Modelo Bio-Ecológico do Desenolvimento de Bronfenbrenner
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Jorge Barbosa, 2010
Jorge Barbosa, 2010
Crí$ca de Bronfenbrenner
“Entendemos por desenvolvimento o
processo que envolve:
Estabilizações e
Mudanças das caracterís$cas
biopsicológicas de um ser
humano,
Não apenas ao longo do ciclo de vida,
Mas também através de gerações”.
CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO
FACTORES DE DESENVOLVIMENTO
PESSOA PROCESSO
CONTEXTO TEMPO
FACTORES DE DESENVOLVIMENTO
FACTORES DE DESENVOLVIMENTO
7
O PROCESSO é considerado por Bronfenbrenner como o constructo central do paradigma bioecológico:
CONCEITO DE PROCESSO
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Envolve formas particulares de interacção entre organismo e contexto: PROCESSOS PROXIMAIS
CONCEITO DE PROCESSO
FACTORES DE DESENVOLVIMENTO
Contexto
Microssistema • Um padrão de
– Ac$vidades – Papéis sociais, e – Relações interpessoais.
• Experienciado pela pessoa em desenvolvimento
– Num dado ambiente face-‐a-‐face – Com caracterís$cas Nsicas, sociais e simbólicas
par$culares
• Que: – Promove – Permite, ou – Inibe
• O compromisso sustentado em ac$vidades progressivamente mais complexas, em interacção com o ambiente
(Bronfenbrenner & Morris, 1999)
Microssistema O CONTEXTO PRIMORDIAL (do
microssistema) de desenvolvimento é aquele em que:
• A pessoa pode: – Observar e – Comprometer-‐se
• Em ac$vidades conjuntas grada$vamente mais complexas,
• Com a ORIENTAÇÃO DIRECTA de pessoa ou pessoas que – Já possuem competências e
conhecimnentos que ela ainda não possui
– E com quem ela tenha uma relação afec$va posi$va.
MICROSSISTEMA
• O CONTEXTO SECUNDÁRIO de desenvolvimento é aquele em que:
• São dados: – O encorajamento – As condições, e – As Oportunidades
• Para a pessoa fazer SEM ORIENTAÇÃO DIRECTA aquilo que desenvolveu no contexto primordial.
Microssistema • Na nossa sociedade, o contexto secundário de desenvolvimento (do microssistema) é exageradamente desvalorizado, com prejuízo para o desenvolvimento da autonomia de cada um.
• A quase ausência desse contexto secundário acaba por injustamente responsabilizar o contexto primário pelas caracterísOcas dos jovens actuais.
Elementos do Microssistema
ACTIVIDADES (MOLARES OU MOLECULARES)
SIGNIFICÂNCIA
PERSISTÊNCIA
RELAÇÕES INTERPESSOAIS
RECIPROCIDADE
EQUILÍBRIO DE PODER
AFECTIVIDADE
PAPÉIS
EXPECTATIVAS
Modelo Bioecológico do Desenvolvimento
Mesossistema • Um MESOSSISTEMA inclui
– As interligações, e – Os processos
• Que acontecem entre dois ou mais ambientes, onde a pessoa em desenvolvimento está inserida.
• É dada ATENÇÃO ESPECIAL aos EFEITOS SINERGÉTICOS criados pela interacção (entre os ambientes) que pode ser: – Promotora do desenvolvimento, ou – Inibidora do desenvolvimento
(Bronfenbrenner & Morris,1992)
Forças do Mesossistema
PARTICIPAÇÃO MULTIAMBIENTAL
LAÇOS PRIMÁRIOS
LAÇOS SECUNDÁRIOS
LIGAÇÕES INDIRECTAS
PARTICIPAÇÃO DE TERCEIROS
COMUNICAÇÃO
ENTRE OS MICROSSISTEMAS
CONHECIMENTO
SOBRE OS OUTROS
MICROSSISTEMAS
Exossistema
• O EXOSSISTEMA envolve: – As ligações, e – Os processos
• Que têm lugar entre dois ou mais ambientes, nos casos em que, pelo menos, um deles não contém a pessoa em desenvolvimento, – MAS NO QUAL ACONTECEM
EVENTOS QUE PODEM INFLUENCIAR PROCESSOS DENTRO DO AMBIENTE IMEDIATO QUE CONTÉM A PESSOA. (Bronfenbrenner, 1992)
FORÇAS DO EXOSSISTEMA
LIGAÇÕES INDIRECTAS
PARTICIPAÇÃO DE TERCEIROS
COMUNICAÇÃO
ENTRE OS MICROSSISTEMAS
CONHECIMENTO
SOBRE OS OUTROS MICROSSISTEMAS
Macrossistema • Padrão externo (ao sujeito em desenvolvimento) de
microssistemas, mesossistemas e exossistemas: – Caracterís$co de uma determinada cultura, subcultura ou outro contexto
social maior. Assumem uma importância par$cular na inves$gação: – O sistema de crenças – Os recursos
– Os riscos – Os es$los de vida – As estruturas – As oportunidades – As opções de vida – Os padrões de intercâmbio social.
• O MACROSSISTEMA pode ser visto como a arquitectura societal de uma cultura, subcultura ou outro contexto social maior.
(Bronfenbrenner, 1992)
ATRIBUTOS DA PESSOA
Disposições
• Caracterís$cas de uma pessoa, mais prováveis para influenciar o desenvolvimento futuro.
• São disposições comportamentais que podem: – Dar início a processos proximais
– Manter processos proximais – Interferir ac$vamente, atrasar ou
impedir processos proximais.
(Bronfenbrenner & Morris, 1999)
Recursos
• Caracterís$cas que não possuem, por si próprias, nenhuma disposição selec$va para a acção.,
• No entanto, cons$tuem ac;vos e passivos biopsicológicos,
• Que influenciam a capacidade para um organismo se ocupar efec$vamente em processos proximais.
(Bronfenbrenner & Morris1999)
Demandas
• Caracterís$cas pessoais que afectam o desenvolvimento pela sua capacidade para – Promover, ou – Desencorajar
Reacções dos ambientes sociais ou de um grupo.
• As demandas podem: – Impedir, ou – Favorecer
Processos de crescimento psicológico
(Bronfenbrenner & Morris,1999)
MODELO BIOECOLÓGICO DE BRONFENBRENNERe 10PSI 12 B
Sistema políticoSistema socialSistema económicoSistema cultural e educativoIdeologia, valores e religião
CRONOSSISTEMA
MACROSSISTEMA
Dimensão tempo – Condições sócio-históricas
MICROSSISTEMA
EXOSSISTEMA Outros familiaresVizinhos e amigos da famíliaColegas de trabalhoInstituições com que a família contacta
FamíliaEscolaAmigosEspaços de convívio
MESOSSISTEMA
EXERCÍCIOS
EXERCÍCIOS
A perspectiva ecológica do desenvolvimento humano procura compreender e explicar o comportamento a partir:
A. Do modo como os seres humanos se relacionam com os animais nos seus contextos.
B. Das relações que os seres humanos estabelecem com a família durante a infância.
C. Das relações e interacções que os seres humanos estabelecem com os seus contextos de vida.
D. Do modo como os seres humanos se tornam mais conscientes da necessidade de preservar o ambiente.
EXERCÍCIOS
As influências dos contextos de vida nas pessoas são:
A. Dinâmicas e dependem das configurações que assumem e do modo como cada um se posiciona e age sobre os mesmos contextos.
B. As mesmas quando os contextos são os mesmos e ocorrem ao mesmo tempo. C. Dependentes apenas da forma como cada os vê e interpreta. D. Irrelevantes, só influenciando os indivíduos em determinados momentos da
vida.
EXERCÍCIOS
Os contextos de vida dos seres humanos são sistemas:
A. Independentes. B. Complementares. C. Autónomos. D. Inter-‐relacionados.
EXERCÍCIOS
O Desenvolvimento da pessoa depende dos contextos em que está integrada. Esta afirmação é:
A. Verdadeira: os contextos são iguais no apoio ao desenvolvimento da pessoa. B. Falsa: o desenvolvimento da pessoa depende do seu património genético. C. Verdadeira: os contextos disponibilizam meios, recursos e relações. D. Falsa: a pessoa pode desenvolver-‐se fora dos contextos.
EXERCÍCIOS
Os contextos em que as pessoas mantêm relações face a face constituem o:
A. Macrossistema. B. Microssistema. C. Mesossistema. D. Exossistema.
EXERCÍCIOS
A influência que um contexto exerce no desenvolvimento dos seres humanos depende apenas das características desse contexto. Esta afirmação é:
A. Verdadeira: os contextos exercem a sua influência própria sobre todas as pessoas que neles participam.
B. Falsa: a influência exercida por um contexto de vida depende apenas das características da pessoa que o integra.
C. Verdadeira: as pessoas só integram um contexto e por isso não dependem das características dos outros contextos.
D. Falsa: depende das características de outros contextos em que a pessoa participa e das suas características pessoais.
EXERCÍCIOS
Uma rede social é constituída pelo conjunto de:
A. Ligações entre as pessoas, o macrossistema e o microssistema. B. Ligações entre as pessoas e as relações e interacções que estabelecem entre si. C. Ligações entre as pessoas e as relações entre os contextos. D. Ligações entre as pessoas e as relações que estabelecem com os
microssistemas.
EXERCÍCIOS
Seleccione as afirmações verdadeiras Afirmações V / F
As redes sociais providenciam e/ou requerem diferentes quantidades de apoio material e afectivo. V ?
As redes sociais influenciam a regulação dos comportamentos dos indivíduos, a partir da informação contextual que disponibilizam.
? V
As redes sociais de pessoas da mesma idade são muito semelhantes F ?
EXERCÍCIOS
No modelo bioecológico, Bronfenbrenner considera que o desenvolvimento depende de quatro dimensões que interagem:
A. Microssistema, macrossistema, mesossistema e exossistema. B. Pessoa, microssistema, processos proximais e mesossistema. C. Processo, contexto, ecologia e biologia. D. Pessoa, processo, contexto e tempo.
Modelos de K.Lewin e Bronfenbrenner
KURT LEWIN
B=f(PE)
1ª Alteração de BRONFENBRENNER
D=f(PE)
2ª Alteração de BRONFENBRENNER
Dt=f(t-p)(PE)(t-p)
D= Desenvolvimento
t=Tempo
t-p= Período de tempo em que os factores intervieram conjuntamnete
P=Pessoa
E=Contexto
B=Comportamento
P=Pessoa
E=Contexto
D=Desenvolvimento
P=Pessoa
E=Contexto
Cognição no Contexto
• A maioria das teorias cienfficas sobre desenvolvimento cogniOvo consideram as competências como independentes do espaço e do tempo (são universais). – As estruturas sociais, culturais ou históricas são irrelevantes na determinação das competências humanas: • Testes de inteligência (QI), Sucesso académico, Avaliações dos estádios de desenvolvimento cogniOvo ou moral, etc.
Cognição no Contexto
Bronfenbrenner define sub-‐categorias de competências, gradualmente críOcas
face à universalidade das competências:
Competência como estatuto adquirido;
Competência avaliada no interior
do contexto;
Competência como “masterização” de
AcOvidades Familiares do dia-‐a-‐dia, culturalmente
definidas
Cognição no Contexto
Competência como estatuto adquirido
• O nível de competência é definido pelo estatuto
• Não são explícitas as qualidades psicológicas da competência
• Os critérios de avaliação implícitos referem-‐se ao nível de sucesso alcançado (económico, social, etc.)
Cognição no Contexto
Competência avaliada no Contexto
• O Estatuto é julgado por pessoas do contexto que têm o papel de proceder a essa avaliação
• A avaliação não se refere a níveis gerais de competências, mas à capacidade para funcionar eficazmente em certas acOvidades ou tarefas do dia-‐a-‐dia.
Cognição no Contexto
Competência como
Masterização • Refere-‐se a um conceito “a priori” que: • Implica a inclusão num contexto para a definição dessa competência.
Implicações para a InvesOgação
PRINCÍPIO 1
Diferenças no desempenho cognitivo entre grupos de diferentes culturas ou subculturas dependem da experiência, ao longo do desenvolvimento, e resultam de diferentes tipos de processos cognitivos, existentes, numa dada cultura ou subcultura, num dado momento histórico.
COROLÁRIOS
Qualquer avaliação de uma competência cognitiva de um indivíduo ou grupo deve ser interpretada à luz da cultura ou subcultura onde cresceu.
O progresso científico no estudo do desenvolvimento em contexto requere uma utilização crescente de medidas, estabelecidas em contexto, de competências cognitivas e de desempenho
A avaliação das competências cognitivas das pessoas, feitas por pessoas da mesma cultura ou subcultura, a partir das suas próprias perspectivas, é um elemento fundamental no estabelecimento do nível de desenvolvimento do indivíduo ou grupo
Implicações para a InvesOgação
PRINCÍPIO 2
A coerência do temperamento e do carácter não se exprime pela constância do comportamento no tempo e no espaço, mas através da consistência, ao longo do tempo, da forma como o comportamento varia em função dos contextos.
COROLÁRIO
A compreensão ecológica das características psicológicas das pessoas implica a comparação e interpretação de avaliações realizadas em diferentes contextos, por pessoas com diferentes papéis: pais, colegas, professores, investigadores profissionais...
Implicações para a InvesOgação
PRINCÍPIO 3
Os atributos da pessoa, que modelam o curso do desenvolvimento humano, são modos de comportamento ou de crença, que reflectem uma orientação estruturante, activa e selectiva em direcção ao contexto e/ou que tendem a provocar reacções desse meio. O efeito destes atributos no desenvolvimento da pessoa depende do grau de correspondência dos padrões de resposta que esses atributos evocam nas pessoas do seu contexto.
COROLÁRIO
A investigação do desenvolvimento humano deve ser desenhada de modo a detectar possíveis diferenças, no processo e nos resultados, associadas a diferenças de género, de idade, de etnia, etc.
Jorge Barbosa, 2010