Mineralogia e Cristalografia

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  • MINERALOGIA E CRISTALOGRAFIA

    1- Introduo

    Chama-se mineral qualquer composto qumico slido de ocorrncia natural,

    formado a partir de processos inorgnicos. Os minerais, com poucas excees,

    possuem o arranjo interno ordenado, caracterstico do estado slido. Quando

    as condies so favorveis, podem ser limitados por superfcies planas, lisas

    e assumem formas geomtricas regulares conhecidas como cristais. O estudo

    destes corpos slidos e das leis que governam o seu crescimento, forma

    externa e estrutura interna, chama-se cristalografia. Um slido cristalino pode

    ter faces bem formadas, imperfeitamente formadas ou no possuir faces.

    Certas substncias cristalinas existem com granulaes to finas que a

    natureza cristalina s pode ser identificada com ajuda do microscpio. Outros

    cristais so ainda menores e s se consegue estud-los por difrao de raios

    X. Quando uma substncia cristalina no possui estrutura interna ordenada,

    chamada mineralide. Quando um mineral possui uma quantidade

    relativamente elevada de determinado elemento, de modo que seja vivel o

    seu aproveitamento industrial, o mineral chamado de minrio. A um

    grupamento slido natural de vrios minerais diferentes d-se o nome de

    rocha.

    Os cristais so formados principalmente por trs modos:

    A partir de soluo: Se evaporarmos lentamente a gua de uma soluo de cloreto de sdio, por exemplo, ser alcanado um ponto em que a quantidade de gua presente no consegue mais reter todo o sal em soluo e este comear a se precipitar, ou seja, parte do cloreto de sdio assumir a forma slida. Quanto mais lenta for a evaporao da gua, mais bem formados e definidos sero os cristais de cloreto de sdio. Outras maneiras de se cristalizar uma substncia em soluo atravs do abaixamento da temperatura e do abaixamento da presso do sistema.

    A partir de massa em fuso: Um bom exemplo a formao de cristais de gelo quando a gua se congela. Quando a temperatura abaixada suficientemente, a gua no consegue mais permanecer lquida e torna-se slida, cristalizando-se em gelo. As molculas de gua que antes estavam desorganizadas e se moviam livremente, agora assumem posies fixas e se ordenam, formando uma estrutura cristalina. Outro exemplo semelhante a solidificao do magma (lava vulcnica). Quando o magma se resfria, os vrios ons presentes so atrados entre si e formam estruturas cristalinas de diferentes minerais.

    A partir de vapor: O caso mais comum de cristalizao a partir de um vapor a formao dos flocos de neve: o ar carregado de vapor resfria-se bruscamente e os cristais de neve formam-se diretamente a partir do vapor. Tambm pode ser visto esse fenmeno na sublimao do iodo: os cristais de iodo em m frasco sublimam e recristalizam-se nas paredes. Tambm verifica-

  • se a formao de cristais de enxofre em torno das bocas das fumarolas nas regies vulcnicas, onde os cristais se depositam a partir de vapores impregnados de enxofre.

    1.1) A estrutura interna dos cristais:

    O fato mais importante e fundamental relativo a uma substncia cristalina que suas partculas so dispostas de maneira ordenada, em unidades tridimensionais que se repetem indefinidamente, formando o retculo cristalino, assim como os ladrilhos formam uma calada. Essas unidades formadoras do cristal so chamadas celas unitrias. O retculo definido pelas trs direes e pelas distncias, ao longo delas, nos quais a cela unitria se repete. Experincias realizadas por Bravais, em 1848, demonstraram que, geometricamente, so possveis apenas 14 tipos de retculos espaciais. Outras combinaes de pontos destroem aquilo que o retculo exige: que a vizinhana em torno de cada ponto seja idntica quelas em torno de todos os outros pontos. Veja os tipos de cela unitria existentes:

  • Simetria de ngulos e arestas

    Tipo de retculo e pontos da cela unitria

    Isomtrico a = b = g = 90o

    a = b = c

    (1) P - pontos somente nos vrtices (2) I - pontos nos vrtices e no centro da cela (3) F - pontos nos vrtices e no centro de todas as faces

    Hexagonal a = b = 90o

    g = 120o

    a = b c

    (4) C ou P - pontos somente nos vrtices ou cela hexagonal com pontos nos vrtices e no centro das extremidades

    Rombodrico a = b = g 90o

    a = b = c (5) P ou R - pontos somente nos vrtices

    Tetragonal a = b = g = 90o

    a = b c

    (6) P - pontos somente nos vrtices (7) R - pontos nos vrtices e no centro de todas as faces

    Ortorrmbico a = b = g = 90o

    a b c

    (8) P - pontos somente nos vrtices (9) C - pontos nos vrtices e nos centros de duas faces opostas (10) I - pontos nos vrtices e no centro da cela (11) F - pontos nos vrtices e nos centros de todas as faces

    Monoclnico a = g = 90o b

    a b c

    (12) P - pontos somente nos vrtices (13) C - pontos nos vrtices e no centro das extremidades

    Triclnico a b g

    a b c (14) P - pontos somente nos vrtices

    1.2) A forma externa dos cristais:

    O agrupamento das celas unitrias de um cristal o que define sua forma geomtrica externa. Para isso influem diversos fatores naturais, tais como a temperatura, a presso, a natureza da soluo, a velocidade do crescimento do cristal, a tenso superficial e a direo do movimento da soluo. No raro achar em uma dada localidade muitos cristais do mesmo mineral, tendo todos a mesma aparncia. Todavia, cristais do mesmo mineral procedentes de outras localidades podem ter aparncia inteiramente diferente. So construdos com as mesmas celas unitrias, mas agrupados de tal modo que produzem uma forma externa diferente.

    2- Eixos cristalogrficos

    Todos os cristais mostram, pelo arranjo de suas faces, uma simetria definida, o que permite agrup-los em diferentes classes. Ao descrever os

  • cristais, achou-se conveniente tomar, segundo os mtodos da geometria analtica, certas linhas que passam pelo centro do cristal como eixos de referncia. Estas linhas imaginrias chamam-se eixos cristalogrficos, e se tomam paralelamente s arestas de interseo das faces principais do cristal. As posies dos eixos cristalogrficos so mais ou menos fixadas pela simetria do cristal, pois na maior parte dos cristais elas so eixos de simetria, ou perpendiculares ao plano de simetria.

    3- Caractersticas dos cristais

    3.1) Clivagem:

    Diz-se que um mineral possui clivagem quando, aplicando-se uma fora adequada, ele se rompe de modo a produzir superfcies planas definidas. A clivagem pode ser perfeita, como nas micas, mais ou menos indistinta, como no berilo e na apatita, ou no existir, como em alguns cristais. A clivagem depende da estrutura do cristal e ocorre somente paralelamente aos planos de tomos. Se um grupo de planos de tomos paralelos tem entre si uma fora de ligao fraca, provvel que a clivagem ocorra ao longo desses planos. A grafita, por exemplo, tem uma clivagem em placas. Dentro das placas existe uma ligao forte, mas entre elas h uma ligao fraca, dando origem clivagem. Uma ligao fraca geralmente acompanha-se de um espaamento reticular grande, pois a fora de atrao no consegue manter os planos bem juntos entre si. Na descrio de uma clivagem deve-se indicar sua qualidade, expressando-a como perfeita, boa, m, regular etc.

    3.2) Partio:

    Certos minerais, quando sujeitos a tenso ou presso, desenvolvem planos de menor resistncia estrutural ao longo dos quais podem romper-se subsequentemente. Quando se produzem superfcies planas em um mineral por meio de seu rompimento ao longo de algum desses planos predeterminados, diz-se que o cristal tem uma partio. este fenmeno assemelha-se clivagem, porm, nem todos os espcimes de um mineral o apresentaro, mas somente os que so germinados ou que tenham sido sujeitos a presso adequada. Mesmo nestes espcimes, h somente um certo nmero de planos em uma determinada direo ao longo do qual o mineral se romper.

    3.3) Fratura:

    Entende-se por fratura de um mineral a maneira pela qual ele se rompe quando isto no se produz ao longo de superfcies de clivagem ou de partio. Os termos seguintes indicam diferentes espcies de fratura:

    Concide - Quando a fratura tem superfcie lisa, curva, semelhante superfcie interna de uma concha.

    Fibrosa ou Estilhaada - Quando o mineral se rompe mostrando estilhaos ou fibras.

  • Serrilhada - Quando o mineral se rompe segundo uma superfcie denteada, irregular, com bordas cortantes.

    Desigual ou Irregular - Quando o mineral se rompe formando superfcies rugosas e irregulares.

    3.4) Dureza:

    A dureza de um mineral (designada por D) a resistncia que sua superfcie lisa oferece ao ser riscada por outro mineral, por uma lima ou um canivete. A dureza tambm depende da estrutura interna do cristal: quanto mais fortes as foras de unio entre seus tomos, tanto mais duro ser o mineral. O grau de dureza de um mineral expressado por um nmero, que significa a facilidade ou dificuldade de ser riscado, em comparao aos outros minerais. Na escala seguinte, os minerais esto dispostos na ordem crescente de sua dureza:

    1- Talco 6- Ortoclsio

    2- Gipso 7- Quartzo

    3- Calcita 8- Topzio

    4- Fluorita 9- Corndon

    5- Apatita 10- Diamante

    O talco, nmero 1 da escala, tem uma estrutura constituda de placas to debilmente unidas entre si que a presso dos dedos suficiente para fazer deslizar uma placa sobre a outra. Em contraste est o diamante, de maior grau de dureza da escala, constitudo de tomos de carbono to firmemente ligados entre si que nenhum outro mineral capaz de separ-los de modo a produzir um sulco na sua superfcie.

    3.5) Tenacidade:

    Conhece-se como tenacidade a resistncia que um mineral oferece ao ser rompido, esmagado, curvado ou rasgado. Em outras palavras, sua coeso. Os termos seguintes so usados para designar as vrias espcies de tenacidade dos minerais:

    Quebradio - Um mineral que se rompe ou pulveriza facilmente. Malevel - Um mineral que pode ser transformado em lminas delgadas

    por percusso. Sctil - Um mineral que pode ser cortado em aparas delgadas com um

    canivete. Dctil - Um mineral que pode ser estirado em forma de fios. Flexvel - Um mineral que se encurva e permanece na forma alterada

    mesmo aps cessar a presso sobre ele. Elstico - Um mineral que se encurva, mas retorna sua forma original

    aps cessar a presso sobre ele.

  • 3.6) Densidade:

    A densidade de um mineral (designada por d) o nmero que expressa a relao entre sua massa e o seu volume. A densidade depende da composio qumica do mineral e de sua estrutura cristalina. Quando o mineral tem um arranjo estrutural constante, sua densidade fixa. Porm, a densidade pode variar se o mineral apresentar espcimes com arranjos estruturais diferentes.

    3.7) Brilho:

    Chama-se brilho a aparncia geral da superfcie de um mineral luz refletida. Os termos seguintes so usados para designar os vrios tipos de brilho que um mineral pode ter:

    Vtreo - O mineral tem um brilho semelhante ao de um vidro. Resinoso - O mineral tem a apar6encia de uma resina ou verniz. Gorduroso - O mineral parece estar coberto por uma camada de

    gordura ou leo. Nacarado - O mineral tem a aparncia de uma prola. Sedoso - O mineral tem a aparncia da seda. Adamantino - O mineral tem um brilho como o do diamante.

    3.8) Cor:

    A cor de um mineral nem sempre uma propriedade definida e constante. Vrios fatores podem alterar a colorao exibida por um mineral, tais como uma mudana na composio qumica, a presena de impurezas, alteraes na sua superfcie etc. Por exemplo, a substituio progressiva do zinco pelo ferro na esfalerita mudar sua cor do brando, passando pelo amarelo e pelo castanho ao preto. Vrios outros minerais apresentam variaes de cor semelhante a esta. No entanto, existem alguns poucos minerais, como a fluorita, que apresentam grandes variao na cor, sem qualquer alterao aparente na composio.

    3.9) Trao ou Risco:

    A cor do p fino deixado por um mineral ao ser esfregado em uma pea de porcelana polida chama-se trao ou risco. Embora a cor do trao possa variar amplamente, ela usualmente constante. A placa de porcelana tem dureza aproximadamente 7 e, por isso, no pode ser riscada por minerais de maior dureza.

    3.10) Jogo de cores:

    Diz-se que um mineral apresenta um jogo de cores quando, ao vir-lo, vem-se vrias cores espectrais em rpida sucesso. Isto muito comum no diamante e na opala preciosa.

  • 3.11) Iridescncia:

    Um mineral iridescente quando mostra uma srie de cores espectrais em seu interior ou sobre uma superfcie. Uma iridescncia interna causada geralmente pela presena de pequenas fraturas ou planos de clivagem, ao passo que uma externa causada pela presena de uma pelcula ou revestimento superficial delgado.

    3.12) Opalescncia:

    Opalescncia a reflexo leitosa ou nacarada do interior de um cristal. Observa-se este fenmeno em algumas opalas, pedra-da-lua e olho-de-gato.

    3.13) Embaamento:

    Diz-se que um mineral exibe embaamento quando a cor da superfcie difere da do interior. Os minerais de cobre, a calcocita, a bornita e a calcoprita mostram com frequncia o embaamento depois que superfcies recentes foram expostas ao ar.

    3.14) Acatassolamento:

    Alguns minerais apresentam, sob a luz refletida, uma aparncia sedosa que resulta de muitas incluses dispostas paralelamente a uma direo cristalogrfica. Quando se lapida uma gema, na forma de cabucho, de um mineral destes, ele cruzado por um feixe de luz que forma ngulos retos com a direo das incluses. Esta propriedade, conhecida por acatassolamento, exibida pelo olho-de-gato, uma variedade gemolgica do crisoberilo.

    3.14) Asterismo:

    Alguns cristais, especialmente os do sistema hexagonal, quando vistos na direo do eixo vertical, mostram raios de luz como uma estrela. Este fenmeno, chamado asterismo, origina-se de peculiaridades de estrutura ao longo das direes axiais ou de incluses dispostas em ngulos retos quanto a estas direes. O exemplo notvel a safira astrica ou estrelada.

    3.14) Pleocrosmo:

    Alguns minerais possuem uma absoro seletiva da luz nas diferentes regies cristalogrficas, podendo, assim, aparecer com vrias cores, quando vistos em diferentes direes na luz transmitida. Conhece-se esta propriedade como pleocrosmo. Exemplos comuns so a turmalina, a cordierita e o espodumnio.

    3.14) Luminescncia:

    Denomina-se luminescncia qualquer emisso de luz por um mineral, que no seja o resultado direto da incandescncia. Na maioria dos casos a

  • luminescncia tnue, podendo ser observada somente no escuro. Existem vrios tipos de luminescncia:

    Triboluminescncia - O mineral se torna luminoso ao ser esmagado, riscado ou esfregado. Geralmente so minerais no-metlicos, anidros e de boa clivagem. Ex: fluorita, pectolita, calcita, ambligonita, feldspato, esfalerita e lepdolita.

    Termoluminescncia - O mineral emite luz visvel quando aquecido a uma temperatura abaixo do vermelho. Tambm ocorre geralmente em minerais no-metlicos e anidros. Ex: fluorita, calcita, feldspato, lepidolita, escapolita e apatita.

    Fluorescncia e Fosforescncia - Os minerais que se tornam luminescentes durante a exposio luz ultravioleta, aos raios X ou aos raios catdicos so fluorescentes. Diz-se que um mineral fosforescente se a luminescncia perdura aps a interrupo dos raios excitantes.

    3.14) Diafaneidade:

    Conhece-se por diafaneidade a propriedade que alguns minerais tm de permitirem que a luz os atravesse. Usa-se os seguintes termos para designar os diferentes graus dessa propriedade:

    Transparente - O contorno de um objeto visto atravs do mineral perfeitamente definido.

    Translcido - No se consegue distinguir exatamente um objeto atravs dele, mas pode-se enxergar formas embaadas.

    Opaco - O mineral opaco quando a luz no consegue atravess-lo, mesmo em suas bordas mais delgadas.

    3.14) Refrao da luz:

    O poder de refrao da luz que um mineral possui tem muitas vezes efeito distinto sobre a aparncia do mineral. As substncias com um ndice de refrao (n) alto, pouco comuns, tm aparncia difcil de definir, falando-se geralmente em brilho adamantino. Alguns espcimes de diamante (n = 2,419) e de cerussita (n = 2,1), por exemplo, possuem uma cintilao to intensa que chegam a apresentar aparncia de ao, que os minerais de ndice de refrao baixo no possuem. Muitos minerais no-opacos possuem um ndice de refrao prximo de 1,5 o que lhes d o brilho de vidro, designado como vtreo. Bons exemplos desses minerais so o quartzo e o feldspato.

    3.14) Dupla refrao da luz:

    Todos os minerais cristalinos, exceto os que pertencem ao sistema isomtrico, mostram o fenmeno da dupla refrao da luz. Isto , quando um raio luminoso penetra num desses minerais, desdobra-se em dois raios divergentes, cada um deles caminhando atravs do mineral com velocidade caracterstica e tendo seu ndice de refrao prprio. Na maioria dos minerais, essa dupla refrao to pequena que s pode ser determinada com

  • aparelhos especiais. A calcita, no entanto, exibe dupla refrao to forte que pode ser observada facilmente.

    3.14) Piezeletricidade:

    Diz-se que um cristal possui piezeletricidade quando se desenvolve uma carga eltrica na sua superfcie, ao exercer-se presso noas extremidades de um de seus eixos. Somente podem mostrar esta propriedade os minerais que se cristalizam em classes de simetria a que falta um centro da mesma, tendo assim, eixos polares. O quartzo provavelmente o mineral piezeltrico mais importante, pois uma presso extremamente leve, paralelamente a um eixo, pode ser revelada pela carga eltrica produzida. Por causa disso, emprega-se o quartzo amplamente em placas cuidadosamente orientadas para controlar a frequncia do rdio. Tem-se tambm utilizado a turmalina, em menor escala, na construo de aferidores de presso.

    3.15) Pireletricidade:

    Chama-se pireletricidade o desenvolvimento simultneo de cargas eltricas positiva e negativa nas extremidades opostas de um eixo do cristal, sob condies adequadas de alterao da temperatura. Somente apresentam esta propriedade os cristais que possuem um nico eixo polar.

    3.16) Magnetismo:

    Diz-se que possuem magnetismo os minerais que, em seu estado natural, so atrados por um m. Os dois nicos minerais comuns magnticos so a magnetita e a pirotita. Existe uma variedade de magnetita que tem por si prpria o poder de atrao e a polaridade de um m verdadeiro. Muitos outros minerais, especialmente os que contm ferro, so atrados pelo campo magntico de um eletrom poderoso.

    PETROGRAFIA

    1- Rochas gneas ou Magmticas

    As rochas gneas constituem cerca de 80% da crosta terrestre, tanto nos continentes quanto nas bacias ocenicas. estas rochas resultam da solidificao de uma fuso de silicatos denominada magma (lava), proveniente do ncleo do planeta. H dois tipos de rochas gneas: as extrusivas e as intrusivas.

    Extrusivas - As rochas extrusivas so geradas pelo extravasamento de matria magmtica para a superfcie da terra atravs dos vulces. Os derrames de lava, por exemplo, so extruses magmticas e a cinza vulcnica, que pode ser conter fragmentos da rocha encaixante, magma expelido separadamente durante a extruso, como consequncia da expanso explosiva de gases provocada pelo alvio de presso.

  • Intrusivas - As rochas intrusivas so produzidas pela cristalizao de magmas que no atingiram a superfcies da crosta terrestre. Estas rochas geralmente sofrem resfriamento mais lento que as extrusivas equivalentes e retm mais seus constituintes volteis dissolvidos. Em consequncia desse fato, as rochas intrusivas contm minerais de granulao* maior (rochas fanerticas) e maior proporo de fases hidratadas que as rochas extrusivas de granulao fina (rochas afanticas).

    As rochas gneas exibem variaes limitadas de composio. O principal xido constituinte a slica (SiO2), cuja porcentagem em peso varia entre 45 e 75% nos tipos mais comuns. Em rochas nas quais o contedo de slica baixo, ditas subsilicosas, so abundantes os minerais escuros contendo ferro e magnsio. Rochas ricas em slica so geralmente de colorao clara, ditas silicosas ou flsicas, e a quantidade de minerais ferro-magnesianos relativamente baixa.

    O tamanho final de um gro de um mineral depende da quantidade do material que supriu suas faces de crescimento e foi depositado durante a solidificao da fuso. Esta quantidade, por sua vez, resultado de vrios fatores, tais como a concentrao dos componentes da soluo em fuso, a facilidade com que o material de fuso circula para o local onde se efetua a cristalizao, as velocidades de difuso dos componentes necessrios atravs do magma e a velocidade de resfriamento. Alta temperatura, resfriamento lento e presena de constituintes volteis que aumentam a fluidez, promovem o desenvolvimento de minerais de granulao grossa.

    * Para os propsitos deste estudo, entende-se como granulao grossa aquela cujos gro so maiores que 5 mm e granulao fina aquela cujos gros so menores que 1 mm

    2- Intemperismo

    Denomina-se intemperismo ou meteorizao o conjunto de processos fsicos e qumicos que ocasionam a desintegrao e a decomposio das rochas e dos minerais devido ao de agentes geolgicos e biolgicos. O fator principal de desintegrao fsica a variao de temperatura, que provoca dilatao e contrao heterogneas, ativadas em presena de gua e temperaturas inferiores a 0o C (congelamento). Razes de plantas, cristalizao de sais, hidratao etc. tambm provocam desintegrao mecnica. Os fatores da decomposio qumica so a gua (contendo gases e ons dissolvidos), os agentes biolgicos e seus produtos orgnicos. Pelo intemperismo qumico formam-se minerais novos, estveis nas condies da superfcie, e que futuramente daro origem ao solo.

    2.1) Intemperismo fsico:

    Os processos de intemperismo fsico mais importantes so:

    A expanso diferencial por alvio de presso quando a rocha exposta superfcies;

  • O crescimento de cristais estranhos em fraturas ou poros da rocha (congelamento de gua ou cristalizao de sais);

    A contrao e expanso diferenciais durante rpido ou desigual aquecimento ou resfriamento.

    Cada um destes processos afeta de maneira diferente os vrios tipos de rochas.

    As plantas podem atuar como agentes de intemperismo mecnico, quando o crescimento de suas razes exercem presso sobre uma rocha, desde que a rocha possuam fendas por onde possam penetrar as razes e a resistncia oferecida pela rocha no seja muito grande. Assim, as razes crescem ao longo de zonas de menor resistncia e acomodam-se nas pequenas irregularidades das fraturas. As razes vegetais tambm atuam fortemente separando as rochas, sob ao de ventos fortes, que balanam suas copas e fazem com que a raiz "empurre" a rocha para o lado oposto ao sentido do vento.

    2.2) Intemperismo biolgico:

    A atividade orgnicas de bactrias, fungos, lquens, algas e musgos tomam parte na decomposio das rochas pela ao dos seus metablitos (CO2, nitratos, cidos orgnicos etc).

    2.3) Intemperismo qumico:

    A superfcie das rochas podem ser mantidas midas e quimicamente ativas pela matria mineral em decomposio ou por outras impurezas adicionadas pela gua. O intemperismo qumico caracterizado pela reao qumica entre os minerais da rocha e solues aquosas diversas. As rochas, quando expostas superfcies, tendem a se intemperizar por reaes exotrmicas, como a oxidao, mais comum, que provoca aumento de volume na rocha. Outras reaes comuns so a carbonatao, a hidratao, a troca de bases e a quelao. O poder da gua como solvente destas reaes e a sua tenso superficial so maiores que a de qualquer outro fluido.

    Na maioria dos casos, o intemperismo qumico pode ser dividido em trs estgios:

    1o estgio - Caracteriza-se pelo incio do ataque qumico rocha, que pode perder seu brilho e tornar-se embaada ou perder sua colorao caracterstica. A textura da rocha permanece inalterada.

    2o estgio - Os minerais so totalmente decompostos, mas a textura original da rocha ainda observada. O material resultante chamado saibro.

    3o estgio - Decomposio total da rocha, desaparecendo por completo sua textura original. O material resultante chama-se solo.

    A decomposio qumica das rochas no costuma ir alm do nvel de drenagem da regio. A grande maioria dos minerais decompe-se com o

  • tempo, transformando-se em outros minerais, mais estveis sob as condies da superfcie. O quartzo um dos minerais mais resistentes ao intemperismo qumico.

    Carbonatao - a decomposio pelo cido carbnico. O CO2 dissolvido em gua a forma mais comum desse processo:

    CO2 + H2O H2CO3 H+ + HCO3

    -

    A soluo cida provoca a decomposio da rocha e formam-se produtos solveis, facilmente removidos pela ao das chuvas. A gua fria ou sob presso dissolvem melhor o gs carbnico do que a gua quente. As reaes mais importantes desse tipo so as carbonataes dos feldspatos, que sempre formaro trs produtos finais: um mineral argiloso, slica em soluo e um carbonato ou bicarbonato de Na, K ou Ca em soluo. A maior parte do K liberado por hidrlise absorvida pelas plantas ou usada na composio do mineral argiloso. O Na e o Ca so muito comuns nas guas dos rios e a slica em soluo usada por organismos marinhos (diatomceas).

    Hidrlise - a decomposio pela gua, e ocorre principalmente em silicatos, facilmente intemperizveis, dissolvendo-os totalmente. Ex:

    Mg2SiO4 + 4 H2O 2 Mg2+ + 4 OH- + H4SiO4

    Qualquer reao que aumente a concentrao H+ na gua aumenta a eficincia da hidrlise (a carbonatao pode ser classificada como uma espcie de hidrlise).

    Hidratao - Nesse caso, molculas de gua so incorporadas ao retculo cristalino do mineral, causando uma expanso do volume desse mineral. A gua de hidratao pode ser eliminada aquecendo-se o mineral acima da temperatura de ebulio da gua. Muitos minerais argilosos so hidratados, e podem alternadamente hidratar-se e desidratar-se, dependendo da umidade disponvel: aps uma chuva eles se dilatam e incham, oprimindo o solo ou rocha, e durante uma seca eles se contraem-se e fragmentam-se.

    3- Rochas Sedimentares

    As rochas sedimentares constituem cerca de apenas 5% do volume da crosta terrestre. Entretanto, cerca de 3/4 da superfcie das plataformas continentais e uma proporo consideravelmente mais elevada no fundo de bacias ocenicas esto encobertos por delgadas camadas de sedimentos. As rochas sedimentares tm grande importncia econmica, uma vez que nelas encontra-se grande parte da riqueza mineral do mundo, tais como carvo, petrleo, gs natural, combustveis nucleares e vrios minerais metlicos. Sedimentos so deposies de materiais que resultaram da decomposio, desagregao e retrabalhamento, de rochas existentes e de origens diversas. Os sedimentos podem ser clsticos, quando resultam da deposio mecnica, ou qumicos (e bioqumicos), quando o material depositado provm da precipitao de solues inorgnicas ou orgnicas.

  • Todas as rochas sedimentares resultam dos seguintes processos: (I) Intemperismo da rocha geradora, (II) Transporte, comumente em ambiente aquoso, (III) Deposio e (IV) Litificao, isto , conjunto de processos de compactao e cimentao pelos quais o sedimento original inconsolidado se converte num agregado mais coerente - a rocha. O estado de agregao de um sedimento depende em grande parte do modo com que o material transportado da fonte original at a rea de deposio. O acmulo rpido de material clstico d como resultado depsitos pouco laminados ou mesmo macios. Os depsitos clsticos de precipitao qumica, produzidos lentamente, formam sedimentos estratificados. A taxa e velocidade de deposio do material slido transportado uma funo da topografia, clima, vegetao e da constituio qumica e mineralgica da rocha original. O processo de compactao do sedimento (litificao), provocada pelo peso de sobrecarga, diminui a porosidade e resulta na deformao dos gros de minerais maleveis e num enlaamento dos constituintes minerais.

    Entre as rochas clsticas so definidos quatro grupos principais, de acordo com as dimenses dos fragmentos:

    Conglomerados e Cascalhos - Os gros possuem dimenses superiores a 2 mm

    Arenitos - Os gros mais abundantes possuem dimenses entre 1/16 e 2 mm

    Siltitos - Os gros possuem dimenses entre 1/256 e 1/16 mm Argilitos - Os gros possuem dimenses inferiores a 1/256 mm

    No caso dos siltitos e arenitos, as superfcies de acamamento geralmente so ntidas e contnuas, sendo a rocha denominada folhelho.

    Os sedimentos, ao contrrio das rochas gneas, mostram uma surpreendente e ampla gama de composio qumica. Isso porque, tanto as propriedades mecnicas quanto as qumicas dos constituintes minerais, como tambm a sequncia erosiva tm influncia sobre o depsito final.

    4- Rochas Metamrficas

    Metamorfismo o processo pelo qual rochas gneas ou sedimentares sofrem transformao na composio mineralgica, na estrutura e textura. Estas transformaes ocorrem sob condies fsicas e qumicas diferentes, tanto daquelas em que a rocha se originou, quanto das que prevalecem superfcie da crosta terrestre. A ao do intemperismo e as reaes de altas temperaturas, nas quais h fuso parcial de material, no se enquadram como metamorfismo. Portanto, as rochas metamrficas originam-se de rochas que sofreram alteraes nas configuraes mineralgicas e texturais, provocadas por modificaes no ambiente em que foram geradas.

    As rochas metamrficas, que constituem cerca de 15% da crosta terrestre, so produtos resultantes de condies intermedirias entre aquelas das rochas gneas e as das rochas sedimentares. De um lado, passam pelo processo de diagnese, fenmeno sedimentar mas tambm confundem-se com

  • magmas, nos casos de intenso metamorfismo. Dois so os processos principais de metamorfismo possveis de serem distinguidos: deslocamento mecnico e recristalizao qumica. No primeiro esto includos atrito, cisalhamento e deformao plstica de uma rocha preexistente. este fenmeno reflete o reajustamento do material ou deformao, como resposta ao de presses diferenciais ou esforos. A recristalizao se d quando, em consequncia de modificaes de temperatura e presso ou ambiente qumico, h quebra do equilbrio qumico na assembleia mineralgica preexistente.

    A maioria das rochas metamrficas exibe feies planares, com camadas muitas vezes ntidas. A origem dessa estrutura orientada provavelmente est relacionada fluidez e rotao dos gros minerais que acompanham os processos de compresso e cisalhamento. Alm disso, possvel que um campo de esforo favorea o crescimento de minerais com determinadas orientaes cristalogrficas.

    4.1) Rochas cataclsticas:

    O processo metamrfico por deformao mecnica conhecido como cataclase, e as rochas nas quais o fraturamento mecnico predominante so denominadas rochas cataclsticas. Como consequncia da recristalizao e interao qumica no serem to intensas nessas rochas, as estruturas planares e lineares existentes devem ter se formado principalmente por cisalhamento e alinhamento dos fragmentos do material preexistente.

    4.2) Rochas metamrficas de contato:

    Contrastando com as rochas cataclsticas, que so formadas predominantemente por deformao mecnica, as rochas metamrficas de contato so geradas por um aumento pronunciado de temperatura e na ausncia de esforos diferenciais. Estas rochas esto localizadas como aurolas (de estruturas concntricas) ao redor de corpos de rochas gneas situadas na parte mais externa da crosta. Em tais ambientes localizados relativamente prximos superfcies, a diferena de temperatura da rocha encaixante e um magma intrusivo a uma determinada profundidade, ou seja, a uma presso constante, atinge o mximo. As intruses de rochas plutnicas de pequena profundidade se do em temperaturas prximas a 1000o C, e as rochas da crosta situadas a poucos quilmetros abaixo da superfcie so relativamente frias, com temperaturas de cerca de 200o C.

    A recristalizao de rochas adjacentes a intruses de pouca profundidade geralmente no produz uma orientao preferencial dos minerais, em virtude da inexist6encia de deformao pronunciada. Nesse caso os minerais apresentam-se entrelaados em mosaico, no direcional. As zonas mais internas do contato caracterizam-se por rochas de granulao grossa que tipicamente contm minerais anidros em rochas de composio total diferente. Por outro lado, as zonas mais externas contm fases portadoras de volteis.

  • 4.3) Rochas de metamorfismo regional:

    As variedades de rochas metamrficas de distribuio mais ampla so as que se desenvolvem em escala regional, resultantes tanto de deformaes quanto de reaes qumicas: as rochas de metamorfismo regional. Estas rochas, tal como as rochas metamrficas de contato, geralmente mostram sequncias zonais progressivas, nos quais se nota variao de rochas de granulao fina, conjunto de minerais ricos em volteis, rochas de granulao grossa e associao da fase anidra. Ao contrrio do que existe nas aurolas de contato, as zonas que se desenvolvem por metamorfismo regional so pronunciadamente largas, indicando mudanas laterais e verticais gradativas das condies fsicas, durante o metamorfismo regional.

    MINERALOGIA DESCRITIVA

    1- Silicatos

    Albita - NaAlSi3O8 - Ocorre nos diques pegmatticos, podendo ser encontrada em cristais e substituindo o ortoclsio mais precoce. Cristaliza-se no sistema triclnico pinacoidal, com cristais de ordinrio, tabulares, algumas vezes prismticos, alongados em direo paralela ao eixo b do cristal. Frequentemente os cristais so germinados. O mineral possui um brilho vtreo a nacarado, sendo incolor, branco ou acinzentado, com menor frequncia, amarelada, esverdeada ou vermelha. A dureza 6 e a densidade 2,62.

    Almandina - Fe3Al2 (SiO4)3 - Ocorre especialmente nos mica-xistos. Cristaliza-se no sistema isomtrico hexaoctadrico. As formas mais comuns so a dodecadrica e trapezodrica, muitas vezes em combinao de ambas. Ocorre geralmente sob a forma de gros arredondados nas areias dos rios e dos mangues. A almandina preciosa transparente, com um colorido vermelho intenso, e a comum translcida, com um colorido vermelho-acastanhado. O mineral tem um brilho vtreo a resinoso, o trao branco, a dureza varia de 6,5 a 7,5 e a densidade 4,25.

    Andradita - Ca3Fe2 (SiO4)3 - Ocorre principalmente em certas rochas gneas. As formas mais comuns so a dodecadrica e trapezodrica, muitas vezes em combinao de ambas. Ocorre geralmente sob a forma de gros arredondados nas areias dos rios e dos mangues. O mineral tem um brilho vtreo a resinoso e a cor varia em matizes do amarelo, verde, pardo ou preto. O trao branco, a dureza varia de 6,5 a 7,5 e a densidade 3,75.

    Anortita - CaAl2Si2O8 - encontrada nas rochas ricas em minerais escuros: nas drusas dos blocos de lavas e nos calcrios granulares dos depsitos metamrficos de contato. Cristaliza-se no sistema triclnico pinacoidal, com cristais de ordinrio, tabulares, algumas vezes prismticos, alongados em direo paralela ao eixo c do cristal. Frequentemente os cristais so germinados. O mineral possui um brilho vtreo a nacarado, sendo incolor,

  • branco ou acinzentado, com menor frequncia, amarelada, esverdeada ou vermelha. A dureza 6 e a densidade 2,76.

    Antofilita - (Mg, Fe)7 (Si8O22) (OH)2 - Ocorre nos xistos cristalinos, cristalizando-se no sistema ortorrmbico, em cristais normalmente lamelares ou fibrosos, raramente ntidos. O mineral translcido, de cor acinzentada ou variando em matizes do verde ao castanho, e apresenta um brilho vtreo. A clivagem perfeita, dureza entre 5,5 e 6 e densidade 2,85 a 3,2. Ao fundir-se produz um esmalte negro, magntico.

    Augita - (Ca, Na) (Mg, Fe''', Fe''', Al) (Si, Al)2 O6 - Ocorre principalmente nas rochas gneas de colorao escura, especialmente naquelas provindas de magmas ricos em ferro, clcio e magnsio. Cristaliza-se no sistema monocnico, prismtico. Os cristais so geralmente lamelares e granulares, com grnulos oscilando entre grossos e finos, sendo comum a germinao. O mineral translcido, possui brilho vtreo e transmite luz apenas nas bordas finas. A cor varia de verde a preto. A clivagem pode ser boa, frequentemente interrompida. A dureza varia de 5 a 6 e a densidade 3,2 a 3,4.

    Biotita - K (Mg, Fe)3 (AlSi3O10) (OH)2 - Ocorre nas rochas gneas, especialmente naquelas em que o feldspato predominante, tais como granito e o sienito. Ocorre tambm em belos cristais em blocos includos nas lavas do Vesvio. Cristaliza-se no sistema monoclnico, em cristais tabulares ou prismticos curtos, com planos basais ntidos. O mineral possui um brilho reluzente e a cor usualmente verde-escuro, podendo variar de castanho a preto, e mais raramente, amarelo-claro. Tem uma clivagem miccea perfeita, dureza entre 2,5 e 3 e densidade 2,8 a 3,2. A estrutura da biotita constituda de folhas de mica interestratificadas com molculas de gua.

    Clorita - Mg3 (Si4O10) (OH)2 . Mg3 (OH)6 - Resulta da alterao de silicatos que contm alumnio, ferro II e magnsio, tais como os piroxnios, os anfiblios, a biotita, a granada e o idocrsio. Ser encontrada onde as rochas, contendo esses minerais, sofreram alterao metamrfica. Cristaliza-se no sistema monoclnico, em cristais tabulares pseudo-hexagonais com planos basais bem desenvolvidos, semelhante aos cristais do grupo das micas. Mas cristais ntidos so raros. O mineral transparente ou translcido e possui um brilho vtreo a nacarado e a cor verde de vrias matizes. Tem uma clivagem perfeita, com lminas flexveis mas inelsticas, dureza de 2 a 2,5 e densidade de 2,6 a 2,9.

    Diopsdio - CaMg (Si2O6) - encontrado como mineral metamrfico de contato nos calcrios cristalinos, estando associado com a tremolita, escapolita, idocrsio, granada e titanita. Cristaliza-se no sistema monoclnico, prismtico e os cristais mostram seo transversal com oito lados ou quadrado. Tambm macios, lamelares, colunares ou granulares, frequentemente germinados polissinteticamente. O mineral transparente a translcido e possui um brilho vtreo. A cor varia de branco a verde claro e escurece com o aumento da quantidade de ferro. A clivagem prismtica imperfeita, a dureza varia de 5 a 6 e a densidade 3,2 a 3,6.

  • Enstatita - Mg2 (Si2O6) - comum nos piroxenitos peridotitos, gabros, noritos e basaltos. Cristaliza-se no sistema ortorrmbico, bipiramidal, usualmente em cristais fibrosos, macios ou lamelares. O mineral translcido e possui um brilho vtreo a nacarado ou submetlico e a cor varia de cinzento, pardo, amarelo ou branco esverdeado ao verde de oliva. A clivagem boa, a dureza 5,5 e a densidade varia de 3,2 a 3,5.

    Esfnio ou Titanita - CaTiO (SiO4) - Ocorre nos granitos, granodioritos, dioritos, gnaisse, clorita xisto, calcrio cristalino, sienitos e nefelina-sienitos. Cristaliza-se no sistema monoclnico, em cristais variados, muitas vezes com plano basal ntido, inclinado acentuadamente em combinao com um prisma vertical curto e um prisma de quarta ordem. Produz um cristal delgado, configurado em cunha, usualmente bem cristalizado ou lamelar. O mineral transparente a translcido e possui um brilho resinoso adamantino. A cor varia de cinza, castanho, amarelo, verde e preto. A dureza varia de 5 a 5,5 e a densidade de 3,4 a 3,55.

    Espessartita - Mn3Al2 (SiO4)3 - Ocorre na rocha gnea, rilito. Cristaliza-se no sistema isomtrico hexaoctadrico. As formas mais comuns so a dodecadrica e trapezodrica, muitas vezes em combinao de ambas. Ocorre geralmente sob a forma de gros arredondados nas areias dos rios e dos mangues. O mineral tem um brilho vtreo a resinoso e a cor varia do castanho ao vermelho. O trao branco, a dureza varia de 6,5 a 7,5 e a densidade 4,18.

    Estaurolita - Fe2Al9O7 (SiO4)4 (OH) - Ocorre nos xistos cristalinos, ardsia e, em alguns casos, nos gnaisses, associado muitas vezes com a granada, a cianita e a turmalina. Cristaliza-se no sistema ortorrmbico, comumente, em cristais germinados em forma de cruz, raramente macios. O mineral translcido e possui um brilho resinoso a vtreo, em material puro e recente, e muitas vezes opaco a terroso, quando alterado ou impuro. A cor varia de castanho-vermelho a preto-acastanhado. A dureza varia de 7 a 7,5 e a densidade de 3,65 a 3,75.

    Grossulria - Ca3Al2 (SiO4)3 - Ocorre principalmente como produto do metamorfismo de contato ou regional nos calcrios cristalinos. As formas mais comuns so a dodecadrica e trapezodrica, muitas vezes em combinao de ambas. Ocorre geralmente sob a forma de gros arredondados nas areias dos rios e dos mangues. O mineral tem um brilho vtreo a resinoso e a cor varia de branco, verde, amarelo, castanho e vermelho-plido. O trao branco, a dureza varia de 6,5 a 7,5 e a densidade 3,53.

    Hornblenda - Ca2Na (Mg, Fe'')4 (Al, Fe''', Ti) (Al, Si)8 O22 (O, OH)2 - Ocorre tanto nas rochas gneas quanto nas metamrficas, sendo constituinte principal da rocha anfibolito. Cristaliza-se no sistema monoclnico, prismtico. Os cristais podem ser colunares, fibrosos ou granulados com grnulos grossos a finos. O mineral possui um brilho vtreo, muitas vezes sedoso, e a cor varia em matizes do verde-escuro ao negro. Tem clivagem perfeita, dureza entre 5 e 6 e densidade 3,2.

  • Leucita - K (AlSi2O6) - Ocorre principalmente em rochas gneas, usualmente em lavas recentes. Encontra-se em rochas nas quais a quantidade de slica do magma foi insuficiente para combinar com o potssio para formar o feldspato. Cristaliza-se no sistema pseudo-isomtrico, em cristais distintos, tambm em gros disseminados. O mineral possui brilho vtreo a opaco, e a cor varia de branco a cinzento. A dureza varia de 5,5 a 6 e a densidade 2,45 a 2,5.

    Moscovita - KAl2 (AlSi3O10) (OH)2 - Encontra-se revestindo as cavidades nos granitos onde se formou pela ao dos vapores mineralizantes durante os ltimos estgios da formao da rocha. Ocorre tambm no xisto, gnaisse, sienito etc. Cristaliza-se no sistema monoclnico, prismtico, em cristais bem desenvolvidos, comparativamente raros. Ocorre em cristais tabulares com base ntida. O mineral possui um brilho vtreo a nacarado. Em algumas rochas xistosas, ocorre sob a forma de agregados fibrosos de escamas minsculas e de brilho sedoso, mas no mostra plenamente a verdadeira natureza do mineral. Essa variedade, conhecida como sericita, usualmente o produto da alterao do feldspato. Em folhas delgadas apresenta-se incolor e transparente, e em blocos mais espessos, translcido, com matizes claros do amarelo, castanho, verde e vermelho. A clivagem extremamente perfeita, permitindo o desdobramento do mineral em folhas muito finas. A dureza varia de 2 a 2,5 e a densidade 2,76 a 3,1.

    Microclnio - K (AlSi3O8) - Ocorre do mesmo modo que o ortoclsio, mas cristaliza-se no sistema triclnico pinacoidal. Os cristais podem tambm ser germinados, como no ortoclsio. O mineral possui um brilho vtreo, e cor branca a amarelo-parda, mais raramente vermelho. O microclnio verde conhecido como amazonita. Possui clivagens m, dureza 6 e densidade de 2,54 a 2,57. Distingue-se do ortoclsio somente determinando-se a presena da germinao triclnica, o que raramente pode ser verificado sem a ajuda do microscpio.

    Nefelina - (Na, K) (AlSiO4) - Ocorre em algumas lavas recentes e cristaliza-se no sistema hexagonal piramidal, raramente em pequenos cristais prismticos com o plano basal. Em alguns casos mostra planos piramidais. Quase invariavelmente macia, compacta e em grnulos disseminados. A variedade macia muitas vezes denominada eleolita, por causa do seu brilho graxo. O mineral pode ser incolor ou variar de branco a amarelado. A variedade macia pode ser cinzenta, esverdeada e avermelhada. A clivagem distinta e a dureza varia de 5,5 a 6 e a densidade 2,55 a 2,65.

    Olivina - (Mg, Fe)2 (SiO4) - Ocorre principalmente em rochas gneas ferromagnesianas, escuras, como o gabro, o peridotito e o basalto. Uma rocha conhecida como dunito constituda quase inteiramente de olivina. encontrada tambm como gros vtreos nos meteoritos. Cristaliza-se no sistema ortorrmbico bipiramidal. Os cristais so usualmente uma combinao dos trs prismas, dos trs pinacides e da bipirmide, muitas vezes achatados. O mineral transparente a translcido, possui um brilho vtreo e a cor varia de castanho ou verde da oliva a verde acinzentado. Apresenta fratura concide, dureza variando de 6,5 a 7 e densidade de 3,27 a 4,37.

  • Ortoclsio - K (AlSi3O8) - Ocorre em muitos tipos de rochas, principalmente em granitos, sienitos, nefelina-sienitos, arcsio, em certos arenitos, conglomerados e gnaisses. Cristaliza-se no sistema monoclnico, em cristais de ordinrio, de hbito prismtico e alongados paralelamente ao eixo a ou ao eixo c. Frequentemente apresentam-se em cristais germinados. O mineral possui um brilho vtreo, podendo ser incolor, branco, cinza ou vermelho. Possui trao branco e duas clivagens distintas: uma perfeita e a outra boa. A dureza 6 e a densidade 2,57. Algumas adulrias mostram um jogo de cores opalescente, sendo denominadas pedra-da-lua.

    Pirofilita - Al2 (Si4O10) (OH)2 - Ocorre em rochas metamrficas, frequentemente com a sienita. Cristaliza-se no sistema monoclnico, prismtico. Os cristais so laminados, no ntidos, tambm granulares a compactos. O mineral translcido, de brilho nacarado a gorduroso e a cor branca, verde, cinza ou parda. A clivagem perfeita, com lminas flexveis mas no elsticas. A dureza varia de 1 a 2 e densidade de 2,8 a 2,9.

    Piropo - Mg3Al2 (SiO4)3 - Ocorre nas rochas peridotticas e nas serpentinas delas derivadas. Cristaliza-se no sistema isomtrico hexaoctadrico. As formas mais comuns so a dodecadrica e trapezodrica, muitas vezes em combinao de ambas. Ocorre geralmente sob a forma de gros arredondados nas areias dos rios e dos mangues. O mineral transparente a translcido e tem um brilho vtreo a resinoso. A cor varia de um vermelho intenso a quase preto. O trao branco, a dureza varia de 6,5 a 7,5 e a densidade 3,51.

    Quartzo - SiO2 - Ocorre como constituinte importante das rochas gneas que contm um excesso de slica, tais como granito, rilito e pegmatito. Ocorre tambm em rochas metamrficas, como gnaisses e xistos. Frequentemente encontra-se associado ao feldspato e moscovita. O quartzo ocorre em grandes quantidades como areia nos leitos dos rios e sobre as praias. Cristaliza-se em duas maneiras: Quartzo-a (hexagonal-R, trigonal, trapezodrico) e Quartzo-b (hexagonal- trapezodrico). Os cristais so comumente prismticos com as faces do prisma estriadas horizontalmente. Alguns cristais so malformados, mas o reconhecimento das faces do prisma por suas estriaes horizontais ajuda na orientao do cristal. O mineral possui um brilho vtreo ou, em algumas espcies, gorduroso. transparente a translcido, e habitualmente incolor ou branco, mas frequentemente colorido por diversas impurezas. Tem fratura concide, dureza 7 e densidade 2,65.

    Serpentina - Mg6 (Si4O10) (OH)8 - Ocorre frequentemente associada com a magnesita, cromita e magnetita, encontrada sob a forma de partculas disseminadas, sendo, em alguns casos, a principal constituinte da rocha. Solidifica-se no sistema monoclnico, prismtico, e no se conhecem cristais, exceto os pseudomorfos. Pode ser encontrada em duas variedades: uma em placas, chamada antigorita, e outra fibrosa, chamada crisotila. O mineral translcido e possui brilho gorduroso na variedade macia e sedoso na variedade fibrosa. A cor variegada, apresentando manchas verdes, uma mais

  • clara e outra mais escura. A dureza varia de 2 a 5 e a densidade cerca de 2,2 na variedade fibrosa e cerca de 2,65 na variedade macia.

    Sodalita - Na4 (AlSiO4)3 Cl - Ocorre associado com a nefelina, a cancrinita e outros feldspatides, em nefelina-sienitos, traquitos e fenlitos etc. Cristaliza-se no sistema isomtrico, hexatetradrico. Os cristais so raros, usualmente dodecadricos, comumente macios e em gros disseminados. O mineral transparente ou translcido, apresentando um brilho vtreo e cor usualmente azul, branco, cinzento e verde. A clivagem dodecadrica, a dureza varia de 5,5 a 6 e a densidade 2,15 a 2,3.

    Tremolita - Ca2Mg5 (Si8O22) (OH)2 - Ocorre frequentemente nos calcrios dolomticos cristalinos e nos talcos xistos, cristalizando-se no sistema monoclnico. Tem cristais normalmente lamelares ou em agregados colunares, radiados, e em alguns casos, em fibras sedosas. O mineral possui um brilho vtreo e a cor varia entre branco e verde-claro. Tem clivagem perfeita, dureza entre 5 e 6 e densidade 3 a 3,3. Quando o mineral apresenta quantidade de ferro superior a 2% chamado actinolita.

    Turmalina - Na, Ca (Al, Fe''', Li, Mg)3 Al6 (BO3)3 (Si6O18) (OH)4 - Ocorre mais comumente nos pegmatitos granticos e nas rochas que circundam esses depsitos. ocorre tambm em gnaisses, xistos e calcrios cristalinos. Cristaliza-se no sistema hexagonal-R piramidal-ditrigonal. Os cristais so geralmente prismticos com prisma trigonal dominante e um prisma hexagonal de segunda ordem. O mineral possui brilho vtreo e resinoso e a cor variada: preta, parda, belas matizes de vermelho, rosa, azul e amarelo, e raramente branca ou sem cor. A dureza varia de 7 a 7,5 e a densidade de 3 a 3,25.

    Uvarovita - Ca3Cr2 (SiO4)3 - Ocorre nas serpentinas, associada com a cromita. As formas mais comuns so a dodecadrica e trapezodrica, muitas vezes em combinao de ambas. Ocorre geralmente sob a forma de gros arredondados nas areias dos rios e dos mangues. O mineral tem um brilho vtreo a resinoso e a cor verde esmeralda. O trao branco, a dureza varia de 6,5 a 7,5 e a densidade 3,77.

    Zirco ou Zirconita - ZrSiO4 - Ocorre nos granitos, granodioritos, gnaisse, xisto, calcrio cristalino, sienitos e nefelina-sienitos. Cristaliza-se no sistema tetragonal bipiramidal-ditetragonal, em cristais que usualmente mostram uma combinao simples de prisma e bipirmide de primeira ordem. O mineral transparente a translcido e possui um brilho adamantino. A cor varia em matizes de castanho ou incolor, cinzento, verde e vermelho. Apresenta trao incolor, dureza 7,5 e densidade de 4,68.

    2- No-Silicatos

    Apatita - Ca5 (F, Cl, OH) (PO4)3 - Ocorre como constituinte acessrio em todas as classes de rochas gneas, sedimentares e metamrficas. Encontra-se tambm no pegmatito, nas massas de magnetita titanfera e associada com rochas alcalinas. Cristaliza-se no sistema hexagonal, bipiramidal e os cristais so de hbito prismtico longo, curtos ou tabulares. Tambm em massas

  • macias, granulares e compactas. O mineral transparente a translcido e possui um brilho vtreo a subresinoso. A cor varia em matizes do verde ou do castanho e tambm azul, violeta ou incolor. A clivagem m, a dureza varia de 5 a 6 e a densidade varia de 3,15 a 3,2.

    Calcita - CaCO3 - Ocorre principalmente como mineral de rocha, como depsitos em cavernas e como calcitas silcicas. Cristaliza-se no sistema hexagonal-R e escalenodrica-hexagonal. Os cristais so extremamente variados no hbito, muitas vezes altamente complexos (foram descritas mais de 300 formas diferentes). Os mais importantes so: prismtico, rombodrico e escalenodrico. O mineral transparente a translcido e possui um brilho vtreo a terroso. A cor usualmente branca ou incolor, podendo, entretanto, ser colorido variadamente. A clivagem perfeita, a dureza 3 sobre a clivagem e 2,5 sobre a base e a densidade 2,72.

    Cassiterita - SnO2 - Ocorre principalmente nas rochas gneas e pegmatitios, frequentemente associada com o quartzo nas rochas granticas ou prximo delas e com a wolframita. Cristaliza-se no sistema tetragonal, bipiramidal-ditetragonal. As formas mais comuns de cristal so a prismtica e a bipiramidal de segunda ordem, usualmente granular, macia. O mineral translcido, raramente transparente, tem brilho adamantino a submetlico e fosco. A cor usualmente castanho ou preto, raramente amarela ou branca. O trao branco, a dureza varia de 6 a 7 e a densidade de 6,8 a 7,1.

    Cinbrio - HgS - Ocorre como impregnaes e como enchimento de veios perto de rochas vulcnicas recentes e fontes termais. Cristaliza-se no sistema hexagonal-R, trapezodrico-trigonal. Os cristais so usualmente rombodricos, muitas vezes germinados de penetrao. Tambm encontram-se como grnulos ou incrustaes e disseminaes atravs da rocha. O mineral, quando puro, tem um brilho adamantino, e quando impuro chega a ser terroso, fosco. Quando puro a cor vermelha intensa e quando impuro, vermelha-pardacenta. transparente a translcido, tem trao acastanhado e clivagem perfeita. A dureza 2,5 e a densidade 8,1.

    Corndon - Al2O3 - Ocorre comumente como mineral acessrio nas rochas metamrficas, tais como calcrio cristalino, mica-xisto e gnaisse. Encontra-se tambm em rochas gneas como sienitos e nefelina-sienitos. Os minerais associados so frequentemente a clorita, as micas, a olivina, a serpentina, a magnetita, o espinlio, a cianita e o disporo. Cristaliza-se no sistema hexagonal-R escalenodrico. Os cristais so usualmente prismtico no hbito ou em pirmides hexagonais pontiagudas, podendo tambm mostrar faces rombodricas. O mineral transparente a translcido, com brilho adamantino a vtreo, e a cor varia em matizes de castanho, rosa ou azul, podendo ser branco, cinzento, verde, vermelho-rubi ou azul safira. Apresenta partio raramente prismtica ou produzindo ngulos quase cbicos. A dureza 9 e a densidade 4,02.

    Dolomita - CaMg (CO3)2 - Ocorre principalmente sob a forma de massas rochosas como calcrio dolomtico e seu equivalente cristalizado, mrmore dolomtico. Cristaliza-se no sistema hexagonal-R rombodrico. Os cristais so

  • o romboedro fundamental, mais raramente, um romboedro agudo e base. O mineral transparente a translcido, com brilho vtreo, nacarado em algumas variedades, e a cor varia do rseo cor da carne, mas pode ser incolor, verde, branco, castanho, cinzento ou preto. Tem clivagem perfeita, dureza de 3,5 a 4 e densidade 2,85.

    Fluorita - CaF2 - Ocorre principalmente como mineral de ganga, associado a minerais de chumbo ou prata, em dolomitos e calcrios, em rochas magmticas e pegmatitos. Cristaliza-se no sistema isomtrico hexaoctadrico. Ocorre geralmente em cristais ou em massas susceptveis de clivagem, ou macia de granulao grossa ou fina, e colunar. O mineral transparente a translcido, com brilho vtreo, e cor variando de verde claro, amarelo, verde azulado, purpreo, incolor, branco, rosas, azul e castanho. Algumas variedades de fluorita mostram o fenmeno da fluorescncia. Tem clivagem perfeita, dureza 4 e densidade 3,18.

    Galena - PbS - Ocorre geralmente associada com a esfalerita, pirita, marcassita, calcopirita, fluorita, calcita, barita, quartzo, cerussita, dolomita e anglesita. Cristaliza-se no sistema isomtrico, hexaoctadrico. Os cristais so geralmente cbicos e, mais raramente, dodecadricos ou trioctadricos. O mineral possui um brilho metlico reluzente, e cor cinza do chumbo. Apresenta trao tambm cinza do chumbo, clivagem perfeita, dureza 2,5 e densidade de 7,4 a 7,6.

    Goethita - HFeO2 - Ocorre em grandes quantidades como mantos laterticos residuais, resultantes da intemperizao de serpentinas. So encontrados tambm em calcrios portadores de ferro. Cristaliza-se no sistema ortorrmbico, bipiramidal. Os cristais so prismticos, distintos e estriados verticalmente, muitas vezes achatados paralelamente ao pinacide lateral. Tambm macios, aciculares, reniformes, laminados, estalactticos em agregados fibrosos radiais. O mineral subtranslcido, com brilho adamantino a opaco, sedoso em certas variedades, finamente escamosas ou fibrosas. A cor varia de castanho-amarelado a castanho escuro. Possui trao castanho-amarelado, clivagem perfeita, dureza de 5 a 5,5 e densidade 4,37.

    Grafita - Cn - Ocorre principalmente nas rochas metamrficas como calcrios cristalinos (mrmores), xistos e gnaisses. Cristaliza-se no sistema hexagonal, bipiramidal-dihexagonal. Os cristais so tabulares de contorno hexagonal com plano basal bem desenvolvido. Usualmente apresenta-se sob a forma de massas laminadas ou escamosas, podendo ser, no entanto, radiadas ou granulosas. O mineral tem brilho metlico, algumas vezes terroso ou opaco, de cor preta a cinzento do ao. Tem trao preto, clivagem perfeita, dureza de 1 a 2 e densidade 2,2.

    Hematita - Fe2O3 - Ocorre nos depsitos metamrficos de contato e como mineral acessrio, nas rochas gneas, feldspticas, tais como o granito. Substitui tambm em grande escala as rochas silcicas. Encontra-se desde escamas microscpicas at as massas enormes em relao com as rochas metamrficas regionais, onde se pode ter originado pela alterao da limonita, siderita ou magnetita. Cristaliza-se no sistema hexagonal-R, escalenodrico-

  • hexagonal. Os cristais so usualmente tabulares, entre espessos e delgados. Mais raramente, os cristais so nitidamente rombodricos, com ngulos quase cbicos. O mineral translcido, tem brilho metlico nos cristais e opaco nas variedades terrosas. A cor varia de castanho-avermelhado a preto. Tem trao vermelho-claro a escuro, que se torna preto pelo aquecimento. Apresenta partio com ngulos quase cbicos, dureza de 5,5 a 6,5 e densidade 5,26.

    Ilmenita - FeTiO3 - Ocorre frequentemente em files ou massas grandes como produto de segregao magmtica, associada com a magnetita, como acessrio nas rochas gneas e constituinte das areias pretas. Cristaliza-se no sistema hexagonal-R, rombodrico. Os cristais so usualmente tabulares, espessos, com planos basais acentuados e pequenos truncaturas rombodricas. Geralmente macios, compactos, em gros ou como areia. O mineral opaco, tem brilho metlico a submetlico, e a cor preta do ferro. Possui trao preto a vermelho-acastanhado, dureza de 5,5 a 6 e densidade 4,7. A Ilmenita pode ser magntica sem aquecimento.

    Limonita - FeO (OH) . n H2O - Ocorre geralmente associada aos minerais goethita, hematita, turgita, pirolusita, calcita e siderita. um mineral amorfo em massas mamilares a estalactticas, tambm em concrees nodular e terrosa. O mineral subtranslcido, de brilho vtreo e cor entre o castanho escuro e o preto. Possui trao castanho-amarelado, densidade de 3,6 a 4 e dureza de 5 a 5,5, podendo, quando finamente dividido, ter dureza aparente to baixa quanto 1.

    Magnesita - MgCO3 - Ocorre geralmente associada a rochas metamrficas como talco-xistos, clorita-xistos e mica-xistos. Tambm encontra-se em rochas sedimentares. Cristaliza-se no sistema hexagonal-R, escalenodrico-hexagonal, raramente em cristais. Usualmente criptocristalina em massas brancas, terrosas e compactas, e menos frequentemente em massas granulares susceptveis de clivagem, com granulao grossa a fina. O mineral transparente a translcido, tem brilho vtreo, e cor branca, cinzenta, amarela ou castanha. Possui clivagem perfeita, dureza de 3,5 a 5 e densidade de 3 a 3,2.

    Magnetita - Fe3O4 - Encontra-se distribudo sob a forma de um mineral acessrio em muitas rochas magmticas, como dioritos, gabros, peridotitos e tambm nas areias pretas das praias. Cristaliza-se no sistema isomtrico, hexaoctadrico, frequentemente em cristais de hbito octadrico, germinados ocasionalmente, usualmente macios granulares, com granulao grossa ou fina. O mineral opaco, tem brilho metlico e cor preta do ferro. Possui trao preto e partio octadrica em alguns espcimes. A dureza 6 e a densidade 5,18. O mineral fortemente magntico e comporta-se como um m natural, conhecido como lodestone.

    Monazita - (Ce, La, Y, Th) PO4 - Ocorre de maneira acessria nos granitos, gnaisses, aplitos e pegmatitos, e como gros rolados nas areias, resultante da decomposio dessas rochas. Tambm encontra-se associada a minerais resistentes e pesados, como a magnetita, a ilmenita, o rutlio e o zirco. Cristaliza-se no sistema monoclnico, prismtico. Os cristais so raros e

  • usualmente pequenos, achatados, e mais frequentemente em massas granulares ou como areia. O mineral translcido, tem brilho resinoso e cor castanho-amarelado a avermelhado. Apresenta clivagem m, dureza de 5 a 5,5 e densidade 5 a 5,3.

    Pirita - FeS2 - Ocorre como segregao magmtica direta e como mineral acessrio nas rochas gneas, tambm em depsitos de files e metamrficos de contato. Geralmente associa-se esfalerita, calcopirita e a galena. Cristaliza-se no sistema isomtrico, diplodrico. Os cristais so cbicos com faces estriadas piritodricos ou octadricos. Apresenta-se tambm na forma macia, granular, reniforme, globular e estalacttica. O mineral opaco, tem brilho metlico reluzente e cor amarelo do lato, plido, podendo ser escuro pelo embaamento. Possui trao esverdeado ou preto-acastanhado, quebradio, tem dureza 6,5 e densidade 5,02.

    Rutlio - TiO2 - Ocorre principalmente no granito, pegmatitos granticos, gnaisses, mica-xistos, calcrios metamrficos e dolomitas. Cristaliza-se no sistema tetragonal, bipiramidal-ditetragonal. Os cristais so prismticos com terminaes bipiramidais, frequentemente germinados, configurados em cotovelo. O mineral transparente ou subtranslcido, tem brilho adamantino a submetlico, e cor vermelha, castanho-avermelhada a preto. Tem trao castanho-plido, dureza de 6 a 6,5 e densidade 4,18 a 4,25.