MUSICOTERAPIA : ALGUNS CONCEITOS Diana Santiago. Efeitos Terapêuticos da Música MUSICOTERAPIA.

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MUSICOTERAPIA : ALGUNS CONCEITOS Diana Santiago

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MUSICOTERAPIA : ALGUNS CONCEITOS

Diana Santiago

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Efeitos Terapêuticos da Música

MUSICOTERAPIA

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• Entrevista Inicial

• Ficha Musicoterápica – História Sonoro Musical

• Testificação Musical – reações frente a diferentes sons e estímulos musicais (ritmo primitivo, uma melodia primitiva, fragmento sinfônico e fragmento de música eletrônica) (Benenzon, 1985; Barcelos, 1999)

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O Instrumental:

• Instrumentos musicais

• Instrumentos criados

• Instrumento corporal

(Benenzon, 1988; Cavalcanti,2002; Steinberg, 1996)

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• Improvisação: livre ou dirigida• Re-criação: executa, reproduz, transforma e

interpreta• Composição: construção de um produto

musical

• Audição: ouvir a música e responder de forma verbal, silenciosa, gestual, gráfica ou corporal.

(Bruscia, 2000; Barcellos, 1992)

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Música como terapiaMúsica em terapia

(Bruscia, 1987)

Doenças crônicas, psíquicas e físicas.

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Modelo médico

Modelo psicanalítico

Modelo comportamentalista

Modelo humanista

(North and Hargreaves, 2008)

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Enfatiza o impacto da música em índices fisiológicos tais como pulsação cardíaca e respiração.

(North and Hargreaves, 2008)

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Enfatiza a natureza simbólica do comportamento musical (e outros comportamentos) do cliente durante a sessão.

(North and Hargreaves, 2008)

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Música utilizada como reforço positivo no setting terapêutico.

Principal crítica: Ignora aspectos não-observáveis (estados psicológicos); trata sintomas físicos ao invés das causas psicológicas das desordens.

(North and Hargreaves, 2008)

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Foca na auto-realização, no melhor uso do potencial próprio, nas diferenças individuais, na liberdade de escolha e na autoestima.

Enfatiza relacionamentos; o tratamento da pessoa como um todo; as noções rogerianas de empatia e aceitação dentro do processo terapêutico.

Não foca apenas nos processos inconscientes, mas foca ainda em processos conscientes tais como esperança, aceitação, desejo (volition), etc.

(North and Hargreaves, 2008)

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O trabalho com pacientes psicóticos:

• Musicoterapia centrada na ação.

• Música como linguagem

• “Fazer Musical” constitui-se num trinômio :

- Ação - Relação - Comunicação

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Musicoterapeuta do Instituto de Psiquiatria da UFRJ desde 1980.

Entre 1982 e 1983 realizou a primeira pesquisa sobre musicoterapia em uma instituição universitária financiada pelo CNPq.

Os achados destes estudos são relevantes até hoje e a partir deles se construiu uma fundamentação teórica para a prática clínica da musicoterapia em psiquiatria.

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A pesquisa foi realizada com pacientes internados, na sua maioria esquizofrênicos (64%), e que tiveram atendimento grupal na musicoterapia.

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Pacientes esquizofrênicos.

4 grupos de 8 pacientes; musicoterapia; familiares acompanhados pelo Serviço Social.

Procurou-se averiguar as diferenças entre os pacientes musicoterápicos e pacientes do grupo controle, com as mesmas características.

Resultados, submetidos a testes estatísticos: diferenças significativas nas altas médicas (maior percentual nos grupos musicoterápicos) e no aumento do pragmatismo (maior percentual nos grupos musicoterápicos). 

Equipe:  Alunos envolvidos: Graduação: (2); Mestrado acadêmico: (2); Doutorado: (2) . Financiamento: FINEP.

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A MT possibilita ao paciente perceber a presença do outro, partilhar experiências e colaborar para um resultado comum – a música.

O canto, a música, ampliam a capacidade de comunicação, através de uma possibilidade não verbal, favorecendo a manifestação de conteúdos internos, dando-lhes forma e reconhecendo-os como próprios.

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A vivência grupal ajuda no processo de ressocialização .

A liberdade de escolha dos instrumentos musicais e de músicas vai concorrer para o aumento do poder de decisão e do pragmatismo.

Tocar, ouvir a si próprio e ao outro, controlar tal experiência, ter a produção aceita pelo musicoterapeuta e pelo grupo aumentam a auto-estima e a auto confiança.

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A música pode favorecer um maior contato com a realidade, aumentando o interesse dos pacientes em relacionar-se.

Na terapia com a música, por estimular a criatividade, o comportamento cristalizado do paciente pode modificar-se no setting musicoterápico e a experiência de mudança pode ser transferida para outras situações da sua vida pessoal.

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Pacientes com um alto grau de desagregação mantinham a ligação com a cultura através da música .

Alguns pacientes incapazes de formular um discurso coerente eram capazes de cantar e acompanhar-se ritmicamente, recordando corretamente as letras das canções.

A ligação com a cultura, que persiste através da música, propicia a atuação do musicoterapeuta.

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A ação do musicoterapeuta não se baseia

na tentativa de decifrar o discurso psicótico, mas sim na procura de ultrapassá-lo usando outra linguagem, a música, para possibilitar ao paciente a saída do seu mundo imaginário, isolado, promovido pela doença.

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A música, através da sua própria organização no tempo (ritmo, melodia, harmonia), traz para o paciente um referencial de organização, de expressão sequenciada e com sentido.

A música traz para o paciente a dimensão do real, do concreto.

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No processo musicoterápico o paciente entra em contato com sua musicalidade primordial, constituinte do ser, e acessa o seu lado saudável.

A promoção da saúde ocorre também porque a música , enquanto atividade lúdica, proporciona satisfação imediata, o que vai contribuir para que aspectos saudáveis do paciente possam vir à superfície, propiciando que a sua relação com o mundo externo e consigo mesmo seja substancialmente melhorada!

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No tratamento das psicoses é preciso refazer um longo caminho entre a pura ilusão e o encontro com a realidade.

Para tal, a musicoterapia, através do “fazer música”, ajuda a reestruturar este caminho, proporcionando o contato com o outro, consigo mesmo, e a inserção no discurso cultural.

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Instituto de Psiquiatria da UFRJ, 1998

Vandré Matias Vidal, Licenciado em Música, Musicoterapeuta, Especialização em Assistência ao Psicótico, 1998.

Profissional especializado que trabalha no IPUB/UFRJ.

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• No trabalho de composição musical com os pacientes psicóticos foram observados os seguintes pontos:

- a música dá forma aos conteúdos intuitivos e inconscientes

- a criação musical auxilia na construção de relações

Vidal ( 1998) - Cancioneiros do IPUB / UFRJ

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- a música favorece o desenvolvimento da auto- expressão, ajudando o indivíduo a abandonar asformas estereotipadas de comunicar-se.

- a música tornou-se um elemento estruturante https://www.youtube.com/watch?v=anuCoc0M-vc

Vidal ( 1998) - Cancioneiros do IPUB / UFRJ

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• Oficina de Música para os pacientes dos serviços ambulatoriais de psiquiatria do Hospital das Clínicas e CAPS Aristides Novis.

• Projeto de pesquisa e extensão universitária da Universidade Federal da Bahia ( UFBA em Campo III)

• Período: julho de 2000 à julho de 2001 – Escola de Período: julho de 2000 à julho de 2001 – Escola de Música da UFBA.Música da UFBA.

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• Objetivo: contribuir com procedimentos metodológicos artístico-musicais que viessem a ampliar os recursos assistenciais a nível ambulatorial para pacientes psicóticos.

• 20 pacientes atendidos,divididos em 2 grupos, com 1 hora e meia de duração por semana, totalizando 48 atendimentos por grupo.

• Critério de inclusão no grupo: indicação dos médicos,gostar de música, já ter alguma habilidade musical e estar participando do grupo de musicoterapia.

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• 18 pacientes tinham diagnóstico de esquizofrenia e 2 transtorno bipolar, com o histórico de muitas internações.

Grupo Musical Afinidades Afinadas

• 12 apresentações públicas em hospitais, universidades e encontros científicos.

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Dados constatados durante o período das oficinas : - ausência de reinternações. - melhora na adesão ao tratamento. - melhora na comunicação, na interação e circulação social. - três usuários retornaram às suas atividades de trabalho. - um usuário regressou aos estudos na universidade.

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Slides elaborados pelas Profas. Mariana Caribé e Diana Santiago