O BEM OU O MAL? -...

Recanto das Letras

Central de Produção Capítulo 030

O BEM OU O MAL?

Novela de

MATHEUS RICCAZ

Colaboração de

OTÁVIO SARTI

Personagens deste capítulo

AGENOR

ANDRESSA LUÍSA

BÁRBARA

CAMILLA

DELEGADO

FERNANDO

GABRIELE

HERBERT

LUCAS

LUÍSA

MARIANA

MARISA

PEDRO

R.HENRIQUE

RENATO

ROSEMEIRE

VERÔNICA

O BEM OU O MAL? Capítulo 30 Pag.: 1

CENA 1/ DELEGACIA/ SALA DO DELEGADO/ INTERIOR/ DIA.

CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA ÚLTIMA CENA DO CAPÍTULO

ANTERIOR. PEDRO, O FUNCIONÁRIO E O DELEGADO. FERNANDO E

MARIANA À PARTE.

DELEGADO — Então é esse o safado que mandou esse homem

envenenar sua comida.

PEDRO — É sim seu Delegado! É esse mesmo!

DELEGADO — (P/ FUNCIONÁRIO) E eu posso saber por que o

senhor obedeceu às ordens dele, sabendo que estava

fazendo mal pro seu patrão, que é o senhor Pedro?

FUNCIONÁRIO — O Renato era meu amigo quando eu morava em

Nova York. Naquela época eu estava passando por

uma crise financeira muito grande e ele me ajudou

muito. Mas houve um problema que eu acabei sendo

deportado do país. Daí no dia que aconteceu tudo, eu

o reencontrei e o ele me mandou colocar o veneno e

em troca ele me daria muito dinheiro. Mas no final

ele não me pagou e quem se estrepou fui eu.

DELEGADO — Tá... Mas ele te disse por que queria atingir o se-

nhor Pedro?

FUNCIONÁRIO — O Renato me disse que o Pedro e ele eram antigos

inimigos e que ele queria se vingar do seu Pedro, por

todo o mal que o mesmo o causou no passado.

PEDRO — (REAGE) É mentira! É mentira seu Delegado. O

Renato é um safado e mentiroso! Ele contou essa his-

tória toda só pra despistar a verdade por trás disso tu-

do. E a verdade mesmo é que ele não é o único man-

dante do crime.

DELEGADO — Não? Então tem mais alguém? Quem?

PEDRO — A Maria Clara!


DELEGADO — Eu não sei quem é essa senhora... Por um acaso

você tem alguma foto, ou número dela?

FERNANDO — Eu tenho seu Delegado.

FERNANDO PEGA SEU CELULAR E MOSTRA UMA FOTO DE MARIA

CLARA.

FERNANDO — (MOSTRA) É essa moça ai!

DELEGADO — (OBSERVANDO A FOTO) Hum, e por um acaso

você tem o telefone dela?

FERNANDO — Tenho!

FERNANDO COMEÇA A ANOTAR O TELEFONE NUM PAPEL E

ENTREGA AO DELEGADO.

DELEGADO — Vou ligar pra ela... Com certeza ela e o tal Renato

terão muita coisa pra me explicar.

CENA 2/ ED. TORRES/ LOCALIZAÇÃO/ EXTERIOR/ TARDE.

CORTA PARA:

CENA 3/ PISCINA/ INTERIOR/ TARDE.

RICARDO HENRIQUE, MARIA CAMILLA E LUCAS TOMAM BANHO

NA PISCINA, ENQUANTO LUÍSA TOMA SOL.

LUCAS — Vem Luísa... Aproveita esse sol, essa água que tá

uma delícia.

LUÍSA — Tá louco? Nem pensar! Já não basta eu quase ter

me afogado na praia... Não vou, estou com trauma

daquele dia.

R. HENRIQUE — Larga de ser medrosa Luísa... Vem logo.

LUCAS — É melhor você vir, senão...

LUÍSA — Senão o quê?

LUCAS SAI DA PISCINA E VAI PRA CIMA DE LUÍSA.


LUÍSA — Não... Não Lucas, pelo amor de Deus, não!

LUÍSA TENTA FUGIR. LUCAS A AGARRA E ELA SE ACABA NA

GARGALHADA. LUCAS CARREGA LUÍSA NO COLO E PULA COM

ELA NA PISCINA E ELES COMEÇAM A JOGAR ÁGUA NA CARA DO

OUTRO. RICARDO E CAMILLA OBSERVAM TUDO À PARTE.

CAMILLA — Olhando assim, até que o Lucas e a Luísa formam

um ótimo casal...

R. HENRIQUE — Pois é... Assim como nós também formamos um

belíssimo casal.

RICARDO E CAMILLA SE BEIJAM. CORTA PARA LUÍSA E LUCAS.

LUÍSA — (VAI SAINDO) Bom, agora vou tomar meu solzi-

nho!

LUCAS — (A PEGA PELO BRAÇO) Não vai não! Fica mais

um pouco.

LUÍSA — Depois eu volto Lucas... (ELE TENTA IMPEDIR

QUE LUÍSA SAIA) Me solta Lucas... (ELA RI)

LUCAS SOLTA LUÍSA E ELA SAI DA PISCINA E VAI TOMAR SEU

SOL. LUCAS SE APROXIMA DE CAMILLA E RICARDO HENRIQUE.

LUCAS — Vem cá... Vocês não acham que eu tenho alguma

chance com ela?

R. HENRIQUE — Olha cara... A Luísa teve uma desilusão amorosa

recentemente e disse pra si mesma que nunca mais se

envolveria com homem nenhum... Mas acho que se

você tentar, quem sabe ela não te dá uma colher de

chá...

LUCAS — Será?

R. HENRIQUE — Claro! Você é muito legal... Ela vai te dar uma

chance sim! (LUCAS RI)

CAMILLA — Se você quiser a Luísa... Por mim não tem pro-

blema algum... Eu deixo! (RICARDO E LUCAS


RIEM) Aliás, olhando assim, até que vocês formam

um casal um tanto bonitinho.

LUCAS RI.

CAMILLA — É sério... Mas vou logo abrir o jogo pra você:

Cuidado com a Luísa, por que de vez em quando ela

fica bem maluquinha.

R. HENRIQUE — De vez em quando não: Sempre!

ELES RIEM. CORTA PARA LUÍSA TOMANDO BANHO DE SOL. DE

REPENTE SEU CELULAR COMEÇA A TOCAR. ELA ATENDE.

LUÍSA — (CEL) alô?!

CENA 4/ FLAT RENATO/ SALA/ INTERIOR/ TARDE.

VERÔNICA ESTÁ AO TELEFONE. RENATO À PARTE.

VERÔNICA — (TEL) Alô, Luísa?!

LUÍSA — (OFF) Sim sou eu... Quem é?

VERÔNICA — (TEL) É uma pessoa que deseja muito te encon-

trar...


LUÍSA AO CELULAR.

LUÍSA — (CEL) Me encontrar? Quem tá falando?

CENA 6/ FLAT RENATO/ SALA/ INTERIOR/ TARDE.

VERÔNICA AO TEL. ELA FICA SEM IDEIAS PRA FALAR COM LUÍSA

E FAZ SINAL PRA RENATO, ELE COCHICHA ALGO NO OUVIDO

DELA E EM SEGUIDA VOLTA A FALAR COM LUÍSA.

VERÔNICA — (TEL) É a Mariana.

LUÍSA — (OFF) Mariana? Por que você não me disse logo

que era você?

VERÔNICA — (TEL) Não importa agora! Eu preciso de uma aju-

dinha sua... Estou aqui em baixo te esperando.


RENATO SINALIZA NEGATIVAMENTE PRA VERÔNICA.

VERÔNICA — (TEL) Sim, estou aqui em baixo na garagem te es-

perando... Mas antes passa em casa e procura o meu...

o meu... (ELA NOVAMENTE FAZ O SINAL PRA

RENATO) O meu cartão de crédito! Isso! (T) Okay!

Tchau!

VERÔNICA DESLIGA.

RENATO — (REAGE) Sua imbecil... Pra quê você foi falar que

a Mariana estava no estacionamento do prédio...

Agora precisamos chegar lá antes da Luísa... Sua in-

competente.

VERÔNICA — Ela ainda vai procurar o tal cartão de crédito, vai

se arrumar e tal... É o tempo que nós temos pra che-

gar lá.

RENATO — Tudo bem... (T) Prepara tudo... Prepara minha

mochila. Deixa tudo em ordem.

VERÔNICA — Já fiz tudo isso!

RENATO — Bom... Pelo menos uma coisa de útil você soube

fazer até agora né?

VERÔNICA — Para de reclamar e vamos logo, antes que ela che-

gue lá antes da gente e dê tudo errado.


LUÍSA ACABA DE DESLIGAR O CELULAR. ELA FICA SÉRIA. LUCAS,

RICARDO E CAMILLA PERCEBEM.

CAMILLA — Aconteceu alguma coisa Luísa?

LUÍSA — A Mariana me ligou. Disse pra eu encontrar ela na

garagem, por que ela tá precisando da minha ajuda

pra alguma coisa... Ela tava tão estranha...


R. HENRIQUE — Nossa... que tenso hein? E ela disse mais alguma

coisa?

LUÍSA — Não... mas ela misturou muita coisa.

LUCAS — Tipo o que?

LUÍSA — De que tava querendo me encontrar... falou em

cartão de crédito... (SE AGITA) Ah... mas de qual-

quer forma eu vou lá em baixo ver o que ela quer... só

vou passar em casa pra pegar algumas coisinhas.

LUCAS — Você quer que eu vá contigo?

LUÍSA — Não precisa Lucas... mas obrigada mesmo assim!

Vou indo.

LUÍSA PEGA SEU CELULAR, SUA TOALHA E SAI.

CAMILLA — (P/SI) A Mariana, querendo se encontrar com a

Luísa, na garagem... mas o que o cartão de crédito

tem a ver com isso gente? (T) Isso tá muito estra-

nho...

CENA 8/ ED. TORRES/ GARAGEM/ INTERIOR/ TARDE.

VERÔNICA E RENATO ACABAM DE CHEGAR. ELES SAEM DO

CARRO E ESPERAM POR LUÍSA. TEMPO. LUÍSA APARECE E ESPERA.

LUÍSA — (P/SI) Meu Deus, o que será que a Mariana quer?!

VERÔNICA CHEGA POR TRÁS DELA E A DOPA COM O

CLOROFORMIO. LUÍSA DESMAIA. MUITA TENSÃO.

VERÔNICA — Pronto!

RENATO — Rápido ponha ela aqui atrás.

RENATO ABRE A PORTA DE TRÁS DO CARRO. VERÔNICA VEM

ARRASTANDO LUÍSA E A COLOCA DENTRO DO CARRO. ELES

PARTEM.

CENA 9/ AP VILLANUEVA/ SALA/ INTERIOR/ TARDE.


FERNANDO, PEDRO E MARIANA ACABAM DE CHEGAR.

MARIANA — Meu Deus, nunca imaginei que o Renato ia se unir

a Maria Clara pra nos destruir.

FERNANDO — Dinheiro Mariana... Com certeza foi isso que a

Maria Clara deve ter oferecido pro Renato... Ele en-

venenou a comida do restaurante por dinheiro. Aliás

eu sempre soube que ele não prestava... Desde aquele

dia que a Luísa trouxe ele aqui em casa... desde aque-

le dia, eu já desconfiava de que ele não tinha um cen-

tímetro de caráter.

PEDRO — Eu só não consegui entender aquela história que o

Funcionário contou, de que o Renato fez aquilo tudo

pra se vingar de mim, pois éramos antigos inimigos.

FERNANDO — Invenção daquele canalha. Tudo aquilo foi des-

culpa que o Renato deu pro Funcionário, pra que ele

colocasse veneno na comida.

PEDRO — Mas deixa eu encontrar esse tal Renato que ele vai

se ver comigo!

NESSE MOMENTO, LUCAS, CAMILLA E RICARDO HENRIQUE

CHEGAM DA PISCINA.

MARIANA — E ai, como foi o banho de piscina?

CAMILLA — Maravilhoso! Há tempos que não entrava naquela

piscina.

MARIANA — Há isso é verdade... E a Luísa cadê?

CAMILLA — Como assim cadê a Luísa?! Pensei que ela estives-

se com você.

MARIANA — Comigo não... Acabei de chegar da rua.

LUCAS — A Luísa estava na piscina com a gente quando re-

cebeu uma ligação.


FERNANDO — Ligação? De quem?

LUCAS — Da Mariana.

MARIANA — Mas em momento nenhum eu liguei pra Luísa.

PEDRO — Alguém pode me explicar o que está acontecendo

aqui?

R. HENRIQUE — (P/ PEDRO) Alguém ligou pra Luísa, mandando

ela passar aqui em casa, pegar um cartão de crédito e

ir pra garagem. E a Luísa me disse que quem ligou

pra ela foi você Mariana.

MARIANA — Gente, eu não estou entendendo...

O TELEFONE TOCA. FERNANDO VAI ATENDER.

FERNANDO — (TEL) Alô?!

DO OUTRO LADO DA LINHA ESTÁ RENATO QUE DIRIGE O CARRO.

RENATO — (CEL) Alô Fernando... Acho que você deve estar

se perguntando onde está sua irmãzinha... Adivinhei?

FERNANDO — (TEL) O que você fez com ela seu desgraçado?

RENATO — (CEL) Calma, eu não fiz nada com ela não! Ainda

não!

FERNANDO — (TEL) Olha aqui: Se acontecer alguma coisa com

a Luísa eu acabo com a sua raça.

RENATO ACHA GRAÇA E COMEÇA A RIR.

RENATO — (CEL) Chega de brincadeiras... Você tem até o

crepúsculo pra me dar o resgate da sua irmã: trinta

milhões de reais, ou caso contrário eu vou dar cabo

da vida dela! (ele desliga).

FERNANDO JOGA O TELEFONE LONGE COM RAIVA.

MARIANA — O que ele disse? O que o Renato disse Fernando?


FERNANDO — Ele sequestrou a Luísa e quer o resgate em troca

da vida dela.

PEDRO — Quanto ele pediu?

FERNANDO — Trinta milhões...

LUCAS — Se esse tal Renato fizer algo com a Luísa eu vou

acabar com ele.

FERNANDO — E eu faço questão de te ajudar.

R.HENRIQUE — Calma gente... numa hora dessas nós precisamos

manter a calma.

CAMILLA — Mas a gente não pode ficar aqui parado... Preci-

samos fazer alguma coisa.

MARIANA — É melhor ligarmos pra polícia.

PEDRO — Eu também acho... Me dá esse telefone.

CENA 10/ DELEGACIA/ SALA DO DELEGADO/ INTERIOR/ TARDE.

DELEGADO AO TELEFONE.

DELEGADO — (TEL) Sim senhor Pedro... Eu entendi, mas só me

manda o número da moça pra eu poder rastrear o ce-

lular dela. (FALA ENQUANTO ANOTA) Ok!

Quando eu descobrir alguma coisa eu te ligo! (ele

desliga).

O ASSISTENTE DO DELEGADO REAGE.

ASSISTENTE — Quem era?

DELEGADO — O Pedro... Aquele que esteve aqui há umas horas

atrás.

ASSISTENTE — Ah, o dono do tal restaurante.

DELEGADO — Sim, ele mesmo... a cunhada dele acabou de ser

sequestrada pelo homem que envenenou a comida do


restaurante dele. Chame os outros... Vamos atrás des-

se safado. É hoje que pegamos ele.

O ASSISTENTE FAZ QUE SIM COM A CABEÇA E SAI.

CENA 11/ AP ALBERTO/ SALA/ INTERIOR/ TARDE.

MARISA E HERBERT.

HERBERT — Sabe o que você é? Uma louca! Como é que você

traz essa criatura pra morar aqui, depois de tudo o

que ela nos fez.

MARISA — Em primeiro lugar, a casa é minha, eu coloco e

expulso daqui quem eu quiser e na hora que eu qui-

ser. E em segundo lugar eu a mandei vir morar aqui

por motivos pessoais.

HERBERT — E eu posso saber quais são esses motivos?

MARISA — Eu trouxe ela aqui pra infernizar a vida da Marília

nessa casa. Eu pedi pra Letícia seduzir o Alberto pra

deixar a Marília com ciúmes.

HERBERT — E ainda por cima quer juntar o meu filho com essa

bandida. Olha aqui Marisa, eu não vou deixar vocês

duas destruírem a vida do Alberto e da Marília, você

entendeu?!

MARISA — Ah é? E o que você vai fazer Herbert?

HERBERT — Eu vou contar pro Alberto/

MARISA INTERROMPE HERBERT RINDO DE DEBOCHE DA CARA

DELE.

MARISA — Vai contar o quê pro Alberto? Sobre o meu passa-

do? Pois então conta logo Herbert... Acaba logo com

isso! Conta pro Alberto o que você sabe sobre mim...

Faz a cabeça dele contra mim... Não é isso que você

quer? Pois então, tá esperando o quê? O Alberto tá lá

em cima... Vai lá contar pra ele tudo o que você sabe.


HERBERT FICA CALADO NA DELE.

MARISA — Eu sei que você não vai contar nada pro Alberto

sabe por quê? (T) Por que você não tem coragem!

Por que você é um fracote... Você é um medroso...

Um merda que não tem coragem de assumir pro seu

filho, que era no passado. Pois sabe o que você era?

Um cafetão medroso. Por isso que você me largou,

por que você sempre soube que nunca iria saber dar

conta de uma mulher como eu. Aliás, você nunca

soube dar conta de mulher nenhuma... Todas elas fu-

giam de você... Por que como cafetão você até pare-

cia um cara que tinha pegada. Mas na cama você era

broxante.

HERBERT SE REVOLTA E DÁ UM TAPA NA CARA DE MARISA.

MARISA REVIDA O TAPA E VAI EMPURRANDO HERBERT PRA FORA

DE SEU APARTAMENTO.

MARISA — Fora da minha casa! Fora das nossas vidas!

(GRITA) Fora!

ELE SAI. ELA FECHA A PORTA E COMEÇA A CHORAR. CORTA

PARA HERBERT EM FRENTE AO APARTAMENTO.

HERBERT — Preciso falar pra Bárbara o que tá acontecendo...

CENA 12/ CASA ANDRESSA/ SALA/ INTERIOR/ TARDE.

A CAMPAINHA TOCA. ANDRESSA LUÍSA VAI ATENDER. É

HERBERT.

ANDRESSA L. — Herbert, você aqui... Quanto tempo não nos ve-

mos.

ELES SE ABRAÇAM.

HERBERT — É sim minha querida... Estive muito ocupado nos

últimos tempos. E a sua irmã como está?

ANDRESSA L. — Está bem...

HERBERT — Ah isso é maravilhoso!


ANDRESSA L. — Mais que maravilhoso!

HERBERT — Que bom que ela está bem!

ANDRESSA L. — Está bem mesmo... bem longe daqui!

HERBERT ENTENDE A PIADA E RI.

HERBERT — (RI) Ah é? E onde ela está?

ANDRESSA L. — Viajando... Resolveu passar uns dias no Rio de

Janeiro... Ou seja: Resolveu nos deixar em paz por

uns dias... É melhor que assim não vou precisar mais

dividir meus salames com ninguém.

HERBERT RI.

HERBERT — E onde está sua mãe? Eu preciso falar com ela.

ANDRESSA L. — A minha mother está lá em cima. Quer que eu vá

chamar?

HERBERT — Claro!

ANDRESSA L. — (GRITA) Mãaaaae!

HERBERT COLOCA A MÃO NO OUVIDO ENQUANTO ANDRESSA

GRITA. BÁRBARA COMEÇA A DESCER AS ESCADAS ENQUANTO

FALA.

BÁRBARA — O que foi menina? Já mandei você parar de gritar,

que coisa! (VÊ HERBERT) Herbert?

HERBERT — Olá Baby! Quanto tempo não nos vemos né?!

BÁRBARA — Por mim você sumia da minha vida pra nunca

mais voltar.

ANDRESSA L. — Eu vou deixar vocês sozinhos.

BÁRBARA — Filha, você poderia chamar a Rosemeire pra mim

por favor?

ANDRESSA L. — Claro mamãe...


ANDRESSA LUÍSA VAI PRA COZINHA. BÁRBARA FICA A SÓS COM

HERBERT.

BÁRBARA — Então Herbert... O que te traz aqui?

HERBERT — Eu vim aqui por que eu tenho uma coisa muito sé-

ria pra te contar.

BÁRBARA — Pois então conte... Desde que você não venha com

suas chantagens...

HERBERT — Você se lembra da Letícia?

BÁRBARA — Letícia? Quem é esse ser?

HERBERT — Aquela sua colega dos tempos da casa da Madame

Sofia.

BÁRBARA — Ah, me lembrei... A mulher que arruinou minha

vida... Por quê? Você a viu?

HERBERT — Eu a vi sim.

BÁRBARA — Viu? Aonde? (T) Vamos, me diz pra eu ir lá e

acabar com ela.

HERBERT — Ela está morando na casa da Marisa.

BÁRBARA — O quê? Não acredito! Mas como a Marisa pode

abrigar uma mulher como a Letícia?!

HERBERT — Eu não sei... Mas a Letícia não é boa coisa. E a

Marisa tá querendo juntar ela com o meu filho. Eu

não gosto nada disso!

BÁRBARA — Nem eu! A Letícia é muito perigosa... Ela pode

acabar com tudo a qualquer momento e revelar nos-

sos segredos. (T) Precisamos fazer alguma coisa.

HERBERT — E rápido!


BÁRBARA — Se eu ver essa mulher na minha frente, eu juro que

acabo com a raça dela.

CENA 13/ CASA LOTÉRICA/ INTERIOR/ TARDE.

AGENOR MARCA OS NÚMEROS NO BILHETE DA LOTERIA

ENQUANTO ENFRENTA A FILA DA LOTÉRICA.

AGENOR — É hoje que a sorte me dá uma colher de chá. É ho-

je!

CHEGA A VEZ DELE E ELE VAI PAGAR O BILHETE.

CENA 14/ FLAT GABRIELE/ SALA/ INTERIOR/ TARDE.

GABRIELE ESTÁ ASSISTINDO A TEVÊ. AGENOR CHEGA COM O

BILHETE DE LOTERIA.

GABRIELE — Rápido meu amor, o programa já vai começar.

AGENOR SE SENTA NO SOFÁ.

AGENOR — Vou te contar viu... Aquela fila da casa lotérica ta-

va um inferno. Pensei que nunca ia sair daquele lu-

gar.

GABRIELE — Shhh... O programa já começou.

APRESENTADOR — Vamos começar o programa “Um milhão na

sua Mão”, que hoje está acumulado em sessenta e

quatro milhões de reais! E vamos lá... O primeiro

número é o 12!

GABRIELE — (PARA AGENOR) Confere ai no bilhete meu

amor... É isso mesmo?

AGENOR — É isso! Eu tenho 12!

APRESENTADOR — O segundo número é o... 16!

AGENOR E GABRIELE CONFEREM E GRITAM DE FELICIDADE.

APRESENTADOR — O terceiro numero é o...

AGENOR — Vai 22...


APRESENTADOR — 22! O quarto número é o...

AGENOR — Fala 09, por favor...

APRESENTADOR — É isso mesmo! O quarto número é o 09! O

Penúltimo número é o... 18!

AGENOR — Isso! Agora falta o último! Por favor, 20 por fa-

vor!

APRESENTADOR — E agora, o último número é o...

AGENOR — 20!

APRESENTADOR — É o número 20!

AGENOR E GABRIELE GRITAM DE FELICIDADES AO MESMO

TEMPO QUE SE BEIJAM.

AGENOR — (FELIZ) Meu Deus, estou rico! Milionário, como

eu sempre quis!

AGENOR PEGA O TELEFONE E COMEÇA A DISCAR.

CENA 15/ CARRO RENATO/ INTERIOR/ TARDE.

RENATO ESTÁ DIRIGINDO. O CELULAR DE VERÔNICA COMEÇA A

TOCAR.

RENATO — Não atende! O Fernando deve ter ligado pra polí-

cia! Vai ver que são eles...

VERÔNICA — Você é uma anta mermo né... Acha mesmo que o

Fernando sabe que estou contigo?

VERÔNICA OLHA O CELULAR.

VERÔNICA — É o meu pai! (ATENDE O CEL) Alô?! (T) Oi pai!

O quê? Ganhou na loteria?

CENA 16/ FLAT GABRIELE/ SALA/ INTERIOR/ TARDE.

AGENOR NO TELEFONE.


AGENOR — Sim, ganhei... Estou rico, milionário. Estou indo

agora na casa lotérica com o meu doce pra pegar mi-

nha grana. Beijos filhota! Só liguei pra dar a grande

notícia. Tchauzinho!

ELE DESLIGA.

AGENOR — (GRITA) Vambora meu doce... Vamo pegar nossa

grana!

AGENOR DANÇA VITORIOSO.

CENA 17/ CARRO DA POLÍCIA/ INTERIOR/ TARDE.

O DELEGADO DIRIGE ENQUANTO SEU ASSISTENTE OBSERVA O

GPS.

ASSISTENTE — Consegui rastrear o celular da Luísa.

DELEGADO — Ótimo! Vamos logo... não temos muito tempo.

CENA 18/ GALPÃO ABANDONADO/ FRENTE/ EXTERIOR/ TARDE.

RENATO SAI DO CARRO, JUNTAMENTE COM VERÔNICA. ELE VAI

ATÉ A PORTA DE TRÁS DO CARRO E PEGA LUÍSA. VERÔNICA ABRE

A PORTA DO GALPÃO E ELES ENTRAM.

CENA 19/ GALPÃO ABANDONADO/ INTERIOR/ TARDE.

RENATO COLOCA LUÍSA NO CHÃO. VERÔNICA FECHA AS PORTAS

DO GALPÃO E FICA ALI NA DELA OBSERVANDO. RENATO SE

APROXIMA DE LUÍSA QUE VAI ACORDANDO AOS POUCOS.

LUÍSA — Onde estou?

RENATO — Acordou meu amor? Você está no paraíso!

LUÍSA — Renato? (OLHA EM VOLTA) O que eu tô fazen-

do aqui? Que lugar é esse?

RENATO — Você está na nossa nova casinha.

RENATO OLHA EM VOLTA.


RENATO — Gostou? Da nossa nova casinha. É aqui que vamos

viver/

LUÍSA — (CORTA) Louco!

RENATO — (CONTINUA) É aqui que vamos ter nossa penca

de filhos/

LUÍSA — (GRITA DESESPERADA) Pára Renato! Você es-

tá completamente louco... Está desorientado!

RENATO SE LEVANTA FURIOSO, OLHANDO FRIO PRA LUÍSA; ELE

SE VIRA PRA VERÔNICA.

RENATO — Verônica... Me dá uma corda.

LUÍSA — (ASSUSTADA) O que você vai fazer?

VERÔNICA DÁ A CORDA PRA RENATO. ELE SE APROXIMA DE

LUÍSA ENROLANDO A CORDA ENTRE AS MÃOS.

LUÍSA — Pára Renato... O que você vai fazer?

RENATO NÃO RESPONDE. ELE CHEGA POR TRÁS DE LUÍSA E A

PRENDE COM A CORDA. LUÍSA FICA TENSA E COMEÇA A CHORAR.

RENATO — É assim que vai ser a partir de agora: Você vai fi-

car presa... Presa a mim, pelo resto da vida.

RENATO ALISA OS CABELOS DE LUÍSA QUE CHORA

DESESPERADA, MORRENDO DE MEDO. CLOSE NELES. FAD OUT.

CENA 20/ PONTA VERDE/ PLANOS GERAIS/ EXTERIOR/ NOITE.

FAD IN. ANOITECE.

CENA 21/ ED. TORRES/ LOCALIZAÇÃO/ EXT/ NOITE.

CORTA PARA:

CENA 22/ AP VILLANUEVA/ SALA/ INTERIOR/ NOITE.

TODOS ESTÃO TENSOS. LUCAS QUE ESTAVA SENTADO SE

LEVANTA NERVOSO.

LUCAS — Não podemos ficar aqui parados sem fazer nada.


PEDRO — Calma Lucas... Se você ficar tenso, não vai ajudar

em nada. Precisamos ficar todos calmos.

LUCAS — (EXPLODE) Calmo? A Luísa foi sequestrada e

você quer que eu fique calmo?

FERNANDO — Todos nós estamos tensos...

CAMILLA — Mas não tem como não ficar né?

MARIANA — (SUSSURRA) Meu Deus... Só espero que eu não

me arrependa do que vou fazer quando eu encontrar o

Renato.

FERNANDO — Falou alguma coisa Mariana?

MARIANA — Não não! Não disse absolutamente nada!

O TELEFONE TOCA. PEDRO ATENDE.

PEDRO — Alô! O quê? Conseguiu localizar? Tá bem vou

anotar... (ELE ANOTA) Sei aonde é! Ótimo! Esta-

mos indo pra aí!

ELE DESLIGA.

PEDRO — O delegado conseguiu localizar a Luísa.

CENA 23/ GALPÃO ABANDONADO/ FRENTE/ EXTERIOR/

INTERIOR/ NOITE.

O CARRO DA POLÍCIA CHEGA, JUNTO COM OS OUTROS. O

DELEGADO SAI DE SEU CARRO COM UM ALTO FALANTE.

DELEGADO — Saia senhor Renato...

EDIÇÃO: ALTERNAR CENA COM RENATO, VERÔNICA E LUÍSA NO

INTERIOR DO GALPÃO.

VERÔNICA — Droga... A polícia.

RENATO — Como eles descobriram... (PARA LUÍSA) Foi vo-

cê não foi? Sua vadiazinha!


VERÔNICA — Claro que não foi seu idiota. Não tá vendo que ela

está amarrada e amordaçada?

RENATO — É verdade! E agora o que a gente faz?

VERÔNICA — Se rende Renato! Se entrega pra polícia... Acabou!

RENATO AGARRA VERÔNICA PELO BRAÇO.

RENATO — Acabou porcaria nenhuma. E não saiba que será

tão fácil assim. Eu não vou me entregar. Eu vou fugir

com a Luísa! As passagens pra Paris estão no flat e o

vôo é daqui a pouco! E se eu me entregar, você vem

junto comigo!

ELE JOGA VERÔNICA LONGE QUE CAI NO CHÃO.

VERÔNICA — (SUSSURRA PRA SI) Eu não posso deixar que a

polícia me veja aqui...

CAM FOCA NA MÃO DE VERÔNICA QUE DESAMARRA O PUNHO DE

LUÍSA. CORTA PRO LADO DE FORA. O DELEGADO NOVAMENTE DÁ

A ORDEM PRA RENATO.

DELEGADO — Vamos Renato! Saia do galpão com as mãos pro

alto! E Entregue a garota...

DE DENTRO DO GALPÃO RENATO GRITA.

RENATO — (GRITA) Nunca! Jamais! Ela é minha! Minha!

NESSE MOMENTO DOIS CARROS CHEGAM AO LOCAL. EM UM

DELES SAEM PEDRO, MARIANA E LUCAS. NO SEGUNDO SAEM

FERNANDO, RICARDO HENRIQUE E MARIA CAMILLA.

LUCAS — Cadê ela seu delegado? Aonde tá a Luísa?

DELEGADO — Tá lá dentro! Estamos tentando negociar com o

Renato. (ALTO FALANTE) Vamos Renato... Entre-

gue a garota, ou caso contrário, eu e meus homens

iremos invadir o local.

CORTA PARA O INTERIOR DO GALPÃO. VERÔNICA ESTÁ

DESESPERADA. RENATO ESTÁ DESTRAÍDO OLHANDO NA JANELA.


VERÔNICA — Eu cansei Renato... (SE LEVANTA) Eu cansei de

você, cansei dessa palhaçada! Pra mim já chega!

ELA PEGA UM PEDAÇO DE MADEIRA QUE ESTÁ NO CHÃO E

GOLPEIA RENATO NA CABEÇA. ELE DESMAIA.

VERÔNICA — Se você não vai se entregar... Eu também não vou!

ELA FOGE PELOS FUNDOS. CORTA PRO LADO DE FORA.

LUCAS — Já chega, se vocês não invadirem, eu mesmo vou

lá e acabo com essa história de uma vez...

PEDRO — Calma Lucas... Você não pode fazer isso!

DELEGADO — (VOZ) Seu tempo acabou Renato! Eu e meus ho-

mens iremos invadir agora!

NESSE MOMENTO LUCAS CORRE EM DIREÇÃO AO GALPÃO.

MARIANA — (GRITA) Não faz isso Lucas!

PEDRO — (GRITA) Volta aqui Lucas...

LUCAS ENTRA NO GALPÃO.

DELEGADO — (AOS OUTROS) O que vocês estão fazendo ai pa-

rados? Vamos logo invadir.

ELE E SEUS HOMENS CORREM EM DIREÇÃO AO GALPÃO. CORTA

PARA O INTERIOR DO GALPÃO. LUCAS SE AGACHA PERTO DE

LUÍSA E A DESAMARRA.

LUÍSA — Ainda bem que você chegou meu amor...

ELA SE DESFAZ DAS CORDAS QUE ESTAVAM EM SEU PULSO E

ABRAÇA LUCAS.

LUÍSA — Eu estava com tanto medo...

LUCAS — Pode ficar calma meu amor... Eu tô aqui.

DE REPENTE LUÍSA ENTRA EM DESESPERO E GRITA. LUCAS SE

LEVANTA E OLHA PRA TRÁS. ELE VÊ RENATO CORRENDO EM SUA

DIREÇÃO COM UMA FACA. LUCAS CHUTA O BRAÇO DE RENATO E


A FACA CAI LONGE. ELE PRENDE RENATO COM UMA CHAVE DE

BRAÇO, ENQUANTO FALA PRA LUÍSA.

LUCAS — Foge Luísa! Foge!

LUÍSA — Mas e você meu amor?

LUCAS — Não se preocupe comigo! Vai logo! Corre!

LUÍSA SAI CORRENDO DO GALPÃO. LUCAS VAI LEVANDO RENATO

PRA FORA DO GALPÃO. O DELEGADO FAZ SINAL PROS HOMENS

PARAREM. LUCAS VEM TRAZENDO RENATO PRA FORA.

DELEGADO — Podem prendê-lo!

UM POLICIAL SE APROXIMA DE RENATO COM AS ALGEMAS.

LUCAS SOLTA RENATO. O POLICIAL VAI COLOCAR AS ALGEMAS,

MAS RENATO DÁ UMA APUNHALADA NA BARRIGA DELE E FOGE

CORRENDO EM DIREÇÃO A SEU CARRO.

DELEGADO — Rápido, atrás dele!

OS POLICIAIS CORREM EM DIREÇÃO A RENATO, MAS ELE LIGA O

CARRO E DÁ A PARTIDA. O DELEGADO SE APROXIMA DOS

OUTROS.

DELEGADO — Ele não deve estar indo muito longe.

LUÍSA — Ele está fugindo seu delegado!

LUCAS — Fugindo?

LUÍSA — Sim! Eu ouvi ele falando que iria fugir pra Paris

hoje de madrugada! Ele está indo pro flat dele buscar

as passagens.

DELEGADO — Atenção homens! O Renato está indo pro flat dele!

Vamos correr antes que ele fuja!

O DELEGADO ENTRA NO CARRO JUNTO COM SEUS HOMENS E DÃO

A PARTIDA. PEDRO, MARIANA, LUCAS E LUÍSA ENTRAM NO

CARRO E SAEM SEGUIDO DE FERNANDO, CAMILLA E RICARDO

HENRIQUE.


CENA 24/ CASA BÁRBARA/ SALA/ INTERIOR/ NOITE.

BÁRBARA ESTÁ SENTADA NO SOFÁ, PENSATIVA E TOMANDO UM

UÍSQUE. NESSE MOMENTO ENTRA O INSERT DA CENA 29 DO

CAPÍTULO 22:

RENATO SE APROXIMA DE BÁRBARA COM UM PEDAÇO DE BOLO

NA MÃO.

RENATO — (PARA BÁRBARA) Quer saber uma coisa? Eu

nunca fui apaixonado por você! Eu tava afim do seu

dinheiro. Sua velha coroca!

ELE JOGA O BOLO NA CARA DELA. FIM DO INSERT. REVOLTADA,

BÁRBARA JOGA O COPO COM UÍSQUE LONGE. ROSEMEIRE VEM

DA COZINHA.

ROSEMEIRE — Tá precisando de alguma coisa dona Bárbara!

BÁRBARA — Tô sim! Que você limpe essa sujeira que eu acabei

de fazer!

ROSEMEIRE — Sim senhora!

ROSEMEIRE VAI EM DIREÇÃO A ÁREA DE SERVIÇO QUANDO

BÁRBARA A CHAMA.

BÁRBARA — Rosemeire! Vou precisar sair, se as Andressa Luí-

as perguntar por mim diga que/... Aliás não diga na-

da! Apenas fale que eu tive que sair e não me demo-

ro!

ROSEMEIRE — Sim senhora!

ROSEMEIRE VAI PRA ÁREA DE SERVIÇO, NA COZINHA. BÁRBARA

ABRE UMA GAVETA NA BANCADA DO TELEFONE E RETIRA DE LÁ

UMA ARMA. ELA BOTA NA BOLSA.

BÁRBARA — Espero que eu não me arrependa do que eu vou

fazer agora!

ELA PEGA SUA BOLSA E SAI.


CENA 25/ AP VILLANUEVA/ SALA/ INTERIOR/ NOITE.

PEDRO, MARIANA, LUCAS E LUÍSA ENTRAM EM CASA.

LUÍSA — Tô precisando tomar um banho, descansar...

LUCAS — Tá mesmo meu amor... vem, eu te acompanho até

seu quarto!

LUÍSA — Qualquer notícia sobre o Renato, vocês, por favor,

me avisem!

MARIANA CONCORDA COM A CABEÇA. LUÍSA E LUCAS SOBEM.

PEDRO — Foi uma péssima ideia nós termos vindo pra casa.

Éramos pra tar junto com a polícia no flat do Renato.

MARIANA — E quem disse que nós não vamos?

PEDRO — Do que você está falando?

MARIANA — Aquele desgraçado quase acabou com a nossa fa-

mília... Agora ele vai ter que pagar por tudo que fez!

Vou no flat do Renato acertar umas contas com ele

antes da polícia chegar lá, eu quero ter um acerto par-

ticular de contas com ele e você vai comigo! Vou lá

em cima pegar minha bolsa.

MARIANA SOBE. DE REPENTE RICARDO E CAMILLA CHEGAM.

PEDRO — Vocês aqui? Cadê o Fernando?

R.HENRIQUE — Ele nos deixou aqui e saiu com o carro dele.

CAMILLA — Ele disse que ia resolver uns problemas.

MARIANA DESCE.

MARIANA — Pronto! (VÊ CAMILLA E RH) O Fernando não

tava com vocês?

R.HENRIQUE — Pois é... Ele tava!

MARIANA — Mas isso não importa agora! Vamos Pedro!


CAMILLA — Aonde vocês vão?

MARIANA — Resolver uns problemas.

ELES SAEM.

R.HENRIQUE — O Fernando foi resolver um problema, a Mariana

e o Pedro também... Isso tá com cara de que não vai

prestar!

CENA 26/ PONTA VERDE/ PLANOS GERAIS/ EXTERIOR/ NOITE.

CORTA PARA:

CENA 27/ FLAT RENATO/ INTERIOR/ NOITE.

RENATO ENTRA DESESPERADO BATENDO A PORTA. ELE CORRE

PRO QUARTO, ABRE O ARMÁRIO E TESTA AS SENHAS DO COFRE.

ELE COLOCA “1997”, MAS DÁ ERRO.

RENATO — Droga! Não é possível que a desgraçada da Verô-

nica tenha mudado a combinação desse cofre.

ELE TENTA NOVAMENTE A SENHA, MAS DÁ ERRO.

RENATO — Se eu não conseguir essas passagens eu mato essa

desgraçada!

DE REPENTE OUVE-SE O SOM DA CAMPAINHA TOCANDO

DESCONTROLADAMENTE. RENATO SE LEVANTA CORRENDO E VAI

ATENDER.

RENATO — Só pode ser a Verônica...

ELE OLHA NO OLHO MÁGICO E ESTRANHA AO VER QUEM É. ELE

ABRE A PORTA. RENATO FICA SURPRESO AO VER A PESSOA, MAS

A CÂMERA NÃO IDENTIFICA QUEM ESTÁ ALI.

RENATO — (SURPRESO) Você?! O que você quer?

CENA 28/ AP VILLANUEVA/ QUARTO LUÍSA/ INTERIOR/ NOITE.

LUÍSA DEITADA COM LUCAS. AMBOS RETRIBUEM CARINHO.

LUÍSA — Fiquei desesperada, mas quando você chegou, me

senti uma princesa sendo salva!


LUCAS — Mas você é uma princesa! É a minha princesa.

ELES SE BEIJAM.

LUÍSA — Sabe o que estava faltando?

LUCAS — O quê?

LUÍSA — Você chegar num cavalo e brigar com o Renato!

LUCAS — Mas foi exatamente isso que eu fiz! Mas agora tá

tudo bem! Estamos juntos, e agora nada vai nos sepa-

rar!

ELES SE BEIJAM NOVAMENTE.

LUÍSA — Tô com sono, quero dormir!

LUÍSA SE AJEITA NA CAMA ENQUANTO LUCAS A COBRE. ELA

DORME E ELE FICA ALI OBSERVANDO E ACARICIANDO-A.

CENA 29/ FLAT RENATO/ SALA/ INTERIOR/ NOITE.

AS LUZES ESTÃO APAGADAS. O FLAT ESTÁ NO COMPLETO

ESCURO. DE REPENTE OUVE-SE FORTES BATIDAS NA PORTA E A

VOZ DO DELEGADO EM OFF.

DELEGADO — Abra essa porta Renato! E não adianta fugir, o

prédio está cercado!

DE REPENTE OS POLICIAIS ARROMBAM A PORTA E LIGAM A LUZ.

DELEGADO — Vasculhem o Flat... Ele não fugiu! Estamos dentro

do horário!

OS POLICIAIS PROCURAM RENATO NOS CANTOS DA CASA. O

ASSISTENTE DO DELEGADO SE PRONUNCIA.

ASSISTENTE — Pra mim ele já deve ter fugido chefe! Ele foi mais

rápido que nós!

DELEGADO — Eu creio que não! Não daria tempo pra esse Rena-

to ir tão longe.

UM POLICIAL VEM DO QUARTO.

POLICIAL — Achamos o Renato!


O POLICIAL VAI PRO QUARTO, SEGUIDO DO DELEGADO E SEU

ASSISTENTE.

CENA 30/ FLAT RENATO/ QUARTO/ INTERIOR/ NOITE.

ELES CHEGAM AO QUARTO E FICAM PARALISADOS COM O QUE

VÊEM. AGORA, CAM VEM DO CHÃO E SOBE LENTAMENTE ATÉ

QUE CHEGA NA CAMA E FOCA EM RENATO, QUE ESTÁ DEITADO

NA CAMA E COM QUATRO MARCAS DE TIROS NO SEU PEITO E SE

ESVAINDO EM SANGUE. UM POLICIAL CHECA SUA PULSAÇÃO. ELE

SE LEVANTA E SE DIRIGE AO DELEGADO.

POLICIAL 2 — Chegamos tarde demais senhor! O Renato está

morto!

SONOPLASTIA: INSTRUMENTAL SUSPENSE. O DELEGADO FICA

CHOCADO COM A CENA. CAM DÁ CLOSE EM RENATO MORTO.

FIM

O BEM OU O MAL? -...

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