LITERATURA CINZENTA: A BUSCA DA AMPLIAÇÃO DO ACESSO AOS RELATÓRIOS DE PESQUISA
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PESQUISAPESQUISA
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DO ACESSO AOS DO ACESSO AOS RELATÓRIOS DE RELATÓRIOS DE
PESQUISAPESQUISA
Rejane MachadoRejane Machado
Junho 2005Junho 2005
O motivo da pesquisa – 1
• Relatórios de pesquisa– registro da prática da
pesquisa– elos importantes na
comunicação em ciência – produção considerável desses
documentos pela FIOCRUZ;
O motivo da pesquisa - 2
• ELOS – comunicação em ciência nas diversas formas – tanto formal quanto informal e entre os pares
• FIOCRUZ – cooperação com outras instituições – nas alianças com Estado e com os diferentes setores da sociedade
O motivo da pesquisa - 3
• Os relatórios predominam em volume dentre os documentos cinzentos, mas por terem acesso restrito em função da confidencialidade, da exigência da propriedades seja intelectual ou empresarial e de sua distribuição limitada.
• Na verdade esses fatores dificultam a coleta e representação desses documentos.
Objetivo geral
• Desenvolvimento de orientações metodológicas para a representação dos relatórios de pesquisa, produzidos no CICT/FIOCRUZ visando a oferecer uma ampliação do acesso à literatura cinzenta científica em e para as ciências da saúde e no escopo das finalidades e ações da Fiocruz
Objetivos específicos
• Entender o processo de agregação de valor no ciclo produtivo da informação científica, via relatório, como algo que acontece no decurso e no final da pesquisa, através dos depoimentos de pesquisadores e gestores de ciência e tecnologia;
• Analisar a estrutura e tratamento documentário dos relatórios de pesquisa, na medida em que afetem a sua representação e acesso;
• Identificar e oferecer procedimentos metodológicos e condições de ampliação do acesso aos relatórios, desde o ponto de vista de sua representação.
Pontos de partida da pesquisa
• Literatura cinzenta– Como objeto é :
• Ilimitada• Sem contornos
– Dependendo dos autores pode se transformar em objetos diversos e com diversas propriedades
• Relatórios como objeto específico do estudo
Importância dos relatórios
• Espaço de manifestação das relações e alianças entre os diferentes grupos interessados na pesquisa.
• Trata-se de um tipo de documento que não é fácil de substituir em processos de transferência tecnológica, já que seu conteúdo é mais detalhado que o encontrado em outras formas de publicação.
Literatura cinzentaas iniciativas
• O desconhecimento da definição de LC
e a carência de fontes de informação, motivaram o surgimento de várias iniciativas de estudo desse tipo de literatura.
Iniciativas na Europa
EUROPA ESCOPO ESTABELECIMENTO ANO
BLDSCPossui uma das maiores coleções de documentos cinzentos Ato Parlamento 1972
SIGLESistema de cooperação sobre LC buscandoestabelecer normas e padrões para o seu uso CCE, BLDSC 1978
EAGLE Edita a base de dados do SIGLE Afiliadas - SIGLE 1985
INISTIniciativa da França para tratar e difundir os resultados de investigações científicas CNRS 1988
Fonte: A autora
Iniciativas nos Estados Unidos
EUA ESCOPO ESTABELECIMENTO ANO
COSATIComitê encarregado da coordenação e difusãodas informações científicas e técnicas FNC 1950
NTISAgência criada para divulgação dos relatóriostécnicos para a indústria Norma executiva 9568 1970
GreyNet Cooperação internacional Primeira GL' 93 1993
Fonte: A autora
Iniciativas no Brasil
BRASIL ESCOPO ESTABELECIMENTO ANO
CENPESPossui acervo de relatórios técnicos, tesese traduções Petrobrás 1955
CIN/CNENServiço de acesso a bases de dados naárea de energia nuclear CNEN 1956
BIREME
Bases de dados com teses, anais de congresso, informes técnicos e científicos;publicações governamentais e relatórios OPAS - MS 1967
IBICTOferece serviços; desenvolve tecnologiase investigações em Ciência da Informação Ministério C & T 1976
CENAGRISistema Nacional de Informação e Documentação Agrícola - SNIDA Ministério Agricultura 1980
Fonte: A autora
As conferências sobre LC
TEMAS DAS CONFERÊNCIAS SOBRE LITERATURA CINZENTA
EVENTO ANO TEMAS
Seminário de York 1978Sistema de informação da LCcomo um sistema de cooperação
Primeira Conferência Internacional sobreLiteratura Cinzenta 1993 Weinberg ReportSegunda Conferência Internacional sobreLiteratura Cinzenta 1995 Explorações cinzentas para o Século XXI
Terceira Conferência Internacional sobreLiteratura Cinzenta 1997
Perspectivas sobre o desenho etransferência de Informação Científica e Tecnológica
Quarta Conferência Internacional sobreLiteratura Cinzenta 1999
As novas fronteiras da LiteraturaCinzenta
Quinta Conferência Internacional sobreLiteratura Cinzenta 2003
Assuntos Cinzentos no Mundo deInformação Transmitida em Rede
Sexta Conferência Internacional sobreLiteratura Cinzenta 2004 Trabalhos cinzentos em desenvolvimentoSétima Conferência Internacional sobreLiteratura Cinzenta 2005 Acesso aberto para os recursos cinzentos
Fonte: A autora
Buscando conceitos
• Literatura cinzenta:– “aquela que é produzida em todos os níveis
de governo, academias, negócios e indústrias em formato impresso ou eletrônico, mas que não é controlada pelos editores comerciais.” (Carvalho, 2001)
• Relatório:– É o tipo de documento que apresenta os
resultados de projetos técnico-científicos, bem como de testes efetuados para comprovação e avaliação. Os relatórios técnicos geralmente são preparados em linguagem concisa e se concentram no conteúdo permitindo, assim, que o leitor possa acompanhar o processo e fazer desenvolvimento a partir dessa leitura.” (Cunha, 2001)
O caminho
Literatura cinzenta
Relatórios
Classificação
Produção
Acesso
Classificação dos documentos cinzentos
Comunicações
Relatórios
Teses
Anais, atas e notas de reuniões
Produção e acesso da LC
• Produção da LC:– produzida nos ambientes de pesquisa, ou
seja, nos laboratórios, Universidades etc.
• Acesso:– Seminário de York na Europa em 1978;– A primeira Conferência sobre LC em 1993
Relatórios e sua classificação
Quadro 4 - Classificação dos relatórios segundo os autores
Autor Documentos primários
Amat Nogueira Relatórios científicos e técnicos
GroganRelatórios de pesquisa eRelatórios de expedição científica
Pinto Molina Relatórios
Villaseñor Relatórios científicos e técnicos
Fonte: Almeida MRG. Literatura cinzenta: teoria e prática.São Luís: EdiçõesUFMA//Sousândrade; 2000
Nota: Adaptado pela Autora
Relatórios e sua produção
• Garvey (1979) considera o relatório como modo de disseminar informação mais precocemente;
• Ramalho Correia (2001) enfatiza o caráter interdisciplinar e pluridisciplinar do relatório;
• Para as agências o relatório é uma forma de tomar conhecimento sobre a aplicação dos recursos;
• Meadows (1999) constatou que os relatórios de projeto de pesquisa são publicados em formato diferente dos artigos de periódicos.
Acesso aos relatórios
• Segundo Luzi (2000) a primeira bibliografia de relatórios:– Bibliography of Scientific and
Technical Research foi publicada em
1946;
• Para Población (1992) o acesso restrito em função da confidencialidade; da propriedade intelectual; empresarial – são fatores que dificultam a coleta e a
representação
Produção dos relatóriosQuadro 2 - Literatura de relatórios e literatura cinzentaDimensões da comparação Literatura de relatórios Literatura cinzenta
Primeiro uso do termo 1940 1980
Características Acompanhamento de projetos epesquisas sustentadas pelogoverno e agências, com forteênfase em contrato da área dedefesa
Todo tipo de literatura nãodisponível através dos canaisformais, incluindo relatórios,literatura de negócios, tradu-duções e publicações ad hoc
Controle bibliográfico 1-Código de serie, outorgado porquem origina o relatório;2-Número de acesso, outorgadopelas agências de destinação;
Ocasional, com algum usodo ISBN
Formato Prevaleciam as cópias em papel e microfichas
Trabalhos impressos, manus-critos, folhetos e microformas
Desenvolvimento e statusFormatos bem estabelecidos ereconhecidos pelas comunidades de P&D
Assunto tratado pela IFLA eoutras organizações
DisponibilidadeDetalhes contidos empublicação periódica
Incerta: estão sendo feitosesforços de disponibilizaçãonos níveis organizacionais enacionais
Fonte: Auger CP. Information sources in grey literature. London: Bowker Saur; 1994.
Nota: Adaptado pela Autora
O ambiente da pesquisa
• CICT – Necessidade de se ter informação a
respeito dos projetos de pesquisa– O Departamento de Planejamento não
conta com sistema de monitoramento satisfatório dos projetos de pesquisa;
– Não tem conhecimento dos relatórios referentes aos projetos firmados com agências externas.
Construção do objeto
• Procedimentos de analise e fontes de informação– Interrogamos pesquisadores e gestores
sobre:• O entendimento das formas atuais de
produção dos relatórios;• A importância dos relatórios para suas
atividades;• As condições atuais de acesso e suas
expectativas a respeito de uma disponibilidade mais ampla desses documentos
– Analisamos alguns relatórios disponíveis;– Observamos algumas bases de dados
que disponibilizam registros dos relatórios de pesquisa
Entrevistas
• Pesquisadores (10 entrevistados):
– Produção dos relatórios para as agências• Obrigatoriedade de apresentação de
relatório:Não 7 Sim 2Não sei 1
• Demandas específicas sobre o conteúdo:Não 6 Sim 2Não sei 1 Às vezes 1
• Formato:Não 4 Sim 4Não sei 1 Às vezes 1
Entrevistas
• Condições de acesso– Dificuldade de acesso:
Sim 9Outra 1
– Usam diferentes tipos de fontes de informação(relatórios, teses, bases de dados etc):Sim 5Não 1 Não sei 1 Às vezes 2 Outra 1
– Usam o Google:Sim 9Às vezes 1
Entrevistas• A importância dos relatórios
– Constatou-se que os entrevistados usam relatórios de outros pesquisadores;
– Importante encontrar em um relatório:• O método• O detalhamento das análises• O que não deu certo
Valor do relatório e a visão do CICT– Todos os entrevistados têm
expectativas quanto à gestão dos projetos de pesquisa na Unidade – bom uso dos relatórios de pesquisa
Entrevistas
• Gestores (3 entrevistados):– Normas de produção:
• Normas acessíveis• Formato não muda• Consideram todos os relatórios
importantes (parciais, finais)– Guarda do relatório:
• O relatório fica armazenado• Disponibilizado:
– Sim (2) Não (1)
Análises
• Relatórios:– Conteúdo– Tipo de relatório– Estrutura
• Bases de dados:– LILACS– DINT– SUPRIR
– ACERVOS ON LINE
Relatórios
Tipo de relatório relatório 1 relatório 2 relatório 3 relatório 4 relatório 5 relatório 6 relatório 7
parcial sim sim sim sim
final sim sim sim
publicado não não não não não não sim
disponibilizado não não não não sim não sim
ano 2004 2004 2004 2004 2003 2003 2003
total de páginas 7 2 32 7 258 85 92
Fonte: A autora
Bases de dados
Quadro 13 - Modelos de bases referenciais
CAMPOS LILACS DINT SUPRIRACERVOSON LINE
Código / IdentificaçãoTipoNúmero de chamadaNúmero do relatórioAutorTítuloImprentaIdiomaProjeto / NotasResumoAssuntoLocalizaçãoFonte:A autora
Proposta -1
• Estrutura de produção do relatório:– Observação de critérios para
padronização e de inserção de elementos mínimos na estrutura do documento, tomando como parâmetro documentos normativos.
Proposta - 2
• Representação :• Campos:
– Descritivos (com elementos para a recuperação e identificação)
»Não temáticos (autoria, localização, formato Marc)
»Temáticos (Indexação, Classificação, título, resumo)
– Gestão (organização e validação» Identificação do projeto»Agência, código do projeto»Tipo de relatório, Grupo de
pesquisa
A estrutura de base referencial
Quadro 14 - Proposta de base referencialFormato Marc21 Código MarcNome do campo Campo sub-campoIdioma 041 aNúmero de chamada 090 aAutor 100 aInstituição de vínculo 100 uTítulo 245 aNúmero do relatório 245 aTipo de relatório 245 pEdição do relatório 250 aImprenta 260 a - b - cDescrição física 300 aNota de conteúdo 505 aResumo 520 aAssunto 650 aGrupo e linha de pesquisa 690 aTítulo do projeto 740 a - hCódigo de identificação do projeto 740 nAgência patrocinadora 740 pLocalização 500 aDisponibilidade 505 aElemento de ligação eletrônica 856 uFonte:A autora
Proposta - 3
• Formas de acesso:– critérios estabelecidos por cada
tipo de pesquisa e poderá ocorrer em dois níveis:• Intranet (integra ou resumo)• Internet (íntegra ou resumo)
Conclusão – 1
• Expectativa que os pesquisadores ouvidos têm com relação a disponibilização e à gestão dos relatórios de pesquisa;
• O relatório além de descrever o desenvolvimento da pesquisa com seus entraves e sucessos, evidencia as habilidades do pesquisador e o que precisa ser desenvolvido
• Identificação da dificuldade de acesso aos relatórios de pesquisa, tanto por parte dos gestores quanto por parte dos pesquisadores;
Conclusão - 2
• Acesso será ampliado pela representação da informação formalizada e veiculadas de forma distinta, tendo em vista a diversidade das instituições, dos vocabulários utilizados, das práticas da pesquisa e de níveis de indexação de cada base.
• A adoção de procedimentos metodológicos, visando diminuir a lacuna entre o método e as boas práticas de padronização na produção dos relatórios por partes das agências, inclusive pela própria FIOCRUZ;
• Esta proposta ampliará o valor do relatório proporcionando possibilidade de reflexão sobre a pesquisa e seu significado.
• Para o Brasil:– Necessidade de sistema de
cooperação entre instituições das diversas áreas, buscando:•Normalizar o tratamento da LC;•Divulgar •Ampliar o acesso aos documentos
cinzentos
Conclusão - 3
[email protected]@cict.fiocruz.br
SIGLAS
BIREME Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da SaúdeBLDSC Centro de Fornecimento de Documentos da Biblioteca BritânicaCCE Comissão da Comunidade EuropéiaCENAGRI Coordenação de Informação Documental AgrícolaCENPES Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Miguez de Mello
CIN/CNENCentro de Informação Nuclear da Superintendência de Informáticada Comissão Nacional de Energia Nuclear
CNRS Centro Nacional de Investigação CientíficaCOSATI Comite de Informação Técnica e Científica
EAGLE Associação Européia para Exploração da Literatura Cinzenta na EuropaFID Federação Internacional de Informação e DocumentaçãoFNC Fundação Nacional de CiênciaGreyNet Rede de Serviço de Literatura CinzentaIBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e TecnologiaIFLA Federação Internacional de Associações de Bibliotecários e BibliotecasINIST Instituto Nacional de Informação Científica e TécnicaNTIS Serviço Nacional de Informação TécnicaSIGLE Sistema de Informação sobre Literatura Cinzenta na Europa
Fonte: A autora
Bibliografia• Carvalho EMR. La literatura gris y su contribución a la sociedad
del conocimiento. Proceedings of the 67th IFLA Council and General Conference; 2001. http://www.ifla.org/ (acessado em 19/abr/2004).
• Cunha MB. Para saber mais: fontes de informação em ciência e tecnologia. Brasília: Briquet de Lemos/Livros; 2001
• Di Cesare R. The use of literature in the agricultural economic field: a quantitative analysis. Proceedings of the 2th International Conference on Grey Literature; 1995, Washington: TransAtlantic; 1995
• Almeida MRG. Literatura cinzenta: teoria e prática. São Luís: Edições UFMA/Sousândrade; 2000.
• Garvey WD. Communication: the essence of science. Oxford: Pergamon Press; 1979.
• Ramalho Correia AM, Castro Neto M. Repositórios digitais de literatura científica cinzenta: estudo de caso sobre as percepções e atitudes das comunidades científicas da Matemática e das Ciências Agrárias em Portugal Anais da 2ª Conferência da Associação Portuguesa de Sistemas de Informação, Comunicação; 2001 Nov 21–23; Évora; Portugal
• Meadows AJ. A comunicação científica. Brasília: Briquet de Lemos/Livros; 1999.
Bibliografia
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• LILACS [base de dados na Internet]. São Paulo: Bireme; 2004. http://bases.bvs.br/public/scripts/php/page_show_main.php?home=true&lang=pt&form=simple. (acessado em 02/dez/2004).
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• Acervos Online [base de dados na Internet]. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2004. http://www.fiocruz.br/acervosonline (acessado em 02/dez/2004).
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