Livro Caminhada Caridad Mendizabal
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Caridad Mendizabal / Caminhada / 2
CAMINHADA
por
Caridad Mendizabal
EDITORA
Caridad Mendizabal / Caminhada / 3
Caminhada Caridad Mendizabal
Copyright 2013 Editora Liga dos Autores Free Ldta.
Todos os direitos para a língua portuguesa reservados pela
Autora Caridad Mendizabal e Editora Liga dos Autores Free.
Editor: Liga dos Autores Free
Revisão:Flávia Zarfolim
Supervisão Editorial:Flávia Zarfolim e Alinne Fernanda
Equipe de Apoio Operacional:Samanta Lobato –Chris Beira-Ales de Lara
Ilustração Capa:Giulia Amandit
Ilustrações Internas :Amanda Obelar
Idealizador do Projeto e Diagramação :Rafão Miranda
EDITORA LIGA DOS AUTORES FREE
RUA JUVENAL CORDEIRO ,134
CEP 83502-450,ALMIRANTE TAMANDARÉ –PARANÁ-BRASIL
TEL:041-3047-4543
www.ligadosautoresfree.com
Email:[email protected]
pagina facebook:Liga dos Autores Free
Mendizabal Caridad
Caminhada Caridad Mendizabal
Curitiba :Editora Liga dos Autores Free
Crônicas Espiritualistas
ISBN:85-7393-386-3 CDD
294.3
183
Caridad Mendizabal / Caminhada / 4
Abre teu coração e adora esta beleza de viver... em cima está o cálice que contém
a chave para abrir a porta secreta que conduz ao Jardim do Senhor... Gerardo Bastos
“Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar,
fazer e principalmente viver. ” Dalai Lama·.
Todo Homen ou Mulher tem direito à liberdade de pensamento consciência e religião;
este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença ,pelo ensino ,pela prática pelo culto
e pela observância ,em público ou em particular
(Artigo XVIII da Declaração Universal dos Direitos do Homen )
Caridad Mendizabal / Caminhada / 5
Sumário
PRÓLOGO 7
INFÂNCIA 8
A doce Inocência que nos Alegra -08/05/08 11
Aromas do Lar -02/09/07 14
ADOLESCÊNCIA 19
O silêncio como punição-22/05/08 19
Um sorriso, um pequeno gesto faz toda diferença! 21
ADULTA 23
A inocência num piscar de olhos 23
Hoje ela está completando 26 anos e continua sendo repentina. 26
Nossa resistência -29/12/10 27
Serenidade de uma noite magnífica – 22/12/07 29
O ENCONTRO 32
O Início -25/11/2004 32
Nome Sagrado 34
Quatro anos nesta senda -23/11/07 36
A vida-20/02/08 41
A senda -23/07/07 43
Servir-04/11/06 49
OS PRINCÍPIOS DO REIKI 52
Primeiro princípio -21/02/07 52
Segundo Princípio -24/02/07 52
Terceiro princípio –07/03/07 53
Quarto princípio -11/03/07 54
RECORDANDO os quatros primeiros princípios do REIKI 54
Nosso coração tocado pelo amor do Mestre -09/11/07 55
Curada com amor e confiança -27/02/08 56
Caridad Mendizabal / Caminhada / 6
A energia está viva-19/12/07 59
Hoje palestrei –02/04/07 60
Skandalon -21/01/07 61
Aprendendo com o coração-19/06/07 62
Servindo com amor -01/07/12 63
CONTINUANDO A CAMINHADA 64
Reafirmando a conexão-15/10/07 65
Limpar a janela da alma – 31/03/08 66
Reflexão-19/12/06 69
Gentileza-11/05/2012 71
- Liberdade e Humildade -03/01/2012 72
Será que estou certa? 21/01/12 73
Queridos discípulos! 74
E nossos erros? 10/03/2013 75
SADHANA 78
O que é Sadhana? 78
1-Purificação 78
2 -Kriya 78
3- Meditação 79
4-Triângulos 79
5 - Irradiação 79
6 - Oferenda à Pachamama 79
7- Prece 79
8 - Peregrinações ou Viagens sagradas 80
9- Serve 80
21 DIAS 86
E de que se trata fazer os 21 dias?-17/02/2013 87
A IMPECABILIDADE DOS 21 DIAS 89
O QUE É A MÍSTICA ANDINA? 91
AGRADECIMENTOS 94
Caridad Mendizabal / Caminhada / 7
PRÓLOGO
Escrever um prólogo é um estado de ânimo, uma percepção acerca do que vamos ler. E prologar este singelo livro de Caridad vem de um ânimo de paz, de plena satisfação, de sentir como estão saindo escritores, poetisas, bailarinas e artistas pelas sendas de Pachamama...
Os ritmos de um livro escrito em primeira pessoa são sempre difíceis de valorizar, então, fica meu reverente assombro ante Caridad,um ser cósmico, um universo humano, carinhoso que sempre nos surpreende...
A vida tem sido bondosa com este peregrino, sobretudo nas paisagens humanas... E esta hermanita da Alma é um belo e profundo ser, que nos presenteia esta obra testemunhal, abrindo a porta de sua casita interior...
Sadhana é uma palavra sânscrita que significa prática espiritual, e aqui, temos uma verdadeira descrição de uma praticante espiritual, que chega ao caminho e se entrega a prática, e vai nos contando como uma testemunha o que vai vivendo e isso é algo belíssimo...
Ritmo é a cor magica da escrita, nos inunda os sentidos de vivência espiritual e de vida, e amigos leitores, toda vida é magica, e está feita com maravilhas e sonhos...
Me surpreendeu a tarde lendo o livro de Caridad, sem poder tirar os olhos dele, tanta riqueza e frescura me veio... Como um bouquê de flores mansas de campo... como uma tarde de domingo ao sol e em boa companhia......
Como ler este livro? Te sugiro, que abras tua sensibilidade, que te sentes confortavelmente, sem
interrupções, coloques uma boa musiquinha, e serenamente, deixes que a palavra desenhe em teu ser a beleza de estar vivo...
Pois, este livro, como outros de queridos autores luminosos, nos ajudam a autoconhecer-nos, a perceber o que está debaixo do véu... E intuir quem somos!
Há um jogo de passado e de presente, que gosto destacar no livro de Caridad, uma feliz dança de palavras e expressões, que nos mostram como de uma vida de uma jovem, pode-se erguer uma maestra mística, e artística...
Há duendes aqui neste livro, que se sais da mente, te abrirão portas dentro de ti, para que entres em espaços onde a dança, o jogo, e a carícia da alma, chegam...
Te convido querido leitor, a desfrutar, aprender, e junto com Caridad, viver essa aventura que é uma porta ao mistério e a maravilha de estar vivos!
Lucidor Flores
Caridad Mendizabal / Caminhada / 8
INFÂNCIA
INFÂNCIA
Em 19 de fevereiro, eu nasci exatamente às 14horas. Recebi um nome lindo, pelo
menos para mim: Ana Luiza.
Naquele tempo, o parto era normal e os nenês mamavam, agora estamos
retornando a mesma realidade um dia já vivida, mas minha mãe contava que eu
não mamei, o que a fazia correr de um lado ao outro, preparando mamadeiras... O
carinho foi muito.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 9
Meus avôs, principalmente minha avó, ajudaram minha mãe em tudo. Vovó corria
junto a preparar as mamadeiras, a me embalar quando eu chorava... meus pais
moravam na casa dos meus avós maternos, todos juntos num casarão antigo, e eu,
em vez de dois pais, tive quatro, pois vovô e vovó eram “pais com açúcar”, como
se diz.
O casarão em que vivi, guardava memórias, minha mãe havia nascido lá. Era lindo
e enfeitado e tinha um ar de casa de campo, pois os pátios eram grandes e ali havia
de tudo, desde galinhas, pintinhos, patos, perus, cocotas, gatos e os lindos
perdigueiros de meu tio, que a cada ano brindavam a minha irmã e a mim, com
ninhadas de cachorrinhos espertos e brincalhões.
Lembro que adorava ir com minha vó pegar os ovos no galinheiro, e, enquanto ia,
olhava as árvores, deliciosas árvores frutíferas, bergamoteiras, laranjeiras... Ah, no
inverno era ótimo sentar ao sol e comer as laranjas.
A casa existe até hoje, foi tombada pelo Patrimônio Histórico da cidade. E quando
passo por ali, suspiro, pois posso lembrar-me destes momentos preciosos, que são
as lembranças coloridas de minha infância.
Meu pai, que tinha em suas veias sangue de índio e paraguaio, e vinha de uma
família de músicos, era um grande artista, um anônimo artista. Nas horas vagas de
sua carreira, como professor universitário e dentista, desenhava, e muitas vezes
ficava ali a enfeitar as margens dos cadernos da minha irmã e principalmente dos
meus, pois minha mana que nasceu dois anos e meio depois de mim, herdou dele
este dom. Também era meu pai quem cuidava da horta, no pátio do casarão. As
verduras eram fresquinhas, colhidas na hora.
Recebi muito carinho de meu pai, uma linda pessoa, quieto e sensível, com ideias
revolucionárias.
Cresci ouvindo histórias que minha mãe pacientemente contava para minha irmã e
para mim, sentadas em um grande sofá, na frente da lareira, nas tardes frias de
inverno. E muito cedo, comecei a ler tudo o que aparecia pertinho dos meus olhos:
eram coleções inteiras... Sendo avidamente lidas por mim! Eu também fazia um
diário, porque assim como ler, escrever para mim, era tudo. Eu me transportava e
viviam todos os contos de fadas, quais lia repetidas vezes.
E quando minha mãe ou vovó me estimulavam a brincar na rua, eu ia para o
jardim, amava as flores. Passei a cuidar dele, junto com a vovó, Ficava ali
apreciando as margaridas, as hortênsias, os cactos, as dálias, as lindas roseiras...
Era um paraíso!
Por muito tempo, adorava me sentar no jardim e ficando quase imóvel, observava
as formigas, como transportavam os pedacinhos de folhas, trabalhando arduamente
durante um longo tempo. As formigas eram fabulosas, assim como os tatus-
Caridad Mendizabal / Caminhada / 10
bolinhas, as minhocas, as aranhas e tantos outros amigos encantadores que eu
descobria em meu jardim. E quando chovia, tinham os sapos, uauuuuuu... E nos
dias quentes, as piscininhas cavadas na terra ficavam cheias de água, onde eu e
meus amigos brincávamos.
Com quatro anos, eu era bem magrinha. Tinha as pernas fininhas demais, e minha
mãe colocava em mim duas meias esportes, para que ficassem mais grossas...
hehehehe! E foi nesta época que adquiri uma asma, vinda de um medo qualquer e
que passou a me acompanhar e a limitar muitas de minhas brincadeiras... A asma
era forte, e volta e meia me colocava na cama.
No início, eu chorava, não entendia porque não conseguia mais respirar tão bem
como antes, porque não conseguia correr com os primos... E se brincava de sapata
na calçada, tinha que descansar. E quando chegava a primavera... ihhhhh, a asma
piorava, e a vovó vinha com as cataplasmas, que eram colocadas em minhas costas
e peito... Ah, como ficavam doloridas as minhas costas, de tanto forçar para
respirar... Mais tarde entendi que na verdade quem tem asma tem uma imensa
dificuldade de retirar o ar dos pulmões... Tinha um exercício que eu fazia de
assoprar balões para aumentar minha capacidade pulmonar... E isto eu gostava,
passava muito tempo enchendo coloridos balões.
Os meus primos eram meus ídolos. Eles moravam na casa ao lado e eram mais
velhos. Eu os imitava em tudo... e muitas vezes a criançada toda acabava com a
paciência do vovô, que colocava todos de castigo, sentados até o relógio bater -
um relógio antigo, que havia na sala de jantar. Muitas vezes tínhamos sorte e o
relógio ia bater em pouco tempo, mas quando recém tinha acabado de bater,
ficávamos muito tempo esperando e não podíamos falar, tínhamos que ficar
quietos, sob o olhar vigilante do vovô.
Vovô era uma figura masculina respeitada pela criançada, sua presença era forte,
era calado e não abria sorrisos... Era sério, mas em seu olhar havia uma
profundidade, um carinho, que eu amava, e por isso mesmo, volta e meia, entrava
sorrateiramente em seu escritório e ficava ali paradinha, apenas o observando e ele
me espiava de canto de olho, sabia que eu estava ali e deixava... e eu observava
todos seus movimentos e me sentia encantada pela magia do conjunto de caneta
tinteiro e pela letra do vovô... A letra era desenhada... Linda!
E quando me demorava por ali, vovô sabia que eu esperava por algo que ele me
contasse ou me mostrasse. A escrivaninha dele continha papéis muito antigos, cada
um deles com sua história, e à medida que eu crescia, as histórias eram contadas
Caridad Mendizabal / Caminhada / 11
para mim. Quando comecei a escrever as composições da escola, eu ia ligeira
mostrar para ele. Ele lia pausadamente e depois olhava para mim e dizia:
- Tu és minha neta querida, minha Raquel de Queiroz!
Hehehe, ela era sua escritora favorita.
Vovó era diferente, ela era quem administrava tudo, desde as brincadeiras da
criançada até o que comíamos. E era ela também que nos pegava no colo quando
algo nos fazia chorar. Quando a criançada se queimava com urtiga no pátio, vovó
corria e perguntava quem queria fazer xixi, pois a urina era o santo remédio!
Passava urina no local e a queimadura passava na hora! Ela também usava
emplasto de folhas de dália para curar as queimaduras de marandová, aquele bicho
cabeludo que dá no caqui e cuja queimadura dá até febre, aiaiai... Como doía.
Passei a infância entre muitas brincadeiras. No quarteirão tinham muitas crianças e
naquela época se brincava na rua, de bicicleta, de apitar a campainha do vizinho e
fugir, de esconde-esconde, de andar de patinete, de bambolê, de pular corda... E
quando me cansava, tinha sempre a alternativa da leitura, adorava ler!
A doce Inocência que nos Alegra -08/05/08
Fecho os olhos e vejo as imagens de tempos idos em que o mundo era simples
porque eu era simples. Uma menina magrela, que devorava livros... Ah, aquela
coleção inteira do Monteiro Lobato, Os Mais Belos Contos de Fadas, O Pequeno
Príncipe... E lia muito por dias e dias, enquanto ficava de cama, porque a asma não
me deixava enfrentar os dias frios e úmidos de Pelotas. Eram dias diferentes em
que eu confiava plenamente em minha avó, que fazia cataplasmas para colocar no
meu peito e aliviar a minha falta de ar... Não havia "bombinhas" e eu ficava ali, no
quarto a espera dela, confiando que passadas algumas horas eu estaria de novo
respirando bem e poderia voltar ao pátio, com minha irmã e meus primos a brincar
nas poças de água, a observar as formiguinhas, a plantar flores no imenso jardim
do casarão onde eu morava. Sim amores, inocentemente eu confiava e me
entregava... Assim como esperava ansiosa os ovinhos de Páscoa ou os presentes de
Natal... Era um tempo de alegria, onde meu mundo se resumia a ter uma boa cama,
comidinha gostosa, pais e avós que me amavam e pronto. Mais nada... Quando
alguma coisa não dava certa, como a minha falta de ar, eu sabia que eles achariam
a solução... E eu seguia feliz no meu mundo encantado, na minha “terra do
nunca”...
Caridad Mendizabal / Caminhada / 12
Dedico imenso carinho a esta turma que neste início de maio de 2008, tem andado
de mãos dadas comigo nas 24 horas do dia... Lembro com alegria destas palavras:
“Não tenhas medo de soltar, de deixar ir, de virar a página e começar de novo.
Todos os dias, Pachamama ensina essa importante lição, deixando ir à noite e
começando um novo dia...” (Lucidor Flores)
O tempo passou e durante os anos fui acumulando desconfianças e medos, que
conseguiu me tirar o frescor da doce inocência... E então os sonhos foram
perdendo o brilho e eu fui deixando de sorrir. A janela da minha alma foi sujando e
durante este tempo um único contato daquela época foi mantido... Com as plantas.
Nunca deixei de cultivá-las, pois naqueles instantes em que minhas mãos tocavam
a terra, sentia em meu coração a mesma alegria e inocência dos tempos de criança.
Ficava por horas junto aos jardins que cultivei e conversava com minhas amigas
"diferentes"... As plantas. E eu as compreendia e elas a mim. Passei este amor por
elas aos meus filhos, e o mais velho, hoje, ama as plantas e cuida com amor dos
seus vasos de violeta e das flores na frente de sua casa, sem falar da horta que
cultiva...
O tempo seguiu e Pachamama me abençoou fazendo com que eu encontrasse
pessoas maravilhosas, e me fez conhecer o amado Lucidor e toda turma da Mística
Andina. E começou uma faxina, uma limpeza de minha alma, tirando cacarecos
que foram acumulados nela. Eu voltei a sorrir, voltei a confiar, voltei a abraçar, a
amar muito, a dançar muito, a soltar pipas, a tomar muito banho de mar, a cantar, a
tocar violão... Quem diria... A namorar, a comer pipocas com mel (uma habilidade
de Mama Isolda), a fazer guerra de almofadas, a correr, a subir e descer morros...
Sabendo que deixei a asma lá no Peru em 2006... jajaja e sobretudo a sentir que
minha criança interior, que meu ser inocente, minha essência pura... Tornou a
aparecer!
Aos domingos, ia à missa com minha mãe, junto com minha irmã, não entendia
muito que estava se passando. O padre falava uma língua que eu não entendia, as
missas daquela época eram em latim, mas eu sabia ao menos que não podia falar
durante todo tempo, e eu e minha irmã tínhamos que ficar bem quietinhas. Eu não
sabia o que acontecia, mas quanto mais minha mãe pedia para que eu e minha irmã
ficássemos quietas, mais sentíamos vontade de rir e a mãe ficava aborrecida
conosco, até que nos acalmávamos. E eu então me distraia a olhar os lindos
afrescos da Catedral da cidade, com as janelas ornamentadas com vitrôs que
Caridad Mendizabal / Caminhada / 13
contavam a história de um homem, eu não gostava muito de olhar aquele homem
de olhar tão bondoso, em uma cruz... disto eu desviava o olhar.
Quando a missa acabava, íamos à casa das tias-avós. A vovó tinha oito irmãos, e as
irmãs moravam em casas próximas, junto com a bisavó.
A visita à bisavó era sagrada. Todos os domingos e também em muitas tardes da
semana Pois, ela já estava velhinha e havia ficado cega por causa do glaucoma,
mas era uma pessoa incrível, sempre bem humorada. Ela adorava que sentássemos
junto a ela. E tecia mantinhas de lã para nós - as bisnetas. Ela tricotava muito e
com perfeição, e sabia muitas histórias, então, ir à casa da bisavó era muito bom.
As casas das tias-avós ficavam lado a lado, e a separação dos pátios era feita por
um muro, mas nele havia um buraco, como uma janela, feito propositadamente
para que as irmãs se falassem por ali. Tinha um caramujo ao lado do buraco, e
quando queriam chamar uma a outra, batiam o caramujo!Esta também era uma das
brincadeiras de minha irmã e eu... Adorávamos aquilo!
Uma das tias era casada com um homem incrível. Ele era um colecionador, um
peregrino, que tinha fotos de lugares distantes e não se cansava de mostrar coisas
diferentes para nós, como um ovo de avestruz ou um de codorna... E assim
comecei a conhecer o fantástico mundo em que vivemos!
Foi aquele tio-avô, casado com uma tia que eu amava demais, que desde a infância
me fez ver que o universo era imenso e nele vive variadas formas de vida, e que a
vida na cidade era muito diferente do que a vida no campo, e que viajar era muito
bom.
Cada uma das tias-avós era uma paisagem diferente, cada uma com suas
habilidades, mas todas gostavam muito de. Cozinhar, tricotar, bordar... Eram donas
de casa perfeitas e quando minha mãe, minha irmã e eu, chegávamos, era uma
festa! Pois, lá estavam elas sempre a servir coisas deliciosas, pudins, bolinhos, tudo
regado por um chá feito na hora. Nós adorávamos tomar chá e gostamos até hoje.
O dom da cozinha que elas tinham desde as mais variadas geléias ao mais simples
almoço foi herdado por minha irmã, que cozinha como ninguém e faz doces
maravilhosos. Minha irmã tem o mesmo prazer que as mimosas tias tinham e que
tanto brindaram as sobrinhas-netas.
São aquele tempo, as minhas lembranças maravilhosas, da cozinha do casarão,
sempre com mil aromas diferentes, das tortas e bolos que minha avó preparava e
das tias-avós preparando minhas festas de aniversário, enrolando muitos docinhos,
para mim e minha irmã.
As tias chegavam. Chegava a caravana, logo após o almoço, e já se dirigiam para
cozinha, onde a cozinheira da casa, junto comigo, a mãe e a vovó, já aguardavam
por elas... E aí sim, começava a criação de uma verdadeira obra de arte. Cada coisa
Caridad Mendizabal / Caminhada / 14
a ser feita era acompanhada por nós e pelos primos que, nestas ocasiões, estavam
sempre presentes, e aí tudo era repartido: a torta de coco não faltava e começava
pela quebra do coco. As tias nos deixavam quebrar os cocos, e nós os quebrávamos
atirando-os no pátio.. Os cachorros acompanhavam com seus latidos, as galinhas
corriam e era uma farra! Mas a ordem era mais ou menos mantida pela empregada,
que ficava por perto, observando a criançada e quando necessário, chamava por
socorro.
Passadas algumas horas, o aroma invadia o lugar e todos nós sabíamos que
teríamos um café da tarde diferente, pois, com certeza, seria acompanhado por
sobras de cada fornada de bolo. Então, logo, logo, os pratos iam se enchendo com
sanduíches enfeitados, croquetinhos, enfiadinhos no palito, super coloridos,
gelatinas em tacinhas, não faltavam as mentirinhas, os negrinhos, os branquinhos.
Naquele tempo, tudo era feito em casa, era artesanal. A toalha da mesa também era
feita de papel crepom e enfeitada com o motivo escolhido para o aniversário,
sempre havia uma artista na família e assim quem não sabia cozinhar, ajudava a
enfeitar, a encher balão e tudo dava certo! Era uma verdadeira equipe familiar, o
trabalho era comunitário e este trabalho durava uns três dias: primeiro preparavam
os molhos e à medida que a festa se aproximava, preparando tudo direitinho e no
dia do aniversário, o casarão se enchia de crianças e todas brincavam muito e
também comiam muito todas as delícias preparadas com tanto carinho.
Aromas do Lar -02/09/07
Hoje, pela manhã, a primeira manhã dos 21 dias, acordei, fui ao banheiro fazer o
"sagrado xixi" e voltei a minha camita. Estava frio e chuviscando aqui em Pelotas.
Coloquei o CD com músicas devocionais, que acompanha a Prática Espiritual dos
21 dias deste mês de setembro de 2009...lindas músicas, abri o manual, não sei
porque o chamamos manual, na verdade é um lindo livro, escrito por Lucidor
Flores, onde somos orientados dia a dia, durante 21 dias a sermos mais saudáveis,
buscando harmonia para nosso ser. Comecei a ler com atenção e parei no instante
em que o manual, orientava para que fizéssemos a kriya, esta prática antiga que
tornou-se conhecida na Índia moderna por intermédio de Lahiri Mahasaya, que a
recebeu de seu grande guru Babaji que a redescobriu e esclareceu a técnica
depois da Idade das trevas, época em que esteve perdida.Assim, esta técnica não
provém da tradição andina, Yogananda (autor de Autobiografia de um Yogue)
descreve a Kriya, afirmando que um iogue que pratique fielmente esta técnica
respiratória, libera-se gradualmente do carma.Esta técnica se praticada
diariamente, reconstrói nosso corpo energético e propicia o alinhamento
Caridad Mendizabal / Caminhada / 15
energético individual. Comecei naquele processo de inspirar, reter a respiração,
expirar e reter a respiração, conscientemente, e foi aí que mil aromas me
invadiram... Sim eram cheirinhos de bolo assando no forno, de pão quentinho,
aromas que me empurraram de volta ao meu lar, um lar já distante - o lar da minha
infância.
Eu morava em um casarão, daqueles bem antigos, com meus pais e meus avôs, eu
tive a alegria de conviver com meus avós, pois morávamos juntos. Minha abuelita
era destas avós como manda o figurino... E assim ela bordava e tricotava tudo que
minha mana e eu precisávamos e também se encarregava de manter um fogão a
lenha sempre aceso com comidinhas prá lá de gostosas para todos. O dia em que
ela fazia torta de coco... Bah....era aguardado por todos, a maior festa, pois havia a
disputa pelo papel encerado, que forrava as formas. Então, quando ela
desenformava as tortas, lá estávamos nós de mãozinhas estendidas, esperando um
pedacinho daquele papel, que naturalmente vinha com pedacinhos deliciosos de
torta, que alí se grudavam. Assim, tenho recordações de muitos aromas da minha
infância e foram estes aromas que me invadiram quando fazia a Kriya. Foi como se
o tempo voltasse para trás e eu me visse novamente naquela grande cozinha, alma
do casarão da minha infância e os mais carinhosos momentos, os mais
encantadores, desfilaram ante meus olhos, enquanto os aromas que entranhavam
em minhas narinas, tornavam real e sedutores aquele instante.Ao finalizar a kriya e
a meditação, estava em um estado de profunda gratidão por aquele presente
inesperado que mamita, nossa mãezinha do céu, mãe...mãe...mãe me presenteou, as
lágrimas se confundiam com sorrisos e eu experimentei a gratidão incondicional
em meu coração.
“Ora com alegria: tenta não pedir, só agradece!” (Lucidor Flores)
E assim foi toda infância, com almoços e jantares nas horas certas, com café da
manhã e café da tarde, muitas vezes substituídos por deliciosos chocolates com
merengues.
Meu aniversário era festejado em agosto, junto com minha irmã, pois no meu dia,
19 de fevereiro, estávamos, toda família, no Cassino, onde eu tomava muitos
banhos de mar, para me curar da asma. Passei muitos verões no Cassino. Dois
meses do ano, eram sagrados, vivia na praia, construindo castelos de areia,
brincando nas espumas brancas das ondas, fazendo piqueniques nos molhes da
Barra ou na Querência e andando muito de bicicleta.
Passei a apreciar o sol, as caminhadas. Era uma vida diferente da que eu tinha na
cidade e vieram os amigos de outras cidades vizinhas à Pelotas: Rio Grande,
Bagé... Todos passavam o verão no Cassino.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 16
Meditação e a Bola de Cristal -21/02/07
Uma das coisas lindas que a Mística Andina faz acontecer é a valorização da vida.
E ontem foi realmente um dia de imensa gratidão por mais um ano novinho que se
iniciou para mim.
Eu havia sugerido para o Lucidor, fazer um retiro, no Carnaval, pois assim poderia
festejar meu aniversário da forma com que havia sonhado.
Deu certo e ontem, foi um aniversário diferente e inesquecível.
Eu passei alguns dias na praia, ainda estou meia por lá, vou e volto e vou de novo e
lá na praia experimentei uma coisa diferente em minha rotina diária: meditar. Não
que eu não meditasse antes, mas meditava um pouquinho todos os dias e lá na
praia, como me acordava por volta das 7h30min, resolvi aproveitar este tempo e
meditar, e assim todas as manhãs ficava por mais de uma hora meditando. Percebi
que alguma coisa mudava em mim, porque ficava “ZEN” o resto do dia, e quando
ia para praia, lá pelas 10 horas da manhã, caminhando sozinha por mais de uma
hora... Sozinha, o mar, as gaivotas e aquela areia branquinha... E então percebi que
meditava também caminhando, e isto me fez um bem enorme e não mais me
aborreciam os problemas corriqueiros, os quebra-molas do dia. Chegava da praia e
após o almoço aplicava Reiki em minha mãe e limpava com os símbolos sagrados
nosso apartamento, para que nossa convivência fosse a melhor possível, pois
estávamos: minha mãe, eu e minha mana... Ou seja, minha família kármica, e com
os karmas tudo é diferente, com os outros é fácil sermos compreensivos, suaves,
mas com os Karmas não é.
O que quero dizer é que se torna leve convivermos com nossos problemas
pessoais, se estivermos centrados. E foi exatamente isto que aconteceu comigo
Caridad Mendizabal / Caminhada / 17
nestas férias. Descobri que meditar mais tempo todos os dias faz a diferençaE
ontem, bah... Meu aniversário ocorreu exatamente como tinha imaginado! Lucidor,
Mestre querido, nos conduziu a uma meditação, na parte da tarde que durou duas
horas e meia... Não parecia que havia durado tanto... Atingimos outro patamar de
energia! Quando saímos da meditação, estávamos realmente muito bem. Mama
Isolda nos trouxe um chá geladinho... Uma delícia, e mais uma vez descobri que eu
posso se persistir meditando, atingir este local dentro de mim mesma, que me
produz este gozo.Para completar, ganhei do meu Mestre um presente que eu havia
pensado em comprar, Ganhei nada mais, nada menos que uma bola de
cristal...linda! E Lucidor, quando a alcançou, me disse:
-Caridad, você sabe ela é um oráculo e já é bem trabalhada.Bem gente, eu só
faltava pular de alegria, imaginem uma bola de cristal... Para eu olhar e adivinhar,
ver, sentir... É mesmo demais!
Fui crescendo e chegou a idade de ir para a escola. A escola ficava perto de casa.
Juntava os amigos da quadra e íamos todos a pé... Em cidades não muito grandes e
naquela época, era possível ir em segurança.
Às 7h30min o sino batia e as irmãs do colégio eram severas com a disciplina,
assim, antes deste horário a fila já estava formada e o silêncio era absoluto,
subíamos as escadas que davam acesso às aulas, silenciosamente.
Nos primeiros anos estudei à tarde, mas a partir da quarta série, passei a estudar
pela manhã. Mas eu não gostava de acordar cedo, porém não tinha escolha... E
depois que acordava ia bem para escola.
No colégio, continuei os estudos sobre o catolicismo que desde muito cedo minha
avó e minha mãe me levaram a conhecer. Agradecer o alimento antes das
refeições, rezar para o anjo da guarda, antes de dormir, ir a missa aos domingos, ter
um contato íntimo com a história contada em um livro chamado Bíblia, seguir os
mandamentos de Deus, eram coisas normais para mim. Desde cedo acompanhei a
família nas procissões, fui batizada, crismada e fiz a primeira comunhão. Por isso,
o que ouvia no colégio era já bem conhecido por mim.
Mas em casa, ouvia falar também sobre almas, sobre fantasmas, sobre espíritos,
porque a empregada da casa contava muitas histórias de pessoas que haviam
morrido e que voltavam ao mundo e se comunicavam com as pessoas vivas... E
isto despertou em mim um interesse em saber o que de fato acontecia, qual era a
verdade, existia um céu e um inferno ou não, o que os fantasmas gostavam de fazer
aqui na Terra?
As histórias que ela contava, principalmente à noite, quando meus pais saiam e
meus avôs estavam distraídos com os programas de rádio ou alguma outra coisa,
Caridad Mendizabal / Caminhada / 18
eram fantásticas e apesar de dar medo, despertavam a curiosidade em nós, que
ficávamos paradas ao seu redor, com os olhos brilhando, tamanha fascinação que o
assunto despertava.
Nas paredes do casarão, havia quadros de pinturas de antepassados, e ela dizia para
nós que isto prendia aquelas pessoas, já mortas, à casa, e nós tínhamos um medo
terrível cada vez que olhávamos para as pinturas. Nossos pais nem desconfiavam
que era a empregada, o ponto causador deste medo.
Com as inúmeras histórias, foi então que despertou com o passar dos anos em mim
o interesse de saber quem eu era. Vagamente comecei a desconfiar que dentro do
meu corpo havia uma alma que poderia sim voltar ao mundo, em um outro corpo, e
como espírito poderia se comunicar com qualquer pessoa que estivesse encarnada
neste mundo... Minhas idéias começaram a ficar diferentes com outras idéias,
outros conceitos e muitas indagações.
Também vi na escola que não era só a Igreja Católica que existia, e meus pais
também já haviam comentado sobre isto. E que o que interessava era realmente
fazer o bem e ser uma pessoa boa, de bom coração.
Nesta época também tive aulas de violão, colocando um pouco de música e arte em
minha vida. Minha mãe me levou para aprender ballet, ao qual me dediquei por
alguns anos, chegando a me apresentar no maior teatro da cidade - um que foi
construído por meu bisavô.
Meu bisavô era brabo, e um dia foi entrar no teatro da cidade e o lugar dele não
tinha sido reservado e ele então disse que nunca mais entraria ali. Mas como
gostava de ópera, acabou construindo um teatro, para poder usufruir das
companhias de teatro que seguidamente estavam na cidade. Um ato que foi uma
birra dele acabou sendo um grande bem para minha cidade.
O teatro, hoje administrado por duas primas, foi na época o que me entusiasmou a
gostar de cinema. Eu tinha livre acesso, afinal era da família. Acontece que este
livre acesso se estendia - também em todos os cinemas da cidade, que não eram da
minha família. Eu tinha uma carteirinha, como carteira de estudante, que permitia a
minha entrada em qualquer teatro ou cinema, gratuitamente.
Vivia no cinema, ia a turma! A matinê de Domingo era sagrada.
Foi a época de fazer muitos amigos! E passadas as primeiras séries, troquei de
escola. A nova escola era muito maior e mais distante. Meu pai ia então me levar,
diariamente. Lá fiz a turminha de infância e também a da adolescência, que já se
aproximava.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 19
ADOLESCÊNCIA
A adolescência chegou e com ela as “brincadeiras”, ou como se chamavam naquela
época as reuniões dançantes, onde dançávamos com os meninos, os primeiros
namoros... Naquele tempo o namorado, para pegar a mão, levava algum tempo...
Era toda uma troca de olhares, tudo muito romântico e conquistado, longos
olhares... Serenatas que encantavam as mães e as meninas. Lindas lembranças!
E nessa época, doida e fascinante ao mesmo tempo, doida, porque é nela que se -de
faz o mito de que os pais resolvem tudo, e fascinante porque começamos a
perceber que cada vida é uma vida e como tal, cada um é responsável, e esta
responsabilidade assusta e dá vontade de sair correndo.
Mas correr para onde? É época de muitas vozes altas, ficamos parecidos com
caturritas, pois, como falamos muito e alto, os gestos são misturados, meio infantis,
meio adulto... É mesmo uma confusão hormonal que não nos deixa parar quietos.
As bonecas vão sendo deixadas de lado, perdem a graça e não as queremos mais.
Aparecem os meninos,aliás, sempre estiveram ali, mas agora o interesse é outro...
Queremos conhecê-los de perto e confabulamos com as amigas sobre os amores
impossíveis. Sim, não fui diferente, tive paixões impossíveis, daquelas que nos
fazem sonhar muito.
Assim, os 12 e 13 anos foram intensos. O cinema continuava, mas depois dele
tinha a pizza na Taperinha, e aos sábados não podia faltar à ida até a confeitaria
Nogueira, pois ali era o ponto de reunião, onde muitos namoros começavam - mas
antes do namoro tinha um longo caminho... Dá até vontade de rir ao pensar o que
era, os cinquentinhas de agora que lerem este livro, se lembrarão. Como tudo era
diferente naquela época!Essa também foi a época da rebeldia, e em contrapartida,
do grito de independência dos pais. E naquela época, era necessário ser muito forte
para vencer o pulso firme com o qual éramos criados, tanto que foi neste período
que começaram as punições, em forma de silêncio, tão doloridas, que me fizeram
sofrer.
O silêncio como punição-22/05/08
Voltando ao tempo em que eu era menina, que trazem as lembranças do
tempo em que eu morava no casarão com meus pais, avós, e minha mana. Junto
com as inúmeras recordações de alegria vem uma que me perseguiu por muito
tempo e que me deixava triste, por não conseguir entender. O silêncio de pessoas
que eu amava, como forma de me punir, às vezes por coisas que eu nem
imaginava, só tempos depois ficava sabendo o que havia sucedido.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 20
Assim, amores, isto me provocava uma tristeza muito grande. _ O silêncio,
uma mudez que durava dias, bah... Que mal faz isso a um coração que é inocente,
que contém uma chispa divina, que não tem desconfiança, que ama.
Passei por inúmeras situações de silêncio, hoje acredito que minha família
escolheu esta forma, uma forma que causa dor, para corrigir aquilo que
consideravam "defeito" em mim e em minha mana.
No início realmente foi terrível, mas depois achei uma defesa, escolhi não
mais me expressar, com medo do silêncio, e passei a ser uma pessoa triste, que foi
se calando e parou de sorrir e olhem que este período durou muitos anos, chegando
ao seu apogeu quando mesmo querendo rebater algo que eu achava errado, eu não
conseguia... Eu lutava, mas não conseguia falar. Passei a ser uma pessoa certinha,
fazia tudo certinho, primeira da aula, primeira na faculdade, casei com a idade
certinha, tive dois filhos... Tudo como manda o "figurino", até que...minha alma
não aguentou mais e comecei a me inquietar, uma enorme inquietação que me fez
procurar um psiquiatra. E na primeira consulta ela me perguntou:
-Por que estás aqui?
-Quero aprender a falar de novo, - respondi.
Levei quatro anos, mas aprendi. Mas, mesmo conseguindo falar a tristeza
não ia embora. E foi quando conheci esta tribo, estes frateres, que levaram minha
tristeza embora.
Contando isto para vocês, quero apenas dizer, meus amores, que o silêncio, a
indiferença é algo ruim, não acredito que isto seja uma punição construtiva,
portanto, vamos estar atentos às respostas que damos quando somos questionados,
seja através de um e-mail carinhoso que recebemos, através de um convite que nos
foi feito, através de uma simples pergunta dirigida a nós, através de um sorriso, de
um olhar carinhoso...
Caso sintamos preguiça de responder, que tal aumentarmos nosso nível de
energia e eliminarmos esta preguiça. Se temos coisas mal resolvidas com as
pessoas que se dirigem a nós, que tal resolvê-las ao invés do silenciar.; Se por
acaso estamos super magoados com alguém, a solução é falar com essa pessoa e
esclarecer a situação, perdoando e não julgando... seja inocente como uma
criança,.. para isto lembro sempre da resposta de Lucidor à pergunta:
-Qual o contrário da inocência?
Caridad Mendizabal / Caminhada / 21
-Desconfiança.
Nesta senda que estamos, vamos lutar e tentar a cada novo dia descobrir a criança
que dorme dentro de nós, para junto com ela fazer florescer nossa inocência e
lembrarmos sempre que os anjos voam não somente porque tem asas, mas
principalmente porque são leves. Um sorriso, um pequeno gesto faz toda diferença!
Um sorriso, um pequeno gesto faz toda diferença!
Aos 14 anos, em uma das festinhas, que a turma organizava nos finais de semana,
normalmente nas garagens das casas, dancei com um menino de olhos espertos e
negros, um menino magrinho. Estava na adolescência, tinha apenas 15 anos e a
partir daquele momento, daquela dança, ficamos juntos por muito tempo e somente
quando eu entrei na faculdade e meu espírito aventureiro me levou a fazer o
Projeto Rondon nos separamos, e foi quando, conheci um pouco do que era ser
independente e fazer as coisas sozinha.
Vim de uma família onde minha mãe me tinha sob sua guarda. Naqueles tempos
tudo era vigiado e eu, embora fosse rebelde, não tinha tanto rebeldia assim para
enfrentar os ditames da sociedade, assim, vivi uma vida “comportadinha”, era
super estudiosa, sempre nos primeiros lugares e cedo ainda comecei a trabalhar e
como se diz, ter minha independência financeira.
Um dia para não esquecer 23/10/2006
Os que me conhecem sabem que não sou uma pessoa de "bater de frente", eu
prefiro me recolher e assim sou.
Fui criada nesta encarnação por uma mãe, que como todas da sua época se fazia
obedecer. Sim, obedecer sem questionar e acreditava que este era o certo. Mas a
vida foi passando e encontrei um Mestre querido que ao ver tanta tristeza em meus
olhos, me cativou e começou, devagar, a me mostrar um mundo novo, onde nem
tudo era obediência. Com ele aprendi a simplicidade, a devoção e um imenso
carinho. E nesses quase quatro anos, fui passando isto adiante, principalmente para
os que vivem ao meu redor...não em palavras, mas em atitudes. Ainda prefiro o
silêncio, pois sei que é um grande Maestro.
Com respeito a minha mãe, às vezes, conviver com ela era muito difícil, ela tinha
queixas da vida e queria comandar a vida de suas filhas -como a maioria das mães
Caridad Mendizabal / Caminhada / 22
da minha geração-. Mas notei que sendo inofensiva com ela e a tratando com o
imenso carinho que fui e sou tratada por meu Mestre, eu poderia quem sabe um
dia, fazer mudanças na sua vida. Percebi que eu e ela passamos por muitas coisas
juntas, percebi como ela ficou só ainda nova, sem a companhia de meu pai e como
se dedicou apenas a nós (eu e minha irmã). Assim, vi que ao silenciar a minha
mente, eu posso enxergar as coisas bondosas que ela fez a vida inteira por mim e
pelos meus filhos. Essa mudança de foco permitiu que eu me aproximasse mais e
mais dela. Não que eu fosse uma filha distante, não, sempre estive perto
fisicamente, mas por muitas vezes o coração estava longe e aí...
Fui para o curso em Belo Horizonte, onde meu Mestre Lucidor pediu para que nós
esquecêssemos de nos defender e - que olhássemos nos olhos de nossas mães. Ele
falou que isso era difícil, mas lembrou que devíamos ter um imenso sentimento de
gratidão, pois elas nos deram a vida.
Voltei de lá com ainda mais vontade de ser terna, doce e carinhosa com ela,
embora minha mente muitas vezes mandasse eu fazer o contrário-
Fui com ela ao médico e na saída deste fui levá-la em casa, Entrei para conversar
um pouquinho e, ao me despedir, ela foi comigo até a porta e me abraçou, não um
abraço comum, mas um abraço terno, que fazia muito tempo que eu não sentia,
então ela me olhou com um olhar doce, cheio de lágrimas nos olhos e me disse:
-Obrigado minha filha... a tua energia me faz um imenso bem!
Conto isto para vocês, pois considero como um presente, um presente para o meu
coração de filha, que tentou e tentou, derreter o coração de uma mãezinha amada,
mas rígida e que se defendia muito, parecendo sempre uma brava mulher, que
enfrentava tudo e todos , sem derramar uma lágrima... e que hoje por uns instantes
seu coração abriu, seu olhar se iluminou e por minutos, que pareciam uma
eternidade, resgatamos o imenso amor que existe entre uma mãe e seu filho.
Obrigado Mestre Lucidor amadinho, por me permitir ver como se move a vida!!!
Que a luz que ilumina minha alma neste instante envolva cada um de vocês,
"Que este amor transforme os teus dramas em luz, a tua tristeza em celebração,
e os teus passos cansados em alegres passos de dança renovadora".
Oração Celta
Caridad Mendizabal / Caminhada / 23
ADULTA
Ao voltar do Rondon, enxerguei novamente meu amor de menina e depois de um
ano separados, novamente nos encontramos, noivamos e casamos.
Uma nova vida, uma casa apenas nossa, os dois amigos e amores desde crianças...
Começando a compartilhar uma vida de casal. Ele ainda estudando medicina e eu
formada em engenharia, lutando pelo primeiro emprego.
Depois de três anos de casada, com 28 anos, uma nova vida veio a compartilhar a
sua presença conosco, ,pois nasceu um menino, de parto normal... Lindo! As
enfermeiras ficaram impressionadas com a pele do bebê que era muito lisinha e
corada, o que não era normal para um bebê nascido de parto normal. Elas não
sabiam que eu tinha devorado muitas maçãs, adoro esta fruta. Não as comi por
desejo, pois nem tive enjoos e nem desejos de grávida, eu simplesmente apenas
adorava maçãs, tanto que como até hoje, sejam verdes ou vermelhas... Foram as
maçãs me deram de presente um nenê de pele maravilhosa.
O parto foi tranquilo, embora tivesse nascido roxinho com o cordão enrolado no
pescoço e dado um susto em seu pai, que já era médico. Na hora do parto foi
necessário trazer uma cadeira para o papai, que ficou branco demais.
O menino era um bebê calmo, não chorava e para mamar, fazia apenas uma
pequena reclamação que mal se ouvia. Era o nenê que toda mãe sonha.
Com ele aprendi sobre inocência, com aquele pequeno ser, cuja vida me foi
entregue, para que eu guiasse e amasse.
A inocência num piscar de olhos
Hoje, uma manhã de sol inebriante em Pelotas, o verde mais verde, tudo parece
estar certo em dias como este... Levanto com disposição e, assim, embora com a
"fama" de dorminhoca, costumo levantar e ir para ginástica, porque o corpinho
necessita se exercitar, senão não me acompanha... Entendem?
Em outras épocas em que trabalhava de oito a dez horas por dia, este exercitar do
corpo físico era feito às 7h30min, pois sempre trabalhei e o horário de despertar era
às 6h30min... Assim, a fase de "dorminhoca" é de muito pouquinho tempo... E é
muito boa! Cada ciclo que encerramos, um novo e mais atraente começa. Assim
acordar com os passarinhos cantando, com o barulho das folhas das árvores quando
Caridad Mendizabal / Caminhada / 24
venta, ou com a chuva caindo, e um Gayatri tocando e me lembrando que minha
alma também quer se exercitar...é bem melhor do que com o despertador.
Então, hoje levantei, mas não fui a ginástica, mudei... -É ótimo tirar a rotina de
nossas vidas. Fui visitar minha afilhada amada e seu filhinho, que em agosto faz
um ano. Cheguei lá e ela estava me esperando com um mate. Sentamos na sacada,
aproveitando o sol. Bah... Como estávamos com saudades uma da outra. Falamos
muito das belezas de Fortaleza, desta terra maravilhosa do Sol e do nosso luminoso
Inti Raymi - A Festa do Sol. Falei para ela da emoção que foi o encontro e que ano
que vem com certeza será melhor ainda, porque aprendi que os encontros novos,
superam os anteriores. Mostrei as fotos da atuação de nossa Associação
Pachamama, as que foram para exposição no hall da Prefeitura.Planejamos
conhecer Fernando de Noronha, no ano de 2009, antes de irmos ao Inti Raymi. De
repente. Ela olhou para aqueles aparelhinhos que avisam que o nenê acordou e
disse:
-Vamos lá, ele está acordando.
Amores, lá estava ele, ainda deitadinho, abraçado em dois coelhinhos de pelúcia e
se virando de um lado para outro, se espreguiçando, lentamente. A afilhada querida
me olhava e dizia:
-Aí está o meu nenê, o meu amor.
Assim ficamos as duas encantadas, e o nenezinho me olhava com curiosidade.
Depois de um tempo eu o peguei no colo para trocar as fraldas e arrumar-se para
almoçar na casa da vovó e foi então em determinado instante que ele me olhou
bem fixamente, piscou os olhinhos e sorriu para mim, e a mami disse:
-Ele está te namorando.
Ah... queridos, lembrei dos meus filhinhos quando tinham esta idade, também
faziam isto... Quanta beleza e inocência neste piscar prolongado de olhos... E o
sorriso aparecendo, mostrando os primeiros dentinhos. Ficamos quietas, só
olhando para ele e ele sorria para nós com imensa ternura.
Disto se trata a inocência que vem do coração, a inocência dos nenês que inebria a
alma e nos deixa sem fala. Aquele amor todo, espontâneo, genuíno. Ah... Que
lindos momentos eu vivi nesta manhã, A imagem deste piscar de olhinhos ficará
gravada em mim, com aquele sorrisão que iluminou tudo.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 25
Gracias amada família, por nos permitir tantos ensinamentos, tantos momentos
deliciosamente doces...
Ele cresceu, sendo o primeiro neto de ambos os lados, quando chegava na casa dos
avós, era uma alegria! E ele com seu cabelo bem pretinho e com seus olhos negros,
sorria pedindo os pratos de sopa de beterraba, que as avós corriam para atendê-lo.
Ele ainda adorava mexer no aparelho de som do seu pai, assim como com os
eletrônicos da época, que o atraiam! Botões eram com ele mesmo, torcia para um
lado para o outro, eram seus brinquedos favoritos.
Depois de dois anos, outra gravidez, outro parto normal. Foi a vez dela, que muito
diferente dele chorava muito, e gostava de dormir de mãozinha dada comigo...
Surgia um amor enorme por este novo ser que entrava em minha vida e mais uma
vez preencheu meu coração.
Caridad Mamãe – abril/2010
Faz 26 anos que alguém chegou em minha vida, uma nova vida, um serzinho
especial.
Lembro-me daquele dia... Acho que nenhuma mãe esquece. Na época eu
trabalhava oito horas por dia e o barrigão estava imenso, mas lá fui eu. E quando
chegou a tarde, não consegui ir trabalhar. Me deitei a dormir com meu outro
filhinho, que na época tinha dois anos, e de repente... toda cama ficou molhada... A
bolsa estourou e estávamos só nós dois em casa. Liguei para meu marido e para
médica, que me respondeu: “Lá pelas 19h te encontro no hospital”. E, assim, às
18h fui para o hospital, com calma, mas aquele serzinho não era calmo, nunca foi,
durante toda gravidez... tão diferente do primeiro... Mas, isto todas as mães sabem:
os filhos são bem diferentes uns dos outros, nossas mamitas do ayllu que o digam.
Assim, pontualmente às 19h, embora as enfermeiras pedissem que eu fechasse as
pernas (ainda me dá vontade de rir quando lembro disto) porque a médica não
tinha chegado e ela nasceu, apenas ela, eu e um residente chamado às pressas... Um
parto normalíssimo, sem grande esforço e eu, embora mãe pela segunda vez,
novamente me apaixonei perdidamente por ela, pelas mãozinhas tão pequenas, os
olhinhos vivos e a boquinha que queria mamar! Passei a noite de mãos dadas com
ela, admirando aquela nova vida que me era entregue, para que eu conduzisse,
orientasse e amasse.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 26
Hoje ela está completando 26 anos e continua sendo repentina.
Na senda da Mística Andina, costumamos ter viagens iniciáticas aos locais de
poder de nosso planeta Terra. Assim anualmente, grupos viajam para o Peru,
Bolívia, Índia, Nepal e outros locais. E assim que faltando dois dias para partir uma
turma de peregrinos da Mística Andina para o Peru, ela pediu para ir e os anjos
conspiraram, porque embora tivesse imensa vontade que ela fosse, não havia
viabilidade financeira, as passagens estavam caras e tudo tinha que ser decidido
rapidamente, não havia tempo para se programar e economizar para realização
deste sonho. Mas quando os anjos conspiram nada é impossível e novamente
recebi uma reclamatória trabalhista, que há muito tempo esperava e a quantia
estava lá no banco a minha espera. Minha filha não queria viajar em outro vôo, que
não fosse o que a turma toda ia e um dos passageiros do avião onde viajariam,
desistiu de ir...assim sobrou um lugar pelo mesmo valor e imaginem que este lugar
era ao lado de Mama Isolda (que ela conhecia muito bem), a vacina internacional
contra febre amarela, ela tomou e arriscou ir, sabendo que podiam a mandar de
volta, pois não houve tempo para completar os dez dias...assim o mano que é
médico a orientou a levar repelente, bah que correria.... Ontem antes de rumar para
Porto Alegre/RS, bateu o pavor e ela me falou:
- Mãe, acho que a tua turma da Mística, estes que vão viajar, eles são tão diferentes
de mim. Gosto do movimento da Mística Andina, já assisti Lucidor falando,ganhei
até um nome espiritual, mas sou apenas uma simpatizante do movimento, não sei
se vou me adaptar ao ritmo desta viagem, pois sei que é uma peregrinação, é uma
viagem sagrada, não é uma viagem turística.. E eu dei chance dela não ir e disse
que antes de embarcar, sempre é possível mudar o plano e acho que era isso que
ela queria ouvir, precisava saber que se quisesse não iria... Foi então que ela abriu
um sorriso e disse:
-Eu vou, eu quero ir.
Assim, como até agora não voltou, acho que a deixaram entrar, mesmo sem os dez
dias da vacina da febre amarela (o maior problema é dela, ela é que tem que se
cuidar).
Naquele dia quando acordei, a primeira coisa que fiz foi cantar bem alto para ela:
- Parabéns a você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida!
Caridad Mendizabal / Caminhada / 27
Estou feliz, porque sei que a filha que vai retornar desta viagem sagrada sendo uma
nova filha. Sou pura gratidão a estes seres invisíveis que trabalham e nos cuidam
incessantemente, permitindo que a cada dia aumente nossa confiança e entrega. Caridad Mamãe
Ambos mamaram até um ano e só deixaram de mamar, a conselho do pediatra.
E assim a família viveu unida, compartilhando o bom e o não tão bom,
atravessando as doenças infantis, os problemas de adolescência, os primeiros
namoros de ambos os filhos, a indecisão do vestibular, os meus concursos, pois
não satisfeita com o que ganhava com meu emprego, tentei um concurso federal e
passei.
Fui aprovada para Novo Hamburgo/RS, e lá me fui. Passava a semana inteira em
Porto Alegre/RS, de onde partia todos os dias para Novo Hamburgo e final de
semana, vinha para casa. Na época, meus filhinhos estavam com nove e onze anos
de idade.
Foram longos seis meses de muito sofrimento, pois a separação dos meus filhos e
de meu marido apertava o meu coração, principalmente nas segundas, quando
minha filha se segurava em mim, pois já sabia que uma longa semana de ausência
se iniciava.
Nossa resistência -29/12/10
Hoje pensava em meus filhos e os sentia pequeninos, na faixa de dois, três anos, e
senti novamente a inocência deles expressa em um olhar, em um gesto... Senti a
entrega destes pequerruchos que chamam pela mãe e junto com ela saem por
caminhos inexplorados, sem resistências, apenas amando... amando muito a
mamita que tudo lhes dá... a Maestra de suas vidas... Lembrei do sorriso largo
quando se atiravam em meus braços. Lembrei da total confiança que tinham em
mim. Naquele tempo, nada sabiam, eram seres puros, ainda não contaminados,
simplesmente queriam a Mama, queriam comer, dormir e riam alegremente quando
suas necessidades eram atendidas.
Sonhando e ouvindo as cigarras cantarem anunciando a chuvinha fresca que cai,
refleti e fiz um paralelo de nós discípulos com nosso Mestre, e vi como ainda
resistimos, ainda não nos demos conta de que nada sabemos, que necessitamos
Caridad Mendizabal / Caminhada / 28
confiar, confiar no amor que ele nos entrega a cada instante e deixar de resistir,
voltemos aos dois, três anos de idade... porque, quiça não passemos desta idade
espiritualmente e abramos nossos sorrisos às propostas que nosso Mestre nos faz,
que sabemos nós do caminho a trilhar?
Sorte a nossa de termos um guia, um mestre compassivo como Lucidor, que nos
orienta ante tanta e tanta bobice que teimosamente fazemos a cada dia. Senti nesta
tarde o quanto é bom fluir, o quanto o caminho é lindo quando a resistência
desaparece, mesmo que por poucos instantes,
E, queridos, procuremos falar apenas com sabedoria... custamos a entender isto. Já
faz alguns anos que recebi este conselho e ainda estou intentando a cada dia falar
apenas com sabedoria... - Não reclamar tanto. E em vez disso agradecer. Agradece,
por exemplo, por teres uma planilha para preencher que te ajudará a ter disciplina
nas práticas e não deixar tua mente te enganar dizendo que é um controle...risos...
imagina quem gostaria de te controlar? Não, amados, os irmãos maiores apenas
querem te conduzir pelo caminho mais fácil e apenas necessitam que voltes aos
dois, três anos de idade e reflitas como eras... que voltes a achar o nenê inocente
em teu coração, apenas isto.Com amor profundo pela vida.
Depois de meio ano, eu já não suportava mais a situação, e toda a minha família
iria se mudar, para voltamos a viver juntos. Mas consegui a transferência para Rio
Grande/RS, tão pertinho de Pelotas/RS! Era um paraíso!
As viagens tornaram-se diárias. Eu passava o dia em Rio Grande, mas à tardinha
estava em casa, no convívio com a família e assim continuamos a viver juntos.
Os anos se passaram, meu filho cresceu e saiu de casa, cedo para os dias de hoje,
apenas dezessete anos, pois foi fazer faculdade fora de Pelotas/RS. Ficamos os três,
e lá se iam dez anos de namoro e vinte e três anos de casados, quando este ciclo
com meu marido, encerrou. Encerrou o ciclo de casal, e aí nos questionamos, por
que, o que leva um casal depois de tantos anos de vida em comum se separar?
Foi um choque para ambas as famílias, as mães, os filhos, foi difícil aceitarem, mas
hoje vislumbro a resposta, já havíamos vivido o que tínhamos que viver juntos, já
havíamos aprendido muito um com outro. E era necessário naquele momento que
nos separássemos e cada qual seguisse sua vida, com seus crescimentos
individuais.
Culpados? Não existem culpados, queridos. Não há que se colocar culpa em
ninguém. São ciclos como as estações, os dias e as noites.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 29
Hoje eu sei e entendo, mas na época, há mais de dez anos atrás, foi terrível, estas
dores que apertam tanto o coração e que nos faz sentir como se ele fosse uma uva-
passa.
E, assim, eu que sempre fui super-protegida pelos meus pais e depois pelo marido
e amigo de adolescência, vi faltar o chão sobre meus pés e ali repensei toda minha
vida até então. E, embora eu fosse uma questionadora do que tinha vindo fazer
aqui na Terra, desde há muito tempo, tendo sido praticante de yoga, tendo feito
cursos de autoconhecimento, de parapsicologia, estudado a Doutrina Espírita,
depois de ter passado minha vida inteira no catolicismo, vi que a buscadora ainda
não havia encontrado as respostas, e aquele acontecimento balançou tudo o que
tinha sido e feito na vida até então. Caí na mais profunda tristeza, apenas
permanecendo firme, quando olhava e via os meus dois lindos filhos que ali
estavam junto a mim.
O trabalho não permitia que eu ficasse mal, tinha que reagir, na época, chefiava
muitas pessoas. E tinha que tirar aquela insuportável dor de dentro do meu coração,
tinha que vencer, ir em frente.
Desde criança, tinha aprendido com minha mãe, que quando nada adiantava, tinha
algo que confortava: o falar com Deus... Um Deus que podia ser da maneira como
eu imaginasse, mas que era um super amigo, um confidente, que podia escutar
pacientemente tudo o que eu queria falar... E, assim, conversei com Deus,
longamente, falando de minha vida, de meu desencanto, falei daquela amiga
querida, que noite após noite, depois da separação, vinha me fazer companhia, sem
dizer uma palavra, apenas ficar junto, que exemplo.
Serenidade de uma noite magnífica – 22/12/07
A noite está linda aqui em Pelotas, e como sabes querido Kuraca( este amigo, que
firme, dirige e orienta nosso Ayllu- esta nossa grande família, formada pela união
de todos que ganharam um nome espiritual, dentro da senda da Mística Andina
esta é nossa hora de poder, pois é a hora que estamos mais inspirados, onde tudo
que fazemos sai perfeito, onde escrevemos os mais belos poemas e somos capazes
de tornar realidade os sonhos mais impossíveis e para uma senhora Mendizabal
como eu, 1h da manhã...bah...é bom demais...silêncio, estrelas no céu...quantias,
lua linda, quase cheia... e a mente acalma... e o coração se abre para eu falar um
pouco sobre serenidade.
Neste exato instante, eu me sinto serena... quase flutuando... faz pouco, que ao
olhar o céu, minhas lágrimas escorreram, porque senti um imenso amor em meu
Caridad Mendizabal / Caminhada / 30
coração e me senti a mulher mais amada do mundo (por mim e por toda a vida que
existe sobre a terra), transbordei de amor, de alegria e então a imensa paz me
invadiu e tudo parou, serenou.
Sim, querido, a serenidade tem a ver com amor, com confiança, com superação de
medos, com entrega, com alegria, com tranquilidade...
A serenidade é um carinho intenso na alma, no coração.
Lembro-me de um tempo quando meus filhos começaram a sair à noite e eu ficava
angustiada, preocupada com os imensos perigos aos quais eles estariam expostos, e
vinha o medo e eu não conseguia dormir até eles chegarem. Assim passei durante
um bom período. Até que um dia, quando já não aguentava mais aquela aflição,
conversei com Nossa Senhora. Foi uma conversa de mãe para mãe, onde eu pedia
muito a ela: que desse a mim serenidade, pois eu teria ainda que enfrentar longos
anos, e eu estava me sentindo esgotada. A conversa foi prolongada, durou uma
noite inteirinha. Coloquei ali tudo o que sentia, e pedi (pedi muito), com fervor,
com entusiasmo, para que eu entendesse que a vida deles não era minha
responsabilidade e sim do Pai Maior, e que eu entregasse e confiasse. No meio
desta oração, adormeci. Daquela noite em diante, nunca mais senti angústia e
quando eles mansamente chegavam iam até meu quarto e me davam um beijinho
de boa noite, e diziam:
-Chegamos mãezinha.
Eu acordava e os olhava carinhosamente, e voltava a dormir.
Deste dia em diante entendi o poder da oração feita com fervor, com fogo no
coração e com entrega incondicional.
Assim amada tribo, sei que para estarmos serenos é necessário entregarmos o que
nos tira a serenidade nas mãos do Pai, pois na verdade, como Lucidor nos falou, o
rio segue seu curso e não devemos lutar contra este curso, deixemos que o rio vá
pelo seu leito, enquanto nós, serenos e entregues, desfrutamos da beleza e do
encantamento da vida. Assim quando algo ou alguém nos tira a serenidade: nada melhor do que inspirar
lentamente, profundamente e expirar, e na expiração, entregar e confiar que o
melhor está por vir e que tudo passa (estes dois mantras me ajudam muito a
conquistar mais e mais e a cada dia, minha serenidade).
Caridad Mendizabal / Caminhada / 31
O ENCONTRO
Caridad Mendizabal / Caminhada / 32
O ENCONTRO
E foi conversando com Deus, que fui atravessando este período e enxergando com
mais clareza, percebendo que ninguém tinha culpa de nada, simplesmente os ciclos
iniciam e terminam quando tudo que temos a aprender já foi assimilado, e foi nesta
exata época que outra amiga querida falou para mim que havia marcado uma
consulta com alguém que falava desde o coração e que poderia com certeza aliviar
aquela dor que ela via em mim e que me mantinha triste e desencantada. Eu relutei,
não queria ir... Imaginem ir consultar com alguém que nem sabia quem era... Um
peregrino, que passava por Pelotas/RS, que não tinha endereço certo, que andava
pelo mundo. Minha amiga insistiu e insistiu, dizendo que ficava triste em me ver
do jeito que eu estava dia após dia e de tanto ela argumentar, fui ao encontro
daquele que hoje é meu Maestro - Lucidor Flores (Gerardo Bastos).
Chegando lá, olhei para aquele homem e nos seus olhos encontrei um antigo
amigo, que me acolheu carinhosamente... Ali o tempo parou... Ali, as almas se
reconheceram e não houve palavras, apenas a emoção falou e sem saber por que,
eu chorei e chorei muito na frente de uma pessoa absolutamente estranha a mim,
que apenas permaneceu tranquilo, fitando-me com carinho, enquanto as mágoas
antigas de toda minha vida eram vertidas em forma de lágrimas.O Início -25/11/2004
Era uma tarde de julho, do ano 2003, daquelas tardes frias, típicas do inverno
pelotense. Compenetradíssima em meu serviço, saí de meu mundo, quando a voz
de minha colega de trabalho me perguntou, sem mais, nem menos, como é de seu
feitio:
- Queres ir consultar com Gerardo (naqueles primeiros anos o chamávamos de
Gerardo)?
- Quem? Perguntei, saindo daquele universo chamado “trabalho”, em que eu
mergulhava, por volta das 9 horas da manhã e ia sair, sair extremamente cansada às
19 horas.
- O Gerardo... Ele é especial. Acho que tu irias gostar.
- Mas, por que isso agora, em plena tarde e eu com esta gripe horrorosa, sem
vontade nem de levantar a cabeça para te olhar.
Sem se abalar, minha amiga disse:
- É pra já!
Calmamente, pegou o telefone que estava a minha frente:
- Oi, Iná, queria marcar uma hora com Gerardo.
- Queres daqui uma meia-hora? Pois tem uma pessoa que não pode vir agora às 16
horas e remarcou para amanhã.
- Claro que sim Iná, minha amiga já está indo.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 33
E foi assim, sem saber nem como, nem porque, que me vi sentada diante de
Gerardo Bastos, pela primeira vez (hoje tenho certeza que esta não foi a primeira
vez).
Era uma quarta-feira, eu estava como já disse numa gripe horrível. Fitei nos olhos
aquele homem, que através de seu olhar me transmitiu uma onda de carinho sem
igual e que me reconfortou naquele instante, Por anos de carência afetiva, foi como
se eu me sentisse novamente embalada no aconchego dos braços de meus pais. Foi
muito bom, bom demais! Como que dormindo fiquei mergulhada naquela
energia... Aqueles instantes foram preciosos e decisivos na minha vida. Foi quando
ouvi Gerardo me perguntar:
- O que te trouxe aqui?
- Ah! Isto eu te digo que não sei e ainda custo a crer que estou aqui!
Assim começamos a conversar e a cada palavra ouvida, mais eu tinha certeza de
que eu estava na presença de um ser que aprendera o verdadeiro significado do
amor e do carinho, pelos homens, pela vida e pela natureza. Que aprendera a
agradecer por tudo que diariamente recebe. E que com muita, mas muita mesma,
simplicidade, fazia entender que não importa que o sapato não combine com a
bolsa (não é Susi?), o que importa é sermos felizes, o que importa é descobrimos
nosso ser interno, o que importa é derrubarmos a parede de tijolos que nos envolve
e sufoca nossa essência, o que importa é sorrir, é mergulhar na alegria e
redescobrir o que é servir, pois o homem que serve, encontra a si mesmo.
Ao terminar o atendimento, ele me falou que haveria um curso à noite, ali mesmo
na casa da Iná, e eu falei que seria difícil, pois estava muito ruim da gripe.
No horário do curso, comuniquei a minha família que estava indo assistir Mística I,
com Gerardo Bastos e lá fui eu. Nos dois dias que se seguiram, fiz mais dois cursos
com Gerardo: Mística II e Mística III, e a partir dai então, e me aproximei e me
identifiquei de tal forma com a Mística Andina, que houve uma verdadeira
transformação na minha vida e hoje vejo como se estive dormindo por vários anos.
No caminho da Mística Andina, aprendi a ser simples, pois a vida é simples, só
depende o foco com que olhamos. Aprendi a ser atenta com os sinais que a vida
nos mostra, a não perder os entardeceres, a olhar a lua cheia no céu, a admirar as
estrelas, a ter prazer num banho de chuva, a cantar e dançar embaixo da água do
chuveiro (logo eu, tão séria e certinha), a romper com naturalidade todos os
padrões que não tinham muito sentido de ser e só me incomodavam, a dar abraços
hipercarinhosos nos meus amigos, a sorrir para pessoas estranhas e ver que
algumas delas sorriem para você também, a querer servir e despertar pessoas, que
assim como eu, há um ano atrás, encontram-se dormindo.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 34
E hoje, depois de um ano de caminhada, eu me sinto forte como uma guerreira que
aprendeu a viver mais na luz e que sabe que é bem melhor assim
Desde aquele dia, passei a seguir e participar de tudo que este caminho misterioso,
que chamavam Mística Andina, oferecia e num dos cursos da Mística Andina,
ganhei um nome, um nome sagrado e ganhei uma família nova, a família dhármica.
Nome Sagrado
Estava na primeira turma do curso de Personalidade Espiritual com Lucidor... Até
aquele momento o único que tinha nome era Don Victor Mendizabal...
Nós estávamos ali, tudo era muito novo, não entendíamos muito sobre as
informações que recebíamos deste homem que convivia conosco a cada quatro
meses.
Assim, quando me falaram do Curso, eu quis assistir e fui lá para o Hotel Manta,
num sábado. Ao final do curso, ganhávamos o nome sagrado. E quando ele deu o
meu nome, falando: “Caridad, a que dá carinho... e mais nada...” Eu queria saber
mais, muito mais, até porque Caridad me lembrava um pouco de algo da religião
católica, na qual fui criada.Seria um nome de alguém super beata, uma freira... Esta
foi a primeira impressão que tive.
Depois, aos poucos fui me dando conta de que Caridad não era nem um pouco
assim, pelo contrário, caindo todos os preconceitos que a Ana Luiza tinha de
montão... Suavemente, percebi que Caridad amava, música, dança... E um dia falei
isto para Lucidor. Acredito que Caridad seja uma cigana, e ele disse:
-Cigana não... Uma sacerdotisa... Sabes a diferença?
Então me explicou: a cigana vai atrás das pessoas para colocar as cartas, a
sacerdotisa, as pessoas vem atrás dela... Assim, comecei a me identificar com
padrões tão diferentes dos quais eu estava habituada.
Caridad ao ganhar seu nome espiritual, em um curso da Mística Andina, chamado
“Personalidade Espiritual”, recebeu também a instrução de que seria bom encontrar
um anel, que fosse o anel de Caridad, que quando colocasse este anel em seu dedo,
seria um objeto de poder, que lhe lembraria que Caridad, na verdade representa
seus melhores aspectos e que Caridad e Ana Luiza, com o passar do tempo seriam
uma só.
Até hoje não achei meu anel de poder, achei uma pedra linda, uma ametista,
quando olhei para a pedra, senti que ela poderia representar Caridad, que ela
poderia ser um objeto de Caridad. Por vezes coloco o pingente em meu pescoço,
roupa de Caridad ainda não tenho, mas sei que são panos esvoaçantes.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 35
É muito lindo o trabalho de desenvolvermos uma personalidade espiritual, dando
um basta a tantos medos que acumulamos durante a vida toda. Ainda não parei de
mudar a cada ano que passa e os efeitos em Ana Luiza são enormes, mas uma
característica forte com certeza existe... a de quebrar padrões e a de dar carinho.
Com o tempo, outro nome foi adicionado ao Caridad... Romero e Lucidor mais
uma vez me disse que significa "alecrim", e ainda me falou: “pesquise sobre Oscar
Romero E aí foi a vez de constatar que Caridad Romero tem em suas memórias o
sangue de uma revolucionária que foi avó do bispo de El Salvador, que foi
assassinado. Assim, meus amores, descobri um outro lado meu... desde a Ana que
tinha dificuldades de se expressar, que era tão submissa a todos e a tudo e que aos
poucos foi soltando as amarras e revolucionando sua vida.
Quando nasci, como Caridad, dentro da Senda da Mística Andina, também junto a
primeira turma, em um sítio, sob a luz das estrelas e o som de um violino
magnífico, ainda não sabia tudo que Caridad iria aprontar... Hoje, Ana Luiza e
Caridad são uma só, já não consigo ser o que era antes... Hoje, sou o que eu sou e
agradeço ao Mestre Lucidor que abriu a porta para que Caridad entrasse em minha
vida... Com seus amores, suas loucuras sagradas, suas revoluções, sua alegria, sua
dança, seu carinho e seu amor pela vida, por viver intensamente o agora, sentindo
Deus a cada instante e agradecendo sempre a cada amanhecer.
Com amor revolucionário e toda loucura sagrada de minha alma,
"Eu estou consciente de estar consciente."
Em 22/11/2003, fui iniciada como discípula e entendi que não era discípula de
ninguém. Meu Mestre me levou a ver isto, eu não era discípula dele. E sim, era
discípula do Mestre Interno que habita em mim... E a maneira encantadora, simples
e carinhosa com que Lucidor falava, contando verdades que há muito eu havia
esquecido, voltaram a fazer com que eu voltasse a amar a vida, sentir prazer de
estar viva, sentir alegria sem causa, ter esperança, acreditar nos sonhos... Ah, adoro
a frase: “Aqui acreditamos no amor e nos sonhos”, que era pintada em faixas em
cada encontro.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 36
Iniciação -24/11/2003
Amigos de Coração,
Gostaria de passar a todos vocês a emoção que senti, pois foi algo muito forte e
parecia que eu esperava por isso há muito tempo.
Podem acreditar que naquele momento tudo desapareceu ao meu redor e a
felicidade foi tão infinitamente poderosa que eu comecei a rir e rir
bastante, como há muito tempo não fazia. E Lucidor também riu muito,um riso
cheio de encanto e de imensa paz, pois foi uma estrada longa
que percorremos até aquele instante e reencontrar este grupo,com
certeza muito antigo em minha existência, é algo que me traz uma sensação
realmente indescritível.
Um grande beijo cheio de estrelas brilhantes como as que estavam no
céu nesta noite indescritível!
Quatro anos nesta senda -23/11/07
Ontem, dia 22 de novembro de 2007, foi um dia festivo! Aniversário de Irineo e
também quatro anos da minha iniciação como discípula, juntamente com Irineo,
Amparito Ma e Melissa Molina... Parabéns!
Queridos, nestes quatro anos da minha caminhada, como aprendi mais do que em
todos os anos de minha vida juntos, guardo algumas destas lições que ficam mais
marcadas, talvez porque tenham produzido um maior efeito e é sobre elas que falo
aqui.
A convivência grupal, com a orientação de nosso guia Lucidor é uma escola, e
tanto e as orientações de Mestre Paolus recebidas através de cartas pessoais
também. E assim, foi quando em uma das primeiras cartas recebidas, ele me dizia
que em nada interessava minha vida pessoal a ele, onde eu trabalhava, com quem
eu vivia, mas apenas minha vida como discípula e que nós éramos vistos por ele
grupalmente e não isoladamente. Nada adiantaria a evolução de um discípulo
Caridad Mendizabal / Caminhada / 37
individualmente, mas a de todo grupo. E entendi que a vaidade, a importância
pessoal, os méritos, tudo isto não deveria existir, pois não significaria nada em
nossa caminhada e que o que importava realmente era a impessoalidade... Mas é
muito difícil esta morte do Eu, não acham? Ao sermos impessoais, aí sim
estaremos vivendo como um grupo, uma tribo.
Em outra carta Ele também me dizia para manter a língua dentro da boca e a boca
fechada, buscando só falar com sabedoria isto também me fez repensar minha vida
e meus posicionamentos. Também tenho clara a lição de que se não olhasse os
erros dos outros, e cuidasse dos meus próprios Cada um de nós tem muitos erros
para limpar e arrancar as ervas daninhas em volta de nosso coração. É um trabalho
diário, e então por que olharmos as ervas más dos outros. Não, não. Vamos olhar
apenas as nossas e arrancá-las.
Assim, queridos, fui aos poucos mudando, servindo e combatendo em cada
segundo de minha vida os meus defeitos que como Ele mesmo diz, são muitos.
Amores, agradeço, de coração aberto, a cada um de vocês por me ajudarem a lutar
como uma guerreira do arco-íris, durante estes quatro anos, anos estes em que
estou desperta, depois de um longo período de sono.
Com imenso amor por todos vocês e gratidão no coração,
Caridad Mendizabal / Caminhada / 38
Um dia especial -22/11/08
OM GURU DEVA CRISTO MAITREYA
OM GURU DEVA SAINT GERMAIN
OM GURU DEVA PAOLUS
OM GURU DEVA LUCIDOR
Há exatamente cinco anos atrás, passei por uma das experiências mais marcantes
de minha vida - minha iniciação como discípula.
Pela manhã, lembro que Isolda passou aqui por casa e depois fomos pegar Mama
Ifi, que naquele tempo, para mim e também para ela, era Ana Cristina.
Quando Ifizinha entrou no carro, emendamos uma conversa que só parou no sítio...
E Isoldita chegou a perguntar se por acaso já nos conhecíamos, mal sabíamos que
tínhamos vivido uma vida próxima, nossa última encarnação, como duas amigas
inseparáveis -Liloh/ Blanca Mendizabal (sim eu já era uma Mendizabal) e Helga...
Nossas almas se conheceram e desde este primeiro instante a conversa e o
entrosamento nunca mais parou. Chegamos ao sítio e eu me senti tão mal, mas tão
mal, que tive tudo que vocês podem imaginar, chorava muito... Vomitava muito...
A cabeça doía muito, enfim, uma limpeza para ninguém colocar defeito. Foi tão
grande a limpeza que nosso guia Lucidor me dispensou da entrevista com ele e foi
falar comigo, eu estava com vontade de ficar deitada e não me mexer, pois parecia
que minha cabeça ia explodir... E ele, com aquele olhar carinhoso que todos nós
conhecemos, disse para mim: “vai para baixo do chuveiro e só saia dali quando
tudo passar...”, e eu, um pouco desconfiada, atendi e fiquei naquele banho por não
sei quanto tempo, de vez em quando batiam na porta para ver se estava tudo bem, e
quando saí... Parecia outra. Radiante coloquei o vestido branco que tinha escolhido
para a ocasião, uns sapatos vermelhos... De salto... E lembro de Artemisa que me
emprestou um batom que combinava com os sapatos... e quando chegou a noite
fomos para o local das iniciações. A natureza, meus queridos, era algo indiscutível
de linda, com montes de estrelas e ao som de um violino e de uma voz, quase
Caridad Mendizabal / Caminhada / 39
angélica que cantava um mantra. Segurei as mãos do nosso guia e lembro quando
ele me olhou e seus olhos pareciam um portal, um portal imenso de amor, carinho,
uma nova estrada por onde iniciei esta senda e hoje ao relatar isto para vocês,
lembro a voz doce dele ao me dizer que há muito me esperava. E lembro que
viajei... Fui ao encontro de minha alma... Ah, meus amores, que sensação
indescritível de encantamento...
Minha Dinda escolhida de coração foi Artemisa... Também por um olhar, o qual
revelou também outras vidas, outros momentos...
Também foi neste dia mágico que finalmente acordei dentro de mim: a vontade de
servir, de ser um pequeno passarinho que embora nada saiba, gosta de cantar dia
após dia a música mágica do coração.
Hoje sou pura gratidão pelas graças que recebo diariamente, por sentir a presença
do reino angélico em minha vida, por ser una com todos vocês, por amar
imensamente e me permitir receber amor, por ser feliz... gracias, gracias, gracias.
A felicidade não é um conto de fadas e não está reservada apenas para alguns.
Realmente há maneiras de se viver feliz na Terra, e há gente que é feliz nela. Aqui
estou falando de felicidade como estado de graça, aquela que nos invade
repentinamente, sem uma razão de ser, igual a que me fez desfilar na reunião
passada (risos...), aquela que não está ligada a nada externo, aquela que brota do
coração e nos dá a liberdade de estar no mundo.
Agradeço de estar nesta senda que tem duas asas tão poderosas, a do amor e a da
liberdade. Quando estamos felizes com nós mesmos, automaticamente
reconhecemos a responsabilidade de respeito profundo por todos, independente de
raça, religião, sexo... e, convertemos o mundo em um lugar melhor, mediante ações
corretas e decentes.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 40
Há oito anos atrás!
Queridos amigos, esta noite foi uma noite de sonhos incríveis, lembro das aulas
que assisti e alguns de vocês estavam lá comigo... E quando acordei para ir
trabalhar, após a meditação me dei conta deste presente que recebi... Sim, lembrar
dos sonhos com nitidez, absorvendo os ensinamentos é um presente e tanto... E foi
aí que me dei conta. Há oito anos atrás, no dia de hoje, fui INICIADA COMO
DISCÍPULA, em um sítio, próximo a Pelotas, com uma lua linda no céu, muitas
estrelas, um som de violino e um mantra sendo cantado... Ah... Uma noite mágica.
Segurei as mãos de nosso Mestre Lucidor, olhos nos olhos, e um novo portal
imenso de carinho, de amor, de infinitas possibilidades, de uma nova vida nesta
vida se abriu ali naquele instante em que encontrei minha alma... Uma sensação de
encantamento, de magia, que conservo até hoje e que minha chacana ao bater em
meu coração me faz lembrar...
Também foi neste dia mágico, que finalmente percebi que não era um ser fraco,
cheio de tristeza e dúvidas, mas que estava diante de um ser profundo, cósmico,
pura luz... Assim EU SOU a faísca divina que habita em mim... O restante era pura
ilusão de minha danada mente e passei desde este dia a gostar imensamente de
cantar a música mágica do coração.
Hoje sou pura gratidão pelos presentes, pelas graças divinas, por estes sonhos em
que posso abraçar seres de luz tão lindos que nos ensinam enquanto dormimos, por
sentir os anjos em minha vida, por ter aprendido a receber o amor de cada um de
vocês, por ter deixado de lado minha timidez e saber que timidez também é
orgulho, por saber que a felicidade não está reservada só para alguns... Ela é um
direito de todos, que podemos sim tornar realidade AGORA, o mundo que
sonhamos... Que a NAÇÃO PACHAMAMA é isto, E DEPENDE DE NÓS, do nosso
servir.
Agradeço a cada segundo estar nesta senda, viver junto a vocês que me ensinam
tanto, sou imensamente grata,
OM GURU DEVA PAOLUS, OM GURU DEVA LUCIDOR, OM GURU DEVA
MINHA TRIBO AMADA...
Caridad Mendizabal / Caminhada / 41
E em 2004 voltei a florescer, a encontrar o amor, a viver e perceber que o mais
importante desta vida é amar e ser feliz. Para isto estamos aqui, para sermos
imensamente felizes.
E aprendi que temos que relaxar o emocional e saber que a VIDA SABE.
Parei de me queixar, sempre temos montanhas de coisas para queixar-nos, mas te
pergunto, resolve alguma coisa?
Deixar de se queixar e ao invés disto passar a cantar e celebrar a vida e pegar as
situações, as boas e as más e absorvê-las. Aprendi a não mais cultuar o
sofrimento...
E dia após dia fui quebrando as gaiolas que eu mesma havia construído ao meu
redor, algumas lindas, mas todas gaiolas, que me prendiam.
E percebi que não me faltava nada, tinha tudo para ser feliz e festejar muito cada
dia da minha vida, dando graças à divindade, a esta força maior que mantém tudo
em harmonia, ou por acaso achas que és tu que mantém tudo na mais perfeita
beleza, neste mistério que é a vida?
Cada aniversário se transformou em um dia especial E neste dia, não podia faltar a
velinha acesa em cima de um bolo gostoso ao som do parabéns, porque é neste
momento que damos gracias a vida pela jóia preciosa, por este presente incrível,
que é o ato de viver.
A vida-20/02/08
A vida é um presente divino. Ela é cheia de novos começos, dia a dia a cada
amanhecer nos movemos pelo desafio sempre novo de viver e fazer todo sonho
brilhar.
Ontem foi um desses dias que ficarão guardados para sempre. Vínculos... muitos
vínculos estiveram presentes: as minhas amadas afilhadinhas, Artemisa Aguilar,
Moksha Iriarte e seu filhinho, Freya Aguilar e seus filhos, Azul Iriarte, , Kóya
Sandoval... Todos estavam por lá para celebrar comigo a VIDA, entre os outros
queridinhos desta família amada... Almoçamos em família com Lucidor, com
Mama Isolda, que nos chamaram a festejar no Ashram pelotense.
A alegria esteve sempre presente, com músicas a la Caridad... Segundo Mama
Isolda (imaginem o que não seria!), abraços, conversas, danças, comidinhas prá lá
de gostosas... A salada de frutas das manas cármicas Koya e Amanda,demais. Os
bolos das Obelarzinhas-Luz Clarita e Úrsula,muito bom. O pastelão de Freya... o
pão de Mama Isolda, já famoso e muitas coisitas mais. Os presentes então... o
cartão imenso de Don Victor, a caixinha de "cura" de Lucidor e Isolda, os
Caridad Mendizabal / Caminhada / 42
presentes especiais de Susy, Mama Amanda e Kóya para me enfeitar e outros, e
outros...t odos lindos. Assim, a festa com a família dhármica foi leve, suave e lá
pelo meio da tarde, na casa de minha mãe, me esperavam tios, primos... E
novamente bolo, velinhas e tudo feito pelas mãos de fada de minha mana, e assim
retornei para minha casa àss 22 horas e fui para internet e li o que vocês
escreveram e a festa continuou... Sim, celebrar esta vida é muito bom... Saber que
eu sou este sorriso do qual vocês tanto falam... É muito bom, saber que tenho a
capacidade de amar... É muito bom, saber que consigo achar um caminho luminoso
no meio das sombras... é muito bom, saber que a solidão não existe a não ser
dentro de nossa mente... é muito bom, principalmente saber que eu sou uma pessoa
comum, com um coraçãozinho que gosta de amar e de receber amor... Bah... Isto é
bom demais... O resto, meus amores, não interessa, pois navego no rio da vida,
inteiramente entregue, sem questionamentos, apenas amando e confiando.
Voltei aos poucos a ter aulas de violão, com um amigo irmão, que depois passou a
ensinar também a meu filho. Foram vários meses indo à noite para as aulas de
violão, e meu coração aprendeu a música, como me ensinou Alondra, querida
amiga, nas noites e noites que ficávamos conversando... Era algo magnífico. Tive
aulas de canto e soltei o laríngeo e as dores de garganta desapareceram.
Depois foi a vez das aulas de dança, com outra amiga amada, que vinha de Arroio
Grande e transformou o sábado à tarde em uma diversão grupal em que
dançávamos os vários ritmos, embalados pelo carinho, disposição e alegria de Luz
Clarita Molina.
Mas ainda não estava completo, porque precisava de algo que soltasse mais ainda
minha pessoalidade tão introvertida para as artes, e foi então que fizemos aula de
teatro. No início, confesso que foi bem difícil, mas entre amigos, comecei a revelar
a artista que havia dentro de mim e o professor, um querido, agitava-nos e
descobriu em nós talentos que nem de longe desconfiávamos. E então a arte foi
colocada em minha vida e percebi que arte é amor, porque fala a linguagem do
coração, não é racional. Quando mergulhamos nela, nossa mente apaga e a
essência pura que somos desperta e mostra ao mundo quem realmente somos.
Voltei a fazer piqueniques na praia, com toalha xadrez e cesta de palha, lembrando
meus tempos de criança em que meus pais nos levavam a fazer piqueniques
embaixo das árvores do Bolacha, na praia do Cassino.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 43
E a cada dia experimentava um novo desafio, desde acampar em barracas, subir
morros em terras peruanas, tomar banhos de cachoeira no cerrado, andar de
bicicleta, namorar, gargalhar... E meus filhos reconheceram isto, e em um belo dia
me abraçaram e disseram:
-Mãe, tua tristeza foi embora. Como tu mudaste, estás alegre, corajosa!
A senda -23/07/07
“Floresce profundamente... Vamos... Mais e mais! E respira, deixando livres
todas as borboletas luminosas da alma...” (Lucidor Flores)
Esta semana que passou foi uma semana atípica para mim.
Tudo aconteceu!
Minha estrutura física, mental e também a emocional foi sacudida, e bem forte.
Fatos me obrigaram a olhar e encarar a realidade de que somos frágeis e não
sabemos nada e enfim que estamos perdidos, mas que tentamos sempre esconder.
Em dado instante, eu me senti muito menor que um pardalzinho e foi aí que
descobri o incrível valor do alento. Inspirei lentamente, profundamente e expirei,
repeti sentindo como se o ar fosse a própria divindade entrando dentro de mim e
nutrindo, nutrindo cada uma de minhas células. E aos poucos, muito devagar, fui
achando o caminho, a senda, que me leva ao ashram e chegando lá, descansei, sim,
porque ali, ao atravessar o portal, minha mente serenou, tudo perdeu a importância
e ficou só minha essência, minha alma e aquele lugar quieto, silencioso,
aconchegante, meu LAR.
E ao achar o caminho ao LAR, senti que precisava compartilhar com vocês, que
nada, nada que aconteça no mundo externo, no mundo das formas, pode interferir
no caminho ao lar e, portanto, ele é um lugar seguro, é a nossa "terra do nunca", e é
este caminho, esta senda, o mais importante em nossas vidas... O restante, querida
tribo, são ilusões.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 44
“Que todo mundo saiba: este é um movimento de caminhantes, de peregrinos, de
andarilhos, de vagalumes sagrados viajando pelas sendas de pachamama”
(Lucidor Flores)
Comecei a viajar, viajar muito, aliás, em vez de viajar, passei a peregrinar,
conhecer lugares, pessoas, muitas vezes dentro de meu próprio quarteirão, outras
vezes bem mais longe, conheci os apus (montanhas) sagrados do Peru, com meu
Caridad Mendizabal / Caminhada / 45
Mestre e meus irmãos de caminhada, em viagens iniciáticas, viagens que são uma
iniciação, pois representam uma mudança em nossa vida, nestas viagens nossa
consciência se expande e enxergamos com mais clareza e perdemos medos e numa
destas viagens, o medo que havia provocado a asma que eu tinha desde criança, foi
embora, e com ele: a asma... Fiquei curada.
Aprendi como é bom meditar, descansar esta vozinha chata que passa o dia inteiro
falando conosco, internamente, dentro de nossa cabeça. Percebi que é possível
silenciá-la, silenciar a mente e que isto faz com que tenhamos mais clareza em
qualquer situação ou quebra-mola que apareça diante de nós.
Descobri também que as noites de lua cheia são especiais, e ouvia o Mestre dizer:
"Tomara que em todos os lugares onde a Mística Andina plantou uma semente, ela
seja regada com a devoção das meditações da lua cheia, porque é nesse momento
sagrado que todos, desde Cristo até o último aspirante, somos um, existindo um só
meditador e uma só meditação. Assim, fazemos vibrar o planeta."
O Festival de Wesak -Domingo06/05
E um dia conheci uma turma que chamava a lua de Mama Quilla e que costumava
festejar os plenilúnios, Como eu não era de muitos questionamentos, custei a me
dar conta o que esta palavra queria dizer. Plenilúnio, plena lua ou LUA CHEIA.
Então, festejavam as luas cheias e não só isso, havia um período três dias antes, o
dia da lua cheia, e três dias depois, num total de sete dias: uma semana... Onde era
sugerida uma alimentação mais saudável, sem químicos, álcool, carne, acalmando
nossas emoções, deixando os pensamentos pessimistas e as preocupações de lado,
sendo inofensivos, fazendo exercícios respiratórios e meditando... E a cada mês,
isto se repetia, sempre na semana da LUA CHEIA. E estamos nesta semana e no
FESTIVAL DE WESAK!
E tudo isto por quê? Porque se tivermos com nossos canais limpos, poderemos
usufruir das grandes bênçãos que são derramadas sobre a Terra nestes dias... a
grande energia.
Este é um dos três principais festivais de lua cheia do ano: o de Touro ou também
conhecido como Festival de Buda, porque marca o nascimento, iluminação e morte
de Buda.
Buda é expressão da sabedoria de Deus, é a encarnação da Luz, enquanto Cristo é
a encarnação do Amor. E durante este Festival de Lua Cheia, ele comunica a luz
Caridad Mendizabal / Caminhada / 46
da sabedoria à humanidade, através de Cristo e da Hierarquia. E é nos enviada uma
energia muito forte de conscientização e iluminação para a evolução da
humanidade.
A lição desta semana é para que SINTONIZEM com este momento, com esta
energia e assim contribuam para que o Plano de Deus se plasme sobre a Terra,
intensificando a corrente energética de LUZ e AMOR.
E mais um plenilúnio se aproxima - 30/06/12
"Os discípulos são formados segundo a lei da oportunidade, e a lua cheia é uma
grande oportunidade." (Mestre Paolus)
Nesta TERÇA-FEIRA, DIA 03 DE JULHO, teremos o plenilúnio de Câncer (Sol
em Câncer e Lua em Capricórnio) e as luas cheias são sempre um tempo em que a
voz do Mestre se torna mais forte e conectamos com os sonhos guardados em
nosso coração.
Estes Festivais de Lua Cheia são um convite ao nosso ser para que esteja no mais
alto estado de euforia energética, aberto a se tornar um canal irradiante de alegria e
consciência, um convite a celebrar... Celebrar é um estado de confiança, um
momento de intensa gratidão e plenitude.
Os plenilúnios são datas em que Pachamama está com sua energia luminosa e
energética, super-refinada e expansiva, e assim, cabe a nós também uma super
preparação.Três dias antes, o dia da lua cheia e três dias depois.
Comemos comidas saudáveis e evitarmos estados mentais/emocionais que nos
atormentem. E, assim, acompanhamos nossa Mama Pacha e absorvemos AMOR e
irradiamos AMOR, exercitando as pétalas do nosso chacra cardíaco.
E não vamos esquecer que os festivais da Mística Andina são momentos de arte, de
amor, de expandirmos as sementes recebidas, momentos de dançar, rir e celebrar!
Assim TERÇA-FEIRA, DIA 03 DE JULHO 2012 é dia de LUA CHEIA e a lua
cheia é importante, pois neste exato dia a energia de amor de Cristo Maitreya é
derramada sobre a Terra e seus habitantes... Ah... E não se esqueçam do banho de
alecrim e de ir à meditação com roupas claras!
Caridad Mendizabal / Caminhada / 47
“Os problemas continuaram em minha vida, mas eu mudei, mudei o foco de
encará-los, percebendo a verdadeira família, que é aquela que ama, mas não
aprisiona. E percebi que para ajudar alguém, temos que primeiro nos ajudar,
curar nossas feridas e sermos seres que se conhecem profundamente.
Quando minha mãe, pouco antes de falecer, de um câncer que a trouxe presa a
químios e rádios, a infinitas transfusões, ao final, olhando para mim, agradeceu
pela alegria com que eu a tratava, sem nunca ter chorado na presença dela, nem
nunca ter ficado triste. Entendi que este é o “Caminho”, que somos guerreiros e
temos que acordar a cada dia, e com o coração grato perceber a nova
oportunidade neste dia que inicia e ser feliz.
Quando chegava a casa de minha mãe, aplicava Reiki nela e contava apenas
alegrias do dia a dia, assim, em meio à tristeza da doença, conseguíamos ter
momentos alegres.”
Curando com Amor -06/06/2006
No ano passado, após tantos sonhos em que trabalhava com a imposição das
minhas mãos em outras pessoas, iniciei minha formação em REIKI. O meu
primeiro sonho a este respeito foi logo que conheci Lucidor, e ao sonhar eu o via
todo de branco, assim como eu, e ele me chamava dizendo: “Vem que estas
pessoas precisam de nós...” e eu via várias pessoas sentadas, e o Lucidor
continuava a me orientar e dizendo de que modo eu tinha de colocar minhas mãos
nas pessoas. Este sonho foi o primeiro de uma série... e eu fiquei curiosa a respeito
- e por curiosidade cheguei ao Reiki. Imediatamente após fazer o Nível 1, comecei
a trabalhar na Casa do Caminho (casa dedicada a população carente), aplicando
Reiki e tornando real as imagens dos meus sonhos. Com pequenos intervalos (o
que não é de acordo com a norma), fiz os níveis seguintes: 2 e 3A, e agora, há
questão de duas semanas, concluí o último nível, o 3B, através do qual estou apta a
sintonizar as pessoas que queiram, nos diferentes níveis. Durante este tempo,
nunca parei de aplicar Reiki, e um pouco antes de concluir o Nível 3B, eu me
perguntava o porquê de estar fazendo este nível, pois não pretendia ser instrutora
de reiki. Mas, no curso, descobri, que através deste nível, além de ser instrutora,
podemos passar a SINTONIA DE CURA em pacientes com doenças terminais e
viciados em geral, e esta sintonia equivale a mil aplicações de Reiki.
Bem, amigos, quero dizer aqui, que estes pacientes, já estão chegando até mim, e,
inclusive no curso foi dito que não precisávamos ir atrás das pessoas, os Mestres se
encarregariam de oportunizar para que essas pessoas chegassem até nós.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 48
Assim, meus amores, compreendo hoje, que eram estes mesmos Mestres que me
inspiraram através de meus sonhos e me tornaram um canal, para que esta energia
cósmica diminua a dor de milhões de pessoas.
Ao fazer a prova para receber a sintonia de Mestre em reiki, pedi a presença de
Paolus e senti uma energia muito forte, a mesma que acontece quando meditamos
com fervor. E tudo correu tranquilamente. Hoje quero me colocar à disposição de
vocês, meus maninhos queridos, e agradecer este caminho que me faz ter o
discernimento necessário a fim de que possa fazer as escolhas certas em minha
vida.
Uma experiência-25/10/06
Ao voltar do curso em Belo Horizonte, fiz o curso de Karuna Reiki. Para quem não
sabe, trabalho com Reiki, já faz uns dois anos, onde atendo pessoas carentes que
vão até a Casa do Caminho para consultar com Irmã Assunta (uma religiosa com
82 anos, mas com uma garra de dar inveja a qualquer um).
Fui para o curso para aprender algumas ferramentas a mais para tratar problemas
específicos, como insônia, vícios...
Após ser sintonizada no Karuna, tivemos a parte prática do curso, onde aplicamos
Reiki uns nos outros. Eu fui a última a receber Reiki e quando acabou, um dos
reikianos me olhou e disse que tinha visto em meu plexo solar, uma flor de lótus
cor laranja e sobre ela a figura da mãe divina e que tinha sido trabalhado a região
compreendida entre o chacra básico e o cardíaco. Ele falou que o canal entre estes
chacras estava limpo, mas que havia ectoplasmas que estavam por fora e que
pareciam não querer ir embora e sobre eles foi feito a aplicação de Reiki. Depois
de falar ele me perguntou se eu havia feito algum trabalho energético, pois ele
notou a limpeza que havia sido feita entre os chacras básico e coronário.
Eu disse a ele que sim e que acabava de retornar de uma magnífica iniciação, onde
muito tinha sido trabalhado o encontro da energia da Mãe com a do Pai divino.
Achei uma experiência linda: um reikiano descrevendo para mim a Luz da Mãe
divina, que se encontrava com o Pai, no meu cardíaco... Foi muito emocionante.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 49
Servir-04/11/06
Hoje à tarde, como todas as sextas, fui para Casa do Caminho aplicar Reiki.
Quando cheguei lá, por volta das 14h30min, um pouco antes do meu horário que é
às 15h, vi que os reikianos que ali trabalham no primeiro horário, das 13h às 15h,
não haviam ido e as pessoas estavam aguardando... Cheguei, arrumei a salinha,
enfeitei com galhos de alecrim colhidos, acendi um incenso, coloquei um CD de
música devocional e senti que esta tarde seria diferente...
Iniciei minha atividade, como sempre chamando por M Paolus, Mestres do Reiki,
Anael, Ariel e o devinha do meu clã. Pedi que a primeira pessoa entrasse. Após
atender duas pessoas, Irmã Assunta me chamou na sala dela e ela estava atendendo
uma mocinha paraplégica, acompanhada da mãe e ela olhou para mim e disse:
-Eu preciso de ti, quero que tu faças iniciação de cura nesta menina e também neste
menininho. E eu olhei para o lado e vi uma mãe, mocinha ainda, com um menino
de uns dois aninhos no colo, aparentemente saudável, mas sofrendo de epilepsia.
E assim, minha gente, fui até a salinha, arrumei o espaço e em poucos instantes,
estava fazendo esta prática, que pode equivaler de 10 a 1000 aplicações de Reiki.
Diante de mim, eu tinha estes dois serezinhos com as suas mães, ali plenamente
confiantes, entregando a mim, seus filhinhos amados.
Eu senti uma energia muito forte e percebi que realmente naquele instante eu era
um canal da energia cósmica. Confiante e plena de amor realizei as iniciações e vi
como o menininho, que era bastante inquieto, se aquietou, e como a Lalá, este era o
nome da menina, sorria para mim -e vi os olhos cheios de lágrimas daquelas duas
mães- e isto, tribo amada, vale mais, muito mais que qualquer leitura, e por isto,
estou aqui relatando, porque agora sei o que Lucidor queria dizer quando falava:
-Parem de ler, chega de ler. Comecem a agir, busquem suas áreas de serviço!
Tribo amada, como há coisas para fazermos, como há pessoas para abraçarmos,
como as pessoas necessitam de um sorriso, de um afago, de alguém que
simplesmente as ouça e como isto nos transforma, fazendo perder a importância
coisas que são mesmo pouco importantes.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 50
REIKE
Caridad Mendizabal / Caminhada / 51
REIKI
ASSIM, O REIKI ENTROU EM MINHA VIDA. AGORA SABIA QUE REIKI SIGNIFICA
REATARMOS FORTEMENTE NOSSOS LAÇOS DIVINOS. ESTA TÉCNICA, QUE VI
EM SONHOS, UMA TÉCNICA DE HARMONIZAÇÃO E REPOSIÇÃO ENERGÉTICA,
ATRAVÉS DA IMPOSIÇÃO DAS MÃOS, QUE MANTÉM NOSSA SAÚDE OU A
RECUPERA, CONFORME NOSSA NECESSIDADE.
O Reiki é uma técnica muito antiga, de 8 mil anos atrás, usada na Índia, no Egito e
cujo conhecimento foi reativado há cerca de 100 anos.
Os cientistas modernos analisaram o mundo com um incrível grau de sofisticação.
A matéria é dividida em partículas cada vez menores e ao final o que encontramos
são ondas de energia (quanta).
Com isto, descobrimos que a energia precede a matéria, assim como emoções e
pensamentos precedem a ação.
Essa visão, nova no Ocidente, e antiquíssima no Oriente, declara ser energia tudo o
que existe. Em uma pessoa sadia, a energia passa livremente pelo corpo físico,
fluindo por “caminhos”, chakras, meridianos energéticos e nadis. Circunda o
campo energético a nossa volta (aura) e nutre nossos órgãos e células e regula as
funções vitais.
Quando o caminho está bloqueado e a circulação dessa energia é interrompida,
ocorre uma disfunção nos órgãos e tecidos do nosso corpo.
Em virtude de excessos físicos, emocionais, mentais e espirituais, liberamos
energias e essas liberações geram “nós energéticos” ou “bloqueios energéticos”
que interrompem o fluxo normal de energia vital, gerando as doenças.
A terapia energética ou vibracional não substitui a Medicina convencional, assim
como a Medicina convencional não substitui a terapia energética, cada qual atua
em campos diferentes de um mesmo ser humano. Ambas coexistem e
complementam-se no intuito de melhorar as condições de vida do ser humano no
Universo.
Servindo, curando e me dedicando e a cada novo dia, procurava seguir os
Princípios do Reiki, mudando o que tinha que ser mudado, com disciplina de um
guerreiro da luz. Fui também aos poucos, através de textos e iniciações, divulgando
esta técnica entre meus irmãos de caminhada.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 52
OS PRINCÍPIOS DO REIKI Primeiro princípio -21/02/07
1. Só por hoje, não sinta raiva e não fique zangado.
A raiva é algo que nos perturba e perturba muito. Acaba fazendo que tenhamos
atitudes grotescas, muitas vezes com as pessoas que mais amamos. Quando ela
brota dentro de nós, é como uma onda, quase que impossível pará-la, mas se não
conseguimos pará-la, temos que pelo menos, direcioná-la corretamente, evitando
assim muitos prejuízos a nossa vida.
Então ao sentir raiva, dê vazão a ela, de uma forma construtiva, corra em volta da
quadra ou ande de bicicleta até que ela passe, só não fique parado, procure algo
que dê vazão a ela e aos poucos, ela vai acabar deixando de te perturbar. Quando
este dia chegar, finalmente aprendemos a direcionar nossa raiva para algo
construtivo e ela não será mais a causa de tantos problemas e mal entendidos.
Segundo Princípio -24/02/07
2. No dia de hoje, abandone suas preocupações.
Este princípio do Reiki é o meu favorito, porque como diz nosso Mestre Lucidor,
eu sou estressadinha. Embora não pareça. Bem, e se eu seguir este princípio e
entendê-lo a fundo bem tenho certeza que viverei feliz!
Tem uma frase, atribuída a Buda, que eu também gosto imensamente e não canso
de repeti-la:
“Se eu tenho problema e ele tem solução, eu não tenho problema porque ele tem
solução e se ele não tem solução também não é problema.”
A preocupação é uma palavrinha que se a dividirmos fica: pré –ocupação, ou seja,
estamos nos ocupando previamente de alguma coisa, sem esta coisa ter ainda
acontecido e com um detalhe, ela poderá jamais acontecer.
Além disto, a preocupação, a ansiedade, são estados emocionais que nos roubam
muita energia, a mesma energia que poderia ser usada para que tal coisa não
acontecesse.
Quando estamos preocupados com algo, o foco de nossa preocupação nos prende
totalmente a atenção e não somos capazes de mudar nosso foco, esquecemos de
tudo e parece que somente este pensamento, que se torna uma obsessão, interessa.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 53
Se não reagimos rapidamente, acabamos por distorcer a realidade e muitas vezes o
que nos preocupa, toma uma dimensão bem maior do que o que realmente é.
Tem um mantra que aprendi na senda da Mística Andina e que diz:
-“Tudo passa e o melhor está por vir”.
E é assim queridos, os mais velhos em idade e em experiência de viver sabem, que
muitas preocupações da época de adolescentes, hoje nos fazem rir e mesmo os
acontecimentos mais tristes, que tanto nos preocuparam, passam e está certo o
ditado popular que muitas vezes ouvi minha avó repetir:
-Não há o que o tempo não cure ou Sempre que choveu...Parou.
Portanto queridos, soltemos o controle da vida, não temos este controle, tenhamos
a humildade de reconhecer que somos simples criaturas humanas e que não
resolvemos nada em nossas vidas, temos que aprender a confiar na Vida.
Terceiro princípio –07/03/07
Querida Tribo do Arco-Íris, aqui estamos em frente à gratidão, Gasho, mãos unidas
em nosso cardíaco, agradecendo nossa vida e tudo aquilo que nos cerca, inclinando
nossa cabeça com as mãos unidas em prece junto ao chakra cardíaco, fazemos
Gasho a nossa caminha, a nossa cadeira, aos nossos animaizinhos... Isto é o
Terceiro Princípio do REIKI.
3. No dia de hoje, agradeça suas bênçãos, respeite seus pais, mestres e os mais
idosos.
Nós somos o que habita em nosso coração e por isso mesmo, pela manhã, ao
acordarmos, é muito bom encontrarmos a rosa no deserto, sim a linda flor chamada
gratidão e quando a encontro, já sei que estou no caminho, já sinto a presença do
Ser que me cuida e o dia transcorre em harmonia.
A gratidão é como um combustível que nos impulsiona e motiva.
Se ao amanhecer, abrimos os olhos, ali já é o momento, antes de mais nada de
sermos gratos, porque a cada novo dia, recebemos esta jóia preciosa que é a
VIDA.
Como se isso não bastasse, cada dia é uma nova oportunidade, para mudarmos
tudo aquilo que não gostamos em nossas vidas. Nada te impede de mudar e
recomeçar novamente e isto é algo extraordinário, portanto deixemos que o
perfume da gratidão nos invada por inteiro, e não somente quando nos sentimos
Caridad Mendizabal / Caminhada / 54
ameaçados de perder algo que já consideramos como sob nosso controle, mas que
na verdade é um lindo presente.
Também é muito bom recordarmos quem somos, quais são nossas raízes e
respeitar esta ancestralidade, pois sem ela não estaríamos aqui neste mundo.
Lembrar os pais, sempre com imenso carinho e amor, porque não interessa se nos
relacionamos bem ou não tão bem com eles, interessa apenas saber que eles nos
deram a VIDA e por esta simples razão, somos imensamente gratos.
Colocar a simplicidade em nossa vida e aliada a ela a gratidão, é capaz de mover
qualquer situação angustiante que neste momento nos aflige.
Agradece querido por tudo que acontece em tua vida, pelas pessoas idosas, que
conheces, estes queridos e sábios amigos, grandes mestres na arte de viver.
Agradece por tudo,pois tu não sabes o que é melhor para ti e não sabes que se tal
coisa não acontecesse, o que poderia ter acontecido em seu lugar. Enxerga com
sabedoria as doenças, como Mestres a te ensinar algo, analisa, sente como teu
corpo fala, ao descobrires o motivo, em muitos casos, a cura se processa.
Quarto princípio -11/03/07
4. No dia de hoje, faça seu trabalho honestamente.
Fazer seu trabalho com diligência tem muitos significados. O mais óbvio é que se
cumprimos com nossos deveres somos menos sobressaltados por imprevistos no
futuro, livrando-nos de muitas dores de cabeça desnecessárias. Mas, também
significa viver plenamente o momento presente, sem expectativas do futuro ou
condicionamentos do passado. Trabalhar pensando no passado, prendê-nos a ele,
rouba a espontaneidade necessária para uma obra genuína. Fazê-lo pensando no
futuro faz com que tentemos ter controle sobre nosso destino, que é uma grande
ilusão. Também cria expectativas que, se não forem satisfeitas, causarão
sofrimento. Assim, o quarto princípio poderia ser desdobrado em: “cumpra seus
deveres e viva o momento presente integralmente”.
RECORDANDO os quatros primeiros princípios do REIKI
1. No dia de hoje, não sinta raiva e não fique zangado.
2. No dia de hoje, abandone suas preocupações.
3. No dia de hoje, agradeça suas bênçãos, respeite seus pais, mestres e os mais
idosos.
4. No dia de hoje, faça seu trabalho honestamente.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 55
Nosso coração tocado pelo amor do Mestre -09/11/07
Ontem foi um dia especial para mim. À tarde, sintonizei mais uma turminha no
Nível 2 do Reiki, tendo terminado o curso cerca de 19 horas. Mas somente às 21
horas fui para casita para nossa reunião de meditação. Levei a Carta do Mestre
Paolus para que iniciássemos a lê-la em conjunto e, assim, cada um dos discípulos
leu um trecho da carta e após, sem fazermos nenhum comentário a respeito, fomos
meditar, para que logo depois da meditação falássemos sobre os inúmeros
ensinamentos ali contidos.
Conduzi a meditação apenas o início e o final dela, pedindo a presença de nosso
Mestre entre nós.
No decorrer da meditação, tive uma sensação muito forte, e fui envolvida por uma
intensa onda amorosa que invadiu cada pedacinho do meu corpo. A sensação de
carinho, calor e amor era tamanha que eu não queria mais sair dali e desejei
naquele instante que os demais compartilhassem daquilo que eu estava sentindo e,
ainda em meditação, pedi que os discípulos aprofundassem mais e mais em seu
chakra cardíaco e que o abrissem como uma linda flor e que como pequenos nenês
sedentos de amor por suas mãezinhas, em serena expectativa esperassem que as
bênçãos de Paolus fossem derramadas sobre eles, invadindo-os amorosamente.
Quando acabei de falar, sincronicamente iniciou a tocar no CD, o Mantra do
Mestre e cantamos juntos... de olhos fechados e mergulhados no silêncio profundo
de nosso coração. Foi um instante mágico e místico.
Quando encerramos a meditação, compartilhei na forma de um sat sang, a
sensação. E sabem, isto nos uniu mais e mais e assim unidos pelo coração,
ouvimos cada um falar sobre a importância da nossa família andina em nossas
vidas. E Freya nos emocionou quando disse que em nenhum momento se sentiu só
quando acompanhava a filha que foi submetida a uma cirurgia em Porto Alegre, e a
alegria que teve de ouvir Arádia ao telefone, numa noite de lua cheia, Ouvimos
Irineo, que nos relatou a alegria que sente no dia de meditação ao saber que vai se
encontrar conosco, e que estes dias, meio aborrecido com problemas individuais,
pegou a lista de discípulos e ficou imaginando o rosto de cada um, um a um e ao
terminar, seu bom humor já havia voltado.
Foram vários relatos e várias reflexões sobre a carta do Mestre, mas, queridos, uma
coisa acertamos... Vamos cantar mantras, vamos fazer passo do puma, vamos rir
muito, vamos orar, vamos meditar e vamos fazer o que for preciso para sermos
impecáveis em nossas práticas, pois sentimos nosso coração tocado pelo amor do
Caridad Mendizabal / Caminhada / 56
Mestre... E um Mestre é sempre um Mestre e seus ensinamentos são para ser lidos,
relidos, aprendidos e principalmente transmitidos!!!
"A experiência do Amor é a motivação mais importante para mudar, para
transformar nossos desertos em oásis. Bendito o que sabe isto, pois é o único
necessário.
(Paolus -Carta pessoal 13/06/07)"
Curada com amor e confiança -27/02/08
OM GURU DEVA PAOLUS,OM GURU DEVA LUCIDOR,OM OM OM
Em julho de 2007, ao fazer exames rotineiros, foi constatado um nódulo em minha
mama direita. Minha ginecologista me encaminhou então para um médico
especializado em mamas, que por verificar ser o nódulo de dimensões pequenas,
pediu para eu aguardar e repetir os exames em dezembro/07. Caso o nódulo
aumentasse, iríamos adiante, senão era porque era meu patrimônio e não teria
maiores problemas. Na ocasião, comentei isto com Lucidor, que me pediu que
ficasse tranquila e esquecesse, pois minha angústia apenas agravaria a situação.
Em dezembro/07, repeti os exames e marquei consulta com o médico, que ao olhar
os exames constatou que o nódulo havia aumentado e recomendou a biópsia, tendo
em vista o antecedente de câncer de mama da minha mãe.
Desde julho do ano passado, confesso a vocês que foi difícil, e manter a calma,
principalmene ao constatar a evolução do nódulo.
Decidi que deveria beber da própria fonte de água que nosso guia tanto nos fala ao
invés de pedir para ele me levar até ela... e não falei nada para Lucidor, como
amauta e guia à prova, necessitava procurar dentro de mim a cura, uma vez que as
doenças são manifestações de nossas tristezas e são por assim dizer nossas irmãs, e
então procurei com a Irmã Assunta uma homeopatia específica para nódulos.
Passei a tomála (homeopatia de tuia), e me autoapliquei Reiki diariamente, e o
mais importante de tudo, por longas e longas horas fiz exercícios energéticos
recomendados por Lucidor em meu treinamento individual, no meu pátio dévico,
como ele chama meu terraço, que mesmo sem saber através da palavra da atual
situação, sabia... e me ajudou.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 57
À noite, ficava conversando com meu Mestre amado Paolus e orava com o fervor
do meu coração. Aprendi muito sobre o medo, pedindo que agora não, não queria
estar doente, porque eu era necessária para cuidar de minha mãe.
Foram meses difíceis, em que compartilhei minha dor comigo mesma, com Paolus,
com os devas do meu jardim e com certeza telepaticamente com Lucidor. Enão
deixei jamais me abater.
Semana passada, a biopsia foi marcada e então pela primeira vez, tive um
momento em que saí da luz e chorei. Agradeço a Irineo, que com imenso carinho
compartilhou esta semana, o meu medo.
Ontem, passei o dia muito mal e não consegui comer, totalmente indisposta, mas
de repente a indisposição foi acalmando, a alegria voltou e eu soube que não era
nada, e que fosse o que fosse, não era grave. Como eu sabia? Pela calma interior,
fiquei zen... passou o medo, passou tudo.
O exame era hoje, às 7 horas da manhã, e assim fui bem alegre, parecia que não era
comigo. Chegando lá na clínica, passei para sala e me explicaram como seria feito.
Começaram o ultrassom para localizar o nódulo e vi que algo estranho estava
acontecendo, porque depois de alguns minutos de exame, chamaram outro médico
e vi que a médica disse em quatro olhos: “observaremos melhor” e, assim, foram
passando os minutos, até que doutora, que é minha amiga, perguntou:-O que tu
fizeste? Alguma simpatia? Tomaste algo? E me olhou e disse: - Teu nódulo
desapareceu!
Falei para ela do Reiki, da homeopatia de tuia e de uma cura energética. E ela me
disse que tinha que acreditar nisto, porque eu tinha dois ultrassons anteriores
comprovando a existência do nódulo e que agora nada havia em minha mama, que
estava perfeita. Foi um reboliço na Clínica, porque as enfermeiras me abraçaram,
uma disse que era reikiana, outra que acreditava muito em energia e meus olhos se
encheram de lágrimas e meu coração agradeceu.
Amores conto isto para vocês, porque hoje é um dia em que estou mais grata do
que o de costume, porque achei o caminho que me levou a cura, porque tenho um
guia maravilhoso que me ensinou como beber a água da própria fonte, por ter esta
energia do universo à nossa disposição e ter aprendido como usá-la, pelos devinhas
do meu jardim suspenso, pelos mantras cujo som ecoava em minha casita, pelas
meditações, pelos banhos de alecrim, pelos incensos e seus perfumes maravilhosos,
por orar fervorosamente, por Mestre Paolus, meu confidente, meu mestre interno,
minha luz, pelo imenso carinho por todos vocês e em especial a Irineo, que acabou
com meu medo na reta final... um verdadeiro Pirujo (ganhador nos últimos 50
metros), pelos abraços, pelo amor, pelos 21 dias que purificam nossos corpos, por
esta Senda Sagrada, que nos permite saber que
Caridad Mendizabal / Caminhada / 58
EU SOU DEUS
EU SOU LUZ
EU SOU GRATIDÃO
“Com o tempo, eu, Caridad/Ana Luiza, voltei à antiga paixão, as plantas, as
ervas medicinais, as flores, os florais, voltei a contatar com a terra, de maneira
carinhosa e revolucionária, defendendo Pachamama em qualquer circunstância,
declarando meu amor incondicional pelas árvores, pelas florestas, pelos rios,
pelo mar, pelas pedras, pelos cristais e voltei a sentir dentro de meu coração que
é possível, sim é possível termos um mundo melhor para todos, que não podemos
de maneira alguma ser passivos e silenciar, pois, se há angústia, asas feridas,
corações amargurados, temos que nos unir, assim, todos os que praticam o bem
precisam se unir e lutar para que o mundo seja bonito, seja um lugar agradável,
nossa mãezinha Terra, clama por isso.”
Caridad Mendizabal / Caminhada / 59
A energia está viva-19/12/07
Hoje cheguei em casa à tardinha, reguei minhas plantas e de repente lembrei de um
ensinamento passado por Mestre Paolus à Lucidor e dele para nós:
- A despedida diária do Pai Sol-Tayta Inti e me aproximei da janela e lá estava
aquela imensa bola vermelha alaranjada, então fui até o terraço e fiquei ali,
silenciosamente a me despedir ...
Por instantes o tempo parou, a mente esvaziou e aquela energia vermelha
alaranjada passou a entrar por dentro dos meus olhos e percorrer um a um de meus
chacras, enquanto eu respirava lenta e profundamente e senti a beleza da vida e
senti que toda energia que precisamos está na vida, conforme Lucidor querido
repetiu tantas e tantas vezes no encontro de BH e ouvi a pergunta:
-De que te queixas gordita?
Aconselho irmãos amadinhos que não percam mesmo o por do sol, ou para os mais
entusiastas o nascer do sol... São momentos mágicos de energia sutil que nos
preenchem por inteiro.
Fiquei olhando e olhando e em volta das árvores da Av. Dom Joaquim, tudo estava
lindamente ornamentado com uma linda aura laranja avermelhada, Bah... Que
cenário mágico... Olhei para o céu e um enorme bando de pássaros passava e
pensei em você meus irmãos de caminhada e vi suas carinhas e meu coração se
abriu e enviei para cada um, o melhor de mim.
Que a luz de Tayta Inti nos dê clareza e tranquilidade em 2008, a mesma clareza e
tranquilidade, que senti hoje, neste entardecer em que dei um abraço carinhoso de
boa noite, em todos vocês.
Até quando poderemos morar em um planeta que não aguenta mais, que pede
muito, através dos calores insuportáveis, do derretimento das geleiras, dos tremores
de terra, dos tsunamis... Ela clama para que paremos, paremos e vamos viver
melhor, sem destruir... e assim foi criada por inspiração de meu Mestre Lucidor, a
Associação Pachamama, da qual eu fui Presidente e que sigo ajudando e
empurrando no que for necessário, e percebi de que nada adianta pensarmos
bonito, se não agimos... ações para o bem... não podemos ser justos ou fazermos
justiça porque não somos sábios, mas podemos ser bons, bondosos, plenos de
bondade em nosso coração.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 60
Hoje palestrei –02/04/07
Oi, queridos ongueiros, hoje se comemora o dia do terapeuta holístico e recebi um
convite para comparecer à Câmara de Vereadores, onde por iniciativa de algumas
pessoas amigas, seria festejada esta data, através de uma Sessão.
Às 10 horas, lá estava eu e sem esperar, fui convidada a compor a mesa...
Representando a Associação Pachamama, isto me deixou tremendamente feliz e
em nenhum momento fiquei apreensiva, pois sabia que naturalmente teria que falar
para as pessoas e vereadores ali presentes sobre nossa associação, sobre a Mística
Andina, sobre nossos projetos... e tudo de improviso, pois fui lá para ser plateia e
não palestrante.
Só posso dizer a vocês que ao iniciar a falar, foi muito bom, senti cada um de
vocês em meu coração e uma paz profunda me envolveu e senti que aquele
momento era mágico e falei e falei, claramente, pausadamente e parecia que
Gerardo me assoprava o que dizer, porque em nenhum momento gaguejei ou fiquei
em dúvida, pelo contrário, ainda dava tempo de pensar: - bah... Pareço o Lucidor
falando... rs,rs,rs
Bem queridos, neste instante me dei conta do quanto já aprendemos e o quanto
temos a ensinar. Eram cinco pessoas componentes da mesa, mas o que mais
chamou atenção do Presidente da Câmara foi o que eu falei, quando comentei que
as pessoas hoje em dia precisam parar e olhar para dentro de si, pois todos temos
em nós a fagulha divina e, portanto, somos terapeutas holísticos desde o momento
em que nascemos, e que precisamos apenas acordar, despertar nossa consciência.
Com isso meus queridos companheiros, fomos convidados ao final da Sessão para
comparecer a um Programa de TV. Um senhor que me passou seu telefone, a fim
de marcarmos em qual quarta-feira estaremos no programa. Outras várias pessoas
se interessaram pela Associação e por seus projetos e saí de lá acreditando que
quando fazemos a nossa parte, a turminha lá de cima dá um empurrãozinho. E eu
agradeço por esta manhã em que pude representar com muita alegria nossa tribo do
arco-íris.
Temos um programa de TV pela frente e também fomos convidados para uma
nova plenária no dia 16 de abril de 2007.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 61
Skandalon -21/01/07
Acordei de um sono muito bom, lá na casita de Zulema Obelar, com o "barulhão"
da chuva que caía torrencialmente, e ao abrir os olhos pensei: “Bah... hoje é o dia,
e como será com esta chuvarada toda?” Aí me dei conta, seria um trabalho com os
devas, com Pachamama e então. Bem a chuva pararia para que pudéssemos
realizar nosso skándalon, e, confiante, voltei a dormir, pois ainda era cedo. Fui
acordar umas horas depois com Susy, que dizia: “Vamos tomar café?” E a chuva
tinha parado como em Concórdia, lembram? E como em tantas outras vezes.
Lá fomos nós, alegres, vestidos com as camisetas da ONG Pachamama, com
aquela flor de lis, linda.
Quando chegamos a estação de Sapucaia, fizemos nosso escândalo, distribuímos
nossos folhetos, conversamos com as pessoas, algumas muito apressadas, mas que
queriam entender o que estava se passando. Um grupo de capoeira que se uniu a
nós sob a orientação de Jana (um anjo de POA, que muito auxiliou as meninas) e
nos acompanharam em tudo.
Depois, fomos até o rio dos Sinos, e olha pessoal, dá uma dor imensa no coração
de ver aquela paisagem tão linda e um rio ali, na UTI, com aquele enorme tubo de
oxigênio... E u nunca tinha presenciado isto em um rio e dói.
Energizamos as águas que levamos (águas com Reiki, água diamante, água do
Titicaca, água com cristais), meditamos e nos unimos aos Mestres e devas bem
com todos que de uma maneira ou outra se fizeram representar, assim interagimos
com o deva do rio e algo se mexeu, depois, resolvemos alegrá-lo, cantamos,
dançamos, rimos... e acredito que deixamos com ele a nossa amorosidade e alegria
para que ele saiba que nós estamos aqui e estamos do seu lado, lutando como
bravos guerreiros.
Amigos queridos, agora entendo quando Lucidor nos pedia, incansavelmente:
“descubram o que se passa em suas cidades, vejam o que está acontecendo, com
os rios, com as árvores, com os nenéns e com os velhinhos...tomem consciência,
pois assim descobrirão suas áreas de serviço”...sim, queridos porque é
impossível ver um rio sufocado e não fazer nada, ficar na preguiça, achar que
não vale a pena...
Caridad Mendizabal / Caminhada / 62
Agradeço a este caminho que me permitiu enxergar para a fonte de vida que existe
dentro de mim e ver que eu sou uma fagulha divina e como tal tenho tudo o que
preciso dentro de mim mesmo, para curar e amar a todos seres vivos de
Pachamama.
Aprendendo com o coração-19/06/07
Fez um domingo frio em Pelotas, mas a chuva deu uma acalmada, eu tinha
acabado de almoçar, e toca o telefone. Era Odin Sandoval me chamando para abrir
a casita que ele e Astréia Aguilar, aproveitando que não estava mais chovendo,
após uma semana inteirinha de muita chuva, iriam distribuir as roupas que haviam
sido arrecadadas.
Carregamos o carro com as sacolas que já estavam arrumadas... Arrumamos uma
roupa de cada tipo, para que todos da família ganhassem alguma peça, eu me juntei
a eles e lá fomos nós.
São 25 casinhas construídas de qualquer forma, próximo a rodoviária de
Pelotas/RS, muitas e muitas crianças e, assim, Odin, que é um Sandoval e, portanto
organizado, já havia feito umas fichas de 1 a 25, e saiu do carro, distribuiu as
fichas em cada casa. Assim, cada pessoa de uma vez vinha até o carro buscar sua
sacola, que era entregue por mim e por Astréia.
Olhar para aqueles pequeninhos, com os pezinhos tapados de barro, já seco, as
calças molhadas e os olhinhos cheios de esperanças nos olhando, me fez entender
que embora já tenha me desapegado de muita roupa minha, ainda tem muito mais
para dar e que não posso, nem devo ficar guardando coisas que nem sei se algum
dia vou usar, porque tem crianças, adultos e pessoas de mais idade, que estão com
muito frio, estão vivendo em péssimas condições, não tem sapatos para colocarem
nos pés... as poucas roupas que tem, não secam com a chuva e portanto eles ficam
doentes e morrem... e isso foi uma coisa que nos deixou de coração apertado...
Tínhamos ido lá no Natal, distribuir comida e brinquedos para crianças. Nesta
ocasião fizemos um cadastro das famílias e de lá para cá, muitos morreram.
Eu quero aqui pedir para vocês, do fundo do meu coração, examinem seus
roupeiros, seus pertences, seus sapatos... Quantos pares vocês tem? Eles não têm
nenhum, nada... Andam de pé no chão... Ou de chinelo de dedo. Quantos casacos,
quantas japonas, quantas meias de lã?
Foram solicitadas muitas roupas para crianças, para bebês, tênis para as crianças...
Para aqueles amores que nos chamavam de "madrinhas"... Assim, queridos,
principalmente os discípulos de Pelotas, vamos continuar nossa campanha, agora
Caridad Mendizabal / Caminhada / 63
que doamos as roupas, quem sabe vamos doar sapatos, vamos focar nas crianças...
Vençamos a preguiça de retirar o que não vamos mais usar, e atendamos a
linguagem do nosso coração, que quando clama fala através de suaves lágrimas
que rolam em nosso rosto.
Servindo com amor -01/07/12
"As lições da Mística Andina são pontes, algo que liga um ponto ao outro: da
complexidade à simplicidade, da mente ao coração. As pontes são para cruzar do
lado da sombra à luz de cada um."
Quando chegamos a esta senda, chegamos muito diferentes uns dos outros e com
diferentes níveis de clareza e de bondade. Chegamos vindos de lugares variados e
variados motivos nos trazem e com lentidão começamos a compreender nossa
senda e também compreendermos a nós mesmos. Os Mestres, os guias e o grupo, a
união grupal, aos poucos vão interagindo com cada um que chega, por vezes
quebrando suas estruturas muito rígidas e curando as asas feridas, com as asas do
amor e da liberdade... e reconhecemos isto, percebemos quantas culpas e mágoas
vão ficando para trás, e aí deixamos de resistir e passamos então a exercer uma
função de servir.
Assim, aprendemos a viver com inofensividade, com carinho pelos hermanitos,
com simplicidade e entendemos que recebemos muito a cada dia... Que nada nos
falta e por isso retribuímos, ouvimos e entendemos o Ayni, a humildade, a devoção,
o espírito participativo. E assim nossas condutas vão sendo praticadas e
habituamos estar atentos e focados no presente.
Esta semana, tivemos exemplos de servir intenso aqui no Vale Sagrado do Arco –
Íris em Pelotas, hermanitos que com seu servir espontâneo comungaram com a
Vida e sua beleza. Nossa casita foi aquecida graças ao trabalho de nossos queridos.
Também em nosso Centro Cultural Pachamama, o "brechó waiki", tão bem
cuidado por minha afilhadinha Theresa Molina, vai funcionar três dias na semana,
com o trabalho abnegado dos que descobriram que a bondade é um ótimo negócio,
pois é dando que abrimos os canais da vida para receber.
“Ao longo dos dez anos na Mística Andina, desabrochei e deixei sair amor,
muito amor de meu coração, e compreendi que a inofensividade é o caminho.
Aqui a consciência grupal me levou a ter confiança, humildade, a saber que
minhas asas estavam sendo curadas e que poderia voar em duas asas: AMOR E
LIBERDADE, e que neste lugar ainda se acredita no amor e nos sonhos.”
Caridad Mendizabal / Caminhada / 64
CONTINUANDO A CAMINHADA
Oi tribo querida, hoje sim vou aqui abrir meu coração e falar. Bem, eu já comentei
que sempre gostei de escrever, isto não é problema para mim... é um prazer...
Desde há muito sempre foi assim, e até hoje mantenho um diário, que não é bem
para o dia a dia, e sim é para os dias que eu sinto que algo tem que ser escrito.
Eu acredito que nós temos vários Mestres e no dia a dia aprendemos com tudo e
com todos que fazem parte do nosso mundo, só que aqui, neste caminho, meus
olhos abriram um pouquinho mais, eu aprendi a ser Mestre de mim mesmo e sei
que foi meu guia, Gerardo/Lucidor, que com seu carinho, me fez enxergar coisas
que eu antes não percebia.
Uma das coisas mais lindas que aprendi: foi que o discípulo deve cultivar a
inofensividade e a vontade de servir ao próximo. Vi também que era necessário
observar minha mente e tentar dia após dia (sem pressa, sem pausa e sem piedade)
controlá-la, pois a mente é sempre egoísta e ambiciosa. As palavras... Ah as
palavras, elas necessitam ser medidas e não devem ser carregadas de futilidade,
egoísmo ou ódio.
Eu também, assim como você que está lendo e tantos outros, tenho problemas de
relacionamento familiar, e aqui na Mística, aprendi a lidar com eles... Eles
continuam existindo, mas eu me libertei deles, eu consegui achar lá no fundo da
minha alma novamente a alegria. Tempos depois que estava unida a este grupo,
Lucidor comentou comigo que eu "fui" uma das pessoas mais tristes que ele já
conheceu e eu sei que eu era assim, pois meus filhos dizem que eu me transformei.
Ser discípulo não é fácil, enfrentamos tempestades, pois existem coisas arraigadas
em nós, que para nos livrarmos delas não é fácil, além das coisas também do
grupo, que como grupo, há necessidade que ocorram para que cresçamos dando
importância aquilo que realmente merece importância. Mas temos que agradecer as
sombras, pois com elas nós aprendemos. Eu, em particular, digo a vocês, que estes
quase quatro anos de Mística Andina, onde fui guiada amorosamente por Lucidor,
foram de tal forma importantes em minha existência, que não consigo mais me ver
como era antes. Este carinho, com muita amorosidade, que a mim foi dedicado, foi
estendido a minha família de sangue. Em cada acontecimento familiar, Lucidor e
Isolda, estiveram presentes, acompanhando, iluminando, orando, enfim
amparando, acredito que este grupo é especial, que nosso guia é especial e aprendi
a cruzar, cruzar a tempestade, como se fossem folhas ao vento, deixando passar,
não enfrentando e assim vou seguindo este caminho vou indo e ouvindo a voz de
meu coração, pois sei que ele não se engana.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 65
"Nada no céu ou no inferno, na Terra ou em
qualquer outro lugar pode impedir o progresso do
homem que despertou da ilusão, que percebeu a
realidade além do deslumbramento do plano
astral, e que ouviu, ainda que somente uma vez,
o toque de clarim de sua própria alma"(Alice A. Bailey)
Reafirmando a conexão-15/10/07
"Sei que nada sei-....sinto a imensidão da ignorância em mim, e peço ser guiado
da obscuridade á luz, da ignorância à sabedoria, da rigidez à fluidez, da dureza à
devoção flamígera
...(Lucidor Flores)
Hoje pela manhã, bem cedinho... cedo mesmo, acho que era por volta das 6 horas,
acordei com as carruíras cantando, e naquele momento em que a mente ainda está
atirada para o lado, pois a consciência ainda está atenta, senti a necessidade de
escrever... Escrever sobre o caminho, sobre esta senda, sobre nossa conexão...
E por que estou no caminho? Por que faço parte desta família da Mística Andina?
Vamos, vamos, pensem, mas não com a mente, pensem com o coração, porque é
ele que tem a resposta.
Ah... Meus queridos, hoje as palavras fluíam, porque senti que na verdade a vida é
uma batalha diária minha, apenas minha... Nosso guia nos orienta, mostra o
caminho, mas sou eu que tenho que ter vontade, vontade de lutar e lutar a cada
minuto, e para isto temos a nossa disposição várias ferramentas, entre elas, as
práticas, o servir, o dar, a não mente, o carinho da tribo, o entusiasmo, a alegria e,
uma das que eu acho importante, a perseverança.
Concordam comigo que tudo o que depende da vontade, não é fácil, mas
perseverar nas meditações, no serviço, na união grupal vai abrindo nosso caminho,
e por isto estou aqui escrevendo e pedindo a vocês todos, perseverem... Não fujam
de vocês mesmos, eu confesso que tem dias que fujo e aí surgem prioridades,
outras que não as da Mística, como se a Mística fosse algo de outra pessoa e não
um movimento ao qual minha alma me conduziu. Isto é necessário entender: - A
Mística somos nós. Quando não vamos à meditação dos discípulos, porque temos
um compromisso mais importante... É a nós mesmos que estamos deixando para
trás, é nós mesmos que vamos ficar esquecidos, para um outro momento quando
então daremos a devida importância que merece a conexão com nosso ser divino.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 66
Nada é exigido na Mística Andina, mas eu, pessoalmente, sugiro a vocês e a mim
mesmo que tenhamos a intenção consciente e um contínuo processo de tomada de
decisões que conduzam a nossa meta de voltar ao lar, de restabelecermos a
conexão. Como discípulos aprendemos a deixar de lado a posição de vítima dos
nossos desejos e das nossas emoções, sendo em vez disso, mestres de nós mesmos,
é bom não esquecermos disto.
Sei que dentro de cada um de nós existe o desejo de ser amoroso, compassivo e de
servir aos outros, aliado ao desejo de viver em liberdade e para isso é preciso
disciplina, trabalho e perseverança.
Limpar a janela da alma – 31/03/08
Um ser humano autêntico é uma pessoa livre do peso e da lodo da obscuridade e da
negatividade...
No centro de nossa alma reside nosso dom, único e especial, poderoso e
transformador, nossa essência divina. Não estamos separados, não competimos uns
com os outros, porque somos únicos.
Quando limpamos o lodo da alma, este dom se torna visível e damos o melhor de
nós mesmos em cada ato nosso.
Isto, queridos, não se faz do dia para noite. Formar a alma, fazer com que nossa luz
brilhe é um processo que pode demorar nossa vida inteira. Tudo depende de quem
somos e que tema está sendo tratado por nós nesta passagem aqui na Terra. Por
isso, é tão importante respeitarmos os outros.
Uma vez li em um livro, que Deus ou como queiramos chamar a fonte, a origem, é
como se fosse um imenso diamante lapidado, com infinitas facetas. De cada faceta
emana uma luz, mais linda e magnífica do que qualquer luz que possamos
imaginar. A luz de cada faceta se concentra em cada ser humano. É a luz do dom
que temos para oferecer ao mundo, é a luz que nos une Deus e todos os seres.
Todos nós somos parte de um lindo feixe de cores. Quando temos a liberdade de
sermos nós mesmos a luz brilha com mais intensidade.
Quando nos dispomos a percorrer um caminho ou senda espiritual, nos dispomos
ao autoconhecimento, a encontrar nossa maneira especial e única de entregar amor
ao mundo e a compreender a um nível mais profundo, e que a
individualidadeseparatividade é apenas uma ilusão.
Fazemos parte de um todo. Fazemos parte de uma rede que chamamos vida (teia da
vida), estamos todos interconectados.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 67
Ao iniciarmos esta peregrinação, escolhemos limpar a janela de nossa alma,
descobrir o conhecimento da alma e do espírito, ter uma visão clara da cor da luz
do nosso coração, saber exatamente quem somos.
Pensamentos negativos e ações negativas, tais como: inveja, competição, orgulho,
cobiça, raiva, medos, culpas, “achismos”, vergonha, ódio a si mesmo, egoísmo,
rudeza e tantos outros, interferem diretamente em nosso crescimento espiritual e
formam um lodo que se acumula na janela de nossa alma e não deixa aparecer
nossa luz especial e única.
Para que nosso interior permaneça centrado e realmente em paz, para que a faxina
seja feita, para que nossas janelas fiquem limpinhas, devemos praticar a
sinceridade para com nós mesmos e descobrir e aceitar nossa verdadeira essência.
Amores, durante a semana repitam várias vezes:
EU SOU O QUE EU SOU.
Com meus olhinhos, com minhas bochechas, com minha barriguinha, com meus
cabelos lisos ou crespos, eu simplesmente sou, na simplicidade do meu ser, na
simplicidade deste momento, na simplicidade do meu coração, eu sou este coração
e sou único e tenho um dom, através do qual posso dar amor ao mundo.
E com imensa GRATIDÃO, agradeçam este divino presente, esta bênção.
Difícil a tarefa? Difícil a faxina? Amores, temos apoio, grandes apoios nesta Senda
da Mística Andina a qual escolhemos, contamos para isso com um ajudante
precioso, nosso anjo da guarda ou anjo solar que desde sempre está ali e com
certeza estará conosco, enquanto observamos o lado escuro de nossa alma e com
sua luz nos ajudará a que aprendamos a amarmos e iluminarmos a nós mesmos,
contamos com nossos devas, nossos Mestres, nossos guias e todos nossos
companheiros carinhosos... Este, penso ser o início de tudo...
Caridad Mendizabal / Caminhada / 68
Oh Mãe, enlouquece-me com Teu amor!
Que necessidade tenho de conhecimento ou de razão?
Embriaga-me com o vinho do Teu amor;
Oh Tu que roubas o coração dos teus devotos,
Submerge-me no fundo do mar do Teu amor!
Aqui, neste mundo, este manicômio Teu,
Uns riem, outros choram, outros bailam de alegria:
Jesus, Budha, Moisés, Gauranga,
Todos ébrios com o vinho do Teu amor.
Oh Mãe quando serei benzido
Com Tua bem aventurada companhia?
Oh Mãe, enlouquece-me com Teu amor!
Que necessidade tenho de conhecimento ou de razão?(Sri Ramakrishna)
Caridad Mendizabal / Caminhada / 69
Os valores foram repensados:
ENTREGA E DESAPEGO
Reflexão-19/12/06
Dois aspectos falados em nosso encontro e que me fazem refletir são: ENTREGA
E DESAPEGO.
A entrega pressupõe a confiança, confiança na vida, que nos permite olhar para
tudo o que acontece entendendo como um presente, e abençoando toda pessoa e
situação. Lucidor nos falou muito sobre que nós discípulos podemos sim abençoar,
que devemos sair de nossa preguiça mental e bendizer os que estão a nossa volta,
nossos animaizinhos, nossas plantas, nossos amores... Ah, este mundo é tão vasto.
Ontem abençoei o "Dudu", num abraço interminável, carregado de muita emoção.
Dudu é uma das 56 crianças, filhos da Dona Conceição, pela qual tenho uma
afeição especial. Ele me convidou para o aniversário dele e ontem levei para ele
além da minha bênção, um videogame e várias fitas, do meu outro filhinho amado,
que agora já é um médico e conversei muito com Dudu, e disse: “força amiguinho,
estuda, estuda e eu estarei sempre aqui do teu lado te empurrando, para que a tua
vida seja bela”... Os olhinhos dele brilharam... eu senti, e olhem, ele tem apenas 10
anos (eu calculo), e já tem tristeza no olhar. Eu me comprometi com minha alma
de arrancar fora aquela tristeza e fazer a minha parte.
A atitude de entrega, entendendo que tudo que nos acontece é uma dádiva, ainda
que bastante alheia ao ego, é uma das ferramentas verdadeiras do desenvolvimento
da paz interior.
Também ouvi Ger falando dos desapegos, tivemos uma prática e tanto em nosso
encontro e entendi que podemos ter preferências em vez de apegos.
Li que Buda afirma que todo sofrimento vem dos apegos de cada um.
Os apegos mantêm as pessoas infelizes, com medo e sem concentração.
Com apegos e expectativas, perdemos nossa paz interior quando as coisas não
acontecem como nós queremos. E por isso passei a dizer a seguinte oração:
"Não a minha vontade, mas a tua, ó Senhor. Obrigado por esta lição".
Caridad Mendizabal / Caminhada / 70
Ela é pequeninha, mas eficiente e trabalha em nós, a entrega e o desapegUm
besito no coração de cada um de vocês e que possamos a cada dia encontrar
vários "Dudu´s, para abençoar.”.
Os presentes de Natal -25/12/06
Neste ano, o meu Natal foi diferente... Não fui às lojas... Isto para mim é um
sucesso, é uma meta alcançada... Vocês entendem? É 1x0 para MIM!
Dei sim presentes aos meus filhos queridos e para minha mãe e minha irmã... Mas
não fui às lojas. Fiquei tranquila, curtindo minha casita e meus amores, e hoje
coloquei um CD de músicas natalinas e enquanto fazia umas coisinhas gostosas
para a ceia familiar, ouvi lá da cozinha que meu filho cantarolava junto ao CD e
assim cantamos juntos... Foi muito bueno, como diz minha maninha Sarita! À
noite, quando estávamos reunidos, tocou a campainha e era a Pamela Aguilar, que
com seu jeito meigo e carinhoso me trazia um presente da minha afilhada querida-
Zulma Aguilar... Olhem... o que ela escreveu no cartão me tocou fundo, pois foram
palavras ditadas pelo coração, assim também foram as palavras doces de Mama Ifi
que ouvi ao telefone, alémdo cartão da Susy, cheio de simplicidade... e assim vejo
como este dia se passou e pude sentir meu coração pulando a cada abraço dado. Eu
não estava cansada, porque não houve correria, eu escapei... Eu consegui!
Este Natal ficará na história, pois para mim significa que me tornei mais forte,
agora sei que posso, posso vencer meus obstáculos com calma e perseverança...
Gosto de ser como eu sou... Não desisto fácil dos meus objetivos, e assim algum
dia acabo conseguindo!
Fui levar minha mana e minha mãe em casa e ao voltar, fiquei com vontade de
abrir meus e-mails e mais presentes: e-mails pessoais tão carinhosos e os blogs...
bah, que presente, gracias Lucidor e Isolda, por mais este trabalho. E então vi a
Mensagem de Mestre Paolus e li e reli e embora já eram quase 3h30min da manhã,
meu coração estava feliz de poder ficar mergulhado por inteiro nas palavras de
Mestre Paolus.
Agradeço estar viva, agradeço ser responsável pelo Ashram pelotense, junto com
Susy e Artemisa, agradeço pela oportunidade de ser uma amauta e que me seja
permitido sempre ser inofensiva e que meu coração esteja sempre como agora,
transbordando de amor e gratidão.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 71
Gentileza-11/05/2012
Ser gentil com nossos hermanitos e com todas as pessoas que nos rodeiam facilita
muito a vida. A gentileza é uma consequência da humildade. Se reconhecermos
que somos iguais a todos os seres criados, não há como tratá-los com rudeza, pois
esta se origina do sentimento de superioridade.
Assim, ser gentil, ser compassivo, ser unido ao irmão que está ao lado, é uma
percepção de quando, conseguirmos finalmente, enxergar nosso lugar no mundo.
A rudeza, a ironia, o pouco caso, muito perturba a mente e atrapalha o raciocínio.
Na lição de quinta-feira, ainda falávamos sobre isto, como muitas vezes somos
ofensivos, com nosso silêncio, com a falta de comunicação, com a ânsia de querer
e desejar trabalhar sozinho ou fazendo grupinhos restritos.
Amados o fluxo do pensamento torna-se muito mais tranquilo e produtivo quando
aprendemos a ser gentis.
Humildade não é considerar-se sem importância... Mas reconhecer que todos tem a
mesma importância que tu... às vezes, isto é bem difícil, porque nos prendemos a
posições transitórias que ocupamos, esquecendo de que tudo é impermanente.
Despertemos para o fato de que todos os seres criados têm um papel
importantíssimo na teia da vida e isto, amores, deve ser sempre respeitado...
Einstein já pregava o seguinte: “A vida é como jogar bola na parede: se for
jogada azul, ela voltará azul, se for jogada uma bola verde, ela voltará verde, se
for jogada com força, ela voltará com força”.
Portanto, nunca jogue uma bola na vida de modo que você não esteja pronto para
recebê-la. A vida não dá, nem empresta, nem tão pouco se comove ou se apieda...
Tudo que ela faz é retribuir o que oferecemos.
“Tudo que você fizer o outro experimentar, um dia você experimentará.”
Escolho viver no universo simples,
Escolho viver na beleza da Nação Pachamama.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 72
- Liberdade e Humildade -03/01/2012
Ontem foi uma noite dedicada ao silêncio e reflexão sobre assuntos lidos... e um
deles vem de um Mestre que respeito muito, Krishnamurti, pelo seu dom de nos
levar a refletir profundamente, de uma forma bela, em que não há escapatória, em
que acabamos, se o seguirmos, derrubando as ilusões que nossa mente cria.
Assim, ouvi ele falar que a Liberdade requer muita disciplina. Liberdade implica
em:
- grande humildade;
- inata disciplina;
- trabalho.
A maioria de nós é muito arrogante, confiamos demais em nosso conhecimento.
Estamos tão seguros de nossos desejos, nossas crenças, nossas conclusões, que
perdemos todo o sentido de humildade.
Quando nos identificamos com conceitos, conclusões, somos incapazes de ser
humildes e é apenas com humildade, que aprendemos.
A disciplina é constante observação, vendo qual a origem de nossos conceitos,
mágoas, pensamentos... .esta é a verdadeira disciplina: observação constante.
Observação constante traz a disciplina natural, a ordem. Portanto, ordem é
disciplina e não ao contrário.
O trabalho é aplicarmos imediatamente o que considerarmos verdadeiro. Não
deixarmos lacunas entre a descoberta do verdadeiro e entender todas implicações
do medo para sua ação, porque é neste espaço que são gerados os conflitos.
Se sabemos que nossa mente, nosso cérebro é condicionado, perguntamos qual a
natureza deste condicionamento?
A experiência (conhecimento) condiciona o cérebro. Assim, o cérebro torna-se
repetitivo, embotado e mecânico. Esta repetição de várias culturas é um processo
que isola e, portanto, divide... e faz com que pareçamos ser apenas nossas
memórias.
Existe parte de mim que não é memória?
Memórias são coisas mortas. É possível viver sem uma única memória?
Assim o eu, o ego, o mim, é um momento de identificação com a memória.
E vendo isto o que se há de fazer?
Devemos ter dúvidas, questionarmos nossa própria vida, nossas crenças... se
começarmos a duvidar e a investigar nossa própria vida, isto com certeza trará
clareza, desde que não nos identifiquemos, somos apenas o que observa.
Com amor... Refletindo...
Caridad Mendizabal / Caminhada / 73
Por que uma flor floresce? Por que há uma estrela solitária no céu, ao anoitecer?
Será que estou certa? 21/01/12
Um dia recebi uma sugestão do Mestre Paolus... A cada agir, eu deveria antes
fazer internamente uma pequena pergunta:- Será que estou certa?
Foi difícil, muito difícil, sempre me achei bastante certa na minha maneira de ser e
por que então faria a pergunta? Mas foi através desta perguntinha, desta simples
pergunta que a humildade se fez presente em minha vida e me mostrou que muitas
vezes criticamos porque queremos ter a razão custe o que custar que falamos e
falamos porque há uma necessidade enorme de nos autoafirmarmos, de esconder
carências... Percebi que gritamos porque necessitamos de muito amor... ah,
queridos... a perguntinha fez eu estar atenta, super atenta, para não agredir meus
irmãos com conceitos bobos adquiridos ao longo da vida ou pré-julgamentos, que
me faziam de alguma forma ter orgulho de minhas conquistas... Ah, queridos
foram precisos longos anos para esvaziar a copa... Um pouquito... e foi com esta
perguntinha que conheci também o silencio... este vazio silencioso que nos dá
todas respostas que procuramos. Cansei de bancar a ofendida, cansei de esperar
que o mundo mudasse para me satisfazer... Aprendi que é melhor eu mudar, é bem
mais fácil, aprendi também que sou muito pequena neste universo imenso e que a
ternura é bem melhor que a grosseria, que namorar é bem melhor que brigar, que
amar é bom demais e que estar de mãos dadas com cada um de vocês me torna
super confiante. Esse são alguns dos vários ensinamentos que tive nesta senda e que colocou a
humildade em minha vida. Que possamos a cada instante perguntar-nos ANTES
DE AGIR, será que estou certo?
Com imenso amor,
Escolho viver no universo simples,
Escolho viver na beleza da Nação Pachamama.
...Ser um modesto instrumento
"O caminho, me foi ensinado por Alguém que está muito além de mim
mesmo...somente intenciono, ser um modesto instrumento e de nenhum modo
pretendo ser grande" C.G.JUNG 1948
Caridad Mendizabal / Caminhada / 74
Queridos discípulos!
O caminho se aprende caminhando, sendo diligente, saindo de nós mesmos, de
nossos fechamentos interiores, onde prendemos a vontade, para seguir pelas trilhas
confortáveis da mente.
Quando nos damos conta que para sermos um modesto instrumento, necessitamos
nos expor, uma abertura exterior e interior, isto normalmente nos apavora, porque
ser um modesto instrumento é algo muito revolucionário porque nos sacode e nos
faz sair das posições cômodas, das "caras e bocas" que assumimos, por conta de
altas justificações que nossa mente prontamente cria, e então preferimos nem
pensar no assunto.
Quando realmente nos dispomos, sabemos que teremos que abandonar nossas
rígidas posturas tão enormemente confortáveis. Como é bom ficarmos encerrados
em nosso mundo, dizendo simplesmente que estamos "chateados"... é uma postura
super confortável, é uma de nossas gaiolinhas douradas criadas pela nossa mente,
cheia de santos propósitos que são levados adiante por vários meses ou por uma
vida inteira...
Ser um modesto instrumento é dançar com a música da hierarquia, não com nossa
musica, com "minha verdade", senão com a verdade necessária para plasmar o
plano de Deus na Terra... esta mudança na percepção do Si Mesmo nos habilita a
sermos um modesto instrumento...
Ser um modesto instrumento não significa somente ser humilde, mas sim deixar
passar um intenso perfume que NÃO É O TEU, senão o dos seres luminosos que
semeiam, dão satsang e enchem de luz esta realidade, através de ti...
Então, queridos, vamos afinar nosso instrumento, sê estável em teu servir, em tua
proposta, para que o Anjo solar seja teu guia, e dê seu perfume, deixando sair as
cores de Pachamama através de teu olhar.
Queridos, que esta semana sejamos modestos instrumentos, simplesmente felizes e
lembrando sempre:
Eu não, mas Tu em mim Senhor!
Com amor e humildade,
Caridad Mendizabal / Caminhada / 75
E nossos erros? 10/03/2013
Uma vez li que somos diamantes salpicados de lama. Deus nos criou, portanto,
somos diamantes, mas nossos pensamentos equivocados, egoístas e negativos
sujaram de lama nosso diamante.
Estamos tentando achar a água para lavar nosso diamante, tirando a lama
que o encobre a fim de que possamos ver quem realmente somos, e ver a imagem e
semelhança de quem fomos criados. Mas, para isto temos que trabalhar duro, com
disciplina a cada nova manhã.
Estamos todos numa grande escola, onde erramos, não pecamos...
simplesmente erramos, e cada erro nos ensina muito e aprendemos com ele, muitas
vezes pela via do AMOR ou em tantas outras pela via da DOR, dos golpes duros...
mas é assim mesmo, estamos aqui neste lindo planeta Terra para conhecer-nos e a
partir daí conhecermos a Deus.
Mas acontece que muitas vezes nos entristecemos, brigamos e deixamos que
nossa consciência fique dormida... Nestas ocasiões, é bem importante lembrar que
ninguém jamais nos fez algo, nós mesmos nos permitimos tudo o que nos acontece,
e se algo acontece, nós mesmos que atraímos ou nossas almas necessitavam que
isto ocorresse para que evoluíssem... assim, abandone os pensamentos agressivos...
Nunca estamos neutros, ou estamos amando ou agredindo, não existem
pensamentos neutros e se estiveres com pensamentos agressivos... Abandone-os e
ame incondicionalmente.
Com o passar do tempo, ao permanecermos atentos e centrados, , não
permitimos mais que nossa vida seja uma montanha russa, desenvolveremos o
hábito de amar incondicionalmente.
Mas não se desespere... jajajaja, porque em todos caminhos espirituais,
damos três passos para frente e dois para trás... Quatro para frente e um para trás, é
como chamamos: um cair e levantar rumo à perfeição, e os erros são inevitáveis e
positivos... então adiante e dedique-se esta semana a refletir e a se perdoar, perdoar
os seus erros... Afinal, eles fazem parte do caminho e são positivos. E planeje
plasmar seus sonhos, afinal, viver é tudo de bom!
Con el ejemplo ayudamos a quien quiere ver y ser libre.(Lucidor Flores)
NOSSO MAIOR ADVERSÁRIO
Caridad Mendizabal / Caminhada / 76
Qual nosso maior adversário?
“La fuerza no proviene de la capacidad física sino de una voluntad
indomable.”
Mahatma Gandhi
Qual nosso principal adversário?
Vamos... Pensem um pouquinho... o que produz em nós a negação da arte de
viver???
A PREGUIÇA!
É ela que torna nossa vida robotizada, porque vamos nos acomodando e vivendo
em nossa zona de conforto, onde criamos milhares de rotinas, aparentemente
"seguras" e dali não nos movemos.
Criamos um castelo entorno de nós, e ficamos ali, indo ao trabalho, vendo nossos
programas preferidos de TV, tirando um mês de férias e indo para algum lugar... e
é isso, só que quando a rotina entra em nossa vida, junto com ela vem um
companheiro - o desânimo, sim, nossa psique cai no desânimo e temos, queridos e
amados aspirantes, que fazer um super esforço para romper os limites de nossa
mente.
Como rompemos os limites?
Há um só caminho: NOS ENTREGANDO A AVENTURAS IMPREVISÍVEIS.
Isto quer dizer: temos que ir além dos limites que o medo nos impõe. Estes limites
são diferentes para cada um, não dá para uniformizar, mas posso dar um exemplo
para vocês de um limite meu: como sofriam de asma desde os quatro anos de
idade, jamais me arriscava muito em atividades físicas que exigissem um esforço
aeróbico grande... Assim conhecer Machu Picchu... Muitos morros a subir, era fora
de questão, até porque meu médico me desestimulava de todas as formas... E foram
necessários quatro anos para que eu rompesse este limite, perdesse o medo e
contrariando meu médico e minha mãe (que ainda vivia naquela época), fui ao
Peru com a nossa tribo, passar os 21 dias de 2006... E perguntem agora... E a
asma?
Risos... Ficou por lá, nunca mais senti nada e repeti a experiência em 2011. E fui
mais alto, subi o Chacaltaya, na Bolívia, com neve caindo... E a asma? Nada...
Assim, amados, analisemos nossos medos, trabalhemos sobre nossos pontos fracos,
sobre o que não nos agrada, sobre o que nos dói, o que nos causa mal estar, porque
trabalhar sobre o que nos agrada: é preguiça. E façamos um super esforço e
rompamos os limites, saiamos logo destes falsos limites, que acabam nos limitando
muito.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 77
Em todas as áreas temos limites e se não rompemos estes limites, somos
medíocres... Assim, abaixo a preguiça, digam sim aos convites (os que disseram
SIM e foram acampar na Aldeia da Paz, podem falar sobre a energia mágica que
sentiram), arrisquem-se mais, deixem de lado a mecanicidade da vida, e garanto
para vocês que as dores, as doenças, os gritos de agonia do nosso corpo físico
darão tchau a vocês.
O IMPORTANTE
O importante o que é?
IMAGINAÇÃO SEM LIMITES, UM A EXCITAÇÃO POR MUDAR, DEIXAR
O VELHO IR, UMA VONTADE ENORME APAIXONADA POR SER NÓS E
NÃO EU, O QUERER VIGOROSAMENTE VOAR NAS ASAS DO AMOR E
DA LIBERDADE, EXPERIMENTAR SER MUITO JOVEM, MESMO
QUANDO TENHAMOS PASSADO DOS 50....
Gostar de dizer o issa ou o ir, vibrar, pular, dançar e sem limites... Deixar sair a
criança que existe em todos nós, vestir roupas coloridas, amarrar lenços na
cabeça, mudar, todos os dias um novo homem, uma nova mulher, aspectos
vibrantes escondidos durante anos, dar a mão e ir, ir em busca do riso, da
alegria sem causa, ousar rir de si mesmo, festejar o funeral dos medos e colocar
em cada instante a rebeldia... O ATIVISTA SAGRADO!
Caridad Mendizabal / Caminhada / 78
SADHANA
Sadhana-08/04/2013
Hoje à tarde fomos para o Vale Sagrado, uma tarde ensolarada aqui em Pelotas,
temperatura alta, um domingo em que nos propusemos plantar, estudar e praticar.
O que é Sadhana?
É uma palavrinha antiga, vem do sânscrito e existe em Quéchua e quer dizer
Prática Espiritual e estamos na preparação para Wesack, na Jornada da
Ressurreição, repetindo e repetindo:
EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA... e praticando.
Quais são as práticas da Mística Andina?... Recordando e avivando dentro de cada
discípulo a imensa paixão pela sadhana, que desenvolve a sensibilidade,
trabalhando para o refinamento de nossa energia.
1-Purificação
Quando dizemos SIM e adentramos a porta da iniciação, também ali iniciamos a
nos desintoxicar fisicamente, emocionalmente e mentalmente, evitando alimentos e
mudando hábitos velhos que nos intoxicam com padrões de medo, tristeza ou
dúvidas.
2 -Kriya
Todo discípulo tem conhecimento da Kriya, pois, foram apresentadas para nós
diferentes tipos de Kriyas... em cada um dos manuais dos 21 dias tem uma versão
dela, que nada mais é do que um potente exercício de redistribuição de energia, e
lembramos que ela deve ser praticada diariamente... não adianta praticar uma
semana e deixar de praticar por dois meses... observa isto e atenta a prática da
kriya, fundamental para o despertar da Kundalini.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 79
3- Meditação
Aqui amados, tratamos de educar o "cachorro louco", nossa mente, que por tantas
vezes nos leva por diante, nos causando desconforto, em decisões precipitadas e
palavras ofensivas.
Várias técnicas já foram ensinadas, agarre uma e não a deixe escapar e medite
diariamente, com vontade e alegria. 4-Triângulos
Fazes parte de algum triângulo? Se não conheces ainda esta magia planetária que
praticamos, peça a alguma liderança que te oriente, mas não a percas por nada, é
uma grande oportunidade de carregarmos nossa mamita Pachamama com luz e
amor.
5 - Irradiação
Todos os meio-dias irradiamos e nos abrimos para enviar e receber carinho,
conectados com todos hermanitos e com nossa chacana dourada sobre o fundo
violeta.
6 - Oferenda à Pachamama
Lembras sempre de ter gratidão?
Querido discípulo faz teus pagos, esta singela oferenda á Pachamama, com
sementes, flores, frutas e tantas outras coisas da natureza,com simplicidade e amor
e agradece por tudo que já tens e já és.
7- Prece
Mantém tua mente ocupada com a oração. Ore todo dia, não dê espaço a tua mente
para que ela te leve aos caminhos do medo, da raiva...
Caridad Mendizabal / Caminhada / 80
8 - Peregrinações ou Viagens sagradas
Viajar faz com que percas importância... não te percas dos convites que são feitos,
às vezes as peregrinações acontecem em teu próprio quarteirão, em idas à
Comunidades Campesinas, não te deixa envolver por justificativas.
Viajar te modifica. 9- Serve
Sirva amando, dando um sat sang, conduzindo uma meditação, trabalhando para
que as comunidades campesinas estejam ordenaditas, sirva participando de um
brechó... que não é só vender roupas, participe organizando bibliotecas, auxiliando
qualquer ser que necessite... só não fique passivo ante as situações injustas... e sea
bondoso, muito bom, uma pessoa extremamente bondosa e mesmo que sejam
ofensivos contigo, continua sendo bondoso, muito bondoso, dando doses enormes
de carinho para com todos.
E não esquece jamais, amado, que nossa sadhana exige disciplina, mas que além
da disciplina está a GRAÇA e que ela é a responsável por tudo!
“Sim, ainda que a mente e suas coisas velhas nos minta diariamente, acerca da
realidade, SOMOS ALMAS MISSIONADAS, dentro de um mesmo propósito
grupal heróico."(Lucidor Flores)
Como seduzir o espírito? 23/12/11
O silêncio da mente e a imobilidade do corpo seduzem o espírito, abrindo espaço
para que a consciência receba as mensagens inspiradoras de nossa alma.
Meditar é retornar ao lar e trilhar o caminho da expansão da consciência.
Todos nós que estamos nesta senda de algum modo já sabemos disto, não é
mesmo?
E por que repito isto?
Porque temos que trabalhar arduamente e diariamente pelo aquietamento de nossas
ondas mentais, pois, só assim, pouco a pouco, iremos adentrar no campo das
infinitas possibilidades, onde está nossa pura potencialidade... livre de qualquer
interferência mental, E ali podemos ser o que realmente somos... O filho feito a
imagem e semelhança do PAI.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 81
A prática diária e disciplinada da meditação... e aqui não falo de ficarmos 45
minutos meditando, falo sim em persistirmos nesta prática, apresenta inúmeros
benefícios práticos, como o aumento de nossa sensibilidade, da intuição, do amor
incondicional, da criatividade... nos livramos das amarguras, das críticas... Isto
perde importância, porque visualizamos claramente que o mais importante é a luz,
é estarmos neste campo das infinitas possibilidades.
Uma das mais comuns ferramentas para induzir este estado meditativo é a
repetição de um mantra-um som, aprendemos vários... Escolha o da tua
preferência: OM, SO-HUM, CRISTO...
Não esqueça... a mente quieta, a coluna ereta e bye-bye stress!!!
E no mais, amados, é NATAL, tempo de AMOR, de Jesus Cristo em nossos
corações... OM CRISTOS OM,
Escolho viver no universo simples,
Escolho viver na beleza da Nação Pachamama
SILÊNCIO
A disciplina do silêncio... E o espaço está feito? -18/03/08
Família andina amada... Acredito que ao falarmos de disciplina espiritual, há
necessidade de falarmos de silêncio interno, de nos permitirmos estar sós, quietos,
eu comigo mesmo, sem nenhuma espécie de tagarelice... Nem a externa, nem a
mental... Mergulharmos neste silêncio, permitirmos entrar em nosso quarto e
fecharmos a porta atrás de nós, e ali ficarmos diante de nossa mesita, a sós...
Escrevo isso, e relembro quantas desculpas eu dava, quantos rodeios fazia para não
estar a sós... Sempre havia um livro, ou um programa de TV, ou telefonemas para
fazer...
Por que querer silêncio, ficar a sós? Porque temos que aprender a ouvir a voz de
nosso Mestre Interno, do Pai, de Deus ou como preferirem chamar.
No início de minha caminhada, que coincidiu com a minha aposentadoria, tinha
um verdadeiro pavor quando tudo silenciava, não estava habituada a momentos de
total silêncio, mas depois percebi que são nesses momentos que o caos interno se
revela em nós e é exatamente por isso que fugimos do silêncio. Com esta disciplina
da quietude, começamos a arrumar nossa "casa", e começamos a impedir que
aquelas velhas preocupações nos envolvam. Começa com o silêncio a arrumação
interna e é aí que começamos a fazer o espaço para ouvir a voz que faz novas todas
as coisas.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 82
Por isso, quando penso em disciplina, penso na disciplina da quietude, esta
quietude tão simples, mas que é uma das práticas espirituais mais difíceis e por isto
há de se ter disciplina e perseverança e estar atento.
No momento em que conseguimos estar em silêncio, nos unimos ao nosso Mestre
interno e podemos então ouvir esta voz onde quer que estejamos e o que quer que
façamos.
E o que são a krya, a limpeza de cosco, a irradiação do meio-dia, a prática dos
triângulos, a meditação, o passo de puma... E tantos e tantos outros que
incansavelmente Lucidor vem nos passando? São ferramentas, diferentes
maneiras... Como ele diz, talvez uma delas seja aquela que vai lhe levar à Deus,
mas antes de tudo nos apressemos para que o espaço seja feito!
Simplicidade e regularidade são os melhores guias para achar este caminho.
A arte de escutar – 08/08/11
"As críticas não são outra coisa senão orgulho dissimulado. Uma alma sincera
para consigo mesma nunca se rebaixará à crítica. A crítica é o câncer do
coração.". (Madre Tereza de Calcutá)
Queridos discípulos, com certeza somos muito diferentes uns dos outros e o que é
fácil e perfeitamente claro para um entender, para outro é extremamente difícil e
nebuloso, e por isso mesmo nosso aprendizado é para ser em conjunto.
Muitas vezes expressamos nossas ideias, mas na maioria das vezes estas ideias não
são escutadas. Por que será que compassivamente não escutamos?
Por que temos ânsia em criticar, quando nossa opinião não coincide, por mais
absurdo que seja para nós o que estamos escutando? Por que ficamos tão
"ofendidos" e saímos com quatro pedras na mão, combatendo aquele que tenta se
expressar... Seja lá o que estiver falando, talvez anseios que guarda em seu
coração, talvez sombras que está, por confiança no irmão, deixando sair... não sei,
mas penso que quando um fala o outro precisa aprender a escutar e ajudar, não
ficar ofendido, magoado, ou enojado...por Dios!!!
Aqui venho fazer um apelo... Vamos escutar compassivamente uns aos outros,
vamos retirar de nosso coração a ofensividade para com os irmãos que estão
falando, vamos deixar que haja liberdade de expressão, vamos retirar como nos diz
Madre Tereza de Calcutá este câncer do nosso coração.
Podemos sim orientar o irmão que está falando sobre algo que não concordamos,
como nosso Mestre que faz isso incessantemente há anos... Se fizermos uma
Caridad Mendizabal / Caminhada / 83
reflexão hoje, ligeiramente, veremos quantas "bobagens" falamos para ele, que na
época eram verdades absolutas para nós, e ele compassivamente com infinita
paciência nos escutou e nos orientou com bondade, carinho até que um dia nos
demos conta de que a verdade não era bem como pensávamos.
Por que falo isto hoje?
Porque ainda nos criticamos muito, criticamos as essências sagradas que existem
em cada um de nós... seja ela Dédalos, Obelar, Mendizabal... Todas sagradas: são
um conjunto de possibilidades as quais não devemos criticar e sim aprender.
Falo para que tiremos de nossas mentes a ilusão da separatividade, entre guias,
mamas, amautas, compadres, comadres, waikis... Somos todos unos, e o que não
cada um não gosta em determinado clã, é o que com certeza deve estar faltando
naquele que critica...
Assim, queridos, faço aqui uma reflexão aberta, que está servindo de aprendizado
para mim... ainda sou muito pequena e por vezes dura, implacável em algumas
ideias, para que possamos ter a cada dia mais amor no coração... Todos nós somos
seres sagrados e merecemos ser tratados como tais, com gentileza, doçura, carinho,
respeito, humanidade e inofensividade. Estamos todos aprendendo juntos e
ninguém é dono da verdade, nem o que fala e nem o que escuta.
"Como alma, trabalho na luz, e a obscuridade não pode afetar-me,
permaneço na luz, trabalho e dali nunca me movo,
o poder de nossa luz unida, impede, anula e destrói a ilusão da separatividade"
Caridad Mendizabal / Caminhada / 84
SILENCIAR A MENTE
Silenciando a mente-17/01/2013
"Era uma vez um homem de Ch'i que queria ouro. Ao raiar do dia, ele vestiu o
casaco e o chapéu e foi até o mercado. Dirigiu-se à barraca do vendedor de ouro,
apanhou um pouco de ouro e foi-se embora. Quando a polícia o pegou, perguntou-
lhe: 'Por que você roubou o ouro de outra pessoa, e na frente de tanta gente? ' O
homem respondeu: 'Na hora em que peguei o ouro , não vi as pessoas, só vi o
ouro..."
Esta historinha... É uma parábola... Estava lendo ela outro dia, e nos diz que se
sabemos o que queremos, é somente isto que vemos, a concentração é fácil, somos
tal qual uma flecha, não desviamos nossa atenção.
Só que se não sabemos por que, nem para que estamos aqui, nem o que realmente
queremos, somos arrastados para muitas direções e isto causa em nós uma
tremenda confusão.
Há muito tempo, aprendemos nesta senda que para livrar-nos desta confusão
generalizada, das milhões de vozes e conselhos inúteis que ouvimos desde que
nascemos, devemos antes de dormir, silenciar, pelo menos uma hora diária e estar
atento àquela coisa ou coisas específicas que estamos ouvindo de onde será que
elas vem, temos que segui-las, ir até às raízes... É a recapitulação diária, e quando
encontramos a fonte... Estamos livres e pelo menos "estas vozes" não nos
atordoarão mais.
É um trabalho lento em que necessitamos persistência, mas se continuado, depois
de algum tempo, sentiremos uma limpeza mental e só então seremos capazes de
escutar a sussurrante voz do coração, aquela pequena voz... e aí nos moveremos
como uma flecha, igual ao homem da historinha que queria ouro, aí estaremos
coesos, não seremos uma personalidade dividida em várias facetas, seremos uno,
teremos uma só direção e com certeza saberemos onde está nosso ouro.
Olhem, queridos... é muito fácil seguir nossa mente, é bem fácil ser obediente. Ser
revolucionário, ser um ativista sagrado, isto sim é difícil, ser você mesmo, isto é
bem difícil, mas o crescimento vem assim... deste jeito difícil.
Assim tornemo-nos uma roseira dando rosas, chega de sermos roseiras tentando
dar cravos, pois isto cria confusão e uma coisa é certa: nunca nos tornaremos outra
coisa além de nós mesmos, e somente,recuperando nossa essência que a felicidade
acontece.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 85
21 DIAS
Caridad Mendizabal / Caminhada / 86
21 DIAS
Uma peregrinação sagrada
Caridad Mendizabal – Mestre Menor do Movimento Mística Andina
Um dia qualquer, em que estamos como seres dormidos, passando todo dia
envolvidos com tarefas rotineiras que nossa mente não aguenta mais, deparamo-
nos com um som muito alto que nos desperta: é um despertador que toca... Mas
não é um despertador comum, é um despertador de alma, dos propósitos que temos
como seres luminosos. Quando este despertador toca, nada continua como era
antes, tudo muda.
Parece estranho porque temos a nítida sensação de estarmos acordando de um
longo sono. Passamos a enxergar coisas que estavam ali o tempo inteiro, mas que
nossos olhos não conseguiam ver enxergamos a estrela e todo o brilho da lua, o sol
nos majestosos amanheceres e entardeceres, as plantinhas, o perfume das flores e
seu intenso colorido que nos nutre, a grama verdinha que parece falar, sentimos a
sabedoria das velhas árvores, a ternura das violetas, passamos a entender o que nos
dizem nossos animaizinhos. Um mundo desconhecido, com oportunidades a cada
instante, abre-se diante de nós e é nesse instante que sabemos que precisamos cada
vez mais entrar em sintonia com nosso corpo através da natureza, com hábitos
saudáveis nas nossas ações e nas nossas palavras...
Foi assim, tendo esta consciência, que há muitos anos atrás recebi o convite para
fazer a Prática dos 21 dias, que se repetem anualmente nos meses de março e
setembro.
A isto te convidamos: a fazer uma jornada sagrada rumo ao teu coração, a
participar de uma prática ancestral de purificação física, emocional e espiritual, que
te liberará de tuas cargas, com leveza, amor e energia. Neste caminho, terás um
Guia, Lucidor Flores (Gerardo Bastos, guia do Movimento da Mística Andina) e
terás a inspiração dos devas e a integração com muitos peregrinos em todo o Brasil
e em outros países.
Nos 21 dias, realizarás a prática por intermédio de um manual que te orientará
passo a passo a seguir esta caminhada, um CD de músicas devocionais e um
acompanhamento virtual.
Em muitas encarnações, buscamos tudo o que o exterior pode nos oferecer:
sucesso, posses, bens materiais, beleza, companhia; mas nosso coração está ali
ansiando para que o busquemos, para que achemos a satisfação profunda, a alegria
que brota sem motivo.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 87
Os 21 dias são uma oportunidade para despertarmos nossas consciências, para
sentirmos o propósito de chegar à água de amor e luz!
E de que se trata fazer os 21 dias?-17/02/2013
Já refletiram sobre isto, o que fez os 21 dias na vida de vocês, discípulos mais
antigos, que estão aí a repetir e repetir, e para vocês discípulos novos: o que
esperam?
Sim, queridos discípulos da Mística Andina, hoje venho a questioná-los... o que é
este trabalho, qual sua essência, qual seu propósito?
Porque com certeza não podemos entusiasmar outros corações se não sabemos a
fundo do que se trata, temos sim que refletir sobre isto.
Pode um discípulo dizer que desta vez não vai fazer os 21 dias? Estará ele sendo
atingido em sua liberdade, se dissermos a ele: “Amado, você é um discípulo, não
existe esta possibilidade”.
Para entendermos isto, precisamos entender o que é este trabalho e o que ele faz:
- Ele cria um antakarana ou uma ponte entre nosso coração (essência), nossa alma
e nosso anjo solar, e assim através desta ponte, estas três janelas se ligam ao
infinito, que nos anima;
-e volta a colocar alegria em nossa vida, nos revitalizamos... Sim, pois, este
trabalho também lentamente nos ajuda a ter um corpo mais saudável, emoções
mais tranquilas e o mental sem grandes preocupações... Com o tempo, aprendemos
que tudo passa e o melhor está por vir;
-também, lentamente, deixamos de acumular e acumular coisas e passamos a dar
importância as coisas do coração... Preferimos um almaval com o Mestre do que
um carnaval.
-você recupera a arte do assombro em nós, de ver uma flor nascer, um banho de
arroio, uma estrela cadente ou uma lua cheia, todos voltamos a contatar as coisas e
os seres... o verde das árvores, o canto dos pássaros, as necessidades de
Pachamama...
- sabem amados, perdemos tudo isto quando nos educamos, e aí a torrente de
informações que recebemos faz com que nosso coração fique amortecido...
Acreditem, os 21 dias recupera a alegria de viver, a face lúdica de nossa
consciência;
-passamos a perceber com o coração e com a mente que todos somos criancinhas e
que estamos mais ou menos perdidos... Percebemos, ao mesmo tempo, que
Caridad Mendizabal / Caminhada / 88
estamos vivos, que somos uno com os animaizinhos e com todos os seres que
habitam Pachamama;
-saímos da soberba do intelecto, que diz que tudo sabe pela quantidade de livros,
mestrados, doutorados que já acumulamos e entramos em outra área: a do coração,
na qual, através da intuição, começamos a aprender;
-curamos vínculos e passamos a assumir que estamos neste mundo para sermos
felizes e que a vida é para ser vivida com leveza;
Podemos seguir refletindo, são muitos itens... quem sabe podemos refletir juntos.
Conta aqui tua história... o que os 21 dias fez para ti até hoje?
Talvez tenham ocorrido histórias pitorescas, emocionantes... vamos compartilhar?
Poesias? haikus?
Uma certeza eu tenho... todos eles nos levam rumo à felicidade, mostrando-nos
nossa ignorância e nos tirando o medo de errar...
Que nesta semana esvaziemos nossa copa de conceitos, para que, ao iniciarmos os
21 dias, estejamos abertos a uma maneira nova de ser e viver, a de ser um
apaixonado pela vida e a de viver intensamente!
Caridad Mendizabal / Caminhada / 89
A IMPECABILIDADE DOS 21 DIAS
E uma tarde na casita, Mestre Lucidor ao pegar minha mão disse para mim, do
jeito carinhoso que sempre me atraiu nele, aqueles olhos transbordantes de carinho:
-Mimosa, sabes por que ficas estressadinha? Porque fazes muitas coisas ao mesmo
tempo e por isso não estás atenta... E por não estares atentas, nenhuma de tuas
inúmeras atividades é feita impecavelmente... E... Tempos depois a ficha caiu.
É verdade, estamos sempre enredados, querendo muitas coisas ao mesmo tempo,
carregando o mundo nas costas, procurando resolver o nosso "problema" ou o que
julgamos "problema", correndo atrás de inúmeras seduções, tanto emocionais
quanto materiais e onde fica a impecabilidade do presente?
Percebi esta impecabilidade quando visitei a Índia e cantávamos mantras em
nossos deslocamentos até as diferentes localidades e nosso guia indiano também
cantava... Só que percebi ali... Que todo o SER dele estava no entoar o mantra e
seus olhos se enchiam de lágrimas e ele era pura devoção, nenhuma parte de seu
ser estava desatenta... E é assim, amados, que todo ser deve vibrar no presente que
somos.
Os 21 dias estão chegando, e os convido a SER IMPECÁVEIS, dia a dia, sem
pressa, sem pausa e sem piedade, saboreando e se encantando desde a capa do
manual... que para mim é um livro sagrado, poético e mágico para que possamos
degustar cada palavra ali escrita, que possamos o ler várias vezes nesta semana que
nos resta e que ao adentrarmos neste portal, estejamos como lindos pontos
luminosos... Em sua simplicidade impecável.
Já se passaram muitos 21 dias... 18, não é mesmo? Este é o 19... que tal... Não se
afastar um milímetro do que ali está proposto, colocar FOCO, colocar DEVOÇÃO,
e AMAR, AMAR até que doa... E deixar assim que o SER IMPECÁVEL saia de
dentro de nós... Tocam os mantras e uma onda de amor me invade... Com imenso
carinho abraço vocês, queridinhos do meu coração,“A liberdade de pesadas
correntes foi conquistada dia após dia, com disciplina e oração e, eu, Cari, como
sou chamada, pelos amigos, afirmo que não há o que o carinho não cure”.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 90
O QUE É A MÍSTICA ANDINA?
Caridad Mendizabal / Caminhada / 91
O QUE É A MÍSTICA ANDINA?
Mística Andina é um movimento destinado à expansão da consciência e à
educação espiritual das pessoas, com o objetivo de melhorar a relação dos seres
humanos com a vida. Nossas palavras são simples e diretas, nossa energia é o
carinho e a simplicidade. Não temos pretensões de seguir nenhuma tradição,
apenas usando nosso jeito andino de leveza e carinho pela Mãe Terra, Pachamama,
a quem nos consagramos como seus filhos e jardineiros. Sentimos como missão o
resgate dos valores vigorosos da amorosidade, da responsabilidade por viver em
um planeta que está vivo, tentando ser seus guardiões e incentivando os demais a
fazer o mesmo com este ser precioso que nos hospeda.
A Mística Andina nasceu da experiência e se compõem de uma série simples de
técnicas e lições, que progressivamente leva o ser humano a amadurecer, até
encontrar sua própria chave, que abre a porta secreta do coração, Gerardo Bastos
(Lucidor Flores), seu guia e grande inspirador, expande este movimento por todo
Brasil há cerca de dez anos.
Quando pensamos nas palavras mística andina, vêm imagens de rios tempestuosos
de águas claras, imagens de ventos da montanha, de condores voando, de sol e de
neve. As associações que temos deste trabalho estão todas ligadas ao contato
íntimo com a Mãe Terra, que é uma corrente de energia espiritual ligada totalmente
à existência e seus seres, e que surgiu como uma compreensão do homem dos
Andes, da sua inter-relação com a própria vida; esta vida chamada Pachamama,
que significa Mãe Terra, e que não necessita de explicações, pois é o ser orgânico
que nos dá ar, comida, sensibilidade e autoconsciência.
O trabalho da Mística Andina começou quando o homem andino teve tempo para
desenhar em palavras a incrível intensidade da experiência da vida. Diferente de
outras correntes de consciência planetária, a Mística Andina tem pouco trabalho de
visualização, pois o foco se mantém no ato de viver dentro do organismo
consciente e inteligente chamado Mãe Terra ou Pachamama. Esta diferença, de não
buscar a Deus, mas experimentá-lo instante a instante, produz uma compreensão e
percepção muito objetivas da vida. Este ensinamento vem sendo transmitido de
mestre a discípulos durante muito tempo.
O povoado onde esta tradição se manteve, guarda memórias de mestres por mais
de 800 anos, porém é uma tradição que vem sendo colonizada lentamente. E com
Caridad Mendizabal / Caminhada / 92
isto está se perdendo esta sabedoria. Então, foi decidido, pelos velhos e sábios
mestres, autorizar o ensino livre desta sabedoria, dentro do marco das iniciações ou
karpays.
Na experiência de Lucidor Flores, as mudanças que este ensinamento produz nos
padrões emocionais, mentais e, sobretudo, no rejuvenescimento físico e na
revitalização que esta conexão gera, são únicas. Ele emociona-se muito vendo os
estudantes voltando à vida ao conectar com a existência sagrada ou Pachamama...
Como é um ensinamento milenar, baseia-se numa só lei. Esta lei única simplifica o
aprendizado e cria, na consciência, uma compreensão simples e suave da
existência, que proporciona ao praticante uma mudança tranquila, para maior
liberdade e vitalidade.
O trabalho que vem sendo feito, sob a direção dos mestres, tem muitas frentes.
Existem centros de germinação espiritual em distintos pontos do Brasil, Peru,
Argentina, Espanha, Portugal, França e Índia. Estes centros difundem e participam
às pessoas a essência da tradição e de seus remédios para os males espirituais,
emocionais e físicos. Em todos eles são oferecidos meditações abertas e cursos
aonde são transmitidas as sementes espirituais andinas.
Também participamos de viagens a lugares sagrados sob o marco da iniciação.
Esta tradição celebra o movimento, a dança que Pachamama nos inspira, e isto se
manifesta em comemorações, encontros e viagens. Em viagens realizadas aos
Andes, a Índia e a outros centros de poder, fortalecemos o coração e ajudamos a
mudar os pontos de vista daqueles que estão ancorados em um só lugar e com um
só tipo de ambiente energético.
Cuidamos da Terra, realizando cerimônias e serviço à terra e aos seres vivos, aos
que se vêm e aos que não são percebidos. Em nossa caminhada interagimos com o
vento, a água, o fogo e as pedras, pois tudo compõe o grande organismo. E,
desenvolver esta consciência grupal nos envolve e fortalece.
Este participar consciente da criação e da existência nos torna guerreiros e
aprendizes da vida. Esta ponte que nos une se chama ternura e carinho por viver.
Nada melhor para um ser vivo que levá-lo a perceber o carinho que a Vida tem por
ele... Assim, encontrar este carinho nos dá liberdade de estar bem, em qualquer
lugar e em qualquer momento e esta é a percepção andina.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 93
A Mística Andina é um movimento, estamos nos mexendo, dançando, mudando de
ritmos o tempo todo, como a vida, como os dias, como o corpo, como os ritmos
cósmicos. É um movimento revolucionário e entendemos que, para fazer a
revolução o melhor é revolucionar-se, transformar-se, mudar e deixar-se mudar
pela vida, pelos caminhos da vida...
Este movimento é um pássaro, uma borboleta de duas asas: uma de liberdade e
outra de amor... pura consciência! (Lucidor Flores)
Para conhecer melhor o Movimento da Mística Andina acesse:
http://www.misticaandina.com.br/ (Matéria publicada no Blog do Clã Aguilar)
Caridad Mendizabal / Caminhada / 94
AGRADECIMENTOS
Tenho muito a agradecer, a todos que estão ao meu lado, e que de algum modo
fazem ou fizeram parte da minha vida, principalmente aos meus filhos e aos
amigos queridos que também percorrem este caminho que escolhi e que de alguma
forma me incentivaram e apoiaram para que eu atendesse a sugestão de Mestre
Paolus para que escrevesse contando meu encontro com a Divindade ao longo de
minha caminhada na Senda da Mística Andina.
Como a vida colabora quando algo deve ser plasmado, encontrei um amigo,
companheiro, incentivador, Rafão Miranda, que me encantou com o Projeto da
Liga dos Autores Free, hoje uma realidade, assim amigo querido os meus mais
sinceros agradecimentos.
Agradeço também ao meu Mestre Lucidor Flores, por me guiar no caminho e
agradeço também aos leitores que ao lerem este livro, estarão apoiando a Liga dos
Autores Free em mais um projeto.
Caridad Mendizabal / Caminhada / 95