Linguística e Antropologia Yonne Leite
-
Upload
tomas-meireles -
Category
Documents
-
view
217 -
download
0
Transcript of Linguística e Antropologia Yonne Leite
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
1/23
Ref.: LEITE, Yonne de Freitas. Linguística e Antropologia. In: CIÊNCIA E CLTRA,
!"#$!%, p. $!&$'$!(!,$(").
Linguística e Antropologia
Rece*ido para pu*lica+o e- !/"/$(")
Yonne de Freitas Leite, 0useu Nacional 1 ni2ersidade Federal do Rio de
3aneiro, Rio de 3aneiro, 45.
Na 6rea das ci7ncias 8u-anas onde -ais ecoou e- nosso 9aís a
potencialidade de ínti-a cola*ora+o de dois ca-pos de con8eci-ento foi,
se- d2ida, entre a Linguística e a Antropologia. No seria e;agero dis fa-a e prestígio e despertou -aior
interesse nos -eios intelectuais no pelos con8eci-entos das estruturas
linguísticas e- si, -as si- pela sua possi*ilidade de oferecer u- -?todo de
tra*al8o dos -ais rigorosos, passí2el de ser utili ? u-a
ci7ncia social co-o as outras, -as a =ue, de 86 -uito, reali
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
2/23
9or =ue tal papel reno2ador foi atri*uído linguísticaJ Kual a
desco*erta =ue a apro;i-ou das ci7ncias e;atasJ 9or =ue especi@ca-ente a
fonologiaJ Todas essas perguntas so i-portantes para o entendi-ento das
a@r-a+es de L?2i'Btrauss.
Indu*ita2el-ente foi na fonologia =ue a -etodologia da linguística
estrutural -ais se desen2ol2eu. Foi atra2?s do estudo da parte sMnica =ue
se c8egou depreenso do contínuo sonoro de u-a unidade -íni-a de
funciona-ento, =ue se deno-inou de fonema. E -ais ainda, tal co-o o
6to-o, essa unidade -íni-a foi deco-posta e- co-ponentes #ou tra+os%
*6sicos, cua presen+a ou aus7ncia caracteri
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
3/23
Foi esta no+o de oposi+o e a de tra+os distinti2os, no+es essas
tra*al8adas e- profundidade na fonologia, =ue L?2i'Btrauss le2ou para a
Antropologia e aplicou co- sucesso, pre-ilinar-ente na an6lise de
2ariantes de -itos e no estudo de siste-as de parentesco. E- seu artigo DA
estrutura dos -itos, seguindo u-a t?cnica se-el8ante usada para a
depreenso de fone-as, esta*elece u-a unidade -íni-a de interpreta+o 1
o -ite-a. E, no siste-a de parentesco, aprofundando a no+o de oposi+o
pelo seu uso e- Linguística, refor-ula a teoria e;istente so*re unidades
nucleares, partindo de u- siste-a opositi2o nas atitudes de relaciona-ento
dos pares pai/@l8o, ir-o/ir-, -arido/-ul8er, tio -aterno/@l8o da ir-.
Ate-o'nos a=ui s pri-eiras incurses de L?2i'Btrauss no uso da
-etodologia linguística. Bua o*ra ? *astante con8ecida do p*lico *rasileiro.
Li2ros co-o O cru e o cozido, O totemismo hoje, O pensamento selvagem
ultrapassara- o do-ínio dos antrop>logos e6 pertence- ao -undo da
literatura e @loso@a.
ale -ais a pena le-*rar =ue entre os antrop>logos *rasileiros as
ideias de L?2i'Btrauss no se restringira- discusso acad7-ica ou a
e;posi+es e- sala de aulas ou confer7ncias. Elas fora- utili
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
4/23
para a a+o social. 36 3lio C?sar 0elatti e- D -ito e o
Xa-,esta*elecendo os -ite-as de *iogra@as de ;a-s e os -ite-as do
-ito Hra8o =ue e;plica as origens dos poderes de curar, -ostra =ue essas
*iogra@as re2i2e- o -ito.
9or?- de2e-os le-*rar =ue a potencialidade da linguística co-o
fornecedora de -?todo para as ci7ncias sociais no foi desco*erta de L?2i'
Btrauss. Co-o o pr>prio L?2i'Btrauss assinala), 0arcel 0auss 6 dissera
antes =ue DA sociologia estaria certa-ente, -uito -ais a2an+ada se ti2esse
procedido, e- todas as situa+es, -aneira dos linguistas. er essa
possi*ilidade de procedi-ento ?, por certo, ilu-inador. Tentar aplicar esse
procedi-ento ?, se- d2ida, u- desa@o esti-ulante, desa@o =ue L?2i'
Btrauss aceitou e onde e;ercitou seu poder criati2o co- intelig7ncia, le2es ? =ue esse encanta-ento no @cou no
ní2el da aceita+o passi2a e deslu-*ra-ento. 9rodugico, sendo suas proposi+es testadas e- 2istas de
dados e situa+es outras.
9or?-, at? a=ui s> te-os falado da rela+o entre a Linguistica e a
Antropologia de u- -odo a*strato e unidirecional: a linguística ser2iria de
-odelo para o esta*eleci-ento de u- -?todo de an6lise. utros -odos derelaciona-ento so igual-ente possí2eis e outras perguntas so
igual-ente26lidas, =uais sea- $% at? onde os resultados concretos da
analise linguística pode- contri*uir para o con8eci-ento antropol>gico ou
nu-a dire+o in2ersaG !% e- =ue o con8eci-ento dos -?todos e/ou
resultados antropol>gicos pode- contri*uir para o con8eci-ento
linguísticoJ
A pri-eira possi*ilidade de utilirica e do -?todoco-parati2o de reconstru+o e classi@ca+o. A Linguística ist>rica
Co-parati2a parte do pressuposto de =ue certas se-el8an+as entre línguas
diferentes no so de2idas ao -ero acaso ou a fatores uni2ersais. Certas
se-el8an+as s> pode- ser e;plicadas por cone;o 8ist>rica.
) DA an6lise estrutural e- Linguística e Antropologia. In Antropologia
estrutural #Trad. Oe C8ai- Hat< e Eginardo 9ires%, p. V). Edi+oes Te-po5rasileiro, Rio de 3aneiro, $(".
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
5/23
E2idente-ente 86 entre as línguas, se-el8an+as =ue t7- sua
e;plica+o e- fatores uni2ersais, isto ?, so inerentes caracteripria de@ni+o de linguage- 8u-ana. Assi- ? =ue as línguas t7- no-es
e 2er*os, possessi2os e prono-es, nega+o e interroga+o etc. utras
se-el8an+as so -era-ente acidentais. ale a pena rele-*rar a=ui o
cl6ssico e;e-plo dado por 5loo-@eld da si-ilaridade super@cial e aparente
entre o grego -oderno ‘mati e o malaio -ata a-*as as pala2ras
signi@cando Dol8o. Beria fantasioso atri*uir =ual=uer e;plica+o a no ser a
-era casualidade a essa se-el8an+a de for-a e sentido. Oo -es-o-odo
de2e- ser interpretadas, por e;e-plo, as se-el8an+as entre a pala2ra do
Tapirap? ma e o 2oc6*ulo portugu7s mão ou ainda entre o radical preso
Tapirap? 1pi e o portugu7s pé, e-*ora 8aa u-a correspond7ncia de sons e
sentido.
9ara =ue as correspond7ncias de so- e sentido ten8a- u- 2alor para
a Linguistica Co-parati2a ist>rica ? preciso =ue 8aa recorr7ncia e
siste-aticidade. o =ue acontece, por e;e-plo, na repeti+o siste-6tica da
correspond7ncia entre p e- snscrito, grego e lati-, tico fadar ,
noruegu7s antigo fader , ingl7s antigo f "dar . Essa correspond7ncia serepete siste-atica-ente e- outros 2oc6*ulos co-o lati- por#us, irland7s
antigo or# , ingl7s antigo fearh.
Essas correspond7ncias siste-6ticas per-ite- a reconstru+o de
proto'for-as e a 8ip>tese a=ui ? =ue essas proto'for-as representaria- u-
est6gio -ais antigo co-u- a todas as línguas =ue contri*uíra- para sua
reconstru+o. Essa língua co-u- teria se diferenciado e- 2irtude de
di2ises s*itas de grupos =ue se distanciara- geogra@ca-ente, =uer por
-igra+o, =uer por intruso de outros grupos, e passara-, assi-, a ter u-desen2ol2i-ento linguístico di2erso. -?todo co-parati2o per-ite assi- a
classi@ca+o gen?tica das línguas e a reconstru+o do 2oca*ul6rio e
gra-atica da língua 8ipot?tica da =ual as outras se originara-.
Foi desse -odo =ue se conseguiu agrupar, reconstruindo'se o 9roto'
Indio'Europeu, línguas to diferenciadas co-o o snscrito, o 8itita, o celta, o
lati-, o russo, o sueco, o al*an7s, o ale-o, o ingl7s etc., co-o -e-*ros
de u-a grande fa-ília linguística diferenciada do @nland7s, do estoniano,
Language, cap. XII, enrU olt, $(.
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
6/23
do 8ngaro, do lapo =ue for-aria-, co- outras, a fa-ília das línguas ugro'
fínicas.
-?todo co-parati2o foi posterior-ente enri=uecido co- a
glotocronologia. A glotocronologia ? u-a t?cnica =ue procura datar est6gios
anteriores das línguas, nu- sí-ile da t?cnica de data+o por -eio do
car*ono $V para o -aterial ar=ueol>gico. A glotocronologia" parte do
pressuposto =ue u-a parte do 2oca*ul6rio de =ual=uer língua ? -enos
suscetí2el de -udan+a =ue outras partes. Essa por+o -ais constante te-
sido deno-inada de vocabul$rio b$sico e inclui no-es de partes do corpo,
certos ter-os de parentesco, certos 2er*os e no-es co-uns&, etc. Oaí
decorre- duas 8ip>teses *6sicas. A pri-eira ? =ue a percentage- de
reten+o dos ter-os do 2oca*ul6rio *6sico ? constante atra2?s dos te-pos.
A segunda ? =ue a percentage- de perda do 2oca*ul6rio *6sico e- todas
as línguas ? apro;i-ada-ente a -es-a. A aplica+o da t?cnica
glotocronol>gica per-itiria deter-inar co- -aior preciso a ?poca e- =ue
dois grupos linguísticos se separara-.
9ara os antrop>logos tais resultados se -ostraria- teis de duas
-aneiras. e-prego do -?todo co-parati2o e sua 8ip>tese de orige-
co-u- das línguas =ue co-partil8a- das se-el8an+as audaria- a
esclarecer a intrincada =uesto de orige- e po2oa-ento das A-?ricas. sresultados linguísticos ser2iria- assi-, para referendar 8ip>teses
concernentes aos -o2i-entos -igrat>rios dos 26rios po2os se-
docu-enta+o escrita. A glotocronologia, ento, a*riria perspecti2as ainda
-ais pro-issoras, pois poderia 2ir a referendar os resultados da data+o
pelo -?todo do car*ono $V do -aterial ar=ueol>gico. Oesse -odo poder'se'
ia precisar -ais a ?poca das -igra+es e dos po2oa-entos.
utro -odo aparente-ente e;tre-a-ente atraente para os
antrop>logos dos resultados dos tra*al8os oriundos da reconstru+o8ist>rica so os estudos =ue procura- reconstituir a cultura e as institui+es
" 9ara u-a 2iso did6tica do -?todo glotocronol>gico consulte'se Bara84udsc8insSU DT8e A5C of le;icostatistics. %ord, $!#!%: $")'!$W, $().
& 9ara a deter-ina+o de itens le;icais *6sicos cnsulte'se 0orris BZades8DCuestionario para el c6lculo l?;ico'estatístico de la cronologia pr?'8ist>rica. 5oletín in@genista ene
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
7/23
origin6rias, *aseando'se na concordncia entre os 2oca*ul6rios das línguas
co-paradas. Beria co-o c8egar'se a u-a realidade cultural do 9rato'Indo'
Europeu. Tal tarefa, =ue pode le2ar a especula+es perigosas, se- d2ida
seria de 2alor a todos a=ueles interessados e- est6gios culturais 6
desaparecidos.
Nesse -*ito ca*e fasito ? *e- di2erso dos tra*al8os a =ue nos referi-os no par6grafo
aci-a, e-*ora ten8a certas se-el8an+as. No procura ele refa
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
8/23
language -uito *e- retrata esse esfor+o con ugado e os a2an+os e recuos
e- cada passo.
A situa+o no ? e2idente-ente a -es-a no =ue se refere, para nos
ater-os ao caso *rasileiro, s línguas indígenas. Oe 86 -uito linguistas
*rasileiros$W 27- c8a-ando a aten+o para a necessidade urgente de u-
estudo siste-6tico e profundo de nossas línguas indígenas. 0uitas 6
desaparecera- se- =ue ti2esse- sido de2ida-ente registradas. A grande
-aioria do -aterial e;istente restringe'se a listas 2oca*ulares, ne- se-pre
col8idas co- o rigor necess6rio. Al?- disso o tra*al8o co-parati2o e;ige
u-a 8o-ogeneidade do -aterial, isto ?, =ue o -es-o ite- sea registrado
nas di2ersas línguas. Ne- se-pre as listas de =ue dispo-os cu-pre- esse
re=uisito. As gra-6ticas ta-*?- so poucas e algu-as se resu-e- no =ue
podería-os c8a-ar es*o+os gra-aticais. s estudos co-parati2os no
nosso 9aís so, portanto -uito tentati2as e restritos. As classi@ca+es -ais
a-plas e;istentes co-o a de 0ason$$ e a de 4reen*erg$! no segue- o
-?todo co-parati2o rigoroso de esta*eleci-ento de cognatos e de
reconstru+o paulatina e gradual dos ní2eis -ais profundos de
relaciona-ento.
Co- isso no se =uer diricos co-parati2os seguindo o -?todo co-parati2o. Te-os,por e;e-plo, o tra*al8o de 0iria- Le-le$ e- =ue pela co-para+o do
2oca*ul6rio *6sico de $W línguas, reconstr>i cerca de !WW cognatos e
esta*elece u-a classi@ca+o interna da Fa-ília Tupi'4uarani. Anterior-ente
Oall]Igna$V Rodrigues apresentara u-a classi@ca+o do Tronco Tupi, nu-
cuidadoso tra*al8o, seguindo a t?cnica l?;ico'estatística, isto ?, usando
$W Cf. ArUon Oall]Igna Rodrigues \s estudos de ling^ística indígena no 5rasil\.,evista de antr o pologia- $$#$'!%: ('!!, Bo 9aulo, $(.
$$ \T8e languages of Bout8 A-erican Indians\. andboo# of /outh American&ndians- 2ol. . B-it8sonian Institute, _as8ington, O.C.
$! \T8e general classif ication of Central and Bout8 A-erican Indian languages\./elect ed 0apers of the 1ifth 2ongress of Anthropological and 3thnological /ciences#A. F. C. _allace, ed% ni2ersitU of 9ensUl2annia 9ress, $(W.
$ \Internal classi@cation of t8e Tupi'guarani linguistic fa-ilU\. *upi studies I #Oa2id
5endor'Ba-uel,ed% Bu--er Institute of Linguistics. ni2ersitU of Sla8o-a,Nor-an, $("$.
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
9/23
glotocronologia se- a inten+o de datar a ?poca de separa+o entre as
fa-ílias e línguas de cada fa-ília. Essa sua cautela e- e2itar a data+o
e;pressa *e- a situa+o da e;tenso do con8eci-ento das línguas
indígenas *rasileiras. Confor-e o pr>prio Rodrigues e;plica \no nos
propo-os a e-preender =ual=uer data+o especial-ente por=ue o -aterial
e;a-inado ainda apresenta -uitas lacunas #p. $W$%\.
9ara as línguas 37 dispo-os apenas do tra*al8o de Ir2ine Oa2is$), e-
=ue usando o ApinaU?, o Canela, o BuUa, o Xa2ante e o Hara6, reconstr>i os
prato'fone-as e cerca de $WW itens 2oca*ulares. 9ara a fa-ília Harí*e
te-os o tra*al8o de Oes-ond Oer*is8ire$ co-parando o Ha;uUana,
i;Sariana e o _aiZai
e o de Ernesto 0igliario federal do Rorai-a\. Atas do /imp9sio sobre6iota Amaz:nica- 2ol. ! #Antropologia%, $)'$", $(".
$& \A classi@ca+o dos cinta larga\. ,evista de antropologia- 84 ! !"'W, Bo9aulo, $(.
$( \fai?'Xa2ante, a 37 language\. 3studos sobre l5nguas e culturas ind5genas- $'$.Bu--er Institute of Linguistics, 5rasília, $("$.
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
10/23
Bara8 4udsc8insSU!W so*re línguas -e;icanas, e- especial o 0alogos esto cientes desta li-ita+o aos resultados da
ling^ística co-parati2a, -as assi- -es-o so essas as classi@ca+es =ue
usa- ao se referire- aos grupos por eles pes=uisados.
Esse estado de coisas, por?-, se e;plica. Confor-e disse-os o 7;ito
dos estudos co-parati2os do Indo'Europeu decorreu e- grande parte da
e;ist7ncia de descri+es ricas e a*rangentes das línguas estudadas. Al?-
disso os co-parati2istas era- profundos con8ecedores de 26rias das
línguas =ue co-para2a-. Oedicara- toda sua ati2idade intelectual a esse
-ister. Entre n>s, e isto ? i-portante frisar, o n-ero dos =ue se dedica- a
esse tipo de ati2idade ? e;íguo. Isto por=ue, e- pri-eiro lugar o estudo
descriti2o de línguas indígenas e;ige períodos prolongados de tra*al8o de
ca-po e- aldeias indígenas distantes. 9ara se do-inar relati2a-ente *e-
u-a dessas línguas, precisa'se de te-po, dedica+o e disposi+o para
afastar'se dos centros ur*anos por 2arios períodos e- 26rios anos. tra*al8o co-parati2o ta-*?- ? lento, detal8ado e -inucioso, e;igindo
8oras =ue so-adas perfas, co- as
o*riga+es da atual 2ida acad7-ica teria- -aterial-ente condi+es para
dese-pen8ar essa tarefa. No seria inoportuno le-*rar a=ui =ue os
grandes tra*al8os co-parati2os do indo'europeu fora- feitos no s?culo XIX
e pri->rdios do s?culo XX, te-pos e- =ue a estrutura acad7-ica, as
e;pectati2as do tra*al8o intelectual e a concep+o de produti2idade na 2ida
uni2ersit6ria era- outras.Be nos parece pouco pro-issora esta pri-eira possi*ilidade da
utililogos
referendare- suas teorias so*re -igra+es, po2oa-ento sucessi2os e
cone;es 8ist>ricas o =ue no se dir6 do ca-po a*erto pelo tra*al8o de
5en2eniste a =ue nos referi-os atr6s. Tal e-preendi-ento, e- =ue se
procura des2endar u- princípio de unidade =ue se esfacelou pelas
-odi@ca+es da sociedade, se *aseia na cuidadosa depreenso dos
!W \0a
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
11/23
se-ante-as e- suas rela+es co- as institui+es e 2alores sociais. E-
su-a, precisa'se de u-a *oa eti-ologia. ra, ? e;ata-ente essa 6rea o
estudo das línguas indígenas *rasileiras =ue te- dado -arge- s -aiores
fantasias e dedu+es despro2idas de =ual=uer 2alidade. Na Tupinologia
8ou2e durante u- certo período a cren+a de =ue as línguas indígenas era-
aglutinantes. Kual=uer pala2ra Tupi de2eria ser deco-posta e- u-a s?rie
de ele-entos cada u- co- u- signi@cado. 36 e- $(W, 3os? de iticica, e-
sua co-unica+o ao Congresso de A-ericanistas e- a-*urgo!$, alerta2a
para a precariedade e interpreta+es du2idosas das eti-ologias e- Tupi.
pr>prio 5en2eniste ao de@nir a escol8a das línguas indo'europ?ias para o
tra*al8o a =ue se prope dei;a clara a posi+o pri2ilegiada dos estudos do
indo'europeu. Begundo ele #p. (%: \Entre as línguas do -undo, as da fa-ília
indo'europ?ia se presta- s in2estiga+es -ais e;tensas no espa+o e no
te-po, s -ais 2ariadas e as -ais profundas por se estendere- da `sia
Central ao Atlntico, por sere- atestadas por u- período de =uase =uatro
-il?nios, por estare- ligadas a culturas de ní2eis diferentes, por?-, -uito
antigas, estando algu-as delas entre as -ais ricas =ue 6 e;istira-, por @-,
por tere- 26rias dessas línguas produ
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
12/23
=uando 86 u-a *i*liogra@a linguística, no tra*al8o de ca-po e pela
naturelogo se-pre se defrontar6 co-
situa+es linguísticas =ue ele ter6 de analisar e resol2er, pois ne- tudo est6
contido nos tra*al8os especí@cos de linguística.
9or?- para os antrop>logos o con8eci-ento da linguage- no se
li-ita a us6'la para a co-unica+o co- os -e-*ros da sociedade e-
estudo. Oo ponto de 2ista -era-ente funcional a linguage- ? 2ista co-o
u- 2eículo de co-unica+o. 9or?- do ponto de 2ista episte-ol>gico, o
pro*le-a ? -ais co-ple;o. As correntes @los>@cas =ue trata- da
correla+o linguage-, pensa-ento e realidade se di2ide- e se entrela+a-.
papel da linguage- no processo de cogni+o ? tal2e< u- dos pro*le-as
-ais antigos da episte-ologia. Algu-as correntes considera- a linguage-
apenas co-o u- -eio do 8o-e- esta*elecer contato co- a realidade, u-
-eio de e;presso @el do -undo o*eti2o. A linguage- seria u-a c>pia
desse -undo. utros pensa- =ue a linguage- no ? u-a c>pia da
realidade, -as ? ela =ue- fa< a realidade. A linguage-, pois, no e;pressa
a coisa e- si, -as ela cria o -undo o*eti2o. utros sustenta- a 8ip>tese
de =ue todos os 8o-ens passara- pela -es-a e2olu+o *iol>gica, sendo a
i-age- do -undo for-ada neste processo de e2oluco a -es-a. Begue'se
daí =ue ele-entos linguísticos co-uns so encontrados e- todas aslínguas.
Nessa contro2?rsia u-*oldt adota u-a posi+o -oderada. 9ara ele
seria -ini-ilogo tais perguntas e respostas a elas so da -aior
rele2ncia. -ister do antrop>logo ? ao estudar u-a sociedade c8egar
2iso do -undo =ue esta sociedade te-, ? depreender os siste-as de
2alores =ue a -o2i-enta-, en@-, o ofício do antrop>logo ? poder tradu
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
13/23
ra, algu-as dessas perguntas episte-ol>gicas =ue perdura- 86
-il7nios so passí2eis de 2eri@ca+o e-pírica. E esta 2eri@ca+o e-pírica
seria dada pela linguística. E2idente-ente ne- todas as =uestes @los>@cas
le2antadas pelo pro*le-a 'da correla+o linguage- e pensa-ento,
[linguage- e realidade encontraro u-a co-pro2a+o ine=uí2oca. 6
certas 6reas, por?-, =ue oferece- perspecti2as ani-adoras. 9or e;e-plo, a
concep+o @los>@ca de =ue a linguage- cria a realidade e =ue u-a
-udan+a no siste-a linguístico acarreta u-a -udan+a na i-age- da
realidade pode encontrar u-a co-pro2a+o nas pes=uisas de
etnolinguística. s po2os usa- siste-as linguísticos diferentes, co-
-orfologia, sinta;e 2oca*ul6rio, conte;tos sociais e culturais di2ersos.
Ento, se analisar-os 26rios siste-as linguísticos para 2er se eles
acarreta- i-agens diferentes do -undo, poder'se'ia ter u-a e2id7ncia a
fa2or dessa teoria. E se essa i-age- do -undo est6 consu*stanciada na
língua, os antrop>logos, para podere- tradutese do relati2is-o linguístico
for-ulada por Bapir, a =ual pode ser su-ariada do seguinte -odo: a língua
=ue u-a deter-inada co-unidade fala e co- =ue pensa, organi
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
14/23
8u-anos no 2i2e- apenas no -undo o*eti2o ne- apenas no -undo da
ati2idade social co-o ela ? geral-ente entendida, -as ta-*?- se ac8a-
e- -uito grande parte -erc7 da língua particular =ue se tornou o -eio
de e;presso da sua sociedade. u-a co-pleta iluso i-aginar =ue
algu?- se auste realidade se- o au;ílio essencial da língua e =ue a
língua sea, -era-ente, u- -eio ocasional de resol2er pro*le-as
especí@cos de co-unica+o ou raciocínio. fato incocusso ? =ue o \-undo
real\ se constr>i inconsciente-ente, em grande parte- na *ase de 86*itos
linguísticos do grupo. No 86 duas línguas =ue sea- *astante se-el8antes
para =ue se possa ditulos di2ersos.
Entender u- poe-a, por e;e-plo, no se cifra so-ente e- entender
as 26rias pala2ras se- sua signi@ca+o usual, -as na co-preenso plena
de toda a 2ida na co-unidade, tal co-o ela se espel8a nas pala2ras ou as
pala2ras a sugere- e- surdina. At? atos de percep+o aparente-ente
si-ples esto, -uito -ais do =ue se poderia supor, -erc7 desses padres
sociais =ue se c8a-a- pala2ras. Kue-, por e;e-plo, desen8a u-as do
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
15/23
nos padres de nossa língua. Este acordo ? e2idente-ente i-plícito, -as
seus ter-os so o*rigat>rios...No se pode falar de -odo algu- a no ser
=ue su*scre2a-os a organiprias pala2ras: Considero gratuito =ue
u- indi2íduo opi =ue con8ece apenas a língua opi e as id?ias culturais
e- sua pr>pria sociedade ten8a as -es-as no+es de te-po e espa+o 1
-uitas 2erico da =uesto, suas possi*ilidades de 2eri@ca+o
e-pírica e contra'argu-enta+es. Oe u- -odo geral acredita napotencialidade dos tra*al8os de etnolinguí stica co-o e2id7ncia a fa2or ou
contra algu-as 8ip>teses episte-ol>gicas.
A concep+o de =ue a linguage- oferece a di2iso do -undo, ou o
recorte da realidade, especial-ente seu 2oca*ul6rio estruturado e-
! \Bcience and linguistics\. ln 'anguage- thought and r ealit + - p. !W"'!$( #3o8n 5.Carrcil, ed.% T8e 0.I.T. 9ress, $()".
!V \An A-erican lndian -odel of t8e uni2erse in language\. ln 'anguage- thoughtand realit+- p. )"'V.
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
16/23
ca-pos se-nticos, deu orige- e- antropologia a toda u-a lin8a de
pes=uisa con8ecida co-o \et8noscience\. tra*al8o de ConSlin!) so*re a
classi@ca+o das cores e- anunoo, o de FraSe! so*re a concep+o de
doen+as entre os Bu*anu- de 0indanao e os 26rios tra*al8os de Louns*urU
e 4oodenoug8 procura- -ostrar co-o a ta;ono-ia linguística aliada
detec+o dos co-ponentes se-nticos dos itens 2oca*ulares tradupria a cada cultura. E o nico -eio de
2erdadeira-ente c8egar'se a con8ecer a ess7ncia de u-a cultura seria
esta*elecer os seus siste-as se-nticos classi@cat>rios consu*stanciados
no 2oca*ul6rio e na gra-6tica.
i-portante o*ser2ar =ue a 8ip>tese do relati2is-o linguístico,
con8ecida co-o a 8ip>tese Bapir'_8orf ' encontrou guarida nu-a fase do
estruturalis-o e;tre-ado da linguística norte'a-ericana. s estudos das
línguas indígenas se intensi@cara- e u- dos o*eti2os era desco*rir no2as
estruturas linguísticas e -ostrar e- =uanto elas se diferencia2a- das
c8a-adas línguas das grandes ci2ili
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
17/23
tipo de funda-enta+o dos transfor-ati2istas ? e- parte *iol>gico
' a linguage- seria u-a capacidade inata do 8o-e-. Co-o disse Eric
Lenne*erg!", e- palestra proferida no 0useu Nacional \a nossa esp?cie ?
dotada de u-a -aneira especí@ca de processar os dados da realidade. A
principal -anifesta+o dessa capacidade geral ? a capacidade de síntese
dos processos linguísticos. Essa capacidade se desen2ol2e paulatina-ente
e- cada crian+a aco-pan8ando a -atura+o orgnica desde =ue a
-at?ria'pri-a l8e sea fornecida pelo a-*iente nu- processo =ue se
poderia co-parar ao da nutri+o e cresci-ento ... desa*roc8ar da
linguage- te- seu curso estrita-ente prescrito pelo ca-in8o -aturacional
seguido pela cogni+o. 6 u-a etapa da -atura+o =ue se poderia
deno-inar de disponi*ilidade linguística. A disponi*ilidade linguística ? u-
estado de estrutura linguística latente. desa*roc8ar da linguage- ? o
processo pelo =ual a estrutura latente se realigica da=uilo a =ue os
gra-6ticos t7- dado o no-e de gra-6tica uni2ersal e gra-6tica particular.
A estrutura latente ? respons62el pelas peculiaridades de =ual=uer
enunciado e ta-*?- pelos aspectos e;clusi2a-ente pertinentes
gra-6tica de u-a língua natural\. E -ais ' e isto ? i-portante frisar 'por=ue a=ui a funda-enta+o da teoria transfor-acional se diferenciada
8ip>tese do relati2is-o linguístico, Lenne*erg continua: \Cada indi2íduo
sadio nor-al ? u-a r?plica do outro e- ter-os de seu potencial linguístico
ou estrutura latente usta-ente por ser essa estrutura u-a conse=u7ncia
de processos cogniti2os e curso -aturacional especi@ca-ente 8u-anos\.
A lin8a de tra*al8o da linguística transfor-acional te- sido
e;ata-ente a de tentar deter-inar e- co-o se caracteripria e co-u- a toda a esp?cie 8u-ana. Oentrodessa perspecti2a as diferen+as entre as línguas seria- -era-ente
super@ciais. s -ecanis-os linguísticos, as restri+es de opera+es seria-
os -es-os e- todas as línguas. As pes=uisas linguísticas de 8oe procura-
-ostrar o =ue 86 de geral e co-u- no particular, co-o cada língua e- sua
di2ersidade esconde aspectos uni2ersais. 9rocura'se, assi-, c8egar'se a
!" \Funda-entos *iol>gicos da linguage-\. 9u*lica+es A2ulsas do 0useuNacional, n. ), $("W.
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
18/23
u-a caracteririco, -as os =ue so essenciais linguage- 8u-ana dado o car6ter
@;o dos processos 8u-anos -entais ' ? descon8ecida\. E -ais ainda,
2oltando'se concep+o *iol>gica de Lenne*erg de -atura+o e
desen2ol2i-ento linguístico, sa*e'se =ue a fase de disponi*ilidade ter-ina
por 2olta da pu*erdade e ap>s essa fase se torna =uase i-possí2el aprender
co-o u- nati2o, ter as intui+es de u- nati2o, nu-a outra língua =ue no
sea a =ue se foi e;posto e =ue foi aprendida pri-eira-ente.
Esse tipo de for-ula+o nos le2a a reconsiderar as e2id7ncias e
concluses apresentadas por _8orf entre linguage- e cogni+o. A
in2estiga+o da 8ip>tese do relati2is-o ling^ístico e;ige u-a an6lise e;ata
da estrutura ling^ística considerada. ra, longe esta-os de possuir u-a
an6lise ca*al e incocussa de línguas to estudadas co-o, por e;e-plo, o
ingl7s, =ue no se dir6 das an6lises de línguas indígenasJ
A principal argu-enta+o de _8orb, aceita por Bc8ab, refere'se diferen+a entre a an6lise do 2er*o e- línguas europ?ias, e o ingl7s aí se
inclui, e e- opi. 9ara C8o-sSU o principal defeito da argu-enta+o de
_8orf ? =ue sua an6lise do 2er*o e- ingl7s ? incorreta. Co-o ele di< \E-
ingl7s, por e;e-plo, no 86 *ase estrutural para a 2iso [c>s-ica presente '
passado ' futuro =ue _8orf atri*ui de certo -odo correta-ente aos falantes
das línguas europ?ias co-uns. Ao contr6rio, u-a an6lise for-al da
estrutura do ingl7s -ostrar6 u-a distin+o presente ' passado, u- conunto
de aspectos #perfeito e progressi2o% e u-a classe de -odais, u- dos =uais? o f uturo #entre outros -ecanis-os =ue ser2e- para essa -es-a
@nalidade%. A*ordando'se o ingl7s do ponto de 2ista proposto por _8orf ,
concluiría-os =ue u- falante do ingl7s no te- o conceito de te-po co-o
u-a lin8a dupla-ente in@nita, ele pr>prio ocupando a posi+o de u- ponto
-o2endo'se constante-ente do passado para o presente, -as, ao
contr6rio, ele [conce*e o te-po e- ter-os de u-a dicoto-ia *6sica entre o
=ue ? passado e o =ue no ? ainda passado e e- ter-os de u- siste-a
superi-posto e independente de -odalidades =ue en2ol2e possi*ilidade,
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
19/23
per-$ssao, 8a*ilidade, necessidade, o*riga+o, futuro #esta lti-a no
sendo distinta das outras de nen8u- -odo especial%. Esta concluso ?
a*surda, o =ue si-ples-ente ser2e para -ostrar =ue o nosso conceito de
te-po no ? deter-inado pelas categorias linguísticas de nen8u- -odo
detect62el, -as ? ao contr6rio independente delas. Be isto ? 2erdadeiro
para os falantes do ingl7s, por =ue no o ser6 para os falantes do opiJ\.
Bo por esses -oti2os =ue os seguidores da teoria transfor-acional
2ee- co- certo ceticis-o as e2id7ncias e-píricas apresentadas pela
\et8noscience\ e *aseadas na linguage-. s pro*le-as co- =ue se
defronta o linguista antrop>logo para con8ecer u-a língua =ue no ? a sua
nati2a so to 2astos e co-ple;os ' e o controle nati2o da língua ?
necess6rio para esse tipo de a*ordage- ' =ue as e2id7ncias =ue ele poder6
fornecer estaro pelo -enos por en=uanto fadadas a no tere- u-
contedo su*stancial e profundo.
E- seu artigo \Cognition in et8nolinguistics\!&, Eric Lenne*erg fa<
u-a a2alia+o da -etodologia seguida nos tra*al8os reali
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
20/23
=ue no -eu tra*al8o di6rio lido co- antrop>logos e estudantes de p>s'
gradua+o e- antropologia, todos ac8a- =ue a linguí stica ? necess6ria
para seu tra*al8o e-*ora no sai*a- precisar e- =u7, ne- por =u7.
Kuanto aos linguistas, a-ais encontrei u- interessado e- sa*er o =ue ?
antropologia. Nas estantes dos alunos de p>s'gradua+o e- antropologia 86
li2ros de linguística. a2er6 li2ros de antropologia nas estantes dos alunos
de p>s'gradua+o e- linguísticaJ
A Linguí stica, ao conce*er a linguage- co-o u-a capacidade inata
[do 8o-e-, passou a procurar u- di6logo -aior co- a psicologia e a
*iologia.
i-portante, por?-, no nos es=uecer-os =ue ' a [língua se atualicio'linguística e- =ue conceitos de classe social, estrati@ca+o, status
etc. so i-prescindí2eis, ? *e- pro262el =ue o interesse reco-ece a
despontar. No ? =ue o linguista 2en8a a se tornar u- soci>logo ou
antrop>logo. Apenas ? necess6rio =ue ele co-preenda a co-ple;idade de
u-a di2iso e- classes e estea ciente das li-ita+es de suas concluses
e- ter-os sociol>gicos.Be a i-presso =ue @ca para n>s desta *re2e a2alia+o das
possi*ilidades de uso dos resultados da linguística pelos antrop>logos ? u-
tanto desani-adora e pessi-ista creio =ue ela pode ser e;plicada pela
coloca+o =ue geral-ente se fa< do pro*le-a, a =ual -era-ente tradu
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
21/23
concretos antropologia ou 2ice'2ersa. Creio =ue o =ue apro;i-a o
antrop>logo e o linguista ? o -odo co-o eles a*orda- o o*eto pes=uisado
e o =ue intenta- con8ecer. antrop>logo al-ea entender a co-unidade
por ele estudada co-o u- -e-*ro da=uela sociedade a conce*e. Ele te-
u-a teoria ou 26rias, -as no te- u- siste-a classi@cat>rio apriorístico.
E- seu ofício a realidade e- si pouco i-porta, o =ue i-porta e co-o os
-e-*ros da sociedade a 2ee-. Bo 26rias as teorias de =ue dispe.
linguista, por seu lado, procura e- sua gra-6tica apreender a intui+o do
falante nati2o da língua. Ta-*?- so 26rias as teorias, ta-*?- so
possí2eis 26rias interpreta+es. Tanto o antrop>logo =uanto o linguista lida-
co- realidades de grande ri=ueteses, 2alida+o essa to diferente da
encontrada nas ci7ncias c8a-adas e;atas. E a-*os t7- co-o o *i>logo, o
=uí-ico, o físico, u- -undo concreto sua frente, a língua e- sua
-anifesta+o oral e escrita, o antrop>logo co- a sociedade co- toda sua
ga-a de -anifesta+o concreta e- -itos, organilogos e
linguistas passasse- a dialogar e- ter-os de se con8ecere- =uais asperguntas =ue cada ca-po est6 se falogos do
0useu Nacional posso dar u- teste-un8o dos -ais ani-adores. Creio =ue
tanto linguistas =uando antrop>logos esto na -es-a fase de i-passe, t7-
as -es-as incerte
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
22/23
de franca =ue era,entradas tu al-a.J En d>nde e-pendeJ
0e =ued? por sie-presentado en las 2agaslindes de tu al-a.
-
8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite
23/23
Be os ca-in8os para se atingir ao .con8eci-ento so 6rduos e
difíceis, se, co-o nos di