Monografia Avaliação de Maturidade dos Portais das Universidades Federais
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Universidade Federal de Alagoas
Instituto de Computação
Bacharelado em Sistemas de Informação
AVALIAÇÃO DE MATURIDADE DOS PORTAIS DAS
UNIVERSIDADES FEDERAIS BRASILEIRAS
Maceió
2012
Victor Diogho Heuer de Carvalho
AVALIAÇÃO DE MATURIDADE DOS PORTAIS DAS
UNIVERSIDADES FEDERAIS BRASILEIRAS
Monografia apresentada como requisito para
conclusão do curso de Bacharelado em Sistemas
de Informação, do Instituto de Computação da
Universidade Federal de Alagoas.
Orientador: Prof. Dr. Olival de Gusmão Freitas
Júnior.
Coorientador: Esp. Thiago José Tavares Ávila.
Maceió
2012
Victor Diogho Heuer de Carvalho
AVALIAÇÃO DE MATURIDADE DOS PORTAIS DAS
UNIVERSIDADES FEDERAIS BRASILEIRAS
Monografia apresentada como requisito para conclusão do curso de Bacharelado em Sistemas
de Informação, pelo Instituto de Computação da Universidade Federal de Alagoas, aprovada
pela comissão examinadora abaixo listada.
Aprovado em 27 de Outubro de 2012.
Prof. Dr. Olival de Gusmão Freitas Júnior - Orientador
Universidade Federal de Alagoas – Instituto de Computação
Prof. Dr. Marcus de Melo Braga
Universidade Federal de Alagoas – Instituto de Computação
Profª. Msc. Leide Jane de Sá Araújo
Universidade Federal de Alagoas – Instituto de Computação
RESUMO
As Universidades Públicas podem ser entendidas como as maiores produtoras de
conhecimento no Brasil na atualidade. Essas instituições estão sob constante pressão de seu
ambiente para apresentarem efetividade nos resultados de suas atividades finalísticas (ensino,
pesquisa e extensão) para a sociedade, de forma a demonstrarem o quão abrangente é a sua
atuação e a sua relevância para o desenvolvimento social e econômico do meio em que atuam.
Neste âmbito, as Universidades Federais Brasileiras possuem grande destaque por compor um
dos principais instrumentos do sistema educacional brasileiro para a profissionalização dos
cidadãos e, além disso, constituem-se centros de referência de desenvolvimento científico e
tecnológico. Para possibilitar a transparência de suas atividades junto à sociedade estas
instituições passam cada vez mais a adotar o conceito de Portal Corporativo de Conhecimento
como ferramenta tanto comunicacional como gerencial, tomando a Gestão do Conhecimento
como uma componente importante da Gestão Universitária. O presente trabalho destina-se a
realizar uma avaliação do nível de maturidade dos portais das Universidades Federais. Para
tal, faz-se também uma proposta de metodologia padrão para avaliação dos portais/sítios das
Universidades Públicas destacando-se que, embora existam escalas de sofisticação para a
entrega de serviços e conhecimentos on-line, ainda não há uma padronização dos
procedimentos adotados para sua disponibilização. Destaca-se ainda que esta sistemática de
avaliação propõe o estabelecimento de um Indicador de Maturidade do Portal, elemento
crucial para que haja comparabilidade e compatibilidade entre o nível de qualidade dos portais
das entidades avaliadas.
Palavras-chave: Avaliação de Maturidade. Portais Corporativos de Conhecimento. Gestão
Universitária. Gestão do Conhecimento.
ABSTRACT
Public Universities can be understood as the largest producers of knowledge in Brazil today.
These institutions are under constant pressure from their environment to present the results of
their core activities (teaching, research and extension) to society in order to demonstrate how
comprehensive their work and weight are to the social and economical development in the
middle which they operate. In this context, the Federal Universities have great prominence by
the fact that their whole composes one of the main instruments of the Brazilian Educational
System for the professionalization of citizens and, moreover, they are veritable centers of
regional scientific and technological development. To enable the transparency of their
activities to society these institutions are increasingly adopting the concept of Corporate
Knowledge Portal either as communication or management tool, using Knowledge
Management as an important component of University Management. This monograph aims to
assess the level of maturity of the portals of Federal Universities. To that end, it is also
proposed a standard methodology for evaluation of portals/websites of Public Universities
pointing out that, although there are scales of sophistication to the dissemination of on-line
services and knowledge, there is no standardization of the procedures adopted for its use.
Along with such methodology, an Indicator of Portal Maturity will be further defined, which
is crucial to draw comparisons between the entities under evaluation.
Keywords: Maturity Evaluation. Corporate Knowledge Portal. University Management.
Knowledge Management.
AGRADECIMENTOS
Aqui faço meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que contribuíram para meu
crescimento ao longo de quatro anos de estudos e pesquisas nesta graduação que se conclui.
Agradeço inicialmente ao caríssimo mentor professor Olival de Gusmão Freitas Júnior
pelas oportunidades concedidas e pela eximia orientação prestada e ainda mais pela amizade
construída ao longo dos dois anos em que trabalhamos juntos na PROGINST e nos três anos
de orientação nos projetos e nas publicações.
Ao também caríssimo mentor Thiago José Tavares Ávila pela exímia orientação
prestada ao longo do desenvolvimento deste trabalho e pela amizade e espírito de equipe que
construímos.
Ao professor João Carlos Cordeiro Barbirato (Centro de Tecnologia da UFAL) por sua
magnânima contribuição para o enriquecimento deste singelo trabalho. Aos professores
Marcus de Melo Braga (Instituto de Computação UFAL) e José Roberto Santos (Centro de
Ciências Agrárias da UFAL) pelo importante apoio intelectual e pelas sugestões
imprescindíveis que concederam. Ao professor Jarbas Cardoso Lopes Júnior, do Centro de
Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), pelas indicações prestadas à pesquisa. Ao
professor Anderson de Barros Dantas (Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade da UFAL) e ao senhor Lucas Sorgato (Secretaria do Estado de Planejamento e
do Desenvolvimento Econômico de Alagoas) pelas indicações estatísticas. Aos professores
Patrick Henrique da Silva Brito e Leide Jane de Sá Araújo (ambos do Instituto de
Computação da UFAL) pela perpetua gentileza, auxílio e suporte prestados.
Aos companheiros e amigos do GCI-UFAL Adolfo Cavalcante, André Domarques e
Wanderson Rodrigues pelas experiências compartilhadas e pelo grande auxílio no
desenvolvimento da pesquisa que deu origem a este trabalho.
Aos amigos e colegas de trabalho da Pró-Reitoria de Gestão Institucional
(PROGINST), Jouber Lima Lessa, Jarman da Silva Aderico, Júlio César Oliveira, Luiz Vieira
e Alexander Perelló, pelo ambiente de trabalho acolhedor e pelo coleguismo além do
reconhecimento e respeito mútuo.
Aos colegas de turma pelo companheirismo e pela qualidade com que desenvolvemos
nossas atividades em grupo e realizamos algumas publicações, com destaque para os colegas
e amigos Marcelly Nicolle de Alencar, Mário Batista e Jairo Raphael Moreira. Agradeço
também ao amigo Jomson Teixeira pela fundamental revisão ortográfica que prestou ao
trabalho final.
Um agradecimento muito especial aos meus pais, e mais especial ainda aos meus
filhos Miguel e Estela e à minha esposa Samyra pela compreensão e carinho dispensados
mesmo nos meus momentos de isolamento e introspecção.
Agradeço, por fim, a todos os autores/pesquisadores – principalmente os nacionais,
que demonstraram grande domínio prático e teórico em seus trabalhos – os quais utilizei seus
trabalhos como referencial teórico para embasar esta pesquisa.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................ 12
1.1 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ................................................................................ 13
1.2 PROBLEMA DA PESQUISA ........................................................................................ 14
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA ........................................................................................ 14
1.3.1 Geral ......................................................................................................................... 14
1.3.2 Específicos ............................................................................................................... 14
1.4 METODOLOGIA ........................................................................................................... 14
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................... 15
2. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................................................... 16
2.1 GESTÃO UNIVERSITÁRIA ......................................................................................... 16
2.2 A GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO ....................................... 18
2.2.1 Gestão da Informação e Tecnologias da Informação ............................................... 20
2.2.2 Gestão do Conhecimento ......................................................................................... 22
2.2.2.1 O uso das Tecnologias da Informação na Gestão do Conhecimento ............... 24
2.2.2.2 Portais Corporativos de Conhecimento e o Governo Eletrônico Brasileiro ..... 25
2.3 ARQUITETURA ORIENTADA A SERVIÇOS ........................................................... 27
3. PROPOSTA DE UMA METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO DE MATURIDADE DOS PORTAIS DAS
UNIVERSIDADES FEDERAIS ........................................................................................................................... 32
3.1 O MODELO DE AVALIAÇÃO PROPOSTO PELA REDE DE ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA DAS NAÇÕES UNIDAS (UNPAN) .................................................................. 33
3.2 O MODELO DE AVALIAÇÃO PROPOSTO POR CARDOSO JÚNIOR (2006-2007)
.........................................................................................................................................35
3.3 O MODELO DE AVALIAÇÃO POR FREITAS JÚNIOR ET AL. (2011) ................... 37
3.4 TRABALHOS CORRELATOS ..................................................................................... 40
3.5 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE MATURIDADE PARA PORTAIS
CORPORATIVOS DE CONHECIMENTO DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS
BRASILEIRAS ..................................................................................................................... 42
3.5.1 Definição do Questionário Avaliativo ..................................................................... 43
3.5.2 Validação do Questionário ....................................................................................... 44
3.5.3 Aplicação do Questionário ....................................................................................... 44
3.5.4 Tabulação dos Resultados ........................................................................................ 44
3.5.5 Cálculo dos Indicadores ........................................................................................... 45
3.5.6 Definição dos Percentuais de Maturidade das Instituições Avaliadas ..................... 46
4. RESULTADOS DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA PROPOSTA ........................................................ 49
4.1 APRESENTAÇÃO GERAL DAS INFORMAÇÕES LEVANTADAS ........................ 49
4.2 TRATAMENTO ESTATÍSTICO DOS RESULTADOS ............................................... 52
5. CONCLUSÃO .................................................................................................................................................. 54
5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 55
5.2 TRABALHOS FUTUROS ............................................................................................. 57
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................... 57
APÊNDICE ........................................................................................................................................................... 62
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - A Universidade e o ambiente externo. ..................................................................... 17
Figura 2 - Espiral do Conhecimento. ........................................................................................ 20
Figura 3 - Pirâmide Organizacional básica com seus respectivos Sistemas de Informação. ... 21
Figura 4 - O processo cíclico de Conversão do Conhecimento. ............................................... 23
Figura 5 - Arquitetura da Universidade Orientada a Serviços.................................................. 29
Figura 6 - Escala de maturidade do Governo Eletrônico.......................................................... 35
Figura 7 - Cenário de prestação de serviços com foco no cidadão. .......................................... 35
Figura 8 - Escala Evolutiva para a Orientação a Serviços no Governo eletrônico. .................. 37
Figura 9 - Proposta para o sistema de Portais na Fase Avançada............................................. 39
Figura 10 – Diagrama de Dispersão com a Reta de Regressão Linear para o %Informacional e
%Interativo-Transacional. ........................................................................................................ 51
Figura 11 – Composição gráfica do histograma e polígono de frequências obtidos com a
distribuição de frequências por classe, a partir do IMP percentual (%Transformacional). ...... 52
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Gerações da Gestão do Conhecimento. .................................................................. 22
Quadro 2 - Tipologia de ferramentas de TI para gestão do Conhecimento. ............................. 24
Quadro 3 - Categorização das 56 Universidades Federais avaliadas por Freitas Júnior et al. . 40
Quadro 4 - Sistema de classificação de países segundo a maturidade dos mecanismos de
governo eletrônico. ................................................................................................................... 42
Quadro 5 - Comparação entre as fases/níveis de evolução propostos pela UNPAN (2008),
Cardoso Júnior et al. (2007) e Freitas Júnior et al. (2011). ...................................................... 42
Quadro 6- Percentuais em ordem decrescente em que se encontram as Universidades Federais
para cada um dos Níveis de Maturidade. .................................................................................. 50
Quadro 7 - As dez instituições com os maiores IMP. .............................................................. 51
Quadro 8 - Níveis de Maturidade/Sofisticação de acordo com Freitas Júnior et al. (2011-B). 52
Quadro 9- Medidas calculadas de acordo com a distribuição de frequências em classes. ....... 53
12
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
A Gestão Universitária em seu momento atual encontra-se em uma fase de transição
que culmina com a valorização informacional, implicando no uso da Gestão da Informação
para a valorização do conhecimento, além de definir o campo de atuação da Gestão do
Conhecimento. Inúmeras atividades do contexto acadêmico que podem ser resumidas nas
premissas básicas da atuação da universidade – Ensino, Pesquisa e Extensão – necessitam de
uma forma aprimorada de governança para as informações, assim como de instrumentos
eficientes que irão definir como compartilhar com a sociedade o conhecimento
organizacional.
Os Portais Corporativos de Conhecimento caracterizam-se como instrumentos
estratégicos para as organizações que possuem a Gestão do Conhecimento como componente
da Gestão Organizacional, garantindo sua extensão e melhor comunicação de seus usuários
através da Web.
Seu uso pelas Universidades Públicas Brasileiras (UPB) é cada vez mais intenso e traz
consigo a necessidade de entrega de serviços e disseminação de conhecimento com maior
qualidade e efetividade. Nesse contexto, emerge o conceito de Universidade Orientada a
Serviços, possibilitando aos atores de seu ambiente (alunos, professores, técnicos
administrativos, gestores universitários e a comunidade externa) acesso aos seus principais
serviços assim como ao conhecimento das atividades as quais a universidade se destina, com
destaque para sua produção científica.
A necessidade de aplicação da Gestão do Conhecimento na administração do ambiente
universitário vem sendo alvo de estudos e pesquisas tanto a nível nacional como
internacional, resultando na criação de conceitos inovadores quanto a disseminação de
conhecimento para a sociedade em geral, serviço o qual pode ser considerado como
indispensável dada a natureza das atividades realizadas nessas instituições. No entanto, a
avaliação da maturidade ou sofisticação dos portais das universidades ainda carece de
investigação aprimorada e de uma metodologia investigativa padronizada de forma a garantir
resultados sólidos e confiáveis.
A motivação principal da pesquisa realizada derivou-se da oportunidade de criação de
um mecanismo padronizado para avaliação dos Portais Corporativos de Conhecimento das
Universidades Federais Brasileiras.
13
Com a proposta da metodologia avaliativa notou-se a necessidade de criação de um
Indicador de Maturidade de Portais, um elemento importante para a aplicação de estatística de
forma a garantir a elaboração de um quadro síntese apresentando as notas para as
características analisadas com a aplicação da metodologia.
1.1 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA
A disponibilização de serviços através de portais é uma das premissas básicas do
governo eletrônico. Avila (2005) define que o conceito de portal cada vez mais amadurece e
agrega valores e sub-valores e de acordo com o ponto de vista de sua evolução histórica, eles
podem ser tanto sites informativos em um estado mais básico e inicial quanto um grande
ambiente integrado de sistemas que proporcionam colaboração, fortalecimento de equipes e
gerenciamento de projetos no intuito de apoiar o processo decisório.
Com esta definição, percebe-se a importância da aplicação dos Portais Corporativos de
Conhecimento no âmbito gerencial de uma organização, seja como elemento de integração e
comunicação ou ainda como componente de avaliação do poder informacional e de criação e
disseminação de conhecimento que a organização possui.
De acordo com pesquisas realizadas pela United Nations Public Administration
Network - UNPAN (publicações de 2008 e 2010) e Cardoso Júnior (em seus trabalhos de
2006 e 2007) é possível definir o grau de maturidade ou sofisticação em que se encontra os
portais quanto ao uso de serviços eletrônicos – dentre os quais, a disponibilização e
disseminação do conhecimento.
No terceiro capítulo do livro “Arquitetura Orientada a Serviços na Administração
Pública” de Freitas Júnior et al. (2011) é apresentada uma abordagem de avaliação de portais
focada nas UPB que em seus resultados apresenta um quadro no qual as Universidades
Federais, como alvo de sua pesquisa e são organizadas de acordo com seu grau de evolução.
O presente trabalho pretende dar continuidade ao trabalho iniciado por Freitas Júnior
et al. (2011) uma vez que o modelo avaliativo apresentado pelos autores necessita de
amadurecimento. A justificativa para sua aplicação, baseando-se principalmente nas
definições de maturidade e sofisticação da UNPAN (2008) e de Cardoso Júnior et al. (2007),
reside na necessidade de se construir uma metodologia que possa servir como padrão para a
avaliação dos portais das UPB.
14
1.2 PROBLEMA DA PESQUISA
Tomando por base a temática de “Maturidade no Uso de Serviços pelos Portais das
Universidades Federais”, o problema que esta pesquisa se propõe a caracterizar e responder
é: “Como avaliar o nível de maturidade dos Portais das Universidades Federais?”.
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA
1.3.1 Geral
Avaliar o nível de maturidade dos portais das Universidades Federais Brasileiras.
1.3.2 Específicos
Estabelecer uma metodologia que possa ser adotada como padrão para avaliação de
maturidades dos portais das Universidades Federais Brasileiras;
Formular um indicador de maturidade para ser aplicado na avaliação dos portais das
Universidades Federais;
Apresentar os portais pesquisados e seus respectivos indicadores.
1.4 METODOLOGIA
A pesquisa realizada caracterizou-se como aplicada, uma vez que envolveu o
levantamento de informações sobre uma temática específica, além de ter servido para
aplicação exclusiva na solução de problemas dentro dessa temática restringindo seu universo
de atuação, conforme explicam Silva e Menezes (2001).
Também, conforme Silva e Menezes (2001), pode ser categorizada como quantitativa,
já que procurou definir indicadores para mensuramento de maturidade, requerendo técnica
exploratória e estatística, por se comprometer tanto com a exposição de um referencial sobre o
assunto central quanto por avaliar um caso real que apresenta necessidades no referido
mensuramento, com analise e interpretação de dados oriundos de levantamento.
15
Logo, o trabalho passou por 5 etapas fundamentais:
1. Construção de um referencial teórico sobre as temáticas de Gestão do Conhecimento,
Gestão Universitária, Portais Corporativos de Conhecimento, Orientação a Serviços e
Avaliação da Maturidade de Portais;
2. Definição de uma escala de maturidade assim como de uma metodologia avaliativa
que futuramente (após realização de estudos mais aprofundados) poderá ser adotada
como um padrão;
3. Elaboração de um questionário contendo questões em 3 áreas temáticas (Visual,
Serviços e Conteúdo), cada qual com a quantidade entre 10 e 20 questões;
4. Aplicação de questionário de investigação referente a características chaves
relacionadas aos Portais das Universidades Federais realizada por 2 avaliadores, de
forma a garantir que a totalidade destas instituições fosse avaliada;
5. Tabulação e apresentação dos resultados obtidos com o levantamento no relatório
científico final.
No que diz especificamente respeito à etapa de investigação, o levantamento realizado
abrangeu todas as Universidades Federais existentes no Brasil: 59 instituições (excluindo-se
as 5 que se encontram em implantação). Conforme explica Sorgato (2012), na etapa de
estimação de amostras, qualquer população que tenha tamanho < 356 (menor que trezentos e
cinquenta e seis) indivíduos, deve passar por uma análise em sua totalidade, garantindo
confiabilidade aos resultados finais.
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO
O presente trabalho estrutura-se em 5 capítulos:
Capítulo I – Introdução, apresentação da justificativa, do problema e dos objetivos e
da metodologia da pesquisa.
Capítulo II – Revisão da Literatura sobre Gestão do Conhecimento, Gestão
Universitária e Arquitetura Orientada a Serviços de forma a apresentar um referencial teórico
que embase a aplicação da proposta central do trabalho;
Capítulo III – Proposta de uma “Metodologia para Avaliação do Nível de Maturidade
dos Portais das Universidades Públicas Brasileiras” nos quais são apresentados alguns
modelos existentes de escalas de maturidade e é realizada a descrição da metodologia a ser
aplicada para avaliação dos objetos de pesquisa.
16
Capítulo IV – Resultado da Avaliação dos Portais das Universidades Federais
Brasileiras, em que serão demonstrados os dados obtidos com a investigação realizada, além
de apresentar uma comparação entre os dados obtidos com o levantamento realizado.
Capítulo V – Considerações Finais, sendo apresentada a avaliação da proposta
metodológica, dos resultados obtidos e sugestões para trabalhos futuros.
CAPÍTULO II
REVISÃO DE LITERATURA
Antes de adentrar na definição de uma metodologia para Avaliação da Maturidade de
dos Portais das UPB, é pertinente que seja apresentado um referencial teórico sobre os
conceitos envolvidos. A Gestão Universitária, quando da estruturação de seus portais de
serviços e conhecimento, toma como principais instrumentos a Gestão do Conhecimento e a
entrega de serviços para a comunidade universitária.
Além dessas duas grandes áreas teóricas, existe ainda a Orientação a Serviços que
através de suas normas e regulamentação, principalmente no âmbito nacional que é o foco
deste trabalho, possibilita uma padronização nos serviços on-line a serem oferecidos para a
sociedade. Dentro desses serviços estão incluídas a disponibilização e a disseminação de
conhecimento.
2.1 GESTÃO UNIVERSITÁRIA
A Gestão Universitária lida com um conjunto complexo de atividades que têm por
objetivo principal a manutenção do funcionamento do ensino superior. Assim distinguem-se
dois tipos de atividades nas universidades: as atividades fim - ensino, pesquisa e extensão; e
as atividades meio.
Cantarle e Favaretto (2008, p. 395) estabelecem que
[...] a universidade é vista como uma instituição de serviços e como espaço
de geração e disseminação de conhecimento para a sociedade, isso através da
pesquisa, do ensino ou da extensão de atividades para o desenvolvimento
comunitário.
Para Freitas Júnior e Barbirato (2008, p. 12):
A administração universitária lida com as diversas dimensões
organizacionais presentes nas universidades, os diferentes objetivos e os
demais insumos utilizados. Além disso, é necessário administrar
simultaneamente vários aspectos, tais como a massificação do ensino, a
democratização do acesso ao ensino, a criação e difusão da ciência, o
corporativismo e a escassez de recursos.
O ambiente das universidades funciona como um campo dinâmico de forças que
interagem entre si provocando mudanças e influenciando estas instituições. Ele é uma fonte
17
de recursos de diversos tipos – humanos, tecnológicos, informacionais, financeiros, etc. – e
oportunidades de onde as universidades podem extrair insumos necessários ao seu
funcionamento (FREITAS JÚNIOR et al. 2011-B).
Existem diversas semelhanças entre as universidades: possuem estruturas similares
podendo ser administradas seguindo-se os princípios e modelos propostos pelas teorias
administrativas; são também organizações planejáveis e sofrem influência do ambiente em
que se inserem.
O ambiente das universidades pode ser exemplificado pela Figura 1:
Figura 1 - A Universidade e o ambiente externo.
Fonte: adaptado de Tachizawa e Andrade (1999).
Magalhães (2001) determina que a gestão das universidades esteja voltada para a
administração dos seguintes elementos:
Comunidade interna: representados pelos funcionários (docentes e técnicos) e
discentes;
Mercado: são os clientes externos, finais (empresas públicas e privadas) e
organizações governamentais que absorverão os egressos;
Fornecedores: são os agentes (ou entidades) que fornecem bens, serviços, capital,
materiais, equipamentos ou demais insumos necessários às atividades internas da
instituição;
Produto: resultados das atividades internas da instituição - o profissional formado,
preparado para atuar no mercado, além dos produtos (bens e serviços) educacionais
resultantes das atividades de pesquisa e extensão.
A partir desses conceitos, é possível identificar os principais atores do ambiente
universitário:
O discente é o principal e maior cliente da universidade que tem por objetivo prepará-
lo para atuar no mercado de trabalho e torná-lo um profissional qualificado.
18
O servidor é representado pelo docente, com o papel principal de formar os discentes,
e pelo técnico administrativo, responsável pelo fornecimento de apoio técnico para as
atividades da instituição.
O gestor é representado pelas organizações governamentais, pelos fornecedores e
pelos gestores internos. Os fornecedores são os agentes (ou entidades) que fornecem
recursos necessários às atividades internas da instituição. Os gestores internos são os
diretores de unidades, coordenadores e pró-reitores que fazem uso dos recursos das
instituições.
O empreendedor é representado pelo setor produtivo que necessita de mão de obra
qualificada (os discentes egressos) e dos resultados das atividades de pesquisa e
extensão desenvolvidas pela comunidade acadêmica para inovar em seus produtos e
serviços.
No âmbito da Universidade Pública Brasileira (UPB), visualizada pela sociedade
como ampla geradora e disseminadora de conhecimentos, assim como principal formadora de
recursos humanos especializados, as novas tecnologias estão redesenhando significativamente
seus canais de relacionamento com a sociedade.
Assim, as UPB podem cumprir com o que Freitas Júnior e Barbirato (2008, p. 26-27)
propõem quando definem que “a universidade moderna deve estar atenta às mudanças do
mercado, cumprindo o seu papel de desenvolvimento para sociedade, oportunizando a
capacidade de criar novas tecnologias e firmando parcerias com a iniciativa privada”.
2.2 A GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO
Informação e Conhecimento são conceitos que possuem uma relação íntima em termos
de composição. A informação seria o elemento essencial que, após processado, interpretado e
discernido comporia o conhecimento. Ávila (2005) apresenta a informação como um dado
adicionado de valor, permitindo seu entendimento de acordo com o contexto em que se insere.
O conhecimento, portanto, é uma composição de informações tratadas e discernidas,
logo, o processamento dessas informações é uma etapa fundamental para a criação do
conhecimento. Davenport e Prusak (1998-A) apud Gaspar et al. (2009, p.122) caracterizam
essa diferença entre ambos os conceitos fornecendo também uma ideia de como eles atuam na
organização:
19
[...] a informação é uma entidade relevante, que traz consigo alguma
finalidade atuando no comportamento do seu criador em relação à
tomada de decisões. […] mais do que a informação, o conhecimento
originado por meio do processamento das informações disponíveis
interna ou externamente é que efetivamente contribui para o sucesso
da organização.
Apresentando uma ideia mais simplificada e relacionada às praticas com a qual os
profissionais se deparam no seu dia a dia no que se refere à informação e conhecimento,
Santos (2010, p. 2) sintetiza que “a informação é o meio pelo qual o indivíduo conseguiu
assimilar a idéia proposta e extraiu dela, o conhecimento que pode ser aplicado em seu dia-
a-dia”.
O mesmo autor conceitua ainda que o “conhecimento é Informação ou noção
adquiridas pelo estudo ou pela experiência; e informação é tudo aquilo que, por ter alguma
característica distinta, pode ser ou é apreendido, assimilado ou armazenado pela percepção
e pela mente humana”.
Nonaka e Takeuchi (1995) apud Torres et al. (2009) definem que o conhecimento
pode ser classificado como tácito ou explícito, sendo o conhecimento explícito aquele
facilmente externalizado através de codificação, podendo ser armazenado, compartilhado e
aplicado; o conhecimento tácito, por sua vez, é de difícil expressão, representação ou mesmo
comunicação , representando a experiência do indivíduo, sua compreensão sobre o universo
que o cerca.
A conversão do conhecimento seria a sucessão de transformação entre o conhecimento
tácito e explícito, seguindo os processos de socialização, externalização, combinação e
internalização, compondo a espiral do conhecimento, conforme definem Nonaka e Takeuchi
(1997).
Essa espiral comporta-se da seguinte forma, conforme apresentam Nonaka e Takeuchi
(1997) (ver também Figura 2):
A socialização seria o processo de compartilhamento de experiências entre os
indivíduos de um grupo, desenvolvendo-se, frequentemente, através da observação, imitação
e prática. Envolveria assim a transferência de conhecimento tácito entre os indivíduos;
A externalização seria o processo de organização do conhecimento tácito em
explícito através do uso de narrativas, analogias, hipóteses, modelos, etc. Permitiria, pois, a
criação de novos conceitos, passíveis de explicitação;
A combinação trataria da sistematização de conceitos em um sistema de
conhecimento, englobando, como o próprio nome do processo sugere, a combinação de
20
conhecimento explícito através de classificação, sumarização, pesquisa, etc. Neste processo, o
uso das TIs seria essencial;
A internalização sugere a transformação do conhecimento explícito em tácito através
da aprendizagem por parte do indivíduo, através do estudo de documentos.
Figura 2 - Espiral do Conhecimento.
Fonte: Nonaka e Takeuchi (1997).
2.2.1 Gestão da Informação e Tecnologias da Informação
A informação, conforme estabelecido anteriormente, é um elemento imprescindível
para a tomada de decisões nas organizações. A Gestão da Informação (GI), tomando como
suas principais ferramentas as Tecnologias da Informação (TIs), possibilitou às organizações
um acesso muito mais ágil e humanizado a informações que antes careciam de tratamento
especializado para que fossem compartilhadas e entendidas por qualquer tipo de usuário.
Com essa facilidade de acesso, o desenvolvimento de atividades desde o nível
operacional (no qual os dados sobre as atividades fim da organização, através dos Sistemas de
Informação Operacionais/Transacionais, começam a surgir e ganhar sinergia), passando pelo
nível gerencial (com o uso dos Sistemas de Informações gerenciais para captar e sintetizar as
informações relevantes e necessárias para a tomada de decisões gerenciais) e chegando ao
executivo (através dos Sistemas Executivos e Sistemas de Apoio a Tomada de decisões)
tornou-se muito mais ágil e as informações utilizadas passaram a ser muito mais consistentes.
A Pirâmide Organizacional básica, com seus respectivos sistemas pode ser visualizada
na Figura 3.
21
Figura 3 - Pirâmide Organizacional básica com seus respectivos Sistemas de Informação.
Essa consistência se deve ao fato de esses diversos Sistemas de Informação tratarem a
informação em cada um dos seus respectivos níveis, tornando-as mais precisas e adequadas
até sua chegada ao topo da pirâmide organizacional. Empresas que possuem a GI e a TI
atreladas a sua estrutura organizacional de forma consolidada possuem, portanto, um
importante diferencial competitivo.
Rodrigues e Tavares (2010, p. 05) defendem que:
Para sobreviver no cenário de mudanças constantes, as organizações
perceberam na TI um diferencial, pois elas viabilizaram novas alternativas à
estratégia de negócios e novas possibilidades para as organizações. Nas
últimas décadas, o papel exercido pela TI foi sendo alterado de forma
drástica, deixando de ser apenas um suporte administrativo para tornar-se
uma importante arma competitiva.
Levando-se em consideração o conceito de gestão/administração, a gestão da
Informação possui três grandes dimensões que, segundo explica Ferreira (2010), são:
Teoria: conjunto de saberes interdisciplinares das áreas de administração de empresas,
tecnologias da informação e ciências da informação, que culminam numa formação
discursiva complexa (FERREIRA, 2010, p. 4).
Prática: conjunto de métodos e metodologias, técnicas e ferramentas para coleta,
processamento, difusão e uso das informações pelas organizações na transformação de
dados em informações úteis, que sirvam à tomada de decisões (FERREIRA, 2010, p.
4).
Processo: recurso estratégico de intervenções governamentais nos universos da
ciência, tecnologia e economia das nações, que necessitam da informação para a
transferência de conhecimentos com a sociedade (PEREIRA, 2001 apud FERREIRA,
2010, p. 4).
22
A Gestão da Informação, por conseguinte, pode ser entendida como elemento
fundamental para a gestão organizacional na atualidade, aliando tecnologia e práticas bastante
específicas de forma a tratar e tornar a informação acessível e compreensível ao tipo de uso
para a qual foi solicitada ou designada.
Levando-se em consideração todo o contexto apresentado, pode-se chegar a uma
conceituação de Gestão da Informação apoiando-se no que é definido por Valentim et al.
(2008, p. 187):
Entende-se a gestão da informação como um conjunto de ações que visa
desde a identificação das necessidades informacionais, o mapeamento dos
fluxos formais (conhecimento explícito), de informações nos diferentes
ambientes organizacionais até a coleta, filtragem, análise, organização,
armazenagem e disseminação objetivando apoiar o desenvolvimento das
atividades cotidianas e a tomada de decisão no ambiente corporativo.
Ressalta-se, mais uma vez, seu valor na tomada de decisões, um processo fundamental
na administração, responsável pela definição de todas as atividades a serem executadas,
definindo o rumo que a empresa irá seguir de forma hierárquica, isto é, do nível executivo ao
nível organizacional.
2.2.2 Gestão do Conhecimento
A Gestão do Conhecimento (GC) pode ser compreendida como um conjunto de
práticas que tem por objetivo gerenciar o ciclo do conhecimento, envolvendo ferramentas,
cultura do indivíduo ou organizacional e Capital Intelectual (ROCHA e MORESI, 2010).
1ª Geração
(2010) expõe
historicamente
a Gestão do
Conhecimento,
que se inicia
na década de
80 do século
XX, com uma
primeira
geração
voltada para a
gestão
tecnológica.
Sua segunda
geração,
iniciada a
partir de 1995
Final dos anos de 1980 Foco em Tecnologia
2ª Geração A partir de 1995 Foco em Pessoas
3ª Geração De 2002 até os dias atuais Combina ênfase em tecnologia e gestão de pessoas
Quadro 1 - Gerações da Gestão do Conhecimento.
Fonte: adaptado de Goldman (2010).
Os autores Nonaka e Takeuchi possuem como principal conceito a espiral do
conhecimento apresentada anteriormente, quando conceituamos informação e conhecimento.
Conforme explica Freitas Júnior et al. (2011-A), para Nonaka e Takeuchi a organização não é
capaz de criar conhecimentos por si mesma, contudo é a partir da interação entre as pessoas e
de sua interação com a equipe que o conhecimento organizacional é gerado.
A espiral do conhecimento possuiria duas dimensões: uma ontológica e outra
epistemológica. A dimensão ontológica apresenta níveis de entidades criadoras de
conhecimento: o indivíduo no sistema de cadeia de valor atravessando vários níveis de
23
agregação e amplia as fronteiras organizacionais; a epistemológica se preocupa com o tipo de
conhecimento, tácito ou explícito, e a conversão entre eles. (FREITAS JÚNIOR et al., 2011-
A)
A Figura 4 define uma síntese dessa conversão do conhecimento:
Figura 4 - O processo cíclico de Conversão do Conhecimento.
Fonte: adaptado de Nonaka e Takeuchi (1997).
Também importantes autores e teóricos da Gestão do Conhecimento são Thomas
Davenport e Laurence Prusak, os quais compuseram uma obra cujo objetivo é demonstrar
como utilizar o conhecimento para gerar vantagem competitiva através de capital intelectual
dentro das Organizações. (FREITAS JÚNIOR et al., 2011-A)
Davenport e Prusak (1998-B) definem a Gestão do Conhecimento como um conjunto
de atividades relacionadas à geração, codificação e transferência de conhecimento, sendo que
ela seria uma forma de gerenciar o capital intelectual e defendem ainda que qualquer
iniciativa de Gestão do Conhecimento deve conhecer um mercado do conhecimento.
Nesse mercado, segundo explica Freitas Júnior et al. (2011-A) existem três atores
fundamentais:
Compradores: pessoas que estão em busca da resolução de um problema;
Vendedores: rede de especialistas disponível na organização, ou dos meios nos quais
o conhecimento está estruturado;
Corretores: mediadores no processo de negociação entre os dois outros atores.
Tal mercado seria regulado por três aspectos, que teriam por base a confiança mútua
entre os atores:
Reciprocidade: a certeza de atuar como comprador ou vendedor;
Reputação: imagem condizente com a atuação;
Altruísmo: motivação pessoal que deve ser estimulada pela organização, sendo um
propósito superior que move o vendedor a ajudar sem esperar reconhecimento.
Davenport e Prusak (1998-B) também propõem que somente as TIs, de forma isolada,
não irão surtir efeito e sequer poderão transformar uma organização em geradora de
24
conhecimento, muito embora sejam suportes fundamentais sem as quais seria muito difícil
pensar e implantar quaisquer modelos de gestão.
2.2.2.1 O uso das Tecnologias da Informação na Gestão do Conhecimento
Da mesma forma que a Gestão da Informação faz uso das TIs, a Gestão do
Conhecimento também o faz, conforme o que foi apresentado anteriormente, inclusive nas
palavras de Davenport e Prusak (1998-B).
Segundo Gaspar et al. (2009, p. 121):
A Tecnologia da Informação e Comunicação surge, então, como poderosa
aliada à criação e disseminação do conhecimento gerado na organização. A
integração proporcionada por essas ferramentas por meio de um portal
corporativo disponibiliza novas possibilidades às organizações. Tais
configurações propiciam o colaboracionismo no trabalho, disseminando
informações e conhecimentos com uma velocidade nunca antes vista.
Assim sendo, funcionários, clientes, fornecedores, parceiros e demais
colaboradores da organização interagem de forma criativa e inteligente,
buscando benefícios comuns.
Freitas Júnior et al. (2011-A), estabelece uma tipologia de ferramentas de TI para a
Gestão do Conhecimento, conforme apresentado no Quadro 2.
Categoria Processo(s) Tipo(s) de
conhecimento
Área de origem dos
conceitos
Ferramentas Voltadas
para a Internet
(Intranet e Portal do
Conhecimento)
Codificação e
transferência Explícito e Tácito Redes de computadores
Sistemas de
gerenciamento
Eletrônico de
Documentos
Codificação e
transferência Explícito Ciência da informação
Sistemas de Groupware Geração, codificação e
transferência Explícito e Tácito
CSCW (Trabalho
cooperativo apoiado por
computador)
Sistemas de Workflow Codificação e
transferência Explícito e Tácito Organização e métodos
Sistemas de Mapa de
Conhecimento
Geração, codificação e
transferência Explícito e Tácito
Ciência da Informação e
Gestão do Conhecimento
Sistemas para
descoberta de
Conhecimento e bases
de dados (data
warehousing e data
mining)
Geração, codificação e
transferência Explícito
Banco de dados e
inteligência artificial
Quadro 2 - Tipologia de ferramentas de TI para gestão do Conhecimento.
Fonte: Freitas Júnior, 2011, p. 49.
25
Dentre essas tecnologias, a que se mostra mais importante para este trabalho é a de
Ferramentas Voltadas para a Internet, nas quais estão inseridos os Portais Corporativos de
Conhecimento.
Conforme Freitas Júnior et al. (2011-A, p. 54), as Aplicações Web, conceito relativo
ao tipo de tecnologia em questão, “fornecem um conjunto de recursos que permite a
integração de sistemas bem como outras aplicações relacionadas1 sem maiores ajustes”.
Assim, um Portal, por exemplo, possibilitaria acesso organizado a informações e serviços de
diversas formas e através de diversas aplicações.
2.2.2.2 Portais Corporativos de Conhecimento e o Governo Eletrônico Brasileiro
Conforme apresenta Gaspar et al. (2009), o uso de Portais Corporativos de
Conhecimento provê integração de dados heterogêneos oriundos dos sistemas de informação
que são disponibilizados para que toda a comunidade interessada possa tanto compartilhar
conhecimentos quanto interagir com a universidade.
Terra e Gordon (2002) explicam que os portais corporativos de conhecimento
possibilitam às organizações uma infraestrutura tecnológica capacitadora para apoiar e
sustentar fluxos otimizados de informação e conhecimento.
Os Portais atuam diretamente dentro do conceito de espiral de conhecimento, tendo
como seu grande foco a externalização de conhecimentos produzidos pelas instituições, fato
que os tornam instrumentos de importância para as universidades, como grandes produtoras
de conhecimento a ser empregado pela sociedade.
A aplicação dos Portais, no contexto brasileiro, é proposta através de definições
relativas ao Governo Eletrônico (ou e-Gov), algumas das quais estipuladas através de
regimentação legal do Governo Federal. No caso das universidades federais em específico,
como órgãos componentes do poder Executivo Federal, são regulamentados através do
Decreto Nº 6.932, de 1 de agosto de 2009, conhecido como “Decreto Cidadão” em que
através deste Ato Normativo, estes portais precisam ser elaborados objetivando o
compartilhamento de suas informações e o fornecimento de serviços para a comunidade.
O Governo Eletrônico Brasileiro possui um conjunto normativo cada vez mais
completo de dispositivos legais para a normatização dos serviços a serem disponibilizados
1 Enterprise Resource Planning (ERP), Costumer Relashionship Management (CRM) e Data Warehouses, por
exemplo.
26
para a sociedade. Dentre esses dispositivos, disponibilizados pelo sitio do Governo Eletrônico
Brasileiro (2011), podem ser citados:
Em janeiro de 1994 foi lançado o Decreto nº 1.048, que define a criação do Sistema de
Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação (SISP)2;
Em julho 2005 foi lançada a Portaria Normativa nº 05, responsável pela
institucionalização dos padrões de interoperabilidade de governo eletrônico, no âmbito
do SISP.
A Portaria nº 07, de maio de 2007, define as normas de acessibilidade para o governo
eletrônico no âmbito do SISP;
A Portaria nº 11 da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI), de
dezembro de 2008, define a estratégia geral de Tecnologia da Informação;
A Instrução Normativa nº 01 de 2009 traz definições sobre Gestão de Segurança da
Informação na Administração Pública Federal;
A Instrução Normativa nº 01 de 2011 que trata dos procedimentos de
desenvolvimento, disponibilização e uso do Software Público Brasileiro (SPB).
É importante enfatizar, que esse conjunto normativo é a base de toda a definição de
Governo Eletrônico que o Brasil hoje possui, fornecendo requisitos regimentais que
fundamentam desde a criação de órgãos gerenciais ou coordenadores de TI, passando pela
contratação de serviços especializados e incidindo diretamente no desenvolvimento e
disponibilização de software.
O Governo Eletrônico, conforme explica Jóia e Cavalcante Neto (2004) apud Pinho
(2008, p. 474), possui atores alvo de seus serviços, caracterizados de acordo com suas
“diferentes possibilidades de relacionamento”: business-to-government; government-to-
business; citizen-to-government; government-to-citizen; government-to-investor; investor-to-
government; e government-to-government.
No horizonte da aplicabilidade desses conceitos dentro do contexto universitário,
conforme Freitas Júnior et al. (2011-B), pode haver uma relação que enalteça os atores
envolvidos com seu ambiente: universidade para o aluno; universidade para o servidor (de
onde surgem as derivação docente e técnico administrativo); universidade para o cidadão,
universidade para o empreendedor (ou para a iniciativa privada); e universidade para o gestor.
Paula e Cianconi (2007) estabelecem que no final do século XX, foi dado início a uma
discussão muito importante e que acarretaria no despontar do Governo Eletrônico no Brasil: a
2 Decreto nº 1048/1994, atualizado pelo Decreto 7579/2011.
27
inserção nacional no que seria definido como Sociedade da Informação, culminando com a
produção, já no ano de 2000, do “Livro Verde da Sociedade da Informação”, um dos
primeiros esforços para delinear políticas informacionais destacando o uso das TICs.
O Governo Eletrônico, quando analisado do ponto de vista da aplicabilidade de suas
definições com a finalidade de fornecer as Universidades Federais subsídios tanto teóricos
quanto técnicos, acaba por incidir na afirmativa inferida por Pinho (2008, p. 477) ao
considerar que ele possui duas frentes interconectadas:
[…] por um lado, um Estado mais responsivo, aberto à participação da
sociedade e transparente e, por outro, considera um papel protagonista da
sociedade civil, atribuindo a essas possibilidades, por intermédio dos
cidadãos e/ou de movimentos sociais, de checar, aferir, controlar o governo
(de maneira mais geral, o próprio Estado) e, ainda, de assumir um papel
propositivo.
Quando Pinho (2008) define “um Estado mais responsivo” pode-se pensar também em
“uma Universidade mais responsiva”, principalmente no que diz respeito a sua interação com
a sociedade, deixando transparecer sua produção científico-tecnológica e apresentando a
sociedade a aplicabilidade dessa produção.
2.3 ARQUITETURA ORIENTADA A SERVIÇOS
É neste ponto que prepondera a Orientação a Serviços nas Universidades,
principalmente no que diz respeito à estipulação de um canal de comunicação científica para
com a sociedade através do uso das TICs.
Leite e Costa (2007, p. 94) discutem que “é importante destacar que o uso da Internet
e de tecnologias emergentes no contexto da comunicação científica tem proporcionado e
ampliado, ao longo do tempo, uma série de novas possibilidades e oportunidades de inovação
nesse campo”.
Levando-se em consideração os diferentes tipos de portais que podem ser aplicados,
tem-se especificamente o Portal Corporativo que pode ser entendido como uma etapa mais
avançada do uso das Intranets fazendo uso de novas ferramentas para identificação, captura,
armazenamento, recuperação e distribuição de grandes quantidades de informação de várias
origens, sejam internas e externas, para uso interno de uma instituição (REYNOLDS e
KOULOPOULOS, 1999 apud DIAS, 2001).
Já os Portais de Conhecimento, conforme Dias (2011), podem ser encarados como
28
uma convergência de vários outros tipos de portais com a finalidade de fornecer conteúdo
especializado de acordo com a atividade de cada usuário.
Logo, da concatenação destes dois conceitos surge o de Portal Corporativo de
Conhecimento, “possibilitando às organizações uma infraestrutura tecnológica capacitadora
para apoiar e sustentar fluxos otimizados de Informações e conhecimento” tanto para o
ambiente interno quanto o externo da organização (TERRA e GORDON, 2002).
De maneira generalista, Gant e Gant (2001) apud Simão e Rodrigues (2005, p. 82)
conceituam portal como “um meio de acesso integrado que oferece aos visitantes um ponto
único de contato para fornecimento de informações e de serviços on-line”.
Choo, Detlor e Turnbull (2000) apud Gaspar et al. (2009, p. 124) discutem que a
“tecnologia presente em um portal corporativo possibilita ao usuário a colaboração mútua
entre si, além da participação conjunta em diferentes processos de trabalho”.
O uso dos Portais Corporativos de Conhecimento nas Universidades se concretiza
através da oferta de serviços para os usuários (ou atores) que estão envolvidos em seu
ambiente: alunos, professores/pesquisadores, técnicos administrativos, gestores e mesmo a
comunidade externa.
Freitas Júnior et al. (2011) apontam que a gestão das Universidades Públicas
Brasileiras (dentre elas as Universidades Federais) está voltada para a gerência dos seguintes
elementos do ambiente universitário: comunidade interna, mercado, fornecedores e produtos.
Nesse contexto, o paradigma de “Orientação a Serviços” tem o objetivo de
organizar e coordenar uma série de características e potencialidades
existentes nas universidades que, até então, encontram-se sobre a gestão de
distintas unidades acadêmicas e administrativas. Numa estrutura orientada a
serviços, as universidades disponibilizam seus serviços à sociedade que os
acessam de forma padronizada e sincronizada por meio da Web. (FREITAS
JÚNIOR et al., 2011, p. 138).
A arquitetura da Universidade Orientada a Serviços é representada na Figura 5 e tem
na base os processos e os fluxos de informação que possibilitam aos sistemas de informação o
compartilhamento e o acesso a um banco de dados único.
29
Figura 5 - Arquitetura da Universidade Orientada a Serviços.
Fonte: Freitas Júnior et al. (2011-B, p. 144).
Para o sucesso dessa visão orientada a serviços nas universidades, é necessária a
definição de uma política consistente de redesenho dos processos de trabalho existentes
visando aperfeiçoá-lo e informatizá-lo, assim como a padronização do desenvolvimento de
novos processos e serviços.
Na primeira camada, servindo-se da análise dos fluxos dos processos pode-se: (1)
visualizar as principais atividades da universidade; (2) compreender como o trabalho, no
âmbito global é executado; (3) identificar redundâncias de interações, tanto interna como
externamente à instituição; (4) avaliar meios alternativos de agrupar pessoas e estabelecer
unidades organizacionais e (5) identificar problemas e oportunidades.
A segunda camada é dedicada à construção dos sistemas de informação para a
informatização dos processos de trabalho dentro de uma visão integrada e holística da
instituição. O sistema integrado de informações permitirá a coleta de dados referentes ao
desempenho gerencial da instituição, transformando-os em indicadores confiáveis que
apoiarão a tomada de decisão e o aprimoramento da qualidade gerencial da mesma.
A terceira camada se refere à construção de Sistemas Baseados em Conhecimento
(SBC) que fará uso de diversas tecnologias (agentes inteligentes, data warehousing, data
mining e raciocínio baseado em casos) e conceitos (ontologias e Web semântica), visando à
criação, coleta, assimilação e (re)utilização do conhecimento gerado, tornando a instituição
mais inteligente e competitiva. Os SBC atendem aos seguintes objetivos: (1) criar uma
memória organizacional; (2) melhorar o acesso ao conhecimento por meio do uso de
tecnologias colaborativas; (3) desenvolver um ambiente e uma cultura organizacional que
estimule a criação, disseminação e uso do conhecimento e (4) desenvolver um ambiente de
30
apoio à decisão no qual os gestores possam especificar e modelar melhor os processos
decisórios, tomando decisões mais racionais e gerenciar o conhecimento como um recurso
mensurável.
A quarta camada inclui os canais digitais de comunicação e instrumentos de
apresentação de informação na Web, com serviços de busca e atualização dinâmica da
informação. Essa camada servirá de elo de ligação da universidade com a sociedade em geral.
Nesse contexto, os portais apresentam-se como ambientes integradores dos vários sistemas e
unidades de informação, tendo como base o repositório único.
No Brasil, um caso de sucesso na adoção de serviços on-line é o do estado de Minas
Gerais que possui uma série de normas e padrões a serem seguidos de forma a garantir uma
padronização e a qualidade desses serviços prestados ao cidadão.
Dentre os documentos mais importantes concebidos pelo governo de Minas Gerais,
estão: O Manual de Identidade Visual dos Sítios3, a Guia de Referência para o Plano de
Desenvolvimento dos Sítios de Informação4, o Manual de Avaliação dos Sítios do Governo do
Estado5, e as resoluções da Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de Minas Gerais
para estruturação, elaboração, manutenção e administração de sítios de informação6,7
(ÁVILA, 2011).
Todavia, mesmo com todo o avanço notado (principalmente na ultima década), em
relação à disponibilização de serviços on-line:
Há uma cultura de interação a ser criada, que envolve, dentre outros fatores,
a intenção de maior transparência da gestão pública, a crença na utilização
segura dos dados fornecidos e o próprio entendimento da lógica de uso das
ferramentas. Mais do que isso, há um processo de aprendizado das
potencialidades da Web e das tecnologias da informação e comunicação, a
formação de comunidades de práticas, as próprias redes sociais etc. que
pressionam o redesenho da relação estado-cidadão. (STEFANUTO et al.,
2011, p. 12).
Logo, conforme Stefanuto et al. (2011), a orientação a serviços on-line nos portais
corporativos precisam amadurecer, de forma a se entrelaçarem com a administração pública,
tornando-se parte dela e possibilitando uma interação sociedade-governo muito mais
avançada e garantido comunicabilidade no duplo sentido da relação.
A universidade pública como um vetor para o desenvolvimento social deve investir no
3http://www.egov.mg.gov.br/download?arquivo=1635
4http://www.egov.mg.gov.br/download?arquivo=1814
5http://www.egov.mg.gov.br/download?arquivo=1826
6http://www.egov.mg.gov.br/download?arquivo=1827
7http://www.egov.mg.gov.br/download?arquivo=1830
31
desenvolvimento dessas ferramentas, servindo de exemplo para que outros órgãos
governamentais sigam a filosofia do governo eletrônico.
CAPÍTULO III
PROPOSTA DE UMA METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO DE
MATURIDADE DOS PORTAIS DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS
As universidades são organizadas com uma grande multiplicidade de processos
internos, vários usuários e diversas unidades organizacionais, sendo facilmente perceptível
sua natural aderência à utilização do portal corporativo (GASPAR et al., 2009).
Os portais universitários carecem atualmente de metodologias padrões para avaliação
de maturidade. No entanto existem alguns modelos consolidados para a avaliação da
Orientação a Serviços que sugerem uma base forte para o estabelecimento de uma
metodologia para os portais das universidades públicas.
Para definir maturidade, pode-se utilizar o conceito de Argyris (1986) que define que
para os indivíduos (no caso deste trabalho, as organizações) se tornarem maduros, são
necessárias mudanças graduais ao longo do tempo, conforme são adquiridas experiências,
precisando ser conquistada por meio de planejamento e tomadas de decisões para o ganho de
competências.
A maturidade, no âmbito deste trabalho, é considerada como o grau de
aperfeiçoamento/avanço que as organizações disponibilizam seus serviços para os atores de
seu ambiente. Entretanto, ligado ao conceito de maturidade está o de modelo de maturidade.
Conforme define o Beack (2006) apud Agencia Estadual de Tecnologia da Informação
de Pernambuco (2010), um modelo de maturidade pode ser entendido como um conjunto de
critérios, parâmetros e fatores que podem ser usados para medir e descrever a efetividade de
implementação de uma Arquitetura Orientada a Serviços.
Com base nessas duas conceituações, foram levantados alguns modelos criados para
estipulação da maturidade de serviços, tendo-se em pressuposto uma escala de evolução que
foca conceitos relacionados a prestação de serviços desde a disponibilização de informações,
até a total presença de serviços independentes da intervenção humana direta através de
recursos Web – no caso explorado, dos Portais.
Os modelos sugeridos pela Rede de Administração Pública das Nações Unidas
(UNPAN – United Nations Public Administration Network) (2008) e por Cardoso Júnior
(2006) – que se baseou neste primeiro – fornecem subsídios importantes para definir uma
33
escala de maturidade para portais universitários que permita ainda criar um banco de
informações garantindo referenciais qualitativos para comparação do nível de avanço da
Orientação a Serviços, assim como da Gestão do Conhecimento e da Informação entre as
Universidades Públicas Brasileiras.
Freitas Júnior et al. (2010-B) também sugerem, em um trabalho seminal, uma escala
de maturidade, baseando-se em um esforço de identificação dos serviços do ponto de vista dos
usuários (ou atores) disponíveis nos portais das Universidades Públicas Brasileiras através de
uma análise de seus sítios, possibilitando a identificação daqueles que se enquadram como
portais, e em conseqüência, do enquadramento destes portais dentro de uma escala evolutiva
quanto aos tipos de serviços oferecidos.
3.1 O MODELO DE AVALIAÇÃO PROPOSTO PELA REDE DE ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA DAS NAÇÕES UNIDAS (UNPAN)
A UNPAN (2008) publicou um documento intitulado “Uma Observação de Governo
Eletrônico 2008: do Governo Eletrônico à Governança Conectada” (An e-Government
Survey 2008: from e-Government to Connected Governance), tendo como objetivo principal
uma análise do desenvolvimento do Governo Eletrônico ao redor do mundo, assim como do
nível de aplicação da Gestão do Conhecimento nos governos. Conforme é definido no texto
do referido documento:
A Observação de Governo Eletrônico das Nações Unidas 2008 apresenta
uma avaliação comparativa dos 192 Estados Membros das Nações Unidas
respondendo às cada vez mais prementes demandas dos cidadãos e empresas
por qualidade nos serviços e produtos do governo. A Observação avalia a
aplicação das tecnologias da Informação e Comunicação para os governos.
Os objetivos propostos por estas tecnologias são vários, mas incluem:
melhor acesso e entrega de serviços aos cidadãos, maior interação com os
cidadãos e empresas, e o fortalecimento do acesso às informações pelos
cidadãos. No geral, eles resultam em um governo mais eficaz e eficiente.
Essa avaliação de governo eletrônico dispõe os cidadãos na vanguarda ao
focar os serviços e produtos do governo que primeiramente lhes afetam.
(UNPAN, 2008, p. 12).
Nessa avaliação é apresentado um Índice de Medida Web que tem por objetivo avaliar
a sofisticação da presença on-line dos Estados Membros das nações Unidas. A pesquisa foi
baseada em um questionário, em que foram utilizados valores binários para o indicador,
34
baseando-se na presença/ausência (isto é, a situação binária) de um serviço eletrônico
específico.
Conforme definido no documento da UNPAN (2008, p. 15), a avaliação definiu cinco
estágios de maturidade:
Estágio I – Emergente (Emerging): a presença oficial do governo é composta
principalmente por uma página web ou um sítio oficial; podem ou não existir links
para ministérios ou departamentos de controle das funções básicas do Estado; a maior
parte da informação é estática (sofrendo poucas atualizações) e há pouca interação
com o cidadão.
Estágio II – Aprimorado (Enhanced): o governo provê mais informações em
políticas públicas e governança; são criados links para informações arquivadas,
tornando-as de fácil acesso aos cidadãos, como por exemplo: documentos,
formulários, relatórios, leis e regulamentações além de notícias.
Estágio III – Interativo (Interactive): o governo entrega seus serviços on-line como
formulários suscetíveis a download para taxas de pagamento e aplicações para
renovação de licenças. Além disso, é evidente o início de um portal interativo ou sitio
com serviços para melhorar a convivência dos cidadãos.
Estágio IV – Transacional (Transactional): o governo começa a se transformar para
introduzir um duplo sentido de interação entre “cidadãos e governo”; isso inclui
opções de taxas de pagamento aplicadas a documentos de identificação, certidões de
nascimento, passaportes e renovações de licença, assim como outras interações
similares entre governo e cidadão; é importante ressaltar que todas as interações são
on-line.
Estágio V – Conectado (Connected): o governo se transforma em uma entidade
conectada que responde as necessidades dos cidadãos através do desenvolvimento de
uma estrutura de gabinete integrado; é o nível mais sofisticado sendo marcado por
conexões horizontais entre governo e agências, conexões verticais entre agências
centrais e locais o governo, infraestrutura para conexões/interoperabilidade, conexão
entre o governo e cidadãos, conexões entre as partes interessadas (governo, setor
privado, universidades, organizações não governamentais e a sociedade civil).
A Figura 6 representa esta escala de maturidade:
35
Figura 6 - Escala de maturidade do Governo Eletrônico.
Fonte: UNPAN, 2008, p. 15.
3.2 O MODELO DE AVALIAÇÃO PROPOSTO POR CARDOSO JÚNIOR (2006-
2007)
Ávila (2011) afirma que com o advento do Governo Eletrônico a prestação de serviços
eletrônicos passou a ser mais presente na vida dos cidadãos. Todavia, para que a orientação a
serviços na estrutura governamental tenha sucesso é necessário o redesenho dos processos
existentes e uma padronização para o desenvolvimento de novos processos.
Esse fato pode ser exemplificado através da Figura 7, na qual Cardoso Júnior (2006)
apud Ávila (2011, p. 95) define um cenário inicial da interação do cidadão com os serviços,
em que “o cidadão busca os órgãos do governo” para a solicitação de serviços e um cenário
proposto onde “o governo, através de seus órgãos, procura o cidadão” para que ele utilize seus
serviços.
Figura 7 - Cenário de prestação de serviços com foco no cidadão.
Fonte: Cardoso Júnior (2006) apud Ávila (2011, p. 95).
36
As Tecnologias da Informação representam um fator decisivo para o sucesso da
Orientação a Serviços nos Portais Corporativos de Conhecimento. Levando em consideração
esta premissa, Cardoso Júnior (2006) apud Ávila (2011, p. 95-96) define uma escala evolutiva
para a Orientação a Serviços em quatro fases:
Presença. Disponibilização de páginas do governo na Internet, com serviços
meramente informativos.
Interação. Disponibilização de alguns canais de fornecimento/recebimento de
informações entre governo e sociedade. Formulários de envio de sugestões,
reclamações; versões iniciais do processo de declaração de imposto de renda, etc.
Transação. Disponibilização de transações eletrônicas, como pagamento de impostos;
matrículas em escolas, recurso de infrações e penalidades via Internet; despachos
eletrônicos; compras eletrônicas, etc.
Transformação. Disponibilização de serviços por áreas temáticas e eventos da vida;
serviços personalizados; discussões on-line; etc.
O modelo apresentado por Cardoso Júnior (2006) possui grande semelhança com
aquele definido pela UNPAN (2008), mas está voltado para o cenário nacional, uma vez que o
modelo apresentado anteriormente possui aplicação internacional. Um detalhe importante a
ser observado é que a fase “Aprimorada” do modelo UNPAN ficou incorporado à fase
“Interação” em Cardoso Júnior.
Esse fato poder ser explicado uma vez que o foco da fase “Interação” é a
disponibilização de canais de informações através da possibilidade de acesso e descarga de
documentos ao cidadão, concordado com o foco de ambas as definições para as fases
“Aprimorada” e “Interativa” da UNPAN. A Figura 8 apresenta uma síntese do modelo
proposto.
37
Figura 8 - Escala Evolutiva para a Orientação a Serviços no Governo eletrônico.
Fonte: Cardoso Júnior et al., 2007.
3.3 O MODELO DE AVALIAÇÃO POR FREITAS JÚNIOR ET AL. (2011)
Em seu trabalho seminal sobre avaliação de portais corporativos das Universidades
Públicas Brasileiras, Freitas Júnior et al. (2011-B) realizam uma análise do ponto de vista dos
usuários como atores no ambiente universitário: o aluno (ou discente), o professor (ou
docente), o servidor (ou técnico), o gestor (ou administrador) e a comunidade externa (na qual
são aplicados projetos de extensão e pesquisa para inovação tecnológica e processos
empreendedores).
Para cada um desses atores, haveria um portal específico além do portal corporativo,
focado em informações e serviços específicos:
O portal do Aluno é um espaço com informações e serviços de interesse dos alunos
(graduação e pós-graduação). Este portal deve ter como conteúdo as seguintes informações e
serviços: manual do aluno, programas de apoio ao estudante, calendário acadêmico, acesso à
biblioteca, informações sobre colação de grau, editais, link para o processo seletivo, acesso ao
sistema de controle acadêmico, informações diversas sobre os cursos ofertados por
modalidade.
O portal do Servidor é um espaço de cooperação e acesso às informações e serviços
de interesse de todos os servidores da Instituição. Este portal deve proporcionar uma área de
38
trabalho comum, no qual o servidor por meio de uma visão integrada pode ter acesso a todas
as informações e sistemas informatizados relevantes e necessárias à execução do seu trabalho.
O portal do Gestor tem como objetivo ser um espaço de divulgação de dados e
informações sobre a Instituição. Esse portal segue a Portaria Interministerial no 140, de
16/03/2006, e deve conter as informações e serviços: execução orçamentário-financeira,
licitações, contratos, convênios, despesas com passagens e diárias, além de outros conteúdos
de interesse institucional (relatório de gestão, plano de desenvolvimento institucional,
planejamento das unidades, etc.).
O portal da Comunidade Externa / do Cidadão é um espaço de cooperação e troca
de saberes, buscando a construção e produção de conhecimento visando à transformação da
sociedade em que está inserida. O trânsito instituição-comunidade deve ser assegurado a
docentes e discentes que encontrariam na sociedade a elaboração da práxis de um
conhecimento acadêmico, além da possibilidade de uma dinâmica interdisciplinar, o que
permite a visão integrada do social. Neste portal, tem-se o conceito de rede de extensão que
visa integrar as ações de extensão da universidade em oito áreas temáticas, sendo elas:
Comunicação, Cultura e Arte, Direitos Humanos e Justiça, Educação, Meio Ambiente, Saúde,
Tecnologia e Produção e Trabalho. A organização da extensão em rede facilita: a gestão, a
integração dentro e fora da universidade, a visibilidade das ações, a alocação de recursos
financeiros de forma transparente, a avaliação, etc.
O portal do Empreendedor tem como objetivo ser um espaço de cooperação entre
empresas e a comunidade científico-tecnológica. Além disso, a interação é dinamizada por um
sistema de busca por oportunidades nas empresas e por competência científico-tecnológica. O
principal foco desse portal reside na interseção entre demandas do setor produtivo por novas
ou melhores tecnologias (em produtos, processos e serviços) e ofertas de conhecimento
científico construído por equipes especialistas na universidade.
O foco da pesquisa realizada consistiu em fazer um levantamento nos sítios/portais das
56 Universidades Federais existentes, entre os anos de 2009 e 2010, levantando suas
principais características informacionais e serviços disponíveis. Dentre o total das
universidades analisadas, 19 se enquadraram como usuárias do conceito de portal.
Para categorização do quadro geral das universidades, criou-se uma escala contendo
três fases evolutivas: Inicial, Intermediária e Avançada. Sobre estas fases, Freitas Júnior et al.
(2011-B, p.146) definem:
Fase Inicial. Nesta fase, as instituições utilizam apenas o conceito de portal
corporativo. Verifica-se que o portal corporativo apresenta algumas características
39
comuns: áreas para notícias e informes, eventos, menus e sub-menus (interativos ou
não) – com links para diversas informações relativas à estrutura e organização
universitária; unidades acadêmicas, centros e/ou departamentos; cursos de graduação e
pós-graduação; acesso ao sistema acadêmico, acesso à biblioteca virtual etc.
Fase Intermediária. Nesta fase, as instituições utilizam além de um portal
corporativo, alguns portais temáticos, por exemplo: portal do aluno e portal do
servidor.
Fase Avançada. Nesta fase, as instituições utilizam, além de um portal corporativo,
cinco portais temáticos: portal do aluno, portal do servidor, portal da comunidade,
portal do empreendedor e portal do gestor. Ou seja, nesta fase a instituição consegue
mapear e estruturar as informações e serviços para todos os seus atores.
Através desse modelo de escala evolutiva, propôs-se um modelo padrão para a Fase
Avançada, consistindo em um conjunto “centrado nos diversos serviços, sistemas de
informações e processos da instituição, integrando e divulgando informações do banco de
dados institucional único e ampliando a rede de relacionamentos entre os atores” (FREITAS
JÚNIOR et al., 2011-B). Esse modelo é representado pela Figura 9.
Figura 9 - Proposta para o sistema de Portais na Fase Avançada.
Fonte: Freitas Júnior et al., 2011-B, p. 147.
Após esse levantamento inicial, foi feito um aprofundamento baseado nos conceitos de
portais adotados pelas 19 universidades identificadas na pesquisa com a aplicação de um
questionário dividido em três grupos de questões: 1 - informações institucionais, 2 - perfil do
responsável respondente e 3 - características conceituais e tecnológicas referentes aos portais.
40
A partir dessa metodologia, Freitas Júnior et al. (2011-B) podem elaborar o Quadro 3
contendo a categorização das 56 universidades, de acordo com a escala evolutiva proposta.
Fase IFES (siglas)
Fase Inicial UNIR, UFBA, UFGD, UFPB, UNIFAL, UFCG, UFJF, UFLA, UFMS,
UFMG, UFOP, UFPEL, UFPE, UFRR, UFSCAR, UFSJ, UNIFESP, UFS,
UFV, UFAC, UFC, UFMA, UFPA, UFPR, UFPI, UFRJ, FURG, UFMT,
UFF, UNIVASF, UFRRJ, UFRA, UFVJM, UFCSPA, UNB, UFABC, UFFS
Fase Intermediária (com as
designações dos portais adotados
pelas Universidades Federais)
UFG – Portal do Aluno e do Servidor
UNIFEI – Portal do Aluno/Acadêmico
UFMT – Portal Acadêmico
UFSC – Portal da Reitoria
UFU – Portal do Estudante, do Docente e do Servidor
UNIFAP – Portal Acadêmico/Ambiente Acadêmico e Portal dos Professores
UFAM – Portal do Aluno e do Professor
UFES – Portal do Aluno e do Professor
UNIRIO – Portal do Aluno e do Servidor
UNIPAMPA – Portal do Aluno
UFRB – Portal Acadêmico
UFRN – Portal do Aluno, do Servidor, Administrativo e de Serviços
UFRGS – Portal do Aluno e do Servidor
UFT – Portal do Aluno, do Servidor e para Concursos, Vestibular e Seleções
UFRPE – Portal do Aluno e do Servidor
UTFPR – Portal do Aluno
UFERSA – Portal do Aluno, do Professor, do Servidor e de Serviços
UFAL – Portal do Gestor, da Extensão e do Servidor
UFSM – Portal do Aluno e do Servidor
Fase Avançada Ainda não existem IFES`s que estejam enquadradas nesta fase
Quadro 3 - Categorização das 56 Universidades Federais avaliadas por Freitas Júnior et al.
Fonte: Freitas Júnior et al., 2011-B, p. 148.
3.4 TRABALHOS CORRELATOS
Na área de avaliação de Portais Corporativos, de forma geral, destaca-se também
Gaspar et al. (2009) que realizaram uma investigação nos portais de cinco grandes
universidades brasileiras, dentre as quais duas públicas e três privadas, para a identificação e
classificação de conteúdos acerca de comunicações gerais, pedagógicas sobre pesquisas e
questões administrativas e operacionais.
Todos estes fatores avaliados por Gaspar et al. (2009) são importantes e levados em
consideração dentro dos aspectos relativos a cada um dos níveis de sofisticação ou evolutivos
definidos por cada um dos autores anteriormente citados, uma vez que dizem respeito à
apresentação de informações e fornecimento de serviços de forma a atender às demandas
oriundas dos atores envolvidos.
Simão e Rodrigues (2005) também realizam avaliação de quesitos referentes a portais,
focados na acessibilidade às informações especificamente no Portal de Serviços e
Informações do Governo Federal (Portal Rede Governo). A pesquisa considerou três
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dimensões - conteúdo, usabilidade e funcionalidade – definindo quadros de indicadores com
pesos para parâmetros específicos de cada uma das dimensões, atribuindo notas para cada um
desses parâmetros, responsáveis pela definição da nota geral da dimensão (variando de 0 a 4).
Pinho (2009) realiza uma investigação sobre os Portais dos Governos de alguns
estados brasileiros escolhidos de acordo com desenvolvimento econômico, comparando-se
seus Produtos Internos Brutos (PIB): São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná,
Pernambuco, Santa Catarina e Goiás contando também com o Distrito Federal. O Objetivo
seria:
[…] verificar como governos em estados com níveis de desenvolvimento
econômico e de posicionamentos ideológicos diferenciados (ainda que este
último aspecto não tenha sido explorado) montam, estruturam os seus
portais, pressupondo que governos politicamente mais avançados tenham
maior interesse e preocupação em criar um portal mais informativo,
transparente e participativo (PINHO, 2009, p. 481).
Quanto aos resultados, Pinho (2009) os enquadrou de acordo com quatro categorias:
Configuração dos Portais, Informações e Serviços Disponíveis aos Cidadãos, Transparência
dos Portais Governamentais e Participação/Interação.
Santos (2000), conforme apresentam Costa, Santos e Brasileiro (2010), também
apresenta uma proposta à avaliação da situação do governo eletrônico a nível mundial,
levando em consideração as práticas referentes ao governo eletrônico.
Em pesquisa da Acenture realizada em 2001, o Brasil obteve um percentual de menos
20% de maturidade, já em 2002, em nova pesquisa, o Brasil passa a 25% de maturidade,
adentrando no grupo de países mais avançados em termos de governo eletrônico, sendo ele e
o México os únicos representantes da América Latina (COSTA, SANTOS e BRASILEIRO,
2010).
O Quadro 4 apresenta sua a escala de Santos (2002):
Categoria Termo em Inglês Descrição Exemplos de Países
nesta categoria
Construtores de
plataformas Platform Builders
Países que possuem
baixos níveis de serviços
on-line e grande potencial
para desenvolver o
governo eletrônico
Japão, Brasil,
Malásia, África do
Sul, Itália e México
Realizadores estáveis Steady achievers
Países que geralmente
possuem uma certa
amplitude de serviços e
que apresentam
significativa
oportunidade de
otimização do potencial
de serviços on-line e da
Nova Zelândia, Hong
Kong, França, Irlanda,
Portugal, Alemanha,
Bélgica
42
maturidade de prestação
de serviços
Seguidores visionários Visionary followers
Países que demonstram
estar no início de um
acelerado crescimento,
apoiados numa base
sólida de serviços on-line
e que mostra, em geral,
uma certa evolução na
maturidade da prestação
de serviços
Noruega, Austrália,
Finlândia, Holanda,
Reino Unido
Líderes inovadores Innovative leaders
Países situados bem
acima dos outros países,
devido à oferta de grande
número de serviços on-
line com altos níveis de
maturidade total,
principalmente nos
aspectos de
desburocratização e
sofisticação
Canadá, Cingapura e
EUA
Quadro 4 - Sistema de classificação de países segundo a maturidade dos mecanismos de governo
eletrônico.
Fonte: Santos (2002) apud Costa, Santos e Brasileiro (2010).
3.5 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE MATURIDADE PARA PORTAIS
CORPORATIVOS DE CONHECIMENTO DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS
BRASILEIRAS
Levando em consideração as metodologias de avaliação e escalas de maturidade
pesquisada, propõe-se agora uma metodologia sintética para a avaliação de Portais
Corporativos de Conhecimento das Universidades Federais Brasileira. Ela será baseada em
uma mescla dos modelos da UNPAN (2008) e de Cardoso Júnior (2006), abordando ainda
alguns quesitos do trabalho de Freitas Júnior et al. (2011-B).
A seguir é apresentado o Quadro 5, com um comparativo entre os modelos
apresentados.
UNPAN (2008) Cardoso Júnior et al. (2007) Freitas Júnior et al. (2011)
Emergente (Emerging) Presença Inicial
Aprimorado (Enhanced)
Interação
Intermediário Interativo (Interactive)
Transacional (Transactional) Transação
Conectado (Connected) Transformação Avançado
Quadro 5 - Comparação entre as fases/níveis de evolução propostos pela UNPAN (2008), Cardoso Júnior
et al. (2007) e Freitas Júnior et al. (2011).
43
A metodologia de avaliação do grau de maturidade dos Portais das Universidades
Federais, tema central deste trabalho, tem por objetivo identificar a presença ou ausência de
características relacionadas às dimensões de Acessibilidade, de Serviços e de Visual, julgadas
como fundamentais para garantir ao usuário conforto e segurança no uso dos portais.
A dimensão Acessibilidade tem por finalidade identificar o nível de maturidade do
portal pesquisado quanto à aplicação das normas internacionais de Acessibilidade e
disponibilidade Linguística.
A dimensão Serviços destina-se a identificação de características voltadas para os
Serviços On-line disponibilizados através do portal, possibilitando aos usuários interatividade
e a realização de transações sem o intermédio de outra pessoa.
A dimensão Visual avalia a qualidade da apresentação de conteúdo e algumas
características chave de usabilidade dos portais, permitindo ao usuário uma navegação
agradável.
As etapas da metodologia avaliativa são:
1. Definição do questionário avaliativo
2. Validação do Questionário
3. Aplicação do Questionário
4. Análise dos resultados
5. Cálculo dos indicadores das dimensões avaliativas e do Indicador de Maturidade do
Portal (IMP)
6. Definição dos Percentuais de Maturidade das instituições avaliadas
7. Apresentação da Análise e Resultados Finais
A descrição dessas etapas é feita nos itens a seguir.
3.5.1 Definição do Questionário Avaliativo
O questionário avaliativo foi construído com base nas dimensões definidas, contendo a
quantidade de questões necessárias de acordo com o grau de profundidade que a avaliação
pretende atingir. Visando facilitar a tabulação de dados, optou-se pelo uso de questões com
possibilidades binárias de respostas (sim e não), e em alguns casos, questões abertas para que
fossem esclarecidas textualmente as características marcantes ou consideradas necessárias
para detalhamento.
Para a pesquisa que foi realizada e que será relatada no Capítulo IV deste trabalho, a
quantidade de questões ficou definida da seguinte forma:
44
Acessibilidade – 11 (onze) questões binárias obrigatórias;
Serviços – 13 (treze) questões binárias e 1 (uma) questão aberta optativa;
Visual – 18 (dezoito) questões binárias obrigatórias e 2 (duas) questões binárias
optativas.
3.5.2 Validação do Questionário
Esta etapa consistiu na submissão do questionário, depois de finalizada sua
elaboração, para alguns especialistas das áreas definidas pelas três dimensões, com o fim de
validação e, consequentemente, aprovação para imediata aplicação.
3.5.3 Aplicação do Questionário
Corresponde a etapa de levantamento de dados sobre os portais a serem pesquisados.
A aplicação pode ser realizada de duas formas:
Aplicação direta por avaliadores externos à instituição em análise que irão visitar o
portal ou conjunto de portais a ser avaliado, neste caso, sugere-se a participação de no
mínimo 2 e no máximo 5 avaliadores;
Submissão do questionário para que um responsável na instituição realize seu
preenchimento.
No presente trabalho, os dados foram levantados por aplicação direta através de
avaliadores externos às universidades.
3.5.4 Tabulação dos Resultados
Depois de finalizada a aplicação do questionário, os dados obtidos foram organizados
e estruturados de forma a possibilitar sua análise, criando-se os “escores” para cada instituição
de forma a aplicar em seguida o cálculo dos indicadores das dimensões e do Indicador de
Maturidade do Portal.
Trata-se de uma etapa que exige atenção por parte do responsável por sua execução,
uma vez que será a fase de organização dos dados/informações necessárias para o desfecho da
pesquisa.
45
O uso da ferramenta Forms do Google Docs facilitou bastante esta etapa da pesquisa,
possibilitando tabulação e análise rápidas, uma vez que há uma organização automática das
respostas às questões, para a posterior criação de dados e informações relevantes a serem
apresentadas no capítulo de resultados da pesquisa.
Quando os questionários são preenchidos por avaliadores externos à instituição em
análise, estes deverão trocar os dados de seus levantamentos entre si, de forma a validar o que
foi levantado.
3.5.5 Cálculo dos Indicadores
Para cada uma das dimensões definidas anteriormente foi proposto indicador para
compor o Indicador de Maturidade do Portal (IMP), responsável pela definição do grau de
maturidade em que se encontra o portal avaliado.
Indicadores podem ser entendidos como instrumentos que permitem identificar e
medir ordinalmente aspectos relacionados a determinado conceito, fenômeno, problema ou
resultado de uma intervenção na realidade, traduzindo de forma mensurável estes aspectos de
maneira a tornar operacional sua observação e avaliação (MINISTÉRIO DO
PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, 2007).
Nesta pesquisa o intuito maior é demonstrar a aplicação da metodologia que está
sendo descrita junto aos resultados que serão apresentados de acordo com os indicadores das
dimensões definidas e o Indicador de Maturidade do Portal proposto. A configuração desses
indicadores ocorre da seguinte forma:
O Indicador de Acessibilidade (IA) consiste no somatório da quantidade de
características presentes referente a esta dimensão, em outras palavras, a quantidade de
respostas “sim” (ou 1) respondidas (obrigatórias). De forma coerente, não devem ser
considerados para a pontuação das questões abertas (textuais) que servirão para o
levantamento de características especiais que sejam julgadas pertinentes. Questões não
obrigatórias, mas de respostas binárias foram consideradas bônus. Logo, a pontuação
máxima que se pode obter para o IA, na pesquisa que foi aplicada, é 11 (onze) pontos.
O Indicador de Serviços (IS) leva em consideração a mesma linha de cálculo para o
IA. A pontuação máxima para este indicador, na pesquisa realizada, é de 13 (treze)
pontos.
46
O Indicador de Visual (IV) também toma por base as mesmas considerações dos
indicadores anteriores. A pontuação máxima na pesquisa realizada é de 18 (dezoito)
pontos, contando com um ponto de bônus para cada uma das duas características não
obrigatórias.
O Indicador de Maturidade do Portal (IMP), para a pesquisa em questão, foi obtido
através da aplicação da seguinte fórmula ponderada:
IMP = {[(IA / IAMax) × 2] + [(IS / ISMax) × 5] + [(IV / IVMax) × 3]} / 10
O IMP máximo para a pesquisa que foi aplicada é de 1 (um).
3.5.6 Definição dos Percentuais de Maturidade das Instituições Avaliadas
Para a definição do nível de maturidade, sugere-se a utilização dos conceitos da escala
de maturidade apresentada por Cardoso Júnior (2006 e 2007), na qual são trabalhados 4 níveis
distintos de maturidade: Presença, Interação, Transação e Transformação. Contudo, para a
categorização pretendida pela pesquisa realizada será utilizada a idéia sintética dessa escala de
acordo com Freitas Júnior et al. (2011-B), em que ocorrem três níveis: Inicial (Básico),
Intermediário e Avançado.
Considerando que nenhuma instituição atingiu o terceiro nível de maturidade, adotou-
se nesta pesquisa apenas dois níveis iniciais.
Sendo assim, a união dos níveis de Interação e Transação de Cardoso Júnior (2006 e
2007) como o próprio nível Intermediário de Fretas Júnior et al. (2011-B). Estes dois níveis
estão relacionados, puramente, à disponibilização de serviços aos usuários conforme os
conceitos definidos pelo seu autor:
Para Interação, consideraram-se serviços como pagamento de taxas e consultas
simples através de aplicações web que podem ou não depender de um segundo
indivíduo;
Para Transação foram observados serviços que não necessitam em absoluto da
intervenção de um segundo indivíduo além do usuário para serem executados. São
serviços que envolvem puramente recursos computacionais de sistemas de
informação, com consultas e alterações em bancos de dados (transações) através do
uso de aplicações web desenvolvidas para que esses usuários possam interagir com a
instituição.
47
Sendo assim, para a definição do grau (em termos percentuais) de avanço em que a
instituição se encontra em termos informacional e interativo-transacional (de serviços), de
acordo com a escala definida por Cardoso Júnior (2006 e 2007), adotou-se como padrão os
seguintes parâmetros:
Percentual de enquadramento no Nível Informacional: consideram-se as
características de acessibilidade, usabilidade e conteúdo (as duas últimas compondo a
dimensão de visual) levantadas. Para obter o %Informacional, foi necessária a
ponderação do IA e do IV:
%Informacional = {[(IA / IAMax) × 2] +[( IV / IVMax ) × 3] / 5} × 100
Percentual de enquadramento no Nível Interativo-Transacional: consideram-se as
características referentes aos serviços, logo pode ser considerado como a razão entre o
IS obtido e o IS máximo em termos percentuais:
% Interativo-Transacional = (IS / ISMax) × 100
3.5.7 – Apresentação da Análise e Resultados Finais
Após o cálculo do IMP, dos indicadores e a definição do nível de maturidade
definitivo para o enquadramento da instituição, foi aplicada uma análise estatística que
consiste em distribuição de frequência por classes de IMP, de forma a garantir fácil
interpretação dos dados a qualquer interessado.
A divulgação dos dados coletados na pesquisa realizada para formulação deste
trabalho, assim como o IMP que define o nível de maturidade das instituições pesquisadas,
serão apresentados no capítulo seguinte.
49
CAPÍTULO IV
RESULTADOS DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA PROPOSTA
4.1 APRESENTAÇÃO GERAL DAS INFORMAÇÕES LEVANTADAS
Com a tabulação dos dados originados da aplicação do questionário para avaliação dos
Portais das Universidades Federais Brasileiras, foram configurados alguns quadros e gráficos
que possibilitam uma comparação prática entre o IMP calculado para cada uma das
instituições avaliadas.
O quadro geral com o total de pontuação para cada instituição de acordo com as três
dimensões do questionário avaliativo assim como os %Informacional e %Interativo-
Transacional além do IMP encontram-se no item B do Apêndice deste trabalho.
O cálculo da definição de quantidade de classes, amplitude de classes assim como as
fórmulas adotadas para o cálculo das medidas de tendência central (media, mediana e moda),
das medidas de dispersão (desvio padrão, variância e coeficiente de variação) e as medidas
separatrizes (1º e 3º quartis) encontram-se descritos no item C do Apêndice.
De forma compacta, apresenta-se no Quadro 6 os percentuais por instituição obtidos
para cada um dos níveis de maturidade:
Univers. %Inform. %Inter.-Trans. IMP Univers. %Inform. %Inter.-Trans. IMP
UFRN 65,09 76,92 0,7101 UFU 48,18 46,15 0,4717
UFRGS 84,36 53,85 0,691 UNIFESP 48,18 46,15 0,4717
UFBA 71,09 61,54 0,6631 UFS 47,55 46,15 0,4685
UFAL 67,45 61,54 0,645 UFERSA 46,91 46,15 0,4653
UFES 66,82 61,54 0,6418 UFRPE 46,45 46,15 0,463
UFMT 68,09 53,85 0,6097 UFAM 45,18 46,15 0,4567
UFAC 64,45 53,85 0,5915 UNIR 45,18 46,15 0,4567
UFRR 64,45 53,85 0,5915 UFVJM 52,45 38,46 0,4546
UFMS 54,82 61,54 0,5818 UNIPAMPA 44,55 46,15 0,4535
UFF 58,45 53,85 0,5615 UNIVASF 35,55 53,85 0,447
UFG 49,45 61,54 0,555 UNIFEI 57,82 30,77 0,4429
UFPB 54,82 53,85 0,5433 UFCG 38,55 46,15 0,4235
UFMG 60,82 46,15 0,5349 UFABC 53,55 30,77 0,4216
UFSC 60,18 46,15 0,5317 UFT 44,55 38,46 0,415
UFLA 51,82 53,85 0,5283 FURG 28,91 53,85 0,4138
UFSM 51,82 53,85 0,5283 UFSJ 51,82 30,77 0,4129
50
UFC 51,18 53,85 0,5251 UFPE 58,45 23,08 0,4077
UFFS 51,18 53,85 0,5251 UFPEL 41,55 38,46 0,4
UFPI 50,55 53,85 0,522 UNIRIO 41,55 38,46 0,4
UFPR 57,18 46,15 0,5167 UNIFAL-MG 48,18 30,77 0,3948
UFSCAR 40,91 61,54 0,5122 UFMA 39,18 38,46 0,3882
UFV 56,09 46,15 0,5112 UFTM 45,18 30,77 0,3798
UFGD 54,82 46,15 0,5049 UnB 45,18 30,77 0,3798
UNILA 62,09 38,46 0,5028 UNIFAP 44,55 23,08 0,3381
UFRJ 54,18 46,15 0,5017 UFCSPA 58,45 7,69 0,3307
UFRB 61,45 38,46 0,4996 UFJF 47,55 15,38 0,3147
UFRRJ 37,91 61,54 0,4972 UFOPA 51,18 7,69 0,2944
UTFPR 50,55 46,15 0,4835 UFRA 41,55 15,38 0,2847
UFOP 57,18 38,46 0,4782 UNILAB 44,55 7,69 0,2612
UFPA 48,18 46,15 0,4717
Quadro 6- Percentuais em ordem decrescente em que se encontram as Universidades Federais para cada
um dos Níveis de Maturidade.
É importante destacar que o IMP representa o grau de avanço em termos de
disponibilização tanto de informações como de serviços propriamente ditos, destacando o
quão sofisticada é a instituição como entidade provedores/fornecedora de serviços on-line que
respondem às necessidades dos cidadãos membros de sua comunidade.
Faz-se necessário destacar o coeficiente de correlação obtido através de uma
comparação entre a matriz de valores do %Informacional e do %Interativo-Transacional,
possibilitando a construção de um diagrama de dispersão dos dados do Quadro 6, definindo
uma reta para a regressão linear destes dados.
Este coeficiente procura estabelecer um grau e um sentido (seja crescente ou
decrescente) de relacionamento entre variáveis. Tomando-se por base x e y, em uma
correlação entre as duas variáveis, para valores maiores que 0 (r > 0) a correlação é positiva,
sendo que a medida que x cresce, y também cresce e quanto mais próximo de 1 maior a
correlação entre ambas. Para valores menores que 0 (r < 0) a correlação é negativa, indicando
que a medida que x cresce, em média y decresce, e quanto mais próximo de -1 maior a
correlação existente.
O coeficiente de correlação entre a matriz de %Informacional e a matriz de
%Interativo-Transacional foi de aproximadamente 0,24 indicando relacionamento positivo,
porém fraco entre os dois tipos de percentual. Esse fato se verifica na conceituação prática de
ambos, uma vez que o nível Informacional diz respeito à presença da informação pura nos
51
portais enquanto que o nível Interativo-transacional refere-se ao grau de presença de serviços
on-line.
Portanto, com os %Informacional e %Interativo-Transacional foi construído o
diagrama de dispersão que é representado pela Figura 10, em que é evidenciada sua reta de
regressão linear com inclinação positiva, representando a correlação positiva (embora fraca)
entre os dois percentuais.
Figura 10 – Diagrama de Dispersão com a Reta de Regressão Linear para o %Informacional e
%Interativo-Transacional.
Destacam-se no Quadro 7 abaixo os IMP puros das Universidades que obtiveram
maior pontuação dentro das instâncias avaliativas da pesquisa realizada (quanto mais próximo
de 1 o IMP, mais transformada está a universidade em uma entidade de serviços conectados):
Universidade IMP
UFRN 0,7101
UFRGS 0,6910
UFBA 0,6631
UFAL 0,6450
UFES 0,6418
UFMT 0,6097
UFRR e UFAC 0,5915
UFMS 0,5818
UFF 0,5615
UFG 0,5550
Quadro 7 - As dez instituições com os maiores IMP.
52
4.2 TRATAMENTO ESTATÍSTICO DOS RESULTADOS
Partindo agora para uma análise mais focada nas frequências em que ocorreram os
IMP percentuais – optou-se por utilizar o IMP × 100 para facilitar a construção de classes – o
gráfico apresentado na Figura 10, apresenta um histograma, de acordo com a distribuição de
frequências obtidas e que deu origem aos quadros da parte C do Apêndice.
Figura 11 – Composição gráfica do histograma e polígono de frequências obtidos com a distribuição de
frequências por classe, a partir do IMP percentual (%Transformacional).
Através da análise do gráfico, percebe-se que mais de 16 instituições encontram-se
numa faixa de IMP percentual entre 50 e 62 (classe 50 - 62, aquela em que se encontra a
moda). Anteriores a esta classe, encontram-se as classes com a segunda e terceira maiores
frequências: respectivamente a classe 44 - 50, em um total de 14 instituições, e a classe 38 -
44, com 12 instituições.
A partir das definições, pode-se perceber que há a possibilidade de criação de classes
de maturidade. Com isso, facilmente pode-se aplicar a definição de Freitas Júnior et. al.
(2011-B), dividindo-se as instituições de acordo com os seguintes níveis: Básico,
Intermediário e Avançado.
Levando-se em consideração o IMP puro ou mesmo sua aplicação percentual é
possível definir o Quadro 8 a seguir.
Faixa IMP Classificação
Até 0,4 Básico
De 0,4 à 0,75 Intermediário
De 0,75 à 1,0 Avançado
Quadro 8 - Níveis de Maturidade/Sofisticação de acordo com Freitas Júnior et al. (2011-B).
53
Com aplicação deste quadro juntamente com o de distribuição de freqüências da parte
C do Apêndice, pode-se estabelecer que 30,51% (ver frequência relativa acumulada - Fac) das
Universidades Federais Brasileiras encontram-se ainda em um nível básico de maturidade de
seus portais onde a disponibilização e divulgação de informação é o grande foco. Contudo,
20,34% (frequência relativa acumulada da classe do 1º Quartil) destas instituições mobilizam-
se para atingir o nível Intermediário.
No nível Intermediário está inserido um percentual de 69,49% das instituições,
possibilitando concluir que a tendência atual dos portais das Universidades Federais é a
consolidação dos serviços on-line.
A mobilização para que seja atingido o nível Avançado ocorre na classe final (68-74),
representando um esforço de 3,39% das universidades para que seja alcançado este ultimo
nível de maturidade, onde ocorreria uma transição para disponibilização total de serviços
através da Internet. No entanto, nenhuma instituição encontra-se efetivamente no nível
avançado, dado que não há nenhum IMP maior ou igual a 0,75.
Para finalizar a apresentação dos resultados, apresenta-se o Quadro 9 com as medidas
de resumo calculadas para os dados obtidos.
Medida Estatística Valor
Média 50,6
Mediana 48,9
Moda 51,2
Desvio padrão 9,5
Variância 90,1
Coeficiente de Variação 0,19
Correlação entre %Informacional e %Interativo-Transacional 0,24
1º Quartil 68,25
3º Quartil 48,93
Quadro 9- Medidas calculadas de acordo com a distribuição de frequências em classes.
54
CAPÍTULO V
CONCLUSÃO
A aplicação do conceito de Portal Corporativo de Conhecimento pelas Universidades
Federais responde a uma demanda social pela dinamização e comodidade no uso dos serviços
oferecidos por estas instituições, além de possibilitarem a liberdade de divulgação de ativos
de informação e conhecimentos.
Como instrumentos de compartilhamento de conhecimento, os portais devem buscar
atender às exigências comunitárias fornecendo aos usuários informações e conhecimentos que
são especificamente de seu interesse. Essas informações e conhecimentos podem ser
categorizados de acordo com os principais atores do ambiente universitário: Alunos,
Servidores Docentes, Servidores Técnico-Administrativos, Gestores e a Comunidade Externa.
A disponibilização de serviços on-line reflete também a aplicação da distribuição de
fluxo de usuário àqueles serviços de interesse específico. Quando se definiu o IMP no
Capítulo III deste trabalho, imaginou-se uma forma de indicar numericamente o nível de
maturidade/ da instituição para a disponibilização de informações e serviços na Internet,
através de seus portais corporativos.
Sendo assim, o IMP representa uma ponderação sobre todos os elementos avaliados,
dizendo respeito ao conjunto de características de cada dimensão avaliativa definida. Os
Indicadores de Acessibilidade (IA), de Serviços (IS) e de Visual (IV), portanto são
completamente considerados na composição do IMP.
Na análise estatística demonstrada no Capítulo IV, baseada no IMP, é notado que
aproximadamente 30% das instituições pesquisadas encontra-se no nível mais elementar de
desenvolvimento de portais, tendo como foco maior a informação. Contudo, cerca de 20% das
instituições enquadradas nesse percentual começam a estruturar seus portais com uma
tendência a atingir o nível Intermediário da escala adotada para categorização. Essa
estruturação simboliza a preocupação que as Universidades federais possuem em cumprir com
seu papel social de difusoras de conhecimento, além de procurarem obedecer a determinações
legais para criação de seus sítios.
Por sua vez, aproximadamente 70% das Universidades Federais buscam a
consolidação de seus serviços online, sendo que um pouco mais de 3% (dentro dos 70%
iniciais) começa a estruturação para o nível Avançado, onde há a tendência de criação de uma
organização conectada, onde praticamente a totalidade dos serviços e conhecimentos
55
disponibilizados e produzidos pelas organizações “reais” ou “físicas”, passam também a
existir nos seus portais.
Levando em conta todo o exposto, a metodologia definida ao longo do item 3.5 do
Capítulo III adequou-se ao objetivo principal desse trabalho, de avaliar o nível de evolução da
entrega de serviços pelos portais das Universidades Federais.
A importância dada para um processo metodológico avaliativo permitiu, dessa forma,
a criação de um questionário que considera elementos importantes na idealização e na
estrutura de um portal, levantando quantitativamente informações suficientes para a criação
dos indicadores mencionados anteriormente.
O questionário foi estruturado na aplicação Forms do Google Docs8, o que possibilitou
uma organização rápida dos dados levantados, uma vez que à medida que os questionários são
entregues, suas respostas são registradas em uma planilha eletrônica contendo a identificação
de cada instituição. O formulário utilizado encontra-se no Apêndice deste trabalho.
Deve-se considerar ainda que o questionário foi construído com base nas Métricas
Lefis (Questionnaire for Phase II: Target Website Analysis)9, Questionário de Avaliação dos
Sítios do Governo do Estado de Minas Gerais, Web Content Acessibility Guidelines 1.0 e 2.0
e Modelo de Acessibilidade do Governo Eletrônico Brasileiro.
Ressalta-se que as etapas de análise dos resultados dos questionários aplicados, a
tabulação de dados e o tratamento estatístico merecem atenção especial no momento de seu
desenvolvimento, de forma a garantir resultados sólidos e confiáveis. Com todo este
instrumental, pode ser desenvolvida a apresentação definida nos objetivos dos portais
pesquisados e de seus IMP no Capítulo IV e no Apêndice B.
5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É relevante para este trabalho ressaltar que a metodologia de Avaliação dos Portais das
Universidades Públicas Brasileiras proposta anteriormente, visa à busca pela qualidade do
compartilhamento de informações e da disponibilização de serviços através dos Portais destas
instituições, propondo uma padronização perante as escalas de maturidade e as metodologias
8 http://docs.google.com
9 Conjunto de métricas/indicadores de avaliação de Governo-Eletrônico desenvolvido pela Rede Lefis (Legal
Framework for the Information Society). Conforme Santos et al. (2011), “a rede Lefis busca identificar em
portais governamentais, seus diferentes layouts, informações e serviços disponíveis, atendimento a critérios de
acessibilidade e usabilidade e, principalmente, a possibilidade da efetivação da interação com o usuário e o setor
privado”.
56
utilizadas em outras pesquisas que serviram como base para a composição do quadro teórico
apresentadas.
Verifica-se, contudo, que a continuidade no desenvolvimento da pesquisa de
Avaliação de Maturidade dos Portais Corporativos não só das Universidades Federais
Brasileiras como de sua expansão para todo o conjunto das Universidades Públicas Brasileiras
é considerada imprescindível para a maturação dos procedimentos metodológicos definidos e
aplicados.
A depender do que seja percebido, ao longo dessa continuidade, pode haver a
necessidade de alterações ou correções em algumas definições, mas a sinteticidade dos
Indicadores e do IMP apresentados é a principal contribuição deste trabalho.
Os resultados obtidos com a aplicação do questionário utilizado fornecem um meio de
avaliação de um “retrato” do portal da instituição no momento da aplicação da pesquisa para
as heurísticas ou elementos determinantes de características considerados relevantes.
Dentro do escopo de aplicação de uma escala de maturidade sintética baseada nas
definições da UNPAN (2008), Cardoso Júnior et al. (2007) e Freitas Júnior et al. (2011)
favoreceu o término da pesquisa aplicada dentro do cronograma definido no projeto. No
entanto, para a continuidade da pesquisa indica-se a aplicação do modelo de Cardoso Júnior et
al. e Freitas Júnior et al., tanto por sua síntese conceitual quanto por possuir um nível de
detalhamento que foi desenvolvido para aplicação no contexto nacional.
Destaca-se a pesquisa de Freitas Júnior et al. como uma proposta inicial que deu
impulso a desenvolvimento do presente trabalho, assim como da proposta de sua
continuidade.
Entretanto, de acordo com a evolução dos conceitos de Tecnologia da Informação,
Gestão da Informação e do Conhecimento e Orientação a Serviços além das práticas de
Gestão Universitária identificadas através dos dados apresentados, é um forte fator que
implica na atualização dessas heurísticas. Haverá sempre a necessidade de atender a uma
demanda conceitual que amadurece e evolui com a experimentação/aplicação prática e
tecnológica.
É fundamental, para qualquer pesquisa científica, manter atualizados seus preceitos
conceituais, atendendo às exigências de qualidade, veracidade e concretude impostas pelo
meio em que é aplicada.
Através da análise realizada por este trabalho e por aqueles que serão executadas em
sua continuidade, espera-se que as instituições públicas de ensino superior possam ter
subsídios suficientes para garantir que seus portais/sítios institucionais estejam sempre
57
seguindo as melhores práticas e as tendências mais atuais. Com isso é favorecida tanto a
instituição quanto os usuários de suas informações e serviços compartilhados através das
ferramentas pesquisadas.
5.2 TRABALHOS FUTUROS
Conforme mencionado, a continuidade da pesquisa iniciada com o presente trabalho é
evidentemente necessária para a consolidação da metodologia avaliativa. Sendo assim,
propõe-se para sua continuidade a construção de uma Plataforma Avaliativa Web na qual irá
constar um questionário aprofundado sobre dimensões avaliativas, responsáveis pelo cálculo
dos percentuais correspondentes e do IMP final.
Essa plataforma irá disponibilizar relatórios individuais e comparativos com
benchmarks que possam perpassar para as instituições sua performance em relação ao cenário
em que se inserem. A proposta será de que, ao invés de uma avaliação ad hoc, em outras
palavras, com o uso de avaliadores externos, seja realizada uma auto-avaliação similar aquela
proposta ao Governo do Estado de Minas Gerais (mencionada no Capítulo II).
Cada instituição teria, por conseguinte, um espaço em uma espécie de portal com a
Plataforma Avaliativa, onde teria acesso a dados individuais podendo selecionar diversas
formas de se comparar os resultados obtidos: contexto nacional, contexto regional,
instituições do mesmo porte, instituições mais avançadas de acordo com os parâmetros
instituídos, instituições menos avançadas, dentre inúmeras outras formas de comparação a
serem futuramente pesquisadas e propostas.
Faz-se importante incluir nos levantamentos futuros a incorporação do conceito
Transformacional/Conectado, que garante uma visão de quanto a universidade se torna uma
entidade conectada e provedora de serviços aperfeiçoados através de seus portais de serviços.
É também uma proposta levada em consideração, partir para uma avaliação de
Instituições Particulares/Privadas de Ensino Superior, de forma a comparar a forma como elas
aplicam a Arquitetura Orientada a Serviços com as UPB, possibilitando uma troca de
eficientes práticas arquiteturais em duplo sentido (Instituição Particular/Privadas para com as
UPB e UPB para instituições Particulares/Privadas).
De acordo com a proposta dos dois tipos de instituição, é possível que haja uma
segregação entre os princípios e conceitos empregados para atender às necessidades de seus
públicos-alvo, além de demonstrar sua contribuição e importância para o desenvolvimento
58
social. É necessária uma abordagem aproximativa entre esses tipos de instituições, em um
ultimo nível de amadurecimento para a metodologia de avaliação, garantindo a
comunicabilidade e a troca de experiências.
Para trabalhos e publicações futuras, propõe-se a apresentação da arquitetura de
software da Plataforma Avaliativa Proposta, assim como dos processos avaliativos em
amadurecimento e dos procedimentos estatísticos, medidas e indicadores a serem agregados
ao que já foi proposto.
A importância de as Universidades possuírem um meio de autoavaliação quanto a sua
sofisticação no compartilhamento de informações e conhecimentos e disponibilização de
serviços on-line reside no fato de que elas necessitam de parâmetros para nortear e padronizar
a aplicação destes conceitos importantes para sua interação com a sociedade.
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<http://www.linuxmagazine.com.br/g9wjrltpa93857/LME06_SPB_FINAL.pdf>. Acesso em:
27 nov. 2011.
TACHIZAWA, T.; ANDRADE, R. O. B. Gestão de Instituições de Ensino. Rio de Janeiro:
Editora Fundação Getúlio Vargas, 1999.
TERRA, J.C.C.; GORDON, C. Portais Corporativos: a revolução na gestão do
conhecimento. São Paulo: Negócio Editora, 2002.
UNITED NATIONS PUBLIC ADMINISTRATION NETWORK (UNPAN). An e-
Government Survey 2008: from e-Government to Connected Governance. New York:
United Nations, 2008. Disponível em: <
http://unpan1.un.org/intradoc/groups/public/documents/un/unpan028607.pdf>. Acesso em: 02
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VALENTIM, M.L.P.; CARVALHO, E.L.; WOIDA, L.M.; CASSIANO, E.L. Gestão da
informação utilizando o método infomapping. Perspect. ciênc. inf., vol.13, n.1, pp. 184-198,
2008. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/pci/v13n1/v13n1a12.pdf>. Acesso em: 10
mar. 2012.
APÊNDICE
63
A. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS - QUESTIONÁRIO
Questionário piloto para avaliação dos sítios/portais de serviços das Universidades Federais
Brasileiras (UFBs). Construído com base em modelos reguladores e avaliativos, além de
questionários pré-existentes: Métricas LEFIS (Questionnaire for Phase II: Target Website
Analysis); Questionário de Avaliação dos Sítios do Governo do Estado de Minas Gerais, Web
Content Acessibility Guidelines 1.0 e 2.0 e Modelo de Acessibilidade do Governo Eletrônico
Brasileiro.
Foram estabelecidas 3 dimensões avaliativas, contendo questões que propõem uma avaliação
básica mas que englobe as características essenciais para categorizar os sítios/portais das
UFBs de acordo com a adotada como padrão no relatório científico final. As questões
ofereceram opções binárias de resposta (sim e não), de forma a agilizar a tabulação de dados e
cálculo dos indicadores das dimensões que comporão o Indicador de Maturidade do Portal
(IMP).
A seguir são enumeradas as questões por dimensão.
Dimensão 1 - Acessibilidade e Acessibilidade Linguística
1 - São seguidas as recomendações oficiais da W3C (Web Content Acessibility Guidelines –
WCAG 1.0 e 2.0) e do e-MAG (Modelo de Acessibilidade do Governo Eletrônico brasileiro)? 2 – Há ferramenta de aumento de letra e/ou contraste? 3 – É possível o uso de teclas de atalho? 4 – O sítio/portal possui uma página inteiramente dedicada à explicações sobre suas
características de acessibilidade? 5 – São oferecidas alternativas em áudio para o conteúdo? 6 – E oferecido um título descritivo e informativo que permita ao usuário a identificação
imediata de conteúdo? 7 – Há descrição clara sobre o destino de cada link apresentado? 8 – Há Identificador do idioma principal do sitio/portal? 9 – É possível modificar a língua em que é apresentado o sitio/portal?
10 – A abertura de novas instâncias (pop-ups, abas ou janelas) ocorre somente quando
requisitado pelo usuário?
11 – Há possibilidade de acesso e descarga de documentos em formatos acessíveis, fora a
versão em HTML (p. ex. PDF, DOC, ODF, XLS)?
Dimensão 2 – Serviços (Maturidade de Serviços On-line)
1 - Dispõe uma seção “Serviços” no menu principal ou área de destaque no sítio? 2 - Disponibiliza catálogo de serviços on-line? 3 - Serviços Organizados por público-alvo? # Caso sim, informar como é a organização. 4 - Oferece 3 ou mais serviços transacionais ? ( < 3 = nível interativo; >=3 nível transacional); 5 - Relaciona os serviços na capa do site pelos serviços mais acessados/consumidos pelos
usuários ? 6 - Dispõe de serviços interativos (pagamento de taxas, consultas simples, etc.) ?
64
7 - Oferece personalização do site ao usuário (área com login/senha e serviços
personalizados)? 8 - Oferece serviço de Dúvidas/Perguntas mais frequentes ? 9 -Fora o FAQ, há outros serviços de ajuda? 10 - Oferece versão mobile do Sítio/Portal de Serviços ? 11 – Há algum tipo de certificação para as transações on-line realizadas através do
sitio/portal? 12 – Para cada Serviço disponibilizado há “Termos de Uso”? 13 – É possível a realização de consultas públicas ou chamadas para licitações?
Dimensão 3 – Visual (Qualidade de Apresentação de Conteúdo e Navegabilidade)
1 – É possível a visualização do conteúdo nos principais navegadores do mercado?
2 – Quando realizada uma pesquisa, o resultado retornado relaciona-se com a expressão
utilizada?
3 – O menu principal é inteiramente acessível sem a necessidade de rolagem da página?
4 – Submenus (menus em cascata) são clicáveis e apresentam somente dois subníveis?
5 – Há um mapa do sitio/portal?
6 – O conteúdo encontra-se agrupado por público-alvo (atores do ambiente universitário)?
7 – O Sítio/Portal apresenta barra de Identidade Visual?
8 – Dado um erro, o sítio/portal apresenta mensagem informativas claras e que propõem dicas
para solução?
09 – São utilizados elementos de compatibilidade com o mundo real (termos familiares e
linguagem clara/objetiva)?
10 – Há liberdade para o usuário desfazer ações cometidas por equivoco (botões de
cancelamento ou “undo”, p. ex.)? 11 – Há personalização de layout e cores, para cada grupo de usuários (atores)?
12 – O conjunto de ícones do sistema de sítios/portais é padrão?
13 – O portal disponibiliza breadcrumb para evitar memorização desnecessária pelo usuário?
14 – O sitio/portal disponibiliza navegação segura com HTTPS?
15 – Há indicação das periodicidade da atualização de informações/notícias no sitio/portal?
16 – Existe canal direto de comunicação com o usuário (p. ex.: fóruns e chats) e ainda perfis
ativos em redes sociais (p. ex.: Twitter e Facebook)?
17 – A universidade faz uso de rede social própria?
18 – O sítio/portal provê ferramenta de busca de conteúdo dentro e fora de seu domínio?
19 – São disponibilizadas informações de endereço e contato com a instituição proprietária do
sitio/portal?
20 – Há possibilidade de customização de busca (busca avançada)?
65
B. TABULAÇÃO DAS INFORMAÇÕES COLETADAS ATRAVÉS DA APLICAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS
Universidade Total Dim 1 Total Dim 2 Total Dim 3 Pontuação Total %Informacional %Interativo-Transacional IMP
FURG 3 7 6 16 28,91 53,85 0,4138
UFABC 4 4 13 21 53,55 30,77 0,4216
UFAC 7 7 13 27 64,45 53,85 0,5915
UFAM 5 6 9 20 45,18 46,15 0,4567
UFBA 8 8 14 30 71,09 61,54 0,6631
UFC 5 7 11 23 51,18 53,85 0,5251
UFCG 4 6 8 18 38,55 46,15 0,4235
UFCSPA 7 1 11 19 58,45 7,69 0,3307
UFERSA 3 6 12 21 46,91 46,15 0,4653
UFRGS 10 7 16 33 84,36 53,85 0,6910
UFES 6 8 15 29 66,82 61,54 0,6418
UFF 7 7 11 25 58,45 53,85 0,5615
UFRN 8 10 12 30 65,09 76,92 0,7101
UFRPE 7 6 7 20 46,45 46,15 0,4630
UFRRJ 3 8 9 20 37,91 61,54 0,4972
UFSC 5 6 14 25 60,18 46,15 0,5317
UFSCAR 3 8 10 21 40,91 61,54 0,5122
UFSJ 6 4 10 20 51,82 30,77 0,4129
UFSM 6 7 10 23 51,82 53,85 0,5283
UFT 4 5 10 19 44,55 38,46 0,4150
UFTM 5 4 9 18 45,18 30,77 0,3798
UFU 5 6 10 21 48,18 46,15 0,4717
UFV 8 6 9 23 56,09 46,15 0,5112
UFVJM 7 5 9 21 52,45 38,46 0,4546
UnB 5 4 9 18 45,18 30,77 0,3798
UNIFAP 4 3 10 17 44,55 23,08 0,3381
UNIFEI 6 4 12 22 57,82 30,77 0,4429
UNIFESP 5 6 10 21 48,18 46,15 0,4717
UNILA 8 5 11 24 62,09 38,46 0,5028
UNILAB 4 1 10 15 44,55 7,69 0,2612
66
UNIPAMPA 4 6 10 20 44,55 46,15 0,4535
UFAL 7 8 14 29 67,45 61,54 0,6450
UFFS 5 7 11 23 51,18 53,85 0,5251
UFG 7 8 8 23 49,45 61,54 0,5550
UFGD 6 6 11 23 54,82 46,15 0,5049
UFJF 4 2 11 17 47,55 15,38 0,3147
UFLA 6 7 10 23 51,82 53,85 0,5283
UFMA 5 5 7 17 39,18 38,46 0,3882
UFMG 6 6 13 25 60,82 46,15 0,5349
UFMS 6 8 11 25 54,82 61,54 0,5818
UFMT 8 7 13 28 68,09 53,85 0,6097
UFOP 5 5 13 23 57,18 38,46 0,4782
UFOPA 5 1 11 17 51,18 7,69 0,2944
UFPA 5 6 10 21 48,18 46,15 0,4717
UFPB 6 7 11 24 54,82 53,85 0,5433
UFPE 7 3 11 21 58,45 23,08 0,4077
UFPEL 4 5 9 18 41,55 38,46 0,4000
UFPI 4 7 12 23 50,55 53,85 0,5220
UFPR 5 6 13 24 57,18 46,15 0,5167
UFRA 4 2 9 15 41,55 15,38 0,2847
UFRB 7 5 12 24 61,45 38,46 0,4996
UNIR 5 6 9 20 45,18 46,15 0,4567
UNIRIO 4 5 9 18 41,55 38,46 0,4000
UNIVASF 4 7 7 18 35,55 53,85 0,4470
UTFPR 4 6 12 22 50,55 46,15 0,4835
UNIFAL-MG 5 4 10 19 48,18 30,77 0,3948
UFS 4 6 11 21 47,55 46,15 0,4685
UFRR 7 7 13 27 64,45 53,85 0,5915
UFRJ 5 6 12 23 54,18 46,15 0,5017
Máximos
(com
pontuação
bônus)
11 13 20 44 100,00 100,00 1,0000
67
C. PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS PARA TRATAMENTO DOS DADOS
C.1 DEFINIÇÕES PRELIMINARES
Conforme definido no capítulo anterior, após a tabulação dos dados com o
conseqüente cálculo do IMP e a definição dos percentuais de maturidade das instituições
avaliadas, faz-se necessária a análise dos resultados para que sejam inteligíveis a qualquer
interessado.
Utilizou-se para tanto a Distribuição de Frequências, técnica estatística que consiste no
agrupamento de dados por classes de ocorrência, possibilitando uma análise de conjuntos
extensos de dados (PORTNOI, 2007)10
.
Para a definição da Quantidade de Classes (k), de acordo com os IMP obtidos,
utilizou-se a regra da raiz quadrada, uma vez que a população (n) é inferior a 350
indivíduos11
:
nk
Definindo a quantidade de classes para os dados obtidos no presente estudo, com n =
59 uma vez que a quantidade total de instituições avaliadas é de 59:
59k
68,7k
Considerando o arredondamento para o maior valor inteiro posterior e próximo a 7,68,
k = 8. A Quantidade de classes a serem utilizada será de 8.
Para a Amplitude das Classes (h) – a largura de cada uma das 8 classes - deve-se
considerar a Amplitude do Conjunto de dados (L), isto é, a largura obtida entre o menor dado
(xmin) e o maior dado (xmax) através da subtração:
minmax xxL
L = 74 – 26
L = 48
10
PORTNOI, M. Distribuição de Freqüência. Apresentação, University of Delawere, 2007. Disponível em: <
http://www.eecis.udel.edu/~portnoi/classroom/prob_estatistica/2007_1/lecture_slides/aula04.pdf>. Acesso em:
24 mar. 2012.
11
Caso a população fosse maior que 350 indivíduos, a regra seria logarítmica: k = 1 + (3,3 * log(n))
68
É importante salientar que se considerou, para melhor entendimento, o IMP * 100
(IMP percentual) na determinação do xmin e xmax. Com os dados obtidos pode-se então calcular
a Amplitude das Classes:
kLh /
8/48h
6h
Desta vez, obtém-se um h = 6, portanto a Amplitude das Classes será de 6. Por fim,
para a determinação dos intervalos de classe, utilizou-se o seguinte padrão:
1ª Classe: xmin até xmin + h
2ª Classe: xmin + h até xmin + h × 2
...
kª Classe: xmin + (k-1) × h até xmin + k × h
A seguir será apresentado o quadro de distribuição de frequências, com algumas
medidas julgadas interessantes.
C.2 DISTRIBUIÇÃO DOS DADOS E MEDIDAS DE ESTATÍSTICA DESCRITIVA
Aplicando os padrões calculados no item anterior, pode-se elaborar o Quadro C1
onde está a distribuição de frequências além de se estabelecer uma lista com o demonstrativo
das fórmulas para as medidas de tendência central (média, mediana e moda), medidas de
dispersão (variância, desvio padrão e coeficiente de variação), coeficiente de correlação e
medidas separatrizes (no caso 1º e 3º quartis) utilizados no texto do Capítulo IV.
Classes fi fac Fi Fac PM fi x PM Y = PM - Média Y² fi . Y²
26|-32 4 4 6,78 6,78 31 124 -19,63 385,22 1540,90
32|-38 2 6 3,39 10,17 37 74 -13,63 185,70 371,40
38|-44 12 18 20,34 30,51 43 516 -7,63 58,17 698,08
44|-50 14 32 23,73 54,24 49 686 -1,63 2,65 37,07
50|-56 17 49 28,81 83,05 55 935 4,37 19,12 325,08
56|-62 5 54 8,47 91,53 61 305 10,37 107,60 537,98
62|-68 3 57 5,08 96,61 67 201 16,37 268,07 804,21
68|-74 2 59 3,39 100,00 73 146 22,37 500,55 1001,09
Totais 59
100,00
2987
5315,80
Legenda: fi – frequência absoluta; fac – frequência acumulada; Fi – freqüência relativa; Fac – frequência
relativa acumulada; PM – ponto médio; Y – desvios; Y² - quadrado dos desvios; fi . Y² -freqência
absoluta multiplicada pelo quadrado dos desvios.
Quadro C1 - Distribuição de Frequências.
69
Fórmulas utilizadas:
- Média
n
PMfix
Onde:
x = média
PMfi = somatório das frequências absolutas (fi) multiplicadas pelo ponto médio (PM)
n = quantidade de elementos
- Mediana
hfi
facn
lixmed
med
med
2~
Onde:
x~ = mediana
limed = limite inferior da classe mediana
n = quantidade de elementos
facmed = frequência acumulada da classe mediana
fimed =frequência absoluta da classe mediana
h = amplitude das classes
- Moda (Fórmula de Czuber)
hfifififi
fifilix
postant
ant
)()(ˆ
modmod
mod
mod
Onde:
x̂ = moda
limod = limite inferior da classe modal
fimod = frequência absoluta da classe
fiant =frequência absoluta da classe anterior a classe modal
fipost =frequência absoluta da classe posterior a classe modal
h = amplitude das classes
- Desvio Padrão
70
n
YFiS
2
Onde:
S = desvio padrão
2Yfi = somatório das frequências absolutas (fi) multiplicadas pelo quadrado dos desvios
(Y²)
n = quantidade de elementos
- Variância
Var = S²
Onde:
Var = variância
S² = quadrado do desvio padrão
- Coeficiente de Variação
SxCV /
Onde:
CV = coeficiente de variação
x = média
S = desvio padrão
- Coeficiente de Correlação Tomando por base o %Informacional e o %Interativo-
Transacional do item B deste Apêndice
yx SSn
yxnyxr
1
)
Onde:
r = Coeficiente de Correlação
x = %Informacional
y = %Interativo-Transacional
yx = Somatório dos produtos entre x e y
n = quantidade de elementos
x = média de x
y = média de y
Sx = desvio padrão de x
71
Sy = desvio padrão de y
- 1º Quartil
hfi
facn
liQQ
Q
Q
4/1
4/1
4/14/1
4
Onde:
Q1/4 = primeiro quartil
liQ1/4 = limite inferior da classe do primeiro quartil
n = quantidade de elementos
facQ1/4 = frequência acumulada da classe do primeiro quartil
fiQ1/4 = frequência absoluta da classe do primeiro quartil
h = amplitude das classes
- 3º Quartil
hfi
facn
liQQ
Q
Q
4/3
4/3
4/34/3
4
3
Onde:
Q3/4 = terceiro quartil
liQ3/4 = limite inferior da classe do terceiro quartil
n = quantidade de elementos
facQ3/4 = frequência acumulada da classe do terceiro quartil
fiQ3/4 = frequência absoluta da classe do terceiro quartil
h = amplitude das classes