Literatura e Igualdade
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8/17/2019 Literatura e Igualdade
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LUIS EUSTÁQUIO SOARES
LITERATURA, FABULAÇÃO E IGUALDADE:
Youtube e a sociedade do controle soerano!
VITÓRIA
2014
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"! RESU#O
A partir de um recorte crítico transdisciplinar, este projeto propõe a análise dasociedade do controle soberano no campo da indústria cultural especialmente tendoem vista o estudo das legendas em português de vídeos diversos presentes no
Youtube, procurando entender como a imaginação pública coletiva é capturada peloimperialismo ocidental. O conceito de esclarecimento de Adorno e or!"eimer, de biopoder, de #ic"el $oucault, assim como a relação entre literatura e igualdade, proposta por %ac&ues 'anci(re e o conceito de genérico, de Alain )adiou *+-- podem o/erecer importantes subsídios para inscrever o lugar realmente igualitário para o 0direito universal1 2 /abulação "umana, 2 literatura, nos termos propostos por Antonio 3andido *+4 e também por %ose/ina 5udmer *67+8.
9alavras:c"ave; 5iteratura, $abulação, ociedade do controle soberano.
$! %USTIFI&ATI'A
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>e o imperialismo constitui o momento em &ue a eGpansão coloniadora dos
centros de poder ad&uire uma dimensão sistêmica, seria previsível, portanto, &ue tal
eGpansão viesse a ocorrer como espectro completo, ocupando, eGplorando e
coloniando não apenas recursos primários, mas também arte/atos culturais,
con"ecimentos, alteridades de gênero, étnicas, de classe, além de desejos, inclusive os
de emancipação e de justiça, não sendo circunstancial a sua convergência com a
proposta de uso do conceito de imperialismo elaborada por >aid, &ue assim se eGpressou
a respeito;
Isarei o termo imperialismo para designar a prática, a teoria e asatitudes de um centro metropolitano dominante governando umterrit?rio distanteC o colonialismo, &uase sempre uma conse&uência doimperialismo, é a implantação de colJnias em territ?rios distantes
*>A=F, 67++, p. K6.O diálogo com >aid emerge da seguinte "ip?tese; a indústria cultural se constitui
como universo simb?lico e subjetivo da din@mica imperialista ocidentalLamericana. >e
compreendemos o imperialismo, em diálogo com >aid, como práticas, teorias e atitudes
de um centro metropolitano coloniando territ?rios distantes, o modelo simb?lico de sua
realiação ocorria, também, no campo virtual das tecnologias de comunicação,
dominadas por multinacionais como Microsoft , Facebook , Youtube, dentre outras, além
das 0vel"as mídias1; televisão, rádio, revistas e imprensa escrita.
Ainda &ue a indústria cultural, em sua dimensão de compra e venda, diga
respeito a praticamente tudo &ue se produ culturalmente, inclusive a unidade discursiva
a &ue temos o "ábito de c"amar de literatura, independente de sua &ualidade intrínseca,
por &uestão de /oco os arte/atos culturais a serem analisados serão os vídeos presentes
no Youtube.
e se considera, a
esmo, o vídeo de O s2tio do /ica /a+ Aarelo, versão 6774, capítulo 6, parte 6, nele é
possível ver o personagem Felegado 5upicínio esba/orido diendo &ue não teria
conseguido alcançar um trombadin"a &ue entrou como penetra numa /esta realiada no
Arraial dos Mucanos. O 3oronel Meodorico, o interpelado, responde alegando &ue,
&uando se tornar o pre/eito da cidade, tudo isso acabará por&ue intensi/icará o
policiamento.
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>e se aciona a tecla 0legenda1 da versão disponível no Youtube, apenas
parcialmente o &ue aparece como a versão escrita da /ala dos personagens corresponde
ao &ue e/etivamente é dito, dissimetria &ue ad&uire uma con/iguração estran"amente
genérica, tal como é possível observar abaiGo; 0< pensar &ue essa cidade /oi sempre um
lugar pacato. >egurança absoluta /ormada por integrantes do Fem, &ue &uatro "oras por
dia. A candidata petista apontava a &ueda da menina1. A receita /ederal ten"a deiGado
cair o &ueiGo. O escocês a respeito /oi identi/icado+1.
A relação entre cultura e imperialismo, como "ip?tese, se se analisa o /ragmento
acima, inscreve:se na din@mica do uso do genérico, talve não sendo circunstancial, a
prop?sito, &ue Eene >"arp, em seu livro Da ditad+ra 5 deocracia; uma estrutura
conceitual para a libertação *6776, logo no início, ten"a apresentado a seguinte
recomendação; 0Fa necessidade e da escol"a deliberada, o /oco deste ensaio está no
problema genérico de como destruir uma ditadura e impedir o surgimento de uma nova
*>A'9, 6776, p.H.
"arp no trec"o citado seria o método
a partir do &ual o imperialismo ocidental contempor@neo, via indústria cultural, inscreve
a captura da /abulação, sempre coletiva, en/eiGando:a com o prop?sito de, por eGemplo,
tornar 0natural1 o absurdo mundo em &ue vivemosN ue modelo de sociedade está na
base dessa normatiação de um genérico, assim de/inido por&ue põe no mesmo plano,
de /orma imanente, os acontecimentos diversos do mundo atual, a saber; guerras,
genocídios, di/erentes modalidades de esportes, personalidades políticas reais e /ictícias,
assim como de /ilmes, novelas e um sem /im de outrasN
Pão será, portanto, circunstancial &ue Dial.tica do esclareciento *+-4, de
Adorno e or!"eimer, seja outra obra /undamental para esta pes&uisa, por&ue, através
dela, o conceito de esclarecimento é desenvolvido a partir do argumento de &ue, ao
longo de sua "ist?ria, a "umanidade tem produido saberes sen"oriais comprometidoscom a submissão da naturea e do trabal"o. Ambos, naturea e trabal"o, são
esclarecidos pelo progresso &ue pode ser de/inido como progresso do esclarecimento
oligár&uico. Ambos, naturea e trabal"o, na era do esclarecimento da civiliação
burguesa ou desta como uma /orma monumental de esclarecimento, estão vulneráveis a
um mesmo letal risco; o avanço total do esclarecimento do capital ou do capital como
esclarecimento por toda a Merra.
+ 3/. com a versão online no seguinte endereço; "ttps;LLDDD.Qoutube.comLDatc"NvRl+A9&FBB&D
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Mendo em vista a /orça avassaladora do esclarecimento do e no capital na era da
reprodutibilidade do utopismo tecnol?gico e no conteGto em &ue as multinacionais e o
sistema /inanceiro internacional submetem a indústria cultural e a política institucional,
igualmente em dimensão planetária, Adorno e or!"eimer assim de/iniram o lugar de
resistência e alternativa do pensamento, valendo também para a criação;
03ontrariamente a seus administradores *do esclarecimento, a /iloso/ia representa,
entre outras coisas, o pensamento, na medida em &ue este não capitula diante da divisão
de trabal"o dominante e não aceita &ue esta l"e prescreva suas tare/as *AFO'PO S
O'T
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algumas tendem a se ac"ar mais bem in/ormadas, mais inteligentes, mais re&uintadasC
mais, en/im, seletivas &ue as demais.
Pão obstante, pois, o 0ainda &ue1 das di/erenças, &ue e/etivamente eGistem, o
&ue está em jogo, na produção das mercadorias da indústria cultural, desdobra:se em
duas variáveis; + A variável da divisão internacional dos bens culturais, segmentando
gostos e per/is como o lugar imanente da atuação do esclarecimento no contempor@neo,
pela singela raão de &ue a segmentação, por mais &ue sejamos orgul"osos de nossas
di/erenças em relação 2s maiorias, é ela mesma uma genérica forma mercadoria &ue,
como tal, tende a universaliar os valores típicos da sociedade burguesa, sua dominante
ordem ou desordemC 6 A variável &ue generalia a miniaturiação dos arte/atos
culturais como /orma de deslocamento e mesmo de censura em relação 2s obras de
criação &ue a/irmem outros mundos possíveis, /ora da civiliação burguesa e, portanto,
da din@mica esclarecida de sua divisão social de trabal"o dominante.
O aspecto mais evidente da miniaturiação dos arte/atos de criação produidos
pela indústria cultural, e a&ui o diálogo é com MerrQ
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planetariamente imperialista e atua em disputa de tudo, bens culturais, materiais,
naturais, subjetividades, desejos, numa dimensão planetária.
3om 5ênin, é preciso deiGar claro; a &uestão do imperialismo, neste projeto, não
se redu ao imperialismo ocidental. 3omo poderosas /orças bélicas &ue disputam o
controle dos recursos "umanos e naturais do planeta, o imperialismo pode ser
igualmente de/inido como a /ase superior do esclarecimento, &uando este alcança todas
as dimensões da vida na Merra, raão su/iciente para sustentar o argumento de &ue o
esclarecimento não apenas seja a pr?pria civiliação burguesa mundial como também o
conjunto das /orças em ação no terreno mundo, das mais poderosas 2s mais cotidianas e
imanentes, vividas por todos n?s, por eGemplo, nas aparentemente inocentes relações de
compra e venda como unidade mínima do capitalismo, logo do pr?prio imperialismo, nasua /ase /inal.
empre na contramão do niilismo, como adaptação ao &ue eGiste, este projeto de pes&uisa está marcado por uma perspectiva a/irmativamente "ist?rica, raão pela &ual
parte do argumento de &ue as /orças "umanas e não "umanas * animais, vegetais,
minerais, energéticas, tecnol?gicas, cientí/icas, epistemol?gicas, laborais, te?ricas,
culturais, não obstante terem sido capturadas pela ininterrupta produção civiliacional
do esclarecimento, são igualmente "ist?ricas, raão pela &ual podem assumir ou
protagoniar perspectivas coletivas, liberadoras, não sen"oriais.
9or outro lado, se o imperialismo pode ser de/inido como o pragmático
administrador mundial das /orças locais, regionais e internacionais a serviço do
esclarecimento da e na civiliação burguesa, seus principais atores /inanceiros,
ideol?gicos, geográ/icos não são nem unidimensionais nem consensuais nem
substancialmente iguais. e se observa o mundo atual, não é di/ícil constatar, por raões estatísticasevidentes, &ue seu lado ocidental, europeuLamericano, esteve e está, de modo ativo,
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presente em praticamente todas as guerras e con/litos das últimas décadas, senão dos
últimos séculos. 3om centenas de bases militares em pontos geoestratégicos do planeta,
não seria ineGato a/irmar &ue os
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import@ncia de seus dois eiGos, &ue devem ser analisados de /orma suplementar; o eiGo
anat%mico&individual e o da biopolítica da população. Po &ue di respeito ao primeiro,
a &uestão é; como moldar o per/il corporalLsubjetivo das pessoas no interior da
civiliação burguesaN A dimensão anatJmicoLindividual do biopoder, no
contempor@neo, não se inscreve propriamente no direito de morte sobre o corpo
individual, mas igualmente na gestão genérica da vida coletiva. 9ara isso, todas as
táticas e estratégicas são importantes, inclusive as &ue se encontram no @mbito dos
saberes institucionais, como no caso da psi&uiatria, da psicanálise, da medicina, da
biologia, da sociologia ou mesmo de todos os saberes administrados e recon"ecidos
pelo
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"umanas engendraram, dentro da longa "ist?ria da tradição do oprimido, a saber;
sociedade da soberania, disciplinar e do controle.
A sociedade da soberania, /undada no poder de morte do soberano, açambarca
todo o socius e estabelece uma relação dicotJmica entre a ordem do visível, os súditos,
e do invisível, o soberano, tal &ue este, impondo:se sobre o visível, sacri/icando:o,
produ sem cessar a transcendência de seu poder, concebido como divino. Mrata:se de
um arranjo s?cio:"ist?rico &ue /unciona como verdadeira megam-uina de produção
se&uestrada de transcendência, a partir do sacri/ício do súdito ou da vida nua.
eu advento não signi/icou o /im
da sociedade da soberania.
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de destituição das posições de palavra, de desregulação das partil"asdo espaço e do tempo.
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Mal Argumento, esse último, justi/ica o motivo de A4+i A.rica Latina *67+8,
de %ose/ina 5udmer e também de 0O direito 2 literatura1*+4, de Antonio 3andido,
nesta pes&uisa.
%ose/ina 5udmer, em A4+i A.rica Latina de/ende &ue a literatura p$s&
aut%noma, na /ábrica de realidade do contempor@neo, destitui a autonomia do livro,
tendo em vista a primaia do &ue ela c"ama de imaginação pública, tal como é possível
depreender do seguinte trec"o de seu livro;
As literaturas p?s:autJnomas do presente sairiam da 0literatura4,atravessariam a /ronteira e entrariam em um meio * uma matéria real:virtual, sem eGterior, &ue é a imaginação públicaC em tudo o &ue se
produ e circula e nos invade e é social e privado e público e real. Ou
seja, entrariam em um tipo de matéria e um tipo de trabal"o social,onde não "á 0índice de realidade1 ou de 0/icção1, construindo
presente.
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Adorno e or!"eimer, raão pela &ual está pes&uisa proporá investigar as tendências
predominantes nos e dos 0ditos1 nasLdas legendas de vídeos baiGáveis no Youtube.
O &ue será investigado, portanto, é a pr?pria imaginação pública &ue se eGpressa
nesses vídeos, indiscernível, essa é a premissa, da relação entre indústria cultural eimperialismo e do projeto de uma biopolítica da população, base para a produção de um
modelo de sociedade especí/ico; a sociedade do controle soberano, arranjo "ist?rico &ue
junta os dois eGtremos, a sociedade da soberania com a sociedade do controle, sob o
signo do genérico.
A prop?sito deste último, o aporte te?rico a ser usado tem relação com a
/iloso/ia de Alain )adiou, especialmente com o O ser e o e3ento *+H, no &ual o
genérico é um conceito &ue se inscreve na din@mica do e este se constitui
como emergência do &ue não eGiste, tendo em vista um &ual&uer sítio "ist?rico, a&uele ,
por sua ve, dá:se como o "orionte supranumerária a partir do &ual o universal torna:se
/inalmente possível, como seu correlato.
O conceito de genérico, na /iloso/ia de Alain )adiou, em diálogo com o
matemático 9aul 3o"en, ocorre como subtração de particularidades subjetivas. Pão é,
pois, negro, branco, índio, amarelo, pobre, latino, oprimido. 3omo se vê, é um coneito&ue está na contramão das políticas a/irmativas contempor@neas. A raão disso reside no
argumento de &ue o papel das alteridades não deva se limitar ao &ue eGiste, mas ao &ue
não eGiste.
Através do genérico se c"ega ao universal, tendo em vista o e nosso
desa/io não se restringe 2 a/irmação de nossas particularidades, é por&ue está desa/iado
a produir o &ue não eGiste.
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ainda &ue nesses casos o sejam igualmente para todas as crianças, ou todos os
adolescentes, ou todos os adultos, independente de suas etnias, classes, gêneros,
crenças.
3omo ocorre, por eGemplo, no vídeo da Peppa Pig *677K, de Peville AstleQ e#ar! )a!er. >e se considera a versão em português, F]F 67+K, a narrativa começa
conteGtualiando a interrupção da lu na casa da /amília de 9eppa, tal &ue o &ue se di
não corresponde integralmente com a legenda &ue aparece em português, como é
possível notar a partir abaiGo;
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eterniar a civiliação burguesa, sob o signo do domínio americano, mas também e ao
mesmo tempo através de uma biopolítica da população mundial implicada com a
0universaliação1 da sociedade do controle soberano.
>e o pior dos mundos possíveis é o da sociedade do controle soberano, a/abulação, o lugar da imaginação pública, s? tem uma saída; a produção de um evento
ao mesmo tempo político, cientí/ico, artístico e amoroso, em termos de )adiiou *+H,
o &ue s? seria ou será possível com e através da destituição das identidades, das /unções
de /ala, dos tempos e espaços esclarecidos pela indústria cultural contempor@nea.
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8. Analisar o modelo de sociedade "umana inscrito na captura da imaginação
pública realiada pelo esclarecimento da e na indústria cultural, tendo em vista o
recorte apresentado na %usti/icativaC
K. =nvestigar como a relação entre igualdade e democracia é esclarecida pelaindústria culturalC
4. Fescrever a biopolítica da população ou o per/il da espécie "umana &ue está na
base do esclarecimento da relação entre igualdade e democraciaC
H. 9rojetar, na contramão do esclarecimento da indústria cultural contempor@nea, o
evento de uma igualdade advir tendo em vista um genérico tal como o de/ine
Alain )adiouC
B. =ndicar &ue essa igualdade eventural genérica não esclarecida, constitui o lugar
da literatura, sua /orma de /abular, con/abular no &uadro de um 0direito
universal1C
-. 9ublicação de artigos em revistas especialiadasC
7!#ETODOLOGIA
>e o esclarecimento "oje a si mesmo se administra através da divisão
internacional do trabal"o e dos saberes, segmentando e capturando a tudo e a todos
através da universalidade da abstração monetária, a obra 5ialética do esclarecimento,
de Adorno e or!e"eimer, constitui uma verdadeira &uestão de método desta pes&uisa,
&ue assim se enuncia; não capitular perante a divisão internacional de trabal"o
dominante e não permitir &ue esta l"es prescreva suas tare/as, raão su/iciente para
propor um diálogo com teorias aparentemente tão distintas, como as de >aid, na relação
entre cultura e imperialismo, as de Feleue, Euattari, $oucault, tendo em vista a &uestão
do modelo de sociedade e do biopoder C as inscritas no campo da relação entre literatura,
igualdade e democracia, proposta por %ac&ues 'anci(reC as implicadas com o &ue
%ose/ina 5udmer tem c"amado de literatura p$s&aut%noma8 ou a &ue Antonio 3andido,
no campo do direito 2 literatura, designou como a universalidade da /abulação "umanaC
assim como o evento da igualdade de uma imaginação pública livre de capturas e sua
relação com a literatura e a política, tendo em vista um genérico &ue subtrai nossas
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particularidades não para nos subsumir ou dominar mas para nos singulariar no desa/io
de inventar:nos como comuns.
e as tare/as prescritas pela divisão social do trabal"o dominante podem
trans/ormar a teoria e a criação em segmentos da administração social *no @mbito do
esclarecimento da subjugação da naturea e do trabal"o, a condição para o pensamento
e para a criação, ainda &ue sem garantia, passa necessariamente pelo incon/ormismo 2
ordem imperante, desa/io &ue se coloca como a principal &uestão de método desta
pes&uisa, &ue é também política, &ue é também literária, &ue é também democrática.
A partir da relação entre imperialismo e indústria cultural, o aporte te?rico
apresentado para esta pes&uisa basicamente se divide em duas perspectivas; + uma
primeira ancorada numa crítica negativa, &ue assume &ue a indústria cultural não está
apta para colaborar com a produção de uma imaginação pública baseada na igualdade
de /ato entre os "umanos pela evidente raão de &ue é dominada por multinacionais
resguardadas e ao mesmo tempo de/endidas pelo imperialismo ocidental, em conteGtos
nos &uais a produção de uma biopolítica da população está vinculada 2 ordem de um
mundo nada democrático, por&ue absolutamente oligár&uico, por&ue rendida ao poder
do din"eiro, por&ue comprometida com concentração de renda e com o domínio
oligop?lico de grandes conglomerados empresariaisC 6 uma crítica a/irmativa, logo
propositiva, &ue, alimentada pela negação da desigualdade e entendendo o seu
/uncionamento no interior da indústria cultural, propõe, em perspectiva, a igualdade
como genérico evento &ue não eGiste, mas pode eGistir, sob o ponto de vista de uma
perspectiva "ist?rica, laica.
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9ara tanto, tanto a negatividade te?rica como o seu lado propositivo, presentes
neste projeto, serão simultaneamente usados para analisar as legendas presentes em
vídeos do Youtube considerando principalmente a seguinte &uestão; &ue modelo de
sociedade se inscreve no 0contempor@neo genérico1 &ue se inscreve nas e através dessas
legendasN ue relação esse genérico do esclarecimento ou o esclarecimento do genérico
tem com a produção imperialista ocidental da sociedade do controle soberano,
investigada pelo autor desta proposta de pes&uisa no livro A sociedade do controle
inte6rado; Fran( )afka e *uimarães +osa9
A teoria negativa, em /unção do vínculo dessas empresas do mundo da
comunicação com o imperialismo ocidental, sem receio da acusação de preconceito,
assume a premissa de &ue tal vínculo se inscreve num projeto de dominação
contempor@nea da espécie "umana, comprometida com a produção da sociedade do
controle soberano.
A teoria propositiva, por sua ve, será usada para analisar e a/irmar o &ue eGiste
de desejo de igualdade, não obstante o &ue se di, se escreve, se novela, na imaginação
pública coletiva, por sua eGistência mesma como o lugar da sociabilidade
compartil"ada.
>e, por outro lado, este projeto de pes&uisa não apresenta um /oco especí/ico, do
tipo, 0analisará tais e tais vídeos presentes no Youtube, o motivo tem relação com uma
incisiva coerência metodol?gica no &ue di respeito ao conceito de 0genérico1, de Alain
)adiou1.
>e o &ue está também no "orionte de investigação desta pes&uisa é a análise de
como o esclarecimento do e na indústria cultural se apropria do genérico e portanto do
processo /abular da imaginação pública coletiva a circunscrever o objeto a alguns
vídeos previamente escol"idos poderia; + limitar o "orionte do genérico esclarecido,
em termos ao mesmo tempo de Alain )adiou e de Adorno e or!"eimer, &ue é e se
constitui de /orma absolutamente ilimitadaC 6 correr o sério risco de perder o
ininterrupto processo din@mico dos vídeos presentes no Youtube, os &uais tanto podem
ser encontrados "oje como podem desaparecer aman"ã, sem ignorar o /ato de &ue novos
vídeos surgem sem cessar de /orma incontrolável.
W, pois, por raão estritamente metodol?gica, tendo em vista o objeto em
&uestão, &ue este projeto se propõe a 0sur/ar1 no imponderável, "orionte tanto do
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evento, do genérico e da igualdade do e na literatura, como também da sociedade do
controle soberano.
8! &RO9OGRA#A $;"8 a $;"perber. >ão 9aulo; 9erspectiva,+BH.
)ATM=P, #i!"ail. A c+lt+ra -o-+lar na Idade .dia e no Renasciento. OconteGto de $rançois 'abelais. Mrad. _ara $rantesc"i. >ão 9aulo; ucitec, +H.
)adiou, Alain. A 1i-)tese co+nista.
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Fumará, +4.
^^^^^^. &o-Cndio de eta-ol2tica; 5isboa; =nstituto 9iaget, +-.
;;;;;;. /ara +a no3a teoria do s+eito. +io de ão 9aulo;
ão 9aulo; 3ultriG, 677K.
)ão 9aulo; Fuas 3idades, 677K.
Fão 9aulo; ão 9aulo; ão 9aulo;
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^^^^^^. #il -lat0s; capitalismo e es&uio/renia. Mradução; 9eter 9ál 9elbart e %anice3aia/a. >ão 9aulo; ão 9aulo; ilveira. >alvador;
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%A#OP, $redric. O inconsciente -ol2tico; a narrativa como ato socialmentesimb?lico. Mradução; ]alter 5ellis >i&ueira. >ão 9aulo; ão 9aulo; Abril 3ultural,+H.
TI'V, 'obert. O cola-so da oderniMa@o. 6 ed. Mradução; Taren con%mico&Filos$ficos. =n; Os -ensadores. Mradução; %osé3arlos )runi. >ão 9aulo; Abril 3ultural, +B-. p.78
#I#$O'F, 5eDis. T.cnica N ci3iliMaci)n. #adrid; Aliana APMO>, )oaventura de >oua. &r2tica da raMo indolente. >ão 9aulo; 3orte, 677+.
>APMO>, )oaventura de >oua *Org. &on1eciento -r+dente -ara +a 3idadecente; um discurso sobre as ci"ncias revisitado. >ão 9aulo; 3#=MM, 3arl. Teolo62a -ol2tica. Mradução; $rancisco %avier 3onde e %orge Pavarro
9ére. #adrid;
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>A'9, Eene. Da ditad+ra 5 deocracia; uma estrutura conceitual para alibertação. Mrad. %osé A.>. $ilardo. >ão 9aulo; M"e Albert OA', 5uis ão 9aulo;
)oitempo, 6774.