Missiologia

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Missiologia Cultura Com muita frequência o vocábulo Cultura é usado com imprecisão tanto de contorno quanto de conteúdo. Por causa da expressão Cultura Geral, que significa uma somatória de conhecimentos diversificados, para além da formação específica do usuário; também por causa de grande confusão tradicional em torno dos limites exatos da Cultura; ou ainda mesmo em razão de polissemia (significados diferentes para o mesmo vocábulo); pelo motivo que for, Cultura parece estar servindo para nomear tudo que não seja Física, Química, Matemática, Biologia... Etimologicamente, cultura vem do latim cultura-ae, cognato do verbo colo-colui-cultum-coléreque, por ser usado com diversos significados, formou uma grande família de palavras. Alguns sentidos de colére são: encontrar-se habitualmente cultivar, morar em, cuidar de, adornar, preparar, proteger, ocupar-se de, realizar, cumprir, praticar, honrar, venerar, respeitar. Ainda no Latim, alguns derivados de colére são: colonus/i, o lavrador, rendeiro, feitor, agricultor;cultio/onis, cultura, amanho, adoração, veneração; cultor/oris, aquele que cultiva, que habita em, que adora os deuses. Cultus/us, também forma verbal de colére, significa igualmente, como substantivo, cultura da terra, educação, civilização, gênero de vida, costume, adoração, reverência, respeito, maneira de viver, culto. Cultura e culto (sessão religiosa) são termos procedentes da mesma raiz. São cognatos. Acervo de conhecimentos advindos da experiência de vida, do cotidiano, a cultura caracteriza os integrantes da mesma Nação quanto à maneira de viver quanto ao modo de formar de conceituar o corpo de valores e de costumes que lhes são próprios. Cultura é um conjunto de comportamentos e ideias que caracteriza um povo. Choques culturais são todas as diferenças culturais que os missionários encontram no campo missionário. O missionário sofre os choques culturais quando ele assume responsabilidade e começa a participar da vida local do povo. Cultura da Bíblia

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Missão

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Missiologia Cultura

Com muita frequência o vocábulo Cultura é usado com imprecisão tanto de contorno quanto de conteúdo. Por causa da expressão Cultura Geral, que significa uma somatória de conhecimentos diversificados, para além da formação específica do usuário; também por causa de grande confusão tradicional em torno dos limites exatos da Cultura; ou ainda mesmo em razão de polissemia (significados diferentes para o mesmo vocábulo); pelo motivo que for, Cultura parece estar servindo para nomear tudo que não seja Física, Química, Matemática, Biologia...

Etimologicamente, cultura vem do latim cultura-ae, cognato do verbo colo-colui-cultum-coléreque, por ser usado com diversos significados, formou uma grande família de palavras. Alguns sentidos de colére são: encontrar-se habitualmente cultivar, morar em, cuidar de, adornar, preparar, proteger, ocupar-se de, realizar, cumprir, praticar, honrar, venerar, respeitar.

Ainda no Latim, alguns derivados de colére são: colonus/i, o lavrador, rendeiro, feitor, agricultor;cultio/onis, cultura, amanho, adoração, veneração; cultor/oris, aquele que cultiva, que habita em, que adora os deuses. Cultus/us, também forma verbal de colére, significa igualmente, como substantivo, cultura da terra, educação, civilização, gênero de vida, costume, adoração, reverência, respeito, maneira de viver, culto.

Cultura e culto (sessão religiosa) são termos procedentes da mesma raiz. São cognatos. Acervo de conhecimentos advindos da experiência de vida, do cotidiano, a cultura caracteriza os integrantes da mesma Nação quanto à maneira de viver quanto ao modo de formar de conceituar o corpo de valores e de costumes que lhes são próprios.

Cultura é um conjunto de comportamentos e ideias que caracteriza um povo.

Choques culturais são todas as diferenças culturais que os missionários encontram no campo missionário. O missionário sofre os choques culturais quando ele assume responsabilidade e começa a participar da vida local do povo.

Cultura da Bíblia

Cultura do Missionário Cultura do Receptor

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Missiologia é a ciência que estuda missões em seus vários aspectos. A palavra Missão literalmente significa “Incumbência”. Este termo se enquadra perfeitamente à todos os cristãos que receberam de Cristo a incumbência de levar as boas novas (evangelizar) o mundo Marcos 16:15.

Quando olhamos para a Igreja Evangélica Brasileira e o movimento missionário atual, percebemos como ao longo dos anos teologia e missão tem andado por caminhos diferentes, completamente divorciados. Trata-se de uma dicotomia que precisa ser corrigida. Nós precisamos das duas: Precisamos da teologia, pois ela nos dá o embasamento para a tarefa missionária, e é especialmente importante por causa da dependência que a igreja tem dela para medir os nossos esforços com o padrão divino. E precisamos da Missiologia pois ela é o meio pelo qual Deus faz nascer a Igreja, ela é resultado da ação não somente de Deus ao enviar seu Filho ao mundo como também do esforço de irmãos que divulgam o Evangelho de Cristo.

Missiologia é a soma de duas palavras: do latim, “missione” significando função ou poder que se confere a alguém para fazer algo, encargo, incumbência; e do grego, “logia”, que significa estudo, conhecimento. Portanto, podemos definir Missiologia como a ciência que estuda os diferentes aspectos da missão que Deus deu ao homem.

DEFINIÇÕES GENERALIZADAS DE MISSÃO1. Missão é o envio de missionários para um designado território;2. Missão tem a ver com as atividades realizadas por tais missionários;3. Missão é a área geográfica aonde os missionários realizam seus ministérios;4. Missão é a agência missionária responsável pela logística e pelo envio dos missionários aos seus respectivos campos;5. Missão é a propagação do evangelho aos povos não alcançados;6. Missão é o centro do qual os missionários irradiam o evangelho;7. Missão é uma série de serviços religiosos com o propósito de despertar vocações missionárias;8. Missão é a propagação da fé Cristã;9. Missão é a expansão do reino de Deus;10. Missão é a conversão dos povos pagãos;11. Missão é a plantação de novas igrejas.

UMA DEFINIÇÃO DE MISSÃOEm seu sentido mais amplo, a missão é tudo o que a igreja faz a serviço do

Reino de Deus (Missões no plural). Em sentido mais restrito, contudo, a missão refere-se à atividade Missionária, a pregação do evangelho entre povos e culturas em cujo meio ele não é conhecido (Missão no singular).Sabendo que missão é tudo aquilo que a Igreja faz fora das quatros paredes Templo).

O Propósito da missão é a restauração da raça humana. Trata-se da missão de Salvação. Aquilo que deus criou, Ele pretende restaurar. Contudo, a restauração é Salvação não só no sentido de poupar, mas também no sentido de julgar.

Alcance da missão é sem limites, deve alcançar até os confins da terra, uma vez que Deus é o principal autor da missão, e nós como Igreja, os executores, então o

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alcance da missão é toda a criação. Pois Deus se dispõe a restaurar aqueles a quem Ele criou.

Quanto a doutrina ela é a base da fé cristã. Contudo, é por causa dela que os cristãos se separam.

A doutrina cristã é apropriada para adaptar-se a toda situação individual e coletiva. A mensagem do Evangelho estabelece relações com a presença de Deus de tal maneira que afeta toda a sociedade.

Absorver as doutrinas cristãs é, portanto, um ato de obediência a Deus, o Criador, mantenedor e redentor. Dentro deste contexto, o Evangelho passa a ser um fator de cultura, ou seja, um elemento importante no processo de aculturação de um povo.

Observando sobre a determinação em Ezequiel 14.16 para buscar os perdidos e arrebanhar de volta os extraviados, vemos que a igreja deve levar a Cristo aqueles que não o conhecem, enviando o evangelho da terra natal até os confins das terras pagãs. Sabemos que somente Deus conhece seus eleitos, Ele ordena a seu povo que saia e chame as criaturas para a vida eterna. A igreja é a cidade de Deus “onde Deus governará por sua Palavra e Espírito mais do que qualquer outro no mundo, e a partir daí Ele propagará a doutrina salvadora a toda a terra.

PRINCÍPIOS RELEVANTES PARA FAZER MISSÕES E EVANGELISMO EM UM CONTEXTO URBANO

a) O reconhecimento de que o não cumprimento à Grande Comissão constitui-se num ato de desobediência a Deus (Mateus 28:18-20);

b) A premente necessidade de contemplar que os campos estão “brancos para a ceifa” (João 4:35);

c) Ênfase em um ministério eclesiástico que priorize a tarefa de fazer novos discípulos (Atos 1:8);

d) Multiplicação de líderes leigos que possam comunicar Cristo aos não salvos (Atos

8:1-4).e) O Princípio da evangelização através do testemunho e do evangelismo pessoal:

O índice de arrefecimento da fé entre os novos convertidos alcançados por evangelização em massa tende a ser 75%. Os esforços evangelísticos como grandes cruzadas, sem as raízes fincadas na igreja local, tende a ser movimentos com forte ênfase em decisões mais do que em discipulado.

f) O Princípio da Obediência: Um comum denominador na plantação de igrejas, é o inarredável compromisso de sermos a comunidade do compromisso com a Palavra.

g) O Princípio da pluralidade de lideranças locais: Nenhum homem é a expressão da mente de Deus... A pluralidade de líderes na Igreja local salvaguarda o ministro de toda e qualquer tendência de brincar de Deus sobre a comunidade.

h) O princípio de evitar Publicidade Sensacional: É importante que a igreja novamente imite o Senhor por aproximar do mundo evitando toda a publicidade sensacional.

i) O Princípio da Mobilidade: Nós precisamos enfrentar a verdade que Igrejas falham quando elas tornam-se prisioneiras de suas próprias estruturas e perdem

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sua mobilidade, confinando suas atividades dentro das paredes do santuário, sem visão evangelística e sem uma influência benfazeja dentro da sociedade.

A Grande ComissãoAlguns objetam contra o entendimento missionário de Calvino ao afirmar que

Calvino cria que a Grande Comissão (Mateus 28.18-20) estava ligada apenas aos apóstolos do século I, fazendo missões desnecessárias para as gerações futuras [18]. É verdade que Calvino interpretava a Grande Comissão como se referisse ao ministério apostólico [19]. Entretanto, seu motivo para interpretar a Grande Comissão desta forma não era diminuir a necessidade de missões no tempo atual. Ele estava lutando uma batalha diferente – a saber, a batalha contra a doutrina católica da sucessão apostólica.

O Homem criado à Imagem e Semelhança de Deus.O homem distingue-se das demais criaturas de Deus, porque foi criado de uma

maneira singular.Apenas do homem é dito que ele foi criado à imagem de Deus61. Esta expressão

descreve o homem na totalidade de sua existência, ele é um ser que reflete e espelha Deus. (Gênesis 1:26-28). O conceito de imagem de Deus é o coração da antropologia cristã.

A Imagem de Deus como tendo uma tríplice relação: Relação com Deus, Relação com o próximo Relação e com a criação

Quando lidamos como o homem, não importa a cultura em que está inserido, ele terá alguns atributos da Imagem de Deus nele. Todo homem, em qualquer parte do planeta, reflete alguns atributos “essenciais” sem os quais ele não poderia continuar sendo o que é, homem.

a) Poder intelectual: É a faculdade de raciocinar, inteligência e outras capacidades intelectivas em geral, que refletem aquilo que Deus tem.b) Afeições naturais: É a capacidade que o homem tem de ligar-se emocionalmente e afetivamente a outros seres e coisas. Deus tem esta capacidade.c) Liberdade moral: Capacidade que o homem tem de fazer as coisas obedecendo a princípios morais.d) Espiritualidade: A Escritura diz que o homem foi criado “alma vivente” (Gênesis 2:7). É a natureza imaterial do homem. Deus é espírito, e num certo sentido, o homem tem traços desta espiritualidade.e) Imortalidade: Depois de criado, o homem não deixa mais de existir. A morte não é para o corpo, mas para o homem. Morte é separação e não cessação de existência. A imortalidade é essencial para Deus (I Timóteo 6:16). O homem, num caráter secundário derivado, passa a ter a imortalidade

Portanto o caráter da Missiologia é a salvação dos homens e sempre foi propósito do Senhor. Ele deseja que todos os homens sejam salvos, pois ama a todos indistintamente.

Essa concepção é fundamental para compreender que de fato todos estão debaixo da condenação (judeus, gregos, bárbaros e citas); não há mais uma prerrogativa de segurança da salvação só pelo fato de ser judeu. A prerrogativa, agora, abrange a todos, judeus e gentios, e sua base é a fé na pessoa de Jesus, um judeu que, como o Cristo, veio também para os “que não eram seus” (João 1.12, 13), os gentios nascidos “da vontade de Deus” (João 1.14).

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“Declare sua glória entre as nações” Salmos 96:3"Deus é o Senhor Soberano das Missões" John Eliot“Deus não pode ser invocado por ninguém, exceto por aqueles que conheceram sua misericórdia por meio do Evangelho” João Calvino