O Emigrante Português em Três Romances de Aluísio Azevedo O cortiço.
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Literatura Brasileira III
Alunos:Iara GarciaFrancyellen Karine da Costa Ferreira Marcelo A. TeodoroMárcia Rodrigues C. Valeriano
Professor Bruno Curcino
O Naturalismo e o Naturalismo Brasileiro. “O Cortiço”
• O Realismo e o Naturalismo,estilos literários predominantes na segunda metade do Século XIX.
• O darwinismo, o evolucionismo, o positivismo e o socialismo vão estruturar o pensamento contemporâneo e contribuir para a alteração de conceitos filosóficos, literários e sociais.
• O artista não emite julgamentos a respeito dos fatos e das personagens. A pretensa neutralidade não chega, porém, ao ponto de ocultar o fato do autor carregar sempre de tons sombrios o destino das criaturas.
• O romance será instrumento de denúncia e combate (focaliza desequilíbrios sociais), enquadrando-se no que se costuma chamar de arte engajada. Contrário à visão romântica.
• O romance naturalista desenvolve-se no “princípio determinista” e apresenta-nos “o espaço como um elemento fundamental” e condicionante da vida do homem.
• A obra que dá início ao movimento é o romance de Gustave Flaubert “Madame Bovary”, que faz análises impiedosas da hipocrisia romântica.
• Dez anos depois Émile Zola Publica Thérese Raquin, na tentativa de representar paixão e assassínio, em termos neurológicos e temperamentais. “Gênese da nova corrente”.
• Zola era convencido de que o romance contemporâneo tinha por missão dar respostas aqueles que, na nova sociedade se interrogavam.
• Naturalismo é a extensão do realismo, ambos fiéis aos detalhes da vida contemporânea, porém diferentes nas orientações filosóficas.
• O Naturalismo acentua as qualidades do Realismo. “O homem é um animal indefeso, subjugado por forças internas ou externas que não consegue controlar e que ameaçam destruí-lo”. (p.57)
• O autor naturalista, com a sua preocupação científica publicou em 1865, o livro Introdução da Medicina Experimental.
• Enquanto o drama das personagens realistas tem origem moral ou decorre de algum desequilíbrio social, o das personagens naturalistas tem origem em heranças de ordem biológica ou psicológica.
• Realismo e Naturalismo surgiram bem próximos no Brasil. O primeiro tem como marco a publicação, em 1880, de “Memórias Póstumas de Brás Cuba” de Machado de Assis; no ano seguinte, Aluísio Azevedo daria estampa o romance “O Mulato”.
• O romance “A Carne” (1888) escandalizou o Brasil pelo elevado erotismo.
• “O Mulato” apresentado como obra emblemática do início do movimento naturalista no país.
• A renovação chegou lógica e paulatinamente da França e também através de Eça de Queiroz, que se inspirava nos romancistas franceses.
• Teoria de Eça de Queiroz acerca do realismo: “”não é simplesmente um processo formal; é uma base filosófica para todas as concepções do espírito, uma lei, uma carta, um roteiro de pensamento humano, na eterna região artística do belo, do bom e do justo”.
• Naturalismo no Brasil: Os escritores naturalistas da última metade do século XIX.
• Nos romances naturalistas, surge certa tensão entre a matéria de estudo de romance e o conceito do homem.
• No Brasil, o naturalismo procura fixar problemas urbanos, quer das grandes cidades, quer das cidades provinciais, problemas das classes humildes e marginais, bem como do sertão e das secas. Não se encontram em Zola, ideias reformadoras ou socialistas.
O cortiçoA importância da série de romances híbridos;
Um projeto ambicioso;
Os cincos primeiros romances sociais:“O cortiço”, “A família Brasileira”, “O
felizardo”, “A Loreira” e o ultimo “A Bola Preta”.
“O Brasil se vai transformando até chegar ao que o próprio autos chama de desmoronamento político e social”. (p.98);
O Cortiço foi publicado em 1890;
Retrata a realidade do Rio de Janeiro;
Contraste entre os dois espaços Cortiço x Sobrado;
Privilégios dos portugueses; “ Portuguesa era uma parte significante da
elite comercial e financeira, portugueses eram em 1895 os proprietários de 56% dos cortiços no centro da cidade, portuguesas eram as principais fábricas da industria têxtil, e portuguesa era boa parte da mão de obra não qualificada que viera substituir o trabalho escravo na economia da cidade” (Lobo, 1994 p.15)
Na obra, são colocados em confronto dois conjuntos antagônicos: a família burguesa e o “proletariado”;
0 romance denuncia a exploração e as péssimas condições de vida dos moradores dos cortiços;
Descrição do cortiço na obra;
“o cortiço é descrito, na obra, como uma[...]” comunidade larvar, um ((formigueiro)), uma ((serpente de pedra e cal)), coleando nem chão genésico, carnal, de que se desprendem odores fortes, crus e animalescos.” (Benedito nunes, 1975 p. 100)
O crescimento do proletariado urbano;
Expansão da cidade;
A criação do cortiço;
Surto de febre amarela;
“Cabeça de porco” ficou conhecido em todo pais por causa da sua demolição;
Assim surge as primeiras favelas;
“o sossego é tão profundo nestas habitações como a imundície”.
Formação da narrativa Com muitos personagens e suas
particularidades;
Num grande corpo social;
Se corrói e constrói;
Protagonista do romance, herói coletivo, é o próprio cortiço:
A colmeia
Grandes operarias
Abelha rainha
Ao reduzir os seres humanos ao nível animal o autor despersonaliza as suas personagens;
Códigos anti-românticos;
As personagensSua criação e impregnada de expressividade
não só nos nomes é também em seus movimentos corporais;
Todas estão reunidas sob as asas de João Romão,
A obraA obra tem valor documental;
Visão sociológica;
Primeiro romance de massa da Literatura Brasileira;
O cortiço que é descrito na obra foi destruído;
Ambiente carioca, Ascensão social dos malandros;
Vários autores viram a obra como um romance de combate;
“Quando não deu o seu romance o nome de um dos personagens, Aluisio Azevedo quis indicar que se tratava de uma obra onde uma coletividade seria descrita”. (Mérian p. 555).
“A força do meio é considerada tão decisiva que se pode dizer que o cortiço é a personagem principal da obra” (p.104)
João Romão
Português;Pobre;Sobreposto;Empregado/dono; Taberneiro, envolvido com pessoal da
estalagem, amigado com uma negra;
“João Romão foi, dos trezes aos vinte e cinco anos empregado de um vendeiro que enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro de Botafogo; e tanto economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamentos de ordenados vencidos, nem só a venda como o que estava dentro, como ainda um conto e quinhentos em dinheiro” AZEVEDO. p.15.
“ (...) deixando de pagar todas as vezes que podia e nunca deixando de receber, enganando os fregueses, roubando nos pesos e nas medidas, comparando por dez reis de mel coado o que os escravos furtavam da casa de seus senhores” AZEVEDO.p.19
João Romão x Bertoleza
• Encarnação daquela coletividade;
• Valor simbólico – pessoa sugada até a ultima gota para ser desprezada;
• Escrava que não deixa de ser escrava;
• Preconceituosa;
João Romão x Miranda• Rico atacadista de tecidos;
• Seu objetivo era conseguir o titulo de barão;
• Relação conjugal;
João Romão x Cortiço • Tentativa incêndio;
• Distanciamento entre “Galegos” e “Cabras”;
• Se identifica com o cortiço somente quando vivia com a Bertoleza;
João Romão x Jerónimo • A história se desenvolve em direções
opostas;• Trabalha na pedreira,• Autentico e fiel aos costumes;• Lusitano formação educacional;• Isola dentro do Cortiço;• Caminha para identificação com o meio;• Fez –preguiçoso, amigo das extravagâncias e
dos abusos e ciumento (Cortiço p.216)
“A proporção que se entrega ao amor de Rita, vai sendo absorvido pela terra, de etapa em etapa até a completa mudança de personalidade” Mourão.p.8
Piedade + Jerônimo= Rita Baiana
• Despeito de um homem;
• Se diferenciam pela cor, pelo cheiro, pela alimentação, nos hábitos de vida, pela linguagem.