O Centro - n.º 6

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DIRECTOR JORGE CASTILHO ANO I N.º 5 (II série) De 21 de Junho a 4 de Julho de 2006 1 euro (iva incluído) DESPORTO Basquetebol Futebol Futsal Ginástica Karate PÁG. 12 a 19 VIAGENS Florença: monumental cidade dos artistas PÁG. 11 EMPREENDEDORISMO Presidente da República esteve ontem na Região Centro PÁG. 2 ASSINE O «CENTRO» E GANHE OBRA DE ARTE PÁG. 3 | Taxa Paga | Devesas – 4400 V. N. Gaia | Autorizado a circular em invólucro de plástico fechado Carlos Carranca João Caetano J.A. Alves Ambrósio José d’Encarnação Renato Ávila PÁGINAS 8 e 10 OPINIÃO POR INCAPACIDADE DE ESCLARECER POPULAÇÃO Observatório da Saúde critica Governo Pedro Ferreira, responsável pelo Observatório dos Sistemas de Saúde CANTANHEDE Museu da Pedra é referência a nível nacional PÁG. 7 PÁG. 4 e 5 Oito horas de música oferecida a Coimbra É HOJE A FESTA PROMOVIDA PELA ALLIANCE FRANÇAISE PÁG. 22

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Versão integral da edição n.º 6 do quinzenário “O Centro”, que se publica em Coimbra. 26.06.2006. Visite outros sítios de Dinis Manuel Alves em www.mediatico.com.pt , www.youtube.com/mediapolisxxi, www.youtube.com/fotographarte, www.youtube.com/tiremmedestefilme, www.youtube.com/discover747 , http://www.youtube.com/camarafixa, , http://videos.sapo.pt/lapisazul/playview/2 e em www.mogulus.com/otalcanal Ainda: http://www.mediatico.com.pt/diasdecoimbra/ , http://www.mediatico.com.pt/redor/ , http://www.mediatico.com.pt/fe/ , http://www.mediatico.com.pt/fitas/ , http://www.mediatico.com.pt/redor2/, http://www.mediatico.com.pt/foto/yr2.htm , http://www.mediatico.com.pt/manchete/index.htm , http://www.mediatico.com.pt/foto/index.htm , http://www.mediatico.com.pt/luanda/ , http://www.biblioteca2.fcpages.com/nimas/intro.html

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DIRECTOR JJOORRGGEE CCAASSTTIILLHHOO

ANO I N.º 5 (II série) De 21 de Junho a 4 de Julho de 2006 €€ 1 euro (iva incluído)

DESPORTO

nn Basquetebolnn Futebolnn Futsalnn Ginásticann Karate

PÁG. 12 a 19

VIAGENS

Florença:monumentalcidadedosartistas

PÁG. 11

EMPREENDEDORISMO

Presidenteda Repúblicaesteve ontemna RegiãoCentro

PÁG. 2

ASSINE O «CENTRO»E GANHE OBRA DE ARTE

PÁG. 3

| Taxa Paga | Devesas – 4400 V. N. Gaia |Autorizado a circularem invólucro de plástico fechado

nn CCaarrllooss CCaarrrraannccaann JJooããoo CCaaeettaannoonn JJ..AA.. AAllvveess AAmmbbrróóssiioonn JJoosséé dd’’EEnnccaarrnnaaççããoonn RReennaattoo ÁÁvviillaa

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OOPPIINNIIÃÃOO

POR INCAPACIDADE DE ESCLARECER POPULAÇÃO

Observatórioda Saúdecritica Governo PPeeddrroo FFeerrrreeiirraa,, rreessppoonnssáávveell ppeelloo

OObbsseerrvvaattóórriioo ddooss SSiisstteemmaass ddee SSaaúúddee

CANTANHEDE

Museu da Pedraé referênciaa nível nacional

PÁG. 7

PÁG. 4 e 5

Oito horas de músicaoferecida a Coimbra

É HOJE A FESTA PROMOVIDA PELA ALLIANCE FRANÇAISE

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O “Centro” está a preparar a sua edi-ção on line, que dentro em breve serádisponibilizada ao público.

Trata-se de um passo coerente com a im-portância que temos vindo a dedicar àInternet, nomeadamente através da secção“Ideias Digitais”, que tantos elogios tem sus-citado, já que nela Inês Amaral nos indica al-guns dos sítios mais originais e com maiorinteresse, em áreas muito variadas deste fas-cinante mundo virtual que é a Internet.

Mas enquanto o nosso “site” não estádisponível, queremos desde já estreitaros laços com os nossos leitores, atravésde outro meio de comunicação virtualque está a crescer e a vulgarizar-se deforma espantosa: os blogues.

Assim, acabámos de criar um blogue,cujo endereço é

http://jornalcentro.blogspot.com

que está já disponível para os leitoresnos remeterem as suas críticas, mas tam-bém as suas sugestões.

OS LEITORESA PARTICIPAREM

E, indo ainda mais longe, gostaríamosque os leitores tivessem uma efectivaparticipação nos conteúdos de cada edi-ção do “Centro”, enviando-nos textos eimagens que entendam terem interessepara publicação (e que editaremos se,efectivamente, preencherem os indis-pensáveis requisitos para esse efeito).

Os textos deverão ser curtos e focarquestões de interesse geral, ou entãocasos insólitos ou relevantes. Quantoàs imagens, podem ser mesmo as cap-tadas por telemóvel (embora, natural-mente, seja preferível obtê-las com má-quinas digitais, para melhorar a qualida-de da reprodução), e deverão identifi-car o respectivo autor, a data e o localonde foram recolhidas e o que docu-mentam.

O desafio aqui fica, esperando que ra-pidamente comece a merecer respostade muitos leitores.

José Saramago declarou há dias, deforma peremptória: “Não ficou nada, rigo-rosamente nada, do 25 de Abril!”.

Apesar de todo o respeito e grande ad-miração que tenho pelo ilustre escritor (eantigo jornalista), discordo da radical afir-mação.

Aliás, uma afirmação que se contradiz asi mesma, pois se nada tivesse ficado do 25de Abril, esta frase saramaguiana não teriavindo a público, pelo menos em Portugal,antes se quedaria pelo seu círculo de ami-gos e, quando muito, seria divulgada nou-tras paragens.

Quero dizer com isto que do 25 de Abrilde 1974 ficou – para além de muitas outras

coisas que justo mas exaustivo seria aqui re-lacionar… – esta faculdade sem preço, in-tangível mas desde então praticável portodos (até pelos que a combatem!), que sechama Liberdade. De forma menos lata, aque para aqui convoco é a que sustenta aspalavras que assim podem fluir, sem peiasnem receios: a liberdade de expressão.

Mesmo um laureado com o mais presti-giado dos prémios literários pode exagerarno que diz e no que escreve. Do mesmomodo que pode dizer e escrever coisas di-versas das que pensa…

Por outras palavras (sempre livres!), oNobel Saramago certamente que exagerou,quiçá deliberadamente, ao proferir tão in-justa sentença. Rigorosamente…

Mas este pecadilho do exagero está a ba-nalizar-se. De forma exagerada…

A socióloga Maria Filomena Mónica,

por exemplo, sustenta que “os deputadossão preguiçosos, incultos e eleitos de formaerrada”.

Se com ela comungo quanto ao métodoeleitoral, já na preguiça e falta de culturaconsidero abusiva a generalização, pois éuniforme tacanho para muitos parlamenta-res que no hemiciclo se vão assentando (e,por vezes, ausentando...). Haverá, certa-mente, alguns preguiçosos – e esses, prova-velmente, serão incultos. Mas garantida-mente que lá está apreciável quantidade demulheres e homens cultos – e esses só pa-radoxalmente seriam preguiçosos.

Afinal, todos exageramos, aqui e ali.Então neste momento é um desvario!Refiro-me, obviamente, ao futebol…Ali, nas televisões – como bem comenta

Francisco Amaral, na saborosa “PúblicaFracção” da última página.

Aqui, nesta edição do “Centro”, onde abola e o jogo que protagoniza (embora sóse fale nos que lhe dão pontapés…) ocu-pam um record(e) de páginas – desde oMundial (com destaque para as belas ima-gens das páginas centrais recolhidas naAlemanha por Mário Martins) até ao local(onde o quase desconhecido Sampaensemereceu oportuno trabalho de AntónioJosé Ferreira).

E se é quase certo que muitos leitoresdeste jornal acharão que a dose é excessiva,não menos provável é que os amantes do fu-tebol (e são um incontável ror deles e delas!)considerem esta minha afirmação exageradae achem que o jornal deveria conceder aindamais espaço ao seu “desporto” preferido. Euprefiro dizer espectáculo (ou mais adequadoseria negócio?) – e por isso pus as aspas.

Exageros...

22 DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

Director: Jorge Castilho(Carteira Profissional n.º 99)

Propriedade: AudimprensaNif: 501 863 109

Sócios: Jorge Castilho e Irene Castilho

Inscrito na DGCS sob o n.º 120 930

Composição e montagem: Audimprensa -Rua da Sofia, 95, 3.º3000-390 Coimbra - Telefone: 239 854 150Fax: 239 854 154e-mail: [email protected]

Impressão: CIC - CORAZEOliveira de Azeméis

Tiragem: 10.000 exemplares

ExagerosJorge [email protected]

EEDDIITTOORRIIAALL

Blogue ao CentroMEDALHA DA CIDADE PARA O CIRURGIÃO MANUEL ANTUNES

«Coimbra - Cidade da Saúdeconstrói-se com homens destes»

– sublinhou o Presidente da Câmara Municipal

O cirurgião Manuel Antunes, Professorda Faculdade de Medicina de Coimbra, vaireceber a Medalha da Cidade de Coimbra,por decisão da Câmara Municipal, que deli-berou também distinguir algumas outrasentidades com a Medalha de Mérito e daSolidariedade Social.

A proposta aprovada pelo executivo mu-nicipal foi apresentada pelo respectivoPresidente, que nela sublinha o “notabilíssi-mo currículo e intensíssima actividade pro-fissional” de Manuel Antunes, Director doCentro de Cirurgia Cardiotorácica dosHospitais da Universidade de Coimbra(HUC) e um dos mais reputados especialis-tas na sua área, mesmo a nível mundial.

Carlos Encarnação sublinhou “o incon-tornável número de intervenções cirúrgi-cas, a constância e a certeza com que sãorealizadas e a sua invejável taxa de mortali-dade (0,7% no último ano) constituem re-ferências de significado internacional”,acrescentando que “o próprio edifício doCentro de Cirurgia Cardiotorácica deveu-seà insistência e capacidade do Prof. ManuelAntunes, que conseguiu, também, com asua dedicação e empenho, edificar umaobra no prazo certo e com redução de cus-tos em relação ao orçamentado”.

Carlos Encarnação realçou também oprograma de transplantes de coração, lan-çado em 2003, que levou a equipa de Ma-nuel Antunes a efectuar até ao momento 70transplantes, que tornam a cidade “como omais produtivo centro de transplantes dopaís”.

E o Presidente da Câmara Municipal deCoimbra concluiu a proposta nos seguintestermos:

“Coimbra-Cidade da Saúde constrói-secom exemplos, com homens destes queconseguem mobilizar pessoas e recursos ecolocá-los ao serviço do país”.

A Câmara Municipal aprovou também aatribuição da Medalha de Mérito e da Soli-dariedade Social à Associação das CozinhasEconómicas Rainha Santa Isabel (uma obraque há décadas exerce um notável e discre-to trabalho de apoio aos desfavorecidos); aJosé Mendes Barros, Director do Centro deReabilitação de Paralisia Cerebral deCoimbra; a Nuno Viegas do Nascimento,Presidente da Fundação Bissaya Barreto; aopadre António Sousa, Presidente da CáritasDiocesana de Coimbra; e ao padre Fran-cisco Proença Serra, Presidente do Lar SãoMartinho.

MMaannuueell AAnnttuunneess

Violênciadomésticaem conferência

“Violência doméstica na sociedadeportuguesa” é o título da conferência quevai ser proferida amanhã (quinta-feira),pelas 17,30 horas, na Delegação deCoimbra da Universidade Aberta.

Será conferencista Luísa Ferreira daSilva, docente da referida Universidade,sendo a entrada livre.

Esta iniciativa insere-se no ciclo de-nominado “Conferências Abertas” quea citada Delegação vai continuar a pro-mover nas respectivas instalações (RuaAlexandre Herculano, 52 – junto aosArcos do Jardim).

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CCOOIIMMBBRRAA 33DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

Nesta campanha de lançamento do jor-nal “Centro” temos uma aliciante propos-ta para os nossos leitores.

De facto, basta subscreverem uma assi-natura anual, por apenas 20 euros, para au-tomaticamente ganharem uma valiosa obrade arte.

Trata-se de um belíssimo trabalho daautoria de Zé Penicheiro, expressamenteconcebido para o jornal “Centro”, com ocunho bem característico deste artista plás-tico – um dos mais prestigiados pintoresportugueses, com reconhecimento mesmoa nível internacional, estando representadoem colecções espalhadas por vários pontosdo Mundo.

Neste trabalho, Zé Penicheiro, com oseu traço peculiar e a inconfundível utiliza-ção de uma invulgar paleta de cores, criouuma obra que alia grande qualidade artísti-ca a um profundo simbolismo.

De facto, o artista, para representar aRegião Centro, concebeu uma flor, com-posta pelos seis distritos que integram estazona do País: Aveiro, Castelo Branco,Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu.

Cada um destes distritos é representadopor um elemento (remetendo para respec-tivo património histórico, arquitectónicoou natural).

A flor, assim composta desta forma tãooriginal, está a desabrochar, simbolizandoo crescente desenvolvimento desta RegiãoCentro de Portugal, tão rica de potenciali-dades, de História, de Cultura, de patrimó-

nio arquitectónico, de deslumbrantes pai-sagens (desde as praias magníficas até àsserras verdejantes) e, ainda, de gente hos-pitaleira e trabalhadora.

Não perca, pois, a oportunidade de rece-ber já, GRATUITAMENTE, esta magní-fica obra de arte, que está reproduzida naprimeira página, mas que tem dimensõesbem maiores do que aquelas que ali apre-senta (mais exactamente 50 cm x 34 cm).

Para além desta oferta, passará a receberdirectamente em sua casa (ou no local quenos indicar), o jornal “Centro”, que o man-

terá sempre bem informado sobre o quede mais importante vai acontecendo nestaRegião, no País e no Mundo.

Tudo isto, voltamos a sublinhá-lo, porAPENAS 20 EUROS!

Não perca esta campanha promocional,e ASSINE JÁ o “Centro”.

Para tanto, basta cortar e preencher ocupão que abaixo publicamos, e enviá-lo,acompanhado do valor de 20 euros (depreferência em cheque passado em nomede AUDIMPRENSA), para a seguintemorada:

Jornal “CENTRO”Rua da Sofia. 95 - 3.º3000–390 COIMBRA

Poderá também dirigir-nos o seu pedi-do de assinatura através de:

n telefone 239 854 156n fax 239 854 154n ou para o seguinte endereçode e-mail:[email protected]

Para além da obra de arte que desde já lheoferecemos, estamos a preparar muitas ou-tras regalias para os nossos assinantes, peloque os 20 euros da assinatura serão um ex-celente investimento.

O seu apoio é imprescindível para que o“Centro” cresça e se desenvolva, dandovoz a esta Região.

CONTAMOS CONSIGO!

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PARQUE TECNOLÓGICO DE COIMBRA

Empreendimento quer criar5 mil postos de trabalho

A Câmara Municipal de Coimbra apro-vou anteontem (segunda-feira), por unani-midade, o projecto do Plano de Pormenorpara o Parque Tecnológico que prevê a cri-ação a de 5 mil postos de trabalho.

Abrangendo uma área de cerca de 150hectares, entre as freguesias de Antanhol eS. Martinho do Bispo, na margem esquerdado rio Mondego, o parque foi concebidopara receber unidades industriais de inova-ção e tecnologia, equipamentos e habitação,representando um investimento final esti-mado em 175 milhões de euros.

A Câmara de Coimbra pretende criar"uma cidade tecnológica dentro da cidade",que potencie a criação de emprego e rique-za, apostando numa zona que é servidapelo IC2 e IP3, próxima do aeródromo deCernache e da auto-estrada do Norte emTaveiro, onde se prevê uma paragem docomboio de alta velocidade.

O Parque Tecnológico terá uma área de316.235.9 metros quadrados de construçãobruta, dos quais mais de dois terços sãopara indústria, 10 por cento para equipa-mentos e cerca de 23 por cento para habi-tação a preços controlados.

Segundo o Vice-Presidente da autarquia,Horácio Pina Prata, a primeira fase das

obras consiste na construção de um edifí-cio central, um conjunto de lotes e execu-ção de infra-estruturas em 29,8 hectares doterreno.

De acordo com o autarca, as obras daprimeira fase estão aprovadas pelo Pro-grama Operacional Centro do Ministérioda Economia, devendo estar concluídas em30 de Junho de 2008.

Para a segunda fase, que será tambémcandidatada a fundos europeus, está pro-gramada a restante zona industrial e os con-juntos residenciais previstos, com os res-pectivos equipamentos complementares ede apoio.

Na reunião camarária, Pina Prata afir-mou que já existem empresas interessa-das em instalar-se no Parque Tecnológicode Coimbra, que será gerido pela socieda-de Coimbra Inovação Parque, na qual aautarquia detém 51 por cento do capitalsocial.

Entre as que já manifestaram desejo dese instalarem, o autarca destacou o Centrode Excelência para a Floresta, a criar noâmbito de um protocolo com a Associaçãode Produtores Florestais e a FundaçãoLuso-Americana, e o Centro Tecnológicoda Cerâmica e do Vidro.

NA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

Cavaco Silva presidiu a fimde curso de empreendedorismo

Cavaco Silva presidiu ontem (terça--feira), no Auditório do Edifício Central daFCTUC (no Pólo II) à sessão de encerra-mento do Curso de Empreendedorismo deBase Tecnológica, um projecto promovidopelas Universidades de Coimbra, Aveiro e

Beira Interior e pelo CEC (Conselho Em-presarial do Centro).

O curso pretendeu contribuir para a cri-ação de novas empresas de base tecnológi-ca, estimulando a inovação com base emtecnologias desenvolvidas nas unidades deI&D das três Universidades da RegiãoCentro, culminar agora, depois de um anode trabalho, com a apresentação dos resu-mos dos planos de negócio das 15 equipasenvolvidas.

Para além de Cavaco Silva (que anda afazer um périplo por centros de investi-gação do País), a sessão contou com a pre-sença de várias outras entidades.

Antes do encerramento formal, foi feitaa apresentação dos 15 planos que represen-tam outras tantas oportunidades de negóciopromissores, com as várias equipas partici-pantes no curso a aprofundar alguns aspec-tos dos conceitos de negócio desenvolvidos.

Na sessão de encerramento usaram dapalavra o Presidente do CEC, António Al-meida Henriques, o Reitor da Universidadeda Beira Interior, Manuel Santos Silva, aReitora da Universidade de Aveiro, MariaHelena Nazaré, o Reitor da Universidadede Coimbra, Fernando Seabra Santos, e oPresidente da Republica, Aníbal CavacoSilva.

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44 RREEPPOORRTTAAGGEEMM DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

É o único Museu da Pedrade Portugal e situa-seem Cantanhede. Consagrando-seaos muitos séculos de históriado calcário da região e ofíciosa ele associados, o Museuda Pedra foi criado peloMunicípio há menos de cincoanos e é já uma referênciano país. Honrosamentegalardoado por duas vezes,o Museu prima por uma fortecomponente educativa, sendofrequentemente caracterizadocomo um “museu vivo”.

Flávia Diniz

Não existirá no país melhor exemplo, anível de espaços museológicos temáticos, doque o Museu da Pedra do Município deCantanhede. Pelo menos na área em que sedemarca: essencialmente geologia e paleonto-logia. Inaugurado a 20 de Outubro de 2001, oMuseu foi, nesse mesmo ano, premiado coma Menção Honrosa de Melhor MuseuPortuguês, do Triénio 1999/2001, pelaAssociação Portuguesa de Museologia. Maisrecentemente, a 22 de Abril deste ano, rece-beu o Prémio Geoconservação 2006, destina-do a distinguir as autarquias relativamente àimplementação de estratégias de conservaçãoe valorização do património geológico do seuconcelho. Objectivos que o Museu da Pedraparece ter cumprido integralmente ou não lheteria sido atribuído tal galardão – “um reco-nhecimento notável do trabalho desenvolvidopelo Museu”, segundo Pedro Cardoso,Vereador da Cultura de Cantanhede, e queacrescenta alguma “responsabilidade” aosque, desde o início, trabalham neste projecto.

Maria Carlos Pêgo, responsável peloMuseu, afirma lidar com um “desafio diário”,na medida em que é fundamental inovarconstantemente, de modo a cativar o público.“Não podemos esgotar as nossas actividadesnem repetir as mesmas”, diz, reiterando deseguida: “Tentamos ser o mais criativos pos-sível, para atrair o nosso público-alvo”.

Criado pela Câmara Municipal deCantanhede, o Museu recebe anualmenteuma média de 14 mil visitantes, de todas asfaixas etárias, mas sobretudo crianças e jo-vens, que o visitam com as escolas durantea semana, acabando depois por voltaracompanhados das respectivas famílias. Dereferir que a autarquia disponibiliza gratui-tamente um autocarro de 50 lugares, todasas quartas-feiras, para levar escolas aoMuseu da Pedra, o que, de acordo comMaria Carlos, “é algo a valorizar”.

UM LOCAL PRIVILEGIADODE APRENDIZAGEM

Uma vez que é nos mais pequenos quese concentram as expectativas na criação deum mundo melhor, o Museu da Pedra deCantanhede aposta fortemente na vertentepedagógica e numa relação estreita com asescolas. Com efeito, numa altura em que aglobalização se impõe, ofuscando identida-

des, e em que se diminui o peso da infor-mação – cada vez mais efémera, daí resul-tando a alienação e consequente perda desentido de cidadania –, o Museu da Pedravem contrariar esta tendência, colocando atónica da sua acção na preservação daHistória e no reencontro com as raízes cul-turais, com base na pedagogia e no ensinointeractivos. Até porque, como frisa MariaCarlos, “o trabalho passa muito pela educa-ção junto das escolas e instituições”.

Prova irrefutável do valor patrimonial ecultural da região, o Museu alberga umacervo representativo de testemunhos pale-ontológicos e das obras de arte que, desdehá muitos séculos, foram sendo – e conti-nuam a ser – elaboradas com o calcáriolocal, por meio de mãos ágeis e habilidosas.

O ESPÓLIO DO MUSEU

As jazidas milenares de calcário, que se es-tendem a sul do concelho de Cantanhede(Ançã, Portunhos, Outil e Vila Nova), são,desde há longa data, alvo de extracção e traba-lho da sua pedra, facto que tem produzido mar-cas de indiscutível relevo artístico e cultural queimporta perpetuar. O Museu da Pedra foi olocal escolhido para acolher esse vasto legado.

Artefactos arqueológicos recolhidos emvárias estações do concelho, estatuária anti-ga e ornamentos com “pedra de Ançã”,fósseis, a caracterização geológica do con-celho, os métodos de extracção da pedra, osutensílios tradicionais usados no trabalhoda pedra e peças artísticas, são apenas al-guns exemplos do que o Museu tem paramostrar, na parte permanente, e conse-quentemente nuclear, do mesmo.

Entre o material exposto, destaca-se umacolecção de arte sacra – esta, temporária e re-gularmente renovada –, que visa dar a conhe-cer as riquezas das igrejas e capelas do BaixoMondego e incentivar a sua conservação.Realizada em colaboração com as Paróquias,esta é “pedagogicamente uma das exposiçõesmais importantes”, segundo nos confia MariaCarlos, coordenadora do Museu. Outra dasexposições temporárias presentes no Museuneste momento é dedicada à ourivesaria e àjoalharia da região, tendo sido já exibidas ou-tras, todas relacionadas com a pedra – comoa de escultores contemporâneos, a de cantei-ros, a de minerais, entre outras.

Além disto, o Museu dispõe de actividadeslúdico-pedagógicas como ateliers de arteplástica e exibição de filmes, visitas guiadas(gerais e temáticas) para públicos diferencia-dos, ou ainda actividades de campo com asescolas, nas pedreiras do concelho. Comomarca da sua versatilidade, há ainda que fazeralusão às visitas destinadas a invisuais, aquem é facultada uma planta táctil do museu,textos e legendas em braille. Para isto, contacom a colaboração da Associação de Cegos eAmblíopes de Portugal (ACAPO).

Toda esta movimentação do Museuvaleu-lhe a designação frequente de “museuvivo”, o que evidencia, uma vez mais, o seuempenho na preservação e valorização dopatrimónio cultural e ambiental, sensibili-zando públicos distintos para a arte e para aimportância da afirmação dos valores tradi-cionais da região.

CANTANHEDE

Museu da Pedra é referência a nível nacional

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RREEPPOORRTTAAGGEEMM 55DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

Por detrás do sucesso do Museu, exis-te uma vasta equipa, dinâmica e dedicada,que trabalha em conjunto para manter e,se possível, elevar a qualidade do espaço.Maria Carlos explica como geólogos, an-tropólogos, arqueólogos e paleontólogoscolaboram graciosamente com o municí-pio de Cantanhede, na materialização deum mesmo fim. “Há todo um trabalhode investigação, limpeza e tratamento deconservação preventiva”, revela a respon-sável pelo Museu, para além de as peçasserem fotografadas e inventariadas.

De realçar também o trabalho desen-volvido em parceria com outras institui-ções museológicas e científicas, designa-damente o Museu Nacional de HistóriaNatural de Lisboa, o Museu Nacional deMachado de Castro, o Departamento deCiências da Terra e o Museu de Antro-pologia da Faculdade de Ciências e Te-

cnologia da Universidade de Coimbra.Maria Carlos considera que “é muito im-portante que os museus estejam interli-gados, porque alguns têm peças descon-textualizadas, não as podendo mostrarao público”. E enfatiza o facto de o Mu-seu da Pedra valorizar essa articulação,pertencendo também à Rede Portuguesade Museus, à Associação de Museus eCentros de Ciência de Portugal e ainda àAssociação Portuguesa de Museologia.

No tocante a apoios financeiros, oMuseu conta com a cooperação do Fun-do Europeu de Desenvolvimento Regio-nal (FEDER), do Ministério da Culturae da própria autarquia.

O Museu está aberto de terça-feira asexta-feira, das 10h às 13h e das 14h às18h; e aos sábados e domingos das 14hàs 19h. Com entrada gratuita, encerra àsegunda-feira e aos feriados.

nível nacional

A equipa

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66 CCIIÊÊNNCCIIAA DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

LIVRO COORDENADO POR DOIS PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS

Francisco José Viegas apresentou«Tempo e Ciência» em Coimbra

Foi apresentado no passado dia 30 deMaio (na FNAC de Coimbra) o livro “Tem-po e Ciência”, um conjunto de textos da au-toria de vários cientistas e pensadores, co-ordenados por Rui Fausto (Professor deQuímica da Faculdade de Ciências e Tecno-

logia) e por Rita Marnoto (Professora deLiteratura Comparada da Faculdade de Le-tras), ambos da Universidade de Coimbra.

A ideia que motivou o livro surgiu deforma ocasional. Tal como referiu RitaMarnoto, teve algo a ver com Einstein. Foi

da leitura de um artigo sobre a vida do ci-entista que se apercebeu de que ele come-çou por ter outros empregos, um dos pri-meiros o de coordenar horários de comboi-os, tarefa difícil devido aos relógios que di-feriam em alguns minutos, o que deu ori-gem a reflexões sobre o tempo. Coincidiueste factor com a apresentação de propos-tas culturais para Coimbra Capital daCultura, no ano de 2003. Surgiu assim,nessa altura, um ciclo de conferências inter-disciplinares, algumas das quais viriam a darorigem ao livro “Tempo e Ciência”, con-junto de comentários acerca do tempo,cujos autores pertencem não só à Universi-dade de Coimbra, mas também a outrasinstituições portuguesas e estrangeiras.

Rui Fausto, actualmente Presidente doInstituto de Investigação Interdisciplinar daUniversidade de Coimbra (III), salientou a“interdisciplinaridade do livro”, um “cruza-mento sistemático de saberes”. O tempo éum tema transversal que trouxe aos comen-tadores, pessoas com formações distintas, aoportunidade de darem a sua opinião. Rei-terou, no entanto, que o livro não é com-posto por verdadeiros comentários, mas

sim por “textos a propósito de outros tex-tos” e que, em paralelo com outros textos,“abrem novas perspectivas”.

Rui Fausto salientou ainda a beleza dacapa, da autoria de António Olaio (artistaplástico e docente da licenciatura emArquitectura da Universidade de Coimbra)e o carinho com que o livro foi tratado pelarespectiva editora, a Gradiva.

A obra foi apresentada por Francisco Jo-sé Viegas, escritor, jornalista, actualmente,Director da Casa Fernando Pessoa, e quepoucos dias depois viria a ser distinguidocom o Grande Prémio da Associação Por-tuguesa de Escritores – como noutro localse noticia.

Francisco José Viegas falou sobre a dua-lidade entre as áreas das Ciências e dasLetras, mundos entre os quais “é necessárioestabelecer pontes”. Exemplo disso, subli-nhou o escritor, é a Colecção CiênciaAberta, da qual faz parte o livro apresenta-do. Assim, segundo Viegas, o que o “Tem-po e Ciência” tem de mais fascinante é esse“diálogo entre as letras e a ciência”, ponteestabelecida entre dois conhecimentos e“atravessada por linguagens diferentes”.

Como acima referimos, FranciscoJosé Viegas foi galardoado com oGrande Prémio de Romance e Novela daAssociação Portuguesa de Escritores(APE), sendo um dos mais jovens escri-tores a receber esta distinção, atribuída aautores portugueses desde 1982.

Viegas tem 44 anos. Nasceu em 1962em Vila Nova de Foz Côa, fez os estudossecundários em Chaves, formou-se emLetras na Universidade de Lisboa e che-gou a ser docente de Linguística naUniversidade de Évora. Tem desenvolvi-do, a par da escrita, actividades múltiplasde divulgação cultural, na rádio, nos jor-nais e na televisão.

Surpreendido com a atribuição doprémio, considerou-o um estímulo.

Viegas estreou-se nas letras em 1983,aos 21 anos, com uma recolha poética aque deu o título de “Olhos de água”.Quatro anos depois, publicou um novotítulo poético, “As imagens”, e lançou asua primeira ficção, “Regresso por umrio”.

“Excelente poeta”, na opinião dotambém poeta e ficcionista Vasco GraçaMoura, o anterior vencedor do prémiocom o romance “Por detrás da magnó-lia”, Viegas deu já à estampa, 23 anosvolvidos sobre a sua estreia, seis livros depoesia e nove de ficção.

Para Lídia Jorge, distinguida com oGrande Prémio em 2002, “Longe de

Manaus” é “o melhor livro” de Viegas. Eacrescentou: “É um livro estupendo, quetem um enredo policial, mas tambémuma natureza psicológica e mítica, e quejunta dos perspectivas, a portuguesa e abrasileira”.

Baptista-Bastos disse que “Longe deManaus” é “um belíssimo romance deum grande escritor da língua portuguesa,que escreve um português admirável,coisa que vai sendo cada vez mais raranos escritores e nos jornalistas portu-gueses”.

A obra ficcional de Viegas inclui títu-los como “Crime em Ponta Delgada”,“Morte no estádio”, “As duas águas domar” e “Lourenço Marques”, romancesassentes em tramas policiais mas não selimitando a um desenvolvimento lineardesse “esquema”.

Escreveu ainda uma peça de teatro,“O segundo marinheiro”, e um livro deviagens, Comboios portugueses”.

O Grande Prémio de Romance eNovela da APE registou na edição desteano um número recorde de obras con-correntes, 90. O seu valor pecuniário éde 15.000 euros.

Nas anteriores edições foram distin-guidos autores como José Cardoso Pires,Augusto Abelaira, Saramago, AgustinaBessa-Luís, David Mourão Ferreira,Vergílio Ferreira, Mário Cláudio eAntónio Lobo Antunes.

Um dos mais jovens a recebero Grande Prémio da APE

RRuuii FFaauussttoo LLoouurreennççoo,, FFrraanncciissccoo JJoosséé VViieeggaass ee RRiittaa MMaarrnnoottooEEmm pprriimmeeiirroo ppllaannoo oo PPrrooff.. MMoorraaiiss BBaarrbboossaa,, ddee qquueemm FFrraanncciissccoo JJoosséé VViieeggaass ffooii aassssiisstteenntteennaa UUnniivveerrssiiddaaddee ddee ÉÉvvoorraa

A crise da qualidade na leituraNuma breve entrevista ao “Centro”,

Francisco José Viegas disse não poder afir-mar que exista hoje uma crise de leitura, namedida em que, refere, “não existem dadosseguros desse facto”.

Segundo o escritor nos afirmou, em suaopinião a verdadeira crise tem a ver com asescolas, na medida em que são leccionados“menos autores clássicos”.

Para Francisco José Viegas o “problemaestá na qualidade da leitura”, ou seja, nãotem a ver com a quantidade do que se lê,mas sim com a qualidade do que se lê.“Não é um drama, nem um perigo”, afirmao escritor, mas a mudança teria que passarpelas escolas, as quais deveriam ser “umlugar onde as pessoas aprendessem a ler ea ter princípios de leitura”.

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SSAAÚÚDDEE 77DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

DENUNCIA OBSERVATÓRIO DOS SISTEMAS DE SAÚDE

Medicamentos sem receitamais caros fora das farmácias

Os medicamentos sem receita vendidosfora da farmácia são mais caros, o que con-traria um dos objectivos anunciados peloGoverno para avançar com a medida, reve-la o 6º Relatório do Observatório Portu-guês dos Sistemas de Saúde.

O documento, que foi ontem apresenta-do em Lisboa, procura analisar o impactodo primeiro ano de governação em saúdeda actual equipa ministerial, debruçando-setanto sobre as medidas já tomadas, comosobre os projectos entretanto anunciados.

Em relação às primeiras, e tendo emconta que o sector do medicamento foi umdos que mais alterações conheceu durante oprimeiro ano de tutela do Ministro da Saú-de, António Correia de Campos, o Rela-tório realça que a medida emblemática davenda de medicamentos sem receita médicafora das farmácias apresentada pelo Pri-meiro-Ministro aquando da sua tomada deposse está a ter um resultado diferente doanunciado.

De acordo com o 6.º Relatório doObservatório Português dos Sistemas deSaúde (OPSS), a "informação disponívelaponta para o aumento generalizado dospreços dos Medicamentos Não Sujeitos aReceita Médica (MNSRM) face ao períodoprévio à liberalização", salientando-se que"os preços de venda ao público nestesnovos estabelecimentos são, na generalida-de, superiores aos preços praticados nasfarmácias".

Tal como assinala o documento, "estesfactos contrariam, no presente, um dos ob-jectivos da liberalização dos MNSRM"anunciada pelo Primeiro-Ministro, JoséSócrates, nomeadamente "a diminuição do[seu] preço, com obtenção de ganhos paraos consumidores, decorrente do aumentoda concorrência".

O Relatório do OPSS, intitulado "Umano de Governação em Saúde: Sentidos eSignificados", critica ainda a entidade regu-ladora do sector, o Instituto Nacional daFarmácia e do Medicamento, que "não dis-ponibilizou qualquer informação sobre aevolução, subsequente à medida tomada,do mercado total".

Lançado desde 2001, o Relatório do

OPSS resulta de uma parceria entre a Es-cola Nacional de Saúde Pública, a Facul-dade de Economia da Universidade deCoimbra /Centro de Estudos e Investiga-ção em Saúde da Universidade de Coimbrae o Instituto Superior de Serviço Social doPorto.

Neste documento anual, o OPSS salien-ta que "não toma posição sobre as agendaspolíticas", mas pretende sim "analisar osseus efeitos, assim como a qualidade da go-vernação em saúde no país".

O sector do medicamento é um dospoucos em que o Relatório apresenta al-guns resultados concretos da governaçãosocialista, uma vez que, por se tratar do pri-meiro ano, "não há ainda tempo suficienteparta se apreciar com o rigor e detalhe ne-cessários (Ó) os efeitos das medidas toma-das".

Na apreciação geral que faz à actuaçãoda equipa liderada por Correia de Campos,

o Relatório critica a dificuldade em "descor-tinar" um "claro enfoque estratégico",dando como exemplo a criação das Unida-des Locais de Saúde, "sem que se percebaqual o desempenho e papel" dos hospitais ecentros de saúde que as compõem.

Sob a crítica do documento está tambéma "tomada de decisões que alteram substan-cialmente a estrutura do sistema de saúde,sem que se tenha tornado clara a existênciade um planeamento para as transformaçõesanunciadas ou em curso", como o encerra-mento dos blocos de partos de 11 materni-dades e fim do atendimento de urgênciados centros de saúde.

O Relatório lamenta também que secontinue a sentir "a falta de alguma transpa-rência na informação" e "alguma dificulda-de" em abandonar "más práticas de gover-nos anteriores".

Neste caso o exemplo apontado peloRelatório é o das listas de espera para cirur-gia, que o OPSS estima englobarem já 257mil pessoas, e em relação à qual lamentaque o ministro da Saúde "tenha ignorado opedido de fornecimento de dados" apre-sentado a 31 de Março.

Por isto, o Observatório reitera as reco-mendações feitas no documento do anopassado, nomeadamente a divulgação dostempos de espera por patologia e serviço desaúde.

A falta de informação clara é tambémapontada ao processo das parcerias entre ossectores público e privado para a constru-ção de dez novos hospitais - "das quais nãotransparece para o grande publico a infor-mação sobre o que acontece" -, e às contasdos hospitais Sociedade Anónima que oGoverno transformou em Entidades Pú-blicas Empresariais (EPE).

"A não publicação periódica de dados dedesempenho e a quase ausência de publica-ção dos Relatórios de Gestão e Contas le-vam a afirmar que, se a anterior equipa mi-nisterial foi várias vezes alvo de críticas re-lacionados com a veracidade dos dados pu-blicados, neste caso, a ausência de dadosoficiais relacionados com o desempenhohospitalar é uma realidade infelizmente ve-rificada", sustenta o documento.

GOVERNO NÃO ESCLARECEPOPULAÇÕES

O Relatório acusa o Governo de ser in-capaz de esclarecer as populações sobre oprocesso de fecho de blocos de partos e dofim dos actuais serviços de urgência doscentros de saúde.

O OPSS diz apoiar tecnicamente as duasdecisões tomadas pelo Ministro da Saúde,mas lamenta que elas sejam tomadas "semque se tenha tornado clara a existência deum planeamento para as transformaçõesanunciadas".

Em relação ao fecho de onze blocos departos de várias maternidades, o documen-to sustenta que o "actual governo demons-tra coragem ao tentar colocar de novo noterreno decisões tecnicamente defensáveis,que só interesses locais mais pequenos têmdificultado".

Porém, "todo este processo talvez pudes-se ter sido conduzido de forma diferente",nomeadamente "se tivessem sido encaradascom antecedência as eventuais reacções dosautarcas, mesmo quando imbuídas de algu-ma dose de populismo", realça o relatório.

O documento contesta ainda que o encer-ramento dos blocos de partos possa ser en-tendido como uma "decisão puramente eco-nomicista" e considera que a polémica insta-lada nas autarquias e populações contra a me-dida do Ministério da Saúde é "mais uma ma-nifestação de pouca coerência com opçõestomadas em diferentes ciclos políticos".

Chamando a atenção para a necessidade deenvolver mais as autarquias e informar os cida-dãos da "melhoria de qualidade e segurança quepassam a ter", o relatório do OPSS alerta tam-bém o Ministério da Saúde para a necessidadede precaver e impedir "qualquer tentativa deaproveitamento desta situação para a criação emanutenção de unidades privadas de partos".

A forma como o processo de encerra-mento dos blocos de partos se tem desen-rolado leva ainda o Observatório a questio-nar se, "apesar da sustentação técnica", estárealmente a ocorrer uma "reestruturaçãointegrada da rede de cuidados" ou "se estaé uma intervenção desgarrada duma con-cepção mais global dessa rede de serviços".

PPeeddrroo FFeerrrreeiirraa,, pprrooffeessssoorr ddaa FFaaccuullddaaddee ddeeEEccoonnoommiiaa ddee CCooiimmbbrraa ee rreessppoonnssáávveell ppeellooOObbsseerrvvaattóórriioo ddooss SSiisstteemmaass ddee SSaaúúddee

ESTUDO SOBRE QUALIDADE DO AR ESTÁ A DECORRER EM VISEU

Pó de giz das escolas pode afectar ambienteO giz usado para escrever nos quadros

das escolas poderá ser o responsável porelevadas concentrações de partículas detec-tadas na atmosfera do interior dos edifícios,revelam resultados preliminares de um es-tudo a decorrer em Viseu.

O projecto “Saudar - A saúde e o ar querespiramos”, elaborado pelas Universidadesde Aveiro e Nova de Lisboa e financiadopela Fundação Calouste Gulbenkian, teveinício em Abril de 2004 e só deverá estarconcluído em 2008.

No entanto, os responsáveis do “Sau-

dar” avançaram já, no Dia Mundial doAmbiente (5 de Junho), alguns resultados,conseguidos no âmbito da primeira campa-nha experimental do projecto, desenvolvidaem Janeiro deste ano.

Segundo Carlos Borrego, da Universi-dade de Aveiro, nesta campanha foi possí-vel verificar que “não há poluição signifi-cativa” em Viseu, excepto no que respeitaàs partículas, tendo sido encontrados “al-guns indícios quer de concentrações ele-vadas no exterior, quer no interior da es-colas”.

Participam no estudo quatro escolas deViseu, duas situadas na zona urbana(Marzovelos e Massorim) e outras duas emzonas mais periféricas (Jugueiros e Ra-nhados).

No interior das escolas “as partículas sãoem concentrações três a quatro vezes supe-riores às do exterior”, afirmou CarlosBorrego, esclarecendo que esta “não é comcerteza poluição que vem de fora, é sim po-luição no interior da própria escola”.

Por outro lado, acrescentou, os própriosalunos ao levarem as suas mochilas e pastas

para o interior da sala levam consigo “de-terminado tipo de partículas que são depoislevantadas”.

“Isto significa que haverá com certezacuidados adicionais a ter no interior dassalas de aulas e a segunda campanha já estáorientada para aí”, sublinhou.

Na próxima campanha, a desenvolverdurante este mês, vai haver “uma sala deaulas com quadro de giz e uma outra ondese vão usar marcadores”, sendo previamen-te medidos “os compostos orgânicos volá-teis que esses marcadores têm”.

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88 OOPPIINNIIÃÃOO DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

CARTÓRIO NOTARIAL DE A. NUNES DA COSTAGaveto à Av. Fernão de Magalhães, n.º 136, 1.º, salas E, F e G

3000-171 Coimbra - Tel: 239832258 Fax: 239832160

Primeira publicação

JJUUSSTTIIFFIICCAAÇÇÃÃOO NNOOTTAARRIIAALLEXTRACTO

CERTIFICO, narrativamente, para efeitos de publicação,que por escritura de vinte e seis de Maio de dois mil e seis,iniciada a folhas duas, do livro número “dez-A”, de notaspara escrituras diversas, deste Cartório, Luís ManuelCardoso de Meneses de Almeida, casado com Maria deFátima Cristino Teixeira Dias Cardoso Meneses Almeida, sobo regime de comunhão de adquiridos, natural da freguesiada Sé Nova, concelho de Coimbra, residente na AvenidaMarnouco de Sousa, número vinte e oito, freguesia da SéNova, cidade e concelho de Coimbra, JUSTIFICOU PELAUSUCAPIÃO, a aquisição dos seguintes imóveis, como seubem próprio:

a) Prédio urbano, sito na Avenida Marnouco e Sousa,freguesia da Sé Nova, cidade e concelho de Coimbra, com-posto de casa de habitação de cave, garagem, rés-do-chãoe primeiro andar, com a área coberta de duzentos e vinte ecinco metros quadrados e área descoberta de trezentos enoventa metros quadrados, que confronta do norte comMaria Amélia Albergaria Nunes, sul com Avenida Marnoucoe Sousa, nascente com Carriço e poente com João Duartede Oliveira, não descrito na Conservatória do Registo Predialcompetente, inscrito na matriz urbana respectiva sob o arti-go 1413, com o valor patrimonial de € 102.170,63, proprieda-de perfeita pelos meios normais.

DE CONFORMIDADE COM O ORIGINAL

Coimbra e Cartório Notarial de A. Nunes da Costa, emum de Junho de dois mil e seis.

A colaboradora do Notário,Maria Lisete Carreira

(“Centro”, edição nº 6, de 21/06/06)

PRAÇA DAREPÚBLICA

Carlos Carranca

A Guitarrade João Alvarez

O tempome constróie me destróio tempo.

Falo do tempo…

E há uma guitarrapor dentro desse tempoe é de vento.

É por dentro que nos dóiessa guitarra-vento.

E há o vento- uma guitarra.E há o tempoque nos dóie nos amarrae nos constróie nos destrói.

Uma guitarrauma guitarrae é de vento.

32 anos e meio

Um dos maiores obstáculos dos nossosdias à acção política é a burocracia, elamesma fruto do seu labor. Até pode pare-cer que a burocracia fala direito, mas a ver-dade é que se irrita à primeira dúvida.Extremamente rígida e impaciente, a buro-cracia é alheia a valores e iniciativas, fazcom que cada um viva no seu pequenomundo, afasta a verdadeira generosidade.Quando se verifica, como é o caso dePortugal, a prevalência ideológica das obrasditas do Estado sobre todas as outras, nin-guém dá nada às primeiras. Pelo contrário,cria-se margem para a criminalidade econó-mica e administrativa, na conta de que nãose será descoberto. Um bom conhecedordos romances de Eça de Queirós não igno-ra este facto político relevante: os portu-gueses são manhosos. E a manha é tantomais forte quando se está dentro doEstado. E muitos dos que lá não estão paralá espreitam. “Não te preocupes, isto é doEstado”. Muitos ainda acham que os con-tratos da sua vida serão feitos com oEstado, porque os preços serão mais altos eos contratos menos escrutinados. Existeabundante comprovação do que acabei dedizer: desde os pequenos e tolerados furtosdos economatos públicos até à negociaçãode contrapartidas pela realização de contra-tos com o Estado, passando pela sua per-versa redacção, de modo a incluir trabalhose tempos não previstos. Para a maior partedas pessoas, o Estado é um senhor desco-nhecido, que mora muito longe. A distânciasignifica ausência, e a ausência é injustiça.

De facto, apesar de existirem graves proble-mas de ineficácia das instituições públicas,raramente ocorre a responsabilização doEstado ou dos seus agentes.

É também verdade que, em muitas áreassociais, a acção dos privados é mais frutuo-sa do que a pública. Na base de tal facto,parece estar a natureza da intervenção: asobras privadas são mais apelativas do que aspúblicas, porque estão mais perto do cora-ção. Já o problema das obras públicas resi-de na divisa que as orienta. À semelhançado que ocorre nas obras particulares, a divi-sa correcta das obras públicas deveria ser“procurar acima de tudo o bem de quem éservido”. O espírito financista hoje muitoem voga se, por um lado, exerce uma fun-ção de racionalização positiva, por outrolado, pode gerar a corrupção, fazendo crerque o que importa é produzir resultados atodo o custo. Contra quem assim julga, eudigo que não há bom governo sem justiça.

Não se pense porém que a acção dos par-ticulares é fácil. Os seus passos são muitasvezes tímidos ou titubeantes, porque, contraos seus desejos sinceros, não lhes é permiti-do falar. Muitas obras de voluntariado soci-al ficam à margem dos seus objectivos porfalta de direitos de decisão. Ainda há poucosdias os jornais noticiaram que o TribunalAdministrativo e Fiscal de Lisboa indeferiuuma providência cautelar interposta poruma associação de mulheres, com funda-mento na ilegitimidade da requerente. Nãoseria nada de estranho, se a curta decisão, in-cidindo exclusivamente sobre matéria pro-cessual, não tivesse sido proferida quatro se-manas depois de dois dias de intensa produ-ção de prova, em que intervieram testemu-nhas de todo o país, e quase cinco mesesapós a entrada em juízo da providência cau-

telar. Depois há ainda quem se espante por-que os portugueses não esperam nem con-fiam nas decisões dos tribunais.

A verdade é que muitas coisas se perdempor não serem faladas. Uma coisa é a acçãodo poder político não poder ser posta emcausa pela acção dos particulares. Outracoisa é a colaboração que os particularesquerem dar. Esta é imprescindível. Maspara isso as pessoas precisam de poder falaralto e justo, de maneira que todos ouçam.

Falar também significa dizer a verdade.Mas só diz a verdade quem diz a verdadetoda. Os sistemas políticos que consagramo medo de que as pessoas falem, tocando ocoração dos seus, criam inevitavelmente fal-sas caricaturas. É o caso do cidadão a quemsão reconhecidos direitos, mas que formal-mente, na hierarquia das prioridades, estácondenado a não os exercer.

Quem procura a verdade não pode termedo do que pode vir. E quem clama porjustiça, e é reconhecido como um legítimointerveniente do sistema político, não podedeixar de dizer a verdade toda.

O poder é demasiado alto, quando nãose refere a quem anda na terra. 32 anos de-pois do 25 de Abril de 1974, apraz-me re-cordar uma frase da célebre – emboraassim impropriamente denominada – cartade D. António Ferreira Gomes a Salazar,escrita 32 anos após 28 de Maio de 1926:“V. Ex.ª insiste em que a política não temfuturo, mas sim a necessidade de governar.Concordo, mas precisamente no sentido deque a política vai submeter-se à sociologia[a um conjunto de finalidades úteis paratodos]. Quanto a nós, apesar das aparênciase da urgência – “nos próximos seismeses”… – sinto ter de pensar que não es-tamos a caminhar, a não ser do avesso”.

João [email protected]

O BANQUETEE O FOSSO

“Dizem as estatísticas que, em Portugal,91% da população são católicos e que cercade dois milhões e meio de portugueses ce-lebram todos os domingos a Missa, o ban-quete fraterno do Senhor. O que não sepercebe então é, por exemplo, como é queo fosso entre os 20% mais ricos e os 20%mais pobres se cava cada vez mais fundo”.

uu AAnnsseellmmoo BBoorrggeessDN 10/JUN/06

COMPRAS DESASTROSAS“Houve a admissão pelo ministro da De-

fesa português na Lei de ProgramaçãoMilitar desse episódio dos aviões F-16, que

foram comprados, que nunca foram mon-tados nem usados e que agora vão ser ven-didos. Quem é que é responsável? Há aquidois aspectos, o de olhar para trás e o deolhar para a frente. No olhar para a frentegostaria que isto não fosse mais possível,que houvesse transparência e uma gestãocriteriosa das aquisições de equipamentomilitar. Olhando para trás, quero que seapure responsabilidades, tanto políticacomo tecnicamente por estas compras ab-solutamente desastrosas”.

uu AAnnaa GGoommeessJN 13/JUN/06

A AVALIAÇÃO PELOS PAIS“Mas o que terá de sacrílego que os pais

dos alunos dêem a sua participação na ava-liação dos professores? Não são os alunos,justamente, a razão de ser do trabalho dosprofessores?

A realidade é que existe um enorme dé-fice de avaliação dos profissionais que exer-cem funções na administração pública.Esse défice é seguramente um dos factoresresponsáveis pelo mau funcionamento doEstado, por falta de estímulo aos que maisse empenham ao seu serviço. Nas activida-des privadas, o mercado exerce essa avalia-ção permanentemente. As empresas e osprofissionais liberais não sobrevivem se osconsumidores dos seus produtos e serviçosescolherem os seus concorrentes. De nada

servirá aos empresários e trabalhadores pri-vados auto-avaliarem-se com notas eleva-das, se não tiverem clientes que os esco-lham. No ensino privado, os pais dos alu-nos são, afinal, os avaliadores das escolas,através da sua escolha.

Infelizmente, os utilizadores dos servi-ços do Estado não têm esse privilégio. E osque menos posses têm não dispõem de al-ternativas às escolas, hospitais e tribunaisdo Estado.

Ao menos que se lhes permita emitiruma opinião acerca dos serviços que oEstado, com os impostos de todos, lhespresta”.

uu PPrrooeennççaa ddaa CCaarrvvaallhhooDN 10/JUN/06

A DUPLADA ESQUERDA

“Sócrates-Cavaco. A esquerda tem umadupla como nunca teve . O consulado Gu-terres- Sampaio esteve a anos-luz destenovo “ticket” da política portuguesa.Eleito em nome da Direita, só votouCavaco quem preferiu o mal menor, julgan-do que os velhinhos Soares e Alegre podi-am levar a melhor.

Eu pecador, me confesso, votei Cavaco,como quem se despede da família”.

uu MMaannuueell SSeerrrrããooJN 14/JUN/06

itações

Page 9: O Centro - n.º 6

PPUUBBLLIICCIIDDAADDEE 99DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

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Comunicar, sempre foi uma necessida-de do Homem. Inicialmente, usava aspinturas nas cavernas, as pinturas rupes-tres para comunicar. Mais tarde, com adescoberta do fogo, passou a enviar si-nais de fumo e, na Idade Média, eram osmensageiros que levavam a correspon-dência a cavalo. Hoje usamos as cartas.

Antes do aparecimento do selo, as cartaseram colocadas no correio e recebiam umcarimbo nominal da estação expeditora.Caso não existisse esse carimbo, o que erararo, era substituído pela designação manus-crita da localidade. A correspondência erapaga pelo destinatário e, no canto superiordireito era colocado um selo fixo ou manus-crito, ou aplicado através de carimbo. Estes

últimos tinham uma cor sépia. Tambémhavia cartas pagas pelo remetente. Nestecaso o carimbo a aplicar era outro: FRAN-CA, ou PAGOU O PORTE. Os serviçospúblicos isentos de pagamento apresenta-vam ao centro em cima, as iniciais RS ouSNeR. Nas cartas registadas escrevia-se SE-GURA.

(Baseado em www.pwp.netcabo.pt/cm.fonse-ca/selos/cartas.htm)

Estas cartas são hoje muito raras, va-lendo por isso muito dinheiro. Há colec-cionadores que se dedicam a esta temáti-ca com álbuns bastante valiosos.

Deixo aqui dois exemplos de duas car-tas distintas. Uma segura de Alenquerpara Azambuja em 13 de Maio de 1836,muito rara. Outra expedida normalmentede Coimbra para o Porto em 10 de Ou-tubro de 1837.

POIS...

1100 OOPPIINNIIÃÃOO DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

O Senhor Presidente da República res-suscitou há dias uma das frases marcantesdo seu duplo consulado de primeiro-minis-tro – "deixem-nos trabalhar!"

Deixem trabalhar a Senhora Ministra, re-comendava S.Excª da etérea e suprema cá-tedra de Primo Magistrado da Nação.

De facto, a Senhora Ministra daEducação arregaçou as mangas e vem ata-cando com mais ou menos sabedoria, mascom muito empenho, os gravíssimos pro-blemas de que enferma a escola e a educa-ção no país.

É inegável. A Senhora Ministra está atentar tapar os inúmeros buracos que as su-

cessivas governações foram deixando namanta de retalhos que é o nosso sistemaeducativo. Só que, à farda de bombeiro, tidocomo soldado da paz, associou ela a espadado guerreiro, desencadeando, tal como ochefe do governo, quixotescas e desneces-sárias guerras contra quem, no fundo, piorou melhor, faz funcionar o próprio sistema.

Atacar o insucesso educativo e o aban-dono escolar com as pontuais medidas deencerramento das pequenas escolas, dotapa-furos lectivos, do prolongamento in-tempestivo do horário escolar, da mobiliza-ção máxima da pretensa disponibilidadetemporária dos docentes, da duplicação dosprofessores de matemática, da adopção decurrículos alternativos para motivar a esco-laridade aos candidatos ao abandono, asdraconianas e caricatas disposições de jul-gamento e punição das faltas dos professo-res para combater um supra empolado ab-stencionismo... não só não tapam os bura-cos da manta como ainda lhe abrem muitosoutros.

Esta escola de emergência, delapidadora

inconsequente de esforços e cabedais, emtempo algum será uma escola de excelênciaque é aquela de que precisamos como do arque nos mantém vivos.

A escola tem de ser um lugar agradável eapelativo. Com crianças e jovens ensonadosarrebanhados nos casais e aldeias aindanoite cerrada, com alunos amedrontadospor uma crescente onda de violência queninguém combate e que muitos pretendemsilenciar, com professores continuamentesujeitos a uma gratuita e soez campanhadescredibilizadora, confinados uns e outrosem espaços arquitectonicamente inacolhe-dores e desadequados ao salutar funciona-mento das práticas lectivas e para-lectivas,a escola estará sempre sujeita à rejeição e aoinsucesso.

A escola tem de ser um lugar de trabalhosério e consequente. O sistema não tem fi-losofia clara e credível. Funciona de acordocom as expectativas e vicissitudes imediatase com os tiques burocratizantes de sucessi-vas décadas de poderes mal definidos. Nãoserá, nunca, na alteração do estatuto da car-

reira dos docentes que a seriedade e compe-tência regressarão à escola mas atravésduma revisão profunda, consistente e coe-rente da política curricular, da organizaçãoda escola e da formação de professores nassuas vertentes inicial e permanente pelo en-riquecimento integrado e equilibrado dascompetências pedagógicas, científicas e téc-nico-didácticas.

É importante deixar trabalhar a SenhoraMinistra, como foi importante deixar traba-lhar os Ministros Couto dos Santos eManuela Ferreira Leite.

E foi o que se viu.Seria bem melhor que esta burocrática e

esburacada manta de retalhos desse lugar auma peça única bem pensada e bem urdidana construção duma escola de excelência,só possível com a definição e prossecuçãoduma coerente e consistente política educa-tiva.

È que, nesta escola de emergência, aSenhora Ministra, por mais que se esforce,não vai longe.

E todos continuamos a perder.

O mundo da Educação é muito maisvasto, complexo e profundo – sobretudomuito mais espiritual – que qualquer cida-dão, momentaneamente desperto para aquestão pelas trombetas da comunicaçãosocial, pôde alguma vez imaginar.

É tanto assim, que os responsáveis pela

Educação desde o 25 de Abril não são pro-priamente anónimos; e, todavia, é a eles – esó a eles – que se deve a inenarrável catástro-fe em que nos encontramos. “ Um rei fracofaz fraca a forte gente”, como disse o vate.

Bastaria a seriedade e o empenhamentoque os professores põem na sua tarefa paraos alcandorar ao reconhecimento público –donde o que se passa só poder provir deum espírito maligno que, na melhor das hi-póteses, tem uma aparência especiosa.

O que, nas suas palavras, parece elevado,provém do deletério. E faz-me lembrar oselementos das vanguardas russas, todos de-dicados – e a sonhar com a transformação– a quem Estaline, uma vez no poder, com-

peliu ao exílio. De Chagall a Kandinsky nãofaltam exemplos, mas os professores nãovão, evidentemente, exilar-se.

Que qualquer jornalista rasca incense aSenhora Ministra e o próprio Primeiro-Ministro ainda não tenha dado pela heca-tombe… a quem é que isso espanta? E atéum tão espantoso filósofo como Proençade Carvalho compõe o ramo. Foi no DN dehoje. Lembrou-me uma afirmação deHeraclito que, por pudor, não cito.

Estas nossas palavras não são nem far-ronca, nem demagogia. Conhecer o funcio-namento de um liceu por dentro é, não raro,situarmo-nos no puro domínio da emoção.

Liceu – sim, Liceu. Foi o desprezo pela

soberba herança clássica que – desde logo –deu o tom para as desgraças que nos espera-vam. Quem, na altura, o identificou? Nivelar,sim, mas por baixo – as Escolas Secundáriasaí estão, com insofismável designação, a atra-içoar o excelso escopo do Educar.

Claro que a ancestral e procaz incultura lusalogo virá bramar contra a palavra “liceu”. Masaí, nela precisamente, é que a educação estácom esta Ministra, a quem, com absoluta legi-timidade se dirão as palavras, em Alfarrobeiraproferidas por D. Pedro. Ademais, o que acon-teceu no estabelecimento do Lumiar é – tão-só – o retrato da praxis da Senhora Ministra.

É fartar, vilanagem!!Guarda, 11-VI-06

J.A. AlvesAmbrósio

É fartar, vilanagem!!

Escola de emergência

Renato Ávila

Joséd’Encarnação

Três anos de estudos intensivos.Sim, que estudo não é apenas ir àsaulas: é preciso ler, ler, ler; investigar;pensar, em espírito crítico; seguir aspistas traçadas nas sessões; ter um mes-tre sempre disponível para “atendi-mento personalizado” (que frase boni-ta na publicidade empresarial!...); saberos nomes dos professores e os profes-sores saberem os nomes dos estudan-tes; ter turmas pequenas…

A mudança radical! De… mentali-dades! Assim, do dia para a noite.

João PauloSimões

FILATELICAMENTE Os pré-filatélicos

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CCRRÓÓNNIICCAA DDEE VVIIAAGGEENNSS 1111DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

A cidade-monumento dos artistasFlorença é a cidade das artese de todos os artistas. Fervilhade Cultura e de História, respiravida. As ruas, estreitas, estãorepletas de fachadas renascentistas.O amor celebra-se a cada esquina.

José Manuel Simões(texto e fotos)

O rio Arno prossegue a sua lânguida ca-valgada por debaixo da Ponte Vecchia, amais antiga de Florença. Facilmente se ima-ginam os romanos que por ali passaram, oscomerciantes de ouro e de pedras preciosastrazidas do além-mar a estabelecerem tro-cas comerciais. Turistas olham fascinadospara as vitrinas luxuosamente imponentesque bordam esta ponte que divide a partenova e a velha da cidade. Algo de maravi-lhoso se passa.

Um casal de namorados troca carícias,um artista transpõe para a tela a grandiosi-dade da paisagem envolvente, séculos deHistória penetram o nosso olhar pasmado.

Pese embora a instável situação social epolítica que Florença viveu na segunda me-tade do século XIII, foi durante estes tem-pos que a cidade registou um enorme de-senvolvimento na Arte e na Literatura.Eram os anos de Dante e do dolce stilonuovo, de Giotto e de Arnolfo di Cambio,em que muitas famílias ricas e poderosas,como os Pitti e os Frescobaldi, mandaramconstruir os seus palácios.

Caminhando pelas ruas estreitas que sepa-ram as fachadas renascentistas – artériasvivas da antiga República – sente-se uma ci-dade a fervilhar de cultura e de entusiasmo.As realizações artísticas são celebradas, comose de um ritual se tratasse, em qualquer pontorecôndito ou visível desta cidade-monumen-to. Na Via Cavou fica-se perplexo diante dabeleza do Palácio dos Médicis.

É Domingo de Páscoa. A cidade fervilhacom uma festa única no mundo, a “Ex-plosão do Carro”, espectáculo de fogo-de-artifício que enche de cor todas as artérias.Tal como em muitas cidades portugueses,também aqui, no dia 24 de Junho, se celebrao S. João. No mesmo dia, festeja-se ainda oCálcio Storico, um jogo de futebol em mol-des medievais, com um notável guarda-roupa que lembra tempos distantes. O está-

dio improvisado é a Piazza della Signoria –onde ficam situados alguns dos mais belosmonumentos europeus como o PalazzoVecchio – grande trono dos Médici – e aGaleria Uffizi, casa-museu do efebo“David”, de Miguel Ângelo, e do “Hérculese Caco” de Bandinelli. Por aqui aconteceminúmeros concertos de música clássica.

JUNHO FLORIDO

Se tiver oportunidade de visitar a cidade,Junho é o mês indicado. A ponte de SantaTrinitá (reconstruída depois da II GuerraMundial segundo o modelo original do sé-culo XVI) é decorada de flores para recebera “Festa Íris Show”. Odores a rosas e fascí-nio envolvente suavizam a caminhada. So-mos transportados até ao Renascimento,época em que Florença viu emergir perso-nalidades como Leonardo de Vinci e MiguelÂngelo, obtendo, através das suas obras,muito do prestígio que ainda hoje possui.

Na Via San Gallo, pode apreciar-se aIgreja de San Gallo e, para manter o des-lumbramento, basta entrar nas galeriasUfizzi, admirar as gravuras de AlbrechtDurer, as obras de Filippo e Filippino Lip-pi, a “Anunciação” de Leonardo, os impres-sionantes trabalhos de Rafael.

Ao lado do Duomo fui abordado por umgrupo de ciganas vestidas com roupas colo-ridas e falas exuberantes, carregando filhosao colo, cara suja de terra misturada com lá-grimas. Enquanto intensificavam os gestos,iam, perante o meu espanto, passando asmãos pelo meu corpo. Quando me prepara-va para entrar no Museu do Duomo consta-tei que a minha carteira tinha mudado debolso. Alguns dias depois compreendi queem Florença existem inúmeras mulheres deetnia cigana que se dedicam a roubar turistas.

Dentro do Museu do Duomo, esplendordo estilo gótico, ver a “Pietá” de MiguelÂngelo é das experiências mais fantásticaspara quem ama a arte.

«COMPRAR» CULTURA

Em Florença a História tem início comos romanos, 59 anos antes de Cristo. Ainundação de 4 de Novembro de 1966 pro-vocou graves danos na arquitectura local eo atentado de 27 de Maio de 1994 danificouseriamente as Galerias Ufizzi. Todavia, con-tinua a ser o berço de artistas, de amantesda cultura e de compradores. Aqui, é possí-vel adquirir inúmeros produtos com direitoao rótulo de “artísticos”, desde o vestuárioao artesanato, até à joalharia e às louças evidros. Uma cidade que tem um dos cen-tros europeus mais ricos em palácios e igre-jas e que comporta o maior número de ar-tistas por metro quadrado da Europa. Ecomo é fantástico caminhar pelas ruasdesta cidade-monumento, apreciando os ar-tistas que em qualquer rua, canto ou esqui-na, se deixam inspirar pela arte que herda-ram de um dos passados históricos maisricos do Mundo.

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1122 AA PPÁÁGGIINNAA DDOO MMÁÁRRIIOO DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE [email protected]

Mário Martins

Campeonato do Mundo

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AA PPÁÁGGIINNAA DDOO MMÁÁRRIIOO 1133DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

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1144 DDEESSPPOORRTTOO DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

Elite mundial brilhou em CoimbraDecorreu em Coimbra,entre 14 e 17 de Junho,o XX Campeonato Mundialde Ginástica Acrobática.O balanço é positivo, apesarde o público não ter aderidoem massa

Mafalda Nogueira

Terminou em beleza o XX Campeonatodo Mundo de Ginástica Acrobática que,entre os passados dias 14 e 17, proporcio-nou ao público momentos gímnicos bri-lhantes. O campeonato realizado em Coim-bra, sobre a égide da Federação Internacio-nal de Ginástica (FIG) e com o apoio daFederação Portuguesa de Trampolins eDesportos Acrobáticos e da AssociaçãoAcadémica de Coimbra, contou com a pre-sença de 150 ginastas, em representação de19 países.

A Cerimónia de Abertura do evento reali-zou-se no dia 14, pelas 21 horas. Após o des-file dos participantes e dos juízes, o presiden-te da Câmara Municipal de Coimbra, CarlosEncarnação, e o Presidente da FIG, BrunoGrandi, fizeram um pequeno discurso e de-clararam aberto o campeonato. Seguiu-se ojuramento feito pelos atletas e pelos juízes, emnome de uma competição justa. Começoudepois o espectáculo em si, cheio de luz, cor,tradição e inspirado nas lendas do brasão deCoimbra e de Inês de Castro, que estão naorigem da nossa cidade.

PAR PORTUGUÊSNA FINAL

O dia 15 marcou o início da competição,com todos os competidores a subirem aopraticável e a realizarem os esquemas deequilíbrio, onde se exige força, flexibilidade,equilíbrio e agilidade e dois, três ou quatroginastas estão em contacto constante, etambém de dinâmico, onde vemos saltos,voos e recepções. No primeiro dia, a dele-gação portuguesa realizou boas provas,com o par Telmo Dias e Hugo Teixeira aconquistar o 6º lugar e o trio composto porJoana Vicente, Débora Pinto e Joana Geadaa classificar-se num magnífico 3º lugar. Osoutros dois pares lusitanos realizaram tam-bém provas com um bom nível, mas infe-riores aos restantes participantes.

O segundo dia de prova começou bemcedo e durante toda a manhã decorreram osrestantes exercícios de dinâmico e equilí-brio. Nas sessões da tarde e noite, todos osparticipantes realizaram os esquemas com-binados, onde se conjugam os equilíbrios eos dinâmicos. Ao fim dos dois dias de com-

petição a delegação da Rússia liderava emtrês especialidades, na de pares femininos,pares mistos e trios femininos. Em paresmasculinos, a Ucrânia conquistou o primei-ro lugar da qualificação, e em grupos mas-culinos a Grã-Bretanha liderou por com-pleto, com dois grupos em primeiro e se-gundo lugar. No que toca aos portugueses,o par masculino composto por Telmo Diase Hugo Teixeira foi o único capaz de salvaro orgulho lusitano, ficando apurado para afinal, enquanto o trio feminino, que no pri-meiro dia tinha ficado em 3º lugar, não foialém da 9ª posição e, portanto, deixou pelocaminho o sonho de ir à final. Neste dia,em que se decidiu o apuramento para as fi-nais, realizou-se também a cerimónia pro-tocolar de entrega de medalhas por equipa,em que a Rússia, mais uma vez, foi a gran-de vencedora, logo seguida pela Grã-Bretanha e pela Ucrânia.

DOMÍNIO RUSSO

O dia 17, dia das grandes finais por espe-cialidade, começou às 15 horas com osGrupos Masculinos e os Pares Mistos. Nosgrupos masculinos, os ingleses arrecadaramo primeiro lugar e os ucranianos ficaram emsegundo, mas foram os chineses, classifica-dos em 3º, que levaram a assistência aorubro. Nos pares mistos os russos levarampara casa o 1º e o 2º lugar e o 3º foi arreca-dado pelo par dos Estados Unidos. Seguiu-se a final de pares femininos, bastante renhi-da, em que o par da Bielo-Rússia acaboupor vencer o par da Rússia, que arrecadou osegundo lugar, e a China, com um par muitosimpático, ficou com o terceiro lugar. Nasessão da noite, a Rússia voltou a vencerduas medalhas, primeiro e segundo, na espe-cialidade de grupos femininos, ao deixar opúblico de “boca-aberta” com a dificuldadedos seus exercícios. Na final da especialida-de de pares masculinos o nosso par portu-guês ficou com o 6º lugar, muito graças aoapoio do público que esperou pelo últimodia para encher as bancadas. Aqui os gran-des vencedores foram os ucranianos, segui-dos por russos e polacos.

O balanço deste XX Campeonato doMundo de Ginástica Acrobática, que termi-nou com o desfile de toda a organização,dos 100 voluntários e de todas as delega-ções, é muito positivo e pretende-se que serepita a partir de dia 21, data da cerimóniade abertura do 4ª Competição Inter-nacional por Grupos de Idades. Esta provavolta a ter por palco o Pavilhão Multi-desportos de Coimbra e estende-se até aodia 24, esperando-se que possa contar commais público nas bancadas.

PAULO BARBOSA (OPINIÃO DO PÚBLICO)

Fantástico“Como leigo na matéria não me acho capaz de comentar os as-pectos técnicos da competição. Mas achei fantástico! E fiqueiextremamente satisfeito por um evento destes ocorrer emPortugal e especialmente em Coimbra. É pena o pavilhão ter es-tado pouco composto de plateia! Mas acho que o balanço émuito positivo“.

PAULA PINTO (OPINIÃO DO PÚBLICO)

Alegria “Embora a cerimónia de abertura tenha sido bonita, esperavater visto algo com mais vida, mais movimento e mais saltos.A ginástica está a evoluir cada vez mais, proporcionando mo-mentos de grande beleza, onde a agilidade, a elegância e a ale-gria marcam uma forte presença“.

CAMPEONATO DO MUNDO DE GINÁSTICA ACROBÁTICA

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DDEESSPPOORRTTOO 1155DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

SAMPAENSE DETÉM HEGEMONIA NA MAIOR PROVA DA FEDERAÇÃO

Tricampeão da Proliga

E vão três! O Sampaense voltou a vencer a maiorprova da Federação Portuguesa de Basquetebol.Comandada por Jorge Dias, a turma de S. Paio deGramaços (Oliveira do Hospital) detém assim opleno das edições da Proliga, competição criada naépoca 2003/2004. Na grande final, depois de duasvitórias caseiras (76-65 e 88-76), os tricampeões na-cionais foram copiosamente batidos no terceiro jogo(90-70), no Pavilhão do Esgueira, mas acabaram pordecidir a contenda no dia seguinte, igualmente emAveiro, vencendo após prolongamento por 74-83.

Os responsáveis pela Sociedade RecreativaLealdade Sampaense estudam agora a possibilidadede ingressarem, pela primeira vez, na Liga deClubes de Basquetebol, depois de convite expressofeito pelo presidente José Castel-Branco. O assuntoserá alvo de aturadas discussões internas, uma vezque a Direcção presidida por Vítor Duarte hámuito que anseia dar este passo gigantesco para avida do clube, mas quer fazê-lo com os pés bem as-sentes na terra e de modo que possa cumprir todasas novas obrigações que vai assumir.

PPEEQQUUEENNOOSS AATTLLEETTAASS

Imenso prazerComo e quando entraste para o

basquete?Entrei com 10 anos, no 5º ano de es-

colaridade, através do Desporto Escolar.Que importância ocupa o basquete

no teu dia-a-dia?O basquete é muito importante para

mim, uma vez que é um desporto quepratico há já cinco anos e que me dáimenso prazer.

Fala um pouco sobre a tua equipa.A nossa equipa é extraordinariamente

unida e com uma vontade enorme deprogredir. Assim, o ambiente que se viveé de grande camaradagem, entusiasmo ededicação. Trabalhamos sempre em equi-pa e o treinador desempenha um papelmuito importante no conjunto.

O basquete é só para os jogadores mais altos ou também podee deve ser para os mais baixos?

Diz-se que o basquete é para os jogadores mais altos pois esses têma vantagem de chegar melhor ao cesto, no entanto a distribuição e orga-nização do jogo pode ser feita por um jogador mais baixo. O importan-te é a técnica de ataque, a velocidade e a defesa.

Este ano a tua equipa venceu a Taça Nacional. Que sensaçõesviveram com esse momento?

Vencer a Taça foi o prémio pelo trabalho desenvolvido ao longo detoda a época. A sensação vivida foi uma enorme alegria e satisfação.

A conquista da Taça foi festejada com um banho no mar…Quando apuradas para a “Final 4”, decidimos que se trouxéssemos a

Taça para Coimbra iríamos mergulhar nas águas frias de Viana deCastelo.

Consegues conciliar o basquete com os estudos?Sim, embora por vezes nos sintamos cansadas e com pouca vontade para

estudar.Não sei se sabes mas Coimbra já foi o maior centro do basquete-

bol português (a directora Carmo Rebelo, por exemplo, foi cincovezes campeã nacional). O que achas que falta que voltem essestempos de mais vitórias e maior qualidade?

Seria necessária a existência de mais pavilhões desportivos para trei-nar, pessoas empenhadas como a nossa directora Carmo e o incentivojunto de jovens para a prática do desporto, concretamente do basquete-bol.

Mensagem que gostarias de deixar para os leitores do jornal“Centro”?

Valeu a pena o esforço e a dedicação! Vamos fazer de Coimbra a ca-pital do basquetebol português.

CONQUISTA DA TAÇA FOI FESTEJADA NO MAR

Com direito a banhoO mar inspirou a equipa de Cadetes Femininos da Associação Académi-

ca de Coimbra. A “Final 4” foi realizada no distrito de Viana do Castelo, quepossui excelentes praias, motivo suficiente para que as jogadoras definissempreviamente uma forma sui generis de festejar, nas águas geladas, obtendo aimediata anuência do treinador Pedro Rebelo, da directora Carmo Rebelo edos seccionistas Eduardo Seixas e João Horácio. Conquistada a Taça , a pro-messa foi cumprida com o banho que a foto documenta.

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OLIVAIS ESTÁ DE REGRESSO AO CAMPEONATO NACIONAL 1

Desce e sobe

AJF

O Olivais está de regresso ao Campeonato Na-cional 1. A culminar uma caminhada triunfante, aolongo da qual apenas sofreu duas derrotas, curiosa-mente frente ao mesmo adversário, o Galitos B, aturma olivanense garantiu o primeiro lugar da zonanorte (o Vagos foi segundo e também sobe de divi-são) e volta assim a ocupar o posto que deixara naépoca passada. Trata-se de um feito importante,que premeia o grupo de trabalho, composto namaioria por jovens basquetebolistas, alguns forma-dos na “casa”, e que funciona como excelenteexemplo, e imagem, tal como já acontece com aequipa sénior feminina, para a reorganização que oclube pretende implementar em todo o sector deformação.

O Olivais vai agora discutir o título do Cam-

peonato Nacional 2, frente ao Basket de Queluz,vencedor da zona sul, em jogo marcado para o dia25, no Pavilhão Multiusos de Torres Vedras, emhora a definir pela Federação Portuguesa deBasquetebol.

O grupo de trabalho do Olivais é chefiado pelojogador/treinador Frederico Portugal (substituiuMiguel Barbosa há cerca de dois meses) e compos-to pelos seguintes elementos: Ruben Ribeiro, NunoJanuário, Tiago Cardoso, André Duarte, AndréMarçal, Luís Fernandes, Tiago Pina, Miguel Bento,Vasco Azenha, João Rosado, Guilherme Quintela,Ricardo Santos, Carlo Ferreira e Bruno Santos(Jogadores); Paulo Matamouros e João Correia (Sec-cionistas); Alfredo Silva (Director); AndréNogueira e Paulo Cortesão (Fisioterapeutas); Car-los Gonçalves (até 22 de Março) e Carlos Ângelo(Presidentes).

OO ppllaanntteell ddoo OOlliivvaaiiss ffeesstteejjoouu aa ssuubbiiddaa ddee ddiivviissããoo

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1166 DDEESSPPOORRTTOO DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

Solidariedade, saúde e futsal.E festa, acrescentamos.Quatro palavras que definemna perfeição o torneioorganizado pela AssociaçãoDesportiva e Culturalde Vila Verde, que no passadofim-de-semana reuniu dozeequipas de Escolase Infantis. Em campoestiveram igualmentea Selecção Jornal Futsal 2006e o União de Cernache,campeão da Divisãode Honra da Associaçãode Futebol de Coimbra,num jogo que “abriuo apetite” para o “Acreditarno Futsal 3”, marcado parao próximo sábado, às 15 horas,de novo em Vila Verde

António José Ferreira

A ideia de organizar o Torneio de Soli-dariedade Saúde e Futsal partiu de AntónioPimenta, treinador da ADC Vila Verde edas Escolas do União de Coimbra, empe-nhado em levar a efeito um torneio de cri-anças para crianças. De crianças, porque emcampo iriam estar dezenas de jovens "cra-ques", divertindo-se com a prática do fut-sal. Para crianças, pela pronta intenção defazer reverter os proveitos da prova para aComunidade Juvenil Francisco de Assis(Eiras). As gentes de Vila Verde deitarammãos à obra, desde logo com a preciosa co-laboração do Jornal Futsal e de Ricardo Fer-reira Santos, estando todos de parabénspela excelência da organização.

Explicadas que estão as vertentes daSolidariedade e do Futsal, acrescente-se quea Saúde esteve presente porque ao eventose associaram o Centro de DiagnósticoPneumológico de Coimbra (CDPC/BCG)e o Centro de Aconselhamento e DetecçãoPrecoce de VIH de Coimbra (CAD), emambos os casos com bancas montadas noexterior do pavilhão. O CDPC/BCG fez

deslocar uma Unidade Móvel de RadiologiaDigital e uma equipa de enfermeiras parafazerem um rastreio e prestarem informa-ções sobre a tuberculose, com o intuito depassar a mensagem de que "não é uma do-ença do passado, mas sim do presente e queainda afecta muitos indivíduos".

A população mostrou-se interessada eaderiu em número considerável. O mesmoaconteceu com o trabalho do CAD, nestecaso mais virado para os jovens atletas, comgrande curiosidade demonstrada igualmen-te pelos pais. Jogos e visionamento de fil-mes foram algumas das actividades levadasa cabo.

MAIS DE 130 ATLETAS

Perfazendo mais de 130 atletas, partici-param no torneio seis equipas de Escolas eoutras tantas de Infantis, em cada escalãodivididas em dois grupos. Conhecidos osresultados de sábado, no domingo os gru-pos "cruzaram-se" de modo a escalonar aclassificação final (que apresentamos emquadro anexo). Alegria e entusiasmo foramsempre a nota dominante, aqui e ali com ospequenos jogadores a "encherem" o campo

com bons apontamentos técnicos, demons-trativos do trabalho realizado.

De seguida subiram ao palco as equipas se-niores. Pela Selecção Jornal Futsal 2006, orien-tada pelos treinadores Arlindo Matos (AAC) eRicardo Soles (Tocha), alinharam João Manuel(S. João), Rui Moreira (AAC), Pipe (Tocha),Zé João (S. João), Cláudio Marques (Chelo),Jardel (S. João), André Matos (AAC), Joca(Tocha), Ruben Fonseca (S. João), Luisinho(AAC) e Nuno Gouveia (AAC), jogadoresconvocados pelo "seleccionador" RicardoFerreira Santos, com a particularidade deserem todos de equipas que, ao longo daépoca, disputaram provas nacionais. PeloCernache, sob o comando de Miguel Tente,jogaram Ferrão, César, Leonel, Paulo Alves,Beto, Sousa, Pedro Teixeira, Ricardo, Paulito,Pena, Tomé, Nuno Martinho, Márito e BetoII. A Selecção Jornal Futsal 2006 venceu por4-0 (3-0 ao intervalo), com golos de RubenFonseca (2), Cláudio Marques e André Matos.

Os 19 jogos do torneio foram dirigidospelos árbitros Artur Pereira, Carina Pereira,Gouveia Santos, José Monteiro, LourençoCosta, Luís Cação, Luís Marques, NunoBogalho, Nuno Oliveira, Pedro Costa e Tia-go Antunes.

GIMNODESPORTIVO DE VILA VERDE TRANSBORDOU DE ALEGRIA E ENTUSIASMO

Futsal solidário

AA sseelleeccççããoo JJoorrnnaall FFuuttssaall 22000066 ee oo UUnniiããoo ddee CCeerrnnaacchhee ddeeffrroonnttaarraamm--ssee eemm nnoommee ddaa ssoolliiddaarriieeddaaddee

OOss IInnffaannttiiss ddoo MMiirroo AA ee VViillaavveerrddeennssee ddiissppuuttaarraamm aa FFiinnaall PPaarraa ooss 33..ºº ee 44..ºº lluuggaarreess ddeeffrroonnttaarraamm--ssee MMiirroo BB ee CCoommuunniiddaaddee JJuuvveenniill FFrraanncciissccoo ddee AAssssiiss

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DDEESSPPOORRTTOO 1177DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

Por entre os diversos afazeres, pró-prios de uma organização arrojada comoesta a que os responsáveis pela ADC VilaVerde se abalançaram, o actual presiden-te da colectividade, Manuel Crúzio, en-controu tempo para trocar breves pala-vras com o "Centro". Começou por ex-plicar que "a ideia partiu de um nossosócio e treinador, que trabalha no BCG enos propôs a realização deste torneio.Anuímos quase de imediato e os clubesque temos connosco também apoiaram ainiciativa desde o início, bem como oCAD e o BCG". Entre outros objectivos,nomeadamente o de proporcionar a prá-tica do futsal a cerca de 130 crianças, dedoze equipas de Escolas e Infantis, esta"prova destina-se a angariar fundos para aComunidade Juvenil Francisco de Assis.No próximo sábado teremos uma outra,a favor da Acreditar. São duas iniciativasdistintas, embora interligadas. É umaquestão de solidariedade entre institui-

ções e desde o início contámos com a co-laboração de várias instituições e patroci-nadores. Esperamos que outros se pos-sam juntar a nós, dando mais algumacoisa".

Na mesma linha de raciocínio, outroaspecto que mereceu destaque por partedo dirigente vilaverdense foi "o convívioexistente entre crianças que nada têm aver umas com as outras, provenientes decontextos sociais e culturais bem diferen-tes. E a nós dá-nos imenso prazer vermoso nosso pavilhão cheio de crianças a'brincarem', porque no fundo é disso quese trata".

Manuel Crúzio não terminou a con-versa com o "Centro" sem antes enaltecere agradecer a colaboração de todos osagentes envolvidos na organização dotorneio, muito especialmente aos volun-tários e voluntárias que permitiram servirrefeições quentes a todos os participan-tes, nos dois dias da prova.

MANUEL CRÚZIO CHEFIOU EQUIPA DE TRABALHO

«Uma questão de solidariedade»RESULTADOS

INFANTIS

Série ASanta Clara-Vilaverdense 2-2Vilaverdense-Miro A 4-1Santa Clara-Miro A 1-3

Série BMiro B-S. Martinho de Árvore 8-0S. M. Árvore-Comunidade Juvenil 3-4Comunidade Juvenil-Miro B 6-7

5º e 6º lugaresSanta Clara-S. M. de Árvore 7-0

3º e 4º lugaresMiro A- Comunidade Juvenil 4-1

FinalVilaverdense-Miro B 3-3 (5-6, g. p.)

Classificação1º Miro B2º Vilaverdense3º Miro A4º Comunidade Juvenil5º Santa Clara6º S. Martinho de Árvore

ESCOLAS

Série AUnião A-União B 11-0União B-S. Silvestre 2-7S. Silvestre-União A 1-4

Série BAndorinha- Vila Verde 2-0Vila Verde-Miro 2-6Miro-Andorinha 2-4

5º e 6º lugaresUnião B-Vila Verde 0-4

3º e 4º lugaresS. Silvestre-Miro 3-3 (6-7, g. p.)

FinalUnião A-Andorinha 3-2

Classificação1º União A2º Andorinha3º Miro4º S. Silvestre5º Vila Verde6º União B

MMaannuueell CCrrúúzziioo

UUnniiããoo ddee CCooiimmbbrraa ee AAnnddoorriinnhhaa jjooggaarraamm aa FFiinnaall ddee EEssccoollaass SS.. SSiillvveessttrree ee MMiirroo ddeecciiddiirraamm oo 33..ºº ee 44..ºº lluuggaarreess

OO vvoolluunnttaarriiaaddoo ffooii ffuunnddaammeennttaall ppaarraa oo êêxxiittoo ddaa iinniicciiaattiivvaa

EEnnffeerrmmeeiirraass ddoo BBCCGG pprreessttaarraamm eessccllaarreecciimmeennttooss ssoobbrree ttuubbeerrccuulloosseeJJooaannaa CCaassqquuiillhhoo ee DDaanniieellaa VVaazz aappeellaarraamm àà pprreevveennççããoo ddaa ssiiddaa

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1188 DDEESSPPOORRTTOO DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

AIRES LEITÃO É UM DOS “MOTORES” DA DINÂMICA DA ADC ADÉMIA

«Procuramos ser úteis»Ousar ser útil! É este o lemaque serve de base ao trabalhoda Associação Desportivae Cultural Adémia (ADCA).E os responsáveis pelacolectividade tão bem lhe têmfeito jus, desenvolvendoum trabalho meritório, plenode vivacidade e dinâmica,e de reconhecida importânciapara a juventude envolvente.Esse testemunho foi dadoao “Centro” pelo presidenteAires Leitão

António José Ferreira

Que balanço faz da época que termi-nou?

A ADCA, este ano, para além de ter par-ticipado em todos os escalões de competi-ção, participou pela primeira vez com duasequipas de Infantis, o que revela a dinâmicaque temos vindo a dar ao nosso futebol. Hátrês ano apenas tínhamos quatro equipasem competição, agora já temos seis, numdos escalões com equipa “A” e “B”, tudoisto com uma política social abrangente,acolhendo “miúdos” sem grandes recursos,por exemplo do Padre Serra. Temos por-tanto uma perspectiva diferente de visionarestas coisas.

Daí o lema “Ousar ser útil”?Procuramos ser úteis perante a socieda-

de, perante a comunidade e todas as pesso-as que nos rodeiam e que nos procuram.Prestamos um serviço à comunidade e van-gloriamo-nos de o fazer, pois julgamos queé muito valioso em termos sociais e de in-tegração. A participação no Torneio deParis é um bom exemplo, pois muitos des-

tes “miúdos” tão depressa não terão opor-tunidade sequer de saírem de Portugal. Épara nós uma vitória brilhante, extraordiná-ria. Consideramos este aspecto social comoprioritário e procuramos envolver a comu-nidade e “agarrar” os pais, com uma políti-ca de substituir o estado nas suas funções,complementando a educação e tentandocombater ao máximo o insucesso escolar. Etemos estatísticas que, neste momento, nospodem dizer que o nosso trabalho está a tersucesso. No escalão sénior, por exemplo,temos três licenciados e mais 13 jogadoresoriundos da nossa formação que são estu-dantes universitários.

Que principais caminhos utilizampara o combate ao insucesso escolar?

Alguns pais de atletas têm a vocação e aprofissão de professor e, antes dos treinos,dão uma ajuda aos “miúdos” nas diversasdisciplinas. Temos tido um sucesso especta-cular em todos os escalões e é sem dúvidaum projecto para continuar.

Em termos desportivos, o sucessotambém se verifica?

Nos escalões mais jovens, Escolas,Infantis e Iniciados, criámos a Escola deFutebol Pedro e Inês, associada à nossa ci-dade e com pergaminhos na História dePortugal. Estes três escalões conseguiramapurar-se para a discussão do campeão dis-trital. O nosso objectivo prioritário não éganhar mas, mesmo assim, pela primeiravez na história do clube, quase que conse-

guimos levar os nossos Iniciados aoCampeonato Nacional. Estivemos a cincominutos de atingir aquele objectivo, masacabámos por sofrer um golo. Os Juvenisficaram em terceiro e os Seniores em quar-to, o que quer dizer que está a crescer deva-garinho, com calma e confiança. Os resulta-dos desportivos hão-de aparecer, mais tardeou mais cedo, como corolário de todo onosso trabalho.

Trata-se, em suma, de um trabalhoimportante para a juventude das zonasenvolventes?

É de facto um projecto muito interes-sante. Com o lema “Ousar ser útil”, come-çámos por tentar melhorar os nossos equi-pamentos desportivos e definimos comopolítica do clube aumentar o número depraticantes. Essa foi a nossa grande aposta.Há cerca de dez anos só tínhamos Seniorese de então para cá temos vindo a caminharcom passos certos e passámos de 25 atletaspara quase 200. O que é de facto extraordi-nário.

As iniciativas que levam a cabo con-tribuem sobremaneira para a valoriza-ção do aspecto humano e para o envol-vimento das pessoas em torno do vossoprojecto…

Muito! Os “miúdos” vêem nisto o reco-nhecimento por todo o trabalho que desen-volveram ao longo do ano. É um prémiosimbólico e humilde, tal como o próprioclube, e no qual os atletas se revêem pois

AAiirreess LLeeiittããoo pprreessiiddee àà AADDCC AAddéémmiiaa

AA eeqquuiippaa ddee vveetteerraannooss ddoo AAddéémmiiaa ffeesstteejjoouu ddeennttrroo ddaa ccaammppoo,, rreecceebbeennddoo aa ccoonn--ggéénneerree ddee MMoonnttee RReeaall OOss JJuunniioorreess rreecceebbeerraamm aass mmeeddaallhhaass ppeelloo ttrriiuunnffoo nnaa TTaaççaa ddee EEnncceerrrraammeennttoo

DDiissttiinngguuiiddooss ccoomm PPrréémmiioo RReevveellaaççããooVVaallddeemmaarr CCoorrrreeiiaa ((DDiirriiggeennttee ddoo AAnnoo))ee JJuuccaa ((TTrreeiinnaaddoorr ddoo AAnnoo))AAttlleettaass qquuee rreecceebbeerraamm oo PPrréémmiioo AAttlleettaa CCoommpplleettoo

Page 19: O Centro - n.º 6

verificam que há adultos que olham para ajuventude de uma forma diferente. Possodizer que há “miúdos” que vêm daAcadémica e do União, mas que depois de“beberem desta água” já não querem voltar.É sinal que são bem tratados e reconhecemo nosso trabalho. Nesse aspecto social, en-volvente, julgo que estamos à frente unspassos bem seguros em relação às colectivi-dades da nossa região. Há um espírito demilitância muito grande e é isto que fazcom que o associativismo seja feito comgozo e com prazer.

DDEESSPPOORRTTOO 1199DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

A selecção portuguesa rubricouuma participação francamentepositiva no Campeonatodo Mundo de Karate Shukokai,realizado na Finlândia,com a obtenção de quatroprimeiros lugares

António José Ferreira

A cidade de Jarvenpaa, na Finlândia, re-cebeu entre os dias 8 e 10 de Junho o Cam-peonato do Mundo de Karate Shukokai.Em prova estiveram 25 países, entre osquais Portugal, com 16 atletas, cuja comiti-va foi chefiada pelo Sensei MarceloAzevedo (7º Dan), instrutor-chefe nacionalda Associação Portuguesa de Karate Shu-kokai, com o apoio do treinador SenseiJorge Marques.

Fruto de uma participação muito positi-va, que premeia o trabalho realizado, a selec-ção portuguesa obteve vários lugares nopódio. O maior destaque vai para a manu-tenção do título mundial por equipas mascu-linas, na categoria de kumite (combate), já naposse de Portugal desde o Mundial de 2004,disputado na África do Sul. Diogo Guincho,João Duarte, Nuno Dias, Paulo Briosa,Pedro Seguro, Tiago Guincho e CarlosMarques são os novos campeões do mundo.Ainda em resultados colectivos, registe-se oterceiro lugar obtido pela equipa feminina decombate, composta por Ema Lopes, SusanaMendes, Catarina Santos e Telma Seguro.

Individualmente, destaque para os títu-los mundiais conquistados por Ema Lopes(kumite individual feminino sénior, -55 kg),Catarina Santos (kumite individual júnior,+60 kg) e Juliana Santos (kumite individualjúnior, -60 kg).

Outros resultados individuais obtidospelos karatecas portugueses: Nuno Silva, 2ºlugar em kumite masculino sénior, -90 kg;João Duarte, 3º lugar em kumite sénior, -70kg; Carlos Marques, 3º lugar em kumite sé-nior, -90 kg; Susana Mendes, 3º lugar kumi-te sénior, +65 kg; Miguel Silva, 3º lugar emkata júnior; André Henriques, 3º lugar ku-mite júnior; Ricardo Carvalho, 3º lugar emkumite e kata júnior.

EXCELENTE PARTICIPAÇÃO DA COMITIVA PORTUGUESA

Selecção de ouro

AA ccoommiittiivvaa ppoorrttuugguueessaa ddeeiixxoouu eexxcceelleennttee iimmaaggeemm eemm JJaarrvveennppaaaa

EEmmaa LLooppeess éé ccaammppeeãã ddoo mmuunnddoo

AAnnddrréé MMaarrqquueess ee RRiiccaarrddoo CCaarrvvaallhhoo

EEqquuiippaa mmaassccuulliinnaa rreennoovvoouu ttííttuulloo mmuunnddiiaall

Depois do 18º Encontro de Gerações,do Torneio Pedro e Inês e da participaçãono Torneio de Paris, entre outras iniciati-vas, teve lugar no passado sábado a Gala daAssociação Desportiva e Cultural Adémia,que encheu de animação o Campo Ramosde Carvalho. Atletas, pais, sócios e amigosdo clube marcaram presença em númeroconsiderável, vitoriando os premiados e, deuma forma geral, todos aqueles que “ves-tem” a camisola do Adémia.

Além do agradecimento às empresasMatobra, Ademiauto e Barata & Marce-lino, as que mais contribuíram para o traba-

lho desenvolvido ao longo da época, foramdistribuídos os seguintes prémios: Grati-dão - Maria Arménia Pratas; Atleta Fair-Play - Rola, Pedro Ferreira, Moura, Ferrãoe Fábio; Atleta Revelação - João Pedro,Carlos Costa, Grilo, Bruno Morais e Hugo;Atleta Completo - Jorge, Ricardo Carvalho,Paulito, Micael e Márcio; Treinador doAno - Juca; Dirigente do Ano - ValdemarCorreia.

Igualmente premiados foram todos oselementos da equipa júnior, pela vitória naTaça de Encerramento da Associação deFutebol de Coimbra.

MMaarriiaa AArrmméénniiaa PPrraattaass vviiuu rreeccoonnhheecciiddaa aaddeeddiiccaaççããoo aaoo cclluubbee

JJooggaaddoorreess ggaallaarrddooaaddooss ccoomm oo pprréémmiioo ffaaiirr--ppllaayy

SSããoo eesstteess aallgguunnss ddooss pprriinncciippaaiiss ““ccuullppaaddooss”” ppeellaa ddiinnââmmiiccaa ddaa AADDCC AAddéémmiiaa

GALA PREMIOU OS MELHORES DA ÉPOCA

Pratas da casa

Page 20: O Centro - n.º 6

2200 CCUULLTTUURRAA DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

LIVRO DE JOSÉ TENGARRINHA LANÇADO EM COIMBRA

Obra pioneira sobrea censura em Portugal

As Edições MinervaCoimbra lançaramrecentemente, na Casa Municipal da Cultu-ra, o mais recente livro de José Tengarrinha,intitulado “Imprensa e Opinião Pública emPortugal”. Recorde-se que José Tengarri-nha, historiador e professor da Universi-dade de Lisboa, foi também jornalista e é oautor da única História da ImprensaPortuguesa até hoje editada (e há muitosanos esgotada, estando ele a preparar novaedição refundida).

A apresentação deste seu mais recentetrabalho esteve a cargo de Mário Mesquita,Director da Colecção Minerva Ciências daComunicação, em que esta obra se integra.

Segundo Mário Mesquita, “Imprensa”,“Opinião Pública” e “Censura” são pala-vras-chave do livro de José Tengarrinha queconsta de doze estudos situados na área dahistória do jornalismo. Desses estudos, sin-tetizou, seis visam especialmente a impren-sa. Em “Assim nasceu o Jornalismo emPortugal” analisa-se o surgimento dos peri-ódicos em Portugal no início do séculoXVII. A imprensa da emigração política,sediada em Inglaterra, sob o impulso dosexilados liberais é o tema abordado em “OJornalismo da primeira emigração emLondres na formação de uma corrente deopinião liberal”; a que se seguem “PrimeiraEmigração Liberal e Pré-romantismo”, “OJornalismo Romântico”, “A imprensa clan-destina durante a guerra civil de 1846-1848” e ainda “A imprensa nas dinâmicasda sociedade oitocentista”.

Quatro desses estudos centram-se, deforma explícita, continuou ainda MárioMesquita, na problemática da opinião pú-blica. É o caso dos capítulos intitulados “Aformação da opinião pública em Portugal”,“A opinião pública segundo Garrett”(acompanhado de comentários de Maria deLourdes Lima dos Santos), “As crises ibéri-cas finisseculares, a opinião pública e a im-prensa” e, por fim, “Imprensa e opinião pú-blica no Estado Novo”.

Os dois capítulos restantes incidem so-bre as instituições e a acção da censura.Neste aspecto merece especial realce o es-tudo “A Censura às Folhas Informativas(visão global)”, que Mário Mesquita consi-derou “a primeira visão de conjunto da cen-sura à imprensa em Portugal, abarcando ovasto período que vai das Ordenações Fi-lipinas até ao fim do salazarismo. Esteconspecto possui o mérito de descrever deforma clara, concisa e contextualizada os

institutos e os mecanismos de censura à im-prensa. Desnecessário será enaltecer o valorpedagógico que possui, com vista à plenacompreensão de sucessivas ordens censó-rias ao longo da História de Portugal”.

José Tengarrinha, por seu turno, desta-cou o facto de na obra abordar não apenasa censura enquanto acto limitativo, mas so-bretudo a “tentativa de criação de «bloco deopinião nacional» ao serviço de interessesdos governantes”. Como exemplos, o his-toriador e ex-jornalista refere “o primeirojornal português, que procura desenvolveruma «corrente de opinião» favorável àRestauração, contra a que os castelhanostentavam promover, ou, em 1809, quando oobjectivo do Governo era levantar o Paíscontra os invasores franceses”.

A obra de José Tengarrinha abrange umlongo período, percorrido em algumas dasprincipais fases e questões emergentes,desde 1641 ao Estado Novo. “Os primeirosdebates teóricos em Portugal sobre «opini-ão pública», a partir de propostas dos nos-sos escritores românticos, merecem igual-mente atenção, ao mesmo tempo que se in-tenta compreender os novos aspectos evo-lutivos da Imprensa quando inserida nas di-nâmicas da sociedade oitocentista”, refereainda o autor.

A encerrar a sessão gerou-se animado de-bate sobre a censura à imprensa, no EstadoNovo, com o relato de histórias vividas nasredacções dos jornais e contadas na primei-ra pessoa por alguns dos presentes.

MMáárriioo MMeessqquuiittaa,, JJoosséé TTeennggaarrrriinnhhaa ee IIssaabbeell GGaarrcciiaa

China quer Confúcioa competir com Sócrates

O pensador chinês Confúcio (551-479a.C.), uma das figuras centrais da Históriada China, terá em Setembro uma imagemoficial que o tornará tão facilmente reco-nhecível em todo o mundo como Sócratesou Platão, noticiou na passada quarta-feira(dia 14) a imprensa oficial chinesa.

A Fundação de Confúcio da China, en-carregada de “dar uma imagem” ao pensa-dor, desenhou já um esboço que mostra um

ancião, de pé, com as mãos cruzadas emfrente do peito, boca e orelhas grandes,longa barba e túnica.

O esboço, que se pretende seja o pontode partida para um debate público de queresulte a “fixação” da imagem do Mestre,baseia-se num quadro do pintor Wu Daozi,que viveu na Dinastia Tang (618- 907).

Aprovaram o esquisso historiadores, ar-tistas e mesmo descendentes de Confúcio,

que são hoje mais de três milhões, o últimodos quais nascido em Taiwan a 01 deJaneiro último.

“Símbolo da História e da cultura chine-sas, Confúcio é conhecido em todo omundo. Necessitamos de um retrato-pa-drão para que todos os países tenham amesma imagem”, disse o secretário-geral daFundação, Zhang Shuhua, citado pelo“Diário do Povo”.

Até agora, o pensador tem sido represen-tado de formas diferentes. Com a nova ima-gem, explicou Hu Xijia, membro da equipaque concebeu o esboço, pretende-se “mos-trar o Confúcio que existe na mente daspessoas, um filósofo sagaz e respeitador”.

Nascido em Shandong, Confúcio lançouas bases do pensamento tradicional chinês,com princípios como a obediência à hierar-quia e à família e a busca do bem comum.

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João Ferreira e Ferreira Fernandes de-ram a conhecer, recentemente, o seu livro“As frases que fizeram a História de Por-tugal”, no café da FNAC, no novíssimoFórum Coimbra. O livro retrata os nove-centos anos da História do nosso país,através das frases que, pela sua força e im-portância, foram agora recolhidas e tran-scritas nesta obra.

Nenhuma das frases reproduzidas nolivro foi inventada, todas elas já existiam eestavam registadas: “Foram encontradasem livros de História e apenas procurámosatribuir-lhes um nome e uma circunstância”tendo os autores seleccionado as melhores,

no seu critério, se bem que “ficaram de foraoutras tantas”. João Ferreira aceitou comagrado a proposta da editora Esfera dosLivros para levar a cabo este projecto, emco-autoria com Ferreira Fernandes, sendoque a perplexidade dos autores incidiu nofacto de esta ser uma obra original e nãoexistir nenhuma do género.

João Ferreira deu conta do seu lamentopela falta de interesse dos jovens pelaHistória, atribuindo a responsabilidade “àmaneira como os programas de ensinoestão construídos, o que afasta as pessoasdo gosto pela matéria porque não lhes sãocontadas histórias”.

Durante o processo de realização dolivro, os autores depararam-se com algunspormenores curiosos, como a atribuiçãoda célebre frase “enterram-se os mortos ecuidam-se dos vivos“, que todos atribuíamao Marquês de Pombal, mas que, ao queparece, não é pacífica.

Ferreira Fernandes sublinha as portasque esta obra abre, pois “estas frases exis-tem noutros livros, o difícil é chegar lá”. Opropósito dos autores assenta em contar“a história absolutamente admirável depersonagens, episódios e acontecimentosde uma maneira clara, de uma maneira queas pessoas entendam”.

JOÃO FERREIRA E FERREIRA FERNANDES APRESENTARAM A SUA OBRA EM COIMBRA

«As frases já existiam, o difícil era chegar lá»

CCUULLTTUURRAA 2211DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

JORGE MENDES IRMÃO & C.A, LDA

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FERREIRA FERNANDES TRAÇA QUADRO DA IMPRENSA EM PORTUGAL

«Gostava de terum jornalismo popular»Ferreira Fernandes dispensaapresentações. Actualmenteé redactor principal da revistaSábado, depois de ter passado porjornais como o “Diário Popular”,“o Jornal” e o “Público” e ter sidodirector das revistas “Visão”e “Focus”. Numa breve conversacom o “Centro”, deu a conhecero seu ponto de vista sobreo jornalismo português.

Bruno Garrido

Como devia ser o jornalismo emPortugal?

Gostava de ter um jornalismo que fossepopular, que se baseasse fundamentalmen-te em histórias.

O jornalismo feito em Portugal podeequiparar-se àquele que se pratica nospaíses tidos como detentores do jorna-lismo de maior qualidade?

Vou dar-lhe um exemplo: durante as úl-timas eleições americanas fui para a capitaldo Estado de Ohio, como enviado da revis-ta “Sábado”. Depois de ler os jornais lá pu-blicados, ao segundo dia, eu já sabia o quese passava em Ohio, um Estado do qual eu

desconhecia quase tudo. A imprensa ameri-cana é uma imprensa baseada em factos.Não conta temas, conta pessoas que estãoimplicadas ou mesmo influenciadas poresses temas. Só a ler jornais, eu aprendisobre uma sociedade da qual desconheciaquase tudo. Quando venho do estrangeiro

leio os jornais portugueses e muito dificil-mente consigo saber o que é que se está apassar no nosso país.

Quer então dizer que a imprensa ame-ricana apresenta um nível superior à darestante imprensa?

Dei o exemplo americano mas tam-

bém podia ter dado exemplos europeus.A imprensa italiana é de muito boa qua-lidade.

A informação veiculada pela impren-sa é acessível, é bem transmitida?

Os jornais partem do princípio que nóssabemos mais do que aquilo que sabemos.Temos um jornalismo que aponta paracima e assim não atinge as pessoas. Não hásuficiente preocupação em ganhar leitores,em conquistar público. Quase que se tapamos assuntos para se mostrar que se sabemais que o leitor. Alguns jornais italianosde referência usam muito as infografias,que em Portugal são raríssimas. A infogra-fia é a maneira de percebermos o assuntoquase imediatamente.

É estranho, então, que as infografiasnão sejam mais usuais em Portugal…

Só que as infografias precisam de ser fei-tas por muito bons jornalistas. Só faz umaboa infografia aquele que é um bom jorna-lista e que percebeu bem o âmago da ques-tão e que em duas penadas consegue expli-car, por exemplo, Timor ou as células esta-minais.

Ainda assim, acha que a informaçãoé acessível a toda a gente?

Eu, que tenho uma cultura média, nãopercebo grande parte dos artigos de infor-mação.

FFeerrrreeiirraa FFeerrnnaannddeess

Page 22: O Centro - n.º 6

A escolha dos temas que, quinzenalmen-te, dão cor a este espaço acabam por serfruto de uma escolha natural, mas, de facto,dadas as excelentes actuações a que assistinos últimos dias – nomeadamente Red HotChili Peppers, Soulwax, The Cult, Keane ou

os Franz Ferdinand -, dificultaram-me estatarefa.

Apesar de todas estas contingênciasoptei por escrever sobre algo que me sur-preendeu verdadeiramente, uma grandenoite na Tenda Electrónica do Rock In RioLisboa (3 de Junho) cujo conceito domi-nante era o “electro-rock”. A “noite” co-meçou (apesar do sol ainda brilhar) com adupla de dj´s que acompanho de forma re-

gular e que é, sem dúvida, a minha referên-cia no que toca ao “djing”, os Zig ZagWarriors (Zé Pedro & Miguel Quintão),que “incendiaram” por completo a audiên-cia, abrindo caminho para os seguintes, co-meçando pelo Dj Kitten – que incluiu noseu “set” um tema dos Guns N´Roses,mais propriamente “Welcome To TheJungle”, algo que eu nunca tinha visto –, aque se seguiu o Dj Headman.

Para o fim estavam reservados os belgas2 Many Dj´s, formados pelos irmãosStephen e David Dewaele, respectivamentevocalista e guitarrista dos Soulwax, dosquais já tinha ouvido imensos “dj set´s” eque andava para ver há muito, mas por umaou outra razão, até agora não tinha sidopossível. Abriram as “hostilidades” com o“clássico” “Apache” dos Shadows, a que seseguiram um punhado de temas mais actu-ais da cena “electro”, intercalados com ou-tros, bem mais conhecidos de todos nós,nomeadamente: “Girls and Boys” dos Blur,“Blue Monday” dos New Order, “Rebellion(Lies)” dos Arcade Fire, “Killing In TheName” dos Rage Against The Machine,mas sempre com a particularidade de estestemas não serem “tocados” com a sua rou-pagem original, mas através das suas pró-prias “mixes”.

Se as expectativas criadas em torno dos2 Many Dj´s eram enormes, de facto, nãosaíram goradas, porque esta dupla belganão se limita a animar as “massas”, passan-

do o que querem ouvir, mas vai mais além,aliando ao “djing” uma enorme criatividadeatravés das suas próprias versões para cadaum dos temas que fazem parte dos seus “djset´s”, assim como mostra uma enormeversatilidade nas suas misturas, conjugandonas suas sequências temas, que, abstracta-mente nada têm a ver um com um outro.Como diria Scolari: “nota 10”.

PARA SABER MAIS:

- http://rockinrio-lisboa.sapo.pt/- www.2manydjs. org/ - www.2manydjs.free.frou:- “As Heard On Radio Soulwax – Part 1”

(mixed by 2 Many Dj´s) (PIAS)- “As Heard On Radio Soulwax – Part 2”

(mixed by 2 Many Dj´s) (PIAS)- “As Heard On Radio Soulwax – Part 3”

(mixed by 2 Many Dj´s) (PIAS)- “As Heard On Radio Soulwax – Part 4”

(mixed by 2 Many Dj´s) (PIAS)- “As Heard On Radio Soulwax – Part 5”

(mixed by 2 Many Dj´s) (PIAS)- “As Heard On Radio Soulwax – Part 6”

(mixed by 2 Many Dj´s) (PIAS)- “As Heard On Radio Soulwax – Part 7”

(mixed by 2 Many Dj´s) (PIAS)- “As Heard On Radio Soulwax – Part 8”

(mixed by 2 Many Dj´s) (PIAS)

- “Soulwax Present Hang All Dj´s Vol.1” (mixed by 2 many Dj´s) (PIAS)

- “Soulwax Present Hang All Dj´s Vol.2” (mixed by 2 many Dj´s) (PIAS)

- “Soulwax Present Hang All Dj´s Vol.3” (mixed by 2 many Dj´s) (PIAS)

- “Soulwax Present Hang All Dj´s Vol.4” (mixed by 2 many Dj´s) (PIAS)

- “Soulwax Present Hang All Dj´s Vol.5” (mixed by 2 many Dj´s) (PIAS)

2222 MMÚÚSSIICCAA DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

Distorções

José Miguel [email protected]

22 MMaannyy DDJJ’’ss

ZZiigg ZZaagg WWaarrrriioorrss

É HOJE A FESTA PROMOVIDA PELA ALLIANCE FRANÇAISE

Oito horas de música oferecida a CoimbraÉ hoje (quarta-feira, dia 21), que se reali-

za a “Festa da Música”, oferecida à popula-ção de Coimbra pela Alliance Française, emparceria com algumas outras entidades,entre as quais a Universidade e a CâmaraMunicipal.

Durante oito horas (entre as 16h e as24h), vão actuar em palco montado na RuaPinheiro Chagas, n.º 60, frente às instala-ções da Alliance Française, um variadoconjunto de grupos musicais, executandodiversos géneros, desde a música popular àerudita.

Uma iniciativa inédita em Coimbra, masque a Alliance Française vem promovendohá 25 anos em diversos pontos do Mundo,para assinalar o solstício de Verão.

Como acima se refere, a festa é oferecidaao público de Coimbra, o que significa quetodos os interessados ali podem dirigir-se aolongo das referidas oito horas, para usufruí-rem de um espectáculo que se antevê muitoanimado e com algumas surpresas.

O programa provisório inclui a partici-pação dos seguintes grupos (a que podemvir a juntar-se vários outros):

- Grupo de Flautas e Danças Regionaisdo Externato de João XXIII

- Orquestra da Escola de Música doColégio de São Teotónio

- Coro infantil - Conservatório de Músi-ca de Coimbra

- Orquestra de Cordas do ConservatórioRegional de Coimbra

- Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra

- Conjunto de Cordas dirigido pelo Ma-estro João Ventura

- Escola de Guitarra do Instituto Su-perior de Engenharia de Coimbra (ISEC)

- Sociedade Filarmónica de Vila Nova deAnços

- Alunos do 1º ano da Licenciatura em

Professores de Educação Musical do En-sino Básico- ESEC

- Alunos do 3º ano da Licenciatura emProfessores de Educação Musical doEnsino Básico- ESEC

- Coro Misto da Universidade de Coim-bra

- Canto - Conservatório de Música deCoimbra

- Associação Cultural Coimbra Menina eMoça com o seu Grupo de Fados «Guitar-ras de Coimbra» - ISEC

- Instrumentos de Arco - Conservatóriode Música de Coimbra

- Percussões - Conservatório de Músicade Coimbra

- Conjunto de saxofones - Conservató-rio de Música de Coimbra

- Quinteto de Metais - Conservatório deMúsica de Coimbra

- Conjunto de Clarinetas - Conservató-rio de Música de Coimbra

- Orquestra de Sopros - Conservatóriode Música de Coimbra

- Flauta Transversal - Conservatório deMúsica de Coimbra

- Cordas Dedilhadas - Conservatório deMúsica de Coimbra

AA aapprreesseennttaaççããoo ddoo pprrooggrraammaa ddaa FFeessttaa

Bob Dylan lançanovo disco

O músico e poeta norte-americanoBob Dylan vai lançar no final deAgosto um novo álbum, intitulado“Modern Times”, com dez cançõesoriginais, anunciou a editora Columbia.

“Modern Times” será o primeiroálbum de Bob Dylan desde 2001 e o44.º da sua carreira.

As dez canções do disco, entre asquais a editora destacou quatro títulos(“Thunder on the Mountain”, “Spiriton the Water”, “Workingman’s Blues”e “When the deal goes on”) foram gra-vadas no Inverno passado.

Além de cantar, Dylan toca guitarra,teclas e harmónica, adiantou aColumbia.

“Modern Times” fecha a trilogia ini-ciada em 1998 com “Time out ofMind” e cujo segundo disco foi “Loveand Theft”, lançado há cinco anos.

Bob Dylan, 65 anos, iniciou entre-tanto uma nova carreira de DJ e de ani-mador de rádio com um programa se-manal sobre a música norte-americana.

Segundo a editora, o lançamentomundial de “Modern Times” ocorreráa 28 de Agosto, um dia antes de ser lan-çado nos Estados Unidos.

Page 23: O Centro - n.º 6

O site Peso e Medida tem como temática a obesidade ecomportamentos associados e nasceu de uma iniciativaconjunta entre a Faculdade de Motricidade Humana daUniversidade Técnica de Lisboa e o jornal Público. O pro-jecto abrange as áreas da nutrição, exercício, medicina, psi-cologia, educação, saúde pública, entre outras. Trata-se de«repositório de recursos informativos permanentementeactualizados e cientificamente validados sobre as temáticasda obesidade e comportamentos associados»

Notícias, entrevistas, artigos científicos, perguntas e respos-tas, factos e mitos, documentos, links e uma agenda de even-tos são apenas alguns dos conteúdos que se podem encontrarneste site de verdadeiro interesse público. O Peso e Medidatem também uma área de diagnóstico com links para sites quepermitem elaborar planos alimentares para crianças e adultos;estimar o consumo diário de calorias e nutrientes; analisar acomposição nutricional de alimentos; e calcular as calorias in-geridas e despendidas nas actividades físicas, entre outros.

Links relacionados:http://www.fmh.utl.pt/ – Faculdade de Motricidade

Humana da Universidade Técnica de Lisboahttp://www.publico.pt – jornal Públicohttp://peso.fmh.utl.pt/peso_comunitario/preinscri-

cao0.htm – Programa Peso Comunitáriohttp://pesoemedida.blogspot.com/ – Blog Peso e

Medida

Peso e Medidaendereço: http://www.pesoemedida.com | catego-

ria: saúde

As objectivas de 100 fotojornalistas de 26 nacionalida-des diferentes captaram um dia em África. Foi a 28 de Fe-

vereiro de 2002 e vale a pena rever. A Day In The Life OfAfrica foi uma acção patrocinada pela Olympus e tinhacomo objectivo documentar o que pode acontecer numúnico dia no continente africano e transmitir esperança.

O grupo de fotojornalistas foi espalhado por 50 paísesdesde o Cabo da Boa Esperança até ao Cairo. O registo doscontrastes (geográficos e culturais) é uma obra de arte úni-ca, que já foi publicada em livro. O site explica a iniciativa,os objectivos, os promotores, apresenta o perfil de cada umdos fotojornalistas e uma galeria com as fotografias muitobem organizada, com sons de África a embalar as fotogra-fias. Não é um site novo. Mas vale a pena visitar e revisitar.

A Day In The Life of Africaendereço: http://www.olympus.co.jp/en/event/DITLA/categoria: fotografia

Escrita em Dia é o título do weblog do jornalista CarlosNarciso. «Memórias de 25 anos de reportagens. Reflexõessobre o presente. Saudades das redacções. Histórias», lê-sena descrição do weblog, em jeito de subtítulo.

Na rede desde Dezembro de 2005 (depois de algunsposts publicados noutro espaço, agora já desaparecido),Escrita em Dia é um registo de ideias, pensamentos, opini-ões, com jornalismo à mistura. Recupera-se a experiênciade terreno do jornalista, com África e os seus conflitos ar-mados no centro da escrita.

Escrita em Diaendereço: http://blogda-se.blogspot.com | categoria:

blogs

O site 35mm é um diário fotográfico comunitário por-tuguês. Trata-se de um espaço onde os utilizadores podemcolocar as suas fotografias (no fotoblog comunitário ounuma galeria individual de cada membro) e partilhar ideiase experiências no fórum.

O site foi criado em 2002 por um utilizador comum e ra-pidamente a sua comunidade foi crescendo. O fotoblog co-munitário conta com mais de 2500 fotografias e de 10700comentários.

35mmendereço: http://35mm.org | categoria: fotografia, co-

munidades virtuais

Junho é o mês de futebol. E foi precisamente na esteirado Mundial de Futebol 2006 que surgiu o SPortugal, lança-do na véspera do pontapé de saída do campeonato do des-porto-rei na Alemanha. O projecto é coordenado pelo jor-nalista Luís Filipe, que já integrou as redacções do jornal“O Independente” e da revista “Doze”.

Os conteúdos são essencialmente informativos e bastanteactualizados. No SPortugal encontramos notícias de últimahora, acompanhamento on live dos jogos do Mundial, opinião,ferramentas interactivas (fórum e uma listagem – com os últi-mos posts – da Federação de Blogs de Futebol) e notícias te-máticas (desporto-rei em terras lusas, futebol internacional, no-tícias sobre os jogadores portugueses a actuar no estrangeiro,outros desportos e a cobertura das 32 selecções que actuam noMundial 2006). Há ainda espaço para o humor na rubrica “Pé-de-Atleta” e uma secção cor-de-rosa do mundo do futebol.

SPortugalendereço: http://sportugal.pt/ | categoria: desporto

O projecto O meu ecoponto foi desenvolvido peloGEOTA e pela Sociedade Ponto Verde e tem como objec-tivo dar a conhecer a forma como se organizam os muni-cípios portugueses no tratamento de resíduos. Com 25 milecopontos espalhados pelo país, o site tenta cumprir a tare-fa de educar e sensibilizar o consumidor.

No site o utilizador pode ficar a saber onde está o ecopon-to mais perto da sua casa ou sugerir a inclusão de um maispróximo. Há ainda uma área de dúvidas que permite conhe-cer conceitos relativos à reciclagem e as entidades públicasque actuam em Portugal nesta área. Mediante um registo épossível localizar os ecopontos perto da morada indicadapelo utilizador, avaliá-los e saber qual a entidade responsável.

Links relacionados:http://www.geota.pt/ – GEOTAhttp://www.pontoverde.pt/ – Sociedade Ponto Verde

O meu ecopontoendereço: http://www.omeuecoponto.pt | categoria:

reciclagem

IINNTTEERRNNEETT 2233DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

IDEIAS DIGITAIS

Inês AmaralDocente do InstitutoSuperior Miguel Torga

PESO E MEDIDA

A DAY IN THE LIFE OF AFRICA

ESCRITA EM DIA

35MM

SPORTUGAL

O MEU ECOPONTO

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O mundo do Mundial

Gosto de futebol. Do jogo. Muito maisdo que rodeia o futebol desde que deixou deser um desporto e passou a ser uma indús-tria. Uma grande indústria dentro da enor-me indústria do entretenimento. A imprevi-sibilidade é o segredo. O espectáculo existe,umas vezes mais do que outras, e é por issoque a televisão sempre perseguiu o futebol.

É certo que o futebol passou a precisarda televisão para lhe ampliar as coordena-das e receber os milhões que tanta falta lhefazem. Hoje, o espectador passou a ser “desofá”, pois ser-se “de bancada” pode tor-nar-se num pequeno (ou grande) tormento.

Pelo lado da Sociologia, o futebol temsido estudado, analisado, virado e revirado.

O resultado é sempre o mesmo: um fenóme-no de socialização. Ora quando se encon-tram duas das maiores forças dos últimos se-tenta anos – a televisão e o futebol – as con-sequências são previsíveis e conhecidas.

O problema está na eficácia socializadorada imagem informativa ser intensificada pelofacto do espectador se aproximar da infor-mação audiovisual como se se tratasse de umespelho da realidade e não como realmenteé: um discurso sobre a mesma condicionadopor um jogo de interesses, intencionais ounão, conscientes ou inconscientes.

Seja como for, o Mundial 2006 invadiu atelevisão portuguesa e ela está feliz. Uma

invasão em que o invasor foi convidado.Ou antes, nem teria vindo se não tivessesido pago (e bem) para tal.

As opções – os dispositivos

A SportTv está em todos os jogos e épara isso que os assinantes lhe pagam. Emcanal aberto, a SIC comprou os direitos e aRTP, o canal público, tem-se contentadoem preencher as noites com emissões cen-tradas na Alemanha.

A RTP terá poupado uns dinheirosquando resolveu abdicar da compra dos di-

reitos de transmissão, mas em contraparti-da montou um dispositivo de acompanha-mento da selecção portuguesa, bem comode todo o campeonato, que tem surpreendi-do. Por vezes a surpresa tem sido mesmogrande. Será que Noé Monteiro estava poracaso no Irão ou foi enviado de propósito aTeerão para saber o que pensavam os ira-nianos do jogo com Portugal?

Tirando esta bizarra pequena reportagem,a ideia de centrar as noites na Alemanha tem

funcionado. Carlos Daniel gere com mestriaa longa emissão e os estúdios em Portugalestão em segundo plano. Afinal, é lá longeque tudo se passa. De tal forma que os líde-res políticos lá tiveram que peregrinar até aocentro das atenções, como é seu hábito. Nemo Professor Marcelo faltou.

O Mundial vai correndo, até agora debem com a selecção nacional. As realiza-ções das transmissões dos jogos deviam ser

vistas com atenção pelos realizadores por-tugueses. Não isentas de erros, usam comparcimónia as possibilidades tecnológicasactuais e não se perdem em repetiçõesexaustivas e despropositadas. Repetir? Só oque vale mesmo a pena. Grandes planos?Os absolutamente necessários. Treinado-res? Quanto baste.

Já os canais portugueses, quando entre-gues a si próprios, repetem os tiques quelhe são queridos (ia a dizer caros, mas sãopechisbeque). Repórteres no meio da mul-tidão, que em televisão, utilizando planosfechados, se faz facilmente com meia dúziade pessoas. E então é vê-los aos saltos, aosberros, caindo para cima da câmara, afun-dando o repórter “nesse mar de gente”.Um velhíssimo truque manipulador que serepete todos os dias.

Na verdade é eficaz. O crescendo de in-teresse do público consegue-se muitasvezes com estes curtos momentos. Mesmona Alemanha, nos directos da RTP-1, aprodução do espectáculo informativo nãodispensa o animador de público.

Os comentadores– a “canarinha”

Todo este “show de cor, luz, movimen-to, alegria” e até, como se diria na antigapropaganda circense, de “mulheres boni-tas”, não seria nada sem os comentadores.Os espectadores, espantados, sentir-se-iamórfãos se lá não estivessem os comentado-res. Eles sabem mais do que nós, explicam-nos tudo muito bem, conduzem-nos oolhar pelo terreno, pacientemente. “ Figo...Deco... Costinha... Cristiano Ronaldo...Pauleta... Figo...” e assim sucessivamente.Os comentadores desportivos, na televisão,têm mesmo um dom que todos admiramos:eles vêem muito mais do que nós. Por vezesvêem mesmo o que ninguém consegue ver!

Com Gabriel Alves ausente, chegou-se àperplexidade de se constatar que para se ser“comentador desportivo”, em televisão,basta uma leve ligação ao futebol, mesmoque de forma indirecta. A SportTv criouuma rubrica para acompanhar a selecçãobrasileira. Talvez porque exista uma enor-me colónia brasileira em Portugal, ou,quem sabe, por que se lembrou, mas tro-cou, a letra da velha canção de Chico Buar-

que: “ai esta terra ainda vai cumprir seuideal, ainda vai tornar-se num imensoPortugal”.

A dita rubrica tem por título “A canari-nha”. Num trocadilho com o “escrete cana-rinho”, a canarinha é nem mais nem menosque Karen, a brasileira que foi casada como antigo jogador do F.C.Porto e doSporting, Jardel. Vinda expressamente doBrasil, Karen “Jardel” lá vai lendo o tele-ponto ou mesmo as folhas que tem na mão,com uma destreza pouco além de um exer-cício de leitura em aula de ensino básico.

“É um mundo... o Mundial!”.

Júlio Isidro na rua

Pelo meio da euforia futebolística, che-garam os “santos populares”. Ora quandose fala em “santos populares”, as televisões,especialmente a RTP, levam a tralha para aAvenida da Liberdade e depois para aRibeira do Porto. Em Coimbra, as “foguei-ras” estão de labaredas baixas.

O Santo António lisboeta (?) lá teve di-reito às “marchas”, numa porção cada vez

mais pequena da Avenida que a televisãoamplia. O espectáculo foi confrangedor.Desafinado a ouvidos desarmados, torto ecom coreografia de vão de escada a erguer--se em bicos dos pés para o La Féria.

As marchas já foram populares. Agora, opovo prefere o Rock in Rio. Vasco PulidoValente, porque ficou preso no trânsito, jádesancou o suficiente nas marchas, nos po-pulares e no presidente da Câmara deLisboa. A mim, o que me custou mais foiver o Júlio Isidro na rua. Não como padri-nho de um qualquer bairro, mas como re-pórter da RTP-1. Por tudo o que fez na te-levisão portuguesa, e fez muito, desde a suaadolescência, mantendo um difícil equilí-brio entre o popular, o “p’ra pular” e o maissério, Isidro não merecia ser lançado na ruae colocado ao nível de jovens, inexperientese, em alguns casos, falhos de talento.

Porque o homem precisa de trabalhar efoi recentemente recuperado para o canal 1da estação pública, não se vislumbra o mo-tivo da humilhação.

No poleiro, que é como quem diz, no es-trado da condução da emissão, estavam asnovas vedetas da RTP: Merche Romero(olé!) e Carlos Malato. Lêem bem o tele-ponto, mas só isso. Sem um rasgo, sem sur-presa, de plástico e balofos (e não é piadapara o Malato). Acham que estão a fazerbem o seu papel, naquela noite e nos outrosdias todos em que aparecem a toda a hora.Cuidaram das dentaduras e mostram-nassatisfeitos. É pouco. Dentes por dentes,antes os do Isidro que são mais genuínos.

2244 TTEELLEEVVIISSÃÃOO DE 21 DE JUNHO A 4 DE JULHO DE 2006

PÚBLICA FRACÇÃO

Francisco AmaralDocente da ESEC

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