Memórias de um Sargento de Milícias 3ª B - 2011
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- 1. Memrias de um Sargento de Milcias
Manuel Antnio de Almeida
2. Por qu Memrias?
3. Por qu Memrias?
Memrias Pstumas de Brs Cubas .
4. Por qu Memrias?
Memrias Pstumas de Brs Cubas .
Narrado em Terceira Pessoa. Narrador onisciente.
"Era no tempo do rei"
D.Joo VI 1808-1822
5. Por qu Memrias?
Livro escrito em folhetins 1852-1853
Enunciao 1852-1853 diferente do Enunciado 1808-1822.
6. Classificao do Romance
Primeiro Romance Malandro:
7. Classificao do Romance
Romance Malandro:Vive do prazer
Romance de Costumes urbanos: classes baixas (povo)
Subrbio carioca
8. Leonardo
portugus que se muda para o Brasil para ser meirinho. (oficial de
Justia)
9. Maria da Hortalia
Quitandeira das praas de Lisboa
10. Maria e Leonardo
Se conheceram em meio a umapisadela e um belisco
11. Maria e Leonardo
Chegaram no Brasil.
Maria estava grvida.
Morar juntos sem se casar.
12. Sete meses depois...
Quando saltaram em terra comeou a Maria a sentir certos enojos:
foram os dois morar juntos: e da a um ms manifestaram-se
claramente
13. os efeitos da pisadela e do belisco; sete meses depois teve a
Maria um filho, formidvel menino de quase trs palmos de comprido,
gordo e vermelho, cabeludo, esperneador e choro; o qual, logo
depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar o peito. E
este nascimento certamente de tudo o que temos dito o que mais nos
interessa, porque o menino de quem falamos heri desta
histria.
14. Leonardinho"anti- heri"
15. Leonardinho
Tinha como madrinha aParteira.
Tinha como padrinho o Barbeiro
16. Leonardo, e o chifre
Pega Maria na cama com o capito do navio
17. Leonardo, e o chifre
Pega Maria na cama com o capito do navio
O moleque rasga todo seu trabalho
-s filho de uma pisadela e de um belisco.
18. Maria foge com o capito para Portugal
Leonardinho vai morar com o padrinho
Leonardo acaba gostando da cigana
Leonardo faz uma macumba pra cigana voltar pra ele
19. A lei
Major Vidigal: Com o rei no Brasil, Vidigal quem punha ordem no
subrbio
20. A lei
Como a macumba era proibida Vidigal prende Leonardo
Comadre vai at o quartel, com a tentativa de soltura de
Leonardo
21. A lei
Depois da conversa Tenente coronel solta Leonardo
J que Leonardo fez um favor para seu filho
22. Leonardo apaixonado pela cigana e a cigana tendo um caso com o
padre
23. Leonardinho
o padrinho sonhava com Leonardinho padre mas o matriculou na
escola
Campeo de palmatria
Leonardinho faz amizade com um sacristo (coroinha) Sacristo da
S
24. Leonardinho
vizinha estava na missa...
25. Leonardinho
vizinha estava na missa...
Leonardinhoja sacristo, jogou cera derretida da vela que estava
segurando, no vu da vizinha.
26. Leonardinho
Mestre de cerimnia que est transando com a cigana pede para
Leonardinhocham-lo na hora do sermo
27. 28. Leonardinho
O chama uma hora depois do horrio do sermo
29. Cigana aniversariante
Faz uma festa e convida a todos menos Leonardo que era apaixonado
por ela
30. Cigana aniversariante
Chico Juca, que era s chico antes de ter derrotado Juca em uma
luta.
31. Cigana aniversariante
Vidigal chega e prende a todos, inclusive o padre.
Padre desiste da cigana, e Leonardo volta com ela
32. Leonardinho apaixonado
Dona Maria movia aes contra as pessoas por isso tinha
dinheiro
move ao contra a famlia pela tutela de sua sobrinha
33. Luisinha
Desengonada, dentua, que andava com o queijo colado no peito,
cabelo parecia uma viseira de cavalo
34. Declarao
No sabia se declarar, e pra piorar aparece Jos Manuelum portugus
interessado na herana da tia
35. Declarao
Leonardinho vai at a casa de Luisinha e a encontra debruada na
janela olhando o movimento da rua
36. A bulha dos passos cessou sem que ningum chegasse sala;os dois
levaram algum tempo naquela mesma posio, at que o Leonardo, por um
supremo esforo, rompeu o silncio e com voz trmula e em tom o mais
sem graa que se possa imaginar perguntou desenxabidamente:
37. -A senhora...sabe...uma coisa?
E riu-se com uma risada forada, plida e tola
Luizinha no respondeu. Ele repetiu no mesmo tom:
-Ento...a senhora... porque no quer dizer...
Nada de resposta.
-Se a senhora no ficasse zangada... eu dizia...Silncio
-Est bom...eu digo sempre... mas a senhora fica ou no fica
zangada?
Luisinha fez um gesto de quem estava impacientada.
-Pois ento eu digo... a senhora no sabe....eu...eu lhe quero muito
bem.
.
38. Mulher de Leonardo
Leonardo se junta com outra, tratada como filha da comadre.
Chiquinha era seu nome. E com ela tem uma filha.
39. Morte do Padrinho
Com a morte de seu Padrinho Leonardinho volta a morar com seu
pai
40. Ondepor desrespeitarChiquinha expulso pela segunda vez
41. Leonardinho encontra Sacristo da S e ele oferece abrigo na casa
de duas viuvas que moravam na S, uma tinha trs filhos e outra trs
filhas. Leonardinho aceita e vira agregado.
42. Vidinha
Mulata de 18 anos, lbios carnudos, seios fartos, coxas rolias
43. 18 anos
Sem emprego Leonardinho vira vadio, e acaba sendo denunciado por
dois primos de Vidinha que tambm sentia atraopor ela
44. Cumadre/emprego
Leonardinhoconsegue fugir de Vidigal e a comadre lhe arruma um
emprego na "despensa real" trabalho pesado
45. Toma-largura
Leonardinho pego com a mulher de Toma-largura
corre pra sua casa e se faz de vitima para Vidinha
46. Toma-largura
Faz uma festinha pra tentar ficar com Vidinha, acaba bebendo e
arrumando confuso
preso por Vidigal
Que trouxe com ele Leonardinho com Granadeiro
47. D.Maria/Jos Manuel/Luisinha
Dona Maria no gostando mais de Jos promove uma ao contra ele
48. D.Maria/Jos Manuel/Luisinha
Elerecebendo a noticia de que tinha perdido a ao infarta e
morre
49. Aniversrio de um ano
50. Aniversrio de um ano
Leonardo avisa ao bicheiro que vai ser preso e o bicheiro
foge.
51. Aniversrio de um ano
Vidigal prende Leonardinho mais uma vez por no cumprir o que foi
mandado
52. Maria Regalada
Morava na prainha
Mulher escandalosa que ria alto
53. Maria Regalada
Consegue a soltura de leonardinho promentendo morar junto com o
Major
54. Voltando com Luisinha
Leonardinho sai da priso e vai direto para o velrio de Jos
Manuel
E reconquista Luisinha
55. Sem poder casar com Luizinha graas ao seu cargo de granadeiro,
Maria Regalada mais uma vez ajuda Leonardinho. Pedindo a
transferncia do cargo de granadeiro para o de Sargento de
Milcias.
56. Passado o tempo indispensvel do luto, o Leonardinho, em
uniforme de Sargento de Milcias, recebeu-se na S com Luisinha,
assistindo cerimnia a famlia em peso .
57. Daqui em diante aparece o reverso da medalha. Seguiu-se a morte
de D.Maria, a do Leonardo-Pataca, e uma enfiada de acontecimentos
tristes que pouparemos aos leitores, fazendo aqui ponto
final.
58. Resumo e Anlise da obra
O romance de Manuel Antnio de Almeida, escrito no perodo do
romantismo, retrata a vida do Rio de Janeiro no incio do sculo XIX
e desenvolve pela primeira vez na literatura nacional a figura do
malandro
59. Memrias de um Sargento de Milcias surgiu como um romance de
folhetim, ou seja, em captulos, publicados semanalmente no jornal
Correio Mercantil, do Rio de Janeiro, entre junho de 1852 e julho
de 1853. Os folhetins no indicavam quem era o autor. A histria saiu
em livro em 1854 (primeiro volume) e 1855 (segundo volume), com
autoria creditada a Um Brasileiro. O nome de Manuel Antnio de
Almeida aparecer apenas na terceira edio, j pstuma, em 1863.
60. Enredo
Por ser originariamente um folhetim, publicado semanalmente, o
enredo necessitava prender a ateno do leitor, com captulos curtos e
at certo ponto independentes, em geral contendo um episdio
completo. A trama, por isso, complexa, formada de histrias que se
sucedem e nem sempre se relacionam por causa e efeito.
61. Filho de uma pisadela e de um belisco (referncia maneira como
seus pais flertaram, ao se conhecer no navio que os conduz de
Portugal ao Brasil), o pequeno Leonardo uma criana intratvel, que
parece prever as dificuldades que ir enfrentar. E no so poucas:
abandonado pela me, que foge para Portugal com um capito de navio,
igualmente abandonado pelo pai, mas encontra no padrinho seu
protetor. Esse dono de uma barbearia e tem guardada boa soma em
dinheiro.
62. A origem pouco digna desse capital o barbeiro desviou a herana
que um capito moribundo deixara sobrinha s ser revelada
posteriormente. A frmula arranjei-me sintetiza, no romance, a
explicao dada pelo barbeiro para a posse do dinheiro. O autor acaba
por dizer que muitos arranjei-me, equivalentes ao atual jeitinho
brasileiro, se explicam assim, e estende essa representao de sua
histria a toda a sociedade da poca.
63. As aventuras e desventuras de Leonardo, que o autor faz
desfilar diante dos leitores com dinamismo, conduzem o protagonista
a apuros dos quais ele sempre se salva, graas a seus protetores.
Leonardo um personagem fixo no romance, suas caractersticas bsicas
no mudam.
64. TEMPO
A histria se passa no comeo do sculo XIX, ocasio em que a famlia
real portuguesa se refugiou no Brasil. Por isso, o romance tem
incio com a expresso Era no tempo do rei, referindo-se ao rei
portugus dom Joo VI. Essa frmula tambm faz referncia e isso mais
relevante para entender a estrutura do romance aos incios dos
contos de fada: Era uma vez...
65. NARRADOR
Apesar do ttulo de memrias, o romance no narrado pelo personagem
Leonardo, e sim por um narrador onisciente em terceira pessoa, que
tece comentrios e digresses no desenrolar dos acontecimentos. O
termo memrias refere-se evocao de um tempo passado, reconstrudo por
meio das histrias por que passa o personagem Leonardo.
66. ORDEM E DESORDEM
Duas foras de tenso movem os personagens do romance: ordem e
desordem, que se revelaro caractersticas profundas da sociedade
colonial de ento.
67. A figura do major Vidigal representa o polo que, na histria,
cuida da ordem: O major Vidigal era o rei absoluto, o rbitro
supremo de tudo que dizia respeito a esse ramo de administrao; era
o juiz que dava e distribua penas e, ao mesmo tempo, o guarda que
dava caa aos criminosos; nas causas da sua justia no havia
testemunhas, nem provas, nem razes, nem processos; ele resumia tudo
em si (...).
68. A estabilidade social representa a ordem, enquanto a
instabilidade se refere desordem. Dessa forma, o barbeiro,
completamente adequado sociedade, ao revelar as origens pouco
recomendveis de sua estabilidade financeira, evoca no seu passado a
desordem.
69. Personagens como o major Vidigal, a comadre, dona Maria e o
compadre pertencem ao lado da ordem. Mas os personagens desse polo
nada tm de retido, apenas esto em uma situao social mais
estvel.
70. O polo da desordem formado pelo malandro Teotnio, o sacristo da
S e Vidinha. A acomodao dos personagens, tanto na ordem como na
desordem, est sujeita a uma mudana repentina de polo, ou seja, no
existe quem esteja totalmente situado no campo da ordem nem no da
desordem. No h, portanto, uma caracterizao maniquesta dos tipos
apresentados.
71. O major Vidigal, por exemplo, um tpico mantenedor da ordem,
transgredia o cdigo moral ao libertar e promover Leonardo em troca
dos favores amorosos de Maria Regalada.
72. ROMANCE MALANDRO
Nos estudos sobre a obra, houve uma linha de interpretao que,
seguindo as indicaes de Mrio de Andrade, e tendo como base o enredo
episdico do livro, classificou o romance como uma manifestao tardia
do romance picaresco, gnero popular espanhol medieval dos sculos
XVII e XVIII.
73. O gnero picaresco caracteriza-se por narrar, em primeira
pessoa, os infortnios de um pcaro, um garoto inocente e puro que se
torna amargo medida que entra em contato com a dureza das condies
de sobrevivncia. Por isso procura sempre agradar a seus superiores.
O pcaro tem geralmente um destino negativo, acaba por aceitar a
mediocridade e acomodar-se na lamentao desiludida, na misria ou num
casamento que no lhe d prazer algum.
74. Nenhuma dessas caractersticas est presente em Memrias de um
Sargento de Milcias. Leonardo no inocente. Ao contrrio, parece j
ter nascido com maus bofes, como afirma a vizinha agourenta. Tambm
no totalmente abandonado, tendo sempre algum que toma seu partido e
procura favorec-lo.
75. Ele ainda desafia seus superiores, como o mestre-de-cerimnias e
o Vidigal. Por fim, Leonardo no encontra um destino negativo, pois
se casa com o objeto de sua paixo (Luisinha, a sobrinha de dona
Maria), acumulando cinco heranas e granjeando uma promoo com o
major Vidigal.
76. Existem, de fato, algumas semelhanas entre Leonardo e os
personagens picarescos. Uma a atitude inconsequente do
protagonista, que o leva, por exemplo, a esquecer-se rapidamente de
Luisinha ao conhecer Vidinha. Depois, o amor antigo retorna, mas
nada d a entender que no possa acabar novamente. Essas semelhanas,
porm, so superficiais, por isso problemtica a classificao de
Memrias de um Sargento de Milcias como romance picaresco.
77. O que se v que Manuel Antnio de Almeida foge completamente ao
idealismo romntico de sua poca. Se h traos romnticos em sua obra,
eles esto no tom irnico e satrico que assume o narrador.
78. A concluso possvel que estamos diante de um novo gnero
nacional, que se constri em torno da figura do malandro, personagem
que tem influncias popularescas, como Pedro Malasarte; mas urbano e
relaciona- se socialmente com as esferas da ordem e da desordem, j
citadas.
79. mais apropriado, por isso, classificar essa obra como um
romance malandro, de cunho satrico e com elementos de fbula. Esse
gnero frutificar em vrios romances posteriores, como Macunama, de
Mrio de Andrade, e Serafim Ponte Grande, de Oswald de
Andrade.
80. Referncia
http://guiadoestudante.abril.com.br/estude/literatura/materia_413965.shtml