Mata do Engenho Uchoa - Deputada Luciana Santosdeputadaluciana.com.br/pdf/Mata do Engenho...
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CÂMARA DOS DEPUTADOS
Mata do Engenho Uchoa
Uma história de lutas
LUCIANA SANTOS Deputada Federal
Brasília 2013
Sumário
Página 1 | Folha de Rosto
Página 2 | Em branco
Página 3 | Sumário
Página 4 | Em branco
Página 5 | Apresentação
Página 6 | Em branco
Página 7 | Introdução
Página 8 | Foto
Página 9 | Aspectos Físicos e Biológicos
Página 10 | Fauna
Página 11 | Anfíbios e répteis
Página 12 | Aves
Página 13 | Legislação
Página 16 | Uma história de lutas
Página 20 | Escola Castello Branco
Página 21 | Troça Carnavalesca Arrebenta Sapucaia
Página 22 | Rousinete Falcão
Página 23 | Conselhos
Página 26 | Telefones úteis
Página 27 | Perfil deputada
Página 28 | Em branco
Introdução
A Mata do Engenho Uchôa é a única mata do
perímetro urbano e também a única área em Pernambuco que
possui os três biomas: Mangue, Restinga e Mata Atlântica.
Remanescente da Mata Atlântica é considerada um dos mais
ricos conjuntos de ecossistema da região, sendo fonte de
pesquisa e produção de conhecimento.
Localizada em uma área de 192 hectares está
categorizada, em nível municipal, como Área de Proteção
Ambiental (APA). Em nível estadual apresenta 20 hectares
protegidos como Refúgio de Vida Silvestre (RVS). Sua
preservação é de extrema importância para a manutenção do
equilíbrio ecológico da cidade do Recife porque, entre outros
fatos, possui um potencial que é sistematicamente utilizado
pelas comunidades do entorno.
Circundada por 11 bairros com uma população em
torno de 270 mil habitantes (19% da população do Recife), a
Mata do Engenho Uchôa foi reconhecida pela Organização das
Nações Unidas (ONU) como Reserva da Biosfera.
Um movimento organizado, composto por várias
entidades a exemplo da Federação Ibura Jordão (FIJ), da
Confederação Nacional das Associações de Moradores
(CONAM), da Central Única de Trabalhadores (CUT), da
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e
da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), além de
ONGs, movimentos ambientalistas, escolas e parlamentares
ajuda a defender e preservar a área. Um conselho gestor
estadual também está em funcionamento.
Aspectos Físicos e Biológicos
A Mata do Engenho Uchôa é um remanescente de
Mata Atlântica, localizada na Bacia do Rio Tejipióe é a única
área em Pernambuco que possui juntos ecossistemas associados
à Mata Atlântica, como mangue e restinga.
O rio Tejipió que tem boa parte de sua extensão
correndo em área urbanizada. Em função desse trajeto
apresenta-se com alto grau de poluição proporcionado pelo
despejo de dejetos das comunidades existentes no percurso. Em
sua trajetória forma a lagoa do Araçá, que tem influência
marinha e uma vegetação típica de manguezal. Em que pese o
seu grau de comprometimento, a bacia do rio Tejipió apresenta
2km de extensão e uma barragem – Jangadinha – com suas
águas utilizadas para abastecimento público de água do Recife.
A fisionomia identificada na área é a arbórea e
arbustiva, que predominam sobre o estrato herbáceo; presença
de sub-bosque, caracterizando estratos diferenciados e altura
média variam de 6 a 15m de altura. A cobertura arbórea
variando de aberta a fechada, com ocorrência eventual de
indivíduos emergentes; serrapilheira presente e diversidade
biológica significativa.
Embora presenciemos clareiras e desgastes do solo,
propiciados pela ação antrópica, pode-se evidenciar de maneira
clara a regeneração da área, associada, dentre outros, a plantas
exóticas ou frutíferas. Dentre as espécies exóticas encontram-se
mangueira, jaqueira, coqueiro, goiabeira, bananeira, azeitona,
dendê, bambu, bananeira, sombreiro e castanhola. Dentre as
nativas encontram-se sucupira,oiti, visgueiro, caboatã do rego,
lacre e embaúbas.
Possui outros atributos naturais que merecem ser
preservados: rios, lagoas, olhos d’água, formas de relevo tais
como colinas, tabuleiros, terraços, planícies aluviais e baixios de
maré, além de significativa presença de aves.
Fauna
Em função da ação antrópica, grande parte das espécies
encontra-se distribuídas nos diversos tipos de ambientes
abertos. Dentre os animais mais frequentes, encontram-se os
saguis, fortemente relacionados às azeitoneiras, fruto frequente
na região. Algumas espécies acham-se também restritas às áreas
de vegetação aquática e ribeirinha.
Anfíbios
As espécies mais encontradas são o sapo – cururu, que vive
também nas cidades e em ambientes com arbustos; a rã na beira
da mata e nas capoeiras e o caçote. Mais próximos das casas e
nos ambientes úmidos contendo vegetação arbustivae herbácea,
e ainda em poças d’água. Identificou-se ainda a presença da
perereca-de-banho, mais comum no interior das habitações, da
perereca e da jia pimenta.
Répteis
A lagartixa-preta, muito frequente, é encontrada em diversos
locais; a víbora ou briga noturna, sempre associada às
habitações, ocorre ainda em frestas e sob a casca de árvores,
troncos caídos e materiais de construção.
Encontram-se ainda Teiú ou Teju, espécies que vivem nas
matas, capoeiras e no capim baixo, contendo ou não pedras.
Os camaleões habitam as copas da vegetação arbustiva,
próximos à margem do rio e mata. A cobra-de-duas-cabeças
vive enterrada no solo mais úmido. A cobra-verde e a cobra-
corre-campo, são vistas ocasionalmente. Outras serpentes
observadas foram a jararaca, a salamandra e a caninana. Ainda,
a partir da observação da população local foram vistos jiboia,
jacaré e uma espécie de tartaruga.
Aves
Dentre as espécies observadas na área destacam-se o urubu-de-
cabeça-preta, o carcará, periquito-pacu ou tuim, geralmente em
pequenos bandos; rolinha cinzenta, anu-preto e anu-branco,
beija-flor-tesoura, beija-flor-de-banda-branca, ambos
frequentando flores; dorminhoco ou cavador, sanhaço,
sanhaçu-de-coqueiro e frei Vicente, bem-te-vi, siriri, andorinha,
em pequenos bandos, pitiguarí, sebito, reloginho, sabiás,
principalmente nas copas densas, e o bico-de-lacre.
Muitas dessas espécies são encontradas nos locais onde a
mata é mais conservada, como o três-potes ou saracura. A
juruviara é pouco comum frequentando especialmente as copas
das matas. A peitica tem ocorrência ocasional nas áreas
periurbanas. Voando sobre as lagoas foram identificadas garças
brancas e socozinho, semi-aquáticas, martim-pescador-grande,
lavandeira e a viuvinha ou noivinha, no capinzal e na margem
da lagoa. A jaçanã é espécie residente, pouco comum na
vegetação marginal. São comuns ainda a coruja-de-frio, o
bacurau, ambas aves de hábito noturno.
Outra espécie comum na área é a maia-é-dia ou cucurutada.
O pinicapausinho foi registrado em área de vegetação mais
densa, perto de uma lagoa. O joão-de-barro e o bicho-chato-
amarelo foram observados numa capoeira. O gavião-de-rapina
ou pega-pinto foram vistos sobrevoando a área durante a
observação e um casal de pássaros conhecidos como pai-pedro
foi visto numa capoeira densa. A guriatã ou vem-vem é comum
quase sempre aos pares, na copa da mata.
Legislação
1987- A Mata Uchôa é classificada como Reserva da Biosfera
Entenda: Criadas pela UNESCO, as Reservas da Biosfera são
o principal instrumento do Programa o Homem e o Meio
Ambiente (1972) e compõem uma rede mundial de áreas que
têm por finalidade a Pesquisa Cooperativa, a Conservação do
Patrimônio Natural e Cultural e a Promoção do
Desenvolvimento Sustentável
1987 - Lei Estadual nº 9.989/87 define quarenta Reservas
Ecológicas da Região Metropolitana do Recife – RMR e, entre
elas, 20 ha integrantes da Mata do Engenho Uchôa. Estas áreas
foram criadas para fins de proteção do sistema hidrográfico, do
relevo, do solo, da fauna e da flora existentes, com as seguintes
restrições:
I) Vedado o parcelamento para fins urbanos e a
ocupação com edificações;
II) Vedado o desmatamento e a remoção da cobertura
vegetal;
III) Vedada a movimentação de terras bem como a
exploração de pedra, areia, argila, cal ou qualquer espécie
mineral;
IV) Vedado o emprego de fogo em práticas agropastoris
ou em qualquer outra atividade que comprometa a integridade
das reservas bem como de suas áreas limítrofes.
1996 – Lei nº 16.176/96 , que trata do Uso e Ocupação do Solo
do Recife, enquadrou a área como Zona Especial de Proteção
Ambiental (ZEPA).
1996 - Decreto Municipal 17.548/96 regulamentou a Unidade
de Conservação Engenho Uchôa, enquadrando-a na categoria
de Área de Proteção Ambiental (APA) e definindo o uso e
ocupação do solo. Segue- se a criação do conselho da APA
Rousinete Falcão.
1996 - Lei Municipal 16.243/96 instituiu o Código de Meio
Ambiente e do Equilíbrio Ecológico da cidade do Recife.
2002 - Decreto nº 19.336/2002 declarou de utilidade pública
para fins de desapropriação, o imóvel denominado Engenho
Uchôa, com a finalidade de implantação de um parque
ecológico. Findo o prazo de 05 anos, sem que houvesse
pagamento pela desapropriação, a área retornou aos seus
antigos donos.
2006 – Lei nº 11.428/2006 - Dispõe sobre a utilização e
proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica,
2007 - Lei Municipal nº 17.337/2007 nomeou Rousinete
Taveira Falcão a APA do Engenho Uchôa.
2008 - Decreto Municipal nº 24.143, de 21 de novembro de
2008, declara de utilidade pública, para fins de desapropriação
pela concessionária Recife Energia/AS, empresa concessionária
de serviço público municipal, parte do imóvel urbano (5,5 ha),
situado à Rodovia BR 101, SUL, n° 4505, Bairro do Ibura,
necessário à execução das obras e instalação da Central de
Tratamento e Destinação de Resíduos Sólidos - CTDR,
vinculada ao Contrato de Concessão n° 23/2008.
2011 - Lei Estadual nº 14.324, em cumprimento ao que
estabelecia o Sistema Estadual de Unidades de Conservação –
SEUC procedeu à recategorização das Reservas Ecológicas da
RMR e, dentre elas, 20ha da Mata do Engenho Uchôa, que
passou à categoria de Refúgio de Vida Silvestre (RVS).
2012 - A Portaria CPRH Nº 049, publicada no Diário Oficial do
Estado no dia 26 de junho, instituiu o Conselho Gestor do
Refúgio de Vida Silvestre Mata do Engenho Uchôa, com a
finalidade de contribuir com a implantação e gestão da Unidade
de Conservação, envolvendo, de forma paritária, 22 instituições
de governo e representantes da sociedade civil.
2012 - O prefeito do Recife assinou decreto que prevê proteção
da área, proporcionando a reintegração da posse de 5,5 ha da
mata, anteriormente declarado de utilidade pública para fins de
desapropriação pela empresa Recife Energia.
Uma história de lutas
A história da defesa da Mata Uchôa começou com a
articulação do Grupo de Amigos da Mata do Engenho Uchôa,
que conseguiu, com o apoio das comunidades do entorno,
barrar a realização de mega projetos imobiliários no local. A
partir de uma denúncia do professor Vasconcelos Sobrinho que
e 7 de abril de 1979 revelou a destruição de uma das últimas
matas existentes no Grande Recife, provocada pela pressão
imobiliária, teve início uma das maiores lutas travadas na cidade
em prol do meio ambiente.
Logo depois surgiu a ASPAM, ONG ambientalista, e
foi instalada na Assembleia Legislativa de Pernambuco a
primeira CPI ecológica do Brasil. Com os embates o grupo foi
se ampliando e se transformou em Movimento em Defesa da
Mata do Engenho Uchôa incorporando várias entidades do
movimento social e sindical, além de universidades escolas e
lideranças das mais diversas áreas.
Em 1985 outro capítulo importante. Os moradores
do entorno, após mobilização, prepararam abaixo-assinado
solicitando uma equipe de fiscalização e o embargo da obra. O
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia –
CREA elaborou um laudo sobre a situação do desmatamento
da área com indicativo de soluções.
A proposta de redução da Reserva Ecológica da
Mata do Engenho Uchôa para construção de casas pela
iniciativa privada também não passou impune. Em 1993 o
centro da luta foi contra o teor do Projeto de Lei nº 781. A
mobilização resultou na reivindicação de desapropriação e
transformação da área em Parque Ecológico e foi instituído um
regime especial temporário de controle e ocupação do solo
Em 1995, com a movimentação de terra na mata do
Engenho Uchôa e aterros nas áreas de mangue, novamente a
organização das comunidades falou mais alto. Foi criada uma
Câmara Temática, com o objetivo de estudar a área e analisar o
Projeto Parque Ecológico apresentado pela ASPAN.
Um incêndio atingiu 10 hectares da Mata, mas em
resposta ao momento de tristeza a pressão da sociedade
garantiu a retirada do projeto de governo que pretendia alterar a
área da reserva.
No ano seguinte o Decreto Municipal nº 17.548/96
decretou uma área com 192 hectares como Área de Proteção
Ambiental da Cidade do Recife. Apesar disso ações de
degradação viraram rotina nos anos seguintes, apesar dos
protestos e ação vigilante da sociedade e do movimento de
defesa.
Em 2001, no cúmulo do descaso, os proprietários
permitiram que a Mata do Engenho Uchôa se transformasse
num princípio de lixão, deixando que caminhões despejassem
dentro da mata, coco, entulhos e dejetos, além de fazerem
retiradas de barro. Aqui a ação acertiva do Movimento em
Defesa da Mata do Engenho promoveu a rearticulação do
movimento com a realização de passeio ciclístico,
pronunciamentos diversos e participação de entidades e
autoridades locais.
Em 2002, por meio do Decreto Municipal nº 19.336,
o então prefeito João Paulo transformou a APA do Engenho
Uchôa em área de utilidade pública para fins de criação do
Parque Municipal; na mesma ocasião, assinou também, outro
decreto, regulamentando o Fundo Municipal de Meio Ambiente
para permitir a implementação dos projetos na área, inclusive o
de três desapropriações.
O movimento prosseguiu com atividades freqüentes.
Em 2003 uma audiência pública da Câmara de Vereadores,
realizada no bairro do Barro, extraiu encaminhamentos úteis
para a causa. No ano seguinte, as comemorações de 25 anos de
luta e persistência trouxeram a movimentação alegre dos
defensores em passeios, caminhadas, oficinas de reciclagem,
pintura, concurso de pipas e palestras temáticas.
No meio dos festejos a constatação de mais um
incêndio supostamente criminoso. O Corpo de Bombeiros foi
acionado de imediato, e a ocorrência foi encaminhada ao
Ministério Público, para proceder aos encaminhamentos civis e
criminais conforme a demanda.
Após providência do Ministério Público de retirada
de caminhões e escavadeiras do local onde acontecia a retirada
de barro, voltou a ocorrer queimadas nos dias 30 e 31 de
dezembro de 2004, supostamente em represália as denúncias do
Movimento e as providências tomadas pelo Ministério Público.
Um seminário em 2005 aprofundou as discussões
sobre o tema. O objetivo de apropriar os integrantes e demais
participantes dos conhecimentos básicos sobre as leis que
regem o Meio Ambiente e especificamente as da APA DO
ENGENHO UCHÔA, definindo caminhos efetivos para a
criação do Parque Ecológico, foi atingido. Na oportunidade
uma audiência para ajustamento de conduta dos responsáveis
pela Mata do Engenho Uchôa foi agendada.
Em 2008 nova fase crítica uma área de 5,5 ha,
integrantes da APA Rousinete Falcão foi declarada de utilidade
pública, para fins de desapropriação pela concessionária Recife
Energia/AS, com o propósito de construção de uma unidade
de beneficiamento de lixo. Um projeto de grande magnitude
que fazia parte do empreendimento a ser instalado no Cabo de
Santo Agostinho. Nesse momento, o Movimento em Defesa da
Mata demonstrou sua capacidade de resistência.
O Ministério Público foi acionado, cerca de 5000
assinaturas em apoio a causa foram coletadas; passeatas,
audiência pública e protestos foram realizados. Esta luta
contou com a participação de movimentos populares do Cabo
de Santo Agostinho que resultou na retirada de anuência do
prefeito daquele município. Uma grande vitória nessa longa
batalha.
Nova comemoração se deu em 2009, quando a
Câmara de Vereadores do Recife aprovou uma lei que altera o
Código de Meio Ambiente da cidade e proíbe a instalação de
empreendimentos de triagem, tratamento ou destinação final de
resíduos sólidos em Áreas de Preservação Ambiental (APAs).
Passo adiante, já em 2010, um Ato Público durante a
inauguração do Hospital Dom Helder, contra a instalação da
usina de geração de energia por meio da combustão de resíduos
sólidos garantiu a intervenção do governador Eduardo Campos
para que o tema fosse discutido em uma reunião na CPRH,
realizada no dia 6 de julho, com a presença de representantes
do Movimento Eco-Vida e de representantes do Movimento
em Defesa da Mata do Engenho Uchôa.
A Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, na Região
Metropolitana do Recife, vetou a instalação de uma usina de
geração de energia por meio de resíduos no município. A usina
seria a segunda etapa da destinação do lixo da cidade do Recife.
A primeira etapa compreendia a seleção dos resíduos numa área
da mata do Engenho Uchôa, no Barro, Zona Oeste do Recife.
Mais uma vitória dos movimentos atuando em conjunto.
Nos anos que se seguiram foi tempo de enfatizar os
protestos e exigir a instalação do Parque Natural Rousinete
Falcão; sem descuidar da fiscalização feita atentamente pelos
moradores da área.
Em 2012 nova tentativa de destruição da mata.
Tratores devastaram a vegetação rasteira com o objetivo de
construir um galpão. Segundo levantamento realizado pelos
próprios integrantes do movimento, não existia licença para tal
interferência tampouco para construções de galpões. O
processo/julgamento contra os infratores está em análise na
secretaria competente.
O balanço de 2012 é positivo. O prefeito João da
Costa reintegrou a posse de 5,5 ha da mata, anteriormente
declarado de utilidade pública para fins de desapropriação pela
empresa Recife Energia. O prefeito eleito, Geraldo Júlio,
incorporou a criação do Parque Natural da mata do Engenho
Uchôa no seu programa de governo.
Uma história de anos de luta, resistência e amor à
natureza que não se encerra aqui!
Escola Castello Branco
Nessa luta em defesa da Mata do Engenho Uchôa
também se incorporou a Escola Estadual Humberto Castello
Branco, localizada no bairro do Barro . Através de um Projeto
Multidisciplinar Movimento Ecológico alunos, professores e
funcionários garantem o intercâmbio entre cidadania e
educação.
Idealizado em 2001 pelo Professor Jorge Silva (à
época, titular da disciplina de Geografia) com a intenção de
integrar toda a Comunidade Escolar na discussão de questões
ambientais, tem levado ecos desta discussão às ruas para
envolver os habitantes do bairro, da escola e circunvizinhos na
automação de competência para preservar todos os elementos
constituintes do ecossistema.
O Projeto estendeu-se à discussão sócio-político-
pedagógica junto ao Movimento em Defesa da Mata do
Engenho Uchôa e por 10 anos repercute sua voz em defesa
dessa área. Atualmente, o Projeto apresenta-se como
instrumento de contribuição para a permanente reflexão
ecológica.
Troça Carnavalesca Mista – Arrebenta Sapucaia
Uma das muitas estratégias utilizadas pelo Movimento para divulgar as ideias da luta em defesa do Meio ambiente e em prol da Mata do Engenho Uchôa. A troça “Arrebenta Sapucaia” foi criada com o propósito que comunga com o Meio Ambiente, lutando para proteger o verde e pela implantação do Parque Ecológico valorizando a expressão mais genuína do povo pernambucano: os festejos de carnaval.
Hino da Troça Arrebenta Sapucaia
Hoje é carnaval Vamos cair na gandaia Com muito frevo, muito frevo no pé E muita alegria no coração A manhã ensolarada Incendiou nosso coração Hoje não queremos praia Hoje é carnaval e animação Hoje somos a felicidade A nossa alma vamos aquecer Com a batida das alfaias E com Vassourinhas o frevo vai ferver O araçá que vem da mata Como o frevo de Pernambuco O canto da jandaia Arrebenta coração! Arrebenta sapucaia! Arrebenta coração! Quando a sapucaia explode Sacode as sementes com animação Quando Vassourinhas explode Explode e sacode os foliões
Rousinete Falcão
A brava lutadora que dá nome à APA da Mata do
Engenho Uchôa foi incansável em defesa do Meio ambiente,
em particular da Mata do Engenho Uchôa. Uma das fundadoras
do Movimento, Rousi tem uma história de 28 anos de luta, pela
preservação da Mata, e, pela implementação do Parque
Ecológico Municipal.
Também foi fundadora da entidade ambiental AMA
(amigos da Mata Atlântica). Faleceu em 2007, mas seu espírito
corajoso e infatigável permanece vivo na memória e no
sentimento dos que continuam nessa jornada.
Outros personagens dessa luta merecem nosso aplauso. Luci Machado, José
Semente, Augusto Semente, Jacilda Nascimento, Patrícia Mª Silva e
Arlindo Lima guerreiros que estão combatendo o bom combate desde os
seus primórdios, sempre incansáveis; recebam essa homenagem em nome de
todos aqueles que dedicaram ao menos um pouco do seu dia, em algum
momento dessas três décadas, à uma das maiores riquezas do Recife: a
Mata do Engenho Uchôa.
Conselho de Administração da APA Engenho Uchoa
Composição
1 (um) representante da SEPLAM que o presidirá;
1(um) representante do COMAM;
1(um) representante dos proprietários de terrenos situados na área;
1 (um) representante das associações de moradores da APA e adjacências;
1(um) representante das Universidades, sediadas no Recife;
1 (um) representante do IBAMA;
1(um) representante da CPRH/SECTMA;
1(um) representante de organizações não governamentais que atuam na área ecológico-ambiental;
1(um) representante da Câmara de Vereadores;
1(um) representante do Fórum PREZEIS e;
1(um) representante da FIDEM.
Conselho RVS da Mata do Engenho Uchoa
Representantes do Estado a)Agência Estadual de Meio Ambiente – CPRH, b)Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco– SEMAS, c)Prefeitura Municipal do Recife – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, d)Prefeitura Municipal do Recife – Secretaria de Gestão e Planejamento, e)Prefeitura Municipal do Recife – Secretaria de Meio Ambiente, f)Assembleia Legislativa de Pernambuco – Comissão de Meio Ambiente, g)Agência Estadual de Planejamento e Pesquisa de Pernambuco - CONDEPE/FIDEM, h)Força Aérea Brasileira - II Comando Aéreo Regional - COMAR, i)Companhia Independente de Policiamento Ambiental da Policia Militar de Pernambuco– CIPOMA, j)Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco - IFPE, k)Universidade de Pernambuco - UPE, como titular e suplente;
l)Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, m)Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE,
Representantes da Sociedade Civil
a)Associação Pernambucana de Defesa da Natureza - ASPAN, b) Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional - FASE, c)Associação Ecológica de Cooperação Social – ECOS, d)Centro Escola Mangue, e)Movimento de Defesa da Mata do Engenho Uchoa, f)Federação das Entidades Comunitárias do Ibura Jordão – FIJ g)Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, h)União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas – UMES, i)Federação Cultural dos Bois e Similares do Estado de Pernambuco – FECBOIS, j)Orçamento Participativo de Meio Ambiente, k)Central Única dos Trabalhadores – CUT, l)Plano de Regularização das Zonas Especiais de Interesse Social – PREZEIS, m)Escola Presidente Humberto Castello Branco,
Telefones úteis
Departamento de Fiscalização da Sec. de Meio Ambiente da
PCR. – (81) 3355-5814/ 3311-5815.
Cipoma – 3181.1700
CPRH - 3183.5520
Brigada Ambiental - 3355.4602 / 3355-4603.
Ministério Público – 3182-7000 / 3182-7452 /3182 - 7465
Entre em contato com o Movimento:
Luci Machado - 8637.1747
José Semente - 8595.8666
Jacilda Nascimento - 9965.0916
Arlindo Lima - 8622.9518
Patrícia Maria - 9183.9762
Augusto Semente - 9258.7195