LONA 461- 30/10/2008

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Curitiba, quinta-feira, 30 de outubro de 2008 | Ano IX | nº 461| [email protected]| Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo | Edição Especial Edição Especial DIÁRIO d o B R A S I L O naturalista Charles Darwin O naturalista Charles Darwin O naturalista Charles Darwin O naturalista Charles Darwin O naturalista Charles Darwin provocou uma grande mudança provocou uma grande mudança provocou uma grande mudança provocou uma grande mudança provocou uma grande mudança no pensamento humano com sua no pensamento humano com sua no pensamento humano com sua no pensamento humano com sua no pensamento humano com sua teoria da evolução. teoria da evolução. teoria da evolução. teoria da evolução. teoria da evolução. Nesta edição Nesta edição Nesta edição Nesta edição Nesta edição especial, o LONA traz a traje- especial, o LONA traz a traje- especial, o LONA traz a traje- especial, o LONA traz a traje- especial, o LONA traz a traje- tória de vida do cientista, sua tória de vida do cientista, sua tória de vida do cientista, sua tória de vida do cientista, sua tória de vida do cientista, sua viagem pelo mundo e informa- viagem pelo mundo e informa- viagem pelo mundo e informa- viagem pelo mundo e informa- viagem pelo mundo e informa- ções sobre a exposição “Darwin: ções sobre a exposição “Darwin: ções sobre a exposição “Darwin: ções sobre a exposição “Darwin: ções sobre a exposição “Darwin: Descubra o Homem e a T Descubra o Homem e a T Descubra o Homem e a T Descubra o Homem e a T Descubra o Homem e a Teoria eoria eoria eoria eoria Revolucionária que Mudou o Revolucionária que Mudou o Revolucionária que Mudou o Revolucionária que Mudou o Revolucionária que Mudou o Mundo”, aberta ao público até Mundo”, aberta ao público até Mundo”, aberta ao público até Mundo”, aberta ao público até Mundo”, aberta ao público até 30 de novembro, na Universida- 30 de novembro, na Universida- 30 de novembro, na Universida- 30 de novembro, na Universida- 30 de novembro, na Universida- de Positivo. de Positivo. de Positivo. de Positivo. de Positivo.

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JORNAL- LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Curitiba, quinta-feira, 30 de outubro de 2008 | Ano IX | nº 461| [email protected]|Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo | Edição EspecialEdição Especial

DIÁRIO

do

BRASIL

O naturalista Charles DarwinO naturalista Charles DarwinO naturalista Charles DarwinO naturalista Charles DarwinO naturalista Charles Darwinprovocou uma grande mudançaprovocou uma grande mudançaprovocou uma grande mudançaprovocou uma grande mudançaprovocou uma grande mudançano pensamento humano com suano pensamento humano com suano pensamento humano com suano pensamento humano com suano pensamento humano com suateoria da evolução.teoria da evolução.teoria da evolução.teoria da evolução.teoria da evolução. Nesta edição Nesta edição Nesta edição Nesta edição Nesta ediçãoespecial, o LONA traz a traje-especial, o LONA traz a traje-especial, o LONA traz a traje-especial, o LONA traz a traje-especial, o LONA traz a traje-tória de vida do cientista, suatória de vida do cientista, suatória de vida do cientista, suatória de vida do cientista, suatória de vida do cientista, suaviagem pelo mundo e informa-viagem pelo mundo e informa-viagem pelo mundo e informa-viagem pelo mundo e informa-viagem pelo mundo e informa-ções sobre a exposição “Darwin:ções sobre a exposição “Darwin:ções sobre a exposição “Darwin:ções sobre a exposição “Darwin:ções sobre a exposição “Darwin:Descubra o Homem e a TDescubra o Homem e a TDescubra o Homem e a TDescubra o Homem e a TDescubra o Homem e a TeoriaeoriaeoriaeoriaeoriaRevolucionária que Mudou oRevolucionária que Mudou oRevolucionária que Mudou oRevolucionária que Mudou oRevolucionária que Mudou oMundo”, aberta ao público atéMundo”, aberta ao público atéMundo”, aberta ao público atéMundo”, aberta ao público atéMundo”, aberta ao público até30 de novembro, na Universida-30 de novembro, na Universida-30 de novembro, na Universida-30 de novembro, na Universida-30 de novembro, na Universida-de Positivo.de Positivo.de Positivo.de Positivo.de Positivo.

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O LONA é o jornal-laboratório diário do Curso de Jornalismo daUniversidade Positivo – UP

Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. CampoComprido. Curitiba-PR - CEP 81280-330. Fone (41) 3317-3000

“Formar jornalistas com abrangentes conhecimentos ge-rais e humanísticos, capacitação técnica, espírito criativo eempreendedor, sólidos princípios éticos e responsabilidade so-cial que contribuam com seu trabalho para o enriquecimentocultural, social, político e econômico da sociedade”.

Missão do curso de Jornalismo

ExpedienteReitor:Reitor:Reitor:Reitor:Reitor: Oriovisto Guimarães.VVVVVice-Reitor:ice-Reitor:ice-Reitor:ice-Reitor:ice-Reitor: José Pio Mar-tins. Pró-Reitor Pró-Reitor Pró-Reitor Pró-Reitor Pró-Reitor Adminis-Adminis-Adminis-Adminis-Adminis-trativo:trativo:trativo:trativo:trativo: Arno Antônio Gnoat-to; Pró-Reitor de Gradua-Pró-Reitor de Gradua-Pró-Reitor de Gradua-Pró-Reitor de Gradua-Pró-Reitor de Gradua-ção:ção:ção:ção:ção: Renato Casagrande;;;;;Pró-Reitora de Extensão:Pró-Reitora de Extensão:Pró-Reitora de Extensão:Pró-Reitora de Extensão:Pró-Reitora de Extensão:Fani Schiffer Durães; Pró-Pró-Pró-Pró-Pró-Reitor de Pós-GraduaçãoReitor de Pós-GraduaçãoReitor de Pós-GraduaçãoReitor de Pós-GraduaçãoReitor de Pós-Graduaçãoe Pesquisa:e Pesquisa:e Pesquisa:e Pesquisa:e Pesquisa: Luiz Hamilton

Berton; Pró-Reitor de Pla-Pró-Reitor de Pla-Pró-Reitor de Pla-Pró-Reitor de Pla-Pró-Reitor de Pla-nejamento e nejamento e nejamento e nejamento e nejamento e AAAAAvaliação Ins-valiação Ins-valiação Ins-valiação Ins-valiação Ins-titucional:titucional:titucional:titucional:titucional: Renato Casagran-de; Coordenador do CursoCoordenador do CursoCoordenador do CursoCoordenador do CursoCoordenador do Cursode Jornalismo: de Jornalismo: de Jornalismo: de Jornalismo: de Jornalismo: Carlos Ale-xandre Gruber de Castro; Pro-Pro-Pro-Pro-Pro-fessores-orientadores:fessores-orientadores:fessores-orientadores:fessores-orientadores:fessores-orientadores: ElzaAparecida de Oliveira e Mar-celo Lima; EditorEditorEditorEditorEditor-chefe:-chefe:-chefe:-chefe:-chefe: An-tonio Carlos Senkovski.

Cássio Bida de Araújo

No final de outubro, mais

uma exposição de grande impor-tância chegou à capital parana-ense. Uma mostra sobre Char-les Darwin, que já percorreuinclusive os grandes centros dopaís, como Rio de Janeiro e SãoPaulo, e agora brinda os curiti-banos até o final de novembro,contando a história, as descober-tas e as experiências de um dosmaiores cientistas da humani-dade. O engraçado é que muitaspessoas parecem não gostar devisitar esses tipos de eventos. Esempre que se fala em gastaralgo como R$ 10 numa exposi-ção pensam: “Nossa! É muito di-nheiro jogado fora!”. Há aquelesque preferem desperdiçar R$ 30em uma partida de futebol, ouR$ 50 num “lanchinho” nos vá-rios shoppings centers da cida-de, sem maiores preocupações.Mas quando se fala em ir aomuseu ou a uma exposição, játorcem o nariz só pelo fato deprecisarem pagar.

Os museus trazem partesimportantes da vida das pesso-as — e, contrariando o sensocomum, são ambientes estimu-lantes e criativos. Com eles fi-camos sabendo o que aconteceuna história, admiramos retra-tos da realidade de um mundovivido por artistas, sejam elescontemporâneos nossos ou não.

Um programa diferenteE nesse último ponto é que estáo verdadeiro sentido da existên-cia desses espaços. Graças àsvisitas, podemos ter uma outrapercepção do mundo, distrairum pouco a mente e parar parapensar sobre o verdadeiro sen-tido da aventura cotidiana.Além, é claro, de adquirir maisconhecimento.

Parece que, à medida queenvelhecemos, perdemos o gos-to pelas coisas mais simples davida. Para comprovar esta fra-se, basta olhar para uma crian-ça fascinada ao ver um quadronas paredes do Oscar Niemeyer,principal museu de Curitiba, eperguntar para o seu pai: “Nos-sa, que quadro legal! De quemé, pai?”. Grande parte deles, malacostumados e pouco admirado-res da arte, vão dizer: “Não sei,mas é bonito. Vamos continuarolhando!”. Poucos são os que con-seguem explicar, com rara pro-priedade, o que representa umMonet, um Picasso, um Di Ca-valcanti, isso para ficar nos no-mes mais famosos. Tudo isso porfalta de costume.

Portanto, quando você esti-ver em dúvida sobre que progra-ma fazer no final de semana,pare um pouco e procure umaexposição. São várias as opçõese vários os espaços que oferecemessa alternativa. E se você nãogostar de museus, não faz mal.Também em shoppings há vári-as mostras em exposição. E

muitas são gratuitas. Assim,você pode curtir seu cineminha,seu “lanchinho” e logo depoisparar alguns minutos para ad-

mirar alguma obra de arte evoltar com mais conhecimentopara casa. Garanto que a visitavai render ainda mais! A expo-

sição de Darwin, com diversoscenários e muita informação, éuma opção excelente para pesso-as de todas as idades.

Grupo de estudantes na exposição sobre Charles Darwin na UP: encanto e conhecimento

Luciano Sarote/ LONA

Diego Lopes

Não faz muito tempo que asgrandes exposições culturais eespetáculos internacionais pas-savam longe de Curitiba. Em-bora fosse conhecida pelas suassoluções urbanas e pelos seusíndices de qualidade de vida, acapital paranaense não chama-va a atenção pelas suas ativi-dades culturais. Além do climaprovinciano da cidade, o princi-pal motivo era a falta de espaçopara esses eventos.

O primeiro sinal de mudan-ça ocorreu com a inauguração,em 2002, do museu Oscar Nie-meyer. No mapa que orienta oroteiro das grandes exposições,a capital do Paraná só passou a“existir” depois desse ano. Tal-vez pelo fato de que São Pauloestá relativamente próxima,funcionando como um ímã queatrai os grandes eventos cultu-rais.

A sensação que tínhamos eraque só as sobras culturais che-

Curitiba no mapa-múndi da culturagavam às exposições curitiba-nas. Mas, aos poucos essa rea-lidade foi mudando, de formamais visível nos últimos seisanos. Será que São Paulo per-deu o fôlego e a voracidade comque consome cultura?

Por mais que se diga o con-trário, a barreira que impediaque os grandes shows e mostrasculturais chegassem até Curi-tiba nada tem a ver com a mai-or cidade do Brasil. O proble-ma era estrutural. Resolvidoesse problema, Curitiba entrouno roteiro das grandes exposi-ções. Brotou no mapa, como sede repente muitas pessoas vi-vendo em um ponto abaixo daLinha de Capricórnio e próxi-mo ao Atlântico resolvessemconsumir a cultura das exposi-ções.

A importância da visibilida-de que Curitiba ganhou é incal-culável. Não apenas o Nie-meyer recebe grandes mostrase eventos, mas também, maisrecentemente, espaços como oTeatro Positivo, que recebe sho-

ws de grandes artistas comuma freqüência bastante alta.Agora as pessoas têm opções desobra.

O maior beneficiado é a po-pulação, que tem acesso a mos-tras como a exposição sobre aobra e a vida de Charles Da-rwin, que já passou por quatrocapitais brasileiras. Quandoouvimos nas aulas de biologiaas explicações sobre a evoluçãodas espécies, tudo parece mui-to distante e intangível, masem contato com o materialapresentado na exposição, opúblico compreende o que Char-les Darwin teorizou.

A formação cultural dos ci-dadãos de uma cidade passapor um cenário cultural dequalidade e receptivo às gran-des mostras do Brasil e domundo. Nunca estivemos tãopreparados para receber taismostras e tão bem servidos deopções para nos nutrir comcultura. A exposição de Darwiné uma importante contribui-ção para isso.

Opinião

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Exposição sobre Charles Darwin éuma das mais concorridas do Brasil

A mostra é aberta à comunidade e tem peças sobre a obra do naturalista

Diana Axelrud

Quem nunca ouviu falar deCharles Darwin? Esse pesqui-sador inglês é um dos maioresnomes da história da humani-dade. Darwin nasceu em 1809,na cidade de Shrewsbury. Seumaior legado para a humani-dade foi a idéia da seleção na-tural como forma de evoluçãodas espécies. Sua obra mais co-nhecida, “A Origem das espé-cies”, foi publicada no ano de1859.

Mas agora não é mais pre-ciso que as teorias e obras deDarwin fiquem só na imagina-ção. Elas estão mais perto doque nunca. A Universidade Po-sitivo é palco de uma das maisconcorridas exposições científi-cas do Brasil: “Darwin: Descu-bra o Homem e a Teoria Revo-lucionária que Mudou o Mun-do”. A exposição tem origem noAmerican Museum of NaturalHistory, de Nova York. Cida-des como São Paulo, Rio de Ja-neiro, Brasília e Goiânia já re-ceberam a mostra.

A exposição é aberta à co-munidade e conta com artefa-tos que aumentam o entendi-mento do público, como docu-mentos, orquídeas exóticas,animais vivos, como iguanas,tartarugas, jabutis. A exposi-ção é uma parceria entre aUniversidade Positivo e o Ins-tituto Sangari. Segundo a Co-ordenadora de Cultura da UP,Alessandra Stella Túlio, o ob-jetivo da instituição em re-ceber a exposição é de difundira cultura. Alessandra ressaltaque os monitores da exposiçãosão alunos do curso de Ciênci-as Biológicas da instituição.

Um desse monitores é Fran-cisco Brunetta Sávio, que cursao 4º ano de Ciências Biológicas.Para ele, ser educador de umamostra como essa é uma opor-tunidade única. “Posso ter con-tato direto com a história deDarwin, é muito bom para omeu currículo, além da intera-ção que tenho com o público.” Osjovens alunos que são monitorespassaram por três dias de trei-namento para se saírem bem ao

LocalLocalLocalLocalLocal: Universidade Positivo - Sala de Eventos do Prédioda Pós-Graduação e Extensão.

HorárioHorárioHorárioHorárioHorário: segunda a sexta-feira, das 9 às 22 horas; sába-dos, domingos e feriados, das 9 às 17 horas A bilheteria fecha1 hora antes da exposição.

PreçosPreçosPreçosPreçosPreços: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia) Gratuito para alunos e professores da rede pública, me-

diante agendamento e para menores de 7 anos e maiores de60 anos.

ContatoContatoContatoContatoContato para agendamento de visitas guiadas para gru-pos (no máximo 25 pessoas): 0300 789 0002.

Site da Exposição: www.darwinbrasil.com.br

exercerem a tarefa. Segundo omonitor, a exposição, que ocorredesde o dia 23 de outubro, estábastante movimentada.

Willian Costa e outros cole-gas viajaram mais de duas ho-ras, desde a cidade de Mafra,em Santa Catarina, para visi-tar a exposição. Eles são alu-nos de Ciências Biológicas daUniversidade do Contestado(UNC). Costa diz que gostou doque viu. “Tudo está muito bom,o som, a iluminação, o ambi-ente, a explicação. É muitoimportante ver a teoria na prá-tica. Além disso, o preço estábastante acessível, o que per-mite que o público no geral pos-sa acompanhar a exposição”.

Luciano Sarote/LONA

ServiçoServiço

“Posso ter contato com a história deDarwin, é muito bom para o meu currículo,além da interação que tenho com o público”FRANCISCO BRUNETTA SÁVIO, MONITOR DA EXPOSIÇÃO

Geral

A maior contribuição de Darwin foi a teoria da evolução, que diz que as espécies têm um ancestral em comum

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Curitiba, quinta-feira, 30 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 30 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 30 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 30 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 30 de outubro de 200844444

A teoria da evolução de Darwin mostrou que somos todos iguais

Rikardo S. da Silva

Em 1831, um aspirante areverendo, junto com váriosoutros teólogos, parte em umaviagem a bordo do navio Beagleao redor do mundo com um pro-pósito: provar a existência deDeus. Após 28 anos, este homemde fé acabou lançando uma teo-ria que foi completamente opos-ta ao propósito da viagem. Umaidéia que acabou “matando”Deus, ou pelo menos a idéia deque Ele criou tudo e pronto.

No ano de 1859, o britânicoCharles Darwin publicou “Aorigem das espécies”, livro querevolucionou a forma de pensara criação de nosso planeta. Ateoria da evolução das espécies,descrita na obra, fala sobrecomo nós e todos os outros ani-mais do planeta nos transfor-mamos no que somos hoje. Se-gundo essa visão, não existenada de “mágico” ou de divinonisso. Tudo isso é apenas uma

A descoberta que nos igualou

evolução natural.A demora na publicação da

teoria ocorreu pelo fato de Da-rwin ser um homem religioso.Quando percebeu que suas idéi-as poderiam destruir a crençade milhões de pessoas (incluin-do a dele), adiou a sua publica-ção, até que tomasse definitiva-mente coragem de “matar”Deus. “A primeira grandetransformação, causada pelateoria, foi a quebra brutal quehouve entre ciência e igreja”,conta o professor do curso deBiologia da Universidade Posi-tivo Eliseu Vieira. Mas o queesta teoria tem de tão especialpara os cientistas e de “mons-truoso” para os religiosos?

A teoria “assassina”Primeiro a pergunta: o que

é evolução? “Evolução é mudan-ça, transformação, é quandouma espécie deixa de ser umacoisa e passa a ser outra. Umorganismo com uma morfolo-gia, após algumas transforma-

ções, tem uma outra morfolo-gia, melhor ou pior, depende doponto de vista. Por exemplo, umcachorro é um bom caçador, temum ótimo faro, nós podemos serbons caçadores, mas não temosbom faro, temos inteligênciapara fazer lanças, por exemplo”,explica o professor Eliseu.

A evolução é o meio que asdiferentes espécies do mundo en-contraram para se “fixar” no pla-neta; a máxima “os mais fortessobrevivem”. Mas o “forte” nãosignifica exatamente força. Aevolução pode estar em ser me-nor, em ser mais ágil, em terum bico mais longo, uma patamaior ou menor, ou em ter umainteligência mais desenvolvida,no nosso caso.

A partir desta constatação,a ciência começou a estudar osseres vivos com esse pensamen-to. A evolução mostrou que tí-nhamos todos, de uma certa for-ma, um ancestral comum, e issofoi benéfico para várias áreas.“A longo prazo a teoria trouxeuma compreensão maior entreos organismos, pois de algumaforma eles têm um ancestralem comum. Eu posso fazer umaexperiência de laboratório comum rato e presumir que o re-sultado seja parecido em huma-nos, pois somos mamíferos e porisso temos um ancestral emcomum em algum momento nopassado”, conta Eliseu.

Essa ação acaba colocandotodos os animais, nós inclusi-ve, no mesmo jogo. A teoria mos-trou que somos apenas animaisadaptados ao meio. Não somosmais o centro do universo, mui-to menos o animal mais evoluí-do; somos apenas mais umadentre milhões de espécies.Além disso, a teoria mostrouque os animais não nasceramprontos do jeito que estão, que-brando a idéia do criacionismo.Com isso, a teoria demorou aser aceita, pois ela não “mata-va” apenas Deus; matava tam-bém nosso ego.

Um exemplo: imagine quevocê esteja querendo pegar algoque caiu em uma pequena fres-ta. Você não consegue alcançaraquele objeto porque seu braçoé muito curto. Então você pede

ajuda a um amigo que tem umbraço maior, mas ele tambémnão alcança, pois seu braço émuito grosso. Então vem umaterceira pessoa que conseguepegar o objeto, pois seu braço élongo e fino.

Agora imagine esta situaçãona natureza, e imagine queeste objeto fosse um alimento.O único na região que sua es-pécie pudesse comer. O únicoque conseguiria pegar o alimen-to seria o indivíduo com o braçofino e longo, não importando seele fosse o mais forte, mais ágilou mais inteligente, mas ape-nas aquela característica o fa-ria gerar mais descendentes, en-quanto você e seu amigo passa-riam fome e não gerariam des-cendentes. Portanto, os próxi-mos da espécie terão todos bra-ços finos e longos.

Estas situações ocorreramem todo o planeta das maisdiversas formas possíveis,e os animais que sobre-viveram hoje usarammodos diferentes deconseguir o que que-riam (no exemploanterior nós pode-ríamos usar umaferramenta, jáque temos polega-res e inteligênciamaior). Após mi-lhões de anos, asespécies foram seadaptando às mu-danças que ocorri-am no mundo dasmais variadas for-mas.

Entre eras gla-ciais, aquecimen-tos globais (sim,isso já aconteceu),asteróides e outrosfenômenos natu-rais, as espéciesque melhor seadaptaram divi-dem o mundo hojeconosco. E ponto fi-nal. Quer dizer,quase. A teoria daevolução, apesarde ser comprova-da, ser uma certe-za científica, temmuitas lacunas;

por isso é pesquisada até hoje.Várias outras ciências usam odarwinismo para explicar seusfenômenos. Das condições soci-ais de uma população aos bura-cos negros, tudo usa Darwin, ouusa Dawkins. Mas quem é esseDawkins? É quem colocou umnovo elemento na teoria.

Releituras“A origem das espécies” diz

que os seres mais bem prepa-rados se adaptam e continuamas linhagens. Com isso, os maisbem adaptados ficam mais tem-po na Terra, e nesse jogo somostotais retardatários, pois surgi-mos há pouquíssimo tempo, emse comparando com a idade doplaneta. Tudo ia muito bem comesta idéia

Luciano Sarote/LONA

Especial

Macaco em painel da exposição sobre Darwin

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até que alguém ergueu a mão edisse outra coisa.

Na década de 70 uma teoriacomeçou a ecoar no meio cien-tífico: a teoria do gene egoísta.Outro britânico, Richard Da-wkins, mostrou um comple-mento ao darwinismo, que nãoexistia porque Darwin não co-nhecia genética. “A seleção na-tural é um mecanismo como osorganismos vão mudando como tempo. Com o redescobrimen-to dos trabalhos de Mendell so-bre genética, surge uma fusãocom as idéias de Darwin, cha-mada de neodarwinismo”, expli-ca Eliseu. Parte deste neodarwi-nismo é a teoria de Dawkins.

Para ele, a evolução aconte-cia simplesmente porque os ge-nes queriam, o que “matou” ain-

da mais Deus (Dawkins éum ateu “fervoroso”) e ma-

tou ainda mais nossoego, pois mos-trou que alémde não ser-mos nada em

compara-ção ao uni-verso e a

evolu-

ção, somos apenas uma máqui-na comandada por genes.

A teoria do gene egoísta nãomata Darwin como ele fez comDeus, mas a complementa, mos-trando que quem está no coman-do da vida são nossos genes. Istofica bem característico com omapeamento do genoma dos ani-mais. A porcentagem de genesparecidos que temos com ani-mais que hoje habitam o plane-ta, mostra que há algo em co-mum conosco, e que os genestêm alguma ligação nisso. Tudoem nossas relações está ligado anisso, até mesmo o sexo, que éapenas uma forma melhor queos genes encontraram de conti-nuarem no planeta.

Imagine uma bactéria. Vir-tualmente ela é imortal, pois sereproduz de forma assexuada,dividindo-se em duas. Se emalguma dessas divisões houverum erro, este erro será passadopara todas as outras, fazendocom que estes genes sejam per-didos, pois não sobreviveriam àsmudanças. O sexo então foi usa-do para que, se houvesse umerro em um gene, ele pudesseser corrigido com o relaciona-mento com seres diferentes, quenão têm estes erros, anulando-os ou fazendo-os hibernar.

A teoria também mostra quea “briga” não é entre espécies,mas sim entre indivíduos, co-mandados pelos seus genes quequerem ser passados adiante.Esta mudança da teoria da evo-lução só pôde acontecer a par-tir do momento em que passa-mos a estudar a genética e verque somos todos iguais sob aperspectiva genética, pois temosos mesmos genes, mas teve gen-te que não pensava assim.

Darwin “assassino”Mas Darwin também foi

usado para dizer completamen-te o contrário de sua teoria: quesomos diferentes e que algunssão superiores a outros. O da-rwinismo social foi algo que vi-gorou até o início do século XXe que foi usado como uma armade destruição em massa, pois foia partir desta idéia “científica”que surgiu o nazismo e a euge-nia, que mataram milhões de

pessoas em nome da superiori-dade e da seleção natural.

Este uso errado das ciênci-as biológicas pelas ciências hu-manas tentava explicar por quealguns grupos de pessoas eramsupostamente mais inteligen-tes que outros, numa teoria tãocientífica quanto aquela quedizia que um homem era reiporque Deus queria. Esta idéiaestá hoje derrubada dos círcu-los das ciências sociais, mas oestrago que fez ainda hoje podeser sentido.

Outras ciências usaram odarwinismo durante os últimosanos para explicar seus fenôme-nos, e uma delas é a astrono-mia. Nos últimos anos, umateoria tem falado sobre a sele-ção natural feita em termosuniversais, ou seja, entre pla-netas, estrelas e até mesmo ga-láxias. Segundo a matéria“Evolução da evolução” publica-da na revista Superinteressan-te de junho de 2007, o físico nor-te-americano Lee Smolin fezuma teoria que trouxe Darwinpara a física quântica. Segun-do esta teoria, todo o universo éuma seleção natural.

Antes de existir tudo, nãoexistia nada. Quer dizer, exis-tia, mas em um minúsculo pon-to. Um dia este ponto explodiue criou tudo o que conhecemos.Hoje o universo está repleto depontos assim que sugam tudo oque está em volta para dentrodeles, incluindo o tempo. São osburacos negros. E o que issotem a ver com Darwin? Smolinacredita que na verdade nossouniverso é apenas um dentremuitos que existem num lugarchamado de multiverso.

Neste multiverso, quemconseguir gerar mais universostêm mais “descendentes” e comoos buracos negros são parecidoscom o ponto que deu origem,Smolin concluiu que os buracosnegros seriam big-bangs quecriariam novos universos nes-te multiverso, o universo commais buracos negros teriammais “descendentes” neste mul-tiverso, e é aí que entra o da-rwinismo.

Um buraco negro, em sín-tese, é uma estrela morta. Comisso, para se ter mais buracosnegros são necessárias maisestrelas, e para se ter estrelassão necessárias nebulosas, umberçário das estrelas. Para queas nebulosas gerem mais estre-las, segundo a matéria da Su-perinteressante, elas precisamser frias e para que isso ocorra

é necessário carbo-no, que é o ele-mento primordialpara se ter vida, egraças a esse em-penho do universoem ter mais “fi-lhos” do que os ou-tros é que você estálendo esta matéria.

A teoria hojeNo final de tudo

Darwin não matouDeus. Sua teoria mos-trou um novo ponto devista que foi usado tantopara nos matar quanto paradizer que somos apenas umsubproduto, um efeito colate-ral de uma “compra” exces-siva de carbono feita pelonosso universo apenaspara ter mais descen-dentes do que os ou-tros universos, masestas duas teoriasainda não são com-provadas, como a deDarwin, mas estãosendo estudadas,como a teoria da evo-lução continua sendo.

“O grande desafiodo processo evolutivoé compreender como al-gumas estruturas mor-fológicas aparecem e de-saparecem depois de mi-lhões de anos. Chamamosisso de evodevo, que é evolu-ção mais desenvolvimento. Jun-ta-se genética, desenvolvimen-to embrionário para tentar en-tender como alguns momentosda evolução produzem transfor-mações muito grandes em umcurto espaço de tempo.

Queremos entender os pro-cessos que levam essa evo-lução e saber como éramosno passado para termosuma base para especu-lar o que acontecerá nofuturo”, diz o professorEliseu.

Se você não queriasaber que sua existên-cia não passa de ummero acaso do cosmos,saiba que Darwin tambémnão queria, mas este é o pre-ço do conhecimento e talvezesta seja a maior contribuiçãode Darwin.

Afinal, o que importa é sa-bermos para podermos ver queno fim todos viemos do mesmoancestral, ou quem sabe domesmo gene ou até do mesmocarbono, e que isso nos faziguais.

A teoria do gene egoísta não “mata”Darwin como ele fez com Deus, mas acomplementa, mostrando que quem estáno comando da vida são nossos genes

Divulgação

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Durante a viagem, Charles Darwin confessou, tempo mais tarde, que sentiu muito enjôoGeral

Ilustrações: divulgação

O pesquisador Charles Darwin viajou pelo mundo durante cinco anos. Mais 72 pessoas estavam a bordo do navio da Marinha Real Britânica HMS Beagle

1- Plymouth Plymouth Plymouth Plymouth Plymouth – 27 de dezembro de 18312- Ilhas CanáriasIlhas CanáriasIlhas CanáriasIlhas CanáriasIlhas Canárias – janeiro de 18323- Ilhas do Cabo VerdeIlhas do Cabo VerdeIlhas do Cabo VerdeIlhas do Cabo VerdeIlhas do Cabo Verde – janeiro de 18324- SalvadorSalvadorSalvadorSalvadorSalvador – fevereiro de 18325- Rio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroRio de Janeiro – abril de 18326- Ponta AltaPonta AltaPonta AltaPonta AltaPonta Alta – setembro de 18327- Terra do fogoTerra do fogoTerra do fogoTerra do fogoTerra do fogo – dezembro de 18328- Rio NegroRio NegroRio NegroRio NegroRio Negro – agosto de 18339- Ilhas FalklandIlhas FalklandIlhas FalklandIlhas FalklandIlhas Falkland – março de 183310- Estreito de MagalhãesEstreito de MagalhãesEstreito de MagalhãesEstreito de MagalhãesEstreito de Magalhães – junho de 183411- ChiloéChiloéChiloéChiloéChiloé – janeiro de 1835

12- ValdíviaValdíviaValdíviaValdíviaValdívia – fevereiro de 183513- ValparaísoValparaísoValparaísoValparaísoValparaíso – março de 183514- Galápagos Galápagos Galápagos Galápagos Galápagos – setembro de 183515- Sidney Sidney Sidney Sidney Sidney – janeiro de 183616- Ilhas CocoIlhas CocoIlhas CocoIlhas CocoIlhas Coco – abril de 183617- Ilhas Maurício Ilhas Maurício Ilhas Maurício Ilhas Maurício Ilhas Maurício – abril -maio de 183618- Cabo da Boa Espe-Cabo da Boa Espe-Cabo da Boa Espe-Cabo da Boa Espe-Cabo da Boa Espe-rança - rança - rança - rança - rança - maio 183619- BahiaBahiaBahiaBahiaBahia – agosto de 183620- Falmouth Falmouth Falmouth Falmouth Falmouth – 2 de outubro 1836

A viagem de DarwinDarwin

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77777Curitiba, quinta-feira, 30 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 30 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 30 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 30 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Marisa Rodrigues

Charles Darwin não foi ino-vador. Foi revolucionário. Nas-ceu em Shropshire, Inglaterra,em 12 de fevereiro de 1809. Aca-so ou não, a ciência sempre es-teve em seu caminho. Seu avô,Erasmus Darwin - filósofo, na-turalista e médico - serviu deinspiração para Mary Shelleyescrever o romance “Frankens-tein”. E, em 1794, Erasmuspublicou um li-vro onde diziaque todos os se-res humanossurgiram de umúnico e minús-culo filamento.Teoria que maistarde serviu deinspiração paraseu neto.

Em 1826,Darwin foi paraa Escócia estu-dar medicina. Com John Ed-monston, um ex-escravo negro,aprendeu técnicas de taxider-mia — arte de montar e recri-ar animais para estudo. As his-tórias fantásticas sobre a diver-sidade de fauna e flora das flo-restas tropicais na América doSul, por onde Edmonston pas-sou, ajudaram a alimentar oimaginário do jovem.

Como estudante de medici-na, fracassou após precensiaruma técnica cirúrgica semanestesia. Foi estudar teologia,uma ironia, já que os avançosde suas idéias logo entrariamem conflito com a fé e as ques-tões religiosas (veja matérianas páginas 4 e 5).

BesourosEm Cambridge, onde foi le-

vado pelo pai para se tornar te-ólogo, Darwin se aprofundouna observação da natureza. Co-lecionador inveterado de besou-ros, descobriu por acaso que al-gumas espécies liberavam sus-bstâncias irritantes.

Com as mãos ocupadas deinsetos, decidiu guardar suamais nova captura dentro daboca, teve a língua queimadapor um ácido. O interesse porplantas e animais motivou

Quase 150 anos nos separam da teoria que revolucionou a ciência

De teólogo a cientistaPerfil biográfico

Adam Sedgwick, um respeita-do geólogo inglês, a convidarDarwin para uma expedição ar-queológica pelo País de Gales.

1831 foi um ano definitivopara Darwin. Se aventurou emsua primeira expedição, e como martelo nas mãos – ferramen-ta que utilizaria com frequên-cia em suas pesquisas, anali-sou pedras e escalou rochas.Observando não só a nature-za, mas a forma de trabalho deSedgwick, descobriu como era

a metodologiaem um traba-lho de campo.

Não demo-rou para que acuriosidade deDarwin pela ci-ência chamas-se a atenção dealguns profes-sores de Cam-bridge. Poucotempo depois, oprofessor de bo-

tânica J.S. Henslow se trans-formaria em seu mestre.

A bordo do BeagleEm 24 de agosto de 1831,

Henslow convidou seu pupilopara participar de uma expe-dição ao redor do mundo a bor-do do navio Beagle. Com 22anos e uma vida confortável,Darwin se aventurou na ex-pedição que, inicialmente, es-tava prevista para durar doisanos, mas resultou em cinco.A viagem tinha como objetivoestudar portos da região, atu-alizar mapas e fazer observa-ções científicas. Charles foiorientado para observar e co-letar espécimes sempre que onavio atracasse. Sua ativida-de foi intensa, pois dois ter-ços da viagem foram em ter-ra firme.

No roteiro estavam: IlhasCanárias, Ilhas do Cabo Ver-de, Salvador, Rio de Janeiro,Estreito de Magalhães, Galá-pagos, Sidney e Cabo da BoaEsperança. Tudo que Darwincoletou foi enviado para a In-glaterra. Foi em fevereiro de1832, em Salvador, que o na-turalista viu, pela primeiravez, as florestas tropicais doBrasil.

Ficou fascinado pela exube-rância das espécies, principal-mente, pelas iguanas, beija-flo-res e orquídeas. Em abril de1832, chegou ao Rio de Janeiro,mas além das belezas naturaisda então capital brasileira, acrueldade destinada aos escra-vos também foi observada.

Darwin não tem fimEm dois de outubro de 1836,

o jovem naturalista desembar-

cou com as malas e a cabeçacheias de teorias que funda-mentaram sua Teoria da Evo-lução, a base para seu livro, “AOrigem das Espécies”, publica-do em 1859, que defende a evo-lução biológica, em que todasas espécies são aparentadas, eque a evolução ocorre por sele-ção natural. A obra de Darwinmexeu diretamente nas cren-ças dos homens, pois questio-nava não só a criação da vida

O naturalista Charles Darwin com cerca de 50 anos: da teologia para a ciência

As históriasfantásticas sobre adiversidade defauna e flora dasflorestas tropicaisajudaram aalimentar seuimaginário

na Terra, mas a existência deum deus.

Morreu em 19 de abril de1882 e foi sepultado na Abadiade Westminster. Muitos anosse passaram.

As descobertas que, inicial-mente, partiram da curiosida-de de um jovem estudante, in-fluenciaram todas as áreas doconhecimento científico. DaBotânica à Sociologia. Da Geo-logia à Genética.

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Curitiba, quinta-feira, 30 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 30 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 30 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 30 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 30 de outubro de 200888888

Fotos: Luciano Sarote

O século XIX foi marcadopelo espírito aventureiro denaturalistas que deixavamsuas casas confortáveis nasgrandes cidades e viajavamrumo ao desconhecido. Ri-

A aventura doconhecimentoconhecimentoquezas naturais ainda pou-co conhecidas eram desven-dadas por eles. Darwin,Saint-Hilaire, Humboldt,Eschwege, todos eles tinhamem comum a aventura do co-nhecimento. A exposição“Darwin: Descubra o Homeme a Teoria Revolucionária que

mudou o Mundo”, aberta aopúblico na Universidade Po-sitivo até 30 de novembro, éuma oportunidade única deprovar um pouco do conheci-mento desvendado pelo na-turalista. A exposição, comambientações bastante ricas,é um espetáculo à parte.