A importância da avaliação da presença de micoplasma em cultura ...
Microbiologia - Micoplasma e Ureaplasma
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NÚCLEO DE SAÚDE DEPARTAMENTO DE MEDICINA DISCIPLINA DE MICROBIOLOGIA
DOCENTE: PROFA. DRA. JULIANA ZULIANIDISCENTE: ALESSANDRO FERNANDES AGUIARÁLVARO JOSÉ LEITE BRUNO GRANDE DA CUNHAGABRIELA TOLEDOJOÃO VITOR SLAVIEROSTEPHANO BACARJI JARDIM
PORTO VELHO - 2012
Mycoplasma
Histórico
1898: Identificados no Instituto Pasteur, em tecidos de gado com pleuro-pneumonia. Pleuro-pneumonia-like organisms ou PPLOs;
1937: Dienes e Edsall isolaram a bactéria de uma abscesso localizado numa glândula de Bartholin;
1944: Eaton et al isolaram o M. pneumoniae em jovens com pneumonia atípica;
1962: Demonstra-se definitivamente que a Mycoplasma pneumoniae era o agente etiológico da chamada pneumonia atípica primária;
1963: Chanock et al atribuiem o nome Mycoplasma à bactéria. (Myco = fungo).
Características gerais
Menores microrganismos com vida livre e auto-replicação (DOMINGUES, 2005);
Classe dos Mollicutes (mollis = mole, cutis = pele);
Genoma extremamente pequeno (600kb);
Todas espécies são parasitas ou saprófitas.
Características gerais
Família Mycoplasmataceae: contém 2 gêneros, Mycoplasma e Ureaplasma;
14 espécies capazes de colonizar ou causar doença no homem;
*Mycoplasma pneumoniae: doenças do trato respiratório;
Mycoplasma hominis, Mycoplasma genitalium e Ureaplasma urealyticum: doenças do trato genitourinário.
Fisiologia e estrutura
São as menores bactérias de vida livre medindo de 0,1 µm a 0,3 µm;
Sem parede celular*; Sua membrana contém esteróis; Crescimento: Anaeróbio facultativo
(exceção M. pneumoniae); Formam filamentos pleomórficos
(passavam em filtros de bactérias).
Fisiologia e estrutura
Divisão binária em Mycoplasma;
Possuem DNA e RNA; Crescimento em meio livre de células; Membrana + ribossomos + DNA (mínimo
p/ multiplicação).
Fisiologia e estrutura
- Crescimento lento (1-6h);
- Colônias em “ovo frito”;
- Visualização somente aoM. Eletrônico (0,2µm);
- Os principais determinantes antigênicos são os glicolipídios e proteínas de membrana.
Patogenia
Mecanismos de Patogenicidade Geral: Adesão; Utilização de metabólitos da célula
hospedeira; Liberação de produtos tóxicos tais como
peróxido de hidrogênio e amônia; Produção de enzimas: Fosfolipases,
proteases e outras; Indução a citocinas; Proteínas de variação de fase.
Patogenia
Mecanismos de patogenia do Mycoplasma pneumoniae:
Adêrencia: Adesinas; Estimulação de anticorpos circulantes e
secretores.
Patogenia
Mecanismos de patogenia do Mycoplasma hominis:
Possível variação antigênica – diversidade na patogenicidade;
Efeito citotóxico – metabolização da arginina.
Patogenia
Mecanismos de patogenicidade do Ureaplasma urealyticum:
Urease – produção de amônia; Fosfolipase A e C – alteração das
prostaglandinas; Protease – Quebra da IgA – invasão trato
genital;
EPIDEMIOLOGIA
MYCOPLASMA PNEUMONIAE
• Pneumonia é endêmica mundialmente, sem aumento consistente na atividade sazonal;
• Em contraste com outros agentes, é mais comum durante o verão e o outono;
• Surtos epidêmicos a cada 4 a 8 anos.
Mycoplasma pneumoniae
A doença é mais comum em crianças de idade escolar e adolescentes, contudo todos os grupos etários são suscetíveis;
Disseminação via secreção nasal e imunidade devido exposições prévias;
Verdadeira incidência não é conhecida pelo fato da doença não ser notificável;
EUA: Estima-se 2 milhões de casos de pneumonia e mais de 20 milhões de casos de outras doenças respiratórias anualmente.
Epidemiologia
Mycoplasma hominis: 15% dos homens e mulheres sexualmente ativos são colonizados;
Ureaplasma urealyticum: 45 a 75% dos homens e mulheres sexualmente ativos são colonizados;
Hábitos sexuais estão intimamente relacionados.
Síndromes Clínicas Trato Respiratório Mycoplasma pneumoniae
Trato Geniturinário Mycoplasma hominis Mycoplasma genitalium Mycoplasma fermentans Considerados
cofatores Mycoplasma penetrans da infecção pelo
HIV Mycoplasma pirum Ureaplasma urealyticum
M. pneumoniae Produz doença branda no trato respiratório superior que regride
lentamente. Doença grave no trato inferior em menos de 10% dos pacientes. Tempo de incubação: 3 semanas. Sinais e sintomas: febre baixa, mal-estar, cefaleia, tosse seca não
produtiva. Traqueobronquite (infiltração da passagem brônquica por linfócitos e
plasmócitos). Pneumonia atípica ou migratória. Broncopneumonia focal ( radiografia) Complicações:
Otite media; Eritema multiforme; Anemia hemolítica ; Patologias cardíacas (miocardite, pericardite); Infecções sistema nervoso central.
O MP é um dos agentes mais comuns da pneumonia adquirida na comunidade em crianças e jovens adultos em todo o mundo.
M. hominis Natural da flora comensal da vagina, geralmente assintomático.
Coloniza trato urogenital masculino com menos frequência.
Contribui para o desenvolvimento de vaginose bacteriana, DIP, pielonefrite e febre puerperal.
o Associações : uretrite ,cervicite, cistite, salpingite e abscessos tubo ovarianos.
o Isolado no líquido sinovial de pacientes com artrite e paciente com síndrome da fadiga crônica.
Riscos: Gestantes: pode causar partos prematuros, podendo ser
transmitido a cerca de 40% dos bebês nascidos de mães infectadas.
No recém-nascido infectado : meningites, abscesso cerebrais e conjuntivites.
Adultos imunodeprimidos: septicemia e artrite.
M. Genitalium Uretrite não gonocócica. Isolado com maior frequência em indivíduos
sintomáticos. Em homens com uretrite não gonocócica(UNG) e em mulheres com cervicite não causadas por Chlamydia trachomatis.
o Associações: Pneumonia : na cavidade naso - faríngea. E em
pessoas com poliartrite após pneumonia. Artrite reativa: no fluido sinovial. DIP (Doença Inflamatória Pélvica) e Salpingite. * M. pneumoniae : em imunodeprimidos com
sinusite, cistite e osteomielite . Co- fator na infecção pelo HIV e progressão da AIDS.
M. fermentas Encontrado: aparelho respiratório de crianças com
pneumonia, na medula óssea de doentes com leucemia e no liquido amniótico .
o Associações: artrite reumatoide ; doença respiratória aguda ; nefropatia em doentes com AIDS; transformações malignas
( pode levar ao aparecimento de carcinoma). Co- fator na infecção pelo HIV e progressão da AIDS.
M. penetrans Isolados na urina de indivíduos soropositivos para HIV. Pode induzir transformações malignas.
M. pirum Isolado apenas em doentes com infecção pelo HIV. (Não se sabe qual o seu local de colonização primário,
nem o seu modo de transmissão)
Ureaplasma sp
Assintomático em 40 a 80% nas mulheres sexualmente ativas.
Pode causar uretrites,cervicites,cistite.
o Associações: Complicações na gravidez; parto prematuro; Doenças pulmonares em prematuros com baixo
peso que contraíram o micro-organismo durante o nascimento;
Calculo urinário; prostratite ; epidimites; síndrome de Reiter; vaginose bacteriana; DIP.
Infecção disseminada em imunodeprimidos. Infertilidade.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Cultura
A microscopia não tem valor diagnóstico por deficiência na coloração;
M. pneumoniae pode ser isolado de lavados de garganta, brônquios ou escarro;
Cultivado em meio de cultura com soro, extrato de levedura, glicose, indicador de ph e penicilina.
Cultura
Teste lento e de baixa sensibilidade devido ao tempo de incubação;
Indisponível na maioria dos laboratórios; O M. hominis cresce de 1 a 4 dias e
metaboliza arginina e não glicose; O Ureaplasma requer uréia e seu meio de
crescimento deve ser altamente tamponado.
Diagnóstico molecular
Ensaios de PCR desenvolvidos para todas as espécies de Mycoplasma e Ureaplasma;
Sensibilidade excelente, especificidade mal definida;
Ensaios comerciais não disponíveis.
Sorologia
Fixação de complemento
Imunoensaio enzimático
Crioaglutinina
Sorologia- Fixação de complemento
Detecção de anticorpos específicos por fixação de complemento;
Padrão sorológico tradicional;
Pouca sensibilidade e especificidade;
Titulos anticorpo-antígeno com pico em 4 semanas e persistem de 6 a 12 meses.
Sorologia- Imunoensaio enzimático
Disponíveis para a detecção de IgM e IgG;
Multiplos ensaios de especificidade e sensibilidade variadas;
Podem utilizar a proteína adesina P1( mais específico) ou a célula inteira( mais sensível).
Sorologia- Crioaglutinina
Reações inespecíficas para os glicolipídios de membrana do M. pneumoniae
Sensibilidade de aproximadamente 65% Pouca especificidade devido a reação
cruzada com outros patógenos respiratórios
Teste usado comumente, mas não recomendável
Tratamento
A eritromicina e a tetraciclina são usadas para infecções por M. pneumoniae; As tetraciclinas também são usadas contra a
maioria dos outros micoplasmas e clamídias. A eritromicina é utilizada para infecções
por Ureaplasma; M. hominis é combatido por meio de
clindamicina.
Fonte: http://dc339.4shared.com/doc/fTnB7XOz/preview.html
Prevenção e Controle
A prevenção da doença por Mycoplasma é problemática; Infecções por M. pneumoniae transmitidas
por contato íntimo. Isolamento de indivíduos infectados é impraticável.
Prevenção e Controle
As vacinas, tanto inativadas quanto vivas atenuadas, foram decepcionantes. Imunidade protetora conferida pela infecção é
baixa. As infecções por M. genitalium, M.
hominis e Ureaplasma são trasmitidas por contato sexual.
OBRIGADO!
Bibliografia1. Murray P et al: Microbiologia Médica, 5. ed. Elsevier, Rio de Janeiro,
Brasil, 2006.2. Veronesi, R. & Foccacia, R. Veronesi: Tratado de Infectologia, 4.
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2008.4. DOMINGUES et al. Unidade de Doenças Sexualmente
Transmitidas. Instituto de Higiene e Medicina Tropical. Lisboa. 2005.
5. DOMINGUES, D. et al. Micoplasmas, Qual o papel nas infecçõeshumanas?. Acta Med Port 2005; 18: 377-384. Disponível em : http://www.actamedicaportuguesa.com/pdf/2005-18/5/377-384.pdf . Acessado em: 06/08/2012.
6. Principais Síndromes Infecciosas. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 2004.
7. TRABULSI, L.R.; ALTERTHUM F. Microbiologia, 4ª ed. – São Paulo : Editora Atheneu, 2005.
8. ROBBINS; COTRAN. Patologia, Bases Patológicas das Doenças., 7ª ed. – Rio de JanieroElsevier, 2005.