Medula Nervos Rvs
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Medula Espinhal e Nervos
Profa Juliana Normando Pinheiro
Morfofuncional V
MEDULA ESPINHAL
É uma estrutura alongada, mais ou menos cilíndrica, com achatamentos dorso ventral e
algumas variações de forma e tamanho.
É da medula que partem os nervos espinhais que irão inervar toda a região cervical,
torácica e abdominal do organismo animal.
Ela começa no nível do forame magno na medula oblonga rostralmente, e se estende até
a metade da região sacral.
Possui 2 espessamentos chamados de intumescências (cervical e lombar), regiões
estas que dão origem aos nervos que suprem os membros torácicos e pélvicos.
A medula está dividida em 4 regiões correspondente as da coluna vertebral: cervical,
torácica, lombar e sacral.
É formada por 2 tipos de substâncias: branca por fora e cinzenta por dentro (formato de
H). Esta é perfurada, na linha média, por um pequeno canal central.
No final da medula espinhal temos uma leve dilatação chamada cone medular, da onde
parte vários nervos espinhais em desnível com os espaços intervertebrais, chamado
cauda equina.
Topografia
Origem: bulbo ou medula oblonga
Término: Depende da espécie. A formação da coluna vertebral e da medula espinhal
ocorrem em momentos distintos do desenvolvimento embriológico. Em conseqüência disto, a
medula espinhal cuja formação é anterior, se torna consideravelmente menor que o canal
vertebral e também mais curta. Para inervar então estruturas posteriores ao seu término, os
nervos mais caudais percorrem um trajeto maior no canal medular antes de atingirem o seu
orifício de saída, formando uma estrutura denomina cauda eqüina.
Espécie Final da
Medula
Felinos (A) L6 a S3
Canino (B) L7
Suínos (C) L5 ou L6
Ruminantes
(D)
L6
Equino (E) S2
Meninges
Como todo o sistema nervoso central, a medula é envolvida por membranas fibrosas, as
meninges, que são a dura-máter, pia-máter e aracnóide.
A dura-máter, meninge mais externa, rica em fibras colágenas, é a mais resistente e
espessa. A aracnóide se dispõe entre a dura-máter e a pia-máter e é formada por um emaranhado
de trabéculas por onde passa o líquido cérebro-espinhal. A pia-máter é a meninge mais delicada
e mais interna, que adere intimamente ao tecido nervoso.
Espaços Meníngeos
Com relação ás meninges que envolvem a medula existem três cavidades ou espaços:
epidural, subdural e subaracnóideo. O espaço epidural situa-se entre a dura-máter e o periósteo
do canal vertebral. Contém tecido adiposo e um grande número de veias. O espaço subdural,
situado entre a dura-máter e a aracnóide, é uma fenda estreita contendo uma pequena quantidade
de líquido, suficiente apenas para evitar a aderência das paredes. O espaço subaracnóideo é o
mais importante e contém uma quantidade razoavelmente grande de líquido cérebro-espinhal ou
líquor.
O espaço subaracnóideo é maior na porção anterior da medula espinhal e na porção
posterior ao término dela. Estas regiões denominadas atlantoccipital (entre o atlas e o occipital-
forma a cisterna cerebelomedular) e lombrossacral contém uma maior quantidade de líquor, se
tornando portanto, áreas ideais para retirada do líquido cérebro-espinhal para fins terapêuticos,
introdução de substâncias de contraste para radiografias e introdução de anestésicos
Aplicação Clínica
Região Atlanto-occipital (Cisterna Cerebelomedular )
Coleta de líquor ou líquido cérebro-espinhal
Região Lombossacral
Coleta de líquor
Aplicação de contrastes p/ radiografias
Aplicação de anestésicos
Anestesias
Anestesia epidural ou peridural
Espaço Epidural
Introduz o anestésico no espaço epidural, onde ele se difunde e atinge os
foramens intervertebrais
São anestesias locais e mais superficiais.
Teste da gota pendente
Anestesia Raquidiana
Espaço Subaracnoideo
Certifica-se que a agulha atingiu este espaço pela presença do líquor que goteja
pela agulha.
É uma anestesia local, porém mais profunda, podendo atingir uma área maior.
Pouco utilizada na Medicina Veterinária
Equino: L6–S1 ou Co1 e Co2
Bovino : L6–S1 ou Co1 e Co2 Cão: L7 - S1
Gato: L7 - S1; S3 – Co1
NERVOS
São cordões esbranquiçados formados por axônios de neurônios que unem o
sistema nervoso central ao sistema nervoso periférico
São estruturas bastante vascularizadas mas quase totalmente desprovidos de
sensibilidade.
Se um nervo é estimulado ao longo do seu trajeto, a sensação, geralmente
dolorosa, é sentida não no ponto estimulado, mas no território sensitivo que ela
inerva. Assim quando um membro é amputado, os cotos nervosos irritados
podem originar impulsos nervosos que são interpretados pelo cérebro como se
fossem originados no membro retirado, resultando a chamada dor fantasma, pois
o indivíduo sente dor em um membro que não existe.
Tipos de nervos
Nervos espinhais: nervos que unem os órgãos periféricos à medula espinhal
Nervos cranianos: nervos que unem os órgãos periféricos ao encéfalo
Nervos espinhais
nervos cervicais (8 pares- C1 a C8)
nervos torácicos (13 a 18 pares- T1 a T18)
Nervos lombares ( 6 a 7 pares- L1 a L7)
Nervos sacrais ( 3 a 5 pares- S1 a S5)
Nervos caudais (5 a 7 pares Cd 1- Cd 7)
Espécie Nervos
cervicais Nervos
torácicos Nervos
lombares Nervos sacrais
Nervos caudais
Total
Equino 8 18 6 5 5 42
Bovino 8 13 6 5 até 7 39
Ovino 8 12-14 7 4 até 7 38-40
Suíno 8 14-15 5-7 4 6 37-40
Carnívoro 8 13 7 3 4-7 35-38
Formação do nervo espinhal
Formado pela união das raízes dorsal (sensitiva) e ventral (motora), as quais se ligam,
respectivamente, à medula espinhal, através de filamentos radiculares (radículas). A raiz
dorsal é formada por fibras nervosas de neurônios aferentes (ou sensitivos) que estão
chegando à região dorsal da medula espinhal. Nesta raiz localiza-se o gânglio espinhal,
onde estão os corpos dos neurônios sensitivos. A raiz ventral é formada por fibras
nervosas de neurônios eferentes (ou motores) que se originam da região ventral da
medula espinhal. A união da raiz dorsal, sensitiva, com a raiz ventral, motora, forma-se
o tronco do nervo espinhal, que funcionalmente é misto. À medida que o nervo
espinhal emerge do forâmen intervertebral, ele se divide em um ramo dorsal e um ramo
ventral, ambos, ramos mistos.
Nervo frênico
origem: 5º, 6º e 7º n. cervical
Inervação do diafragma
Plexo Braquial
Os nervos espinhais pertencentes a este plexo de originam dos nervos C6-T2 presentes
na intumescência cervical.
São eles:
Nervo supra-escapular
Nervo subescapular
Nervo axilar
Nervo radial
Nervo ulnar-mediano: se divide em ulnar e mediano
Nervo musculocutâneo
Nervo Musculocutâneo
Motor para os músculos coracobraquial, bíceps, braquial
Sensorial: pele da superfície anterior do antebraço.
Lesão: Paralisia dos músculos flexores do cotovelo
Nervo Ulnar - Mediano
Motor: Musculatura do antebraço (Flexores do carpo e dos dedos)
Sensorial: Pele do antebraço, metacarpo e dedos
Lesão: lesão individual dificilmente prejudica a locomoção
Nervo Radial
Motor: Musculatura extensora do braço (Músculo tríceps braquial,
ancôneo, extensores do carpo e dos dedos)
Sensorial: Pele lateral no braço e antebraço.
Lesão: paralisia dos extensores do cotovelo, do carpo e anestesia da cutis
Nervo axilar
Motor: mm redondo maior, menor e deltóide e braquiocefálico
Sensitivo: cutis do braço e antebraço
Lesão: alterações na articulação do ombro
Nervo subscapular
Motor: Músculo subscapular
Sensitivo: cutis da face medial do membro
Lesão: pouca alteração na locomoção
Nervo supra-escapular
Motor para os músculos supra e infra-espinhais
Sensitivo: cutis do ombro
Lesão: “Paleta caída”
Plexo Lombar
Os nervos espinhais pertencentes a este plexo de originam dos nervos L4-S2 presentes
na intumescência lombossacral.
São eles:
Glúteo cranial
Glúteo caudal
Femoral
Obturatório
Isquiático (Ciático): que se divide no nervo fibular e no nervo tibial
Nervo Femoral
Músculos da coxa (psoas, quadríceps, pectíneo e sartório)
Emite o nervo safeno
Lesão: impede a fixação da art. do joelho, tornando o membro incapaz de
suportar o peso
Nervo safeno
Músculo Pectíneo, Grácil, sartório e cutis da face medial do membro
Nervo obturatório
Músculos adutores da coxa (grácil, pectíneo, adutor e obturadores)
Lesão: membro tende a escorregar para os lados
Nervo Glúteo Cranial
Mm Extensores e flexores da coxa (Mm. Tensor da fáscia lata e glúteo
médio e profundo)
Nervo Glúteo Caudal
Músculos extensores da anca: Mm. Glúteo superficial, bíceps femural,
semitendinoso, e semimembranoso
Nervo isquiático
Nervo fibular comum:
Inerva os mm extensores fazendo a extensão dos dedos e flexão do tarso.
Lesão: hiperextensão do jarrete e flexão dos dedos
Nervo tibial
Inerva região caudal da perna (mm flexores)
Lesão: hiperflexão do boleto e hiperextensão dos dedos
Nervos Cranianos
São descritos 12 pares de nervos cranianos. Os nervos craniano, ao contrários dos
nervos espinhais, podem ser classificados funcionalmente como exclusivamente
motores, exclusivamente sensitivos ou mistos ( sensitivos e motores)
Número Nervo Tipo Região Origem Função e distribuição
I Olfatório Sensitivo Telencéfalo Bulbo
Olfatório Olfação;mucosa nasal
II Óptico Sensitivo Diencéfalo Quiasma
óptico Visão; retina
III Oculomotor Motor Mesencéfalo Pedúnculo
cerebral
Visão; mm. extra-oculares;
íris e corpo ciliar
IV Troclear Motor Mesencéfalo
Entre o
hemisfério
cerebelar e
colículo
caudal
Visão; Mm. Oblíquo dorsal
do olho
V
Trigêmeo
Divisão oftálmica
Divisão maxilar
Divisão Mandibular
Misto
Sensitiva
Sensitiva
Misto
Metencéfalo
Ventro-
lateral a
ponte
Visão, gustação e mastigação
Olho;
Maxila, cavidade nasal,
palatos, dentes superiores;
Sensitivo p/ língua, dentes
inferiores e mandíbula e
motor p/ Mm. da mastigação
VI Abducente Motor Mielencéfalo
Margem
lateral das
pirâmides
Visão;Mm. reto lateral e
retrator do bulbo do olho
VII Facial Misto Mielencéfalo
Extremidade
lateral do
bulbo
Gustação e expressões
faciais; Sensitivo para 2/3
rostrais da língua e gl.
Salivares e motor p/ mm. da
face
VIII Vestibulococlear Sensitivo Mielencéfalo
Extremidade
lateral do
bulbo
Audição e equilíbrio; cóclea
e vestíbulo
IX Glossofaríngeo Misto Mielencéfalo
Ventro-
lateral ao
bulbo
Gustação e deglutição;
sensitivo p/ terço caudal da
língua e glândulas salivares e
motor p/ músculos da faringe
X Vago Misto Mielencéfalo Caudal ao
IX par
Inerva todas as vísceras
cervicais, torácicas,
abddominais e pélvicas
XI Acessório Motor Mielencéfalo Caudal ao X
par
Motor p/ músculos do ombro
e pescoço
XII Hipoglosso Motor Mielencéfalo
Sulco lateral
ventral no
bulbo
Deglutição; Músculos da
lingua
QUESTÕES DE REVISÃO
1. Qual a forma da medula espinhal e qual a sua função?
2. Quais são os dois espessamentos da medula que dão origem aos plexos braquial e
lombosacral?
3. Qual o origem da medula e em qual região é o términos da mesma nas espécies
domésticas?
4. O que é a cauda equina?
5. Quais as meninges que recobrem a medula espinhal?
6. Quais são os espaços meníngeos da medula e em qual deles encontramos o líquor?
7. Em quais regiões da medula temos o espaço subaracnóideo maior? Quais os
procedimentos clínicos mais comuns nestas regiões?
8. Diferencie as anestesias epidural e raquidiana.
9. Quais os espaços intervertebrais mais comuns de aplicação da anestesia epidural nas
espécies domésticas?
10. O que é um nervo? Esta estrutura é vascularizada e tem sensibilidade?
11. Explique o que é a dor fantasma de membros amputados.
12. Quais os dois tipos de nervos existentes?
13. Explique a formação de um nervo espinhal relacionada à sua funcionalidade sempre
mista (sensitivo e motor).
14. Onde está localizado e qual a função do nervo frênico?
15. Quais são os principais nervos do plexo braquial? Quais estruturas eles inervam e qual o
efeito de sua disfunção?
16. Quais são os principais nervos do plexo lombossacral? Quais estruturas eles inervam e
qual o efeito de sua disfunção?
17. Quais são os 12 pares de nervos cranianos? Caracterize-os quanto ao seu tipo funcional
(misto, sensitivo ou motor), função e distribuição.