Michel de Certeau - A Escrita da história (doc)(rev)

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    s5-ulo SV ao SV % -ol ido num eiKo mais amplo% Oue o ul!rapassa% de um lado e deou!ro.

    Por um lado% a -ronologia 4isa o momen!o presen!e a!ra45s de uma dis! n-ia asemi+re!a deiKada em bran-o% de?inida apenas% na sua origem Udo s5-ulo SV aosnossos dias . Por ou!ro lado% sup]e uma s5rie ?ini!a -uWos !ermos permane-em in-er!os pos!ula em ^l!ima ins! n-ia o re-urso ao -on-ei!o 4azio e ne-ess

    suprimido do rela!o e sempre -onsiderado inelimin

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    paiX.199 >anido do saber% um ?an!asma se insinua na is!oriogra?ia e de!erminando+l e aorganizao: 5 aOuilo Oue no se+ sabe% aOuilo Oue no !em nome pr0prio. Hob a ?ormade um passado Oue no !em lugar design

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    perdida sob o aspe-!o do e4en!o Oue no o-orreu.2,* /le no diz o Oue sup]e% pois !em por obWe!i4o dar lugar a umtra alho.A lei !ransi!a somen!e a!ra45s de um es!udo par!i-ular% -uWa organizao assegura a relao en!re os !ermos Ua origem% o presen!eOue permane-er< ?ora do -ampo.

    . A construo desdo rada

    /n!re os problemas Oue o rela!o% en-arado -omo dis-ursi4idade% prop]e4P!. 5667 p]e%2,' alguns dizem respei!o% mais espe-i?i-amen!e% E -ons!ruo da is!oriogra?ia./s!es pro4Zm de umquererao Oual a !emporalizao ?orne-e um Ouadro% permi!indoman!er Wun!as as -on!radi]es sem !er Oue resol4Z+las. /s!e prop0si!o Xglobalizan!eXopera em !oda a par!e. (eme!e% ?inalmen!e% a uma 4on!ade polB!i-a de gerar -on?li!os eregulamen!

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    Con!e^do /Kpanso

    arraoH5rie !emporal

    A% >% C% Hu-essi4idade !emporal

    U/% C% Ais-urso @is!0ri-o XVerdadeX Hu-essi4idade !emporal

    is-urso l0gi-o

    Verdade das

    proposi]es

    Hilogismo%

    Uinduo% deduo

    Combinando sis!emas e!er0-li!os% es!e dis-urso mis!o U?ei!o de dois si!uado en!redois 4ai se -ons!ruir seguindo dois mo4imen!os -on!rA es!a eKigZn-ia pode+se a-res-en!ar uma ou!ra ?orma de desdobramen!o. Colo-a+se -omo is!oriogr

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    Xdi

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    semi0!i-a% uma me!alinguagem de lBnguas na!urais% logo% um !eK!o Oue sup]e emani?es!a a !rans-ri!ibilidade de -odi?i-a]es di?eren!es. e ?a!o% es!a me!alinguagem sedesen4ol4e no pr0prio l5Ki-o dos do-umen!os Oue ela de-odi?i-a no se dis!ingue%?ormalmen!e Uao -on!r

    saber. Jrganizando o espao !eK!ual% es!abele-e um -on!ra!o e organiza !amb5m oespao so-ial. es!e pon!o de 4is!a% o. dis-urso ?az o Oue diz. # per?orma!i4o. Jsar!i?B-ios da is!oriogra?ia -onsis!em em -riar um dis-urso per?orma!i4o ?alsi?i-ado% noOual o -ons!a!i4o aparen!e no 5 seno o signi?i-an!e do a!o de pala4ra -omo a!o deau!oridade.X211

    ;m !er-eiro aspe-!o do desdobramen!o no se re?ere mais% nem ao -ar

    21, P @amon%op. cit.! p.**,.**1.211 (. >ar! es% Le dis-ours de l= is!oirec%op. cit.% p. &*.

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    relao en!reo acontecimento e o 0ato. Arespei!o de um assun!o !o deba!ido% eu me-on!en!o -om uma indi-ao rela!i4a E -ons!ruo da es-ri!a. es!e pon!o de 4is!a% oa-on!e-imen!o 5 aOuele Ouerecorta! para Oue aWa in!eligibilidade o ?a!o is!0ri-o 5aOuele Oue preenche para Oue aWa enun-iados de sen!ido. J primeiro -ondi-iona aorganizao do dis-urso o segundo ?orne-e os signi?i-an!es% des!inados a ?ormar% demaneira narra!i4a% uma s5rie de elemen!os signi?i-a!i4os. /m suma% o primeiro ar!i-ula%e o segundo sole!ra.

    /?e!i4amen!e% o Oue 5 um a-on!e-imen!o seno aOuilo Oue 5 pre-iso supor paraOue a organizao dos do-umen!os seWa possB4el /le 5 o meio pelo Oual se passa dadesordem E ordem. /le no eKpli-a% permi!e uma in!eligibilidade. # o pos!ulado e o pon!o de par!ida mas !amb5m o pon!o -ego da -ompreenso. X e4e !er a-on!e-idoalguma -oisaX%aem longe de ser o ali-er-e ou a mar-a subs!an-ial na Oualse apoiaria uma in?ormao% ele 5 o supor!e ipo!5!i-o de uma ordenao sobre o eiKodo !empo% a -ondio de uma -lassi?i-ao. Algumas 4ezes ele no 5 mais do Oue umasimples lo-alizao da desordem: en!o% - ama+se a-on!e-imen!o o Oue no se-ompreende. A!ra45s des!e pro-edimen!o% Oue permi!e ordenar o des-on e-ido num-ompar!imen!o 4azio% dispos!o4P!. 85:7 an!e-ipadamen!e para is!o e denominado

    Xa-on!e-imen!oX% !orna+se penses!ran a re-ipro-idade -olo-a -ada um dos dois em relao -om o seuoutro.Mas o!eK!o prop]eao mesmo tempoo preen- imen!o do sen!ido e sua -ondio ele os liga eni4ela na eKpanso do dis-urso. Por isso 5 global% mas apenas ao preo de uma-amu?lagem des!a di?erena% e graas ao sis!ema Oue es!abele-e pre4iamen!e% a !B!ulo deum lugar adOuirido% uma au!oridade -apaz de X-ompreenderX a relao en!re umaorganizao de sen!ido UX?a!osX e o seu limi!e UXo a-on!e-imen!oX .

    Colo-ando o es!ran o num lugarXtilao dis-urso da in!eligibilidade% eKor-isando o

    in-ompreendido para dele ?azer o meio de uma -ompreenso% a is!oriogra?ia%en!re!an!o% no e4i!a o re!omo Oue ela apaga da mani?es!ao. Hem d^4ida se pode

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    re-on e-er es!e re!omo no !rabal o de eroso Oue no -essa de minar os -on-ei!os-ons!ruBdos por esse dis-urso. a 4erdade 5 um mo4imen!o se-re!o no !eK!o. em porisso 5 menos -ons!an!e% !al -omo uma len!a emorragia do saber. Per-ebe+se is!o% poreKemplo% a prop0si!o da ordem Oue se apresen!a em uma organizao de unidades

    is!0ri-as. A en-enao es-ri!ur-omposio is!oriogr

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    Com e?ei!o% a es-ri!a is!0ri-a -omp]e% -om um -onWun!o -oeren!e de grandesunidades% uma es!ru!ura an

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    dirigen!e e do na-ionalismo Uins!rumen!o u!ilizado por es!a -lasse para es!abele-er umadominao polB!i-a . ;m XlugarX e-on`mi-o 5 a base de uma anFspa*ne moderne! op. cit.! t. 9! p.29+D8.21N Pierre $ouber!% /eauvais et le /eauvaisis de PII V Q I!He4pen% 19N,% p. 12D+1D8% *1D+*19% e!-.21& P ilippe Ari s% 4e Temps de l>Histoire! op. cit.! p.2''.218 C?. P. Ari s%op. cit.! p.19'+21* sobre es!as galerias de is!0riac ou -ole]es de re!ra!os is!0ri-os.219 Claude L54i+H!rauss% 4a 1ense sauva*e!Plon% 19N2% p. 28'% a prop0si!o dos nomes pr0prios.

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    signi?i-an!e% -om es!es nomes pr0prios% -res-eu desmesuradamen!e% em sua margemdeB-!i-a eK!rema% -omo se a pr0pria ausZn-ia% da Oual !ra!a% o ?izesse eK!ra4asar para olado em Oue o Xmos!rarX !ende a se subs!i!uir ao Xsigni?i-arX. Mas eKis!em mui!os ou!rosindB-ios: o papel do mapa da imagem ou do gr

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    so-iais% a re-onduo do Xmor!oX ou do passado% num lugar simb0li-o% ar!i-ula+se% aOui%-om o !rabal o Oue 4isa a -riar% no presen!e% um lugar Upassado ou ?u!uro a preen- er%um Xde4er+?azerX. A es-ri!a a-umula o produ!o des!e !rabal o. A!ra45s dele% libera o presen!e sem !er Oue nomerepresen!ao Oue% ins!alando% a ?al!a na linguagem% ?ora da eKis!Zn-ia% !em 4alor deeKor-ismo -on!ra a ang^s!ia. Mas% por sua per0ormatividade preen- e a la-una Oue elarepresen!a% u!iliza es!e lugar para impor um Ouerer% um saber e uma lio aodes!ina!

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    o 5 surpreenden!e Oue es!eWa em Wogo% aOui% algo di?eren!e do des!ino ou das possibilidades de uma X-iZn-ia obWe!i4aX. a medida em Oue nossa relao -om alinguagem 5 sempre uma relao -om a mor!e% o dis-urso is!0ri-o 5 a represen!ao pri4ilegiada de uma X-iZn-ia do suWei!oX% e do suWei!o X!omado numa di4iso-ons!i!uin!eX221 mas -om a represen!ao das rela]es Oue umcorposo-ial man!5m-om a sualin*ua*em.4P!. 8567

    4P!s. 885 a 8867 o!as4P!. 8257P

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    Segunda Parte

    A PRODU,/O DO TEMPO0UMA AR1UEOLO IA RELI IOSA

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    I$tr "#1UEST ES DE MTODO

    Cons!a!a+se uma derro-ada da pr

    Quando se 5 is!oriador% Oue ?azer seno desa?iar o a-aso% propor raz]es% Ouer dizer%-ompreender Mas -ompreender no 5 ?ugir para a ideologia% nem dar um pseud`nimoao Oue permane-e o-ul!o. # en-on!rar na pr0pria in?ormao is!0ri-a o Oue a !omar< pens

    elumeau% 4e 5atholicisme entre 4uther et 8oltaire!Paris% 19&1% p. D22.22D Para serem des-ris!ianizadas% 5 ne-ess22* J -or!e en!re a is!0riamoderna ea is!0riacontemporYnea5 -ada 4ez mais rela!i4izado% sabe+se% pelaan

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    XbordasX pro4o-a a modi?i-ao ou o deslo-amen!o delas. Ali se operam as passagensde um modelo para ou!ro.

    C ega+se en!o a um -or!e Oue no en4ol4e mais apenas a e4oluo de umaso-iedade Upor eKemplo% a derro-ada das pr

    is!oriogr

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    /Ka!amen!e a!ra45s das reno4a]es Oue !omou possB4eis% es!a an

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    2 A ta@onomia!em H anson% pro45m de uma s0-io+e!nologia das ?ormas polB!i-as.229 # daB Oue ele !ira os -ri!5rios de seu es!udo is!0ri-o sobre as raBzes so-iaisdas dou!rinas religiosas posio normal% W< Oue os -0digos in!erpre!a!i4os do passadonun-a nos 4em des!e passado. Mas ele sup]e !amb5m Oue es!a grade so-iol0gi-a se-on?unda o mais possB4el -om a realidade de !oda a so-iedade% e Oue in!roduza o pr0priore?eren!e na an

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    /s!< -laro Oue o lugar dado aos signos reme!e ao lugar so-ial dos is!oriadores.2D,

    QualOuer Oue seWa% a re?erZn-ia a uma X-oerZn-iaX -apaz de en4ol4er a !o!alidade dosdados de uma 5po-a ou de um paBs% es!a se - o-a -om a resis!Zn-ia dos ma!eriais.AOuilo Oue eles Oues!ionam no 5 mais apenas a mudana do modelo in!erpre!a!i4o% 5 aid5ia de Oue seWa possB4el penserOue% ela se -ara-!erizaria por uma relaoespe-B?i-a en!re uma XbaseX ou um X?undoX Uum K re?eren-ial% Ouer dizer% aOuilo Xa partir de queX si!uar a mul!ipli-idade e o 2o*o entre4P!. 82=7uma pluralidade deX predicadosX apreensB4eis somen!e pela an

  • 8/13/2019 Michel de Certeau - A Escrita da histria (doc)(rev)

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    on!ologismo de linguagem% !o ?reO_en!e em is!0ria% !em -omo -onseO_Zn-ia supor para es!a repar!io em Xdimens]esX uma 4alidade uni4ersal e -ons!an!e. Jra% es!adis!ino no 5 es!

  • 8/13/2019 Michel de Certeau - A Escrita da histria (doc)(rev)

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    produz a nB4el das pr

    AB 4emosconstituir-se como distintodo sis!ema XreligiosoX um sis!ema polB!i-o%depois e-on`mi-o% -onOuan!o% -on?orme demons!rou (. +(. Palmer%2D' o -ris!ianismoainda -ondi-ione o -urso geral da ?iloso?ia. ;ma ou!ra -ombinao so-ial de sis!emasdis!in!os% ao mesmo !empo Oue um ou!ro modo do pens

  • 8/13/2019 Michel de Certeau - A Escrita da histria (doc)(rev)

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    Ca t l IIIA INVERS/O DO PENSVEL+

    A histria reli*iosa do sculo 7899

    /n-arada ini-ialmen!e a par!ir daOuilo Oue se - ama de X4ida espiri!ualX e% por!an!o% num -ampo rela!i4amen!e res!ri!o% nem por isso a is!0 ria religiosa do s5-uloSV ?ran-Zs deiKa de apresen!ar um n^mero menor de problemas Oue dizem respei!oaos seus m5!odos e E sua pr0pria de?inio.2DN

    Apresen!ando+as aOui sob a ?orma de Oues!]es% dis!ingo% um !an!o arbi!rariamen!e%nas de!ermina]es -ara-!erBs!i-as das pesOuisas Oue ?azemos: 1. as Oue apare-emini-ialmen!e -omo ligadas aoconteXdoda is!0ria% E so-iedade e-lesi

  • 8/13/2019 Michel de Certeau - A Escrita da histria (doc)(rev)

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    abundan!es messes da erudio. /s!e X-on!e^doX se apresen!a sob !ipos di?eren!es deor*ani(ao. Por es!e ngulo% os ?a!ores din mi-os e es!ru!urais podem serdi?eren-iados -on?orme seWam re?eren!es ao ?un-ionamen!ointerno da so-iedadereligiosa e da eKperiZn-ia -ris! Upor eKemplo a designao da eresia% a relao Xeli!eX XmassaX% o es!a!u!o e o papel da dou!rina% e!-. % ou segundo permi!am a es!a so-iedadede?inir+se -om relao a umae@terioridadeUum passado% um presen!e os!il oudi?eren!e% a XassunoX religiosa de elemen!os no+religiosos% e!-. . Her< ne-ess

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    -on!e^do UOue se !ornoudiscut

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    ameaaram. /s!as regras Ude dis-ernimen!o ?un-ionam de ?orma di?eren!e% segundo suains-rio numa si!uao no4a. Por eKemplo% ser4em para res!aurar as ?ron!eiras Oueseparam os X-orposX ins!i!u-ionais% no momen!o em Oue pare-e es?umar+se deles uma4ida XmBs!i-aX Ues-ondida sob as di4is]es 4isB4eis -ada 4ez mais omogZnea en!re osmembros des!es grupos opos!os e -omo Oue Xes!ran aX a es!as de!ermina]es desuper?B-ie: as X?iguras espiri!uaisX pro!es!an!es ou -a!0li-as% Wansenis!as ou WesuB!as% e!-se dis!inguem mui!o menos pelanature(a de sua eKperiZn-ia do Oue pelo ?a!o de seligarem a grupos -on!r

  • 8/13/2019 Michel de Certeau - A Escrita da histria (doc)(rev)

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    ordem das -oisas% Oue 5 XleigaX. Ju en!o a re?leKo -ris! deiKa de lado a Xin!enoX% asleis e as regras Oue an!es organiza4am a 4ida so-ial.

    O. 5onsciLncia reli*iosa coletiva e representaWes doutrinais.

    Ao mesmo !empo se a4i4a uma di?erena U!ida -omo in!oler

    >er! elo! du C esnay% 4es =issions de Maint Jean Fudes!Pro-ure des /udis!es% 19N&.; Melva*emdoin!erior ou do eK!erior 5 um !ema -omum E !oda li!era!ura mission

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    -onduz !an!os eremi!as -a!0li-os aos Xdeser!osX ?ran-eses.2*N Mais in!imamen!e% emmui!os dos grandes -ris!os do s5-ulo SV se insinua a d^4ida -om relao EseKpress]es da ?5 ou E di?i-uldade em 4er nas au!oridades ou!ra -oisa seno um meio de pra!i-ar a umildade. A re?erZn-ia aoe@perimentadoUiluminador ou desolador -olo-asem -essar o problema de sua relao -omo representadoUo?i-ial% re-ebido ouimpos!o .

    /s!a e4oluo se a-ompan a por dois ?en`menos aparen!emen!e -on!radi!0rios%mas eu -reio Oue -oeren!es e em !odo -aso% pa!en!es:

    Por um lado% a religio 5 progressi4amen!e dirigida% duran!e o de-orrer do s5-uloSV % para o !erreno da prGtica. s!o Ouer dizer Oue a pr

    an!es em -ons!i!uir a 4erdade do Oue em Xpra!i-

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    indB-io da ?uno Oue es!a Xre-onOuis!aX pelo saber re-ebeu progressi4amen!e. ;maunidade na-ional 5 en!o promo4ida e delimi!ada pela aOuisio% ini-ialmen!e-a!eOu5!i-a% do -on e-imen!o. J Xres!oX ser< reWei!ado para o ?ol)lore ou eliminado.2*8

    Tal4ez% sob es!e pon!o de 4is!a% na rana rural X-l

    A in!errogao sus-i!ada por es!e ?un-ionamen!o so-ial da religio reme!e EOues!o mais ampla das rela]es Oue as represen!a]es ou as ideologias religiosasman!Zm -om a organizao de uma so-iedade e% se-undariamen!e% a dos -ri!5rios de Ouedispomos a!ualmen!e para Wulgar uma XrealidadeX so-ial Oue permi!iria apre-iar% ou oengano Use so e?ei!os de super?B-ie %4P!. 8:=7 ou a e?i-Ancien R*ime!A. Colin% 19N9% p. &&+1**.

    2', ?ureurs paysannes. 4es paysans dans les rvoltes du 7899 e si cle!Calmann+L54y% 19N&% p. 1D+1'N.2'1 /mmanuel Le (oy Ladurie% 4es 1aysans de 4an*uedoc!He4pen% 19NN% !. 1% p. D91+*1* e N,'+N29.

    es!e li4ro surpreenden!e sob !an!os aspe-!os% ressal!a% !amb5m% Oue no LanguedoOue U so-iedade ?riacsegundo as -a!egorias de L54i+H!rauss % a al?abe!izao Uaprendizagem daescrita e da lBngua do

    nor!ec e a (e?orma Uprimado do Li4ro e da /s-ri!ura seguem os mesmos -amin os. AOui% aa-ul!urao 5 prin-Bpio de au!onomia.

    2'2 C?. ean+Claude `!el% 4es ;ri*ines du catchisme moderne!Aubier% 19N&% p. 1*9+2&8: La prodigieuse ignoran-ec.

    2'D C?. Pierre eyon% Pein!ure e! - ari!5 - r5!iennec% em Annales F. M. 5.!SS % 19N&% p. 1D&+1'D. es!e pon!o de 4is!a% a Ho-i5!5 du Hain!+Ha-remen! !rabal a+ria% pela sua a!i4idade% ao -on!r

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    em !odo -aso% o sen!ido das eKpress]es religiosas.Lu-ien $oldman a prop]e bru!almen!e% sob sua primeira ?orma% Ouando mos!ra

    uma reao -on!ra o absolu!ismo real en!re os magis!rados% mas uma reao Ouea-ompan a uma -res-en!e dependZn-ia e-on`mi-a ?ren!e E monarOuia a re!iradaXWansenis!aX eKprimiria a saBda ?a!al para uma oposio despro4ida de poder: seria umademisso sublimada.2'* Para ele% pois% -ompreender a XideologiaX Wansenis!a 5 iden!i?i-ara Xin?ra+es!ru!ura e-on`mi-a e so-ialX Oue d< -on!a dela.2'' @oWe es!e problema pesasobre OualOuer an

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    -i!a]es ou as men]es em ou!ros !eK!os ou nas -ar!as% !oda uma s5rie de indB-iosesboa% em pon!il ado% es!ra!i?i-a]es men!ais e grupos de ou!ra maneira4P!. 8:>7di?i-ilmen!e de!erminiblio!e-asX Umui!o numerosas % ou nos X ire!0riosX para oses!udos -leri-ais2'8 do-umen!os -las si0icadores por eK-elZn-ia. Comparando+os en!resi% reme!endo+os uns aos ou!ros% re-on e-em+se neles indi-a!i4os Ugeralmen!ere!arda!Histoire ecclsiastique!SSSV % 19*1% p. D1+1** M. de Cer!eau% Mys!iOue au SVe si -le.Le probl me du langagemystiquec !em =lan*es de 4u ac!Aubier% 19N*% !. % p. 2N&+291% e!-.

  • 8/13/2019 Michel de Certeau - A Escrita da histria (doc)(rev)

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    uma maneira an

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    um ?en`meno semel an!e 5 en-on!rado% por eKemplo% no sob a ?orma de uma oposio%mas de uma Wus!aposio: em !al in!enden!e%2ND uma 5!i-a in!eiramen!e -omandada pela?idelidade ao rei 5 a-res-en!ada% sem in!er?erir -om ela% a uma do-ilidade mBs!i-a aoCriador uni4ersal. J Oue mais !arde se 4ai eK!rapolar W< es!ras U19*,+19*1 % >. Po-OueU19,* % . Prunel U1911 % A. (ebelliau U19,D e 19,8 . L. C. (ose!! U19'* . M. Houriau U191D % /.H!anley C ill U19N, % . ;zureau U19,N % e!-. Toda uma li!era!ura sobre o assun!o pede uma no4asBn!ese is!0ri-a.

    2NN Por eKemplo os Aa -?. es!udo mui!o apro?undado de Y. Pou!e! e . (ouber!% Les Assembl5esse-r !esc des SV e+SV e si -les en rela!ion a4e- l=Aa de Lyonc% eK!rai! de "ivus ThomasU19N8 .

    2N& J papel das A-ademias -res-e% no apenas em Paris U-?. . Le >run em Re-vue d>Histoire littraire!LS % 19N1% p. 1'D+1&N mas na pro4Bn-ia% ainda Oue% a!5 o presen!e% para o s5-ulo SV % apenases!udos regionais apresen!em es!e ?a!o% por eKemplo L. esgra4es sobre a Assembl5ia do presiden!eHalomon em >ordeauK Uem @is!oire de >ordeauK% !. V% 19NN% p. *2' ss. % . >relo! sobre a >iblio!e-a>oiso! em >esanon Uem Claude o len% Histoire de /esanon!19N'% !. % p. 122 ss. % e!-.

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    em ?uno de Oue elas pr0prias se de?inem. s!o pode ser en-arado sob di?eren!esaspe-!os% Oue pare-em permi!ir a an

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    ;ma ou!ra lei UeKis!e uma pare-e -omandar a e4oluo da so-iedade religiosa e!ornar+se pr0pria dela% enOuan!o 4ai deiKando de -ara-!erizar a so-iedade -i4il: aes!ru!ura bipolar Oue -ons!i!ui sempre -omounidadeeK!erior o Oueno a greWa. /s!aser

  • 8/13/2019 Michel de Certeau - A Escrita da histria (doc)(rev)

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    a-redi!ou apreendZ+la: ?orma pr0pria da es!ru!ura bipolar nas mi!ologias do s5-ulo S S.4P!. 8;87

    . A relao com o passado.

    a!o igualmen!e -ara-!erBs!i-o% a relao -om a !radio muda. J Xre!orno Es?on!esX enun-ia sempre o -on!r

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    Xes!ru!uralX no sen!ido de Oue !amb5m ?az par!e in!egran!e dos modos de pensamen!o de-ada po4o 5 ne-ess

  • 8/13/2019 Michel de Certeau - A Escrita da histria (doc)(rev)

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    2. Mais ?undamen!almen!e% o is!oriador es!abele-e% espon!aneamen!e% -omo!are?a% de!erminar o Oue um se!or de?inido -omo XreligiosoX l e ensina de umaso-iedade Uassim o ?azemos !odos . J Oue ele si!ua pelo !ermo Xso-iedadeX no 5 umdos p0los de um -on?ron!o -om a religio% mas 5 o eiKo de re?erZn-ia% o XmodeloXe4iden!e de !oda in!eligibilidade poss

  • 8/13/2019 Michel de Certeau - A Escrita da histria (doc)(rev)

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    is!0ria religiosa porque se -ris!o Uou padre% ou religioso % mesmo Ouando no se pode mais ?azZ+lacomo-ris!o. Por ou!ro lado% -om ou!ra ?inalidade% mobilizam+se osresul!adosa servio da-rena% e es!a in!eno Umais ou menos Xapolog5!i-aX pro4o-aum -er!o n^mero de dis!or]es na pesOuisa% porOue o ?im 4isado modi?i-a o pro-essoOue le4a a ele.

    /m ou!ros !ermos% a -on4i-o do -ren!e no !em uma relao in!erna -om os pos!ulados Oue seus m5!odos de !rabal o impli-am ela !ende a se !ornar uma pressoOue bus-a apenas se Xu!ilizarX dos resul!ados. /s!a presso% !amb5m se re-on e-e% poreKemplo% na iluso Oue -onsis!e em se a-redi!ar -ris!o apenas por !er aber!o um-an!eiro em !erreno obWe!i4amen!e XreligiosoX% e Oue -obre -om o 45u das Xin!en]esX-ris!s a l0gi-a de uma -ompreenso is!0ri-a Oue deiKou de ser religiosa. Por umaesp5-ie de ?i-o - ega+se a pensar Oue uma is!0ria 5 religiosa porOue nossasmo!i4a]es o so.

    /. ?ato reli*ioso! determinao reli*iosa! sentido reli*ioso

    /s!a relao en!re as in!en]es -ris!s e um !ipo de X-ompreensoX4P!. 8;;7is!0ri-a W< -olo-a% no presen!e da pesOuisa% o problema Oue de4e ser igualmen!e

    elu-idado no seu obWe!o% no passado. Hob a ?orma do !rabal o is!oriogr

  • 8/13/2019 Michel de Certeau - A Escrita da histria (doc)(rev)

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    4i!alidade espiri!ual Oue !al4ez se !en a in4es!ido nou!ras maneiras de eKpresso Uno+-ris!s ou no+XreligiosasX% Ouer dizer% no -on?ormes ao Oue n0s de?inimos -omo !al ou ainda en!re a sa-ralizao das mul!id]es em ?uno das miss]es populares e o ?undoXpagoX do Oual ela no pode ser seno a -ober!ura A imagem ?orne-ida pela

    is!oriogra?ia so-iol0gi-a arris-a+se a ser re!arda!

  • 8/13/2019 Michel de Certeau - A Escrita da histria (doc)(rev)

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    op]es me!odol0gi-as e !eol0gi-as:a Ju bem se dir< Oue o obWe!o da is!0riareli*iosade4e ser pro-urado% no ao

    nB4el de uma lo-alizao obWe!i4a Urela!i4a ao nosso pr0prio re-or!e daOuilo Oue 5XreligiosoX e daOuilo Oue no o 5 % e mui!o menos ao nB4el das mo!i4a]es Ua!es!adas no passado % mas ao nB4el de umaordemou de umaor*ani(ao mental.Por eKemplo% n0so 4imos% 5 e4iden!e% na segunda me!ade do s5-ulo SV % Oue os !ra!ados espiri!uais seorganizam segundo os Xes!ados de 4idaX% Ouer dizer% segundo um modelo social. ;ma-on?igurao so-ial% e no mais uma ierarOuizao religiosa% 5 a lei Oue de!ermina asrepar!i]es e de?ine o XreempregoX dos elemen!os -ris!os re!irados do passado. J ?a!o 5ainda mais no!

  • 8/13/2019 Michel de Certeau - A Escrita da histria (doc)(rev)

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    Ca t l IVA FORMALIDADE DAS PRTICAS+

    "o sistema reli*ioso V tica das 4u(esU 7899-78999

    /s!e !rabal o nas-eu de uma pergun!a: -omo ar!i-ular uma so-iologia dos-ompor!amen!os e uma is!0ria das dou!rinas A anJs deslizamen!os s0-io+-ul!urais Oue se operam nos s5-ulos SV e SV se

    re?erem aos Ouadros de re?erZn-ia. /les le4am de uma organizaoreli*iosa a umatica polB!i-a ou e-on`mi-a. # um !erreno pri4ilegiado para a an

    3 /s!udo publi-ado em 4a Mocieta reli*iosa nell>etV moderna!

  • 8/13/2019 Michel de Certeau - A Escrita da histria (doc)(rev)

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    ela oram na produoX 0ilos0icaXS ?inalmen!e% de um modo mais geral% rela]esen!re sistemasUmomen!aneamen!e ou por mui!o !empocoe@istentes! no-redut

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    pri4ada% assim -omo a 4ida pro?issional e p^bli-a% se mo4em num Ouadro -ris!o:282 areligio en4ol4e as -ondu!as.

    os s5-ulos SV e SV es!a unidade se ?ende% depois se esboroa. As greWas sedi4idem e se 4Z romper a aliana ins!i!u-ional en!re alin*ua*em-ris!% enun-iando a!radio de urna 4erdade re4elada% e as prGticas propor-ionadas a uma ordem domundo. A 4ida so-ial e a in4es!igao -ien!B?i-a% pou-o a pou-o% abandonam asin?euda]es religiosas. As dependZn-ias e-lesiais% opondo+se% se rela!i4izam: elas se?azem de de!ermina]es -on!ingen!es% lo-ais% par-iais. Toma+se ne-essCom a 5!i-a% a pr

    !eoria das -ondu!as. Ao mesmo !empo% a dou!rina de on!em se !rans?orma num ?a!o deXCrenaX 5 uma X-on4i-oX UOuer dizer% uma opinio -ombinada -om uma paiKo % ouuma Xsupers!ioX% em suma% o obWe!o de uma anPrises de la religion sur la 4iec.28D (as-un o de uma -ana% -i!. in Pierre+Mauri-e Masson% 4a Reli*ion de Jean-Jacques Rousseau!Paris%

    @a- e!!e% 191N% !. % p. *8. 0s no !emos a mesma ?5% a-res-en!ou ean+ a-Oues n0s !emos pelomenos a mesma moral.c A moral ?orne-e os prin-Bpiosuniversais!enOuan!o Oue os dogmas e as -renas per!en-em ao domBnio da particularidade.28* Fncyclopdie ou "ictionnaire raisonn des sciences! des arts et des mtiers!no4a ed.% !. SV %$enebra% 1&&8% 4erbe!e oic% p. 1,19.

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    so-iedade a marginalizao do -ul!o -om relao E lei -i4il ou moral e!-.# in!eressan!e -on?ron!ar -om es!e esboo geral de uma !raWe!0ria% uma an

    ali A diviso e a incerte(a.

    28' ose? Lor!z% 4a R0orme de 4uther!!rad. ?r.% Cer?.% 19&,% !. % p. 22.

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    Com a pluralizao des!es sis!emas se -ria um no4o espao so-ial. Aheresiase!orna a al!eridade Oue se insinua%ao ladoda lei -omum%28N num espao pr0prio% Oue nose pode reduzir a uma an!ilei. /s!a si!uao 5 sempre di?i-ilmen!e !olere um pon!o de 4is!a religioso%a incerte(a! grande problema da 5po-a% es!ellarminc% in =lan*es d>histoire reli*ieise o00erts V =*r. F. 'ri00eU>ulle!in de Li!!. e--l5sias!iOue% !.LSS % 19&2 % Toulouse% 19&2% p. 2D,+2*9.

    D18 . Jr-ibal% 4ouis 798 et les protestants! op. cit.! p. 9D.

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    deslo-amen!os Oue sua -ombinao -om um ou!ro mais ?or!e pro4o-a num sis!ema.He passarmos a pr

    /ureau@ de 5harit! o-ri!5rio segundo o Oual se es-ol em os pobres a so-orrer no 5apenas a per!ena E muni-ipalidade ou ao mesmo meio so-ial. Unobres empobre-idos %-omo W< era o -aso no s5-ulo SV % mas a possibilidade ou a e?e!i4idade de umaX-on4ersoX ao -a!oli-ismo% ins!rumen!o de unidade na-ional.D19 As doa]es ?ei!as pelos par!i-ulares e pelas -ole!i4idades leigas aos -ol5gios ou miss]es pare-em organizar umageogra?ia de in!eresses polB!i-os e de alianas so-iais.D2, /Kis!e um -on!role -res-en!edos !ribunais reais sobre as Oues!]es religiosas% e uma Xper!inZn-iaX no4a dos neg0-iosde /s!ado nos pro-essos e-lesiU-?. ean+(ober! Armoga! e% =issions et conversions dans le dioc se de =ende au 78999e si cle!!esede /. P. @. /.% 19&,% da!.% p. 1D* ss. e a -on4erso% ummeiode unidade.

    D2, Por eKemplo% indi-a]es a es!e respei!o so ?orne-idas por C . >er! elo! du C esnay U 4es =issions de saint Jean Fudes!Paris% 19N8 % ou por M. Venard U Les missions des Jra!oriens d=A4ignon auK SV ee! SV e si -lesc% in (e4ue d=@is!oire de l=#glise de ran-e% !. LV % 19N2% p. 1N+D8 : ?reO_en!emeUno% sempre o lugar e o !empo so ?iKados pelos doadores% assimv -omo os obWe!i4os Uasso-iando ains!ruo E lu!a -on!ra a li-ena e o -rimec . ;m es!udo sis!em

    SSV+SSV % e 1+'&.D21 esde os pro-essos de ?ei!iaria a!5 os deba!es dou!rinais Usobre o Wansenismo% por eKemplo % osassun!os religiosos mani?es!am !odos es!e desen4ol4imen!o.

    D22 Mesmo en!re os ul!ramon!anosc !radi-ionais Oue so os WesuB!as% a submisso polB!i-ac se !orna uma4erdadeira obrigao de -ons-iZn-iac: ela le4a 4an!agem sobre a obrigao religiosa porOue 5 mais

    an!iga e mais ?or!ec. J Padre de La C aize es-re4ia em 1N81 a seu superior geral% o Pe. Jli4a% Oue asordena]es reais pelo direi!o mais an!igo% di4ino e umano% na!ural e posi!i4o% obrigam em-ons-iZn-iac e pre4ale-em sobre as ordens do superior geral% Oue obrigam apenas em 4ir!ude da piedade e de 4o!os -on!ra!ados espon!aneamen!ec U-i!. in $eorges $ui!!on% 4e 1ire de 4a 5haise!>eau- esne% 19'9% !. % p. 91 . Alguns anos mais !arde% um memorial WesuB!a -ole!i4o de-lara4a: a-on-orrZn-ia de duas ordens opos!as% dadas a um religioso ?ran-Zs% alma pelo (ei e ou!ra pelo superiorlegB!imo...% 5 um pe-ado gra4e -on!ra a religio% -on!ra a ?idelidade e -on!ra a Wus!ia obede-er aoUsuperior7 geral ou ao superior lo-al em preWuBzo da ordem do (eic U-i!. in Pierre >le!% 5sui!es gali-ans au SV e si -le c% in Archivum Historicum Mocietatis lesu! t.SS S% 19N,% p. &'+&N .D2D C?. por eKemplo%in0ra!a prop0si!o dos ansenis!as e dos esuB!as.

    D2* C?. algumas no!as a es!e respei!o% supra! A in4erso do pens

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    so-iais. Alguns eKemplos apenas. a dis-iplina do ensino dos -ol5gios% o Oue se imp]e-ada 4ez mais so as X4ir!udesX s0-io+-ul!urais e e-on`mi-as a polidez% a pos!ura% oXpor!eX e% mais ainda% a igiene Uligada a um domBnio da 4ida % o rendimen!o Uo es!adode es-olar 4isa uma u!ilidade so-ial % a -ompe!io Uo saber se organiza em lu!a pela promoo % a X-i4ilidadeX Ua ordem es!abele-ida das -on4en]es so-iais % e!-. %enOuan!o Oue as X4ir!udes -ris!sX -uWos elemen!os es!o es!abele-idos numa lis!aes!

    humanisme moderne!>eau- esne% 19*,% -ap. % *% e la 4er!uc% p. 2*&+2&' ou% !rabal o an!igo maisri-o em do-umen!os sobre um assun!o pou-o re!omado depois% Andr5 H- imberg% 4>>Fducation moraledans les coll *es de la 5ompn*nie de Jsus en ?rance!C ampion% 191D. i-a+se impressionado% lendoos manuais da 5po-a U!ra!a+se% ?reO_en!emen!e% de manuais de5ivilidade ! de 4er a Oue pon!o osregulamen!os e os usos so-iais -ons!i!uem a ossa!ura da edu-ao. As 4ir!udes -ris!s pare-em-on?ormar+se ali e -on?irmD2N Hobre a insinuao de o espBri!o de m5!odoc nas Congrega]es e nas miss]es% -?. as obser4a]es de .elumeau% 4e 5atholicisme...!-i!.% p. 1,*+1,9 e 2&8+28,. a piedade% o in!ele-!ualismo !riun?a -om o

    Trait de l>oraisonde i-ole U1N&8 % mas es!a apologia da pre-e dis-ursi4a !em in^meros paralelos.Himples indB-ios: a mul!ipli-ao do !ermomtodonos !B!ulos de obras de de4oo. n?elizmen!e% noeKis!e para o s5-ulo SV o eOui4alen!e da an

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    re-uam das pr

    Mas no 5 !amb5m 4erdade Oue es!a opo% pri4ada de seus balizamen!os so-iais%se perde numa noi!e insond

    ESTADO E O PROFETISMO

    Fntre a lei do a*ir e o lu*ar da enunciao.

    ; a*ir se sociali(a: ele segue -ri!5rios propor-ionados E ordem so-ial Oue seapresen!a. Tal 5 o deslo-amen!o global Oue se opera um deslo-amen!o di?B-il dedesignar W< Oue a dis!ino en!re pol

    D2& Hobre a in!enoc ou o mo!i4oc Oue 5 o ?ormalc da ao Udis!in!o de seu ma!erialc % e sobre asigni?i-ao is!0ri-a des!e re-urso% -?. . + . Hurin%'uide spirituel! es-l5e de >rou er% 19ND% 9ntroduction por M. de Cer!eau% p. 2D+2& e D1+DN. es!e pon!o de 4is!a% a noo de ins!in!oc 5igualmen!e ?undamen!al -?. Mi- el upuy% ar!. ns!in-!c% in "ictionnaire de spiritualit! t. % -.18,D+18,'.

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    X?ora do mundoX. Traduz+se pela ?undao de um lugar E par!e% de onde seWa possB4el?alar. as represen!a]es o X-oraoX desempen a es!e papel ele eKprime um espao?e- ado% separado do res!o um re!iro. o mapa da rana% a mul!ipli-ao dos re?^gios%dos eremi!5rios% das asso-ia]es se-re!as% e!-. 5 o eOui4alen!e so-ial des!es X-ora]esX?e- ados e de?endidos do mundo. ;m pro0etismode !ipo no4o se -ons!i!ui nes!asmarginalidades.

    A es!e pro?e!ismo -orresponde um ?en`meno in4erso. A eKigZn-ia do X?azerX UnoeKis!e ?5 sem obras subme!e% ne-essariamen!e% a ao empreendida E organizao de!are?as -i4is e polB!i-as% Oue so as primeiras a serem !rans?ormadas pela no4a ordemdas pr

    4is!a de in!roduzir nelas um des4io Xespe-i?i-amen!eX -ris!o e sobre!udo por umre?oro das Xmar-asX de di?eren-iao Oue -ons!i!uem as prGticasdi!as Xreli*iosasX.

    /s!e -or!e do agir -ris!o separa olu*ar de sua si*ni0icaoUis!o 5% a possibilidade de en-on!rar um lugar de enun-iao e otra alho da produo socialUis!o 5% o !rabal o e?e!i4o pelo Oual uma so-iedade se -ons!r0i .D28 Hem d^4ida pode+sedar -on!a dos grandes deba!es do ?im do s5-ulo por es!a !enso en!re a ne-essidade dere-ons!i!uir umlu*ar de enun-iao e a l0gi-a do !rabal o Oue uma so-iedade opera

    nela mesma. As op]es di4ergem. Jra pri4ilegiam a urgZn-ia pro0tica!ora ra!i?i-ama polati(ao de ?a!o para -orrigi+la. Cruzando+se ou in4er!endo+se% elas no a!es!ammenos a si!uao -omum em ?uno da Oual se en?ren!am as dou!rinas e as es-ol as.

    AsXmarcas]:

    D28 /s!a di-o!omia 5 an

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    Hob a imagem deretiros -ole!i4os Oue o pro?e!ismo e?e!ua% ou -om a s5rie dedecretosUou de re!i?i-a]es % Oue a -asuBs!i-a -olo-a ao longo das !raWe!0rias da ao%surge uma mesma ne-essidade% a das Xmar-asX uma pala4ra de inumer Jansenistas e Jesuos dois Xpar!idosX%DD1 o-orre rapidamen!e% de par!e a par!e% reduo ou pelo menosD29 4ettres persanes!-ar!a &'. Hob Luiz S V% as persegui]es% as -on4ers]es e as -omun ]es ?oradas Wossue!: 0s somos

    -a!0li-os% au!en!i-amen!e re-on e-idos pelas A4e Maria -om as Ouais preen- emos nossas-on?erZn-iasc U-ar!a de 8 de maro de 1N8N in >ossue!%5orrespondence!ed. ;rbain+Le4esOue% !. V % p. *9* . /s!e no 5 seno um indB-io do papel Oue 4o represen!ar as mar-asc 4isB4eis de uma piedadedestacada da moral.

    DD' C?. M. de Cer!eau% e Hain!+Cyran au ans5nismec% in5hristus!!. 7! 19ND% p. D99+*1&%e 4es Jsuites. Jalons d>une histoire!>eau- esne% 19&*% p. 'D+11,.

    DDN (. ognon% P. Colle!% CL leury% . $irard de Ville! ierry% e!-. so% en!o% os espe-ialis!as dessali!era!ura. Heriam ne-ess

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    da graa%DD9 uma das e!apas ou das X4iasX Oue se dis!ingue num i!iner

    danaoc% es!ado passi4oc% es!ado de aniOuilamen!oc% es!ado de -onsolaoc% e!-.% dizem Molina%Huarez% VasOuez e -em ou!ros !e0logos.

    D*, Por eKemplo:incipientes! pro0icientes! per0ecti!em Tomoa4en!ura% por eKemplo: e OuinOue s!a!ibus umanisc% P. L. 1&&% -. '11.D*D ;Fuvres de =aitre 5harles 4oyseau! avocat en 1arlement!Paris% 1N&8% p. * U u roi! des o??i-esc%

    li4. % -ap. 1 .D** Cer!amen!e%o estado W< Ouali?i-a4a an!es% uma si!uao -i4il: H!a!us per!ine! proprie ad liber!a!em 4el

    ser4i!u!em si4e in spiri!ualibus si4e in -i4ilibusc es-re4ia Tom

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    Oue se eKer-e na so-iedade. Alguma -oisa de mais de-isi4o ainda para o ?u!uro seesboa% pra!i-amen!e% nes!as apologias do Xde4er de es!adoX UE sua re4elia e semelaborao !e0ri-a : o aWus!amen!o do sentidoU-ris!o ou no aolu*ar social.J Oueassim se ins!ala na is!0ria o-iden!al 5 uma 5!i-a enun-iada em !ermos de repar!i]esso-iais e rela]es e-on`mi-as. /s!a ar!i-ulao se !orna uma es!ru!ura das so-iedadesmodernas e -on!empor neas. Com respei!o a es!a de!erminao das -a!egorias moraisem 4ir!ude de uma organizao s0-io+e-on`mi-a% Xas pr

    A 5!i-a Oue ir< organizar o sen!ido da eKis!Zn-ia em !orno dos !rabal os% doses!a!u!os e% por!an!o% !amb5m dos -on?li!os so-iais% !Zm aOui um dos seus pon!os deemergZn-ia. nauguram+se% en!o% dois s5-ulos e meio de iden!i?i-ao al!ernadamen!eXburguesaX% liberal% pa!ri0!i-a% so-ialis!a ou -ien!i?i-is!a en!rea tare0aso-ial e o sentidodo omem. Tal4ez o Xsen!ido da is!0riaX se reduza a es!a -ombinao. Her57 !em o mesmo es!a!u!o Oue ou!rosenun-iados: so os ma!eriais Oue o remodelam maneiras de agir ou de ?alar% os ^ni-osD*N ome dado Es peOuenas reuni]es in?ormais de ?i5is% -uWo modelo ?oi -riado por P ilippe a-ob Hpener

    U1ND'+1&,' em ran)?ur!+sobre+o+Meno. /s!asecclesiolae in ecclesi( so colle*ia pietatis./las!amb5m !Zm -omo -ara-!erBs!i-a a!ra4essar as delimi!a]es e-lesiais UOue assim perdem sua per!inZn-ia

    religiosac : elas se designam -omo -ris!sc% e no lu!eranas e re^nem ?i5is de !odas as pro-edZn-ias.C?. /mmanuel @irs- %'eschichte der neueren evan*elischen Theolo*ie in &u(ammenhan* mit denall*emeinen /e e*un*en des europdischen "enEens! ')tersloh!>er!elsmann Verlag% !. % 19'1% p. 92ss.

    D*& Histoire littraire du sentiment reli*ieu@...! t. 8.A eKpresso% apli-ada em Hurin e na /s-ola do Pe.Lalleman!% pode ser es!endida a mui!as ou!ras -orren!es.D*8 C?. M. de Cer!eau% 4>A sent de l>histoire!Mame% 19&D% p. 1'D+1N&: @is!oire e! mys!iOuec.

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    4erdadeiramen!e per!inen!es./s!es minori!ni-ialmen!e o mo4imen!o Wansenis!a%camisard! puri!ano ou mesmo ras)ol% sedis!ingue pela ?ron!eira de uma pr

    para si. Js ges!os de separao perdem% assim% seu signi?i-ado religioso. /les so-ompreendidos e 4i4idos den!ro dos re?^gios de maneira di?eren!e do Oue o so ?oradeles. Cons!i!uem uma mensagem -ada 4ez menos de-i?rem mais do Oue is!o% es!a in!erpre!ao -omum re?lui para oin!erior des!es grupos. Mesmo aOueles Oue se propun am signos religiosos -omeam a pens

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    ges!os -on!ra es!a presso ambien!e% mas is!o o-orre menos porOue eles se ap0iam emrela]es religiosas in!erna-ionais do Oue em razo de um apro?undamen!o no se*redode uma in!imidade U?amiliar% alde% -elularD'2 e graas a sua baliza%o mGrtir!Oue 5 amar-a p^bli-a de uma eliminao so-ial Uo mar!Brio da !es!emun a 5% na an!i+so-iedadeXpro?5!i-aX% a imagem -orresponden!e E davirtudedo san!o numa igreWa es!abele-ida .

    A organizao e?e!i4a e 4isB4el da so-iedade mos!ra Oue% na maior4P!. 8>87 par!edos -asos% uma !rans?ormao de sen!ido se opera no pr0prio in!erior das pr

    Tamb5m a X eresia !radi-ionalX% ?orma so-ial modelada numa 4erdade !eol0gi-a%se !oma -ada 4ez menos possB4el. A or!odoKia em ?uno da= Oual es!a ?orma sede!ermina4a serD'2

    /s!a preser4ao e es!e o-ul!amen!o se-re!o dos !esouros ?amiliares so re4elados% no -aso de umaaldeia das Ce4enas% por @enry Manen e P ilippe ou!ard%3ne 0oi enracine! 4a 1ervenche!LaPer4en- e% 19&2: 5 o admir

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    IV. A TICA FILOS9FICA0LE ALIDADE E UTILIDADE NO SCULO VIII

    1oliti(aoou 0olclori(aodas pr

    Por5m% desde o s5-ulo SV % os espBri!os mais l^-idos denun-iam o -on!role doXusoX so-ial e da XordemX p^bli-a sobre os -ompor!amen!os religiosos. Para mui!osdeles no eKis!e mais uma 5!i-a -ris! propriamen!e di!a. Quando Pas-al analisa o a-essoE ?5% a 4erdade da Oual ?ala no se iden!i?i-a -om nen uma -ondu!a par!i-ular nem -omnen um enun-iado4P!. 8>27dou!rinal. es!e momen!o ela 5 o pon!o de ?uga impli-ado por realidades -i4is% mas -on!radi!0rias ela 5 o in!erm5dio Uo en!redi!o ao Oualreme!em as -ombina]es so-iais da 4iolZn-ia e da ordem% da legi!imidade e dailegi!imidade% dos pre-on-ei!os e da razo. o !em mais lugar pr0prio no mundo% a no

    ser o !rao Oue o milagre esboa por -ima do mar!Brio dos Xsan!osX: 5 pre-isamen!e um?ora+de+lugar. oram no!adas analogias en!re seu pensamen!o e o de @obbes.D'' e ?a!o%ele !em% da so-iedade% uma ?iloso?ia bem polB!i-a e XmundanaX Oue l e ensinaram suaeKperiZn-ia% a -on4i4Zn-ia -om (oanez%D'N e!-. es!e pon!o de 4is!a% ele 5 mais modernoe perspi-az Oue seus ad4ers

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    ne-ess3ma ra(o instauradora de seu 0olElore.

    /s!e !ipo de -ombinao W< esboa uma organizao Oue se generaliza no s5-uloSV . Pode+se dizer !amb5m Oue a re?leKo das Luzes eKuma os pos!ulados dela eeK!raindo as suas -onseO_Zn-ias !e0ri-as. Cer!amen!e is!o no mais a-on!e-e sob a?orma beli-osa Oue a poli!izao da moral a4ia adOuirido en!re os apologes!as daXrazo de /s!adoX sob (i- elieu. Heu lugar% en!re!an!o% permane-e o mesmo: umaXrazoX polB!i-a de pr:7

    empresa de ra-ionalizao e-on`mi-a% ?inan-eira e es!a!Bs!i-a. XPer!en-e Ouase !odo aodomBnio do 4olun!Ftat...! op. cit.! p. 1&* .

    D'8 C?. M. de Cer!eau% Poli!iOue e! Mys!iOue% (en5 d=Argenson U1'9N+1N'1 c% in Revue d Asctique et de =ystique! t.SSS S% P ! p. BN- O.D'9 Piare C aunu% 4a 5ivilisation de l>Furope des 4umi res!Ar! aud% Q ! p. 21&% -i!ando H. Mos-o4i-i.

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    isolado da polB!i-a e da -iZn-ia Udois domBnios indissolu4elmen!e unidos% apesar das?ri-]es% pelo -asamen!o da ra-ionalidade -om a e?i-

    das Luzes 5 a da legalidade e da in!eligibilidadeX.DN2 Mas Ouem sus!en!a es!a a?irmaoe onde 4em ela e uma burguesia Oue se d< o poder de ser a X-i4ilizaoX%

    dis!inguindo+se de um po4o supers!i-ioso e sel4agem. e -idades -ons!i!uBdas -omo-en!ros e pon!os de par!ida das -ruzadas para os Xdeser!osX do mundo rural: produz+se amigrao urbana4P!. 8>;7em direo ao -ampo% bem -omo para o Les!es.DND AX-ul!uraX se elabora l< onde se -ons!r0i o poder de 0a(era is!0ria e se op]e Es regi]esso-iais Oue es!abele-e na in5r-ia de uma esp5-ie de X a!urezaX origin

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    pou-o a pou-o% seus pr0prios prin-Bpios. Por ou!ro lado ela se in-lina para as linguagensno-operatrias e para as massas populares. a 4erdade es!a lo-alizao ?oi !amb5m preparada pela pr0pria greWa Oue no -essou% duran!e um s5-ulo% de !rabal ar por umXre!ornoX ao po4o Umiss]es populares% edu-ao prim

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    Am ivalLncia daXutilidadeX:

    A e4oluo Oue ?az da religio popular o obWe!o de%uma an!ropologia es-lare-idase apresen!a ini-ialmen!e -omo uma !riagem Oue 4isa eK!rair das -renas e das pr

    esde 1N2*% Lord @erber!o0C erbury propun a% em prin-Bpio% Ouea virtude Goessen-ial do -ul!o.DN' /m 1N&8% osep Clan4il op]e E disperso is!0ri-a das -renas ane-essidade de eK!rair delas algumas regras simples para a pr

    Mon!esOuieu designa o m5!odo des!a ermenZu!i-a Ude ?undo !radi-ional% desde esptrit!!rad. . @ippoly!e% Aubier% !. % p. 112+11*: L=u!ili!5

    -omme -on-ep! ?ondamen!al de l=Au?)lrungc. C?. $uy >esse% P ilosop ie% Apolog5!iOue%;!ili!arismec% in "i@-huiti me si cle!nq O!19&,% p. 1D1+1*N. Hobre es!e mesmo assun!o% Mi- el

    ou-aul!% 4es =ots et les 5hoses!$allimard% 19NN% p. OI -O B.D&1 Morelly%5ode de la KatureU1&'' % par!e: o -apB!ulo sobre os e?ei!os par!i-ulares da moral 4ulgarc

    diz respei!o aos e?ei!os da id5ia de eus. (eed. $. C inard% Paris% 19',% p.O ss.D&2 C?. o grande es!udo de ean H!arobins)i% J. -J Rousseau. 4a transparence et l>o stacle!$allimard%19&1.

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    -ruzada do s5-ulo SV % 5 !rabal ada por es!a ambi4alZn-ia in!ransponB4el. /la-oloniza% 5 4erdade% mas 5 !amb5m uma bus-a es-a!ol0gi-a: esperaque venha a-on?irmao e a e?e!i4idade daOuilo Oue W< anun-ia. $ po4o ignoran!e% a -riana% osel4agem% e !amb5m o doen!e% o lou-o deuses enigm>7o -ampo de seus progressos a ?im de ul!rapassar o -or!e Oue aman!5m ?ora de sua 4erdade e a ?az depender do Oue -omba!e. Mas es!e -or!e Oue l e 5-ons!i!u!i4o. /le no poderia ser suprimido sem Oue se esboroasse a razo% Oue se de?inena medida em Oue o prop]e. A!ra45s das maneiras an!i!5!i-as mas om0logas dadominao ou da seduo% a ra-ionalidade das Luzes man!5m -om seu ou!ro umarelao ne-ess

    ?ormalidades crists das prGticas 0ilos0icas6

    A 5!i-a no pode se apoiar em seus obWe!os W< Oue eles signi?i-am para a razo aeK!erioridade de sua 4erdade. /la !oma% -omo ?undamen!os% seus pr0prios pos!ulados.

    o oonatus spinosis!a ao Ximpera!i4o -a!eg0ri-oX )an!iano nas duas eK!remidadesdes!e s5-ulo % mui!as ?iloso?ias ar!i-ulam a ra-ionalidade das pr

    geral Oue a -ondi-iona. is!inguindo en!re es!es dois elemen!os% 4eremos aB% por umlado% a eKperiZn-ia Oue engendra uma no4a ?iloso?ia do omem% e% por ou!ro% o obWe!o

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    da rein!erpre!ao Oue !rans?orma religio em passado. e ?a!o% os doisempreendimen!os no se dis!inguem !o ?a-ilmen!e% pois 5 otra alho e-on`mi-o% polB!i-o ou -ien!B?i-o Oue permi!e um a?as!amen!o -om relao E religio% -ons!i!uindo+aem um lugar Xou!roX UOue ser?7 (ousseau no seu5ontrato MocialU V%. A eKegese Oue eKila a li!eralidadeda religio para um passado% ou para o X4ulgarX% permi!e um ?un-ionamen!o no4o dases!ru!uras a!5 en!o -ara-!erBs!i-as do -ris!ianismo% de agora em dian!e deslas!radas deseus -on!e^dos ideol0gi-os ou pr

    Por isso% sem d^4ida% 5 ineKa!o pensar ainda es!as ?ormalidades -omo XreligiosasX W< Oue% pre-isamen!e% elas deiKam de sZ+lo e Oue% num -er!o sen!ido% se poderia-onsiderar o !empo de seu Xpreen- imen!oX religioso -omo um momen!o da is!0ria

    des!as ?ormas -ul!urais. /m !odo es!udo Oue l e 5 -onsagrado% a religio% depois dos5-ulo SV % apresen!a es!a ambig_idade do seu obWe!o: por eKemplo% seu passado 5al!ernadamen!e eKpli-ado pela so-iologia Oue% en!re!an!o% organizou% e !ido -omo aeKpli-ao des!a so-iologia Oue se subs!i!ui a ele. Mas geralmen!e% !oda so-iedadenas-ida e surgida de um uni4erso religioso UeKis!em ou!ros !ipos de so-iedade de4een?ren!ar a relao Oue man!5m -om sua arOueologia. /s!e problema es!< ins-ri!o na-ul!ura presen!e pelo ?a!o das es!ru!uras religiosas serem deslo-adas dos -on!e^dos

    religiosos Oue organizam as -ondu!as ra-ionais. Hob es!e -on!o de 4is!a% es!udar areligio% Ouer dizer% oWe% pensar o Oue seus -on!e^dos setornaram nas nossasso-iedades UX?en`menosX religiosos % a !B!ulo do Oue as suas ?ormalidades setornaramna nossa pr

    J s5-ulo SV apresen!a% em !odo -aso% es!a !ransposio das es!ru!urasreligiosas para os dis-ursos ?ilos0?i-os. a re-Bpro-a do pro-esso Oue% -omo 4imos% le4aD&D C?. par!i-ularmen!e. $. $usdor?% "ieu! la nature! l>homme au si cle des 4umi re!Payo!% 19&2% p. 1*D+

    2D9% L=a4 nemen! des s-ien-es religieusesc.D&* Heria ne-ess

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    ener*iasOue% numa din mi-a imanen!e% de4em ser pos!as a ser4io de uma u!ilidade p^bli-a% em 4is!a de uma -riao -ole!i4a.

    2 J re-urso E -ons-iZn-ia se origina an!es no liberalismo e-on`mi-o e numXindi4idualismo burguZsX. Mas 5 o lugar Oue os (e?ormados a4iam -ir-uns-ri!o%aOuele Oue a Xpala4raX impossB4el de in!roduzir no dis-urso !in a mar-ado e deiKado4azio.D&8 A re?erZn-ia ao -ris!ianismo e-lesiol0gi-o su-ede a eKperiZn-ia dos X-ris!ossem greWaX%D&9 Oue re-usam as media]es da linguagem ou do -orpo e-lesi

    AOui eu reme!o E no+dis-ursi4idade da pala4ra sal4adora% E !eologia de -ruzc na (e?orma. o se!ra!a% pois% da !ese de MaK eber sobre -oales-Zn-ia do -api!alismo moderno e do !rans-enden!alismo pro!es!an!e nos s5-ulos SV e SV % !ese% alios!on% @ea! % 19'9% e P. >esnard% 1rotestantisme et capitalisme. 4a controverse post rienne! A.Colin% 19&,.

    D&9 C?. Lesze) ola)o s)i%5hrtiens sans *lise. 4a conscience reli*ieuse et le line con0essionel au 78lle si cleUVars04ia% 19N' % $allimard% 19N9. C?. no!a N9.

    D8, . + . (ousseau% Le!!re E M. d=J??re4ille% * o-!obre 1&N1% in5orrespondence *nrale!!. V% p. 22D+22*.

    D81 (ousseau es-re4ia a Monsen or de >eaumon!: /u penso Oue o essen-ial da religio -onsis!e na pr

    D82 C?. (ober! 5ra! 5% Les rappor!s de la morale e! de la religion - ez ean+ a-Oues (ousseauc% in Revue philosophique! t.CSSS S% 19*9% p. 1*D+1&D.D8D ean H!arobins)i% J. J. Rousseau. 4a transparence et l>o stacle! op. cit.! p.DD

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    organizao de uma espiri!ualidade. Mas pelo re-urso ao poder Oue !em o omem de Xse!rans?ormarX e de -ons!ruir sua ?eli-idade% (ousseau apaga a ?al!a origin

    pespe-!i4a de uma produo. J X-os!umeX no 5 apenas um ?a!o% 5 um ins!rumen!o: umaso-iedade adOuire% por aB% o poder de Xse aper?eioarX inde?inidamen!e% de agir sobre simesma% de modi?i-ar sua na!ureza% de se -ons!ruir. o X-os!umeX se passaV Fducao:no ?inal do s5-ulo es!e Xmi!oX d

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    4em mais do al!o.ParadoKalmen!e 5 ne-ess

    o Oue a-on!e-eu: X a pr

    D8N /n!re a religio e a ?iloso?ia radi-almen!e no4ac% eKis!e% segundo euerba- % su stituio!Ouer dizer%omologia de es!ru!uras e in4erso de sen!ido: A in-redulidade subs!i!uiu a ?5% a razo% a >Bblia% a

    polB!i-a% a religio e a greWa %a !erra subs!i!uiu o -5u% o !rabal o% a pre-e% a mis5ria ma!erial% o in?ernoe!-. /le !amb5m a-res-en!a: 5 ne-ess

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    V. AS LEIS PR9PRIAS DO RUPO RELI IOSO0REDU,/O AO SILENCIO E ADMINISTRA,/O CULTUAL

    a medida em Oue a organizao pr

    al-an-e simb0li-o por ?al!a de ar!i-ulao -om as pr

    /n!re!an!o% os le!rados no so !odos os -ren!es% ainda Oue repouse sobre eles -ada4ez mais% desde < um s5-ulo% a -arga de represen!ar a greWa. Ao lado des!e Xre?^gioX-leri-al reduo e minia!urizao da greWa no !ea!ro sa-erdo!al eKis!em mul!id]es

    -ris!s. / -er!o Oue se en-on!ra neles a di-o!omizao en!re as -renas e as !5-ni-as -i4isou -ien!B?i-as% na medida em Oueeste corte en*endrado pela capacidade de produ(ir!e% por!an!o% 5 -ara-!erBs!i-o da -a!egoria so-ial Oue !em o poder de ra-ionalizar pr

    "uas prGticas da lin*ua*em.

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    PesOuisas sobre a Xli!era!ura popularX ou sobre a i-onogra?ia religiosa nos proBbemsupor es!e alin amen!o. # 4erdade Oue elas -onduzem% de4P!. 8?:7 ?a!o% aos?abri-adores des!es almanaOues% li4re!os ou imagens XpopularesX UOuer dizer% aos-l5rigos ou aos ar!is!as espe-ializados nes!e gZnero% e no aos seus lei!ores .D8& /ma-r5s-imo% re?erem+se a uma eKpresso par!i-ular+men!e -onser4adora ou a !em

    Hegundo es!es es!udos% a de4oo pelas almas do purga!0rio -on!inua a se di?undirna i-onogra?ia das igreWas pro4enais do s5-ulo SV . Cons!a!a+se ali% en!re!an!o% OueXo purga!0rio se abrandaX: a imagem ilus!ra menos o Wulgamen!o de eus do Oue aXliber!aoX das almas.D88 A id5ia da ?eli-idade se imp]e% aB% -omo aliD88 $aby e Mi- el Voyelle%8ision de la mort et de 1au-deli: en 1rovence! A.Colin% Ca iers desAnnalesc% SS S% 19&,% p. D&+*2. C?. !amb5m V. +L. Tapi5% . +P Le lem% A. Pardail 5+$alabrun% Reta les aroques de /reta*ne!P. ;. .% 19&2% Oue permi!e apreender os mo4imen!os da men!alidadereligiosa a!ra45s dos mo4imen!os das represen!a]es i-onogr

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    es!e -aso% osdiscursosU4erbais% i-`ni-os% ges!uaisno tLm a mesma 0uno e! portanto! no tLm a mesma si*ni0icao!segundo seWam -on!Bguos% !al4ez mesmoes!ran os Es !5-ni-as do !rabal o Uso-ial ou pro?issional ou segundo organizem es!as!5-ni-as e se !omem um ins!rumen!o de produo nas mos de um grupo so-ial. Por umlado% eles so opera!0rios: na -iZn-ia ou na -ul!ura das Luzes% a !eoria ar!i-ula pr

    Como pode uma dar -on!a da ou!ra A di?eren!es ?un-ionamen!os da linguagem de4em-orresponder in!erpre!a]es di?eren!es W< Oue% na realidade% !an!o num -aso -omo noou!ro% os signos no ?alam da mesma maneira% mesmo Ouando dizem a mesma -oisa. Jsenun-iados ?un-ionam -omo modos de enun-iao e!erogZneos. TerBamos aB% doissis!emas imbri-ados% mas di?eren!es% dos Ouais nen um modelo de eKpli-ao podeul!rapassar a e!eronomia% W< Oue reme!e a um lugar de enun-iao e a uma pr

    A in!erpre!ao des!a di?erena nos !ermos de uma oposio en!re Xeli!esX eXmassasX arris-a ser enganadora Ouando no eKpli-i!a Oue o -or!e produzido pelas LuzesD91 C?. no!a '2% a prop0si!o da dis!ino en!re -i?rac e sBmboloc.D92 Pode+se -omparar % es!a an;ccident mdival!Ar!+baud% 19N*% p. *** . /la 5e@pressodela mesma% represen!aode seu uni4erso. oi ne-ess

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    muda a na!ureza des!a dis!ino eli!e massas. / re-on e-er es!a -esura% 5 -on?essar Ouea dis!ino eli!e massas% !endo ?un-ionado de maneiras di?eren!es% no pode sergeneralizada sem eOuB4o-os no 5% por!an!o% um bom ins!rumen!o de aneau- amp%5ration et sparation!>ibl. de H-ien-es religieuses% Aubier% e!-. 19&,.D9N (oland Mor!ier no!a Wus!amen!e Oue se 4Z pulular% ap0s 1&,,% nas -ole]es de manus-ri!os% os

    F@ames crurigny% Meslier% ou le =ilitaire philosophe ! inLa remise en -ause du - ris!ianisne au SV e si -lec% Revue de l>3niversitde >ruKelles% 19&1 *% p.

    *1'+**D.D9& Tipo no4o de in!erpre!ao% pois% no s5-ulo SV a -rB!i-a radi-al a de @enri /s!ienne% por eKemplo 4Zno -ris!ianismo a repe!io mas-arada da religio an!iga% e no o resul!ado de -ausas na!urais UOuer

    dizer% ?inalmen!e% a represen!ao in-ons-ien!e de leis emi!idas pelo saber .

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    escrito e o oral.A -ul!ura popular% de!erminada por seu opos!o% 5 oral% mas a oralidadese !orna ou!ra -oisa a par!ir do momen!o em Oue o es-ri!o no 5 mais o XsBmboloX mas aX-i?raX e ins!rumen!o de um X?azer a is!0riaX% nas mos de uma -a!egoria so-ial. Habe+se da -on?iana Oue o s5-ulo SV e a (e4oluo deposi!am no li4ro: a es-ri!a re?ar< aso-iedade% da mesma ?orma Oue 5 o indB-io do poder Oue a burguesia es-lare-ida se-on?ere. Mas no pr0prio in!erior da -ul!ura es-lare-ida% a oralidade muda de es!a!u!o namedida em Oue a es-ri!a se torna a ar!i-ulao e a -omuni-ao dos !rabal os pelosOuais uma so-iedade -ons!r0i o seu progresso. /la se deslo-a% -omo Oue eK-luBda daes-ri!a. sola+se% perdida e reen-on!rada% nes!a 4oz Oue 5 a na!ureza% da mul er% da-riana% do po4o. # a pron^n-ia desligada da l0gi-a !5-ni-a das -onsoan!es+-i?ras. # oX?alarX% es!ran o% por5m rela!i4o E lBngua Xar!i?i-ialX das -ombina]es es-ri!as. #m^si-a% linguagem do ine?a- Ouemar-am o rou er% 19N'% p. 28*. J -on!ra+pon!o de ba- !em% ali

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    so-ial% a mBs!i-a musi-al% po5!i-a e ora!0ria% ?oge para o Les!e pro!es!an!e da /uropa%*,1

    ou se !rans?orma por !oda par!e em eso!erismo e o-ul!ismo. Mais amplamen!e% !oda uma par!e da religio re?lui para o -an!o popular% para a ?es!a -ul!ual% para a in!erioridade?amiliar% ?ormando assim o -on!rapon!o des!a ou!ra par!e Oue iremos reen-on!rar% o?i-iale super?i-ial% adminis!ra!i4a e organizadora% mas ?inalmen!e alienada pelo seu imenso!rabal o de polB!i-a -leri-al. An!es de sublin ar os perigos de uma lo-alizao no-ul!ual% 5 ne-ess# es!e o indB-io de Oue urna -ul!ura perde a pala4ra ?undando a es-ri!a Hemprea-on!e-e alguma -oisa do lado da oralidade. Mas -omo dizer% Oue urna 4ez -om a

    is!oriogra?ia es!amos -olo-ados do lado da -iZn-ia es-ri!a o 5 su?i-ien!e% para poder?alar dis!o% Oue a is!0ria !en a pre-isamen!e -omo ?uno% desde o ?inal do s5-uloSV % man!er a relao da razo -om a globalidade Oue l e es-apa e de ser o dis-urso bBgamo onde o saber se -asa simul!aneamen!e -om a -iZn-ia Oue ?az4P!. 8?>7

    is!0ria*,D e -om o roman-e% es!a XeK!enuao do mi!oX%*,* Oue deiKa Xo espBri!o do

    !empoX%o &eit*eist!se eKprimir.

    3m intermdio: os padres.

    He remon!amos d. e4eu%8ie spirituelle et vie sociale entre Rhin et /altique au 78lle si cle! de J. Arndt d 1. J. Mpener!lin-)sie-)% PQ!e Pierre eg aye% 4a "octrine sotrique de &in(endor0!

    lin-)sie-)% P .*,2

    C?. M. de Cer!eau% . ulia% . (e4el%3ne politique de la lon*ue!$allimard% 19&'.*,D C?. supro: azer is!0riac.*,* Claude L54i+H!rauss% 4>;ri*ine des mani res de ta le!Pion% P ! p. 1,'+1,N.

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    do-umen!os do s5-ulo SV % -ons!a!amos% no in!erior do -ris!ianismo% uma -li4ageman

    science reli*ieuse! t.LV % 19&,% p. N -N B!sobre a relao en!re um dis-urso o?i-ial e umaeKperiZn-ia% Oue no se dizc: eKis!e uma -landes!inidadec% uma perse4erana sub!err neac% umsilZn-ioc dos sen!imen!os ou das -on4i-]es -om relao E a!i4idade p^bli-a.

    *,N C?. supra% A in4erso do pens

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    or*ani(ao das prGticas serG mais 0orte do que o sistema de representaWesao Oualassegura a -ir-ulao ou a sus!en!ao. s!o se mani?es!a% -omo W< se 4iu% no pro-essoOue susbs!i!ui o primado das -renas pelo das prem longe de ar!i-ular pr

    aB a posio par!i-ularmen!e dis!endida Oue os padres o-upam. Colo-ados noin!erm5dio do Oue 4em a ser a greWa e do Oue 4em a ser a so-iedade% 4i4endo es!a-on!radio num lugar Oue os prende aos ?abri-adores da so-iedade UOuer dizer aos/du-adores % mas a !B!ulo de represen!a]es Oue de4em man!er sem Oue elas l es permi!am pensar o Oue realmen!e ?azem% so 4o!adosa tare0as-ada 4ez adminis!ra!i4ase% por ou!ro lado% ao silLncio!no Oue se re?ere ao sen!ido de sua ?5. A soluo des!edilema -onsis!e em -on-en!rar o eKer-B-io do poder organizador no se!or obWe!i4o Oue 5-onsiderado passB4el de represen!ar a manu!eno da ?idelidade -ris!% a saber% o das

    Xpr

    A hermenLutica clerical.

    ;m -ar

    se es?ora por arran-ar a moral da -asuBs!i-a probabilis!a e ?undar um rigorismo Xmais puroX sobre um re!orno ao /4angel o*,8 orOues!ra a eK-lamao de um dos padres maisl^-idos da 5po-a% Monsen or ean Hoanen: X>elos dias do -ris!ianismo% Ouandore!ornareis X *,9 Mas% de ?a!o% es!e !rabal o opera uma !riagem nos !eK!os an!igos

    *,& C?. $. $usdor?% "i@e! la nature! l>homme au si cle des 4umi res! op. cit.! p. OIQ-O .*,8 C?. #douard @amel% (e!ours E l=#4angile e! ! 5ologie morale% en ran-e e! en !alie% auK SVlle e!

    SV e si -lesc% in're*orianum! t. L % 19&1% p.P -P Q!em par!i-ular a anusa*e des critures en tholo*ie morale tire des sources tr s pures de critures et de latradition...!1&&, % e!-.

    *,9 ean Hoanen%Mermon sur l>e@emple!in Migne% Jra!eurs sa-r5s% !. SL% Paris%NB!-ol. QI.

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    reme!e Es Xsupers!i]esX ou E XsensibilidadeX de omens Xdi?eren!esX% Xmais simples doOue n0sX e Xmais ignoran!esX%*1, !udo o Oue se !ornou4P!. 8?67 ina-redi!

    A eKegese piedosa se reen-on!ra% !amb5m no -a!oli-ismo% marginalizada -omrelao E -iZn-ia pa!en!eada. Mas 5 aB mais suspei!a% porOue es-apa E ins!i!uioe-lesial. A preo-upao -leri-al se mani?es!a pela mul!ipli-ao das maneiras deemprego e dos Xm5!odosX de lei!ura: o Xbom usoX da /s-ri!ura 5 mais impor!an!e do Ouea sua 4erdade.*12 J Oue mais uma 4ez pre4ale-e uma prGticaX-a!0li-aX da >Bblia% Oue5 organizada por es!es pas!ores Oue enelon W< - ama de Xes-ri!uras 4i4asX uma pala4ra

    Oue designaria no s5-ulo SV os es-ribas e os !5-ni-os das pr

    *1, $eorg C ris!op Li- !enberg% -i!ado em $. $usdor?%op. cit.! p. O O.*11 C?. $. $usdor?%op. cit.! p. OIB!Oue se re?ere ao grande li4ro de/mmanuel Hirsch! 'eschichte der

    neuern evan*elischen Theolo*ie im &usammenhar* mit den all*emeinen /e e*un*en dereuropaischen "enEens!$_!erslo % >er!elsmann% !. % 19'1% p. P ss.*12 Cons!a!a+se is!o desde o ?im do s5-ulo SV na ?amosa Car!a de 5nelon ao bispo de Arras%Mur la

    lecture de l>criture sainte en lan*ue vul*aireUin;Fuvres compl tes!Paris% !. % 18*8% p. 19,+2,1 %ounas re?leK]es Oue -onsagra ao mesmo assun!o seu =andementsur la r5-ep!ion de la /ulle 3ni*enitusUi id.!!. V% 18'1% p. 1*,+1*2 : Ju4ir os pas!ores Oue as eKpli-am% 5 ler as /s-ri!urasc. Com e?ei!o% os pas!ores so /s-ri!uras 4i4asc. Tamb5m a greWa usa% ?reO_en!emen!e% o direi!oc de no permi!ir alei!ura do !eK!o sagrado seno as pessoas Oue ela Wulgasse su?i-ien!emen!e preparadas para lZ+lo -om?ru!osc U;Fuvres! op. cie !!. % p. 19D . /s!a !eologia 5 !radi-ional% mas% no s5-ulo SV % ?un-iona-omo a subs!i!uio do padre! mar-o so-ial obWe!i4o% pelote@to!mar-o li!er

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    !eK!os obede-em aos mesmos prin-Bpios.Com e?ei!o% es!es omens so an!es de !udoletrados. Ma-iamen!e eles se

    dis!an-iam da -ul!ura popular% !olerando ou ignorando o Oue no podem impedir. Arup!ura se agra4a a par!ir dos anos 1&',. iminuio dos -on!a!os en!re os pas!ores e a populao: re-uo do -lero para um dis-urso Oue ?oi -ons!ruBdo no s5-ulo SV -omoXre?ormis!aX% mas Oue se !orna o meio ?ormal dos reagrupamen!os sa-erdo!aisdesapare-imen!o Ouase geral das 4isi!as pas!orais: es!es ?a!os en!re mui!os ou!rosa!es!am% simul!aneamen!e% a a!rao Oue eKer-e a in!elligen!sia das Luzes Unas-ida deum -or!e -om relao ao X4ulgarX % e a paralisia Oue promo4e a impossibilidade dein!roduzir no dis-urso religioso U-ongelado no lugar onde a greWa de4e ser de?endida por seus Le4i!as a (e4oluo epis!emol0gi-a Oue -ons!i!ui a ?ora des!a in!elligen!sia. a 4erdade% uma len!a mu!ao !rans?orma es!es padres% permane-endo% no en!an!o%se-re!a ou marginal.4P!. 8657Meslier 5 um -aso eK!remo% mas no eK-ep-ional%Ouando deiKa para al5m de sua mor!e a eKposio do seu 4erdadeiro pensamen!o.*1* J-on!e^do do dis-urso e o a!o de ?alar se prop]em es!rangeiros% es!ran os um ao ou!ro-omo o !eK!o e o au!or: Ouando eKis!e enun-iao% o enun-iado men!e Ouando ele diz a4erdade% no < mais enun-iao. A pala4ra se desar!i-ula en!re umavo(sem 4erdade eumaescritasem 4oz uma es!ru!ura Oue -ombina le4ando+as ao eK!remo% a posio

    do 4ulgar e a das Luzes./s!a !rans?ormao o-ul!a no apare-e nos !eK!os ou nos ges!os o?i-iais e no

    apare-er< E luz do dia seno no momen!o da (e4oluo% Ouando !an!os padresrepresen!aro um papel de-isi4o no des4elamen!o na-ional Oue reme!e% espe-ialmen!e% Esua si!uao par!i-ular. An!eriormen!e presos no in!erm5dio da religiosidade popular eda burguesia es-lare-ida% somen!e podem gerar seu dis-urso ideol0gi-o e organizar pr

    3ma pol

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    ordem Oue ela sup]e.3 /la 5 indisso-ier! elo! du C esnay% Le

    Clerg5 ?ranais au SV e si -le e! les regis!res d=insinua!ion e--l5sias!iOuec% in Revue d>histoiremoderne et contemporaine!19ND% p. 2*1 ss.

    *1N s!o ressal!a% em par!i-ular% de uma anordeauK% Ar- i4es d5p.% $. '91+N Q para o s5-ulo SV . Ju!ras sondagens -on?irmames!a anord5us apresen!a% !amb5m%mais rapidamen!e do Oue as ou!ras es!a e4oluo para o ?ormalismo.

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    -os!umes !radi-ionais. a pr

    pas!orais -ons!i!uem um do-umen!o pri4ilegiado para re4elar% de par0Ouia em par0Ouia%as rea]es dos ?i5is% dos -uras e dos bispos. A obser4 n-ia e a puri?i-ao do -ul!o 5 a preo-upao essen-ial dos respons

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    a re!i?i-ar% nas suas margens% a normalidade -omum.*21 a mesmaXmaneira man!5mXmagnB?i-os obWe!osX de pensamen!o Xsurpreenden!es espe!

    !iradas de uma eKperiZn-ia an-es!ral e pelos m5!odos do Xbem 4i4erX ou do Xsaber4i4erX.*2D Tra!a+se da 4ulgarizao do espBri!o das Luzes por au!ores Xedu-adoresX ou oa!es!ado de pr

    seno no de-orrer das re4ol!as ou das re4olu]es -om a ?oi-e% o ?or-ado% a enKada% e!-.*21 Por eKemplo% re!omando uma obrigao an!iga lembrada pela >ulla Hupra $regem de Pio V Ude

    maro de NPP e pela Hagrada Congregao de 1N99%o direi!o da greWa ainda proBbe ao m5di-o de ir4isi!ar os doen!es sem !er 4is!o o a!es!ado do -on?essor% -er!i?i-ando !Z+los ou4ido em -on?isso.50./rnes!e de H. osep % 4e =inist re du con0esseur en pratique...!Li ge% >ar- on% 1&18% !. % p.N.Ainda Oue es!a medida se ins-re4esse numa ierarOuizao religiosa da so-iedade% ela !oma o sen!idode uma mar-ac e de um de-re!oc a-res-en!ados E l0gi-a -i4il de uma pro?isso.

    *22 /s!as so as eKpress]es de Monsen or ean Hoanen no seu sermoMurl=eK-ellen-edu 5hristianismeUin Migue%;rateus sa-r5s%t. SL% -oL 11N2+11N8 . Aos espe!histoire sociale!Mou!on% 19N9%e 4a /i lioth que /leue! ulliard% 19&1. C?. (ober! Mandrou% "e la culture populaireau@ 789le et 78llle si cles!H!o-)% 19N*.

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    Heria4P!. 86:7ne-ess4P!s. 86< a 25?7 o!as4P!. 2567TB!ulo4P!. 2857Praudel -omeou a !raar em5ivilisationmatrielle et capitalismeU 78e-78llle si cles ! t. % A. Colin% 19N&% um li4ro Oue sem d^4ida seaproKima mais do lugar da -ul!ura popular do Oue mui!as obras sobre li!era!ura popularc.

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    Terceira Parte

    OS SISTEMAS DE SENTIDO0O ESCRITO E O ORAL

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    Cono!ada pela oralidade e por um in-ons-ien!e% es!a Xdi?erenaX re-or!a umaeK!enso% obWe!o da a!i4idade -ien!B?i-a: a linguagem oral espera% para ?alar% Oue umaes-ri!a a per-orra e saiba o Oue ela diz. Hobre es!e espao de -on!inen!es e o-eanoso?ere-idos% an!e-ipadamen!e% Es opera]es da es-ri!a% se esboam os i!iner

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    relao -om o omem]selva*em]! por ou!ro E relao -om a !radioreli*iosa.Her4e para -lassi?i-ar os problemas Oue o sol nas-en!e do X o4o MundoX e o -rep^s-ulo da-ris!andade Xmedie4alX abrem E in!elligen!sia.

    /s!e uso no4o 5 o Oue eu obser4o nos !eK!os is!0rias de 4iagens e Ouadrose!nogr

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    4P!. 28:7apenas uma 4oz ou!ra pode re4elar a respei!o do lugar de onde es-re4o.J impor!an!e es!< al ures. A Oues!o propos!a aos !rabal os e!nol0gi-os o Oue

    sup]e es!a es-ri!a sobre a oralidade se repe!e naOuela Oue me ?azem !razer E luz e Oue4em de mais longe do Oue eu. Min a an

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    or!odoKia Ua -idade san!a% o !^mulo% a basBli-a % o i!ineriblio!e-a @is!0ri-a >rasileirac U8ia*em V Tenra do /rasil!Ho Paulo% 19&2 . (een-on!ra+se aB% de Plinio Ayrosa% uma -uriosa re-ons!i!uio do -apB!ulo SS sobre a lBngua !upi Uop. cit.! p.219+2', Oue um dos mel ores espe-ialis!as do Tupi an!igo U-?. seu5urso de Tupi anti*o!(io% 19'N a4ia%en!re!an!o% -ri!i-ado mui!o 4i4amen!e: A. Lemos >arbosa% Fstudos de Tup4 ; "iGlo*o de 4ryb narestaurao de 1linio Ayrosa!(io% 19**.uran!e a segunda me!ade do s5-ulo SV !oda uma li!era!ura en4ol4e ou eKplora a eKpedio do-a4al eiro urand de Villegagnon ao (io U1'''+1'N, . Tra!ados% -er!amen!e: a5osmo*raphieuniverselledo ?ran-is-ano Andr5 T 54e! UParis% 1'&' de Ouem L5ry pre!ende re?u!ar as impos!urasc 4es Trois =ondesde La Popelini re UParis% 1'82 -uWa Dj par!e Ua Am5ri-a d< grande impor! n-ia E

    4iagem e!-. Mas es!as obras -ien!B?i-as 4Zm ap0s a publi-ao de do-umen!os e de pan?le!os. ;ns% WornalBs!i-os e pol5mi-os so do gZnero: 4 poussette des armoiries de 1ille*ai*non... ou 4 trille de Kicolas "urand..! etc.Js ou!ros -ons!i!uemdossiers sobre as Oues!]es deba!idas. ois momen!ossobre!udo:

    1q 1''&+1''8% ap0s a par!ida da missoc de $enebra% mas enOuan!o Villegagnon man!5m ainda a il aColigny na baBa do (io. /s!es so apologias polB!i-as:

    +5opie de quelques 4etres sur 9a Kavi*ation du 5hevallier de 8ille*ai*non es Terres de 9 Amrique..!contenant sommairement les 0ortunes encourues en ce voya*e! avec les meurs et 0aons de vivre desMauva*es du pais: envoyes par un des *ens dudit Mei*neurUed. por i-olas >arr5 % Paris% Mar!in le

    eune% 1''&% in+8q reed. 1''8% in+8q% 19 ??.+ "iscours de Kicolas /arr sur la navi*ation du chevalier de 8ille*ai*non en Amrique!Paris% Mar!in le

    eune% 1''8 Ureed. in P. $a??arel% Histoire du /rsil 0ranais...! p.D&D+D82 .2q 1'N1% por!an!o% ap0s a 4i!0ria dos Por!ugueses e a par!ida dos ran-eses U1'N, . eba!e !eol0gi-o+

    polB!i-o Paris+$enebra sobre a opor!unidade% gorada% de um (e?^gioc pro!es!an!e. Villegagnon 5a-usado de !er !raBdo ou a religio (e?ormada ou o (ei ou os dois. J pas!or Pierre (i- ier% !e0logomembro da missoc de Oue L5ry ?azia par!e% 5 o mais in!ra!an NNN! Jusqu G l>un NN ! s.d.U$enebra % 1'N1% in+8q % *8 ??. Ureed. in Kouvelles Annales des 8oya*es!'j s5rie% !. SL% 18'* .

    + 4es 1ropositions contentieuses entre le 5hevalier de 8ille*a*non sur 9a Rsolutton des Macrements de =aistre Jehan 5alvin!Paris% 1'N1% Wun!o -om o pre-eden!e.

    - Response au@ 4ettres de Kicolas "urant! dica le sevallier de 8ille*ai*non addreues V la Reyne meredu Roy. Fnsem le la con0utation dyne heresia mise en avant par le dit 8ille*ai*non contre la souveraine puissance et authoriti des rois! s. :n. d. U1'N1% pare-e % in+8q % *N ??.

    + 1etri Richerii li ri duo apolo*etici ad re0utandas roerias! et coar*uendos lasphemos erroresdete*endaque mendacla Kicolai "urandi qui se 8ille*a*nonem co*nomina!$enebra U /K-usum@ierapoli% per T rasybulum% P oeni-um % 1'N in*q . J !eK!o de (i- ier ?oi edi!ado no mesmo ano em?ran-Zs: 4a Re0utation des 0olles rLveries! e@ecra les lasph mes et menson*es> de Kicolas "urand..U'ene ra !1'N1.

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    o sel4agem Oue permi!e re!ornar ao= pon!o de par!ida. J rela!o produz um re!omo% de si para si% pela mediao do ou!ro. Mas alguma -oisa Oue es-apa ao !eK!o permane-elV-

    as:a pala4ra. !upi. /la 5 aOuilo Oue% do ou!ro% no 5 re-uperon Hau4agec % in Revue de l>institutde Mociolo*ieU>ruKelas % !. V % 192&% p. D,' ss. Pedro Calmou% Histria do /rasil! NII. II!HoPaulo+(io% 19D9 U2?l ed.% 19', Jli4ier (e4erdie%uator(e calvinistes che( les Topinam our!$enebra+Paris% roz e Minard% 19'& /. Vau- ere!% . ien! e! l=en!reprise de Villegagnonc% in 4a "couverte de l>Amrique!Vrin%19N8% p+89 ss. lores!ar ernandes%;r*ani(ao social dosTupinam !Ho Paulo% 2 ed.% 19ND e!-.

    A um dossier sobre L5ry seria ne-ess;ri*inetouranienne des Amricains Tupis5ari es et des Anciens F*yptians!Viena% aesy e ri-)%18&N P. C.Ta!e4in% 4a 4an*ue tapihiya dite Tupi ou Ken*iatu!Viena% A. @dlder%191, rederi-o $. /del eis% Fstudos Tupis e Tupi 'uaranis! Rio!Li4. bras. /di!.% 19N9 .*D2 $. 2%&1+&2.

    *DD 9 id ! QO.

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    longBnOuos li!orais !upi re!omo ao !eK!o -ris!o e ?ran-Zs% graas aos -uidados-onWugados do eKege!a e do 4iaWan!e. J !empo produ!i4o 5 re-os!urado% oengendramen!o da is!0ria -on!inua% ap0s o -or!e pro4o-ado pelos sobressal!os do-orao Oue re-onduz por aB ao ins!an!e em Oue% Xin!eiramen!e en-an!adoX% !omado pela4oz do ou!ro o obser4ador se esOue-eu de si mesmo.

    /s!a ar!i-ulao en!re a pala4ra e a es-ri!a 5% por uma 4ez en-enada na Histoire.o-aliza% dis-re!amen!e !odo rela!o% mas L5ry eKpli-i!a sua posio num epis0dio+- a4e%

    no -apB!ulo -en!ral no Oual !ra!a da religio%*D* Ouer dizer% da relao Oue o -ris!ianismoda /s-ri!ura es!abele-e -om as !radi]es orais do mundo sel4agem. a orla dos !emposmodernos% es!e epis0dio inaugura a s5rie de Ouadros an

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    mundo% /uropa% \sia e \?ri-a% !Zm do Oue lou4ar a eus por es!arem a-ima dossel4agens des!a Ouar!a par!e di!a Am5ri-a: pois em lugar de -omo eles% Oue nada podemse -omuni-ar seno 4erbalmen!e%*D8 n0s pelo -on!r

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    -oisas em sua pureza eles a-res-en!aram a es!a ?

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    . 3ma hermenLutica do outro.

    Higni?i-ado por uma -on-epo da es-ri!a% o !rabal o de re-onduzir a pluralidadedos per-ursos E uni-idade do n^-leo produ!or 5 eKa!amen!e o Oue o rela!o de ean L5rye?e!ua. Como W< indi-ao 1re0Gcio!ele 5 ?ei!o de Xmem0rias... es-ri!as -om !in!a de brasile na pr0pria Am5ri-aX% ma!erial duplamen!e !irado dos Tr0pi-os W< Oue os pr0prios-ara-!eres Oue -onduzem o obWe!o sel4agem no ?io de um !eK!o so ?ei!os -om X!in!aX4ermel a eK!raBda do pau- rasil!Z es!a madeira Oue ?oi um dos prin-ipais ar!igos deimpor!ao na /uropa no s5-ulo SV .**&

    Mas 5 pelo e?ei!o de sua organizao Ouea Histoire Xrela!aX. a 4erdade% aoperao li!er

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    es!e Ouadro% a imagem do dissemel an!e 5% ou um des4io -om relao ao Oue se4Z Xde -

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    mundo Oue apare-ia in!eiramen!eoutro5 reduzida aomesmo pelo e?ei!o da de-alagemOue deslo-a a es!ran eza para dela ?azer umae@terioridadea!r

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    bipolaridade ini-ial% perigosa e -5!i-a U4erdade do lado de -

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    V -on!a os deba!es !eol0gi-os dos Ouais o ?or!e Coligny% na baBa do (io de aneiro% ?oio !ea!ro% e Xa in-ons! n-ia e 4ariaoX de Villegagnon Xem ma!5ria de religioX% -ausado desembarOue da misso ugueno!e en!re os Tupi do li!oral% Xos Ouais ?oram sem-omparao mais umanos para n0s.X*'1 J ou!ro U-ap. SS % designado por L5ry -omo o-ol0Ouio da lBngua do sel4agem*'2 5 um di-ion

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    uni4erso% a !raduo 0a( passar arealidade sel4agem para o dis-urso o-iden!al. Para is!o bas!a poder X-on4er!erX uma linguagem em ou!ra. A operao no !orna maisne-ess

    -ompreenderem na rana. ;ma -omes!ibilidade in!ele-!ual 5 a essZn-ia Oue 5ne-ess

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    analogi-amen!e% um X!rabal o produ!i4oX% Ouer dizer% um X!rabal o Oue produz-api!alX.*'N a par!ida de $enebra%4P!. 22;7 uma lin*ua*emse p]e em bus-ade ummundoU a misso pri4ada de e?e!i4idade Usem !erra % apare-e ?inalmen!e nas margenseK!remas do o-iden!e Ua il a Coligny% -ap. V -omo linguagem pura da -on4i-o ou dasubWe!i4idade% in-apaz de de?ender seus enun-iados obWe!i4os -on!ra um uso enganososeno pela ?uga dos lo-u!ores. A es!a linguagem se op]e% na ou!ra margem% o mundo daal!eridade m

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    ?i*ura 98

    4P!. 22

    e a ar!i-ulao deum a*ir ocidental.Com relaoa es!e suWei!o Oue age% ooutro a e@tensoonde o en!endimen!o re-or!a os obWe!os.

    Para L5ry% seu li4ro 5 uma X HistoireX*'9 onde as X-oisas 4is!asX permane-emligadas Es a!i4idades :o obser4ador. Combina dois dis-ursos Oue 4o se separar. ;mdeles se liga E -iZn-ia Oue% dis!in!a da X is!0ria na!uralX Uabandonada ao ?il0so?o e daX is!0ria di4inaX Uabandonada ao !e0logo !em -omo !are?a% segundo >odin% XeKpli-ar asa]es do omem Oue 4i4e em so-iedadeX e analisar Xas produ]es da 4on!ade umanaX

    *'& Hobre as !aKinomias dos seres 4i4os no s5-ulo SV % -?. Paul elaunay% 4a &oolo*ie au 78^ si cle!@ermann% 19N2% p. 191+2,,% e ranois a-ob% 4a 4o*ique du vivant!$allimard% 19&,% p. D&+*1. ean de 4ry segue os -lrasil% se re?erem Es -oisas no!rasil U$. 1% *, . uplo -ar

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    enOuan!o ela semper sui dissimilis.*N, o s5-ulo SV ao menos para os !e0ri-os % ais!0ria sup]e au!`nomos% por um lado% um su2eito polB!i-o e WurBdi-o das a]es Uo

    prBn-ipe% a nao% a X-i4ilidadeX e% por ou!ro lado%camposonde seWam mensur

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    4iaWan!e% da mesma maneira Oue a organizao ?es!i4a dos !upi es-apa da e-onomia da=is!0ria. J gas!o e a perda designam um presenteS?ormam uma s5rie de XOuedasX e%

    Ouase% de lapsos no dis-urso o-iden!al. /s!es -or!es pare-em 4ir des?azer de noi!e a-ons!ruo u!ili!

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    presen!e ?ora do !empo% eK-esso. o espel o Tupi% apare-e assim a imagem in4er!ida do!rabal ador. Mas a operao% Oue no deiKa E di?erena seno uma eK!erioridade% !em-omo e?ei!o !rans?orm

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    um -an!o e os -on!emplamosat a saciedade.*NN

    J rela!o -on!a o prazer de 4er pelo XpeOueno ?uroX -omo por um bura-o de?e- adura% an!es de es!ar num -an!o a gozar a!5 a sa-iedade des!e Xsabba!X e des!as

    X>a-anaisX:*N& mais ainda ele diz o prazer de es-u!ar de per!o os ruBdos assus!adores esedu!ores Oue !omam irressis!B4el a !emeridade de se aproKimar: es!as -enas de ero!ismoXe!nol0gi-oX se repe!iro nos rela!os de 4iagem. /las !Zm sua -auo na -ena inauguralde Modoma e 'omorra.Tra!a+se !amb5m de um . Xno4o mundoX e da sua des-ober!aUXPrimeira apario dos omens+mul eres...X : ele escutadoini-ialmen!e de uma -asaXapenas separada da de upiano por um !abiOue mui!o ?inoX. J er0i se pre-ipi!a nelesem pre-auo:

    As -oisas des!e gZnero Es Ouais assis!i !i4eram sempre% na en-enao% o -ar

    /u no ousa4a me mo4er. J pala?reneiro dos $uerman!es% sem d^4idaapro4ei!ando+se de sua ausZn-ia% a4ia !rans?erido para a -asa onde eu me en-on!ra4auma es-ada a!5 en!o na -o- eira. / se eu !i4esse !repado nela !eria podido abrir o pos!igoe es-u!ar -omo se es!i4esse na pr0pria -asa de upiano. Mas eu !emia ?azer barul o. eres!o era in^!il. em !i4e Oue lamen!ar no !er - egado E min a -asa seno ao -abo dealguns minu!os. Pois de a-ordo -om o Oue es-u!ei logo no -omeo% na -asa de upiano% eOue no ?oram seno sons inar!i-ulados% supon o Oue pou-as pala4ras ?oram pronun-iadas. # 4erdade Oue es!es sons eram !o 4iolen!os Oue se eles no !i4essem sidosempre re!omados uma oi!a4a mais al!o por um lamen!o paralelo% !eria podido -rer Oueuma pessoa degola4a ou!ra a meu lado e Oue em seguida assassino e sua 4B!imaressu-i!ada !oma4am um ban o para apagar os !raos do -rime. Con-luB dis!o mais !ardeOue eKis!e uma -oisa !o ruidosa Ouan!o o so?rimen!o% 5 o prazer...*N8

    Js XruBdosX Oue - egam da ?es!a dos omens+sel4agens% assim -omo os Xsonsinar!i-uladosX Oue assinalam a dos X omens+mul eresX% no !Zm -on!e^do in!eligB4el.Ho X- amadosX ?ora da 0rbi!a do sen!ido. /sOue-imen!os das pre-au]es% perdas deen!endimen!o% arreba!amen!os. /s!a linguagem no ob!5m mais o seu poder do Oue diz%mas do Oue ?az ou do Oue4P!. 22675. Tamb5m no poderia ser 4erdadeira ou ?alsa./s!< al5m ou aOu5m des!a dis!ino. J Xlado de l

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    -omo Oue na sua di?erena mais ?r

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    sempre% -en!ral e ?iKo% o es!a!u!o da ?u!ura e!nologia. /s!a relao de poder% ins-ri!a no!eK!o% -omo se 4iu% 5% alio!!i-elli./s!upor de L5ry% es!as Bndias Ouerem Xpermane-er sempre nuasX:

    /m !odas as ?on!es e rios -laros...% elas Wogam -om as duas mos

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    re-ebeu -omo XmaridoX% para -uidar% o prisioneiro des!inado a ser -omido.

    Jra !o logo o prisioneiro !i4esse sido aba!ido% se ele !i4esse uma mul er U-omoeu disse Oue se d< a alguns ela pondo+se per!o do -orpo ?ar< algum peOueno lu!o. igoespe-ialmen!e um peOueno lu!o% pois% segundo 4erdadeiramen!e aOuilo Oue se diz Oue o-ro-odilo ?az% a saber% Oue !endo ma!ado um omem ele - ora per!o dele an!es de -omZ+lo% !amb5m depois Oue es!a mul e