O ato da escrita: para melhor escrever. Josué de Sousa ... · O ATO DA ESCRITA Josué Mendes 7...
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O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 1
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Mendes, Josué de Sousa. 1963 -
O ato da escrita: para melhor escrever. Josué de Sousa Mendes. Brasília: Eme Editora, 2012.
xxp.: Il.; xxcm
Bibliografia.
ISBN: xxxxxxxxxxx
1. Redação 2. Escrita
I. Produção de texto
CDU
Josué Mendes é doutor em Teoria da Literatura (UnB-Sorbonne), professor há mais de duas décadas, na
rede pública e particular de ensino, e escritor. Possui significativa experiência na docência de cursos em
órgãos governamentais, organizações empresariais e educativas, em cursos preparatórios para concursos
e, ainda, é titular, em universidades, da cadeira de língua portuguesa e literatura, comunicação e redação
empresarial, leitura e produção de textos, e hermenêutica jurídica.
Blog: www.josuemendes.com.br // E-mail: [email protected]
2016 por Josué Mendes
Todos os direitos desta obra são reservados e estão protegidos pela Lei no 9.610, de 19/02/1998.
Proibida a reprodução total ou parcial, sem a autorização, por escrito, do autor.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 2
ÍNDICE
O ATO DA ESCRITA... 3
ESCREVER É NECESSIDADE BÁSICA 3
COMPETÊNCIA PARA ESCREVER 4
COMUNICAÇÃO NAS INSTITUIÇÕES 4
ELEMENTOS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 5
ELEMENTOS DA ESCRITA 6
PALAVRA 10
USO DE PALAVRAS ESTRANGEIRAS 14
EMPREGO INADEQUADO DE ALGUMAS PALAVRAS 14
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO 17
FRASE 17
ORAÇÃO 18
PERÍODO 18
SUBORDINAÇÃO E COORDENAÇÃO 18
COORDENAÇÃO GRAMATICAL E SEMÂNTICA 19
COORDENAÇÃO GRAMATICAL E SUBORDINAÇÃO SEMÂNTICA 19
PARALELISMO 20
PARALELISMO SEMÂNTICO 21
ORDEM DIRETA 22
VOZ ATIVA 22
PARÁGRAFO 28
TIPOS DE TÓPICO FRASAL 28
DESENVOLVIMENTO DO PARÁGRAFO 29
CONCLUSÃO 30
QUALIDADES DO PARÁGRAFO 31
TEXTO 37
PRINCÍPIOS DO TEXTO 38
CUIDADOS COM O TEXTO 43
TIPOLOGIA TEXTUAL 51
ESTRUTURA DO TEXTO DISSERTATIVO 54
ARGUMENTAÇÃO: UMA ARTE 55
O ATO DE PENSAR 57
PLANEJAMENTO DE TEXTO ADMINISTRATIVO 69
REDAÇÃO COMERCIAL, TÉCNICA E OFICIAL 72
CARACTERÍSTICAS DA REDAÇÃO OFICIAL 74
REDAÇÃO OFICIAL: PARTICULARIDADES 79
PRONOME DE TRATAMENTO 79
VOCATIVO 80
ENDEREÇAMENTO 80
ABREVIATURAS E SÍMBOLOS 80
USO DOS PRONOMES DE TRATAMENTO E DO VOCATIVO 81
TIPOS DE DOCUMENTOS 84
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 110
BIBLIOGRAFIA 122
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PLANEJAMENTO DE TEXTO ADMINISTRATIVO
Quem não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho serve.
Agora é hora de planejar um texto administrativo: definição de objetivos, levantamento de
informações e destino do documento. Use as quatro perguntas seguintes para fazer o seu roteiro.
1. Quem será o responsável pela mensagem?
2. A quem se destina a mensagem?
3. Que mensagem se pretende transmitir?
4. De que informações há necessidade para se ter segurança no assunto?
Essas perguntas ajudarão na definição do objetivo e no levantamento das informações
necessárias. Um objetivo serve para nortear a redação de seu texto e geralmente se traduz em uma
frase-núcleo, iniciada por um verbo no infinito. Se você transformar o verbo do objetivo em
substantivo, seu documento já tem um assunto ou uma referência.
Objetivo Assunto
Apresentar as causas do não recebimento do
pedido
Apresentação das causas do não recebimento do
pedido
Convocar para uma reunião de trabalho Convocação de reunião de trabalho
Solicitar a instalação de um ponto de Internet Solicitação da instalação de um ponto de Internet
Lembre-se de que cada parágrafo deve conter um objetivo. Costumeiramente, os parágrafos de
textos administrativos são numerados em itens e subitens: nos itens constam as ideias principais; nos
subitens, as secundárias. É importante, depois de listar as ideias, selecionar e encadeá-las.
Agora, escreva o seu texto, mas não se esqueça de fazer uma boa revisão, ao final.
1. Emissor:Diretor de uma escola
2. Receptor: Secretário de Estado Educação
3. Objetivo: Questionar a Gestão Compartilhada
4. Exposição: Analisamos na prática o que é a Gestão
Compartilhada. Concordamos em parte. Mas há problemas a
serem enfrentados.
5. Apelo: O Governo está sempre aberto a ouvir outras opiniões.
O Senhor é sensível a mudanças. Estamos pensando juntos.
6. Impulso: Conheça a realidade das escolas.
Esboço de um parágrafo
Com o objetivo de questionar a gestão compartilhada e após
analisarmos, na prática, suas bases conceituais, concordamos em parte
com esse modelo de gestão, mas há problemas a serem enfrentados.
Considerando também que o governo está sempre aberto a ouvir outras
opiniões, e o Senhor Secretário é sensível a mudanças, sugerimos que,
primeiramente, se conheça a realidade das escolas antes de se definir
pela proposição de um trabalho conjunto.
Redação do parágrafo
O ATO DA ESCRITA
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É hora de praticar!!!
a) Imagine a seguinte situação: seu chefe comunicou a decisão de adotar o uso diário de uniforme na
empresa, mas pediu a opinião dos empregados sobre essa decisão. Primeiro, examine as circunstâncias.
Em seguida, fundamente sua opinião, posicionando-se.
Escreva aqui o seu parágrafo...
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b) Funcionário sente-se injustiçado por não ser reconhecido em seu nível de formação, apesar de a
empresa ter um plano de carreira que estabelece a diferenciação salarial pela escolaridade de seus
funcionários.
Escreva aqui o seu parágrafo...
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Hora de revisar o seu texto
1. O texto está redigido de acordo com o planejamento?
2. O assunto do documento apresenta uma visão geral do texto?
3. O (s) objetivo(s) do texto é (são) facilmente identificado(s)?
4. As ideias estão agrupadas em parágrafos?
5. Cada parágrafo apresenta apenas uma ideia principal?
6. As ideias secundárias estão intimamente relacionadas com a ideia principal?
7. Está adequada a numeração de itens e subitens?
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8. O tipo de documento está adequado à intenção do redator?
9. A coordenação dos termos e das orações está adequada?
10. Os elementos de ligação estão adequados?
11. Os argumentos convencem o leitor?
12. Há palavras ou expressões desnecessárias?
13. A pontuação está correta? Houve alteração de sentido?
14. O texto está redigido de acordo com a norma-padrão?
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8. REDAÇÃO COMERCIAL, TÉCNICA E OFICIAL: EXISTE DIFERENÇA?
Às vezes, ficamos surpresos quando colocamos no papel nossas ideias, de maneira emotiva,
livre e criativa. Mas nem sempre temos ampla liberdade na hora de escrever um texto. Isso ocorre, por
exemplo, na correspondência oficial, técnica ou comercial, em que os textos possuem formas
específicas, já consagradas pelo uso.
Essas formas, porém, não podem ser vistas como imutáveis. Sem prejudicar suas duas principais
características - clareza e formalidade - elas vêm admitindo, com o tempo, mudanças e simplificações
para retirar expressões antiquadas, fórmulas de saudação exageradamente enfáticas, palavras
redundantes e outros vícios. O importante é que o conteúdo seja expresso de maneira clara e eficiente,
obedecendo à exigência estrutural de cada tipo de texto.
Em razão da especificidade de cada um desses três tipos de redação – comercial, técnica e
oficial -, não obstante suas afinidades, consideraremos seus aspectos comuns, deixando as diferenças
ou as particularidades para outro momento. Nosso objetivo principal agora é focar a redação oficial.
Mas vale reafirmar, pelo menos, o conceito e a natureza de cada uma dessas modalidades, para
que você, leitor, saiba diferenciá-las em suas características e aproximá-las em seus pontos comuns.
8.a REDAÇÃO COMERCIAL
» É o relacionamento de empresas entre si ou com seus clientes para a troca de informações
com a finalidade de iniciar, manter ou encerrar transações.
A redação comercial tem seu foco voltado para as práticas de comércio, promoção de vendas,
secretariado e profissionais de escritórios. Importa antes de tudo a relação de negócios, em que se
pode incluir desde a comunicação bancária até a carta, o contrato, o telegrama, o fax e as peças
publicitárias.
Modernamente, a redação comercial é tratada como redação empresarial, pela preocupação
que as empresas têm de estabelecer uma comunicação eficiente com o mercado e por fazer de sua
comunicação um marketing interno e externo. A ordem é não desperdiçar tempo e recursos para que o
cliente dê a resposta com rapidez. Assim fazendo, a comunicação é eficiente.
8.b REDAÇÃO TÉCNICA
» Qualquer espécie de linguagem escrita que trate de fatos ou assuntos técnicos ou científicos.
A redação técnica volta-se para assuntos técnicos ou científicos, mas seu estilo não difere muito
da redação comercial e oficial. Na linguagem, sim, em razão dos vários jargões técnicos. A característica
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principal da redação técnica é a relevância da clareza, da lógica e da precisão, aliadas à imaginação. Ela
possui uma objetividade recheada de opiniões e inferências, que fortalecem a experiência, a arte e a
cientificidade, o que muitas vezes nos faz tomar o termo redação científica por técnica e vice-versa.
São exemplos de redação técnica o relatório, o parecer técnico, o resumo, a resenha, o trabalho
de conclusão de curso, a tese, o artigo científico, o paper, entre outros. A redação técnica é
normatizada, no Brasil, pela ABNT (Associação Brasileiras de Normas Técnicas). No entanto, há outros
organismos internacionais que também regulam os formatos dos textos técnicos: International
Organization for Standardization (ISO), Comissão Panamericana de Normas Técnicas (COPANT),
Associação Mercosul de Normalização (AMN), American Psychological Association (APA). Cada uma
delas tem parâmetros próprios, por isso fique atento quando tiver que escrever algum texto de
divulgação internacional.
8.c REDAÇÃO OFICIAL
» É a forma como o profissional do serviço
público redige documentos intra e
interinstitucional.
A redação oficial é o meio pelo qual
se estabelecem relações de serviço na
Administração Pública. É também o conjunto
de correspondências, atos normativos e diversos outros textos usados no serviço público.
Segundo o MRPR: p. 12, as características da redação oficial decorrem da Constituição Federal,
que dispõe, no artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Além de atender à disposição
constitucional, a forma dos atos normativos
obedece a certa tradição e a algumas práticas já
cristalizadas. Por exemplo: apor o número de anos
transcorridos desde a Independência, dar despacho
no próprio documento, entre outras.
Há, no entanto, um esforço considerável
pelo enxugamento formal dos documentos, sem
prejuízo dos princípios da impessoalidade, clareza,
uniformidade, concisão e uso de linguagem formal.
PRINCÍPIOS da Administração Pública,
segundo o caput do artigo 37 da
Constituição Federal
LEGALIDADE
IMPESSOALIDADE
MORALIDADE
PUBLICIDADE
EFICIÊNCIA
LIMPE
3
GOVERNO(Adm. Pública)
GOVERNO
Instituições Privadas
Particulares (Cidadão)
Redação Oficial
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As comunicações oficiais devem sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente
impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem. Portanto, é inconcebível uma
redação obscura, que dificulte ou impossibilite a compreensão da mensagem, e que não seja entendida
pelos cidadãos. Também não se admite o que, coloquialmente e pejorativamente, se chama burocratês,
forma caracterizada pelo abuso de expressões e clichês do jargão burocrático e construções arcaicas de
frases.
Classificamos a correspondência oficial, quanto ao tipo: informal (bilhete, e-mail) e formal
(procuração, requerimento); quanto ao âmbito: interna (memorando) e externa (ofício); quanto à
natureza: documentos (carta, declaração) e instrumentos (parecer, relatório); quanto ao grau de sigilo:
secreto (o teor só deve ser do conhecimento de agentes públicos diretamente ligados ou interessados
ao tema), confidencial (para evitar que a tomada de conhecimento acarrete prejuízos) ou reservado (o
teor não deve ser do conhecimento do público em geral); e quanto à tramitação: urgente (maior
celeridade que os rotineiros) e sujeito a prazo (há um período de tempo determinado).
8.d CARACTERÍSTICAS DA REDAÇÃO OFICIAL
Na comunicação oficial, o destinatário é o público ou um órgão, e o emissor é o agente do
poder público que comunica assunto relativo às suas competências e de interesse público. O redator,
portanto, informa ou comunica em nome do ente público e institucional, e não em seu nome. Para
assegurar o caráter impessoal e manter uma interpretação única, compreensível a qualquer cidadão, a
comunicação não deve conter impressões individuais, por isso parcimônia no uso do EU - primeira
pessoa do singular.
Antes de escrever, o redator deve pensar no leitor e expressar seu pensamento de modo
objetivo, bem estruturado e inteligível, evitando palavras sofisticadas, jargões técnicos, ambiguidades,
informações excessivas nos parágrafos e ordem indireta no discurso. Outro cuidado diz respeito à
correção do texto, em observância às regras gramaticais e ao uso correto do tratamento e do vocativo.
A intenção é transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras, o que exige do
redator amplo vocabulário, conhecimento apropriado e capacidade de expressão, além de expressões
simples e objetivas, de fácil entendimento. Deve ainda basear-se em fatos e evidências, manter o
padrão culto da língua e predominar a linguagem denotativa, sem rebuscamento ou vícios
Além da finalidade precípua de informar, os expedientes oficiais podem estabelecer normas ou
expressar resultados de avaliação técnica ou análise de ato legal, em razão do princípio da legalidade. É
imprescindível também atentar para a formalidade, marca de polidez e civilidade, e para a padronização
do documento (timbre, logos, margens, informações necessárias: emissor, local e data, numeração etc).
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Eis, em suma, as principais características da comunicação oficial.
8.d.1 IMPESSOALIDADE
Qualidade que elimina os traços pessoais do redator nos documentos oficiais.
A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço público e em atendimento ao
interesse geral dos cidadãos, por isso os assuntos dos expedientes oficiais não devem ser tratados de
outra forma, que não a estritamente impessoal.
Segundo o MRPR (pp. 12-13), para que seja alcançada a necessária impessoalidade são
necessários, além da concisão, clareza, objetividade e formalidade:
a) ausência de impressões individuais de quem comunica, porque a comunicação é sempre em nome do
Serviço Público e deve ser isenta da interferência da individualidade de que a elabora;
b) um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal, porque a comunicação só pode ser
dirigida a um cidadão, sempre concebido como público, ou a outro órgão público;
c) caráter impessoal do próprio assunto tratado, porque não cabe qualquer tom particular ou pessoal.
Por essas razões, não podem ser consideradas redação oficial carta a um amigo, artigo assinado
de jornal, texto literário, e-mails pessoais, bilhetes etc.
PADRÃO CULTO
IMPESSOALIDADE
Características (I)
Evitar regionalismo, gíria e
jargão técnico
Regras gramaticais
VOCABULÁRIO
COMUMAcessível ao público em geral
Isenta de individualidade
CONCISÃO
Características (II)
Máximo de informação com o
mínimo de palavras
FORMALIDADE Formas adequadas de
tratamento, polidez, civilidade
CLAREZA Imediata compreensão do texto
UNIFORMIDADE Padronização dos documentos
LEGALIDADE A lei é o limite
IMPORTANTE: Embora só seja obrigatória a nova ortografia da Língua Portuguesa a partir de 2013,
recomendamos o uso imediato do Acordo Ortográfico para garantir aos documentos o princípio da
ATUALIDADE.
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Dúvidas frequentes Comentário
1. Posso usar a primeira
pessoa do singular - EU - nas
correspondências oficiais?
O EU é sempre carregado de subjetividade e de certo egocentrismo, mas
não há norma que proíba seu uso. Se você optar por usá-lo, faço-o com
parcimônia, nunca como expressão de sua autoridade ou por
autoritarismo.
2. É mais elegante usar o
NÓS em vez de EU, mesmo
o remetente sendo apenas
uma pessoa?
Contam que os antigos reis de Portugal adotaram a fórmula “Nós, el-rei,
fazemos saber...” para diminuir a distância que os separava do povo. Daí
“plural majestático” e hoje “plural de modéstia”. É o emprego das
formas plurais para representar uma única pessoa (singular), adquirindo
valor cerimonioso ou de modéstia: “Nós – disse o prefeito – procuramos
resolver o problema das enchentes” (plural de modéstia); “Vós sois
minha salvação, meu Deus!” (plural de majestade). Mas não se esqueça
da concordância: vimos transmitir-lhe nossos cumprimentos; estamos
orgulhoso ou orgulhosos desta obra (silepse).
8.d.2 FORMALIDADE E UNIFORMIDADE
É o uso padronizado de formas adequadas de tratamento, polidez, civilidade e uniformidade.
As comunicações oficiais devem obedecer às regras formais, que consistem no emprego de
pronomes de tratamento adequados, polidez, civilidade e uniformidade da comunicação. A formalidade
é necessária à uniformidade das comunicações, porque administração federal é una, o que faz com as
comunicações sigam um mesmo padrão e apresente características comuns de apresentação dos
textos.
A formalidade e a uniformidade consistem no uso de papéis uniformes para o texto definitivo e
na correta diagramação do texto. Veja o exemplo a seguir:
8.d.3 LEGALIDADE
A lei é o limite.
8.d.4 NORMA-PADRÃO DA LÍNGUA
A norma-padrão da língua consiste em observar as regras gramaticais, o que não significa usar
as estruturas arcaicas da língua. Escrever certo é redigir obedecendo às regras de concordância,
regência, colocação pronominal, pontuação e, acima de tudo, seguindo o novo Acordo Ortográfico. O
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uso da norma-padrão nos atos e comunicações oficiais segue o emprego das formas sintáticas e tem
por propósito eliminar uma forma de linguagem burocrática, conhecida como “jargão burocrático”.
8.d.5 VOCABULÁRIO ADEQUADO
Uso de uma linguagem acessível ao público em geral, livre de regionalismo, gíria e jargão técnico.
Segundo o MRPR (p.: 13), “as comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser
compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de
uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões
de circulação restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua
compreensão dificultada. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam,
sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário
próprio a determinada área, são de difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado”.
Não devemos, por fim, pensar que o uso de um vocabulário comum significa pobreza de
expressão. Podemos ser acessíveis usando uma linguagem simples, sem simplismo; comum; sem
vulgarismo; clara, sem clichês; direta; sem populismo.
Lembre-se...
1. O pronome de tratamento leva o verbo para a 3ª pessoa (V.Exa votou ou V.Exas votaram...).
2. A numeração do documento estará em caixa alta no alto, à margem esquerda, e compõe-se de nome do
documento, número e ano do expediente, seguido da sigla do órgão: OFÍCIO 01/2008-CAH.
3. Usa-se o hífen ou a barra para separar numeração: 13-07-1963 ou 13/07/1963.
4. O local e a data devem estar no mesmo alinhamento da numeração e será composta pelo nome da
cidade, seguida da UF, e pela data, separada por vírgula e encerrada pelo ponto. Não há consenso
quanto ao uso do zero à esquerda do numeral: Brasília 4/7/1963 ou 04/07/1963. O primeiro dia será
grafado em número ordinal: Brasília-DF, 1º de julho de 1963.
5. O vocativo alinha-se ao recuo do parágrafo, separado por vírgula (Senhor Chefe,).
6. A identificação do signatário deve vir centralizada e abaixo do fechamento, com indicação do cargo.
Emergada Silva
Gerente de CAH
7. A numeração dos parágrafos facilita a referenciação do documento, mas não há consenso.
8. No desfecho das correspondências, usamos ATENCIOSAMENTE, quando o remetente é de
hierarquia igual ou superior ao destinatário; e RESPEITOSAMENTE, quando o remetente é de
hierarquia igual ou inferior ao destinatário.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 12
Jargões técnicos
São palavras e expressões usadas por um grupo fechado. Para ilustrar, leia o texto:
“O adversário dá um bico para a frente, os laterais subiram ao ataque, mas não voltaram, o meio-
campo está vulnerável e a zaga se atrapalha na tentativa de cortar a bola.(...) “Precisamos de um
retorno mais rápido dos volantes porque os laterais avançam ao mesmo tempo”, observa o
comentarista Falcão. “Só que Dunga e Mauro Silva não conseguem chegar a tempo, e os beques ficam
no mano-a-mano”. Pelo raciocínio do ex-craque, a cadeia de erros se perpetua.” (Placar, jul.1997.)
Ao redigir, evite o uso de chavões e clichês. Não escreva:
Agradecemos-lhe antecipadamente ...
Ansiosamente aguardamos sua resposta ...
Pedimos-lhe bondosamente que ...
Pela presente acusamos ...
Lamentamos informar que ...
No devido tempo ...
Rogamos notificar-nos quando do recebimento ...
Rogamos acusar recebimento ...
Permita-me dizer ...
Serve esta para inteirá-lo ...
Em seus textos, não use:
Outrossim, anexamos a este ofício a cópia do comprovante...
Destarte, informamos que não será possível...
Debalde nossos esforços, esclarecemos ...
Vimos, através desta, solicitar...
Venho, pela presente, solicitar a V.Sa. ...
Acusamos o recebimento de seu ofício...
Em resposta ao contrato referenciado...
Reiteramos os protestos de elevada estima e consideração.
Sem mais para o momento.
É necessária também a utilização de palavras precisas. Devem-se rejeitar as expressões
ambíguas ou imprecisas e os juízos de valor:
sala grande (impreciso)
sala de 5m2 (preciso)
bela sala (juízo de valor)
sala acarpetada, com refrigeração do ar, iluminação natural e decorada (precisa)
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 13
9. REDAÇÃO OFICIAL: PARTICULARIDADES
9.1 PRONOME DE TRATAMENTO
A polidez deve ser uma característica
presente em todas as formas de documentação. Ela
se manifesta no emprego de fórmulas de cortesia
(atenciosamente, respeitosamente, cordialmente),
no cuidado de evitar frases agressivas ou ásperas e
no emprego adequado das formas de tratamento,
dispensando sempre atenção respeitosa a
superiores, colegas e subalternos. No que diz
respeito à utilização das formas de tratamento e endereçamento, deve-se considerar não apenas a área
de atuação da autoridade, mas também a posição hierárquica do cargo que ocupa.
Os pronomes de tratamento substituem os pronomes pessoais tu e vós. Embora se refiram à
pessoa com quem se fala ou a quem se dirige a comunicação (segunda pessoa do discurso), a
concordância deve ser feita em terceira pessoa: Vossa Senhoria nomeará o substituto; Vossas
Excelências conhecem o assunto; Vossa Excelência solicitou o documento ou Vossas Senhorias
informaram do ocorrido; Convidamos Vossa Senhoria e sua equipe para um café ou Teremos a honra de
ouvi-los um pouco mais.
Os pronomes possessivos referentes a pronomes de tratamento são sempre de terceira pessoa:
“Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “vosso substituto”). Os adjetivos fazem a concordância
com o gênero da pessoa: para homem, “Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar
satisfeito”; se for mulher: “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”. E
mais: Vossa Senhoria está sendo convidado (homem) para a reunião ou Vossa Excelência será informada
(mulher) sobre a reunião.
Ao falar diretamente com a pessoa, usa-se "Vossa"; mas ao falar da pessoa, usa-se "Sua".
Falando do Presidente, diz-se: Sua Excelência, o Presidente da República, está a caminho; falando com o
Presidente, diz-se: Vossa Excelência quer ir por qual caminho?
Saiba...
1. Os tratamentos Digníssimo (DD) e Mui Digníssimo (MD) estão abolidos.
2. É dispensável o emprego do superlativo ilustríssimo para autoridades que recebem o tratamento de Vossa
Senhoria. Basta o pronome de tratamento Senhor.
3. Emprega-se a forma de tratamento Doutor às pessoas que possuem tal grau, concluído em curso de
doutorado. Todavia, é costume designar por doutor bacharéis em Direito e Medicina.
Apenas um teste...
Vossa Senhoria deve expor seu projeto ou
Vossa Senhoria deve expor vosso projeto?
Substitua Vossa Senhoria por VOCÊ: você
deve expor seu pensamento ou você deve
expor vosso pensamento? Na troca, usamos
“seu”, ou seja, terceira pessoa. Agora treine:
"Vossa Excelência recebeu a carta que lhe
enviei" ou "Vossa Excelência recebeu a carta
que vos enviei"?
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 14
9.2 VOCATIVO
O vocativo é uma expressão usada para evocar (chamar) a pessoa e é empregado
rotineiramente na comunicação. Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder – Executivo, Judiciário
e Legislativo - não se usa abreviatura: Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Excelentíssimo
Senhor Presidente do Congresso Nacional, Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal
Federal. As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo:
Senhor Senador, Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador.
9.3 ENDEREÇAMENTO
A correspondência deve ser endereçada à pessoa e não ao cargo; mas no caso de se
desconhecer o nome, envia-se para o cargo (Senhora Emergada Silva, Gerente da Divisão de Patrimônio,
ou À Gerente da Divisão de Patrimônio). No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às
autoridades terá a seguinte forma:
9.4 ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
§ = parágrafo A. = autor
a.C. ou A.C. = antes de Cristo; aguarda deferimento A/C = ao(s) cuidado(s)
A.D. = anno Domini ap. = aprovado; apud (citado por)
ap. ou apart. = apartamento B.el ou B.éis = bacharel ou bacharéis
Bibliogr. = bibliografia brig.ro = brigadeiro
c.-alm = contra-almirante cap., caps. = capítulo, capítulos; cap. = capitão.
c/c = conta corrente c.el = coronel
C.ia ou Cia - Companhia cf. ou cfr = confira ou contronte
Circ. = Circular cit. = citação, citado(s), citada(s)
Cx. ou cx. = caixa(s) d.C ou D.C = depois de Cristo
Dec. = Decreto DOU = Diário Oficial da União
doc. = documento Dr. e Dr.a = Doutor e Doutora
ed. = edição (em bibliografia usa Ed.) E.D = espera deferimento
e.g = por exemplo (exempli gratia) ex. = exemplo(s)
f., fl. ou fol. = folha; fls. ou fols. = folhas Gov. = Governo; gov. = governamental
A Sua Excelência
Fulano(a) de Tal
Cargo
Endereço
Ao (À) Senhor(a)
Fulano(a) de Tal
Endereço
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 15
ib. ou ibid. = ibidem (no mesmo lugar, na mesma hora) id. = idem (o mesmo, do mesmo autor)
i.e. = id est (isto é) ip. lit = ipsis litteris (letra por letra, literalmente)
ip. v. = ipsis verbi (palavra por palavra; textualmente) lit. = litteratim (literalmente, ao pé da letra)
loc. cit. = loco citato (no lugar citado, na publicação) L.Q. = lege, quaeso (leia, por favor)
Ltda ou Lt.da = limitada (comercialmente) Memor. ou Memo = Memorando
N.B. = nota bene (note bem) N. do A. = nota do autor; E. (editor); T. (tradutor)
N. Obs. = nihil obstat (nada obsta a que se publique) ob. cit. ou op. cit.(opus citatum) = obra citada
Obs. = observação, observador p. ou pág. = página; pp. ou págs. = páginas
pass. = passim (aqui e ali, em diversos lugares da ob. cit.) P.D. = pede deferimento
p. ex. = por exemplo p.p. = por procuração; próximo passado
proc. = processo; procuração P.S. = post scriptum (pós-escrito)
q.v. = quod vide (veja isso, queira ver) reg. = regimento, regular, registro
s/ = sem; seu(s), sua(s) Sr. = senhor; Srs. = senhores; Sr.a = Senhora
9.5 USO DOS PRONOMES DE TRATAMENTO E DO VOCATIVO
a) Poder Executivo
Destinatário Tratamento Abreviatura Vocativo Envelope
Presidente da República
Vossa Excelência
Não se usa Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Presidente da República
Vice-Presidente da República
Vossa Excelência
V. Exa Senhor Vice-Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Vice-Presidente da República
Ministros de Estado Vossa Excelência
V. Exa Senhor Ministro, Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Secretário-Geral da Presidência da República
Vossa Excelência
V. Exa Senhor Secretário, Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Consultor-Geral da República
Vossa Excelência
V. Exa Senhor Consultor, Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Chefe do Estado-Maior das Três Armas
Vossa Excelência
V. Exa Senhor Chefe, Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Oficiais-Generais das Forças Armadas
Vossa Excelência
V. Exa
Senhor + Cargo respectivo,
(General, Almirante, Brigadeiro)
Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República
Vossa Excelência
V. Exa Senhor Chefe, Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República
Vossa Excelência
V. Exa Senhor Chefe, Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 16
Secretários da Presidência da República
Vossa Excelência
V. Exa Senhor Secretário, Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Secretário Executivo e Secretário Nacional de Ministério
Vossa Excelência
V. Exa Senhor Secretário, Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Procurador-Geral da República
Vossa Excelência
V. Exa Senhor Procurador, Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Governador Vossa Excelência
V. Exa Senhor Governador Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Vice-Governador Vossa Excelência
V. Exa Senhor Vice-Governador,
Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Secretários de Estado dos Governos Estaduais
Vossa Excelência
V. Exa Senhor Secretário, Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Prefeitos Vossa Excelência
V. Exa Senhor Prefeito, Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Embaixador Vossa Excelência
V. Exa Senhor Embaixador, Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
a) Poder Legislativo
Destinatário Tratamento Abreviatura Vocativo Envelope
Presidente do Congresso Nacional
Vossa Excelência
Não se usa Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Presidente do Congresso Nacional
Presidente da Câmara
Vossa Excelência
V. Exa Senhor Presidente, Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Vice-Presidente da Câmara
Vossa Excelência
V. Exa Senhor Vice-Presidente,
Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Membros da Câmara dos Deputados
Vossa Excelência
V. Exa Senhor Deputado, Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Membros do Senado Vossa Excelência
V. Exa Senhor Senador, Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Presidente e Membros do Tribunal de Contas da União e dos Tribunais de Contas Estaduais
Vossa Excelência
V. Exa Senhor + Cargo respectivo,
Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Presidentes e Membros das Assembléias Legislativas Estaduais
Vossa Excelência
V. Exa Senhor + Cargo respectivo,
Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Presidentes das Câmaras Municipais
Vossa Excelência
V. Exa Senhor + Cargo respectivo,
Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 17
b) Poder Judiciário
Destinatário Tratamento Abreviatura Vocativo Envelope
Presidente do Supremo Tribunal Federal
Vossa Excelência
Não se usa
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal,
Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Presidente do Supremo Tribunal Federal
Membros do Supremo Tribunal Federal
Vossa Excelência
V.Exa Senhor + Cargo respectivo,
Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Presidente e Membros do Superior Tribunal de Justiça
Vossa Excelência
V. Exa Senhor + Cargo respectivo,
Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Presidente e Membros do Tribunal Superior Militar
Vossa Excelência
V. Exa Senhor + Cargo respectivo,
Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Presidente e Membros do Tribunal Superior Eleitoral
Vossa Excelência
V. Exa Senhor + Cargo respectivo,
Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Presidente e Membros do Tribunal Superior do Trabalho
Vossa Excelência
Não se usa Senhor + Cargo respectivo,
Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Presidente e Membros dos Tribunais de Justiça
Vossa Excelência
V. Exa Senhor + Cargo respectivo,
Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Federais
Vossa Excelência
V. Exa Senhor + Cargo respectivo,
Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais
Vossa Excelência
V. Exa Senhor + Cargo respectivo,
Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Presidente e Membros dos Tribunais Regionais do Trabalho
Vossa Excelência
V. Exa Senhor + Cargo respectivo,
Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Juízes Vossa Excelência ou Meritíssimo
V. Exa Senhor Juiz, Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Desembargadores Vossa Excelência
V. Exa Senhor Desembargador ,
Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Auditores da Justiça Militar
Vossa Excelência
V. Exa Senhor + Cargo respectivo,
Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 18
d) Outros Destinatários
Destinatário Tratamento Abreviatura Vocativo Envelope
Reitor Vossa Magnificência ou Excelência
Não se usa Magnífico Reitor ou Senhor Reitor
A Vossa Magnificência Fulano de Tal Reitor da Universidade Tal
Presidentes e Diretores de Empresas
Vossa Senhoria V. Sa Senhor + Nome + Cargo respectivo,
Ao Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo
Cônsul Vossa Senhoria V. Sa Senhor Cônsul, Ao Senhor Fulano de Tal Cônsul da Embaixada Tal
Cardeais
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima
V. Ema
ou V. Ema Rvma
Eminentíssimo Senhor Cardeal ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,
Ao Eminentíssimo Cardeal ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Cardeal Cargo respectivo
Arcebispos e Bispos Vossa Excelência Reverendíssima
V. Exa Rvma
Senhor Cardeal ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,
Ao Senhor Cardeal ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Cardeal Cargo respectivo
Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos
Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima
V. Rvma
ou V. Sa Rvma
Senhor Cônego, Monsenhor,
Ao Senhor Monsenhor, Cônego ou frade Cargo respectivo
Outras Autoridades Vossa Senhoria V. Sa Senhor + Nome + Cargo respectivo,
Ao Senhor Fulano de Tal Cargo respectivo e Endereço
10. TIPOS DE DOCUMENTOS
A correspondência oficial apresenta algumas peculiaridades que dividem opiniões, por isso
alguns órgãos, em nome de uma falta de padronização ou de sua especificidade, estabelecem
parâmetros próprios. Todos eles, no entanto, seguem as orientações do MRPR e as normas
sistematizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/2008).
1. ABAIXO-ASSINADO
» Requerimento coletivo que geralmente contém um pedido ou uma expressão de solidariedade ou
protesto.
As pessoas se identificam, em um abaixo-assinado, por seus nomes, mas é importante apor
outros dados, como endereço e documento de identidade, ou outras informações relevantes.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 19
ABAIXO-ASSINADO
Senhor Secretário de Obras Públicas,
Os abaixo-assinados, moradores do Parque dos Ipês, nesta cidade, solicitam a V. Exª a
iluminação das ruas próximas à escola CEd 123, para evitar que seus filhos e alunos dos cursos noturnos
fiquem expostos ao muitos perigos, quando saem das aulas e se dirigem ao ponto de ônibus.
Brasília-DF, 03 de setembro de 2012.
No Nome Endereço Identidade Assinatura
1.
2.
3.
4.
2. APOSTILA
» Anotações constantes na ficha funcional de um servidor ou aditamento feito a um título ou documento
com informações complementares ao conteúdo.
Pode ser uma informação sobre vantagens, retificações, atualizações, esclarecimentos ou
alterações. Tem por propósito evitar a expedição de um novo documento. São partes de uma apostila:
preâmbulo (órgão, denominação do ato, fundamentação legal e ordem de execução - AUTORIZO ou
DECLARO), texto e identificação final.
MI/SI/DI
APOSTILA
O Diretor de Logística da DI, no uso de suas atribuições, AUTORIZA:
Com base na Lei No 0101, de 1º de janeiro de 2009, em seu Artigo 3o, a progressão funcional de
JSM do padrão MMX2 para MMX3, a partir do mês subsequente a esta data.
Brasília-DF, 03 de setembro de 2012.
Assinatura
(nome e cargo)
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 20
3. ATA
» Registro [resumo] objetivo e fiel dos fatos, ocorrências, resoluções e decisões ocorridos numa
assembléia, sessão ou reunião.
Geralmente a ata é lavrada em livro próprio, devidamente autenticado, tendo suas páginas
rubricadas pela autoridade que redigiu os termos de abertura e de encerramento. O principal cuidado
de quem lavra ou redige uma ata é não deixar espaço em que se possa, mais tarde, alterar o texto
original. Caso haja algum erro, o redator deve escrever “digo” e fazer, em seguida, a devida correção. Se
o erro só for percebido ao final, o redator deve escrever “Em tempo: onde se lê ... leia-se ...”.
Na ata usa-se, preferencialmente, o verbo no tempo passado (pretérito perfeito) e, tanto
quanto possível, deve-se evitar o uso do adjetivo. Evitam-se também as abreviaturas, e os números
devem ser escritos por extenso. Pode ainda conter uma ementa (opcional).
Não é um documento fácil de ser escrito, porque exige clareza, precisão, concisão (um único
parágrafo), organização dos assuntos à medida que vão surgindo e fidelidade ao que foi realmente
discutido. O redator não deve emitir opiniões, fazer julgamentos ou inovar a estrutura. Atualmente se
admite a transcrição da ata em folhas digitadas, desde que não haja indício nenhum de fraude.
Após a leitura e aprovação do texto final, todos os participantes da reunião devem assiná-la ou
então, quando deliberado, poderá ser assinada somente pelo Presidente e Secretário.
ATA da vigésima Assembléia Geral Ordinária do Condomínio Alfa.
Às vinte horas do dia treze de julho de dois mil e oito, realizou-se a primeira reunião dos
condôminos do Condomínio Alfa, em sua sede própria, localizada na BR 20, Km 0, Brasília, Distrito
Federal, para deliberarem sobre a pauta seguinte: perfuração de um poço artesiano, colocação de guias
nas ruas transversais, asfaltamento da guarita, construção de parque de diversões e assuntos gerais.
Inicialmente, o senhor Síndico prestou relatório financeiro do mês anterior... Nada mais havendo a
tratar, o senhor Síndico declarou encerrada a reunião, da qual eu, Serafim Celeste, na qualidade de
secretário, lavrei a presente Ata, que dato e assino, após ser assinada pelo senhor Síndico e pelos
demais condôminos presentes. [ASSINATURAS] Síndico fulano beltrano sicrano trovano
[assinatura do Secretário] / Brasília-DF, 13 de julho de 2012.
Observação 1: o redator de uma ata deve apresentar domínio da escrita, capacidade de síntese, rapidez
de memória e concentração perspicaz, para não deixar escapar os dados mais importantes.
Observação 2: há uma tendência de modernização do formato de uma ata, a critério dos órgãos.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 21
Exemplo de uma estrutura moderna
ATA da vigésima Assembleia Geral Ordinária do Condomínio Alfa.
Data: 13 de julho de 2012.
Hora: 20 horas.
Local: Condomínio Alfa, BR 20, Km 0, Brasília –DF.
Pauta:
1. perfuração de um poço artesiano;
2. colocação de guias nas ruas transversais;
3. asfaltamento da guarita;
4. construção de parque de diversões.
Presentes: fulano de tal, beltrano de tal, sicrano de tal e trovano de tal
Considerações:
1. 2/3 dos condôminos presentes;
2. prestação de contas.
Deliberações:
1. taxa extra por três meses;
2. começo das obras no mês seguintes.
Brasília-DF, 13 de julho de 2012.
[assinatura dos presentes]
4. ATESTADO
» Documento emitido por uma autoridade, em favor de alguém, que certifica, afirma, assegura ou
demonstra alguma coisa que interessa a outrem.
O atestado tem a mesma natureza da declaração e da certidão. Poucas são as particularidades
que os distinguem. O atestado está relacionado a informações que podem sofrer modificações com o
tempo. A certidão comprova fatos permanentes constantes nos arquivos e documentos de um órgão. A
declaração é uma expressão de direito. A declaração é sempre expedida em relação a alguém,
enquanto que o atestado é sempre em favor de alguém.
Como medida desburocratizante, o Decreto nº 83.936, de 6 de setembro de 1979, aboliu a
exigência de atestado, restringindo-se, pura e simplesmente, a uma declaração verbal feita a quem
solicitou. Todavia, essa medida não se estendeu às entidades particulares, que continuam utilizando e
exigindo esse documento, especialmente para o processo de admissão de candidatos.
São características de um atestado:
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 22
a) título - ATESTADO (letra maiúscula e centralizado).
b) texto - exposição dos fatos.
c) local e data - por extenso.
d) identificação - assinatura, nome e cargo/função de quem atesta.
ATESTADO
Atesto, para fins de prova junto ao CRT, que o Sr. Dilvo Nado, ocupante do cargo de auxiliar de
câmera, não responde a processo administrativo neste órgão.
Brasília, 13 de julho de 2012.
Assinatura
(nome por extenso e cargo)
5. CARTA
Desculpe-me tê-lo cansado com uma carta tão longa,
mas não tinha tempo para escrever-lhe uma carta breve.
(Pascal)
» Elemento postal constituído de folhas de papel fechadas
em um envelope, que é selado e enviado ao destinatário
da mensagem pelo serviço dos Correios.
» Modalidade redacional livre que permite narração, descrição, reflexão, parecer, solicitação, convite ou
ainda externar agradecimento ou transmitir informações, entre outras finalidades.
O fim a que se destina a carta é que vai determinar a abordagem da linguagem e os aspectos
formais: um amigo, um negócio, um interesse pessoal, um ente amado, uma seção de jornal ou revista
etc. Se o destinatário é um órgão, a carta deve observar procedimentos formais como a disposição da
data, vocativo (destinatário: nome e cargo), remetente e assinatura. Se, porém, a carta for para um
familiar, a linguagem será desprovida das formalidades de uma redação técnica.
No caso de correspondência comercial ou oficial, a redação de uma carta deve ser simples,
clara, objetiva e concisa; a estética varia consoante sua finalidade. Atualmente a carta vem sendo
substituída pelo e-mail, que é a forma de correio eletrônico mais difundido no mundo, mas ainda há
pessoas que, pelo simples prazer de trocar correspondências, preferem escrever carta. A carta ainda é
muito usada pelas empresas de cobrança, especialmente quando querem manter contato com quem
tem alguma pendência, e pelos tribunais que se dirigem, por carta, a quem recorre à justiça.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 23
Curiosidade... Nos primórdios da entrega das cartas, quem pagava a postagem era o
destinatário, e isso só se alterou com a criação dos selos quando o remetente passou a colocar,
previamente no envelope, a quantidade de selos correspondente ao valor da tarifa de serviço (porte),
garantindo assim a entrega da carta ou a sua restituição, no caso de não ser encontrado o destinatário.
Rio de Janeiro, 19 de julho de 1908.
Meu caro Veríssimo:
Acabo de receber a sua carta com o abraço pelo livro, e venho agradecer-lhe cordialmente.
Sabendo que foi sempre sincero comigo, senti-me pago do esforço empregado; muito obrigado, meu
amigo. O livro é derradeiro, já não estou em idade de folias literárias nem outras. O meu receio é que
fizesse a alguém perguntar por que não parara no anterior, mas se tal não é a impressão que ele deixa,
melhor. Creio que o compreendi bem, segundo o que me diz em um ponto da carta.
Eu vou melhorando, ainda que muito fraco. Saí hoje de manhã, e sairei outra vez se não chover.
O Mário (de Alencar) tinha-me falado da sua vinda, mas efetivamente era arriscado com tal tempo.
Amanhã conto ir à cidade, se o tempo consentir. Adeus, meu bom amigo, recomenda-me a todos os
seus, e receba em troca um abraço apertado do velho amigo.
Machado de Assis
Não há regras rígidas que determinam o que é certo e o que errado no texto da carta, mas o
redator de cartas deve buscar sempre a objetividade e a clareza. A carta é um dos tipos de
comunicação que mais sofreram influência de modelos de fora. Por exemplo, caiu o padrão denteado
(recuo paragrafal) e hoje se opta pelo bloco alinhado à esquerda.
São características da carta:
a) O texto é alinhado pela margem esquerda, e os parágrafos são indicados por um espaço entre eles e
não pelo recuo da margem.
b) À esquerda, vem o título CARTA, o número, o ano e o órgão, informações que permitem o controle
da correspondência. Para quem não usa a carta com frequência, a numeração é opcional. Na mesma
linha, à direita, aparecem o local e a data, mesmo que conste no timbre o nome da cidade.
c) Quando se quer destacar o teor da carta, usa-se o termo “assunto”, que é uma frase que o resume.
d) Se a carta for destinada a uma pessoa em particular, o nome dela deve vir primeiro. A saudação,
neste caso, fica no singular. Ex.: Prezado Josué.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 24
e) Mesmo popular, a carta não deve conter chavões: “venho por meio desta...”; “tem a presente a
finalidade de...”; “sem mais para o momento...”; “sendo o que tínhamos para o momento...”.
f) No fecho da carta, pode-se usar termos de cortesia, como “fraternalmente ou cordialmente”.
Carta - No 001/2012 - MMI Brasília-DF, 13 de julho de 2012.
Lord Informática
SCS 1, Lj. 2, Brasília-DF
Assunto: Pedido de confirmação
Prezado senhor,
Seguiram pelo correio, no último dia 1o de julho de 2012, as peças de reposição da marca BETA,
para componentes microeletrônicos, conforme OP No 123/2012.
No entanto, até o presente momento não recebemos confirmação do recebimento das
referidas mercadorias nem o canhoto da nota fiscal emitida. Solicitamos, assim, um contato da parte de
V. Sa.
Atenciosamente,
Javali de Gaza
5.a CARTA DE APRESENTAÇÃO
Quando queremos solicitar um emprego em uma empresa, quase sempre devemos enviar uma
carta de apresentação ou um currículo, contendo informações sobre nossos dados relevantes e
experiências profissionais. Embora não sejam modelos de correspondência comercial, é bom aprender
a redigir esses tipos de textos.
Brasília-DF, 13 de julho de 2012.
Caro Coordenador,
Em atenção ao Edital 001/2009, que dispõe sobre as regras para o preenchimento de vaga, na
condição de bolsista na University of Oxford, apresento informações preliminares, conforme exigência,
e encaminho também currículo, segundo o modelo sugerido.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 25
Sou doutor em Teoria da Literatura (Universidade de Brasília – Sorbonne), tenho publicado,
como co-autor, o livro Introdução à estética parnasiana (Thesaurus, 1993) e, como autor próprio, os
livros Poesia científica (2004) e Gramática ao alcance de todos (2006), ambos pela Eme Editora.
Estou, portanto, confirmando meu interesse em concorrer a uma das vagas disponíveis.
JSM
6. CIRCULAR
» Correspondência enviada, simultaneamente, a diversos destinatários, com texto idêntico, transmitindo
instruções, ordens, recomendações, determinando a execução de serviços ou esclarecendo o conteúdo
das leis, normas e regulamentos.
A circular pode ser apresentada sob a forma de ofício, memorando, carta ou telegrama. É
importante que cada destinatário sinta que o texto fora escrito especialmente para ele. Se for
necessário mais uma de folha, é preciso numerá-las com algarismos arábicos no canto superior direito,
a partir do número 2. Quando toma forma de ofício ou memorando, alguns órgãos usam a expressão
Ofício-Circular ou Memorando-Circular. A circular estrutura-se em:
a) Preâmbulo: designação do órgão (dentro da hierarquia).
b) Título: CIRCULAR.
c) Numeração e data.
d) Identificação: tratamento, nome, cargo e endereço.
e) Assunto: teor do documento.
f) Vocativo: separado por vírgula.
g) Texto: desenvolvimento do assunto tratado.
h) fecho: “atenciosamente” ou “respeitosamente”.
i) Identificação: assinatura, nome e cargo do emitente.
Carta em resumo...
1. Destinatário: familiar, amigo, cliente, empresa, imprensa...
2. Finalidade: noticiar, negociar, convidar, informar...
3. A finalidade define a linguagem, a estética e os aspectos formais.
4. Se o destinatário é um órgão, há procedimentos formais (data; vocativo: nome, cargo; remetente e assinatura).
5. Se o destinatário é um familiar ou pessoa amiga, a linguagem é não formal.
6. A redação deve ser sempre simples, clara, objetiva e concisa.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 26
Circular Nº 001/2012 - MIX Brasília-DF, 13 de julho de 2012.
Para: Gerentes de microempresas
Assunto: SIMPLES NACIONAL (Super Simples) - Aprovação do PLC nº 43/2007
Prezado Gerente,
Informamos a V. Sa que foi aprovado, no dia 07 de agosto de 2007, pelo Senado Federal, o
Projeto de Lei da Câmara PLC nº 43/2007, que instituiu o Simples Nacional, conhecido como Super
Simples.
Pelo texto aprovado, as empresas podem enquadrar-se no Anexo III, da LC 123/2006. Porém,
reiteramos a orientação para a elaboração de cálculos, com o objetivo de se verificar qual é a melhor
opção para o recolhimento dos tributos, dentro de três hipóteses: Simples Nacional, Lucro Presumido
ou Lucro Real.
A decisão é da empresa.
É importante e necessário que todos analisem detalhadamente essa questão e decidam
pela melhor.
Atenciosamente,
Assinatura
(nome e cargo)
7. DECLARAÇÃO
» Documento que comprova a existência ou não de um direito ou de um fato.
A declaração é muito semelhante ao atestado, diferindo apenas quanto ao objeto. A primeira é
sempre expedida em relação a alguém, enquanto que a segunda é sempre em favor de alguém. A
declaração é um depoimento ou uma expressão de direito. Pode ter como objeto uma ausência,
vontade, crédito, direito, guerra, falência, entre outros.
Estrutura da declaração:
a) Preâmbulo: identificação do declarante (opcional).
b) Título: DECLARAÇÃO (em maiúsculo e centralizado).
c) Texto: inicia-se sempre com a palavra “declaro” ou “declaramos”, e, em seguida, o assunto.
d) Identificação: local, data, assinatura, nome e cargo do emitente.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 27
DECLARAÇÃO
Declaro, para fins diversos, que o aluno Ozim Zam, está regularmente matriculado neste
estabelecimento de ensino, cursando a 1ª série do 2º grau.
Brasília, 13 de julho de 2012.
Assinatura
(nome e cargo)
8. MEMORANDO
» Documento usado na comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, de hierarquia
igual ou diferente.
O Memorando é uma modalidade de comunicação interna e uma de suas principais
características é a agilidade, pois deve tramitar com rapidez e simplicidade de expediente. Geralmente
os despachos são dados no próprio memorando para evitar desperdício de tempo e de recursos. Em
relação ao texto, segue o mesmo padrão do ofício, mas apresenta algumas diferenças. O Memorando é
uma forma moderna de comunicação escrita.
Os memorandos são concisos, têm forma universal, mostram-se práticos e podem expressar
instruções recebidas ou enviadas por chefes.
Estrutura do memorando:
a) Identificação: nome Memorando, seguido da numeração, ano e órgão. Na mesma linha, à direita,
vem a indicação do local e a data.
b) Destinatário: Ao ou Para (senhor e Cargo).
b) Assunto: teor do documento.
d) Texto: exposição do assunto dividido em parágrafos. Os parágrafos podem ou não ser numerados.
e) Fecho: usam-se as expressões “atenciosamente” ou “respeitosamente”.
f) Identificação: assinatura, nome e cargo do emitente.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 28
Memorando Nº 0012/2012 Brasília-DF, 26 de novembro de 2012.
Para: Sr. Diretor de Patrimônio
Assunto: Material de Expediente
Senhor Diretor,
1. Encaminhamos a Vossa Senhoria planilha em que conta a necessidade de nosso Programa.
2. Informamos que nosso estoque não é reposto há mais de seis meses, razão por que gostaríamos
de que não fosse suprimido nenhum item de nosso pedido.
3. Por oportuno, agradecemos sua colaboração, certos de que teremos um ano de trabalho
abastecido com o suficiente para nossas atividades.
Atenciosamente,
OLCR
Coordenadora Geral do CAH/S-DF
9. NOTA INFORMATIVA
» Documento utilizado para emitir informações acerca de determinado assunto para balizar decisões.
Tem caráter simplificado e informal. Pode ser emitido por especialista de qualquer área administrativa
ou outros setores, após análise e entendimento da questão.
NOTA INFORMATIVA Nº ......./....
Referência ou ementa: Descrição resumida do conceito de NI.
Senhor Fulano,
Nota Informativa é uma opinião técnica emitida a respeito de determinado assunto, mas não é
necessária que seja emitida apenas por especialista. Pode registrar, após análise, o entendimento final
sobre o assunto em questão.
O vocativo utilizado é Senhor (a), seguido da indicação do cargo do destinatário e o pronome de
tratamento é Vossa Senhoria.
A data é por extenso e a assinatura deve trazer nome completo, com cargo e função do
emitente. A fonte deve ser Times New Roman, tamanho 12.
À sua consideração,
Em, ............, de ...................., de 2009.
NOME COMPLETO
Cargo / Função
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 29
10. NOTA TÉCNICA
» Documento informal e impessoal, elaborado por técnicos especializados em determinado assunto,
devendo conter histórico e fundamento legais e relevantes, para oferecer alternativa a uma tomada de
decisão.
A Nota Técnica é emitida quando identificada a necessidade de fundamentação específica da
área responsável pela matéria. Deverá ser elaborada por técnicos do assunto e encaminhada à chefia
imediata para validação e providência necessárias. Compõe-se de três partes distintas:
a) Introdução: desenvolver neste tópico o histórico, a fundamentação ou a introdução do assunto,
dividindo o texto em parágrafos e, se necessários, numerados e subdivididos.
b) Análise ou Parecer Técnico: proceder à análise crítica, comparativa e avaliativa do objeto.
b) Conclusão: recomendação final que deve ser validada pela chefia imediata, contendo manifestações
favoráveis ou não, sugestões ou proposições.
Assunto:
Origem:
Brasília-DF, 26 de novembro de 2012.
NOTA TÉCNICA Nº ......./....
Referência ou ementa: Descrição resumida do conceito de NT.
1. Histórico
Nota Técnica consiste em um parecer emitido por especialista a respeito de determinado assunto ou
objeto.
2. Análise
Trata-se de descrição e da análise técnica, propriamente dita, além da avaliação fundamentada sobre
o assunto em questão. É importante que as alternativas de encaminhamento sejam expressas, como
também as soluções da problemática apresentada.
3. Conclusão
A conclusão deve estar embasada nas justificativas descritas na “Análise”, e conter os
encaminhamentos.
À consideração superior,
NOME COMPLETO
Cargo / Função
De acordo,
Encaminhe para providências
NOME COMPLETO
Cargo / Função
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 30
11. OFÍCIO
» Correspondência usada por autoridades públicas para tratar de assuntos de serviço ou de interesse da
Administração Pública, podendo ter como destinatário entidades públicas ou particulares.
O ofício é uma modalidade de comunicação que tem por finalidade tratar de assuntos de
caráter externo, entre órgãos da Administração Pública e/ou instituições da iniciativa privada. Segundo
o Manual de Redação da Presidência da República, o ofício deve ser o expediente utilizado para a
comunicação externa de todos os órgãos da Administração Pública.
A partir do trabalho de uma comissão criada para uniformizar e simplificar as normas de
redação de atos e comunicações oficiais, a Administração Federal lançou, no dia 6 de março de 1992, a
Instrução Normativa No 4, que tornava obrigatória, no âmbito federal, as normas de racionalização e
padronização da redação das comunicações oficiais. Ainda há muita diferença entre os modelos usados
nos órgãos públicos, mas existe também um esforço de fazer valer a prática adotada nas redações da
Presidência da República.
Estrutura de um ofício:
a) Identificação: nome Ofício, seguido da numeração, ano e órgão. Na mesma linha, à direita, vem a
indicação do local e a data.
b) Assunto: teor do documento (facultativo).
c) Vocativo: Senhor(a) e Cargo [maiúscula].
d) Texto: exposição do assunto dividido em parágrafos. Os parágrafos podem ou não ser numerados,
mas a IN No 4/92 recomenda a numeração, que deve ser feita a 2,5cm da margem esquerda da folha,
seguida por ponto. O alinhamento deve obedecer ao recuo do primeiro parágrafo. Se o ofício tiver mais
de uma folha, numerar a partir da segunda folha, usando o número arábico 2.
e) Fecho: usam-se as expressões “atenciosamente” ou “respeitosamente”.
f) Identificação: assinatura, nome e cargo do emitente.
g) Destinatário: tratamento, nome, cargo, instituição e endereçamento. [Canto inferior esquerdo da
primeira página].
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 31
Ofício Nº 0012/2012 Brasília-DF, 26 de novembro de 2012.
Assunto: Remessa de livros
Senhor Secretário,
1. Encaminhamos a Vossa Senhoria 10 (dez) exemplares do livro Poesia em AH/S, relativos ao 1º
Prêmio AH/S, para serem distribuídos a seu critério e juízo.
1. Conforme estabelece o Art. 5º, Parágrafo Terceiro, do Regulamento do Prêmio, “cada autor
receberá CINCO exemplares do livro...”, devido aos seus direitos autorais, além da passagem e
hospedagem para Brasília, já recebidos por ocasião da I BIP, ocorrida de 3 a 7 de setembro de 2008.
2. Por oportuno, agradecemos a participação deste CAH/S no referido Prêmio, certos de que muitas
outras oportunidades surgirão para que possamos estreitar mais nossos laços de cooperação.
Atenciosamente,
OLCR
Coordenadora Geral do CAH/S-DF
Exmo Sr. Show de Bola
Secretário de Estado de Educação
Merivá - WD
12. PARECER
» Exame apurado sobre determinado assunto, com apresentação fundamentada de solução e, de acordo
com as circunstâncias, pode ser favorável ou contrário a ele.
» É a forma pela qual um parecerista apresenta um estudo baseado em lei ou princípio, emitindo um
parecer conclusivo ou não. Também existe o Parecer Técnico, que é a forma pela qual o relator
apresenta um estudo fundamentado sobre assunto de sua competência técnica.
» Descrição ou análise técnica sobre um assunto técnico ou informação específica, com caráter opinativo
para subsidiar um processo decisório.
O Parecer tem como objetivo o esclarecimento de dúvidas ou questionamentos para fornecer
subsídios à tomada de decisões, à interpretação de textos legais e à apreciação dos fatos, objetos da
análise. É de responsabilidade de uma equipe, um relator ou um especialista. Não deve conter
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 32
observações de natureza pessoal, afirmações não fundamentadas ou insinuações. A linguagem deve ser
clara, objetiva, concisa e adequada às normas. É importante o Parecer ter um caráter didático.
12.1 Partes de um Parecer
a) histórico (a depender do objeto);
b) análise e parecer técnico do assunto;
b) conclusão, com sugestões ou opinião técnica.
Deve também conter exposição sucinta das justificativas e dos objetivos, descrição dos
procedimentos, indicação das referências, avaliação dos riscos ou possíveis benefícios, indicação dos
resultados previstos (aprovação, pendência, não aprovação) e enumeração das pendências ou dos
motivos de não aprovação. Pode ter caráter terminativo, nesse caso a matéria é inadmissível e o
processo é interrompido.
12.2 Tipos de Parecer
1. Administrativo: juízo emitido por especialistas, por órgãos consultivos ou por auditorias.
2. Técnico-científico: emite opinião baseada em enfoque teórico, estudo e pesquisa. Em algumas áreas
recebe o nome de Laudo.
3. Jurídico: exprime interpretação de jurista e tem como base a legislação e jurisprudência da doutrina.
12.3 Estrutura do Parecer
• Título: PARECER (em maiúsculo), seguido do número sequencial e número do processo ou do
expediente que deu origem.
• Denominação do órgão interessado.
• Ementa: síntese que identifica o tema ou assunto sobre o qual versa o Parecer.
• Vocativo: tratamento seguido do nome e do cargo do destinatário.
• Texto:
• histórico - relato, reconstituição ou contextualização do fato que deu origem ao Parecer
• análise - fundamentação ou justificativa, baseada em legislação, princípios ou normas.
• conclusão - indicação da tomada de decisão, podendo ser conclusivo ou não
• expressão É o PARECER: conclusivo, parcial, salvo melhor juízo, indico, sob ou sub judice.
• Identificação: local, data e assinatura.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 33
12.4 Exemplo de Parecer
PARECER Nº 001/0000
INTERESSADO: GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – GDF
EMENTA: Análise da legalidade do Decreto nº 28.314, editado em 28/09/2007 pelo governador José
Roberto Arruda.
HISTÓRICO
O presente parecer tem por finalidade realizar análise minuciosa acerca da legalidade e
adequação do Decreto nº 28.314, editado em 28/09/2007 pelo governador do Distrito Federal José
Roberto Arruda.
ANÁLISE
1. Realizado estudo constitucional sobre o tema em análise, verificou-se que o Decreto nº
28.314, de 28/09/2007, viola flagrantemente as disposições constantes nos artigos 13 e 24, IX, ambos
da Constituição Federal do Brasil.
2. Segundo o art. 13 da Constituição Federal, a língua portuguesa é o idioma oficial da República
Federativa do Brasil, assim totalmente descabida a promoção de uma alteração tão substancial no
idioma oficial pátrio por intermédio de um decreto proferido pelo Chefe do Poder Executivo de uma
unidade isolada da Federação.
3. No mais, a redação do art. 1º, bem como a do art. 2º do referido decreto, afigura-se como
inadequada, além de permitir interpretações capciosas sobre os temas ali tratados, bem como
retirando qualquer credibilidade do Diploma Legal em análise.
CONCLUSÃO
Diante das razões apontadas, opina-se pela expurgação imediata do Decreto nº 28.314, de
28/09/2007 do Ordenamento Jurídico Distrital, que poderá ser realizada por revogação ou anulação, já
que o referido Diploma Legal apresenta-se como inadequado e inconstitucional.
É o parecer.
Brasília, 25 de julho de 2012.
Nome/Cargo
De acordo,
____________________________________
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 34
Um pouco de prática
1. Ajuste o texto seguinte ao modelo correto de um Parecer.
ASSUNTO: Análise da Minuta de Edital de Concorrência.
Trata-se de Parecer jurídico da minuta de Concorrência Nº 17/08, que visa à execução da obra
de construção do prédio-sede e do prédio-base, no Quartel General do Exército, Setor Militar Urbano
em Brasília-DF.
Tomando como base o Art. 38, da Lei 8.666/93, o diretor de obras militares solicita análise
jurídica na Minuta de Edital, encaminhada pelo chefe da CRO / 11. A análise da referida Minuta
restringe-se a questões jurídicas, conforme determinação prevista no Art. 38 da Lei 8.666/93.
Sou de parecer que a Minuta apresentada para análise está em conformidade com a legislação
vigente, podendo, após a inclusão supra, a Comissão de Licitação seguir com o procedimento licitatório.
Alerto, contudo, para que se atente aos prazos estipulados na Lei Nº 8.666 / 93, no que se refere à
assinatura, à publicidade e à compatibilidade de preços com o mercado.
Pelo exposto, opino pela aprovação da Minuta de Edital de Licitação na modalidade
Concorrência Nº 17 / 2008 e seus respectivos anexos.
É o meu parecer
Brasília-DF, 24 de agosto de 2012.
_____________________________________________________
Responsável (parecerista)
Preâmbulo
PARECER Nº _________________________________________________________________
Processo No __________________________________________________________________
Interessado: __________________________________________________________________
Ementa: _____________________________________________________________________
Destinatário (vocativo): ________________________________________________________
Histórico (breve resumo da história ou das ocorrências)
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________
Fundamentação / análise (argumento levando em conta o raciocínio lógico ou a consistência)
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 35
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
Conclusão (avaliação e providências sugeridas – parcial ou conclusivo)
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________
Desfecho (É o parecer, salvo o melhor juízo. É como opinamos. Sob ou sub judice)
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________
Local, data, assinatura e cargo
____________________________________________________________________________
2. Emita um parecer sobre um assunto que lhe é familiar
EMITINDO O SEU PARECER1
Preâmbulo
PARECER Nº _________________________________________________________________
Processo No __________________________________________________________________
Interessado: __________________________________________________________________
Ementa: _____________________________________________________________________
Destinatário (vocativo): ________________________________________________________
Histórico (breve resumo da história ou das ocorrências)
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
1 MENDES, Josué. Caderno de atividades: emitindo um Parecer.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 36
Fundamentação / análise (argumento levando em conta o raciocínio lógico ou a consistência)
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
Conclusão (avaliação e providências sugeridas – parcial ou conclusivo)
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________
Desfecho (É o parecer, salvo o melhor juízo. É como opinamos. Sob ou sub judice)
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________
Local, data, assinatura e cargo
____________________________________________________________________________
13. REQUERIMENTO
» Pedido dirigido a uma pessoa de hierarquia superior ou a uma autoridade para solicitar algo, com
amparo legal.
É um documento de solicitação de algo a que o requerente tem direito (ou pressupõe ter). É
também uma forma de comunicação muito usada porque tem uma estrutura simples, baseada na
economia vocabular, na fórmula padronizada e na concisão. É importante no requerimento mencionar
a fundamentação legal. As principais partes de um requerimento são:
a) Vocativo - expressa o destinatário, inclusive com a definição do cargo. Ex.: Senhor Diretor. Costumar-
se deixar sete espaços entre o vocativo e o texto, local utilizado para o despacho.
b) Texto: deve conter os dados do requerente (nome, profissão, endereço etc), o teor do pedido,
introduzidos pelos verbos requerer ou solicitar, e a justificativa do pedido, quando for o caso. Deve ser
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 37
escrito sempre em terceira pessoa, isto é, devemos falar de nós mesmos como se fôssemos outra
pessoa.
c) Fecho: usam-se as expressões
Nesses termos, ou Nesses termos,
pede deferimento. espera deferimento.
d) Identificação: local, data e assinatura do requerente.
REQUERIMENTO
Senhor Diretor do Centro de Recursos Humanos,
Guto Graça Assis, aluno regularmente matriculado na 3ª Série do 2º Grau do Centro
Educacional Sobrado, no curso de Admissão, período noturno, requer a V. Sª apreciação de seu pedido
de estágio no Banco do Brasil SA, formulado no dia 12/12/2008, conforme Processo nº 000012/2008.
Nesses termos, pede deferimento.
Sobradinho - DF, 13 de julho de 2012.
Guto Graça Assis
14. RELATÓRIO
» Documento em que se expõe à autoridade superior a execução de trabalhos concernentes a certos
serviços ou a execução de serviços inerentes ao exercício do cargo em determinado período.
Um relatório deve expor aquilo que possui algum julgamento de valor, e sua função é informar,
comunicar, esclarecer, participar, ampliar, corrigir, narrar, expor, descrever, explicar e interpretar
alguma matéria ou objeto. É escrito à base de depoimentos ou de fontes reais, cujas informações têm
caráter sigiloso. Também auxilia na tomada de decisão.
14.1 Estrutura de um Relatório
1. Elementos pré-textuais: capa (título e subtítulo, se houver; identificação: autoria, local e data); folha
de rosto (repetem-se os dados da capa); sumário (indicação das partes com as respectivas páginas);
quadro de abreviaturas, símbolos e siglas, com os respectivos significados.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 38
2. Texto: resumo (deve ser um parágrafo sintético do trabalho); introdução (descrição do fato
investigado, objeto, mecanismos e processo, indicação do ato ou da autoridade que determinou a
investigação e da pessoa ou funcionário disso incumbido, propósito do relatório e ligeiro histórico do
motivo do relatório); desenvolvimento ou corpo (narrativa ou explanação minuciosa dos fatos ou
ocorrências, com data, local, processo ou método de apuração. Pode ser dividido em partes, capítulos,
títulos e subtítulos, itens e subitens, para melhor organizar os fatos, atos e ocorrências); e conclusão
(apreciação subjetiva, sugestões, planos).
3. Elementos complementares: explanação (discussão, apuração e julgamento dos fatos);
argumentação (base das opiniões manifestas); recomendação (providências ou medidas cabíveis).
4. Elementos pós-textuais: anexos (quadros, tabelas, figuras, gráficos, dados comparativos,
estatísticas, demonstrativos financeiros e informações complementares).
Observação 1: as saudações protocolares e assinatura obedecem aos critérios de cada órgão.
Observação 2: costumeiramente o relatório é apresentado e encaminhado por meio de ofício
resumitivo, mas essa prática depende de cada instituição.
Um relatório guarda, em um único documento, as informações para consulta e uso posteriores.
Dispensa contato face-a-face entre quem elabora e quem recebe o relatório, porque a leitura deve
possibilitar leituras concomitantes. Além da organização e ordenação da informação, o texto de um
relatório deve ser objetivo, fiel, equilibrado, coerente, exato e preciso, com linguagem simples e clara.
Sua estrutura, no entanto, deve adaptar-se às especificidades de natureza, tipo, propósito e destinos.
1. O texto de um relatório deve ser escrito em estilo claro,conciso, convincente, correto e com propriedade de expressão.
2. Deve ser dividido em partes ou capítulos e subdivisões.
3. Deve expor aquilo que possui algum julgamento de valor.
4. As informações contidas num relatório têm caráter sigiloso.
5. As sugestões de conclusão devem ser encaminhadas a quemtem poder de decisão.
6. O relatório se faz à base de depoimentos ou de fontes reais.
7. Além de relatar sobre alguma matéria ou objeto, a finalidade dorelatório também é informar, comunicar, esclarecer, participar,ampliar, corrigir, narrar, expor, descrever, explicar e interpretar.
8. As partes de um relatório são: elementos pré-textuais, texto,elementos complementares e elementos pós-textuais.
Relatório: síntese (I)
1. Quanto à classificação, o relatório pode ser de atividade e de
evento.
2. Quanto ao assunto, pode ser de pesquisa, viagem, inspeção.
3. Quanto ao objetivo, pode ser descritivo, explicativo, interpretativo e
histórico.
4. Quanto à natureza, pode ser técnico e científico.
5. Quanto à forma, pode ser oral e escrito.
6. Quanto ao processo, pode ser analítico, sintético ou processual.
7. Quanto ao âmbito, pode ser geral e específico.
Relatório: síntese (II)
Para um relatório ter qualidade, é preciso
apresentar as seguintes características:
objetividade, fidelidade, equilíbrio,
extensão, coerência, ordem lógica, exatidão
e precisão.
Enfim...
Passo a passo de um relatório
Ante a indicação ou ato da autoridade determinando a investigação e incumbido o responsável
pela elaboração, que pode ser indivíduo ou uma equipe, o primeiro passo é guiar-se pelas perguntas
seguintes para elaborar um roteiro de relatório.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 39
1. Qual é o objeto da investigação?
2. Que parte deve ser ressaltada?
3. De que ângulo deve ser encarado?
4. Que pormenores devem ser examinados em relação a outros?
5. Que ordem descrita deve ser adotada (lógica, psicológica, cronológica)?
6. A quem, a que tipo de leitor se destina (leigo, técnico)?
7. A que conclusão se quer chegar?
Outras perguntas podem ser formuladas, a depender da especificidade do relatório e da
necessidade de informações. Sugerimos a forma de pergunta para já desencadear um processo de
reflexão. Por exemplo, para um relatório sobre desempenho acadêmico é pertinente perguntar: quais
atividades acadêmicas foram realizadas? Em um relatório de viagem, pode-se: perguntar que aplicação
tem a viagem para o bem da instituição?
Feito, então, o roteiro é hora de estabelecer a sequência de ações, a começar pelas mais óbvias
ou que exigem tratamento rápido. É hora de redigir a narrativa ou explanação dos fatos ou ocorrências
com pormenores, como data, local, processo ou método de apuração, em linguagem ordenada, simples
e objetiva. Pode-se também organizar o texto em partes, capítulos, títulos e subtítulos, itens e subitens.
O redator pode optar por um texto que apresenta discussão, apuração e julgamento dos fatos,
tendo por base as opiniões manifestas. É importante que, ao final, possa concluir apontando
providências ou apreciação subjetiva, sugestões e planos.
Uma vez finalizada a redação, é momento de reorganizar o texto e definir título, identificação,
indicação das partes e informações complementares.
Análise de Relatório de Evento
Vamos tomar por modelo o relatório proposto pela turma de Redação Oficial e Elaboração de
Relatório e Pareceres no Setor Público, reunida em Fortaleza-CE, de 27 a 29 de outubro de 2008.
1. Qual é o objeto da investigação? O curso Redação Oficial e Elaboração de Relatório e Pareceres
Técnicos no Setor Público
2. Que parte deve ser ressaltada? O objetivo, a metodologia e as aplicabilidades.
3. De que ângulo deve ser encarado? Dos funcionários-alunos presentes.
4. Que pormenores devem ser examinados em relação a outros? As atividades e a praticidade.
5. Que ordem descrita deve ser adotada (lógica, psicológica, cronológica)? Cronológica.
6. A quem, a que tipo de leitor se destina? Professor, alunos e chefes.
7. A que conclusão se quer chegar? O curso desenvolve habilidades nos alunos e melhora a qualidade
da redação de documentos administrativos.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 40
ATENÇÃO: Eis o texto que a turma produziu.
Introdução
O Curso de Redação Oficial e Elaboração de Parecer e Relatórios Técnicos no Setor Público teve
como objetivo central proporcionar o aperfeiçoamento de técnicas e uso definido da língua culta na
elaboração de documentos gerais, utilizando estudos teóricos e atividades práticas.
Metodologia
A metodologia adotada compreendeu estudos técnicos e atividades práticas, de acordo com os
seguintes itens: a) aulas expositivas; b) Estudo de Casos; c) Revisão gramatical de alguns tópicos da
Língua Portuguesa; d) Atividades práticas.
Desenvolvimento
O Curso foi realizado durante três dias, no período matutino e vespertino, iniciando-se às 8h e
terminando às 16h, com uma hora de intervalo para o almoço, totalizando 24 horas-aula. O professor
Josué de Sousa Mendes foi o facilitador das atividades, e as aulas expositivas foram desenvolvidas com
o auxílio de ferramentas de multimídia e outros recursos pedagógicos, como flip-chart, quadro e pincel.
A parte teórica abrangeu tópicos sobre a experiência de uso da palavra, frase e seus tipos,
parágrafos e suas estruturas, e, por último, uma explanação mais detalhada dos fundamentos da
escrita. Nesse último tópico, foram introduzidos conceitos e princípios relacionados à forma de como se
criar ideias, modos de pensar, argumentações e formas comuns de erros cometidos durante a
elaboração de textos. Outro ponto discutido foi o planejamento e a produção de um documento
administrativo e quais técnicas disponíveis para sua elaboração.
No que concerne a Parecer e Relatório, foram desenvolvidas várias atividades que
proporcionaram um aprimoramento do assunto. A exposição do conteúdo envolveu descrição
detalhada de como estruturar o documento, os modelos padrões, formas de apresentação, estética,
nível do conteúdo e importante orientações da escrita culta.
Dois casos envolvendo a elaboração de Parecer foram estudados: um tratou do extravio de
documentos e o outro discutiu prerrogativas do profissional para a elaboração de planos econômicos.
Após o estudo, que consistiu em analisar se os documentos estavam adequados à norma culta, outra
atividade foi proposta: elaboração de um parecer sobre o Decreto de Nº 28.314, de 28 de julho de
2007, emitido pelo governador do Distrito Federal, cujo teor envolvia a demissão do uso do gerúndio
em todos os documentos oficiais produzidos no executivo do governo. Foi formado um grupo integrado
por quatro participantes que, após análise e estudo do caso, optou por elaborar um parecer contrário
ao decreto, fundamentando a decisão no estudo do filólogo Napoleão Mendes de Almeida.
Conclusão
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 41
Embora o assunto proposto para o estudo tenha um caráter bastante abrangente, as atividades
desenvolvidas durante os três dias de curso foram bastante produtivas, principalmente por suas
aplicações práticas, dando a todos a oportunidade de desenvolver suas habilidades e aprimorar seus
conhecimentos práticos da língua.
Exemplo de ofício de encaminhamento de um relatório
__________________________ (órgão)
__________________________ (unidade)
RELATÓRIO DA COMISSÃO DE SINDICÂNCIA
A Comissão de Sindicância, especialmente designada pela Câmara legislativa do DF, com a
finalidade de fazer uma varredura no problema da exploração sexual de meninas menores de idade,
apresenta as seguintes considerações:
1 - a exploração se dá nas camadas mais altas de nossa sociedade;
2 - a impunidade é acobertada por quem tem o direito de polícia;
É o relatório que encaminhamos à apreciação de V. Exª.
Brasília, 13 de julho de 2012.
_________________________ _____________________________
Nome e assinatura
Hora da prática
1. Elaborar um relatório sobre o curso Redação de Parecer e Relatório.
a. Determinação (ato da autoridade que autorizou a realização), objetivo (o que se avalia ou apura),
objeto (alvo da missão), período (intervalo de tempo compreendido) e responsabilidades (níveis e
competências).
b. Exposição (apresentação dos dados colhidos ou panorama completo da situação, sem avaliação ou
opinião).
c. Desenvolvimento das argumentações (posicionamento sobre a situação, com base teórica).
d. Conclusão (avaliação e providências sugeridas).
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 42
Determinação (ato da autoridade que autorizou a realização), objetivo (o que se avalia ou
apura), objeto (alvo da missão), período (intervalo de tempo compreendido) e
responsabilidades (níveis e competências).
Exposição (apresentação dos dados colhidos ou panorama completo da situação, sem avaliação
ou opinião). O texto pode ser dividido em partes, escrito numa linguagem ordenada, simples e
objetiva.
Desenvolvimento das argumentações (posicionamento sobre a situação, com base teórica).
Conclusão (avaliação e providências sugeridas).
Anexos (informações complementares)
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 43
2. ELABORE UM RELATÓRIO SOBRE UMA TEMÁTICA DE SEU DOMÍNIO.
PREPARANDO O SEU RELATÓRIO2
Determinação: ________________________________________________________________
Objetivo: ____________________________________________________________________
Objeto: ______________________________________________________________________
Período: _____________________________________________________________________
Responsabilidades: ____________________________________________________________
Exposição (apresentação dos dados colhidos ou panorama completo da situação, sem avaliação ou
opinião).
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
Desenvolvimento das argumentações das ações (posicionamento sobre a situação, com base teórica).
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
Conclusão (avaliação e providências sugeridas - com ou sem parecer).
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
Anexos (informações complementares)
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
2 MENDES, Josué. Caderno de atividades: Preparando o seu Relatório.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 44
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Texto 1
Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário público, certo de que a língua portuguesa é
emprestada ao Brasil; certo também de que, por esse fato, o falar e o escrever em geral, sobretudo no
campo das letras, se veem na humilhante contingência de sofrer continuamente censuras ásperas dos
proprietários da língua; sabendo, além, que, dentro do nosso país, os autores e os escritores, com
especialidade os gramáticos, não se entendem no tocante à correção gramatical, vendo-se,
diariamente, surgir azedas polêmicas entre os mais profundos estudiosos do nosso idioma – usando do
direito que lhe confere a Constituição, vem pedir que o Congresso Nacional decrete o tupi-guarani
como língua oficial e nacional do [Brasil].
Seguro de que a sabedoria dos legisladores saberá encontrar meios para realizar
semelhante medida e cônscio de que a Câmara e o Senado pesarão o seu alcance e utilidade,
P. e E. deferimento.
(Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma)
Texto 2
Em, 1º de julho de 2007.
Requerimento:
José da Silva, devidamente inscrito no concurso para Técnico Judiciário do Superior
tribunal de Justiça, sob o número 010101/01, venho, por direito e mui respeitosamente, solicitar a Você
a emissão de uma certidão de comparecimento na prova do concurso realizada na data supracitada,
uma vez que estou trabalhando em turnos e preciso comprovar meu afastamento do serviço no
período da tarde para realizar o referido exame.
Nesses termos, peço aceitação do meu pedido e AGUARDO DEFERIMENTO.
Atenciosamente,
José da Silva
I. Com base nos dois textos acima, julgue os itens seguintes colocando V, quando verdadeiro for o
item, e F, quando falso.
a. ( ) Pela intenção dos dois redatores, o tipo de documento indicado é mesmo o Requerimento.
b. ( ) O texto 1 está mais próximo da estrutura de um Requerimento do que o texto 2.
c. ( ) Os dois textos deveriam colocar a data à esquerda, na parte superior do texto.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 45
d. ( ) O uso do pronome “Você”, no texto 2, deveria ser substituído por V. Sª.
e. ( ) No texto 2, o candidato deveria solicitar uma declaração, e não uma certidão.
f. ( ) O texto 1 está correto quando usa a terceira pessoa do singular, enquanto o texto 2 deveria
evitar a primeira pessoa do singular.
g. ( ) O requerente do texto 1 não deveria dirigir-se ao Congresso Nacional, mas sim aos
deputados, chamando-os de “Excelências”.
h. ( ) No Requerimento são aceitos os desfechos: Aguarda deferimento; Pede e aguarda
deferimento; P. E. Deferimento; Pede deferimento.
i. ( ) O texto 1 está mais estruturado que o texto 2.
j. ( ) A expressão “mui respeitosamente”, usada no texto 2, está em processo de desgaste,
portanto em desuso na comunicação oficial.
II. Julgue os itens seguintes colocando V, quando verdadeiro for o item, e F, quando falso.
1. ( ) Estão corretos os vocativos: Excelentíssimo Senhor, Meritíssimo Juiz, Ilustríssimo Doutor
e Magnífico Reitor.
2. ( ) “Com votos de estima e consideração” deve ser o desfecho da comunicação
administrativa.
3. ( ) Deve-se usar o ponto na casa do milhar na indicação de ano e número de leis.
4. ( ) Usa-se “Excelentíssimo Senhor” para as autoridades do primeiro escalão.
5. ( ) A abreviatura de “Senhor” e “Senhores” é, respectivamente, Sr. Srs.
6. ( ) V. Exª é a abreviatura de Vossa Excelência e deve usada no corpo do texto quando se
refere a quem merece tal tratamento.
7. ( ) Um diretor de empresa deve ser tratado por “Excelência”.
8. ( ) Doutor é forma de tratamento.
9. ( ) A Ata é um documento narrativo de apenas um parágrafo e permite correção.
10. ( ) A comunicação administrativa admite gírias e jargões técnicos.
11. ( ) “Ilustríssimo” e “Digníssimo” são formas correntes de tratamento.
12. ( ) Aviso é um documento específico de quem ocupa a pasta de Ministro de Estado ou
equivalente.
13. ( ) A Circular é comunicação dirigida a um funcionário específico.
14. ( ) São princípios da Redação Oficial: impessoalidade, padronização, objetividade, correção
gramatical e legalidade.
15. ( ) Pelo princípio da impessoalidade, admite-se a primeira pessoa (Eu), se a
correspondência originar-se de uma chefia hierarquicamente superior.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 46
16. ( ) O Requerimento é uma forma de comunicação entre o subordinado e seu chefe, por isso
deve ser escrito em primeira pessoa do singular.
17. ( ) O parecer não pode ser opinativo.
18. ( ) A Carta é uma comunicação oficial para agradecer um convite ou responder a uma
cortesia.
19. ( ) O Ofício interno é um documento de trânsito entre órgãos, denominado também
Memorando.
20. ( ) No Memorando deve constar o “De... Para” obrigatoriamente.
21. ( ) Utiliza-se “Respeitosamente” para autoridade hierarquicamente inferior e
“Atenciosamente” para autoridade hierarquicamente superior, ao emitente da
comunicação.
22. ( ) No Ofício, o local e a data devem ser alinhados à esquerda do texto.
23. ( ) Os parágrafos devem ser obrigatoriamente numerados.
24. ( ) As ideias principais devem constituir o objetivo de um parágrafo; as ideias secundárias, a
justificativa do objetivo.
25. ( ) Utiliza-se “vosso” e “vossa”, quando na correspondência usa-se o pronome “vós”.
26. ( ) Usa-se “vossa” para referir-se à autoridade em ausência; e “sua”, quando a autoridade
está presente.
27. ( ) Vossa Senhoria corresponde ao tratamento Senhor e não pode ser abreviado no corpo
da correspondência.
28. ( ) As datas devem ser escritas por extenso, sempre com o algarismo indicativo do dia do
mês precedido de zero.
29. ( ) A Ata admite datas e números em algarismo arábico.
30. ( ) A vírgula é a pontuação correta depois do vocativo.
31. ( ) O Ofício é uma correspondência expedida pela autoridade competente de circulação
interna sobre assunto de ordem oficial.
32. ( ) “Sob censura” ou “sub censura” é o desfecho próprio de um Parecer.
33. ( ) A linguagem coloquial não deve ser utilizada na correspondência oficial.
34. ( ) O Relatório deve apresentar histórico circunstanciado, desenvolvimento lógico,
exposição de fatos, descrição, conclusão e eventuais sugestões.
35. ( ) O Relatório deve sempre se fazer acompanhar de um Parecer.
36. ( ) O Memorando é uma modalidade de correspondência entre unidades de órgãos
diferentes, mas trata-se de uma comunicação eminentemente interna.
37. ( ) O Relatório deve basear-se em fatos e opiniões, demonstrados em evidências e indícios.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 47
38. ( ) O Requerimento é um documento específico de solicitação, por meio do qual a pessoa
física requer algo a quem tem competência de direito.
39. ( ) Em um ofício dirigido ao presidente da Câmara Legislativa, o uso correto do vocativo é
Excelentíssimo Senhor Presidente, seguido do nome.
40. ( ) O adjetivo referente ao pronome de tratamento concorda com o gênero do destinatário,
portanto o correto é “Vossa Excelência está cansada”, quando se dirige a uma mulher.
41. ( ) Há, pelo menos, seis erros no fragmento: “A Lei 11538/07, alterou e modernisou as
normas contábeis das sociedades anonimas brasileiras que vigoram no País há mais de
30 anos”.
42. ( ) No fragmento: “Quando o poder público decide categoricamente botar dinheiro em uma
cidade, com base em uma racionalidade econômica, ele pensa nas coisas boas para a
economia local que, em tese, deveriam beneficiar toda a população da cidade e região.
Investir na construção de um estádio para a Copa do Mundo, em 2014, pode, por
exemplo, ter de demorar a construção de um hospital ou impedir que o governo eleve
os salários dos professores da rede pública”, as expressões grifadas podem ser trocadas,
respectivamente, por investir recursos, pensa em melhorias e atrasar, sem prejuízo
semântico.
43. ( ) O resumo do assunto, na correspondência oficial, é chamado de ementa.
44. ( ) Iniciar um Ofício com a expressão: “viemos, por intermédio do presente, acusar
recebimento da petição”, demonstra que o redator apresenta deficiência no uso da
gramática, além de vícios e deselegância.
45. ( ) Circular é um instrumento de comunicação que se envia a vários destinatários
simultaneamente, com vistas à transmissão de instruções, ordens, esclarecimentos de
conteúdo de leis, regulamentos etc.
46. ( ) As palavras emenda ou ementa, empregadas em documentos oficiais, significam
respectivamente, regeneração ou correção e sumário de uma lei ou resumo.
47. ( ) A Carta, na correspondência oficial, pertence ao gênero epistolar.
48. ( ) A Nota Técnica difere do Parecer porque ela é uma análise completa do objeto em
questão.
49. ( ) A Nota Informativa é um documento simplificado e informal sobre determinado assunto.
50. (Cespe) - Considerando as normas que regem a redação oficial, julgue os próximos itens.
a. ( ) No caso de o destinatário de expediente oficial ser uma alta autoridade do Poder Executivo,
Legislativo ou Judiciário, o remetente, quando a ele se dirigir, deve empregar o pronome de tratamento
Vossa Excelência.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 48
b. ( ) No serviço público, o expediente ofício é o principal meio de comunicação interna, ou
interdepartamental.
Mem. 222/CGRH
Em 20 de maio de 2009.
Ao Sr. Coordenador da Página de Transparência
Assunto: Deslocamento de servidor
Nos termos do que dispõe a Portaria Interministerial n.º 140, de 16 de março de 2006,
encaminho a V. S.ª as informações abaixo, a fim de que sejam publicadas na Página de Transparência
deste órgão:
Órgão Superior: MINISTÉRIO DOS ESPORTES
Órgão Subordinado: SPOA/MINISTÉRIO DOS ESPORTES
Unidade Gestora: COORDENAÇÃO GERAL DE RECURSOS HUMANOS
Servidor: João Ferreira
Cargo: Assessoramento
Motivo: Participação no Simpósio de Inclusão Social pelo Esporte na cidade de Goiânia
Valor total da viagem: R$ 447,45
Atenciosamente,
Cláudio da Silveira
Encarregado de Informações
51. Considerando o texto acima, julgue os próximos itens de acordo com o Manual de Redação da
Presidência da República.
a. ( ) A correspondência apresentada, dadas a relevância do assunto e a sua estrutura, deveria ser
identificada como ofício, e não, como memorando.
b. ( ) Seria inadequado o emprego do tratamento Sua Excelência em referência ao destinatário da
correspondência apresentada.
c. ( ) A alteração do fecho “Atenciosamente” para Respeitosamente caracterizaria como mensagem a
correspondência em questão.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 49
d. ( ) A forma como está datada a correspondência está de acordo com o tipo de documento oficial
expedido.
b. ( ) Estaria mantida a correção do texto caso se substituísse, no parágrafo inicial do corpo da
correspondência, V. S.ª por S. S.ª.
52. Com relação à correspondência oficial, julgue os itens a seguir de acordo com o Manual de Redação
da Presidência da República.
a. ( ) Memorando constitui modalidade de comunicação utilizada entre unidades administrativas de
mesmo nível hierárquico, desde que seja estabelecida entre órgãos distintos da administração pública.
b. ( ) A característica principal do memorando é a agilidade, devendo esse tipo de expediente tramitar
com rapidez e pautar-se pela simplicidade de procedimentos burocráticos.
c. ( ) Mensagem é o instrumento de comunicação oficial utilizado entre os chefes dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário.
d. ( ) Tratando-se de correspondência entre ministérios ou entre órgãos de mesma hierarquia
institucional, recomenda-se a expedição tanto de memorando quanto de ofício.
e. ( ) As comunicações expedidas por órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e
qualquer cidadão brasileiro, excetuando-se as de cunho específico, nas quais é adequado o emprego de
jargão técnico.
53. Com referência à redação de correspondências oficiais, julgue os próximos itens.
a. ( ) Considerando-se que Fulano de Tal represente uma assinatura, respeitam-se as normas de
elaboração de documentos oficiais ao se redigir o final de um ofício entre chefes de mesma hierarquia
como se segue.
Brasília, 25 de março de 2009
Respeitosamente,
Fulano de Tal
Chefe da Seção de Pessoal
b. ( ) Na elaboração de um documento oficial — por exemplo, relatório ou parecer —, respeitam-se os
requisitos de clareza, objetividade, formalidade, impessoalidade e normas gramaticais, redigindo-se o
seguinte parágrafo.
De acordo com as normas internas, válidas
desde novembro de 2008, toda e qualquer requisição de
material de consumo deverá ser preenchida no formulário
n.º 12 e encaminhada à Direção de Suprimentos.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 50
54. Julgue os itens que se seguem, acerca de redação oficial e correção gramatical.
a. ( ) O emprego do acento agudo nos vocábulos país e aí justifica-se pela mesma regra de acentuação
gráfica.
b. ( ) Nas comunicações oficiais dirigidas a um ministro de Estado, deve-se empregar o tratamento
“Senhor Ministro”.
c. ( ) Na oração “Há vinte meses que o Decreto foi revogado”, a forma verbal “Há” poderia ser
corretamente substituída por Faziam.
d. ( ) Na oração “Segue anexa a nota editorial”, foi atendida regra de concordância nominal, visto que
o adjetivo “anexa” está no feminino para concordar com a expressão no feminino “a nota editorial”,
que exerce a função de sujeito da oração.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X
Edital n.º 1–TJX, de 14 de janeiro de 2001
CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO
DE CARGOS DE ANALISTA JUDICIÁRIO
1 O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X torna pública a autorização do Presidente do TJX para a
realização de Concurso Público para Provimento de 200 cargos de Analista Judiciário criados pela Lei n.º
10.000, de 10 de dezembro de 2000, e de outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias.
2 O Edital de Abertura de inscrição deverá ser publicado em Abril de 2001 e disporá sobre as normas de
realização do concurso.
Joaquim José da Silva Xavier
Presidente do concurso
55. A partir do texto hipotético acima, julgue os itens seguintes.
a. ( ) O uso das letras iniciais maiúsculas no corpo do documento respeita as normas de elaboração de
documentos oficiais ao seguir as regras gramaticais do padrão culto da língua
portuguesa, escrevendo com iniciais maiúsculas os nomes tratados como únicos e singulares.
b. ( ) Apesar de nomear o emissor do texto pelo nome próprio, o documento não fere o princípio da
impessoalidade exigido nos documentos oficiais.
c. ( ) Trechos com informações vagas, como “e de outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias”,
e com uso de tempo verbal de futuro, como “deverá ser publicado” e “disporá sobre”, provocam falta
de clareza e concisão, características estas que devem ser respeitadas nos
d. documentos oficiais.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 51
56. Como você pontuaria os fragmentos abaixo?
a) Do dizer de Pinto Ferreira a relação processual eleitoral é sempre de Direito Público. Nela se
encontra a presença dos seguintes sujeitos da dita relação processual eleitoral o cidadão brasileiro
pessoa física e sujeito de direitos políticos o partido político o juiz ou tribunal como representante do
Estado que é um sujeito de Direito Público interno.
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____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
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b) Não sei viver sem pescar. A lagoa é a minha vida pois me dá a melhor comida o peixe. O depoimento
é do pescador Celmar Pereira que vive e pesca em Rio Grande.
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____________________________________________________________________________________
57. Comente a pontuação do poema “Andorinha”, de Manuel Bandeira.
Andorinha lá fora está dizendo:
- Passei o dia à toa, à toa!
Andorinha, andorinha, minha cantiga
Passei a vida à toa, à toa!!!...
58. Caso de perda de mandato.
"Minha posição é clara: a Petrobrás e o Banco do Brasil são empresas públicas. Ninguém vai privatizar a
Petrobrás. Eu disse isso quando foi feita a Lei que flexibilizou o monopólio estatal no setor. Eu mandei
uma carta ao Senado. Eu não sou contrário à privatização da Petrobrás.” (declaração de FHC para a
rádio CBN).
A frase acima grifada está clara: FHC é a favor da privatização da Petrobrás. Dentro do contexto, porém,
ela não está coerente e pode provocar um estrago: perda de uma eleição e comprometimento do
nome. Como resolver a questão usando a pontuação? [O problema é que falta ao usuário
conhecimento das possibilidades da língua para bem escrever: um sinal de pontuação basta].
59. Outros casos.
a) O que ocorreria se fosse colocada uma vírgula antes do “que”, na frase: “Encontrei o brinquedo do
menino que estava perdido há dois dias”? Dê duas respostas.
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_________________________________________________________________________________
b) A vírgula mudaria a rotina de um paciente na frase: “alimentar-se bem antes do exame”?
_________________________________________________________________________________
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 52
c) Está correta a pontuação em: “Normalmente infecta, aves, domésticas ou selvagens – inclusive
migratórias?
_________________________________________________________________________________
d) Naturalmente! Ele antes de sair de casa, mandou-me por meio dos Correios, o pacote, contudo, não
chegou a tempo em minhas mãos.
_________________________________________________________________________________
e) Eu gostaria muito, mas ela, não deixou, o carro chegar até aqui, pois, ontem, ainda cedo, ela brigou
comigo. _____________________________________________________________________________
f) Proponha uma nova redação para o período a fim de que não haja contradição, na frase: “Os
brasileiros, que só têm deveres, são frequentemente humilhados pelos brasileiros, que só têm direitos.”
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60. Análise de documentos
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 53
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 54
Atividade de Redação
MUITO ainda há que melhorar nas correspondências oficiais. Afirmamos isso com
base na experiência - já são mais de duas décadas de trabalho com textos oficiais - e
nos documentos que nos chegam às mãos para revisão ou por curiosidade de estudo.
Veja os seguintes comentários sobre o documento acima:
1. se é um ofício, na parte superior deveriam constar o timbre e os dados do órgão;
2. a localização e a data estariam na mesma linha da identificação do documento;
3. o vocativo ficaria alinhado com o início do parágrafo, com espaço entre ele e o texto;
4. não se usaria a abreviatura DD., por estar em desuso;
5. não haveria os dois-pontos ao final do cargo;
6. a redação do texto passaria por rigorosa revisão (norma-padrão), já que é um
documento oficial: a pontuação está precária no 1º parágrafo e há impropriedade
vocabular, no 2º (afim em vez de a fim).
Agora é sua vez!
Analise os documentos a seguir e escreva um comentário, em três itens, quanto à
padronização (padrão oficial) e linguagem usada (clareza, coerência, vocabulário
adequado, objetividade, correção). Veja como deve ser a estrutura de seu texto: I.
faça a contextualização (escreva sobre o que vai analisar); II. comente o que você
notou de impropriedade; III. apresente as providências que você julgar necessárias.
Atenção: Não está em questão o conteúdo dos textos.
O ATO DA ESCRITA
Josué Mendes 55
Fig. 3: Cespe / TCE-RN (ATJ – 2009) Fig. 4: Cespe / TCU (ACE – Prova 1 – 2008)
AGORA ESCREVA SEU TEXTO...
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BIBLIOGRAFIA
1. ABNT [Associação Brasileira de Normas Técnicas]. Normas para apresentação de documentos
científicos. Curitiba: UFPR. 2000.
2. BARBOSA, Severino Antônio. Redação: escrever é desvendar o mundo. São Paulo: Papirus, 2002.
3. FERREIRA, Reinaldo Mathias. Correspondência comercial e oficial. São Paulo: Ática, 1988.
4. FIORIN, José Luiz & PLATÃO, Francisco. Para entender o texto. São Paulo: Ática, 1990.
5. GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: FGV,1985.
6. GOLD, Miriam. Redação empresarial. São Paulo: Pearson, 2005.
7. LAPORTE, Ana Maria & VOLPE, Neusa Vendramin. In. CORDI, Cassiano et alii. Para Filosofar. São
Paulo: Scipione, 1995. P. 76.
8. LEITÃO, Everardo. Argumentação e relatório. Brasília: Texto, 1998.
9. MATTOSO CÂMARA JR., J. Manual de expressão oral e escrita. 7ª ed. Petrópolis: Vozes, 1983.
10. MENDES, Gilmar Ferreira e FORSTER, Nestor José. Manual de redação da Presidência da República.
2ª Ed. rev. e atual. Brasília: Presidência da República, 2002.
11. MENDES, Josué. Gramática ao alcance de todos. Brasília: Eme Editora, 2011.
12. MENDES, Napoleão Mendes. Gramática metódica da língua portuguesa. São Paulo: Saraiva, 1963.
13. MOURA, Fernando. Nas linhas e entrelinhas. Brasília: Vestcon Editora, 2005.
14. PENTEADO, J. R. Whitaker. Comunicação humana. São Paulo: Pioneira Editora, 1974.