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CAPÍTULO 7 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA 7.1 INTRODUÇÃO Os procedimentos de auditoria são o conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter evidências ou provas suficientes e adequadas para fundamentar sua opinião sobre as demonstrações contábeis auditadas, e abrangem testes de observância e testes substantivos. Os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento e cumprimento. Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade, dividindo-se em: a) testes de transações e saldos; e b) procedimentos de revisão analítica. Têm por finalidade, portanto, colher suficientes e competentes evidências para fundamentar a formulação e manifestação de opinião profissional do auditor sobre o objeto auditado. 7.2 DIREÇÃO DOS TESTES

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CAPÍTULO 7

TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

7.1 INTRODUÇÃO

Os procedimentos de auditoria são o conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter evidências ou provas suficientes e adequadas para fundamentar sua opinião sobre as demonstrações contábeis auditadas, e abrangem testes de observância e testes substantivos.

Os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento e cumprimento.

Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade, dividindo-se em:

a) testes de transações e saldos; eb) procedimentos de revisão analítica.

Têm por finalidade, portanto, colher suficientes e competentes evidências para fundamentar a formulação e manifestação de opinião profissional do auditor sobre o objeto auditado.

7.2 DIREÇÃO DOS TESTES

O saldo de uma conta do balanço patrimonial ou da demonstração de resultado do exercício pode estar errado para mais (superavaliado) ou para menos (subavaliado). Devido a esse risco, toda as contas da contabilidade devem ser testadas para superavaliação e para subavaliação. A experiência tem demonstrado que é mais prático dirigir os testes principais de superavaliação para as contas devedoras (normalmente as contas do ativo e despesas) e os de subavaliação para as contas credoras. Devido ao fato das transações na contabilidade serem registradas pelo sistema de partidas dobradas, quando se testam as contas devedoras para superavaliação, as contas credoras também estão sendo testadas indiretamente nessa nossa edição.

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Por exemplo, se durante o exame das demonstrações contábeis de uma empresa para o ano findo em 31 de dezembro de 20X0, o auditor descobre que as despesas de pessoal estão superavaliadas, em função dos salários do mês de janeiro de 20X1 terem sido provisionados indevidamente em 20X0, é evidente que também a conta credora de salários a pagar, classificada no passivo circulante, também está superavaliada.

Da mesma forma, quando se testam as contas credoras para subavaliação, as contas devedoras estão sendo testadas secundariamente nessa mesma edição.

Por exemplo: por ocasião da auditoria da conta credora de fornecedores a pagar (testado para subavaliação), o auditor descobre que uma fatura de compra de matéria-prima não foi registrada na contabilidade, conseqüentemente, as contas de fornecedores a pagar matéria-prima (conta devedora classificada no grupo de estoques do ativo circulante) estão subavaliadas.

7.2.1 TESTE PARA SUPERAVALIAÇÃO

Na realização do teste para superavaliação, o auditor deve partir do valor registrado no razão geral para o documento-suporte da transação.

Exemplo:

Razão geral - Registro final - Registro intermediário - Registro inicial – Documento

Os procedimentos básicos de auditoria do teste para superavaliação são os seguintes:

conferir a soma da conta do razão geral; selecionar debito e conferir seu valor com o valor total do registro

geral; conferir a soma do registro final; selecionar parcela do registro final e conferir seu valor com o

valor total do registro intermediário; conferir a soma do registro intermediário; selecionar parcela no registro intermediário e conferir seu valor

com o valor total do registro inicial; conferir a soma do registro inicial; selecionar parcela no registro inicial e conferir seu valor com a

documentação comprobatória.

O objetivo desses procedimentos é detectar superavaliação de débitos.

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Essa superavaliação poderia ser feita verificando-se o seguinte: falta de documento ou documento inválido; soma a maior dos registros ou razão geral; transporte a maior do valor do documento para o registro inicial e

do valor de um registro para outro ou para o razão geral.

7.2.2 TESTE PARA SUBAVALIAÇÃO

No teste para subavaliação, o auditor parte do documento para o razão geral, agindo de forma contraria ao do teste de superavaliação.

Exemplo:

Documento - Registro inicial - Registro intermediário - Registro final - Razão geral

Os procedimentos básicos de auditoria do teste para subavaliação são os seguintes:

selecionar e inspecionar o documento suporte; verificar a inclusão do valor do documento no registro inicial; conferir a soma do registro inicial; verificar a inclusão do valor total do registro inicial no registro

intermediário; conferir a soma do registro intermediário; verificar a inclusão do valor total do registro final no razão geral; conferir a soma do razão geral.

O objetivo dos procedimentos relatados é identificar subavaliação de créditos. Os créditos poderiam ser subavaliados das seguintes formas:

não – inclusão do documento no registro inicial; soma a menor dos registros ou do razão geral; transporte a menor do valor do documento para o registro inicial e do

valor de um registro para outro ou para o razão geral.

7.3 EVIDÊNCIA DE AUDITORIA

O auditor deverá obter evidências de auditoria, que sejam suficientes, pertinentes e fidedignas, para fundamentar suas opiniões, comentários, recomendações e conclusões. Tais evidências, devem fazer parte integrante de seus papéis de trabalho.

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As evidências são obtidas durante a etapa de execução dos procedimentos de auditoria, os quais incluem dois tipos de atividade:

confirmar nossos conhecimentos a respeito dos sistemas operacionais, administrativos e financeiros e seus procedimentos de controle

executar os testes exigidos para obtenção de evidência necessária para opinar sobre as operações, relatórios, demonstrativos, orçamentos e outros.

7.3.1 SUFICIÊNCIA

É a medida de relevância e satisfatoriedade da evidência obtida. A importância relativa e o risco determinam o juízo do auditor, quanto à suficiência da evidência a ser obtida.

7.3.2 PERTINÊNCIA

É o grau de concorrência e razoabilidade da evidência, que depende, basicamente, do juízo do auditor.

7.3.3 FIDEDIGNIDADE

Refere-se à autenticidade, validade e exatidão da evidência.Uma evidência será mais ou menos fidedigna, dependendo da sua

fonte de obtenção e de natureza, ou seja: a evidência documental é preferível à evidência testemunhal; a evidência obtida através da observação e inspeção do

próprio auditor, é preferível a obtida indiretamente por terceiros.

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7.4 CLASSES DE EVIDÊNCIASAs evidências de auditoria, segundo a fonte de obtenção, se

classificam em:7.4.1 EVIDÊNCIA FÍSICA

São obtidas pela comprovação da: existência real de ativos e passivos financeiros, recursos

humanos, instalações, imóveis, equipamentos, veículos, móveis, utensílios etc.

realização de obras, serviços etc.7.4.2 EVIDÊNCIA DOCUMENTAL

Consiste em registros, contratos, relatórios, faturas, recibos, etc.São três as categorias mais importantes de evidência documental, que

proporcionam ao auditor distintos graus de confiabilidade: a produzida e mantida por terceiros; a produzida por terceiros e em poder da entidade; a produzida e mantida pela entidade.

7.4.3 EVIDÊNCIA ANALITICAConsiste em análises, revisões de cálculos, que devem ser registrados

nos papéis de trabalho do auditor ou na própria cópia do documento examinado, desde que a mesma seja incorporada ao dossiê da auditoria.

7.4.4 EVIDÊNCIA TESTEMUNHAL

Consiste em informações obtidas de pessoas que tenham conhecimento dentro e fora da organização auditada, em forma de declaração recebida em respostas a perguntas formuladas por escrito, mediante entrevista direta.

7.4.5 EVIDÊNCIA POR CONFIRMAÇÃO DE TERCEIROS (CIRCULARIZAÇÃO)

Consiste na corroboração por escrito de terceiros, em relação a determinadas informações de interesse, sendo aplicável, principalmente, aos fornecedores, prestadores de serviços, bancos, clientes, etc.

A evidência corroborativa obtidas de fontes independentes externas à empresa proporciona maior segurança, para fins de uma auditoria independente do que aquela obtida exclusivamente dentro da empresa.

O terceiro pode ser solicitado a: fornecer informações abrangentes (forma indefinida ou positiva

em branco); confirmar a informação constante na solicitação ou esclarecer a

razão da incorreção (forma positiva ou positiva em preto);

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responder apenas se a informação constante na solicitação for incorreta (forma negativa).

7.4.5.1 CIRCULARIZAÇÃO DO TIPO POSITIVA

É utilizado quando há necessidade de resposta da pessoa de quem quer se obter uma confirmação formal.

Este pedido pode ser usado de duas formas:

- BRANCO: quando não se colocam valores nos pedidos de confirmação; e- PRETO: quando utilizados saldos ou valores a serem confirmados na data base indicada.

7.4.5.2 CIRCULARIZAÇÃO DO TIPO NEGATIVA

O pedido de circularização negativo é utilizado quando a resposta for necessária, em caso de discordância da pessoa de quem quer se obter a confirmação, ou seja, na falta de confirmação, o auditor entende que a pessoa concorda com os valores colocados no pedido de confirmação. Este tipo de pedido é geralmente usado como complemento do pedido de confirmação positivo, e deve ser expedido como carta registrada para assegurar que a pessoa de quem se quer obter confirmação, efetivamente, recebeu tal pedido.

O processo de circularização a ser utilizado nas três formas é o seguinte:

AUDITADO

AUDITOR CIRCULARIZADO

7.5 CLASSIFICAÇÃO DOS TESTES DE AUDITORIA

De acordo com a forma de aplicação dos testes ou procedimentos, estes podem se classificar em duas grandes categorias:

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7.5.1 TESTES DE CUMPRIMENTO DE NORMAS INTERNAS (ADERÊNCIA OU OBSERVÂNCIA)

São os que se realizam para obter “evidência de controle”, ou seja, evidência de que os procedimentos de controle interno estão sendo aplicados na forma prevista.

Podem ser:

Retrospectivo – Quando o auditor investiga a aderência no passado ao procedimento descrito pela função de controle, mediante a evidência de sua execução. Exemplo: Confirmação de assinaturas.

Flagrante – Quando o auditor confirma a aderência, no ato do procedimento, testemunhando sua execução.

7.5.2 TESTES DE COMPROVAÇÃO DE SALDOS OU TRANSAÇÕES (SUBSTANTIVOS)

São os realizados para obter-se evidência relacionada com a inteireza, exatidão e validade da informação contida nos relatórios financeiros.

São subdivididos em: Testes dos detalhes de transações e saldos; e Procedimentos de revisão analítica.

7.6 TÉCNICAS DE AUDITORIAS

7.6.1 CIRCULARIZAÇÕES/CONFIRMAÇÕES FORMAIS – é a técnica utilizada na obtenção de declaração formal e independente, de pessoas não ligadas à entidade, seja por interesses comerciais, afetivos, etc..., de fatos ligados às operações do mesmo. (Ver evidência por confirmação de terceiros item 7.4.5).

7.6.2 EXAME DA DOCUMENTAÇÃO ORIGINAL – Trata-se de procedimento voltado para a comprovação das transações, que por exigências legais, comerciais ou de controle são evidenciadas por documentos comprobatórios destas transações.

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O exame realizado pelo auditor sobre tais documentos deve atender às seguintes condições:

autenticidade: constatar se a documentação é fidedigna e merece crédito;

normalidade: constatar que a transação refere-se à operação normal e está de acordo com os objetivos da empresa;

aprovação: verificação de que a operação e os documentos foram aprovados por pessoa autorizada;

registro: comprovar que o registro das operações foi adequado, a documentação é hábil e houve correspondência contábil, fiscal, etc...

7.6.3 CONFERÊNCIA DE SOMAS E CALCULOS – este procedimento é, por si e ao mesmo tempo, o mais simples e o mais completo.

Esta técnica é amplamente utilizada, em virtude da quase totalidade das operações das entidades envolver valores, números,etc...

Muito embora os valores auditados possam ter sido conferidos pela entidade, é de grande importância que sejam reconferidos.

7.6.4 EXAMES DOS LANÇAMENTOS CONTÁBEIS – é o procedimento usado pela auditoria para constatação da veracidade das informações contábeis, fiscais, etc..., além de possibilitar levantamentos específicos nas análises, composição de saldos, conciliações, etc...

7.6.5 ENTREVISTAS – consiste na formulação de perguntas e obtenção de respostas adequadas e satisfatórias.

Este procedimento deve ser bem aplicado, evitando-se questionamentos desnecessários, não objeto de auditoria. Recomenda-se que sua aplicação seja efetuada por auditor que tenha razoável conhecimento da entidade e da área sob exame. As respostas podem ser obtidas através de declarações formais ou informais.

Ressalta-se que toda informação obtida deve, dentro do possível, ser examinada, constatando-se sua efetiva comprovação e veracidade.

7.6.6 EXAMES DE LIVROS E REGISTROS AUXILIARES – tais registros constituem o suporte de autenticidade dos registros principais examinados. O uso desta técnica deve sempre ser conjugado com o de outras que possam comprovar a fidedignidade do registro principal.

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Porém, há sempre perigo de que esses registros também possam não ser autênticos, que eles tenham sido apressadamente preparados com a única finalidade de apoiar dados incorretos.

7.6.7 CORRELAÇÃO ENTRE AS INFORMAÇÕES OBTIDAS – durante a execução do trabalho, o auditor executará serviços, cujas informações estarão relacionadas com outras áreas de controle do auditado. À medida que for sendo observado este inter-relacionamento, o auditor estará efetuando o procedimento da correlação.

7.6.8 OBSERVAÇÃO DAS ATIVIDADES – é a técnica de auditoria mais intrínseca, pois envolve o poder de constatação visual do auditor. Esta técnica pode revelar erros, problemas ou deficiências através de exames visuais, e é uma técnica dependente da argúcia, conhecimentos, e experiências do auditor, que colocada em prática possibilitará que sejam identificados quaisquer problemas no item em exame.

A observação é, talvez, a mais generalizada de todas as técnicas de auditoria. Ela não se aplica à verificação específica de problemas, da forma que o fazem a circularização ou a conferência de cálculos, sendo, ao contrário, de alguma utilidade em quase todas as fases do exame, e não devendo jamais ser omitida/negligenciada.

7.7 APLICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

A aplicação dos procedimentos de auditoria deve ser realizada, em razão da complexidade e volume das operações, por meio de provas seletivas, testes e amostragens, cabendo ao auditor, com base na análise de riscos de auditoria e outros elementos de que dispuser, determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção dos elementos de convicção que sejam válidos para o todo.

Na aplicação dos testes de observância e substantivos, o auditor deve considerar os seguintes procedimentos técnicos básicos:

inspeção – exame de registros, documentos e de ativos tangíveis;

observação – acompanhamento de processo ou procedimento, quando de sua execução;

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investigação e confirmação – obtenção de informações junto a pessoas ou entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade;

cálculo – conferência da exatidão aritmética de documentos comprobatórios, registros e demonstrações contábeis e outras circunstâncias; e

revisão analítica – verificação do comportamento de valores significativos, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identificação de situação ou tendências atípicas.

Na aplicação dos testes de observância, o auditor deve verificar a existência, efetividade e continuidade dos controles internos.

Na aplicação dos testes substantivos, o auditor deve objetivar as seguintes conclusões:

existência – se o componente patrimonial existe em certa data; direitos e obrigações – se efetivamente existentes em certa

data; ocorrência – se a transação de fato ocorreu; abrangência – se todas as transações estão registradas; e mensuração, apresentação e divulgação – se os itens estão

avaliados, divulgados, classificados e descritos de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade.

Quando o valor envolvido for expressivo em relação à posição patrimonial e financeira e ao resultado das operações, deve o auditor:

a) confirmar os valores das contas a receber e a pagar, através de comunicação direta com os terceiros envolvidos;

b) acompanhar o inventário físico, realizado pela entidade, executando os testes de contagem física e procedimento complementares aplicáveis.

7.8 INDÍCIOS DE ERROS E IRREGULARIDADES:

As circunstâncias que poderão induzir o auditor a suspeitar da existência de erro ou irregularidade material incluem, entre outras, as seguintes situações:

1. transações não suportadas por documentação apropriada;

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2. diferenças reveladas por confirmações recebidas de terceiros;3. discrepâncias nos registros contábeis;4. número de respostas aos pedidos de confirmação direta bem

inferior ao esperado e outros.

7.9 EXTENSÃO DOS TESTES SUBSTANTIVOS

É definido pelo objetivo do exame, relevância, materialidade e perfil de controle definido à época do planejamento do trabalho.

7.10 TIPOS DE TESTES SUBSTANTIVOS

Circularização Observação de ativos Testes de conciliações Análise de contas Testes do fluxo de transações Testes de corte/cutoff (testes nas operações para definição de

competência: período ou exercício) Testes matemáticos Comprovação de registros contábeis e inspeção de documentos.

7.11 ORIENTAÇÃO QUANTO À UTILIZAÇÃO DAS TÉCNICAS

Após ter avaliado os sistemas de controle interno, o que permitirá ao auditor traçar a extensão do seu trabalho, definem-se os procedimentos ou técnicas de auditoria a serem aplicadas.

Durante a execução do trabalho, o auditor deverá estar atento sobre a melhor forma de obtenção das provas necessárias ao seu trabalho, captando informações consideradas válidas e satisfatórias e avaliando, de imediato, todas as provas e informações obtidas no decorrer dos exames.

Como conseqüência da utilização das técnicas de auditoria, poderão surgir provas ou evidências de erros que conduzirão o auditor a detectar fraudes culposas ou falhas nos procedimentos de controle interno. Não existe uma técnica de auditoria voltada para detecção de fraudes e erros culposos. Estes são descobertos como conseqüência dos testes e extensão dos exames de auditoria aplicados corretamente.

A prática dessas técnicas, conjugada com os objetivos traçados, permitirá ao auditor executar o programa de auditoria de acordo com os tais

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objetivos e com a segurança fornecida pelos sistemas de controles internos avaliados.

CAPÍTULO 10

PROCEDIMENTOS PARA

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AUDITORIA DOS ITENS PATRIMONIAS

10.1 INTRODUÇÃO

Os procedimentos de auditoria aplicado no exame dos itens patrimoniais são aqueles que, a juízo do auditor, permitam uma conclusão quando a razoabilidade das operações e aos seus reflexos nas demonstrações financeiras. Os procedimentos aplicados em uma auditoria e a extensão de sua aplicação são determinados pelo julgamento do auditor, que deve considerar a natureza e os problemas da empresa, além de observar a qualidade e eficiência de seus procedimentos contábeis e controles internos.

A seleção e a extensão dos procedimentos de auditoria exigem o exercício do julgamento pessoal e profissional do auditor, que irá considerar todos os fatos relevantes quando tomar as decisões, ressaltando que os procedimentos e a extensão aplicados em um trabalho devem incluir todos os dados necessários à formação de sua opinião sobre a adequação das demonstrações financeiras, e que sejam restritos à obtenção de tal objetivo com a maior eficiência possível.

10.2 AUDITORIA DO DISPONIVEL

Os ativos são classificados por ordem decrescente de grau de liquidez. A parcela do Ativo, sob o titulo de “Disponível”, representa a disponibilidade imediata, em recursos financeiros de uma empresa. Portanto, os valores em caixa, em trânsito e em bancos representam dinheiro em mãos ou à disposição da empresa, e exigem total atenção de qualquer exame de auditoria. Normalmente, os trabalhos de auditoria se iniciam por esse setor.

10.2.1 OBJETIVOS DE AUDITORIA DO DISPONÍVEL

Estabelecer segurança dos controles internos mantidos sobre o disponível;

Provar que os saldos apresentados no balanço são reais, que existem fisicamente e estão livres de qualquer ônus ou de outra forma bloqueados;

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Determinar se foram adotados os princípios fundamentais de contabilidade;

Concluir sobre sua correta apresentação no balanço.

10.2.2 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

efetuar a contagem física dos fundos de caixas existentes. As contagens devem ser feitas de surpresa, na presença do responsável e de forma simultânea, se houver mais de um.

confirmar junto as instituições financeiras os saldos existentes e as pessoas autorizadas;

efetuar a reconciliação bancária; efetuar o cut-off dos cheques; examinar as contas razão de caixa e bancos, observando sua

classificação.

10.3 AUDITORIA DE CONTAS A RECEBER

As contas a receber representam direitos adquiridos por vendas a prazo de bens e serviços, relacionados com o objetivo social da empresa. Incluindo-se ainda os direitos de impostos a recuperar, depósitos compulsórios, sinistros a receber, entre outros.

10.3.1 OBJETIVOS DE AUDITORIA DE CONTAS A RECEBER

A despeito do grande número de contas agrupadas neste titulo, os objetivos de auditoria são basicamente os mesmos para todas elas, e podem ser sumarizados como segue:

estabelecer segurança sobre os controles internos mantidos sobre as contas a receber;

provar que os valores apresentados no balanço são válidos e reais;

determinar que os recebíveis estão apresentados no balanço pelo seu valor liquido realizável, e que foi constituída adequada provisão para prováveis perdas;

concluir sobre sua correta apresentação no balanço, no que diz respeito a curto e longo prazos, e os saldos credores que deverão ser classificados para o passivo;

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identificar se algum recebível foi dado em garantia de alguma operação, se foi descontado ou, de qualquer outra forma, comprometido.

10.3.2 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

efetuar testes de contagem física das duplicatas a receber e confronta-las com o razão;

confirmar as duplicatas a receber junto a clientes, emitindo carta de circularização;

examinar a conta razão das contas a receber; verificar a existência de duplicatas incobráveis ou em atrazo; fazer o relacionamento entre as duplicatas a receber com

vendas; examinar a correta classificação das contas, bem como a

observância aos princípios de contabilidade.

10.4 AUDITORIA DE ESTOQUES

Neste grupo, são registradas as mercadorias, matérias-primas, produtos em fabricação e produtos para revenda. Pela sua natureza, os estoques são alvos das mais variadas formas de irregularidades, desvios e deterioração.

Os estoques são classificados no ativo circulante, entretanto, se existirem bens com prazo de realização superior a um ano, estes deverão ser registrados no Realizável a Longo Prazo, e requerem do auditor conhecimento prévio sobre a sua composição, características, como são comprados, preço, quantidade, custo, custodia, embalagens, preservação, consumo seguro, transporte, critérios de avaliação, entre outros.

10.4.1 OBJETIVOS DE AUDITORIA DOS ESTOQUES

Os objetivos de auditoria para o grupo estoques são relativamente mais complexos, e se resumem em determinar se:

os valores apresentados no balanço estão representados por quantidades físicas de produtos, estocadas em armazéns da companhia, de terceiros e em trânsito;

os itens foram avaliados de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e aplicados consistentemente,

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durante o período e com relação ao exercício anterior, além de avaliados a preço de custo ou mercado, dos dois o menor;

as listagens de inventários foram corretamente compiladas, somadas e sumarizadas, estando o total adequadamente refletida no balanço;

os critérios adotados para determinação de preço de custo de produtos em processo são adequados;

os estoques são apresentados pelos seus valores líquidos realizáveis, ou seja, foram constituídas as reservas necessárias para estoques obsoletos e de movimentação morosa;

os estoques de propriedade da companhia, que estão em consignação com terceiros, são segregados, bem como aqueles que estejam penhorados ou dados em garantia de alguma operação financeira.

10.4.2 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

efetuar a revisão dos controles internos; efetuar testes por amostragem e acompanhar a contagem física

dos itens dos estoques (inventario físico); confirmar, por meio de circularização, estoque em poder de

terceiros e em consignação, em poder da entidade auditada; examinar a escrituração das contas; verificar a existência de materiais obsoletos ou morosos; examinar os critérios de avaliação dos estoques; efetuar o “corte” das operações.

10.5 AUDITORIA DOS INVESTIMENTOS

Neste grupo, são classificados os recursos aplicados de forma permanente, na aquisição de bens e direitos, destinados a gerar renda de valorização.

10.5.1 OBJETIVOS DE AUDITORIA DE INVESTIMENTOS:

estabelecer a segurança sobre os controles internos mantidos sobre os investimentos; provar que os valores apresentados no balanço são reais, existem fisicamente e estão livres de qualquer ônus e se estão em nome da companhia;

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determinar se foram adotados os princípios fundamentais de contabilidade na sua avaliação e se foram consistentemente, nos períodos apresentados;

verificar se todas as rendas aplicáveis foram contabilizadas no período correto;

determinar se os investimentos e as respectivas rendas estão classificados, apresentados e descritos corretamente nas demonstrações financeiras.

10.5.2 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA:

verificação de compra e venda de investimentos; verificação do resultado na alienação de investimentos; verificação do valor de mercado dos investimentos, na data do

balanço.

10.6 AUDITORIA DO ATIVO IMOBILIZADO

Os bens do imobilizado representam, normalmente, uma parcela significativa dos ativos de uma empresa, principalmente, no caso da industria. Esses bens têm um tempo de vida útil prolongada, não são destinados à venda e são utilizados na manutenção das atividades da empresa.

10.6.1 OS PRINCIPAIS OBJETIVOS DE AUDITORIA NA VERIFICAÇÃO DO ATIVO IMOBILIZADO SÃO:

constatar a existência física e a propriedade dos bens relacionados;

determinar se os métodos de avaliação empregados são adequados;

julgar a adequação do programa de depreciação, em relação a vida útil do bem;

determinar se os cálculos da depreciação do período estão adequados;

determinar se os métodos e taxas de depreciação são razoáveis e consistentes como período anterior;

avaliar o sistema de controle interno em uso;

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determinar se as adições do período estão classificadas corretamente como tal, e não como despesas, ou vice-versa;

determinar se as baixas do período foram adequadamente contabilizadas e aprovadas por pessoal competente para tal.

10.6.2 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA:

verificação da existência de documentação de comprovação de propriedade do bem;

inspeção física em base de testes das adições do ano, comprovando-as com documentação hábil;

verificação das baixas atentando para aprovação, cálculo e registro do custo, depreciação, correção monetária e resultado.

inspeção e cálculo da movimentação das contas de depreciação, amortização e exaustão, bem como os métodos utilizados;

exame das apólices de seguros, concluindo se a cobertura do ativo imobilizado permitiria, no caso de sinistro, a reposição dos bens;

outros.

10.7 AUDITORIA DO PASSIVO EXIGÍVEL

O passivo de uma empresa consiste em obrigações que deverão ser pagas em dinheiro, bens e serviços, a curto ou a longo prazo.

Essas obrigações são geralmente provenientes da aquisição de ativos, de empréstimos obtidos, da venda de bens ou serviços para entrega futura, ou simplesmente decorrentes de despesas incorridas, e não pagas pela empresa, devendo ser classificadas no passivo circulante ou no exigível a longo prazo, conforme os respectivos prazos de vencimento.

10.7.1 O PRICIPAL OBJETIVO DA AUDITORIA DO PASSIVO EXIGÍVEL É VERIFICAR SE:

todas as exigibilidades estão corretamente descritas e classificadas no balanço;

todas as exigibilidades representam passivos incorridos até a data do encerramento do exercício;

todo o passivo contingente está devidamente apresentado nas demonstrações financeiras;

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todos os ativos dados em garantia ou de outra forma caucionados estão devidamente representados nas demonstrações financeiras;

cláusulas restritivas ou outros dados importantes, constantes de contratos de empréstimos ou financiamentos, estão apresentados nas demonstrações financeiras ou notas explicativas;

todos os passivos contraídos após a data do encerramento do exercício estão fora do balanço sob exame.

10.7.2 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA:

efetuar contagem física das contas a pagar; confirmar as duplicatas junto a fornecedores, por meio de carta

de circularização; examinar a conta razão de valores a pagar; verificar a existência de passivos não registrados; fazer o relacionamento entre estoques e fornecedores; examinar a correta classificação das contas bem como a

observância aos princípios fundamentais de contabilidade. outros.

10.8 AUDITORIA DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Neste grupo, são classificadas as contas que compõem o capital próprio da empresa, representando as obrigações dessa para com seus sócios, acionistas e titulares.10.8.1 OS PRINCIPAIS OBJETIVOS DE AUDITORIA DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO SÃO OS SEGUINTES:

concluir se os controles internos são satisfatórios; verificar se o número de ações em circulação foi integralizado e

registrado pelo valor correto; determinar se os dividendos foram pagos de acordo com os

estatutos e com a aprovação da assembléia dos acionistas; verificar se as apropriações das reservas e dos lucros foram

efetuadas ou liberadas com a devida autorização; verificar se a classificação e a apresentação no balanço estão

corretas.

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10.8.2 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA:

exame dos controles sobre emissão de ações e certificados; exame da concretização de aumento dos capitais; exame das ações subscritas e não integralizadas; exame da série numérica de ações e certificados; exame dos lançamentos na conta capital: se estão de acordo com

os estatutos, quantidade de ações comuns e preferenciais, valor nominal etc;

determinação de que qualquer alteração do capital durante o ano foi devidamente autorizada pelas assembléias de acionistas;

determinação de que os direitos e privilégios de cada classe de acionistas foram observados pela empresa;

examinar o razão das contas que compõem o patrimônio líquido (lucros suspensos, reservas de capital, de lucros, de reavaliação; dividendos, outros);

examinar a correta classificação das contas, bem como a observância aos princípios fundamentais de contabilidade.

10.9 AUDITORIA DAS CONTAS DE RESULTADO

As contas de resultado são representadas pelo registro das receitas e despesas, que correspondem aos acréscimos e decréscimos ocorridos nos itens patrimoniais, reconhecidos e medidos em conformidade com os princípios fundamentais de contabilidade, com destaque para o regime de competência, resultantes dos diversos tipos de atividades, e que possam alterar o patrimônio líquido.

10.9.1 SÃO OS SEGUINTES OS OBJETIVOS DE AUDITORIA:

determinar se as receitas, custos e despesas demonstrados são aplicáveis ao período contábil sob exame;

determinar se os custos e despesas estão relacionados as receitas;

determinar se tem sido dado às receitas, custos e despesas o devido reconhecimento;

verificar se tem sido dado tratamento apropriado a qualquer redução ou adição de imposto, como resultado de transações não refletidas na demonstração de resultado;

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determinar se os ajustes significativos aplicáveis a outros períodos e a todas as transações relevantes, de natureza estranha ou não racional, foram tratados convenientemente, no resultado do exercício em exame;

verificar se as receitas, os custos e as despesas são classificados e discriminados de maneira adequada na demonstração de resultados;

verificar se aqueles controles internos já avaliados para contas de balanço conservam a mesma segurança para contas de resultados correlatas;

verificar se a demonstração de resultado apresenta claramente o resultado das operações, e se foi preparada segundo os princípios fundamentais de contabilidade, e aplicados uniformemente em relação ao exercício anterior.

10.9.2 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA:

Um programa genérico poderia se resumir em: Auditar, onde for possível, as contas de resultados, quando do

exame específico das contas de balanço. Preparar uma análise comparativa de cada mês, dos dois últimos

anos, (revisão analítica) e determinar a sua normalidade, em vista do volume de negócios.

Investigar a legitimidade e exatidão dos valores, dentro de um período selecionado, ou selecionar contas em períodos alternados.

OBS.: Devemos ter em mente que, sendo a auditoria de contas de resultado e de balanço realizada conjuntamente na maioria dos casos, sobra realmente pouca coisa, em volume e valor, para ser auditada.

Nesta fase, o auditor já poderá ter idéia formada sobre os resultados da auditoria dos controles internos, à qual influenciará, sem dúvida, na extensão dos exames das contas ainda não auditadas.

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CAPÍTULO 11

TRABALHO DE CAMPO

11.1 INTRODUÇÃO

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O trabalho de campo compreende todos os esforços do auditor para acumular, classificar e avaliar informações e evidências, a fim de capacitá-lo a formar uma opinião, constituindo-se, em última análise, em examinar, obter evidências, medir e avaliar.

11.2 PREPARAÇÃO INICIAL

Um eficiente desenvolvimento do trabalho de campo deve observar os seguintes aspectos:

11.2.1 FAMILIARIZAÇÃO:

conhecimento das normas gerais, sistemas, controles e procedimentos da atividade objeto do exame;

conhecimento do programa de auditoria aplicável; revisão de trabalhos e relatórios anteriores; detalhamento da programação de trabalho.

11.2.2 SELEÇÃO DOS TESTES:

considerar ou não a conveniência de ampliar ou reduzir os testes programados, e proceder à seleção dos itens ou operações que serão objeto do exame específico, uma vez determinado o método a ser utilizado.

11.2.3 FORMALIZAÇÃO DOS ITENS SELECIONADOS:

os itens e operações selecionados devem ser anotados nos papéis de trabalho, com detalhes suficientes para sua compreensão.

11.2.4 ESTABELECIMENTO DOS TESTES E PROCEDIMENTOS:

os programas de auditoria que serão utilizados irão nortear os levantamentos e exames. É importante que, antes de ser iniciado o trabalho, as informações e todos os aspectos relevantes à avaliação tenham sido avaliados pelos auditores,

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para evitar sobrecarga de serviço e de custo, bem como, a total falta de visão do objetivo principal.

11.2.5 AGENDAMENTO DE ENTREVISTAS:

as entrevistas com o pessoal do setor auditado, em geral, devem ser programadas e marcadas com antecedência.

11.2.3 PROGRAMAÇÃO GERAL DO TRABALHO:

Na medida do possível, deve-se: definir as tarefas para os integrantes da equipe de trabalho (no

caso de trabalho em grupo); estabelecer o tempo a ser dispensado em cada tarefa; registrar o tempo dispendido em cada tarefa, passo a passo,

desde o início do trabalho.

11.3 EXAME, OBTENÇÃO DE EVIDÊNCIA E MEDIÇÃO

Para o auditor, o processo de exame significa, na prática, a utilização de procedimentos de auditoria, com vistas à obtenção de evidências que fundamentem e suportem as opiniões, conclusões e recomendações, frutos de sua avaliação. Para formar sua avaliação, é necessário medir objetivamente os acertos e desacertos identificados.

No curso do exame, o questionamento é certamente a mais eficiente técnica do auditor. Obter informações pode ser, por vezes, uma arte. Obter a verdade, sem suscetibilizar o auditado, não é uma tarefa fácil. Se o auditado notar um tom inquisitorial, poderá adotar uma atitude defensiva, e apenas declarar meias verdades. Por outro lado, o questionamento como um comportamento crítico, deve fazer parte de sua atividade, inclusive, para que se sinta seguro quanto às explicações obtidas.

Investigar e verificar também fazem parte do esforço do auditor, no sentido de garantir um exame acurado. Verificar implica em confirmar, remover dúvidas ou atestar a verdade. Investigar significa descobrir fatos ou pistas novas e aprofundar o exame, na busca da verdade.

A obtenção de evidências capacita o auditor a avaliar a situação e a formular suas opiniões, conclusões e recomendações.

O processo de medição, que é básico para qualquer avaliação, envolve dois elementos: a unidade de medida (valor, quantidade, freqüência, tempo,

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etc...) e o padrão. Este último, traduz a qualidade de aceitabilidade com a qual a coisa medida será comparada, podendo ser localizado em planos, orçamentos, normas, regulamentos, princípios, contratos, estatutos, legislação e outros.

11.4 AVALIAÇÃO

Após a medição, o auditor deve avaliar o resultado, e formular a sua opinião e possíveis recomendações.

A avaliação é um julgamento calcado em critério, que deve ser definido pelo auditor, com base em materialidade, relevância, risco relativo, vulnerabilidade e princípios.

11.4.1 MATERIALIDADE

Por materialidade, entende-se a importância relativa, em termos de valores e cifras, que um bem, operação ou fato possui um determinado contexto.

11.4.2 RELEVÂNCIA

Por relevância, entende-se a importância relativa da informação, em termos de sua representatividade, independentemente do valor, que um bem, operação ou fato passa a ter um determinado contexto abrangido pela auditoria.

11.4.3 RISCO RELATIVO E VULNERABILIDADEPor risco relativo, entende-se o maior ou menor risco que pode

emergir da natureza da operação examinada. A vulnerabilidade está ligada a qualidade dos aspectos de controle interno existentes. Quanto melhores os controles, menos vulneráveis serão as operações e as atividades desenvolvidas nesse ambiente.

11.4.4 PRINCÍPIOS

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Por princípios , entende-se os procedimentos aceitos tecnicamente pelo auditor,bem como os de conduta, tendo em vista as conotações de integridade.

11.5 SUPERVISÃO DO TRABALHO DE CAMPO

Uma das fases mais importantes do trabalho de auditoria é a correta supervisão do pessoal de campo. Além de se certificar que o trabalho tem a qualidade necessária, e está de acordo com as normas e políticas definidas pela auditoria, a supervisão deve ter efeito sobre o treinamento e desenvolvimento profissional e pessoal dos supervisionados.

É aconselhável que a supervisão se dê a medida que o trabalho vá sendo executado.

A supervisão deve estar certa de que: estão sendo cumpridas as normas de auditoria; a programação do trabalho está sendo seguida; as constatações de auditoria estão suportadas por documentos e

papéis de trabalho corretamente preenchidos; todos os membros da equipe têm conhecimento de suas funções

e dos objetivos que perseguem.

11.6 CONTROLE DA REALIZAÇÃO DO TRABALHO DE CAMPO

A fase de planejamento do trabalho estabeleceu orçamento de horas previstas para a sua realização. A manutenção de eficiente controle de execução possibilita seu encerramento no tempo previsto, além de servir como indício para a eficiência do pessoal ou a constatação de um orçamento de hora inadequado. De qualquer modo, distorções significativas necessitam de ações corretivas e explicações por parte dos supervisores de equipe.11.7 IDENTIFICAÇÃO DE FALHAS E PROBLEMAS

O auditor deve estar consciente de que dependerá de seu conhecimento técnico-profissional e de seu poder de observação e perspicácia para identificar falhas e problemas, em relação à matéria em exame.

Na determinção de possíveis problemas, o auditor precisa ter em mente os seguintes aspectos:

conhecimento da operação em exame e dos procedimentos de auditoria;

revisão pronta e permanente de papéis de trabalho;

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fundamentação adequada dos fatos e problemas observados; sugerir, com embasamento técnico, a melhoria dos sistemas de

controles internos e dos procedimentos observados; possíveis reduções de custos e melhoria de eficiência; aprofundamento do exame, sempre que diante de qualquer

indicio de anormalidade, mesmo que lhe pareça insignificante; não desprezar as informações obtidas informalmente.

11.9 FINALIZAÇÃO DO TRABALHO

A finalização do trabalho de auditoria compreende, basicamente:

a) O fechamento dos papéis de trabalho, que inclui os seguintes fatores:

revisão final do conteúdo de cada papel de trabalho; confronto final entre o trabalho realizado e o planejamento; referenciação adequada dos documentos e papéis de

trabalho; arrumação seqüencial dos papéis de trabalho e cópias dos

documentos comprobatórios, de acordo com a ordem dos assuntos apresentados no relatório final;

fechamento das horas dispendidas no trabalho e confronto com as orçadas.

b) Arquivamento dos papéis e documentos, nas pastas de auditoria;

c) Avaliação do pessoal envolvido na execução do trabalho;

d) Redação criteriosa do relatório final de auditoria, que, antes de ser assinado, será objeto de revisão do responsável pela execução do trabalho;

e) Reunião formal com os auditados, para discutir os pontos constantes do relatório de auditoria;

f) Assinatura e encaminhamento do relatório final ou parecer de auditoria.

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