O Filho sempre associado com a Mãe E como poderia ser de outra forma? Não nos poderia ter Deus...
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O Filho sempre associado com a Mãe
E como poderia ser de outra forma? Não nos poderia ter Deus concedido outro meio, que não Maria, o reparador da humanidade e o fundador da fé? Mas como aprouve à eterna Providência que o Homem-Deus nos fosse dado pela Virgem e visto que esta, tendo-o
concebido por virtude do divino Espírito, na realidade o carregou em seu seio, que nos resta ainda, senão receber Jesus das mãos de Maria?
Por isso, sempre que nas Sagradas Escrituras se "fala da graça que nos aguarda", sempre também, ou as mais das vezes, o Salvador dos homens aparece acompanhado da sua santa Mãe. O Cordeiro dominador da terra há de vir, mas da pedra do deserto; a flor brotará, mas da raiz de Jessé. Em vendo, no futuro, Maria esmagar a cabeça da serpente, Adão estancou
as lágrimas que a maldição arrancava de seu coração.
Maria ocupa a mente de Noé na arca libertadora; de Abraão, impedido de imolar seu filho; de Jacó, contemplando a escada por onde subiam e desciam os anjos; de Moisés, admirando a
sarça que ardia sem se consumir; de David, cantando e dançando, ao conduzir a arca de Deus; de Elias, enxergando a nuvenzinha erguer-se do mar. E, sem Nos alongarmos demais,
em Maria temos, depois de Cristo, o fim da lei, a verdade das imagens e dos oráculos.
Para concretizar o seu lema pontifício Instaurare omnia in Christo, empenhou-se em grande medida na iniciação catequética do povo cristão; enfrentou com vigor o fenômeno da
modernidade; incentivou o zelo missionário. Lançou, embora inutilmente, a 2 de Agosto de 1914, um premente apelo pela paz e manifestou a sua dor e horror face ao perigo da guerra
mundial iminente.
Do ponto de vista mariano o seu magistério foi escasso mas, ao menos para o tempo, significativo, basta pensar na encíclica Ad diem illum, de 2 de Fevereiro de 1904, para o cinqüentenário da Imaculada, na qual aprofunda o dogma e a doutrina da meditação.
Visto que o Filho de Deus é o autor e consumador de nossa fé, é de estrita necessidade que Maria seja participante dos divinos mistérios e de algum modo sua guardiã e que também
sobre ela, como o mais nobre alicerce, após Jesus Cristo, repouse a fé de todos os séculos.
Sobre o Rosário, segundo o que consta, tendo talvez presente o conspícuo magistério do seu Predecessor, ele deteve-se em documentos menores, como a carta apostólica Summa Deus, de 27 de Novembro de 1907, escrita por ocasião do qüinquagésimo aniversário das
aparições de Lourdes, realçando como este fato maravilhoso aumentou o culto à Imaculada e ao seu santíssimo Rosário. Ele aconselhava: "O Rosário é a mais bela e a mais preciosa
de todas as orações à Medianeira de todas as graças: é a prece que mais toca o coração da Mãe de Deus. Rezai-o todos os dias".
Bento XV (1914-1922), é recordado como o Papa da paz devido aos seus esforços e aos seus apelos contra o massacre inútil, que infelizmente não foram ouvidos. Promulgou o código de Direito Canônico; agiu em favor da resolução da questão romana; empenhou-se para
fazer cessar um clima de suspeita e de intimidações devido à crise modernista;
Demonstrou interesse a respeito da exegese bíblica, procurando ao mesmo tempo o aperfeiçoamento dos estudos nos seminários; prestou grande atenção à causa ecumênica,
sobretudo com o Oriente cristão; promoveu a obra missionária; escreveu prementes orações para implorar de Deus a paz, a prosperidade, a unidade entre os povos. Para esta
finalidade ordenou a inserção nas ladainhas lauretanas da invocação Regina pacis, ora pro nobis.
O Rosário, no documento dedicado ao VII centenário da morte de São Domingos, é apresentado como remédio e conforto nos momentos difíceis da provação, sendo uma prece maravilhosamente adequada para alimentar e fazer surgir em todas as almas a
caridade e as virtudes. A Virgem, que tem um poder tão grande junto do seu Filho divino, que, de todas as graças concedidas aos homens... é sempre a medianeira e o árbitro...
E sempre se revelou como tal, sobretudo quando se recorreu ao santo Rosário e por isso os Papas não perderam ocasião alguma para exaltar com grandíssimos elogios o
Rosário... e enriquecê-lo com os tesouros da indulgência apostólica. Portanto ele é uma prática piedosa que deve ser habitual em toda a parte e que é recomendada calorosamente
por Bento XV, sobretudo nesta época tão perturbada.
Bento XV: "A Igreja, sobretudo por meio do Rosário, sempre encontrou [em Maria], a Mãe da graça e a Mãe da misericórdia, precisamente conforme tem o hábito de A saudar. Por isso, os Romanos Pontífices jamais deixaram passar ocasião alguma, até ao presente, de exaltar
com os maiores louvores o Rosário mariano, e de o enriquecer com indulgências apostólicas" (Encíclica Fausto Appetente de 29/6/1921).
“Quanto agradável tenha sido à Rainha do céu a conduta do seu zeloso servo, pode-se facilmente deduzir do fato que ela quis se servir da obra de São Domingos para ensinar à Igreja, mística esposa de seu Filho, o Santíssimo Rosário. Afinal esta oração oral e, ao
mesmo tempo mental, medita nos principais mistérios de Cristo. É maravilhosamente idônea para nutrir e fazer surgir em todas as almas a caridade e as virtudes”.
09/10/2010