O Bandeirante - n.191 - Outubro de 2008

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Informativo Mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores Regional do Estado de São Paulo Ano XVII - nº. 191 - OUTUBRO de 2008 Redação: [email protected] - (11) 9182-4815 OBandeirante Jornal (Continua na última página) por Helio Begliomini Médico urologista Presidente da SOBRAMES-SP “Renovado amor à Sobrames-SP” ratificada nas eleições de 2008 A vida é a memória do povo, a consciência coletiva da continuidade histórica, a maneira de pensar e de viver”. Milan Kundera, (1929-, escritor tcheco). A vida prega-nos surpresas e esse é um fato conhecido por todos. Fazendo um retrospecto dos nossos últimos anos na Sociedade Brasileira de Médicos Escri- tores do Estado de São Paulo (Sobrames – SP), mal podería- mos imaginar que há cerca de três anos voltaríamos a atuar na diretoria desta gloriosa entidade que ajudamos a fundar e a consolidar em tempos idos, heróicos, mas não olvidados da memória. O ano de 2005 foi fatídico e dificílimo na história da Sobrames paulista e, devido às suas desastrosas conseqüências, nosso nome foi lembrado para suceder ao estimado e atuante confrade Flerts Nebó, que, na condição de vice, assumia, em outubro de 2005, a presidência da entidade, em virtude da demissão conjunta da presidente e do 1 o tesoureiro. Tampouco pensávamos que, ao aceitar o convite no primeiro semestre de 2006 para coordenar uma chapa que dirigiria os destinos da entidade no biênio 2007-2008 –, época em que esta ainda estava sofrendo as conseqüências da nefasta refrega do ano de 2005, nosso mandato pudesse ser postergado. Na ocasião, nada melhor para traduzir nosso sentimento e o motivo de nossa volta a esse honroso cargo naquelas acerbas circunstâncias do que o slogan Amor à Sobrames – SP”, pois, sem a menor pieguice, representava todo um histórico devotado à causa da entidade. Com muito sacrifício, conseguimos formar uma chapa que foi eleita, em votação secreta, por unanimidade dos votos. Tínhamos a intenção de não abandonar nenhum dos projetos da entidade – que não eram poucos – e que a duras penas foram sendo incorporados à tradição e ao lastro cultural da grei pelas diretorias precedentes. Os dois anos de mandato correram velozmente, haja vista a diversidade de empreendimentos que têm sido realizados: 27 reuniões da diretoria; 24 edições de O Bandeirante; organização de 24 tertúlias ou Pizzas Literárias; organização da IX Jornada Médico-Literária Paulista, em Jundiaí, com concursos dos trabalhos apresentados; publicação da VI Antologia Paulista e publicação de mais uma coletânea intitulada “Pizza Literária – Décima Fornada” com lançamento previsto para dezembro. Se não bastassem os prêmios literários já existentes: “Bernardo de Oliveira Martins”, para a melhor poesia do ano; “Flerts Nebó”, para a melhor prosa do ano; e SuperPizza – com ou sem indicação de tema – de periodicidade trimestral para os trabalhos apresentados nas Pizzas Literárias, foram criados mais dois prêmios de cunho associativo: Prêmio “Melhor Desempenho da Sobrames – SP ou Prêmio Aldo Miletto” e Prêmio de “Maior Assiduidade” ou Prêmio “Rodolfo Civile” nas modalidades interior e grande São Paulo. Ademais, foram realizados os seguintes projetos não previamente elencados em nossas metas de campanha: adequação do Estatuto ao novo Código Civil através de Assembléia Geral Extraordinária; realização de uma Sabatina Literária, em Jundiaí; elaboração do concurso para escolha democrática da letra do Hino da Sobrames – SP; obtenção, desde março de 2007, de um espaço no Centro de Estudos do Hospital São Camilo – Pompéia para sediar as reuniões mensais da diretoria; idealização e realização do I Concurso de Poesias da Rede São Camilo de Assistência; realização de campanha que resultou num

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Informativo Mensal da Sociedade Brasileira de Médicos EscritoresRegional do Estado de São Paulo

Ano XVII - nº. 191 - OUTUBRO de 2008

Redação: [email protected] - (11) 9182-4815

OBandeiranteJornal

(Continua na última página)

por Helio BegliominiMédico urologista Presidente da SOBRAMES-SP

“Renovado amor à Sobrames-SP”ratificada nas eleições de 2008

“A vida é a memória do povo,a consciência coletiva dacontinuidade histórica,

a maneira de pensar e de viver”.

Milan Kundera,

(1929-, escritor tcheco).

A vida prega-nossurpresas e esse é um fatoconhecido por todos. Fazendoum retrospecto dos nossosúltimos anos na SociedadeBrasileira de Médicos Escri-tores do Estado de São Paulo(Sobrames – SP), mal podería-mos imaginar que há cerca detrês anos voltaríamos a atuar na diretoria desta gloriosaentidade que ajudamos a fundar e a consolidar em temposidos, heróicos, mas não olvidados da memória.

O ano de 2005 foi fatídico e dificílimo na históriada Sobrames paulista e, devido às suas desastrosasconseqüências, nosso nome foi lembrado para suceder aoestimado e atuante confrade Flerts Nebó, que, na condiçãode vice, assumia, em outubro de 2005, a presidência daentidade, em virtude da demissão conjunta da presidentee do 1o tesoureiro.

Tampouco pensávamos que, ao aceitar o conviteno primeiro semestre de 2006 para coordenar uma chapaque dirigiria os destinos da entidade no biênio 2007-2008–, época em que esta ainda estava sofrendo as conseqüênciasda nefasta refrega do ano de 2005, nosso mandato pudesseser postergado.

Na ocasião, nada melhor para traduzir nossosentimento e o motivo de nossa volta a esse honroso cargonaquelas acerbas circunstâncias do que o slogan “Amor à

Sobrames – SP”, pois, sem a menor pieguice, representavatodo um histórico devotado à causa da entidade.

Com muito sacrifício, conseguimos formar umachapa que foi eleita, em votação secreta, por unanimidadedos votos. Tínhamos a intenção de não abandonar nenhumdos projetos da entidade – que não eram poucos – e que a

duras penas foram sendo incorporadosà tradição e ao lastro cultural da greipelas diretorias precedentes.

Os dois anos de mandatocorreram velozmente, haja vista adiversidade de empreendimentos quetêm sido realizados: 27 reuniões dadiretoria; 24 edições de O Bandeirante;organização de 24 tertúlias ou PizzasLiterárias; organização da IX JornadaMédico-Literária Paulista, em Jundiaí,com concursos dos trabalhosapresentados; publicação da VIAntologia Paulista e publicação de maisuma coletânea intitulada “PizzaLiterária – Décima Fornada” com

lançamento previsto para dezembro.Se não bastassem os prêmios literários já existentes:

“Bernardo de Oliveira Martins”, para a melhor poesia doano; “Flerts Nebó”, para a melhor prosa do ano; eSuperPizza – com ou sem indicação de tema – deperiodicidade trimestral para os trabalhos apresentadosnas Pizzas Literárias, foram criados mais dois prêmios decunho associativo: Prêmio “Melhor Desempenho daSobrames – SP ou Prêmio Aldo Miletto” e Prêmio de “MaiorAssiduidade” ou Prêmio “Rodolfo Civile” nas modalidadesinterior e grande São Paulo.

Ademais, foram realizados os seguintes projetosnão previamente elencados em nossas metas de campanha:adequação do Estatuto ao novo Código Civil através deAssembléia Geral Extraordinária; realização de umaSabatina Literária, em Jundiaí; elaboração do concurso paraescolha democrática da letra do Hino da Sobrames – SP;obtenção, desde março de 2007, de um espaço no Centrode Estudos do Hospital São Camilo – Pompéia para sediaras reuniões mensais da diretoria; idealização e realizaçãodo I Concurso de Poesias da Rede São Camilo deAssistência; realização de campanha que resultou num

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Jornal O Bandeirante

ANO XVII - nº. 191 - Outubro 2008

Publicação mensal da SOBRAMES-SP -

Sociedade Brasileira de Médicos

Escritores - Regional do Estado de São Paulo

Sede: Rua Alves Guimarães, 251 -CEP 05410-000 - Pinheiros - São Paulo - SPTelefax: (11) 3062-9887 / 3062-3604

Editores: Flerts Nebó, Marcos GimenesSalun.Redatores: Helio Begliomini, MarcosGimenes Salun, Flerts Nebó.Jornalista Responsável: Marcos GimenesSalun - (MTb 20.405 - SP).Revisão: Ligia Terezinha Pezzuto(MTb 17.671 - SP).Redação e Correspondência: Av.Prof.Sylla Mattos, 652 - ap. 12 - Jardim SantaCruz - São Paulo - SP - CEP 04182-010.E-mail: [email protected].: (11) 9182-4815 / 2331-1351

Colaboradores desta edição: Lêda MariaRezende de Almeida, Evandro GuimarãesSousa, José Rodrigues Louzã, RobertoAntonio Aniche e Walter Whitton Harris.

Diretoria - Gestão 2007/2008 - Presidente:

Helio Begliomini; Vice-Presidente:

Josyanne Rita de Arruda Franco; Primeiro-Secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã;Segundo-Secretário: Evanir da SilvaCarvalho; Primeiro-Tesoureiro: MarcosGimenes Salun; Segundo-Tesoureiro: LigiaTerezinha Pezzuto; Conselho Fiscal

Efetivos: Flerts Nebó, Arary da Cruz Tiriba,Luiz Jorge Ferreira; Conselho Fiscal

Suplentes: Carlos Augusto Ferreira Galvão;Geováh Paulo da Cruz; Helmut AdolfMataré.

Projeto Gráfico e Diagramação: RumoEditorial Produções e Edições Ltda.

CNPJ.07.268.251/0001-09E-mail: [email protected]

Matérias assinadas são de

responsabilidade de seus autorese não representam, necessariamente, a

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Marcos Gimenes Salun - Editor

A palavra é mesmo uma coisaséria. Seriíssima! Se pararmos pararefletir sobre sua importância emnossa vida, poderemos nos surpre-ender, quão grande é sua dimensão.

Desde que a civilização sumé-ria, que habitou a região sul da Meso-potâmia, entre os rios Eufrates eTigre criou a chamada EscritaCuneiforme por volta de 4.000 a.C.,a palavra ganhou surpreendente evital importância na vida e nodesenvolvimento do ser humano.

A escrita cuneiforme con-sistia em sinais grafados sobre placasde argila (barro), onde os sumérioscunhavam (marcavam com cunhas)essa escrita. Muito do que sabemosatualmente sobre esse período dahistória, devemos às placas de barrocom registros cotidianos, econômi-cos, administrativos e políticos dessafantástica civilização.

Naquele sistema os sinaisrepresentavam idéias e objetos. Suapreservação, exploração e interpre-tação trouxe-nos um legado deindiscutível importância no desen-volvimento das civilizações quesucederam aos Sumérios, e quesubsistem até os nossos dias.

Tendo o homem conseguidodesenvolver um meio eficaz detransmitir conhecimentos, fatos,registros e informações a seussucessores através da palavra, a

humanidade não parou mais deevoluir.

Hoje as tabuletas de argilados nossos ancestrais sumériosforam substituídas por estupendas emodernas telas LCD, de altíssimatecnologia, monitoradas por potentesprocessadores. No entanto, preva-lece a palavra como um dos meiosmais importantes da transmissão dainformação, muito embora aimagem, os símbolos e as moder-níssimas tecnologias de comunicaçãofaçam-se cada vez mais presentes eincisivas nesse processo de trans-mitir o conhecimento de geração emgeração.

Mesmo com toda essa pu-jança evolutiva, dificilmente algopoderá superar a palavra enquantoessência da comunicação. É com elaque temos evoluído. Em últimaanálise, é dela que dependemos paraa transmissão do conhecimento.Cultuar a palavra, portanto, poder-se-á assemelhar à própria perpe-tuação de nosso código genético.

Dos cultores da palavra, nãose espera somente a futilidade daobservação de rimas, estilos literáriosou regras gramaticais, mas suamissão fundamental, que é a detransmitir o conhecimento àsgerações e assim perpetuar ahumanidade.

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3O Bandeirante - Outubro de 2008 - SUPLEMENTO LITERÁRIO

Dilúvio invertidoLêda Maria Rezende de Almeida

Médica pediatra

São Paulo - SP

Cheguei exausta.Subi e lembrei-me de

uma possibilidade relaxantedas melhores que conheço. UmBom Banho de Banheira. Masnão seria este um Banhoqualquer. Seria assim. Comletras maiúsculas.

Preparei um ritual.Acendi velas em volta.

Apaguei as luzes. Coloquei umincenso mais afastado. Fiz um chá. Até mesinha ebanquinho ficaram a postos, compondo o cenário.Em cima dela, da mesinha, o mini DVD. O russotocando cello. Divino. O ambiente. O russo também.Lógico.

Enchi a banheira com água bem quentinha.Desliguei o telefone. Que alegria poder decidir ecomandar estes pequenos mimos. Foi o que penseiao deitar-me na banheira.

Lá fiquei. Nem lembro mais quanto tempo.Tempo foi o único detalhe que deixei fora do cenário.Fechei a porta e deixei-o de fora. O espaço estavamais que suficiente. Adoro quando separo estaparceria de espaço e tempo. Só isso já relaxa. Eledizia que deveríamos ter um botão. Para desligar ospensamentos. E assim descansarmos. Acho quequase encontrei o tal botão.

Chega. Agora sim. Relaxada. Tranqüila.Ainda na banheira, puxei a tampinha. Para que aágua escoasse aos poucos. Comigo ainda dentro. Paraque a minha pele fosse adaptando-se.

Já quase esvaziadas, ela – a banheira - da água,e eu - a suposta madame - do cansaço, saí. Dabanheira. Coloquei o pé no chão. Do banheiro.Confusão mental. Outra banheira. Não entendimuito bem de imediato. É preciso um sacolejo paraque o raciocínio acorde quando está descansado. Ouvai ver desliguei o tal botão. E demorei a encontrar olado certo de ligá-lo de uma vez.

Toda aquela maravilhosa água saíra não parao – digamos assim - continenti hidráulico. Saíra parao piso. O chão. Do banheiro. Algo acontecera e aágua saíra para longe do lugar devido. Direto para oindevido. Estava inundado. Inundado. Mais uma vez

me senti num desenhoanimado. Meus pés e mãos –hirtos - colados no teto. Meusolhos com as molinhassaltadas para fora. Mas maldeu tempo do tal desenho. Oideal seria mesmo correr atrásdo prejuízo.

A mesinha foi tirada àspressas. Era uma mesinhaantiga que ela tinha me

deixado antes de ir para além-mar. Temi pelo fim.Da mesinha. O fio do mini DVD quase se dispunhaa eletrocutar o russo e seu cello. O incenso dançavaapagado sobre as águas. O tapetinho afundadoainda se oferecia à sua função ao lado da banheira.Mas nem tudo acaba por aí. Deixei as velas de ladoe fui acender a luz. Luz. Muita luz. Para ver bem oestrago. Pela porta a água saía em direção à escada.Corri. O mais que pude. Para que, munida devassouras, rodos e paninhos, conseguisse conter –a tempo - aquele dilúvio invertido.

Em meio ao corre-corre, deu-me aimpressão de que escutei um risinho. Vindo não-sei-de-onde. Concluí. Deve ter sido o Tempo queeu tinha deixado de fora. Com o Tempo não sebrinca. Ele não tem bom humor. E nem se entendesolitário. Quer sempre ficar grudado em nós.Aprendi.

Lembrei do texto. Ele falou que primeirovocê caminha. Depois as águas se abrem. Vai verque foi porque corri. Não se abriram. Ficaram maisjuntas.

Enfim acabei. Pisei em terra firme. Senteina cama. E fiz a única coisa possível. Naquelemomento. Ri. Caí de costas de tanto rir. As cenas ecenários. O cansaço e o relaxamento. A música russae a enchente americana. O incenso indiano e o apelobíblico. Ri. Muito.

Quando ele chegou, olhou em volta. Viuvassouras e baldes. Paninhos. O chão meio úmido.Eu rindo sozinha na beirada da cama. Sábio. Nadaperguntou. Nada comentei.

Saímos para jantar. Chovia.

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SUPLEMENTO LITERÁRIO - O Bandeirante - Outubro de 20084

Evandro Guimarães SousaMédico pneumologista - São Paulo - SP

O uso de siglasem Medicina

A utilização de siglas é muito freqüente na rotinadiária dos médicos e estudantes de Medicina. Alémdaquelas já conhecidas nas várias instituições de saúde,outras são criadas, dificultando o entendimento por pessoasestranhas ao serviço.

Foi o que aconteceu com o Dr. Prado, ao atendera uma interconsulta em um hospital onde nunca haviaestado antes. Tratava-se de um paciente tabagista que foiadmitido com o diagnóstico de DPOC. Essa foi fácil,pois é uma sigla muito conhecida. DPOC está relacionadacom Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica; bem quepoderia significar Depois da Palestra Onde Comer,meditou o Dr. Prado!

O motivo da internação, registrado na papeleta,foi EABC. Esta ele não entendeu. Seria um Estado Aparentede Bloqueio Central? Nada disso, apenas umaExacerbação Aguda de Bronquite Crônica, explicou-lheum atencioso membro da equipe do hospital.

Como o radiograma de tórax revelou uma imagemsuspeita no hilo pulmonar, foi realizada umafibrobroncoscopia com PATA. Seria pata de animal?Impossível. Pata, a mulher do pato? Apesar deengraçadinha, ela não poderia ter acesso às dependênciasdo hospital e nem havia justificativa como tratamento.Novamente esclarecido, ele verificou tratar-se de umprocedimento bastante conhecido em Pneumologia:Punção Aspirativa Transbrônquica por Agulha.

Prosseguindo na leitura, constatou que havia sidoprogramada uma PAAF. Esta ele não sabia, seria algumPrograma Alternativo de Atenção à Família? Por sinal, osfamiliares do paciente estavam bastante apreensivos,aguardando as considerações do médico na sala de espera.Procurou ajuda e ficou sabendo que PAAF quer dizerPunção Aspirativa por Agulha Fina!

Mais adiante, uma nova dúvida, o que quer dizerMTM? Ele conhecia o significado de TPM, o que não seaplicava ao caso do cliente, pois este era do sexo masculino.Finalmente, foi informado por um Residente de 3.º ano,com aquele costumeiro olhar de superioridade que, MTM

significa Mesotelioma. Felizmente, este diagnóstico nãofoi confirmado.

Mais à frente deparou-se com ITU. Seria IntensoTráfego Urbano? Aliás, bastante complicado nasimediações do hospital. Nada disso, a interpretação corretaé Infecção do Trato Urinário. Finalmente, entendeu omotivo do chamado, uma vez que é especialista emUrologia.

Examinou o paciente, escreveu suas consideraçõesno prontuário e foi embora. Pouco tempo depois, foiacionado pelo bip e pelo celular, ao mesmo tempo. Era opessoal do hospital desesperado para decifrar a sigla que

ele havia escrito ao final do seu parecer: OPEDA. Commuita calma, ele explicou: “Elementar, meus caros colegas.O Paciente Está De Alta!”.

Evandro Guimarães de Sousa é médico especialistaem Pneumologia e membro da SMPCT, que se refere àSociedade Mineira de Pneumologia e Cirurgia Torácica enão a: Suei Muito Para Concluir esta Tarefa.

Acordei com vontade de escreverum sentimental e belo soneto.Pensei... pensei, procurando o verseto,mas ele não surgia para mim.

Persisti , das palavras à procura:umas românticas, cheias de ardor,para rimá-las com calor e amor;não. E um triste cheio de agrura

que pudesse então rimar com saudade;também não; que tal um todo bucólico,que terminasse num verde terceto;

não, nenhum só verso de qualidadesurgia, mas então vi no papelico,que já estava escrito este soneto

À procura de rimas

José Rodrigues LouzãMédico ginecologista - São Paulo - SP

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5O Bandeirante - Outubro de 2008 - SUPLEMENTO LITERÁRIO

FeioRoberto Antonio Aniche

Médico ortopedista - São Paulo - SP

Nasceu feio, muito feio.A parteira nem o mostrou àmãe, deixou que ela o visse porseus próprios olhos. Semdúvida, ali teria assunto paramuitos anos em toda a cidade.A mãe só olhou e nada disse,aliás, nada poderia dizer.

Ninguém falou “parececom o pai” nem “parece com amãe”, apenas olhavam acriatura e com medo deofender a quem quer que fosse,nada diziam.

O pai arriscou um olhar,não acreditou no que viu, não perguntou se era homemou mulher, fez cara de espanto, fez cara de “Deus noslivre”. Meia hora depois estava mergulhado na cachaçamas não chorava, que homem não chora.

Pensava, taciturno o que poderia teracontecido. Uma certeza tinha: não fora traído. Nãohavia, na cidade inteira, ninguém tão feio que pudesseter engravidado sua mulher com aquilo. Ela, coitada,acabada de tanto amamentar, teria preferido dar aluz a um bezerro, machucaria menos: os coices seriammais delicados, as mordidas não tirariam sangue e ocheiro, bom este ainda não decidira.

Certa vez o pai foi acariciar a criatura no berço,tentando uma aproximação. A criança grunhiu etentou mordê-lo: “Deus nos livre e guarde!”.

Cresceu no sítio, cercado de galinhas, cães,cabritos e vacas, comia da comida deles e era muitofeliz a seu jeito. Chafurdava-se com os porcos,aprendera a linguagem feliz dos bichos e pouco seimportava se estava ou não vestido, sujo ou limpo.Disputava a lavagem com os porcos e o milho com oscabritos e galinhas. Não raro rosnava com os cães quelhe temiam.

Até que chegou a assistente social, explicou aospais que poderiam ser presos, que circulava umaconversa de lobisomem na cidade, criança com porcose galinhas, que o menino não estava na escola. A mãechorava num canto, o pai via a possibilidade dedespachar o problema. Quis ver a criança. A mãeescondeu-se. O pai levou a assistente social para oquintal.

Susto! “Deus nos livre e guarde!” A criançacorria atrás das galinhas com os cachorros e partiu,igualzinho ao cachorro, para a mulher que gritou denovo: “Deus nos livre e guarde!”. O pai explicou queele deveria deixar o sítio e ir para a escola. O menino,assim já estava definido, correu para dentro dochiqueiro e aninhou-se, carinhosamente entre osporcos que dormiam ao sol.

Na escola tinha que andar ereto, vestido,limpo, penteado e teria que falar a língua dos homens.Nada aprendia, nada, sentava-se sozinho, grunhia,rosnava, mordia. As crianças fugiam do lobisomemda fazenda. Os padres já tinham desfiado todos oslivros de orações, mas nada adiantava.

Ele continuava crescendo desproporcio-nalmente ao tempo, cada vez mais feio e disforme,correndo de um lado a outro. O pai não o aceitou de

volta, ameaçou vender a fazenda,sumir, colocar no circo. Selevassem aquilo de volta para casaele o acertaria com o rifle de caça.

Ficou muitos anos naescola, dormindo num quarto nofundo do corredor. Aprendera atarefa de, como um zelador, fecharas janelas à noite, apagar todas asluzes, trancar todas as portas. Nãoprecisava estudar, nem adiantariatentar. Não falava, mas compre-endia muito bem palavras e ordenssimples.

Era feliz, desde que pudessecorrer. E corria nos corredores contra o vento, batiatodas as portas e fechava todas as janelas. Às vezes,acordava em noites de lua cheia e corria contra otempo: abria todas as janelas e todas as portas. Depoiscorria novamente e fechava todas elas, fazendo omesmo barulho.

Toda a vizinhança ouvia suas pegadas correndo,portas e janelas batendo. Sempre. Os padres não maisse importavam. Apenas deixavam a água, a comida, aroupa limpa que ele às vezes pegava para dormir emcima. Dos pais, nada mais se soube.

Aquele ritual continuou por anos e anos a fio.Correndo de um lado para outro, contra o vento,contra a chuva, fechando e abrindo janelas, abrindo ebatendo portas, às vezes grunhindo, às vezes gritando.Toda a vizinhança estava acostumada e nem ligavamais, os padres de quando em quando esqueciam-seda existência dele; apenas as crianças mais novastinham-lhe medo.

Uma noite, no meio da correria em que sedivertia mais do que o vento, sentiu-se cansado, umador muito grande atingindo todo o seu corpo. Lá fora,alguém juraria depois ter ouvido um grito assustadore um baque de alguma coisa bem pesada caindo nochão.

No meio de uma dor nunca sentida, ele viu,no final do corredor, uma luz acesa, branca, forte,irradiando-se não se sabe de onde. Num esforçosupremo, correu, espalhafatoso, batendo as últimasjanelas e portas ainda abertas, na direção daquela luz.

Sorriu pela primeira vez, sem que nunca otivesse conseguido. Sentiu uma paz muito grande aoalcançar aquela luz diferente. Com certeza, daquelavez havia chegado ao fundo do corredor antes dovento.

Por muitos dias, as pessoas juravam ter ouvidoportas e janelas batendo. Nem os padres notaram adiferença. O legista confirmou, com o lenço cobrindoo nariz e a boca, pelo estado da criatura que ela estariaali no chão, no canto do quarto, há pelo menos quinzedias, mesmo tendo corrido contra o vento noscorredores, batido portas e janelas ontem à noite...

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SUPLEMENTO LITERÁRIO - O Bandeirante - Outubro de 20086

Walter Whitton HarrisMédico ortopedista - São Paulo - SP

QUANDO CRIANÇA, UM DE MEUS PASSATEMPOS eracaçar borboletas. Naquela inocência infantil, nãopassava pela cabeça que estava matando insetosinocentes. É, sim, pois esses lindos animais eramanestesiados com doses letais de éter — que ainda secomprava sem nenhuma restrição —, alfinetados pelocorpo, de costas sobre um tabuleiro, com as asascuidadosamente espraiadas até que ocorresse a rigidezcadavérica e, depois, virados para mostrar o espécimeem todo o seu esplendor.

Durante vários anos, talvez até a adolescência,mantive uma bela coleção, mas com outros interesses,foi abandonada e teve de ser destruída quando, umdia, ao olhar as borboletas, descobri que estavammofando e sendo devoradas por larvas de algum outrotipo de inseto. Mas o interesse por borboletas nãoarrefeceu e, como sou filatelista, tenho uma vastacoleção de selos, cujo tema é borboletas.

As borboletas e mariposas estão entre osinsetos mais apreciados. As primeiras são maispopulares, talvez porque voam durante o dia e têmcores mais vivas e atraentes, enquanto as mariposasjá são mais sombrias e noctívolas.

Pertencem ao gênero Lepidoptera, quesignifica “asas escamosas”, porque as asas sãorecobertas por milhares de escamas sobrepostas. Háquase 200.000 espécies diferentes e apenas 10% sãoborboletas, o restante, mariposas.

Esses insetos vivem e adaptam-se a quase todosos climas, variando desde as tundras do Ártico e osaltiplanos andinos, até as florestas tropicais e ospântanos costeiros.

Sua principal alimentação na fase adulta é onéctar das flores, porque só se alimentam desubstâncias líquidas e, devido a isso, tornam-seimportantes polinizadores. As borboletas e mariposasalimentam-se através de um tubo oco parecido a umalíngua que enrola e desenrola para alcançar aprofundeza das flores.

Algumas das principais diferenças entreborboletas e mariposas, além de suas cores, são o corpomais delgado das borboletas, as antenas peludas dasmariposas e as asas fechadas destas quando estão emrepouso. Obviamente, há várias outras característicase exceções.

O ciclo de vida desses insetos consiste emquatro fases: ovo, taturana (lagarta ou larva), pupa(casulo) e adulto. A lagarta desenvolve-se na capaprotetora do ovo. A fase de larva é a mais ativa para aalimentação. Para crescer, a taturana precisa trocar depele várias vezes. Na fase de pupa, os componentes docorpo sofrem uma transformação, virando a borboletaou mariposa, que é a fase adulta. São essas que põemos ovos. O ciclo de vida é conhecido por metamorfosecompleta e varia muito, dependendo da espécie, masgeralmente o ciclo completo dura de 2-12 meses.

É uma lástima que, atualmente, a quantidadee variedade de borboletas e mariposas decresceu muitoem nosso meio, pela grande devastação das áreasverdes, substituídas pelos arranha-céus. No entanto,no interior, temos a oportunidade de ainda nosbeneficiar com inúmeras, multicoloridas e diferentes.

Algumas espécies de minha infância eadolescência já estão em extinção, haja vista omonarca, famoso por ser uma borboleta que emigravaem bandos desde o México para cá e era abundante50 anos atrás. Hoje não a vemos mais por aqui.

Na minha antiga chácara, sempre tínhamosborboletas. Lembro-me bem de um tipo que gostavados pés de maracujá e era uma verdadeira praga,porque as lagartas devoravam as plantas. Mas aborboleta era linda, cor de laranja no dorso e a parteventral repleta de manchas prateadas.

Sem dúvida, há taturanas interessantestambém. Há uma espécie que gosta de mamona. Éuma lagarta verde com quase 10 cm de comprimento,da espessura de um dedo mínimo. Como crianças,colocávamos duas num mesmo galho e atiçávamos paraque fossem uma de encontro à outra. Saía cada briga,para ver quem dava passagem!

Lá na chácara, certo dia, minha esposa ouviuum ruído de mastigação no jardim. Ao investigar,descobriu uma taturana comendo a folha de umafrutífera. Quando foi arrancar a folha com o insetopara mostrar-me, quase tombou de susto, pois não éque a lagarta, que era verde, soltou dois chifresalaranjados que estavam escamoteados, em sua defesa?

É isso. Cabe apenas lembrar que nem todosesses insetos são tão inocentes quanto parecem. É fatonotório que muitas taturanas, principalmente aspeludas, queimam (na verdade, produzem uma reaçãoalérgica), porém há borboletas e mariposas que sãovenenosas também.

Borboletas

Referências:— Carter, David – Butterflies and Moths – Dorling Kindersley Ltd.,1992.— Sandars, Edmund – A Butterfly Book for the Pocket – OxfordUniversity Press, 3rd. impression (reset), 1955.

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7O Bandeirante - Outubro de 2008

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agenda

OUTUBRO - 2 reunião de diretoria /

16 Pizza Literária.

NOVEMBRO - 6 reunião de diretoria

13 Pizza Literária.

DEZEMBRO - 2 Lançamento da

Coletânea 2008 / 4 reunião de

diretoria / 18 Pizza Literária (posseda diretoria eleita para 2009/2010)

As Pizzas Literárias acontecem na Pizzaria BONDEPAULISTA, na Rua Oscar Freire, 1.597 - Pinheiros -19h30. As reuniões da diretoria acontecem no Centrode Estudos do Hospital São Camilo - Av. Pompéia -1.178 - Pompéia - 19h30. O lançamento da coletânea

2008, “A Pizza Literária - décima fornada” serárealizado no dia 02.12.2008 na Casa das Rosas, EspaçoHaroldo de Campos de Poesia e Literatura - Av. Paulista,37 - Bela Vista - 19h30.

Helio Begliominirecebe Prêmio Clio

Casa das Rosas receberá33 autores da Sobrames

Encerrado o prazo de adesõese envio de textos, a coletânea 2008da Sobrames-SP, “A Pizza Literária -décima fornada”, terá 33 autores. Numequilíbrio harmônico entre prosa epoesia, a obra terá perto de 300páginas, onde os autores participantespretendem mostrar o que de melhortêm produzido nos últimos tempos.

E o local do lançamento da obranão poderia ser mais charmoso: a Casadas Rosas, no Espaço Literário Haroldode Campos, na não menos glamurosa ebadalada Avenida Paulista, um dospontos turísticos mais conhecidos deSão Paulo. No dia 2 de dezembro, às19h00, a Sobrames São Paulo estaráregistrando mais um marco em seus 20anos de história, lançando a décimaedição desta série de coletâneas queteve início em 1990, quando nascia oprimeiro volume, “Por um Lugar ao Sol”.

É um evento literário da maisgrandiosa importância para a Sobrames-SP, e que ninguém deve perder.

Nossos autores e seusmais novos livros

...E tem gente chegando

Lêda Rezende chega commuita disposição e um estiloliterário marcado porfrases curtas, incisivas emuitas vezes contundentes.Confira o blog da autora emhttp://blogs.abril.com.br/

leda/perfil.

Veja também crônica napágina 3 desta edição.

Mais uma vez este cantinho foireservado para dar boas-vindas aosrecém-chegados valores na Sobrames-SP. Desta feita nos rejubilamos peloingresso da médica pediatra comformação em psicanálise e pós-graduadaem nutrologia, Lêda Maria Rezende deAlmeida.

Profa.Dra.

Alitta Guimarães Costa Reis

Psiquiatria, Psicoterapia de Base Analítica,Clinica Médica Geral

Rua Coronel José da Costa Soares, 31337470-000 - São Lourenço - MG

(35) 3331-1065 - 9113-0434

Thereza Freire Vieira,médica geriatra em Taubaté-SP, acaba de lançar mais umlivro de poesias. Trata-se de“Folhas Mortas”, 80 pgs. -editora Taba Cultural - Riode Janeiro - 2008. Para saber

mais dessa obra, entre em contato coma autora, escrevendo para Rua 29 deAgosto, 177 - Morumbi - CEP 12060-410 -Taubaté - SP.

Sérgio Martins Pandolfo,nosso confrade de Belém-PA, participa-nos apublicação do opúsculo“10 de Junho, dia de

Portugal, de Camões e das

Comunidades Portuguesas

- O Translado da corte portuguesa para

o Brasil. Reflexos lá e cá”. Trata-se deedição do autor, com 36 páginas.Contatos: Av. Governador José Malcher,960 / 1101 - Belém - PA -CEP - 66055-260.

Evanil Pires de Campo,médico infectologista deBotucatu, acaba de lançar“Analogias e Reflexão

sobre a Obra Machadiana”,204 pgs. - edição do autor- Botucatu - 2008. Informe-

se sobre essa obra que comemora ocentenário da morte de Machado deAssis, escrevendo para R. João MiguelRafael, 350 - CEP 18602-220 - Botucatu -São Paulo - SP.

***Quem também anunciou novo

livro foi Rodolpho Civile, médico de SãoJosé dos Campos, que prometeu olançamento de mais um romance de suaautoria. Veja detalhes em breve, nesteespaço.

O livro “Academia Brasileira

de Médicos Escritores – Vinte Anos de

História”, de autoria de HelioBegliomini, lançado em novembro de2007, recebeu o tradicional eprestigiado prêmio CLIO, em sua 31a

edição anual, sob os auspícios daAcademia Paulistana de História.

A solenidade de entregaocorreu no dia 8 de outubro, noauditório nobre do centenárioInstituto Histórico e Geográfico de SãoPaulo, na capital paulista.

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Page 8: O Bandeirante - n.191 - Outubro de 2008

O Bandeirante - Setembro de 20088(Continuação da primeira página)

aumento do número de anunciadores no boletim OBandeirante, assim como sua divulgação, via Internet, a partirde janeiro de 2007, para mais de mil endereços eletrônicos,envolvendo pessoas e entidades médico-culturais; campanhapara a participação de uma significativa comitiva no XXIICongresso Nacional da Sobrames, em Fortaleza (CE, junhode 2008); idealização, organização, pesquisa e publicação,sem ônus para a entidade, do livro Sobrames Paulista –Compêndio dos seus Vinte Anos de História – 1988-2008 (2008); organização de um jantar em comemoraçãoaos 20 anos da Sobrames – SP, além de ter sido representadaem dez eventos culturais.

Torna-se necessário frisar que todo esse extenso eárduo trabalho só foi possível, uma vez que a diretoriatrabalhou abnegada e coesamente. Neste contexto faz-seoportuno declinar com sabor de alegria e agradecimento, osnomes de confrades e confreiras que – cada qual na suaintensidade, disponibilidade e amor à causa da entidade –,deixaram sua marca nesta gestão: Josyanne Rita de ArrudaFranco, Marcos Gimenes Salun, Maria do Céu CoutinhoLouzã, Ligia Terezinha Pezzuto; Arary da Cruz Tiriba, FlertsNebó, Carlos Augusto Ferreira Galvão e Luiz Jorge Ferreira.

Ao nos aproximarmos da data limite de inscriçãodas chapas para o próximo biênio, foi consenso entre osmembros da diretoria – mercê de amparo estatutário – quea base desta equipe mereceria pleitear, nas urnas, suacontinuação por mais um mandato.

Assim, ocorreu-nos que não haveria melhor sloganpara nortear esta chapa em seus propósitos do que

“Renovado Amor à Sobrames – SP”. Temosdoravante a grata satisfação de poder contar, dentre osmembros desta tábua diretiva, com o confrade RobertoAntonio Aniche, jovem associado; assíduo freqüentadorde nossas Pizzas Literárias; sensível escritor e promissorna luta pela causa da entidade.

Ao sabermos que nossa chapa obteve aprovaçãono escrutínio das urnas pela unanimidade dos votos(nenhum voto contrário, apenas um voto nulo),concitamos todos os membros, independentemente deestarem ou não na diretoria executiva, que colaborem eapóiem os projetos a serem realizados. Por oportuno,agradecemos a Deus pela saúde e trabalho realizado nagestão ora em crepúsculo, assim como a Ele rogamos suasbênçãos e ajuda para o próximo biênio.

De antemão sabemos que a Sobrames de São Paulofoi escolhida pelos nossos pares de outras regionais, porocasião do XXII Congresso Nacional da Sobrames,realizado em junho passado, na cidade de Fortaleza, paraorganizar e sediar a V Jornada Nacional da Sobrames,que coincidirá com a X Jornada Médico-Literária Paulista.Esse será mais um desafio do qual todos nós – sobramistaspaulistas – deveremos nos orgulhar e enfrentar.

Relembrando Bertrand Russell (1872-1970),filósofo, escritor, matemático e crítico social inglês:“Aquilo que os homens de fato querem não é oconhecimento, mas a certeza”. Neste ensejo, a chapa“Renovado Amor à Sobrames – SP” agradece o apoiodos votos recebidos e espera – com a certeza expressa nobrocardo de Russell – a colaboração de todos em prol danossa querida entidade.

“Renovado amor à Sobrames-SP”ratificada nas eleições de 2008

20 Anos da Sobrames-SP comemorados com muita harmonia

Para marcar o 20.º aniversário de fundação da regional paulista da Sobrames, 35 associados compareceram aojantar festivo realizado no último dia 26 de setembro de 2008, no Restaurante Mare D’Itália, no bairro do Itaim Bibi,em São Paulo. Num ambiente de total harmonia e regojizo, os participantes confirmaram, com muita espontaneidade,a felicidade de pertencerem a uma confraria de amantes da literetura,tão profícua e longeva.

Na oportunidade foi lançado o livro “Sobrames Paulista - Compêndio dos seus vinte anos de história (1998-2008)”, de autoria de Helio Begliomini e Marcos Gimenes Salun, entregue graciosamente a todos os presentes. Trata-se de um registro das atividades, realizações e conquistas da regional paulista da Sobrames ao longo desses vinte anos.É um registro histórico do período, baseado em pesquisas realizadas pelos autores no acervo da entidade, através dedocumentos, livros de registro de atas de reuniões de diretoria e presença em Pizzas Literárias, fotografias, cartas,impressos e demais documentos mantidos e guardados em arquivo por alguns dos associados, a despeito da Sobrames-SP não ter ainda uma sede onde possa acomodar tal preciosidade.

Neste ensejo, o mais importante a ressaltar é a pujança da regional paulista da Sociedade Brasileira de MédicosEscritores. Parabéns a todos os que ajudaram a construir esta magnífica história!

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