Morte Reprimida – Vida Reduzida
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Ritual das exéquias
Elementos • a)cor litúrgica: preto ou roxo para expressar luto e solidariedade.
Para crianças pode-se usar branco. • b)água benta: aspergir o corpo com água benta lembra o batismo,
que é a passagem do pecado para a graça e a entrada na Igreja. • c)Círio pascal: deve estar próximo do caixão, pois simboliza a Páscoa
de Jesus, fundamento de toda a esperança cristã; • d)bênção do túmulo: o corpo possui valor e dignidade porque foi
templo do Espírito Santo, por isso o local que vai ser depositado deve ser santificado.
• e)Flores: acredita-se que os justos florescerão no jardim de Deus. Enfeitar os túmulos expressa gratidão e saudades e acima de tudo crer na ressurreição.
• f)velas: simbolizam a luz da ressurreição que vence as trevas da morte.
• e)nome: o nome deve ser pronunciado diversas vezes. Isso nos remete a dignidade da pessoa humana que é reconhecida por Deus pela nossa identidade.
• Orientações sobre a linguagem: • a)Deus quis assim: afirmar que Deus quer o sofrimento
e a morte de alguém é desconhecer sua bondade; • b)você tem que ser forte: sentir-se debilitado faz parte
do luto; • c)há pessoas pior que você: não se deve comparar
experiências de sofrimentos; • d)vamos rezar e tudo vai ficar bom: a oração não é
uma mágica que resolve as dores de forma imediata; • e)isto não é nada. Você tem que se ajudar: é preciso
respeitar os sentimentos de perda e o processo de cada pessoa.
Cremação • A Igreja recomenda o sepultamento pela associação a morte e ressurreição de Cristo;
• Grande dignidade do corpo que fez parte da nossa vida;
• A cremação ainda pode ser um recurso, desde que não seja contrária a fé cristã:
• Aniquilamento do corpo, panteísmo
Cremação • As cinzas sejam guardadas em lugar sagrado para fazer memória particular e pública das pessoas falecidas;
• Oração comunitária pelas pessoas falecidas;
• O corpo faz parte da comunhão da vida, não seja privatizada
Por que a missa de 7° dia?
• A missa de sétimo dia se fundamenta no livro de Macabeus: “santo e salutar pensamento este de orar pelos mortos”. A Igreja sempre incentiva os fiéis a continuar a rezar pelos seus falecidos.
• O costume de rezar nessas datas (7°, 30°) também pelo fato de antigamente havia mais dificuldades de reunir a família para a missa de corpo presente. O número 7 representa a perfeição
Por que dia de finados?
• Desde o século V, a Igreja dedica um dia do ano para rezar pelos seus finados, especialmente pelos que ninguém mais reza e não são mais lembrados.
• A data foi definida no século XIII, para recordar que depois do dia de todos os santos, deve-se rezar por todos os falecidos. No dia 1° celebra por todos os que morreram na graça. No dia 2 de novembro, reza-se por todos os que não são lembrados nas orações.
Céu: plenitude da visão de Deus
O CÉU: visão beatifica e comunhão com Deus
O céu não é um lugar nem está num lugar. É inevitável representar o Céu sendo um lugar que está acima de nós. Na vida podemos determinar a continuidade fundamental ou a ruptura radical, pois aqui vivemos na sombra da fé e no Céu vivemos na visão.
O Céu antes de ser um desejo humano, é oferta
gratuita de Deus. Mais que seres esperantes, somos seres esperados. O Pai quer compartilhar com seus filhos seu céu, sua morada.
• Chamamos de céu aquele estado de harmonia perfeita da criatura com seu Criador. Não é um lugar, mas um estado onde estaremos face a face com o Deus que Jesus nos revelou. Será o nosso lar, para lá caminhamos a cada dia, pois na terra somos apenas peregrinos. Estamos a caminho da Casa do Pai.
Imagens biblicas do Céu:
Esse banquete sintetiza nutrição, convivialidade, alegria, jubileu, beleza, exultação e exaltação.
Visão beatífica de Deus
A expressão ver a Deus, mais que um ver-olhando é um ver-contemplando, é um ver –amando. Ver Deus é viver em Deus.
Mt 5,8: “os puros verão a Deus”.
Visão beatífica de Deus
“Se Deus mesmo nos fizesse essa proposta: ficai com a abundância de todos os bens da terra, e vivei em pleno gozo, não por algum tempo somente, mas para sempre. Porém, não vereis nunca mais o meu rosto. Que coisa responderíeis? O casto temor choraria e diria gemendo: ah! Que me sejam tirados antes todos os bens, mas que eu veja a tua face”.
Vida plena e feliz: um fonte que vem de Deus
• A vida é dinâmica e progressiva, pois a vida é movimento. A vida eterna é uma eterna nascividade, vida que brota do trono de Deus que vivifica todos os viventes.
• Ap 22,1: “então me mostrou o
rio da água da vida, brilhante
como cristal, que sai do trono de
Deus e do cordeiro”.
Festa permanente
• a imagem do Céu como uma festa e naturalmente com cantos e danças. Portanto, viver no Céu é viver o louvor e na exultação para sempre. Mas é uma festa sem saturação e fastio, sem cansaço, ou o triste fim da festa. Goethe dizia que nada mais tedioso que uma festa que nunca termina. Mas esta é uma festa de perene alegria.
Paz e descanso eternos
• o shabbat definitivo prometido no AT. O Céu é o dia do descanso sem fim, no eterno repouso do coração humano na presença do amor de Deus quando não haverá mais tribulações.
Vida eterna
• É a vida sem envelhecimento e morte. É vida imortal, ressuscitada e pascal. Sendo a vida dinâmica, trata-se de algo dinâmico, progressivo pois a definição de vida é auto operação, movimento. A felicidade no Céu cresce ao infinito para acolher sempre mais o infinito.
Vida eterna
Na vida entra-se na ‘glória do Céu’.
Participamos da beleza e da vida divina:
2 Pd 1,4. É a divinização da vida humana
Jo 10,34. Somos porém, deuses por participação e por graça. Ser igual a Deus é um desejo do ser humano que almeja essa realidade. No Céu seremos deuses por graça, não no lugar de Deus igual a Adão, mas ser deus com Deus.
A doutrina do purgatório: fogo purificador
• Aqueles que, durante a vida, não conseguiram viver o amor gratuito para com os outros e se fecharam, mas mesmo assim têm vontade de seguir o caminho de Jesus, de viver com ele, podem ser purificados. O purgatório não é um lugar, mas um estado que a pessoa, depois da morte, muda sua forma de pensar e de agir.
• O purgatório não é um lugar, mas um estado que a pessoa, depois da morte, muda sua forma de pensar e de agir.
• A ideia do fogo purificador constitui um duplo sentido para quem passa pelo processo. Está no plano da memória, a dor da consciência e do arrependimento. E no plano da esperança na ânsia de ver a Deus para receber o abraço eterno de Deus.
• São Bernardino de Sena pretende mudar as expressões: de penas do purgatório prefere chamar das alegrias do purgatório. As almas no purgatório estão numa situação melhor e mais feliz que nós.
• . Santa Catarina de Gênova diz que o purgatório é o céu em forma de braseiro. Segundo ela, a alma entra no purgatório com os olhos deslumbrados pela imagem de Jesus vista no juízo particular. Esta visão acompanha a alma que mergulha no fogo do purgatório amparada pela visão de Jesus e resiste a tudo. A alma percebe o quanto é indigna do amor de Deus e aceita o purgatório como forma de ser mais digna do amor de Deus.
A doutrina do purgatório
• Purgar: purificar, limpar para curar...
• “processo” de amadurecimento que acontece desde agora, nesta terra, que se intensifica com a morte mas que pode se prolongar também depois da morte na comunhão do amor. “Não há amadurecimento sem sofrimento”.
• Há um tipo de sofrimento que é positivo.
Fogo da conversão • O perdão dissolve a culpa, mas o mal cria raízes e solidifica,
carece ser desmontado.
• O fogo simboliza a purificação do metal, a destruição das impurezas.
• Purgatório não é lugar de fogo, mas uma experiência transformadora que purifica e renova o ser para fazer brilhar sua imagem mais bela.
• É a chance da experiência humana colaborar na salvação que é graça de Deus.
• É um sofrimento que gera a vida nova, semelhante à dor do parto. É a dor transformada em amor. O amor é que diz o que vale a “pena”.
• O amor humaniza o sofrimento.
Inferno: possibilidade de negação a Deus
• Na história da Igreja,
estuda-se que nos séculos XIV a XVIII, vigorou na Igreja uma pastoral do medo, apresentando o inferno com todos os seus horrores, de fornalha de fogo, diabinhos ....
• O inferno não é um lugar, mas uma situação.
Auto- exclusão: isolamento absoluto
• É o mundo dos egoístas, que só vivem para si. São condenados a viver assim para sempre, na solidão do eu.
• O inferno é a confirmação eterna do seu egoismo.
• “O inferno é o tormento de um desejo nunca aplacado, porque o condenado, em vez de desejar a Deus, que poderia satisfazê-lo, deseja-se a si mesmo – daí a frustração inevitável”. A essência do inferno é não poder mais amar e ser amado. O inferno é a frustração da vocação humana que é comunhão com Deus no amor. Mestre Eckhart diz: “Se o inferno existe, lá está um só habitante: o ego”.
• O inferno é uma possibilidade da grandeza da liberdade humana de dizer “não” ao Criador.
• O coração humano enquanto se fecha vai criando o inferno.
• É como ir assentando tijolos da sua própria prisão.
• As chamadas trevas do inferno não ocorreu porque Deus retirou a sua luz beatífica, mas porque os que se condenam como que furaram seus olhos e não veem mais a luz de Deus. Ou como podemos dizer, o sol do amor de Deus continua iluminando, mas os que se afastam de Deus criam uma nuvem que impede de verem o sol da luz de Deus.
• A «perdição» não deve, por isso, ser atribuída à iniciativa de Deus, pois no Seu amor misericordioso Ele não pode querer senão a salvação dos seres por Ele criados. Na realidade, é a criatura que se fecha ao Seu amor. A «perdição» consiste precisamente no definitivo afastamento de Deus, livremente escolhido pelo homem e confirmado com a morte que sela para sempre aquela opção. A sentença de Deus ratifica este estado.
• Os condenados queimam o fogo de sua própria cólera.
• Os condenados são réus e vítimas de si mesmos;
• Negar o inferno é desresponsabilizar o ser humano;
• É uma condenação que brota do íntimo da pessoa. O inferno está dentro e não fora da pessoa.
O inferno é para sempre? Apocatástasis
• A questão de fundo é a percepção de que a limitação da escolha humana, de liberdade limitada, posso produzir uma pena eterna. Como o ser humano tão miserável em suas escolhas pode avaliar seus atos para ser condenado para sempre. Outra objeção a eternidade do inferno refere-se aos condenados que não querem mais sair do inferno mesmo percebendo a bondade de Deus.
Resumo em 3 frases
• A)o inferno existe:
• B)não sei se está vazio:
• C)espero que sim: