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Materiais usados na concepção de um automóvel Materiais metálicos utilizados e quais os respectivos componentes Supervisor: Professor Abel Santos Monitor: Pedro Lebre Grupo M502 Ana Branco 100504139 Bárbara Pereira 100511066 Manuel Silva 100503258 Rui Soares 100504100 Tiago Monteiro 100504053 Outubro de 2010

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Materiais usados na concepção de um

automóvel

Materiais metálicos utilizados e quais os

respectivos componentes

Supervisor: Professor Abel Santos

Monitor: Pedro Lebre

Grupo M502 Ana Branco 100504139

Bárbara Pereira 100511066 Manuel Silva 100503258

Rui Soares 100504100 Tiago Monteiro 100504053

Outubro de 2010

Projecto FEUP – Materiais metálicos utilizados na concepção de um automóvel

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Resumo

Este relatório foi realizado no âmbito da unidade curricular “Projecto FEUP” e

tem como objectivo dar a conhecer os materiais metálicos utilizados no fabrico de

componentes automóveis, assim como os processos de produção e utilidade dos

mesmos.

As diferentes características de cada metal e os tratamentos que podem ser

utilizados fazem toda a diferença na concepção automóvel, pois são os metais que

oferecem as qualidades de resistência, condutividade e segurança que satisfazem os

requisitos para uma produção económica e de qualidade. É portanto feita uma

abordagem concisa à utilização de várias ligas metálicas no automóvel, tanto na

carroçaria como no motor, dando especial atenção ao alumínio e aço, e explicitando o

seu processo de fabrico, seja por moldação, soldagem ou por fundição.

O motor de combustão interna é também alvo de análise, sendo abordado o

funcionamento das principais peças e das suas características físicas. Da mesma forma,

a estrutura da carroçaria é constituída por várias peças de diferentes características

que se apresentam na análise.

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Abstract

This report was written as part of “Projecto FEUP” subject, and aims to brief

on metallic materials used in automobile component manufacture, as well on their

production process and utility.

The different characteristics of each metal and the treatments it may receive

are highly relevant in automobile manufacture, as metals are the materials that offer

better resistance, conductivity, and safety, while meeting quality and price

requirements. Therefore a concise approach is made on metallic alloys used in

automobiles, both in the bodywork and engine, manufacturing processes are specified,

being those framing, welding or forging.

The internal combustion engine is analyzed in its main pieces, being its

working process and physical characteristics approached.

Likewise, the bodywork structure is formed by several pieces of different

characteristics presented under analysis.

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Agradecimentos

Gostaríamos, desde já, agradecer ao nosso supervisor, Professor Abel Santos e

ao nosso monitor, Pedro Lebre, pelo tempo disponibilizado, pelas orientações e

aconselhamentos dados ao grupo para a realização do trabalho.

Gostaríamos, também de agradecer às marcas, Seat, Toyota e Honda, que

contactámos e se prontificaram a fornecer algumas informações para a realização do

presente relatório.

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Índice

1 Introdução ........................................................................................................................ 6

2 Carroçaria ......................................................................................................................... 7

2.1 Materiais mais utilizados ........................................................................................... 7

2.2 As escolhas das marcas .............................................................................................. 8

2.2.1 Toyota ............................................................................................................... 9

2.2.2 Audi ................................................................................................................... 9

2.2.3 BMW ................................................................................................................. 9

2.2.4 Seat ................................................................................................................... 9

3 Motor ............................................................................................................................. 11

3.1 Bloco ....................................................................................................................... 11

3.1.1 Material ........................................................................................................... 11

3.2 Cabeça..................................................................................................................... 11

3.3 Cambota .................................................................................................................. 12

3.3.1 Êmbolos ........................................................................................................... 13

3.3.2 Biela................................................................................................................. 13

4 Processos de Fabrico ....................................................................................................... 14

4.1 Conformação plástica .............................................................................................. 14

4.2 Fundição .................................................................................................................. 14

4.2.1 Processo de Fusão............................................................................................ 15

4.2.2 Processo de Vazamento ................................................................................... 15

4.2.3 Controlo de Qualidade ..................................................................................... 16

4.3 Maquinagem ........................................................................................................... 17

5 Processo de Montagem ................................................................................................... 18

5.1 Soldadura ................................................................................................................ 18

5.1.1 Soldadura MIG ................................................................................................. 18

5.1.2 Soldadura a laser ............................................................................................. 18

6 Conclusões ...................................................................................................................... 20

Referências ............................................................................................................................. 21

Anexos .................................................................................................................................... 23

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1 Introdução

São vários os materiais utilizados na construção de um automóvel já que também

são diversas as funções que os mesmos têm de desempenhar. Assim, dependendo do

componente e também da marca do veículo deparar-nos-emos com diferentes

materiais e diferentes formas de fabrico dos mesmos.

Forma, função, custo e segurança são incógnitas a considerar na selecção

desses materiais e variando o pretendido, varia também a escolha destes.

O objectivo deste relatório é dar a conhecer os componentes metálicos mais

utilizados na construção de um automóvel e explicar a razão pela qual estes foram

escolhidos e descrever sucintamente a sua fabricação.

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2 Carroçaria

2.1 Materiais mais utilizados

Na carroçaria existem, predominantemente, dois materiais metálicos, o aço e o

alumínio.

Fig.1 – Cabos de aço Fig.2 – Tiras de alumínio

O aço é uma liga metálica formada essencialmente por ferro e carbono.

Antigamente o aço macio era o metal mais utilizado no fabrico dos diferentes

componentes do automóvel, no entanto, com o objectivo de tornar os automóveis

mais leves, seguros e resistentes, o aço macio deu lugar aos denominados aços de alta

resistência.

Desde então, a utilização deste tipo de aços tem vindo a ser privilegiada devido

às seguintes razões:

Permitem reduzir a massa do veículo, por redução da espessura dos diferentes

elementos estruturais e dos painéis da carroçaria, sem que a resistência seja

comprometida;

Estes metais são menos dispendiosos do que matérias plásticas ou alumínio;

Numerosas partes da carroçaria podem ser feitas em aço de alta resistência

sem alteração dos moldes e ferramentas tradicionalmente usadas.

O alumínio, cujo símbolo químico é Al, é abundante na crosta terrestre sendo a sua

exploração relativamente fácil devido à sua abundância.

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Este é também cada vez mais utilizado nos automóveis, nomeadamente nas

carroçarias, devido ao facto de:

A sua densidade ser aproximadamente um terço da densidade do aço;

O óxido de alumínio formar uma camada fina, que se renova periodicamente- é

evitada a degradação do material;

As ligas deste metal serem facilmente recicláveis;

Ser de fácil maquinagem;

Ter grande capacidade para absorver energia, característica que o torna muito

indicado para zonas de deformação programada da carroçaria.

Porém, o alumínio apresenta também desvantagens:

Por ser macio, dúctil e maleável, facilmente surgem deformações devido a

esforços;

A resistência eléctrica é cinco vezes inferior à do aço, impossibilitando os

processos de soldadura por pontos de resistência;

O coeficiente de dilatação do material é duas vezes superior ao do aço, o que

pode provocar a deformação de peças durante a soldadura.

Analisando os dados, podemos constatar que não existe um material perfeito mas

sim um mais adequado para as diferentes situações e partes do veículo. Assim, quando

o objectivo de um determinado componente é ser de massa reduzida, este será

produzido em alumínio e não em aço.

Quando o objectivo é não só reduzir a massa mas também aumentar a rigidez de

uma parte do automóvel, como nos pilares por exemplo, utilizam-se aços de baixo

peso e ultra alta resistência à tracção.

São aços com elevados conteúdos de Magnésio e Boro, estampados a frio e

submetidos posteriormente a um tratamento térmico no qual se aplica um

revestimento de Alumínio e Silício para aumentar a sua resistência à corrosão. Desta

forma consegue-se um elemento estrutural leve, com rigidez e resistência à corrosão.

2.2 As escolhas das marcas

Actualmente, as principais marcas competem para oferecer ao consumidor a

união de materiais que se revela mais eficaz na conquista do objectivo desejado.

Nascem então diferentes estruturas de acordo com a marca e modelos em questão.

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2.2.1 Toyota

A Toyota, por exemplo, tem vindo a apostar na utilização de aços de elevada

resistência em conjunto com reforços estruturais para assim diminuir a espessura da

chapa e consequentemente, reduzir o peso da carroçaria.

A utilização de alumínio não está generalizada na marca, resumindo-se o seu uso

aos capô e tejadilhos de alguns modelos.

2.2.2 Audi

De igual modo, a Audi fez uma forte aposta no aço de elevada resistência e, no seu novo modelo A3 Cabriolet, já cerca de 54% da estrutura da carroçaria é constituída por componentes de aço de elevada resistência. No entanto, o alumínio desempenha também o seu papel na fabricação deste automóvel e algumas estruturas na parte dianteira e traseira do veículo são constituídas por este material.

2.2.3 BMW

Por outro lado, a BMW, na fabricação do modelo de série 3 Berlina, fez uma

escolha mais direccionada para a diminuição da massa do automóvel e construiu o

eixo dianteiro de tipo tirante com dupla articulação em alumínio.

Esta estrutura é 30% mais leve do que a construção tradicional em aço o que

permite reduzir a carga sobre o eixo dianteiro para assim distribuir mais

equilibradamente o peso entre os dois eixos.

2.2.4 Seat

O novo Seat Ibiza, combinando aços de diferentes características com

diferentes tipos de configuração e montagem conseguiu um aumento considerável na

segurança da carroçaria e uma significativa redução de peso.

O incremento da rigidez da estrutura e a redução do peso foi conseguido

utilizando chapas de muito alta e ultra alta resistência à tracção.

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Para isso foram aplicados quatro sistemas para a montagem das chapas da carroçaria:

Pontos de soldadura com e sem material autocolante estrutural;

Soldadura MIG – Brazing (nos pilares, cavas das rodas e tampas das

longarinas dianteiras);

Soldadura laser (nos flancos superiores e nas suas uniões com o tecto);

Material autocolante estrutural, semi estrutural e borracha de butilo

(nos flancos, chapas das portas, porta-bagagens e capô).

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3 Motor

3.1 Bloco

O bloco do motor ou é uma peça fundida em aço ou alumínio que aloja os

cilindros de um motor de combustão interna, bem como os suportes de apoio da

cambota.

No interior deste existem também cavidades tubulares através das quais circula

a água de arrefecimento, bem como o óleo de lubrificação cujo filtro também é

geralmente fixo à estrutura.

Fig.3 – Bloco do motor

3.1.1 Material

“Os blocos são, na sua maioria, de ferro fundido, material resistente, económico e fácil de trabalhar na produção em série.

A resistência do bloco pode ser aumentada se for utilizada no seu fabrico uma liga de ferro fundido com outros materiais.

Alguns blocos de motor são fabricados com ligas de metais leves, o que lhes

diminui o peso e aumenta a condutibilidade calorífica; são, contudo, de preços

elevados. Como são demasiado macios para resistir ao atrito dos êmbolos, os cilindros

desses blocos têm de ser revestidos de camisas de ferro fundido.”

3.2 Cabeça

Num motor de combustão interna, a cabeça do motor é a tampa de fecho da parte superior do bloco de cilindros e consiste numa plataforma perfeitamente fresa de modo a ajustar-se ao de bloco metal a fim de oferecer resistência às explosões.

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Além de facilitar a manutenção do motor, a cabeça do motor é a chave para o bom desempenho, por determinar o formato da câmara de combustão, a passagem dos gases de admissão e escape, o funcionamento das válvulas e seu comando.

Usualmente é fabricada a partir do mesmo material do restante do bloco, ferro fundido, ou em motores de alto desempenho, ligas de alumínio. Como o restante do bloco, contém tubagens separadas para passagem de lubrificante e água da refrigeração.

Fig.4 – Cabeça do motor

3.3 Cambota

A cambota é um elemento metálico constituinte de um motor automóvel, que

desempenha uma importante função. Este elemento recebe a energia cinética

proveniente da combustão ou explosão, através dos êmbolos e das bielas, e transmite

esta energia a caixa de velocidades e posteriormente as rodas do veículo automóvel.

Fig.5 – Cambota

Esta componente do motor automóvel é uma peça única forjada ou fundida,

normalmente de alumínio, que posteriormente é maquinada para obter os

acabamentos ideais e é constituída essencialmente por:

Moentes de apoio, que assentam em metais antifricção no bloco do motor;

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Moentes da biela, que são abraçados pelas cabeças das bielas e permitem a

ligação entre a cambota e os êmbolos;

Os contrapesos para assegurar o equilíbrio quando esta se encontra em

movimento.

3.3.1 Êmbolos

O êmbolo é um elemento metálico constituinte do motor de um automóvel, é

um elemento cilíndrico, normalmente feito em alumínio, devidos as suas grandes

capacidades dissipativas de calor, e resultante da sua fundição. Este elemento desloca-

se longitudinalmente no interior do cilindro, transformando a energia da explosão em

energia cinética que será transferida a biela e a cambota.

Fig.6 – Êmbolo, zona onde a biela é fixada

3.3.2 Biela

A biela é outro elemento do motor, responsável por ligar o êmbolo à cambota,

convertendo o movimento alternativo do êmbolo em movimento de rotação da

cambota. Este elemento está fixo ao êmbolo por uma cavilha e pelo pé da biela

enquanto a cabeça da biela abraça a cambota nos moentes da cambota através de

parafusos.

Fig.7 – Bielas, em cima a cabeça da biela que abraça a cambota e em baixo o pé da biela que se fixa ao êmbolo

[9]

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4 Processos de Fabrico

Para a obtenção de todos os componentes anteriormente referidos, vários

processos de fabrico e montagem estão associados de modo a obter a forma e

funcionalidade desejada. A fundição, mais usada para obter componentes do motor, a

conformação plástica e a soldadura como forma de obter o formato e união da

estrutura do veículo, e a maquinagem que permite o acabamento e precisão desejadas

em algumas componentes, são processos de fabrico essenciais a produção de todos os

componentes metálicos de um automóvel.

4.1 Conformação plástica

Conformação é o processo mecânico onde se obtêm peças através da

compressão de metais sólidos em moldes, utilizando a deformação plástica da

matéria-prima para o preenchimento das cavidades dos moldes.

O processo pode ser ou não executado com o aquecimento da matéria-prima,

para facilitar o processo ou para modificar das características mecânicas da peça final.

Com conformação a quente, pode-se conformar peças com menos gasto de

energia (mais produtividade) e não sendo necessário um tratamento térmico, a

estrutura recristaliza-se simultaneamente com deformação sofrida.

Na conformação a frio temos a vantagem de ter um melhor acabamento final na

peça, e o material da peça fica duro, ajudando a aumentar a resistência mecânica, mas

diminuindo a ductilidade.

4.2 Fundição

As componentes do motor são obtidas na sua maioria por fundição. Este

processo consiste na obtenção de uma peça com a forma desejada, ou com forma

aproximada, resultante do vazamento de uma liga metálica adequada em cavidades

que dão a peça a forma pretendida.

Esses processos são sempre divididos em 3 etapas principais:

Processo de fusão;

Processo de vazamento;

Controlo de qualidade;

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4.2.1 Processo de Fusão

A fusão é o processo pelo qual um material passa do estado físico para o estado

líquido, ocorrendo um aumento da energia interna do mesmo. É nesta etapa do

processo que o metal sólido é derretido e misturado, formando a liga desejada.

O fundidor deve adoptar diferentes técnicas para obter um metal de boa

qualidade, à temperatura conveniente para o vazamento e ao mais baixo preço, sendo

de todo o interesse o conhecimento das diferentes fontes de calor e das variáveis que

interferem no processo da fusão.

As fontes de calor mais utilizadas na fusão são as substâncias combustíveis e a

electricidade. Cada uma destas fontes tem características particulares e as técnicas de

fusão são, portanto, diferentes consoante o metal é fundido num forno aquecido

electricamente ou em contacto com os gases quentes provenientes da queima de

substâncias combustíveis.

O contacto do metal líquido com a atmosfera dentro do forno pode modificar

as características do mesmo, e por isso é comum a utilização processos de

desgasificação, ou o derretimento conjunto da liga com metais de pontos de fusão

mais baixos e densidade inferior, formando assim uma camada protectora entre a liga

que se derrete e os gases do forno.

O controlo da temperatura durante todo o processo é de extrema importância,

pois uma temperatura incorrecta trará resultados indesejados na peça fundida, como

fracturas, porosidades, ou falhas de enchimento, por exemplo. Um pirómetro pode ser

utilizado para verificar a temperatura no seio do metal em fusão.

4.2.2 Processo de Vazamento

O vazamento é o conjunto de operações metalúrgicas que visam a obtenção de

uma peça fundida pelo enchimento completo da cavidade, previamente moldada,

correspondente à forma da peça que se pretende obter.

O enchimento da cavidade pode fazer-se por queda livre do metal fundido, a

partir de um recipiente colocado a nível superior à moldação – vazamento por

gravidade – ou pela entrada do metal líquido, sob a acção de uma pressão superior à

da gravidade – vazamento por injecção.

Em muitos casos a mesma peça pode ser obtida por diferentes processos de

vazamento, mas deve escolher-se aquele que seja não só o mais económico, mas

também o mais susceptível de proporcionar maior número de peças perfeitas.

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Nos componentes automóveis, fabricados em série na ordem dos milhares, o

vazamento em comuns moldes de areia não satisfaz. Adoptam-se neste caso,

processos de vazamento mais rigorosos em que o metal fundido é vazado em moldes

metálicos, geralmente de ferro fundido, aço ou ligas de alumínio especiais.

As peças obtidas por vazamento em moldes metálicos apresentam

propriedades físicas e mecânicas elevadas, resultantes de uma estrutura mais

compacta pela forma e dimensão dos grãos cristalinos.

Após o arrefecimento da peça, o molde é aberto, a peça retirada e o

processo repetido.

Fig.8 – Processo de vazamento de uma liga metálica numa moldação

4.2.3 Controlo de Qualidade

O controlo de qualidade é o conjunto de medidas, de observações e de ensaios

a realizar ao longo do processo de fabrico com vista à obtenção de produtos que

satisfaçam aos requisitos impostos pelas normas de recepção.

Para o controlo de qualidade das peças fundidas existem vários métodos de

ensaio que podem classificar-se em dois grandes grupos: ensaios destrutivos e ensaios

não-destrutivos, consoante originam ou não a destruição da peça ou do material em

elaboração.

Os principais ensaios destrutivos são: ensaio da fractura, ensaio de

maquinabilidade, ensaio de tracção, ensaio de resiliência e ensaio metalográfico.

Os principais ensaios não destrutivos são: ensaio de densidade, ensaio de

estanqueidade, ensaio de fluorescência, ensaio de radiação, ensaio de ultra-sons.

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4.3 Maquinagem

A maquinagem é um processo de fabrico que permite a produção de peças com

formas complexas, com apertadas tolerâncias geométricas e dimensionais e também

com um bom acabamento superficial.

É também conhecida por corte com arranque de apara, que consiste no

arranque de aparas da superfície do material, pela penetração progressiva de uma

ferramenta de corte, a qual, para isso, é afiada em forma de cunha e está animada de

um movimento em relação à peça (o movimento relativo pode obter-se com a

ferramenta imóvel e a peça móvel, ou inversamente, ou ainda com ambas móveis). Na

maioria das vezes a maquinagem conduz a melhor acabamento e precisão dimensional

que os processos de fabrico sem arranque de apara.

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5 Processo de Montagem

5.1 Soldadura

A soldadura é um processo usado para montar e unificar as componentes da

carroçaria de modo a que esta obtenha a forma e a função desejada, ou seja, rigidez

e segurança, com a diminuição da massa do automóvel.

5.1.1 Soldadura MIG

A soldagem MIG é um processo em que é estabelecido um arco eléctrico, obtido

por meio de uma corrente contínua, entre a peça e um arame de alumínio ou liga de

alumínio, que combina as funções de eléctrodo e metal de adição, numa atmosfera de

gás inerte.

Utilizando-se as versões automática e semi-automática é possível soldar o

alumínio desde espessuras finas, cerca de 1,0 mm, até espessuras sem limite. Tal como

no processo TIG, o gás inerte protege a região do arco contra a contaminação

atmosférica durante a soldagem. São normalmente utilizados os gases Árgon, hélio ou

uma mistura de ambos.

Fig.9 – Esquematização do processo de soldadura MIG

5.1.2 Soldadura a laser

A soldadura a laser é um processo de união baseado na fusão localizada da

junta através do seu bombardeamento por um feixe de luz concentrada coerente e

monocromática de alta intensidade.

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Este feixe de alta intensidade é suficiente para fundir e vaporizar parte do

material da junta no ponto de entrada do feixe no material, causando um furo que

penetra profundamente no metal de base.

Fig.10 – Esquematização do processo de soldadura a laser

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6 Conclusões

Em finais do século XIX, surgem os primeiros motores de combustão interna, a

partir daí a sua constituição encontram-se em constante modificação e evolução até

que o automóvel se tornou num importante meio de transporte, acessível a qualquer

um.

Com toda a pesquisa efectuada no âmbito deste projecto, com todo o

tratamento da informação recolhida, o adquirir de conhecimentos tornou-se muito

relevante.

Os componentes metálicos de um automóvel, bem como os processos

associados ao fabrico dos mesmos, são agora conhecidos, sendo possível ter a noção

de tudo o que permite a constituição de um elemento muito usual e o trabalho

desenvolvido que levará a uma evolução, sempre focada no bem-estar da sociedade.

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Referências

[1] Cidade Marketing. 2009. Notícias.

http://www.cidademarketing.com.br/2009/sysfotos/imagensexibicao/noticias/setemb

ro2009/toyota.jpg (accessed October 14, 2010)

[2] Blogspot Ser.RP. 2010. Acção da Audi no Twitter.

http://4.bp.blogspot.com/_N6Hyx732d7E/S7Ex5ABMdUI/AAAAAAAADPY/WCPW58YlF

QI/s1600/Audi_logo.jpg (accessed October 14, 2010)

[3] BMW Portugal. 2007. BMW Série 3 Berlina.

http://www.bmw.pt/pt/pt/newvehicles/3series/sedan/2008/allfacts/engine/_shared/i

mg/aluminiumfrontaxle.jpg (accessed October 6, 2010)

[4] 3Dexport. 2010. Seat Ibiza

http://www.google.pt/imgres?imgurl=http://www.3dexport.com/models/1656/16540

/ibizacupra20101.jpg (accessed October 6, 2010)

[5] Todaoferta. 2009. Curso Solda Mig-

Maghttp://www.google.pt/imgres?imgurl=http://user.img.todaoferta.uol.com.br/7/E/

FE/ZSVTWE/1218233357132_bigPhoto_0.jpg (accessed October 6, 2010)

[6] Modenesi, Prof. Paulo J., and Prof. Paulo Villani Marques. Soldagem I - Introdução

aos processo de soldagem. 2000

[7] Hotfrog. Bloco Motor. 2009

http://www.google.pt/imgres?imgurl=http://www.retificamotorforte.com.br/imgCom

oRetificamosSeuMotorBielas/Cabecote_Imagem.jpg

[8] Retificamotorforte.

http://www.google.com/imgres?imgurl=http://www.retificamotorforte.com.br/imgCo

moRetificamosSeuMotorBielas/Cabecote_Imagem.jpg

[9] Olx. 2010

http://www.google.com/imgres?imgurl=http://images04.olx.pt/ui/1/41/35/9463635_

1.jpg

[10] Tratorgama. 2009

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http://www.google.com/imgres?imgurl=http://www.tratorgama.com.br/imagens/pro

dutos/pistão%2520do%2520motor.JPG

[11] Emule. 2009

http://www.google.com/imgres?imgurl=http://img1.mlstatic.com/jm/img%3Fs%3DML

B%26f%3D137411674_2072.jpg

[12] MasterPower.

http://www.google.com/imgres?imgurl=http://www.masterpower.com.br/novoSite/si

tePortugues/_images/fotos/fundicao.jpg

[13] http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabe%C3%A7a_do_motor

[14] http://pt.wikipedia.org/wiki/Bloco_do_motor

[15] Reader’s Digest, Selecções do. 1976. O Livro do Automóvel. Lisboa : Selecções do

Reader’s Digest

[16] Mesquita, Adolfo. Tecnologia da Fundição de Ligas de Alumínio. Instituto nacional

de investigação industrial – metalurgia.

[17] Almeida, M. Elisabete M. Guia sobre Protecção Anticorrosiva na Industria

Automóvel.

[18] http://pt.wikipedia.org/wiki/Conforma%C3%A7%C3%A3o

[19] http://www.scribd.com/doc/26721714/maquinagem

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Anexos

Literatura suplementar:

Audi em Portugal. 2009. Novos modelos-Audi A3 Cabriolet. http://www.audi.pt/pt/brand/pt/models/a3/a3_cabriolet/Caracteristicas/virtual_cockpit.html. (accessed October 6, 2010).

BMW Portugal. 2007. BMW série 3 Berlina. http://www.bmw.pt/pt/pt/newvehicles/3series/sedan/2008/allfacts/engine/aluminiumfrontaxle.html. (accessed October 6, 2010)

Reader’s Digest, Selecções do. 1976. O Livro do Automóvel. Lisboa : Selecções do Reader’s Digest