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Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima
PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS
2013 - 2017
CADERNO I – DIAGNÓSTICO
(INFORMAÇÃO DE BASE)
Co - financiado por:
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 2
ÍNDICE 1. Caracterização física ................................................................................................................................. 4
1.1. Enquadramento Geográfico do Concelho ......................................................................................... 4
1.2. Hipsometria ...................................................................................................................................... 6
1.3. Declive............................................................................................................................................... 7
1.4. Exposição .......................................................................................................................................... 9
1.5. Hidrografia ...................................................................................................................................... 10
1.6 Solos e Aptidão da Terra .................................................................................................................. 12
2. Caracterização climática ......................................................................................................................... 16
2.1 Clima ................................................................................................................................................ 16
2.2 Rede Climatológica .......................................................................................................................... 18
2.3 Temperatura do ar ........................................................................................................................... 18
2.4 Humidade relativa do ar .................................................................................................................. 20
2.5 Precipitação ..................................................................................................................................... 21
2.6 Vento ............................................................................................................................................... 22
3. Caracterização da população.................................................................................................................. 22
3.1. Demografia ..................................................................................................................................... 22
3.2. Enquadramento do sector agrário .................................................................................................. 28
4. Caracterização do uso do solo ................................................................................................................ 30
4.1. Uso e Ocupação do Solo ................................................................................................................. 30
4.2. Povoamentos Florestais .................................................................................................................. 32
4.2.1 Caracterização do Espaço Florestal .......................................................................................... 32
4.3 Áreas Protegidas, Rede Natura 2000 (ZPE + ZEC) e Regime Florestal ............................................. 36
4.3.1 Áreas Protegidas ...................................................................................................................... 36 4.3.2 Rede Natura ............................................................................................................................. 36 4.3.3 Regime Florestal ...................................................................................................................... 37
4.4 Instrumentos de Gestão Florestal .................................................................................................... 40
4.4.1 Zonas de Intervenção Florestal (ZIF) ........................................................................................ 41 4.4.2 Áreas geridas pelas empresas de celulose ............................................................................... 42
4.5. Zonas de recreio florestal, caça e pesca ......................................................................................... 43
4.5.1 Atividades Recreativas e de lazer ............................................................................................. 43 4.5.2. Zonas de Caça ......................................................................................................................... 44 4.5.3 Zonas de Pesca ......................................................................................................................... 45 4.5.4 Silvopastorícia .......................................................................................................................... 46 4.5.5. Património e Equipamentos em espaço florestal ................................................................... 48
4.6 Romarias e Festas ............................................................................................................................ 49
5. Análise do histórico e da causalidade dos incêndios florestais .............................................................. 51
5.1. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição anual ................................................................... 51
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5.2. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição mensal ................................................................. 55
5.3. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição semanal ............................................................... 56
5.4. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição diária ................................................................... 56
5.4. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição diária ................................................................... 57
5.5. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição horária ................................................................. 58
5.6. Área ardida em espaços florestais .................................................................................................. 59
5.7. Área ardida e n.º de ocorrências por classes de extensão .............................................................. 60
5.8. Pontos de início e causas ................................................................................................................ 61
5.9. Fontes de alerta .............................................................................................................................. 65
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1. Caracterização física
1.1. Enquadramento Geográfico do Concelho
O concelho de Ponte de Lima localiza-se no distrito de Viana do Castelo, ocupando uma área de
320,25Km2, o que representa cerca de 14,43% da área total deste distrito. Pertence ainda à NUTS de
nível III “Minho-Lima”, assumindo uma centralidade estratégica neste território. Juntamente com os
restantes Concelhos do Distrito (Arcos de Valdevez, Caminha, Monção, Melgaço, Paredes de Coura,
Ponte da Barca, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira) constitui o território da CIM Alto
Minho. Em termos florestais pertence à Unidade de Gestão Florestal do Minho, e à Direção Regional de
Florestas do Norte.
Geograficamente, posiciona-se entre as latitudes 41º 37’ e 41º 52’ Norte, e as longitudes 8º 28’ e 8º 42’
W, sendo delimitado a Norte pelos Concelhos de Paredes de Coura e Vila Nova de Cerveira; a Sul pelo
Concelho de Barcelos; a Nascente pelos concelhos de Vila Verde, Ponte da Barca e parte de Arcos de
Valdevez e a Poente pelos concelhos de Viana do Castelo e Caminha. Toda a área de fronteira é
predominantemente florestal pelo que o problema dos incêndios é transversal ao território. O concelho
é constituído por 51 freguesias.
Figura 1 – Mapa do Enquadramento Geográfico do Concelho de Ponte de Lima
Quadro 1 - Freguesias do Concelho de Ponte de Lima e respectivas áreas.
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FREGUESIA Área Total (ha)
Anais 806,30
Arca 226,33
Arcozelo 1207,57
Ardegão 298,85
Bárrio 539,25
Beiral do Lima 731,52
Bertiandos 226,68
Boalhosa 218,70
Brandara 257,69
Cabaços 596,27
Cabração 1729,57
Calheiros 849,93
Calvelo 526,42
Cepões 431,98
Correlhã 865,54
Estorãos 1620,94
Facha 1530,77
Feitosa 269,38
Fojo Lobal 330,28
Fontão 482,54
Fornelos 1066,78
Freixo 514,91
Friastelas 391,99
Gaifar 228,67
Gandra 348,54
Gemieira 424,86
Gondufe 557,40
Labruja 1456,46
Labrujó 435,66
Mato 257,99
Moreira do Lima 1004,45
Navió 170,40
Poiares 744,01
Ponte de Lima 174,27
Queijada 234,36
Rebordões (Santa Maria) 707,30
Rebordões (Souto) 740,94
Refóios do Lima 1644,73
Rendufe 371,70
Ribeira 877,17
Sá 279,82
Sandiães 331,37
Santa Comba 149,91
Santa Cruz do Lima 223,34
S. Pedro de Arcos 1505,32
Seara 363,47
Serdedelo 651,24
Vilar das Almas 467,29
Vilar do Monte 318,19
Vitorino das Donas 446,53
Vitorino dos Piães 1189,91
Total 32025,46
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0,20%1,18%1,57%
4,31%
6,61%
11,84%
16,60%
26,54%
31,14%
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
0 -
100
100 -
200
200 -
300
300 -
400
400 -
500
500 -
600
600 -
700
700 -
800
800 -
900
Classes de altimetria (m)
Áre
a (
ha)
1.2. Hipsometria
O concelho de Ponte de Lima apresenta uma diferença de altitude de cerca de 800 m, desde o ponto
mais baixo relativo ao rio Lima (10 m), até ao ponto mais alto situado entre Penedos do Castelo e o Alto
do Cabeço, com cerca de 840 m.
Os valores de altitude apresentam uma estreita relação com a bacia hidrográfica, aumentando desde as
principais linhas de água até às cumeadas dos montes mais altos. As altitudes mais baixas (0 -100 m) e
que correspondem a superfícies pouco irregulares, encontram-se ao longo das principais linhas de água
representando 31,14% do território concelhio, seguidas da classe dos 100 – 200 m com 26,54%. As
altitudes elevadas (> 600 m) representam apenas 2,95% da área total e correspondem às zonas mais
afastadas dos cursos de água.
Assim, do ponto de vista natural e tendo em consideração o enquadramento desta região, pode-se
considerar que o concelho apresenta três zonas distintas:
a) A zona de várzea, na depressão fluvial, com cotas inferiores a 200 m;
b) A zona de meia encosta, entre os 200 m e os 500 m, com relevos pouco acentuados e de transição
para a montanha;
c) A zona de montanha média, acima dos 500 m, que tem pouca expressão na margem esquerda do
rio Lima, adquirindo maior importância a Norte e Nordeste.
Gráfico 1 - Distribuição das classes hipsométricas (ha e %) para o concelho de Ponte de Lima.
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Figura 2 – Mapa hipsométrico do Concelho de Ponte de Lima
1.3. Declive
No que se refere ao declive, 25,42% da área apresenta declives entre 0-5%, correspondendo a zonas
junto ao Rio Lima, as quais apresentam condições favoráveis para o desenvolvimento da atividade
agrícola, e que na generalidade se encontram ocupadas por esta. As classes entre os 5 -15 e os 15-25%
representam respectivamente 18,57 e 19,06% da área total, pelo que podemos concluir que 63,05% da
área total apresenta valores inferiores a 25%.
As áreas com declives entre 25-40% ocupam 23,37% do território o que, juntamente com o facto de os
declives superiores a 40% representarem ainda cerca de 13,58% do concelho, sublinha o carácter
íngreme das áreas montanhosas.
Nestas áreas, onde os declives são mais acentuados, a velocidade de propagação dos incêndios é maior
devido ao pré-aquecimento dos combustíveis, pelo que é de esperar incêndios de maiores dimensões.
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Gráfico 2 – Distribuição das classes de declives (ha e %) no concelho de Ponte de Lima
13,58%
23,37%
19,06%18,57%
25,42%
0
2000
4000
6000
8000
10000
0 -
5
5-1
5
15
-25
25
-40
> 4
0
Classes de declive (%)
Áre
a (
ha)
Figura 3 – Mapa de Declives
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1.4. Exposição
A exposição de um terreno corresponde à sua orientação geográfica, variando a radiação solar recebida
com as diferentes exposições. Exposições solares diferentes geram microclimas também diferentes, ao
nível do conforto bioclimático, o que determina a existência ou predominância de algumas espécies
vegetais. No hemisfério Norte, as vertentes expostas a Sul são as que recebem maior quantidade de
radiação ao longo do ano, enquanto que as vertentes expostas a Norte apresentam valores mais baixos
de radiação recebida, tornando-as um pouco desconfortáveis, pois apresentam-se mais frias. Em relação
às exposições viradas a Poente e a Nascente, pode dizer-se que estas apresentam quantidades de
radiação intermédia. A Poente, os valores da temperatura do ar são normalmente superiores aos das
vertentes viradas a Nascente, devido ao gradual e acumulado aquecimento das massas de ar durante
todo o período de radiação ativa. Nestas zonas mais expostas e mais quentes, os combustíveis secam
mais rapidamente, pelo que a predisposição para a ocorrência e propagação dos incêndios é maior.
Pela observação do gráfico seguinte podemos verificar que as áreas expostas a Oeste e as suas
colaterais abrangem 31% do Concelho, e as zonas expostas a Norte (Zonas mais frias) ocupam apenas
19%.
Gráfico 3 – Distribuição das exposições solares (ha e %) no concelho de Ponte de Lima
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Figura 4 – Exposições solares
1.5. Hidrografia
O Concelho de Ponte de Lima está na sua quase totalidade inserido na bacia hidrográfica do rio Lima,
sendo a sua estrutura física decorrente deste facto fundamental. A bacia hidrográfica do rio Lima tem
uma superfície aproximada de 2.450 km2, dos quais cerca de 1.140 km
2 (46,5%) em território português.
Os principais cursos de água que atravessam o Concelho são: Rio Lima, rio Neiva, rio Mestre, rio
Estorãos, rio Labruja e rio Trovela.
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Figura 5 – Mapa hidrográfico
O rio Lima nasce em Espanha, na Serra de S. Mamede, a cerca de 950m de altitude. Tem cerca de 108km
de extensão e desagua no Oceano Atlântico, na cidade de Viana do Castelo.
Segundo o Plano de Bacia Hidrográfica do Rio Lima (PBH), este é composto por três troços distintos
tendo em conta o tipo de relevo associado ao vale. O primeiro, que vai desde a fronteira até Ponte da
Barca, o segundo que vai de Ponte da Barca até perto de Ponde de Lima e por fim o troço
tradicionalmente designado como “Ribeira Lima”, que vai até à Foz, em Viana do Castelo.
O rio Neiva, com cerca de 45km de extensão, nasce no cimo da Serra de Oural no Concelho de Ponte de
Lima, a 700m de altitude, confrontando a sua cabeceira com os limites das bacias hidrográficas do rio
Lima e rio Cávado e desagua em Castelo de Neiva.
A bacia hidrográfica do Neiva caracteriza-se por uma qualidade paisagística geral média a reduzida,
revelando trechos de qualidade elevada maioritariamente afectos ao fundo do vale, nas suas margens
(PBH).
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1.6 Solos e Aptidão da Terra
Ao longo das margens do Rio Lima, os solos são extraordinariamente férteis, o que torna a terra num
dos principais recursos naturais da região. Também o subsolo é igualmente rico, quer pela diversidade
de minerais existentes, nomeadamente areias, cascalheira, granitos, xistos, grauveques e xistos
metamórficos, quer pelo considerável número de fontes exploráveis de águas minero-medicinais. De um
modo geral, os solos da região do Vale do Lima são insaturados, isto é, apresentam valores de pH
menores do que 5,5 e elevados teores de matéria orgânica sobretudo nas áreas de pluviosidade mais
elevada.
O Concelho de Ponte de Lima apresenta duas grandes manchas de granitos e afins, localizadas a
Sudoeste e a Noroeste da Bacia Hidrográfica e que abrangem aproximadamente 53 % do território,
encontrando-se separadas por uma zona de xistos diversos e de rochas afins. Nas proximidades do rio
Lima surgem aluviões recentes que abrangem 7% da área do Concelho.
Gráfico 4 – Distribuição das formações litológicas (ha e %) no concelho de Ponte de Lima
0,29%0,03%0,65%
38,50%
1,20%
52,77%
0,00%
6,56%
0
5000
10000
15000
20000
a d g t x Água Praia Urbano
Formações litológicas
Áre
a (
ha
)
Com base na informação da Carta dos Solos e Carta da Aptidão da Terra de Entre Douro e Minho
(DRAEDM), verifica-se que existe uma grande variedade de tipos de solos, predominando os regossolos
úmbricos que ocupam 42% da área do Concelho, seguindo-se aproximadamente 35% da área ocupada
predominantemente por antrossolos cumúlicos, destacando-se os que tem como material originário
granitos e rochas afins.
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Segundo a Carta de Solos, os regossolos são resumidamente solos de materiais não consolidados, com
exclusão de materiais com textura grosseira ou com propriedades flúvicas. Este tipo de solos estão
geralmente associados a declives superiores a 15% e a altitudes médias e altas.
Os antrossolos correspondem à generalidade dos solos dos terraços ou socalcos, em áreas cultivadas
(terraceadas ou não), que foram sujeitas a lavouras profundas, subsolagens ou surribas, que têm
promovido a mistura de horizontes preexistentes, predominando estes solos a Sul do rio Lima. Os
antrossolos têm importância na região sendo, depois dos regossolos, os mais representativos.
Genericamente e em igualdade de circunstâncias, pode dizer-se que os leptossolos são aqueles que
apresentam maior susceptibilidade para a erosão hídrica, que apresentam menor capacidade de
armazenamento e de retenção de água e com uma maior capacidade de gerar escoamento, devido
principalmente à sua menor espessura útil, à sua granulometria, baixo teor de matéria orgânica,
estrutura e permeabilidade do perfil. No lado oposto temos os fluvissolos, que apresentam uma
susceptibilidade para a erosão hídrica reduzida, maior capacidade de armazenamento e de retenção de
água e menor capacidade de gerar escoamento. (PBH)
Gráfico 5 – Distribuição das unidades pedológicas dominantes (ha e %) no concelho de Ponte de Lima
0,00% 0,00% 0,00% 0,65%0,03%0,29%
30,82%
11,19%
0,61%1,13%
12,48%
6,56%
1,00%
14,83%
0,20%
20,21%
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
AT
cd.d
AT
cd.g
AT
cd.t
AT
cd.x
CM
ux.t
FLdm
LP
u.x
LP
u.g
RG
do.c
d
RG
do.c
g
RG
ul.x
RG
uo.d
RG
uo.g
Urb
ano
Pra
ia
Água
Unidades pedológicas dominantes
Áre
a (
ha)
No que respeita às formas de relevo, predominam as superfícies onduladas a muito onduladas (o),
ocupando aproximadamente 32% da área do Concelho, com declives entre os 15 e os 30%. Ocupando
uma área bastante significativa, aparecem as superfícies de relevo ondulado suave a ondulado em vales
(s), ocupando aproximadamente 29% da área do Concelho. Estas superfícies estão geralmente
associadas a declives inferiores a 15% e a altitudes intermédias. Em relação às superfícies com relevo
muito ondulado ou acidentado (m), com a mesma representatividade que as anteriores, encontram-se
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normalmente associadas a declives superiores a 25%, a altitudes elevadas e a solos com grande
quantidade de afloramentos rochosos.
Gráfico 6 - Distribuição das unidades fisiográficas básicas (ha e %) no concelho de Ponte de Lima
0,29%0,03%0,65%
29,05%
32,29%
29,40%
1,12%0,61%
6,56%
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
a c p s o m Água Praia Urbano
Unidades fisiográficas básicas
Áre
a (
ha)
Em relação à aptidão do solo e desagregando por classes, verifica-se que a classe mais representativa é
a classe em que não existe aptidão agrícola (A0) e a aptidão florestal e/ou silvo-pastoril (F3) é reduzida.
Esta situação está associada às zonas de elevada altitude e com declives acentuados as quais ocorrem
sobretudo na Zona Norte do Concelho.
A área que em seguida tem maior representatividade é a que tem uma aptidão para a horticultura
intensiva e uma aptidão florestal elevada (A2F1), baseada em espécies de rápido crescimento. Esta área
incide mais em zonas de baixa altitude, com declives pouco expressivos, mais próximo dos cursos de
água.
No que se refere à aptidão do solo, pode ainda dizer-se que a floresta desempenha neste concelho uma
importância considerável, estimando-se que aproximadamente 57% da sua área apresenta uma aptidão
de moderada a elevada neste domínio, o que é significativo quando comparada com a aptidão para uso
agrícola considerada de moderada a elevada apenas em aproximadamente 36,35% da área total.
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Gráfico 7 - Distribuição das classes de aptidão do solo (ha e %) no concelho de Ponte de Lima
0,00% 0,29%0,03%0,65%
6,38%
0,25%1,24%
27,59%
6,56%
0,96%
40,39%
14,07%
1,13%
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
A0F
0
A0F
2
A0F
3
A1F
1
A1F
2
A2F
1
A2F
1,A
0F
3
A2F
2
A3F
1
A3F
2
Água
Pra
ia
Urb
ano
Classes de aptidão
Áre
a (
ha)
A perda de solo pode ser calculada numericamente pela equação universal da perda de solo e nela
entram vários factores como: o coberto vegetal, o tipo de solo, o clima, a topografia e a ação humana.
Para a determinação dos graus de qualidade de risco de erosão, neste caso (Carta de Solos e Carta da
Aptidão da terra de Entre Douro e Minho), não se consideram nem o coberto vegetal, nem a ação
humana, por não serem características fixas, e também o comprimento das encostas assim como a
erosão provocada pela chuva. Para estas condições o risco de erosão do solo expressou-se através de
um coeficiente obtido a partir da erodibilidade do solo e do declive médio das encostas.
No concelho encontram-se vários graus de risco de erosão, apresentando contudo duas situações
extremas. Aproximadamente 42% do território apresenta solos com risco de erosão nulo ou muito baixo
(1). Estas áreas estão associadas a zonas de baixa altitude e com declives muito suaves ou mesmo
planas, não havendo limitações de uso nem necessidade de adopção de práticas de defesa. Por outro
lado, aproximadamente 41% da área do Concelho, apresenta solos com risco de erosão elevado (4),
associados a altitudes mais elevadas e a zonas de declives acentuados. Estas áreas correspondem a solos
sem aptidão para a agricultura e com aptidão marginal em termos de exploração florestal e /ou silvo-
pastoril. Este valor juntamente com as áreas onde o risco de erosão é alto (3), faz com que
aproximadamente 55% dos solos do Concelho tenham um risco de erosão acima destas classes, sendo
valores preocupantes.
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Gráfico 8 - Distribuição do grau de risco de erosão (ha e %) no concelho de Ponte de Lima
0,00% 0,29%0,03%0,65%
40,66%
14,71%
0,47%1,24%
41,94%
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
1 1,3 2 3 4 5 Água Praia Urbano
Graus de risco de erosão
Áre
a (
ha)
2. Caracterização climática
2.1 Clima
O clima é um factor essencial na definição das condições ecológicas de cada região, condicionando o
desenvolvimento das diversas atividades.
Segundo a carta de Solos e Aptidão da Terra da direção Regional de Agricultura do Entre Douro e Minho
(DRAEDM), o tipo de zonas climáticas predominantes no concelho de Ponte de Lima é o da Terra
Temperada Quente Atlântica (Qa) -49,17%, que se situam entre os 250 os 400 metros de altitude. Esta
zona climática apresenta valores de temperatura média anual entre os 14 e os 16º C e a temperatura
média do mês mais quente inferior a 20º C. Nesta zona os valores de precipitação variam entre os 1600
mm e os 2000 mm.
A Terra Temperada Quente Litoral (QI) predomina em zonas com altitudes inferiores a 250 metros,
encontrando-se associada às zonas localizadas junto dos principais cursos de água, e ocupando 33,81%
do território concelhio. Esta zona pode apresentar uma considerável amplitude nos valores de
precipitação, que variam entre um mínimo de 1200mm e um máximo de 2400mm.
Com uma altitude mais elevada encontram-se as Terras de Transição (T), situando-se estas entre as
terras temperadas quentes e as terras temperadas frias. Estas apresentam valores de precipitação que
podem variar entre os 1200mm e os 2400mm, situando-se em altitudes relativamente elevadas, entre
400 e 700m. No Concelho ocupam 15,64% da área.
A área da zona Terra Temperada Fria (F) não é significativa, ocupando apenas 1,38% da área do
Concelho. Esta zona está a uma altitude bastante considerável (entre 600 e 1000m), sendo a que
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apresenta temperaturas mais baixas relativamente ao restante concelho, oscilando a temperatura
média anual entre 10,5 e 12,5ºC.
Gráfico 9 - Distribuição das zonas climáticas (ha e %) no concelho de Ponte de Lima
1,54%
14,10%
0,00%0,43%
8,24%
25,14%
45,17%
4,00%
0,00%0,23%1,14%
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
F1 F2 F3 Qa2 Qa3 QI2 QI3 QI4 T1 T2 T3
Zonas climáticas
Áre
a (
ha)
Quanto aos índices de insolação, grande parte do Concelho de Ponte de Lima (83,82%) apresenta índices
de insolação médios e altos, referindo-se os últimos a áreas planas ou com declives pouco acentuados,
associados geralmente a altitudes inferiores a 200 metros. É de realçar que apenas 7,26% da área do
concelho se encontra abaixo da classe considerada média, correspondendo às encostas voltadas a Norte
e com declives inferiores a 25%.
Em suma, este é um concelho em que os níveis de insolação permitem às espécies vegetal e animal, um
conforto considerável, visto que a radiação solar é de extrema importância para o seu desenvolvimento,
mas principalmente para o crescimento vegetal, contribuindo diretamente para o ritmo e processo da
fotossíntese.
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Município de Ponte de Lima 18
Gráfico 10 – Distribuição das classes de insolação (ha e %) no concelho de Ponte de Lima
2,54%4,72%
8,92%
45,35%
38,47%
0
5000
10000
15000
20000
Muito Baixo Baixo Médio Alto Muito Alto
Classes de Insolação
Áre
a (
ha)
2.2 Rede Climatológica
No Concelho de Ponte de Lima existem quatro estações Udográficas, sendo geridas pelo Instituto
Nacional da água. Estas estações não medem parâmetros como a temperatura e a humidade, pelo que
para esta caracterização tivemos que recorrer a estações localizadas em Concelhos vizinhos. No seguinte
quadro podemos observar alguns dados relativos a estas estações Udográficas.
Quadro 2 – Rede climatológica do Concelho de Ponte de Lima
CÓDIGO
NOME LAT. LONG. ALT. BACIA ENTIDADE
RESP. TIPO ESTAÇÃO ENTRADA FUNC
03G/05UG BOALHOSA 41.733.506 -8.477.285 567 LIMA/NEIVA INAG UDOGRÁFICA 27-05-2003
03F/05UG CALVELO 41.679.059 -8.545.063 179 LIMA/NEIVA INAG UDOGRÁFICA 25-03-2003
03F/04UG MOREIRA DO LIMA 41.786.837 -8.630.067 44 LIMA/NEIVA INAG UDOGRÁFICA 27-05-2003
03F/01G PONTE DE LIMA 41.768.226 -8.595.899 18 LIMA/NEIVA INAG UDOGRÁFICA 21-01-2003
2.3 Temperatura do ar
Uma vez que as estações Udográficas não permitem a recolha de dados de temperatura, utilizamos os
da Estação meteorológica mais próxima, que é a de Valinha, localizada no Concelho de Monção.
Contudo, os dados disponíveis referem-se ao período compreendido entre 1989 e 1998.
Pela análise do gráfico, verificamos que os meses de Julho e Agosto são os que apresentam
temperaturas mais elevadas, variando entre os 16 e os 30º C, pelo que neste período, normalmente
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Município de Ponte de Lima 19
designado período crítico, são adotadas várias medidas preventivas, tais como a proibição do uso do
fogo. Nestes meses devem também ser intensificadas as ações de vigilância e fiscalização das áreas
florestais. Contudo a partir do Mês de Maio e até Outubro, as condições meteorológicas devem ser
acompanhadas, uma vez que Maio e Outubro apresentam temperaturas médias à volta dos 17ºC e
máximas de 21 a 22, e Junho e Setembro, médias de 20 e máximas de 25ºC, pelo que durante estes
meses e sobretudo nas horas de mais calor devem ser adoptadas determinadas medidas, devendo ser
evitadas a realização de queimas e queimadas. Nos últimos anos tem-se verificado uma grande
alteração das condições metereológicas, pelo que temos assistido a meses de Janeiro, Fevereiro e
Março, com valores muito baixos de precipitação e meses de Julho e Agosto com temperaturas mais
amenas e muitos dias de chuva. Face a esta situação, cuja tendência é agravar-se, é necessário um
acompanhamento muito próximo da população, uma vez que nos meses de Inverno, para além de não
haver proibições relativamente ao uso do fogo, não há disponibilidade de meios afectos à Defesa da
Floresta Contra Incêndios que existe no Verão.
Gráfico 11 - Variação Mensal da Temperatura mínima, média e máxima no período entre 1989-1998.
Temperatura Mensal
Média das Min, Méd e Máx entre 1989 - 1998
0
5
10
15
20
25
30
35
40(Cº)
Méd.Min. 5,02 5,97 7,6 7,92 11,3 13,41 16,35 16,06 13,61 11,35 8,34 6,61
Méd.Méd. 9,12 10,76 13,53 13,49 16,99 19,52 23,22 22,87 19,55 16,15 12,28 10,15
Méd.Máx. 13,24 15,48 19,44 19,05 22,66 25,63 30,03 30,26 25,53 20,94 16,16 13,72
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
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Município de Ponte de Lima 20
Figura 6 -Temperatura média anual
2.4 Humidade relativa do ar
Tal como aconteceu com a temperatura também os dados referentes à humidade foram obtidos através
da Estação meteorológica de Valinha, no Concelho de Monção.
Pela análise do gráfico, podemos verificar que os valores mais baixos de humidade se registam nos
meses de Junho, Julho e Agosto, começando a aumentar a partir do mês de Setembro. Assim
conjugando estes valores com os da temperatura verificamos que o período com condições mais
favoráveis para a ocorrência de incêndios florestais, com temperaturas elevadas e pouca humidade
compreende os meses de Junho, Julho, Agosto e Setembro. Contudo é importante referir que em cada
ano, estes parâmetros devem ser analisados, pois com as alterações climáticas verificadas nos últimos
anos este período pode ser alterado.
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Gráfico 12 – Variação Mensal da Humidade Relativa no período entre 1989-1998.
Humidade Relativa Mensal às 9 hrs
Média entre 1989-1998
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
(%)
Humidade relativa 84,4 82,7 74,4 75,8 72,8 71,2 69,8 70,3 77,6 83,3 88,5 85,6
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
2.5 Precipitação
Os dados relativos a este parâmetro foram obtidos a partir da Estação Udográfica de Ponte de Lima,
para o período compreendido entre 1995 e 2005.
Pela análise do gráfico verifica-se que os meses de Julho e Agosto são os que registam valores mais
baixos de precipitação e os Meses de Outubro, Novembro, Dezembro, Janeiro e Fevereiro os valores
mais elevados. A partir de Março, e com a entrada da Primavera estes valores começam a diminuir. Em
relação ao ano de 2005, registaram-se valores muito baixos de precipitação durante o ano, com exceção
dos meses de Março e Outubro.
Os meses onde se registam valores mais baixos de precipitação coincidem com os meses de Verão, onde
a humidade do ar é menor e as temperaturas são mais elevadas. Com a ausência de precipitação os
combustíveis ficam mais secos, pela que a probabilidade de existirem ocorrências é maior e a sua
propagação é mais fácil.
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Município de Ponte de Lima 22
Gráfico 13 – Variação da Precipitação mensal no Concelho de Ponte de Lima entre 1995-2004 e Média 2005
Precipitação Mensal no Concelho de Ponte de Lima
Média, Máx e Min entre 1995-2004 e Média 2005
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
550
600
650
700
750
800
(mm)
Méd.Máx. 591,3 588,5 636,6 346,9 326,5 265,0 91,0 137,4 311,9 576,4 580,0 758,0
Méd.Méd. 228,0 200,0 161,0 122,0 124,0 58,0 26,0 38,0 90,0 168,0 204,0 231,0
Méd.Mí n. 2,2 6,9 0,0 24,4 1,2 0,0 0,0 0,0 2,0 2,3 0,0 23,8
Méd.2005 56,1 17,8 137,9 79,2 65,4 28,2 27,8 1,4 39,2 278,1 69,1 115,3
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
2.6 Vento
O Vento é um parâmetro com grande influência sobre o comportamento dos incêndios, uma vez que a
sua força e direção atuam sobre o fogo. Por exemplo em locais planos, sem influência do declive e da
exposição o incêndio adota um perímetro alongado na direção do vento, e é necessário ter atenção às
faúlhas que podem produzir focos secundários.
3. Caracterização da população
3.1. Demografia
A caracterização socio-económica do concelho de Ponte de Lima foi realizada utilizando por base a
informação disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), referente aos dados
comparativos dos Recenseamentos Gerais da População 1991, 2001 e 2011.
Segundo os resultados dos censos 2011, o concelho de Ponte de Lima tem 43498 habitantes, o que
corresponde a uma densidade populacional de 136 hab/km2. Na década de 90 o concelho apresentou
uma variação demográfica positiva, verificando-se um aumento de cerca de 2,1% da população
residente, o que embora não seja muito significativo, assume relativa importância para a região,
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 23
invertendo-se esta situação entre 2001 e 2011, verificando-se neste período um decréscimo de 1,9 %.
Estas variações podem ser explicadas pelas taxas de natalidade e de mortalidade.
.
Figura 7- Mapa da população residente e densidade populacional
Nota-se alguma tendência para o envelhecimento da população devido à redução do número de
habitantes mais jovens e ao aumento da população mais idosa. Existe ainda um factor positivo em
relação ao saldo da classe etária que vai dos 25 aos 64 anos, representando a maioria da população
ativa do concelho. No que respeita às idades até aos 25 anos nota-se uma diminuição muito significativa
(-42%), valor este que pode ser explicado pela diminuição da taxa de natalidade nos últimos anos. Se
esta tendência não se inverter a longo prazo teremos um Concelho com uma população cada vez mais
idosa.
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Município de Ponte de Lima 24
Quadro 3 - Evolução da população residente no concelho de Ponte de Lima, por classe etária (1991-2001)
Classe Etária (n.º habitantes)
Ano < 14 15 a 24 25 a 64 ≥ 65 Total
1991 10219 7977 19026 6199 43421
2001 8019 6941 21875 7508 44343
Evolução -21,53% -12,99% 14,97% 21,12% 2,12%
2001 8019 6941 21875 7508 44343
2011 6736 5132 23010 8620 43498
Evolução -16% -26% 5,2% 14,8% -1,9%
Figura 8- Mapa do índice de envelhecimento
Em relação à evolução dos níveis de instrução da população residente no concelho e uma vez que esta
variável é considerada como factor decisivo na capacidade competitiva das regiões, verifica-se que
ocorreram algumas melhorias, expressas pelo aumento da população com os diferentes níveis de
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Município de Ponte de Lima 25
ensino, sobretudo o secundário (102,35%) e o superior (244,63%). O número de habitantes sem nenhum
nível de ensino diminuiu (24,68%), no entanto, a taxa de analfabetismo é ainda significativa 12% (INE,
2002).
Quadro 4 - Evolução da população residente no concelho de Ponte de Lima (1991-2011), relativamente ao nível de ensino
Nível de Ensino (n.º de habitantes)
Ano S/ nenhum Pré-escolar 1º Ciclo 2º e 3º Ciclo Secundário Superior Total
1991 8733 476 21419 10258 1874 661 43421
2001 6578 806 17569 13320 3792 2278 44343
Variação -24,68 69,33 -17,97 29,85 102,35 244,63
2011 9816 NA 11823 14621 4399 2596 43498
Variação 49,2 -32,70 9,77 16 13,96
Figura 9 - Mapa da taxa de analfabetismo
No que se refere à distribuição da população por sectores de atividade verifica-se que o sector primário
é o menos significativo e os sectores secundário e terciário são os principais empregadores no concelho.
Segundo dados do INE, o sector terciário apresenta uma evolução superior na última década, que
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 26
poderá dever-se ao desenvolvimento de atividades relacionadas com o turismo. Neste sector é
predominante o peso relativo do comércio por grosso e retalho, o emprego na administração pública,
educação e serviços de apoio à colectividade, o emprego na hotelaria e restauração, as atividades
imobiliárias e serviços prestados às empresas.
Quadro 5 - População residente no concelho de Ponte de Lima, por Freguesia e por sector de atividade (2011)
Local de residência (à data dos Censos 2011)
População empregada (N.º) por Local de residência (à data dos Censos 2011), Sexo, Sector de actividade económica e Situação na profissão; Decenal
Sector de actividade económica
Total Sector primário
Sector secundário
Sector terciário (social)
Sector terciário (económico)
Anais 388 17 186 63 122
Arca 392 6 85 172 129
Arcos 229 15 89 62 63
Arcozelo 1.484 27 606 372 479
Ardegão 79 7 40 13 19
Bárrio 116 2 50 26 38
Beiral do Lima 172 16 81 34 41
Bertiandos 164 6 63 48 47
Boalhosa 45 20 13 2 10
Brandara 179 8 85 40 46
Cabaços 230 15 130 37 48
Cabração 20 0 7 6 7
Calheiros 375 18 195 61 101
Calvelo 248 33 111 35 69
Cepões 232 7 96 51 78
Correlhã 1.157 55 467 247 388
Estorãos 108 6 34 32 36
Facha 604 13 400 85 106
Feitosa 674 18 213 179 264
Fojo Lobal 86 3 56 7 20
Fontão 474 18 189 102 165
Fornelos 644 28 305 115 196
Freixo 450 14 195 107 134
Friastelas 146 11 77 23 35
Gaifar 82 9 42 8 23
Gandra 405 15 180 91 119
Gemieira 208 20 104 25 59
Gondufe 149 15 73 23 38
Labruja 167 13 70 29 55
Labrujó 44 5 20 7 12
Mato 112 6 50 13 43
Moreira do Lima 307 30 131 64 82
Navió 80 2 54 9 15
Poiares 316 37 148 60 71
Ponte de Lima 1.184 7 229 515 433
Queijada 97 0 43 11 43
Refóios do Lima 716 42 340 163 171
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 27
Rendufe 53 7 18 11 17
Ribeira 778 19 260 200 299
Sá 161 15 57 35 54
Sandiães 154 5 63 21 65
Santa Comba 274 3 91 76 104
Santa Cruz do Lima 174 3 82 44 45
Rebordões (Santa Maria) 432 18 240 61 113
Seara 309 11 163 50 85
Serdedelo 122 10 81 10 21
Rebordões (Souto) 424 21 249 67 87
Vilar das Almas 95 11 49 10 25
Vilar do Monte 27 5 11 3 8
Vitorino das Donas 435 15 214 87 119
Vitorino dos Piães 543 13 320 98 112
Total 16.544 720 7.155 3.710 4.959
Gráfico 14 – População por sector de atividade 2011
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 28
Figura 10- População por sector de atividade (%)
3.2. Enquadramento do sector agrário
O concelho apresenta uma agricultura baseada em sistemas de produção de policultura, de
características familiares e de pequena dimensão. Contudo, as atividades que contribuem com a maior
parte das receitas das explorações são a pecuária (bovino, leite) e a vitivinícola. Os cereais, sobretudo o
milho, constituem uma atividade tradicional na região, sendo utilizados para auto-consumo e vendidos
os excedentes (PDAR, 1991).
No período de 1989 a 1999 verificou-se uma diminuição do número de explorações agrícolas e de
produtores (aproximadamente 36%), acompanhada de uma redução da superfície agrícola útil (SAU) de
cerca de 15% (INE, 2001). Esta redução poderá ser explicada por vários factores, dos quais se destacam
a dificuldade de rentabilizar as pequenas estruturas produtivas, as maiores alternativas de emprego
noutros sectores de atividade, o envelhecimento populacional e a ausência/insuficiência de
infraestruturas sócio-educativas nas zonas de carácter mais rural. No entanto, a dimensão média das
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 29
explorações duplicou, o que pode ser explicado pelo facto da diminuição verificada na SAU e no número
de produtores não ocorrer na mesma proporção.
O número de produtores diminuiu em todas as classes etárias sendo, no entanto, mais notória nas
classes mais jovens, dos 15 aos 24 e dos 25 aos 64 anos de idades, verificando-se uma redução de
86,67% e 40,7%, respectivamente. Esta diminuição poderá dever-se ao facto do concelho apresentar
novas oportunidades, nomeadamente no que se refere ao sector secundário e terciário e também pelos
factores condicionantes referidos anteriormente.
O envelhecimento dos produtores associado ao baixo grau de instrução tem dificultado a já referida
renovação destes e a melhoria tecnológica da produção agrícola. No entanto é de referir que, neste
concelho, se verificou uma melhoria no nível de ensino alcançado pelos agricultores.
Quadro 6 - Estrutura agrária (1989 – 1999) do concelho de Ponte de Lima
Ano SAU (ha) Explorações (n.º)
1989 12594 5764
1999 10734 3713
Variação (%) -14,77 -36,00
Fonte: INE (2001)
Em Ponte de Lima é visível a diminuição em todas as classes etárias do número de produtores na década
89/99, evidenciando-se esta diminuição nas classes etárias mais jovens.
Quadro 7 - Evolução do número de produtores por classe etária no concelho de Ponte de Lima
Classe etária (n.º habitantes)
Ano 15 a 24 25 a 64 ≥ 65 Total
1989 75 4479 1172 5726
1999 10 2656 1007 3673
Variação (%) -86,67 -40,70 -14,08 -35,85
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 30
4. Caracterização do uso do solo
4.1. Uso e Ocupação do Solo
Segundo dados sobre a ocupação do solo do ano 2007 (COS2007, IGP), 60,81% da área do concelho é
ocupada por Espaços florestais (19.473ha), considerando-se que são compostos por áreas arborizadas e
incultos. Todas as freguesias do concelho contêm área florestal e em 30 delas esta ocupação
corresponde a mais de metade da sua área total. A seguir, a superfície agrícola é que ocupa maior área
(9.321ha), seguindo-se o solo urbano (2.748ha).
Quadro 8 – Uso e Ocupação do solo
Freguesia Área Total (ha) Agrícola Sup água Urbano Improdutivos Incultos Floresta
% área florestal
Anais 806,3 243,87 93,10 148,16 321,17 39,83
Arca 226,33 64,75 49,41 25,52 86,66 38,29
Arcozelo 1207,57 339,16 16,33 278,11 346,36 227,60 18,85
Ardegão 298,85 86,58 25,19 21,13 165,94 55,53
Bárrio 539,25 92,52 6,36 256,96 183,42 34,01
Beiral do Lima 731,52 253,50 38,82 225,78 213,43 29,18
Bertiandos 226,68 90,87 14,29 19,44 12,91 89,17 39,34
Boalhosa 218,7 56,85 15,88 101,23 44,74 20,46
Brandara 257,69 119,10 2,45 42,33 41,31 52,50 20,37
Cabaços 596,27 195,10 55,19 35,56 310,43 52,06
Cabração 1729,57 31,17 10,30 977,88 710,21 41,06
Calheiros 849,93 287,81 43,98 257,62 260,52 30,65
Calvelo 526,42 262,82 39,83 44,10 179,67 34,13
Cepões 431,98 123,96 24,94 139,57 143,51 33,22
Correlhã 865,54 510,62 16,87 112,36 43,03 182,66 21,10
Estorãos 1620,94 183,70 47,35 207,62 791,56 390,72 24,10
Facha 1530,77 385,67 1,24 101,30 649,20 393,36 25,70
Feitosa 269,38 88,42 74,83 17,21 88,93 33,01
Fojo Lobal 330,28 103,11 2,82 107,41 116,93 35,40
Fontão 482,54 225,25 19,58 68,77 62,46 106,48 22,07
Fornelos 1066,78 400,20 52,89 94,97 518,71 48,62
Freixo 514,91 203,03 92,03 30,17 189,68 36,84
Friastelas 391,99 169,84 25,87 20,88 175,39 44,74
Gaifar 228,67 104,96 33,93 9,24 80,54 35,22
Gandra 348,54 171,56 4,31 64,99 18,43 89,25 25,61
Gemieira 424,86 213,35 10,03 29,19 93,17 79,12 18,62
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 31
Gondufe 557,4 240,29 7,78 195,47 113,85 20,43
Labruja 1456,46 93,62 35,35 653,63 673,85 46,27
Labrujó 435,66 74,73 5,36 231,00 124,58 28,60
Mato 257,99 148,67 11,75 0,00 97,57 37,82
Moreira do Lima
1004,45 283,24
69,45 178,83 472,93
47,08
Navió 170,4 83,82 1,12 14,36 71,10 41,72
Poiares 744,01 252,11 49,00 112,35 330,56 44,43
Ponte de Lima 174,27 23,68 11,78 92,02 22,48 24,30 13,94
Queijada 234,36 88,28 16,92 30,68 98,48 42,02
Rebordões (Santa Maria)
707,3 194,09
47,97 247,56 217,67
30,78
Rebordões (Souto)
740,94 257,29
102,93 62,87 317,85
42,90
Refóios do Lima
1644,73 551,36
24,05 194,85 448,70 425,76
25,89
Rendufe 371,7 79,89 6,46 216,78 68,57 18,45
Ribeira 877,17 293,54 17,62 129,62 245,91 190,48 21,72
Sá 279,82 114,01 3,23 31,59 13,61 117,38 41,95
Sandiães 331,37 120,97 51,89 19,12 139,39 42,06
Santa Comba 149,91 78,40 12,67 28,29 11,25 19,30 12,87
Santa Cruz do Lima
223,34 115,64
6,28 23,62 8,58 69,21
30,99
S. Pedro de Arcos
1505,32 244,48
8,3 67,78 85,51 529,98 569,27
37,82
Seara 363,47 97,30 46,70 114,22 105,25 28,96
Serdedelo 651,24 127,21 19,78 304,33 199,91 30,70
Vilar das Almas 467,29 180,35 48,48 40,58 197,89 42,35
Vilar do Monte 318,19 52,44 6,18 179,35 80,21 25,21
Vitorino das Donas
446,53 168,90
20,26 86,26 30,91 140,20
31,40
Vitorino dos Piães
1189,91 349,15
117,91 374,97 347,88
29,24
Total 32025,46 9321,26 189,3 2748,24 8859,34 10614,19 33,14
Fonte: COS 2007, IGP
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 32
Figura 11- Mapa de Uso e Ocupação do Solo
4.2. Povoamentos Florestais
4.2.1 Caracterização do Espaço Florestal
No concelho de Ponte de Lima os espaços florestais ocupam cerca de 19473ha, excluindo-se os
improdutivos, segundo os dados de ocupação do solo de 2007, o que representa 61% da área total deste
concelho. As serras e montanhas que emergem a partir do Vale do rio Lima envolvem e caracterizam
fortemente este concelho, conferindo-lhe paisagens notáveis. Além do especial valor paisagístico, a
superfície florestal do concelho representa também um importante património em termos ambientais,
ecológicos, económicos e sociais. Toda a sua envolvente administrativa, composta por oito concelhos, é
também essencialmente constituída por floresta, o que determina a continuidade da área de superfície
florestal e consequentemente, o risco de incêndio e propagação.
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 33
A maior parte do espaço florestal é constituída por inúmeras e reduzidas propriedades privadas, mas
existem vastas áreas de baldios em Regime Florestal, agrupadas em três Perímetros Florestais sob
Gestão da Unidade de Gestão Florestal do Minho (ICNF). Estes baldios ocupam cerca de 6.791,67ha,
constituindo cerca de 35% da área total da superfície florestal.
Na carta de ocupação do solo podem distinguir-se as categorias e classes de ocupação do solo florestal,
de acordo com os critérios de informação da Carta de Ocupação do Solo de Portugal (COS’90), conforme
se descreve adiante:
“Ocupação do solo de natureza florestal - Na ocupação do solo de natureza florestal, consideraram-se
as terras arborizadas com espécies florestais, quer se trate de povoamentos puros, quer se trate de
povoamentos mistos e foram caracterizadas com base nas espécies florestais presentes, sendo
diferenciadas as seguintes categorias: P – Pinheiro bravo, M – Pinheiro manso, Z – Azinheira, T –
Castanheiro bravo, N – Castanheiro manso, Q – Carvalho, E – Eucalipto, F – Outras folhosas, R – Outras
resinosas.
Os povoamentos florestais referidos foram subdivididos em várias classes, de acordo com a sua
constituição. No caso dos povoamentos puros, foi indicado o código da espécie em causa, por exemplo,
um povoamento puro de pinheiro bravo foi referenciado por [PP]. Nos povoamentos mistos, foi colocado
o dígito da espécie dominante em primeiro lugar e depois a espécie que se encontra na situação de
dominada como, por exemplo, um povoamento misto de pinheiro bravo com eucalipto [PE].
Para se conseguir identificar ao nível da fotografia aérea as áreas de floresta, teve-se em consideração
várias características de análise visual, nomeadamente a tonalidade, textura, forma da copa e por vezes
a localização.
No caso das folhosas, apresentam uma textura de copa específica com formas arredondadas e
normalmente, com tonalidade mais clara. Quanto às resinosas, estas apresentam uma tonalidade mais
escura, com uma textura da copa específica (picotada) e forma granulada.
Relativamente à localização, considerou-se o enquadramento das espécies em relação ao sítio onde se
encontravam. Como exemplo, pode dizer-se que é frequente encontrar outras folhosas [FF] em zonas
ribeirinhas.
Ocupação do solo de natureza inculto - Incultos foram considerados os terrenos com cobertura vegetal
com porte arbustivo, lenhoso ou herbáceas, de origem natural, onde não se verifica uma atividade
agrícola ou florestal, podendo resultar de um pousio agrícola ou simplesmente um terreno abandonado.
I – consideraram-se as áreas com pastagens pobres e vegetação arbustiva baixa – matos [II], no entanto,
ocorrem situações em que há a presença de arvoredo florestal disperso em pequenos bosquetes (floresta
degradada ou de transição), por exemplo terrenos incultos com pinheiros dispersos. Neste caso será
indicado o código I na ocupação principal e o código da espécie florestal na ocupação secundária,
apresentando a designação de [IP].“
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 34
A ocupação do espaço florestal no ano 2007 por categorias de ocupação encontra-se descrita na tabela
seguinte:
Quadro 9 – Distribuição das Espécies Florestais por Freguesia
Freguesia Área Total
(ha)
Florestal
E F I M P Q R TOTAL
Anais 806,3 143,26 12,14 148,16
125,39
8,01 469,33
Arca 226,33 36,14 25,52
30,76
1,86 112,17
Arcozelo 1207,57 108,5 20,41 346,36
176,12
8,43 573,96
Ardegão 298,85 3,41 2,64 21,13
176,32
3,47 187,07
Bárrio 539,25 69,54 31,03 256,96
32,28
56,46 440,38
Beiral do Lima 731,52 24,88 12,88 225,78
25,68
106,14 439,21
Bertiandos 226,68 1,43 91,18 12,91
0,87
0,75 102,07
Boalhosa 218,7 11,08 23,27 101,23
12 145,97
Brandara 257,69 0,09 2,36 41,31
27,38 93,81
Cabaços 596,27 176,84 6,32 35,56
147,18
0,45 345,98
Cabração 1729,57 664,66 52,11 977,88
51,37
4,79 1688,10
Calheiros 849,93 48,99 104,33 257,62
68,48
11,03 2,34 518,14
Calvelo 526,42 131,71 4,5 44,10
48,87
4,02 223,76
Cepões 431,98 35,44 139,57
84,16
22,85 283,08
Correlhã 865,54 8,96 59,85 43,03
96,41
1,65 225,69
Estorãos 1620,94 35,1 791,56
165,65
0,6 1182,27
Facha 1530,77 111,98 83,72 649,20
15,73 287,46
14,04 9,16 1042,56
Feitosa 269,38 5,67 2,67 17,21
76,93
106,13
Fojo Lobal 330,28 12,61 3,04 107,41
1,8 101,12
224,35
Fontão 482,54 1,15 52,64 62,46
57,17
168,94
Fornelos 1066,78 84,48 22,41 94,97
369,94
35,83 613,69
Freixo 514,91 85,63 3,29 30,17
93,94
7,24 18,07 219,85
Friastelas 391,99 95,71 2,11 20,88
89,46
196,27
Gaifar 228,67 47,88 6,30 9,24
27,10
89,78
Gandra 348,54 23,30 18,43
50,86
11,97 107,68
Gemieira 424,86 36,29 17,36 93,17
23,96
3,3 172,29
Gondufe 557,4 69,86 26,58 195,47
14,53
5,65 309,33
Labruja 1456,46 525,16 43,59 653,63
89,72
23,08 0,44 1327,49
Labrujó 435,66 36,66 231,00
13,75
74,48 355,58
Mato 257,99 39,86 7,83 0,00
43,00
11,29 97,57
Moreira do Lima 1004,45 253,16 17,87 178,83
138,73
1,11 651,77
Navió 170,4 5,59 14,36
61,22
85,45
Poiares 744,01 18,63 7,90 112,35
338,22
15,25 442,91
Ponte de Lima 174,27 1,07 5,18 22,48
4,51
6,3 46,78
Queijada 234,36 45,43 14,04 30,68
36,53
129,16
Rebordões (Santa Maria)
707,3 63,56 20,49 247,56
5,68 97,54
1,33 465,23
Rebordões (Souto)
740,94 42,42 20,18 62,87
229,20
10,89 380,72
Refóios do Lima 1644,73 82,35 59,77 448,70
82,77
100,61 2,02 874,46
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 35
Rendufe 371,7 11,19 43,84 216,78
13,67
14,67 285,36
Ribeira 877,17 59,03 44,85 245,91
48,42
9,89 1,63 436,39
Sá 279,82 10,6 34,95 13,61
56,77
130,99
Sandiães 331,37 23,71 1,39 19,12
105,71
3,57 158,51
Santa Comba 149,91 3,54 11,25
14,00
30,55
Santa Cruz do Lima
223,34 10,89 8,58
40,19
0,2 77,79
S. Pedro de Arcos
1505,32 13,46 62,55 529,98
443,15
5,37 1099,26
Seara 363,47 6,86 10,20 114,22
2,12 85,41
219,47
Serdedelo 651,24 51,39 23,17 304,33
49,20
73,81 504,24
Vilar das Almas 467,29 100,95 13,32 40,58
60,24
5,34 238,47
Vilar do Monte 318,19 12,54 15,64 179,35
14,71
19,58 7,68 259,56
Vitorino das Donas
446,53 28 67,31 30,91
42,16
171,10
Vitorino dos Piães
1189,91 35,63 13,47 374,97
3,02 325,55
6,99 6,48 722,85
Total 32025,46 3411,35 1315,59 8859,34 28,35 4883,78 685,58 66,54 0,00 19473,53
Fonte: COS 2007 (IGP)
Figura 12- Mapa dos povoamentos florestais
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 36
4.3 Áreas Protegidas, Rede Natura 2000 (ZPE + ZEC) e Regime Florestal
4.3.1 Áreas Protegidas
Área de Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos e S. Pedro de Arcos
No ano 2000 é publicado o Decreto Regulamentar n.º 19/2000, de 11 de Dezembro, que cria a Área de
Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos e S. Pedro de Arcos (APPLBSPA), de âmbito regional.
Esta área protegida ocupa cerca de 350ha e localiza-se a 4 Km da sede de concelho, entre o rio Lima e a
Serra de Arga, com acesso pela EN n.º 202. Abrange as freguesias de Bertiandos, S. Pedro de Arcos,
Estorãos, Moreira do Lima, Sá e Fontão.
Destaca-se ainda que esta área se encontra abrangida pelo Plano de Ordenamento de Bacia Hidrográfica
do rio Lima (POBHRL) e referenciada no Plano Diretor Municipal de Ponte de Lima, como Área de
Reserva de Proteção de Biótopo.
Em termos florestais destacam-se as áreas das margens dos cursos de água e das lagoas arborizadas
com Salgueiros (Salix Sp) e Choupos (Populus alba), entre outras espécies ripícolas e de folhosas
autóctones. A Noroeste, os núcleos de Eucalipto e Pinheiro bravo apresentam maior susceptibilidade ao
fogo. A Norte e Sudoeste, existem núcleos florestais de composição variável ou mistos.
Conforme representado na Carta de Áreas ardidas 1990-2005, ocorreram neste período vários incêndios
na envolvente desta área protegida. Em 2005 ardeu uma vasta área na freguesia de S. Pedro de Arcos.
4.3.2 Rede Natura
As áreas pertencentes à Rede Natura 2000, prioritárias em termos ecológicos e ambientais, são
consideradas figuras de ordenamento e proteção enquadradas em “servidões administrativas e
restrições de utilidade Pública”, com determinações ao nível do ordenamento do espaço florestal.
O concelho abrange duas áreas pertencentes às Zonas Especiais de Conservação (ZEC) da Rede Natura
2000. Uma é o designado Sítio Rio Lima (PTCON0020), que compreende áreas agrícolas e áreas de mata
ribeirinha compostas maioritariamente por espécies ripícolas e folhosas autóctones. O Sítio tem
continuidade ao longo do rio Lima para Oeste e para Este, através dos concelhos limítrofes de Viana do
Castelo e Ponte da Barca, respectivamente. A outra área pertencente à Rede Natura é uma parte do
designado Sítio Serra D`Arga (PTCON0039), que engloba áreas de pastagens de montanha, povoamentos
florestais e áreas de vegetação ripícola que têm continuidade ao longo da bacia hidrográfica do rio
Âncora, inserida nos concelhos vizinhos de Viana do Castelo e Caminha.
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 37
A Área de Paisagem Protegida do Corno do Bico localiza-se no concelho de Paredes de Coura, no seu
limite Sudoeste, onde confronta com os concelhos de Arcos de Valdevez e Ponte de Lima. Devido à
continuidade da superfície montanhosa na qual se insere, que se prolonga para os três concelhos,
importa referencia-la neste trabalho, pois as áreas florestais mais montanhosas das freguesias de
Labrujó e Rendufe, do concelho de Ponte de Lima, fazem fronteira com esta área protegida.
Toda a área envolvente é essencialmente montanhosa, oferecendo uma paisagem deslumbrante, na
qual sobressaem os picos dos montes mais elevados como: Sra. da Pena (735m), Alto do Castro (751m),
Rio mau (802m), Alto do Cabeço (831m) e do Corno do Bico (833m).
Esta área de Paisagem Protegida, integrada na Rede Natura 2000, engloba cinco freguesias do concelho
de Paredes de Coura - Bico, Castanheira, Cristelo, Parada e Vascões, perfazendo 2175 hectares, dos
quais cerca de um quarto são matas formadas por Carvalho-alvarinho (Quercus robur) e uma grande
variedade de espécies de arbustos, formações com continuidade para áreas de Ponte de Lima e Arcos de
Valdevez.
Trata-se de uma área com susceptibilidade aos incêndios, uma vez que se insere num maciço florestal
montanhoso com grande continuidade espacial, tendo ocorrido vários incêndios ao longo dos últimos
anos.
4.3.3 Regime Florestal
O Regime florestal surgiu no início do século, com os Decretos de 24 de Dezembro de 1901, 28 de Junho
de 1902, 24 de Dezembro de 1903 e 11 de Julho de 1905. Através desta legislação impulsionaram-se os
trabalhos de arborização de muitas áreas de baldios, sendo esta matéria muito vasta e que tem
tratamento aprofundado em vários documentos.
Segundo a Lei n.º 68/93 (Lei dos Baldios), “os baldios constituem logradouro comum, designadamente
para efeitos de apascentação de gados, de recolha de lenhas ou de matos, de culturas e outras fruições,
nomeadamente de natureza agrícola, silvícola, silvopastoril ou apícola. O seu uso e fruição efetiva-se de
acordo com as deliberações dos órgãos competentes dos compartes ou, na sua falta, de acordo com os
usos e costumes. Aos compartes é assegurada a igualdade de gozo e exercício dos direitos de uso e
fruição do respectivo baldio. O uso e fruição dos baldios obedece, salvo costume ou deliberação em
contrário dos compartes, nomeadamente no caso de baldios de pequena dimensão, a planos de
utilização aprovados e atualizados nos termos da lei.
Os baldios são administrados pelos respectivos compartes, ou na falta deles, através de órgão ou órgãos
democraticamente eleitos. As comunidades locais organizam-se, para o exercício dos atos de
representação, disposição, gestão e fiscalização relativos aos correspondentes baldios, através de uma
assembleia de compartes, um conselho diretivo e uma comissão de fiscalização.”
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 38
No Concelho de Ponte de Lima, os baldios florestais ocupam aproximadamente 35% da área florestal e a
grande maioria encontra-se submetida ao Regime florestal1 agrupando-se nos designados “Perímetros
florestais”.
Nestes Perímetros florestais, o Regime florestal designa-se parcial (Regime florestal aplicado em áreas
não pertencentes ao domínio do Estado em que a existência da floresta é subordinada a determinados
fins de utilidade pública). A gestão destes Perímetros florestais é efectuada através da atualmente
designada “Unidade de Gestão Florestal do Minho”, pertencente ao Instituto de Conservação da
Natureza e Florestas, em colaboração com os respectivos Conselhos diretivos de baldios ou Juntas de
Freguesia.
Segundo dados do ICNF, os três Perímetros florestais que abrangem o concelho ocupam cerca de
6791,67 ha, distribuindo – se por 30 Freguesias, de acordo com a respectiva informação cartográfica.
Quadro 10 – Distribuição das áreas dos Perímetros florestais por freguesia
Freguesias Espaço
florestal total
Regime florestal
(Perímetros florestais)
% área em Designação Perímetro florestal
Regime florestal
Anais 469,33 7,75 1,65 Serra de Arga
Arca 112,17 0,2 0,18 Serra de Arga
Arcozelo 573,96 262,62 45,76 Entre Vez e Coura
Ardegão 187,07 0,00
Bárrio 440,38 307,54 69,84 Entre Vez e Coura
Beiral do Lima 439,21 11,8 2,69 Entre Vez e Coura
Bertiandos 102,07 0,00
Boalhosa 145,97 0,00
Brandara 93,81 0,00
Cabaços 345,98 42,92 12,41 Entre Lima e Neiva
Cabração 1688,10 867,68 51,40 Serra de Arga
Calheiros 518,14 317,56 61,29 Entre Vez e Coura
Calvelo 223,76 0,00
Cepões 283,08 181,32 64,05 Entre Vez e Coura
Correlhã 225,69 0,00
Estorãos 1182,27 654,96 55,40 Serra de Arga
Facha 1042,56 618,69 59,34 Entre Lima e Neiva
� 2 Referências legislativas:
Decreto de 24 de Dezembro de 1901 - Organização dos Serviços Agrícolas, incluindo a dos Serviços Florestais e no qual vem definido o conceito de regime Florestal, suas modalidades e âmbito de aplicação; Decreto de 24 de Dezembro de 1903 - Regulamento para a execução do Regime Florestal; Decreto de 9 de Março de 1905 - Regulamento do Serviço de Polícia Florestal; Decreto de 11 de Julho de 1905 - Instruções sobre o Regime Florestal nos terrenos e matas de particulares; Despacho Conjunto, de 6-3-1991 - Processo de desafectação de áreas sujeitas ao regime florestal total ou parcial.
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 39
Feitosa 106,13 0,00
Fojo Lobal 224,35 152,21 67,85 Entre Lima e Neiva
Fontão 168,94 0,00
Fornelos 613,69 151,39 24,67 Entre Lima e Neiva
Freixo 219,85 0,00
Friastelas 196,27 3,04 1,55 Entre Lima e Neiva
Gaifar 89,78 0,00
Gandra 107,68 0,00
Gemieira 172,29 0,00
Gondufe 309,33 2,27 0,73 Entre Lima e Neiva
Labruja 1327,49 1030,44 77,62 Entre Vez e Coura
Labrujó 355,58 243,93 68,60 Serra de Arga e Entre Vez e Coura
Mato 97,57 0,00
Moreira do Lima 651,77 36,34 5,58 Serra de Arga
Navió 85,45 0,00
Poiares 442,91 63,58 14,36 Entre Lima e Neiva
Ponte de Lima 46,78 0,00
Queijada 129,16 1,89 1,46 Entre Lima e Neiva
Rebordões (Santa Maria) 465,23
241 51,80 Entre Lima e Neiva
Rebordões (Souto) 380,72 165,5 43,47 Entre Lima e Neiva
Refóios do Lima 874,46 100,23 11,46 Entre Vez e Coura
Rendufe 285,36 208,08 72,92 Entre Vez e Coura
Ribeira 436,39 0,00
Sá 130,99 17,46 13,33 Serra de Arga
Sandiães 158,51 0,00
Santa Comba 30,55 0,00
Santa Cruz do Lima 77,79 0,00
S. Pedro de Arcos 1099,26 487,14 44,32 Serra de Arga
Seara 219,47 6 2,73 Entre Lima e Neiva
Serdedelo 504,24 74,24 14,72 Entre Lima e Neiva
Vilar das Almas 238,47 0,00
Vilar do Monte 259,56 198,87 76,62 Entre Vez e Coura
Vitorino das Donas 171,10 0,00
Vitorino dos Piães 722,85 335,02 46,35 Entre Lima e Neiva
Total 19473,53 6791,67 34,88
Fontes: (ICNF)
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 40
Figura 13 – Rede Natura, Área de Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos e S. Pedro de Arcos e Perímetros florestais - Fonte (ICNF)
4.4 Instrumentos de Gestão Florestal
O regime de propriedade fundiária florestal no concelho engloba três diferentes tipos: propriedade
pública, propriedade comum (baldios) e propriedade privada de particulares. A propriedade florestal
pública, pertencente ao Estado ou Entidades Públicas (autarquias ou outras), tem uma
representatividade espacial residual no concelho.
Comparando as áreas de propriedade privada e baldios, pode dizer-se que a propriedade florestal é
maioritariamente privada, cerca de 65%. Os baldios florestais constituem aproximadamente 35% e a
grande maioria das áreas encontra-se submetida ao Regime florestal agrupando-se nos designados
“Perímetros florestais”, onde a gestão é efectuada pela direção Regional de Florestas do Norte –
Unidade de Gestão Florestal do Minho, em Associação com os órgãos gestores dos Baldios. Para além
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 41
dos baldios em Regime florestal existem outras áreas florestais de baldios em determinadas freguesias,
mas não se apresenta aqui uma descrição dessas áreas porque não subsistem dados rigorosos.
A propriedade florestal privada da região é maioritariamente constituída por parcelas de muito reduzida
dimensão e distribuída por inúmeros proprietários, sendo que muitos deles revelam dúvidas na sua
identificação sobre o terreno. Devido a esta situação, a implementação da gestão florestal e mesmo a
execução de projetos de prevenção de incêndios envolvem muita dificuldade. Torna-se urgente realizar
um cadastro da propriedade florestal, no sentido de melhor se implementar o planeamento, a gestão
florestal e a prevenção de incêndios.
4.4.1 Zonas de Intervenção Florestal (ZIF)
Em Agosto de 2005 foi publicado o Decreto-Lei n.º 127/2005 de 5 de Agosto, o qual estabeleceu o
regime de criação das Zonas de Intervenção Florestal, bem como os princípios reguladores do seu
funcionamento e extinção. Passados três anos de vigência deste diploma, foram observados diversos
constrangimentos na sua aplicação, pelo que foi necessário rever o regime jurídico e alterá-lo de forma
a permitir um melhor ajustamento às necessidades reais de salvaguarda do espaço florestal, uma maior
agregação ao território e uma maior simplificação e agilização de procedimentos. Assim este Decreto foi
republicado, sendo a nova redação dada pelo Decreto-Lei n.º 15/2009 de 14 de Janeiro.
De acordo com este diploma os objectivos da criação de Zonas de Intervenção Florestal são:
a) Garantir uma adequada e eficiente gestão dos espaços florestais, com a atribuição concreta de
responsabilidades;
b) Ultrapassar os bloqueios fundamentais à intervenção florestal, nomeadamente a estrutura da
propriedade privada, em particular nas regiões de minifúndio;
c) Infra -estruturar o território, tornando -o mais resiliente aos incêndios florestais, garantindo a
sobrevivência dos investimentos e do património constituído;
d) Conferir coerência territorial à intervenção da administração central e local e dos demais agentes com
intervenção nos espaços florestais e evitar a pulverização no território das ações e dos recursos
financeiros;
e) Concretizar territorialmente as orientações constantes na Estratégia Nacional para as Florestas, nos
instrumentos de planeamento de nível superior, como o Plano Nacional de Defesa da Floresta contra
Incêndios, os planos regionais de ordenamento florestal (PROF), os planos diretores municipais (PDM),
os planos municipais de defesa da floresta contra incêndios (PMDFCI), os planos especiais de
ordenamento do território e outros planos que se entendam relevantes;
f) Integrar as diferentes vertentes da política para os espaços florestais, designadamente a gestão
sustentável dos espaços florestais, conservação da natureza e da biodiversidade, conservação e
proteção do solo e dos recursos hídricos, desenvolvimento rural, proteção civil, fiscalidade,
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 42
especialmente em regiões afectadas por agentes bióticos e abióticos e que necessitem de um processo
rápido de recuperação.
Para as características da propriedade florestal deste território, na qual as parcelas individuais de
reduzida dimensão não apresentam, na sua maioria, condições para a sustentabilidade, será importante
a promoção da gestão de áreas privadas conjuntas, o que vem ao encontro aos objectivos das ZIF.
Neste momento, existem no Concelho de Ponte de Lima três Zonas de Intervenção florestal:
ZIF de Ponte de Lima (número 45, processo n.º 063 AFN), criada pela Portaria n.º 1490/2008 de
19 de Dezembro abrange uma área de 1160 hectares, e integra as Freguesias de Anais, Calvelo,
Fojo Lobal, Friastelas, Cabaços, Rebordões de Souto e Queijada.
ZIF S. Lourenço (Registo AFN N.º 223/09), criada por Despacho n.º13/2011 de 27 de Junho
abrange uma área de 4976 hectares, e integra as Freguesias de Arca, Beiral do Lima, Boalhosa,
Fornelos, Gandra, Gemieira, Gondufe, Ribeira, Santa Cruz do Lima e Serdedelo.
ZIF Lima- Vez (Registo AFN N.º 254/11), criada por Despacho n.º3/2012 de 10 de Fevereiro
abrange uma área de 23015 há, distribuindo-se pelos Concelhos de Ponte de Lima e Arcos de
Valdevez. No Concelho de Ponte de Lima, integra todas as Freguesias a Norte do Rio Lima,
nomeadamente: Arcos, Arcozelo, Bárrio, Bertiandos, Brandara, Cabração, Calheiros, Cepões,
Estorãos, Fontão, Labruja, Labrujó, Moreira do Lima, Refóios do Lima, Rendufe, Sá, Santa
Comba e Vilar do Monte.
A Entidade gestora destas três ZIF é a Associação Florestal do Lima.
4.4.2 Áreas geridas pelas empresas de celulose
Existem no Concelho, determinadas áreas florestais que se encontram arrendadas a empresas de
celulose.
Quadro 11 – Áreas geridas pelo grupo Portucel/Soporcel no concelho de Ponte de Lima
Concelho Área
Agrícola Eucalipto
Misto Eucalipto
Puro Outras
Ocupações
Outras Espécies
Florestais Pinho Caminhos e Aceiros
Área EG
Área Total
PONTE DE
LIMA 0 0 399,03 9,66 0 29,48 56,77 494,94
No concelho, o grupo PORTUCEL/SOPORCEL gere uma área florestal total de 494,94ha, sendo 399,03ha
ocupados por eucalipto puro.
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Município de Ponte de Lima 43
Figura 14 – Mapa dos Instrumentos de Gestão Florestal
4.5. Zonas de recreio florestal, caça e pesca
Relativamente à defesa da Floresta contra os incêndios Florestais, importa analisar outros usos e
atividades que se destacam no espaço florestal, quer pela sua importância em termos de necessidade
de proteção e defesa quer pelas práticas de gestão empregues.
4.5.1 Atividades Recreativas e de lazer
Cada vez mais as áreas florestais são procuradas para a realização de diversas atividades de recreio e
lazer, o que se verifica também no concelho, existindo determinados locais que pelas características que
apresentam, tais como miradouros de paisagens magníficas, parques de merendas, etc., são mais
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Município de Ponte de Lima 44
procurados do que outros, e que devem ter uma maior atenção em termos de vigilância e fiscalização.
Recentemente foi criado nas freguesias de Estorãos e Cabração, inserido no interior de uma mancha
florestal um parque de lazer e recreio para a prática de BTT e Downhill – Bike Park de Ponte de Lima.
Este equipamento vai trazer ao local inúmeros visitantes pelo que, por um lado teremos a área mais
vigiada, mas por outro os comportamentos de risco podem aumentar, pelo aumento da afluência de
pessoas, pelo que devem as Equipas de vigilância estarem atentas a este local. O desenvolvimento
destas atividades deverá atender sempre à preservação dos ecossistemas e das infraestruturas
florestais.
Nas épocas de maior risco de incêndio, algumas áreas de floresta terão acesso condicionado, sendo
identificadas com placas de condicionamento de acesso.
4.5.2. Zonas de Caça
A cinegética encontra-se praticamente ordenada no concelho. Entretanto, algumas associações
desenvolvem esforços para dinamizar e melhor enquadrar as suas áreas associativas. De acordo com os
dados do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas em Junho de 2012, no concelho de Ponte de
Lima, existem 9 Zonas de caça associativa (ZCA) e 1 Zona de caça municipal (ZCM), enumeradas na
tabela seguinte:
Quadro 12 – Zonas de Caça
DESIGNAÇÃO DA ZONA DE CAÇA
NÚMERO
TIPO DE ZONA
ENTIDADE
MORADA ÁREA (ha)
ZCA Anais 2573 Associativa Associação de Caçadores de Anais Lugar da Igreja - Anais - 4990 Ponte
de Lima 742,95
ZCA Arcos S. Pedro 2292 Associativa Associação Desportiva Arcuense Igreja - Arcos S. Pedro
4990 -530 ARCOS 472,35
ZCA Cruz Vermelha 2309 Associativa Clube de Caça e Pesca de Ponte de
Lima Urbanização da Poça Grande,Bl 3, R/C, Faldejães – Arcozelo – 4990
Ponte de Lima 4500,17
ZCA Encosta do Neiva
2585 Associativa Associação de Caça e Pesca Encosta
do Neiva Rua Direita - Caixa 4 -Sandiães -
4990 Ponte de Lima 1081,96
ZCA do Penide 2302 Associativa Associação de Caça e Pesca de
Santo Humberto de Refóios do Lima Refóios de Lima -4990 Ponte de
Lima 1441,69
ZCA S. Lourenço 2304 Associativa Clube de Caça e Pesca de Ponte de
Lima Urbanização da Poça Grande,Bl 3, R/C, Faldejães – Arcozelo – 4990
Ponte de Lima 3526,51
ZCA S. Veríssimo 2578 Associativa Associação de Caçadores do Monte
de S. Veríssimo Corgo – Friastelas, 4990 Ponte de
Lima 1403,19
ZCA do Vale do Rio Estorãos
2313 Associativa
Ass.Cultural e Recreativa de Caça e Pesca e Gastronomia Tradicional,
desenvolvimento rural e turístico do Vale do Rio Estorãos
Casa da Cuca, Couto Moreira do Lima
4990 Ponte de Lima 2001,08
ZCM do Vale do Trovela
5397 Municipal Associação de Caçadores de
Vitorino de Piães Igreja – Vitorino de Piães
4990 Ponte de Lima 1044,89
ZCA Vitorino de Piães
2555 Associativa Associação de Caçadores de
Vitorino de Piães Igreja – Vitorino de Piães
4990 Ponte de Lima 1651,32
Fonte: ICNF, 2012
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4.5.3 Zonas de Pesca
Existem dois tipos de Zonas de Pesca, sendo uma designada profissional e outra reservada. No concelho
de Ponte de Lima, existem duas zonas de pesca reservada, denominadas Zona de Pesca Reservada do
Rio Labruja e Zona de Pesca Reservada do Rio Trovela, e uma profissional, denominada Zona de Pesca
Profissional do Rio Lima, estendendo-se esta por outros concelhos, nomeadamente Ponte da Barca e
Viana do Castelo.
A Zona de Pesca Reservada do Rio Labruja foi criada pela Portaria n.º 106/2001 de 29 de Janeiro e inclui
todo o curso do Rio Labruja e seus afluentes situados no Concelho de Ponte de Lima.
Quanto à Zona de Pesca Reservada do Rio Trovela foi criada pela portaria 102/2001 de 29 de Janeiro,
abrangendo um troço do Rio Trovela compreendido entre a Ponte Nova na E.N. 201 – Braga/Ponte de
Lima, na freguesia de Fornelos, concelho de Ponte de Lima, a montante, e a sua foz no rio Lima, na
freguesia de Correlhã, concelho de Ponte de Lima, a jusante.
A Zona de Pesca Profissional do Rio Lima, foi criada pela Portaria 929/99 de 29 de Outubro, abrangendo
um troço do rio Lima compreendido entre a barragem de Touvedo, na freguesia de Touvedo, concelho
de Ponte da Barca, a montante, e a Ponte de Lanheses, na freguesia de Lanheses, concelho de Viana do
Castelo, a jusante.
Para além das Zonas de Pesca mencionadas existem ainda Concessões. No Concelho de Ponte de Lima
temos:
Concessão de Pesca do Rio Estorãos (Despacho n.º 4/2012/CP, de 17 de janeiro; Alvará n.º
328/2012, de 23 de fevereiro)
Atribuída, à Associação Cultural e Recreativa de Caça, Pesca e Gastronomia Tradicional para o
Desenvolvimento Rural e Turístico do Vale do Rio Estorãos, a concessão de pesca no troço do rio
Estorãos, com cerca de 10,4 Km de extensão, desde a Chã do Chelo, a montante, até à ponte de Mãos, a
jusante, incluindo quatro afluentes: ribeiros da Estivada, do Mato Bom, da Fisga e do Chiadouro, para
montante da sua confluência com o rio Estorãos até respetivamente ponte da Bouça, lugar da Gramela,
ponte do rio Bo e estradão do Vale Escuro, freguesias de Cabração, Estorãos e Moreira de Lima,
concelho de Ponte de Lima.
A concessão é válida até 24 de junho de 2021.
Concessão de Pesca da Ribeira de Nevoinho (Despacho n.º 3091/2004 (2.ª série), de 12 de
Fevereiro, Alvará n.º 114/2004)
Atribuída à Associação de Caçadores de Vitorino de Piães, a concessão de pesca na ribeira de Nevoinho,
numa extensão de 7 Km, entre a ponte de Boucinha, a montante, e a confluência com o rio Neiva, a
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jusante, incluindo 2 Km do ribeiro de Pombarinhos, freguesias de Vitorino de Piães, Navió e Poiares,
concelho de Ponte de Lima, e freguesias de Balugães e Cossourado, concelho de Barcelos.
A concessão é válida até 2014 Figura 15: Mapa das Zonas de Recreio Florestal, Caça e Pesca
4.5.4 Silvopastorícia
Segundo Pacheco, L. F., as zonas de aptidão silvopastoril são o produto da interligação da atividade
agrícola, animal e florestal e assumem uma grande expressão na região. Sucede, porém, que aquelas
superfícies desde há muito estão em profunda mutação: em muitas situações, as encostas são invadidas
por matos, os caminhos ficam encobertos, os espaços tornam-se impenetráveis, aumentam os riscos de
grandes incêndios florestais.
Os territórios de aptidão silvopastoril são utilizados por múltiplos atores sendo necessário adoptar
critérios de gestão sustentada das superfícies de aptidão silvopastoril.
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A gestão clássica das terras de aptidão silvopastoril é baseada numa série de hipóteses procedentes da
escola americana (Perevolotsky e Etienne, 1999). Apoia-se numa série de hipóteses de base que
conduzem a um conjunto de regras de gestão:
• Uma boa gestão é baseada nas leis da sucessão vegetal;
• O clímax é o estado objectivo para assegurar uma produção sustentada e uma boa conservação dos
recursos;
• O pastoreio é considerado como facto de regressão e de degradação do ecossistema, segundo um
processo linear mais ou menos reversível de acordo com as condições;
• O clímax é considerado como o estado de referência para apreciar a qualidade de um espaço
silvopastoril e julgar o seu potencial.
Ora a aplicação deste corpo de regras, que decorre destas hipóteses, coloca múltiplos problemas. Com
efeito, o clímax, ou seja o estádio mais maturo de sucessão, poderá não ser o estádio mais produtivo.
Do mesmo modo, o pastoreio não implica forçosamente uma degradação do ecossistema, ao passo que
a sua supressão poderá por em causa o funcionamento óptimo do ecossistema, pelo menos durante
certas fases da sucessão (dominância de certas espécies, aumento do risco de incêndio, diminuição da
biodiversidade).
Se reconhecida é esta realidade, importa, pois, propor mecanismos para gerir e preservar os espaços em
causa, tendo em consideração os processos ecológicos e as realidades dos sistemas produtivos locais
(Pacheco, L. F).
4.5.4.1 Pistas para uma gestão sustentada das superfícies de aptidão silvopastoril
Para a preservação e gestão dos espaços silvopastoris, há que empreender um planeamento do uso do
território de pastoreio, a fim de responder às necessidades das gentes que aí vivem e trabalham e à
multiplicidade dos atores intervenientes neste território (caçadores, criadores, visitantes, etc.), que
extravasam os limites da sociedade local. Numa época em que a sociedade em geral está fortemente
sensibilizada para um maior respeito pelo ambiente, o espaço rural é encarado como um património
necessitando da aplicação de medidas de proteção e de valorização. Trata-se, também, de animar um
espaço, de criar riqueza sem atentar contra a natureza e a identidade desta sociedade local, de acolher
visitantes, de evitar os fogos, de evitar a degradação da paisagem, etc. Uma das hipóteses seria a
implementação de operações locais (tal como se faz em França desde há vários anos), incorporando
objectivos ambientais (biodiversidade, paisagem), sociais e económicos (rentabilidade das explorações,
desenvolvimento de atividades conexas com o território). Desenvolver-se-ia com base num
partenariado envolvendo agentes políticos (autarquias locais), técnicos (zootécnicos, florestais,
biólogos) e sociais (representantes dos criadores, pároco, etc.), (Pacheco, L. F).
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 48
4.5.4.2. A silvopastorícia no Concelho
A silvopastorícia é praticada em determinadas áreas de floresta do concelho, sobretudo de ovinos,
caprinos e equídeos, sendo que os ovinos permanecem na maioria estabulados. Não foi possível obter
dados oficiais cartográficos da distribuição do número de efetivos. Os dados numéricos oficiais mais
recentes são os do RGA 99 que se apresentam no quadro seguinte.
Quadro 13 – Número de explorações com animais no concelho de Ponte de Lima
Total de bovinos
1989 1999 Col. Calculada
Unidade Geográfica Nº explorações Nº animais Nº explorações Nº animais Evolução 89/99 de Nº
animais em percentagem
CC – Ponte de Lima 4935 13084 2474 8986 -31
Total de ovinos
1989 1999 Col. Calculada
Unidade Geográfica Nº explorações Nº animais Nº explorações Nº animais Evolução 89/99 de Nº
animais em percentagem
CC – Ponte de Lima 838 3808 763 5999 58
Total de caprinos
1989 1999 Col. Calculada
Unidade Geográfica Nº explorações Nº animais Nº explorações Nº animais Evolução 89/99 de Nº
animais em percentagem
CC – Ponte de Lima 306 1965 287 2341 19
Total de equídeos
1989 1999 Col. Calculada
Unidade Geográfica Nº explorações Nº animais Nº explorações Nº animais Evolução 89/99 de Nº
animais em percentagem
CC – Ponte de Lima 128 187 116 312 67
Fonte: RGA 99
Do conhecimento empírico constatamos que existem determinadas áreas florestais do concelho com
maior expressão de pastoreio. È o caso das freguesias de Refóios, Rendufe, Labrujó e Vilar do Monte, na
parte Norte do Concelho. Também nestas freguesias e noutras existem equídeos em pastoreio livre,
sendo alguns exemplares pertencentes à raça Garrano.
4.5.5. Património e Equipamentos em espaço florestal
Inserido ou confinante com o espaço florestal, existem determinados equipamentos e património
classificado, que compreende Castros, Estruturas medievais, Monumentos megalíticos, Arquitetura
erudita, Arquitetura popular, Arquitetura religiosa e Arquitetura industrial, que interessa proteger.
O património não classificado encontra-se assinalado também em vários locais inseridos ou confinantes
com a superfície florestal, mas não se encontra distinguido pelas respectivas designações.
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4.6 Romarias e Festas
No Concelho de Ponte de Lima, existem muitas festas e romarias, decorrendo em quase todas as
freguesias do Concelho e distribuídas pelos vários meses do ano. Contudo, é nos meses de Verão,
coincidindo com o período crítico de incêndios florestais que estas se intensificam, o que juntamente
com o facto de ser tradição a utilização de foguetes pode originar algumas ocorrências. No seguinte
quadro podemos verificar as romarias existentes no Concelho, contudo existem algumas que por não
terem uma data fixa não são referenciadas, como é o caso do Compasso Pascal que decorre
normalmente no Mês de Março ou Abril e em todas as freguesias do Concelho, a festa do Corpo de Deus
na Vila de Ponte de Lima e também em algumas freguesias.
Figura 16: Romarias e Festas
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Quadro 14 - Romarias e Festas no Concelho de Ponte de Lima
Mês Data Freguesia Designação
Janeiro 15 Fornelos Santo Amaro
Janeiro 15 Moreira do Lima S. Sebastião
Janeiro 15 Arcozelo S.Sebastião
Janeiro 20-22 Gandra S.Sebastião
Fevereiro 4-5 Calheiros S.Brás
Fevereiro 4-5 Rebordões Sta Maria S.Brás
Maio 1 Anais Bom Jesus
Maio 15 Ponte de Lima Sra. Da Guia
Maio 15 Anais N.Sra. De Fátima
Maio 15 Santa Comba N.Sra. De Fátima
Maio 15 Rendufe Santa Luzia
Maio 22 Arcozelo Santo Ovídio
Maio 22 Moreira do Lima Espirito Santo
Junho 2 Gandra Festa do Senhor
Junho 5 Bárrio Sra. das Dores
Junho 9-10 Ponte de Lima Sra. Da Lapa
Junho 11-12 Cabração S. António
Junho 11-12 Sá S. António
Junho 11-12 Correlhã S. António
Junho 11-12 Estorãos S. António
Junho 11-12 Vitorino das Donas S. António
Junho 11-12 Anais S. António
Junho 19
Cepões, Bárrio, Calheiros e Vilar do Monte
Mesa dos quatro abades
Junho 23 Vila Corpo de Deus
Junho 23-24 Vila S.João
Junho 24 Queijada S.João
Junho 26 Serdedelo S.João
Junho 26 Arcos S.Pedro
Junho 26 Cepões S.Pedro
Junho 28 Seara S.Pedro
Junho 28 Vitorino de Piães S. Pedro
Julho 02-03 Labruja Sr. Socorro
Julho 10 Ribeira Ss.Mo Sacramento
Julho 10 Correlhã Ss.Mo Sacramento
Julho 10 Refóios Ss.Mo Sacramento
Julho 9-10 Moreira Sr. da Cana Verde
Julho 10 Arca S. Bento
Julho 16-17 Arcos Santa Justa
Julho 17 Fornelos Sta. Maria Madalena
Julho 17-18 Facha Sra. da Rocha
Julho 17-18 Gondufe Sra. do Rosário
Julho 23-24 Freixo
S. Cristóvão, S. Silvestre, Sra. Cabeça
Julho 23-24 Fontão S. Cristóvão, S.Tiago e S.João
Julho 24 Labruja S. João da Grova
Julho 29-31 Correlhã N. Sra. Boa Morte
Agosto 6-7 Sá Sr. da Saúde
Agosto 7 Calvelo Sr. do Calvário e festa do Senhor
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Agosto 7 Fornelos Santo Amaro
Agosto 9-10-11 Gondufe S. Lourenço da Armada
Agosto 10 Beiral do Lima Peregrinação à Armada
Agosto 14-15 Ribeira Sr.da Cruz de Pedra
Agosto 14-15 Mato Sr. Fortuna
Agosto 14-15 Poiares S. Roque
Agosto 14-15 Cabaços S. Geraldo
Agosto 14-15 Bárrio Sra. da Abadia
Agosto 14-15 Cabração Sra. do Azevedo e S. Sebastião
Agosto 14-15 Bertiandos Festa do Coração de Maria e Divino
Salvador
Agosto 14-15 Vit. Donas Sr. dos Passos
Agosto 15 Vitorino de Piães N. Sra. de Lurdes
Agosto 15 Anais N. Sra. Dos Emigrantes
Agosto 20-21 Moreira do Lima Divino Salvador
Agosto 26-28 Fontão Sr. Remédios
Agosto 27-28 Ribeira S. João Baptista
Agosto 28 Boalhosa Ss.Mo Sacramento
Agosto 28 Correlhã Sra. das Neves
Agosto 28 Calheiros Sr. dos Perdidos
Setembro 3-4 Arcozelo Sra. da Luz
Setembro 3-4 Freixo Sr. dos Aflitos
Setembro 3-4 Gemieira Sra. do Rosário
Setembro 9-12 Ponte de Lima Feiras Novas
Setembro 17-18 Gemieira Arte Colheitas
Setembro 17-24 Cabaços SaMiguel
Setembro 20-21 Calheiros Sta Eufémia
Novembro 11-13 Gandra S. Martinho
Novembro 25 Ribeira Sta. Catarina
Dezembro 8 Correlhã N.Sra. Da Conceição
Dezembro 8 Moreira do Lima N.Sra. Da Conceição
Dezembro 13 Feitosa Santa Luzia
Dezembro 25 Correlhã Festa do Menino
Dezembro 25 Sá Festa do Menino
Dezembro 25 Gaifar Festa do Menino
Dezembro 25 Ardegão Festa do Menino
Dezembro 25 Anais Festa do Menino
Dezembro 31 Santa Comba S.Silvestre
5. Análise do histórico e da causalidade dos incêndios florestais
5.1. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição anual
Pela análise do gráfico podemos observar que no Concelho de Ponte de Lima se registam anualmente
muitas ocorrências, sendo os anos mais críticos, os de 1997 (315 ocorrências), 1998 (396 ocorrências),
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2000 (304 ocorrências), 2001 (287 ocorrências), 2002 (473 ocorrências), 2004 (320 ocorrências), 2005
(421 ocorrências), 2009 (359 ocorrências), 2010 (420 ocorrências) e 2011 (522 ocorrências). Analisando
os dados referentes à temperatura, e de acordo com o relatório do Clima, produzido pelo Instituto
Português do Mar e da Atmosfera os cinco anos mais quentes dos últimos 150 anos, em Portugal foram
1997, 1998, 2001, 2002 e 2003 e mais recentemente o ano de 2011 (ano mais quente desde 1931), pelo
que se verifica uma relação do número de ocorrências com estes dados. No Concelho de Ponte de Lima,
o ano de 2003 foi uma excepção, pois Portugal foi assolado por uma vaga de incêndios florestais,
contudo no Concelho, foi dos anos com menos número de ocorrências e de área ardida. Em relação à
área ardida, não existe uma relação constante com o número de ocorrências, pois em alguns anos
verificam-se muitas ocorrências e pouca área ardida e noutros o contrário, contudo os anos de 1998,
2002, 2005 e 2010 também foram críticos em termos de área ardida com valores superiores a 2000
há/ano.
Gráfico 15-Distribuição anual da área ardida e do n.º de ocorrências
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Figura 17- Mapa das áreas ardidas do Concelho de Ponte de Lima
Pela análise do gráfico podemos observar que as Freguesias onde se registou um maior número de
ocorrências nos últimos dez anos foram Arcozelo, Beiral do Lima, Gondufe, Refóios, Ribeira e Vitorino
dos Piães, com uma média superior a 15 ocorrências por ano. A Freguesia mais problemática em termos
de ocorrências é de Refóios do Lima, com uma média de 33 ocorrências/ano e cerca de 91 hectares de
área ardida. No que respeita à área ardida, os maiores problemas registam-se nas Freguesias de Vitorino
de Piães, Labrujó, Rebordões de Santa Maria e Moreira do Lima.
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Gráfico 16- Distribuição da área ardida e do n.º de ocorrências em 2011 e média no quinquénio 2006-2010 por Freguesia.
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Município de Ponte de Lima
5.2. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição mensal
Pela análise do gráfico podemos concluir que nos últimos quinze anos, os meses mais críticos, isto é,
onde se registou um maior número de ocorrências e de área ardida foram os meses de Julho e Agosto.
Este facto deve-se às condições meteorológicas propícias aos incêndios florestais e que se verificam
precisamente nesta altura, valores mais altos de temperatura e mais baixos de humidade atmosférica e
do solo. Também é nestes meses que se registam menores valores de precipitação. Nos meses de Junho
e Setembro também se verificam algumas ocorrências, uma vez que neste período as condições
meteorológicas ainda são propícias. As ocorrências registadas em Fevereiro e Março, devem-se
sobretudo ao uso do fogo para eliminação de resíduos provenientes da atividade agrícola, sobretudo
das podas. Em 2011, a tendência registada nos últimos anos alterou-se e nos meses de Agosto e
Setembro o número de ocorrências e de área ardida diminui drasticamente relativamente aos anos
anteriores. Esta situação deve-se às condições meteorológicas registadas neste ano e neste período,
com o mês de Agosto com temperaturas muito baixas para a época e levados valores de precipitação.
Também, e pelo fato do baixo número de ocorrências se justifica a diminuição da área ardida, pois
verificava-se uma maior disponibilidade dos meios, com menor desgaste físico e com a possibilidade de
realizar uma primeira intervenção mais rápida e eficaz.
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Média 1996-2010 17,40 8,46 41,16 14,02 19,95 28,49 313,72 677,99 105,99 12,02 14,14 20,02
Área ardida 2011 0,52 15,12 41,42 21,96 11,68 133,46 82,27 51,03 6,40 232,89 0,03 0,25
N.º ocorrências 2011 2 7 41 33 19 90 108 50 25 141 3 3
Média 1996-2010 1 8 20 11 7 21 60 94 56 12 7 2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
550
600
650
700
750
800
N.º
de
oco
rrê
nci
as
Áre
a ar
did
a (h
a)
Distribuição mensal da área ardida e do n.º de ocorrências em 2011 e média 1996-2010
Gráfico 17- Distribuição mensal da área ardida e do n.º de ocorrências em 2011 e média 1996-2010
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5.3. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição semanal
Em relação à distribuição semanal do número de ocorrências, podemos verificar que os dias onde se
regista um maior número de ocorrências e de área ardida coincidem com o período de fim de semana
(sexta, sábado e domingo). Também em 2011 o dia mais crítico foi a sexta-feira quer em número de
ocorrências quer em área ardida.
Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Dom
Média 1996-2010 110,08 158,17 129,78 143,82 236,63 169,08 325,81
Área ardida 2011 39,73 32,59 40,71 43,06 224,45 135,86 80,64
N.º ocorrências 2011 60 58 65 77 90 87 85
Média 1996-2010 41 41 38 39 44 47 50
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
N.º
de
oco
rrên
cias
Áre
a a
rdid
a (h
a)
Distribuição semanal da área ardida e do n.º de ocorrências em 2011 e média 1996-2010
Gráfico18- Distribuição semanal da área ardida e do n.º de ocorrências em 2011 e média 1996-2010
5.4. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição diária
Pela análise do gráfico podemos verificar que entre 1996 e 2011, existiram sete dias (14 e 31 de Julho, e
4, 16,19,20 e 23 de Agosto) onde se registaram valores de área ardida superiores a 500 hectares,
representando 40,91% de toda a área ardida durante este período. Estes dias ocorreram durante o
chamado período critico, e em meses onde as temperaturas normalmente são mais elevadas e os
valores de humidade e precipitação menores.
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5.4. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição diária
Gráfico 19- Distribuição dos valores diários acumulados da área ardida e do número de ocorrências (1996-2011)
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5.5. Área ardida e n.º de ocorrências – Distribuição horária
Pela análise do gráfico podemos observar que os horários mais críticos para a ocorrência de incêndios
florestais se verificam entre as 14 e as 16 e entre as 21 e as 23. O período mais crítico, onde se registam
cerca de 82% das ocorrências acontece entre as 11 da manhã e a 1, coincidindo com as horas do dia em
que as temperaturas são mais elevadas e os valores de humidade do ar mais baixos. As ações de
vigilância e fiscalização devem-se intensificar neste período.
Gráfico 20- Distribuição horária da área ardida e do n.º de ocorrências em 2011 e média 1996-2011
Período Crítico - Ocorrências
11:00 - 0:59 horas
82,20 % das ocorrências
82,02% da área ardida
15,60% do total ardido
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5.6. Área ardida em espaços florestais
Gráfico 21- Distribuição área ardida por espaços florestais
ANOS Área ardida
Matos Área ardida Povoamentos
Área ardida total
% Matos
% Povoamentos
2001 475,42 357,28 832,70 57,09 42,91
2002 1325,98 1492,15 2818,13 47,05 52,95
2003 133,40 110,88 244,28 54,61 45,39
2004 248,50 155,22 403,72 61,55 38,45
2005 1539,37 2456,25 3995,62 38,53 61,47
2006 256,37 1158,72 1415,08 18,12 81,88
2007 37,29 237,88 275,17 13,55 86,45
2008 62,37 26,48 88,85 70,20 29,80
2009 198,03 500,28 698,31 28,36 71,64
2010 1699,09 1086,15 2785,24 61,00 39,00
2011 228,34 366,80 595,14 38,37 61,63
6204,15 7948,09 14152,23 43,84 56,16
Pela análise dos dados podemos verificar que nos últimos onze anos a área ardida em povoamentos
florestais é superior à área ardida em matos, verificando-se que no total arderam cerca de 56% de áreas
ocupadas por povoamentos florestais e 44% de áreas ocupadas com matos. Pela análise dos dados
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referentes aos últimos onze anos, verificamos que em seis deles arderam mais áreas de povoamento.
Estes valores justificam os dados referentes à ocupação do solo onde se verifica um decréscimo das
áreas ocupadas com floresta, relativamente aos terrenos incultos.
5.7. Área ardida e n.º de ocorrências por classes de extensão
Pela análise do gráfico podemos verificar que se registaram 4826 ocorrências com área ardida inferior a
10 há, o que representa aproximadamente 96% das ocorrências registadas neste período e 22,5 5 da
área ardida. Destas ocorrências 78% são inferiores a 1 há. As restantes ocorrências, distribuídas pelas
restantes classes de extensão, que apenas representam aproximadamente 4% das ocorrências totais e
em termos de área ardida representam 77% da área.
Gráfico 22- Distribuição área ardida por classes de extensão
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5.8. Pontos de início e causas
Quadro 15 – Causas dos incêndios 2007-2012
Pela análise dos dados, podemos verificar que das 2160 ocorrências investigadas, 1363 foram causadas
por vandalismo e por outro tipo de situação inimputável, o que representa 63% das ocorrências
investigadas. Estas distribuem-se por todo o Concelho, existindo contudo algumas freguesias onde elas
tem maior representatividade, nomeadamente, Arcos, Sá, Moreira do Lima, Arcozelo, Brandara,
Calheiros, Refóios, Facha, Vitorino de Piães, Cabaços, Fojo Lobal, Rebordões Santa Maria, Rebordões de
Souto, Anais, Ribeira, Serdedelo, Fornelos, Gemieira, Gondufe, Beiral e Boalhosa. Nestes locais as ações
de vigilância e fiscalização devem ser aumentadas.
TIPO DE CAUSA ANOS
2007 2008 2009 2010 2011 TOTAL
Indeterminadas 25 13 167 17 27 249
Queimadas 1 1 0 2
Outras causas acidentais 1 0 1
Caça e vida selvagem 12 1 0 13
Limpeza do solo agrícola 9 1 15 29 9 63
Limpeza do solo florestal 5 2 13 97 42 159
Borralheiras 2 2 5 5 14
Renovação de pastagens 13 4 57 46 30 150
Penetração em áreas de caça e margens de rios 11 2 1 14
Limpeza de caminhos, acessos e instalações 1 1 2
Outras 1 1 0 2
Conflitos de caça 7 46 8 61
Outra maquinaria e equipamento 0 1 1
Danos provocados pela vida selvagem 4 9 0 13
Alterações no uso do solo 2 5 0 7
Provocação aos meios de combate 1 1 0 2
Conflitos entre vizinhos 8 2 0 10
Vinganças 1 0 1
Vandalismo 62 448 158 155 85 908
Limpeza de áreas urbanizáveis 19 0 0 19
Outro tipo de fogueiras 1 0 0 1
Linhas electricas 3 0 0 3
Piromania 6 0 0 6
Manobras de diversão 2 0 0 2
Outras situações dolosas 3 449 3 0 0 455
Outras situações inimputáveis 2 0 2
119 919 493 420 209 2160
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Figura 18 – Pontos de início e causas dos incêndios ocorridos entre 2007 e2011
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FREGUESIAS
CAUSAS
Natural Negligência Intencional Vandalismo Acidental Desconhecida Incendiarismo TOTAL
Anais 0 0 1 0 0 0 0 1
Arca 0 2 1 0 0 0 0 3
Arcos 0 2 3 0 1 0 0 6
Arcozelo 0 2 3 0 0 1 0 6
Ardegão 0 0 0 0 0 1 0 1
Bárrio 0 2 2 0 0 1 0 5
Beiral 0 3 11 0 0 1 0 15
Bertiandos 0 0 0 0 0 0 0 0
Boalhosa 0 11 2 0 0 0 0 13
Brandara 0 2 3 0 0 0 0 5
Cabaços 0 2 4 0 0 1 0 7
Cabração 0 4 8 0 0 1 0 13
Calheiros 0 2 1 0 0 0 0 3
Calvelo 0 1 4 0 0 1 0 6
Cepões 0 1 5 0 0 0 0 6
Correlhã 0 5 1 0 0 0 0 6
Estorãos 0 6 6 0 0 2 0 14
Facha 0 2 6 0 0 3 0 11
Feitosa 0 1 1 0 0 0 0 2
Fojo Lobal 0 1 1 0 0 0 0 2
Fontão 0 1 6 0 0 0 0 7
Fornelos 0 2 5 1 0 0 0 8
Gemieira 0 5 18 0 0 3 0 26
Gondufe 0 7 22 0 0 1 0 30
Freixo 0 1 16 0 0 0 0 17
Friastelas 0 0 0 0 0 2 0 2
Gaifar 0 1 0 0 0 0 0 1
Gandra 0 0 1 0 0 1 0 2
Labruja 0 1 3 0 0 0 0 4
Labrujó 0 3 2 0 0 0 0 5
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 64
Mato 0 0 1 0 0 0 0 1
Moreira do Lima 0 3 5 0 0 0 0 8
Navió 0 0 1 0 0 0 1 2
Poiares 0 2 3 0 0 2 0 7
Ponte de Lima 0 2 4 0 0 1 0 7
Queijada 0 1 10 0 0 1 0 12
Refóios do Lima 0 16 22 0 0 6 0 44
Rendufe 0 4 11 0 0 0 1 16
Ribeira 0 10 10 0 0 1 0 21
Sá 0 1 4 0 0 0 0 5
Sandiães 0 0 1 0 0 0 0 1
Santa Comba 0 1 0 0 0 0 0 1
Santa Cruz 0 0 1 0 0 1 0 2
Santa Maria de Reb. 0 5 11 0 0 0 0 16
Seara 0 1 2 0 0 0 0 3
Serdedelo 0 10 6 0 0 0 0 16
Souto 0 1 2 0 0 2 0 5
Vilar do Monte 0 0 0 0 0 0 0 0
Vilar das Almas 0 0 6 0 0 0 0 6
V.Donas 0 2 1 0 0 0 0 3
V. Piães 1 19 6 0 0 3 1 30
TOTAL 1 148 243 1 1 36 3 433 Quadro 16 – Causas dos incêndios por Freguesia
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima
5.9. Fontes de alerta
Pela análise dos gráficos podemos verificar que o maior número de ocorrências é detectado por o grupo
designado por «populares» tendo sido detectadas 29% das ocorrências. Segue-se os Outros e os postos de vigia
com respectivamente 27 e 17% das ocorrências detectadas, depois o 117 e o CDOS e de seguida os Sapadores
Florestais, a Direção Regional de Agricultura e o Corpo Nacional da Guarda Florestal.
Gráfico 23- Distribuição do n.º de ocorrências por fonte de alerta (2001-2008)
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 66
Gráfico 24- Distribuição do n.º de ocorrências por fonte e hora de alerta (2001-2008)
5.10. Grandes Incêndios (área > 100 ha) – Distribuição anual Pela análise dos dados podemos observar que os anos de 2002 e 2005 se destacam relativamente ao número de
ocorrências superiores a 100 hectares registadas, pois ocorreram respetivamente seis e sete incêndios florestais
com esta característica. Em 2005, estas ocorrências foram responsáveis por 2.952,67ha ardidos, o que
corresponde a 73.9 % da área total ardida. O período mais crítico registou-se entre 15 e 23 de Agosto, com
temperaturas elevadas e secura extrema, onde ocorreram 4 grandes incêndios em simultâneo. Os grandes
incêndios iniciaram-se respectivamente nas freguesias de Moreira do Lima (2), Estorãos (2), Cepões, Labrujó e
Rebordões Santa Maria e estenderam-se a várias outras freguesias. Em 2006, registaram-se dois grandes
incêndios no concelho, um na freguesia de Vitorino de Piães no mês de Julho e outro na freguesia de Estorãos no
mês de Agosto, sendo responsáveis por aproximadamente 75 % da área ardida neste ano. Em 2009 também se
registaram dois grandes incêndios, na Freguesia do Bárrio e novamente em Moreira do Lima. O ano de 2010
voltou a ser um ano crítico no que respeita a grandes incêndios com quatro ocorrências, com áreas superiores a
100 há. Neste ano verificou-se a única ocorrência com área superior a 1000 há, contudo importa referir que
apesar de toda esta área estar indicada para o Concelho de Ponte de Lima, a mesma não se verificou só aqui.
No quadro seguinte apresentam-se os dados relativos a esses grandes incêndios.
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 67
Código Data Alerta Semana Dia
Semana Concelho Freguesia Local ÁREAS TOTAIS (ha)
DM302434 29-Jul-02
31 3 Ponte de Lima Seara 355
DM302537 31-Jul-02 31 5 Ponte de Lima Facha 165
DM302837 08-Ago-02 32 6 Ponte de Lima Facha 168
DM302993 14-Ago-02 33 5 Ponte de Lima Ribeira 101
DM3021429 27-Ago-02 35 4 Ponte de Lima Cepões 225
DM3021683 01-Set-02 35 7 Ponte de Lima Cabração 129
DM3051077 08-Jul-05 27 5 Ponte de Lima Moreira do Lima Felgueiras 240
DM3051092 09-Jul-05 27 6 Ponte de Lima Moreira do Lima Felgueiras 220
DM3051568 04-Ago-05 31 4 Ponte de Lima Estorãos Mãos/Sobral 797
DM3052509 15-Ago-05 33 1 Ponte de Lima Cepões Carvalhinhos 100
DM3051942 19-Ago-05 33 5 Ponte de Lima Labrujó Valinhos/REG 532,8
DM3051956 20-Ago-05 33 6 Ponte de Lima Rebordões – Santa Maria
Santa Maria 756
DM3052137 23-Ago-05 34 2 Ponte de Lima Estorãos Desconhecido 306,87
DM306693 14-Jul-06 28 5 Ponte de Lima Vitorino de Piães Airão 951
DM3061389 29-Ago-06 35 2 Ponte de Lima Estorãos Breia 107
DM309711 28-Mai-09 22 5 Ponte de Lima Bárrio Picaranha 124,2
DM3091994 29-Set-09 41 3 Ponte de Lima Moreira do Lima Couto 142,5
DM3101847 26-Jul-10 31 2 Ponte de Lima
Rebordões – Santa Maria Cerquido
271,76
DM310888 08-Ago-10 32 1 Ponte de Lima Vilar do Monte Monte da Nó 118,7
DM3101744 13-Ago-10 33 6 Ponte de Lima Refóios Vacariça 162,8
DM3101508 15-Ago-10 33 1 Ponte de Lima Estorãos Chão de Fento 1359,32
Quadro 17 – Grandes incêndios
Classes de Área (há)
100- 500 500-1000 >1000 TOTAL
2002 0 6 0 6
2003 0 0 0 0
2004 0 0 0
0
2005 4 3 0 7
2006 1 1 0 2
2007 0 0 0 0
2008 0 0 0 0
2009 2 0 0 2
2010 3 0 1 4
2011 0 0 0 0
TOTAL 10 10 1 21
Quadro 18 – Distribuição anual do n.º de grandes incêndios por classes de áreas
Ano
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 68
Figura 19- Mapa dos Grandes incêndios
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 69
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Total área ardida 0 0 226 393 257 309 123 0 0 295 105 0 0 267 191 0
N.º Ocorrências 0 0 4 2 2 2 6 0 0 7 2 0 0 2 4 0
0
1
2
3
4
5
6
7
8
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
N.º
de o
co
rrên
cia
s
Áre
a a
rdid
a (
ha)
Distribuição anual da área ardida e do n.º de ocorrências de grandes incêndios (1996-2011)
Gráfico 25 – Distribuição anual da área ardida e do n.º de ocorrências de grandes incêndios (1996-2011).
5.11. Grandes Incêndios (área > 100 ha) – Distribuição mensal Tal como acontece com as ocorrências com outras áreas também os meses de Julho e Agosto são aqueles onde
se regista um maior número de ocorrências com área superior a 100 hectares. Como já vimos anteriormente é
nestes meses que se verificam as melhores condições para a ignição e propagação dos incêndios,
nomeadamente temperaturas mais elevadas, menor humidade no ar e nos combustíveis e menor precipitação.
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Total área ardida 211 0 122 0 124,2 0 2794 6885 366,5 0 0 150
N.º Ocorrências 1 0 1 0 1 0 9 16 2 0 0 1
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
N.º
de o
corr
ência
s
Áre
a ar
did
a (h
a)
Distribuição mensal da área ardida e do n.º de ocorrências de grandes incêndios (1996-2011)
Gráfico 26 – Distribuição mensal da área ardida e do n.º de ocorrências de grandes incêndios (1996-2011).
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 70
5.12. Grandes Incêndios (área > 100 ha) – Distribuição semanal Relativamente ao número de ocorrências verifica-se que estas se distribuem uniformemente pelos dias da
semana, havendo uma ligeira diminuição á segunda à quarta-feira. Em relação á área ardida a Sexta-feira e o
Domingo apresentam valores mais significativos.
Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Dom
Total área ardida 726,76 1147,37 477 1345,7 2136,6 1317 3502,02
N.º Ocorrências 3 5 3 5 5 4 6
0
1
2
3
4
5
6
7
8
0
500
1000
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Distribuição Semanal da área ardida e do n.º de ocorrências de grandes incêndios (1996-2011)
Gráfico 27 – Distribuição semanal da área ardida e do n.º de ocorrências de grandes incêndios (1996-2011).
5.13. Grandes Incêndios (área > 100ha) – Distribuição horária O período mais crítico regista-se entre as 14 e as 16 horas, altura do dia em que se verifica um maior aumento da
temperatura. Também entre as 21 e as 23 e entre as 3 e as 5, se registam valores significativos quer em termos
de ocorrências quer em termos de área ardida, pelo que podemos concluir mais uma vez que é importante
reforçar as ações de vigilância e fiscalização das áreas florestais mesmo durante o período da noite.
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 71
0:00 -0:59
1:00 -1:59
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Total área ardida 0 0 0 0 590 756 0 0 332 143 307 0 119 12222161327 0 479 0 100 32813091768758
N.º Ocorrências 0 0 0 0 2 1 0 0 2 1 1 0 1 1 5 4 0 2 0 1 2 3 3 2
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Distribuição horária da área ardida e do n.º de ocorrências de grandes incêndios (1996-2011)
Gráfico 28 – Distribuição horária da área ardida e do n.º de ocorrências de grandes incêndios (1996-2011).
Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios
Município de Ponte de Lima 72
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