MULT MAIO 2004 op6 - unip.br · Para falar sobre soldagem robotizada, o Sistema Multiensino...
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• Ministros do Supremo, Carlos Velloso e GilmarMendes, debatem temas constitucionais
• Desconsideração da pessoa jurídica étema da ministra Nancy Andrighi (STJ)
• Herbário UNIP é reconhecido internacionalmente
• Processamento de alto desempenho pode auxiliar o projeto Genoma
• Herbário UNIP é reconhecido internacionalmente
• Robô de soldagem substitui homem em ambiente hostil
• Processamento de alto desempenho pode auxiliar o projeto Genoma
• Ministros do Supremo, Carlos Velloso e GilmarMendes, debatem temas constitucionais
• Desconsideração da pessoa jurídica étema da ministra Nancy Andrighi (STJ)
• Presidente doSupremo,ministro NelsonJobim,revela comotramitam as leisno Congresso
Junho, 2004MultiMulti informações
UNIVERSIDADE PAULISTA
• Presidente doSupremo,ministro NelsonJobim,revela comotramitam as leisno Congresso
Nesta ediçãoNesta edição
• Empreendimentos turísticos na esteira do sucesso
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• Robô de soldagem substitui homem emambiente hostil
• Para Delfim Netto,desenvolvimentodemanda ousadia
• NizanGuanaes faz publicidade da perseverança
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Não é novidade que a psicologiafreqüenta o cinema. Personagens densos, comconflitos existenciais ou neuróticos, enfim, apsique humana, dramatizada ou ironizada emfilmes e mais filmes, sempre provocou platéiasdo mundo inteiro. Nada melhor então queexperimentar o caminho inverso: levar ocinema para a sala de aula. Se isso tambémnão significa novidade ao menos arepresentação cinematográfica da subjetividadehumana permite instigar o aluno para adiscussão de temas relevantes da sociedade eda formação do psicólogo. A transmissão defilmes, apoiada pelo debate com especialistasda área, possibilita ao estudante ampliarconhecimentos e concretizar conceitos atéentão só abordados em textos teóricos.
A projeção é ótima oportunidade para o alunoassimilar, por exemplo, os conceitos psicanalíticos deforma viva e dinâmica. Filmes como A invenção dapsicanálise, produção francesa que conta cem anosde paixões, lirismo, ambições e loucuras, propicia emimagens o romance das origens da psicanálise. Estãopresentes no filme homens, memória, conceitos,movimento. Freud além da alma (John Huston, EUA,1962), que retrata de forma romanceada a vida do paida psicanálise, pode ser útil para entender, porexemplo, o embrião do Complexo de Édipo (etapa nocrescimento psicológico da criança que se tornapatológica quando não resolvida), a partir do
relacionamento de Freud com sua mãe. Algunssonhos de Freud também foram recriados no filme. JáO jovem Freud, do diretor austríaco Axel Corti (1977),conta de forma simples as lembranças do rapaz queum dia revolucionaria o pensamento de sua época,com a revelação do inconsciente.
Nascido em 1856, na Moravia, Europa, SigmundFreud estudou medicina na Universidade de Viena, naÁustria, e, desde cedo, especializou-se em neurologia.Durante muito tempo, trabalhou na elaboração dapsicanálise.
Mas a psicanálise também foi parar no “divã” deLacan (documentário que reúne as imagens da vida eda obra de um dos seguidores que mais contribuíram
para a releitura da obra de Freud). Televisão,entrevista de Lacan concedida a Jacques-AlainMiller, para um filme realizado por BenoitJacquot, tornou-se documentário célebre,pelas idéias ali contidas.
Jacques Lacan nasceu em Paris, em1901. Neurologista e psiquiatra, para ele, apsicanálise não era apenas uma abstração,mas se estruturava como uma linguagem.
Ainda com uma idéia na cabeça e umacâmera na mão, o cineasta sensível podeenfocar questões da atividade profissional dopsicólogo, como escola e sociedade, relaçõesfamiliares e deficiência, e seu trabalho servirpara estudo em classe. Em Quando tudocomeça, (França, 1999), cujo personagemcentral ensinava crianças numa cidadezinha
do interior francês, o diretor Bertrand Taverniertomou depoimentos de diversos professores sobre arealidade das escolas públicas. Já Parente é serpente(1992), do diretor Mario Monicelli, é umatragicomédia sobre os desencontros de umatradicional família italiana que se reúne no Natal. EmBanhos (China, 1999), de Zhang Yang, um homem,que tem um irmão com deficiência mental, visita ovelho pai, que dirige uma casa de banhos tradicionalem uma cidade interiorana. O drama familiar éretratado com bastante delicadeza.
Nada como uma boa película para refletir ariqueza da psique humana.■
Cenas da psique humana
automobilística, substituir a soldagemmanual pela robotizada. Para falar sobresoldagem robotizada, o SistemaMultiensino convidou o professorGuilherme Caribé de Carvalho, pós-doutorado em tecnologia de soldagempela universidade de Cranfield,Inglaterra. A palestra aconteceu no dia13 de abril, e os alunos puderamformular perguntas, em tempo real, pelainternet e pelos canais da RedeBrasileira de Informação (RBI),instalados em São Paulo e Brasília.
Segundo o professor, robôs parasoldagem podem ser agrupados em trêscategorias. Os robôs cartesianos, querealizam movimentos lineares, possuemgeralmente três eixos de translação. Osrobôs bicilíndricos, que são formadospela combinação de eixos demovimento rotativo num planohorizontal e de movimento linearvertical, são utilizados no processo desoldagem de placas de circuitoimpresso. E os robôs de revolução, quepossuem diversos eixos demovimentação exclusivamente rotativa,são os mais flexíveis entre as trêscategorias, porém, os mais difíceis decontrolar e programar.
O movimento de um robô podeser do tipo interpolado, em que todas asjuntas se movem ao mesmo tempo, de
forma suave. Outra forma demovimento é o cartesiano, em que éfornecida ao robô uma coordenada noespaço, que é o ponto de destino domovimento.
Existem dois tipos deprogramação dos movimentos de umrobô industrial: on-line e off-line. Noprimeiro, o operador programa o robôdiretamente, em geral, por meio deum joy-stick. Na programação off-line,o operador cria o programa em umcomputador e utiliza ambiente virtual.
De acordo com o professorGuilherme, diferentemente dosoldador humano, que pode iradequando o processo de soldagemenquanto realiza a tarefa, um robôdepende de que nenhum imprevistoocorra durante a execução dasoperações programadas. Atualmente, amonitoração é feita por meio desensores, que podem ser de calor, desom, eletromagnéticos, óticos etc.
“O grande benefício da soldagemrobotizada é a retirada do elementohumano de um ambiente hostil, emque, além de temperaturas elevadas,há grande concentração de vaporestóxicos e radiação ultra-violeta. E oBrasil, neste princípio de século, épromissor mercado para a indústriarobótica”, salientou o professor. ■
Apossibilidade
de a máquinasubstituir o homemem diferentesatividades do dia-a-dia e deixá-lo livrepara tarefas mais criativasé algo com que muitossonham. A literatura de ficçãoe o cinema já contaram muitashistórias em que robôs
aparecem como personagens. Atéa indústria de brinquedos aposta no
filão. Há alguns anos, brinquedos-robôsvêm fazendo a alegria das crianças e deoutros nem tão crianças assim.
Mas quem imagina que robôsforam gerados de pedaços de metal eparafusos não conhece o pai deles: Isaac
Asimov, premiado escritor de ficçãocientífica que nasceu na antiga UniãoSoviética, em 1920, e foi criado em NovaIorque, Estados Unidos. A linguagemsimples e o senso de humor presentesem seus textos abriram as portas daciência para o público leigo e inspirarammuitos filmes de sucesso. Famoso porsuas obras envolvendo robôs (atribui-se aele criação da palavra robô), Asimovlançou as Três Leis Fundamentais daRobótica. A primeira diz: “Um robô nãopode causar dano a um ser humano nem,por omissão, permitir que um serhumano sofra.” A segunda: “Um robôdeve obedecer às ordens dadas por sereshumanos, exceto quando essas ordensentrarem em conflito com a primeira lei.”E a terceira: “Um robô deve proteger suaprópria existência, desde que essaproteção não se choque com a primeiranem com a segunda lei da robótica.”Isaac Asimov criou as leis para provocarnova visão a respeito dos robôs, afinal,muitos críticos acreditavam que asmáquinas destruiriam o homem.
Nos dias atuais, a soldagem é oterceiro processo de fabricação industrialmais utilizado. Fica atrás apenas damontagem e da usinagem. E anecessidade de oferecer produtos dequalidade a preços competitivos tem feitoa indústria, principalmente a
Robô de soldagem retira homem de ambiente hostil
em São Paulo, e pelo canal 17-UHF, em Brasília. Aliás, na capital da
República, a RBI também é sintonizada nos canais por assinatura
Net (25) e Mais TV (64).
O convidado realiza a palestra, e o estudante pode formular
perguntas e esclarecer dúvidas sentado na platéia ou diante de um
computador. E se desejar acessar o mesmo evento posteriormente
e mais uma vez interagir, o aluno poderá fazê-lo ao utilizar
softwares especiais que integram todas as modernas tecnologias de
comunicação e informação disponíveis (bancos de dados,
informações audiovisuais, canais de televisão, internet e
TV web) e digitalizam os eventos.
Tecnologia é para isso mesmo, para
servir de instrumento ao debate
de grandes questões.
O conhecimento de questões importantes para a sociedade e
que interessam profundamente a comunidade acadêmica pode ser
debatido entre lideranças de diferentes setores, talentosos
profissionais de diversas áreas, professores de várias disciplinas,
alunos e demais pessoas atentas e questionadoras. Muita gente? Sim.
E todas ao mesmo tempo? Claro. Como? Ora, para responder a
tantas questões, nada como dispor da ferramenta tecnologia.
O Sistema Multiensino é assim, capaz de reunir muitos
especialistas, prontos para o debate de temas essenciais para a
humanidade, a partir do palco de um teatro ou de um estúdio de
televisão, e, em tempo real, atingir inúmeros interessados. Como?
Via internet e com o auxílio da transmissão televisiva
da Rede Brasileira de Integração (RBI), pelo
canal 14-UHF,
Educação superior
1opiniões
Junho, 2004MultiMulti opiniões
Sistema Multiensino
2 opiniões
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Editora Soldiretora
Sandra Miessa
consultoria
Elisabete Brihy
editoras
Sandra Miessa e Wilma Ary
multimídia
Marcelo Souza
comunicação institucional
Marcus Vinicius Mathias
chefia de redação
Wilma Ary
reportagem
Carla Linhares
Fernanda Milani
Roberta Abrahão
textos especiais
Sandra Miessa
diagramação e arte
Homart Artes Gráficas
MultiMultiinformações
UNIVERSIDADE PAULISTA
Presidente do Supremo revela comotramitam as leis no Congresso
No dia 26 de maio, para falar
sobre o processo legislativo e suas
peculiaridades, o presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF),
ministro Nelson Jobim, preferiu
dar ênfase à tramitação de projeto
de lei. Os alunos puderam assistir
à palestra e participar com
perguntas pela internet e pelos
canais da televisão RBI, instalados
em São Paulo e Brasília.
O ministro Nelson Jobim disse
que a primeira fase do processo
legislativo é a da iniciativa de lei,
e esta classifica-se em concorrente
e privativa. A iniciativa
concorrente é aquela que pode ser
exercida por diferentes pessoas,
como o presidente da República
ou membros do Congresso
Nacional, de tribunais de Justiça,
da Procuradoria Geral e da
iniciativa popular. Já a privativa
pertence a um diferente conjunto
de temas, e somente determinada
pessoa ou ente político pode dar
início à tramitação de um projeto
de lei.
Para demonstrar o processo
legislativo de uma lei ordinária, em
iniciativa concorrente, o ministro
escolheu o Poder Executivo como
iniciador. Primeiramente, a temática
é levada em pauta por meio de um
anteprojeto de lei, o qual é
elaborado, em regra, por comissão
nomeada pelo ministro da Justiça.
Encerrada essa etapa, o titular da
pasta da Justiça encaminha o
anteprojeto, juntamente com a
exposição de motivos, ao presidente
da República. O anteprojeto é
analisado pela Casa Civil, que o
discute e revisa, acompanhada por
outras áreas do governo, e
novamente o envia ao presidente da
República. Somente então o
anteprojeto fica apto para ser
remetido ao Congresso e tornar-se
projeto de lei para ser votado.
No sistema bicameral que
vigora no Brasil, a Câmara dos
Deputados é a casa que inicia a
maioria dos projetos de lei; ao
Senado Federal cabe a revisão. Na
Câmara dos Deputados, é aberto um
prazo, a partir da leitura do projeto,
para que os parlamentares ofereçam
emendas ao projeto. As emendas
são classificadas em supressivas,
aditivas, substitutivas ou
modificativas. As supressivas
excluem dispositivo do projeto. As
modificativas alteram o projeto de
maneira não substancial. As
substitutivas modificam radicalmente
o texto. As aditivas acrescentam
texto autônomo, o qual, porém,
deve ter relação com o projeto
apresentado.
Na fase seguinte, o conjunto
de emendas é analisado por uma
comissão temática. O relator pode
emitir parecer autônomo
sobre o projeto e emendas, mas
tem como alternativa a
apresentação de um substitutivo.
A fase constitutiva ocorre no
plenário da Câmara. Nessa etapa,
de acordo com o presidente do
Supremo, o plenário debate o
conjunto de emendas, o
substitutivo e o projeto de lei e
dá início ao processo de votação.
“Esse é o momento de grande
importância técnica, no qual
surgem os destaques, que têm
como objetivo aprovar algum
texto do projeto que não se
encontra no substitutivo”, enfatizou
o ministro. Ele salientou ainda que
o substitutivo tem preferência na
votação sobre o projeto. Ainda no
caso de o parlamentar não
considerar conveniente a aprovação
de alguma matéria que esteja no
texto substitutivo, terá duas
alternativas: o destaque supressivo
e o destaque para a votação em
separado.
Aprovado o substitutivo,
ocorre a votação da matéria
destacada. Contudo, rejeitado o
substitutivo, votam-se o projeto
de lei e os destaques. Não
aprovada a matéria, o projeto será
arquivado.
O resultado é levado para
Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ), para redação final.
A redação final também é
submetida a votação. Uma vez
aprovada, encerra-se a fase
instrutória na Câmara dos
Deputados.
O ministro explicou que, no
Senado, há tramitação semelhante.
Se o Senado alterar o texto, este,
com as modificações, volta para
exame na Câmara dos Deputados,
que deliberará sobre o novo texto
ou o antigo. Prevalece, nesse
caso, a decisão da Câmara.
O projeto segue para a
Presidência da República. O
presidente pode sancionar o texto
e mandar publicar. No entanto, o
chefe do Executivo pode vetar o
texto, total ou parcialmente. “A
matéria retorna ao Congresso, que
pode derrubar ou não o veto ao
texto”, encerrou o ministro. ■
O presidente do Supremo,
ministro Nelson Jobim
3opiniões
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contraposição ao direito de outrotitular, poderá surgir a chamadacolisão de direitos fundamentais.
A colisão entre dois direitosfundamentais pode permitir aolegislador estabelecer restrições aum deles. Em uma situação, alguémrefere-se a outro, e este podeconsiderar as palavras ofensivas àsua dignidade ou à de sua família.De um lado está a liberdade deexpressão, de outro, a idéia deproteção à imagem, à privacidadedas pessoas. Há outra situação,como o confronto entre direitosfundamentais e outros direitosconstitucionais __ caso, porexemplo, da liberdade deexpressão, de um lado, e dosinteresses do Estado, de outro.Também existe a possibilidade decolisão entre direitos fundamentaisidênticos.
Em geral, o princípio daproporcionalidade, especialmentesob a forma do subprincípio emsentido estrito, tem sido oparâmetro adotado. ■
De acordo com o ministroGilmar Mendes, do SupremoTribunal Federal (STF), aConstituição Federal de 1988assegura que os direitos e garantiasindividuais são cláusulas pétreas,elementos centrais do textoconstitucional, portanto, não podemser removidos nem afetados, demaneira radical, por emendas. Essefoi o tema da palestra realizada nodia 31 de março, pelo ProgramaMultiensino. Os alunos puderamformular perguntas, em tempo real,via internet e pelos canais datelevisão RBI, instalados em SãoPaulo e Brasília.
“As cláusulas pétreas compõema identidade da Constituição, noentanto, quando se lida com osdireitos fundamentais, é precisofazer algumas distinções”, disse oministro. Existem os direitosfundamentais de defesa, de caráternegativo, e os direitos fundamentaisa uma prestação, de caráterpositivo. Os direitos de defesa sãode perfil liberal e impõem aoEstado, em princípio, dever deabstenção. Contudo, se vier aintervir, o Estado deve seguirparâmetros estabelecidos. Entreoutros, são considerados direitos dedefesa o direito de propriedade, asliberdades individuais, o direito deir e vir e a liberdade do exercícioprofissional.
Entre os direitos de perfil
positivo, estão os decaráter social, ou seja,o que o cidadãodeseja do Estado. “Eele quer participação,
prestação positiva,como, por exemplo,
direito a salário mínimojusto”, explicou o ministro.
Segundo o palestrante, osdireitos fundamentais podem
receber limites, mas há distinçãoentre reserva legal simples equalificada. Na primeira, arestrição é exercida na formada lei, ou seja, o constituintenão estabelece exigênciasadicionais, apenas limites aoexercício de dado direito. Nocaso da reserva legalqualificada, como não háexpressa limitação, o constituintepode entender que um direitofundamental só poderá sofrerrestrição se atendidos certospressupostos. Contudo, o legisladornão pode perder de vista o núcleoessencial, que é o espaço além doqual ele não pode ir.
Além do núcleo essencial, épreciso considerar o princípio daproporcionalidade, que se divideem três subprincípios: daadequação, da necessidade e daproporcionalidade em sentidoestrito. Pelo primeiro item, os meiosestabelecidos deverão estaradequados aos fins propostos. Sepassar nesse teste de adequação, amedida deverá contemplar oprincípio da necessidade. Quanto àproporcionalidade em sentidoestrito, de um lado, é importantesaber se o interesse público justificaintervenção; de outro, é preciso terconhecimento sobre a agressão quese impõe ao direito ou garantiaindividual.
Segundo o ministro GilmarMendes, diversos direitosfundamentais protegem situaçõesassemelhadas, porém, se houver
“A colisão entredireitos fundamentaispode estabelecerrestrições a um deles.De um lado pode estara liberdade deexpressão, de outro, aidéia de proteção àimagem, à privacidadedas pessoas”
Ministro Gilmar Mendes fala sobre os direitos fundamentais
Ministro Gilmar Mendes diz que direitos fundamentais
podem ser limitados
A ministra Nancy Andrighi, do
Superior Tribunal de Justiça (STJ),
contou aos alunos do Sistema
Multiensino a história de uma
sociedade comercial cujos sócios
foram dolosamente dilapidando os
bens, a ponto de contrair dívidas e
deixar de honrar compromissos. Essa
história nunca existiu, é
hipotética. Serviu para
ilustrar a palestra da
ministra, ocorrida no dia
12 de maio. Atentos, os
estudantes puderam
formular perguntas, em
tempo real, pela
internet e pelos
canais da
televisão RBI,
instalados em
São Paulo e
Brasília.
Mas, continuando a história daquela
sociedade, quando os credores passaram
a exigir dos sócios o pagamento de suas
4 opiniões
MultiMulti opiniõesMinistra explica
“levantamento de véu” da pessoa
jurídica
Internado na Unidade de
Terapia intensiva (UTI) de um
grande hospital de São Paulo, o
estado do paciente José era
gravíssimo. Oitenta anos, médico,
culto, espirituoso, ele nem sabia
que estava inchado, sedado e
respirava por aparelho. Os
colegas médicos e os enfermeiros
faziam de tudo para salvá-lo. Os
fisioterapeutas revezavam-se na
mesma luta. E a família
agüentava-se na esperança.
Diariamente, os
fisioterapeutas faziam o paciente
sentar-se e verificavam níveis do
oxigênio circulante, do padrão
respiratório, enfim, realizavam o
trabalho a que chamavam de
procedimento. Certo dia, um
fisioterapeuta, que durante os
procedimentos sempre
conversava com o doutor José
como se ele o estivesse ouvindo,
percebeu que o paciente estava
consciente. Ao movimentar a
cânula introduzida na traquéia do
doente, o profissional conseguiu
que ele falasse. Por coincidência,
começava a hora da visita, e a
família pôde presenciar aquilo
que considerava milagre. Doutor
José pronunciou os nomes dos
filhos e chegou a exprimir frases
de brincadeira. Foi a última vez
que falou. Dias mais tarde, a
doença o venceria.
O cardiologista Carlos
Alberto Pastore, diretor do
Serviço de Eletrocardiologia do
Instituto do Coração (InCor), que
integra o complexo do Hospital
das Clínicas de São Paulo,
reconhece a importância do
trabalho dos fisioterapeutas. Ele
ministra aulas de
eletrocardiograma no curso
dirigido pela chefe do Serviço de
Fisioterapia do InCor, doutora
Maria Ignez Zanetti Feltrim. “A
doutora Maria Ignez está no
serviço praticamente desde o
início do instituto, que tem quase
trinta anos. O trabalho é a vida
dela”, afirmou o médico.
Segundo o cardiologista, quando
o InCor começou a tratar os
pacientes da UTI com o auxílio
da fisioterapia, cabia ao
profissional dessa área realizar
atendimento em curto espaço de
tempo. Durante sua permanência,
o doente podia ter ótima
resposta; porém, após a saída do
profissional, muitas vezes o
estado do paciente piorava.
De acordo com o médico,
hoje, na UTI especializada
(cardiológica, pneumológica,
neurológica, infantil), o
fisioterapeuta tem de estar
presente 24 horas ao dia. Nesse
sentido, o InCor saiu na frente.
Em 1981, tornou-se o primeiro
hospital a dispor da presença do
fisioterapeuta durante as 24 horas
do dia na UTI. “O serviço é tão
importante que, atualmente, um
curso de especialização é
realizado dentro do InCor, para
qualificar fisioterapeutas”,
ressaltou o cardiologista.
De acordo com o doutor
Pastore, a unidade de terapia
intensiva que se encontra nos
hospitais de grande porte e
mantém equipamentos de última
geração, exige fisioterapeuta
exclusivo. Para a doutora Feltrim,
o fisioterapeuta que atua dentro
desse tipo de UTI precisa saber
como funcionam os sistemas
vitais e ter uma compreensão
profunda dos episódios que
podem ocorrer ao doente. “Ele
tem de estar preparado para
responder imediatamente às
necessidades mecânicas e
tecnológicas, contudo, ao mesmo
tempo, não pode esquecer o lado
humano. Tem de compreender o
doente com todas as variáveis
que ele apresenta”, explicou.
Até hoje uma família é grata
a um certo fisioterapeuta que
conversava com um paciente
grave chamado José como se este
pudesse ouvir e responder. �
Ministra Nancy Andrighi, do Superior
Tribunal de Justiça
UTI especializada exige fisioterapeuta permanente
respectivas dívidas, descobriram que não
havia bens em nome da sociedade.
Então, surgiu a dúvida: os sócios
deveriam responder pelas dívidas da
sociedade com seus bens particulares?
A ministra explicou que a idéia da
limitação da responsabilidade do sócio
advém da preocupação natural com o
fato de as pessoas investirem em
negócios e correrem o risco de perder
os bens pessoais que foram adquiridos
anteriormente à formação da sociedade.
Para incentivar o desenvolvimento
societário, a lei instituiu a pessoa
jurídica, que funciona como um escudo
protetor do patrimônio particular do
sócio.
No entanto, o novo código, sem
negar o princípio da separação
patrimonial, prevê a desconsideração da
pessoa jurídica em algumas situações.
Segundo a ministra, o juiz pode
desconsiderar a pessoa jurídica para
evitar fraudes e prejuízo aos credores.
Essa determinação encontra-se tanto no
Código Civil (CC), como no Código de
Defesa do Consumidor (CDC), além de
outras leis, de ordem trabalhista,
tributária, ambiental e econômica.
O Código Civil autoriza a
desconsideração em casos de abuso ou
de desvio de finalidade. Quando, por
exemplo, fraudulentamente, os mesmos
sócios constituem nova sociedade e
passam a transferir os bens para ela, a
desconsideração pode permitir a
invasão nos patrimônios dos sócios
ou dessa outra pessoa jurídica. Já o
Código de Defesa do Consumidor é
mais abrangente. Enquanto o Código
Civil exige a prova de que os sócios
agiram de má-fé, o CDC não faz tal
cobrança e permite a invasão no
patrimônio dos sócios toda vez que a
personalidade jurídica prejudicar o
ressarcimento do prejuízo ao
consumidor.
“Entretanto,o juiz não pode
limitar-se a simplesmente interpretar a
regra. Precisa considerar também a
conjuntura jurídica”, disse a ministra.
Como no CDC não há necessidade de
questionar a atuação dos sócios, e
eles podem responder pela
inadimplência da empresa mesmo
sem ter contribuído para isso, o
investidor pode não se sentir
motivado a aplicar em empresas com
separação patrimonial. Afinal,
qualquer problema que ocorra com
ela coloca em risco seu patrimônio
pessoal.
A ministra ainda ressaltou que
a desconsideração não extingue, por
si só, a empresa. “O chamado
‘levantamento do véu’
(desconsideração) da pessoa jurídica
deixa de existir depois que os
pagamentos são realizados”,
afirmou. �
ECampus Bacelar
1unidade
Maio, 2004MultiMulti unidade
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1destaques
Junho, 2004MultiMulti destaques
O ministro Carlos Velloso, do
Supremo Tribunal Federal (STF), foi
convidado pelo Sistema
Multiensino, para falar, no dia 3 de
maio, sobre os princípios
constitucionais tributários. Os
alunos formularam questões
durante a palestra, em tempo real,
via internet e pelos canais da
televisão RBI, instalados em São
Paulo e Brasília.
Segundo o ministro, no Brasil,
existe um direito tributário
constitucional que, na verdade,
integra um sistema constitucional
maior. Impostos, taxas,
contribuições e empréstimos
compulsórios fazem parte de nosso
sistema constitucional tributário.
Também o compõem as limitações
à tributação e a discriminação das
rendas tributárias.
De acordo com o palestrante,
os princípios estabelecidos na
Constituição Federal são garantias e
dividem-se em gerais e especiais. O
primeiro princípio geral é o da
legalidade. Segundo o ministro,
não há tributo sem lei. A exceção
ao princípio da legalidade
restringe-se aos impostos de
exportação e importação, bem
como aos impostos sobre produtos
industrializados e operações
financeiras. Tais impostos podem
ter alíquotas alteradas por decreto
do Poder Executivo, porém, dentro
dos limites mínimos e máximos
previstos em lei.
O princípio da igualdade
realiza-se pelo princípio da
capacidade tributiva, no caso de
impostos; pelo princípio da
utilização, na eventualidade de
taxas; e pelo princípio da
proporcionalidade, na hipótese de
contribuições.
O princípio geral da
irretroatividade impede que a lei
altere, por exemplo, um negócio já
realizado, aquilo que já foi julgado
e todo e qualquer direito que a
pessoa já possua.
Ainda de caráter geral, tem-se
o princípio da anterioridade.
Segundo o ministro Carlos Velloso,
o tributo não pode ser cobrado no
período financeiro em que tenha
sido instituído, que no nosso caso
corresponde ao ano civil. Somente
poderá ser cobrado no exercício
financeiro subseqüente. Trata-se,
hoje, de cláusula pétrea da
Constituição Federal. A novidade é
a denominada anterioridade
“nonagesimal”, em que o tributo
não pode ser cobrado antes de
noventa dias após a publicação da
lei instituidora. O objetivo é
impedir que, ao final de cada
exercício, o contribuinte seja
surpreendido por número
excessivo de tributos e/ou
majorações que passariam a
vigorar no dia 1º de janeiro de
cada ano. Entretanto, a
anterioridade “nonagesimal” não se
aplica a certos casos, tais como:
imposto de renda; impostos sobre
produtos industrializados; impostos
sobre operações financeiras;
Imposto sobre a Propriedade de
Veículo Automotor (IPVA) e
Imposto sobre a Propriedade
Territorial Urbana (IPTU), entre
outros.
Ainda sob caráter geral, a
União não pode instituir tributos
diferentes entre os estados, o
Distrito Federal e os municípios.
Pode apenas, justificadamente,
estabelecer incentivos fiscais. A
União também não pode fixar
tributos sobre as dívidas públicas
dos estados, do Distrito Federal e
dos municípios.
Já as isenções podem ser
heterônimas ou autônomas. O
ministro afirmou que as primeiras
são concedidas por quem não
pode instituir o tributo. Já as
autônomas são outorgadas por
quem possui competência
tributária. Dentro do estado
federado, há entidades parciais e
uma entidade total. Os estados, os
municípios e o Distrito Federal são
entidades parciais. “A União é, ao
mesmo tempo, entidade total e
parcial. Na condição de entidade
parcial, com atividade e
competência internas, não pode
Ministro Carlos Velloso debate princípios constitucionais tributários
Ministro Carlos Velloso fala sobre osprincípios constitucionais tributários
conceder isenções. Não lhe cabe
isentar os tributos dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios.
Porém, a União representa também
a República Federativa, logo, pode,
sim, realizar tratados com amplos
reflexos internos”, explicou o
ministro.
Existem ainda os princípios
específicos, especiais, que atingem
apenas alguns tributos. O primeiro
é o Imposto de Renda, que deve
ser marcado por três princípios:
generalidade, progressividade e
universalidade. Outro princípio
específico é o da não
cumulatividade. Diz respeito ao
Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) e ao
Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI). O terceiro
princípio específico é o da
seletividade e também abrange o
IPI e o ICMS, que são impostos
considerados seletivos em razão
dos produtos, pois há alíquotas
com valores mais altos para itens
“A União, comoentidade parcial, nãopode isentar tributosdos estados, do DF edos municípios.Porém, comorepresentante daRepública Federativa,pode realizar tratadoscom amplos reflexosinternos”
supérfluos e mais baixos para
gêneros de primeira necessidade.
O ministro encerrou a palestra
explicando o princípio da
progressividade, que atinge o
Imposto sobre a Propriedade
Territorial rural (IPTR). “A alíquota
é maior quanto menor a
produtividade da terra rural”,
ressaltou. ■
Doutor em ciência ambiental pelaUniversidade de São Paulo (USP), oprofessor Eduardo Ehlers, no dia 25 demaio, deu uma aula sobre turismo edesenvolvimento sustentável. Os alunosdo Sistema Multiensino assistiram àpalestra e formularam perguntas viainternet e pelos canais da televisão RBI,instalados em São Paulo e Brasília.
O professor Ehlers iniciou aconferência com uma boa notícia:embora na década de 90, no Estado deSão Paulo, parte da Mata Atlânticativesse encolhido (houve redução de15,2% para 14,9% da cobertura original),em 204 municípios paulistas a matacresceu. Ou seja, nas regiões em que seencontram esses municípios, que namaioria estão agrupados, são vizinhos
entre si, havia, ao final dos anos 90, maismata do que no início da mesma década.
De acordo com o palestrante, sãovários os motivos que explicam ofenômeno, entre eles: adoção delegislação e fiscalização mais rigorosas;ampliação das ações governamentais; eredução das atividades agropecuáriasnessas regiões. No entanto, na opiniãodo professor, o motivo mais importantefoi o avanço dos empreendimentos quepromovem o aproveitamento dopatrimônio natural, por meio deatividades turísticas. “Entre os 204municípios que apresentam aumento deMata Atlântica, 75 deles apontam oaproveitamento do patrimônio culturalrelacionado a uma série de atividadesvoltadas para o turismo”, revelou. Mudoua paisagem: áreas antes ocupadas pelaagricultura cederam espaço parapousadas, chácaras de lazer, fazendasturísticas etc.
O palestrante explicou que adensidade empreendedora de ummunicípio é calculada pelo número demicros e pequenas empresas instaladasdividido pela população. Dos dezmunicípios com maior densidadeempreendedora no Estado de São Paulo,
pelo menos três dependem diretamentedo turismo. Em Águas de São Pedro, háhoje 1 micro ou pequena empresa paracada 9,6 habitantes. Índice altíssimo,pois, no Brasil, a média é deaproximadamente uma micro oupequena empresa para cada cinqüentahabitantes.
Por outro lado, há municípios quenão possuíam atividades turísticas masacabaram seguindo por essa trilha. Nacidade paulista de Dourados, porexemplo, corre o rio Jacarepepira, omesmo que é aproveitado pelomunicípio de Brotas para uma série deatividades turísticas, principalmente deaventura (esportes radicais realizados nanatureza). No passado, Douradosproduzia móveis, hoje, grande parte desuas empresas dedica-se ao turismo. Ehá cidades, como Campos do Jordão,com grande fluxo turístico, que acabamdividindo com municípios vizinhos atarefa de receber as pessoas.
O professor salientou que nosagrupamentos de recuperação da MataAtlântica existem arranjos locais (ouclusters) em torno do aproveitamentoturístico do patrimônio natural. Clusterssão uma espécie de teia de relações
sociais estabelecidas entre indivíduos,organizações, associações e poderpúblico, que geram condiçõesinstitucionais muito favoráveis tanto aoempreendedorismo como à conservaçãoambiental. A razão é simples: se nãoexistir ambiente preservado, os negóciosevaporam. Atualmente, é mais vantajosoconservar a natureza para manter umbom negócio. Afinal, cada vez maiscresce o interesse da população urbanapelo turismo ecológico, em busca desossego e de ar puro.
Segundo o professor, o turismo éforma bastante significativa de havercrescimento econômico, sem destruiçãodo patrimônio natural ou cultural. E auniversidade tem papel fundamental,pois as pesquisas podem transformar-seem políticas públicas importantes.
O que se vê em São Paulo tambémacontece em outros estados brasileiros.No entanto, o Brasil, tão imenso e belo,e, ao mesmo tempo, carente deoportunidades, de trabalho e de renda,precisa transportar essa bagagem deexperiências para muito mais municípios.“Temos um leque muito grande deoportunidades empreendedoras”,finalizou o professor. ■
2 destaques
MultiMulti
Empreendimentos turísticos na esteira do sucesso
O professor Eduardo Ehlers diz que nem tudoestá perdido para a Mata Atlântica
Processamento de alto desempenho
significa executar tarefas de forma mais
rápida. A professora Alba Cristina Melo,
doutora em ciência da computação por
Grenoble (França), explicou aos alunos do
Sistema Multiensino, no dia 16 de abril, que
existem basicamente três maneiras para
reduzir o tempo gasto na execução de dada
tarefa, seja ela de computação ou não. Para
ouvir a professora e participar com
perguntas, os estudantes acompanharam a
palestra, em tempo real, pela internet e
pelos canais da televisão RBI, instalados em
São Paulo e Brasília.
A primeira maneira de encurtar tempo
na realização de tarefa, segundo a
palestrante, é trabalhar mais rapidamente. A
pessoa realiza as mesmas coisas, porém,
com mais velocidade. Em se tratando de
computação, um caminho para se chegar a
esse aumento de velocidade seria a troca
dos processadores atuais por outros mais
velozes. Trabalhar de modo mais inteligente
é outra maneira de conseguir agilidade. A
pessoa modifica a forma de trabalhar, em
busca de maior eficiência. Quanto à
implementação computacional, a professora
aconselha a substituição dos algoritmos
atuais por outros mais eficazes.“A terceira
maneira”, explicou, “é pedir ajuda”. Do
ponto de vista computacional, a solução
seria a utilização de diversas máquinas, todas
trabalhando juntas na tentativa de resolver o
mesmo problema.
O processamento de alto desempenho
é feito em computadores paralelos, que se
comunicam e cooperam com a intenção de
resolver dada tarefa no menor tempo
possível. A justificativa para a utilização de
computadores paralelos advém da
complexidade dos problemas tratados em
algumas aplicações, que chegam a envolver
grande número de complexos cálculos
matemáticos. De acordo com a palestrante,
tais aplicações são chamadas de “grandes
desafios”.
Em ciência e engenharia, a aplicação
de “grande desafio” é problema com alto
impacto econômico e científico, cuja solução
pode ser obtida com computação de alto
desempenho. Como exemplos desse tipo de
aplicação, a professora citou: modelagem de
realidade virtual em tempo real; Projeto
Genoma Humano (PGH); simulações das
evoluções de galáxias; modelo climático
global; e radioastronomia (estuda os
fenômenos extraterrestres pela análise das
ondas eletromagnéticas na freqüência de
rádio, emitidas pelos astros e pela matéria
cósmica de modo geral) em tempo real.
Existem dois tipos de máquinas de alto
desempenho: a computação de alta
performance e a de alta vazão. A eficiência
da computação de alta performance é
medida em quantas operações com números
reais a máquina é capaz de realizar em um
segundo. Os computadores são usados de
maneira dedicada, e todos executam apenas
a aplicação de alto desempenho. Na
computação de alta vazão, a eficácia é
medida em número de programas executado
por unidade de tempo (segundos, horas,
dias etc). Nesse caso, as aplicações de alto
desempenho somente serão executadas
quando as máquinas estiverem ociosas.
A mais tradicional entre as duas
abordagens é a computação de alta
performance. É possível realizá-la por meio
de supercomputadores, que possuem
estrutura específica e extremamente cara.
Como solução mais barata, há os clusters,
máquinas construídas com elementos
(processadores, memórias, componentes de
rede etc) acessíveis no mercado e que
executam programas de domínio público,
conhecidos da maioria dos usuários (Linux,
TCP/IP etc). Cluster é um sistema de
processamento paralelo ou distribuído,
composto de um conjunto de computadores
completos e interconectados.
Quanto à computação de alta vazão, a
idéia é criar um supercomputador para
executar aplicações de alto desempenho
pela interconexão das inúmeras máquinas
que se encontram ociosas na internet. Ou
seja, o supercomputador estaria espalhado
pelo mundo todo.
O Projeto Genoma Humano __
empreendimento internacional que procura
fazer o mapeamento dos genes que
compõem o DNA das células do corpo
humano e, com isso, armazenar informações
em bancos de dados para a realização de
novas pesquisas biológicas __ é um exemplo
de aplicação de “grande desafio”. A
necessidade de computação de alto
desempenho nesse tipo de aplicação está no
fato de a estrutura do DNA ser imensa;
portanto, atividade de busca
computacionalmente complexa. ■
Professora Alba Cristina Melo, na palestrapara o Sistema Multiensino
Processamento de alto desempenho pode auxiliar projeto Genoma
destaques
de modo diferente, pois é formado em
administração de empresas. “Não dá
para pensar em publicidade se você
não consegue compreender o negócio
e o marketing do anunciante. A
publicidade não é uma atividade
artística”, explicou.
Quando retornou à vida de
publicitário, Nizan decidiu criar uma
agência para atender a poucos e bons
clientes (são apenas nove), porém, de
forma global, com tempo para detalhes.
Batizada de Africa, a agência, que
também presta consultoria, é a que
mais rapidamente cresceu no Brasil.
Hoje, é uma das três agências que
compõem o grupo de comunicação
idealizado por Nizan __ as outras são a
MPM e a DM9- DDB. O publicitário
pretende ainda criar mais uma agência,
esta especializada em ação social.
Aos alunos, Nizan aconselhou
persistência, garra. Segundo ele, se
alguém imagina que pode vencer
apenas com talento, engana-se. A
inteligência não pode ser inimiga da
determinação, da vontade. “Pessoas de
sucesso trabalham muito. Qualquer um
de nossos ídolos passa por dúvidas,
por dilemas. Este trabalho que
apresentei aqui não é fruto da
inteligência apenas, mas também do
esforço, da persistência, da tenacidade”,
concluiu. �
de que sucesso é resultado de muito
trabalho e de muito amor. “Publicidade
é uma coisa pela qual tenho paixão. E
eu adoro segundas-feiras. Se quer saber
se seu trabalho profissional está bom,
pergunte a você mesmo se ama
segundas-feiras”, disse Nizan.
Para o publicitário, a propaganda
brasileira é uma das melhores do
mundo. Segundo ele, em um país de
terceiro mundo como o nosso, é difícil
uma área possuir tanta excelência como
a publicitária. De acordo com Nizan, a
propaganda foi feita para vender. A
publicidade tem de ser popular. “Eu
trouxe comerciais aqui, de estilos
diferentes, que têm vinte anos e vão
continuar na memória porque foram
feitos para isso. Eu faço comercial para
mexer com a população. As pessoas
têm que repetir o bordão, têm que
contar para o amigo, têm que lembrar.
Comunicação é como mandar flores
para alguém; o que importa é o
cartão”, enfatizou.
Segundo Nizan, a publicidade
alimenta-se da vida, e o publicitário
tem de ter curiosidade pelo mundo,
pelos outros. Ele afirma: “Quem
conversa com a própria mãe pode ter
grandes idéias. As mães possuem idéias
espetaculares sobre as coisas.” E mais:
“Em restaurantes, por exemplo, é ótimo
ouvir a conversa dos outros. Você
consegue ver a amplitude da vida, e é
da vida que você pode extrair grandes
idéias, estão todas lá.”
Depois muitos anos como
publicitário e de montar uma agência
de sucesso, a DM9, Nizan Guanaes
esteve do outro lado da publicidade, na
cadeira dos clientes. Por dois anos,
dedicou-se a implementar e
desenvolver o projeto de Internet
Grátis (iG), que hoje é o maior
provedor do País. Durante esse
período, Nizan pôde enxergar as
coisas pela ótica do cliente,
embora ele mesmo
reconheça que já via
a publicidade
televisão RBI, instalados em São Paulo
e em Brasília, percebeu que a
propaganda é a alma de Nizan
Guanaes. Os alunos puderam
rememorar fatos, rir de frases geniais,
aprender com a narrativa das
experiências e guardar preciosos
conselhos de que é preciso muita
garra, para atingir objetivos.
Durante a conferência, Nizan
apresentou um vídeo que continha
mais de quarenta comerciais feitos por
ele e equipe. Os anúncios iam desde a
idade de vinte anos até chegar aos
recém-nascidos. Todos de sucesso.
Muitos premiados nacional e
internacionalmente. De “pipoca com
guaraná”, passando por criancinhas
vestidas de bichinhos e tomando leite,
até chegar a quem foi “provar outro
sabor” ou a sujeitos “inteligentes,
apressados, urbanos”, as imagens
falaram por mil palavras e poderiam
repetir-se muitas outras vezes, sem
intervalos.
Para os mais velhos, ficou a
possibilidade de cantarolar antigos
jingles e rever imagens bastante
familiares. Para os mais novos, ficou
a comprovação da
contemporaneidade dos comerciais
realizados nas décadas de 80 e
90. E, para todos, restou a certeza
Para Nizan Guanaes, um dos
grandes publicitários brasileiros de
todos os tempos, o comercial é a
programação do intervalo, e ele só se
torna relevante se emociona as pessoas,
se é inesquecível. De fato, em algum
momento da vida pelo menos uma
propaganda veiculada na televisão
tornou-se marcante para uma pessoa.
Também é difícil encontrar alguém que
nunca tenha participado de brincadeiras
ou de rodas de conversas com
referências a anúncios. Além disso, é
muito comum bordões extraídos de
comerciais alcançarem as ruas, o
vocabulário das pessoas. Isso para não
falar dos jingles que passam a compor
o repertório de canções memoráveis.
Exagero? Talvez não. Não importa
o motivo, se pela alegria, pela beleza
poética ou pela consciência provocada,
uma propaganda pode, sim, fazer-nos
rir, chorar, mexer com nossa emoção, e
tornar-se inesquecível.
Sincero, irreverente e “católico-
apostólico-baiano” (como ele se
define), o publicitário Nizan Guanaes
sabe mexer com o Brasil. Não foge de
falar nem mesmo sobre recentes
episódios que envolveram o cantor
Zeca Pagodinho e anúncios de marcas
de cerveja. Quem assistiu à palestra
que realizou pelo Sistema Multiensino,
no dia 11 de maio, tanto no local,
como pela internet ou pelos canais da
MultiMulti destaques
destaques3
"Comunicação é comomandar flores paraalguém; o que importaé o cartão"
“A publicidade não é uma atividade artística”, afirma Nizan Guanaes
Nizan Guanaes mexe com o Brasil
4 destaques
MultiMulti destaques
professor, liberou-se o câmbio,
aconteceu o primeiro superávit
primário (saldo positivo) e surgiu
a preocupação com o crescimento
da dívida interna. “O Brasil é um
país que, ao fim do governo
passado, devia 56% do PIB, que é
tudo que a nação brasileira inteira
consegue produzir ao longo de
um ano. Uma dívida
extremamente elevada”, disse
Delfim.
O economista explicou que,
devido à existência de um câmbio
defasado por muitos anos, o País
acabou por acumular um déficit
em contas correntes de 180
bilhões de dólares. “Déficit em
contas correntes significa que o
mundo nos empresta uma parte
daquilo que ele poupou. O que
tomamos emprestado ao mundo,
infelizmente, não entrou nos
investimentos”, salientou o
professor.
Como o crescimento
econômico anual era da ordem de
2,1%, e a população crescia em
torno de 1,5%, houve
empobrecimento importante da
sociedade brasileira. Com isso,
o crescimento reduziu e o
desemprego cresceu. O
professor Delfim defende que
o atual governo olhe para o
problema do desemprego de
forma especial. Deve acelerar o
crescimento econômico ao lado
da implantação de um programa
de educação forte, que permita
àquele que não está preparado
adquirir conhecimento. “O
desenvolvimento é um processo
de ajuste entre a máquina
produtiva e a nova tecnologia.
Diante disso, o fator mais
importante é a educação”,
enfatizou o ministro.
Quanto à inflação, o
economista afirmou que, depois
de dominada no governo anterior,
começou a crescer na mudança
de mãos. No entanto, após a
implementação de uma política
monetária e fiscal muito dura, em
maio de 2003, o novo governo
havia vencido a batalha da
inflação.
Para o professor,
desenvolvimento econômico é
estado de espírito e requer
ousadia. O setor público também
tem de correr alguns riscos e
aumentar os investimentos. “O
Brasil carece da boa revolução
administrativa que está se
realizando no âmbito privado. É
preciso construir uma sociedade
em que o cidadão se sinta parte
do processo. Crescimento é o
nível do mar que sobe, e, junto
com ele, sobem todos os navios”,
concluiu. �
Ele foi ministro de Estado por
três vezes. Conhece a fundo a
situação econômica brasileira. O
economista e deputado federal,
professor Delfim Netto, falou do
que mais entende aos alunos do
Sistema Multiensino, no dia 27 de
abril. Os estudantes formularam-
lhe perguntas ao acompanhar a
palestra, em tempo real, pela
internet e pelos canais da
televisão RBI, instalados em São
Paulo e Brasília.
O professor Delfim Netto
disse que a transição na
presidência na República ocorreu
de forma extremamente tranqüila.
Mas, antes, fez uma análise sobre
os dois períodos do governo
Fernando Henrique Cardoso, que,
para ele, foram marcadamente
distintos. No primeiro mandato, a
política foi formulada
internamente, apoiada em câmbio
fixo. No segundo mandato, houve
desvalorização cambial, e o Brasil
adotou uma política de
estabilização recomendada pelo
Fundo Monetário Internacional
(FMI) e utilizada por mais de 150
países. Ainda nesse período,
segundo o
“Crescimento é o nível do mar quesobe, e com ele sobem todos os navios”
“O desenvolvimentoé um processo deajuste entre a máquinaprodutiva e a novatecnologia. Diantedisso, o fator maisimportante é aeducação”
Delfim Netto diz que o cidadão precisa se sentir parte do processo de desenvolvimento
1atividades
Junho, 2004MultiMulti atividades
Alfabetização com a, de adultoA,b,c, d... Ca + sa. Casa.
João, com as mãos trêmulas,
escreve as primeiras letras, as
primeiras sílabas. A boca sem os
dentes da frente se esforça para
soletrar cada palavra. Quanta
emoção se passa na cabecinha
de um alfabetizando. Alegria a
olhos vistos, João já é capaz de
ler o próprio nome. Essa é uma
sensação indescritível. Chega de
xis, basta de dedo borrado de
tinta, essas coisas de criancinhas.
Maria, colega de João, não
irá mais entrar no ônibus errado.
Antônio, outro colega, não
sentirá mais vergonha de
perguntar o nome das ruas a
gente estranha. E Severino
finalmente entenderá o que vai
escrito nos jornais velhos que
recolhe todos os dias e dos
quais tira seu sustento. Nas
carteiras, adultos começam a
conhecer o mundo das páginas
dos livros. À frente das lousas,
mestres de primeiras letras
adquirem com mestres-de-obras,
ou de cozinha, o conhecimento
sulcado e penurioso das páginas
da vida.
Os docentes são alunos e
professores da UNIP. Pelo
programa de Alfabetização de
Adultos, implementado pela
vice-reitoria de Extensão
Comunitária da universidade,
eles atuam junto à população
necessitada, incluindo a
capacitação de professores da
comunidade. E não é só. A
população ainda tem à
disposição cursos para iniciantes
de espanhol, de técnicas de
redação, de trabalhos manuais,
de fotografia, de matemática
financeira, de noções de
enfermagem, além de oficinas de
coral e de teatro. O programa
atende a comunidades próximas
da UNIP, em campi localizados
em São Paulo e no campus de
Sorocaba. Os cursos duram cerca
de seis meses e são dirigidos a
pessoas acima de catorze anos.
Diminuir a distância sócio-
cultural é, de longe, o anseio
mais intenso experimentado
pelos estudantes de pedagogia.
Ciente disso, a UNIP há alguns
anos mantém parceria com o
programa Alfabetização
Solidária, do Ministério da
Educação (MEC), e atua junto às
populações das regiões Norte e
Nordeste. A UNIP já viajou para
municípios como Coité do Nóia,
Atalaia e Limoeiro de Anadia, em
Alagoas. Desembarcou também
em Sítio do Mato, Boninal e
Mucugê, na Bahia. Visitou dois
São Bento, o do Potengi e o do
Trairi, ambos no Rio Grande do
Norte. Foi capacitar
alfabetizadores locais, oferecer
auxílio pedagógico, verificar a
freqüência dos estudantes,
enfim, acompanhar, mês a mês,
o andamento das aulas.
Atualmente, 11 municípios
baianos, cada um com 28 salas
de aula e cerca de 25 alunos por
classe, recebem apoio da UNIP.
E seis cidades do Ceará já estão
cadastradas.
Dados do IBGE dão conta
de que os índices de
analfabetismo vêm despencando
a cada ano, graças ao programa
Alfabetização Solidária. Muitos
antônios, marias e severinos
exibem sorrisos de satisfação.
Podem escrever, com letra
caprichada, as próprias cartas.
Conseguem ler as palavras mais
miudinhas das páginas de livros,
revistas e jornais.
Quem sabe um dia o
analfabetismo entre adultos, no
Brasil, torne-se página virada. �
Imagine reunir Palmeiras e
Corinthians, adversários históricos,
no mesmo campo de ação para
defender o que mais entendem: o
futebol. Imagine palmeirenses e
corintianos reunidos sem produzir
atritos, nem barreiras, nem faíscas.
Esse encontro existiu, sim, e
aconteceu no campus Indianópolis,
durante o Primeiro Congresso
Brasileiro de Ciência do Futebol,
realizado no dia 24 de maio. O
evento foi organizado pelo curso
de Educação Física da UNIP, em
parceria com Flanax,
antiinflamatório para alívio das
dores musculares do fabricante
Roche.
Médicos, preparadores físicos
e, claro, jogadores, participaram de
amistoso debate. Em discussão
apenas questões como preparação
física adequada, aspectos
fisiológicos do futebol, testes
relacionados à aptidão física do
jogador, entre outras. Bateram um
bolão.
O médico Renato Lotufo,
diretor clínico do Instituto de
Avaliação Física do Esporte (IAFE)
é especialista em medicina
esportiva e fisiologia. Ele atua no
Sport Club Corinthians Paulista e
trabalhou na Seleção Brasileira de
Futebol, no período de 1998 a
2001. O professor Lotufo
posicionou-se na sua área e chutou
a gol ao explicar sobre atividades
vitais, como crescimento, nutrição,
respiração etc. Também no time da
medicina esportiva, o médico
ortopedista Maurício Bezerra, que
atuou na Seleção Brasileira e no
Palmeiras, jogou para escanteio as
dúvidas dos alunos. Já o professor
Irineu Loturco, preparador físico da
Sociedade Esportiva Palmeiras,
dividiu, ombro a ombro, com o
colega de profissão e de time,
Walmir Cruz, o importante tema do
bom condicionamento físico do
atleta. Eles tinham mando de
campo, o científico, para falar de
preparação física no futebol da
atualidade.
Os jogadores profissionais do
Palmeiras, Pedrinho (meio-
campista) e Sergio (goleiro) deram
passes certeiros ao expor os
desafios da carreira. Não se
sentiram impedidos de revelar
avanços e recuos, ou seja, sonhos,
realizações e dribles nas
dificuldades da profissão. Os
jornalistas esportivos Paulo Calçade
e Fernando Fernandes, ambos da
Rede Record de Televisão,
narraram experiências e
comentaram fatos interessantes do
futebol.
Na grande área do debate,
alunos, professores e convidados
ainda contaram com a participação
da comissão técnica de juniores e
juvenil do São Paulo Futebol
Clube. Show de bola. �
Palmeiras, Corinthians e São Paulo entram em campus
2 atividades
UNIVERSIDADE PAULISTAMultiMulti atividades
Pesquisa é caminho para a capacitação profissional
Herbário é o local onde se guardam
plantas secas para estudo científico.
Cabe aos taxinomistas identificá-las e
documentá-las. No ano passado, o
Herbário UNIP, sob a curadoria do
biólogo Mateus Barradas Paciencia,
passou a ser reconhecido
internacionalmente. Foi inserido no
Index Herbariorum (IH), publicação
periódica editada pela International
Association for Plant Taxonomy (IAPT),
entidade que normatiza a nomenclatura
das plantas, e pelo Jardim Botânico de
Nova Iorque (New York Botanical
Garden), um dos maiores e mais
importantes do mundo.
Na publicação, são listados todos os
herbários do mundo reconhecidos pela
IAPT, bem como os pesquisadores
associados. Na versão on-line, o IH
apresenta dados de instituições de 165
países e fornece informações sobre o
número de exemplares registrados nos
diferentes herbários. Também aponta o
foco de interesse das pesquisas
desenvolvidas, bem como a
especialidade taxinômica (classificação
da planta) dos curadores das coleções
científicas e dos pesquisadores
associados. Além disso, oferece
endereços e números telefônicos das
instituições, a fim de viabilizar a
integração entre os pesquisadores do
planeta.
Outro importante periódico da
IAPT, a revista austríaca Taxon, de
tempos em tempos também divulga
junto à comunidade científica as
novidades sobre os herbários, como o
reconhecimento de novas coleções e o
credenciamento de instituições no IH. A
publicação possivelmente irá divulgar o
Herbário UNIP, como forma de
efetivar-lhe o reconhecimento científico
mundial.
O herbário da UNIP encontra-se
instalado no campus Paulista desde
1997. Foi criado pelo médico
oncologista Drauzio Varella, diretor
científico do Programa de Pesquisas
com Produtos Naturais da UNIP, que se
dedicava ao projeto de identificação de
extratos vegetais farmacologicamente
ativos contra células tumorais humanas
e bactérias, executado principalmente
na Floresta Amazônica. Como serviriam
para estudo ou uso medicinal, as
plantas que vinham sendo coletadas
pelo Laboratório de Extração da UNIP
passaram a ser armazenadas e
registradas adequadamente.
A coleção científica de plantas da
universidade foi oficialmente registrada
como Herbário UNIP, na Sociedade
Botânica do Brasil (SBB), em 1999. Com
o incentivo à pesquisa por parte da
universidade, outros estudos na área da
botânica e da ecologia foram agregados
ao projeto inicial do cientista Drauzio
Varella. Desde então, o Herbário UNIP
passou a receber material botânico de
diversas localidades.
Hoje, a coleção de plantas da UNIP
conta com cerca de sete mil
exemplares, e aproximadamente cinco
mil estão catalogados como espécies
amazônicas. O acervo é considerado um
dos principais herbários particulares
do Estado de São Paulo e importante
fonte de referência das espécies
encontradas na Amazônia.�
Herbário UNIP é reconhecido internacionalmente
O desenvolvimento das
organizações está ligado à
disponibilidade de recursos
humanos e tecnológicos
adequados a seus propósitos. Por
sua natureza e funções, a
universidade necessita de um
contingente humano
profissionalmente capacitado,
interessado e competente. Atenta
a essa necessidade, a vice-reitoria
de Pós-graduação e Pesquisa da
UNIP desenvolve programas de
incentivo à produção científica e
à capacitação docente, como
forma de estimular o
aperfeiçoamento de alunos e
professores, caminho inevitável
para os que desejam adquirir uma
compreensão sempre nova da
realidade.
O resultado do
desenvolvimento desses
programas pôde ser conferido no
Encontro Científico (quarto) e de
Iniciação Científica (sexto),
realizado, simultaneamente, entre
os dias 2 e 4 de junho, nos campi
de Brasília, Goiânia, Manaus,
Chácara Santo Antônio e
Indianópolis __ estes dois últimos
na capital paulista. Todo o
trabalho teve a coordenação da
vice-reitora, professora Gohara
Yvette Yehia, e da coordenadora
do setor de Pesquisa e Produção
Científica, professora Marina
Ancona-Lopez Soligo.
O evento contou com a
participação do coordenador do
projeto Instituto Fábrica do
Milênio, da Escola de Engenharia
de São Carlos (USP), professor
João Fernando Gomes de
Oliveira. Ele realizou uma palestra
sobre as pesquisas do instituto
que incentivam a iniciação
científica. O Fábrica do Milênio,
criado pelo Ministério da Ciência
e Tecnologia (MCT), apóia o
desenvolvimento de instituições
que desenvolvem a vanguarda do
conhecimento científico e
tecnológico. O professor explicou
que gerir a integração dos
projetos e difundir os resultados
aplicáveis às necessidades
industriais do Brasil são as metas
principais do instituto. A intenção
é elevar a novos patamares o
desempenho brasileiro nessa área,
para o progresso social e
econômico do País.
No evento, estiveram
expostos pôsteres das pesquisas
dos alunos de iniciação científica.
Também foram apresentados os
trabalhos dos 31 grupos de
pesquisa da UNIP registrados no
Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), além das
pesquisas dos mestrandos dos
diversos programas de pós-
graduação stricto sensu da
universidade. �