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MONOGRAFIA
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ÍNDICE1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................................................1
2. IMPLICAÇÕES DA RESISTÊNCIA BACTERIANA .................................................................................................................................3
3. EPIDEMIOLOGIA DA RESISTÊNCIA BACTERIANA .............................................................................................................................4
3.1. Bactérias resistentes aos antibióticos ........................................................................................................................................5
3.2. Bacilos Gram-negativos não fermentadores da glicose .............................................................................................................5
4. ESTRATÉGIA PARA A OTIMIZAÇÃO DE MEROPENÉM COM UMA NOVA POSOLOGIA EM INFUSÃO PROLONGADA ....................6
5. MEROPENÉM – UM ANTIBIÓTICO CARBAPENÊMICO ....................................................................................................................10
5.1. Características químicas ...........................................................................................................................................................10
5.2. Modo de ação: interação com a síntese da parede celular ......................................................................................................12
5.3. Perfi l farmacocinético – metabolismo e excreção ....................................................................................................................13
6. USO CLÍNICO DE MEROPENÉM ........................................................................................................................................................14
6.1. Racional para a prescrição de meropeném em doses elevadas (2 g), em infusão prolongada de 3 horas ..............................15
7. EVIDÊNCIAS DAS VANTAGENS DA DOSE DE MEROPENÉM 2 g ADMINISTRADA COMO INFUSÃO DE 3 HORAS ......................19
7.1. Estudos farmacocinéticos clínicos.............................................................................................................................................19
7.2. Farmacodinâmica de meropeném – “Simulação de Monte Carlo” ..........................................................................................30
8. SEGURANÇA .....................................................................................................................................................................................32
9. INDICAÇÃO .......................................................................................................................................................................................33
10. MODO DE USAR E CUIDADOS DE CONSERVAÇÃO DEPOIS DE ABERTO ......................................................................................34
11. RECONSTITUIÇÃO, COMPATIBILIDADE E ESTABILIDADE .............................................................................................................34
12. POSOLOGIA .....................................................................................................................................................................................34
13. CONCLUSÃO ...................................................................................................................................................................................35
14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................................................................................35
15. BULA DE MEROMAX® ....................................................................................................................................................................37
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1. INTRODUÇÃOOs antibióticos e outros agentes antimicrobianos têm salvado
milhões de vidas e aliviado o sofrimento de muitos pacientes no
mundo todo.
A escolha do antimicrobiano adequado é um ponto-chave que
condiciona em grande parte a evolução do paciente e o sucesso
do tratamento. A mortalidade aumenta signifi cativamente com
antibioticoterapia inicial inadequada.1 A taxa de mortalidade
hospitalar de pacientes septicêmicos que receberam antibio-
ticoterapia inicial inadequada foi estatisticamente maior que a
verifi cada em pacientes com terapia adequada (61,9% vs. 28,4%
respectivamente)2. O tratamento antimicrobiano adequado requer
conhecer os patógenos potencialmente envolvidos e considerar
as resistências locais.
Em 2004 foi publicado, pela Sociedade de Doenças Infecciosas
da América (ISDA- Infectious Diseases Society of America), um
documento cujo título: “Bad bugs, no drugs: as antibiotic disco-
very stagnates, a public health crisis brews” que descreve os pro-
blemas da resistência bacteriana e a falta de novos antibióticos
para tratar as infecções graves, alerta para diversas refl exões
importantes do ponto de vista da saúde pública, tais como:
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Aproximadamente 2 milhões de pessoas adquirem infecções •bacterianas nos hospitais americanos a cada ano, e 90.000 pessoas morrem como resultado deste fato;
Os patógenos resistentes lideram os altos custos no sistema •de saúde, porque para a sua erradicação frequentemente são necessários medicamentos mais caros e internações hospitalares mais prolongadas;
A descoberta de novos antibióticos está diminuindo. As •principais indústrias farmacêuticas estão voltando os seus interesses para doenças crônicas e problemas relacionados ao estilo de vida;
A pesquisa de novos fármacos é cara, arriscada e consome •muito tempo. Um programa de pesquisa e desenvolvimento agressivo iniciado hoje, certamente precisaria de dez anos ou mais, e um investimento estimado em torno de US$ 800 milhões a US$ 1,7 bilhão para que um novo fármaco seja produzido e comercializado;
As infecções em unidades de terapia intensiva (UTIs) são •um problema importante da prática médica. A permanência em UTIs, particularmente pelo uso de antibióticos, é acompanhada de uma probabilidade crescente de infecção hospitalar, com consequente aumento da mortalidade.
O aumento da resistência bacteriana cria diversas inconveniências,
incluindo a utilização de antimicrobianos mais tóxicos e que, em
muitos casos, têm menor efi cácia e aumentam os custos. Nem todos
os antibióticos se comportam da mesma maneira1; dentro do grupo
de antibacterianos carbapenêmicos existem diferenças signifi cativas.
Esta família de antimicrobianos está representada por ertapenem,
imipenem e meropeném. Segundo estudos comparativos, o mero-
peném demonstrou, em diferentes patologias infecciosas, atividade
superior frente à cefepima3; já o ertapenem não é recomendado o
seu uso na unidade de terapia intensiva, em virtude da resistência da
Pseudomonas aeruginosa e da Acinetobacter baumannii, além disso,
com o ertapenem estão surgindo cepas resistentes a algumas ente-
robactérias (Klebisiella penumoniae e Enterobacter cloacae), o que é
raro para imipinem e meropeném.3
Uma recente revisão de metanálise4 sobre o tratamento de infec-
ções graves com meropeném e imipenem, concluiu que o merope-
ném é signifi cativamente mais efetivo que o imipenem/cilastati-
na em termos de resposta clínica e bacteriológica, e também está
associado com muito poucos eventos adversos.
Uma outra avaliação recente, realizada em 2006, demonstrou
que meropeném apresenta melhor índice custo-efetividade que
imipenem/cilastina no tratamento de pacientes com infecções
graves em UTIs. O custo geral para meropeném foi mais baixo
que para imipenem, em virtude de uma taxa de resposta clínica e
bacteriológica mais elevada que com o imipenem, o que signifi ca
que menos pacientes permaneceram em ambiente de UTIs, locais
que geralmente envolvem alto custo hospitalar.5
Diversos programas de pesquisa global são realizados com a fi na-
lidade de comparar a atividade dos agentes antimicrobianos em
vários centros hospitalares de pequisa; entre esses programas,
destacam-se o MYSTIC, de âmbito global e para a América do
Sul, e o OPTMA, que foi criado com o objetivo de fornecer uma
visão dos antibióticos e posologias empíricas para o tratamento
de infecções nosocomiais comuns.6,7
Diversos estudos clínicos foram realizados com o intuito de
avaliar o uso clínico de meropeném, administrado nas faixas de
concentração que variam de 1,5 g a 3,0 g (não superiores a 6 g
diários); tais dosagens alcançaram respostas clínicas e bacte-
riológicas iguais ou superiores aos regimes de antibióticos com
multifármacos para o tratamento de infecções intra-abdominais,
infecções respiratórias, infecções do trato urinário, infecções obs-
tétricas e ginecológicas e sepse resultante de infecções no trato
geniturinário, trato respiratório inferior e infecções abdominais8-17
provocadas por inúmeros patogénos com CIMs (concentração ini-
bitória mínima, ou MIC = sigla em inglês) intermediários e com
CIM de 0,6 a 1,0 µg/mL. Diversos relatos publicados descreveram
o sucesso de meropeném no tratamento de meningite por P. aeru-
ginosa18,19,20,21, assim como no tratamento de meningite causada
pelos patógenos H. infl uenzae e N. meningitidis; meropeném, na
dosagem de 2 g por via intravenosa a cada 8 horas, mostrou-se
efetivo no tratamento da meningite18,22. Meropeném 2 g por via
intravenosa também foi efetivo em pacientes criticamente enfer-
mos com sepse, em pacientes com fi brose cística e exacerbações
agudas pulmonares23,24,25. Os estudos mostraram que meropeném
é um fármaco seguro e muito efetivo, utilizado para o tratamento
das infecções discutidas anteriormente.
Algumas estratégias para reduzir o tempo, o risco de pesquisa e o
desenvolvimento de novos fármacos são frequentemente utiliza-
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das, pois os candidatos a esta estratégia já foram extensivamen-
te estudados e clinicamente experimentados, como é o caso de
meropeném.9,18,26-29 Os conceitos de farmacocinética e farmacodi-
nâmica (PK/PD)7,25,30-35 permeiam estas tentativas de otimização
das propriedades farmacodinâmicas de meropeném, com o obje-
tivo de demonstrar o seu impacto na remissão de infecções muito
graves associadas à patógenos com resistência de intermediária
a elevada.23,24,36
O meropeném apresenta características farmacológicas tais
como: excelente perfi l de toxicidade (diarreia, 1,9%; rash, 1%;
náusea, 1%; trombocitose, 1,9%; baixa incidência de convulsão,
0,38% e boa tolerabilidade em altas doses)37,38, que fazem de me-
ropeném um fármaco candidato para ser administrado em altas
doses por infusão prolongada.23,39,40 Maximizar os parâmetros
farmacodinâmicos do T>CIM pode ser feito aumentando a dose,
mantendo o mesmo intervalo entre as doses fi xas ou expandin-
do o tempo de administração da infusão endovenosa (~ 3 horas),
para favorecer o tempo de exposição, otimizar a cobertura micro-
biológica e propiciar a máxima ação bactericida.25, 34, 35
A simulação de Monte Carlo é um método probabilístico utilizado
para analisar a meta farmacodinâmica de antibióticos, que incor-
pora os fatores de variabilidade dos parâmetros farmacocinéticos
estimados, regimes de doses e dados de distribuição das CIMs
para calcular a probabilidade de atingir a meta farmacodinâmica
mais apropriada (exemplo: a probabilidade de atingir o percen-
tual de T>CIM>40%, que deve ser correlato com a máxima ação
bactericida para o meropeném.7,24,34 Os dados de farmacocinética
utilizados na simulação de Monte Carlo derivam tanto de pacien-
tes como também indiretamente de publicações de estudos com
pacientes ou com voluntários sadios.34 As informações geradas
a partir desta simulação permitem discriminar diferenças poten-
ciais no perfi l farmacodinâmico de vários regimes posológicos de
meropeném, que têm sido usados entre populações de bactéria.
Para infecções moderadas causadas por Enterobacteriaceae, a
infusão de meropeném permite o uso de doses de 500 mg por
infusão intermitente a cada 8 horas, entretanto, para infecções
mais graves presumidamente causadas por espécies de Acine-
tobacter ou Pseudomonas aeruginosa, a dose de 2 g em infusão
prolongada de 3 horas, a cada 8 horas, é recomendada devido a
elevada meta bactericida para atingir esses patogênos e a habili-
dade desta infusão em propiciar adequada exposição contra iso-
lados com resistência intermediária. Assim, quando os princípios
farmacodinâmicos são propriamente aplicados nas estratégias
de doses de meropeném, os resultados clínicos e microbilógicos
podem ser otimizados.34
2. IMPLICAÇÕES DA RESISTÊNCIA BACTERIANANas últimas décadas, a resistência antimicrobiana entre os pató-
genos vem aumentando rapidamente em todo o mundo, particu-
larmente é a principal causa de infecções adquiridas no ambiente
hospitalar, e é um tema de debate mundial, pois continuamente
está relacionado com morte.24 É um fator contribuinte para a mor-
bidade e mortalidade do paciente. A resistência bacteriana para
agentes betalactâmicos resultam de inúmeros mecanismos que
podem ser intrínsecos ou adquiridos.26 Entretanto, a redução da
suscetibilidade para os carbapênemicos é menos comum que para
outros antibióticos betalactâmicos, mesmo para patógenos como
a Pseudomonas aeruginosa, que expressam múltiplos mecanis-
mos de resisitência. Além disso, tem aumentado o número de
relatos de patógenos que adquiriram carbapenemases41 e, apesar
do uso em larga escala de meropeném, ainda não há dados de
resistência clinicamente signifi cativa para Pseudomonas aerugi-
nosa, Klebsiella, Enterobacter ou Serratia ssp.26,41-43
Dados da literatura internacional mostram que as unidades de terapia
intensiva (UTIs) são ambientes propícios para o aparecimento e dis-
seminação da resistência microbiana. Pacientes internados nestas
unidades e centros de terapia intensiva, geralmente são muito graves
e muitos destes são submetidos a vários procedimentos invasivos,
em que a necessidade da utilização de antibióticos de amplo espec-
tro de ação faz parte dos procedimentos terapêuticos para combater
a virulência de cepas altamente resistentes, como no caso do com-
plexo Burkholderia cepacia, que não raro é preciso a combinação de
múltiplos antibióticos como estratégia de tratamento.24,25,29,44,45
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A resistência natural ou intrínseca faz parte das caracte-
rísticas biológicas primitivas dos microrganismos, e é obser-
vada em uma determinada espécie bacteriana em relação a
diferentes antimicrobianos. Resulta de genes cromossômicos
que codificam a existência, na célula, de estruturas ou me-
canismos que impedem o antibiótico de agir em seu receptor
ou que codificam a falta do sítio de ação do fármaco ou ainda
que determinam a existência de receptores inadequados para
a ligação com uma substância específica.46
A resistência adquirida a um determinado antimicrobiano é
aquela que surge em uma bactéria primitivamente sensível a um
antimicrobiano. Refere-se, portanto, ao aparecimento, em deter-
minado momento, de exemplares de uma espécie bacteriana que
não mais sofrem a ação de fármacos que antes eram efetivos
contra a população original desta bactéria. A resistência adquiri-
da pode ter uma origem genética levando a modifi cações na es-
trutura ou no funcionamento do mecanismo celular, bloqueando a
ação dos antimicrobianos. Logo, a resistência adquirida é o tipo
de resistência mais importante e está diretamente relacionada
com microrganismos resistentes na gênese de quadros clínicos
infecciosos e, como consequência, do agravamento do prognósti-
co, da elevação do custo do tratamento, além da sua importância
na modifi cação da ecologia ambiental.46
Os genes de resistência intrínseca habitualmente conferem
pequena permeabilidade da parede celular à penetração dos
fármacos antimicrobianos. Adicionalmente, a aquisição de novos
genes de resistência determina a produção de betalactamases,
enzimas capazes de inativar os antibióticos betalactâmicos, in-
clusive os carbapenêmicos; a produção de enzimas inativadoras
de aminoglicosídeos; e a ativação do mecanismo de efl uxo, que
retira os fármacos do meio intracelular, como relatado principal-
mente para as quinolonas, mas que pode ocorrer com outros an-
timicrobianos.46
Na antibioticoterapia, as concentrações sanguíneas e tissulares
são dependentes da dose administrada. Além disso, as concen-
trações variam na dependência do antibiótico administrado, via
de administração e capacidade de eliminação (metabolismo e
excreção) do paciente que está sendo tratado. O efeito de um
antibiótico sobre um microrganismo está diretamente relacio-
nado com a concentração atingida no meio em que se encontra
o patógeno, ou seja, no sítio da infecção. Tais concentrações
podem ser limitadas em virtude de manifestações de intoxica-
ção e outros efeitos adversos relatados para o fármaco. Logo,
a utilização clínica de um antibiótico é determinada não só em
função das concentrações inibitórias necessárias para eliminar o
patógeno infectante, mas também em função das concentrações
que podem ser atingidas no organismo, com o mínimo de efeitos
adversos para o paciente.47,48
Neste contexto, para o sucesso e efetividade da antibioticotera-
pia, é fundamental a escolha do antibiótico adequado, baseada
na sensibilidade do patógeno, na utilização de doses efetivas
para garantir a erradicacão do patógeno pela administração
correta do fármaco escolhido.
3. EPIDEMIOLOGIA DA RESISTÊNCIA BACTERIANAA terapêutica das infecções causadas por bactérias Gram-negati-
vas não-fermentadoras constitui-se atualmente num desafi o, exi-
gindo o conhecimento epidemiológico e microbiológico do local
em que se situa o paciente. É, portanto, fundamental a vigilância
epidemiológica, a valorização da atividade das comissões de con-
trole de infecção hospitalar, o adequado aparelhamento material
e a qualidade técnica dos laboratórios de microbiologia, para o
estabelecimento da terapêutica mais efi caz para o tratamento
dessas infecções.46
O programa MYSTIC (Meropenem Yearly Susceptibility Test
Information Collection) é um programa de pesquisa global,
realizado anualmente, com o objetivo de comparar a ativida-
de de diversos agentes antimicrobianos em vários centros de
pesquisa. Este programa visa determinar o padrão de susceti-
bilidade das bactérias Gram-negativas que causam infecções
nosocomiais em pacientes hospitalizados, a fim de prevenir e
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controlar as infecções causadas por microrganismos resisten-
tes.7,24 Os centros participantes deste programa no Brasil, no
ano de 2003, estavam localizados nas cidades de São Paulo
(7 centros), Rio de Janeiro (2 centros), Minas Gerais (1 centro),
Rio Grande do Sul (4 centros), Paraná (2 centros), Santa Cata-
rina (1 centro), Bahia (2 centros) e Brasília (1 centro).7
Dados brasileiros de 1999, quando do ínicio do programa MYSTIC,
permitem compará-los com os dados obtidos em 2003: pode-se
observar que a resistência microbiana vem aumentando de forma
expressiva no Brasil, com destaque para os centros de terapia
intensiva. Dos microrganismos relatados em 2003 por esse pro-
grama de vigilância, o que foi isolado com maior frequência foi a
Pseudomonas aeruginosa, contabilizando 30,3% de todas as es-
pécies isoladas, seguida pela Escherichia coli (18,6%), Klebisiella
pneumoniae (16,9%), Acinetobacter baumannii (8,8%) e Entero-
bacter cloacae (7,1%). A frequência de Pseudomonas aeruginosa
e Acinetobacter baumannii tem aumentado signifi cantemente,
quando comparada com a primeira edição do MYSTIC, realizada
no Brasil em 1999, demonstrando que os índices de resistência
são um tanto quanto maiores do que os obtidos por outros pro-
gramas de vigilância realizados mundialmente.7
Dentre os microrganismos-alvo da antibioticoterapia com mero-
peném 2 g encontram-se a Pseudomonas aeruginosa e a Acineto-
bacter baumannii, que apresentaram altos índices de prevalência
e formas de resistência conforme relatado pelo MYSTIC 2003.
3.1. Bactérias resistentes aos antibióticosO desenvolvimento dos fármacos antimicrobianos produziu uma
decisiva redução na morbidade e na mortalidade de inúmeras
doenças infecciosas. Porém, o uso inadequado e em larga escala
dos antibióticos para o tratamento e profi laxia em infecções
humanas, e o seu uso com outras fi nalidades, além da médica,
como administração para os animais com fi ns terapêuticos, profi -
láticos e de promoção do crescimento, assim como na agricultura
com fi nalidades similares, podem ter favorecido a seleção de mi-
crorganismos resistentes, que conduziu à presente situação, na
qual os antimicrobianos estão perdendo a sua efi cácia.40,43,49-56
3.2. Bacilos Gram-negativos não fermentadores da glicosePseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii
Entre as bactérias não fermentadoras da glicose, a Pseudomo-
nas aeruginosa e o Acinetobacter baumannii vêm ganhando
importância nos últimos anos, não só pela maior frequência da
sua participação como agentes causadores de infeccões graves,
como também pela resistência às substâncias antimicrobianas.
Estas bactérias são habitantes normais do meio ambiente, sendo
encontradas no solo, na superfície de objetos, sobre a pele e ves-
timenta de seres humanos, e se caracterizam por sua resistência
intrínseca a múltiplos antimicrobianos. Sua participação nos pro-
cessos infecciosos do homem e de outros animais, habitualmente
relaciona-se a pacientes com alterações imunológicas, ou quebra
de barreira, confi gurando-os como patógenos oportunistas na
maior parte das vezes, embora não exclusivamente.46
A Pseudomonas aeruginosa é um microrganismo frequentemente
encontrado nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), e é um dos
principais patógenos das bacteremias por microrganismos Gram-
negativos. Este microrganismo é causador de múltiplos processos
infecciosos, sendo os de origem nosocomial e, em especial os
relacionados com o uso de dispositivos externos, os de maior re-
levância em ambiente de UTIs.46
Até a década de 1960, dentre os antimicrobianos existentes, a
Pseudomonas aeruginosa só se mostrava sensível à ação das
polimixinas, sendo reconhecida por sua resistência natural às
diferentes classes de antimicrobianos disponíveis. Posterior-
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mente, com a descoberta de novas substâncias antimicrobianas,
verifi cou-se a sensibilidade desta bactéria a alguns aminoglicosí-
deos (gentamicina, amicacina, tobramicina, netilmicina), às car-
boxipenicilinas e ureidopenicilinas, e a algumas cefalosporinas
de terceira geração, sobretudo a ceftazidima, às cefalosporinas
de quarta geração, aos carbapenêmicos, ao aztreonam e às
fl uoroquinolonas. No entanto, a facilidade deste microrganismo
em adquirir resistência, por fenômenos de mutação, conjugação,
transposição e indução, tornou a ação dos antimicrobianos ob-
soleta, como no caso da carbenicilina, ou imprevisível, como é o
caso da ceftazidima ou da gentamicina.46,57
Nos últimos anos, a resistência da P. aeruginosa aos antimi-
crobianos vem se acentuando em todos os países, especial-
mente no ambiente hospitalar, sendo descritos surtos de in-
fecções hospitalares por isolados multirresistentes, inclusive
no Brasil. Este aumento da resistência está possivelmente
relacionado ao uso maciço46 e indiscriminado58 de antimicro-
bianos, principalmente em ambiente hospitalar que, além de
fatores como a pressão seletiva, selecionando e concentrando
os microrganismos resistentes, exerce papel indutor, desre-
primindo genes de resistência não manifestos em condições
normais, sem exposição aos antimicrobianos.46
O meropeném (na dosagem de 2 g, EV a cada 8 horas) pode ser
utilizado no tratamento das patologias ocasionadas por Pseudo-
monas aeruginosa no caso de troca do tratamento convencional
ou no caso de resistência conhecida.25,59,60 Os betalactâmicos(a)
demonstram alcançar sua máxima capacidade bactericida quando
administrados de forma continuada e em doses máximas59; em
particular para este microrganismo, por ser de difícil erradicação
do trato respiratório.60,61
As mesmas considerações são aplicáveis ao Acinetobacter bau-
mannii, cuja participação em infecções hospitalares, sobretudo
em UTIs, é preocupante em virtude da elevada resistência a múl-
tiplos antimicrobianos. Os fármacos ativos contra este patógeno
frequentemente limitam-se a polimixinas, carbapenêmicos, cipro-
fl oxacino e sulbactam (disponível em associação com a ampicili-
na), não sendo raro o encontro de multirresistência.46
O Acinetobacter baumannii é raramente encontrado em comuni-
dades isoladas. No entanto, tornou-se um importante patógeno
nosocomial - surtos em hospitais têm sido descritos em várias
áreas geográfi cas, e este microrganismo tem se tornado endêmi-
co em algumas delas.57 O A. baumannii não possui exigências de
crescimento (cresce em várias temperaturas e diversas condições
de pH). A capacidade deste microrganismo de espalhar-se, e sua
persistência nos hospitais, são devidas a facilidade surpreenden-
te com a qual adquire resistência antimicrobiana e sua facilidade
de sobreviver na maioria dos ambientes.57,62 Este microrganismo
utiliza diversas fontes para obtenção de energia, o que o torna a
espécie persistente tanto em condições úmidas quanto secas nos
ambientes hospitalares, consequentemente, contribuindo para a
sua transmissão. Esta persistência, combinada com sua resistên-
cia intrínseca a muitos agentes antimicrobianos, contribui para a
sobrevivência do microrganismo no meio, permitindo que ele se
espalhe nas instalações hospitalares.57 Hoje em dia, a maioria
dos isolados nosocomiais mundiais de Acinetobacter baumannii
é altamente resistente a grande parte dos antibióticos modernos,
tornando o tratamento das infecções causadas por este patogê-
no um desafi o para a medicina.62 A probabilidade de isolados de
A. baumannii de pacientes hospitalizados está relacionada com
fatores temporoespaciais (características ecológicas extrínsecas),
tais como pressão de colonização, taxa de enfermeira(o)/paciente
e outras características das alas do hospital e às características
individuais dos pacientes como fatores de risco.57
4. ESTRATÉGIA PARA A OTIMIZAÇÃO DE MEROPENÉM COM UMA NOVA POSOLOGIA EM INFUSÃO PROLONGADATentativas para reduzir o tempo de pesquisa e o desenvolvimento
farmacêutico de novos fármacos são frequentemente associadas
com um aumento do risco. Entretanto, o reposicionamento
(a) Os betalactâmicos se classifi cam desta maneira por possuírem uma estrutura nuclear comum: um anel betalactâmico. São eles: penicilinas, cefalosporinas, carbapenêmicos e monobactâmicos.
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de fármacos já existentes oferece a possibilidade de fugir deste
dilema. Especifi camente, o risco de desenvolvimento é reduzi-
do porque os candidatos ao reposicionamento foram estudados
em diversos estágios do desenvolvimento clínico e, portanto, os
perfi s farmacocinéticos e de toxicidade já são conhecidos.63
Uma das formas de fazer o reposicionamento de fármacos anti-
microbianos é por meio da otimização dos parâmetros farmacoci-
néticos e farmacodinâmicos, para melhorar o seu desempenho e
prevenir a resistência microbiana.63
A farmacodinâmica (PD) e a farmacocinética (PK) do antimicro-
biano são dados importantes a ser levados em conta no estabe-
lecimento da posologia dessa classe de fármacos, pois a CIM do
antibiótico, a penetração tecidual, seu metabolismo e sua excre-
ção são fatores que levam ao sucesso terapêutico. As proprieda-
des farmacocinéticas de um fármaco determinam a fl utuação das
concentrações no sítio da infecção no decorrer do tempo.
Já os parâmetros farmacodinâmicos defi nem a atividade mi-
crobiológica de um agente anti-infeccioso focando seus efeitos
biológicos, em particular a inibição do crescimento e morte dos
patógenos. Os parâmetros farmacocinéticos e farmacodinâmicos
podem ser interrelacionados47 através dos índices PK/PD e, desse
modo, ambos podem determinar os regimes posológicos adequa-
dos para os antimicrobianos.48
Entre os diversos fatores que podem contribuir para o desenvol-
vimento da resistência bacteriana aos agentes anti-infecciosos,
o mais importante é a exposição repetida do patógeno a con-
centrações subinibitórias do antibiótico, ou seja, concentrações
menores do que a concentração ideal (ótima) para atingir o mi-
crorganismo e provocar a sua eliminação.47
Neste contexto, a utilização dos índices PK/PD para determinação
da posologia representa um avanço no sentido de reduzir a inci-
dência de resistência aos antimicrobianos.
Nos índices PK/PD, os parâmetros farmacocinéticos e farmaco-
dinâmicos formam um vetor interligado que, em última análise,
descrevem a relação entre a dose e o efeito do antimicrobiano.
Se por um lado, a farmacocinética descreve as características de
absorção, distribuição, metabolismo e eliminação do fármaco no
organismo humano, por outro, a farmacodinâmica se refere às
ações deste mesmo fármaco no corpo, inclusive a seus efeitos
terapêuticos e, no caso de antimicrobianos, à ação do fármaco
sobre um determinado microrganismo.22,36,64
O principal parâmetro farmacodinâmico utilizado para caracteri-
zar a atividade antimicrobiana é a CIM, e corresponde a menor
concentração capaz de inibir o crescimento bacteriano. Este
parâmetro é determinado in vitro através da exposição do mi-
crorganismo a concentrações crescentes do antibiótico no meio
de cultura. A menor concentração capaz de inibir o crescimento
visível é defi nida como CIM. Por este método pode-se determinar,
também, a concentração bactericida mínima do medicamento
(CBM ou MBC, em inglês) Para isto, fazem-se repiques do mi-
crorganismo presente nos tubos que continham concentrações
do fármaco superiores àquela determinada como sendo a CIM,
e verifi ca-se qual a menor concentração em que os repiques não
mostram crescimento.46
Essa concentração é defi nida como CBM. Outros parâmetros far-
macodinâmicos são usados em estudos com antimicrobianos, e
se baseiam na duração dos efeitos bactericidas em associação
com a CIM para aquele fármaco. Tais parâmetros são: efeito
antibiótico persistente ou efeito pós-antibiótico (PAE, do inglês
persistent ou pos-antibiotic effect), que é a persistência do efeito,
mesmo após a concentração do fármaco ter caído a níveis sub-
inibitórios (abaixo da CIM), taxa de morte bacteriana e taxa de
desenvolvimento de mutantes resistentes.47
Entre os parâmetros farmacocinéticos de interesse para os an-
timicrobianos, pode-se destacar a área sob-a-curva de concen-
tração sérica/tempo (AUC), o pico de concentração sérica ou
concentração máxima na corrente circulatória obtida após a admi-
nistração de uma dose do fármaco (Cmáx.), a quantidade de tempo
em que a concentração sérica do fármaco permanece acima da
CIM (%T>CIM), o tempo de meia-vida sérica do fármaco e sua
penetração tecidual. A probabilidade de alcançar o sucesso
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clínico e/ou o resultado microbiológico desejado, ou seja, a erra-
dicação do microrganismo pode ser determinada pelas diferentes
medidas de exposição relativa à concentração inibitória mínima
(CIM) do organismo infectante, defi nidas pelos índices PK/PD
como, por exemplo, o tempo acima da CIM (%T>CIM), a razão
da área sob-a-curva pela CIM (AUC/CIM) ou a razão do pico de
concentração plasmática por CIM (Cmáx./CIM).22
A utilização dos índices PK/PD, para defi nir a posologia dos anti-
microbianos, teve um impacto signifi cativo sobre a escolha e os
regimes de doses usados no tratamento de infecções, particular-
mente nas infecções respiratórias comunitárias e hospitalares.
Os parâmetros PK/PD são úteis para a otimização da terapêutica
com antimicrobianos, especialmente hoje em dia, em razão do
aumento das resistências a estes fármacos. Estas relações PK/
PD também são importantes na prevenção da seleção e dissemi-
nação de cepas resistentes.22,36,40
A partir dos estudos das correlações PK/PD, foi possível classi-
fi car os antimicrobianos em tempo-dependente e concentra-
ção-dependente. Os antimicrobianos tempo-dependentes são
aqueles que têm sua ação regida pelo tempo de exposição das
bactérias as suas concentrações séricas e teciduais. Os fármacos
da superclasse dos betalactâmicos, tal como o meropeném, são
exemplos claros de antimicrobianos tempo-dependentes,
pois não apresentam efeito pós-antibiótico signifi cativo, com
raras exceções. Para estes antimicrobianos, a erradicação bacte-
riana é atingida quando as concentrações livres destes fármacos
permanecem cerca de 40% a 60% do intervalo entre as doses
acima da CIM do agente infectante. A ação destes antimicrobia-
nos independe dos níveis séricos elevados que eles venham a
atingir, mas dependem do tempo que as concentrações permane-
cem acima da concentração inibitória mínima da bactéria causa-
dora da infecção que está sendo tratada.22,34,36,39,40,47
Os antimicrobianos concentração-dependentes são aqueles
em que a erradicação bacteriana depende fundamentalmente das
concentrações elevadas que estes antimicrobianos atinjam no
soro e nos tecidos. Aqui, a ação não depende do tempo que estes
antimicrobianos permaneçam acima da concentração inibitória
mínima da bactéria em questão, mas sim da relação entre seus
picos séricos ou áreas sob-a-curva de concentração sérica com a
CIM do patógeno em questão. Nesta classe estão as fl uoroquino-
lonas e os aminoglicosídeos, para os quais se obtém erradicação
bacteriana quando a razão entre suas curvas de concentração/
tempo do fármaco livre e respectivas CIMs excedem o valor de
30 para patógenos respiratórios comunitários, e de 125 para os
hospitalares.22,26,34,36,40
A (Tabela 1) mostra um resumo da classifi cação dos antimicrobia-
nos em tempo ou concentração-dependentes.
Tabela 1. Resumo das características farmacodinâmicas dos agentes antimicrobianos.
Característica Farmacodinâmica
Agentes antimicrobianos representativos Objetivos do regime
Parâmetroscorrelacionados com aefi cácia clínica
Concentração- dependente
aminoglicosídeos, fl uoroquinolonas, metronidazol Concentrações máximas Cmáx./CIM e AUC/CIM
Tempo-dependente carbapenêmicos*, penicilinas, cefalosporinas, aztreonam Máximo tempo de exposição %T>CIM
* carbapenêmicos: meropeném, imipenem-cilastatina. Adaptado de Burgess DS. Chest 1999 47
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9
A representação gráfi ca da Figura 1 mostra a diferença entre os
antibióticos concentração-dependentes e os antibióticos concen-
tração-independentes ou tempo-dependentes. Para os fármacos
concentração-dependentes (aminoglicosídeos, fl uoroquinolonas),
o parâmetro mais previsível da efi cácia terapêutica é a razão entre
o pico de concentração plasmática do fármaco e a CIM (Cmáx./CIM)
ou a razão entre a área sob-a-curva e a CIM (AUC/CIM).47 Para
os fármacos tempo-dependentes, como os antibióticos betalac-
tâmicos, o parâmetro-chave associado com o sucesso clínico é a
porcentagem de tempo em que os níveis dos fármacos no sítio da
infecção excedem a CIM (T>CIM). Entre os agentes betalactâmi-
cos, existem diferenças na fração dos intervalos entre as doses
nos quais as concentrações dos fármacos necessitam estar acima
da CIM para alcançar a eliminação máxima da população micro-
biana (potencial bactericida máximo).32 A porcentagem do tempo
acima da CIM > 40% e 60% geralmente correlaciona -se com o
alto índice de cura. O tempo > CIM necessário para alcançar a
atividade bacteriana máxima pode diferir dependendo do fármaco
e do patógeno.47
Para o meropeném, o método mais simples de maximizar as pro-
priedades farmacodinâmicas é aumentar tanto a dose quanto a
frequência de administração, demonstrando que melhora sig-
nifi cativamente o perfi l farmacodinâmico quando se aplica em
infusão prolongada de 3 horas.34
Figura 1. Indicadores da Erradicação Bacteriana para os antimicrobianos concentração -dependentes (painel da esquerda) e tempo-dependentes (painel da direita).
Indicadores da Erradicação Bacteriana:Perfis farmacocinéticos/farmacodinâmicos
Picos deConcentração
Plasmática/MICT>MIC
MIC
MIC
Aminoglicosídeos Antibióticos Betalactâmicos:Carbapenêmicos (Meropeném, Imipenem),Penicilinas, Cefalosporinas
Adaptado de: www.rxkinetics.com “A PK/PD approach to antibiotic therapy”.65
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A maximização do efeito antimicrobiano deve ser buscada em
todas as situações com os instrumentos clínicos que estive-
rem à disposição. Alguns desses instrumentos dependem ex-
clusivamente de nosso conhecimento sobre os fármacos, seus
mecanismos de ação e o processo infeccioso em si.
Dentre os instrumentos que estão ao alcance do clínico para
maximizar a eficácia clínica e microbiológica dos antimicro-
bianos, estão as estratégias de dosagem e as vias de adminis-
tração e de duração dos tratamentos.22, 36,40
O entendimento das características farmacodinâmicas de um
determinado antibiótico pode fornecer indicação na direção do
melhor regime de dosagem para a sua utilização.
Para os antimicrobianos concentração-dependentes, uma
única dose diária pode ser suficiente para erradicar os patóge-
nos. Para os antimicrobianos tempo-dependentes, o objetivo
é maximizar o tempo em que os níveis dos fármacos no sítio
de infecção são maiores que a CIM. Uma maneira de alcançar
esse objetivo é através da infusão contínua ou prolongada do
fármaco, que fornece um T>CIM se comparado com a admi-
nistração intermitente do tipo bolus. A duração aumentada do
efeito antibiótico pode ser particularmente importante em pa-
cientes imunocomprometidos ou no tratamento de patógenos
com CIM elevada; além do ponto de vista microbiológico, o
uso apropriado dos métodos do modelo farmacodinâmico mais
recentes pode minimizar a emergência de resistência e otimi-
zar os resultados clínicos para o paciente.40,64
5. MEROPENÉM - UM ANTIBIÓTICO CARBAPENÊNICOOs carbapenêmicos são antibióticos originariamente naturais,
produzidos por diferentes espécies de Streptomyces, atualmente
produzidos de maneira sintética. A presença de um anel carbape-
nêmico dá a estas substâncias a propriedade de agir com elevada
potência contra microrganismos Gram-positivos e Gram-negati-
vos. Possuem um amplo espectro de atividade antimicrobiana66,
sendo estáveis à hidrólise pela enzima ESBL (enzima betalac-
tamase de espectro estendido) e pelas enzimas cromossomais
AmpC β-lactamases, em virtude da presença de uma cadeia hi-
droxietila em sua estrutura molecular. Estas propriedades fazem
dos carbapenêmicos agentes muito efetivos para o tratamento de
infecções bacterianas graves.26,38,46
O meropeném tornou-se um dos mais importantes antibióticos
betalactâmicos da subclasse carbapenem usado para tratar uma
infi nidade de infecções graves que ameaçam a vida, possui uma
potente atividade bactericida contra patogênos Gram-negativos,
Gram-positivos e anaeróbios.38,39
5.1. Características químicasO meropeném é um antibiótico pertencente à classe dos carbepe-
nêmicos, partilhando com o imipenem a presença de um radical
hidroxietil no carbono 4, mas diferindo em apresentar novas
cadeias no carbono 2 e 3 (Figura 2A).
O anel β-lactâmico lhe confere a alta afi nidade pelas penicilino-
lactamases (PBPs) e o C3 é responsável pelo seu ultralargo es-
pectro de atividade bactericida (Figura 2B). Adicionalmente, a
presença de um grupamento metila no carbono 1 lhe confere su-
fi ciente estabilidade frente à ação das dihidropeptidases renais,
dispensando a coadministração de inibidores desta enzima38,46
tornando desnecessário associá-lo a cilastatina.
Possui excelente atividade contra a maioria dos microrganismos
Gram-positivos e Gram-negativos, o que pode ser explicado pela
sua facilidade de penetrar os microrganismos, em virtude de sua
pequena estrutura, de caráter zwitterion.
Possui estabilidade para todas as betalactamases e uma boa afi -
nidade pelas proteínas que ligam à penicilina (PBP), além de sua
reduzida atividade convulsivante.38,67
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Figura 2A. Estrutura química do meropeném.
Adaptado de: Tavares, W. 2001
Figura 2B. Desenho explicativo da molécula de meropeném
Adaptado de Cottagnoud P. CMLS 2003.1) o hidroximetil na cadeia lateral em confi guração trans protege o anel betalactâmico e sustenta a estabilidade contra a ação das betalactamases. 2) o anel betalactâmico confere alta afi nidade pelas Ps, estrutura de ligação de todos os antibióticos betalactâmicos 3) o núcleo de carbapenem é responsável pelo ultralargo espectro de atividade bactericida. 4) o grupo metil no C1 propicia consideravelmente mais resistência para a DHP-1 renais que o imipenem. 5) o C2 substituinte é responsável pela sua alta atividade contra P. aeruginosa e outras bactérias Gram-negativas e, além disso, pode contar com a reduzida atividade pró-convulsivante.
Possui atividade antimicrobiana tempo-dependente, ou seja, seu
sucesso clínico depende do percentual de tempo em que os níveis
do fármaco no sítio da infecção excedem a CIM (T >CIM). Uma
maneira de prolongar a %T>CIM é através da infusão prolongada
do fármaco, que fornece um tempo prolongado acima da CIM, ao
se comparar com a administração EV em bolus. Como menciona-
do anteriormente, a duração acentuada do efeito antibiótico pode
ser particularmente importante em pacientes imunocomprometi-
dos, com infecção grave ou no tratamento de patógenos com a
CIM alta. Para o meropeném, 40% do tempo de intervalo de dose
ou mais acima do CIM se correlaciona com o potencial bacterici-
da máximo do fármaco e com a cura clínica.22,35,36,40,68-70
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5.2. Modo de ação: interação com a síntese da parede celularComo todos os outros antibióticos betalactâmicos, a ação bactericida
do meropeném é baseada na inibição do último passo na síntese da
parede celular dos patógenos. A rígida estrutura da parede externa à
membrana plasmática é comum a todas as bactérias e tem a função
principal de manter a sua integridade. O principal componente da
estrutura da parede celular é o peptidoglicana construído de acordo
com o padrão similar para todas as bactérias. A síntese da parede
celular é um processo de múltiplas interações enzimáticas.38 Resumi-
damente, os precursores, os peptídeos dissacarídeos, são transpor-
tados através do plasma para a membrana e incorporados à parede
celular. O passo fi nal é a construção das ligações peptídicas entre
as cadeias glicanas. Esta reação é possível pela ação das transpep-
tidases que atua em uma ação em rede de transpeptidação tridimen-
sional e confere a sua defi nitiva rigidez estrutural da parede celular.
Todas as enzimas envolvidas no último passo da síntese da parede
celular, como exemplo: as transpepdidase e as carboxipeptidases
estão ancoradas na membrana celular e são também chamadas de
proteínas ligadas à penicilina (PBPs), uma vez que elas são covalen-
temente ligadas e inativadas pelos antibióticos betalacâmicos. Por
exemplo: S. pneumoniae possui seis PBPs com peso molecular e
função semelhantes. As PBPs de alto peso molecular são 1A, 1B, 2A
e a 2X. As PBP 2B e 3 são de baixo peso molecular.
O modo de ação do meropeném basicamente é inativar essas
enzimas (PBPs), por preencher as múltiplas tarefas das PBPs na
parede celular. Meropeném possui variáveis afi nidades para PBPs
específi cas de diferentes bactérias. Meropeném tem mais alta
afi nidade pelas PBPs 2 e 3 que o imipenem.38,71 Graças a sua es-
trutura única, sua boa penetração através da membrana celular
de bactérias Gram-negativas e a sua alta afi nidade pelas PBPs, o
meropeném é efetivo contra a maioria dos patôgenos bacterianos
humanos. Com base na CIM, a atividade de meropeném está re-
sumida na Tabela 2.
Tabela 2. Atividade do meropeném contra bactérias selecionadas clinicamente importantes.
Microrganismos Número CIM50 (mg/L)
CIM90 (mg/L)
Gram-positivo aeróbios
Methicillin-susceptible staphylococci
Staphylococcus aureus 5.258 0,13 0,25
Staphylococcus epidermidis 1.431 0,25 4
Methicillin resistant staphylococci
Staphylococcus aureus 608 4 32
Staphylococcus epidermidis 352 4 16
Staphylococcus pyogenes 486 0,008 <0,06
Staphylococcus pneumoniae (PenS) 1.442 0,016 0,13
Staphylococcus pneumoniae (PenR) 272 0,5 1
Enterococcus faecalis 2.222 4 8
Cepas fastidiosas
Haemophilus infl uenzae 1.829 0,06 0,13
Neisseria meningitidis 171 0,008 0,03
Moraxella catarrhalis 386 <0,008 0,008
Gram-negativo aeróbios
Escherichia coli 7.658 0,03 <0,06
Citrobacter freundii 1.330 <0,06 0,13
Klebsiella pneumoniae 2.911 <0,06 0,06
Enterobacter cloacae 2.590 0,06 0,25
Serratia Marcescens 1.619 0,06 0,25
Proteus mirabilis 2.551 0,06 0,13
Não fermentadoras
Acinetobacter calcoaceticus 589 0,5 2
Pseudomonas aeruginosa 5.946 0,5 4
Burkholderia cepacia 433 2 8
Anaeróbios
Bacteroides fragilis 1.868 0,13 0,5
Veillonella parvula 41 0,03 0,13
Peptostreptococcus anaerobius 174 0,25 1
Peptostreptococcus magnus 151 0,13 0,25
Clostridium perfringens 462 0,08 <0,06
Clostridium diffi cile 256 1 2Pen/S: Susceptível/penicilina/resistente; CIM50/90: concentração necessária para inibir o crescimento em 50/90% das cepas isoladas.Adaptado de Cottagnoud P. CMLS 2002 38
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5.3 Perfi l farmacocinético - metabolismo e excreçãoO meropeném é quatro vezes mais resistente à DHP-I (diidropep-
tidase I) do que o imipenem. In vitro, o meropeném reagindo com
DHP-I produz um composto com um anel betalactâmico aberto,
resultante de uma mistura dos isômeros 1-pirrolina e 2-pirrolina.
O mesmo metabólito é produzido por hidrólise química sob condi-
ções ácidas (pH< 2) e alcalinas (pH>13).72
O meropeném tem farmacocinética linear, tanto na AUC como no
pico da concentração plasmática. O meropeném penetra rapida-
mente e se distribui largamente dentro dos tecidos e fl uidos cor-
porais. O valor médio do pico da concentração plasmática (Cmáx.)
de uma dose de 1 g EV em voluntários sadios foi de 0,54 a 6,39
mg/L no trato respiratório, de 2,01 a 14,6 mg/L no tecido intra-
abdominal e de 5,3 a 8,76 mg/L na pele e estruturas da pele.
Meropeném também penetra no LCR, embora como com outros
betalactâmicos, a permeabilidade é maior em pacientes com
meningite.21,26,73 O efeito inibitório sobre os microrganismos é ob-
servado quando a concentração plasmática está acima da CIM
aproximadamente entre 33% a 40% no intervalo das doses.26
O meropeném é predominantemente excretado pelos rins, com
uma combinação de fi ltração glomerular com secreção tubular
ativa. Os estudos in vitro demonstraram que o meropeném é
estável à enzima diidropeptidase humana (DHP-1), localizada na
margem da escova renal, uma vez que a excreção urinária deste
fármaco é de 54% a 79% da dose de 1 g administrada, além de
19% a 20% serem excretadas como métabólito betalactâmico
aberto microbiologicamente inativo.26
Portanto, não há necessidade de se coadministrar um inibidor de
diidropeptidase com meropeném.26,74 E esta é uma das grandes
vantagens do meropeném, e a sua síntese representou um avanço
na área de desenvolvimento dos carbapenêmicos.(Galles, 2002).
Um cuidado importante em virtude da alta eliminação por excre-
ção renal é o ajuste das doses de meropeném em pacientes com
insufi ciência renal.75,76
A redução no clearance não renal de meropeném, que ocorre
quando a função renal diminui, é um indicativo de que o rim pode
ser um local de metabolismo. A tendência à redução no clearance
não renal de meropeném quando foi coadministrado com a probe-
necida, signifi ca que o túbulo renal proximal pode estar envolvido
no metabolismo de meropeném.
O metabolismo de meropeném é responsável por 19% e 27%
do clearance plasmático do fármaco. O anel betalactâmico
aberto pode ser produzido por três mecanismos: hidrólise
química, metabolismo extrarrenal e metabolismo renal via
DHP-I. A hidrólise química ocorre sobre condições fisiológi-
cas simuladas in vitro na temperatura de 37ºC, consequente-
mente, resultando tempos de meia-vida no meropeném de 11
horas no plasma e 8 horas na urina.
O único metabólito identifi cado do meropeném é o ICI 213,689, o
qual é produzido por hidrólise do anel betalactâmico e é inativo
do ponto de vista bacteriológico.77 A administração de probeneci-
da com o meropeném não alterou o tempo de meia-vida urinária
do ICI 213,689, cuja exposição a este metabólito não se altera em
administrações repetidas de meropeném, e também não existem
maiores variações na excreção de ICI 213,689 após administração
repetida em pessoas com função renal normal.
O metabolismo e a excreção de meropeném foram estudados utili-
zando o meropeném marcado com carbono 14. A radioatividade foi
rapidamente excretada com 95,4% da dose recuperados na urina em
8 horas após a administração da dosagem. Esta excreção rápida é
consistente com a falta observada de acúmulo em múltiplas dosa-
gens. De um modo geral, 99% da dose foram recuperados na urina,
com um adicional de 2,1% recuperados nas fezes.
Adicionalmente, pacientes com doença renal em estágio avança-
do, que sofreram nefrectomia, apresentaram metabólitos do me-
ropeném no plasma. Uma vez que estes tipos de pacientes não
apresentam “virtualmente” clearance renal, foi concluído que o
meropeném sofre metabolismo ou degradação extrarrenal.78
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6. USO CLÍNICO DE MEROPENÉMO tratamento de patógenos resistentes está se tornando cada
vez mais difícil, e poucos agentes antimicrobianos novos contra
bactérias Gram-negativas, tais como a Pseudomonas aeruginosa,
estão em desenvolvimento.
Portanto, o melhor caminho para combater a resistência e for-
necer uma terapia efetiva está em otimizar o uso de antimicro-
bianos atualmente disponíveis, dentre os quais destacam-se os
carbapenêmicos.
A classe dos antibióticos carbapenêmicos (meropeném, imipe-
nem, ertapenem, biapenem e panipenem) são fármacos de uso
EV de amplo espectro, frequentemente reservados para a terapia
empírica de pacientes com doenças graves ou contra microrga-
nismos multirresistentes.34
O objetivo de administrar antibióticos tempo-dependentes, como
os carbapenêmicos em um regime de infusão prolongada, é uma
tentativa de otimizar o T>CIM, otimizando, assim, os resultados
clínicos dos pacientes, prevenindo a emergência de organismos
resistentes, ajudando a manter a efi cácia do fármaco e fornecen-
do um benefício farmacoeconômico por muitos anos.22,31,36,40,70
O meropeném está indicado para o tratamento de infecções intra-
abdominais, meningite bacteriana, sepse, exacerbação pulmonar
em pacientes com fi brose cística, pneumonia associada à ventila-
ção mecânica, e tem se mostrado efetivo e seguro no tratamento
de patologias do trato respiratório inferior, pele, infecções no
trato urinário, infecções ginecológicas, bem como na terapia em-
pírica em pacientes com neutropenia febril.9,13,15,16,23,25,59-61,65,66,79-84
É hoje um antibiótico de referência para infecções hospitalares
graves, graças a sua estrutura peculiar, boa penetração através
da membrana externa das bactérias, em especial para as Gram-
negativas com alta afi nidade pelas PBPs(b), o que o faz efi caz
contra a maioria dos patógenos bacterianos.38,81
Dentre os antibióticos avaliados pelo MYSTIC em 2003, destaca-
se o meropeném, cujo índice de suscetibilidade foi de 97,1%
contra as espécies isoladas de Acinetobacter baumannii (n = 137)
com o CIM50 de 1 µg/mL e CIM90 de 2 µg/mL.
Os isolados de Pseudomonas aeruginosa (n = 470) tiveram um índice
de suscetibilidade de 64% para o meropeném com CIM50 de 1 µg/
mL.7 Estes resultados estão demonstrados na Tabela 3.
(b) PBP – Penicillin Binding Protein: Proteínas de ligação da penicilina – são enzimas bacterianas que representam o sítio de ação dos betalactâmicos, e por esta razão foram denominadas proteínas ligantes de penicilina.
Tabela 3. Padrão de suscetibilidade do A. baumannii e da P. aeruginosa, porcentual dos microrganismos suscetíveis (S), intermediários (I) e resistentes (R), CIM50 e CIM90 (µg/mL) de meropeném - Programa MYSTIC 2003.
% µg/mL
Espécie S I R CIM50 CIM90
P. aeruginosa (n = 470) 64 2,1 33,9 1,0 > 32
A. baumannii (n = 137) 97,1 0,0 2,9 1,0 2,0
Adaptado de Kiffer C, et al. Bras J Infec Dis 2005.7
Por apresentar uma ampla faixa de dosagens utilizada na prática
clínica (0,5 a 2 g), um bom perfi l de segurança que inclui poucos
efeitos adversos no sistema nervoso central (SNC) em doses
altas, como também a ausência de toxicidade gastrintestinal re-
lacionada com a infusão, o meropeném permite uma fl exibilidade
de posologias que propicia aos clínicos e intensivistas maximizar
o seu uso em diferentes situações clínicas graves.16,24,25,87
A exposição de microrganismos aos fármacos antimicrobianos
betalactâmicos (%T>CIM) pode ser maximizada por qualquer um
dos seguintes métodos: aumento da dose, aumento da frequência
de administração (por exemplo, de 8 em 8 horas, para 6 em 6
horas), prolongamento da duração da infusão ou pela combinação
de todos esses métodos.69,88
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15
6.1. Racional para a prescrição de meropeném em doses elevadas (2 g), em infusão prolongada de 3 horasA aplicação adequada dos princípios farmacodinâmicos para
otimizar a posologia dos antimicrobianos, permite aumentar a
exposição do microrganismo ao fármaco, melhorar o desfecho
clínico e microbiológico e pode reduzir a emergência de resis-
tência aos antimicrobianos.
Com esta hipótese, o programa OPTAMA (Optimizing Pharma-
codynamic Target Attainment Antibiograme) usando os dados
do MYSTIC [Meropenem Yearly Susceptibility Test Informa-
tion Collection] foi utilizado com o objetivo de fornecer uma
visão dos antibióticos e posologias empíricas para tratar os
patógenos nosocomiais comuns.
A probabilidade de obter um alvo farmacodinâmico crítico foi
determinada a partir das simulações de Monte Carlo. Foram
comparados os seguintes fármacos: imipenem, ceftazidima,
cefepima, associação piperacilina/tazobactam e ciprofloxaci-
no contra os isolados clínicos de E. coli, K. pneumoniae, A.
baumannii e P. aeruginosa coletados de pacientes hospitaliza-
dos em UTIs em sete cidades do Brasil, durante o programa de
vigilância MYSTIC 2002 na América do Sul.89
Para realizar este trabalho, os autores utilizaram os dados mi-
crobiológicos do MYSTIC 2002 e parâmetros farmacocinéticos
dos antimicrobianos testados, relatados na literatura para vo-
luntários sadios.
Foram simuladas diferentes posologias para os fármacos in-
vestigados.
Para o meropeném, foi testado 1 g EV de 8/8 h para todos os
patógenos. A probabilidade de obtenção do alvo farmacodinâ-
mico crítico para os fármacos betalactâmicos (%T>CIM) entre
20% e 100% foi testada.
Para o meropeném assumiu-se que o alvo foi atingido quando
%T>CIM de 40% foi obtido.
As distribuições da CIM e as porcentagens de suscetibilidade
de meropeném, imipenem, ceftazidima, cefepima, piperacili-
na/tazobactam e ciprofloxacino utilizados no estudo para os
patógenos A. baumannii e P. aeruginosa, estão representadas
na Tabela 4.
A tabela apresenta os porcentuais de distribuição de cada
CIM, ou seja, quanto porcento há de cada patógeno em cada
uma das CIMs.
Através destes dados foi elaborada a Simulação de Monte
Carlo. A Figura 3 indica a probabilidade de obtenção de cada
alvo farmacodinâmico crítico estipulado para antibióticos be-
talactâmicos investigados.89
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16
Tabela 4. Porcentagem de suscetibilidade (% S) e distribuições da CIM para vários antimicrobianos testados contra A. baumannii e P. aeruginosa durante o Programa MYSTIC 2002 na América do Sul.7, 89
Espécie-antimicrobiano %SPorcentagem de isolados suscetíveis ao CIM (µg/mL)
0,008 0,016 0,03 0,06 0,12 0,25 0,5 1 2 4 8 16 32 64 128 256
A. baumannii (n=128)
meropeném 73 0 0 0,8 1,6 3,1 9,4 10,2 35,9 7,8 3,9 0 1,6 4,7 21,1 0 0
Imipenem 73 0 0 0 0 3,1 18,8 14,8 17,2 16,4 2,3 1,6 0,8 2,3 19,5 1,6 1,6
Ceftazidima 27 0 0 0 0 0 0 0 0,8 3,9 18,8 3,1 8,6 16,4 6,6 0,8 41,4
Cefepima 31 0 0 0 0 0 0 2,2 1,1 15,1 6,5 6,5 18,3 30,1 6,5 4,3 9,7
Piperacilina/tazobactam 30 0 0 1,6 0 0,8 0 0,8 3,1 9,4 7,8 8,6 3,9 6,3 9,4 3,1 45,3
Ciprofl oxacino 34 0 0 0,8 3,1 8,6 14,1 1,6 5,5 2,3 0,8 3,1 3,1 3,1 52,3 0 1,6
P. aeruginosa (n=233)
meropeném 59 0 0,4 0,4 10,3 9,9 7,3 14,6 8,2 5,2 3,0 1,7 5,6 6,9 26,6 0 0
Imipenem 60 0 1,7 0 0,4 0,9 1,7 7,7 28,3 15,5 3,9 3,0 4,7 5,2 27,0 0 0
Ceftazidima 55 0 0 0 0 0,4 0,9 3,9 24,5 12,9 9,0 3,4 7,3 6,4 5,6 1,7 24,0
Cefepima 55 0 0 0,6 0 0,6 1,8 3,0 18,2 8,5 8,5 13,9 17,0 5,5 4,2 0,6 17,6
Piperacilina/tazobactam 66 0 0 0 0 0 0,4 0,9 0,9 13,7 9,9 9,0 9,4 11,6 10,3 3,9 30,1
Ciprofl oxacino 45 0,4 0,9 1,7 13,7 14,2 6,4 5,2 3,0 1,7 2,2 0,4 3,4 8,2 37,3 0 1,3
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17
Figura 3A. Probabilidade de obtenção do alvo farmacodinâmico em vários %T>CIM para os antibióticos betalactâmicos contra Acinetobacter baumannii e contra Pseudomonas aeruginosa (Figura 3B).90
4000,00
0,10
1,00
10,0
100,0
1.000,0
20 30 50 70 80 9010 60 100
% T>MIC
Prob
abili
dade
de
alca
nce
da m
eta
Figura 3B.
4000,00
0,10
1,00
10,0
100,0
1.000,0
20 30 50 70 80 9010 60 100
% T>MIC
Meropeném 1000 mg cada 8h
Imipenem 1000 mg cada 8hCeftazidima 2000 mg cada 8hCefepima 2000 mg cada 12hPiperacilina/tazobactam 4,5 g cada 12h
Prob
abili
dade
de
alca
nce
da m
eta
Ao analisar o gráfi co da (Figura 3A), podemos verifi car que os
antibióticos piperacilina/tazobactam e ceftazidima, nas doses
recomendadas, atingem metas farmacodinâmicas mínimas pre-
estabelecidas (50% T>CIM) em menos de 40% das vezes na po-
pulação estudada de Acinetobacter baumannii.
Logo, estes antibióticos muito provavelmente não são capazes
de tratar as patologias ocasionadas pelo A. baumannii neste am-
biente epidemiológico.
Já meropeném 1 g, imipenem 1 g e cefepima 2 g, embora tratem de
65-70% dos Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa,
no nosso ambiente epidemiológico deixam de tratar de 35-30% dos
patógenos. Portanto, a conclusão dos autores é de que não parece
haver uma terapia empírica efi caz para estes patógenos no ambiente
epidemiológico estudado, que inclui também o Brasil.90
Nesse contexto, os carbapenêmicos nas doses habitualmente
usadas nos países que fi zeram parte deste estudo, e em particular
o meropeném na dose de 1 g de 8/8 horas, foram os antimicro-
bianos que alcançaram as mais altas probabilidades de resultado
contra o A. baumannii (73%) e um dos mais elevados para a P.
aeruginosa (59%).
Entretanto, é preciso ressaltar que nenhum antimicrobiano, nas
doses usuais convencionais, apresentou obtenção de metas
farmacodinâmicas (no caso do meropeném 40% T>CIM) satis-
fatórias para o ambiente microbiológico simulado pelo modelo
proposto (simulação de Monte Carlo).
Este fato reforça a tese de que doses mais elevadas de me-
ropeném deveriam ser usadas em ambientes epidemiológicos
semelhantes.90
O mesmo tipo de estudo foi realizado para a América do Norte,
o OPTAMA North America edição 2002, no qual também foram
utilizados dados da pesquisa MYSTIC com isolados de 20 hos-
pitais geograficamente distribuídos entre os Estados Unidos,
México e Canadá.24
Nos países da América do Norte, a realidade é diferente daquela
mostrada pelo OPTAMA South America. No programa OPTAMA
North America, o meropeném 1 g tratou aproximadamente 90%
dos isolados de A. baumannii e P. aeruginosa, conforme demons-
trado na Figura 4.
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Monograf ia do P roduto : MEROMAX ®
18
Com esses dados, pode-se conferir que em outros ambientes,
distantes da realidade sul-americana, os carbapenêmicos tiveram
um melhor desempenho terapêutico e demonstrou efi cácia contra
A. baumannii e P. aeruginosa, nas dosagens de 1 g. Isto se dá em
virtude das diferenças substanciais nas distribuições das CIMs
entre as diversas regiões do mundo.24
Figura 4A. Probabilidade de alcance da meta farmacodinâmica para os betalactâmicos contra A. baumannii (Figura A) e P. aeruginosa (Figura B).24
60200
60
50
40
30
20
10
70
80
90
100
40 50 80 9030 70 100
% T>MIC
Meropeném 1000 mg cada 8h
Imipenem 1000 mg cada 8h
Ceftazidima 2000 mg cada 8h
Ceftazidima 1000 mg cada 8h
Cefepima 2000 mg cada 12h
Cefepima 1000 mg cada 12h
Piperacilina/tazobactam 3,375 mg cada 6h
Piperacilina/tazobactam 3,375 mg cada 4h
Prob
abili
dade
de
alca
nce
da m
eta
(%)
Figura 4B.
60200
60
50
40
30
20
10
70
80
90
100
40 50 80 9030 70 100
% T>MIC
Prob
abili
dade
de
alca
nce
da m
eta
(%)
Como descrito anteriormente, é evidente a existência de diferen-
ças entre os diversos ambientes epidemiológicos com relação ao
comportamento da resistência bacteriana, mediante isto, se faz
necessário estratégias de dosagens, em particular para os beta-
lactâmicos, que podem melhorar a performance destes antimicro-
bianos sugerindo benefícios clínicos. Tal assertiva é verdadeira
para qualquer ambiente epidemiológico, mas torna-se fundamen-
tal para aqueles em que haja alta prevalência de patógenos resis-
tentes com CIMs elevadas, como ocorre no Brasil.
Uma das estratégias é através da infusão prolongada para admi-
nistrar o meropeném, conforme observado na Figura 5. A infusão
prolongada aumenta a %T>CIM de meropeném.
Figura 5. Perfi s simulados de concentração versus tempo referente ao meropeném 2 g administrado por infusão de 30 minutos e infusão prolongada.31,34
00,1
100
10
1
1000
108642
Tempo (h)
Conc
entra
ção
(µg/
mL)
2 g infusão prolongada2 g infusão de 30 minutos
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19
7. EVIDÊNCIAS DAS VANTAGENS DA DOSE DE 2 g DE MEROPENÉM ADMINISTRADA COMO INFUSÃO DE 3 HORAS7.1 Estudos Farmacocinéticos ClínicosSituação 1: Farmacocinética de meropeném em voluntários sadios após administração de 0,5 g e 2 g de 8/8 horas por infusão prolongada de 3 horas.91
Neste estudo randomizado, cruzado, aberto, participaram 6 voluntá-
rios saudáveis do sexo masculino. O objetivo do estudo era avaliar os
parâmetros farmacocinéticos de meropeném administrado nas doses
de 0,5 g e 2 g por infusão prolongada durante um período de 3 horas,
a cada 8 horas.
O estudo foi realizado no steady state. Para confi rmar que o
steady state havia sido alcançado, as concentrações séricas
do fármaco foram comparadas no tempo t = 0 h, imediatamen-
te antes da terceira dose (0,32 ± 0,17 µg/mL para a dosagem
de 0,5 g, e 1,92 ± 0,99 µg/mL para a dosagem de 2 g) e no t = 8 h
após a terceira dose (0,22 ± 0,11 µg/mL para a dosagem de 0,5 g
e 1,58 ± 0,53 µg/mL para a dosagem de 2 g).
O perfi l sérico foi determinado para a terceira dose administrada
em cada posologia.
A ausência de diferenças signifi cativas no t = 0 e t = 8 h confi rmou
o estado de equilíbrio para as duas dosagens (p>0,05). Os perfi s
plasmáticos médios obtidos podem ser visualizados na Figura 6.
Os parâmetros farmacocinéticos para cada voluntário em cada
dosagem foram determinados e os valores médios obtidos encon-
tram-se na Tabela 5.91
Tabela 5. Parâmetros farmacocinéticos de meropeném administrado nas doses de 0,5 g e 2 g como infusão prolongada por 3 horas.91
Parâmetros
meropeném 0,5 g 8 h 3x/dia
meropeném 2 g 8 h 3x/dia
Média Desvio-padrão Média Desvio-
padrão
AUC 0-8 (µg/ml.h) 28,35 2,86 126,65 28,81
t1/2 (h) 0,92 0,12 1,02 0,19
Cmáx.-ss (µg/ml.h) 9,71 0,76 39,76 6,39
Clearance (L/h) 15,58 1,66 15,24 3,79
Vss(L) 21,16 2,62 22,30 1,52
Figura 6. Perfi l de concentração sérica por tempo referente ao steady state médio do meropeném 2 g e 0,5 g administrados em infusão contínua por 3 horas
4 00,01
0,1
1
10
100
2 6 8
Tempo (h)
Conc
entra
ção
(µg/
mL)
meropeném 0,5 gmeropeném 2 g29
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Monograf ia do P roduto : MEROMAX ®
20
Os dados obtidos indicaram que, quando o meropeném é admi-
nistrado por infusão prolongada por 3 horas, mostra proporcio-
nalidade entre dose e concentrações, uma vez que os valores de
Cmáx-ss e AUCss são 4 vezes maiores para a dose de 2 g do que os
obtidos para a dose 0,5 g. A proporcionalidade entre as doses de
0, 5 e 2 g confi rma a linearidade farmacocinética para esta faixa
de doses.91
Esse estudo também avaliou o tempo que as concentrações
séricas foram superiores ao CIM. Para tanto, os autores consi-
deraram o breakpoint de resistência estabelecido para merope-
ném pelo “National Committee for Clinical Laboratory Standards”
(atual Clinical Laboratory Standard Institute – CLSI), que é > 4 µg/
mL para P. aeruginosa e S. aureus. A meta de pelo menos 30%
do tempo do intervalo entre as doses acima deste CIM (%T>CIM)
é considerada como alvo terapêutico para o meropeném. Deste
modo, a infusão por 30 minutos das doses de 0,5 e 2 g resultam
em %T>CIM de 30% e 58%, respectivamente.
Estas mesmas doses administradas por infusão prolongada de
3 horas resulta em metas farmacodinâmicas de 43% e 73%,
respectivamente. Quando o CIM90 de 32 µg/mL e 16 µg/mL para
espécies de Acinetobacter e P. aeruginosa é utilizado, apenas a
infusão por 3 h garantiu %T>CIM superior a 30% para P. aeru-
ginosa, sendo de 32% para a dose de 0,5 g e 48% para a dose
de 2 g. Para Acinetobacter, apenas a dose de 2 g, nas duas formas
de administração (infusão de 30 min e 3 h) garantiu %T>CIM em
torno de 19% do tempo de intervalo.91
Os resultados obtidos neste estudo indicam que a dose de 2 g,
administrada como infusão contínua por 3 h, apresenta o melhor
potencial de cura para infecções com microrganismos menos sen-
síveis, pois garante %T>CIM superiores.
Situação 2: Uso de meropeném em pneumonia associada ao uso de ventiladores mecânicos.92
O uso de ventiladores mecânicos (equipamentos que auxiliam
o processo respiratório via oral ou traqueia) e pode aumentar o
tempo de permanência dos pacientes com pneumonia no leito
hospitalar. Em seu trabalho intitulado “Fatores de risco para pneu-
monia associada à ventilação mecânica - Estudo de caso-contro-
le”, o infectologista Lourival Marsola, presidente da Comissão de
Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Universitário João de
Barros Barreto (HUJBB) ligado à Universidade do Pará, descreve
que pacientes que utilizam o ventilador mecânico correm sérios
riscos de adquirir uma pneumonia hospitalar.92
O estudo realizado mostra que a probabilidade de um paciente
adquirir pneumonia aumentam entre 6% e 21% na presença de
ventilação mecânica, e depende do tempo em que o paciente per-
manece hospitalizado.
O risco é cumulativo e a probabilidade aumenta entre 1% e 3%
a cada dia de internação. No trabalho foram avaliados, em 19
meses, 42 pacientes que fi zeram uso de ventiladores mecânicos
e, dentre estes, 21 apresentaram pneumonia.92
O objetivo principal do tratamento da pneumonia associada ao
uso de ventiladores mecânicos está no início da antibioticotera-
pia apropriada tão rápido quanto possível, com a fi nalidade de
diminuir a taxa de mortalidade relacionada às infecções noso-
comiais.83,93,94
Situação 3: meropeném administrado em infusão prolongada para tratar infecções graves do SNC por Gram-negativo.21
Paciente 1: Com 61 anos, sexo feminino, 1,67 m com 82 quilos
foi submetida à ressecção de condrossarcoma no sinus caverno-
so. Após 8 dias da cirurgia, foi instalado um shunt ventriculope-
ritoneal e, 4 dias depois, a paciente apresentou febre de 38,8°C
e concomitante agravamento de seu estado geral e mental. Foi
colhida uma amostra do líquido cerebroespinhal (LCR) que eviden-
ciou uma contagem de leucócitos com 1.000 células/mm3 (normal
≤5 colônias/mm3) e 93% de neutrófi los. Foi instituído tratamento
empírico com vancomicina 1 g IV a cada 12 horas, piperacilina-
tazobactam 4,5 g a cada 6 horas e gentamicina 5 mg intraventri-
cular a cada 24 horas.
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21
Após 24 horas com este esquema de antibiótico, a contagem
de leucócitos do líquido cerebroespinhal baixou para 202 células/
mm3. Mas a cultura do líquor obtida antes da antibioticoterapia
empírica constatou o crescimento de P. aeruginosa. Este micror-
ganismo era sensível à piperacilina, cefepima, gentamicina e
meropeném.
Após consulta e discussão do caso com um especialista em
doenças infecciosas, o tratamento foi alterado de piperacilina-
tazobactam para MEROPENÉM 2 g a cada 8 horas, uma vez que,
apesar de piperacilina-tazobactam, continuava sendo detectado
patógeno Gram-negativo no LCR.
Cada dose de meropeném foi infundida em infusão prolongada
durante 3 horas. A gentamicina intraventricular continuou sendo
utilizada na mesma dose. Os esquemas de gentamicina e mero-
peném foram 5 a 10 dias respectivamente. A CIM de merope-
ném para as cepas isoladas de P. aeruginosa foi de 0,19 µg/mL,
determinado por E-teste-padrão do Laboratório de Microbiologia
Clinica (AB Biodisk, Solna, Suécia).
As amostras de sangue e líquido cerebroespinhal foram colhidas
após administração de 9 doses de meropeném para determinar as
concentrações de equilíbrio estável (steady state) no plasma e no
líquido cerebroespinhal da paciente. Esta avaliação foi realizada
com o propósito clínico de assegurar que o tratamento estava no
nível ótimo. Foram coletadas amostras de sangue nos momentos
0 (justamente antes de ser iniciada a 10ª infusão), 1, 3, 4,6, 6,4
e 8 horas após o início da 10ª infusão. O líquido cerebroespinhal
foi colhido através de punção lombar 6,4 horas após o início da
10ª infusão.
Todas as amostras foram enviadas ao Centro de Pesquisa Anti-in-
fecciosa e de Desenvolvimento (Hartford, CT) onde as concentra-
ções de meropeném foram determinadas através de um método
validado de HPLC (cromatografi a líquida de alta defi nição).
As curvas-padrão de meropeném, tanto no plasma como no
líquido cerebroespinhal, foram lineares (coefi ciente de correlação
[r] = 0,997) acima da faixa de concentração de 0,25- 50 µg/ml.
Concentrações de meropeném:
Durante a avaliação farmacocinética de meropeném, a concentra-
ção de creatinina da paciente foi 0,6 mg/dL. A clearance de crea-
tinina estimada foi de 92 mL/min. A paciente não acusou efeitos
adversos relacionados à infusão de meropeném e não ocorreram
convulsões.
A concentração máxima (Cmáx.) atingiu 91,98 µg/mL após 3 horas
(Tmáx.), que corresponde à concentração ao fi nal da infusão (Figura
7). A Cmín. foi de 1,3 µg/mL pouco antes e de 2,0 µg/mL após 8
horas da administração da 10ª dose. A similaridade destas duas
concentrações verifi ca que o estado de equilíbrio (steady state)
de meropeném foi atingido nesta paciente. Os parâmetros de
farmacocinética calculados foram a área sob-a-curva AUC/AAC
de 0-8 horas = 303,6 mg.hora/L, a meia-vida de eliminação 1,0
hora, volume de distribuição 9,8 L e a clearance 6,58 L/hora. A
concentração de meropeném no LCR na 6,4 hora da coleta após o
início da 10ª infusão foi 3,8 µg/Ml.21
Comparando este resultado com a concentração plasmática simultâ-
nea de 5,03 µg/mL, o LCR: a média do plasma é de 0,76:1. O T>CIM
de meropeném, tanto no LCR como no plasma para esta paciente foi
de 100%, e com isto ela se recuperou da grave infecção.
Figura 7. Concentração do estado de equilíbrio estável e concentração no líquido cerebroespinhal no paciente 1.
00,1
100
10
1
1000
108642
Tempo (horas)
Log10
Con
cent
raçã
o (µ
g/m
L)
Meropeném plasmáticoMeropeném no LCR
Adaptado de Capitano B, et al. Pharmacotherapy 2004, 21
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22
Esta curva mostra a concentração plasmática máxima de mero-
peném (91,98 µg/mL) a cada período de 3 horas de infusão pro-
longada, e também o estado de equilíbrio de meropeném entre o
plasma e o líquido cerebroespinhal para um período de 8 horas
depois da administração da décima dose.
Paciente 2: Com 38 anos, sexo masculino submetido à ressec-
ção de tumor epidermoide. Houve complicação do pós-operatório
devido à recidiva da meningite causada por S. marcescens. Ele
recebeu dois cursos de antibioticoterapia por 6 semanas com
aparente resolução da infecção. No entanto, 3 meses após a con-
clusão da antibioticoterapia, o paciente apresentou evidências
de meningite quando foi constatado um abscesso intracerebral.
Nas amostras do líquido cerebroespinhal e do abscesso, houve
crescimento de S. marcescens. A CIM de meropeném para este
patógeno foi de 0,094 µg/mL.
Em um esforço para esterilizar o líquido cerebroespinhal do
paciente, administrou-se meropeném endovenoso 2 g a cada 8
horas, por infusão prolongada durante 3 horas. Prosseguiu-se
o tratamento com meropeném até completar 8 semanas, em
virtude da presença de abscesso intracerebral. A concentração
bactericida mínima (CBM) do meropeném para este patógeno não
foi estimada pelo laboratório de microbiologia clínica.
Foram colhidas amostras de sangue e do líquido cerebroespinhal
(LCR) 7,5 horas após o início da infusão de meropeném, para
avaliar o estado de equilíbrio (steady state) entre a Cmín. sérica
e concentrações no LCR. As concentrações de meropeném foram
determinadas pelo método HPLC, da mesma maneira que foi uti-
lizado para a paciente 1.
Concentrações de meropeném:
No momento da avaliação da concentração de meropeném, o
nível da creatinina plasmática do paciente foi de 0,6 mg/dL; o
peso e a altura do paciente eram, respectivamente, 118 kg e 183
cm. A clearance de creatinina estimada foi de 192 mL/minuto. O
paciente não apresentou eventos adversos relacionados à infusão
de meropeném, como também não ocorreram convulsões. A con-
centração de meropeném no plasma e também no LCR foi de 0,77
e 0,81 µg/mL, respectivamente. A concentração do LCR foi similar
à plasmática mostrando resultados semelhantes àqueles obtidos
na paciente 1, e para este paciente o LCR foi esterilizado confor-
me a meta de tratamento instituído.
Os autores concluíram que meropeném, administrado em infusão pro-
longada nestes dois pacientes, se mostrou como uma ótima terapia
para infecções nosocomiais do SNC por Gram-negativos, apresen-
tou uma boa penetração no LCR com erradicação dos patógenos em
ambos os pacientes, promovendo um resultado clínico positivo.21
Situação 4: Comparação da farmacodinâmica de meropeném administrado em infusão pro-longada de 3 horas ou em bolus em pacien-tes com pneumonia associada à ventilação mecânica.82
A análise farmacodinâmica tem sido usada em regimes de an-
tibioticoterapia para maximizar o efeito antibactericida. Visando
avaliar a efi cácia de meropeném para tratar pneumonias asso-
ciadas com o uso de ventiladores mecânicos, realizou-se estudo
comparativo cruzado, randomizado, de três braços, com pacientes
entubados utilizando ventilação mecânica fazendo uso de mero-
peném em três posologias distintas: 2 g por infusão prolongada
por 3 horas a cada 8 horas por um período de 24 horas, injeção
bolus de meropeném 1 g por 10 minutos a cada 8 horas por um
período de 24 h e 1 g por infusão prolongada por 3 horas.
Nove pacientes (6 homens e 3 mulheres) foram incluídos segundo
os critérios de eleição do protocolo: ter idade acima de 18 anos,
suspeita clínica de pneumonia associada à ventilação mecâni-
ca, defi nida como um recente e persistente infi ltrado opaco ou
difuso, observado à radiografi a de tórax e associada a pelo menos
um dos seguintes sintomas: secreções traqueais purulentas, tem-
peratura ≥38,3°C e apresentar uma contagem de leucócitos su-
perior a 10.000/mm3.
Os pacientes tinham idade variável entre 16 e 62 anos, foram ran-
domizados para um estudo cruzado de três braços. O meropeném
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23
foi diluído em dois preparados: 1 g em 50 mL de solução fi siológi-
ca normal e 2 g em 50 mL de solução fi siológica. Cada indivíduo
recebeu meropeném em 3 esquemas:
(a) injeção em bolus de 1 g de meropeném durante 10 minutos a
cada 8 horas durante 24 horas;
(b) infusão de 1 g de meropeném por 3 horas através de bomba de
infusão de fl uxo constante, a cada 8 horas durante 24 horas;
(c) infusão de 2 g de meropeném por 3 horas através de bomba de
infusão de fl uxo constante, a cada 8 horas durante 24 horas.
Análises farmacocinéticas foram realizadas durante a administra-
ção da 3ª dose de cada um dos regimes (16 para 24 horas depois
de iniciar cada regime). As amostras de sangue (aproximadamen-
te 5 mL) foram obtidas diretamente da punção ventricular seguin-
do os seguintes tempos: 0 (antes de iniciar), 10 e 30 minutos e, 1
h, 1,5 h, 2 h, 2,5 h, 3,5 h, 4,5 h, 5 h, 6 h e 8 h depois da 3ª dose de
cada regime (Figura 8). As concentrações de meropeném foram
determinadas pelo método de cromatografi a líquida reversa de
alta performance. A cefepima 100 µg/mL foi usada como um
padrão interno. Os parâmetros farmacocinéticos: meia-vida de
eliminação (t1/2) e AUC 0-8 h, e o volume de distribuição foram
calculados. Também a concentração plasmática máxima (Cmáx)
e a concentração plasmática mínima (Cmín) foram determinadas.
As concentrações séricas tempo-dependentes, T>CIM, foram
calculadas individualmente para CIMs de 16, 8, 4 e 1 µg/mL.
Os resultados foram expressos com a média do desvio-padrão e
estatisticamente foram comparados utilizando-se o teste de Wil-
coxon (rank test). O valor de p<0,05 foi considerado signifi cativo.
Os parâmetros farmacinéticos dos pacientes que participaram do
estudo estão descritos na Tabela 6.
Tabela 6. Parâmetros farmacocinéticos do meropeném administrado em diferentes posologias e % T>CIM para diferentes CIM34
Parâmetros Farmacocinéticos e CIM Injeção de 1 g em bolus
Infusão por 3 horas
1 g 2 g
Cmáx. (µg/mL) 112,52 ± 34,33 30,24 ± 10,71a 67,09 ± 31,00a,b
Cmin. (µg/mL) 1,00 ± 1,78 2,28 ± 3,05 4,31 ± 4,96
AUC 0-8 (µg.h/mL) 136,27 ± 58,49 186,16 ± 79,51 399,58 ± 220,01a,b
Cl tot (L/h) 8,52 ± 3,20 6,39 ± 2,77 7,16 ± 4,79
T½ (h) 1,44 ± 0,56 1,02 ± 0,30 1,23 ± 0,40
Kel (h -1) 0,53 ± 0,15 0,73 ± 0,18 a 0,61 ± 0,18
V(L) 15,99 ± 3,72 9,26 ± 4,9 a 11,89 ± 7,91
CIM (µg/mL) %T> CIM (bolus) %T> CIM (1 g) %T > CIM (2 g)
16 28,33 ± 11,67 37,78 ± 20,57 57,89 ± 24,26 a,b
8 45,89 ± 22,90 58,11 ± 24,38 72,89 ± 22,40 a
4 57,00 ± 24,82 72,67 ± 21,97 85,56 ± 16,42 a
1 74,67 ± 17,94 93,56 ± 6,84 a 98,56 ± 3,28 a
a p ≤ 0,05 versus EV bolusb p ≤ 0,05 versus infusão de 1 g por 3 horas
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Monograf ia do P roduto : MEROMAX ®
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Figura 8. Dados da média da concentração sérica tempo-dependente do meropeném em 9 pacientes com pneumonia associada à ventilação (PAV), que receberam 1 g de meropeném em bolus (quadrados escuros) 1 g de meropeném por infusão de 3 horas (círculos abertos) e 2 g de meropeném por infusão prolongada de 3 horas (triângulos escuros).82
0 4 8Tempo (h)
Conc
entra
ção
séric
a (
g/m
L)µ
140
120
100
80
60
40
20
0
Adaptado de Jariratanasirikul S, et al, Antimicrobial Agents and Chemotherapy 2005.
Na Figura 8 é possível observar que a infusão de 2 g é maior e
mais abrangente em cerca de 60% do intervalo entre as doses.
Em todos os pacientes foi isolada a bactéria Pseudomonas ae-
ruginosa com CIM de 0,125 µg/mL em três cepas; de 0,25 µg/
mL em uma cepa; de 0,5 µg/L em três cepas e de 6 µg/mL em
duas cepas. Em dois pacientes também foram isoladas cepas de
Acinetobacter com CIM de 4 µg/mL.
Pode-se observar também, tanto na Figura 8 como na Tabela 6, que
existe proporcionalidade entre dose e AUC para as duas doses utili-
zadas por infusão prolongada de 3 h, sem alteração signifi cativa dos
parâmetros farmacocinéticos como Vd, Cltot e t½. Em um estudo-prévio
com pacientes criticamente enfermos, foi proposto que as concentra-
ções séricas de meropeném de 3 g administrado em infusão contínua
durante 24 horas, permaneceram acima da CIM para a maioria das
bactérias patogênicas.23 Entretanto, meropeném reconstituído em
solução salina fi siológica é instável quando armazenado em tem-
peratura ambiente de (32ºC a 37ºC) por 8 horas. A concentração do
fármaco diminui em 4% quando esse agente foi armazenado nesta
temperatura por 8 horas.
Em um outro estudo anterior, com voluntários sadios, revelou que
uma infusão de 1 g de meropeném durante 3 horas pode manter
concentrações séricas acima da CIM para a maioria dos patóge-
nos por, aproximadamente, 60% do intervalo de 8 horas entre as
doses.82 Baseado nestes dados foi proposto que a infusão de 3
horas é uma forma mais apropriada de administração em países
de clima tropical.
Neste estudo, as concentrações séricas de meropeném calcula-
das para injeção em bolus de 1 g em pacientes com pneumonia
associada à ventilação (PAV) foram mais elevadas que os valores
calculados nos estudos anteriores.
As concentrações séricas médias após infusão de 3 horas de 1
g de meropeném foi acima de 4 µg/mL por, aproximadamente,
72% do intervalo de 8 horas entre as doses. Mesmo quando 1
g de merepeném foi administrado em bolus, os porcentuais de
T>CIM para 4 µg/mL foi ainda de quase 60% no intervalo entre
as doses.
Em conclusão, uma infusão de 3 horas resultou em maior %T>CIM
do que a observada após injeções em bolus, indicando que uma
infusão prolongada pode ser uma forma adequada de administra-
ção de meropeném. Além disso, para o tratamento de infecções
causadas por patôgenos isolados com resistência intermediária,
a infusão de 3 horas de meropeném 2 g a cada 8 horas fornece
concentrações séricas acima da CIM de 16 µg/mL, para quase
60% do intervalo de 8 horas.82
Situação 5: Infusão contínua versus adminis-tração intermitente de meropeném em pacien-tes criticamente enfermos.23
O estudo foi conduzido em UTI de um hospital-escola em Viena.
Foram envolvidos 15 pacientes criticamente enfermos com diver-
sas patologias graves. Fizeram parte do estudo 4 mulheres e 11
homens com idades entre 50 e 69 anos. O termo de consentimen-
to livre e esclarecido foi assinado pelo próprio paciente ou por um
parente mais próximo. O objetivo principal do estudo foi compa-
rar inicialmente os parâmetros farmacocinéticos de meropeném
meropeném 1 g infusão > 10 minutos ou em bolus
meropeném 1 g infusão 3 horas
meropeném 2 g infusão 3 horas
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25
quando administrado em infusão contínua (IC) ou em adminis-
tração prolongada (AP); um segundo objetivo foi determinar a
possibilidade de administração durante 24 horas. O terceiro obje-
tivo foi comparar a forma de administração e os efeitos adversos
entre os dois esquemas de infusão.
Os critérios de inclusão foram a presença de, pelo menos, dois
dos seguintes critérios: proteína C-reativa > 10 mg/dL (normal <
0,5 mg/dL), pelo menos uma cultura de sangue positiva (bactérias
Gram-negativas ou Gram-positivas); duas culturas positivas de
estafi lococos coagulase-negativa; sinais clínicos de infecção; in-
fecção do trato respiratório (novo infi ltrado observado no Rx de
tórax) ou uma urocultura positiva.
A duração do tratamento foi preestabelecida para 4 dias. Os pa-
cientes foram randomizados para receber 2 g de meropeném IV,
seguido de infusão contínua de 3 g (IC: grupo 1) durante 48 horas
ou administração prolongada (IP: grupo 2) de 2 g de meropeném
IV a cada 8 horas durante 2 dias.
Após 2 dias, os pacientes receberam esquemas alternativos
de dose. Se necessário, a vancomicina foi administrada para
cobrir estafilococos metacilinorresistentes ou enterococos.
A concentração em estado de equilibrio (steady state) de me-
ropeném foi esperada para ser atingida no dia 2 de tratamen-
to, tanto para administração em IC como em IP.
Amostras de sangue e urina foram coletadas no tempo 0,15
min, 30 min, 1, 2, 3, 6, 12, 24 e 48 horas após o início da
infusão contínua, e nos tempos 0,30 min, 8, 8,5 h, 16, 16,5 h,
24, 24,5 h, 32, 32,5 h, 40, 40,5 h e 48 h após o início da infusão
prolongada.
Rotina de parâmetros laboratoriais (contagem de leucócitos,
plaquetas, teste de função renal e hepática) foi determinada
diariamente pelo laboratório de clínica do departamento de
química da universidade.
A concentração de meropeném foi determinada pelo método
de HPLC, como já descrito previamente.
Resultados: dos pacientes envolvidos no estudo, sete tinham
pneumonia adquirida no hospital, três tinham sepse e cinco
apresentaram síndrome de resposta inflamatória sistêmica.
Os parâmetros farmacocinéticos para a infusão contínua ou
prolongada de meropeném podem ser observados na Figura
9 e na Tabela 7.
A AUC/AAC e a clearance total de meropeném (Cltot)
mostrou diferença estatisticamente significativa entre os
grupos 1 e 2.
Tabela 7. Parâmetros farmacocinéticos do meropeném obtidos após a administração de doses intermitentes (2 g de 8 em 8 horas) ou por infusão contínua (3 g por 24 horas)
Parâmetro Far-macocinético
Administração Intermitente
(média ± desvio-padrão)
Infusão Contínua(média ± desvio-
padrão)
kel (h -1) 0,32 ± 0,12 ND
t½ (h) 2,4 ± 0,7 ND
Vss(L) 26,6 ± 3,2 25,9 ± 5,7
Cmáx (mg/L) 110,1 ± 6,9 ND
Cmin (mg/L) 8,5 ± 1,0 ND
Css (mg/L) ND 11,9 ± 5,0
AUC ( mg.h/L)a 193,8 ± 21,1 117,5 ± 12,9
Cltot (L/h)a 9,4 ± 1,2 7,7 ± 1,4
ND = não determinado; a p ≤ 0,05
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Monograf ia do P roduto : MEROMAX ®
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Figura 9. Concentração sérica média do meropeném com desvio-padrão
Linha escura = administração intermitenteLinha clara = infusão contínuaAdaptado de: Thamhammer F, et al. J Antimicrob Chemoth 1999.23
A concentração mínima no grupo AP foi 8,5±1,0 mg/L. Nos dois
grupos de tratamento a T>CIM foi de 100% para as cepas mais
comuns de bactérias encontradas em pacientes de UTI, observa-
das neste período. Nenhum evento adverso relacionado com o
tipo de infusão foi observado durante o estudo.
Os níveis séricos acima da CIM para a maioria dos patógenos
foram constatados nos dois grupos, como se observa na Tabela 8.
A maioria dos autores concorda que o T>CIM tem que estar pelo
menos 40-50% nos intervalos das doses para atingir a efi cácia
clínica. A ação máxima bactericida tem sido observada quando o
T>CIM é de pelo menos 60-70%.
Os autores concluíram que o racional para usar meropeném em
infusão contínua é suportado por dados farmacocinéticos do
próprio estudo. A concentração sérica permaneceu acima da CIM
para a maioria dos patógenos com alvo semelhante em todos os
pacientes. A dose elevada de meropeném 2 g deve ser dada, ini-
cialmente, para sustentar a concentração bactericida máxima tão
rapidamente quanto possível.
Tabela 8. Atividade in vitro de meropeném para patógenos Gram-positivos e Gram-negativos clinicamente importantes.23
Patógenos (nº testados) CIM90 (mg/L) Faixa (mg/L)
Microrganismos Gram-positivos
Enterococcus faecalis 8,0 1,0 - 16,0
Staphylococcus aureus 0,25 0,016 - 4,0
Staphylococcus epidermidis 0,5 0,06 - 8,0
Streptococcus pneumoniae 0,03 0,008 - 1,0
Microrganismos Gram-negativos
Acinetobacter anitratus 1,00 0,06 - 4,0
Citrobacter freundii 0,06 0,03 - 0,25
Enterobacter cloacae 0,12 0,008 - 0,5
Escherichia coli 0,03 0,008 - 0,06
Haemophilus infl uenzae 0,06 0,016 - 0,25
Klebsiella pneumoniae 0,03 0,016 - 0.06
Proteus mirabilis 0,12 0,03 - 0,5
Pseudomonas aeruginosa 4,0 0.06 - 8,0
Serratia marcescens 0,12 0,016 - 1,0
CIM90 concentração inibitória mínima para 90% das cepas; MS = sensível à meticilina
Situação 6: Farmacocinética de doses altas de meropeném em pacientes adultos com fi brose cística. 9,24,25
A expectativa de vida dos pacientes portadores de fi brose cística
é diminuída em virtude de infecções pulmonares frequentes por
Pseudomonas aeruginosa, Burkholderia cepacia e outros bacilos
Gram-negativos.60,95,96 A produção de muco espesso nesta doença
prejudica a penetração de antibióticos e faz com que a recupera-
ção destes pacientes seja mais difícil.9,60
Neste caso, o índice PK/PD para o sucesso terapêutico usando
um antibiótico betalactâmico requer que as concentrações plas-
máticas do fármaco excedam a concentração inibitória mínima de
pelo menos 40-50% do intervalo entre as doses.68
Tempo (h)
800
60
40
20
80
100
120
4 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48
Conc
entra
ção
(µg/
mL)
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27
Em um estudo clínico envolvendo seis indivíduos com fi brose
cística, administrou-se meropeném na dosagem de 2 g a cada 8
horas por infusão endovenosa por 30 min. Três doses sucessivas
foram administradas. A Tabela 9 mostra os dados demográfi cos
dos pacientes e os parâmetros farmacocinéticos obtidos para a
terceira dose.9 Não foram relatados efeitos adversos durante o
desenvolvimento do estudo.
Tabela 9. Dados demográfi cos dos 6 pacientes submetidos a terapia com meropeném 2 g por 30 min a cada 8 h, e parâmetros farmacocinéticos resultantes.9
Parâmetro Far-macocinético
Administração Intermitente
(média ± desvio-padrão)
Infusão Contínua(média ± desvio-
padrão)
kel (h-1) 0,32 ± 0,12 ND
t½ (h) 2,4 ± 0,7 ND
Vss(L) 26,6 ± 3,2 25,9 ± 5,7
Cmax (mg/L) 110,1 ± 6,9 ND
Cmin (mg/L) 8,5 ± 1,0 ND
Css (mg/L) ND 11,9 ± 5,0
AUC (mg.h/L)a 193,8 ± 21,1 117,5 ± 12,9
Cltot (L/h)a 9,4 ± 1,2 7,7 ± 1,4ND = não determinado; a p ≤ 0,05
A Figura 10 mostra o perfi l plasmático médio da terceira dose de 2
g de meropeném administrada por infusão de 30 min.
Figura 10. Perfi l farmacocinético plasmático médio no steady state após administração de 2 g de meropeném por 30 min de infusão.9
4 00,00
0,10
1,00
10,0
100,0
1.000,0
2 6 8
Tempo (h)
Conc
entra
ção
(µg/
mL)
O uso de meropeném 2 g, como indicado neste estudo, para o tra-
tamento da fi brose cística juntamente com um regime de infusão,
maximiza a farmacodinâmica deste antibiótico, aumenta a %T>CIM.
Os resultados do estudo mostram que, após uma dosagem de 2 g
de meropeném a cada 8 horas, as concentrações plasmáticas per-
manecem acima de 4 µg/mL por pelo menos 50% dos intervalos
entre as dosagens, minimizando a probabilidade de uma resposta
clínica desfavorável9 confi rmando, assim, a sua indicação para o
tratamento de fi brose cística.
Kuti e colaboradores (2004) reportam o caso de um paciente com
fi brose cística que foi tratada com meropeném seguindo o princí-
pio do índice PK/PD de %T>CIM.
A paciente recebeu 2 g de meropeném em infusão prolongada
por 3 h para o tratamento empírico de fi brose cística causada por
Burkholderia cepacia.24
Situação 7: Terapia empírica para Burkholderia cepacia multirresistente em um paciente com fi brose cística e exacerbação pulmonar: apli-cação de conceitos farmacodinâmicos para terapia com meropeném.24
Paciente com 31 anos, do sexo masculino, portador de fi brose
cística apresenta exacerbação pulmonar com evidência de pneu-
monia causada por patógeno Gram-negativo altamente suges-
tiva de Burkholderia cepacia. Este paciente tem história clínica
de fi brose cística diagnosticada logo após o nascimento e, por
isso, tem convivido com uma ou duas hospitalizações por ano
para tratar complicações decorrentes da doença. Ele também tem
história de bronquiectasia, hemoptise, insufi ciência pancreática
e diabetes melito insulino-dependente, além de infecção por B.
cepacia multirresistente aos antibióticos disponíveis.
Foi administrado meropeném 2 g a cada 8 horas em infusão
prolongada de 3 horas e também minociclina oral 100 mg duas
vezes ao dia. Concomitantemente, foram incluídos no protocolo
de tratamento: insulina, dornase-alfa, dexametasona, guaifene-
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Monograf ia do P roduto : MEROMAX ®
28
sina, propionato de fl uticasona, esomeprazol, lipase pancreática,
azitromicina e fi sioterapia. Antes da admissão, o paciente apre-
sentou redução da capacidade funcional, dor moderada no tórax,
que parecia desaparecer com o uso de nebulizador com albuterol,
perda de apetite e tosse produtiva.24
A cultura de escarro (realizada em meados de 2004) evidenciou
crescimento de B. cepacia que era resistente aos seguintes
antibióticos: amicacina, cefepima, ceftazidima, ciprofl oxacina,
meropeném, minociclina, piperacilina-tazobactam, tetraciclina,
trimetoprim-sulfametoxazol e tobramicina. O paciente respondeu
muito bem a esquema com meropeném 2 g e começou a melhorar
clinicamente e, já no segundo dia de tratamento, fi cou afebril e
permaneceu sem febre durante todo período de internação.
Amostras de sangue foram coletadas em 1,5; 3; 4; 5,5 e 6,5 horas
depois que a infusão foi iniciada. As concentrações séricas de
meropeném foram determinadas no Centro de Pesquisa e Desen-
volvimento de Anti-infecciosos do hospital de Harmford, CT, pelo
uso do método de cromatografi a líquida de alta pressão validado
previamente. O limite mais baixo de detecção foi de 0,25 µg/mL.
Os resultados dos valores da farmacocinética foram: concentra-
ção máxima ao fi nal da infusão de 35 µg/mL, volume de distribui-
ção de 22,8 L, clearance corporal total de 17,8 L/hora, meia-vida
plasmática de 0,89 h e taxa de eliminação de 0,78 hora. A CIM de
16 µg/mL; supostas concentrações acima disto foram alcançadas
em 40% entre os intervalos das doses de 8 horas e, deste modo,
atingiu uma maior exposição bactericida (Figura 11).
No quarto dia, o paciente continuou melhorando signifi cativa-
mente e lhe foi dada alta hospitalar com seguimento para 2-3
semanas mais tarde. Ele aderiu ao tratamento realizado em casa
por meio de bomba de infusão com meropeném 2 g de 8/8horas,
por infusão prolongada, e mais a medicação específi ca para fi brose
cística e fi sioterapia diária. Ele completou todo o ciclo de anti-
biótico proposto para o seu tratamento e relatou que o regime de
infusão prolongada foi muito bem tolerado. O paciente retornou 1
mês depois ao serviço para uma consulta de revisão. Um raio X de
tórax confi rmou a normalização do processo patológico das vias
respiratórias e resolução das opacidades no lobo pulmonar baixo,
e novas culturas negativou a presença da B. cepacia. Ele estava
muito bem e seu estado geral de saúde melhorou totalmente; o
paciente retornou ao seu trabalho, como instalador de linhas tele-
fônicas, com uma carga de trabalho semanal de 60 horas.
Este paciente foi tratado com uma dosagem empírica de mero-
peném 2 g a cada 8 h em infusão prolongada de 3 h. O regime
de doses em infusão prolongada foi escolhido baseado em um
modelo farmacodinâmico prévio, realizado no laboratório da
equipe que tratou o paciente. Neste modelo ficou demonstra-
do que 2 g a cada 8 horas em infusão prolongada de 3 horas
poderia atingir exposições bactericidas em 100% e 37% com
certeza para CIMs de 8 e 16 µg/mL, respectivamente. Neste
paciente a concentração acima da CIM foi mantida em 52%
nos intervalos das doses.
É imprescindível o tratamento antimicrobiano empírico para o
sucesso clínico em paciente com infecção grave.24
Na fi brose cística, a escolha de um antibiótico deve ser baseada
no patógeno que cresceu na última cultura e, se possível, quando
disponíveis, as concentrações inibitórias (CIM) dos antibióticos
podem ajudar a indicar a escolha e a dosagem mais apropriada.
No entanto, quando um patógeno é resistente a todos os antibió-
ticos conhecidos, é impossível começar um esquema de antibio-
ticoterapia apropriado com dosagens convencionais. Entretanto,
outras estratégias de tratamento devem ser consideradas para
maximizar as probabilidades de resultado com sucesso.
Já foi descrito em numerosos relatos de casos sobre a aplicação
de princípios farmacodinâmicos para os betalactâmicos em pa-
cientes com fi brose cística, sendo a maioria com o emprego de
infusão contínua para maximizar o T> CIM.
Embora a infusão contínua seja o método mais efi ciente para au-
mentar o T> CIM, meropeném e outros carbapenêmicos não são
estáveis por mais de 4 a 6 horas, a menos que seja administrado
em uma bomba de infusão em minibag. Uma alternativa: prolon-
gando-se o tempo de infusão para 3 horas haverá um aumento do
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29
T>CIM, enquanto adere à temperatura estável do ambiente.
Este é o primeiro caso relatado e documentado, de nosso conhe-
cimento, da aplicação clínica desta estratégia de dosagem para
meropeném em pacientes com fi brose cística.24
Meropeném é o antibiótico de escolha para o tratamento do com-
plexo B. cepacia frequentemente associado a um outro antibióti-
co; como neste caso, foi associado com minociclina.
Figura 11. Perfi l de simulação tempo-concentração de múltiplas doses de meropeném 2 g, administrado de 8/8 horas em infusão prolongada de 3 horas, em um paciente com fi brose cística que teve pneumonia por B. cepacia. A CIM de 8 e 16 µg/mL, as concentrações permaneceram T>CIM e atingiram 52% e 40% nos intervalos das doses, respectivamente. Os círculos preenchidos representam a concentração real medida no paciente (r 2 = 0,998).
Tempo (h)
16 µg/ml
8 µg/ml
800,1
1
10
100
16 24 32 40
Conc
ednt
raçã
o de
Mer
open
ém (µ
g/m
l)
Situação 8: Infecção em prótese de joelho por Serratia marcescens tratada com sucesso com meropeném após falha terapêutica de imipenem.97
Infecções por Serratia marcescens são geralmente nosocomiais
e ocorrem em pacientes imunocomprometidos ou naqueles que
sofreram cirurgias recentes e foram tratados com antibiótico
de largo espectro. S. marcescens em infecções osteoarticula-
res são muito raras. Este relato de caso descreve uma infecção
em prótese de joelho por S. marcescens multiressistente,
que foi tratada com sucesso com meropeném em altas doses,
após falha no tratamento prolongado com imipenem e múltiplas
intervenções cirúrgicas.
Paciente do sexo feminino com 78 anos de idade desenvolveu
infecção (artrite séptica polimicrobiana) causada por Staphylo-
coccus aureus, Peptococcus, Morganella morganii após artropa-
tia do joelho esquerdo. A prótese foi removida e prescrita anti-
bioticoterapia tríplice (netilmicina, fosfomicina e cefotaxima) por
um período de 4 meses. Dois meses depois desta cirurgia, nova-
mente a prótese foi inserida. Porém, 4 dias após esta segunda
cirurgia, a paciente apresentou sintomas infl amatórios gerais, e
ao exame foi revelada infecção da prótese em virtude de Serra-
tia marcescens, uma cepa hiperprodutora de cefalosporinase e
também resistente às fl uoroquinolonas e ao cotrimoxazol, com
suscetibilidade intermediária para fosfomicina, suscetível ao imi-
pinem e a amicacina.
A prótese foi removida novamente e iniciado um esquema com
antibióticos combinando imipenem (1 g três vezes ao dia) e
amicacina (15 mg/kg/dia) durante 6 meses.97 Porém o esquema
falhou e não houve remissão da infecção.
O imipenem foi substituído por meropeném (2 g, 8/8 horas) por 6
meses, mantendo a combinação com amicacina para os primeiros
14 dias. Obteve-se a cura completa da infecção sem necessidade
de cirurgia adicional.
Um ano depois de terminado o tratamento, a paciente não apre-
sentou nenhum sinal de recidiva.
Infecções devidas a espécies de Serratia frequentemente apre-
sentam difi culdades para ser tratadas em virtude de diversos me-
canismos de resistência natural ou adquirido pela bactéria para
muitos antibióticos.
O principal evento adverso dos carbapenens é a elevada frequência
de convulsões que ocorre entre 0,4% a 1,5% dos pacientes que
recebem imipenem/cilastatina, especialmente naqueles que têm
insufi cência renal ou alguma anormalidade neurológica subjacen-
te. Notadamente, meropeném tem sido usado com muito sucesso
sem estar associado com o aumento da frequência com convul-
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30
sões, mesmo em pacientes idosos com insufi ciência renal, o que
permite o aumento da dosagem.
Com estas considerações, os autores sugerem que meropeném
deve ser preferido ao imipenem/cilastatina para o tratamento de
infecções osteoarticulares causadas por patógenos Gram-negati-
vos multirresistentes, em pacientes idosos.97
7.2 Farmacodinâmica de meropeném – “Simulação de Monte Carlo”Considerações sobre os princípios farmacodinâmicos, quando di-
recionados para regimes de dosagens de antimicrobianos, pode
resultar em otimização da exposição antibactericida, melhorar os
resultados e reduzir custos (Kuti, 2003). A simulação de Monte
Carlo oferece uma maneira peculiar de analisar a probabilidade
de alcançar uma meta farmacodinâmica preestabelecida para um
determinando antibiótico.31,35,40,88,98,99
Ao invés de se utilizar apenas os valores médios dos parâmetros
PK e PD, para calcular se uma dose específi ca irá alcançar ou não
a %T>CIM, esta análise incorpora a variabilidade destes parâme-
tros através da estimativa do desfecho clínico para diversas com-
binações de valores dos parâmetros PK (T>CIM) e PD (CIM) sob in-
vestigação, para regimes de dosagens diferentes, determinando
a probabilidade de se obter as metas PK/PD estabelecidas, como
por exemplo, a probabilidade de alcançar a %T>CIM>40%, que
deve resultar em efeito bactericida máximo para meropeném.
A simulação de Monte Carlo permite uma consideração das
fontes mais importantes de variabilidade (farmacocinética e CIM),
quando uma dose específi ca do fármaco está sob avaliação, sendo
útil para prever a capacidade de a mesma gerar efeito bacteriano
máximo ou supressão da resistência bacteriana.35,40,88,98-100
Kuti e colaboradores (2003) utilizaram esta metodologia para inves-
tigar diversas posologias de meropeném através de simulações,
objetivando o efeito bacteriostático (%T>CIM de 30%) e o efeito
bactericida (%T>CIM de 50%) para 10.000 indivíduos. O objetivo
deste estudo foi comparar o índice de alcance da meta PK/PD esta-
belecida para diversas doses administradas por infusão prolongada
por um período de 3 horas ou através da infusão tradicional de 30
minutos. As posologias investigadas foram: 500 mg por infusão pro-
longada (3 h) a cada 8 horas, 1 g por infusão tradicional (30 min) a
cada 8 h, 1 g por infusão prolongada (3 h) a cada 8 ou 12 horas, 2
g por infusão tradicional (30 min) a cada 8 horas e 2 g por infusão
prolongada (3 h) a cada 8 ou 12 horas. Os valores da CIM e suas
frequências utilizadas nestas simulações foram derivados do progra-
ma de vigilância MYSTIC realizado entre os anos de 1997 e 1998,
que contemplou 10 centros nos Estados Unidos, 3 no Brasil e 1 no
México. Os microrganismos investigados foram E. coli, K. pneumo-
niae, E. cloacae, Serratia spp., Acinetobacter spp. e Pseudomonas
aeruginosa. Os dados farmacocinéticos utilizados foram retirados do
estudo de 1991, que investigaram a farmacocinética do meropeném
nas doses de 0,5 e 2 g administradas por infusão prolongada de 3 h
a cada 8 h, e do trabalho de Dreetz e colaboradores (1996)101, que
investigaram a cinética do fármaco por infusão tradicional de 30 min.
Como a farmacocinética de meropeném é linear neste intervalo de
doses, os mesmos parâmetros farmacocinéticos foram utilizados nas
simulações. Os parâmetros cinéticos utilizados nas simulações estão
mostrados na Tabela 10.
Tabela 10. Parâmetros farmacocinéticos no steady state de meropeném em voluntários saudáveis no regime de infusão tradicional (30 min) ou prolongada por 3 horas utilizados nas simulações de Monte Carlo.31
Parâmetro
Dose500 mg infusão
prolongada
2 g infusão prolongada
1.000 mg infusão
tradicional
t1/2 (h) 0,92 ± 0,12 1,03 ± 0,19 1,07 ± 0,11
Cl (L/h) 15,58 ± 1,66 15,24 ± 3,79 14,40 ± 1,80
Vd (L) 21,16 ± 2,62 22,30 ± 1,52 18,60 ± 3,00
Adaptado de Kuti ET AL. J Clin Pharmacol 200331
Para a realização deste trabalho, foram simulados os des-
fechos dos tratamentos de 10.000 indíviduos, varian-
do a população bacteriana e a posologia utilizada. Durante
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31
cada interação, um valor diferente para os parâmetros farmacocinéticos bem como para a CIM foi substituído na equação para determina-
ção do desfecho (%T>CIM). As %T>CIM resultantes foram representadas de acordo com suas frequências, resultando na probabilidade de
obtenção do desfecho desejado. O desfecho desejado foi de 30%T>CIM para efeito bacteriostático e 50% T>CIM para efeito bactericida, tendo sido calcu-
lado para cada posologia investigada. Os resultados deste trabalho estão mostrados na Tabela 11, apenas para os microrganismos que apresentaram maior
incidência de CIM elevado para o meropeném, como pode ser observado na Tabela 12.
Tabela 11. Frequências das distribuições das CIMs de meropeném contra Enterobacteriaceae, Acinetobacter spp.,e Pseudomonas aeruginosa a partir do MYSTIC Américas, 1997-1998.31
EspéciesPorcentagem de isolados em cada CIM (µg/mL)
0,008 0,016 0,03 0,06 0,12 0,25 0,5 1 2 4 8 16 32 64 128
Escherichia coli (n=268) 3,0 28,7 57,9 6,3 3,4 0 0 0,7 0 0 0 0 0 0 0
Klebsiella pneumoniae (n=192) 0,5 8,9 65,1 20,8 0,5 0 0,6 0 1,0 1,0 0 0 0 1,6 0
Enterobacter cloacae (n=96) 3,1 4,2 34,4 27,1 12,5 12,5 4,1 1,1 1,0 0 0 0 0 0 0
Serratia spp. (n=68) 0 0 8,8 70,6 16,2 1,5 0 0 0 0 0 0 0 2,9 0
Acinetobacter spp. (n=83) 0 0 1,2 2,4 4,8 14,5 18,1 27,7 10,8 7,2 1,3 7,2 3,2 1,2 0
Pseudomonas aeruginosa (n=276) 0 0 0,3 3,0 8,3 8,0 19,9 18,5 14,8 5,1 4,0 5,8 4,7 7,6 0
Adaptado Kuti et al. J Clin Pharmacol 200331
Tabela 12. Probabilidade de atingir a meta bacteriostática de 30% do tempo acima da CIM para os regimes de dosagens de meropeném contra Acinetobacter spp. e Pseudomonas aeruginosa.31
Espécies1 g Infusão por 30 min
8/8 h
2 g Infusão por 30 min
8/8 h
500 mg Infusão por
3 h, 8/8 h
1 g Infusão por 3 h, 12/12 h
1 g Infusão por 3 h, 8/8 h
2 g Infusão por 3 h, 8/8 h
2 g Infusão por 3 h, 12/12 h
Acinetobacter spp. 88,4 94,9 86,7 87,5 88,2 95,9 92,8
Pseudomonas aeruginosa 82,0 87,7 78,1 80,4 82,1 88,8 85,6
Adaptado Kuti et al. J Clin Pharmacol 200331
Como se destaca na Tabela 12, a dose de 2 g por infusão prolongada (3 h) a cada 8 horas alcançou um maior índice de resposta bacteriostática
frente aos outros regimes investigados, para as duas bactérias. Com relação ao alcance de efeito bactericida, esta mesma posologia também
alcançou maior probabilidade de atingir o alvo terapêutico proposto, como pode ser observado na Tabela 13.
Tabela 13. Probabilidade de atingir a meta bactericida de 50% do tempo acima da CIM, para os regimes de dosagens de meropeném contra Acinetobacter spp e Pseudomonas aeruginosa.31
Espécies1 g Infusão
tradicional a cada 8 horas
2 g Infusão tradicional a cada 8 horas
500 mg Infusão
prolongada a cada 8 horas
1 g Infusão prolongada a cada 12
horas
1 g Infusão prolongada
a cada 8 horas
2 g Infusão prolongada
a cada 8 horas
2 g Infusão prolongada a cada 12
horas
Acinetobacter spp. 82,9 87,3 80,7 72,4 86,8 91,1 83,3
Pseudomonas aeruginosa 74, 79,9 73,5 64,6 78,6 84,0 75,7
Adaptado de Kuti et al. J Clin Pharmacol 200331
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32
Considerando que o breakpoint para as espécies de Acinetobacter
spp. e P. aeruginosa é ≤4 µg/mL, de acordo com os dados do Clinical
Laboratory Standard Institute (CLSI), todos os regimes tiveram 100%
de probabilidade de alcançar a meta terapêutica, ou seja, uma ex-
posição do microrganismo a concentrações acima da CIM por, pelo
menos, 30% do intervalo entre doses (Figura 12). Entretanto, para
alcançar os efeitos bactericidas (50% T>CIM), as doses de 1 g a cada
8 horas por infusão prolongada (3 h), 2 g por infusão tradicional (30
min) a cada 8 horas e 2 g por infusão prolongada (3 h) a cada 8 horas
foram as que obtiverem maior probabilidade de obtenção do desfe-
cho esperado, ou seja, erradicação do microrganismo. Além disso,
a nova posologia (2 g por infusão prolongada de 3 h a cada 8 horas)
foi a que alcançou a maior exposição bactericida contra organismos
com resistência intermediária ao meropeném (CIM de 8 µg/mL) ma-
ximizando, assim, a propriedade de atividade bactericida do fármaco
em questão.
Deste modo, para microrganismos responsáveis pelas infecções
mais graves (mais resistentes ao tratamento, pois possuem maior
CIM), doses altas (2 g) em regime de infusão prolongada foram
necessárias para obter alta probabilidade de atingir a meta bac-
teriostática e bactericida estabelecida. A Tabela 14 mostra que,
contra a P. aeruginosa, o regime de infusão prolongada de 2 g de
meropeném demonstrou ter uma probabilidade de 84% de atingir
resultado clínico efetivo, enquanto que a mesma dose adminis-
trada por infusão de 30 min essa probabilidade de sucesso caiu
para 79,9 %.
Figura 12. Índice de alcance de 50%T>CIM para cada CIM investigado (CLSI, 2003).31
10,50,250,120,060,030,016 2 4 8 16 32 64 128 256
60
40
20
0
80
100
MIC (µg/mL)
Prob
ablil
idad
e (%
) 500 mg a cada 3h
1.000 mg a cada 12h
1.000 mg a cada 3h
2.000 mg a cada 12h
2.000 mg a cada 3h
Uma vez que as espécies de Acinetobacter spp. e P. aeruginosa
possuem mais isolados clínicos com CIM do meropeném próximo
ao breakpoint, os resultados destas simulações indicam o uso
empírico de altas doses do fármaco quando há suspeita clínica
da presença destas bactérias. Por último, considerando a alta
probabilidade da posologia de 2 g por infusão de 3 h a cada 8 h
atingir o alvo terapêutico (50%T>CIM) para CIM de 8 µg/mL, que
é considerado como resistência intermediária, e a probabilidade
de 37% de atingir este mesmo alvo terapêutico para bactérias
com CIM de 16 µg/mL, conforme mostrado na Figura 12, pode-se
concluir que esta posologia é a mais efetiva entre todas as outras
investigadas neste trabalho.31
Sabe-se que a supressão da porina oprD2 da P. aeruginosa leva a um
aumento de 4 vezes na CIM de meropeném, ou seja, a CIM passa de
4 µg/mL para 16 µg/mL, assim, a posologia de 2 g por infusão de 3 h
a cada 8 horas pode ainda trazer benefícios no sentido de prevenir a
emergência de resistência nas cepas suscetíveis.31
De todas as posologias estudadas e que mostraram maior efetivi-
dade, a única que não estava ainda disponível para o uso clínico
era a de 2 g por infusão prolongada de 3 horas que, conforme de-
monstrado, traz benefícios clínicos importantes para os pacientes
com infecções graves causadas por patógenos com suscetibilida-
de ao meropeném entre intermediária e baixa.
8. SEGURANÇAA classe dos antibióticos carbapenêmicos são agentes bacterici-
das com bom perfi l de tolerabilidade.15,26 O meropeném apresenta
um excelente perfi l de toxicidade, com um padrão e frequência de
efeitos adversos similar aos outros antibióticos betalactâmicos.
Os efeitos adversos mais frequentemente observados têm sido
diarreia (1,9%), rash (1%), náusea (1%), trombocitose (1,9%),
eosinofi lia (0,9%) e alterações nas enzimas hepáticas (4-5%). A
baixa incidência de convulsões (0,38%) e sua boa tolerabilida-
de em altas doses, fazem de meropeném um antibiótico muito
útil para o tratamento da meningite, em que altas doses deste
fármaco são necessárias.38
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33
A neurotoxicidade dos antibióticos betalactâmicos está re-
lacionada com sua habilidade de se ligar ao receptor do ácido
γ-aminobutírico (GABA). A inibição da atividade do GABA leva
a uma atividade elétrica aumentada no cérebro.38 A inibição da
atividade do GABA leva a um aumento da atividade elétrica no
cérebro e a convulsões. As diferentes capacidades dos betalac-
tâmicos em interferir na ligação com o GABA foi demonstrado
em um ensaio utilizando os receptores GABA de rato por deter-
minação do IC50.
O IC50 representa a quantidade de fármacos necessária para inibir
50% da ligação com o receptor GABA. O IC50 de meropeném é
vinte vezes maior que o de imipenem, indicando que meropeném
tem uma afi nidade muito baixa para o receptor GABA. Conse-
quentemente, a dose de meropeném necessária para induzir con-
vulsões em camundongos é vinte vezes maior que a do imipenem
(>300 nmol para meropeném versus 14 nmol para imipenem).102
Em uma revisão sistemática da literatura contemplando 3.125
pacientes, foi avaliado o perfi l de segurança de meropeném e
demonstrou que a incidência de eventos clínicos adversos não foi
agravada com o aumento da dose de meropeném. Também não
houve evidência relacional entre os eventos clínicos adversos e a
idade dos pacientes.102
Em um estudo realizado com 6 indivíduos saudáveis do sexo mas-
culino, foram administradas doses de 2 g de meropeném a cada
8 horas através da infusão por 3 horas e foi tolerado por todos
os participantes deste estudo. Não foi relatado nenhum efeito
adverso após a realização de 36 infusões prolongadas.91
Após administração contínua de 2 g de meropeném em pacientes
entubados recebendo ventilação mecânica, estes não apresen-
taram reações adversas frente ao regime de administração ou a
dosagem.26
Nas doses de 2 g (por via intravenosa) a cada 8 horas utiliza-
das nas pesquisas clínicas, em pacientes adultos com função
renal normal, e 40 mg/kg a cada 8 horas em crianças também
com função renal normal, não foram observados efeitos adver-
sos (Astra Zeneca Canada Inc., 2005). Meropeném apresentou-
se como um fármaco bastante seguro, quando administrado por
infusão contínua.23
A DL50 (via intravenosa) de meropeném em camundongos e ratos
é mais de 2.500 mg/kg e é aproximadamente 2.000 mg/kg em
cães.103 O que faz de meropeném um fármaco extremamente
seguro, além de sua vasta experiência clínica acumulada em
todos esses anos, desde o seu lançamento em nível mundial.
A administração de antibióticos betalactâmicos por infusão con-
tínua ou prolongada resulta em níveis séricos constantes, que
podem ser mantidos acima da CIM por tempo prolongado, melho-
rando o desfecho clínico dos tratamentos.
MEROMAX® 2 g tem sua indicação terapêutica proposta e já pre-
conizada na bula do medicamento de referência e de seu genérico
para o tratamento de meningite, septicemia, pneumonia associa-
da ao uso de ventiladores mecânicos e fi brose cística.
MEROMAX® 2 g, uma nova dose com regime de infusão prolon-
gado, tem sustentação científi ca disponível na literatura médica
com muitas publicações sobre a estratégia de PK/PD.
9. INDICAÇÃO104
O MEROMAX® (meropeném triidratado) por infusão prolongada
está indicado para o tratamento de patologias graves ocasiona-
das por bactérias multirresistentes sendo intrinsecamente mais
potente contra Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aerugi-
nosa, como:
pneumonia associada ao uso de ventiladores mecânicos •
meningite •
sepse •
fi brose cística •
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10. MODO DE USAR E CUIDADOS DE CONSERVAÇÃO DEPOIS DE ABERTO104
Conservar em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C).
Proteger da luz e umidade.
As soluções reconstituídas de MEROMAX® (meropeném triidra-
tado) devem ser utilizadas imediatamente após o preparo e não
devem ser congeladas.
11. RECONSTlTUICÃO, COMPATIBILIDADE E ESTABILIDADE104
Antes da reconstituição, o frasco contendo o pó fracionado deve
ser armazenado em temperatura ambiente (entre 15ºC e 30ºC). A
solução reconstituída é límpida, incolor a levemente amarelada,
isenta de partículas estranhas. Deve-se reconstituir o produto
em 20 mL de solução diluente e infundir em 100 mL de solução
fi siológica.
Recomenda-se que as soluções de meropeném sejam preparadas
imediatamente antes do uso. Entretanto, as soluções reconstitu-
ídas de meropeném mantêm estabilidade satisfatória à tempera-
tura ambiente (entre 15°C e 30°C) ou sob refrigeração (entre 2°C
e 8°C), como apresentado na tabela a seguir:
Tabela 14. Solução utilizada para reconstituição
Período de estabilidade (em horas)
15-30ºC 2-8ºC
Cloreto de Sódio 0,9% 6 6
Injeção de Ringer 6 6
Injeção de Lactato de Ringer 6 6
Deve-se agitar a solução reconstituída antes do uso. O
MEROMAX® (meropeném triidratado) não deve ser misturado ou
adicionado a soluções que contenham outros fármacos. As solu-
ções de meropeném não devem ser congeladas.
12. POSOLOGIA104
O MEROMAX® (meropeném triidratado) deve ser administrado
de 8 em 8 horas por infusão prolongada por via intravenosa (IV)
para o tratamento de patologias graves contra bactérias multir-
resistentes Acinetobacter baumannii, Pseudomonas aeruginosa,
Burkholderia cepacia e/ou patógenos com CIM elevadas.
Observações:
1. O prolongamento da meia-vida de eliminação do meropeném
e do metabólito de anel aberto e um aumento no seu clearan-
ce renal são observados em pacientes com insufi ciência renal,
sendo necessário o ajuste de dose nestes pacientes. Para tal,
em pacientes com o clearance de creatinina menor que 51 mL/
min, a dosagem de meropeném deve ser reduzida. Em pacientes
com clearance de creatinina na faixa de 26-50 mL/min, as doses
de 2 g devem ser administradas a cada 12 horas. Não se deve
administrar MEROMAX® (meropeném triidratado) em pacientes
com clearance de creatinina entre 10-25 mL/min e menor que
10 mL/min.
2. Dosagem em pacientes geriátricos: Um prolongamento
da meia-vida de eliminação foi relatado em pacientes idosos
(1,3 h versus 0,8 h em indivíduos jovens), o qual está relacionado
à diminuição da função renal. A redução no clearance não renal
também pode ocorrer nos idosos devido ao baixo metabolismo.
Estes dados sugerem a necessidade da redução de dose em pa-
cientes idosos. Entretanto, os ajustes de dose não são necessá-
rios em pacientes idosos com clearance de creatinina maiores
que 50 mL/min.
3. O MEROMAX® (meropeném triidratado) não deve ser adminis-
trado em indivíduos com peso menor que 50 kg.
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35
13. CONCLUSÃOMEROMAX® 2 g visa otimizar os resultados clínicos dos pa-
cientes e prevenir a emergência de organismos resistentes
para o tratamento de patologias graves, tais como meningite,
sepse, pneumonia associada ao uso de ventiladores mecâni-
cos e fibrose cística.
MEROMAX® 2 g apresenta vantagens clínicas e atividade bac-
tericida otimizada contra bactérias multirresistentes, sendo in-
trinsecamente mais potente contra Acinetobacter baummanii e
Pseudomonas aeruginosa.
O consenso brasileiro de sepse determina o uso de meropeném
na concentração de 2 g EV a cada 8 horas para combater bacilos
Gram-negativos (espécies de Pseudomonas, Enterobacter e Aci-
netobacter) visando o tratamento da meningite.
MEROMAX® 2 g atende a necessidade médica para tratar in-
fecções mais graves causadas pelas espécies de Acinetobac-
ter ou Pseudomonas aeruginosa; a dose de 2 g por infusão
prolongada de 3 h é recomendada em virtude da alta probabi-
lidade de se alcançar efeito bactericida contra estes micror-
ganismos, e habilidade para fornecer exposição adequada
contra cepas com características intermediárias a resistentes.
MEROMAX® 2 g visa colaborar com a terapia antimicrobiana,
através da infusão prolongada, a fim de maximizar as proprie-
dades farmacodinâmicas de meropeném frente aos microrga-
nismos multirresistentes.
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BULA DE MEROMAX®meropeném triidratado
Pó para solução injetável
USO ADULTO
Uso restrito a hospitais
Exclusivamente para aplicação intravenosa.
FORMAS FARMACÊUTICAS E APRESENTAÇÕES:
Embalagem contendo 5 frascos-ampola.
Composição:
Cada frasco-ampola contém:
meropeném triidratado* ............. 2280 mg
excipiente q.s.p. .......................... 1 frasco-ampola
Excipiente: carbonato de sódio.
* Cada 2,28 g de meropeném triidratado equivale a 2,00 g de meropeném anidro
INFORMAÇÕES AO PACIENTE
COMO ESTE MEDICAMENTO FUNCIONA?
O Meromax (meropeném triidratado) é um antibiótico para uso parenteral que possui um amplo espectro de atividade antimicrobiana, pertencente à classe dos carbapenêmicos. Está indicado no tratamento de infecções graves causadas por bactérias sensíveis a esta substância. Combate infecções lesando a bactéria.
Após 1 hora da administração, Meromax (meropeném triidratado) atinge sua máxima concentração para combater infecções. Passado este período, sua concentração começa a diminuir e, 1,5 h depois de administrado, 50% do medicamento já terá sido eliminado pelos rins.
POR QUE ESTE MEDICAMENTO FOI INDICADO?
O Meromax (meropeném triidratado) por infusão prolongada está indicado para o tratamento de patologias graves ocasionadas por bactérias multiresistentes sendo intrinsicamente mais potente contra Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa, como:
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pneumonia associada ao uso de ventiladores mecânicos •
meningite •
sepse •
fi brose cística •
QUANDO NÃO DEVO USAR ESTE MEDICAMENTO?
CONTRA-INDICAÇÕES
O Meromax (meropeném triidratado) não deve ser administrado em pacientes alérgicos ao produto ou qualquer componente da formulação. O Meromax (meropeném triidratado) não é recomendado para indivíduos com peso inferior a 50 kg. Antes de iniciar o tratamento com Meromax (meropeném triidratado), informe seu médico se você teve reação alérgica a qualquer outro antibiótico, incluindo as penicilinas, outros carbapenêmicos ou cefalosporinas. Informe também se você tem problemas nos rins e se teve diarréia grave decorrente do uso de outros antibióticos.
Este medicamento é contra-indicado na faixa etária abaixo de 18 anos
ADVERTÊNCIAS
Este medicamento é exclusivamente de uso intravenoso.
uso durante a gravidez e lactação: a segurança •de meropeném na gravidez humana não foi estabelecida, apesar de os estudos em animais não terem demonstrado efeitos adversos no feto em desenvolvimento. O meropeném não deve ser administrado durante a gravidez, a menos que, a critério médico, os benefícios potenciais para a mãe justifi quem os riscos potenciais para o feto. O meropeném é detectável em concentrações muito baixas no leite de animais. No entanto, não deve ser administrado em mulheres que estejam amamentando, a menos que os benefícios potenciais justifi quem o risco potencial para o bebê.
não deve ser usado em indivíduos com peso inferior a •50 kg.
uso em portadores de insufi ciência hepática e/ou •renal; pacientes com disfunção hepática; pacientes portadores de doença hepática preexistente devem ter a função hepática monitorada durante o tratamento com meropeném. Pacientes com insufi ciência renal: vide item “Como devo usar este medicamento?”.
A dose de Meromax (meropeném triidratado) pode precisar ser reduzida se os rins não estiverem funcionando adequadamente.
efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos e/ •ou operar máquinas: não há evidências de que meropeném diminua a habilidade de dirigir veículos e/ou operar máquinas.
PRECAUÇÕES
Como acontece com outros antibióticos, pode ocorrer supercrescimento de microrganismos não-sensíveis, sendo então necessárias repetidas avaliações de cada paciente. Raramente, foi relatada a ocorrência de colite pseudomembranosa, assim como ocorre com praticamente todos os antibióticos. Desse modo, é importante considerar o diagnóstico de colite pseudomembranosa em pacientes que apresentem diarréia em associação ao uso de meropeném.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Informe seu médico se você estiver tomando probenecida (para gota) ou valproato de sódio (para epilepsia).
Informe seu médico sobre qualquer medicamento que esteja usando, antes do início ou durante o tratamento.
Antibióticos como Meromax (meropeném triidratado) possuem atividade bacteriana contra Salmonella typhi e podem interferir com a resposta imunológica à vacina contra a febre tifóide.
Informe ao médico ou cirurgião-dentista o aparecimento de reações indesejáveis.
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
COMO DEVO USAR ESTE MEDICAMENTO?
ASPECTO FÍSICO E CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS
Pó para solução injetável
Antes da reconstituição o produto apresenta-se como um pó branco, isento de partículas. Após reconstituição torna-se uma solução límpida, incolor a levemente amarelada isenta de partículas.
DOSAGEM
O Meromax (meropeném triidratado) deve ser administrado de 8 em 8 horas por infusão prolongada por via intravenosa (IV) para o tratamento de patologias graves contra bactérias multiresistentes, como Acinetobacter baumannii, Pseudomonas aeruginosa, Burkholderia cepacia entre outras.
Observações: 1. O prolongamento do tempo de eliminação do meropeném e de seu componente ativo é observado em pacientes com insufi ciência renal, sendo necessário um ajuste de dose nestes pacientes.
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2. Dosagem em pacientes geriátricos: um prolongamento do tempo de eliminação foi observado em pacientes idosos, que está relacionado à diminuição da função renal. A redução na eliminação não renal também pode ocorrer em pacientes idosos.
COMO USAR
O meropeném deve ser administrado por infusão contínua por via intravenosa por um período de três horas. Antes da reconstituição, o frasco contendo o pó fracionado deve ser armazenado em temperatura ambiente (entre 15º C e 30º C). Deve-se reconstituir o produto em 20 mL de solução diluente e infundir em 100 mL de solução fi siológica. Recomenda-se que as soluções de meropeném sejam preparadas imediatamente antes do uso. Entretanto, as soluções reconstituídas de meropeném mantêm estabilidade satisfatória à temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C) ou sob refrigeração (entre 2°C e 8°C), como apresentado na tabela a seguir:
Solução utilizada para reconstituição
Período de estabilidade (em horas)
15-30ºC 2-8ºCCloreto de Sódio 0,9% 6 6Injeção de Ringer 6 6Injeção de Lactato de Ringer 6 6
Deve-se agitar a solução reconstituída antes do uso.
O Meromax (meropeném triidratado) não deve ser misturado ou adicionado a soluções que contenham outros fármacos. As soluções de meropeném não devem ser congeladas.
Se deixar de administrar uma dose de Meromax (meropeném triidratado) durante o período de tratamento estabelecido, esta deve ser administrada assim que possível.
Não use o Meromax (meropeném triidratado) antes de comunicar ao médico sobre gravidez
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.
Não interrompa o tratamento sem o conhecimento de seu médico.
Não use o medicamento com o prazo de validade vencido. Antes de usar observe o aspecto do medicamento.
QUAIS OS MALES QUE ESTE MEDICAMENTO PODE CAUSAR?
Informe seu médico o aparecimento de reações desagradáveis tais como: náusea, vômito, diarréia, erupção cutânea, coceira, dor de cabeça, formigamento, infl amação no local da injeção e infecções por fungos na boca ou na vagina.
Raramente podem ocorrer reações alérgicas. Ocasionalmente podem ocorrer alterações no sangue.
Atenção: este é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado efi cácia e segurança aceitáveis para comercialização, efeitos indesejáveis e não conhecidos podem ocorrer. Neste caso, informe seu médico.
O QUE FAZER SE ALGUÉM USAR UMA GRANDE QUANTIDADE DESTE MEDICAMENTO DE UMA SÓ VEZ?
As propriedades farmacológicas e o modo de usar tornam improvável que a superdose intencional ocorra.
Superdose acidental pode ocorrer durante o tratamento, principalmente em pacientes com função renal alterada. O tratamento deve ser sintomático. Em indivíduos normais, ocorrerá rápida eliminação renal. Em pacientes com função renal alterada, a hemodiálise removerá o meropeném e seu metabólito.
ONDE E COMO DEVO GUARDAR ESTE MEDICAMENTO?
Conservar em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C). Proteger da luz e umidade.
As soluções reconstituídas de Meromax (meropeném triidratado) devem ser utilizadas imediatamente após o preparo e não devem ser congeladas.
O prazo de validade do medicamento encontra-se impresso na embalagem externa. Não utilize este medicamento após a data de validade.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Modo de Ação
Propriedades Farmacodinâmicas
O Meromax (meropeném triidratado) é um antibiótico para uso parenteral pertencente à classe dos carbapenêmicos. A presença de um anel carbapenêmico confere a esta substância a propriedade de agir com elevada potência contra microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos. Penetra facilmente nestes microrganismos, pois possui estabilidade frente a todas as b-lactamases, sendo estável à hidrólise pela enzima ESBL (enzima b-lactamase de espectro estendido), além de possuir uma boa afi nidade pelas proteínas que ligam a penicilina (PBP). Estas propriedades fazem dos carbapenêmicos agentes muito efetivos para o tratamen to de infecções bacterianas graves.
Possui atividade antimicrobiana tempo-dependente, ou seja, seu sucesso clínico depende da porcentagem do tempo (%T) em que os níveis do fármaco no local da infecção excedem a CIM
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(concentração inibitória mínima). Uma maneira de prolongar a %T> CIM é através da infusão prolongada do fármaco, que fornece um tempo maior acima da CIM, se comparado com a administração IV (intravenosa) em bolus. A duração acentuada do efeito antibiótico pode ser particularmente importante em pacientes imunossuprimidos, com infecção grave ou no tratamento de patógenos com a CIM alta. Para o meropeném, 40% do tempo do intervalo de dose ou mais acima do CIM se correlaciona com o potencial bactericida máximo do fármaco e aumentando a efi cácia do produto.
O espectro anti-bacteriano in vitro do meropeném inclui a maioria dos microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos clinicamente signifi cantes e cepas de bactérias aeróbicas e anaeróbicas conforme a relação a seguir:
Gram-positivos aeróbios Gram-negativos aeróbios Bactérias anaeróbias
Bacillus spp. Achromobacter xylosoxidans Actinomyces odontolyticus
Corynebacterium diphtheriae Acinetobacter anitratus Actinomyces meyeri
Enterococcus faecalis Acinetobacter lwoffi i Actinomyces israellii
Enterococcus liquifaciens Acinetobacter baumannii Bacteróides-Prevotella-Porphyromonas ssp.
Enterococcus avium Acinetobacter junii Bacteroides fragilis
Erysipelothrix rhusiopathiae Acinetobacter haemolyticus Bacteroides vulgatus
Listeria monocytogenes Aeromonas hydrophila Bacteroides variabilis
Lactobacillus spp. Aeromonas sorbria Bacteroides pneumosintes
Nocardia asteroides Aeromonas caviae Bacteroides coagulans
Staphylococcus aureus (penicilinase-negativos e positivos) Alcaligenes faecalis Bacteroides uniformis
Staphylococcus (coagulase-negativos), incluindo: Bordetella bronchiseptica Bacteroides distasonis
Staphylococcus epidermidis Brucella melitensis Bacteroides ovatus
Staphylococcus saprophyticus Campylobacter coli Bacteroides thetaiotaomicron
Staphylococcus capitis Campylobacter jejuni Bacteroides eggerthii
Staphylococcus cohnii Citrobacter freundii Bacteroides capsillosis
Staphylococcus xylosus Citrobacter diversus Bacteroides buccalis
Staphylococcus warneri Citrobacter koseri Bacteroides corporis
Staphylococcus hominis Citrobacter amalonaticus Bacteroides gracilis
Staphylococcus simulans Enterobacter aerogenes Bacteroides levii
Staphylococcus intermedius Enterobacter (Pantoea) agglomerans Bacteroides caccae
Staphylococcus sciuri Enterobacter cloacae Bacteroides ureolyticus
Staphylococcus lugdunensis Enterobacter sakazakii Prevotella melaninogenica
Streptococcus pneumoniae (sensível e resistente a penicilina) Escherichia coli Prevotella intermedia
Streptococcus agalactiae Escherichia hermannii Prevotella bivia
Streptococcus pyogenes Gardnerella vaginalis Prevotella corporis
Streptococcus equi Haemophilus infl uenzae (incluindo cepas beta-lactamase-positivas) e resistentes a ampicilina)
Prevotella oralis
Streptococcus bovis Haemophilus parainfl uenzae Prevotella disiens
Streptococcus mitis Haemophilus ducreyi Prevotella ruminicola
Streptococcus mitior Helicobacter pylori Prevotella oris
Streptococcus milleri Neisseria meningitidis Prevotella buccae
Streptococcus sanguis Neisseria gonorrhoeae (incluindo cepas beta-lactamase-positivas, resistentes a penicilina a espectinomicina)
Prevotella denticola
Streptococcus viridans Hafnia alvei Prevotella oris
Streptococcus salivarius Klebsiella pneumoniae Prevotella buccae
Streptococcus morbillorum Klebsiella aerogenes Prevotella denticola
Streptococcus cremoris Klebsiella ozaenae Porphyromonas asaccharolytica
Streptococcus Grupo G Klebsiella oxytoca Porphyromonas gingivalis
Streptococcus Grupo F Moraxella (Branhamella) catarrhalis Bifi dobacterium spp.
Rhodococcus equi Morganella morganii Bilophila wadsworthia
Proteus mirabilis Clostridium perfringens
Proteus vulgaris Clostridium bifermentans
Proteus penneri Clostridium ramosum
Providencia rettgeri Clostridium sporogenes
Providencia stuartii Clostridium cadaveris
Providencia alcalifaciens Clostridium diffi cile
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Pasteurella multocida Clostridium sordellii
Plesiomonas shigelloides Clostridium butyricum
Pseudomonas aeruginosa Clostridium clostridiiformis
Pseudomonas putida Clostridium innocuum
Pseudomonas alcaligenes Clostridium subterminale
Burkholderia (Pseudomonas) cepacia Clostridium tertium
Pseudomonas fl uorescens Eubacterium lentum
Pseudomonas stutzeri Eubacterium aerofaciens
Pseudomonas pickettii Fusobacterium mortiferum
Pseudomonas pseudomallei Fusobacterium necrophorum
Pseudomonas acidovorans Fusobacterium nucleatum
Salmonella ssp (incluindo Salmonella enteritidis/typhi) Fusobacterium varium
Serratia marcescens Mobiluncus curtisii
Serratia liquefaciens Mobiluncus mulieris
Serratia rubidaea Peptostreptococcus anaerobius
Shigella sonnei Peptostreptococcus micros
Shigella fl exneri Peptostreptococcus saccharolyticus
Shigella boydii Peptococcus saccharolyticus
Shigella dysenteriae Peptostreptococcus asaccharolyticus
Vibrio cholerae Peptostreptococcus magnus
Vibrio parahaemolyticus Peptostreptococcus prevotii
Vibrio vulnifi cus Propionibacterium acnes
Yersinia enterocolitica Propionibacterium avidum
Propionibacterium granulosum
Veillonella parvula
Wolinella recta
Propriedades Farmacocinéticas
A administração de 2g por infusão prolongada de 3 h, em voluntários sadios mostrou que esta dose, administrada desta maneira, apresenta melhor potencial de cura para infecções causadas por microrganismos menos sensíveis, quando comparada com a dose de 0,5 g neste mesmo regime de infusão, pois garante a %T> CIM superiores. Para confi rmar que o estado de equilíbrio (steady state) foi alcançado, as concentrações séricas do fármaco foram comparadas no tempo t = 0 h imediatamente antes da terceira dose (0,32 ± 0,17 µg/mL para a dosagem de 0,5 g, e 1,92 ± 0,99 µg/mL para a dosagem de 2 g) e no t = 8 h após a terceira dose (0,22 ± 0,11 µg/mL para a dosagem de 0,5 g e 1,58 µg/mL ± 0,53 para a dosagem de 2 g). O perfi l sérico foi determinado para a terceira dose administrada em cada posologia. A ausência de diferenças signifi cativas no t = 0 e t = 8 h confi rmou o estado de equilíbrio para as duas dosagens (p>0,05). O meropeném 2 g apresenta proporcionalidade entre as doses administradas e as concentrações plasmáticas, uma vez que os valores de Cmaxss e AUCss são 4 vezes maiores para a dose de 2g se comparado com a dosagem de 0,5 g, confi rmando que a farmacocinética é linear, com as concentrações plasmáticas aumentando com a dose administrada para estas faixas de dosagem, cujo sendo a AUCss igual a 28,35 ± 2,86 µg.h/mL para o meropeném 0,5 g e 126,55 ± 28,81 µg.h/mL para o meropeném 2 g Esta mesma proporcionalidade pode ser observada ao se comparar os valores de Cmaxss. Para dosagem de 0,5 g este parâmetro médio foi de 9,71 ± 0,76 µg/mL e para dosagem de meropeném 2 g, o Cmax foi de 15,24 ± 3,79. Juntamente à estes parâmetros farmacocinéticos,
determinou-se o tempo em que as concentrações séricas foram superiores à CIM. Para tanto, considerou-se o breakpoint de resistência para o meropeném estabelecido pelo Clinical Laboratory Standard Institute – CLSI, que é > 4 µg/mL para P. aeruginosa. A meta de pelo menos 30% do tempo do intervalo entre as doses acima deste CIM (%T>CIM) é considerado como alvo terapêutico para o meropeném. Deste modo, a infusão por 30 min das doses de 0,5 e 2 g resultam em %T> CIM de 30% e 58%, respectivamente. Estas mesmas doses administradas por infusão prolongada de 3 horas, resulta em metas farmacodinâmicas de 43% e 73%, respectivamente. Quando as CIMs 90 de 32 µg/mL e 16 µg/mL para espécies de Acinetobacter e P. aeruginosa são utilizadas, apenas a infusão por 3 h garante %T> CIM superior a 30% para P. aeruginosa, sendo de 32% para a dose 0,5 g e 48% para a dose de 2 g. Para Acinetobacter, apenas a dose de 2 g nas duas formas de administração (infusão de 30 min e 3 h) garante %T> CIM em torno de 19% do tempo de intervalo. Os resultados indicam que a dose de 2 g administrada como infusão contínua por 3 h apresenta o melhor potencial de cura para infecções ocasionadas por microrganismos com CIM elevadas e intermediárias, pois garante a %T>CIM superiores.
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Distribuição:
Outros locais de distribuição do meropeném: 1. Bile: Alcança altas concentrações na bile em pacientes recebendo colangiografi a retrógrada endoscópica após doses de 1 g por via intravenosa. No instante da colangiografi a, as concentrações plasmáticas e biliares foram de 15 mcg/mL em pacientes sem obstrução. Pacientes com obstrução alcançaram níveis de 20 mcg/mL e 8 mcg/mL no plasma e na bile, respectivamente; 2. Fluído cerebroespinhal: A administração de 2 g por via intravenosa três vezes diariamente resulta em um pico de concentração de 16 mcg/mL no fl uído cerebroespinhal. Pacientes recebendo doses de meropeném por via intravenosa de 20 mg/kg ou 40 mg/kg, as concentrações cerebroespinhal variaram de 0,2 a 2,8 mg/L e 0,9 a 6,5 mg/L respectivamente.
Metabolismo e excreção:
O meropeném é estável à DHP-I (diidropeptidase I), dispensando a co-administração de inibidores desta enzima, conseqüentemente tornando desnecessário associá-lo a cilastatina.
In vitro, a reação do meropeném com a DHP-I produz um composto com um anel betalactâmico aberto, resultante de uma mistura dos isômeros 1-pirrolina e 2 pirrolina. O mesmo metabólito é produzido por hidrólise química sob condições ácidas (pH< 2) e alcalinas (pH>13).
A excreção do meropeném é predominantemente renal, com uma combinação de fi ltração glomerular com secreção tubular ativa, variando de 60-70% da dose administrada. Devido a alta eliminação por excreção renal, o ajuste das doses de meropeném deve ser realizado em pacientes com disfunção renal.
Pacientes com doença renal em estágio avançado que sofreram nefrotomia apresentaram metabólitos do meropeném em seu plasma. Uma vez que estes tipos de pacientes não apresentam “virtualmente” clearance renal, foi concluído que o meropeném sofre metabolismo ou degradação extra-renal (este fármaco também sofre metabolismo renal).
Quando múltiplas doses são administradas a indivíduos com a função renal normal, em intervalos de 8 horas, não há ocorrência de acúmulo de meropeném. A meia-vida de eliminação para estes indivíduos é de aproximadamente 1 hora.
Um estudo farmacocinético do meropeném em pacientes com fi brose cística mostrou alteração bem consistente com mudanças associadas ao uso de outros agentes antimicrobianos no grupo de pacientes. O tempo de meia-vida de eliminação estava diminuído em 8 pacientes com fi brose cística quando comparada com 8 voluntários saudáveis quando recebendo 15 mg/kg por 30 minutos. Semelhantemente, o clearance renal e total tenderam ser maior e volume de distribuição tendeu a ser menor nesta classe de pacientes.
Estudos farmacocinéticos em idosos demonstraram uma redução na depuração plasmática de meropeném, que se correlacionou com a redução na depuração da creatinina associada à idade. Estudos farmacocinéticos em pacientes com doença hepática não demonstraram efeitos da mesma sobre a farmacocinética do meropeném. Neste mesmo grupo de pacientes foi observado que o clearance total e o clearance renal foram diminuídos com a idade, enquanto que AUC e o tempo de meia-vida tiveram um aumento signifi cante.
O clearance renal (média de 8,2 à 13,1 L/h) ocorre principalmente via fi ltração glomerular mas a secreção tubular também tem uma participação de 54 à 79% da dose original de meropeném que é recuperada na forma inalterada na urina, indicando estabilidade da molécula DHP-I; aproximadamente 2% é recuperado nas fezes e a quantidade remanescente é excretada na urina como metabólito inativo.
Um estudo realizado em voluntários idosos saudáveis mostrou que o clearance total e o clearance renal foram diminuídos com a idade, enquanto que AUC e o tempo de meia-vida tiveram um aumento signifi cante.
Problemas renais: O défi cit da função renal bem como do clearance total resultam no aumento da quantidade da droga inalterada e do aumento do tempo de meia-vida plasmática e da diminuição do seu metabólito excretado na urina. O tempo de meia-vida de eliminação aumenta com aumento do dano renal (taxas de clearance de creatinina <0,3 L/h). A ligação às proteínas plasmáticas é de aproximadamente 2%.
O meropeném tem boa penetração na maioria dos tecidos e fl uídos corporais, incluindo o líquido cefalorraquidiano de pacientes com meningite bacteriana, alcançando concentrações acima das requeridas para inibir os microrganismos.
Em indivíduos com alteração renal são necessários ajustes de dose.
Eliminação extracorpórea: O meropeném pode ser removido através de diálise, cujo seu clearance e de seu metabólito ICI 213689 é de 79 e 81 mL/min, respectivamente. Pode também ser eliminado através da hemofi ltração. Em 9 pacientes anúricos, 47% da dose de meropeném foi removida através da hemofi ltração venosa contínua.
Dados de segurança pré-clínica: Estudos em animais indicam que meropeném é bem tolerado pelos rins. Evidência histológica de dano tubular renal foi observado em camundongos e em cães, apenas em doses de 2000 mg/kg e em doses superiores. O meropeném é geralmente bem tolerado pelo sistema nervoso central. Foram observados efeitos apenas com doses muito altas, de 2000 mg/kg ou mais. A DL50 intravenosa de meropeném em roedores é superior a 2000 mg/kg. Em estudos de doses repetidas de até 6 meses de duração, foram observados apenas efeitos secundários, incluindo um pequeno decréscimo nos parâmetros dos glóbulos vermelhos e um aumento no peso do fígado em cães, com dose de 500 mg/kg. Não houve evidência de potencial mutagênico nos 5 testes realizados e nenhuma evidência de
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toxicidade reprodutiva, incluindo potencial teratogênico. Em estudos nas doses mais altas possíveis em ratos e macacos (o nível de dose sem efeito de uma pequena redução no peso corpóreo F1 em rato foi 120 mg/kg). Houve um aumento na incidência de abortos com 500 mg/kg em um estudo preliminar em macacos. Não houve evidência de sensibilidade aumentada ao meropeném em animais jovens em comparação com animais adultos. A formulação intravenosa foi bem tolerada em estudos em animais. A formulação intramuscular causou necrose reversível no local da injeção. O único metabólito de meropeném teve um perfi l similar de baixa toxicidade em estudo em animais.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
A avaliação da efi cácia do meropeném para o tratamento de pneumonias associadas ao uso de ventiladores mecânicos (PAV) foi realizada comparando três posologias distintas: 2 g por infusão prolongada por 3 horas a cada 8 horas por um período de 24 horas, injeção bolus de meropeném 1 g por 10 minutos a cada 8 horas por um período de 24 h e 1 g por infusão prolongada por 3 horas cada 8 h por um período de 24h. Foi evidenciada proporcionalidade entre dose e ASC (área sob a curva) por infusão prolongada. O breakpoint utilizado foi o estabelecido pela CLSI, que é a CIM maior de 4 �g/mL. Logo, as concentrações séricas médias obtidas após infusão de 1 g de meropeném por 3 h fi caram acima de 4 µg/mL por aproximadamente 72% do intervalo de dosagens de 8 horas. Da mesma maneira, quando uma injeção em bolus de 1 g de meropeném foi administrada, as porcentagens de T> CIM foram aproximadamente de 60 % do intervalo entre as doses. A CIM para P. aeruginosa isolada de dois pacientes foi > que 4 µg/mL. De acordo com as simulações farmacocinéticas com as CIMs para os patógenos, as concentrações médias obtidas através da infusão de 1 g de meropeném por 3 horas estavam acima de 8 µg/mL por aproximadamente 58% do período de 8 horas. Entretanto, as concentrações séricas médias quando 2 g de meropeném foram administradas por 3 horas fi caram acima das CIMs de 8 e 16 µg/mL por 72 e 57% do intervalo de dose de 8 horas, respectivamente. Deste modo, no tratamento de infecções com microrganismos que apresentam CIM intermediário (resistência intermediária), a dose de meropeném administrada por infusão prolongada de 3 h pode ser aumentada até para 2 g a cada 8 h. Para o tratamento de infecções causadas por patógenos isolados com resistência intermediária, a infusão por 3 horas de meropeném 2 g a cada 8 horas fornecem concentrações séricas acima da CIM de 16 µg/mL para quase 60% do intervalo de 8 horas.
INDICAÇÕES
O Meromax (meropeném triidratado) por infusão prolongada está indicado para o tratamento de patologias graves ocasionadas por bactérias multiresistentes sendo intrinsicamente mais potente contra Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa, como:
pneumonia associada ao uso de ventiladores mecânicos •
meningite •
sepse •
fi brose cística •
CONTRA-INDICAÇÕES
O uso deste medicamento está contra-indicado a pacientes com histórico de hipersensibilidade conhecida ao meropeném e/ou qualquer componente da formulação. Pacientes com história de hipersensibilidade a antibióticos carbapenêmicos, penicilinas ou outros antibióticos beta-lactâmicos também podem ser hipersensíveis ao meropeném. Como ocorre com todos os antibióticos beta-lactâmicos, raras reações de hipersensibilidade foram relatadas.
MODO DE USAR E CUIDADOS DE CONSERVAÇÃO DEPOIS DE ABERTO
Conservar em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C). Proteger da luz e umidade.
As soluções reconstituídas de Meromax (meropeném triidratado) devem ser utilizadas imediatamente após o preparo e não devem ser congeladas.
RECONSTlTUICÃO, COMPATIBILIDADE E ESTABILIDADE
Antes da reconstituição, o frasco contendo o pó fracionado deve ser armazenado em temperatura ambiente (entre 15ºC e 30ºC). A solução reconstituída é límpida, incolor a levemente amarelada, isenta de partículas estranhas.
Deve-se reconstituir o produto em 20 mL de solução diluente e infundir em 100 mL de solução fi siológica.
Recomenda-se que as soluções de meropeném sejam preparadas imediatamente antes do uso. Entretanto, as soluções reconstituídas de meropeném mantêm estabilidade satisfatória à temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C) ou sob refrigeração (entre 2°C e 8°C), como apresentado na tabela a seguir:
Solução utilizada para reconstituiçãoPeríodo de estabilidade (em horas)
15-30ºC 2-8ºC
Cloreto de Sódio 0,9% 6 6
Injeção de Ringer 6 6
Injeção de Lactato de Ringer 6 6
Deve-se agitar a solução reconstituída antes do uso.
O Meromax (meropeném triidratado) não deve ser misturado ou adicionado a soluções que contenham outros fármacos. As soluções de meropeném não devem ser congeladas.
POSOLOGIA
O Meromax (meropeném triidratado) deve ser administrado de 8 em 8 horas por infusão prolongada por via intravenosa (IV) para o tratamento de patologias graves contra bactérias multiresistentes Acinetobacter baumannii, Pseudomonas aeruginosa, Burkholderia cepacia e/ou patógenos com CIM elevadas.
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Observações: 1. O prolongamento da meia-vida de eliminação do meropeném e do metabólito de anel aberto e um aumento no seu clearance renal são observados em pacientes com insufi ciência renal sendo necessário o ajuste de dose nestes pacientes. Para tal, em pacientes com o clearance de creatinina menor que 51 mL/min, a dosagem de meropeném deve ser reduzida. Em pacientes com clearance de creatinina na faixa de 26-50 mL/min, as doses de 2 g devem ser administradas a cada 12 horas. Não se deve administrar Meromax (meropeném triidratado) em pacientes com clearance de creatinina entre 10-25 mL/min e menor que 10 mL/min.
2. Dosagem em pacientes geriátricos: Um prolongamento da meia-vida de eliminação foi relatado em pacientes idosos (1,3 h versus 0,8 hora em indivíduos jovens), o qual está relacionado à diminuição da função renal. A redução no clearance não renal também pode ocorrer nos idosos devido ao baixo metabolismo. Estes dados sugerem a necessidade da redução de dose em pacientes idosos. Entretanto, os ajustes de dose não são necessários em pacientes idosos com clearance de creatinina maiores que 50 mL/min.
O meropeném é eliminado da circulação por hemodiálise. Caso seja necessária a continuidade do tratamento com meropeném, a unidade de dose, baseada no tipo e na gravidade da infecção, é recomendada no fi nal do procedimento de hemodiálise, para reinstituir tratamento efetivo. Não existe experiência com diálise peritoneal.
O meropeném deve ser administrado por infusão contínua por via intravenosa por um período de três horas (vide item “Reconstituição, Compatibilidade e Estabilidade”).
O Meromax (meropeném triidratado) não deve ser administrado em indivíduos com peso menor que 50 kg.
ADVERTÊNCIAS
COMO ACONTECE COM OUTROS ANTIBIÓTICOS, PODE OCORRER SUPERCRESCIMENTO DE CIMRORGANISMOS NÃO-SENSÍVEIS, SENDO ENTÃO NECESSÁRIAS REPETIDAS AVALIAÇÕES DE CADA PACIENTE. RARAMENTE, FOI RELATADA A OCORRÊNCIA DE COLITE PSEUDOMEMBRANOSA, ASSIM COMO OCORRE COM PRATICAMENTE TODOS OS ANTIBIÓTICOS. DESSE MODO, É IMPORTANTE CONSIDERAR O DIAGNÓSTICO DE COLITE PSEUDOMEMBRANOSA EM PACIENTES QUE APRESENTEM DIARRÉIA EM ASSOCIAÇÃO AO USO DE MEROPENÉM.
USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: ESTE •MEDICAMENTO É CLASSIFICADO NA CATEGORIA B DE RISCO NA GRAVIDEZ. A SEGURANÇA DE MEROPENÉM NA GRAVIDEZ HUMANA NÃO FOI ESTABELECIDA, APESAR DE OS ESTUDOS EM ANIMAIS NÃO TEREM DEMONSTRADO EFEITOS ADVERSOS NO FETO EM DESENVOLVIMENTO. MEROPENÉM NÃO DEVE SER ADMINISTRADO DURANTE A GRAVIDEZ SEM ORIENTAÇÃO MÉDICA OU DO CIRURGIÃO-DENTISTA, A MENOS QUE OS BENEFÍCIOS POTENCIAIS PARA A MÃE JUSTIFIQUEM OS RISCOS POTENCIAIS PARA O FETO. O MEROPENÉM É DETECTÁVEL EM CONCENTRAÇÕES MUITO BAIXAS NO LEITE DE ANIMAIS. NO ENTANTO,
NÃO DEVE SER ADMINISTRADO EM MULHERES QUE ESTEJAM AMAMENTANDO, A MENOS QUE OS BENEFÍCIOS POTENCIAIS JUSTIFIQUEM O RISCO POTENCIAL PARA O BEBÊ.
NÃO DEVE SER USADO EM INDIVÍDUOS COM PESO •INFERIOR A 50 kg.
ESTE MEDICAMENTO É EXCLUSIVAMENTE DE USO •INTRAVENOSO.
USO EM PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA E/OU •RENAL: PACIENTES COM DISFUNÇÃO HEPÁTICA: PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA HEPÁTICA PREEXISTENTE DEVEM TER A FUNÇÃO HEPÁTICA MONITORADA DURANTE O TRATAMENTO COM MEROPENÉM. PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL: VIDE ITEM “POSOLOGIA”.
EFEITOS SOBRE A HABILIDADE DE DIRIGIR VEÍCULOS E/ •OU OPERAR MÁQUINAS: NÃO HÁ EVIDÊNCIAS DE QUE MEROPENÉM DIMINUA A HABILIDADE DE DIRIGIR VEÍCULOS E/OU OPERAR MÁQUINAS.
USO EM IDOSOS, CRIANÇAS E OUTROS GRUPOS DE RISCO
Seguir orientações anteriores.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
A PROBENECIDA COMPETE COM O MEROPENÉM PELA SECREÇÃO TUBULAR ATIVA E, POR ISSO INIBE A SUA EXCREÇÃO RENAL, PROVOCANDO AUMENTO DA MEIA-VIDA DE ELIMINAÇÃO E DA SUA CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA. UMA VEZ QUE A POTÊNCIA E A DURAÇÃO DA AÇÃO DE MEROPENÉM ADMINISTRADO SEM A PROBENECIDA SÃO ADEQUADAS, NÃO SE RECOMENDA A CO-ADMINISTRAÇÃO DE MEROPENÉM COM ESTA SUBSTÂNCIA. O EFEITO POTENCIAL DE MEROPENÉM SOBRE A LIGAÇÃO DE OUTROS FÁRMACOS ÀS PROTEÍNAS PLASMÁTICAS OU SOBRE O METABOLISMO NÃO FOI ESTUDADO.
O MEROPENÉM FOI ADMINISTRADO CONCOMITANTEMENTE COM MUITOS OUTROS MEDICAMENTOS SEM INTERAÇÕES ADVERSAS APARENTES. O MEROPENÉM PODE REDUZIR OS NIVÉIS SÉRICOS DE ÁCIDO VALPRÓICO. PODEM-SE ATINGIR NÍVEIS SUBTERAPÊUTICOS EM ALGUNS PACIENTES. ENTRETANTO, NÃO FORAM CONDUZIDOS ESTUDOS DE INTERAÇÃO COM FÁRMACOS ESPECÍFICOS, ALÉM DO ESTUDO COM A PROBENECIDA.
ANTIBIÓTICOS QUE POSSUEM ATIVIDADE BACTERIANA CONTRA SALMONELLA TYPHI PODEM INTERFERIR COM A RESPOSTA IMUNOLÓGICA À VACINA CONTRA A FEBRE TIFÓIDE. CONCEDA UM PERÍODO DE 24 HORAS OU MAIS DE DECORRÊNCIA ENTRE A ADMINISTRAÇÃO DA ÚLTIMA DOSE DE MEROPENÉM E A DOSE DE VACINA CONTRA A FEBRE TIFÓIDE.
REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
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O MEROPENÉM É GERALMENTE BEM TOLERADO. OS EVENTOS ADVERSOS GRAVES SÃO RAROS E DIFICILMENTE REQUEREM INTERRUPÇÃO DA TERAPIA. A MAIORIA DOS EVENTOS ADVERSOS APRESENTADOS A SEGUIR FOI RELATADA EM MENOS DE 1% DOS PACIENTES TRATADOS COM MEROPENÉM E CONSISTEM EM:
REAÇÕES LOCAIS APÓS INJEÇÃO INTRAVENOSA: INCLUEM •INFLAMAÇÃO E TROMBOFLEBITE. DOR É RARAMENTE NOTADA.
REAÇÕES ALÉRGICAS SISTÊCIMAS: RARAMENTE •PODEM OCORRER REAÇÕES ALÉRGICAS SISTÊCIMAS (HIPERSENSIBILLDADE) APÓS ADMINISTRAÇÃO DE MEROPENÉM. ESSAS REAÇÕES PODEM INCLUIR ANGIOEDEMA E MANIFESTAÇÕES DE ANAFILAXIA.
PELE: EXANTEMA, PRURIDO E URTICÁRIA. RARAMENTE •FORAM OBSERVADAS REAÇÕES GRAVES DA PELE, TAIS COMO ERITEMA MULTIFORME, SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON E NECRÓLISE EPIDÉRCIMA TÓXICA.
TRATO GASTRINTESTINAL: NÁUSEA, VÔMITO E DIARRÉIA. •
SANGUE: EOSINOFILIA, LEUCOPENIA, NEUTROPENIA •(INCLUINDO CASOS MUITO RAROS DE AGRANULOCITOSE), TROMBOCITEMIA E TROMBOCITOPENIA. TESTE DE COOMBS POSITIVO, DIRETO OU INDIRETO, PODE SE DESENVOLVER.
FUNÇÃO HEPÁTICA: AUMENTOS NAS TRANSAMINASES •SÉRICAS, NA BILIRRUBINA, NA FOSFATASE ALCALINA E NA DESIDROGENASE LÁCTICA, SOZINHA OU EM COMBINAÇÃO, TÊM SIDO REPORTADOS.
SISTEMA NERVOSO CENTRAL: CEFALÉIA, PARESTESIA. •CONVULSÕES FORAM REPORTADAS COM POUCA Frequência, APESAR DE UMA RELAÇÃO CAUSAL NÃO TER SIDO ESTABELECIDA.
OUTRAS: CANDIDÍASE ORAL E VAGINAL. •
ATENÇÃO: ESTE É UM MEDICAMENTO NOVO E, EMBORA AS PESQUISAS TENHAM INDICADO EFICÁCIA E SEGURANÇA ACEITÁVEIS PARA COMERCIALIZAÇÃO, EFEITOS INDESEJÁVEIS E NÃO CONHECIDOS PODEM OCORRER. NESTE CASO, INFORME SEU MÉDICO.
SUPERDOSE
As propriedades farmacológicas e o modo de usar tornam improvável que a superdose intencional ocorra.
A superdose acidental pode ocorrer durante o tratamento, principalmente em pacientes com função renal alterada. O tratamento deve ser sintomático. Em indivíduos normais, ocorrerá rápida eliminação renal. Em pacientes com função renal alterada, a hemodiálise removerá o meropeném e seu metabólito.
ARMAZENAGEM
Conservar em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C). Proteger da luz e umidade.
As soluções reconstituídas de Meromax (meropeném triidratado) devem ser utilizadas imediatamente após o preparo e não devem ser congeladas.
Lote, data de fabricação e validade: vide embalagem externa.
Venda sob prescrição médica
USO RESTRITO A HOSPITAIS.
MS - 1.0043.1008.
Farm. Resp.: Dra. Sônia Albano Badaró – CRF-SP: 19.258
Fabricado por:
EUROFARMA LABORATÓRIOS LTDA
Rua Enéas Luiz Carlos Barbanti, 216 - São Paulo – SP
EUROFARMA LABORATÓRIOS LTDA
Av. Ver. José Diniz, 3.465 - São Paulo - SP
CNPJ: 61.190.096/0001-92
Indústria Brasileira
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Cód.
: 507
.818 H
osp
Mono
grafi
a Mer
omax
Impresso em março de 2011.
SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.
CONTRAINDICAÇÃO: PACIENTES COM HISTÓRIA DE HIPERSENSIBILIDADE A ANTIBIÓTICOS CARBAPENÊMICOS, PENICILINAS OU OUTROS ANTIBIÓTICOS BETALACTÂMICOS TAMBÉM PODEM SER HIPERSENSÍVEIS AO MEROPENÉM. INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA: A PRO-BENECIDA COMPETE COM O MEROPENÉM PELA SECREÇÃO TUBULAR ATIVA E, POR ISSO, INIBE A SUA EXCREÇÃO RENAL, PROVOCANDO AUMENTO DA MEIA-VIDA DE ELIMINAÇÃO E DA SUA CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA.
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