MOTIVAÇÃO NA APRENDIZAGEM - avm.edu.br FERNANDO BARBOSA.pdf · Construtivismo – Método de...
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO A VEZ DO MESTRE
MOTIVAÇÃO
NA
APRENDIZAGEM
Rio de Janeiro, RJ, dezembro/2001
ORIENTADORA:
• MARIA ESTER DE ARAUJO OLIVEIRA
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO A VEZ DO MESTRE
MOTIVAÇÃO
NA
APRENDIZAGEM
Rio de Janeiro, RJ, dezembro/2001
APRESENTAÇÃO DE MONOGRAFIA AO CONJUNTO
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES COMO CONDIÇÃO
PRÉVIA PARA CONCLUSÃO DO CURSO DE PÓS-
GRADUAÇÃO “LATU SENSU” EM DOCÊNCIA DO ENSINO
FUNDAMENTAL E MÉDIO POR LUÍS FERNANDO BARBOSA.
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ESTA MONOGRAFIA É DEDICADA A DEUS,MINHA ESPOSA E FILHOS COMO LIÇÃODE DEDICAÇÃO E PERSEVERANÇA.
4
AGRADECIMENTOS
AO PROJETO “A VEZ DO MESTRE” PELA
OPORTUNIDADE E APRIMORAMENTO
PROPORCIONADOS AOS PROFISSIONAIS
DE EDUCAÇÃO.
AOS COORDENADORES, PROFESSORES E
FUNCIONÁRIOS DA UNIVERSIDADE
CANDIDO MENDES PROJETO “A VEZ DO
MESTRE” PELO AMBIENTE DE ESTUDOS E
MEIOS COLOCADOS A DISPOSIÇÃO.
A PROFESSORA MARIA ESTER DE
ARAUJO OLIVEIRA PELA DEDICAÇÃO,
INCENTIVO E APOIO PARA ELABORAÇÃO
DESTE TRABALHO.
AOS MEUS COLEGAS DE CLASSE, PELA AMIZADE E
COMPANHEIRISMO COMPARTILHADOS.
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ....................................................................................................... 06
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 07
Capitulo I
SITUAÇÃO PROBLEMA ........................................................................................ 09
JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 11
TEORIAS DA EDUCAÇÃO – OBJETIVO GERAL ................................................ 13
Capitulo II
QUE É MOTIVAÇÃO ? ........................................................................................... 17
MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA E EXTRÍNSECA ....................................................... 18
ABORDAGENS GERAIS À MOTIVAÇÃO ............................................................. 19
O que as escolas fazem para encorajar a auto estima dos alunos ? ............. 20
ABORDAGENS COGNITIVAS À MOTIVAÇÃO .................................................... 21
ABORDAGENS DE APRENDIZAGEM SOCIAL À MOTIVAÇÃO ......................... 22
MOTIVAÇÃO PARA APRENDER NA ESCOLA .................................................... 23
OBJETIVOS E MOTIVAÇÃO ................................................................................. 23
TIPOS DE OBJETIVOS .......................................................................................... 24
FEEDBACK E ACEITAÇÃO DO OBJETIVO ......................................................... 25
A NECESSIDADE DE AUTO DETERMINAÇÃO ................................................... 26
ATRIBUIÇÕES, CRENÇAS E MOTIVAÇÃO ......................................................... 27
ANSIEDADE NA SALA DE AULA ......................................................................... 28
Capitulo III
CONCLUSÃO ......................................................................................................... 29
Capitulo IV
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ...................................................................... 31
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APRESENTAÇÃO
Motivação na Aprendizagem
A natureza complexa e sutil da motivação, um fenômeno psicológico interior,
onde as diferenças individuais, a experiência prévia e o nível de aspiração de cada
aluno desempenham um papel importante, torna impossível à Didática traçar uma
técnica padronizada, segura e infalível para provocar ou gerar em cada caso a
desejada motivação interior para a aprendizagem. Contudo, através deste estudo
procurou-se estabelecer procedimentos eficazes que gerem ou estimulem esta
motivação.
A motivação na aprendizagem é um caminho de duas vias no qual as partes
envolvidas sempre tiram proveito. É fato que tudo realizado com motivação é mais
“prazeroso” e, como dito anteriormente, não existe fórmula mágica e desta forma surge
a relevância de sempre repensar o que pode gerar este facilitador de aprendizado.
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INTRODUÇÃO
Motivação é importante em todas as fases da aprendizagem, e não somente em
seu momento inicial. Há muito professor que só se preocupa com a motivação no
inicio da atividade, sem se lembrar de que esta tem de ser reforçada no decorrer de
todo o processo, a fim de que a motivação não decresça a ponto de até se extinguir.
A motivação da aprendizagem não é apenas um passo preliminar do ciclo
docente, mas uma constante que deve permear todo o processamento dos trabalhos
escolares, através de todo o ano. Incentivar os alunos na sua aprendizagem não
significa despertar apenas a curiosidade ou o interesse momentâneo dos alunos,
mantendo-os atentos, mas passivos e inertes. A conquista do interesse e da atenção
dos alunos é apenas uma preliminar da motivação. Partindo desse interesse e dessa
atenção, é necessário levar os alunos a atividades intensivas e proveitosas, induzindo-
os ao estudo, à reflexão, ao esforço e a disciplina espontânea do trabalho docente.
Essas atividades trarão aos alunos o prazer do sucesso obtido pelos seus
esforços pessoais. Todo esforço bem-sucedido e como tal reconhecido pelo professor
é altamente educativo e motivador.
Conhecer a fundo a matéria que se ensina e vibrar com ela é indispensável para
comunicar aos alunos a motivação que se costuma considerar mais valiosa do ponto
de vista pedagógico.
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Serão comentados os tipos de motivação, os meios como se pode atingi-los
porém, levando-se em conta que é um caminho difícil e a todo momento deve-se auto
avaliar para que os objetivos de aprendizagem sejam alcançados.
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Capitulo I
SITUAÇÃO PROBLEMA
A motivação na aprendizagem é um tema complexo, bastante debatido por
educadores, possuindo várias teses sobre o assunto tendo como razão principal
movimentar a parceria que deve ser encontrada num local onde são transmitidos
conhecimentos.
Freqüentemente pode ser ouvida a seguinte frase “os alunos não têm interesse
em aprender o que queremos ensinar “ e, vários fatores que movimentam esse
fantástico elemento que se traduz em produtividade conseguida pelas partes
envolvidas no processo de estudo.
É fato que tudo realizado com motivação é mais “prazeroso”, não existe fórmula
mágica e desta forma surge a relevância de se repensar o que pode gerar este
facilitador de aprendizado.
A motivação na aprendizagem é um caminho de duas vias no qual as partes
envolvidas sempre tiram proveito. Portanto, conseguir alcançar esse objetivo é um
assunto que deve ser sempre avaliado pelas partes para que as barreiras que ocorrem
durante o transcorrer da relação sejam transpostas.
Um fator também a ser considerado é a desmotivação dos professores causada
pelos baixos salários e o despreparo profissional são fatores determinantes para a má
qualidade do ensino. As diferenças salariais são enormes: enquanto um professor da
rede pública estadual no Rio Grande do Norte, em início de carreira, recebe R$ 158,30
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por 40 horas semanais, no Distrito Federal ele recebe R$ 847,00. Se comparados aos
salários de professores em outros países, a diferença pode ser ainda maior. Nos
Estados Unidos, por exemplo, o salário de um professor com carga horária de 35 horas
semanais é de US$ 3 mil. Essa situação leva muitos professores a abandonar a rede
pública pela particular ou a mudar de profissão.
Outro fator a ser abordado é o mercado de trabalho que se tornou bastante
seletivo obrigando alunos e professores a se especializarem cada vez mais para
concorrerem com pessoas bastante preparadas que perdem seus empregos, vindo a
fazer frente aos alunos recém formados e aos professores que são obrigados a se
desenvolver através de pós graduações / mestrados.
Processo de aprendizagem deve ser encarado como um sistema de melhoria
continua, dando resposta a pergunta “Não aprendo porque não me esforço ou não me
esforço porque não aprendo, porque não sei fazer”.
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JUSTIFICATIVA
Como aumentar a motivação dos alunos não é uma tarefa fácil. Daí várias
perguntas podem ser elaboradas entre outras :
• Que o professor pode fazer para que seus alunos se interessem por sua matéria ?
• Como assegurar que os alunos serão capazes de realizar o esforço sistemático que
o estudo e a compreensão dos principais temas requerem ?
• Por que determinado aluno não assimila a minha matéria ?
• De que maneira devo organizar minha classe para que a maioria dos alunos se
interessem pelas tarefas realizadas ?
• Como devem ser as avaliações de conhecimento ?
• Como deve ser o ambiente de trabalho ?
• Como devo apresentar a matéria aos meus alunos ?
As respostas dessas perguntas serão objeto deste trabalho com a finalidade de
contribuir para uma reflexão para um assunto tão polemico.
A falta de motivação é um problema enfrentado por professores e alunos.
Quando são encontrados alunos pouco motivados, tende-se a pensar que não lhes é
de interesse o que a eles é ensinado porque os mesmos não entendem. Por vezes
pensa-se que o motivo deste fato esta nas condições em que se trabalham não
facilitarem a aprendizagem pois, programas excessivamente carregados, muitos
alunos por sala , falta de materiais adequados, influência negativa da família,
perspectivas de futuro negativas, etc. escapam ao controle, o que costuma dar ao
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professor uma visão bastante pessimista da possibilidade de motivar os alunos,
pessimismo este que aumenta à medida que a escolaridade avança .
Deve-se levar em conta que todas a profissão exige a quebra de paradigmas
perseverança no comprimento de metas e facilidade de adaptação a novas situações
de trabalho, estando sempre preparados para desafios constantes .
A luz destas considerações parece necessário conhecer as variáveis pessoais
que influem na motivação com que os alunos enfrentam as tarefas escolares e nas
mudanças que se produzem à medida que uma atividade transcorre, e como as
diferentes formas de atuação que os professores podem adotar interagem com as tais
características, contribuindo para motivação ou desmotivação dos alunos .
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TEORIAS DA EDUCAÇÃO – OBJETIVO GERAL
O objetivo geral deste trabalho é analisar o professor, o ambiente de trabalho e
os alunos com a finalidade de motivar os indivíduos envolvidos para motivá-los nos
processo de transmissão e recepção de aprendizagem .
As teorias educacionais tratam de questões relativas a por que educar, o que
ensinar e como ensinar. As primeiras reflexões sobre a educação surgem na Grécia
Antiga, de onde vem a palavra pedagogo (paidagogos: condutor de crianças), da qual
deriva Pedagogia, área do conhecimento que trata da educação. Atualmente, as teorias
de Jean Piaget, Emilia Ferreiro, Carl Rogers, Célestin Freinet, Maria Montessori,
Skinner, Rudolf Steiner e Paulo Freire são as mais difundidas na área educacional.
Construtivismo – Método de aprendizagem baseado nos trabalhos do biólogo e
epistemólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), criador da psicologia genética . Para
Piaget, aprender é agir e, por isso, cabe ao professor colocar os alunos diante de
situações variadas para que eles próprios busquem soluções e construam seu
conhecimento. Piaget observa que o desenvolvimento mental da criança passa por
diversas fases e, a cada uma delas, deve corresponder o ensino de determinados
conteúdos. O professor, além de transmitir os conteúdos formais, precisa estimular o
diálogo e o pensamento crítico. As escolas que seguem essa linha evitam aplicar
provas para verificar a memorização dos conteúdos e costumam construir os materiais
didáticos com os alunos.
Seguidora de Piaget, a argentina Emilia Ferreiro (1937-) analisa o processo de
alfabetização segundo os pressupostos do construtivismo. Ela acredita que os alunos
também aprendem a ler e escrever fora das salas de aula. Assim, ao ensinar, o
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professor deve considerar as interpretações que os próprios alunos têm sobre a escrita.
Sua teoria combate as cartilhas tradicionais, pois considera que elas restringem a
alfabetização à escola e à memorização.
Teorias antiautoritárias – Surgem principalmente a partir dos trabalhos do
psicólogo norte-americano Carl Rogers (1902-1987) e do professor francês Célestin
Freinet (1896-1966). Rogers rejeita o ensino autoritário, considerado inibidor da
espontaneidade da criança. Para ele, o professor deve ser entendido como
coordenador do aprendizado. Rogers transpõe para a educação sua concepção de
terapia, introduzindo nas salas de aula a dinâmica de grupo. Nela, os alunos interagem
sob a observação do professor, que só interfere quando solicitado pelo grupo, para
solucionar conflitos ou questões de conteúdo. O método cria um ambiente que estimula
os alunos a desenvolverem suas próprias interpretações de mundo.
Célestin Freinet cria uma metodologia de ensino que privilegia as atividades
manuais, valoriza a evolução natural da criança e considera essencial observar o seu
sentimento ao fazer um determinado trabalho. Nas escolas que seguem o método, os
trabalhos de desenho, pintura, escrita e os jogos são desenvolvidos em oficinas
específicas. Os alunos fazem jornais, livros e aprendem técnicas de produção de papel
e cerâmica, entre outras.
Teoria montessoriana – Também conhecida como teoria da Escola-Nova, é
desenvolvida pela médica italiana Maria Montessori (1870-1952). Criada originalmente
para crianças portadoras de deficiências mentais, depois é estendida a todo tipo de
aluno. Seu método estimula a capacidade de iniciativa da criança para que, por
intermédio da auto-educação, ela alcance maior domínio sobre seu corpo e sobre o
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meio em que vive. Nas aulas, são utilizados materiais didáticos específicos para ativar
as percepções sensoriais e motoras dos estudantes. As tarefas do dia-a-dia fazem
parte do currículo. As crianças devem cuidar, por exemplo, da própria higiene e da
limpeza da sala de aula. Nas escolas montessorianas, as classes não são separadas
por faixa etária, mas pelo estágio de desenvolvimento motor e emocional dos alunos.
Behaviorismo – Aplicação do princípio de reflexo condicionado, base da teoria
behaviorista, ao processo educativo. É desenvolvida pelo psicólogo norte-americano
Burrhus Frederic Skinner (1904-1990), que na década de 40 cria as máquinas de
ensinar, pioneiras na utilização dos meios eletrônicos na educação. Seu método
obedece à relação mecânica estímulo-resposta. Os alunos resolvem os exercícios
propostos pelas máquinas e são informados, imediatamente, dos acertos e erros.
Teoria Waldorf – Baseada na Antroposofia, doutrina espiritual desenvolvida pelo
pesquisador austríaco Rudolf Steiner (1861-1925), propõe o desenvolvimento
harmonioso do ser humano, integrando os aspectos físico, emocional e espiritual.
Segundo o método, o professor deve acompanhar a mesma turma, da pré-escola à 8ª
série, para estabelecer laços de confiança e observar diretamente todos os estágios do
desenvolvimento. A alfabetização completa-se na 2ª ou 3ª séries. Além das disciplinas
convencionais, os alunos têm aulas de música, idiomas, trabalhos artesanais e teatro.
Método Paulo Freire – Método de alfabetização de adultos desenvolvido pelo
educador pernambucano Paulo Freire (1921-). De influência marxista, também é
conhecido como “pedagogia do oprimido” . Surge associado ao movimento de
educação popular e aos centros de cultura popular que se formam no país no início da
década de 60, principalmente nas regiões mais pobres. O objetivo é fazer com que os
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adultos aprendam a ler e escrever de forma crítica e não mecânica. Para Freire, o
domínio da leitura e da escrita é uma forma de conscientização, participação e
superação das situações de opressão social.
O método descarta a memorização de palavras e sílabas e o uso de cartilhas já
prontas. Tem como base o trabalho e a discussão em grupo. A fase inicial é o
levantamento do universo vocabular – palavras de maior sentido emocional e
expressões típicas regionais e ligadas ao trabalho de cada integrante. A partir desse
conjunto, são selecionadas palavras-geradoras – palavras que, decompostas em seus
elementos silábicos, permitem a criação de novas palavras, a partir da recombinação
desses mesmos elementos.
O método foi aplicado pela primeira vez em Angicos (RN), em 1963, e
posteriormente no Chile e em vários países da África.
17
Capitulo II
QUE É MOTIVAÇÃO ?
Motivação é geralmente definida como um estado interior que estimula, direciona
e mantém comportamento. Os psicólogos que estudam a motivação têm se focalizado
em cinco questões básicas.
¬ Primeiro, que escolhas as pessoas fazem em relação ao seu comportamento ? Por
que alguns alunos, por exemplo, focalizam-se em seus deveres de casa enquanto
assistem á televisão ?
¬ Segundo, tendo tomado uma decisão, quanto tempo uma pessoa realmente leva
para começar ? Por que alguns alunos que escolhem fazer seu dever de casa
começam imediatamente, enquanto outros adiam ?
¬ Terceiro, Qual a intensidade ou nível de envolvimento na atividade escolhida ? Uma
vez aberta a pasta, o aluno fica absorvido e focalizado ou apenas finge ?
¬ Quarto, o que faz uma pessoa persistir ou desistir ? Um aluno lerá toda a tarefa
sobre Shakespeare ou apenas algumas páginas ?
¬ Quinta, Qual o pensamento e sentimento do indivíduo enquanto envolvido na
atividade ? O aluno está apreciando Shakespeare ou está preocupado com a
próxima prova ?
Responder estas perguntas sobre alunos reais nas salas de aula é um desafio. Como
será verificado a seguir, há vários fatores que influenciam a motivação.
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MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA E EXTRÍNSECA
Sabe-se como é sentir-se motivado, mover-se energicamente em direção a um
objetivo. Também sabe-se o que é trabalhar duro, mesmo quando não estamos
fascinados pela tarefa. O que energiza e direciona o comportamento? A explicação
poderiam ser impulsos, necessidades, incentivos, medos, objetivos, pressão social,
autoconfiança, interesses, curiosidades, crenças, valores, expectativas, e muito mais.
Alguns psicólogos têm explicado a motivação em termos de traços pessoais ou
características individuais. Certas pessoas, assim reza a teoria, têm uma forte
necessidade de realizar, um medo de provas, ou um interesse permanente por arte,
então se comportam desta maneira. Eles fazem de tudo para atingir objetivos, evitar
provas ou passar horas em galeria de arte. Outros psicólogos vêem a motivação mais
como um estado, uma situação temporária. Naturalmente, a motivação que
experimentamos em determinado momento geralmente é uma combinação de traço e
estado.
Algumas explicações de motivação baseiam-se em fatores pessoais, internos
como necessidades, interesses, curiosidade e prazer. Outras explicações salientam
fatores ambientais, externos, recompensas, pressão social, punição, etc. A motivação
que deriva de fatores como interesse ou curiosidade é chamada de motivação
intrinseca. Motivação intrinseca é a tendência natural de procurar e vencer desafios à
medida que perseguimos interesses pessoais e exercemos aptidões. Quando se esta
intrinsecamente motivado, não se necessita de incentivos ou punições, pois a atividade
em si é recompensadora no entanto quando se faz alguma coisa a fim de ganhar uma
nota ou recompensa, evitar punição, agradar o professor ou por alguma outra razão
que tenha pouco a ver com a própria tarefa, experimenta-se a motivação extrínseca.
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Não se esta realmente interessado na atividade por ela própria ; preocupa-se apenas
com o que se lucra com ela.
É impossível dizer apenas por olhar se um comportamento é intrínseca e
extrinsecamente motivado. A diferença fundamental entre os dois tipos de motivação é
a razão do aluno para agir, ou seja, se o local de casualidade para a ação( a
localização da causa) é interno ou externo – está dentro ou fora da pessoa.
Na escola, tanto motivação intrínseca quanto extrínseca são importantes. Muitas
atividades são ou poderiam ser interessantes para os alunos. O ensino pode criar
motivação intrínseca, estimulando a curiosidade dos alunos e fazendo-os sentir-se
mais competentes à medida que aprendem. Mas sabe-se que isso não funciona todo
tempo. Se os professores contam com a motivação intrínseca para ativar todos os seus
alunos, todo o tempo eles ficaram desapontados. Há situações nas quais incentivos e
apoios externos são necessários. Os professores devem encorajar e alimentar
motivação intrínseca, ao mesmo tempo que se asseguram de que motivação
extrínseca apoie a aprendizagem. Para tanto, eles precisam conhecer os fatores que
influenciam a motivação.
ABORDAGENS GERAIS À MOTIVAÇÃO
Os behavioristas explicam motivada com conceitos como recompensa e
incentivo. Uma recompensa é um objeto ou evento atrativo fornecido como
conseqüência de um comportamento particular. Um incentivo é um objeto ou evento
que encoraja ou desencoraja comportamento.
20
Se formos consistentemente reforçados por certos comportamentos, pode-se
desenvolver tendência a agir de certa maneira. Por exemplo, se um aluno é
repetidamente recompensado com afeto, dinheiro, elogio ou privilégios por fazer gols
no futebol mas recebe pouco reconhecimento por estudar ele provavelmente trabalhará
mais e mais arduamente para aperfeiçoar seu chute do que para entender geometria.
Dar notas, estrelas, etc. por aprendizagem ou de méritos por mau comportamento, é
uma tentativa de motivar os alunos via meios extrínsecos de incentivos , recompensas
e punições . Naturalmente em cada caso individual, muitos outros fatores afetarão a
forma como uma pessoa se comporta.
A visão humanística é às vezes denominada de terceira força porque foi
desenvolvida na década de 40 como uma reação a dois fatores dominantes na época:
behaviorismo e psicanálise freudiana. Os proponentes da psicologia humanística
achavam que nem a psicologia comportamental e nem a freudiana explicavam
adequadamente por que as pessoas agem de uma determinada forma.
O que as escolas fazem para encorajar a auto estima dos alunos ?
As tentativas de melhorar a auto estima dos alunos tem assumido três formas
principais: atividades de desenvolvimento pessoal como treinamento da sensibilidade;
programas de auto estima, nos quais o currículo se focaliza diretamente em melhorar a
auto estima e mudanças estruturais nas escolas que dão maior ênfase à cooperação, à
participação do aluno, ao envolvimento da comunidade e ao orgulho étnico.
21
Treinamento da sensibilidade e cursos de auto estima compartilham um
problema conceitual comum . Eles pressupõem que encorajamos a auto estima,
mudando as crenças do indivíduo , fazendo os alunos se esforçarem mais para
superarem desigualdades. Mas e se o ambiente dos alunos é na verdade inseguro,
debilitante e não sustentador ? Algumas pessoas superaram problemas enormes, mas
esperar que todos o façam é ignorar o fato de que ter auto estima positiva é quase
impossível para muitos alunos, dadas as condições deploráveis sob as quais eles são
forçados a viver pelas injustiças sociais.
Auto estima é um aspecto central da dignidade humana e, portanto, um direito
humano inalienável . Como tal, as escolas e outros órgãos têm obrigação moral de
ajudar a construí-la e evitar sua debilitação.
Do ponto de vista humanístico, motivar alunos significa encorajar seus recursos
interiores – seu senso de competência, auto estima, autonomia e auto realização. Um
reflexo atual da perspectiva humanística é o “movimentos de auto estima”, uma
abordagem controversa à satisfação das necessidades de dignidade e auto estima
dos alunos. Quando examinarmos o papel das necessidades na motivação , veremos
dois exemplos da abordagem humanística , a teoria da hierarquia de necessidades de
Maslow e a teoria de autodeterminação de Deci.
ABORDAGENS COGNITIVAS À MOTIVAÇÃO
Os teóricos cognitivos acreditam que o comportamento é determinado por
nosso pensamento , não simplesmente por se fomos recompensados ou punidos pelo
comportamento no passado. Nas teorias cognitivas, as pessoas são vistas como ativas
22
e curiosas, buscando informações para resolver problemas pessoalmente relevantes.
As pessoas se esforçam porque apreciam o trabalho e porque querem entender.
Portanto, os teóricos cognitivos enfatizam a motivação intrínseca .
ABORDAGENS DE APRENDIZAGEM SOCIAL À MOTIVAÇÃO
As teorias de aprendizagem social da motivação são integrações de abordagem
comportamentais cognitivas : elas levam em consideração tanta preocupação os
behavioristas com os efeitos ou resultado de comportamentos quanto os interesse dos
cognitivistas no impacto de crenças e expectativas individuais. Muitas explicações de
motivação influentes baseadas na aprendizagem social podem ser caracterizadas
como teorias de expectativas de valor. Isso significa que a motivação é vista como
produto de duas forças principais, a expectativa do indivíduo de atingir um objetivo e o
valor daquele objetivo para ele ou ela . Motivação é um produto dessas duas forças,
pois, se qualquer um dos fatores for zero, não há motivação para trabalhar na direção
do objetivo.
As abordagens comportamental, humanística, cognitiva e de aprendizagem social à
motivação são resumidas no quadro a seguir
Comportamental Humanistica Cognitiva Aprend. SocialFonte de motiva- ção
Reforço extrínseco Reforço intrínseco Reforço intrínseco Reforço intrínseco e extrínseco
Influências Importantes
Reforçadores, recompensas, incentivos e punições
Necessidade de autoestima, autosatisfação e autodetermi- nação
Crenças, atribuibuições para sucesso e fracasso, expectativas
Valor dos obje-tivos, expecta-tiva de atingir objetivos
Teóricos Fun-damentais
Skinner Maslow Deci Weiner Covington Bandura
23
MOTIVAÇÃO PARA APRENDER NA ESCOLA
Muitos elementos compõem a motivação para aprender. Eles incluem
planejamento, concentração no objetivo, consciência metacognitiva do que você
pretende aprender e como pretende aprender, a busca ativa por novas informações,
percepções claras de feedback, orgulho e satisfação na realização e nenhuma
ansiedade ou medo de fracasso. A motivação para aprender envolve, portanto, mais do
que querer ou pretender aprender. Ela inclui a qualidade dos esforços mentais dos
alunos.
Seria maravilhoso se todos os alunos viessem a nós cheios de motivação para
aprender, mas eles não vêm. E, mesmo que viessem, o trabalho na escola ainda
poderia parecer aborrecido ou sem importância para alguns deles. Como professores,
temos três objetivos principais. O primeiro é tornar os alunos produtivamente
envolvidos com o trabalho de aula; em outras palavras, criar um estado de motivação
para aprender. O segundo objetivo é de mais longo prazo é desenvolver em nossos
alunos o traço de ser motivado a aprender de modo que eles sejam capazes de
educar – se durante toda a vida. E, finalmente, se quer que os alunos estejam
cognitivamente envolvidos – pensem profundamente sobre o que estudam, em outras
palavras, quer-se que eles sejam sérios.
OBJETIVOS E MOTIVAÇÃO
Um objetivo é o que um indivíduo está se esforçando para realizar ( Locke &
Lathan 1990).
24
Há quatro razões principais porque o estabelecimento de objetivos melhora o
desempenho:
1. Os objetivos dirigem nossa atenção à próxima tarefa.
2. Os objetivos mobilizam esforços.
3. Os objetivos aumentam a persistência.
4. Os objetivos promovem o desenvolvimento de novas estratégicas quando
estratégicas antigas são insuficientes.
TIPOS DE OBJETIVOS
Os tipos de objetivos que se estabelece influenciam a quantidade de motivação
que tem-se para alcançá-los.
Nas salas de aula, há duas categorias principais de objetivos – aprendizagem e
desempenho.
A finalidade de um objetivo de aprendizagem é melhorar, aprender, não
importa quantos erros você comete ou quão desajeitado parece. Alunos estabelecem
objetivos de aprendizagem tendem a procurar desafios e persistir quando encontram
dificuldades (alunos envolvidos com a tarefa).
A finalidade de um objetivo de desempenho são os alunos que estão focalizados
em como são julgados pelos outros. Eles querem mostrar inteligência e evitam parecer
incompetentes. Se isso parece impossível, eles podem adotar estratégias de evitar o
fracasso, defensivas – eles fingem não se importar, fazem grande alarde de “nem
25
estarem tentando”, ou podem simplesmente desistir. A avaliação de seu desempenho
não o que eles aprendem ou quanto eles se esforçam, é o que importa, referem-se a
esses estudantes alunos envolvidos com o ego porque eles estão preocupados consigo
mesmos. A seguir estão os fatores que indicam que os alunos estão envolvidos com o
ego no trabalho de classe:
¬ Usa atalhos para completar tarefas;
¬ Cola/cópia dos trabalhos dos colegas de aula
¬ Busca atenção para o bom desempenho
¬ Apenas se esforça em tarefas que valem nota
¬ Fica aborrecido e esconde trabalhos com notas baixas
¬ Compara notas com os colegas de aula
¬ Escolhe tarefas que têm maior probabilidade de resultar em avaliações
positivas
¬ Sentem-se desconfortável com tarefas que têm critérios de avaliação vagos.
FEEDBACK E ACEITAÇÃO DO OBJETIVO
Além de ter objetivos de aprendizagem específicos, desafiadores, atingíveis e
focalizar-se na tarefa, há dois adicionais que tornam efetivo o estabelecimento dos
mesmos na sala de aula.
O primeiro é o feedback, quando o feedback diz a um aluno que os esforços
atuais não foram suficientes para alcançar o objetivo, o aluno pode esforçar-se mais ou
até tentar uma nova estratégia. Quando o feedback diz ao aluno que o objetivo foi
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alcançado ou ultrapassado, ele deveria sentir-se satisfeito e competente – talvez
suficiente competente para estabelecer um objetivo maior no futuro.
O segundo fator afetando a motivação para perseguir um objetivo é a aceitação
do mesmo. Quando os alunos aceitam os objetivos estabelecidos pelos professores ou
estabelecem seus próprios objetivos, então o poder de estabelecer um objetivo para
motivar a aprendizagem pode ser estabelecido. Mas, se os alunos rejeitam objetivos
por outros ou recusam-se a estabelecer seus próprios objetivos estabelecidos por
outros ou recusam-se a estabelecer seus próprios objetivos, então a motivação será
afetada. Geralmente, os alunos estão mais dispostos a adotar objetivos de outros se
estes parecem realísticos, razoavelmente difíceis e significativos e se forem dadas
boas razões para o valor dos objetivos.
A aceitação dos objetivos poderia ser maior (e os objetivos mais adequados) se
trabalha-se as famílias dos alunos para identificar e monitorar os objetivos.
A NECESSIDADE DE AUTO DETERMINAÇÃO
A autodeterminação é a necessidade de experimentar escolha no que e como
fazer. É o desejo de que os próprios desejos, em vez de recompensas ou pressões
externas, determinem as ações.
Para captar a diferença entre a própria determinação e a determinação de
outros, deChams usou uma metáfora de pessoas como “origens” e “peões”. As origens
percebem-se como a origem ou fonte de sua intenção de agir de uma certa maneira.
Como peões , as pessoas vêem-se como participantes impotentes em um jogo
27
controlado pelos outros. Quando as pessoas sente-se como peões, o jogo se torna
trabalho o lazer parece obrigação e a motivação intrínseca torna-se motivação
extrínseca.
Richard deChamps ficou impressionado por sua observação de que os alunos
são muito pouco governados por suas próprias motivações intrínsecas e tem muito
pouco poder sobre controles e exigências externas. Como origens, os alunos são
ativos e responsáveis, mas, como peões eles são passivos e assumem pouca
responsabilidade pelo trabalho escolar. Para tratar dessa questão, deChamps
desenvolveu programas para ajudar os professores a apoiaram a auto determinação do
aluno. As diretrizes a seguir dão idéias sobre como apoiar a auto determinação dos
alunos :
¬ Permita e encoraje os alunos a fazerem escolhas.
¬ Ajude os alunos a planejarem ações para atingir objetivos auto selecionados .
¬ Torne os alunos responsáveis pelas conseqüências de suas escolhas.
ATRIBUIÇÕES, CRENÇAS E MOTIVAÇÃO
A teoria da atribuição da motivação sugere que as explicações que as pessoas
dão para comportamentos, particularmente seus próprios sucessos e fracassos, têm
fortes influências nos planos e desempenhos futuros. Um dos aspectos importantes de
uma atribuição é se ela interna e está dentro do controle de uma pessoa ou externa e
além do controle . Os professores podem sugerir atribuições pela forma como
respondem ao trabalho dos alunos. Surpreendentemente, elogio, simpatia e ajuda não
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solicitada podem comunicar aos alunos que eles não tem capacidade para fazer o
trabalho.
Quando as pessoas acreditam que a capacidade é fixa, elas tendem a
estabelecer objetivos de desempenho e a lutar para proteger-se de fracasso. Quando
acreditam que a capacidade é improvável, entre tanto, elas tendem a estabelecer
objetivo de aprendizagem e manejar o fracasso construtivamente. Um baixo senso de
auto avalia para estar ligado com as estratégias de evitação e aceitação de fracasso
planejadas para proteger o indivíduo das conseqüências do fracasso. Tais estratégias
podem parecer ajudar a curto prazo, mas são prejudiciais para a motivação e a auto
estima com o passar do tempo.
Bandura sugere que o senso de auto-eficácia a crença do que você será
eficiente em uma determinada situação, é uma influência poderosa sobre a motivação.
Se um indivíduo tem um forte senso de auto-eficácia, ele tende a estabelecer objetivos
mais desafiadores e a persistir mesmo quando obstáculos são encontrados.
ANSIEDADE NA SALA DE AULA
A ansiedade interna é um exemplo de excitação que é demasiada para
aprendizagem ideal. Ansiedade pode ser a causa ou o resultado de mau desempenho;
ela pode interferir na atenção, na aprendizagem e na recuperação de informação.
Muitos alunos ansiosos necessitam de ajuda para desenvolver habilidades efetivas de
estudo e realização de provas.
29
Capitulo III
CONCLUSÃO
O estudo de motivação focaliza-se em como e por que as pessoas iniciam ações
dirigidas a objetivos específicos, com que intensidade elas ficam envolvidas na
atividade e o quanto elas são persistentes em suas tentativas de atingir tais objetivos.
As explicações de motivação incluem fatores pessoais e ambientais, bem como fontes
intrínsecas e extrínsecas de motivação.
Os professores estão interessados em um tipo particular de motivação – a
motivação do aluno para aprender. A motivação do aluno para aprender é tanto um
traço quanto um estado. Ela envolve levar o trabalho acadêmico a sério, tentar tirar o
máximo dele e aplicar estratégias de aprendizagem apropriadas no processo.
Conhecer a fundo a matéria que se ensina e vibrar com ela é indispensável para
comunicar aos alunos a motivação que se costuma considerar mais valiosa do ponto
de vista pedagógico.
A motivação da aprendizagem não é apenas um passo preliminar do ciclo
docente, mas uma constante que deve permear todo o processamento dos trabalhos
escolares, através de todo o ano. Incentivar os alunos na sua aprendizagem não
significa despertar apenas a curiosidade ou o interesse momentâneo dos alunos,
mantendo-os atentos, mas passivos e inertes.
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A motivação na aprendizagem é um caminho de duas vias no qual as partes
envolvidas sempre tiram proveito. É fato que tudo realizado com motivação é mais
“prazeroso” e, como dito anteriormente, não existe fórmula mágica desta forma surge a
relevância de sempre repensar o que pode gerar este facilitador de aprendizado.
31
Capitulo IV
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
Ü HAYDT, Regina Célia Cazaux – Curso de Didática Geral – SP – Editora Ática –
1998
Ü TAPIA, Jesus Alonso – A motivação em sala de aula - SP – Edições Loyala – 1999
Ü Libaneo, J. C. - Didática – SP – Cortez Editora – 1999
Ü MARETINS, Dinah de Souza – Psicologia da Aprendizagem – SP – Editora Vozes –
1996.