O meu Bloco
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O
Meu
Bloco
de
Notas
©2009 Francisco Luís Reis Marques Candeias
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Despertar para a essência da vida
Fique atento a qualquer reacção emocional e a qualquer sensação vinda do fundo de si
mesmo e permita esse momento – ACEITE.
Permite que este momento (AGORA) seja o que ele é, tenha a forma que tiver. Não resista
a nada.
Permita que este momento seja.
A nossa identificação com a mente cria um filtro opaco de conceitos, rótulos, imagens,
palavras, críticas e definições que bloqueiam qualquer relacionamento verdadeiro. Coloca-se
entre si e o seu EU, entre si e o seu semelhante, entre si e a natureza, entre si e Deus. É estefiltro de pensamento que cria a ilusão da separação, a ilusão de que existe você e um “outro”
totalmente separado.
Não se trata tanto de você usar a mente erradamente (geralmente não usa de maneira
nenhuma). É ela que o usa a si. É a doença. Você acredita que é a sua mente. É a ilusão. O
instrumento tomou conta de si.
Se não consegue deixar de pensar sempre que o queira a mente está a usá-lo a si.
Inconscientemente identificado com ela, você nem sequer sabe que é escravo dela.
Você vê e julga o presente através dos olhos do passado e obtém dele uma visão totalmente
distorcida.
Comece por ouvir a voz dentro da sua cabeça o maior número de vezes que puder. Preste
particular atenção a quaisquer padrões de pensamentos repetitivos. A isto se chama “observar o
pensador”. Escute a voz dentro da sua cabeça, esteja lá como testemunha presencial.
Ao escutar essa voz, escute-a com imparcialidade. Sem julgar. Sem atribuir rótulos. Não
critique nem condene o que ouve, porque ao fazê-lo significaria deixar a mesma voz entrar
novamente pela porta de trás.
Depressa compreenderá: “Lá está a voz, e aqui estou eu a ouvi -la, a observá-la”. Esta
consciência de que “eu estou”, esta sensação da sua própria presença, não é um pensamento. Tem
origem para além da mente.
Quando escutar um pensamento, esteja ciente não só do pensamento, mas também de sipróprio como testemunha do pensamento. Surge então uma nova dimensão de consciência.
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Esse estado eleva igualmente a frequência vibratória do campo de energia que dá vida ao
corpo físico.
À medida que entra mais profundamente nesse estado de ausência da mente, atingirá o
estado da pura consciência.
Estar intensamente consciente do momento presente é a essência da meditação.
Na sua vida diária, poderá praticar isto tomando uma qualquer actividade de rotina e
dando-lhe toda a sua atenção. Por ex. ao lavar as mãos, preste atenção a todas as percepções
sensoriais associadas a essa actividade: o ruído e a sensação da água, o movimento das mãos, o
aroma do sabonete, etc. Ou faça uma pausa de alguns segundos e observe o fluir da sua
respiração. Tome consciência da sensação de presença silenciosa, mas poderosa, que daí resulta.
O passo mais vital na sua jornada rumo à iluminação é aprender a deixar de se identificar
com a mente. Eleve-se acima do Pensamento.
A sua mente é um instrumento, uma ferramenta. Existe para ser usada numa tarefa
específica e, quando essa tarefa termina, põe-se de parte. A mente distorce completamente o
presente porque o vê através dos olhos do passado. Ou então reduz o presente a um meio para
alcançar um fim, fim esse que fica sempre no futuro que a mente projecta. Observe a sua mente e
verá que isto é verdade. Isto provoca uma perda considerável de energia vital.
Emoção é a reacção do corpo à mente – ou poderia dizer-se, um reflexo da mente no corpo.
Quanto mais você se identificar com o seu pensamento, com os seus gostos e aversões,
críticas e interpretações, ou seja, quanto menos presente estiver como consciência observadora,
mais forte será a carga da energia emocional, quer tenha consciência dela ou não.
Um padrão emocional inconsciente forte pode mesmo manifestar-se como um
acontecimento externo que parece só lhe acontecer a si. Por ex., as pessoas com muita raiva
dentro de si, sem dela terem consciência e sem a manifestarem, são mais atreitas a serem atacadas
verbal e até mesmo fisicamente, e muitas vezes sem razão aparente, por outras pessoas iradas. As
primeiras emitem uma forte emanação de ira que determinadas pessoas captam subliminarmente
e que provoca nestas últimas a explosão da sua própria ira atente.
Sinta o seu corpo a partir do interior.
Se quiser conhecer a sua mente, o corpo dar-lhe-á sempre um reflexo fiel dela. Observeatentamente a emoção, ou antes, sinta-a no seu corpo.
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Talvez não consiga ainda reconhecer a actividade da sua mente como pensamentos, mas ela
reflectir-se-á sempre no seu corpo como uma emoção, e esta última você poderá reconhecer.
Observar atentamente uma emoção desta maneira é basicamente o mesmo que ouvir ou observar
um pensamento. Poderá então permitir que a emoção se manifeste sem se deixar controlar por
ela. Você deixará de ser a emoção: passará a ser o observador, a presença observadora. Toda a
inconsciência que houver em si será trazida para a luz da consciência.
Habitue-se a perguntar a si próprio: que estará a acontecer dentro de mim neste momento? Esta
pergunta indica-lhe qual o caminho a seguir. Mas não analise, limite-se a observar atentamente.
Concentre a sua atenção no seu íntimo. Sinta a energia da emoção. Se não houver emoção
presente, leve a sua atenção ainda mais fundo para o campo de energia interior do seu corpo. É a
entrada para o Ser.
Uma emoção representa um padrão de pensamento amplificado ao qual foi incutida energia.
Por causa da sua carga energética, ao princípio não será fácil estar-se suficientemente presente
para poder observá-la com atenção. Ela quer dominá-lo e geralmente consegue-o – a menos que
você esteja verdadeiramente presente.
Se for forçado a identificar-se inconscientemente com a emoção, a emoção torna-se
temporariamente o seu eu, estabelecendo um círculo vicioso entre o pensamento e a emoção:
alimentam-se mútuamente.
Quando você se fixa mentalmente numa situação, num acontecimento ou numa pessoa que
é a causa perceptível da emoção, o pensamento incute energia à emoção, que por sua vez incute
energia ao padrão de pensamento, e assim por diante.
Quanto mais a mente luta para se ver livre da dor, maior é a dor.
Amor, alegria e paz não podem desenvolverem-se a não ser que você se liberte do domínio
da mente.
Quando ainda nos identificamos com a mente, aquilo a que muitas vezes e erradamente se
dá o nome de alegria é o lado do prazer, geralmente de curta duração. O prazer tem sempre
origem em algo exterior a si, enquanto que a alegria nasce dentro de si.
O amor verdadeiro não faz sofrer, assim como a alegria verdadeira não se transforma em
dor.
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Mesmo antes de se ter libertado da sua mente, poderá ter vislumbres da alegria verdadeira,
do amor verdadeiro e de uma paz interior profunda, calma, mas vibrante e viva. Estes pela
mentesão aspectos da sua verdadeira natureza, a qual é geralmente encoberta pela mente. Mesmo
num relacionamento dependente “normal”, poderá haver momentos em que sentirá a presença de
alguma coisa mais genuína e mais incorruptível. Mas serão unicamente vislumbres , rapidamente
encobertos de novo pela interferência da mente. Poder-lhe-á então parecer que você teve algo de
muito valioso e o perdeu, ou então a sua mente poderá convencê-lo de que, de qualquer modo,
tudo isso não passou de uma ilusão. A verdade é que não foi nenhuma ilusão, e você não o pode
perder. Faz parte do seu estado natural, que poderá estar encoberto, mas nunca destruído pela
mente. Tal como um céu carregado de nuvens, o Sol não desaparece. Continua lá, por trás das
nuvens.