NUTRIGENÉTICA E NUTRIGENÔMICA · Armazenamento de Cálcio Armazenada como hidroxiapatita mineral...
Transcript of NUTRIGENÉTICA E NUTRIGENÔMICA · Armazenamento de Cálcio Armazenada como hidroxiapatita mineral...
CALCIFICAÇÃO PATOLÓGICA
José Francisco Diogo da Silva Junior – Mestrando CMANS/UECE
Objetivos da Aula
▪ Compreender os mecanismos básicos de utilização do cálcio no
organismo em situações fisiológicas e patológicas;
▪ Classificar os tipos de calcificação patológica quanto ao mecanismo
de formação, morfologia e consequências para o organismo.
Cálcio
▪ Elemento químico número 20
▪ Compões 3% da crosta terrestre
▪ Íon Cálcio: Ca2+
▪ Cátion divalente
Cálcio
Cálcio no corpo humano
▪ Quinto elemento mais abundante no organismo
▪ Compõe 70% da hidroxiapatita (Ca10(PO4)6(OH)2)
▪ Mais presente na forma fixa: ossos e dentes (99%)
▪ Um pouco está presente no citoplasma de todas as células
▪ Uma fração circula ligada a albumina
▪ Uma pequena fração circula como íon Ca2+ (forma ativa fisiológica)
Endocrine Physiology, 3rd ed. P.E. Molina; Chapter 5 (Via CIAP)
Cálcio no corpo humano
▪ Apesar de essencial – é tóxico para as células (baixíssima
concentrações no citoplasma)
▪ Elevado gradiente entre extracelular e intracelular
▪ Possibilitando sua participação como segundo mensageiros na maioria
das sinalizações de processos intracelulares
Distribuição do cálcio no corpo humano
Hidroxiapatita
98,9%= 31 mol= 1250 g
1% está disponível na forma de um pool permutável
0,1% do cálcio total está no fluido extracelular:
Cálcio ionizado:Ca2+
50%(1,2 mmol/L)
1% do cálcio total está presente nas células
Cálcio ligado a proteínas:
41%(1,2 mmol/L)
• Presente como cátion ativo livre• Difunde facilmente através da membrana dos capilares
• Se liga principalmente a albumina• Não pode se difundir através da membrana dos capilares
Guyton & Hall Textbook of Medical physiology, 11th ed.; J.E.Hall; Chapter 79
• Se liga a pequenas moléculas aniônicas (fosfato e citrato)• Se difunde facilmente através da membrana dos capilares
Cálcio ligado a ânions:
9% (0,2 mmol/L)
Recomendação de ingestão diária de cálcio
Fonte: Food and Nutrition Board, Institute of Medicine, National Academy of Sciences, 2010.
40 mg = 1 mmol1200 mg
1300 mg
1200 mg
1000 mg
1000 mg
1000 mg
1300 mg
1300 mg
1000 mg
700 mg
500 mg
300 mg
0 300 600 900 1200 1500
Lactantes
Grávidas
Mulheres 50-70 anos
Mulheres 19-50 anos
Homens 50-70 anos
Homens 19-50 anos
Adolecentes 13-18 anos
Pré-adolecentes 9-12 anos
Crianças 4-8 anos
Crianças 1-3 anos
Infantes 0-12 meses (não amamentando)
Infantes 0-12 meses (amamentando)
Cálcio (mg/dia)
Gru
po
Etá
rio
Fontes comuns de Cálcio
Biodisponibilidade de Cálcio nos alimentos
Absorção de Cálcio
▪ NORMALMENTE, 30-35% do Cálcio ingerido é absorvido
Para receber os 10 mmol diários, é necessário a ingestão de ~ 25-30
mmol, ou seja, ~ 1 litro de leite
▪ A absorção ocorre no duodeno
▪ Transportado ativamente
▪ Taxa de absorção está relacionada com a demanda de Cálcio
▪ O controle é feito pela vitamina D
(vitamina D ativada aumenta bastante a absorção de Cálcio)
~ 7 mmol é perdido no intestino
Guyton & Hall Textbook of Medical physiology, 11th ed.; J.E.Hall; Chapter 65
Absorção de Cálcio
▪ A absorção é regulada por hormônios (paratireoide, estrogênio,
glicocorticoides, tireoide)
▪ Melhor absorvido quando consumido em pequenas quantidades
várias vezes ao dia
▪ Fatores que diminuem a absorção:
▪ Oxalatos e fitatos nos grãos e vegetais
▪ Acidez gástrica reduzida
▪ Excesso de fibra
▪ Dietas pobre em proteínas e fósforo
Patton KT, Thibodeau GA: Anatomy & Physiology, ed 8. St. Louis: Mosby, 2013.
Transporte de Cálcio no sangue
▪ 50% na forma ionizada, 41% ligado a albumina e 9% ligado a ânions
em complexos solúveis
▪ Fração ionizada depende do pH:
▪ A ligação com as proteínas diminui com a diminuição do pH
pH 7,45
pH 7,35
Alcalose: ligação do cálcio com proteína aumentado; fração ionizada diminuída
Acidose: ligação do cálcio com proteína diminuída; fração ionizada aumentada
Guyton & Hall Textbook of Medical physiology, 11th ed.; J.E.Hall; Chapter 79
A cada diminuição em 0,1 no pH aumenta o cálcio ionizado em 0,05 mmol/L
Armazenamento de Cálcio
▪ Armazenada como hidroxiapatita mineral
▪ O balanço do armazenamento é influenciada pelo balanço da
atividade dos osteclastos vs osteoblastos: construção vs destruição
da matriz óssea
▪ Influenciado pelo hormônio paratireoideano e em menor grau pela
calcitonina
▪ Deve ser neutro!
▪ 500 mg (12,5 mmol) por dia deve ser depositado
▪ 500 mg (12,5 mmol) deve ser reabsorvido
Guyton & Hall Textbook of Medical physiology, 11th ed.; J.E.Hall; Chapter 79
Excreção intestinal de Cálcio
Perdas intestinais
▪ Perda de 7 mmol (~ 250 mg) em células descamadas e secreções
intestinais
▪ Mais se houver deficiência de vitamina D
▪ Mais se houver hipercalemia
Guyton & Hall Textbook of Medical physiology, 11th ed.; J.E.Hall; Chapter 79
Excreção renal de Cálcio
▪ 2,5 mmol (100 mg) é excretado pelos rins diariamente
▪ O Cálcio ionizado é a única variedade excretável porque o Cálcio
ligado a proteína não passa pelos glomérulos
▪ 90% do Cálcio filtrado é reabsorvido no tubo proximal
▪ A reabsorção dos 10% restantes é controlado pelo PTH e depende
da concentração iônica do Cálcio
▪ Os 10% restantes são absorvidos dos dutos coletores proximais
Guyton & Hall Textbook of Medical physiology, 11th ed.; J.E.Hall; Chapter 65
Balanço do Cálcio
Guyton & Hall Textbook of Medical physiology, 11th ed.; J.E.Hall; Chapter 65
Importância fisiológica do Cálcio
▪ Contração muscular
▪ Causada pelo efluxo de Ca2+ do retículo endoplasmático
▪ O efluxo de Ca2+ é responsável pela fase platô do potencial de ação
▪ Liberação de neurotransmissores
▪ Causado pelo efluxo de Ca2+ no terminal pré-sináptico
▪ Afeta a excitabilidade dos neurônios
▪ A hipocalemia faz com que o sistema nervoso se torne hiperexcitável,
aumentando a contração muscular
▪ A hipercalemia faz com que o sistema nervoso se torne hipoexcitável
causando a depressão da atividade neuromuscular
Guyton & Hall Textbook of Medical physiology, 11th ed.; J.E.Hall; Chapter 79
Importância fisiológica do Cálcio
▪ Condução do sistema cardíaco
▪ Utiliza Ca2+ ao invés de Na+ na despolarização
▪ Cascata de coagulação
▪ Ca2+ é um cofator necessário nos passos de ativação dos fatores de
coagulação (quelante de Cálcio - EDTA)
▪ Integridade óssea
Guyton & Hall Textbook of Medical physiology, 11th ed.; J.E.Hall; Chapter 79
Regulação da concentração de Cálcio
▪ O controle da homesostase celular do Cálcio é mantida
cuidadosamente tanto no meio intracelular como nos fluidos
extracelulares
▪ [Ca2+] citoplasmático é aproximadamente 1/1000 da concentração
extracelular
▪ Armazenado na mitocôndria e no REG
▪ Sistemas de transporte por bombas controla a [Ca2+]
citoplasmático
▪ O Cálcio escapa para o compartimento citoplasmático e é ativamente
bombeado para sítios de armazenamento nas organelas para serem
transferidos em pools citoplasmáticos
Regulação da concentração de Cálcio
Cálcio extracelular
▪ Quando o Cálcio extracelular cai abaixo do normal, o sistema
nervoso se torna progressivamente mais excitável por causa do
aumento da permeabilidade das membranas neuronais ao Sódio
▪ Essa hiperexcitabilidade causa contrações tetânicas (isométricas)
▪ Hipercalemia tetânica [Ca2+]cit
Cálcio extracelular
▪ Há três frações definidas de cálcio no plasma:
▪ Cálcio ionizado - 50%
▪ Cálcio ligado a proteínas - 40%
▪ 90% ligado a albumina (dependente de pH)
▪ Restante ligado a globulinas
▪ A alcalose aguda aumenta a ligação do Cálcio a proteínas e diminui o
Cálcio ionizado
▪ Cálcio complexado a constituintes plasmáticos - cerca de 10%
▪ Citrato e fosfato
Cálcio sangue e ossos
▪ Ca2+ normalmente varia de 8,5-10 mg/dL no plasma
▪ O Ca2+ ativo ionizado livre corresponde a 48%
▪ 46% está ligado a proteínas em um estado não difuso enquanto 6%
forma complexos de sais
▪ Apenas a forma livre ionizada (Ca2+) é biologicamente ativa
Ossos e sua relação com Ca e P extracelular
▪ Sais ósseos
▪ Sais cristalinos são primariamente de Cálcio e fostato
𝑪𝒂𝟏𝟎 𝑷𝑶𝟒 𝟔 𝑶𝑯 𝟐
▪ Também estão presentes Magnésio, Sódio, Potássio e íons carbonato
Homeostase do Cálcio
AUMENTODO Ca++
DIMINUIÇÃO DO Ca++
AUMENTO DA SECREÇÃO DO HORMÔNIO PARATIREÓIDE
Aumento da atividade
osteoclástica
Sentidas pelas células das glândulas paratireóides
Aumento da ativação da vitamina D
Aumento da reabsorção
óssea
Ingestão de Cálcio do
duodeno e reabsorção no
néfron
Diminuição da ingestão de Cálcio
do duodeno e reabsorção no
néfron
Diminuição da reabsorção
óssea
Sentidas pelas células das glândulas paratireóides
DIMINUIÇÃO DA SECREÇÃO DO HORMÔNIO PARATIREÓIDE
Diminuição da atividade
osteoclástica
Diminuição da ativação da vitamina D
Guyton & Hall Textbook of Medical physiology, 11th ed.; J.E.Hall; Chapter 79
Balanço de Cálcio no organismo
[Ca2+ livre]0.001 mM
Transporteativo
Células
2.5 mM
ECF
Gradienteeletroquímico
[Ca2+]
O Cálcio no fluido extracelular
pode estar ligado à proteínas
ou livre para difusão.
O Cálcio no fluido intracelular
é armazenado tanto na
mitocôndria, como no
Retículo Endoplasmático
Rugoso ou na forma livre no
citosol.
Balanço de Cálcio no organismo
Transporteativo
Células
2.5 mM
Calcitonina
PTH
Calcitriol
Cortisol
OssosECF
Gradienteeletroquímico
[Ca2+]Ca2+
[Ca2+ livre]0.001 mM
Os ossos são o maior
reservatório de Cálcio do
organismo.
O Cálcio é armazenado na
forma de cristais de
hidroxiapatita.
O Cálcio é liberado para
manter os níveis plasmáticos.
Balanço de Cálcio no organismo
Calcitrol(PTH, prolactina)
Transporteativo
Células
2.5 mM
Calcitonina
PTH
Calcitriol
Cortisol
OssosECF
Gradienteeletroquímico
Intestino Delgado
CálcioDietético
[Ca2+]Ca2+
[Ca2+ livre]0.001 mM
Ca2+
Apenas 1/3 do Cálcio ingerido
é absorvido.
A absorção é regulada por
hormônios.
Uma dieta saudável precisa
ser rica em Cálcio a fim de
coincidir com a quantidade
excretada.
Balanço de Cálcio no organismo
Calcitrol(PTH, prolactina)
Transporteativo
Algum Cálcio é secretadono intestino delgado
Células
2.5 mM
FiltraçãopassivaCalcitonina
PTH
Calcitonina
PTH
Calcitriol
Cortisol
OssosECF
Gradienteeletroquímico
Intestino Delgado
CálcioDietético
Cálcionas fezes
Rins
Ca2+
na urina
+
[Ca2+]Ca2+
[Ca2+ livre]0.001 mM
Ca2+
O Cálcio é excretado
primariamente pelos rins
através da urina e em
pequena quantidade nas
fezes.
A reabsorção de Cálcio nos
rins é regulada por hormônios
ou proteínas transportadoras.
Balanço de Cálcio no organismo
▪ Osteoclastos são responsáveis pela reabsorção óssea – um
ambiente de baixo pH e proteases são necessárias para dissolver a
matriz óssea.
Balanço do Cálcio
▪ Paratormônio: aumenta a concentração do Cálcio plasmático pela estimulação da liberação/reabsorção nos ossos, rins e intestino
▪ Mobiliza Cálcio dos ossos – não se liga aos osteoclastos mas promove a liberação dos parácrinos que aumenta sua atividade
▪ Melhora a reabsorção renal – previne a excreção excessiva do Cálcio na urina
▪ Indiretamente aumenta a absorção intestinal – calcitrol aumenta a absorção
▪ Calcitrol – vitamina D3, mais importante em adultos e age nos ossos, fígado e intestino
▪ Calcitonina – age nos osteoclastos e reduz a reabsorção óssea, diminuindo a [Ca2+] sanguínea
Balanço do Cálcio: glândulas paratireoides
Hiperestados: Cálcio
▪ Hipercalemia – excesso de Cálcio no sangue
▪ Causado por:
▪ Hiperparatiroidismo
▪ Overdose de colecalciferol
▪ Intoxicação de Vitamina D
▪ Ingestão excessiva de cálcio resulta em:
▪ Tonturas, rubor, náusea/vômito, constipação severa, formação de
cálculos renais, batimentos cardíacos irregulares, sensação de
formigamento, xerostomia, fadiga e pressão arterial elevada
▪ Pode inibir a absorção de zinco e ferro
Hipoestados: Cálcio
Raquitismo
▪ Ossificação anormal pela deficiência de vitamina D e Cálcio
Osteoporose
▪ “Osteoporose é uma doença de adolescentes”
▪ 90% do pico de massa óssea é obtido na idade de 16,9 ± 1,3 anos e
99% na idade de 26,2 ± 2,7 anos
▪ massa óssea está associada a fraturas em idades avançadas, mas
também pode predizer fraturas em crianças
▪ Ingestão inadequada de Cálcio na juventude aumenta em 50% a
chance de fratura de quadril na pós-menopausa
Teegarden, D., et al. (1995), Peak bone mass in young women. J Bone Miner Res, 10: 711–715
Controle hormonal do Cálcio
▪ Três hormônios regulam a homeostase do Cálcio e três órgãos que
atuam na homeostase do Cálcio
▪ Paratormônio (PTH), 1,25-dihidroxi-Vitamina D3, Calcitonina
▪ Regulam a absorção, reabsorção e excreção do Cálcio nos ossos, rins e
intestino.
Calcificação Fisiológica
Calcificação Fisiológica
▪ Matriz da cartilagem epifisária
Osso compacto
Osso compacto
Osso compacto
Mineralização e crescimento ósseo
▪ Estruturas calcificadas como ossos e dentes
▪ Tanto o colágeno como os ossos passam por constante remodelação
▪ A matriz orgânica óssea é composta de 90%-95% de fibras colágenas
▪ A formação do colágeno requer proteínas, vitamina C, Ferro, Cobre e Zinco
▪ Uma vez formado o colágeno a mineralização começa
▪ Cálcio, Fósforo, Magnésio, Sódio, Potássio, e íons carbonato formam a matriz mineral
▪ Reserva de Cálcio: 0,4%-10% do Cálcio ósseo total na forma amorfa
Células ósseas
▪ Osteoblastos – células ósseas embrionárias. Células que produzem
novas células ósseas (osteogênese)
▪ Osteócitos – células ósseas maduras, reciclam o Ca e o PO4
▪ Osteoclastos – reabsorção e remodelamento ósseo, pela secreção
de enzimas e ácidos. Libera Ca para a corrente sanguínea
▪ Osteoclastos removem a matriz, osteoblastos adiciona matriz
▪ Quando uma lacuna de osteoblasto é calcificada a célula se torna
um osteócito
Tipos de ossificação
▪ Intramembranosa
▪ Membranas conectivas densas são substituídas por sais de Cálcio
▪ Ossos cranianos
▪ Endocondral
▪ O osso se desenvolve dentro do ambiente da cartilagem
▪ Todos os outros ossos do corpo
Ossificação endocondral
(b) (c) (d) (e) (f)(a)
ModeloCartilaginoso
Cartilagemcalcificada
Cartilagemarticular
Periósteo emdesenvolvimento
Osso compactoem desenvolvimento
Centro de ossificaçãoprimário
Cavidademedular
Cavidademedular
Cavidademedular
Centro de ossificaçãosecundário
Centro de ossificaçãosecundário
Vasosanguíneo
Discoepifisário
Sobra do discoepifisário
Sobra do discoepifisário
Discoepifisário
Ossocompacto
Ossoesponjoso
Cartilagemarticular
Ossoesponjoso
Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display.
Crescimento ósseo
Epífise é o final de um osso
longo
Diáfise é o eixo de um osso
longo
Placa epifisária é o local do crescimento ósseo
Diáfise
Osso compacto
Osteoblasto
Dir
eçã
o d
o c
resc
imen
to
Condrócito
Cartilagem
Osso recentemente calcificado
Crescimento ósseo
Condrócitos em divisão aumentam o
comprimento
Condrócitosproduzem cartilagem
Condrócitos velhos se desintegram
Osteoblastos aplicam o osso em cima da cartilagem
Osteoclastos e reabsorção de Cálcio
Ciclo de remodelação óssea
PTH Calcitonina
-3 semanas -3 meses
Manutenção óssea
▪ Controle do sistema endócrino
▪ Reservas de Cálcio
▪ Níveis sanguíneos de Cálcio
▪ Excreção do excesso de Cálcio
▪ PTH: liberação de Cálcio
▪ Calcitonina: armazenamento de Cálcio
Calcificação Patológica
Calcificação patológica
Calcificação patológica
▪ Alterações no processo de calcificação induzem a uma deposição
anormal de sais de cálcio e outros sais minerais heterotopicamente,
ou seja, em locais onde não é comum a sua deposição.
▪ A calcificação patológica é definida por se localizar fora do tecido
ósseo ou dental, em situações de alteração da homeostase e da
morfostase.
Calcificação patológica
▪ O mecanismo das calcificações patológicas segue o mesmo
princípio das calcificações normais
▪ Dependendo da situação envolvida em cada alteração funcional ou
morfológica do tecido, podem-se distinguir quatro tipos de
calcificação heterotópica:
▪ Distrófica
▪ Metastática
▪ Litíase
▪ Idiopática
Calcificação patológica
▪ O depósito de Cálcio localmente em tecido lesado é chamada de
calcificação distrófica. Os níveis séricos de Cálcio estão normais e o
metabolismo também está normal
▪ O depósito de sais de Cálcio em tecidos normais é chamada de
calcificação metastática. Há uma hipercalemia secundária e
metabolismo anormal do Cálcio
▪ A alteração no pH local no tecido lesado, faz o organismo depositar
Cálcio para neutraliza-la
Calcificação distrófica
▪ Ocorre devida a lesão do próprio tecido
▪ O depósito ocorre nas células lesadas ou necrosadas
▪ Áreas de necrose (coagulativa, caseosas, gordurosas)
▪ Lesões tuberculosas (um nódulo de tuberculose é convertido em
cálculo)
▪ Envelhecimento
▪ Válvulas cardíacas
▪ Nos ateromas da aterosclerose avançada
▪ Áreas de trauma
▪ Raramente apresenta-se na necrose liquefativa
Calcificação distrófica
▪ Detritos de lesões – não degradados, absorvidos ou fagocitados –
permanecem no tecido – funcionam como matriz orgânica para a
deposição de sais de cálcio
▪ A calcificação é um processo ativo mediado por células, resultado
do desequilíbrio de fatores promotores e inibidores da
mineralização
Calcificação distrófica
▪ O Cálcio está concentrado nas células
▪ O Cálcio se liga aos fosfolipídios da vesícula da membrana
▪ O fosfato é adicionado ao Cálcio
▪ O ciclo se repete
▪ Mudanças estruturais geram microvesículas de Cálcio e fosfato
▪ A calcificação distrófica é sinal de um dano prévio
▪ Geralmente causa disfunção dos órgãos afetados
▪ Formação de Corpos Psamomatosos
Calcificação distrófica
▪ Embora na maioria das vezes não produza sintomas clínicos (a não
ser que se desenvolva em pontos críticos (coronárias, valvas
cardíacas) desempenha um importante papel no diagnóstico
radiológico.
▪ EX: Mamografia revela microcalcificação é um sinal sugestivo de
câncer na mama
Início
Proliferação
Intracelular Extracelular
Deposição de Cristais de Fosfato de Cálcio
Ca
Corpos Psamomatosos
DegeneraçãoEnvelhecimento
Fosfatase
Calcificação distrófica
Calcificação distrófica
Corpos Psamomatosos
Calcificação distrófica
Mamografia com microcalcificação
Calcificação distrófica
Cálculos cerebrais, podendo ser provocada por Toxoplasmose congênita
Febre reumática e obliteração das comissuras. Espessura irregular das valvas.
Pontos de calcificação (basofílicos) na camada íntima da aorta em um processo avançado de ateroesclerose. (HE, 200X).
Calcificação distrófica
Calcificação distrófica
Calcificação distrófica das válvulas aórticas
Calcificação metastática
▪ Cálcio mobilizado de outras áreas, depositando-se a distância
▪ Se deve ao aumento do cálcio circulante (hipercalcemia)
▪ O cálcio circulante aumentado se deposita em tecidos normais,
acentuando-se mais nos locais onde houver tecidos lesados
Calcificação metastática
▪ A hipercalcemia faz com que a absorção de outros minerais (como
o Fe e o Zn) possa ser prejudicada, uma vez que o cálcio em
excesso vai se ligar a esses outros minerais com maior afinidade
Hipercalemia
Calcificação metastática
Calcificação metastática
▪ Ocorre em tecido normal sempre que há hipercalemia
▪ Hiperparatiroidismo ( PTH - reabsorção óssea)
▪ Destruição do tecido ósseo (mobilização de Ca+2 e fosfato)
▪ Tumor ósseo primário (mieloma múltiplo, leucemia)
▪ Metástase óssea
▪ Aumento do turnover ósseo (doença de Paget)
▪ Imobilização
▪ Hipervitaminose D (intoxicação por vitamina D)
▪ Insuficiência renal (retenção de fosfato, leva à hiperparatiroidismo
secundário)
Calcificação metastática
Pode ocorrer em todo o organismo:
▪ Tecido histologicamente rígido
▪ Vasos sanguíneos (artérias sistêmicas, veias pulmonares)
▪ Tecidos intersticiais da mucosa gástrica
▪ Rins
▪ Pulmões
▪ Morfologicamente similar à calcificação distrófica
Hip
erc
ale
mia
Insuficiência adrenocortical
Hiperparatireoidismo
Hipertireoidismo
Intoxicação por vitamina D
Idiopática
Insuficiência renal
Catabolismo ósseo
Neoplasias
Metastatic calcification in the lung of a patient with a very high serum calcium level
Cálculos
▪ Massas esferoidas, ovóides ou facetadas, sólidas, concretas e
compactas, de consistência argilosa a pétrea, que se formam no
interior de órgãos ocos, cavidades naturais do organismo, condutos
naturais ou no interior de vasos.
▪ Ocorre precipitação de sais inorgânicos
Cálculos
▪ Cálculos (do latim calculus = pedra de contar)
▪ Concreções (do latim concretione = material endurecido)
▪ Litíase (do grego lithos = pedra)
Cálculos
▪ Nomenclatura
▪ Nome designativo do local + litíase (fenômeno)
▪ Nome designativo do local + lito (cálculo)
▪ Exemplos:
▪ Colelitíase e colélitos
(colédoco - vias biliares)
▪ Urolitíase e urólitos
(trato urinário)
▪ Sialolitíase e sialólitos
(glândulas salivares)
Cálculos
▪ Cálculos microscópicos ou microconcreções
▪ Corpos amilóides ou amiláceos
▪ Corpora amylacea
▪ Pseudoconcreções
▪ Fecalitos - fecalomas
Constipação intestinal crônica
Enterólitos
Cálculos
Corpora amylacea
Calculose ou Litíase
▪ Calcificação em estruturas tubulares diferentes de vasos sanguíneos
▪ Não difere muito dos padrões de formação da calcificação distrófica
▪ Sua particularidade reside no fato de se localizar em estruturas
tubulares
▪ Esse núcleo se desloca para a luz do ducto, onde cresce devido a
sucessivas incrustações ao redor de sua estrutura
Calculose ou Litíase
Presença de calcificações distróficas em ducto (D) de
parótida (A), supostamente derivados de um cálculo (setas)
(HE, 100X).
Calculose ou Litíase
▪ Calculose pode levar à obstrução, à lesão ou à infecção de ductos,
principalmente do pâncreas, da glândula salivar, da próstata e dos
tratos urinário e biliar.
LITÍASE DA VESÍCULA BILIAR
Calculose ou Litíase
Cálculos Urinários (Urolitíase)
▪ A maioria dos cálculos renais é composta de Oxalato de cálcio e de
Oxalato de fosfato
Fatores determinantes
▪ Aumento da concentração do soluto na urina
▪ pH urinário baixo, resultando em em baixa solubilidade do soluto
▪ Baixa ingestão de líquido (estase urinária)
▪ Infecção persistente
Cálculos Urinários (Urolitíase)
Calculos de Oxalato de cálcio
Cálculos Urinários (Urolitíase)
Hidronefrose secundária devido a calculose
Sistema urinário normal
Cálculos Urinários (Urolitíase)
Natureza dos cálculos
▪ 80% de Oxalato de cálcio e de fosfato (Hipercalcemia)
▪ 15% de Fosfato de magnésio, de amônia e de cálcio
(microrganismos que degradam a ureia, tornando a urina alcalina)
▪ 4% de ácido úrico (Hiperuricemia, Ex: Gota)
▪ < 1% de cistina (Defeitos genéticos de transporte tubular)
Referências
▪ KUMAR, V.; ABBAS, A.K.; FAUSTO, N. ROBBINS. Bases Patológicas
das Doenças, 7ª ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2005
▪ BRASILEIRO-FILHO, G. BOGLIOLO - Patologia Geral, 2ª ed., Rio de
Janeiro: Guanabara-Koogan, 1998
▪ http://humanpathology.info/category/cellular-pathology/
▪ Anatomia Patológica para Graduação. Peças e Lâminas. Website
Unicamp: http://anatpat.unicamp.br/aulas2.html
▪ MOLINA, P.E. Endocrine Physiology, 3a ed. McGraw-Hill, 2013
▪ HALL, J.E. Guyton & Hall Textbook of Medical Physiology, 12a ed.
Saunders, 2010
Obrigado!