Manual de Socorrismo UFCD
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Página 1
MANUAL DE PRIMEIROS SOCORROS
UFCD 3564
Página 2
ÍNDICE
Fases de uma chamada para a linha de emergência 112 ………………………………… 3
Princípios gerais do socorrismo ………………………………………………………………………. 4
SIEM – Sistema Integrado de Emergência Médica …………………………………………... 7
Exame da vítima …………………………………….………………………………………………………. 10
SBV – Suporte Básico de Vida …………………………………………………………………….….. 21
Obstrução da Via Aérea ……………………………………………………………………………….… 29
Queimaduras ……………………………………………………………………………………………..….. 31
Eletrocussão …………………………………………………………………………………………………… 35
Feridas …………………………………………………………………………………………………………... 37
Hemorragias …………………………………………………………………………………………………... 39
Fraturas ………………………………………………………………………………………………………..… 44
Dificuldade Respiratória ……………………………………………………………………………….... 46
Intoxicações ……………………………………………………………………………………………………. 50
Esterilização de instrumentos ………………………………………………………………………... 54
História da Cruz Vermelha …………………………………………………………………………..…. 56
Segurança e Higiene no Trabalho …………………………………………………………………... 64
Bibliografia …………………………………………………………………………………………………….. 73
Página 3
Fases de uma chamada para a linha 112
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Forma de articulação dos princípios Gerais do Socorrismo segundo uma atuação
sistematizada perante qualquer situação de emergência.
Prevenir / Proteger
Alertar
Socorrer
PREVENIR
Prevenção Primária
É um conjunto de ações a realizar antes que ocorra o acidente, tendentes a diminuir
ou mesmo anular a probabilidade de ocorrência do mesmo.
O socorrista deve não só aplicar estas ações como também divulga-las, sobretudo no
que diz respeito às normas fundamentais dos três campos específicos da prevenção.
Acidentes Rodoviários;
Acidentes de Trabalho;
Acidentes Domésticos.
O socorrista deve estar atento a todos os riscos inerentes a qualquer atividade
humana, assim, prever e implementar ações de prevenção que os diminuem ou
anulem. O socorrista deve tornar-se um elemento ativo na prática da prevenção.
Princípios Gerais do Socorrismo
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Prevenção Secundária
É o conjunto de ações a realizar após a ocorrência do acidente de modo a que este
não se agrave.
O socorrista deve atuar consoante o tipo de ocorrência, prevendo, ainda, os riscos
decorrentes do mesmo.
ALERTA
O alerta destina-se a chamar para o local do acidente, pessoal especializado na sua
estabilização e no transporte das vítimas para um centro médico de urgência.
Como o primeiro elo na cadeia de sobrevivência (socorros), o socorrista atua
essencialmente no local do acidente, providenciando a chamada de socorros
especializados.
O alerta pode ser efetuado através de:
Informação que deverá ser transmitida quando telefona 112:
Identificar-se;
Local exato com pontos de referência se possível;
Qual o tipo de ocorrência (ex: acidente, queda, doença…)
Sexo, idade aparente e número de vítimas;
Existência de fatores agravantes ou de risco;
Número de telefone;
Atuação de socorro já efetuado.
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SOCORRER
Socorro Primário
Alterações Cárdio-Respiratórias;
Choque;
Hemorragias;
Envenenamentos.
São situações prioritárias em relação a todas as outras, quer na prestação do
primeiro socorro, quer na evacuação para o centro hospitalar, uma vez que
comprometem rapidamente a vida da (s) vítima (s).
Socorro Secundário
Feridas;
Queimaduras;
Fraturas.
São todas as outras situações que devem ser socorridas depois das outras situações
de socorro essencial estarem estabilizadas, uma vez que não põem diretamente em
risco a vida da (s) vítima (s).
No entanto, estas vítimas necessitam de uma vigilância constante, pois o seu estado
pode agravar-se, evoluindo para uma situação de socorro essencial, nomeadamente
o choque.
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Por sistema entende-se um conjunto de partes interligadas que estão coordenadas
de forma a atingir um determinado objetivo com máxima economia de recursos.
A expressão integrado significa as partes pertencem a um todo, ou sejam todas as
partes estão ligadas de forma a completarem, isto é, a atingir o mesmo fim.
Emergência é uma expressão utilizada para definir algo que ocorre subitamente e
apresenta uma gravidade excecional.
A palavra Médica implica tudo aquilo que diz respeito á medicina, ou seja o que se
relaciona com saúde e doença.
Temos então que o Sistema Integrado de Emergência Médica é um conjunto de
meios e ações extra-hospitalares, hospitalares e inter-hospitalares, com a
intervenção ativa dos vários componentes de uma comunidade, portante
pluridisciplinar, programados de modo a possibilitar uma ação rápida, eficaz e com
economia de meios, em situações de doença súbita, acidentes e catástrofes, nas
quais a demora de medidas adequadas, de diagnóstico e terapêutica, podem
acarretar graves riscos ou prejuízo para o doente.
A organização do Sistema Integrado de Emergência Médica exige um conjunto de
programas perfeitamente definidos que determinem a atuação dos diferentes
intervenientes em cada fase.
SIEM – SISTEMA INTEGRADO DE EMERGÊNCIA MÉDICA
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Cabe ao Instituto Nacional de Emergência Médica o papel de “organismo
coordenador das atividades da Emergência Médica a executar pelas diversas
entidades intervenientes no sistema e cuja atuação se desenvolverá segundo um
esquema de organização regional”.
FASES DO SIEM
Deteção
Deteção da ocorrência de emergência médica que corresponde ao momento
em que alguém se apercebe da existência uma ou mais vítimas.
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Alerta
Fase na qual se contacta através do número nacional de emergência médica
(112), dando conta da ocorrência anteriormente detetada.
Pré-Socorro
Conjunto de gestos simples de socorrismo básico, normalmente executados
por socorristas formados no seio da população e que são mantidos até a
chegada de meios de socorro mais especializados.
Socorro
Corresponde ao conjunto de gestos do socorro complementar executados
pelos tripulantes de ambulância e que visam a continuação da estabilização da
vítima.
Transporte
Desde o local onde ocorreu a situação de emergência até a entrada no
estabelecimento de saúde garantindo ao doente a continuidade da prestação
de cuidados de saúde.
Tratamento / Hospital
Após a entrada no estabelecimento de saúde mais próximo a vítima é avaliada
e são iniciadas as medidas de diagnóstico e terapêutica com vista ao seu
restabelecimento. Se necessário pode considerar-se posteriormente um novo
transporte, transferência para um hospital de maior diferenciação, onde irá
ocorrer o tratamento mais adequado a situação.
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A avaliação de qualquer vítima compreende os seguintes objetivos:
Garantir as condições de segurança do socorrista e da vítima;
Identificar e corrigir situações que não colocando a vítima em perigo de vida,
podem, se não forem prestados os cuidados de emergência adequados,
provocar agravamento do estado geral;
Não avançar no exame da vítima sem ter corrigido a lesão anterior.
O local de uma ocorrência é normalmente muito confuso, podendo inclusivamente
existir alguns riscos.
Por esse motivo é, preciso garantir a segurança, do socorrista, dos populares e da (s)
vítima (s).
Quando chega a um local de uma ocorrência deve proceder-se da seguinte forma:
Observar;
Ouvir;
Pensar e decidir;
Atuar.
Exame da vítima
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O exame da vítima é realizado logo que o socorrista chega junto da vítima e divide-se
em:
Exame Primário, no qual se tenta identificar e corrigir as situações de
perigo de vida;
Exame Secundário, no qual se tenta identificar e corrigir as situações que
não colocam a vítima em perigo imediato de vida, mas se não forem
corrigidas atempadamente podem agravar-se.
EXAME PRIMÁRIO
1º - Garantir condições de segurança;
2º - Avaliação do estado de consciência;
Se inconsciente grite por ajuda;
Se consciente continuar exame.
Está bem?
Está a ouvir-me?
Abanar suavemente;
Chamar em voz alta.
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3º A – Via aérea (permeabilização da via aérea)
Doença súbita – extensão da cabeça
Vítimas de trauma – elevação do maxilar inferior
4º B – Ventilação
V – ver se o tórax expande
O – ouvir a passagem do ar (ventilação)
S – sentir a expedição na face (ar)
VOS – realiza-se
durante 10 segundos
contando em voz alta
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Se respira
Continue o exame;
Coloque em Posição Lateral de Segurança;
Peça ajuda;
Vigie regularmente.
Se não ventila
Ligue 112;
Mantenha a calma e informe a situação;
Inicie Suporte Básico de Vida.
5º C – Circulação
Observe a vítima e procure hemorragias externas graves e sinais precoces de choque.
Hemorragias
Imediatamente controladas
Choque
Pesquisa de sinais evidentes;
Aplicar cuidados de emergência;
Vigilância apertada.
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EXAME SECUNDÁRIO
O exame secundário divide-se em:
Recolha de Informação;
Sinais vitais;
Exposição e observação sistematizada.
Recolha de informação
Fontes de informação:
O local;
A vítima;
Outras pessoas (familiares, amigos, etc…)
Procure saber o que aconteceu;
Identifique a principal queixa da vítima;
Identifique os antecedentes pessoais da vítima.
Sinais vitais
São os principais indicadores das funções vitais:
Ventilação;
Pulso;
Pressão arterial;
Temperatura.
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Ventilação
Ao conjunto de uma inspiração e uma expiração dá-se o nome de ciclo
ventilatório.
Avalia e regista-se:
Frequência (nº / min)
Amplitude (Superficial / Normal / Profunda)
Ritmo (Regular / Irregular)
Pulso
É a onda de sangue que percorre as artérias cada vez que o coração se contrai.
Avalia e regista-se:
Frequência (nº / min)
Amplitude (Cheio / Fino)
Ritmo (Regular / Irregular)
Pressão arterial
É a força que o sangue exerce contra as paredes das artérias.
Avalia e regista-se:
Sistólica (máxima)
Diastólica (mínima)
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Para avaliar pressão arterial deve:
O doente estar em repouso;
O membro que vai ser usado deve estar apoiado;
Colocar a braçadeira na zona média do braço, acima da articulação do
cotovelo;
Não colocar a braçadeira sobre a membrana do estetoscópio.
Temperatura
Encostar as costas da mão á testa da vítima
Hipotermia (temperatura baixa);
Normal;
Hipertermia (temperatura alta).
Na pele pode ainda observar-se:
Humidade;
Coloração.
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Idade Freq. ventilatória Freq. Cardíaca Pressão Arterial
Sistólica
< 1 ano 30 - 40 110 - 160 70 - 90
2 – 5 anos 25 - 30 95 - 140 80 - 100
5 – 12 anos 20 - 25 80 - 120 90 - 110
>12 anos 12 - 20 60 - 100 100 - 140
Temperatura Glicémia
Hipotermia <35ºc Hipoglicémia Abaixo 50mg/dl
Normal 35ºc – 37.5ºc Hiperglicémia Acima 200mg/dl
Hipertermia >37ºc
Observação Sistematizada
A finalidade é detetar lesões ou alterações que possam passar despercebidas
mas que carecem de socorro (pensos, imobilizações, limpeza).
Na observação sistematizada ter em atenção:
Nas vítimas de trauma as roupas devem ser cortadas;
Manter o respeito pela privacidade;
Manter a temperatura corporal.
1º Cabeça e face
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2º Avaliação Pupilar
3º Pescoço e Traqueia
4º Omoplatas e Clavícula
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5º Esterno e Grelha Costal
6º Abdómen
7º Dorso e cintura Pélvica
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8º Membros Inferiores
9º Membros Superiores
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Cadeia de sobrevivência
Estes procedimentos sucedem-se de uma forma encadeada e constituem uma
cadeia de atitudes em que cada elo articula o procedimento anterior com o
seguinte. Surge assim o conceito de cadeia de sobrevivência composta por quatro
elos, ou ações, em que o funcionamento adequado de cada elo e a articulação
eficaz entre os vários elos é vital para que o resultado final possa ser uma vida
salva.
Os quatro elos da cadeia de sobrevivência são:
Acesso precoce ao Sistema de Emergência Médica (112);
Início precoce de Suporte Básico de Vida;
Desfibrilhação precoce;
Suporte Avançado de Vida.
A cadeia de sobrevivência representa, simbolicamente, o conjunto de procedimentos
que permitem salvar vítimas de paragem cardio-respiratória. Para que o resultado
final possa ser, efetivamente, uma vida salva, cada um dos elos da cadeia é vital e
todos devem ter a mesma força. Todos os elos da cadeia são igualmente
importantes, de nada serve ter o melhor Suporte Avançado de Vida se quem
presencia não sabe ligar 112.
SUPORTE BÁSICO DE VIDA
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Suporte Básico de Vida
O suporte Básico de Vida, é um conjunto de procedimentos bem definidos e com
metodologias padronizadas, que tem como objetivo reconhecer as situações de
perigo de vida eminente, saber como e quando pedir ajuda e saber iniciar de
imediato, sem recurso a qualquer utensílio, manobras que contribuam para a
preservação da ventilação e da circulação, de modo a manter a vítima viável até
que possa ser instituído o tratamento médico adequado e, eventualmente, se
restabeleça o normal funcionamento respiratório e cardíaco.
As manobras de Suporte Básico de Vida não são, por si só, suficientes para
recuperar a maior parte das vítimas de paragem cardio-respiratória. O Suporte
Básico de Vida destina-se a ganhar tempo, mantendo parte das funções vitais até
á chegada do Suporte avançado de Vida. No entanto, em algumas situações em
que a falência respiratória foi a causa primária da paragem cardio-respiratória, o
Suporte Básico de Vida poderá reverter a causa e conseguir uma recuperação
total. O Suporte Avançado de Vida implica a utilização de fármacos, ventilação por
entubação traqueal, monitorização cardíaca e desfibrilhação elétrica.
Etapas do Suporte Básico de Vida:
Avaliação Inicial;
Manutenção da via aérea permeável;
Ventilação com ar expirado;
Compressões torácicas.
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1º Garantir condições de segurança
2º Avaliar o estado de consciência
Aproxime-se da vítima e pergunte em voz alta “Está Bem? Sente-se bem?”,
enquanto a estimula batendo suavemente nos ombros.
3º Se a vítima responder, pergunte o que se passou, se tem alguma queixa, procure
ver se existem sinais de ferimentos e se necessário vá pedir ajuda.
Se a vítima não responder grite em voz alta “preciso de ajuda tenho aqui uma pessoa
inconsciente”.
Está bem?
Sente-se bem?
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4º Desaperte a roupa á volta do pescoço da vítima e exponha o tórax;
Coloque a palma de uma mão na testa da vítima e os dedos indicador e médio da
outra mão no bordo do maxilar inferior;
Efetue simultaneamente a extensão da cabeça (inclinação da cabeça para trás) e
elevação do maxilar inferior (queixo).
Se existir suspeita de trauma é fundamental manter o alinhamento da cervical, pelo
que a permeabilização da via aérea deve ser efetuada usando a técnica de elevação
do maxilar inferior.
5º VOS (V – ver, O – ouvir, S – sentir) durante 10 segundos
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6º Se a vítima respirar normalmente deverá coloca-la em Posição Lateral de
Segurança, pedir ajuda e continuar exame da vítima até chegada dos meios de
socorro.
Se a vítima não respira deve efetuar pedido de ajuda ligando para o 112 e iniciar de
imediato manobras de Suporte Básico de Vida.
Para iniciar compressões torácicas a vítima deve estar em decúbito dorsal
(costas), sobre uma superfície rígida com a cabeça no mesmo plano do resto
do corpo;
Deve ajoelhar-se junto da vítima;
Coloque a base de uma mão no centro do tórax;
Coloque a outra mão sobre esta;
Entrelace os dedos e levante-os, ficando apenas com a base de uma mão sobre
o esterno, e de forma a não exercer qualquer pressão sobre as costelas;
Mantenha os braços esticados e sem fletir os cotovelos, posicione-se de forma
que os seus ombros fiquem perpendiculares ao esterno da vítima;
Pressione verticalmente sobre o esterno, de modo a que este baixe cerca de
+/- 5cm;
Alivie a pressão, de forma que o tórax possa descomprimir totalmente, mas
sem perder o contacto da mão com o esterno.
Repita o movimento de compressão e descompressão de forma a obter uma
frequência de 100 / minuto;
Efetuar 30 compressões alternando com 2 ventilações;
Só deverá suspender as manobras quando um médico diga para parar, a
vítima recupere a ventilação espontânea, seja substituído ou fique exausto.
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Algoritmo Suporte Básico de Vida
Condições de segurança
Verificar estado de consciência
Responde (consciente) Não responde (inconsciente)
- Perguntar o que aconteceu - Gritar por ajuda
- Avaliar se a mesma tiver queixas
- Se necessário ligar 112
VOS 10 segundos
Respira Não Respira
- Posição Lateral de segurança - Telefonar 112
- Ligar 112 - Iniciar SBV até que:
- Continuar exame da vítima
Seja substituído
A vítima recuperar
Chegue um médico e diga para parar
A vítima recupere ventilação espontânea
Posição Lateral de Segurança
Quando uma vítima se encontra inconsciente em decúbito dorsal (costas), mesmo
que respire espontaneamente, pode desenvolver um quadro de obstrução da via
aérea e deixar de respirar;
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A via aérea pode também ficar obstruída por vómito, secreções ou sangue;
Neste caso a vítima deve ser colocada numa posição que mantenha a
permeabilização da via aérea, garantindo a não obstrução por queda da língua e que
permita a livre drenagem de qualquer líquido da cavidade oral, evitando a entrada do
mesmo nas vias respiratórias, nomeadamente no caso de a vítima vomitar.
Deve respeitar os seguintes princípios:
Ser uma posição o mais lateral possível e para que a cabeça fique numa
posição em que a drenagem da cavidade oral (boca) se faça livremente;
Ser uma posição estável;
Não causar pressão sobre o tórax que impeça a respiração normal;
Possibilitar a observação e acesso fácil á via aérea;
Ser possível voltar a vítima em decúbito dorsal de forma rápida;
Não causar nenhuma lesão á vítima;
Não exista suspeita de trauma;
Retirar todos os objetos volumosos dos bolsos bem como desapertar
colarinhos, etc…;
Após 30m rodar para o lado oposto;
No caso de grávidas com algum tempo de gravidez não colocar sobre o lado
direito.
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A Obstrução da via aérea é uma emergência absoluta que se não for reconhecida e
resolvida leva á morte em minutos.
A Obstrução da via aérea por corpo estranho nos adultos ocorre habitualmente
durante as refeições, com os alimentos, e está frequentemente associada a tentativa
de engolir pedaços de comida grandes e mal mastigados.
Existem dois tipos de obstrução da via aérea:
Obstrução Parcial
Ainda existe passagem de algum ar;
A vítima começa por tossir;
Ainda consegue falar;
Pode fazer algum ruido ao respirar.
Obstrução Total
Não existe passagem de ar;
A vítima não consegue falar, tossir ou respirar;
Não emite qualquer ruido.
OBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA
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Verificar condições de segurança
Vítima consciente
Se consegue tossir eficazmente
Encorajar a tossir;
Não tocar na vítima;
Vigiar se resolve.
Tosse ineficaz
Incapaz de falar ou respirar
Até 5 pancadas interescapulares
Até 5 compressões abdominais / manobra de Heimlich
Resolução da obstrução ou Vítima fique inconsciente
Ligar 112
Algoritmo de SBV
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São lesões da pele ou tecidos subjacentes, resultantes do contacto com o calor,
substâncias químicas, eletricidade e radiações.
As queimaduras constituem um dos acidentes mais frequentes, ocorrendo em
variadíssimas circunstâncias e em todas as idades.
A maioria consiste em pequenas lesões que decorrem sem grandes complicações,
contudo, algumas podem ser fatais ou potencialmente fatais.
Classificação das queimaduras:
Causa;
Extensão;
Profundidade;
Gravidade.
QUEIMADURAS
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Causa
Queimaduras térmicas (calor, frio, fogo, sol);
Queimaduras elétricas;
Queimaduras químicas (ácidos);
Queimaduras por radiação (raio X, radiações nucleares).
Extensão
Esta classificação baseia-se na superfície corporal atingida, sendo a regra
universalmente mais aceite para proceder ao cálculo da área atingida, a
denominada regra dos nove.
Profundidade
1º Grau – é as menos graves apenas atingem a epiderme.
Sinais e sintomas:
Vermelha;
Quente;
Seca;
Sensível;
Dolorosa.
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2º Grau – Este tipo de queimadura já envolve a epiderme e a derme.
Sinais e sintomas:
Com flictenas (bolhas);
Muito dolorosa.
3º Grau – Destruição da epiderme, derme e tecidos adjacentes.
Sinais e sintomas:
A pele fica acastanhada, esbranquiçada, negra;
Na maioria dos casos não existe dor.
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Gravidade
Nesta classificação para além de termos de saber qual a causa, qual a profundidade e
qual a área atingida, temos de saber também qual o local atingido e qual a idade da
vítima pois, é da conjugação dos três primeiros com estes dois últimos que podemos
estabelecer um prognóstico da evolução da situação no sentido de estarmos
despertos para o perigo de vida que aquela queimadura representa.
Atuação (cuidados de emergência):
Queimaduras de 1º Grau – arrefecer localmente com água tépida, colocar creme
hidratante.
Queimaduras de 2º Grau – arrefecer localmente, não rebentar as flictenas (bolhas),
não colocar qualquer tipo de creme hidratante, se possível colocar pensos
humedecidos com soro fisiológico ou água tépida.
Queimaduras de 3º Grau – colocar pensos humedecidos em soro fisiológico ou água
tépida.
Queimaduras provocadas pelos agentes químicos – colocar a vítima num duche de
água tépida cerca de 20 a 30min, de forma a remover todo o produto possível, retirar
roupas (mantendo a temperatura corporal), ter em atenção se o produto químico
reage com a água.
Queimaduras nos olhos – lavar com soro fisiológico ou água, do canto interno para o
externo, ambiente com pouca luz, não cobrir e evitar a colagem das pálpebras.
Queimaduras em zonas de contacto da pele – separar todas as zonas de contacto
com compressas esterilizadas com soro fisiológico ou água tépida, colocar cobertura.
Queimaduras muito extensas – não despir roupas que se encontrem coladas nas
zonas queimadas, arrefecer imediatamente para aliviar a dor e parar o processo da
queimadura, cobrir a zona com um lençol húmido, limpo e sem pelos, manter a
temperatura corporal, prevenir o estado de choque e a hipotermia.
Página 35
As lesões provocadas pelo contacto com a eletricidade podem ser bastantes
perigosas e complexas, pelo que se deve abordar a situação de uma forma distinta da
efetuada para uma lesão por queimadura.
A eletricidade em contacto com o corpo humano, pode provocar vários tipos de
lesões, as quais nem sempre são visíveis.
A identificação do local de entrada da corrente no organismo (porta de entrada) e do
local de saída (porta de saída) permitem imaginar o seu trajeto e suspeitar outras
lesões.
As queimaduras devem ser analisadas de acordo com a causa que as provocou:
Queimaduras de contacto (eletrocussão) – Á observação deteta-se
habitualmente um ponto de entrada e um ponto de saída da eletricidade,
frequentemente sem outras lesões visíveis. Neste caso, há que suspeitar da
existência de lesões ocultas (internas), que podem atingir vários níveis de
gravidade. A passagem d corrente elétrica pelo corpo humano pode ter
provocado queimaduras internas com graves consequências, nomeadamente
alterações do ritmo da ventilação, do ritmo cardíaco e da função renal. Nas
situações mais graves pode mesmo provocar a morte por paragem respiratória
ou cardíaca.
Queimaduras por flash elétrico ou arco voltaico – em volta dos locais com alta
voltagem existem um campo magnético capaz de exercer uma atração sobre o
individuo provocando-lhe lesões pela passagem de corrente através desse
mesmo campo. Após a passagem de corrente ocorre frequentemente a
projeção do corpo a grande distância, originando-se lesões do foro traumático.
ELECTROCUSSÃO
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Queimaduras por descarga direta – são queimaduras provocadas pela descarga
elétrica diretamente sobre a roupa ou ambiente circundante ao individuo,
descarga que assume a forma de chama.
A vítima pode apresentar os seguintes sintomas:
Obstrução parcial ou total das vias aéreas, por contratura muscular ou queda
da língua;
Paralisia dos membros, por lesão do sistema nervoso ou de origem traumática;
Queimaduras locais, ao nível da porta de entrada e saída da eletricidade;
Convulsões, originadas por alterações elétricas no cérebro ou por traumatismo
crânio-encefálico associado;
Dificuldade respiratória;
Alteração do ritmo cardíaco;
Podem ainda surgir (paragem cardíaca e/ou respiratória, alteração da visão,
lesões da coluna e fraturas, devido á contração muscular violente causada pela
corrente elétrica ou pela projeção da vítima á distancia).
Atuação (cuidados de emergência):
Primeiro deve garantir as condições de segurança e só se aproximar do local
após indicação dada por técnico especialista na área;
Manter permeabilidade das vias aéreas;
Verificar o VOS durante 10 segundos;
Realizar o exame da vítima;
Atuar perante as lesões encontradas.
Página 37
Ferida é uma rotura ou descontinuidade traumática da pele.
As feridas classificam-se em:
Superficiais – quando a lesão se localiza nas camadas da pele. Podem ser:
Simples – geralmente não complicadas não necessitando de tratamento
hospitalar.
Complicadas – necessitando de tratamento diferenciado ou médico.
Profundas – quando a lesão na pele atinge tecidos subcutâneos. Carecem sempre de
tratamento hospitalar.
Sinais e sintomas:
Choque;
Hemorragias;
Lesão de nervos, tendões, músculos ou outros órgãos;
Infeções locais ou sistémicas (ex: tétano).
Atuação (cuidados de emergência):
Feridas Simples
FERIDAS
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Animar e moralizar a vítima;
Expor o local da ferida, cortando a roupa se necessário;
Lavar primeiro a pele á volta da ferida, sempre do centro para a periferia com
soro fisiológico ou água corrente e sabão neutro, utilizando compressas
esterilizadas ou panos limpos;
Desinfetar, utilizando líquidos germicidas não corantes;
Colocar penso se necessário;
Feridas complicadas
Animar e moralizar a vítima;
Expor o local;
Colocar penso;
Transporte ao hospital.
Casos especiais
Feridas com corpos estranhos encravados
Deverão ser imobilizados com uma rodilha no local;
Transportar para o hospital.
Feridas nos olhos
Lavagem com soro fisiológico ou água corrente tépida (jacto suave) do canto
lacrimal (interno), para o canto temporal (externo);
Colocar penso oclusivo bilateral e transporte ao hospital.
Feridas nas articulações
Imobilização da articulação;
Transporte ao hospital.
Página 39
Uma hemorragia é sempre que o sangue saiu do seu espaço vascular (do seu circuito
normal de funcionamento), sempre que isto acontece estamos perante uma
hemorragia.
As hemorragias necessitam de um socorro rápido e imediato.
A perda de grande quantidade de sangue é uma situação perigosa que pode
rapidamente causar a morte.
Um adulto tem cerca de 5,5 litros de sangue, a perda de 1 litro de sangue pode levar
rapidamente ao choque.
A gravidade da hemorragia depende de vários fatores, como o tipo de vaso atingido
(artéria, veia ou capilar), da sua localização e do seu calibre.
O corte do principal vaso sanguíneo do pescoço, braço ou coxa pode causar uma
hemorragia tão abundante que a morte pode surgir dentro dos primeiros três
minutos.
Só a paragem cardio-respiratória tem prioridade sobre as hemorragias.
Quanto á sua origem as hemorragias podem ser:
Hemorragias arteriais
Originada pelo rompimento de uma artéria;
O sangue é vermelho vivo e sai em jato a cada contração do coração;
É normalmente abundante;
De difícil controlo.
HEMORRAGIAS
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Hemorragia venosa
Originada pelo rompimento de uma veia;
O sangue é vermelho escuro e sai de uma forma regular;
Pode ser abundante.
Hemorragia capilar
Originada pelo rompimento de capilares;
De fácil controlo;
Pode parar espontaneamente.
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Sinais e sintomas
Saída evidente de sangue;
Ventilação rápida e superficial;
Pulso rápido e fino;
Pressão arterial baixa (em hemorragias graves);
Pele pálida e suada;
Hipotermia (frio);
Mal-estar geral;
Sede;
Zumbido nos ouvidos;
Ansiedade e agitação;
Alteração do estado de consciência.
Atuação (cuidados de emergência)
Pressão direta
Comprimir diretamente no local da hemorragia com compressas esterilizadas
ou panos limpos;
Se necessário colocar mais compressas ou panos por cima mas nunca retirar as
primeiras;
Passar uma ligadura para manter a pressão.
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Pressão indireta
Quando existe um corpo estranho ou uma fratura;
Comprimir nos pontos de compressão das artérias (raiz dos membros).
Elevação do membro
Pode ser associado aos outros métodos;
A força da gravidade contraria a corrente sanguínea;
Aplicação de frio
Diminui o calibre dos vasos (vasoconstrição);
Compressas frias, gelo químico, ou saco de gelo protegido com pano ou toalha.
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Garrote
Aplicar somente quando todos os outros métodos falharem;
Amputação;
Não aliviar;
Deixar o membro garrotado á vista;
Registar a hora da garrotagem;
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Fratura é toda e qualquer alteração da continuidade de um osso, perdendo este a
sua integridade parcial ou total.
As fraturas classificam-se como:
Fechadas – não existe descontinuidade da pele.
Abertas – os topos ósseos estão expostos.
Sinais e sintomas das fraturas
Dor,
Impotência funcional;
Deformidade;
Crepitação óssea;
Edema (inchado);
Equimoses (nódoas negras) ou hematomas;
Exposição dos topos ósseos.
FRATURAS
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Atuação (cuidados de emergência)
Controlar possíveis hemorragias;
Imobilizar sempre que exista suspeita de trauma;
Imobilizar corretamente;
Imobilizar sempre na articulação acima e abaixo do foco de fratura;
Em fraturas de ossos longos efetuar tração, alinhamento e imobilização;
Em articulações não tracionar, imobilizar na posição em que se encontra;
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A dificuldade respiratória definida como “falta de ar” pela população em geral e por
dispneia pelos médicos, pode ter várias causas.
Esta pode ser considerada normal, sem gravidade, quando resulta por exemplo, de
um esforço físico extenuante e ser grave quando resulta do agravamento de uma
doença pulmonar, ou cardíaca ou de uma intoxicação.
O oxigénio é um gás essencial para a respiração celular para que estas possam
produzir energia de forma a assegurarem as suas funções e consequentemente a
vida de um individuo.
O oxigénio existe numa concentração de 21% no ar atmosférico, é captado pelo
aparelho respiratório e distribuído pelas células pelo aparelho circulatório.
Qualquer alteração da sua captação e/ou distribuição implica um quadro de
insuficiência respiratória. Instala-se uma situação em que o individuo “não respira o
suficiente” para assegurar o equilíbrio celular.
A maioria das situações de falta de ar no adulto tem as seguintes causas:
Asma;
Agravamento da bronquite crónica;
Edema agudo do pulmão;
Angina de peito ou enfarte agudo do miocárdio;
Intoxicações;
Doença pulmonar crónica obstrutiva (DPOC);
Etc.
DIFICULDADE RESPIRATÓRIA
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Verificando-se que podem existir diversas causas na origem de uma crise de falta de
ar, os procedimentos a adotar podem ser diversos, no entanto, deve ser adotado um
conjunto de medidas que tentem evitar o agravamento da situação nomeadamente:
Manter um ambiente calmo em redor do doente;
Acalmar o doente;
Manter o doente sentado sem que este faça qualquer esforço;
Ajudar o doente a respirar;
Identificar doenças anteriores e a medicação do doente;
Ligar 112 e transmitir a informação recolhida;
Seguir as instruções dadas pelo operador de central;
Aguardar pelo socorro.
Asma
A asma é uma afeção do aparelho respiratório, caracterizada por um aumento
da resposta das vias aéreas que se manifesta por uma obstrução variável, que
pode ser desencadeada por vários estímulos, como uma reação alérgica ou
uma infeção, surgindo por crises de um modo súbito;
Os brônquios são as estruturas mais afetadas durante este processo uma vez
que são de pequeno calibre. Assim quando sujeitos a um estímulo (alérgico,
infecioso) reagem contraindo a sua estrutura muscular, o que provoca uma
diminuição do seu lúmen interno com a consequente dificuldade á passagem
do ar.
A asma constitui assim uma verdadeira emergência médica, uma vez que há
comprometimento da oxigenação dos órgãos nobres: pulmões, coração,
cérebro.
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Sinais e sintomas
Dispneia (dificuldade em respirar);
Aumento da frequência ventilatória;
Pieira (expiração sibilante, ruidosa);
Cianose (pele de cor roxa);
Ansiedade;
Tosse;
Incapacidade de completar uma frase sem interrupção.
Atuação (cuidados de emergência)
Manter uma atitude calma e segura;
Procurar retirar o doente do ambiente onde poderá estar a origem das crises
(tintas, vernizes, gasolinas, etc…);
Proporcionar á vítima uma posição cómoda e confortável de modo a facilitar-
lhe a ventilação (a posição sentada ou semi-sentado facilita a ventilação, por
proporcionar uma maior expansão e utilização dos músculos respiratórios);
Ligar 112;
Prosseguir com o exame da vítima.
Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC)
A DPOC é uma situação em que existe uma obstrução permanente á passagem
do ar ao nível dos brônquios, devido a inflamação permanente dos brônquios;
Esta dificuldade só adquire características de uma emergência médica quando
existe agudização da situação, ou seja quando a obstrução se agrava;
O tabagismo, a poluição, certas doenças profissionais e as doenças bronco-
pulmonares da infância são as principais causas de DPOC.
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Sinais e sintomas
Dispneia (dificuldade em respirar);
Cianose acentuada (coloração da pele roxa);
Tosse persistente;
Expetoração;
Agitação e ansiedade;
Alteração da consciência.
Atuação (cuidados de emergência)
Manter uma atitude calma e segura;
Procurar retirar o doente do ambiente onde poderá estar a origem das crises;
Proporcionar á vítima uma posição cómoda e confortável de modo a facilitar-
lhe a ventilação;
Ligar 112;
Continuar com exame da vítima.
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As intoxicações são situações frequentes. A evolução tecnológica deu origem a
variados produtos que antigamente não passavam de um pequeno grupo de
substâncias que normalmente estavam associadas a plantas ou a animais;
A existência de uma grande variedade de substâncias químicas trouxe consigo a
incapacidade de se definir um único procedimento para todo o tipo de intoxicações.
Por este motivo foi criado o Centro de Informação Anti-Venenos (CIAV);
Este centro de informação funciona em permanência (durante 24 horas dia) e dispõe
de uma equipa médica especializada em casos de intoxicação, também em
permanência. Assim, é possível, com base na informação recolhida, aconselhar qual a
atuação mais adequada a cada caso;
A afirmação de Paracelso «Tudo é veneno e nada é veneno, a dose é que faz o
veneno» é elucidativa do tipo de abordagem que se deve ter da intoxicação e ação
do tóxico no organismo.
Tipos de Intoxicação
As intoxicações podem essencialmente ter três origens: acidental, voluntária ou
profissional, sendo a mais frequente a intoxicação acidental e normalmente por uso
ou acondicionamento incorreto dos produtos.
O agente tóxico pode entrar no organismo humano por uma das seguintes vias:
Via digestiva;
Via respiratória;
Via cutânea;
Via ocular;
Por injeção;
INTOXICAÇÕES
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Por picada de animal;
Via rectal ou vaginal.
Sendo a intoxicação uma das emergências mais graves, torna-se fundamental adotar
medidas de prevenção que evitem que esta ocorra:
No caso de alimentos, ter em atenção o prazo de validade e o estado de
acondicionamento e conservação dos mesmos;
No caso de medicamentos, utilizar somente os indicados pelo médico ou pelo
farmacêutico. Colocar os medicamentos nas respetivas embalagens e em
locais de difícil acesso a crianças;
No caso de agentes químicos de limpeza doméstica ou de uso profissional, os
acidentes mais frequentes resultam da associação de produtos ou da não
adoção de equipamento de proteção.
Quando se estiver perante uma intoxicação importa lembrar que, em muitos casos, o
melhor socorro é não intervir, devendo ter sempre presente que, em caso de dúvida,
deve ser contactado o Centro de Intoxicação Anti – Veneno (CIAV – 808 250 143) ou
ligar para o número europeu de socorro 112.
No contacto com o CIAV ou com o 112 indicar:
Em relação ao tóxico:
Identificar o tóxico;
Nome do produto;
Cor;
Cheiro;
Tipo de embalagem;
Fim a que se destina.
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Em relação á vítima:
Idade;
Sexo;
Peso;
Doenças anteriores.
Atuação (cuidados de emergência):
As embalagens devem acompanhar o doente á unidade de saúde, para facilitar a
identificação do agente tóxico e assim permitir uma intervenção no tempo mais curto
possível.
Intoxicação via respiratória
Antes de atuar verificar se o local é seguro e arejado. Caso seja possível
abordar o doente em segurança, retirá-lo do local para uma zona arejada, se
possível administrar oxigénio e contactar os meios de socorro.
Intoxicações por via digestiva
Muitas das intoxicações por via digestiva são de fácil resolução pela remoção
do conteúdo gástrico através da indução do vómito, no entanto, a sua
realização está dependente do tempo decorrido e do produto em causa.
Assim, somente deve ser efetuada quando lhe for dada indicação pelo CIAV ou
pelo operador da central 112.
Intoxicações via cutânea
Nestes casos, remover as peças do vestuário que estiverem em contacto com o
tóxico e lavar a zona atingida durante pelo menos 15 minutos. Logo que
possível contactar o CIAV.
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Intoxicação via ocular
Lavar o olho atingido, com recurso a água. A lavagem deve ser efetuada do
canto interno do olho para o canto externo e deve ser mantida durante 15
minutos. Assim que possível contactar o CIAV – 112.
Os restantes casos, devido á sua especificidade, poderão apenas ser socorridos com
intervenção médica. Assim, devem ser acionados os meios de socorro o mais
precocemente possível.
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As infeções continuam a ter um papel relevante em todo o mundo, não só pela
morbilidade que representam ao nível das populações, como também pelos gastos
exorbitantes que determinam no sistema de saúde.
Deve-se recorrer a métodos e técnicas de trabalho que visem impedir o circuito da
contaminação cruzada. Isto consegue-se pela adoção de normas e regras de trabalho
que tenham por objetivo eliminar o risco de contaminação como também, pelo
manuseio adequado de equipamentos e materiais, sua limpeza e desinfeção.
A contaminação pode definir-se como a presença de microrganismos patogénicos ou
potencialmente nocivos sobre pessoas e/ou animais.
Da descontaminação fazem parte essencialmente três processos:
Limpeza;
Desinfeção;
Esterilização.
Limpeza
Entende-se por limpeza o processo de remoção de sujidade que inclui a remoção e
alguma destruição de microrganismos, através da utilização de água e um
detergente.
A limpeza deverá ser efetuada com água quente e um detergente, adequado á área a
limpar. Deve-se utilizar um detergente de diluições recentes e secar com papel limpo
e seco.
Os detergentes não devem ser abrasivos e não se devem misturar com desinfetantes.
É importante reter que a limpeza é um método de descontaminação que remove os
microrganismos mecanicamente, ou seja não destrói mas remove-os pelo seu
arrastamento junto com água e o detergente.
ESTERILIZAÇÃO DOS INSTRUMENTOS
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Desinfeção
É um conjunto de medidas que procuram conseguir a remoção e destruição de
microrganismos potencialmente patogénicos.
O desinfetante é todo e qualquer agente físico, químico ou biológico que consegue
destruir os microrganismos patogénicos ou pelo menos atenuar a sua virulência
(capacidade de invadir o organismo hospedeiro), impedir a sua multiplicação e
propagação. No entanto para que sejam verdadeiramente eficazes é essencial que as
superfícies a desinfetar tenham sido previamente lavadas, pois o desinfetante apenas
desinfeta a superfície após a remoção completa das matérias orgânicas como
secreções ou sangue.
Assim se houver necessidade de desinfetar uma área, deve-se utilizar:
Lixivia a 0,1% (1 litro de água para 1cc de lixivia), quando pretendemos
desinfetar equipamentos e superfícies que estiveram em contacto;
Lixivia a 1% (1 litro de água para 10cc de lixivia), quando pretendemos
desinfetar equipamentos e materiais conspurcados com sangue ou fluidos
orgânicos. Os equipamentos devem permanecer mergulhados nesta diluição,
aproximadamente trinta minutos após o que devem ser passados por água
corrente e bem secos;
Outro desinfetante bem conhecido é o Álcool a 70º. Este não destrói os
microrganismos mas reduz significativamente a sua virulência. Para além do
seu custo, tem contra-indicações quando o pretendemos utilizar em
equipamentos que estiveram em contacto direto com o fluido orgânico do
doente.
Esterilização
O último dos três processos da cadeia da descontaminação é a esterilização que
compreende as medidas ou o conjunto de medidas que visam a destruição de todos
os microrganismos patogénicos e não patogénicos que se encontram nos materiais.
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As origens do movimento remontam a 1859, quando Henry Dunant – um cidadão
suíço – assistiu á sangrenta Batalha de Solferino, travada no norte de Itália, entre o
exército imperial austríaco e as forças aliadas da França e da Sardenha, e da qual
resultaram 40 mil vítimas mortais.
Em 1862, Dunant publicou “Recordações de Solferino”, onde, além de escrever as
suas memórias de batalha, propôs algumas soluções políticas lançando alicerces para
a criação de sociedades nacionais de auxílio humanitário
Henry Dunant estava determinado a fundar uma sociedade que reunisse voluntários
para prestarem socorro a feridos de guerra e que se mantivessem neutros
relativamente ao conflito, ou seja, deveriam tratar igualmente os soldados de todos
os exércitos envolvidos na luta.
Com esse objetivo viajou pela Europa, pediu audiências, reuniu com governantes e
logo que foi possível constituiu um comité de cinco elementos de nacionalidade
Suiça: ele próprio, o advogado e banqueiro Gustave Moynier, dois médicos, os Drs.
Louis Appia e Théodore Maunior, e o general Dufour.
Em Fevereiro de 1863, reuniram-se para levar a cabo o projeto de constituição do
“comité internacional de socorro a feridos” que mais tarde viria a ser designado
“Comité Internacional da Cruz Vermelha”.
Em resposta ao convite do comité, especialistas de 16 países reuniram-se em
Genebra, em Outubro de 1863, para adotar as 10 resoluções, que formaram a carta
da Cruz vermelha. Estavam, pois, definidas as funções e os métodos de trabalho para
socorros a feridos. A partir desse momento a Cruz Vermelha tornou-se uma
realidade.
Nesta altura, adotou-se o emblema da Cruz Vermelha (cruz vermelha em fundo
branco).
Em 1864, realizou- se uma conferência diplomática, em Genebra, a qual deu origem
ao Direito Internacional Humanitário, com a assinatura da I Convenção de Genebra
(sobre a melhoria das condições dos feridos e doentes das forças armadas em
campanha).
História da Cruz Vermelha
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Em 1864, realizou- se uma conferência diplomática, em Genebra, a qual deu origem
ao Direito Internacional Humanitário, com a assinatura da I Convenção de Genebra
(sobre a melhoria das condições dos feridos e doentes das forças armadas em
campanha).
O nosso país esteve representado pelo delegado do rei D. Luís I, Dr. José António
Marques, na assinatura da I Convenção de Genebra, que se realizou a 22 de Agosto
de 1864.
Empenhando-se na formação de uma comissão, 6 meses e meio depois organiza a
“Comissão Portuguesa de Socorros a Feridos e Doentes Militares em Tempo de
Guerra”, que existiria até 1877.
Dez anos depois surgiu pela mão do General Florêncio de Sousa Pinto, a Sociedade
Portuguesa da Cruz Vermelha.
Tal como todas as outras Sociedades espelhadas pelo mundo, mas orientadas pelos
mesmos princípios, a CVP não segue nenhuma orientação política ou religiosa. Segue
apenas os Princípios Fundamentais do Movimento.
Simbologia:
Cruz Vermelha Crescente Vermelho
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Convenções de Genebra e seus protocolos adicionais:
Convenção I (1864)- Melhoria das condições dos Feridos e doentes das Forças
Armadas em Campanha.
Convenção II (1906)- Melhoria das condições dos Feridos e doentes das Forças
Armadas em Campanha no mar.
Convenção III ( 1929)- Tratamento dos prisioneiros de guerra.
Convenção IV (1949)- Proteção dos civis em tempo de guerra.
Protocolo I (1977)
Conflitos armados internacionais- Este Protocolo expande a provisão das Convenções
de Genebra em conflitos armados internacionais e é também aplicável a cenários de
auto-determinação dos povos.
Protocolo II (1977)
Conflitos armados não internacionais- Este Protocolo complementa e desenvolve o
art.º 3 comum às quatro Convenções de Genebra de 1949, o qual até então era a
única provisão aplicável a conflitos armados não internacionais em território de
Estados-parte das Convenções.
Princípios fundamentais da Cruz Vermelha:
Humanidade;
Imparcialidade;
Neutralidade;
Independência;
Voluntariado;
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Unidade;
Universalidade.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha- Órgão coordenador do Movimento em
situações de conflito armado e difusor do Direito Internacional Humanitário.
Sede: Genebra, Suíça
Funcionários: Um comité de 25 dirigentes, todos suíços; Funcionários que trabalham
na Sede; Delegados em vários países; Colaboradores locais
Fontes de financiamento: Governos de vários países; As Sociedades Nacionais da
Cruz Vermelha; Organizações internacionais; coletividades públicas e privadas
Atividades: Socorro a feridos de guerra.
Proteção de vítimas em poder do adversário.
A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente
Vermelho- Órgão coordenador do Movimento em situações de catástrofe natural e/
ou tecnológica, e promotor do desenvolvimento das Sociedades Nacionais e suas
atividades domésticas.
Sede: Genebra, Suíça
Funcionários: Um Conselho Executivo com colaboradores de muitas nacionalidades;
Funcionários que trabalham na sede; Delegados nos países membros que colaboram
com os funcionários locais.
Fontes de Financiamento: Idênticas às do CICV
Atividades: Esta Federação surgiu em 1919 com missões especiais:
Agir em caso de catástrofe
Socorrer refugiados fora das zonas de combate
Apoiar as Sociedades Nacionais dos diferentes países
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As Sociedades Nacionais- Promotoras dos Princípios Fundamentais do Movimento e
geradoras de atividades humanitárias, prioritariamente dentro dos seus próprios
países
As 3 componentes do Movimento coordenam- se através de 3 órgãos: a Conferência
Internacional, a Comissão Permanente e o Conselho de Delegados.
Sede: A sede é na capital do país mas há delegações locais
Funcionários: Assalariados e voluntários que trabalham na sede e nas delegações;
Voluntários que trabalham na sede e nas delegações; Voluntários que são chamados
em ocasiões especiais
Fontes de financiamento: Governo do país; Organismos internacionais; Câmaras
Municipais; Cotas pagas pelos Sócios; Doações feitas por empresas ou por
particulares.
A Conferência Internacional- Estas 3 componentes encontram-se de 4 em 4 anos na
designada Conferência Internacional do Movimento onde são traçadas as linhas de
orientação da Organização para um período de 4 anos. Para que seja reconhecida
uma Sociedade Nacional de um país, o respetivo Estado terá de ratificar as
Convenções de Genebra e terá assento na Conferência Internacional do Movimento.
Trata- se, pois, da única Organização humanitária que, nas suas decisões supremas,
tem a coresponsabilização dos Estados. Esta aspeto reveste- se de especial
importância pois as resoluções adotadas, com o consentimento dos Estados,
possuem, à partida, todas as condições para serem aplicadas nos respetivos países.
Comissão Permanente:
É a comissão responsável pela preparação da Conferência Internacional;
É constituída por nove membros: 2 representantes do CICV e 2 representantes da
FICV e por 5 representantes das várias SNs, eleitos pela Conferência enquanto
indivíduos com capacidade pessoal;
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A comissão reúne, pelo menos, 3 vezes por ano;
A comissão elege o seu próprio presidente, promove a harmonia no trabalho do
Movimento, a coordenação entre as suas componentes e encoraja a implementação
das resoluções saídas da Conferência.
É o órgão consultivo do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente
Vermelho.
É constituído por representantes do CICV, da FICV e de todas as SNs reconhecidas. Os
governos não participam nos seus procedimentos.
O Conselho de Delegados reúne de 2 em 2 anos para discutir e deliberar assuntos de
interesse comum a todas as componentes do Movimento.
O Acordo de Sevilha de 1997 veio, mais uma vez, definir o papel e o mandato de
cada uma das componentes do Movimento. Neste Acordo, foi criada a figura do “
Project Delegation”, que possibilita a delegação de competências para a execução de
um projeto pelo órgão estatutariamente competente a um outro órgão, embora sob
responsabilidade do primeiro.
O DIH é um ramo do Direito Internacional, que tem como objetivo limitar a utilização
da violência. Aplica-se em casos de conflito armado, quando a ordem jurídica de um
país entra em colapso e o cidadão está indefeso, à mercê dos inimigos.
O DIH:
Lei aplicável em circunstâncias especiais: em tempo de conflito armado (âmbito
universal)
Impossível derrogação, nas circunstâncias militarem tidas em consideração
Individuais no poder de uma parte no conflito
Código de conduta para beligerantes
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Implementação de mecanismos: Estados; CICV; Mecanismos criados em tratados
Sanções: Responsabilidade do Estado; Indemnizações; Responsabilidade criminal
individual.
Segundo o DIH:
Proibição de fazer reféns
Proibição de fazer sentenças e execuções sem julgamento prévio pronunciado por
um tribunal com garantias judiciais
Feridos e doentes devem ser tratados
Pessoas que não são parte activa nas hostilidades ou que já o são, devem ser
tratados humanamente em todas as circunstâncias
Direito à vida
Proibição de tortura
Proibição de tratamento cruel
Proibição de tratamento humilhante ou degradante
Proibição de discriminação baseada na raça, cor, sexo ou religião
DIREITO INTERNACIONAL HUMANITÁRIO
(resumo):
Regras de comportamento na guerra existiram sempre desde que existiu a guerra,
embora, na sua forma escrita, só existam desde o século XIX. Nessa altura, a guerra
era a forma legítima de resolução de um conflito. No século XX, o Pacto Kellog-Briand
(1928) e a Carta das Nações Unidas (1945) trouxera o DIH para primeiro plano, na
medida em que vieram proibir o uso da força nas relações internacionais (se roubar é
ilegal, então não se estabelecem regras sobre como fazê-lo).
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Em suma, o DIH foi, inicialmente, ignorado pelas Nações Unidas, mas, mais tarde,
recuperado durante a Conferência Internacional de Direitos Humanos em Teerão, em
1968. Isto gerou alguma confusão entre as suas esferas: a resolução XXIII foi
designada “ Proteção dos Direitos Humanos em conflitos armados”.
A expressão Direitos Humanos foi inserida no DIH com os Protocolos Adicionais de
1977. A distância entre DIH e Direitos Humanos foi, então, estreitada.
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ACIDENTES DE TRABALHO
O que é Acidente? Se procurarmos num dicionário poderemos encontrar “Acontecimento imprevisto, casual, que resulta em ferimento, dano, estrago prejuízo, avaria, ruína, etc ..” Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de fatores, entre os quais se destacam as falhas humanas e falhas materiais. Vale a pena lembrar que os acidentes não escolhem hora nem lugar. Podem acontecer em casa, no ambiente de trabalho e nas inúmeras locomoções que fazemos de um lado para o outro, no nosso quotidiano. Quanto aos acidentes do trabalho o que se pode dizer é que grande parte deles ocorre porque os trabalhadores se encontram mal preparados para enfrentar certos riscos.
Segundo a definição dada pelo Dec-Lei 100/97 de 13/ 9 /97 - É acidente de trabalho é aquele que se verifique no local e no tempo de trabalho e produza direta ou indiretamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte ”. Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, por exemplo, um corte no dedo, ou grave, como a perda de um membro. Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou sentido. Por exemplo, a perda da visão, provocada por uma pancada na cabeça, caracteriza uma perturbação funcional. Doença profissional também é acidente do trabalho? Doenças profissionais são aquelas que são adquiridas na sequência do exercício do trabalho em si. Doenças do trabalho são aquelas decorrentes das condições especiais em que o trabalho é realizado. Ambas são consideradas como acidentes do trabalho, quando delas decorrer a incapacidade para o trabalho. Um funcionário pode apanhar uma gripe, por contágio com colegas de trabalho. Essa doença, embora possa ter sido adquirida no ambiente de trabalho, não é considerada doença profissional nem do trabalho, porque não é ocasionada pelos meios de produção.
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Contudo, se o trabalhador contrair uma doença ou lesão por contaminação acidental, no exercício de sua atividade, temos aí um caso equiparado a um acidente de trabalho. Por exemplo, se operador de um banho de decapagem se queima com ácido ao encher a tina do banho ácido isso é um acidente do trabalho. Noutro caso, se um trabalhador perder a audição por ficar longo tempo sem proteção auditiva adequada, submetido ao excesso de ruído, gerado pelo trabalho executado junto a uma grande prensa, isso caracteriza igualmente uma doença de trabalho. Um acidente de trabalho pode levar o trabalhador a se ausentar da empresa apenas por algumas horas, o que é chamado de acidente sem afastamento. É que ocorre, por exemplo, quando o acidente resulta num pequeno corte no dedo, e o trabalhador retorna ao trabalho em seguida. Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de realizar suas atividades por dias seguidos, ou meses, ou de forma definitiva. Se o trabalhador acidentado não retornar ao trabalho imediatamente ou até no dia seguinte, temos o chamado acidente com afastamento, que pode resultar na incapacidade temporária, ou na incapacidade parcial e permanente, ou, ainda, na incapacidade total e permanente para o trabalho.
A incapacidade temporária é a perda da capacidade para o trabalho por um período limitado de tempo, após o qual o trabalhador retorna às suas atividades normais. A incapacidade parcial e permanente é a diminuição, por toda vida, da capacidade física total para o trabalho. É o que acontece, por exemplo, quando ocorre a perda de um dedo ou de uma vista. Incapacidade total e permanente é a invalidez incurável para o trabalho. Neste ultimo caso, o trabalhador não reúne condições para trabalhar o que acontece, por exemplo, se um trabalhador perde as duas vistas num acidente do trabalho. Nos casos extremos, o acidente resulta na morte do trabalhador. Prevenção Entende-se por “prevenção” a ação de: Evitar, eliminar, minimizar ou controlar
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Os riscos profissionais através de um conjunto de ações ou medidas que devam ser tomadas no projeto e/ou em todas as fases da atividade da empresa, do estabelecimento ou do serviço A Prevenção é certamente o melhor processo de reduzir ou eliminar as possibilidades de ocorrerem problemas de segurança com o Trabalhador. A prevenção consiste na adoção de um conjunto de medidas de proteção, na previsão de que a segurança física do operador possa ser colocada em risco durante a realização do seu trabalho. Nestes termos pode-se acrescentar que as medidas a tomar no domínio da higiene industrial não diferem das usadas na prevenção dos acidentes de trabalho. Princípios gerais de prevenção Ações de prevenção de programação Identificação dos perigos, Avaliação dos riscos, Indicação das medidas de prevenção /proteção, Analisar os postos de trabalho, Informação técnica (sobre o equipamento, matérias-primas e produtos).
Ações de prevenção de vigilância Realizar exames de saúde periódicos obrigatórios e exames facultativos, Relatórios / fichas de exames médicos, Participar os casos de doença profissional e de acidentes, Analisar as condições de trabalho, de grupos especialmente sensíveis a
determinados riscos, Promover campanhas sanitárias.
Ações de prevenção de aconselhamento (consultivas) Aconselhar sobre processos, métodos e organização de trabalho, Aconselhamento para a aquisição de novos equipamentos, Aconselhamento sobre a aquisição de matérias-primas e produtos, Exercer as suas funções consultivas junto de todos os trabalhadores.
A prevenção pode dividir-se em quatro fases:
1.Prevenção intrínseca que atua diretamente, no momento da conceção do
edifício, das instalações e dos processos de trabalho, pois todo o melhoramento
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ou alteração posterior já não terá a eficácia desejada para proteger a saúde dos
trabalhadores e será certamente muito mais dispendiosa.
2. Prevenção reativa resume-se a um conjunto de medidas complementares às medidas de Prevenção Intrínseca e ocorrem principalmente logo após o fim do projeto/construção e antes da disponibilização do bem para uso comum. É a identificação de situações em que as medidas tomadas no momento da idealização do projeto não foram eficazes. Estão geralmente ligadas: Com a própria máquina, em que é necessário complementar com a instalação
de proteções (cobertura de partes móveis, limitar acessos,…), Com o ambiente de trabalho, tem de ser adaptado ao tipo de meio
disponibilizado, Com a organização da formação ao nível dos utilizadores e do pessoal da
manutenção. Avaliação 3. Prevenção integrada Modo de prevenção que consiste em agir a montante (nos sistemas organizacionais, nos sistema ambientais) devendo atuar:
Conceção do posto de trabalho; Cargas mentais e físicas; Fatores de natureza psicossocial; Organização do trabalho e do espaço de trabalho; Planificação do trabalho, ritmos de trabalho, tempo de trabalho; Monotonia das tarefas; Procedimentação do trabalho.
4. Prevenção corretiva estas ações são essencialmente de reparação, ocorrem principalmente em três situações: 1. Identificação de situações (desvios, falhas, deficiências) potencialmente causadoras de acidentes. As inspeções de segurança e higiene detetam muitas situações de necessidade de correção: – Falhas de manutenção, – Ambiente de trabalho desadequado, – Comportamentos desajustados As inspeções devem estender-se a todas as situações, incluindo tarefas não
rotineiras. – As tarefas ou postos de trabalho devem ser analisadas, tanto com ações
preventivas como ações corretivas. Avaliação e Controlo de riscos 2. Ineficiência ou falta de proteções do equipamento,
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– Comandos desajustados (arranque, paragem ou paragem de emergência) – Ausência de blindagens sobre equipamentos com movimentos, ausência
de resguardos, – Ineficiência de proteções elétricas (ou eletrónicas). Muitas vezes são os
operadores que "eliminam" essas proteções; Adulteração dos sistemas de proteção (confiança excessiva); Má gestão do nº de peças de substituição em stock; Trabalhador sem a formação específica exigida para a tarefa; Na montagem de novos equipamentos, ou quando surgem mudanças,
podem ser desprotegidas certas situações. 3. Análise do pós-acidente (fatores causais) Máquinas, Materiais, Instalações e equipamentos, Espaço, acesso e superfícies de trabalho, Ambiente de trabalho, Tipo e organização da tarefa, Formação, informação e comunicação, Falhas de gestão, Fatores individuais.
Eliminação e controle de riscos Como já vimos, os acidentes são evitados com a aplicação de medidas específicas de segurança, selecionadas de forma a estabelecer maior eficácia na prevenção da segurança. As prioridades são: Eliminação do risco: significa torná-lo definitivamente inexistente. (exemplo: uma escada com piso escorregadio apresenta um sério risco de acidente. Esse risco poderá ser eliminado com um piso antiderrapante) Neutralização do risco: o risco existe, mas está controlado. Esta opção é utilizada na impossibilidade temporária ou definitiva da eliminação de um risco. (exemplo: as partes móveis de uma máquina como polias, engrenagens, correias etc. - devem ser neutralizadas com anteparos de proteção, uma vez que essas peças das máquinas não podem ser simplesmente eliminadas.
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Sinalização do risco: é a medida que deve ser tomada quando não for possível eliminar ou isolar o risco. (exemplo: máquinas em manutenção devem ser sinalizadas com placas de advertência; locais onde é proibido fumar devem ser devidamente sinalizados. Proteção coletiva As medidas de proteção coletiva, através dos equipamentos de proteção coletiva (EPC), devem ter prioridade, conforme determina a legislação, uma vez que beneficiam todos os trabalhadores, indistintamente. Os EPC’s devem ser mantidos nas condições que os especialistas em segurança estabelecerem, devendo ser reparados sempre que apresentarem qualquer deficiência. Vejamos alguns exemplos de aplicação de EPC’s: Sistema de exaustão que elimina gases, vapores ou poeiras contaminantes
do local de trabalho; Enclausuramento de máquina ruidosa para livrar o ambiente do ruído
excessivo; Comando bimanual, que mantém as mãos ocupadas, fora da zona de perigo,
durante o ciclo de uma máquina; Cabo de segurança para conter equipamentos suspensos sujeitos a
esforços, caso venham a se desprender. Quando não for possível adotar medidas de segurança de ordem geral, para garantir a proteção contra os riscos de acidentes e doenças profissionais, devem-se utilizar os equipamentos de proteção individual, conhecidos pela sigla EPI. São considerados equipamentos de proteção individual todos os dispositivos de uso pessoal destinados a proteger a integridade física e a saúde do trabalhador. Os EPI’s não evitam os acidentes, como acontece de forma eficaz com a proteção coletiva. Apenas diminuem ou evitam lesões que podem decorrer de acidentes.
Olhos: óculos contra impactos, que evita a cegueira total ou parcial e a conjuntivite. É utilizado em trabalhos onde existe o risco de impacto de estilhaços e limalhas.
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Vias respiratórias: protetor respiratório, que previne problemas pulmonares e das vias respiratórias, e deve ser utilizado em ambientes com poeiras, gases, vapores ou fumos nocivos. Face: máscara de solda, que protege contra impactos de partículas, respingos de produtos químicos, radiação (infravermelha e ultravioleta) e ofuscamento.
Ouvidos: Auriculares, que previnem a surdez, o cansaço, a irritação e outros problemas psicológicos. Deve ser usada sempre que o ambiente apresentar níveis de ruído superiores aos aceitáveis, de acordo com a norma regulamentadora.
Mãos e braços: luva, que evita problemas de pele, choque elétrico, queimaduras, cortes e raspões e devem ser usadas em trabalhos com solda elétrica, produtos químicos, materiais cortantes, ásperos, pesados e quentes.
Pernas e pés: botas de borracha, que proporcionam isolamento contra eletricidade e humidade. Devem ser utilizadas em ambientes húmidos e em trabalhos que exigem contacto com produtos químicos.
Tronco: aventais de couro, que protegem de impactos, gotas de produtos químicos, choque elétrico, queimaduras e cortes. Devem ser usados em trabalhos de soldagem elétrica, oxiacetilénica, corte a quente.
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A lei determina que os EPI’s sejam aprovados pelo Ministério do Trabalho, mediante certificados de aprovação (CA). As empresas devem fornecer os EPI’s gratuitamente aos trabalhadores que deles necessitarem. A lei estabelece também que é obrigação dos empregados usar os equipamentos de proteção individual onde houver risco, assim como os demais meios destinados a sua segurança.
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA No interior e exterior das instalações das empresas, devem existir formas de aviso e informação rápida, que possam auxiliar os elementos da Empresa a atuar em conformidade com os procedimentos de segurança. Com este objetivo, existe um conjunto de símbolos e sinais especificamente criados para garantir a fácil compreensão dos riscos ou dos procedimentos a cumprir nas diversas situações laborais que podem ocorrer no interior de uma Empresa ou em lugares públicos. Em seguida dão-se alguns exemplos do tipo de sinalização existente e a ser aplicada nas Empresas. Sinais de Perigo Indicam situações de risco potencial de acordo com o pictograma inserido no sinal. São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos, etc.. Têm forma triangular, o contorno e pictograma a preto e o fundo amarelo. Sinais de proibição Indicam comportamentos proibidos de acordo com o pictograma inserido no sinal. São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e
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procedimentos, etc. Têm forma circular, o contorno vermelho, pictograma a preto e o fundo branco.
Sinais de Obrigação Indicam comportamentos obrigatórios de acordo com o pictograma inserido no sinal. São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos, etc. Têm forma circular, fundo azul e pictograma a branco. Sinais de Emergência Fornecem informações de salvamento de acordo com o pictograma inserido no sinal. São utilizados em instalação, acessos e equipamentos. Têm forma retangular, fundo verde e pictograma a branco.
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Bibliografia
Instituto Nacional de Emergência Médica (2009). Manual de Tripulante de
Ambulância de Socorro.
Escola Nacional de Bombeiros (2011). CD Tripulante de Ambulância de
Transporte.
www.forma-te.com (portal dos formadores) (20-09-2012 / 20h30m).
Associação Empresarial de Portugal. Manual de formação: Higiene e Segurança
no trabalho – trabalho, formação PME.