METODOLOGIA PARA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE …
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METODOLOGIA PARA ANÁLISE COMPARATIVA ENTREDIFERENTES PROCESSOS PARA PREPARAÇÃO DE TINGIMENTO
EM ARTIGOS 100% ALGODÃO
Alexandre Giuliano Marchi, Wallace Nóbrega Lopo
Centro Universitário de Brusque (UNIFEBE); 88352-400 Brusque/SC, Brasil; [email protected]
RESUMO: Por ser considerado uma das maiores fontes de economia global, o ramo têxtiltambém é responsável por uma grande parcela da empregabilidade, e por essas razões, essesetor merece destaque e também preocupação, pois, é um dos ramos mais competitivos,devido as variedades de produtos e processos que permeiam essa atividade industrial.Considerando a crescente procura por serviços de beneficiamento têxtil de malhas da regiãodo Vale do Itajaí em Santa Catarina, e a falta de informações e padronização no que dizrespeito ao processo de preparação para o tingimento de artigos de malhas na composição de100% algodão, o presente trabalho tem como objetivo de apresentar três metodologias paraanalisar e comparar os resultados para diferentes tipos de preparações para tingimento dessesprodutos presentes no mercado, verificando suas respectivas performances em diferentescondições, variando os insumos ofertados por alguns diferentes fornecedores de produtosquímicos e/ou auxiliares têxteis e trabalhando também com variáveis dos processos, como otempo, a concentração dos produtos químicos e o pH do banho da preparação do tingimento.Diante de tal, foram elaborados 20 diferentes processos de preparação, onde analisou-se osresultados obtidos por intermédio de testes de umectação capilaridade nos quais foramobservadas diferenças consideráveis entre essas propostas de preparações. PALAVRAS-CHAVE: Malha de algodão. Preparação. Umectação.
ÁREA TEMÁTICA: TECNOLOGIA TÊXTIL
METHODOLOGY FOR COMPARATIVE ANALYSIS BETWEEN DIFFERENTPROCESSES FOR PREPARING DYING IN ARTICLES 100% COTTON
ABSTRACT: Because it is considered to be one of the largest sources of global economy, thetextile industry is also responsible for a large share of employability, and for these reasons,this sector deserves to be highlighted and also a concern, since it is one of the mostcompetitive sectors, due to the varieties of products and processes that permeate this industrialactivity. Considering the growing demand for knitwear processing services in the region ofthe Itajaí Valley in Santa Catarina, and the lack of information and standardization regardingthe preparation process for the dyeing of knitted articles in the composition of 100% cotton,the present work aims to present three methodologies to analyze and compare the results fordifferent types of preparations for dyeing these products present in the market, verifying theirrespective performances in different conditions, varying the inputs offered by some differentsuppliers of chemical products and/or textile auxiliaries and also working with processvariables such as time, concentration of chemicals and the pH of the dye preparation bath.Twenty different preparation processes were elaborated, analyzing the results obtained bymeans of capillary wetting tests in which considerable differences were observed betweenthese preparation proposals.
KEYWORDS: Cotton knit. Preparation. Humectation.
1 INTRODUÇÃO
Dentre o abrangente e referencial mercado têxtil existente no brasil, é notável a
manufatura de diversos artigos que vão desde os mais complexos como tecidos inteligentes
capazes de repelir o fogo, proteger o usuário contra bactérias e até mesmo contra raios
ultravioleta, aos mais simples, voltados para fabricação de artigos básicos do vestuário.
É certo que diante da fabricação dos artigos acima citados, e de todos os incontáveis
presentes na cadeia têxtil nacional, os processos produtivos necessários para a sua
concretização são, de certa forma, diferenciados diante do resultado final almejado. Porém,
diante da confecção da grande maioria dos artigos têxteis, sejam eles tecidos ou malhas, um
processo é encontrado de forma comum dentre tantos outros: O Beneficiamento têxtil.
De acordo com Lobo, Marques e Limeira (2014) O beneficiamento têxtil são etapas de
tratamentos químicos/físicos que um substrato é submetido, com a finalidade de melhorar as
características visuais e o toque do material têxtil. O beneficiamento têxtil pode ser dividido
em três grandes segmentos: beneficiamento primário, secundário e terciário. Sendo um não
menos importante que o outro, o beneficiamento primário se destaca mediante ao fato de que,
caso mal executado, pode acarretar sérias problemáticas e falhas aos seus subsequentes.
Incorporada ao beneficiamento primário, se encontra a preparação dos substratos têxteis.
Salem (2010) define como beneficiamento primário um conjunto de operações físicas,
químicas, bioquímicas e físico-químicas destinadas a eliminar impurezas do substrato e
prepara-lo para o recebimento de cor, podendo ser: tingimento ou estamparia e,
posteriormente, o acabamento final.
Alvo de estudo deste presente trabalho, a preparação, nada mais é do que um processo
de beneficiamento primário que visa atribuir ao artigo têxtil em processo, características
necessárias para um bom beneficiamento secundário e/ou terciário, como um tingimento, ou
um processo de estamparia por exemplo. “Preparar bem é tingir bem”, essa é uma frase muito
conhecida por aqueles que convivem no ramo do beneficiamento têxtil, que por si só, remete
ao objetivo geral de uma preparação.
Mediante à uma abordagem genérica, as empresas de beneficiamento têxtil, focam
seus processos, estudos e investimentos, muito mais para a sua principal atividade e fonte de
lucro, como o tingimento e a estamparia (beneficiamentos terciários) propriamente ditos, e
acabam deixando de lado os importantes processos que os antecedem, dentre eles a
preparação.
Inseridos em um cenário de intensa concorrência, os fornecedores de produtos
auxiliares e químicos para as empresas de beneficiamento têxtil, trazem diversas maneiras e
formas, através do uso de diferentes produtos, de se atingir a excelência em um processo de
preparação. Nota-se que dentre as diversas sugestões desses fornecedores, se contras fortes
discrepâncias no que diz respeito à custos, tempo de processo, recursos utilizados, etc.
Dessa forma, e em consequência disso, o presente trabalho tem como de apresentar
três metodologias para analisar e comparar os resultados para diferentes tipos de preparações
para tingimento desses produtos presentes no mercado, verificando suas respectivas
performances em diferentes condições, variando os insumos ofertados por alguns diferentes
fornecedores de produtos químicos e/ou auxiliares têxteis e trabalhando também com
variáveis dos processos, como tempo, concentração dos produtos químicos e o pH do banho
da preparação do tingimento.
Segundo Cooper e Schindler (2003), uma boa pesquisa é aquela que gera dados
confiáveis, derivada de práticas conduzidas profissionalmente podendo ser usadas com
segurança em uma tomada de decisão gerencial. Porém, por outro lado, se uma pesquisa é
fraca e conduzida de forma inadequada, ela pode resultar em dados que o gerente não pode
usar para reduzir seus riscos de tomada de decisão. A boa pesquisa é aquela que segue os
padrões do método científico.
As pesquisas a serem realizadas no presente trabalho, que visam atingir os objetivos
do mesmo, serão de cunho exploratório, qualitativo e quantitativo. Segundo Dias (2003) a
pesquisa exploratória é usada para obter maior conhecimento sobre o assunto, gerando novas
ideias e ou intuições. Também ajuda a procurar e gerar hipóteses prováveis e identificar áreas
para estudo, ela trata de assuntos não definidos, com pouca pesquisa anterior.
Com relação à coleta de dados, as informações serão levantadas através de pesquisa de
campo, com fornecedores e usuários dos processos e produtos químicos em questão e também
através de pesquisas experimentais, que, por sua vez colocarão em prova, as reais característi-
cas de cada processo/produto a ser analisado. Cooper e Schindler (2003) também estabelecem os
princípios básicos do método científico de pesquisa. Os princípios são:
a) Observação direta do fenômeno.
b) Variáveis, métodos e procedimentos claramente definidos.c) Hipóteses empiricamente testáveis.d) Capacidade de excluir hipóteses contrárias.e) Justificativa das conclusões de forma estatística, e não linguística.f) Processo de autocorreção.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Conforme Salem (2010), o tingimento nada mais é do que a técnica de proporcionar
cor aos substratos mediante corantes ou pigmentos. O tingimento de substratos têxteis é uma
antiga arte e por muitos séculos foram empregados corantes naturais, por métodos totalmente
empíricos. Existem evidencias de que a arte de tingir já era empregada no ano de 2.500 a.C.
Quanto ao beneficiamento têxtil a ser analisado é o tingimento de fibras de algodão,
são vários os corantes e processos possíveis de serem utilizados. Salem (2010) também define
que os processos podem ser contínuos e/ou descontínuos e por esgotamento e/ou impregnação
respectivamente, sendo que os corantes mais usados são os diretos, reativos ou sulfurosos.
Porém, independentemente do corante ou processo a ser aplicado em um substrato
têxtil de algodão, é de suma importância que tal material esteja bem preparado, ou seja, com
as características necessárias para uma boa penetração, igualização e fixação do corante.
Dessa forma, o beneficiamento primário assume um papel importantíssimo para tal. Lobo,
Marques e Limeira (2014), definem como operações de beneficiamento primário os seguintes
processos:
Escovagem. Navalhagem. Chamuscagem. Desengomagem. Purga. Alvejamento. Mercerização. Sanforização.
Dentre as mais importantes operações acima citadas, encontra-se a purga, processo
quase que indispensável para um bom tingimento de malhas de algodão, principalmente para
tingimentos com corantes reativos. A purga nada mais é que a limpeza das fibras com a
remoção de óleos e gorduras existentes nas fibras naturais, melhorando assim, a hidrofilidade
da fibra e a preparando para um tingimento posterior.
Lobo, Marques e Limeira (2014) ainda afirmam que, de forma geral em processos de
esgotamento, são utilizados agentes tensoativos e sequestrantes em meio alcalino. Hoje em
dia, também está bastante em evidência no mercado, as purgas enzimáticas, que, em teoria,
resultam em maior economia devido ao seu fácil tratamento na estação de efluentes, melhor
compatibilidade com outros processos, maquinário e materiais.
Conforme Salem (2010) tensoativos são substancias que agem sobre a tensão
superficial e empregadas no beneficiamento têxtil, no qual regulam os processos de
umectação, purga, tingimento, estamparia e alguns de acabamento final dos substratos têxteis
quebrando essa tensão superficial presente nos artigos em cru. Sendo assim, os tensoativos
podem ser:
Umectantes Detergentes Emulsionates Solventes
Comercialmente, as empresas dificilmente vendem um produto específico para cada
uma das funções acima citadas, mas sim “compounds”, que nada mais são do que um único
produto com um pouco de cada umas das características necessárias para desempenhar as
funções em uma única vez.
Conforme Rodrigues (1997), existem duas formas básicas ou testes, que visam
determinar o bom desempenho de um processo de purga. A primeira forma seria avaliar a
eficiência do umectante ou compound utilizado no processo, e a segunda seria é a de avaliar o
grau de hidrofilidade de um tecido já tratado proveniente do processo que se visa analisar sua
performance.
Para o teste de determinação da eficiência de umectantes (imersão), Rodrigues (1997)
relata que o objetivo do teste nada mais é que avaliar a capacidade que umectantes,
detergentes ou compounds têxteis tem de quebrar a tensão superficial de um líquido
(normalmente a água). Dessa forma, a umectação ocorre com a redução da tensão interfacial
entre o liquido e o sólido a ser molhado. A força de atração do sólido tem que ser maior do
que a do líquido, atraindo-o. O princípio do teste baseia-se no tempo decorrido para que uma
meada de fios, ou um pedaço de malha/tecido fique completamente molhado(a) não havendo
necessidade do afundamento desta(s).
Os materiais para a realização do teste são os seguintes:
Amostras de umectantes, detergentes e/ou compounds Provetas – 500 e 1000ml Pipeta 10ml Meadas de fio cru de algodão (0,5g) ou pedaços de malha/tecido em cru (2x2cm) Água destilada Cronometro Balança analítica
Se tendo conhecimento dos materiais necessários, parte-se para o procedimento em sí:
a) Preparar soluções das amostras a serem testadas nas seguintes concentrações: 0,5;1,0; 2,0 e 5,0 g/l em água destilada;
b) Homogeneizar bem;c) Preparar uma solução teste de forma que se faça três experimentos com cada
solução;d) Aguardar até que todas as bolhas de ar subam até a superfície;e) Remover a espuma da superfície da soluçãof) Soltar a meada ou pedaço de tecido (próximos do banho) e acionar o cronometro
simultaneamente;g) Travar o cronometro quando a meada estiver totalmente mergulhada na solução
teste (quando a meada ou tecido começar a afundar definitivamente para a base daproveta) e anotar o tempo gasto.
Com o intuito de confirmar a eficiência do produto a ser experimentado, este teste
deverá ser realizado também em condições reais de beneficiamento, com variações de
temperatura e pH. (como exemplo: banho de tingimento à 80ºC com pH 10,5 ou conforme
indicação do fornecedor do produto). Por fim, quanto menor for o tempo de afundamento,
maior será o poder de umectação.
No que diz respeito à análise da hidrofilidade de um tecido pré-tratato (ou já purgado),
Rodrigues (1997) apresenta dois métodos. O princípio do seu primeiro método (gota) consiste
em: ao adicionar água em um tecido ou malha hidrófilo, haverá, por capilaridade, a expansão
da mesma.
Os materiais empregados no teste são os seguintes:
Batente Pipeta – 100ml Becker – 250ml Tecido a ser testado (já purgado)
O procedimento para tal, se decorre da seguinte forma:
a) Tencionar de forma proporcional o tecido a ser analisado em um batenteb) Adicionar uma gota de água destilada ao tecido
c) Determinar o tempo de permanecia da gota dobre o tecido antes que haja suaexpansão, ou penetração sobre o mesmo.
Quanto menor for o tempo de permanência, mais hidrófilo estará o tecido. Porém,
além do tempo da penetração da gota sobre o tecido, é possível analisar a regularidade com
que essa penetração ocorreu, ou seja, se a expansão da água sobre o tecido ocorreu de forma
igualitária, a expansão da gota resultará em uma “mancha” arredondada indicando que o grau
de umectação do tecido está uniforme. (Pode-se utilizar corante azul direto junto à água para
facilitar a observação da zona umectada.)
No segundo método apresentado por Rodrigues (1997), cujo princípio e objetivo são
os mesmos do primeiro, o procedimento se apresenta da seguinte forma:
a) Preparar uma tira do tecido a ser testado, marcando da mesma forma que a figura01 mais adiante;
b) Colocar água destilada em um Becker;c) Prender a tira de tecido de forma que a parte sem marcação (abaixo do zero) fique
imersa em água. d) Deixar a amostra imersa por 5 minutos verificando-se, a seguir, o grau de expansão
da água.
Figura 01: Teste de capilaridade
Fonte: Adaptado de Rodrigues (1997)
Como é possível observar, essa escala em consideravelmente simples no que se refere
a sua aplicação e interpretação dos resultados. Pode-se utilizar corante azul direto junto à água
para facilitar a observação da zona umectada. Sendo assim, um tecido considerado com uma
boa hidrofilidade deve ser molhado num tempo de 5 minutos, entre 5 a 8 cm de altura na
escala.
A partir do momento em que se tem conhecimento da eficiência dos processos e/ou
produtos analisados, seja no ramo de beneficiamento têxtil, ou em qualquer outro ramo da in-
dústria, parte-se para a sua viabilidade financeira, ou seja, a análise do seu custo de processo
com relação aos seus benefícios resultantes. Segundo Martins (2003, p. 15): “O conhecimento
dos custos é vital para saber se, dado o preço, o produto (ou processo) é rentável; ou, se não
rentável, se é possível reduzi-los (os custos) ”.
3 ANÁLISE DOS DADOS
A fim de se tomar como base científica, foram elaborados uma série de testes
laboratoriais com diferentes formas de preparação propostas por fornecedores do ramo. Testes
esses visam analisar e definir um melhor processo para a purga e preparação dos artigos 100%
algodão. Para tal, se deu necessária a realização de três testes: capilaridade, umectação
(imersão) e reumectação (gota), sendo que a metodologia empregada se encontra no capítulo
anterior. Os métodos à serem utilizados e estudados consistem em 03 formas comuns de
purga/preparação ofertadas pelos mais diversos fornecedores do ramo:
Purga com detergente de baixa concentração e baixo valor agregado (Detergente 1) Purga com detergente / compound de alta concentração e alto valor agregado
(Detergente 2) Purga enzimática; (enzima)
Com a intenção de explorar mais a fundo cada método proposto, diferentes condições
de processo também foram empregadas, como diferentes pH’s, temperatura, e concentração
de produtos químicos e auxiliares. Tendo em vista que a maioria dos fornecedores de produtos
auxiliares recomendam a sua purga com detergente/compound à uma temperatura de 80ºC, foi
essa a temperatura aplicada para tal. Já no que diz respeito à utilização da enzima, a
temperatura ideal de processo é de 60ºC de acordo com o fabricante, portanto, foi essa a
temperatura aplicada nos testes. Também por indicação dos fornecedores, foi aplicado soda ou
barrilha junto aos processos, a fim de potencializa-los.
Tendo em vista as situações acima propostas, e visando a realização dos testes de
capilaridade e reumectação, foram tratadas 20 amostras de meia malha 100% Algodão, feitas
com o mesmo fio Ne 30/1 do sistema Open End a rotor. Todas foram tratadas com mesmo
tempo de 20 minutos, com a utilização dos produtos e respectivas concentrações, conforme a
tabela 01 a seguir:
Tabela 01: Testes realizados
AMOSTRAPRODUTO (S)
EMPREGADO (S)CONCENTRAÇÕES
(RESPECTIVAMENTE)pH DO
BANHOTEMPERATURADO PROCESSO
1 DETERGENTE 01 1 G/L 7,20 80ºC2 DETERGENTE 01 2 G/L 7,73 80ºC3 DETERGENTE 01 3 G/L 7,76 80ºC
4DETERGENTE 01
+ SODA1 G/L + 0,5 G/L 8,22 80ºC
5DETERGENTE 01
+ SODA2 G/L + 1 G/L 10,23 80ºC
6DETERGENTE 01
+ SODA3 G/L + 2 G/L 11,89 80ºC
7 DETERGENTE 02 1 G/L 7,50 80ºC8 DETERGENTE 02 2 G/L 7,33 80ºC9 DETERGENTE 02 3 G/L 7,5 80ºC
10DETERGENTE 02
+ SODA1 G/L + 0,5 G/L 8,09 80ºC
11DETERGENTE 02
+ SODA2 G/L + 1 G/L 10,56 80ºC
12DETERGENTE 02
+ SODA3 G/L + 2 G/L 11,58 80ºC
13 ENZIMA 1 G/L 8,52 60ºC14 ENZIMA 1,5 G/L 8,56 60ºC15 ENZIMA 2 G/L 8,68 60ºC
16ENZIMA +BARRILHA
1,5 G/L + 0,5 G/L 9,04 60ºC
17ENZIMA +
DETERGENTE 021 G/L + 0,5 G/L 8,35 60ºC
18ENZIMA +
DETERGENTE 022 G/L + 0,5 G/L 8,56 60ºC
19ENZIMA +
DETERGENTE 023 G/L + 0,5 G/L 8,55 60ºC
20ENZIMA +
DETERGENTE 02+ BARRILHA
1,5 G/L + 0,5 G/L + 0,5G/L
9,15 60ºC
Fonte: O Autor (2017)
Conforme é possível de ser observado, a gama de testes realizados garante uma
amostragem significativa do experimento, pois, dará um parecer preciso com relação as
variáveis propostas na pesquisa. O tipos de detergentes e enzimas, foram presentavas, por ter
sido dada autorização para divulgação, pelos fornecedores.
Após a preparação e realização das 20 formas diferentes de preparação, foram
realizados os testes propostos incialmente, de capilaridade e reumectação (gota) sobre as
amostras tratadas. No que diz respeito ao teste de capilaridade, as amostras obtiveram os
seguintes resultados conforme a figura 02 a seguir:
Figura 02: Comparativo dos testes de capilaridade
Fonte: Dados da pesquisa (2018)
É visível a grande diferença entre esses resultados de capilaridade, entre os ensaios.
Podem ser destacadas, as amostras números 09, 18, 19 e 20 com uma grande condição de
capilaridade, ao contrário por exemplo, das amostras números 01, 05 e 10 de apresentaram
pouco ou quase nenhuma condição de capilaridade. Já no que diz respeito aos testes de
reumectação pelo método de gota, destacaram-se os testes presentes na figura 03 a seguir:
Figura 03: Comparativo dos testes de gota
Fonte: Dados da pesquisa (2018)
Como destaques positivos e negativos, as amostras números 01 e 05 apresentaram um
diâmetro reduzido da área molhada; já as amostras números 15 e 20, apresentaram os maiores
diâmetros.
Com o objetivo de contabilizar e analisar os resultados obtidos foi redigida a tabela a
seguir. Para os testes de gota, foram determinadas as médias do diâmetro de cada área
molhada pela gota em todos os testes, já no teste de capilaridade, foram medidas as alturas
alcançadas pela água em cada um:
Tabela 02: Comparativos geral entre os testes
AMOSTRADIÂMETRO MÉDIO DA ÁREA
MOLHADA (CM)ALTURA OBTIDA (CM)
1 0,80 0,72 1,20 1,13 1,90 2,44 0,75 0,25 0,80 0,56 1,10 1,07 1,05 0,88 2,55 2,69 2,25 9,210 0,75 0,211 1,20 0,912 2,50 4,013 1,50 2,214 2,50 7,515 2,95 8,516 2,60 8,017 2,40 6,518 2,80 9,219 2,95 9,320 3,10 9,0
Fonte: Dados da pesquisa (2018)
Conforme observa-se nessa tabela 02, as diferenças entre as amostras analisadas e
consequentemente entre o desempenho de cada preparação são grandes. Com relação ao teste
da gota, nota-se o fraco poder de reumectação presente no detergente 01 (baixo valor
agregado) que, mesmo aliado à soda caustica no processo, não é capaz de se equiparar aos
demais produtos empregados.
Destaca-se também, o ótimo desempenho da preparação enzimática no que diz
respeito à reumectação. Sua combinação com uma pequena quantidade do detergente 02 é
capaz de culminar em resultados muito satisfatórios. Observa-se da mesma forma, que se
tratando do detergente 02, a sua combinação com soda não potencializa os resultados,
trazendo mais riscos para os processos em si.
Após a realização dos testes sobre as amostras de malha purgada, foi realizado o teste
de imersão, (anteriormente descrito por Rodrigues) onde foram preparados 20 banhos em
temperatura ambiente com os mesmos produtos e concentrações utilizados previamente nas
purgas realizadas. Diante disso, os resultados obtidos foram os constantes na tabela 03 a
seguir:
Tabela 03: tempo de umectação
BANHOTEMPO PARA
AFUNDAMENTO (MIN)1 < 3 MIN2 1:343 0:464 < 3 MIN5 0:466 0:257 0:438 0:439 0:1910 1:3611 0:2412 0:1513 < 3 MIN14 1:5515 0:1616 1:2017 0:4718 0:2619 0:0720 0:49
Fonte: Dados da pesquisa (2018)
Constata-se na tabela 03 a mesma discrepância considerável entre os processos
estudados. O detergente 01 mantem-se com um baixo desempenho comparado aos demais,
mesmo combinado com soda em seu banho, porém, quando sua concentração é alta, seu
desempenho aumenta.
Destaca-se o baixo rendimento da enzima no teste elaborado. Isso pode ocorrer devido
à temperatura para o teste ter sido realizada em temperatura ambiente, e, segundo os
fornecedores da mesma, a temperatura ideal para a sua ativação é de 60ºC. Por fim, salienta-se
o ótimo funcionamento do detergente 02, que, mesmo em baixas concentrações e sem o uso
de soda, apresenta resultados muito satisfatórios.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mediante às análises dos ensaios realizados nessa pesquisa, destaca-se o baixo
rendimento dos processos envolvendo o detergente 01 de forma geral, isso já deixa claro a
influência do tipo de auxiliar a ser utilizado no processo. Já o bom rendimento dos processos
com ou sem soda envolvendo o detergente 02 e a boa performance da enzima como um todo,
que, em média geral, obteve os melhores resultados diante de todos os testes realizados, dá a
noção que a combinação entre auxiliares pode e seve ser considerado com um fator de
influência nos resultados finais.
Diante de tal, é possível afirmar o alto poder de reumectação presente na enzima de
preparação, e o alto poder de umectação presente no detergente 02. Uma combinação de
ambos, com o pH correto, possivelmente é a melhor opção no que diz respeito à uma ótima
eficiência na preparação.
Vale a pena ressaltar que, todos esses testes serviram apenas para avaliar os resultados
no que se refere a qualidade da preparação para o beneficiamento têxtil de artigos de malha
100% algodão; não foram levados em consideração os custos da preparação, já que esse não
faz parte do objetivo principal dessa pesquisa.
Os resultados elaborados são passíveis de uma série de análises mais concisas, dentre
elas, o risco de se utilizar soda caustica em qualquer processo de beneficiamento têxtil, tão
como o custo presente em cada um dos produtos envolvidos nos processos analisados.
Portando, como sugestão de pesquisas futuras, indica-se a utilização de modelos matemáticos
e estatísticos para calcular a melhor combinação entre: custo, benefício e risco.
Como proposta para trabalhos futuros, a aplicação de modelos
matemáticos/estatísticos, para definir qual o processo será mais viável, levando-se em
consideração os resultados de qualidade o seu custo para produção.
REFERÊNCIAS
ANDREAUS, Jürgen et al. Application of cyclodextrins in textile processes. QuímicaNova, v. 33, n. 4, p. 929-937, 2010.
SALEM, Vidal. Tingimento Têxtil: fibras, conceitos e tecnologias. São Paulo, Ed. Blucher,2010.
DIAS, Sergio Roberto. Marketing Administração. São Paulo: saraiva, 2003.
COOPER, Donald; SCHINDLER, Pamela. Métodos de Pesquisa em Administração. 7. Ed.Porto Alegre: Bookman, 2003.
LOBO, Renato Nogueirol; LIMEIRA, Erika Thalita Navas Pires; MARQUES, Rosiane doNascimento. Fundamentos da tecnologia têxtil: Da concepção da fibra a processo deestamparia. São Paulo: Érica, 2014.
RODRIGUES, Ednilson Caetano. Controle de qualidade em química têxtil: Métodospráticos. Rio de Janeiro: SENAI/CETIQT, 1997.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.