Mistério em 4 patas
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Escola Básica Professor Alberto Nery Capucho
Projeto de Língua Portuguesa 2º Ciclo 2011/2012
História com Asas
Mistério em Quatro Patas
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História com Asas—Mistério em Quatro Patas
«A escrita da criança não resulta de simples cópia de um modelo
externo, mas é um processo de construção pessoal.»
Emília Ferreiro
Ficha Técnica:
Professoras responsáveis: Adélia Gameiro, Irene santos,
Isabel Rodrigues e Tânia Cardoso
Autores: alunos do 5º ano ( A,B,C,D,E,F,G)
alunos do 6º ano ( A,B,C,D,E,F)
Ilustrações: alunos de 5º e 6º ano
capa : Francisca Ferreira, nº11, 5ºG
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História com Asas—Mistério em Quatro Patas
Mistério em Quatro Patas
No primeiro fim de semana de outono de 2011 (que estava a ser invulgar-
mente quente), o Alberto decidiu dar um passeio até ao parque da cidade, com o
seu querido cão Yuki. Brincaram os dois com a bola favorita do Yuki, vermelha
às pintas amarelas. A dada altura, o Alberto, muito entusiasmado, mandou a bola
com tanta força que, de repente, desapareceu por entre as árvores!
- Ai! – gritou alguém, do outro lado.
O Alberto, espantado e assustado, foi a correr ver de quem se tratava.
Estava uma menina, estatelada no chão, com a mão na cabeça.
- Estás magoada?- perguntou aflito o Alberto.
- O que é que tu achas? Levei com uma bolada desgraçada na cabeça!
Foste tu que a mandaste?- gritou a menina furiosa.
- Pois fui… Desculpa, foi sem intenção! Sabes, estava a desafiar o meu
cão e…entusiasmei-me…- explicou o Alberto.
O Alberto, nessa altura, aproxima-se da menina e ajuda-a a levantar-se.
Foi nesse momento que reparou que se tratava de uma menina realmente boni-
ta. Tinha o cabelo curto, encaracolado, de um castanho muito claro. Os seus
olhos verdes eram brilhantes e tristes, cheios de lágrimas.
- Está bem, estás perdoado! Espero não ficar com um galo muito grande
na cabeça! – riu-se a menina.
- Olha, com gelo, isso já passa! – adiantou o Alberto. – Mas, já agora,
como te chamas? Eu sou o Alberto, vivo aqui perto.
- Eu sou a Vera, sou nova aqui, mudei-me para cá há pouco tempo! –
exclamou a Vera.
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História com Asas—Mistério em Quatro Patas
Nesse momento, o Alberto reparou que o Yuki tinha desaparecido. Para
onde teria ido?
-Yuki…Yuki… onde te meteste? – gritou Alberto aflito.
- Tem calma Alberto, nós vamos encontrar o teu cão – disse Vera.
- Ok, fazemos assim: vamos a minha casa para colocares gelo na cabeça e
depois, voltamos para procurar o meu cão. O que dizes?
- Boa ideia…vamos rápido para não perdermos muito tempo. O Yuki pode
estar em perigo…e o meu galo não está assim tão grande! - disse Vera sorrindo.
Quando saíram da casa do Alberto, começaram a procurar o Yuki no parque
onde tinham estado a brincar. Ao fim de algum tempo, nos arbustos que existiam
atrás do parque, Alberto descobre umas pegadas de alguém com um pé bem gran-
de!
- Vera, vem ver o que encontrei! – exclamou Alberto.
- Vou já, também encontrei algo estranho aqui nos arbustos.
- O que é? – perguntou o rapaz, intrigado.
- Olha, pedacinhos de pelo! Serão do Yuki? Vê lá se consegues identificar! –
pediu Vera.
- Sim, Vera,
é o pelo do meu
cão. E ali à frente
encontrei umas
pegadas enor-
mes…Isto começa
a assustar-me!
Acho que alguém
levou o meu Yuki!
– concluiu Alberto,
com um ar muito
triste.
- Tive uma ideia! – disse Vera. - Vamos a minha casa buscar a minha cadela,
a Laica, para nos ajudar a encontrar o Yuki. Ela tem um excelente faro e pode aju-
dar-nos a seguir estas pistas.
- Ótima ideia! Vamos lá!
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História com Asas—Mistério em Quatro Patas
Quando chegaram a casa da Vera, repararam que a porta do quintal estava
aberta. Acharam aquilo muito estranho! Quando entraram, viram as mesmas
pegadas que tinham encontrado no parque.
A porta do canil estava aberta. Laica tinha desaparecido…
A Vera, intrigada, exclama:
- Será que andam a tentar roubar todos os cães da cidade?
- Que ideia! O meu vizinho Manuel, que é da minha turma, também tem um
cão, vamos lá vê-lo! – sugeriu o Alberto.
E assim fizeram, foram a correr até à casa do Manuel. Tocaram à campa-
inha com muita força, estavam preocupadíssimos… Passados uns minutos, apa-
rece o Manuel à porta, com ar infeliz, que lhes pergunta:
- O que querem?
- Olá Manuel! – cumprimentou o Alberto. – Estou com uma amiga nova, a
Vera, encontrámo-nos no parque. Ocorreu uma desgraça: os nossos cães desa-
pareceram!
- Ai meu Deus! A mim, também aconteceu o mesmo! Fui ver o meu cão
Max, para lhe dar comida. Quando fui ao canil…a porta estava aberta! Já o procu-
rei por todo o lado e ele não aparece! – lamentou-se o Manuel.
- Afinal, eu tinha razão! Andam a roubar os nossos cães! Mas porquê?-
questionou a Vera. – O que vamos fazer?
No momento em que estavam os três a discutir o desaparecimento dos
seus cães, passa à frente da casa uma carrinha preta, com tanta velocidade que
os pneus até guincharam: Hiiiiiiii… Parou alguns metros à frente, junto ao semáfo-
ro que estava vermelho. Nessa altura, os três amigos repararam que as janelas
da carrinha estavam tapadas com panos e a matrícula não estava visível! Parecia
coberta com lama…
- Que estranho! Aquela carrinha está com tanta pressa! E é toda escura!...-
comentou a Vera.
- Tens razão! – concordaram os rapazes. – Olhem, estão a ouvir estes
barulhos… Não parecem cães a ladrar?
- Não me digam que os nossos cães estão ali presos! – exclamou o
Manuel. - Vamos salvá-los!
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História com Asas—Mistério em Quatro Patas
Aproximaram-se da carrinha e o barulho ficou mais intenso. Espreitaram
pelo vidro entreaberto, do lado direito da carrinha. Viram dois homens: um
magro, alto e corcunda, o outro gordo e baixo que usava óculos, ambos estavam
vestidos de preto. Entretanto, o semáforo ficou verde, ainda correram um bom
bocado atrás da carrinha mas, como era de esperar, esta alcançou cada vez
mais velocidade e eles ficaram para trás. Desiludidos, voltaram para casa, pois
estava a anoitecer.
- Será que nunca mais vamos ver os nossos cães? – interrogaram-se os
três amigos.
- Não podemos desistir! –falou o Alberto.
Sem perderem a esperança, combinaram encontrar-se no dia seguinte,
bem cedinho, no parque.
Antes de entrar em casa, a Vera foi à casota da Laica, na esperança de
encontrar mais algum indício que a pudesse ajudar na busca da sua grande ami-
ga. Verificou que, junto da bola preferida da sua cadela, estava uma pegada mui-
to grande e um pedaço de tecido preto. Pensou nas pegadas do parque e con-
cluiu que deviam ser dos mesmos homens que tinham visto antes. Apanhou, de
imediato, o tecido e foi telefonar ao Alberto.
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História com Asas—Mistério em Quatro Patas
- O que se passa, Vera? – indagou o Alberto.
Vera contou o sucedido.
- O que vamos fazer? – perguntou ela.
- Tem calma, Vera! Amanhã contamos ao Manuel. Alguma solução have-
mos de encontrar. Não te esqueças de trazer o tecido que descobriste – pediu o
Alberto.
No dia seguinte, bem cedinho, lá estavam eles no parque. De súbito, qual
não foi o seu espanto, ouviram os gritos de um homem:
- Socorro! Socorro! Estão a roubar o meu cão!
Dirigiram-se ao local de onde vinha aquela voz e depararam-se com
um homem vestido de preto.
O homem, ao avistar as três crianças, agarrou o cão e desatou a correr em
direção à carrinha que estava escondida atrás de uns arbustos.
O Manuel ,ao ver o senhor a fugir, pegou numa garrafa de vidro que esta-
va no chão e atirou-a à cabeça do homem. Com aquele impacto, este tropeçou e
o cão aproveitou para escapar.
- Depressa, depressa, ele está a escapar! Vamos pegar nas nossas bici-
cletas e vamos segui-lo …– disse a Vera.
- Ó meninos, mas o que é que se passa? Mas… obrigado por terem salvo
o meu cão!
- Agora não temos tempo de explicar… Temos de tentar seguir aquele
homem…
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História com Asas—Mistério em Quatro Patas
Então, os três jovens lá seguiram a carrinha até que os ocupantes da via-
tura se aperceberam, o condutor acelerou e, claro… os nossos ciclistas ficaram
para trás.
- Oh! Não… Perdemo-los de vista, e agora?
Voltaram para as suas casas, muito aborrecidos. Conversaram entre si e
resolveram contar o que se passava aos pais. Os pais das crianças juntaram-
-se e analisaram o caso. Após várias sugestões, a mãe do Manuel, a Dona Flo-
rinda, sugeriu que alguém deveria vigiar os cães da vizinhança para descobri-
rem novas pistas ou sinais dos bandidos.
-Boa ideia! Vamos até à casa da Rita para ver se o pastor alemão dela
também desapareceu.
E lá foram. Quando chegaram, repararam que o cão ainda lá se encon-
trava. Resolveram contar toda a história à Rita.
- Ai, meu Deus! Se o meu Buggy desaparece, o meu irmão vai ficar muito
triste… O que vamos fazer para ele não ser raptado?
- Já sei! – exclamou o Alberto. – Vamos esconder o Buggy e substituí-lo
por um peluche bem grande, depois colocamos uma câmara e um localizador
dentro do boneco para o podermos seguir através do computador.
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História com Asas—Mistério em Quatro Patas
De manhã, bem cedo, o Alberto contactou a Rita para ver se o peluche
tinha desaparecido.
- Espera um pouco, eu vou ver se ele ainda lá está – pediu a Rita.
Foi à casota e verificou que o peluche ainda estava no mesmo lugar.
- Não levaram nada – informou a Rita.
- Vou já ter a tua casa para vermos as filmagens. Pode ser que haja
novas pistas – disse o Alberto.
Antes disso, contactou os outros amigos que se dirigiram também a casa
da Rita. Quando chegaram, viram a gravação e, qual não foi o seu espanto,
quando verificaram que os homens tinham estado no local. Estes aperceberam-
se que era um peluche e fugiram.
- Volta a passar o filme porque acho que vi alguma coisa de estranho –
pediu o Manuel.
E assim fizeram. Durante algum tempo, analisaram as filmagens e, a
dado momento, a Vera dá um grito:
- Para isso! Acho que está ali uma coisa no fato do segundo homem…
- Tens razão – exclama o Manuel – acho que é uma etiqueta.
- Pois é – disse a Rita – mas não se percebe nada de nada. Amplia um
pouco a imagem!
Mesmo com todo o “zoom” possível, não conseguiram descobrir o que
estava escrito.
- Assim não nos safamos… - disse a Vera – vamos passar a casota a
pente fino, pode ser que tenhamos mais sorte.
Foram a correr para o local referido e, ao entrar, o Alberto encontra a eti-
queta que tinham visto no filme, presa no arame. Retirou-a com muito cuidado,
chamou os amigos e, juntos começaram a ler as letras pouco visíveis.
- L…A…B…MAR GR…APART…555 ! - exclamou o Alberto.
- O que será isto? – perguntou o Manuel. – LAB…MAR GR APART…será
o quê?
- Talvez laboratório… o que acham? - adianta a Rita.
- Talvez tenhas razão…mas, se calhar, seria melhor pesquisar na Internet
– propõe então a Vera.
- OK, vamos lá então pesquisar!
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História com Asas—Mistério em Quatro Patas
E assim fizeram, foram à Internet. Apareceu uma lista enorme de laborató-
rios! Ficaram muito baralhados…parecia não haver saída para este mistério. Já
passava da hora do lanche. Resolveram então ir comer uns bolos na pastelaria
da esquina. Quando voltavam para a casa da Rita, passou um carteiro com um
enorme envelope nas mãos. O Manuel, distraído, chocou contra ele que tropeça
e deixa cair o envelope no chão.
A Rita, que estava ao seu lado, ajudou-o a levantar-se e leu o endereço
que dizia: “APARTADO 201”. Pediram desculpas ao carteiro e seguiram pelo
passeio.
- Ó colegas, já sei o que significa APART…- disse a Rita baixinho. – É
apartado… vi isso escrito no envelope que o carteiro levava.
- Mas o que é isso?- questiona a Vera.
- Eu acho que é uma caixa especial nos correios –responde o Manuel. –
Mas é melhor confirmarmos no dicionário online.
E foi o que fizeram quando regressaram a casa da Rita. Foram de novo à
Internet e pesquisaram todos os laboratórios com apartados.
- Ah! Cá está o laboratório com apartado 555. Acho que fica na zona da
Embra! – exclamou o Alberto. – Será que fazem análises clínicas? Às tantas,
andam a fazer alguma experiência estranha…
- Pois é! P’ra que querem eles os nossos cães? – questionou a Rita.
- Está aqui um grande mistério. Precisamos de investigar este caso!
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História com Asas—Mistério em Quatro Patas
Os jovens continuaram a pesquisar na Internet, abriram a página do site
do laboratório e conseguiram descobrir a morada. Deixaram o computador e
resolveram encontrar-se no dia seguinte, depois das aulas, no parque para com-
binarem os próximos passos.
No dia seguinte, todos se reuniram e a Vera disse:
- Temos de arranjar uma maneira de ir a esse laboratório.
- Já sei! Vamos pedir autorização aos nossos pais para ir de bicicleta –
retorquiu a Rita.
- Boa ideia! – exclamou o Alberto. - Talvez possamos ir na quarta-feira à
tarde. Acho que deveríamos levar uma câmara de filmar ou o telemóvel da Rita
para filmarmos alguma coisa suspeita.
Todos concordaram e o Manuel disse que levava a câmara do pai e,
como era o fim da tarde, todos foram para as suas casas.
Na quarta-feira, depois do almoço, o grupo dirigiu-se à morada descober-
ta na Net. Ao chegarem ao laboratório, viram que tinha o nome de Pacheco S.
Pimenta. Entraram no laboratório, o Alberto e a Rita dirigiram-se à funcionária a
pedir explicações sobre o que se fazia naquele laboratório, explicando que esta-
vam a fazer um trabalho escolar.
Entretanto, o Manuel e a Vera escaparam-se e foram espreitar o corredor,
tentando abrir algumas portas. O Manuel tentou abrir a porta onde estava uma
placa com a inscrição “Entrada proibida a pessoas estranhas ao serviço”. Como
a porta não abria, o rapaz espreitou pela fechadura e viu umas pessoas, colou o
ouvido à porta e ouviu alguém com um sotaque estranho a falar “…faltam-nos
ainda uns dálmatas para…”. Chegou junto dele a Vera e sussurrou que tinham
de sair dali pois estava alguém a chegar. Correram até à porta mais próxima
quando viram que era uma …arrecadação!
Aí escondidos, continuaram a ouvir vozes que diziam “ … talvez junto da
rua da Praça…” e não ouviram mais nada, mas tudo estava a ser gravado.
-Ó Vera, achas que estão a falar em roubar os dálmatas da Inês? – per-
guntou baixinho o Manuel.
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História com Asas—Mistério em Quatro Patas
A Vera e o Manuel enviam de imediato um SMS à Rita que dizia:
“Ouvimos os homens a dizer que precisam de dálmatas. Vão depressa a casa
da Inês e digam-lhe para vigiar os seus cães. Nós ficamos aqui para tentar des-
cobrir mais pistas.”.
E assim foi. Despedindo-se da funcionária, o Alberto e a Rita dirigiram-
-se a casa da Inês. A caminho de casa da amiga, passa por eles uma carrinha
preta que reconhecem como sendo a dos ladrões de cães. Ficaram tão assusta-
dos…
Por sorte, a estrada que ia dar a casa da Inês estava em obras e os
ladrões tinham que fazer um desvio. Os dois amigos meteram-se por um atalho
e conseguiram chegar a tempo de preparar uma armadilha.
- Inês, vamos esconder os teus cães e colocamo-nos atrás daquele mon-
te de terra que está na estrada. Quando a carrinha chegar e os ladrões forem
procurar os dálmatas, furamos os pneus da carrinha! – sugeriu o Alberto.
- Boa ideia! – exclama a Inês.
Entretanto, no laboratório, como já era hora do almoço, o local começa a
ficar deserto. A Vera e o Manuel decidem sair do esconderijo e continuam a sua
investigação. Ao chegarem ao fundo do corredor, ouviram um cão a ladrar e
reconheceram o Max. Entraram na sala de onde vinha o ruído e qual não foi o
seu espanto, a sala estava cheia de jaulas repletas de cães de todas as raças!
Mas, o mais estranho foi verificarem que todos eles estavam ligados com fios a
uma máquina que produzia um líquido verde.
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História com Asas—Mistério em Quatro Patas
- Que coisa estranha…o que será aquilo? – segredou o Manuel.
- Olha o teu cão, está ali – diz a Vera.
- Tenho que o salvar – sussurra o Manuel e começa a correr em direção ao
Max.
- Para, Manuel, está alguém a fazer barulho atrás daquela porta. Vamos
esconder-nos !– gritou a Vera.
Mas, já era
tarde demais... nesse momento, entravam dois homens com os dálmatas.
A Vera assustada gritou e os dálmatas fugiram.
O Manuel ainda conseguiu abrir a jaula mais próxima dele, aquela onde
estava o Max. Este rebenta os fios que estavam ligados à estranha máquina,
morde a perna esquerda do homem mais gordo e junta-se aos dálmatas da Inês.
Rapidamente, o outro homem tranca a porta, fazendo reféns o Manuel e a
Vera.
Entretanto, o Alberto, a Rita e a Inês, cansados de tanto correr, chegam ao
laboratório e ouvem um ladrar que lhes é familiar, bem como uns gritos, que lhes
pareciam ser da Vera.
Entram no edifício que continuava deserto e encontram os cães assusta-
dos e irrequietos. A Inês corre em direção aos animais para os acalmar e Alberto
diz:
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História com Asas—Mistério em Quatro Patas
- Inês, leva os cães para a tua casa e trata deles. Devem estar esfomeados
e cheios de sede. Eu e a Rita vamos ver o que se passa com o Manuel e com a
Vera.
Os dois amigos percorrem, silenciosamente, o corredor e entram numa
sala, onde estavam muitos frascos com um líquido verde. Tentam descobrir algu-
ma informação sobre aquele líquido misterioso, procurando em todos os papéis
que estavam em cima de uma secretária, mas não conseguiram decifrar aquelas
estranhas fórmulas químicas.
Alberto decide pesquisar no computador que se encontrava naquela sala e
consegue abrir um ficheiro, com a informação dos componentes daquele líquido.
Resolve ir à internet para obter informações detalhadas sobre os efeitos daqueles
componentes.
- Oh, não… Isto pode ser muito perigoso! – exclamou Alberto aflito.
- O que foi, Alberto? – perguntou a Rita.
- Nem vais acreditar…Um dos componentes serve para tornar os cães mais
agressivos, ferozes…
- Oh, não! Temos de destruir este líquido, se não todos os cães da cidade
podem tornar-se muito perigosos e atacarem as pessoas – gritou alarmada a Rita.
- Mas porque será que querem cães ferozes? Qual será o interesse ou o
lucro em roubar cães!? - indagou o Alberto.
-Vamos mas é procurar os nossos amigos… - lembrou a Rita – Pode haver
algum dos ladrões cá dentro, é melhor não fazermos muito barulho…
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História com Asas—Mistério em Quatro Patas
Entretanto, os jovens foram procurar nas várias salas até que começa-
ram a ouvir uns ruídos estranhíssimos. Dirigiram-se nessa direção e chegaram
junto de uma porta trancada com um cadeado. Tentaram abri-la mas estava
difícil. Então, o Alberto viu um extintor na parede, pegou nele e tentou forçar a
abertura do cadeado. E zás… o cadeado abriu-se, os dois amigos entraram e
viram o Manuel e a Vera amordaçados e atados a umas cadeiras. Soltaram-
-nos rapidamente. Todos fugiram pois estava a aproximar-se o fim da hora de
almoço e os ladrões podiam voltar a qualquer momento.
Já na rua, o Manuel começa a contar o que se tinha passado:
- Antes de ficarmos presos, ouvimos algo parecido com “… lutas de … na
sexta-feira à noite, num armazém da Zona Industrial…” – explicou o Manuel.
- Lutas? Lutas de quê? Se é já depois de amanhã, temos de nos apres-
sar a descobrir, pois os cães correm perigo! - gritou o Alberto bastante aflito a
pensar no seu querido Yuki.
Todos se dirigiram para a casa da Inês e, quando lá chegaram, viram
que estava estacionada uma carrinha preta parecida com a dos ladrões. Escon-
deram-se e telefonaram-lhe:
- Inês, vê se os cães estão bem escondidos, pois à frente da tua casa
está uma carrinha que parece ser a dos ladrões!
- Não se preocupem, a minha tia Esmeralda veio buscá-los e estão segu-
ros, podem vir até minha casa para conversarmos.
- Ok! Temos de descobrir o que se está a passar naquele armazém…
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História com Asas—Mistério em Quatro Patas
Quando os amigos se preparavam para entrar em casa da Inês, viram a
tia Esmeralda a colocar os cães na carrinha. No bolso das calças, tinha um
papel, onde a Vera conseguiu ler:
- “ Luta de …” Ai, não consigo ler o resto, mas amigos, só pode ser luta
de cães!
- Não posso acreditar nisto! A tia da Inês faz parte do grupo de ladrões de
cães?! A Inês não vai acreditar! – exclamou o Alberto.
Entretanto, o telemóvel da tia Esmeralda tocou e os amigos esconde-
ram-se para ouvir o telefonema. Ficaram extasiados ao confirmar que tudo era
verdade. Continuaram a ouvir:
- Ok! Irei já para o armazém 21. Já levo comigo os cães.
Os amigos, ainda estupefactos com a descoberta, decidiram não contar
nada à Inês.
Entretanto, enquanto a tia Esmeralda foi à parte da frente da carrinha, o
Alberto escondeu-se na parte de trás, onde iam os cães, levando consigo um
telemóvel para comunicar com os restantes amigos.
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História com Asas—Mistério em Quatro Patas
- Vamos entrar em casa da Inês e dizemos-lhe que o Alberto teve de ir a
casa da avó, porque era o dia do seu aniversário – sugeriu a Rita.
- Ok! – concordaram todos.
Já em casa da Inês, enquanto conversavam, a Vera recebe um SMS do
Alberto que dizia: “ Estou no armazém 21, na zona industrial. A tia da Inês e os
outros ladrões estão a preparar tudo para a luta de sexta-feira à noite. Vi, dentro
de um carro, nas traseiras do armazém, aquele senhor a quem salvámos o cão,
no parque! Estranho, não é?! Peguem nas bicicletas e venham ter comigo à entra-
da da zona industrial.”
- Recebi um SMS da minha mãe. Tenho de ir para casa – informou a Vera.
- Nós também vamos, Vera! Já é tarde e há t.p.c. para fazer!
A Vera, com a pressa, nem se apercebeu que o telemóvel ficou caído no
sofá da Inês, atrás de uma das almofadas.
Já no exterior, a Vera conta aos amigos o que o Alberto tinha escrito no
SMS e decidiram logo ir ter com ele.
À entrada da zona industrial, o Alberto já os esperava.
- Olá amigos, acho que devíamos ir ter com aquele senhor do parque! O
que acham? É tão estranho ele estar aqui, não é? – indagou o Alberto.
- Sim, tens razão!
- E a Inês desconfiou de alguma coisa?- perguntou o rapaz preocupado.
- Não, está tudo controlado! Fica descansado! – disse o Manuel.
Nisto, dirigiram-se, sorrateiramente, até às traseiras do armazém 21, onde
se encontrava o tal senhor, dentro do carro. O Alberto bateu no vidro lateral e o
senhor, apesar de assustado e desconfiado, abriu um pouco a janela, apontando
uma arma.
- Tenha calma, sou o Alberto! Aquele rapaz que salvou o seu cão no par-
que, lembra-se?!
- Ah, sim…sim… Claro, que me lembro! Desculpa, não fiques assustado
com a arma. E já agora obrigado por teres salvo o meu cão, o Faísca. Naquele
dia, nem houve tempo para apresentações e agradecimentos. Chamo-me Jorge.
E tu, és o Alberto, certo?
- Sim e estes são os meus amigos: a Vera, o Manuel e a Rita.
- Mas, meninos, o que fazem por aqui? – perguntou o Sr. Jorge.
18
História com Asas—Mistério em Quatro Patas
- Isso é uma longa história…Mas o mesmo perguntamos nós em relação a
si – disse a Rita.
- Vou contar-vos tudo, mas têm de prometer que guardam segredo e,
quem sabe, até me poderão ajudar. Sou um detetive policial secreto e, desde
aquele dia do parque, fiquei desconfiado com a situação da tentativa de roubo do
meu cão. Por isso, resolvi investigar. Trata-se de um gang que rouba cães para
lutas ilegais. A cabecilha é uma mulher chamada Esmeralda.
- A tia da Inês! – exclamou rapidamente a Rita.
- Conhecem?- perguntou o detetive.
O Alberto contou então tudo o que tinham descoberto.
Após a conversa, combinaram em conjunto resolver o caso. O detetive Jor-
ge infiltrar-se-ia, como concorrente na luta de cães, com o seu Faísca. Os amigos
convenceriam os seus pais a irem ao armazém 21 na sexta-feira à noite, com o
pretexto de ir ver uma exposição de trabalhos em vidro, feitos pelos alunos da
escola.
No dia seguinte, na escola, sem que a Inês desconfiasse, o Manuel, a
Vera, o Alberto e a Rita encontraram-se no intervalo:
- Conseguiram convencer os vossos pais para visitarem a suposta
“exposição”, amanhã à noite, amigos? – perguntou o Manuel.
- Sim – responderam todos.
- Por acaso, algum de vocês viu o meu telemóvel? Estou farta de o procu-
rar e não sei onde o deixei - indagou a Vera.
- Não, Vera – responderam os amigos.
- Bem, eu depois procuro melhor… A minha cabeça anda tão focada neste
caso do roubo dos cães… O telemóvel deve estar certamente no meu quarto e eu
nem o vejo! Sendo assim, já sabem que estou sem telemóvel para me contacta-
rem, mas também já está tudo combinado, não é? – questionou a Vera.
- Sim, está tudo combinado. Agora é melhor mudarmos de assunto, pois
vem ali a Inês – avisou o Alberto.
Na noite seguinte, os amigos e os pais chegaram ao armazém por volta
das 22h00.
- Tanto barulho de cães a ladrar! – estranhou a mãe do Manuel.
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História com Asas—Mistério em Quatro Patas
Nisto, o Alberto recebe um SMS do detetive a dizer para ligar à polícia, que
aguardava já o telefonema, para ocuparem as posições estrategicamente planea-
das. O Alberto retira-se um pouco e liga.
- Vamos então ver a exposição – relembrou o pai da Vera.
Nesse momento, apercebem-se de um grande aparato com a chegada da
polícia que, de imediato, cerca o armazém, ocupando as suas posições.
- O que se passa aqui?! – interrogou, um pouco aflito, o pai da Rita.
- Calma, dentro de pouco tempo saberão o que se passa – acalmou o
Alberto.
Entretanto, ouvem alguém a chamar por eles.
- Alberto! Vera! Rita! Manuel!
- INÊS! – gritam os amigos em coro.
- O que estás aqui a fazer? – perguntou aflita a Rita.
- Encontrei o telemóvel da Vera, no meu sofá e li o SMS do Alberto. Fiquei
chocada e sem perceber bem o que é que a minha tia tem a ver com isto tudo.
Por isso, mostrei a mensagem aos meus pais e viemos rapidamente para aqui.
Afinal, o que se passa. O que me estão a esconder? – perguntou a Inês.
Não foram precisas muitas explicações, pois naquele momento, a polícia
saiu do armazém com os bandidos algemados. A tia Esmeralda vinha à frente. Os
pais e a Inês nem queriam acreditar. Mesmo assim, o Alberto relatou toda história.
O detetive Jorge dirigiu-se ao grupo e disse:
- Bem, parece-me que já estão todos a par da situação. Felizmente correu
tudo bem. Os cães à partida estão bem, mas vão ser vistos por um veterinário
altamente qualificado, que lhes vai administrar um antídoto, para eliminar qualquer
vestígio do líquido verde que ainda poderão ter no organismo. Quero agradecer-
-vos pela vossa preciosa ajuda, meninos.
- Nós, também agradecemos, detetive Jorge. Sem si, isto teria sido mais
difícil – explicou o Alberto.
- Inês, Sr. Paulo e D. Marta, sei que não é fácil, esta situação da Esmeral-
da. Mas, ela terá de ser punida pelo crime que cometeu. Se ela apresentar um
bom comportamento, até poderá sair em liberdade condicional. Vamos ver! –
informou o detective.
20
No dia seguinte, os cães regressaram a casa e foram recebidos com uma
fantástica festa na garagem do Alberto!
Fim
História com Asas—Mistério em Quatro Patas