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LINGUSTICA TEXTUAL
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LINGUSTICA TEXTUAL CARLA ALECSANDRA DE MELO BONIFCIO JOO WANDEMBERG GONALVES MACIEL
Apresentao
Caros Alunos,
Dando continuidade ao trabalho iniciado pelas disciplinas de Leitura e Produo de Texto I e II, a
disciplina de LINGUSTICA TEXTUAL abordar a histria dos estudos sobre o texto, discutindo suas vrias
concepes, questes relativas ao seu funcionamento, bem como processos e estratgias de sua
construo, de maneira que o objetivo da disciplina acompanhar o quadro evolutivo dos estudos da
Lingustica Textual e sua contribuio metodolgica e didtica para o estudo do texto.
Para alcanarmos esse objetivo, dividimos a disciplina em quatro unidades temticas: a primeira
contemplar um breve histrico da Lingustica Textual de modo que o aluno tenha uma viso de onde e
quando ela surgiu, qual o seu objeto de estudo e quais as suas fases at os dias atuais.
A segunda unidade versar sobre os articuladores textuais que tm sido objeto de reflexo da
Lingustica Textual desde os seus primrdios, uma vez que um texto no simplesmente um amontoado de
palavras ou uma sequncia de frases isoladas, mas sim uma unidade lingustica com propriedades
estruturais especficas. Dentre os vrios mecanismos articulatrios sero elencados: repetio de itens
lexicais, paralelismo, parfrases, recorrncia de elementos fonolgicos, de tempos verbais.
No tocante aos vrios assuntos da Lingustica Textual, a terceira unidade ter como prioridade a
discusso sobre o conceito de intertextualidade, a sua importncia no processo da leitura e da escrita,
levantando questes relativas ao seu papel no processo ensino aprendizagem da lngua portuguesa de
modo que possa contribuir efetivamente na formao do aluno do Curso de Letras.
Finalmente, a quarta unidade contemplar os gneros textuais emergentes na mdia virtual e no
ensino, uma vez que diante da penetrao e do papel da tecnologia digital na sociedade contempornea e
das novas formas comunicativas aportadas, o estudo da comunicao virtual na perspectiva dos gneros
particularmente interessante porque a interao on line tem o potencial de acelerar enormemente a
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evoluo dos gneros, tendo em vista a natureza do meio tecnolgico em que ela se insere e os modos
como se desenvolve.
Com este material em mos, pretendemos contribuir para sua formao e ao mesmo tempo
esperando a sua avaliao, sugesto e opinio, de maneira que a participao ser essencial para o bom
desenvolvimento do nosso trabalho em uma grande parceria em prol do sucesso intelectual e profissional.
Para tanto, vamos construir juntos, trocando experincias.
Um abrao fraterno!
Os autores
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UNIDADE I
BREVE HISTRICO DA LINGUSTICA TEXTUAL
Como se sabe, foi na dcada de 60 na Europa, especialmente na Alemanha, que a lingstica textual
comeou a desenvolver se como cincia da estrutura e do funcionamento dos textos. De acordo com
Fvero (2010), a origem do termo lingstica textual encontra se em Cosriu1 embora, no sentido que lhe
atualmente atribudo, tenha sido empregado pela primeira vez por Weinrich2.
O objeto de investigao da Lingustica Textual no mais a palavra ou a frase, mas sim o texto,
uma vez que os textos so formas especficas de manifestao da linguagem. Dentro desta perspectiva, a
Lingustica Textual ultrapassa os limites da frase e concebe a linguagem como interao. Assim, justifica se
a necessidade de descrever e explicar a lngua dentro de um contexto, considerando suas condies de uso.
Dentre as causas do seu desenvolvimento, possvel mencionar as falhas das gramticas da frase
no tratamento de fenmenos como a referncia, as relaes entre sentenas no ligadas por conjunes, a
ordem das palavras no enunciado, a entoao, a concordncia dos tempos verbais, fenmenos estes que s
podem ser explicados em termos de texto ou em referncia a um contexto situacional.
Portanto, o que legitima a Lingustica Textual a sua capacidade de explicar fenmenos
inexplicveis por meio de uma gramtica do enunciado, tambm chamada de Lingustica do Discurso que,
para Marcuschi (apud BENTES, 2001) seu surgimento deu se de forma independente, em vrios pases de
dentro e de fora da Europa Continental, simultaneamente, e com propostas tericas diversas, havendo,
assim, no s uma gradual ampliao do objeto de anlise da Lingustica Textual, mas tambm um
progressivo afastamento da influncia terico metodolgica da Lingustica Estrutural saussuriana.
importante ainda salientarmos, antes de irmos para as fases da Lingustica Textual que, de forma
geral a Lingstica Textual teve alguns precursores histricos distintos, conforme aponta pesquisa de
Tafarello e Rodrigues (1993), que corresponde a trs grandes linhas de pensamento: a Retrica Clssica
(Empdocles, Corax, Tsias) que das suas cinco partes duas tm relao com a lingstica do texto: uma diz
1 COSRIU, E. 1955. Determinacin y entorno. Dos problemas de uma lingstica del hablar. Romanistisches Jahrbuch,7: 29 54.2 WEINRICH, H. 1966. Linguistik der Lge. Heidelberg, Verlag Lambert Schneider.
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respeito definio de operaes lingsticas subjacentes produo do texto, ou seja, a sua
microestrutura; a segunda refere se localizao do texto no processo global de comunicao, ou, a sua
macroestrutura.
A outra linha de pensamento foi a Estilstica que se serviu da retrica, da gramtica e da filosofia. A
Estilstica tinha por objeto todas as relaes acima do nvel da frase, considerando que at bem pouco
tempo a maior unidade da lingstica era a frase.
A terceira e ltima linha de pensamento foi a dos Formalistas Russos, pertencentes ao Crculo
Lingstico Moscou. Dentro os quais tm Propp (analisou as estrutura dos contos populares), Jakobson
(rompeu com os padres tradicionais de anlise de texto) a partir do esquema de comunicao (emissor,
canal, cdigo, interlocutores etc.)
De acordo com Tafarello e Rodrigues (1993) tambm h precursores stricto senso, que de uma
forma ou de outra tiveram sua ateno voltada para o texto. Fazem parte deste conjunto de precursores:
Hjelmslev, Harris, Pike, Jakobson, Benveniste, Pcheux, Orlandi, entre outros.
Aps termos, brevemente, explicado quando, onde e quais as causas do surgimento da Lingustica
Textual, esboaremos neste momento, as suas fases, que para Bentes (2001), na histria da constituio da
Lingstica textual no se pode ter com preciso uma sequncia cronolgica e homognea no
desenvolvimento das teorias da lingstica de texto, porm, podem se definir trs momentos tericos e
bastante diferentes entre si:
1 FASE 2 FASE 3 FASE
Transfrstica
As gramticas textuais
Elaborao de uma teoria de texto
Tentaremos explicar, a partir de agora, como se deu cada uma dessas fases:
1 Fase: Transfrstica
De acordo com Koch (2004), a primeira fase se deteve ao estudo dos mecanismos interfrsticos que
fazem parte do sistema gramatical da lngua, cujo uso possibilitaria a duas ou mais sequncia ao estatuto
de texto.
Nesta poca, os estudos possuam orientaes diversas, podendo ser estruturalistas, gerativistas ou
at mesmo funcionalistas e dentre os fenmenos a serem explicados podemos citar a correferncia, a
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observado
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LETRAS | 8
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1. Competncia formativa:
estaria relacionada ao fato de o usurio ser capaz
de produzir e compreender um nmero infinito de
texto e avaliar, a boa ou m formao de um
texto;
2. Competncia transformativa:
faz referncia capacidade de resumir um texto,
parafrase-lo, reformul-lo, ou atribuir-lhe um
ttulo, como tambm de avaliar a adequao do
resultado dessas atividades;
3. Competncia qualificativa:
estaria voltada capacidade de o usurio
identificar o tipo ou gnero de um dado tipo, assim
como possibilidade de produzir um texto de um
tipo particular.
Segundo Koch (2004, p.5), uma vez que todos os falantes teriam essas capacidades, as tarefas
bsicas de uma gramtica do texto seriam as seguintes:
a) Verificar o que faz com que um texto seja um texto, em outras palavras, determinar seus
princpios de constituio, os fatores responsveis pela sua coerncia, as condies em que se
manifesta a textualidade;
b) Levantar critrios para a delimitao de textos;
c) Diferenciar as vrias espcies de texto.
Embora empenhados no sentido de desenvolver uma gramtica textual, tais tarefas no puderam
ser contempladas por problemas na formulao das Gramticas Textuais.
O primeiro se refere conceituao do texto, que como j mencionamos, seria uma unidade
formal, dotada de uma estrutura interna e gerada a partir de um sistema finito de regras, internalizado por
todos os usurios da lngua. Semelhante, em sua formulao, gramtica gerativa da sentena, de
Chomsky, esse sistema finito de regras constituiria a gramtica textual de uma lngua. Com base nisto,
propor um percurso gerativo para o texto no seria fcil, j que ele no constitui uma unidade estrutural,
originria de uma estrutura de base e realizada por meio de transformaes sucessivas.
Alm disso, a separao entre as noes de texto (unidade estrutural, gerada a partir da
competncia de um usurio idealizado e descontextualizado) e discurso (unidade de uso) acabou se
constituindo em um outro problema das gramticas de texto pelo fato desta separao no ter justificativa,
uma vez que o texto s pode ser compreendido a partir do uso em uma situao real de interao.
Apesar dos problemas, no se pode negar o mrito das gramticas de texto que estabeleceram dois
pilares para a consolidao dos estudos voltados ao texto e ao discurso:
1) a verificao de que o texto constitui a unidade lingstica mais elevada se desdobrando ou se
subdividindo em unidades menores, igualmente passveis de classificao, onde as unidades menores
-
(inclusive os
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LETRAS | 10
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Beaugrande & Dressler Se aproximam da linha americana da Anlise do Discurso e seus estudos
esto voltados aos critrios ou padres essenciais de textualidade e do processo cognitivo do texto, sendo
centrados no texto os critrios de textualidade a coeso e a coerncia, enquanto que a informatividade, a
situacionalidade, a intertextualidade, a intencionalidade e a aceitabilidade so centrados nos usurios.
Entre outros pressupostos adotados esto os da semntica procedural, que realam o estudo da coerncia
e do processamento do texto, no s o conhecimento declarativo (dado pelo contedo proposicional dos
enunciados), mas tambm o conhecimento construdo atravs da vivncia, condicionado scio
culturalmente, que armazenado na memria, sob a forma de modelos cognitivos globais.
Givn e outros estudiosos filiados linha americana da Anlise do Discurso, buscando subsdios em
pesquisas nas reas da Psicologia da Cognio e da Inteligncia Artificial esto voltados tanto com as
formas de construo lingstica do texto enquanto seqncia de frases, quanto com a questo do
processamento cognitivo do texto (isto , com os processos de produo e compreenso) e,
conseqentemente, com o estudo dos mecanismos e modelos cognitivos envolvidos nesse processamento.
Na concepo de Weinrich toda Lingustica Lingustica de Texto. O objetivo dos seus trabalhos a
construo de uma macrossintaxe do discurso, com base no tratamento textual de categorias gramaticais
como os artigos, os verbos etc. Utiliza como mtodo heurstico a partitura textual, que consiste em unir a
anlise frasal por tipo de palavras e a estrutura sinttica do texto num s modelo, tal como uma partitura
musical a duas vozes. Para o autor, o texto uma seqncia linear de lexemas e morfemas que se
condicionam reciprocamente e que, de modo recproco, constituem o contexto: texto , pois, um andaime
de determinaes onde tudo se encontra interligado, uma estrutura determinativa.
J Van Dijk vem, desde 1985, atuando na perspectiva da Anlise Crtica do Discurso (Critical
Discourse Analysis). Seu trabalho est relacionado questo da tipologia dos textos, no que diz respeito ao
estudo das macroestruturas textuais, e ao das superestruturas ou esquemas textuais. Tendo dedicado,
inicialmente, maior ateno s superestruturas narrativas, passou, mais tarde, a examinar outros tipos de
superestruturas, especialmente as do noticirio jornalstico.
O trabalho de Petfi a princpio se voltou para construo de uma teoria semitica dos textos
verbais denominada de TeSWeST (Teoria da Estrutura do Texto Estrutura do Mundo). Esta teoria visa ao
relacionamento entre a estrutura de um texto e a interpretao extensional (em termos de mundos
possveis) do mundo (ou do complexo de mundos) que textualizado em um texto, implicando, assim,
elemento con textuais (externos ao texto) e cotextuais (internos ao texto). Como conseqncia,
atualmente, os interesses desse autor e de seu grupo esto direcionados questo da
compreenso/produo de textos.
Para Schmidt, a textualidade o modo de toda e qualquer comunicao transmitida por sinais,
inclusive os lingsticos, preferindo a denominao Teoria de Texto a Lingstica de Texto. Segundo o autor,
-
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aplicados no mbito educacional, por muitos estudiosos como, por exemplo, na Inglaterra, a obra de
Swales; nos Estados Unidos, cabe ressaltar autores como Bhatia, Miller, Freedman, Coe e Bazerman; na
Frana, a obra de Jean Michel Adam, destacando se, neste domnio, os trabalhos conduzidos por Bernard
Schneuwly, Joaquim Dolz e Jean Paul Bronckart.
importante ainda esclarecer que os estudos de Schneuwly, Dolz e Bronckart consideram o gnero
como suporte das atividades de linguagem, definindo o com base em trs dimenses essenciais:
1) os contedos e os conhecimentos que se tornam dizveis a partir dele;
2) os elementos das estruturas comunicativas e semiticas partilhadas pelos textos reconhecidos como
pertencentes a determinado gnero;
3) as configuraes especficas de unidades de linguagem, traos, principalmente, da posio
enunciativa do enunciador, bem como dos conjuntos particulares de seqncias textuais e de tipos discursivos
que formam sua estrutura.
De forma que se estabelece, ento, distino entre gneros, tipos discursivos e sequncias textuais
que so vistas como esquemas que fazem parte da constituio dos vrios gneros, variando menos que
eles em funo das circunstncias sociais.
Finalizando, possvel afirmar veementemente que a lingstica Textual tem contribudo
significativamente com seu escopo, tanto para o texto, quanto para a construo de sentido do mesmo,
alcanando assim, grandes avanos no campo da textualidade.
Vimos, atravs de suas fases, que o que era apenas um estudo da frase, passou para um estudo da
gramtica de texto, na tentativa de suprir algumas lacunas no preenchidas pela corrente estruturalista e
gerativista; e logo em seguida, chegou se aos conceitos de texto, que por sua vez o define no mais como
algo pronto e acabado, mas como um processo em construo e, nesse sentido as contribuies tem sido
ainda mais significantes, pois, hoje se tem conceitos mais globais do seja um texto, bem como dos gneros
textuais, gneros do discurso e tipos de suportes dos gneros textuais.
Assim, atualmente, a Lingustica Textual tem como objeto particular de investigao no mais a
palavra ou a frase isolada, mas o texto, considerado a unidade bsica de manifestao da linguagem, isto
porque que o homem se comunica por meio de textos, ocorrendo diversos fenmenos lingsticos que s
podem ser explicados no seu interior.
-
Os
primrdios,
frases isolad
Ne
apresentad
assumem u
repetio d
verbais, etc
1.
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S quem
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LETRAS | 14
articuladore
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c.
A repetio
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de sentido q
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s mesmos ele
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zer um bisc
21/04/1999
4
OS AR
es textuais t
ue um texto
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o, o termo
texto se enc
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icais, parale
o ou reitera
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Repetio d
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UN
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expresses l
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IDAD
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frases, reco
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DE II
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s mecanismo
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formas lexica
ovas informa
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posio, hipe
a retomada
XTUAIS
ingustica do
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uturais espe
aneira como
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elementos f
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propsito tr
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: repetio d
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da informa
S
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m a elemento
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:
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Mais foicomeoescritor
(Lgia Bo
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etivo e a arg
sse gramatic
ask (2004, p.2om ateno espmatical.
E
E
E
E
N
(
i s no msou assim: Umra.
ojunga Nun
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Nomes gen
ente, coisa.
Nominaliza
gumentos d
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207), o modopecial no conte
Eu tenho pr
Eu tenho d
Eu tenhom
Eu tenho c
Ns podemo
(Veja, 01/03
passado qum dia fiquei
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sou no final
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o enunciado
reconhecid
Em
como as nomiexto da Lingus
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vidas.
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3/2000, Onc
ue a vontadi pensando
l de 2009. O
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o. Usualmen
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.
cologia EINS
de de escrevo que ia se
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substantivo
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o, entretant
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alizao3 o
.
vrios propsminalizaes s
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LETRAS | 1
e nomes gen
geral, a um v
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A coisaue ia ser
ou muito.
15
nricos tipo:
verbo, a um
em que uma
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m
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-
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4 Frase ou recu
S
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Luis Inencontr
O barulOs milhsua maio
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LETRAS | 16
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urso verbal que
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to , 21/04/
ta a linhaa vida. Comcontrando sDIA SER BR
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lho um does de rudoor parte so
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6
Substituio
erfrases).4
Sinonmia
e exprime aquil
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m biscoito t
/1999, Bisco
Brilhante. Po voc j desolues paILHANTE.
impeza Ca
recebeu a vente da Rep
os problemaos que rodeo produzido
o A inform
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o que poderia s
te to gosto
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oitos Suos
Produtos deeve ter percra economi
aras 12/06/
visita de algpblica defe
as mais graveiam o homos por ele m
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delicioso.
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e qualidadecebido, Brilhizar o seu te
/98)
guns empreendeu a red
ves que afligem diariam
mesmo.
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or menor nme
, desenvolvhante est sempo, sem
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gem nossa cmente em qu
lo uso de l
elo emprego
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vidos s parsempre inovabusar do s
ndstria farmreos dos m
civilizao nuase todos o
lexemas ou
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.
a facilitar avando. Semseu bolso. S
macutica.medicament
neste sculoos cantos, e
expresses
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Notos.
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-
um
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2.
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o, de modo
Oco
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Polticacom a omalria
(Rui Bar
O profe(hipern
Grupospessoas
a relao to
ntm com o
e lembrar q
a da insero
O paralelism
nos nveis fo
especfico, c
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a e Politicaloutra. A poldos povos
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ssor comprnimo)
de refugiadfamintas, m
Oposio
Hipernimo
odo parte, cl
segundo um
ue nenhum
o do lexema
mo configur
onolgico, m
com a ideia d
Paralelismo
estruturas g
palavras e cad
ha no se ctica a higde moralida
ou um apar
dos chegammaltrapilhas
o elemento
o e Hipnim
asse elemen
ma relao pa
lexema por
no texto.
ra se como
orfolgico, l
de repetio
o sinttico
gramaticais
da membro
onfundem,iene dos paade estraga
relho eletr
diariaments, destruda
a que se faz
os quando
nto tem se u
arte todo, el
r si s estab
um fenm
exical, sintt
o de estrutur
a prefeita
repetidas em
do par apare
no se pareases moralmada.
nico. O tele
te do sertoas. (hipnim
a aluso u
o o primeiro
um hipernim
emento clas
belece rela
meno discur
tico e semn
as.
a correlao
m formatos p
ece em posi
ecem, no smente sadio
evisor de 3
o castigadomo)
um oposto do
o elemento m
mo, e quand
sse, tem se o
o coesiva a
sivo assinal
ntico. A litera
na estrutur
paralelos ap
o estrutura
se relacionaos. A Politic
32 polegada
pela seca. S
LETRAS | 1
o referente t
mantm com
do o primeir
o hipnimo.
alguma. Esta
ado pela p
atura lingus
rao sintti
resentam de
almente idn
am umaalha, a
as.
So
17
textual.
m o segundo
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a ocorre em
presena de
tica associa
ica da frase.
eterminados
ntica.
o
o
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s
-
Per
potico, ou
fnicos e de
correlatas c
Cano
O ventoE a minO ventoE a min
O ventoE a minO ventoE a min
(Manu
LETRAS | 18
cebe se que
seja, os aut
e tempos ver
Na lngu
como:
o do vento e
o varria as fnha vida ficao varria as lnha vida fica
o varria os snha vida ficao varria os mnha vida fica
el Bandeira
Nos
Nos
Nos
Nos
Gon
a
b
c
d
e
f)
g
h
8
e os textos
tores utilizam
rbais.
ua portugues
e da minha
folhas, / o vava / cada vluzes,/ o veava / cada v
sonhos / e vava / cada vmeses / e vava / cada v
,1986)
sso cu tem
ssas vrzeas
ssos bosque
ssa vida ma
nalves Dias
a) no s...
) no s...
) no s...
) ou...
) quer...
) tanto...
) quanto ma
) quanto m
se valem d
m se da repe
sa, bons para
vida
vento varriavez mais chento varria avez mais che
varria as amvez mais chevarria os teuvez mais che
m mais estre
s tm mais f
es tm mais
is amores.
s
ais...
enos...
de estrutura
etio de te
alelismos se
os frutos, /eia / de frutas msicas, /eia / de aro
mizades... / oeia / de afetus sorrisos...eia / de tud
las,
flores,
s vida,
mas tam
como tam
mas tam
ou...
quer...
quanto..
mais / m
mais / m
as paralelsti
rmos, de est
e obtm com
/ o vento vatos, de flore/ o vento vamas, de est
o vento vartos e de mu./ o vento vo.
bm...
mbm...
bm...
.
menos...
menos...
icas para a
truturas, de
m o emprego
arria as florees, de folhasarria os aromtrelas, de c
ria as mulhulheres.//varria tudo!/
construo
contedos,
de algumas
es...//s.//mas...//nticos.//
eres.//
//
do sentido
de recursos
construes
o
s
s
-
O p
Pelo
anlise sint
con
asp
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Casa de f
Em Recino Rio d
aralelismo s
o exemplo c
tica interna
nsiderando o
pecto rtmico
esentar um
ferreiro, esp
ife e Vitriade Janeiro e
inttico pod
citado, perce
amente estru
Paralelismo
o aspecto lg
Paralelismo
o. No paral
certo isocron
peto de pau
, por exempe em So Pa
Se voc
se voc
se voc
a vals
se voc
se voc
se voc
Mas v
voc
Carlos
e atuar tamb
ebe se que o
uturadas de f
o semntico
ico semntic
o rtmico
elismo rtm
nismo, ou se
.
plo, o problulo.
c gritasse,
c gemesse
c tocasse
a vienense,
c dormisse
c cansasse
c morresse
voc no mo
duro, Jos
s Drummon
bm nos pro
o paralelism
formas idnt
o a per
co na frase.
a simetr
ico, os segm
eja, aparecem
ema da dro
,
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e,
e,
e
orre,
!
nd de Andra
vrbios ou d
mo se realiza
ticas (substa
rfeita correla
ria na const
mentos fn
m em interva
oga e muito
ade
ditos popular
pela justap
ntivo + prep
ao entre
truo da fr
icos da fras
alos iguais.
menos grav
LETRAS | 1
res que se no
posio das u
osio + sub
as ideias co
rase, consid
se ou do ve
ve do que
19
otabilizam.
unidades da
bstantivo).
oordenadas,
derando seu
erso devem
a
,
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-
A c
compasso t
muito usado
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A alde
Era umsucedmesmeramqualqmoraque spr on
At qondaspraia,a dep
ALVES.
nada menos
m ritmo que
mbora esse
lismo pode
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lao no
tureza heter
o amora fun
heiro.
ites sem, dasharesprocurarmaturauelesa praia
suasvieram coisa e
s.
e remete ao
recurso seja
e ocasionar
logicamente
o de tempo
rognea dos
ndamentada
o
a
r
e
o
s
a
-
Len
extenso f
pedra, que
3. A
uma rela
intercompre
formulando
um mecanis
la. estabe
Veja
No meiopedra /
Carlos D
Mdo troAh! Ce
em mimDe qex
Maao maPrazeEsta ano ab
Deus,
ganhesaib
do os verso
nica dos ver
metaforiza u
A parfrase
o de equiva
eenso entr
o as ideias, re
Parafras
smo de se fa
lecer uma re
amos os exe
o do caminhno meio do
Drummond
Meu ser evapopel de paixego eu cria, am quase imoque inmeroxistncia falas eis sucumbal, que a vidaeres, scios malma, que sebismo vos su Deus!... Qu
rum momentba morrer o q
B
s de Drumm
rsos anterior
um obstculo
o processo
alncia sem
re os partici
ealizando um
sear significa
azer refernc
elao de int
mplos a segu
ho tinha umo caminho t
de Andrade
orei na lida ies que me aah! msero ertal a essnc
os sis a menz me no dobe Naturezaa em sua origmeus e meuedenta e si numiu dos desuando a morroubeto o que perdque viver no
ocage
mond acima,
res, essa que
o do dia a dia
o no qual o e
ntica (expli
pantes da in
ma tessitura c
a reafirmar,
cia a uma ob
tertextualida
uir:
ma pedra / ttinha uma p
e
insanaarrastava.eu sonhavacia humana.nte ufanaourava!escravagem dana.s tiranos!o coube,senganos.rte luz me
deram anoso soube.
percebe se
ebra sugere o
a humano.
enunciado re
cao, reite
nterao, ist
coesa e orga
em palavras
ra que lhe
de.
tinha uma ppedra.
na
que o terce
o tropeo pro
eformulador
rao, nfas
to , no mo
anizada.
s diferentes,
anterior com
pedra no me
Meus dias cem banquecomigo a pana AlemanhaOh! secretNo sejas
a prpria lngo choru
Marinhas (o que de b
impossveQuando o Ri
desa o trsaiba desc
eiro verso qu
ovocado pel
r mantm co
se), com o o
omento em
, o sentido d
m o intuito d
eio do cami
consumir deetes com reisna encheua, na Frana,trio que tomole: dentegua, que ainume daquela(1), meu negbom nesta bel que ao praio a Petrporem com finaer o que sub
Olavo Bila
LETRAS | 2
uebra repent
a presena i
om o enuncia
objetivo de
que escreve
de um texto
e reafirm la
nho / tinha
terra em ters todos os diatambm Tob, na Inglaterro bem comiase agudo ferrada agora encas iguarias!go, se tu vissearriga coubento resistisslis me roubeas gulodices,bir no soube
ac
21
tinamente a
ncmoda da
ado anterior
assegurar a
emos vamos
o. tambm
a, esclarec
uma
rra,as;biasra...s!acerra
ese,es.e (2),e!
a
a
r
a
s
m
-
Ap
qual se trad
de atividade
com novos
A p
palavras, co
marcadores
em outras p
1. No prindo Zero;
2. E Deuse para
war
3. E Deuso Progr
4. E Dprograma
5. Masassim qu
experpode
6. OProgra
7. E Deus
8. E di
9. E disse
LETRAS | 22
s a leitura d
duz em outra
e textual m
significados,
parfrase n
om vistas a to
Dentro
s de reformu
palavras, etc
ncpio, Deus c; e viu que er
disse: Que aos discos come. Mas Deus
s disse: Vouramador, e co
d
Deus disse: ador e admir
BILL era maisue Deus disserimentaste? Ners criar tud
Programadormador respo
Que
disse ao BILLvend
isse Analist
ao Programa
10. E
Dispo
2
dos exemplo
as palavras u
muito pratica
, tem se uma
o anula o q
ornar a men
da prtica
ulao do tip
.
criou o Bit e ora bom. E Deu
criou os disapaream osmpactos. Entcriou os prog
criar o Progrolocou o no Cdiretrios e s
No bom p lo, e amar a
s esperto quee, que no poNo preciso modo o que quis
WINDO
r comeou aondeu: Estouem disse que
L: Sers odiaders o WINDa: O WINDO
programasador: Todos
Deus expulso
onvel em: .
discursiva na
a. Esse tipo
m manuscrito
com outras
uzidas pelos
outra forma,
rou o Umidos, e
os rgidosa aindaia.
us criouodos os
ra oados sob
mesmoe nuncaeus. Eou o
E odisse:
ontigo. E
e usar
eus dias.
a
o
o
s
s
,
-
LETRAS | 23
(KOCK; ELIAS, 2009, p. 169)
4. Recorrncia de elementos fonolgicos trata se de fatos suprassegmentais, como a entonao, o
metro, a rima, o ritmo, assonncias, aliteraes, etc. Vejamos os exemplos abaixo.
Joo Marcelo da Silva Elias, 4 srie, Colgio Madre Alix
PR O V A de que no so exatamente os tempos, mas o carter de cada povo que determina as tradies, o consumo de tomar banhos. Ou de no tomar banho. Os gregos e romanos, por exemplo, sempre foram adeptos da prtica. J os europeus, em pleno sculo XIX, fugiam da gua como se ela fosse praga. Literalmente. que como a gua quente dilata os poros, os mdicos europeus acreditavam que os banhos facilitavam a entrada de germes. Ou seja, fugir das banheiras era recomendado como uma medida de higiene. Outra crena dizia que a gua amolecia o organismo e impedia o crescimento. Assim, crianas eram frequentemente impedidas de entrar no banho
SOALHEIRO, Brbara. Como fazamos sem... So Paulo: Panda Books, 2006.
-
5. Recorrnc
O u
(WEINRICHI
perfeito e f
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A fim de exe
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LETRAS | 24
cia de tempo
uso dos tem
I apud KOC
uturo do pre
erfeito simpl
emplificar o
exto Um do
lo verbo es
m seguida h
rego do tem
OMINGO N
la madrugadescanso. Q
a vou abri lana mo. Mcomputado
as somuitei com vida
Lucineide
vel em: . Acesso em
(K
is est dire
2009). Os t
dicativo serv
sto do indica
cima, selecio
egal uma
gado no pre
e um comen
mundo come
eta um fin
to comple
chega a fing
que devera
ndo Pessoa
ingo, estvrepente ouabri a portapara fazer seletrnicos
ando eu conmiliares cont
ran.br/revistas
m: 20/05/2010
KOCH; ELIAS, 20
etamente lig
tempos verb
vem para na
ativo servem
onamos o tex
narrao qu
etrito impe
trio do pro
entado, isto
gidor:
etamente,
ir que dor
as sente.
a
amos todosuo batidas na deparei msilncio poiss. Fiquei boq
nsegui cairtinuavam d
s/interletras/e
0.
009, p. 171)
gado ao no
bais: pretri
arrar e os tem
m para come
xto narrativo
ue se inicia c
rfeito (modo
odutor: ... po
, o presente
r
s dormindo,na porta, m
me com doiss s queriamquiaberta e
em mim, eldormindo.
ed_anteriores
osso tipo de
itos perfeito
mpos: prese
ntar, criticar
o Um domin
om um adju
o indicativo),
ois um dia
e.
, pois ummuito amedrs caras enorm as jias, otremendo d
les j estava
s/n1/inter
e atitude c
o, imperfeito
nte, futuro d
r e apresenta
ngo no lega
nto adverbia
, tempo zero
a especial de
dia especiarontada, marmes e como carro, ode medo.
am longe,
omunicativa
o, mais que
do presente,
ar reflexes.
al.
al de tempo,
o do mundo
descanso.,
las
a
e
,
.
,
o
,
-
LETRAS | 25
No segundo perodo do primeiro pargrafo, usado o tempo presente ouo, vou abri la ,
marcando um dos momentos mais relevantes da narrativa. Segundo a teoria de Weinrich, trata se da
metfora temporal, isto , o emprego de um tempo de um dos mundos no interior do outro. Este recurso
imprime maior ateno, maior engajamento, uma vez que consiste no uso de um tempo do mundo
comentado no interior do mundo narrado.
O momento de maior tenso, denominado clmax, acontece no 3 perodo do 1 pargrafo, onde
o verbo abrir tambm empregado no presente, para a seguir surgir ... deparei me... , expresso no
pretrito perfeito, tempo zero do mundo narrado.
No perodo seguinte o verbo pedir encontra se no pretrito perfeito e o verbo querer, no
pretrito imperfeito, tempos sem perspectiva do mundo narrado que manifestam ao propriamente dita,
1 plano, passando para pano de fundo (me pediram para... pois s queriam as jias,...). Interessante
perceber que o pano de fundo, normalmente registrado no incio do texto, neste aparece no clmax,
quando o autor apresenta o motivo que desencadeou a ao principal.
No segundo e ltimo pargrafo, o emprego do verbo ser no presente denota um aspecto
descritivo dos personagens ... so muito geis,..., mesmo recurso utilizado em: ..., pois um dia especial
para descanso. para, novamente, serem empregados o pretrito perfeito ...eu consegui cair... e ...
escapei com vida e... seguido do pretrito imperfeito estavam e continuavam, repetindo o que j foi
explicado no final do primeiro pargrafo.
-
Um
processo da
sua import
O nosso ob
contribuir p
De
constituio
poderamos
podem ser
etc. Assim,
Veja
abaixo e vej
LETRAS | 26
dos objetiv
a escrita e le
ncia no pro
jetivo, neste
para a forma
acordo com
o da prpr
s dizer que a
orais, escrito
esse dilog
amos, na pr
ja se h algu
Lembr
ParaPtu
Esse dPra qSe n
PraSe
A malPra qQue g
Que te diz
6
vos da Lingu
eitura de tex
ocesso da leit
e momento,
o do aluno
o E Dicion
ria palavra,
a intertextua
os, visuais, p
o entre text
tica, um exe
ma relao e
re se
que mentir?Para que menu ainda no tedom de saberqu? Pra que mno h necessi
De me trair?
que mentirtu ainda no tcia de toda mue mentir, seostas de outroz que no te q
UNI
INTERT
stica Textua
xtos. Mas, o
tura e escrit
ser o de re
o do Curso d
nrio de term
intertextua
alidade seria
por exemplo
tos recebe o
emplo de co
entre elas.
Vale a pena l
Leitura e Prop.124. Portant
j
tirensr iludir?mentir,idade?
tensmulher?eu seioquer?
IDADE
TEXTUA
al estudar
que interte
a? Qual a su
esponder a c
e Letras.
mos literrio
alidade sign
a a refernci
, das artes p
o nome de in
mo se d a in
lembr lo que avolume
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E III
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LETRAS | 29
Assim, vale pena reafirmar que, para o processo de compreenso, alm do conhecimento do
texto fonte, tambm necessrio considerar que a retomada de texto ou textos em outro(s) texto(s)
conduz a construo de novos sentidos, j que estes fazem parte de outra situao de comunicao.
Na literatura, e at mesmo nas artes, a intertextualidade se faz presente, uma vez que todo texto,
seja ele literrio ou no, originado de outro, seja direta ou indiretamente. Qualquer texto que se refere a
assuntos abordados em outros textos considerado como exemplo de intertextualizao.
A intertextualidade est presente em reas como na pintura. Veja as vrias verses da famosa
pintura de Leonardo da Vinci, Mona Lisa:
Mona Lisa, Leonardo da Vinci. leo sobretela, 1503
Mona Lisa, de Marcel Duchamp, 1919
Mona Lisa, Fernando Botero, 1978 Mona Lisa, propaganda publicitria
Como j dito anteriormente, possvel encontrar exemplos de intertextualidade em vrias reas,
como a pintura, a literatura, a msica, a propaganda, ocorrendo tambm em vrios gneros como a charge.
-
LETRAS | 30
A ttulo de ilustrao, temos abaixo um exemplo desse gnero criado pelo chargista Duke onde se v a
referncia a um contexto poltico que, atravs da intertextualidade com uma msica do grupo Solteires do
forr, nota se a construo de uma crtica a atuao do poltico em cartaz.
Voc No Vale Nada Mais Eu Gosto de Voc Solteires do Forr Composio: Dorgival Dantas Voc no vale nada, Mas eu gosto de voc! Voc no vale nada, Mas eu gosto de voc! Tudo que eu queria era saber Porqu?!? Tudo que eu queria era saber Porqu?!? Voc brincou comigo, bagunou a minha vida. Esse sofrimento no tem explicao. J fiz de quase tudo tentando te esqueer. Vendo a hora morrer no posso me acabar na mo. Seu sangue de barata, a Boca de vampiro. Um dia eu lhe tiro de vez meu corao. A ja no lhe quero Amor no d ouvidos Por favor me perdoa T morrendo de paixo... Eu quero ver voc sofrer S pra deixar de ser ruim Eu vou fazer voc chorar, se humilhar Ficar correndo atras de mim....(2X) Voc no vale nada, Mas eu gosto de voc! Voc no vale nada, Mas eu gosto de voc! Tudo que eu queria era saber Porqu?!? Tudo que eu queria era saber Porqu?!?
Fonte: http://www.dukechargista.com.br/
Para aprender mais sobre intertextualidade, voc poder acessar o seguinte link http://www. infoescola.com/portugues/intertextualidade-parafrase -e-parodia/, tendo autonomia em suas pesquisas, tirando suas prprias concluses.
Segundo Kock (2006), possvel falar em intertextualidade em stricto sensu, que ocorre quando,
em um texto, est inserido outro texto (intertexto) anteriormente produzido, que faz parte da memria
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LETRAS | 32
Vejamos agora como ocorre intertextualidade explicita atravs de um anncio da Pfizer, veiculado
pela revista Veja de 2005.
Fonte: Revista Veja. So Paulo: abril, ed. 1.929, ano 38, n. 44, 02 nov. 2005
Fonte:http://vagalume.uol.com.br/nandoreis/do seu lado.html
Muito prazer,
ns somos a Pfizer
Paixo segundo Nando Reis: Faz muito tempo, mas eu me lembro... voc implicava comigo. Mas hoje eu vejo que tanto tempo me deixou muito mais calmo. O meu comportamento egosta, o seu temperamento difcil. Voc me achava meio esquisito e eu te achava to chata. Mas tudo que acontece na vida tem um momento e um destino. Viver uma arte, um ofcio. S que precisa cuidado. Pr perceber que olhar s pr dentro o maior desperdcio. O teu amor pode estar do seu lado. O amor o calor que aquece a alma. O amor tem sabor pr quem bebe a sua gua. Eu hoje mesmo quase no lembro que j estive sozinho. Que um dia eu seria seu marido, seu prncipe encantado. Ter filhos, nosso apartamento, fim de semana no stio. Ir ao cinema todo domingo s com voc do meu lado. O amor o calor que aquece a alma. Para Nando Reis, paixo significa estar do seu lado. Para Pfizer, paixo o que faz a gente pesquisar as curas para os males que afetam a qualidade de vida dos homens e mulheres. E a gente faz isso todos os dias. Com paixo.
Do Seu Lado Nando Reis Faz muito tempo, mas eu me lembro... voc implicava comigo Mas hoje eu vejo que tanto tempo me deixou muito mais calmo O meu comportamento egosta, o seu temperamento difcil Voc me achava meio esquisito e eu te achava to chata Refro Mas tudo que acontece na vida tem um momento e um destino Viver uma arte, um ofcio S que preciso cuidado Pra perceber que olhar s pra dentro o maior desperdcio O teu amor pode estar do seu lado O amor o calor que aquece a alma O amor tem sabor pra quem bebe a sua gua Eu hoje mesmo quase no lembro que j estive sozinho Que um dia eu seria seu marido, seu prncipe encantado Ter filhos, nosso apartamento, fim de semana no stio Ir ao cinema todo domingo s com voc do meu lado Yeeah Mas tudo que acontece na vida tem um momento e um destino Viver uma arte, um ofcio S que preciso cuidado Pra perceber que olhar s pra dentro o maior desperdcio O teu amor pode estar do seu lado O amor o calor que aquece a alma O amor tem sabor pra quem bebe a sua gua
-
LETRAS | 33
Como se pode notar, o anncio dessa campanha publicitria estruturado a partir da citao
completa de um discurso cultural, que tem como matriz a letra da cano Do seu lado, do compositor
Nando Reis. De modo que para se comunicar com o pblico, a Pfizer emprega aqui o argumento de
autoridade, atravs da citao direta, uma vez que o artista cultuado por um pblico fiel ao seu tipo de
msica. Observa se, ento, que a intertextualidade, atravs da letra da msica, em aspas, funciona como
gancho para que o anunciante expresse seu posicionamento ligado paixo pelo ser humano, de quem
diz estar sempre ao lado.
Se tomarmos por base os textos literrios, a citao de outros textos implcita, ou seja, um poeta
ou romancista no indica o autor e a obra de onde retira as passagens citadas, pois pressupe que o leitor
compartilhe com ele um mesmo conjunto de informaes a respeito de obras que compem um
determinado universo cultural. No entanto, isto no quer dizer que a intertextualidade implcita ocorra
apenas em textos literrios, j que ela ocorre em outros textos tambm.
A fim de entendermos melhor, vejamos um exemplo de intertextualidade implcita atravs da
comparao do poema No meio do caminho publicado pela primeira vez em 1928, na modernista Revista
de Antropofagia, pelo poeta Carlos Drummond de Andrade com uma propaganda de um projeto de
educao ambiental.
Considerando o texto publicitrio, podemos dizer que ele dialoga com o poema de Drummond
ocorrendo uma intertextualidade implcita, visto que o autor do poema No meio do caminho no
mencionado.
Vale pena destacar que o leitor que tenha o conhecimento prvio do poema pode fazer a
remisso rapidamente quele e, consequentemente notar que um texto dialoga com o outro. Contudo, se
no acontecer uma identificao de referncias ao poema de Drummond, ser difcil para o leitor atribuir
um novo sentido ao texto da propaganda.
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas to fatigadas
Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.
Carlos Drummond de Andrade
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LETRAS | 35
intertextualidade se faa presente em todos os textos, cabe ao leitor, mediante suas leituras, perceber em
que nvel esse fator textual est presente nos mais variados textos, como corrobora Koch (2006, p. 78),
identificar a presena de outro(s) texto(s) em uma produo escrita depende do conhecimento do leitor,
do seu repertrio de leitura.
Portanto, uma vez que a leitura uma forma de se adquirir conhecimento de mundo, atravs
desse conhecimento que se pode perceber a existncia de outros textos em determinada produo,
levando se em considerao o contexto scio histrico cultural j que dependendo da situao, da poca,
do momento, os sentidos dos textos podem mudar e podem levar a outras significaes.
Isso nos remete a uma citao, muito feliz, de Bazerman (2006, p. 88) ns criamos os nossos textos
a partir do oceano de textos anteriores que esto nossa volta e do oceano de linguagem em que vivemos.
E compreendemos os textos dos outros dentro desse mesmo oceano. Como podemos observar, so
muitas as influncias pelas quais as produes textuais passam, sofrendo ascendncias no apenas do lugar
que se vive, da linguagem utilizada, mas tambm do momento histrico por que passa determinada
sociedade.
A identificao, o reconhecimento de um texto no outro indispensvel para que ocorra uma
interao textual, de um dilogo entre intertextos, revelando a capacidade que os escritores possuem em
estabelecer ligaes para a concluso de suas idias e pensamentos.
A intertextualidade e o ensino de Lngua Portuguesa
Partindo do pressuposto de que atravs de um texto que o usurio da lngua pode desenvolver a
sua capacidade de organizar o pensamento e de transmitir idias, informaes, opinies em situaes
comunicativas, a intertextualidade na perspectiva da sala de aula, torna se um dos principais desafios
vivenciados pelos professores, sobretudo, no ensino de Lngua Portuguesa, pela dificuldade que se tem de
ver a compreenso do texto como um produto histrico social, relacionando o outros textos que j foram
lidos e/ou ouvidos, admitindo, portanto uma multiplicidade de leituras possveis para ele.
Com base na compreenso do que seja texto, torna se indispensvel o trabalho, em ambiente de
sala de aula, utilizando vrios gneros textuais, em situaes distintas e com objetivos distintos, como a
construo e desconstruo dos textos, onde sejam ressaltados os efeitos advindos das alteraes; a
criao de intertextos; a verificao e a modificao de um gnero textual, entre outros. Para tanto, o
professor de lngua portuguesa deve saber diferenciar o uso de uma lngua, de modo que possa adequ la a
vrios contextos e tambm a anlise da lngua, tendo consigo conceitos no apenas sobre a sua estrutura,
funcionamento, mas assim tambm como a nomenclatura pertinente.
-
LETRAS | 36
Nos dias atuais, a escola tem procurado enfatizar o trabalho de leitura e a produo de textos, ao
mesmo tempo, que tenta um equilbrio com a anlise das estruturas da lngua e seu uso. Dessa maneira, o
professor pode por meio da interao com vrios gneros textuais e o intertexto presente neles, averiguar
as experincias anteriores do aluno enquanto leitor e deixar se guiar pelas dicas deixadas pelo autor no
texto para considerar tambm o implcito, inferindo, assim as intenes do autor, possibilitando ao aluno a
oportunidade de desempenhar tanto o papel de leitor, quanto o de produtor de textos.
Baseado em propostas interativas, o processo ensino/aprendizagem deve promover o
desenvolvimento do individuo em uma dimenso integral e nesta perspectiva, o trabalho do professor,
dentre outros, seria o de desenvolver no alunado a capacidade de identificao do intertexto, uma vez que
a intertextualidade um fenmeno que faz parte da produo de sentido e pode acontecer entre textos
expressos por linguagens distintas. Assim, o professor poderia investir, em sua sala de aula, no fato de que
todo texto produto de outros textos, j que toda palavra dialgica e que o que se diz em um texto a
resposta a outro algo que j foi dito em outros textos.
-
LETRAS | 37
UNIDADE IV
GNEROS TEXTUAIS EMERGENTES NA MDIA VIRTUAL
Os gneros textuais so entidades scio discursivas e formas de
ao social incontornveis em qualquer situao comunicativa.
Luiz Antnio Marcuschi
O estudo acerca dos gneros textuais no novo e vem sendo tratado desde os anos 60 quando
surgiram a Lingustica de Texto, a Anlise Conversacional e a Anlise do Discurso. Atualmente, no Brasil,
presencia se uma exploso de estudos na rea.
Na tradio ocidental, os gneros textuais j perduram por mais de vinte e cinco sculos e este
termo gnero estava ligado especialmente aos gneros literrios. Segundo Swales (apud MARCUSCHI,
2008, p. 147), a noo de gnero j no mais se vincula apenas literatura, o termo facilmente usado
para referir uma categoria distinta de discurso de qualquer tipo.
Falam se muito, hoje, em gneros textuais emergentes no contexto da tecnologia digital, gneros
virtuais ou digitais, os quais possuem caractersticas muito semelhantes dos gneros j conhecidos
tradicionalmente, nas vrias formas de comunicao e na prtica da linguagem escrita da sociedade.
No difcil constatar que nos ltimos dois sculos foram as novas tecnologias, em
especial as ligadas rea da comunicao, que propiciaram o surgimento de novos
gneros textuais. Por certo, no so propriamente as tecnologias per se que originam os
gneros e sim a intensidade dos usos dessas tecnologias e suas interferncias nas
atividades comunicativas dirias (MARCUSCHI, 2005)
Diante da penetrao e do papel da tecnologia digital na sociedade contempornea e das novas
formas comunicativas aportadas, o estudo da comunicao virtual na perspectiva dos gneros
particularmente interessante porque a interao on line tem o potencial de acelerar enormemente a
evoluo dos gneros, tendo em vista a natureza do meio tecnolgico em que ela se insere e os modos
como se desenvolve. Esse meio propicia, ao contrrio do que se imaginava, uma interao altamente
participativa.
-
LETRAS | 38
Se tomarmos o gnero segundo a viso Marcuschiana, como texto concreto, situado histrica e
socialmente, culturalmente sensvel, recorrente, relativamente estvel do ponto de vista estilstico e
composicional e na viso bakhtiniana, servindo como instrumento comunicativo com propsitos especficos
como forma de ao social, nota se que um novo meio tecnolgico, na medida em que interfere nessas
condies, deve tambm interferir na natureza do gnero produzido.
Uma das peculiaridades da mdia virtual a centralidade da escrita, uma vez que a tecnologia
digital depende totalmente da escrita. Para Marcuschi (2005) com a era eletrnica no se pode mais
postular como propriedade tpica da escrita a relao assncrona, caracterizada pela defasagem temporal
entre produo e recepo, j que os bate papos virtuais so sncronos, ou seja, realizados em tempo real e
essencialmente escritos. Nesse sentido, existem vrios aspectos a serem considerados, pois as novas
tecnologias no mudam os objetos, mas as nossas relaes com eles.
David Crystal em seu livro, Linguagem e a Internet, ao destacar o papel da linguagem na Internet e
o efeito da Internet na linguagem nos chama a ateno para os seguintes aspectos:
do ponto de vista dos usos da linguagem, temos uma pontuao minimalista,
uma ortografia um tanto bizarra, abundncia de siglas e abreviaturas nada convencionais,
estruturas frasais pouco ortodoxas e uma escrita semi-alfabtica;
do ponto de vista da natureza enunciativa dessa linguagem, integram-se mais
semioses do que usualmente, tendo em vista a natureza do meio;
do ponto de vista dos gneros realizados, a internet transmuta de maneira
bastante complexa gneros existentes e desenvolve alguns realmente novos.
A Internet e todos os gneros a ela ligados so eventos textuais fundamentalmente baseados na
escrita. Na Internet a escrita continua essencial apesar da integrao de imagens e de som. Como afirma
Marcuschi (2005), todo gnero digital possibilita um trabalho da oralidade e da escrita assim como os
gneros textuais tradicionais utilizados na escola, pois se apresentam como uma evoluo destes.
Para Erickson (apud Marcuschi, 2005), o gnero no ambiente virtual assim se define:
Um gnero um padro de comunicao criado pela combinao de foras individuais,
sociais e tcnicas implcitas numa situao comunicativa recorrente. Um gnero estrutura
a comunicao ao criar expectativas partilhadas acerca da forma e do contedo da
interao, atenuando assim a presso da produo e interpretao.
Com base nessa noo de gnero, Erickson (apud Marcuschi, 2005), sugere observar o seguinte em
relao ao discurso on line.
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LETRAS | 39
Propsito comunicativo do discurso;
Natureza da comunidade discursiva;
Regularidades de forma e contedo da comunicao, expectativas subjacentes e convenes;
Propriedades das situaes recorrentes em que o gnero empregado, incluindo as foras
institucionais, tecnolgicas e sociais que do origem s regularidades do discurso.
Os gneros emergentes na mdia virtual
A cada dia surge um novo tipo de interao e novos gneros que a prpria natureza da tecnologia
favorece. Os tipos variados j existentes iro, com certeza, dar lugar a outros que viro e com eles a
necessidade de dar continuidade aos estudos e anlises dos tipos inovadores.
A Internet veio inaugurar uma forma significativa de comunicao e de uso da linguagem atravs do
surgimento dos gneros virtuais, marcados pela fugacidade e volatilidade do texto, como no caso das salas
de bate papo, onde as conversas entre duas ou mais pessoas acontecem em tempo real, de maneira
sncrona, tornando ento o texto fugaz; pela interatividade, j que permitem a interao entre o leitor e o
texto (como no caso dos weblogs, onde os leitores podem opinar, mandar recados ou discordar do que foi
escrito, interferindo, assim, no texto virtual); pelo anonimato, em alguns casos, como os das salas de bate
papo abertas, onde as pessoas se escondem atrs de um nickname (apelido), criando uma nova ou novas
identidades virtuais; dentre outras.
Marcuschi (2005), no quadro abaixo, sugere um paralelo formal e funcional com os gneros
emergentes e suas contrapartes pr existentes.
GNEROS TEXTUAIS EMERGENTES NAMDIA VIRTUAL E SUAS CONTRAPARTES EM GNEROS PR EXISTENTES
GNEROS EMERGENTES GNEROS J EXISTENTES
1 E mail Carta pessoal // bilhete // correio
2 Bate papo virtual em aberto Conversaes (em grupos abertos?)
3 Bate papo virtual reservado Conversaes duais (casuais)
4 Bate papo ICQ (agendado) Encontros pessoais (agendados?)
5 Bate papo virtual em salas privadas Conversaes (fechadas?)
6 Entrevista com convidado Entrevista com pessoa convidada
7 Aula virtual Aulas presenciais
8 Bate papo educacional (Aula participativa e interativa???)
9 Vdeo conferncia Reunio de grupo/ conferncia / debate
10 Lista de discusso Circulares/ sries de circulares (???)
11 Endereo eletrnico Endereo postal
(MARCUSCHI, 2005, p. 31)
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LETRAS | 40
Segundo o autor, esses gneros tm caractersticas prprias e devem ser analisados em particular.
Nem sempre tm uma contraparte muito clara e no se pode esperar uma especularidade na projeo de
domnios to diversos como so o virtual e o real. Esses gneros so mediados pela tecnologia
computacional que oferece um programa de base (uma ferramenta conceitual) e servem se da telefonia.
De certo modo, esses gneros so diversificados em seus formatos e possibilidades e dependem do
software utilizado para sua produo. No caso dos e mails, por exemplo, temos vrios programas para sua
elaborao.
Ainda na viso de Marcuschi (2005), uma das caractersticas centrais dos gneros em ambientes
virtuais serem altamente interativos, geralmente sncronos (com simultaneidade temporal), embora
escritos. Isso lhes d um carter inovador no contexto das relaes entre fala escrita. Alm disso, tendo em
vista a possibilidade cada vez mais comum de insero de elementos visuais no texto (imagens, fotos etc.) e
sons (msicas, vozes) pode se chegar a uma interao com a presena de imagem, voz, msica e linguagem
escrita numa integrao de recursos semiolgicos. Quanto a isso, h outro aspecto nas formas de
semiotizao desses gneros relativo ao uso de marcas de polidez ou indicao de posturas. So os
conhecidos emoticons (cones indicadores de emoes) ao lado de uma espcie de etiqueta netiana
(etiquetas da Internet), trazendo descontrao e informalidade formulao (monitorao fraca da
linguagem), tendo em vista a volatilidade do meio e a rapidez da interao. Contudo, estes aspectos no se
distribuem por igual ao longo dos gneros.