 20 29,41
Ocupação sedentária** 3 4,41 5 7,35 1 1,47 9 13,23
Serviços pesados*** 3 4,41 3 4,41 0 0 6 8,82
*Setor Calçadista: Pespontador, colador, serviços gerais e auxiliar de produção. **Ocupação Sedentária: manicure, recepcionista, balconista, vendedora. ***Classificamos como serviços pesados: cozinheira, garçonete, doméstica e atleta.
72
Observamos na tabela 6 que 48,52% das adolescentes do sexo feminino relataram
serem estudantes. Dessas alunas, 17,64% foram classificadas como muito ativa, porcentagem
baixa ao comparar com a dos seus pares do sexo masculino (26,32%). Classificaram-se como
ativas, 23,42% das escolares e como irregularmente ativas 7,35%.
Ao contrário dos adolescentes do sexo masculino que exercem profissões que
exigem maiores esforços físicos, a maior proporção de adolescentes do sexo feminino se
ocupa de atividades relacionadas ao setor calçadista (funções menos pesadas e que geralmente
são realizadas sentadas) e ocupações aqui classificadas como sedentárias (manicure,
recepcionista, balconista, vendedora).
As adolescentes que trabalham no setor calçadista somam 29,41% sendo 5,88%
classificadas como muito ativas, 19,11% ativas e 4,41% irregularmente ativa. Quanto à
ocupação sedentária, 4,41% enquadram-se como muito ativas, 7,35%, como ativas e 1,47%
como irregularmente ativa, totalizando 13,23%. Uma menor proporção de adolescentes do
sexo feminino exerce funções “pesadas” (cozinheira, garçonete, doméstica e atleta),
aproximadamente 8,82%, no entanto, nenhuma delas foi considerada irregularmente ativa
sendo, 4,41% classificadas como muito ativas e os mesmos 4,41% foram classificadas como
ativas.
73
6 DISCUSSÃO
Os altos índices de sedentarismo apresentado pela população adolescente gera
preocupação de ordem mundial principalmente, pela tendência desse estilo de vida perdurar
na vida adulta. Muitos podem ser os fatores influenciadores na diminuição da prática regular
de AF, dentre eles, o avanço constante da tecnologia, a industrialização, a urbanização, a
idade, a diferença sexual, a etnia, os aspectos sociais, culturais e principalmente as diferenças
individuais (LAZZOLI et al., 1998; MOLNAR et al., 2004; SIEGEL et al., 2011).
Este estudo estabeleceu correlação entre os NAF e a idade, o IMC e a diferença
sexual dos adolescentes estudantes de uma escola pública na cidade de Franca-SP. A
prevalência de inatividade física entre os adolescentes participantes desta pesquisa foi de
21,4%, resultado próximo aos encontrados por Frutuoso, Bismarck-Nasr e Gambardella
(2003) e pela PeNSE (2009) onde, respectivamente, 23,3% e 26,5% dos adolescentes
residentes na cidade de São Paulo foram considerados inativos, exceto nos estudos de
Ceschini et al. (2009), na mesma cidade, que o percentual de inatividade física entre os
adolescentes atingiu os 62,5%.
Nas pesquisas regionalizadas desenvolvidas em outros estados brasileiros
podemos observar que os índices de inatividade física variaram entre 67,4% em Fortaleza,
55,9% em João Pessoa, 39,2% em Londrina e, por fim, 39% em Pelotas. Esses dados
corroboram os resultados da PeNSE (2009) que apontou os adolescentes residentes em
Florianópolis, região sul do Brasil, como os mais ativos (51,5%) e classificou os adolescentes
de São Luís, na região nordeste, como os menos ativos 34,2% (OEHLSCHLAEGER et al.,
2004; FARIAS JUNIOR; MENDES; BARBOSA, 2007; IBGE, 2009; MORAES et al., 2009;
FREITAS et al., 2010). Na literatura internacional, a prevalência de inatividade física nos
adolescentes variou entre 21,35% em adolescentes chineses e 66,6% em jovens iranianos
(HONG et al., 2009; KELISHADI et. al., 2005). Podemos observar que o percentual de
inatividade física entre os adolescentes chineses é o mais próximo aos NAF apresentado pelos
adolescentes do presente estudo.
No que tange a correlação entre os NAF e o sexo dos adolescentes os
resultados desta pesquisa se mostraram consensuais com a literatura nacional e internacional
que apontaram os adolescentes do sexo masculino como os mais ativos em relação às
74
adolescentes do sexo feminino (SILVA; MALINA, 2000; GUEDES et al., 2001;
FRUTUOSO; BISMARCK-NASR; GAMBARDELLA, 2003; MOLNAR et al., 2004;
OEHLSCHLAEGER et al., 2004; KELISHADI et al., 2005, GÓMEZ et al., 2005;
FLORINDO et al., 2006; FARIAS JUNIOR; MENDES; BARBOSA, 2007; DA SILVA et al.,
2008;CESCHINI et al., 2009; FEDERICO et al., 2009; HONG et al., 2009; JURAKIĆ et al.,
2009; IBGE, 2009; FREITAS, et al., 2010; OLIVEIRA et al., 2011; OTTEVAERE et al.,
2011).
Segundo Tassitano et al. (2007), os homens serem mais ativos que as mulheres
se tornou uma tendência mundial. Neste trabalho, 8,16% dos adolescentes do sexo masculino
foram classificados como irregularmente ativos, entre as adolescentes do sexo feminino, esse
percentual estabeleceu-se em 13,24%, diferença que se mostrou estatisticamente significativa
(p=0,0081). Embora os dados da literatura estejam em anuência com os resultados do presente
estudo, as pesquisas tendem a apresentar maiores porcentagens de adolescentes classificados
como inativos.
Os resultados da PeNSE (2009) apontaram que 68,7% das adolescentes
brasileiras não cumprem as recomendações de 300 minutos de prática de AF semanais. Entre
os estudos regionalizados, a maior proporção de adolescentes do sexo feminino inativas foi
encontrada em Niterói 94% e a menor em Santa Catarina 37%. (DA SILVA et al., 2008;
FRUTUOSO;BISMARCK-NASR; GAMBARDELLA, 2003). Nas pesquisas internacionais
as adolescentes iranianas foram as que apresentaram maior prevalência de inatividade físca
79,3%, a menor prevalência encontrou-se entre as adolescentes italianas 41,9% (KELISHADI
et. al., 2005; FEDERICO et al., 2009). Segundo Moraes et al. (2009), esses altos índices de
inatividade física entre as adolescentes do sexo feminino está relacionado a um contexto
sócio-cultural onde acreditam que os adolescentes do sexo masculino tenham um maior apoio
social e familiar para realização de AF.
Por ser professora da escola onde foi realizada a presente pesquisa, em uma
conversa informal, algumas alunas me relataram que não gostam ou não praticam AF durante
as aulas de educação física porque não querem transpirar, despentear os cabelos ou sujarem as
roupas e parecerem menos vaidosas para os meninos. Percebemos nesse momento a
necessidade de haver estudos que utilizem métodos qualitativos para que os próprios
participantes possam esclarecer os reais motivos que os levam a não adesão da prática regular
de AF.
Nos adolescentes do sexo masculino, a PeNSE (2009) apontou 43,8% dos
escolares brasileiros como inativos. Embora os números pareçam distantes, ambos atestam
75
que os adolescentes do sexo masculino são mais ativos que as adolescentes do sexo feminino.
Em um panorama nacional podemos encontrar a prevalência de inatividade física em
diferentes proporções, 6,5% em um primeiro estudo realizado na cidade de São Paulo, 22,2%
em Pelotas 32,6% em Fortaleza, 48% em um segundo estudo realizado na cidade de São
Paulo, 55,9% em João Pessoa até alcançar elevado índice de 85% em Niterói
(OEHLSCHLAEGER et al., 2004; SILVA; MALINA, 2000, FRUTUOSO, BISMARCK-
NASR; GAMBARDELLA, 2003; CESCHINI et al., 2009; MORAES et al., 2009; FREITAS,
et al., 2010). Nas pesquisas internacionais, essa proporção varia entre 30,3% nos adolescentes
italianos e 53% nos adolescentes iranianos (KELISHADI et. al., 2005; FEDERICO et al.,
2009). Em apenas duas pesquisas realizadas no estado do Paraná os autores não encontraram
associação significativa entre os NAF e a diferença sexual (ROMANZINI et al., 2008;
MORAES et al., 2009).
É importante ressaltar que os diferentes resultados se devem as divergências
entre as metodologias utilizadas nas pesquisas o que se torna um fator limitante na
comparação entre os estudos. Embora o IPAQ tenha sido desenvolvido na tentativa de
padronizar um instrumento a nível mundial, muitos estudos utilizam outros tipos de
instrumentos (SILVA, MALINA, 2000; FARIAS JUNIOR et al., 2007; IBGE, 2009;
FREITAS et al., 2010; SIEGEL et al., 2011; OTTEVAERE et al., 2011), mesmo assim,
podemos notar uma elevada prevalência de inatividade física entre os adolescentes
principalmente relacionada às do sexo feminino.
A inatividade física apresentada pelas escolares do sexo feminino deste estudo
esteve diretamente relacionada às AF de intensidades vigorosas. Ao compararmos os dois
grupos, masculino e feminino, observamos diferença extremamente significativa quanto às
AF vigorosas (p>0,0001), resultado que corrobora aos estudos realizados por Frutoso,
Bismarck-Nasr e Gambardella (2003), Federico et al., (2009), e Jurakic et al., (2009). Ao
correlacionarmos as idades avaliadas neste trabalho (14, 15, 16 e 17/18 anos) e a intensidade
da AF notamos que somente as adolescentes do sexo feminino de 16 anos não se mostraram
menos ativas quanto às AF de intensidades vigorosas.
A idade também é um fator que pode influenciar na prática regular de AF.
Pesquisas longitudinais revelam que os NAF tendem a diminuir com o aumento da idade,
segundo Guedes et. al. (2005) esse declínio é mais visível entre as mulheres e inicia-se na
adolescência (WHO, 2010; BRASIL, 2002). Nos resultados de Da Silva et al. (2008) os NAF
apresentaram associação à idade somente entre as adolescentes do sexo feminino. Ceschini et
al. (2009) e Oliveira et al. (2011) observaram que os NAF tende diminuir a partir dos 17 anos
76
de idade. Em adolescentes americanas, Kimm et al. (2002) apontaram que existe uma queda
contínua nos NAF no decorrer dos anos, entretanto, o declínio mais acentuado também é mais
visível a partir dos 17 anos. Em contrapartida, os dados de Freitas et al. (2010) não se
mostraram consensuais com a literatura onde a idade associou-se de maneira positiva aos
NAF, ou seja, quanto maior a idade, maiores também foram as práticas de AF. Entretanto, a
idade não se associou aos NAF neste estudo concordando aos estudos de Moraes et al. (2009)
em Londrina e de Molnar et al. (2004) nos Estados Unidos.
Geralmente, estudos desenvolvidos com adolescentes trabalham com uma
única faixa etária ou agrupamentos de idades, fator considerado limitante para correlacionar
pesquisas. Observamos que há a necessidade de ampliar estudos longitudinais ou sem
agrupamento de idades para conseguirmos visualizar melhor em qual momento da
adolescência inicía-se o declínio da prática regular de AF a fim de que possamos realizar
intervenções necessárias.
Quanto ao C.S. os escolares afirmaram gastar em média 451 minutos sentados
durante um dia de semana e 325 minutos sentados durante um dia no final de semana,
diferença que se demonstrou extremamente significativa (p> 0,0001). Esses dados são
consensuais com o estudo de Silva e Malina (2000) que também constataram que os
adolescentes tendem a ser mais ativos durante os finais de semana. Em nossa pesquisa, essa
diferença foi mais evidente entre os adolescentes de 16 anos de ambos os sexos e nas
adolescentes do sexo feminino de 17/18 anos. É importante ressaltar que o C.S. é uma
variável pouco correlacionada entre os estudos em função dos hábitos sedentários analisados e
do tempo que os pesquisadores adotam para classificar esse comportamento.
A classificação da distribuição massa corporal avaliada através do IMC é outro
fator que não influenciou nos NAF apresesentados pelos escolares desta pesquisa
concordando com os estudos realizados em Niterói, Londrina e nas cidades européias
(SILVA; MALINA et al., 2000; GUEDES et al., 2001; OTTEVAERE et al., 2011).
Atualmente, são poucos os estudos que relacionam os NAF ao IMC e encontram significância
estatística entre essas variáveis. Os resultados apresentados por Moraes et al. (2009) e Molnar
et al. (2004) admitiram que os adolescentes obesos ou com sobrepeso apresentam-se mais
inativos.
O nível socioeconômico é um fator a ser considerado entre as pesquisas,
segundo de Moraes et al. (2009), Freitas et al. (2010) e Oehlschlaeger et al. (2004) o baixo
nível socioeconômico é considerado um fator influenciador nos baixos NAF. Segundo os
autores, pertencer à classe econômica menos privilegiada está associado aos maiores índices
77
de sedentarismo. Reichert et al. (2007) afirmaram que as barreiras citadas por boa parte da
população brasileira para não haver uma prática regular de AF nos momentos de lazer está
relacionada ao tempo e dinheiro, afinal, grande parcela dos brasileiros é de baixo poder
aquisitivo e para ampliar a renda mensal possuem jornada dupla de trabalho.
Na literatura internacional, pertencer à classe econômica mais favorecida se
tornou um fator de proteção contra os baixos NAF, os adolescentes europeus e canadenses se
mostraram mais envolvidos em atividades estruturadas como, por exemplo, a prática
desportiva em clubes e academias. O fator socioeconômico também influenciou no
financiamento na compra de materiais adequados para a prática desportiva (JANSSEN, et al.,
2006; OTTEVAERE et al., 2011; FEDERICO et al., 2009).
Em contrapartida, os resultados dos estudos de Oliveira et al. (2011) e Ceschini
et al. (2009) demonstraram que os adolescentes pertencentes à classe socioeconômica menos
privilegiada são mais ativos que seus pares da classe socioeconômica mais privilegiada.
Segundo os autores esse dado pode ter sido encontrado pelo fato da população menos
favorecida ter menos acesso às tecnologias que aumentam os hábitos sedentários no cotidiano,
outra explicação se baseia no fato dos adolescentes pertencentes à categoria mais favorecida
se deslocarem no dia-a-dia por meio de automóveis, reduzindo o gasto de energia.
A realidade social acerca da escola deste estudo é de uma comunidade de baixo
poder aquisitivo. A necessidade de complementar a renda familiar faz com que os
adolescentes iniciem as atividades profissionais prematuramente, assim, a função excercida
no âmbito profissional merece especial atenção, pois pode influenciar diretamente nos NAF.
A cidade de Franca é um pólo calçadista que emprega muita mão de obra
tercerizada para a confecção de calçados, cujas profissões como colador e pespontador são
essenciais nesse mercado. O bairro onde a escola está inserida possui diversas micro-empresas
especializadas nesses trabalhos que empregam aproximadamente, 29,41% das escolares do
sexo feminino e 26,53% dos escolares do sexo masculino participantes desta pesquisa.
As adolescentes do sexo feminino serem menos ativas que os adolescentes do
sexo masculino pode estar relacionado ao tipo de função desempenhada no trabalho.
Observamos que a maior parte das adolescentes exerce funções profissionais com baixos
esforços físicos (42,64%), para tanto, reunimos essas profissões em dois grupos, o setor
calçadista (coladeira e pespontadora) e as ocupações sedentárias (recepcionista, manicure,
caixa de supermercado e vendedora). Os resultados nos mostraram que das adolescentes que
desempenham funções nesses dois grupos apenas 5,8% foram classificadas como muito
78
ativas. Já as adolescentes que exercem serviços pesados (cozinheira, garçonete, doméstica e
atleta), que totalizam 8,82%, nenhuma foi considerada inativa.
Também com os adolescentes do sexo masculino devemos nos atentar se os
altos índices nos NAF estão relacionados à função exercida no trabalho. Aproximadamente
22,44% dos escolares do sexo masculino exercem profissões que exige grande esforço físico
(lavador de carro, repositor e entregador de supermercado, eletrecista, mecânico, servente de
pedreiro, auxiliar de produção, atleta) sendo 20,40% classificados como muito ativos pelo
IPAQ. Embora grande parte dos adolescentes (26,53%) estajam empregados no setor
calçadista (pespontador, colador, serviços gerais e auxiliar de produção), apenas 14,28%
foram classificados como muito ativos, não podemos desconsiderar que no setor calçadista
existem duas funções que são exercidas apenas pelos adolescentes do sexo masculino o de
serviços gerais e auxiliar de produção.
Uma pesquisa realizada na Croácia com homens e mulheres de 15 a 65 anos
comprovou que as AF intensas relatadas pela população masculina estavam relacionadas à
função exercida no trabalho enquanto na população feminina as AF se relacionavam aos
trabalhos domésticos e de jardinagem. Os autores também verificaram que as AF realizadas
nos momentos de lazer diminuem na medida em que a idade aumenta, a tendência é que as
AF estejam relacionadas ao tipo de trabalho exercido pelos indivíduos (JURAKIĆ et al.,
2009).
Essas associações merecem maior atenção em pesquisas futuras a fim de
compreendermos se os altos ou baixos NAF apresentados pelos adolescentes possuem relação
com a profissão exercida. O questionário empregado neste estudo não discriminou se as AF
relatadas são praticadas nos momentos de lazer, trabalho ou como forma de transporte, por
exemplo, o que limita especificarmos se realmente existe essa associação.
Diante dessa situação, para muitos adolescentes a escola é um dos únicos locais
onde podem interagir com informações quanto aos hábitos saudáveis e com a prática de AF.
O ambiente escolar é propício para desenvolver e fortalecer as competências e as habilidades
dos adolescentes a fim de os tornarem cidadãos críticos capazes de transformarem a realidade
que os cerca (SÃO PAULO, 2008). Devemos lembrar que a escola é grande parceira na
promoção da saúde de seus frequentadores, entretanto, sozinha ela não pode resolver todos os
problemas referentes ao estilo de vida saudável da população infanto-juvenil, faz se
necessário à mobilização de outros epaços, órgãos sociais e políticas públicas na luta contra o
sedentarismo (MARQUES; GAYA, 1999).
79
CONCLUSÃO
A partir dos resultados deste estudo podemos concluir que:
• A prevalência de inatividade física entre os adolescentes foi de 21,4%,
sendo as adolescentes do sexo feminino significantemente menos ativas que os adolescentes
do sexo masculino 13,24% e 8,16% respectivamente.
• A inatividade física entre as adolescentes do sexo feminino esteve
relacionada principalmente às AF de intensidade vigorosas.
• A prevalência de inatividade física entre os adolescentes do sexo masculino
(8,16%) foi inferior a encontrada na literatura nacional e internacional, porém, a questão da
AF durante a jornada de trabalho dos adolescentes dessa pesquisa, pode ser um fator que
justifique estes resultados.
• A variável idade não apresentou significância ao ser correlacionada ao NAF,
no entanto, esse aspecto pode ser justificado pelo caráter de corte transversal utilizado em
nosso estudo e pela extensão da faixa etária dos participantes.
• O IMC também não foi uma variável estatisticamente significante na
correlação com o NAF, esse resultado pode estar relacionado ao fato de 79,92% dos
adolescentes serem classificados como eutróficos.
• Observamos também, que o comportamento sedentário apresentado pelos
participantes tende a diminuir nos finais de semana. No entanto, esses dados não se
apresentaram significativos ao serem relacionados ao sexo dos participantes.
80
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme foi exposto ao longo deste trabalho, o sedentarismo é um fator de
risco que abrange grande parte da população mundial. As mudanças nos hábitos de vida
fizeram com que os indivíduos se tornassem mais vulneráveis e propensos a aquirirem
doenças crônicas-degenerativas não transmissíveis. A população infanto-juvenil vem
apresentando cada vez mais comportamentos sedentários aumentando a proporção de
adolescentes considerados inativos, fato principalmente relacionado às adolescentes do sexo
feminino.
Os resultados obtidos neste estudo proporcionaram dados importantes que além
de contribuirem com a literatura, podem embasar futuras pesquisas e podem ajudar a nortear
estratégias de promoção de AF entre a população adolescente. Ainda sim, ressaltamos a
necessidade de investigações que considerem aspectos sociais e econômicos que possam
interferir nos NAF.
Percebemos neste estudo que há a necessidade de padronização dos
instrumentos de análise de NAF como uma estratégia que possibilite melhores comparações
entre países, estados e municípios. O instrumento utilizado nessa pesquisa o IPAQ em sua
versão curta apresenta vantagens por ser um instrumento validado para nossa população, no
entanto não estabeleceu diferenças entre a AF diária, AF exercida na jornada de trabalho, a
AF realizada no lazer e o exercício físico orientado pelo profissional de Educação Física. Esse
aspecto limita a discussão dos resultados.
Abordagens qualitativas associadas aos métodos de análise quantitativos
podem contribuir em estudos mais detalhados sobre a diferenciação da prática da AF em suas
diversidades e detalhar também aspectos relacionados à adesão de adolescentes a prática da
mesma, podendo contribuir de forma mais efetiva para nortear estratégias de promoção de AF
para o público adolescente. Assim, ressaltamos a necessidade de desenvolver projetos que
promovam a prática regular de AF sendo a escola um espaço que promova ações voltadas
para esse fim.
81
REFERÊNCIAS
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88
ANEXOS
89
ANEXO A
Tabela de referência para classificação do IMC por idade em crianças e adolescentes do sexo masculino
90
91
92
ANEXO B
Tabela de referência para classificação do IMC por idade em crianças e adolescentes do sexo Feminino.
93
94
95
ANEXO C
Pontos de corte para diagnóstico de sobrepeso e obesidade segundo sexo e idade.
Idade Sobrepeso Obesidade
Meninos Meninas Meninos Meninas
10 19,84 19,86 24,00 24,11
11 20,55 20,74 25,10 25,42
12 21,22 21,68 26,02 26,67
13 21,91 22,58 26,84 27,76
14 22,62 23,34 27,63 28,57
15 23,29 23,94 28,30 28,57
16 23,9 24,37 28,88 29,43
17 24,46 24,70 29,41 29,69
18 25,00 25,00 30,00 30,00 Fonte: Cole et al., 2000.
96
ANEXO D
Declaração de autorização para realização da pesquisa
97
ANEXO E
Termo de Aprovação do Relatório Final do Comitê de ética e Pesquisa
98
ANEXO F
QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA – VERSÃO CURTA – Nome:_______________________________________________________ Data: ______/ _______ / ______ Idade: ______ Sexo: F ( ) M ( ) Período que estuda: manhã ( ) tarde ( ) noite ( ) Série: _____ Peso: __________ Altura:_________
Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas fazem
como parte do seu dia a dia. Este projeto faz parte de um grande estudo que está sendo feito
em diferentes países ao redor do mundo. Suas respostas nos ajudarão a entender que tão ativos
nós somos em relação às pessoas de outros países. As perguntas estão relacionadas ao tempo
que você gasta fazendo atividade física na ÚLTIMA semana. As perguntas incluem as
atividades que você faz no trabalho, para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por
exercício ou como parte das suas atividades em casa ou no jardim. Suas respostas são MUITO
importantes. Por favor, responda cada questão mesmo que considere que não seja ativo.
Obrigado pela sua participação!
Para responder as questões lembre que:
� Atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande esforço físico e que fazem respirar MUITO mais forte que o normal
� Atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço físico e que fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal
Para responder as perguntas pense somente nas atividades que você realiza por pelo
menos 10 minutos contínuos de cada vez.
1a Em quantos dias da última semana você CAMINHOU por pelo menos 10 minutos contínuos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício?
Dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum 1b Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos quanto
tempo no total você gastou caminhando por dia? Horas: ______ Minutos: _____
99
2a. Em quantos dias da última semana, você realizou atividades MODERADAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo, pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer, aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar moderadamente sua respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR NÃO INCLUA CAMINHADA)
Dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum 2b. Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos
contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia? Horas: ______ Minutos: _____ 3a Em quantos dias da última semana, você realizou atividades VIGOROSAS por
pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo, correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua respiração ou batimentos do coração.
Dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum 3b Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos
contínuos quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia? Horas: ______ Minutos: _____
Estas últimas questões são sobre o tempo que você permanece sentado todo dia, no trabalho, na escola ou faculdade, em casa e durante seu tempo livre. Isto inclui o tempo sentado estudando, sentado enquanto descansa, fazendo lição de casa visitando um amigo, lendo, sentado ou deitado assistindo TV. Não inclua o tempo gasto sentando durante o transporte em ônibus, trem, metrô ou carro.
4a. Quanto tempo no total você gasta sentado durante um dia de semana? ______horas ____minutos 4b. Quanto tempo no total você gasta sentado durante em um dia de final de
semana? ______horas ____minutos
100
APÊNDICE
101
APÊNDICE A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96)
Eu,___________________________________________, RG
________________, abaixo qualificado(a), DECLARO para fins de participação em pesquisa,
na condição de representante legal do sujeito objeto da pesquisa, que fui devidamente
esclarecido do Projeto de Pesquisa intitulado: O Nível de Atividade Física em Adolescentes
Escolares do Ensino Público da Cidade de Franca – SP desenvolvido pelo(a) aluno(a),
Mayra Roberta Ishikawa de Mello (fone: (16) 8166-7667/ e-mail:[email protected])
do Curso Mestrado em Promoção de Saúde da Universidade de Franca (UNIFRAN), quanto
aos seguintes aspectos:
A pesquisa que será realizada tem por objetivo avaliar através de questionários
o quanto os alunos matriculados nas escolas públicas estaduais da cidade de Franca
participam de atividades físicas e a qual sua relação com a qualidade de vida. Participarão
da pesquisa 10 escolas e cerca de 1000 alunos.
Assim, os alunos responderão no próprio horário de aula a dois questionários
intitulados: IPAQ (que avalia os níveis de atividade física) e SF-36 (que avalia a qualidade
de vida).
Os questionários NÃO prejudicarão o aluno psicologicamente, fisicamente ou
moralmente.
É necessário esse termo de consentimento assinado para comprovar que o
responsável autorizou a participação do adolescente na pesquisa porque o aluno é menor de
18 anos e também para comprovar que a pesquisa é verdadeira e os questionários foram
realmente respondidos pelos alunos.
É importante lembrar que os dados pessoais NUNCA serão divulgados, é
apenas exigência do Ministério da Saúde para manter a ética, a legalidade e a veracidade
da pesquisa.
Você como representante legal do aluno poderá ter acesso às informações da
pesquisa sempre que quiser. Não é obrigatória a participação nesse estudo e pode haver
desistência em qualquer fase da pesquisa. Porém, será de grande contribuição para a cidade
de Franca e para o meio científico se houver a participação do aluno nessa pesquisa, pois é
102
uma pesquisa que vem sendo desenvolvida também em outros países. Os resultados serão
apresentados em congressos, simpósios, jornais e revistas científicas. Após o término da
pesquisa, os participantes receberão um folheto informativo dos resultados da pesquisa.
Muito Obrigada pela colaboração!
DECLARO, outrossim, que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e
ter entendido o que nos foi explicado, consinto voluntariamente que meu dependente legal
participe desta pesquisa.
Franca, ____ de _______ de 2010
____________________________ Assinatura do responsável
QUALIFICAÇÃO DO DECLARANTE TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Objeto da Pesquisa(aluno)
(Nome):............................................................................................................
RG:..................... .......Data de nascimento:........ / ........ / ........ .................... Sexo: . M ( )
F ( )
Endereço: ............................................ nº ........................... .................. Apto:
........................
Bairro:.............................................Cidade:...............................Cep:.....................Tel.:...............
..........
______________________________
(nome por extenso)
_____________________________
Assinatura do Declarante
Representante legal:............................................................................................................
Natureza da Representação:
RG:.......................................... Data de nascimento:......./........./.......... Sexo: M ( ) F ( )
103
Endereço:...................................................nº.....................................Apto:.......................
Bairro:.................................................
Cidade:........................Cep:..............Tel.:......................................
______________________________
(nome por extenso)
_______________________________
Assinatura do Declarante
DECLARAÇÃO DO PESQUISADOR
DECLARO, para fins de realização de pesquisa, ter elaborado este Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), cumprindo todas as exigências contidas no
Capítulo IV da Resolução 196/96 e que obtive, de forma apropriada e voluntária, o
consentimento livre e esclarecido do declarante acima qualificado para a realização desta
pesquisa.
Franca, 11 de agosto de 2010
______________________________ Prof. Esp. Mayra Roberta Ishikawa de Mello